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Anais da Semana de Pedagogia da UEM ISSN Online: 2316-9435 XXII Semana de Pedagogia X Encontro de Pesquisa em Educação 05 a 08 de Julho de 2016 Universidade Estadual de Maringá, 05 a 08 de julho de 2016. RELATO DAS AÇÕES REALIZADAS NA DISCIPLINA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ROCHA, Carla Parise [email protected] SOUZA, Andressa Mariano de [email protected] MORAES, Silvia Pereira Gonzaga de [email protected] Universidade Estadual de Maringá Formação de Professores e Intervenção Pedagógica INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo apresentar as vivências realizadas nas disciplinas de Formação e Ação Docente e de Estágio Supervisionado dos Anos Inicias do Ensino Fundamental. Esse relato representa a sistematização dos estudos e as ações teórico-práticas desenvolvidas no Estágio, a qual nos possibilitou ampliar os conhecimentos sobre a prática pedagógica. Os conteúdos que foram trabalhados no decorrer das disciplinas são de suma importância para formação acadêmica dos futuros pedagogos, porque proporcionam a articulação entre a prática e a teoria, ou seja, na formação podemos compreender as teorias que fundamentam a nossas ações no estágio e na prática no desenvolvimento do estágio aprendemos sobre o cotidiano da instituição de ensino, podendo assim, aprofundar o que foi trabalhado em sala de aula na universidade. O presente trabalho está organizado em três tópicos, que buscam relatar as ações realizadas no decorrer das duas disciplinas, mencionadas anteriormente. O primeiro, busca apresentar os estudos realizados, os referenciais teóricos que sustentam as ações práticas. No segundo tópico trataremos da experiência de estágio nos anos iniciais do Ensino Fundamental, destacando as etapas principais: observação participativa, elaboração do planejamento e a intervenção pedagógica. Para finalizar, trazemos as considerações finais em que abordaremos as questões essenciais sobre os trabalhos desenvolvidos e ressaltaremos as contribuições dos componentes curriculares Formação e Ação Docente e Estágio Supervisionado Curricular para o processo formativo.

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Anais da

Semana de Pedagogia da UEM ISSN Online: 2316-9435

XXII Semana de Pedagogia

X Encontro de Pesquisa em Educação

05 a 08 de Julho de 2016

Universidade Estadual de Maringá, 05 a 08 de julho de 2016.

RELATO DAS AÇÕES REALIZADAS NA DISCIPLINA DE ESTÁGIO

SUPERVISIONADO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

ROCHA, Carla Parise

[email protected]

SOUZA, Andressa Mariano de

[email protected]

MORAES, Silvia Pereira Gonzaga de

[email protected]

Universidade Estadual de Maringá

Formação de Professores e Intervenção Pedagógica

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo apresentar as vivências realizadas nas disciplinas de

Formação e Ação Docente e de Estágio Supervisionado dos Anos Inicias do Ensino

Fundamental. Esse relato representa a sistematização dos estudos e as ações teórico-práticas

desenvolvidas no Estágio, a qual nos possibilitou ampliar os conhecimentos sobre a prática

pedagógica.

Os conteúdos que foram trabalhados no decorrer das disciplinas são de suma

importância para formação acadêmica dos futuros pedagogos, porque proporcionam a

articulação entre a prática e a teoria, ou seja, na formação podemos compreender as teorias

que fundamentam a nossas ações no estágio e na prática – no desenvolvimento do estágio –

aprendemos sobre o cotidiano da instituição de ensino, podendo assim, aprofundar o que foi

trabalhado em sala de aula na universidade.

O presente trabalho está organizado em três tópicos, que buscam relatar as ações

realizadas no decorrer das duas disciplinas, mencionadas anteriormente. O primeiro, busca

apresentar os estudos realizados, os referenciais teóricos que sustentam as ações práticas. No

segundo tópico trataremos da experiência de estágio nos anos iniciais do Ensino Fundamental,

destacando as etapas principais: observação participativa, elaboração do planejamento e a

intervenção pedagógica. Para finalizar, trazemos as considerações finais em que abordaremos

as questões essenciais sobre os trabalhos desenvolvidos e ressaltaremos as contribuições dos

componentes curriculares Formação e Ação Docente e Estágio Supervisionado Curricular

para o processo formativo.

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TRABALHOS DESENVOLVIDOS NA DISCIPLINA FORMAÇÃO E AÇÃO

DOCENTE E O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NAS ANOS INICIAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Durante o ano de 2015 as disciplinas de Formação e Ação Docente e a de Estágio

Supervisionado nas Anos Iniciais do Ensino Fundamental, foram ministradas de forma

articulada, pois uma necessita da outra, assim para se ter a prática é preciso da teoria, e vice-

versa. Estudamos alguns textos nesse primeiro semestre como o de Sforni (2010), a autora

relata que a escola tem a função de formar o aluno para a cidadania, e para isso é necessário

incluir no processo de ensino e aprendizagem dos educandos valores e normas, para prepará-

lo para uma suposta realidade histórico-social.

Um outro texto abordado, foi do autor Dermeval Saviani (1984) “Sobre a natureza e

especificidade da educação”. Apresenta um papel muito importante da escola, como o de

consistir na socialização do saber sistematizado, ou seja, a instituição de ensino deve mediar o

conhecimento sistematizado e elaborado, e não só um conhecimento espontâneo do senso

comum para o aluno. O professor deve considerar o conhecimento prévio de seus alunos, para

que assim possa mediar o saber sistematizado. Assim formará no educando um cidadão crítico

e ativo na sociedade.

Com os estudos do primeiro semestre, compreendemos sobre o conceito de escola,

educação e de ensino e aprendizagem dos educandos. Essa prática foi muito importante para

nós, porque esses textos demostraram, como é realidade do ambiente escolar, fazendo com

que os acadêmicos se preparam para atuar em uma sala de aula.

O segundo semestre estudamos outros autores na disciplina Formação e Ação

Docente, e guias como o Teórico e o alfabetizador que nos auxiliaram na nossa prática do

estágio. Entendemos como prática de ensino, a ação das escolas de ensinar aos educandos os

conhecimentos, e quem será o mediador disso é o professor. Com base no texto de Moraes

(2008) explica que o professor é como um organizador da atividade de ensino.

A atividade de ensino consiste no núcleo do trabalho do professor,

tendo em vista que os conceitos científicos não são apropriados

diretamente pelos alunos, necessitando da mediação do professor.

Neste sentido, a organização do ensino, por meio das atividades de

ensino, consiste na maneira pela qual o professor organiza sua

intervenção junto ao aluno. A atividade de aprendizagem constitui-se

na atividade principal do aluno em idade escolar. Para entender o

professor como organizador da atividade de ensino, é importante ter

claro que as atividades de ensino e de aprendizagem são articuladas

entre si; cabe ao professor organizar o ensino na forma de atividades,

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que serão desencadeadoras de atividades de aprendizagem para o

aluno[...] (MORAES, 2008, p. 3).

Podemos observar que o professor tem um papel importante no ensino e aprendizagem

da criança, visto que ele levará as atividades que serão ensinadas de acordo com sua

organização e de seu aluno, essas atividades devem ser articuladas, ou seja, uma necessita da

outra para ser elaborada.

Diante dos estudos realizados na disciplina de Formação e Ação Docente, podemos

conhecer o aluno do qual teríamos contato saber, qual o período que ele está vivendo e sua

atividade dominante. Como diz Leontiev (1978) a respeito do desenvolvimento do psiquismo

humano, o que o determina é a vida da criança. Dessa forma cabe a nós professores

proporcionarmos um conhecimento que seja sistematizado e bem elaborado, para que assim

possamos desenvolver no aluno seu processo de ensino e aprendizagem.

O que determina diretamente o desenvolvimento do psiquismo da criança é a

sua própria vida, o desenvolvimento dos processos reais desta vida, por

outras palavras, o desenvolvimento desta atividade, tanto exterior como

interior. E o desenvolvimento desta atividade depende por sua vez das

condições em que ela vive (LEONTIEV, 1978, p.310).

No texto de Leontiev (1978) foi importante para compreender quem é o estudante do

Ensino Fundamental, qual é sua atividade dominante. O referido autor apresenta que existem

três atividades dominantes no curso do desenvolvimento humano são eles: o jogo, estudo e

trabalho. O jogo ocorre na idade pré-escolar da criança, sua atividade dominante é o jogo, ou

seja, jogar com a imaginação com o lúdico. O estudo ocorre na idade escolar da criança, e por

fim o trabalho que ocorre na sua adolescência e a dominação é o trabalho e o estudo.

Segundo Leontiev (1978), o que determina o desenvolvimento de uma criança é a sua

própria vida, o que acontece nos processos reais, se dá pelo meio interior e exterior. Partindo

desses pressupostos o desenvolvimento que a criança tem é a partir das condições de vida

dela.

[...] O mesmo é dizer, no estudo do desenvolvimento do psiquismo da

criança devemos partir da análise do desenvolvimento de sua

atividade tal como ela se organiza nas condições concretas da sua

vida. Só uma démarche1 permite determinar a parte das condições de

vida exteriores da criança e das disposições que ela possui. Partindo

da análise do conteúdo da atividade que se desenvolve na própria

criança, só está démarche permite compreender o papel primordial da

1 De acordo com o dicionário Michaelis online, démarche tem o significado de: modo de andar, atitude,

comportamento. Tentativas de se obter alguma coisa, diligência, procedimento.

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educação que age justamente sobre a atividade da criança, sobre suas

relações com a realidade e determina o seu psiquismo, a sua

consciência (LEONTIEV, 1978, p. 310).

O meio em que a criança vive, influência muito seu desenvolvimento, seja no

ambiente escolar, com a mediação do professor no processo de ensino e aprendizagem, ou em

suas casas, eles estarão desenvolvendo o seu psiquismo, a sua consciência.

De acordo com Leontiev (1978), a criança passa por estágios no seu desenvolvimento

psíquico, que se caracteriza com as relações que a criança tem com a sua realidade, elas são

dominantes em uma etapa e determinadas por uma atividade dominante.

Nesta atividade, existe a passagem de um estágio para outro, essa relação domina a

criança com seu espaço na realidade. São três características que determina a atividade

dominante na criança.

Primeiro: a criança tem como atividade dominante para seu desenvolvimento o jogo,

que aparece na idade pré-escolar, para a criança o jogo será como uma atividade lúdica, que

usa a imaginação, ela começa o seu processo de ensino e aprendizagem jogando.

Segundo: a criança está em transição da idade pré-escolar para a idade escolar, ou seja,

ela ainda não tem o pensamento que a sua atividade dominante mudou, e passou do jogo para

uma outra atividade, o estudo.

Terceiro: A criança está entrando no período da adolescência, determina que esse

estágio sua atividade dominante será o estudo e trabalho produtivo, está ligada a sua vida

social que são acessíveis para elas.

Observamos que a criança passa pelo seu processo de desenvolvimento psíquico por

três fazes de atividades, e isso é imprescindível para elas. E para lidar com os alunos dentro da

sala de aula, o professor tem que saber desse desenvolvimento, e ter o conhecimento para

organizar as atividades de acordo com cada característica citada acima, assim sempre

mantendo a articulação entre elas.

DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO:

O Estágio Supervisionado dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental foi realizado em

uma escola estadual do município de Maringá. Iniciamos o estágio realizando uma entrevista

com a pedagoga responsável pela escola, que nos informou que a instituição foi fundada em

1974 e é composta pelo diretor, equipe pedagógica, secretaria, professores e demais

funcionários, todos dispostos para oferecer uma educação de qualidade para seus alunos. O

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colégio atende turmas dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Ensino Fundamental e

Ensino Médio, entre outros projetos relacionados a educação.

O estágio que realizamos nessa instituição de ensino, foi dividido em quatro etapas

sendo elas: observação participativa; elaboração do planejamento e intervenção e reflexão

sobre a experiência de estágio. Realizamos essas ações na turma do 3° ano B do Ensino

Fundamental.

A seguir apresentaremos os quatro itens, em quatro subitens, ressaltando a importância

de cada ato e como se desenvolveu ao longo desses processos.

A OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA

A observação participativa ocorreu em três segundas-feiras, com o objetivo de

conhecermos a turma e a prática pedagógica da professora da sala na qual iriamos atuar. Neste

dia os alunos tinham aula de Geografia, Português ou Matemática, com duas professoras

diferentes uma específica para a disciplina de geografia e a professora regente da turma.

Para realizarmos a observação participativa deveríamos analisar alguns itens sobre o

comportamento da turma e a prática pedagógica da professora regente como, por exemplo:

como a professora articula os conceitos espontâneos dos estudantes com os conceitos

científicos; quais atividades mais comuns; como trabalha com os erros dos estudantes; quais

relações são estabelecidas entre as diferentes áreas do saber; os escolares participam da aula e

como o professor trabalha com os estudantes com os diferentes níveis de aprendizagem.

Podemos relatar com base nas nossas observações que os alunos são muito

participativos, perguntando, relatando fatos relacionados ao conteúdo estudado e a professora

conseguia relacionar esses comentários com os conceitos que estavam estudando, desta forma

o docente incentiva a participação e o interesse dos alunos na sua aula. As atividades mais

comuns que as professoras realizavam eram questionários relacionados ao conteúdo,

problemas de matemática e interpretação de texto. Quando os alunos erravam alguma

atividade ou conceito os docentes corrigiam indicando a resposta certa ou a maneira correta

de escrever ou de realizar determinada atividade. Um exemplo de atividade que podemos

expor é da disciplina de Geografia, quando os alunos estavam aprendendo serviços públicos e

outra da disciplina de matemática do qual os alunos preenchem uma tabela realizando a

operação de adição.

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Foto 1: atividades proposta aos alunos pela professora da sala.

As professoras sempre orientavam os alunos que encontravam maior dificuldade em

realizar determinas atividades, alguns trabalhos que ela planeja para a turma eram feitos em

dupla para que assim os alunos possam ajudar um ao outro. Observamos que poucos alunos

encontravam dificuldades na leitura, na escrita e em resolver situações problemas,

acreditamos que isso ocorre porque todos os discentes são participativos e realizam as

atividades com o auxílio da professora.

Nossa participação na observação foi em alguns momentos orientar e auxiliar os

alunos quando surgiam dúvidas ao realizar os exercícios propostos pela professora, como

também observar o trabalho pedagógico da professora. Analisamos que as professoras

planejavam a sua prática pedagógica, traziam para seus alunos conteúdos sistematizados e

coerentes.

ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO

Após o período de observação tivemos um tempo para realizarmos a elaboração do

nosso planejamento. Deveríamos planejar quatro dias de intervenção para trabalhar com as

disciplinas de Matemática, Língua Portuguesa, Geografia, Ciências e História. Os conteúdos

escolhidos para planejarmos foi divisão, o gênero autobiografia, movimentos sociais,

empobrecimento do solo e poluição do solo e homem e o trabalho.

A estrutura do planejamento continha conteúdos que iríamos trabalhar com os alunos,

objetivos gerais e específicos de cada conteúdo e encaminhamento metodológico do qual

deveríamos descrever com detalhes todas as ações que iriamos realizar os discentes como:

textos que iriamos passar, atividades, atividades práticas entre outros. Destacamos que não

encontramos dificuldades na elaboração do planejamento.

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O ato de planejamento, consideramos em alguns aspectos difíceis porque alguns

conteúdos, como o dos movimentos sociais, encontramos dificuldades em selecionar materiais

adequados para explicar essa temática às crianças, planejar atividades diferentes do que eles

faziam diariamente, como fazer com que a criança construa um posicionamento sobre esse

conteúdo. De início tínhamos planejados textos que explicassem esse conteúdo e depois

atividades de interpretação desses textos, dessa forma o aluno iria fazer um processo

mecânico de ler e responder questões, e isto seria maçante para os mesmos.

Acreditamos que esse conteúdo é muito complexo para trabalhar com os alunos dessa

série, ficamos preocupadas em saber se os alunos iriam entender o conteúdo da forma que

estávamos planejando e se iriamos conseguir explicar de maneira coerente e fácil para o

entendimento dos estudantes Os encontros de orientações que aconteciam com a nossa

professora de estágio, foram fundamentais porque entendemos a importância de iniciar o

conteúdo com uma situação desencadeadora de aprendizagem, porque assim iriamos

questionar os alunos, trazer exemplos que fazem parte do seu meio social, para que assim ele

se interesse pelo assunto e fique mais claro de entender o conteúdo.

É importante destacar que a atividade dominante das crianças que iriamos lecionar era

a atividade estudo. Segundo Moraes (2008) o professor deve criar a necessidade no aluno de

se apropriar dos conhecimentos teóricos. Dessa forma a autora destaca a importância da

situação desencadeadora de aprendizagem “A situação desencadeadora de aprendizagem deve

contemplar a gênese do conceito, ou seja, a sua essência. Desta forma, ela deve ser composta

por um problema de aprendizagem, e não um problema prático.

Na disciplina de Ciências também encontramos dificuldades no aspecto de relacionar

com a disciplina de história, porque não compreendemos como poderíamos relacionar os dois

conteúdos com alguma situação do cotidiano dos alunos. Porém após orientações da

professora, para relacionarmos e citarmos o acontecido na cidade de Mariana2, ficou mais

claro de compreender como iriamos trabalhar com esses conceitos com as crianças.

Na disciplina de Língua Portuguesa trabalhamos autobiografia relacionado ao

conteúdo de geografia, desta forma a professora nos orientou a levarmos uma autobiografia de

um dos ativistas sociais do Movimento Social dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). O

mesmo texto já tinha sido trabalhado na aula anterior para introduzir o conteúdo da disciplina

de geografia.

2 O fato que aconteceu foi o rompimento da barragem que comportava os rejeitos da mineração realizada nessa

região.

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Assim planejamos cada aula escolhendo atividades e conceitos que fazem parte do

meio social do qual a criança está inserida, para que assim possa ficar mais claro para ela os

novos conteúdos como também que ela possa participar com seus comentários e relatos sobre

os assuntos que iriamos trabalhar com elas.

INTERVENÇÃO: O PLANEJAMENTO EM AÇÃO

No término da elaboração do planejamento realizamos nossa intervenção que teve

duração de quatro dias. Organizamos da seguinte forma: dois dias dedicamos para a disciplina

de Geografia e Língua Portuguesa, um dia para Matemática e Ciências e um dia para História

e Ciências. Procuramos trabalhar no mesmo dia as disciplinas estavam relacionas entre si.

A nossa maior preocupação era o conteúdo dos movimentos sociais, iniciamos com

ele. Observamos que conforme iriamos explicando o conteúdo aos alunos eles compreendiam

e davam retorno para nós, sempre questionando, querendo saber mais sobre o assunto.

Iniciamos o conteúdo lendo para eles uma autobiografia de um dos participantes do

movimento do MST, do qual trabalhamos também na disciplina de Língua Portuguesa.

Foto 2: Aula de geografia abordando o tema movimentos sociais.

Um fato que nos marcou acredito que seja quando começamos a explicar o que seria

uma autobiografia, uma aluna interrompeu e disse “professora o texto que trabalhamos na

aula anterior é uma autobiografia”, ficamos impressionadas com a atitude da aluna de ter feito

a relação dos conteúdos de imediato. Após solicitamos que os alunos construíssem sua própria

autobiografia o que eles gostaram muito de fazer. Posteriormente os alunos confeccionaram

uma moldura para colar seu texto.

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Foto 3: Elaboração da moldura para o texto da autobiografia.

Durante nossa intervenção na aula de Geografia observamos que os alunos estavam

compreendendo o assunto movimentos sociais, e quando retomamos o conteúdo no outro dia

para eles sabiam nós dizer todos os conceitos trabalhados na aula anterior. Acreditamos que

foi um momento gratificante de dever cumprido.

Para trabalhar o conteúdo tipos de solo e poluição do solo, trabalhamos um texto que

explicasse cada tipo, como também levamos os tipos de solo e os alunos preencheram uma

tabela do qual teriam que colar o solo no lugar correspondente. Os alunos gostaram muito

dessa atividade porque além de trabalharem a teoria eles puderam conhecer os solos e

manipulá-los.

Foto 4: Atividade de identificar os tipos de solos.

Na disciplina de matemática trabalhamos divisão com os alunos, preparamos materiais

concretos para que eles pudessem realizar algumas situações problemas. Durante nossa

observação não presenciamos uma aula do qual a professora trabalhasse a divisão, assim

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cometemos um equívoco de trabalhar a divisão com dois números na chave, porém as

crianças não sabiam resolver as operações. Observamos que alguns alunos se destacavam e

conseguiam realizar as contas com facilidade. Intervimos e resolvemos os exercícios com os

alunos.

Foto 5: Aula de matemática trabalhando o conteúdo divisão.

Acreditamos que diante das dificuldades conseguimos explorar e transmitir todos os

conteúdos que nos foram solicitados, assim cumprimos todas as ações do planejamento. Em

relação aos alunos, eles participaram e evidenciaram o processo de apropriação conceitual,

visto que tivemos retorno favorável, na forma de participação dos alunos no desenvolvimento

das tarefas. Destacamos o que nos possa ter atrapalhado, seja a nossa falta de prática de

controlar os alunos em momento de dispersão nas atividades, mas com essa vivência já

podemos ter como experiência o que se passa no cotidiano dos alunos na sala de aula.

Após o período de intervenção nos encontramos com a nossa professora e relatamos os

fatos mais pertinentes sobre o nosso ato de planejar e a intervenção, como também saber o

que a professora tinha pontuado sobre o nosso desempenho nessas duas funções.

Relatamos o fato que ocorreu na disciplina de matemática, do qual a professora propôs

que elaborássemos junto com ela uma intervenção para trabalharmos a turma, para que assim

possamos trabalhar corretamente com eles a divisão com dois números na chave.

Acreditamos que esse momento é essencial esse momento pós intervenção, para

podermos relatar o que aconteceu e ouvir da professora um retorno da nossa ação, como

também discutir pontos que devem ser modificados na nossa prática pedagógica.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental é muito

importante para nossa formação, porque nos proporcionam executar as teorias que

aprendemos em sala e colocar em prática nas intervenções realizadas no âmbito escolar que

foram os estágios.

Os textos estudados em sala serviram como base para elaboração do nosso

planejamento e deste relatório, por serem autores do campo da educação, ficou mais fácil à

compreensão de como é a realidade dentro do ambiente escolar, dando auxílio nas escolhas

das atividades e também nos ajudou na organização da sala de aula.

Nesse sentido nossa ação como estagiarias nos permite perceber o quão importante é a

prática dos estágios, pois nos possibilita as vivências e experiências dentro do espaço do

Ensino Fundamental. Para que o estágio ocorra de forma organizada e coerente é preciso unir

a teoria com a prática, porque sem a fundamentação teórica, o profissional não tem o

conhecimento que fundamenta o seu planejamento, à elaboração das suas atividades,

dificultando assim o seu trabalho.

Em nossos estágios no ensino fundamental observamos que para que tenham o

desenvolvimento da criança é preciso da intervenção do professor, por que ele transmitirá o

conhecimento para a criança por meio das atividades que sejam criativas, que chamem a

atenção dos alunos, fugindo do cotidiano. Assim isso ocorre pela mediação do educador para

que os alunos desenvolvam a sua parte psíquica, ou seja, os educandos não adquirem esse

conhecimento por meio de experiências espontâneas, e sim por conhecimento sistematizado.

É importante ressaltar que nessa intervenção trabalhamos com a situação

desencadeadora de aprendizagem do qual não sabíamos como colocá-la em prática e qual a

sua importância na vida escolar dos nossos alunos. Cabe destacar também a importância do

professor conhecer qual atividade de estudo seu aluno está passando, para que assim ele possa

organizar sua pratica proporcionando um ensino de qualidade ao mesmo, como também

ajudar o seu aluno a se desenvolver na atividade dominante que é o estudo.

Com o estágio e a intervenção observamos diversos professores que proporcionam a

nós uma reflexão e decidir qual profissional desejamos ser após a graduação, um professor

que contribui para o processo de ensino e aprendizagem do aluno, auxiliando em suas

dificuldades e necessidades, que entenda os períodos dos quais seus alunos estejam passando

e possa ajuda-los a se desenvolver.

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Concluímos que para proporcionar uma educação adequada aos alunos dos Anos

Iniciais do Ensino Fundamental é preciso que o acadêmico se empenhe na graduação, porque

ao se formar e atuar como profissional nesta área, o mesmo adquiriu todos os conhecimentos

necessários e realizou algumas práticas para orientar o seu trabalho. As vivências que tivemos

do cotidiano do ambiente escolar e de suma importância, porque quando iremos atuar já

sabemos como são os encaminhamentos dessa área e quais as dificuldades os professores

encontram.

REFERÊNCIAS

SFORNI, M. S. de F. Perspectivas de formação, definição de objetivos, conteúdos e

metodologia de ensino: aportes da abordagem histórico-cultural. In: PARANÁ, Secretaria de

Estado da Educação. Organização do trabalho pedagógico. Caderno Temático.

Curitiba: 2010. p. 97 – 111.Disponível em:

http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/caderno_tematico_otp.pdf

SAVIANI, D. Sobre a Natureza e Especificidade da Educação: Natureza e Especificidade

da Educação. Brasília: Inep, 1984. 6 p.

LEONTIEV, A. Desenvolvimento do psiquismo. Lisboa, Livros Horizonte, 1978. p. 303-333.

MORAES, Silvia Pereira Gonzaga de. A RELAÇÃO ENTRE ATIVIDADE DE ENSINO,

ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO. São Paulo: 2008. Reescrito por

Paula Tamires Moya em 2013.

MICHAELIS. Dicionário online. Disponível em:

http://michaelis.uol.com.br/escolar/frances/definicao/frances-portugues/demarche_16305.html