Ana Paula Monteiro R5 CIPE-HMIB Brasília, 9 de abril de 2015 Hérnia diafragmática congênita:...
-
Upload
milena-rosas -
Category
Documents
-
view
213 -
download
0
Transcript of Ana Paula Monteiro R5 CIPE-HMIB Brasília, 9 de abril de 2015 Hérnia diafragmática congênita:...
Ana Paula Monteiro R5 CIPE-HMIB
Brasília, 9 de abril de 2015www.paulomargotto.com.br
Hérnia diafragmática congênita: experiência alemã
Introdução Alemanha a partir de 1998 Centralização de todas as hérnias
diafragmáticas congênitas (HDC) complicadas , coletando 325 RN.
Esta série relata 244 RN de 2002 à 2007
Hoje grandes defeitos são detectados precocemente por meio da ultrassonografia (USG) e ressonância nuclear magnética (RNM).
Embriologicamente se desenvolve entre 8ª - 12ª semana. O septo transverso separa a cavidade torácica da abdominal. Há também as pregas pleuroperitoneais.
Células precursoras de músculo migram para esta membrana. HDC à esquerda (87% versus 11% à direita), predominante
posterior. Em 2% são bilaterais.
Defeitos dorsais Hérnia de Bochdalek Defeitos anteriores Hérnia de Morgagni.
Defeito na muscularização verdadeira HDC (há um saco herniário)
Hipoplasia muscular Eventração diafragmática.
O momento do desenvolvimento do defeito Duração na compressão pulmonar.
Grandes defeitos lobo hepático E, estômago, baço e intestino em posição intra-torácica compressão precoce e desvio do mediastino.
Etiologia
Maioria (70%) são esporádicas. Em 20% dos casos : drogas teratogênicas e def. de Vit A.
São encontrados também em trissomias : 13, 18, 21 (8%).
Síndromes genéticas: Beckwith -Wiedemann, Denys -Drash .
Condições familiares são raras: 2%.
Mutações gênicas: deleção 4p, 8q, 15q.
Fisiopatologia Perda da função pulmonar e alterações estruturais como
rarefação dos brônquios e vasos pulmonares, bem como espessamento da membrana alveolar.
Hipertrofia da camada média dos vasos pulmonares periféricos.
Todas estas crianças sofrem de hipertensão pulmonar persistente.
Estratégia para reduzir a resistência vascular pulmonar são medicamentos como óxido nítrico (NO), sildenafil e milrinona.
Nos grandes defeitos, a cavidade abdominal pode não crescer tanto. Na reacomodação pode afetar fluxo sanguíneo mesentérico.
Defeito diafragmático precoce vem associado à má rotação intestinal e não fixação mesentério.
Trânsito duodenal pode estar bloqueado devido à “Kinking” .
Incidência A incidência é de 1: 2.500-3.000 nascidos vivos.
Estes números podem ser imprecisos devido elevada taxa mortalidade intra-útero.
A taxa de sobrevida manteve-se em torno de 50% por décadas (mesmo com todo avanço nos cuidados intensivos neonatais).
Prognóstico está cada vez mais relacionado às malformações (encontradas em 40%).
Volume pulmonar fetal versosidade gestacional e pacientes mortos por HDC e controles
Sintomas após o nascimento Tamanho do defeito e o momento da herniação importante
na apresentação precoce dos sintomas.
RN com insuficiência respiratória O2 e ventilação (máscara) infla estômago e intestino causando compressão pulmonar e mais desvio mediastinal. Alto risco de pneumotórax!!
Pequenos defeitos Aparecer com aumento da pressão intra-abdominal, acompanhado de dor e problemas no trânsito intestinal.
Rx Tórax imagem arredonda com ar (às vezes líquido). Diagnóstico diferencial com cisto .
Diagnóstico
USG alta qualidade mostra a HDC precocemente no pré-natal.
Relação pulmão/cabeça fetal (LHR) importante fator prognóstico.
Após 20ª semana medida acurada do volume pulmonar planejar parto em um centro terciário (com possibilidade de ECMO).
Fator prognóstico pré-natal Diagnóstico antes da 25ª sem e presença do estômago e lobo hepático
E pior prognóstico.
Estatisticamente 93% RN sem fígado herniado sobrevivem. Taxa declina para 43% se lobo hepático Esquerdo está intratorácico.
Na 28ª sem. o limite p/ grupo de risco LHR= 1.2 e vol Pulmonar =10ml
Na 34ª sem. LHR normal de 1.8-3.0
Normalmente LHR > 1.5 Não tem fígado herniado e não necessita de ECMO.
Baixo peso ao nascer, polidrâmnio, hidropsia discutível para fatores prognóstico.
Na 34ª sem. LHR < 1.4 centro referência terciário.
Diagnóstico pós-natal
Abolição dos sons respiratórios no tórax afetado.
Rx simples indica se estômago ou outros estão intratorácico.
HDC associada com malformações cardíacas (30-40%) e também às Sd genéticas.
Má rotação intestinal leva à sinais clínicos (20-30%).
Malformações adicionais: sequestro pulmonar, baço acessório, duplicação intestinal, rim policístico e hidronefrose.
Cirurgia fetal Harrison e Soper: pioneiros no desenvolvimento da cirurgia
fetal.
Oclusão da traquéia bloqueia saída de secreção pulmonar acúmulo leva à expansão . Entre 26-28ª sem. Duração de 6 sem. (LHR de 0.7 para 1.8).
Deprest : experiência em oclusão traqueal endoluminal por fetoscopia.
Ao se retirar o balão no momento do parto EXIT (TERAPIA EX-ÚTERO INTRAPARTO))
Algoritmo da terapia Estimativa do volume pulmonar na 34ªsem :
Casos não complicados de parto espontâneo após 38ª sem:
Pressões de ventilação > 25 cmH2O , PEEP > 3-5 dano pulmonar .
Frequências ventilatórias de 80/min, T ins/exp de 1:2, sem auto PEEP.
São as regras da ventilação “suave”. Insucesso HFOV .
Hipercapnia até PaCO2 de 70mmHg e acidose respiratória até pH de 7.2.
NO ofertado sempre que PaO2 pós ductal < 80 mmHg.
Oxigenação e pressão arterial monitorados.
Catecolaminas necrose celular hepática.
Sedação fentanil e midazolam .
Quando PaO2 > 80 mmHg e reduzem fluxo pelo ducto arterioso normocapnia 24/48 hs operação .
“Lua de mel” Tempo após o nascimento que o RN parece estar bem antes da queda da oxigenação e da circulação. (esgotamento da força de bombeamento do VE)
Indicações da ECMO Após 15 anos com 240 RN com HDC:
PaCO2 > 100 mmHg ou PaO2 < 40 mmHg Não sobrevive.
Riscos ECMO: - Embolização/infarto pulmão ou cérebro por coágulos ou bolha de ar.
Etapas do fechamento Laparotomia mediana transversal melhor exposição. Borda
muscular dorsal pode estar oculta.
Fechamento com fio inabsorvível 3.0/4.0 .
Fechamento primário sob tensão maior espaço intra-torácico e menor cavidade ABD com pressão elevada.
Fechamento com tela em formato cônico melhor que rafia sob tensão:
Este estudo mostrou que “kinking” duodenal não é raro (16%). Quando isto ocorre o duodeno é liberado (manobra de Kocher). Passagem de sonda enteral.
É discutido a fundoplicatura profilática nos grandes defeitos .
A maioria dos especialistas não usam dreno de tórax.
Dificuldade de acomodação das estruturas intra-abdominais pode ser necessário tela na incisão abdominal. Reduzir a compressão da veia cava melhorar o retorno venoso.
Deterioração súbita de RN em ventilação com HDC Pneumotórax.
Suturas de grandes defeitos próx hiato/esôfago lesão ducto torácico: quilotórax (28%).
Suturas sob tensão ou ruptura da tela hérnia recorrente em 14%.
Crescimento durante seus primeiros 12-24 meses hérnia secundária pode ocorrer devido pequena borda muscular que não cresceu. Localização paraesofágica ou posterior tela cobre novo defeito (mantendo tela anterior).
Acompanhamento ambulatorial a cada 3 meses nos seus primeiros anos.
Resultados
Durante décadas a taxa de sobrevivência era em torno de 50%. Diagnóstico pré e pós-natal, cuidados neonatais intensivos e ECMO tx aumentaram.
Este centro alemão mostrou uma taxa de 86,5% . E de 71% naqueles que utilizaram ECMO.
Estudos tardios redução da capacidade pulmonar, propensão à escoliose, alteração no desenvolvimento neurológico (45%) além de menor crescimento com baixo peso nos primeiros 2 anos.
Em resumo boa qualidade de vida é o objetivo. O sucesso em casos difíceis é otimizado em centros terciários, cujo encaminhamento é de responsabilidade dos ginecologistas, neonatologistas e cirurgiões pediatras.
ABSTRACT
Obrigada, boa noite !
Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto
Consultem também! Aqui e Agora!
:: Hérnia diafragmática congênita, ainda um desafio (hipertensão
pulmonar) (Encontro em Fortaleza, 26/3/2015)
Autor(es): Paulo R. Margotto
-Qual seria a idade gestacional mais ideal para o nascimento destes RN?(consultem o estudo de Bargy et al sobre crewcimento pulmonar na HDC)
-Como se propõe o atual manejo da hipertensão pulmonar grave na HDC (o calcanhar de Achilles) À LUZ DA ECOCADIOGRAFIA FUNCIONAL? Dobutamina/noradrenalina/sildenafil/milrinona
A Terapia Intraparto Ex-Útero (EXIT: ex utero intrapartum therapy) é uma técnica de nascimento permitindo o estabelecimento o funcionamento das vias aéreas altas, enquanto o feto permanece na circulação útero placentária. Diferente de uma cesariana, o tempo entre o anestésico e o clampeamento do cordão é propositalmente prolongado para permitir procedimentos adicionais necessários para estabelecer vias aéreas seguras. O procedimento objetiva preservar o fluxo de sangue para o útero por um período de tempo prolongado, de modo que um procedimento cirúrgico pode ser seguramente realizado sobre o feto. Isto é conseguido através do relaxamento do útero e a manutenção do volume do útero. Altas concentrações de anestésicos inalatórios em conjunto com tocolíticos adicionais são utilizadas para proporcionar o relaxamento uterino. A fim de manter o volume uterino, apenas a cabeça e parte superior do tronco são retiradas para o abdome materno (veja figura 1). O líquido amniótico perdido é substituído com uma amnioinfusão aquecida contínua de solução fisiológica de manter o volume do útero e prevenir separação placentária.
Terapia ex-útero intraparto Moldenhauer JS. Realizado por Paulo R. Margotto
PORTANTO.....O nascimento por via EXIT deve ser considerado
quando diagnóstico pré-natal aumenta a preocupação com o comprometimento das vias aéreas ou instabilidade cardiorrespiratória neonatal. Orquestração cuidadosa dos cuidados materna e fetal através de uma equipe multidisciplinar experiente permite um tempo adequado no bypass placentário para otimizar o resultado para ambos. Assim, o procedimento EXIT muda uma situação potencialmente catastrófica para uma controlada, com abordagem cirúrgica de salva-vida, para o nascimento e transição neonatal