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  • Anais do III FAVE Frum Acadmico da Faculdade Vrtice Matip MG 19 a 22 de outubro de 2010

    ISSN 2178-7301

    SUMRIO

    APRESENTAO ................................................................................................................................06

    A PALAVRA DO DIRETOR...................................................................................................................07

    CORPO DOCENTE...............................................................................................................................09

    COMIT ORGANIZADOR.....................................................................................................................10

    COMIT CIENTFICO...........................................................................................................................11

    1 - GT 1 CINCIAS EXATAS E DA TERRA......................................................................................12

    1.1 ARTIGO..........................................................................................................................................14

    1.1.1 Panorama do custo de produo da cafeicultura de montanha na Zona da Mata Mineira, Minas

    Gerais BRASIL ..................................................................................................................................15

    1.1.2 Sustentabilidade dos Sistemas Agroflorestais na Agricultura Familiar no crrego dos Eliotas

    Simonsia - MG.....................................................................................................................................22

    2- GT 2 - CINCIAS BIOLGICAS.......................................................................................................31

    2.1 ARTIGOS........................................................................................................................................33

    2.1.1- Conforto trmico e ambientao relacionada arborizao no bairro Boa Vista, em Matip: um

    estudo desenvolvido pelo Programa Social...........................................................................................34

    2.2- RESUMOS.....................................................................................................................................43

    2.2.2- Anastomoses Interarteriais Coronarianas em Queixadas (Tayassu pecari Link,

    1795)......................................................................................................................................................44

    2.2.3 - Aspectos anatmicos da traqueia e brnquios principais no lobo marinho (Arctocephalus

    australis Zimmermann, 1783) ...............................................................................................................46

    2.2.4 - Caracterizao anatmica das vias biliares do queixada (Tayassu pecari Link,

    1795)......................................................................................................................................................49

    2.2.5 - Influncia do acetato de medroxiprogesterona sobre o ciclo estral e a histomorfometria uterina

    de camundongas...................................................................................................................................52

    2.2.6 - Padro anatmico das artrias coronrias do queixada (tayassu pecari link,

    1795)......................................................................................................................................................55

    2.2.7 - Distribuio intraparenquimal dos ramos da veia porta heptica no queixada (tayassu pecari

    link, 1795) .............................................................................................................................................58

    3 - GT 4- CINCIAS DA SADE...........................................................................................................61

    3.1 ARTIGOS.........................................................................................................................................63

    3.1.1- Educao Continuada em Humanizao: diminuindo as barreiras entre profissional e profissionais, cliente e profissionais nas clnicas mdica, cirrgica e peditrica...............................................................................................................................................64

    3.1.2- Prevalncia de sobrepeso e obesidade em crianas de uma escola da rede pblica do

    municpio de Matip-MG.......................................................................................................................74

    3.1.3 - Complicaes frequentes ps-tratamento cirrgico do cncer da mama em mulheres do

    municpio de Caratinga-MG ..................................................................................................................82

    3.1.4 - Incidncia de diabetes e hipertenso entre as mulheres matipoenses e a influencia da bebida e

    do cigarro na manifestao dessas doenas........................................................................................92

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    3.1.5 - Multidisciplinar na utilizao da nutrio parenteral em hospitais da regio leste de Minas

    Gerais..................................................................................................................................................101

    3.1.6 - Projeto piloto - Anlise do conhecimento sobre mtodos contraceptivos de graduandos de

    Matip-MG...........................................................................................................................................110

    3.1.7 - Automedicao referida por professores e acadmicos da rea de sade da Faculdade Vrtice

    Matip MG.......................................................................................................................................119

    3.1.8 - Obesidade em idade escolar: um estudo de caso do Programa Social...................................132

    3.2 - RESUMOS..................................................................................................................................144

    3.2.1 - Abortamento: uma anlise da repercusso na vida e na sade da mulher.............................145

    3.2.2 - Sndrome de Rett: um caso atpico diagnosticado em mulher de 62 anos..............................148

    3.2.3 - Estudo descritivo do consumo referido de psicofrmacos em Ouro Preto-Minas Gerais

    (2006)..................................................................................................................................................151

    3.2.4 - Aspectos da utilizao de plantas medicinais pela populao da regio central do municpio de

    Matip, MG..........................................................................................................................................154

    3.2.5 - Distribuio dos portadores de diabetes mellitus no centro urbano de Matip MG..............157

    3.2.6 - Diabetes mellitus tipo 2 em idosos: o papel da educao nutricional no controle

    glicmico..............................................................................................................................................160

    3.2.7 - Hipertenso arterial: uma breve anlise no municpio de Matip-MG......................................165

    4 - GT 5 - CINCIAS AGRRIAS........................................................................................................168

    4.1 - ARTIGOS....................................................................................................................................170

    4.1.1 - Realidade da pecuria leiteira no municpio de Matip............................................................171

    4.1.2 - Efeito de arranjos plantio na produtividade do milho consorciado com Brachiaria

    Brizantha..............................................................................................................................................179

    4.1.3 - Efeito do parcelamento e modo de distribuio do adubo nitrogenado na produtividade do

    milho consorciado com Brachiaria Brizantha em diferentes arranjos de

    plantio..................................................................................................................................................187

    4.2 RESUMOS.................................................................................................................................194

    4.2.1 - Anlise de solo e impacto de sua utilizao no custo de adubao de lavouras cafeeiras da

    Zona da Mata mineira..........................................................................................................................195

    4.2.2 - Ocorrncia de artrpodos em cultivo de caf no municpio de Matip, Minas Gerais

    Brasil....................................................................................................................................................199

    4.2.3 - Artropofauna do fragmento de mata com serrapilheira no municpio de Matip, Minas Gerais

    Brasil....................................................................................................................................................202

    5 - GT 6 - CINCIAS SOCIAIS E APLICADAS...................................................................................205

    5.1 - ARTIGOS....................................................................................................................................207

    5.1.1 - A importncia de desenvolver habilidades de letramento digital nas matrizes

    educacionais........................................................................................................................................208

    5.1.2 - Letramento digital: conceitos, necessidade e cidadania..........................................................218

    5.1.3 - O papel dos estudos de impacto de vizinhana na construo da funo social da

    cidade..................................................................................................................................................224

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    5.1.4 - A responsabilidade dos fornecedores de produtos e servios pelos riscos do desenvolvimento

    no direito brasileiro do consumidor: uma perspectiva tutelar constitucional........................................236

    6 - GT 17 - CINCIAS HUMANAS......................................................................................................248

    6.1 - ARTIGOS....................................................................................................................................251

    6.1.1 - As descobertas das diferenas................................................................................................252

    6.1.2 - O lugar da relao escola-famlia na educao de alunos de uma escola estadual da cidade de

    Manhuau - MG: a percepo de gestores, pais, professores e pedagogos......................................263

    6.1.3 - Competio ou Cooperao? a prtica esportiva do tnis e do frescobol...............................274

    6.1.4 - Um dilogo preliminar entre a Educao Fsica que temos e a Educao Fsica que queremos:

    um estudo no municpio de Muria......................................................................................................280

    6.1.5 - A relao entre Pedagogia das competncias e Educao Fsica numa viso crtica............288

    6.1.6 - Educao: nosso maior enigma...............................................................................................296

    6.1.7 - Filosofia da educao: uma perspectiva de um dilogo apenas interdisciplinar?....................303

    6.1.8 - Incluso digital do professor: falamos do que?........................................................................314

    6.1.9 - Polticas pblicas para o desenvolvimento do esporte: um estudo comparativo entre Brasil e

    Cuba....................................................................................................................................................321

    6.1.10 - O ensino da Matemtica para alunos com necessidades educativas especiais de uma escola

    pblica estadual de ensino especial de uma cidade do leste de Minas Gerais..................................328

    6.1.11 - Efetividade do ensino da Matemtica atravs de estratgias ldicas...................................337

    6.1.12 - O jogo como instrumento indispensvel ao processo de ensino e aprendizagem da

    Matemtica: alguns apontamentos......................................................................................................346

    6.1.13 - O ensino da Geometria e a teoria Van Hiele: algumas consideraes..................................355

    6.1.14 - O ensino da Matemtica: os desafios da aprendizagem dessa disciplina para alunos e

    professores..........................................................................................................................................364

    6.1.15 - Coerncia do processo de avaliao de aprendizagem adotado por professor do 5o ano do

    ensino fundamental de uma escola pblica estadual do municpio de Manhuau MG....................373

    6.1.16 - O lugar do professor no processo de ensino aprendizagem: apontando alguns fatores.......383

    6.1.17 - Experincia de afetividade numa turma de educao infantil de uma escola pblica municipal

    da cidade de Manhuau MG.............................................................................................................392

    6.1.18 - Necessidade da educao ambiental com tribos indgenas que passam pelo processo de

    incorporao de elementos culturais dos no ndios...........................................................................403

    6.1.19 - A percepo das "pessoas comuns" sobre o governo Collor - 1989 a 1992.........................411

    6.1.20 - Como os alunos so tratados pelos profissionais da escola? Um estudo realizado em escolas

    de um municpio do leste de Minas Gerais.........................................................................................420

    6.1.21 - A efetividade do PROERD na resistncia s drogas e violncia para alunos nas escolas da

    cidade de Tarumirim MG..................................................................................................................430

    6.1.22 - Os fatores que interferem no processo de ensino aprendizagem: um estudo em escola

    pblica da cidade de Tarumirim MG.................................................................................................439

    6.1.23 - Os desafios e as perspectivas dos alunos que saem da zona rural para estudar na

    cidade.................................................................................................................................................447

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    6.1.24 - Os desafios do processo de incluso em uma escola pblica estadual da cidade de

    Manhuau: um estudo de caso de um adolescente que apresenta Sndrome de Down....................458

    6.1.25 - O judeu voador: as razes histricas do superman - de 1932 a 1940....................................469

    6.1.26 - Relao entre posse de bola e vitrias no Futsal de Alto nvel: um estudo de caso da Copa do

    Mundo de Futsal de 2008....................................................................................................................479

    6.1.27 - O perfil dos trabalhadores do caf na cidade de Matip-MG: um estudo desenvolvido pelo

    Programa Social..................................................................................................................................488

    6.2 - RESUMOS..................................................................................................................................500

    6.2.1- O futebol como contedo hegemnico nas aulas de Educao Fsica Escolar........................501

    6.2.2 - A percepo dos moradores de Santo Antnio do Manhuau acerca dos impactos causados

    pela implantao da PCH areia branca: diferentes contextos socioeconmicos................................504

    7 - GT 8 LINGUISTICA, LETRAS E ARTES.....................................................................................508

    7.1 - ARTIGOS....................................................................................................................................510

    7.1.1 - Topnimos comerciais: uma anlise da nomenclatura comercial de Matip...........................511

    7.1.2 - Qual a pior tortura? uma anlise da obra o queijo e os vermes, de Carlo Ginsburg..........520

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    APRESENTAO

    com grande satisfao que, entre os dias 19 e 22 de outubro de 2010, a Faculdade Vrtice, atravs da comisso organizadora do III FAVE (Frum Acadmico) realiza um evento que ir associar cincia, cultura, negcios e integrao social.

    O III FAVE: cincia, cultura, negcios e integrao social tem como objetivos: (1) promover intercmbio entre acadmicos e professores da Faculdade Vrtice e de outras Instituies; (2) divulgar as produes cientficas dos diversos cursos de graduao da Faculdade Vrtice; (3) integrar-se sociedade, valorizando o comrcio, a cultura e as demais manifestaes artsticas e culturais do municpio e regio.

    E no por acaso que o III FAVE trs, esse ano, a temtica em questo. Quando tratamos de cincia nos referimos as quase 30 palestras e mini-cursos com profissionais de renome de vrias instituies de ensino superior de Minas Gerais e os mais de 70 trabalhos cientficos (artigo e resumos) recebidos pelo comit cientfico do evento e disponveis neste anais. Ao incluirmos a cultura versamos sobre as manifestaes artsticas que Matip tem de melhor, que foram apresentadas no evento, principalmente pelos alunos e professores das escolas. A parte de negcios ser representada com as diversas empresas de Matip e regio que estiveram presentes como colaboradoras mostrando as suas marcas. E, por fim, a integrao social, j que o III FAVE um evento aberto comunidade e que conta com a sua participao. Isso se deve ao fato de a Instituio acreditar que o cumprimento de sua especificidade apenas se concretizar se ela caminhar ao lado da sociedade.

    O III FAVE um evento que associou, num mesmo grupo, acadmicos e professores de todos os cursos de graduao, incluindo, portanto, Administrao, Agronomia, Cincias Contbeis, Enfermagem, Educao Fsica, Farmcia e Medicina Veterinria e o seu mais novo curso, Engenharia Civil. Alm disso, no evento estiveram presentes professores e acadmicos de outras Instituies.

    Engajada em seu compromisso de oferecer ensino de qualidade, a Faculdade Vrtice, com seus quase trs anos de existncia, almejou, com o III FAVE, marcar o incio de sua histria de produo cientifica, j que entendemos que a pesquisa interface do ensino. Esta Instituio tem a expectativa de obter resultados que cumpram a especificidade do evento: romper com a concepo de que o processo de produo cientfica privilgio de grandes intelectuais. a oportunidade de apontar novos caminhos, de compreender que, na Modernidade Tardia, a formao acadmico-profissional de qualidade exige pesquisa. E pesquisar envolve trabalhar de maneira co-participativa, socializar o conhecimento, enfrentar crticas, criticar, ouvir e se fazer ouvido, respeitar e fazer-se respeitado. Essa tarefa, portanto, envolve respeito e humildade de professores especialistas, mestres, doutores e, sem dvida, acadmicos, independente do nvel, como produtores de pesquisa.

    Assim, alm de todos os objetivos, com o III FAVE esperamos contribuir para a sensibilizao quanto necessidade das habilidades de pesquisa como instrumento para o desenvolvimento profissional permanente.

    Profa. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenadora do III FAVE

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    A PALAVRA DO DIRETOR

    A Faculdade Vrtice, sabe como difcil trilhar um caminho de conquistas e vitrias. Ingressar numa faculdade implica em novos desafios, especialmente para quem deseja crescer. Em 2008 iniciamos nossas atividades, com o principal objetivo de oferecer, o que h de melhor em qualidade de ensino superior. A motivao e dedicao de nossos colaboradores so ingredientes fundamentais para o sucesso de nossa faculdade, que, com pouco mais de 2 anos de funcionamento, consolida o funcionamento de 8 cursos de graduao presencial, todos autorizados pelo MEC. Uma das caractersticas marcantes desse sucesso foi o direcionamento dos cursos para os verdadeiros anseios da sociedade regional. Cursos como Medicina Veterinria, Agronomia, Engenharia Civil se tornaram diferenciais da instituio. Alm disso, toda a comunidade tem acesso aos tradicionais cursos de Administrao, Cincias Contbeis, Enfermagem, Educao Fsica e Farmcia. A implantao desses novos cursos, no interior de Minas Gerais, ampliou as opes para todos os alunos concluintes do segundo grau, que agora podem estudar perto de suas casas, com um custo acessvel. Os principais diferenciais da Vrtice esto relacionados a filosofia educacional rigorosa baseada na tica e na educao como um todo, que poder ser comprovada nas aes de implementao dos cursos e de sua equipe. No momento a faculdade investe na implantao de 2 campos experimentais para o curso de Agronomia com 48 hectares, onde pesquisas e aulas prticas sero intensificadas. O projeto de um moderno Hospital Escola para Medicina Veterinria est sendo concludo, ser implantado numa rea de 8 hectares, com mais de 1.200 m2 da mais alta tecnologia, consultrios, salas de exames complementares, cirurgia para pequenos e grandes animais, possibilidade de internao e tratamento de alta qualidade para toda a regio. As obras comeam em 2011 e o incio dos atendimentos est previsto para 2012. Alar novos vos, sempre mais altos, parece a marca registrada da famlia Gardingo, mantenedora dessa instituio, que anuncia para 2011 novos investimentos e muitas novidades, dentre elas a criao de Cursos Tcnicos profissionalizantes. A idia qualificar a mo-de-obra regional e oportunizar vagas no mercado de trabalho com as parcerias j fechadas com dezenas de empresas da regio. Cursos de 800 a 1200 horas de durao em mdia, profissionalizantes sero oferecidos a partir de 2011, para alunos do ensino mdio, que podero qualificar-se rapidamente para o mercado e ocupar as vagas ociosas. Com o primeiro emprego, a possibilidade de continuar estudando e fazer um curso superior fica mais prxima, acreditam os dirigentes da instituio. Pesquisas recentes revelam que at 70% das vagas oferecidas no Sudeste deixam de ser preenchidas pela falta de qualificao da mo-de-obra. Alm disso, a Faculdade Vrtice, brevemente passar a adotar a marca Univertix, fruto do incio, do que chamamos de Fase 2 de implantao do projeto. Essa referida fase 2, faz parte do que seria o mais audacioso de todos os projetos da instituio at agora, sua ampliao e a abertura de novas sedes em outras cidades do Estado e do Brasil. Nossa faculdade nasceu com grandes ambies e almeja projetar o nome de sua cidade e regio no mbito nacional, provando que possvel oferecer ensino de qualidade com preos acessveis e competir em todo o territrio nacional.

    Prof. D.Sc. Lcio Flvio Sleutjes

    Diretor Acadmico

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    SOEGAR - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA.

    Joo Batista Gardingo

    Diretor Presidente

    Sebastio Gardingo

    Diretor Executivo

    FACULDADE VRTICE UNIVERTIX

    Prof. D.Sc. Lcio Flvio Sleutjes

    Diretor Acadmico

    M.Sc. Fernanda Cristina Ferrari

    Coordenadora do curso de Farmcia

    D.Sc. Irlane Bastos Costa

    Coordenadora do curso de Agronomia

    M.Sc. Karen Estefan Dutra

    Coordenadora do curso de Administrao e Cincias Contbeis

    Prof. Esp. Mrcio Lopes de Oliveira

    Coordenador do curso de Educao Fsica

    Prof. D.Sc. Gilberto Machado Valente

    Coordenador do curso de Medicina Veterinria

    Esp. Vandeir de Oliveira Guerra

    Gerente Financeiro

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    CORPO DOCENTE

    Esp. Ana Lgia de Souza Pereira M.Sc. Andria Almeida Mendes M.Sc. Bruna Waddington de Freitas Esp. Carlos Eduardo Toledo Esp. Celso Abreu de Arajo M.Sc. Cnthia Mara de O. L. Schuengue Esp. Clsio Gomes de Jesus Esp. Cristina Maria Lobato Pires Esp. Daniel Vieira Ferreira Esp. Daniela Gomes Rosado Esp. Deisy Mendes Silva Esp. Edimaldo Garcia Jnior Esp. Elder Machado Dutra Esp. Emanuelle Ferreira de Souza Esp. rica Estanislau Muniz M.Sc. Fernanda Cristina Ferrari Esp. Gabriela Chaves Mendes Justino D.Sc. Gilberto Machado Valente M.Sc. Guanayr Jabour Amorim Esp. Hermnio Medeiros Oliveira D.Sc. Irlane Bastos Costa Esp. Ivonaldo Aristeu Gardingo Esp. Janine Lopes de Carvalho Grad. Joo Lus do Esprito Santo Jnior Esp. Jos Clio Klen M.Sc. Karen Estefan Dutra M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento D.Sc. Lcio Flvio Sleutjes D.Sc. Manuella Carvalho Costa M.Sc. Marcelo Silva dos Santos M.Sc. Mrcia Ferreira da Silva Esp. Mrcio Lopes de Oliveira Esp. Margareth Knupp Toledo de Carvalho M.Sc. Maria Aparecida Salles Franco Grad. Maria Aparecida Schroder Dutra Esp. Neiler Soares Vieira de Oliveira M.Sc. Orismrio Lcio Rodrigues M.Sc. Patrcia Lusa Mendes de Arajo Esp. Patrcia Sad M.Sc. Renata Aparecida Fontes Esp. Renata de Abreu e Silva Esp. Rita de Cssia F. P. Lazaroni Esp. Rodrigo Jlio dos Santos D.Sc. Rogrio Oliva Carvalho Esp. Tadeu Hiplito da Silva Esp. Valria de Mello Esp. Valter Mageste de Ornelas M.Sc. Vitria Emanuela da Silva Alves

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    COMIT ORGANIZADOR

    Coordenao M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenao Setorial Esp. Ana Lgia de Souza Pereira Esp. Daniel Vieira Ferreira Esp. Patrcia Sad M.Sc. Karen Estefan Dutra D.Sc. Lcio Flvio Sleutjes M.Sc. Patrcia Lusa Mendes de Arajo M.Sc. Renata Aparecida Fontes Esp. Rita de Cssia Ferreira Pedrosa Lazaroni Financeiro Esp. Vandeir de Oliveira Guerra Estagirios de apoio Francis Lenidas Mara Rbia Torres Barreto Nathlia de Oliveira Pereira Otvia Stoupa Costa Vera Villares Nogueira Estagirios da secretaria do evento Aridyni Montes Gardingo Leandro Moreira Pedroso Vanessa Queiroz Teixeira

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    COMIT CIENTFICO

    Coordenao M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Comit tcnico-cientfico Esp. Ana Lgia de Souza Pereira M.Sc. Patrcia Lusa Mendes de Arajo M.Sc. Renata Aparecida Fontes Comit cientfico Esp. Ana Lgia de Souza Pereira M.Sc. Andria Almeida Mendes M.Sc. Cnthia Mara de O. L. Schuengue Esp. Daniela Gomes Rosado Esp. rica Estanislau Muniz M.Sc. Fernanda Cristina Ferrari Esp. Gabriela Chaves Mendes Justino D.Sc. Gilberto Machado Valente D.Sc. Irlane Bastos Costa M.Sc. Karen Estefan Dutra M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento M.Sc. Marcelo Silva dos Santos M.Sc. Mrcia Ferreira da Silva Esp. Mrcio Lopes de Oliveira M.Sc. Maria Aparecida Salles Franco M.Sc. Patrcia Lusa Mendes de Arajo M.Sc. Renata Aparecida Fontes Reviso de Lngua Portuguesa Andria Almeida Mendes Design e Desenvolvimento D.Sc. Lcio Flvio Sleutjes

    Estagirias de apoio Nathlia de Oliveira Pereira Vera Villares Nogueira

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    GT 1

    CINCIAS EXATAS E DA TERRA

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    GT1 CINCIAS EXATAS E DA TERRA

    N Tipo de

    Apresentao TRABALHO

    1 Comunicao

    Oral A Panorama do custo de produo da cafeicultura de montanha na Zona da Mata Mineira, Minas Gerais BRASIL

    2 Comunicao

    Oral A Sustentabilidade dos sistemas agroflorestais na agricultura familiar no Crrego dos Eliotas Simonsia MG

    A - ARTIGOS

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    ARTIGOS

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    PANORAMA DO CUSTO DE PRODUO DA CAFEICULTURA DE MONTANHA

    NA ZONA DA MATA MINEIRA, MINAS GERAIS-BRASIL

    Vincius Sigilio Silveira Silva, Alekson Vieira Amorim e Mirelle Rodrigues

    Dornelas - graduandos em Agronomia. Vitria Emanuella da Silva Alves - graduada em Agronomia, Mestre em Fitotecnia.

    Professora da Faculdade Vrtice. Patrcia Sad - graduada em Cincias Econmicas, mestranda em Meio Ambiente e

    Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vrtice. Faculdade Vrtice

    [email protected]

    RESUMO A regio da Zona da Mata que produz caf de montanha necessita lanar mo de tecnologias que permitam aos produtores se manterem estveis no mercado que cada dia fica mais competitivo. Devido ao relevo montanhoso, fica oneroso o custeio de produo. Assim, a pesquisa exploratria permitiu verificar um panorama do custo de produo da cafeicultura onde o uso de iniciativas tecnolgicas usadas de forma inteligente e prtica permitem ao homem um melhor gerenciamento de suas atividades profissionais e o que precisa investir em qualidade para adicionar valor ao seu produto, podendo para tanto justificar um custo mais elevado de produo. PALAVRAS-CHAVE: Caf de montanha; Tecnologia; Custo de produo; Produtividade. 1. Introduo

    O caf foi o principal produto das exportaes brasileiras durante mais de um

    sculo, at a crise de 1929/30, quando o pas percebeu a necessidade de

    diversificar sua pauta de exportao. Atualmente, em 2010, O Brasil se destaca

    como produtor e exportador de caf numa fase de preos internacionais

    relativamente favorveis (VIEIRA e HAFERS, 2010). Minas Gerais o maior

    produtor de caf do Brasil, com 46,8% de toda a produo do gro do pas

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DA INDSTRIA DE CAF ABIC, 2005).

    A microrregio de Manhuau tem como principal atividade econmica a

    produo de caf, estando entre os maiores produtores do estado de Minas Gerais.

    Por estes dados, percebe-se a importncia do caf para a economia nacional,

    estadual e regional. Todavia existem entraves aos produtores da Zona da Mata

    mineira, pois no tem obtido o retorno adequado, o que pode ser decorrente da

    estrutura de comercializao muito competitiva, mas tambm pode advir da falta de

    controle de custos de produo.

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    A busca da qualidade fundamental para que esta atividade seja

    satisfatoriamente rentvel, visto que o preo do produto desde meados dos anos 90

    no tem sido o esperado pelos produtores, destacando a busca da produo

    sustentvel de caf, a qual j apresentada pelo Consrcio Brasileiro de Pesquisa e

    Desenvolvimento do Caf (CASTRO JUNIOR, 2005).

    A regio da Zona da Mata, a qual produz o caf das montanhas, necessita

    urgentemente lanar mo de novas tecnologias que permitam aos produtores se

    manterem estveis no mercado que a cada dia fica mais competitivo. No h mais

    como se manter neste ramo de negcio sem produzir caf de qualidade e de

    maneira organizada, mantendo controle oramentrio, de custos de produo e

    planejamento de compras, tudo isso com o mnimo possvel de desperdcio,

    procurando retornar para o prprio processo produtivo os resduos da produo,

    para que as constantes oscilaes e quedas de preo do produto sejam superadas

    por meio da obteno de uma alta produtividade, compensando tambm a falta de

    polticas favorveis a esse setor de atividade como as existentes no passado.

    A cultura cafeeira, por se tratar de ciclo perene, com produo bianual,

    grande diversidade de situaes e de sistemas produtivos e com razoveis nveis de

    investimentos na implantao, conduo e ps-colheita, requer maior rigor na

    anlise e interpretao dos resultados de custos (COSTA et al., 2001).

    Teixeira et al. (2000) recomendam que sejam incorporados na anlise de custos de

    produo de caf aqueles investimentos decorrentes das estruturas internas

    propriedade cafeeira, como terreiros, tulhas, armazns, descascador, lavadores,

    secadores, mquinas de benefcio, energia eltrica, tratores e implementos, uma vez

    que se constituem em investimentos de mdio e longo prazos.

    A inexistncia de metodologia para calcular os custos reais, capaz de

    abranger vrios biomas com diversificadas condies climticas, hdricas,

    vegetativas, de solo e relevo, tem limitado avaliaes e/ou comparaes entre

    alternativas tecnolgicas, com influncia negativa no processo decisrio, na

    propriedade. Entretanto, isto no pode ser visto como fator paralisante: o produtor

    deve buscar alternativas para ter o controle dos custos de sua produo. Uma opo

    vivel a utilizao de softwares de custo e gesto agrcola.

    A crescente popularizao da informtica, e o surgimento de novas tecnologias na

    fabricao de componentes eletrnicos vm possibilitando o acesso a um pblico

    cada vez maior dos recursos de um sistema de informao. Dessa forma os

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    programas de clculos de custo de produo so bem utilizados nas finanas do

    caf, garantindo maior preciso: assim as novas tecnologias passam a trazer

    benefcios diretos atividade agrcola (CASTRO JUNIOR, 2005).

    Para a regio da Zona da Mata mineira a utilizao de software bsico desenvolvido

    para as necessidades da regio e com uma boa escalabilidade permitiria atender s

    necessidades e caractersticas do processo produtivo de caf, visando obter uma

    padronizao deste processo e a incluso digital dos administradores de

    propriedades.

    Como outra alternativa, Costa et al. (2001) sugeriram que para o

    levantamento de coleta de dados nas propriedades cafeeiras deve ser estabelecido

    um conjunto de formulrios padronizados e especficos para cada fase do ciclo da

    cultura, como forma de orientar o processo de uniformizao da metodologia para

    obteno dos custos de produo da cafeicultura brasileira.

    Todas as novas iniciativas tecnolgicas usadas de forma inteligente e prtica

    permitem ao homem um melhor gerenciamento de suas atividades profissionais.

    Neste paradigma, este trabalho objetivou verificar as alternativas para ter o controle

    dos custos da produo na regio da Zona da Mata em Minas Gerais, utilizando

    para isso informaes obtidas em meios de comunicao tais como, Internet e

    peridicos especializados, com o intuito de levantar um panorama no processo

    produtivo do caf e a competitividade do setor.

    Justifica-se este estudo pela importncia que assume o caf na economia da

    regio e pela necessidade de profissionalizar o controle dos custos de produo

    desse produto para tornar-se mais competitivo.

    2. Metodologia

    A pesquisa possuiu um carter exploratrio e foi realizada no perodo de

    agosto setembro de 2010 que objetivou proporcionar ao pesquisador uma maior

    familiaridade com o problema em estudo.

    Este trabalho teve como meta tornar um problema complexo mais explcito ou

    mesmo construir hipteses mais adequadas. A base desta pesquisa de meta-anlise

    foi utilizar manuscritos extrados em peridicos, livros e artigos acessveis pela

    internet relacionados aos custos de produo da cafeicultura de montanha em Minas

    Gerais.

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    3. Resultados e discusso

    Nossa preocupao foi em fornecer aos futuros pesquisadores e profissionais

    da rea de economia rural um quadro de referncia que oferea suporte s dvidas

    mais elementares sobre pesquisa de custo de produo na regio da Zona da Mata

    em Minas Gerais. Ao mesmo tempo, as referncias bibliogrficas servem como

    ligaes para aprofundamentos maiores.

    A cafeicultura chegou ao estado de Minas Gerais por meio da Zona da Mata,

    pela fronteira com o Rio de Janeiro, devido ao deslocamento da cultura do Vale do

    Paraba, que por muito tempo foi a principal regio produtora de caf do estado do

    Rio de Janeiro e, mais tarde, foi se interiorizando pelo estado (CRUZ, 2002).

    Na Zona da Mata mineira, a cultura cafeeira encontrou condies adequadas

    ao desenvolvimento, dada a existncia de fatores de produo ociosos: terra, mo-

    de-obra e capital. Devido ao relevo montanhoso da regio, fica muito difcil para os

    produtores a utilizao de mquinas, por isso, a maior parte do trabalho dispensado

    lavoura cafeeira realizado manualmente, desde o preparo da terra para o plantio

    at a colheita (CASTRO JUNIOR, 2005).

    Para tanto, nas regies de montanha o principal impacto na cafeicultura a

    perda de competitividade do produtor tradicional, que tem uso intensivo da mo de

    obra com elevado encarecimento deste servio e severa legislao trabalhista cada

    vez mais exigente.

    As informaes fitotcnicas e socioeconmicas indicam, ainda, que no Sul de

    Minas Gerais os sistemas de produo so mais heterogneos, com predomnio de

    pequenos produtores, parte significativa deles em reas de montanha, porm

    responsveis pelo volume de produo inferior ao produzido pelos mdios e grandes

    produtores. As diferenas de utilizao de tecnologia nessa regio tambm so

    significativas.

    Bessa Junior e Martins (1992) concluram que sistemas de produo de caf

    mais tecnificados e com maior produtividade tiveram maior capacidade de resistir s

    eventuais crises de preos, comparativos queles em que prevaleciam padres mais

    tradicionais e com baixa utilizao de insumos. A Tabela 1 traz os dados referentes

    aos custos de produo da safra 2008/2009 comparando os municpios de Guaxup

    e Manhuau, ambos em Minas Gerais, sendo que Manhuau utiliza mtodos mais

    tradicionais. Observa-se que Manhuau teve o custo total de produo mais elevado

    e menor produtividade que Guaxup.

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    Tabela 1- Custos de produo Safra 2008/2009

    Fonte: CONAB/MAPA, in VEGRO, 2009.

    Segundo Bliska et al. (2009) os fatores de custo de produo do caf arbica

    (Coffea arabica) so subdivididos por atividades do sistema de produo (total gasto

    com insumos e com operaes em cada atividade), o que permite ao produtor

    visualizar os pontos de seu sistema de produo que merecem maior ateno ou at

    mesmo uma reestruturao. As atividades consideradas foram: nutrio,

    fitossanidade, controle do mato, colheita, preparo, beneficiamento e outros custos.

    Esse ltimo item inclui podas (recepa, esqueletamento, decote, conduo, limpeza),

    transporte (produtos, insumos, terreiro, mo de obra), irrigao, arruao,

    conservao de carreadores, anlise de solo, utenslios (custeio e colheita).

    Em pesquisa, utilizando questionrio estruturado, realizada por Castro Junior

    (2005) ao analisar o processo produtivo de caf para microrregio de Manhuau

    mostrou que 70% do total dos entrevistados no estavam satisfeitos com a situao

    vivida pelo produtor, devido, em sua maioria, pela falta de incentivo oferecido pelo

    governo federal e principalmente pelo baixo valor de mercado da saca do produto.

    Motivos que se apresentam como causa para o baixo investimento ou at mesmo o

    no investimento em tecnologia para melhoria do processo. Fato este verificado

    porque 57% dos entrevistados exerciam outra atividade paralela produo. Alguns

    produtores no encaram esta atividade com uma viso empresarial, o que fez com

    que o negcio no tivesse prioridade e passasse a ter um carter amador. Contudo,

    80% dos entrevistados no pensavam em abandonar a atividade. Constatou assim,

    que para cada produtor existiu sua maneira particular de controlar seu negcio e a

    utilizao de sistemas especficos para a produo acontece normalmente em

    grandes propriedades, onde um funcionrio contratado especialmente para exercer

    esta funo (CASTRO JUNIOR, 2005).

    4. Consideraes finais

    Municpio Sc/ha Custo Total

    Guaxup/ MG 25 246,10

    Manhuau/MG 24 259,88

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    A concepo da pesquisa constituiu uma estrutura para a realizao do

    panorama de custo de produo para a regio da Zona da Mata mineira, exigindo

    total responsabilidade e seriedade dos profissionais que a dirigem.

    O panorama do cafeicultor o coloca, simultaneamente, em dois mercados

    distintos: um, de seu produto, ofertante de caf; outro, do adquirente dos insumos,

    demandando fatores de produo. Sabe-se que o preo do caf varia de acordo

    com a safra e determinado pelo mercado consumidor e fornecedor internacional,

    tanto que o mesmo uma das commodities agrcolas comercializadas em Bolsas

    de Valores e Mercado Futuro. Como os preos dos insumos agrcolas variam

    refletindo a cotao diria do dlar e sobre isso, o produtor no tem nenhuma

    margem de manobra, resta muito pouco a fazer.

    Se no d para mexer nos elevados custos de produo nem no preo final, o

    cafeicultor de montanha precisa investir em qualidade para adicionar valor ao seu

    produto, conseguindo dessa forma aumentar os preos, e at mesmo justificar um

    custo to elevado de produo.

    Vegro (2009) recomenda ateno ao manejo agronmico com seleo

    gentica de cultivares realizando a renovao de 5% a.a para obter maior

    resistncia, produtividade e qualidade, adotando a localizao do terreiro (nunca na

    baixada) e tcnicas de cultivo adequadas tais como: gessagem/calagem, desbrotas,

    podas, manejo do mato, arborizao. Ressalta ainda a importncia da anlise de

    solo e foliar o que permite uma otimizao da aplicao de fertilizantes e a

    necessidade dos cuidados com os recursos ambientais utilizando madeira de

    reflorestamento e de cafezais erradicados, irrigao, uso de combustveis

    alternativos em detrimento dos combustveis fsseis e aproveitamento de resduos

    em sistemas de agricultura e pecuria. Finalizando, Vegro (2009), sugere o

    planejamento da lavoura e treinamento de funcionrios assim como investimento em

    equipamentos e terreiros: todas essas alternativas visando melhorias na

    produtividade.

    Vale ressaltar que a responsabilidade social do produtor tanto para com seus

    funcionrios quanto para com a comunidade em que est inserido pode parecer a

    primeira vista uma forma de onerar sua produo, mas a um olhar minucioso, nota-

    se que um investimento do qual ele ter retorno no longo prazo.

    Cartilhas de gesto financeira tambm recomendam cuidado com o crdito:

    utiliz-lo com o propsito a que foi concedido e no acumular prestaes. Dessa

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    forma, h possibilidade de melhorar a gesto do negcio. O rgido controle dos

    custos de produo no garantia de retorno do investimento, entretanto um

    instrumento de gesto indispensvel ao produtor que tem uma viso global do seu

    empreendimento e aspira por melhorias contnuas.

    REFERNCIAS

    ASSOCIAO BRASILEIRA DA INDSTRIA DE CAF ABIC. Minas produz metade do caf do Brasil, [online] Set. 2005 Disponvel [capturado em 20 Out. 2005].

    BESSA JUNIOR, Alfredo de A.; MARTIN, Nelson B. Custos e rentabilidade na cultura do caf. Informaes Econmicas, So Paulo, v.22 n. 7, p.30-35, jul.1992.

    BLISKA, F. M. M. et al. Dinmica fitotcnica e socioeconmica da cafeicultura brasileira. Informaes Econmicas, So Paulo, v. 39, n. 1, p. 15-18, jan. 2009. CASTRO JUNIOR, Dirceu Lacerda de. Adoo de Tecnologia da Informao no processo produtivo do caf de montanha. Monografia (Sistemas de Informao). Faculdade de Direito e Cincias Sociais do Leste de Minas (FADILESTE), 2005. COSTA, E. B.; GARCIA, R. D. C.; TEIXEIRA, S. M. Custo de produo da cafeicultura de montanha do Esprito Santo em diversos sistemas de produo. In: Anais do SIMPSIO DE PESQUISAS DOS CAFS DO BRASIL, 2, Vitria (ES), Vitria: EMBRAPA, 2001.

    CRUZ, Carlos Henrique. A comunicao em Manhuau: um diagnstico sobre o processo de produo em jornalismo, relaes pblicas e publicidade. Monografia (Jornalismo) Caratinga, Faculdades Integradas de Caratinga (FIC), 2002.

    TEIXEIRA, S.M, et, al. Fatores de Competitividade na Cafeicultura, em propriedades selecionadas, no Brasil: 2000. l Simpsio de Pesquisa dos Cafs do Brasil. 1, 2000, Poos de Caldas-MG. Resumos Expandidos, Braslia. Ed. Embrapa Caf e MINASPLAN. V. 1, p.340-342, 2000.

    VEGRO, Celso Luis Rodrigues. Ambiente de Negcios, crise financeira e cafeicultura. In XIII Simpsio sobre cafeicultura de Montanha. Manhuau/ MG, maro de 2009. VIEIRA, Marcelo e HAFERS, Luiz Suplicy. Caf: o fim de um ciclo. Disponvel em: http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=60161. Acesso em: 03.set.2010

    http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=60161

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    SUSTENTABILIDADE DOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS NA AGRICULTURA

    FAMILIAR NO CRREGO DOS ELIOTAS SIMONSIA - MG.

    Maria Aparecida Salles Franco Graduada em Zootecnia, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade; Professora da Faculdade Vrtice.

    Luiz Cludio Ribeiro Rodrigues Gelogo, PhD [email protected]

    RESUMO

    Este trabalho analisou a sustentabilidade de cinco agricultores familiares que produzem em Sistemas Agroflorestais (SAFs) no entorno da Reserva Particular do Patrimnio Natural (RPPN) Mata do Sossego, localizada no municpio de Simonsia, MG. Como parmetro analisou-se a sustentabilidade de outros quatro agricultores familiares em sistema convencional. Foram utilizados trs questionrios: o primeiro, de carter qualitativo, o primeiro buscou informaes sobre aspectos socioeconmicos e culturais das famlias dos nove agricultores envolvidos nesta pesquisa; o segundo avaliou o grau de percepo dos cinco agricultores agrofloresteiros e de alguns dos membros destas famlias com relao a aspectos ambientais e sociais. Por ultimo o terceiro, de carter quantitativo, buscou avaliar a sustentabilidade da produo dentro dos sistemas agroflorestal e convencional, levantando-se a produo em kg ou litros, os valores de vendas e os custos de produo em reais - este ltimo obtido pela soma dos insumos adquiridos e gastos com mo-de-obra. Conclui-se que o sistema agroflorestal contribui com a conservao ambiental, os agrofloresteiros so auto-sustentveis em boa parte dos itens da cesta bsica e produzem parte de suas necessidades energticas. Os resultados mostram que o sistema agroflorestal estudado apresenta renda bruta e renda lquida inferior ao do sistema convencional.

    PALAVRAS-CHAVE: Agrofloresta; sustentabilidade; agricultura familiar.

    1. Introduo

    Segundo MDA (Ministrio de Desenvolvimento Agrrio), atualmente, um dos

    grandes desafios da agricultura brasileira a sustentabilidade econmica, ambiental

    e social das pequenas propriedades agrcolas. Estas mantm uma maioria da

    populao tradicional que responsvel por grande parte da produo agrcola do

    pas.

    Baseado nessa premissa este trabalho analisou a sustentabilidade

    econmica, ambiental e social de algumas famlias de agricultores que utilizam

    sistemas agroflorestais. Essas famlias residem no entorno da reserva Particular do

    mailto:[email protected]

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    Patrimnio Natural (RPPN) Mata do Sossego, no Crrego dos Eliotas, localizado no

    municpio de Simonsia, MG.

    Existe um projeto de criao de um corredor ecolgico entre esta reserva e a

    RPPN Feliciano Abdala, localizada entre os municpios de Caratinga e Ipanema. O

    espao traado pelo projeto do Corredor se localiza em uma regio com alto ndice

    de agricultura familiar.

    As leis ambientais enfim saem do papel e passam a cumprir sua funo de

    defesa ambiental. Neste contexto aumenta-se a tendncia do xodo rural que

    vivida entre a populao jovem do campo por falta de possibilidade de trabalho e

    renda no seio familiar.

    Nesse espao ocupado por agricultores familiares necessrio que haja

    sustentabilidade econmica para se usufruir de um espao social em harmonia com

    o ambiente.

    O objetivo geral do trabalho foi analisar a sustentabilidade do sistema

    agroflorestal e compar-la a agricultura convencional, ambas realizadas por

    agricultores familiares. Registramos que este trabalho constitui-se em um recorte da

    dissertao de mestrado, apresentada ao Programa de Ps-graduao em Meio

    Ambiente e Sustentabilidade, do Centro Universitrio de Caratinga - UNEC, com o

    mesmo ttulo do referido artigo.

    Este trabalho justifica-se pela necessidade de analisar o grau de

    sustentabilidade dos agricultores familiares, principalmente aqueles que se

    encontram no entorno da RPPN Mata do Sossego que vem trabalhando em

    sistemas agroflorestais, onde o principal componente desse sistema o caf.

    Comparou-se esse sistema com o sistema de produo convencional (uso de

    fertilizantes qumicos e defensivos em sistemas de monocultura a pleno sol) copiado

    do agronegcio por agricultores familiares.

    Os resultados da pesquisa podem indicar essa prtica pouco usual

    (agroflorestas) como relevante no processo de preservao ambiental, recuperao

    de reas degradadas e na manuteno da sustentabilidade familiar, ou mostrar

    problemas de sustentabilidade das famlias envolvidas que inviabilizem este modelo

    de produo, a partir da, apontar solues.

    2. Histrico

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    Um programa desenvolvido pela Fundao Biodiversitas em outubro de 1997

    visou conscientizao e sensibilizao dos agricultores buscando a parceria

    destes na manuteno do fragmento de Mata Atlntica RPPN Mata do Sossego,

    alm de disseminar tcnicas de agroecologia, ajudar na organizao do grupo e,

    principalmente, possibilitar a troca de saberes agroecolgicos entre os agricultores.

    Assim, esse grupo de agricultores desenvolve, h cinco anos, uma

    experincia de introduo de espcies da flora nativa, cana e frutas nas entrelinhas

    de cafezais j estabelecidos, convertendo-os em sistemas agroflorestais.

    A sustentabilidade - dentro do contexto da agricultura familiar que desenvolve

    prticas agroecolgicas - uma informao importante para o processo de

    motivao e multiplicao deste modelo de produo dentro da categoria de

    produtores que ocupam reas agrcolas no entorno das UCs (Unidades de

    Conservao) e no caminho dos fragmentos que formaro os corredores. Tambm

    importante para os que necessitam atender a legislao ambiental averbando

    reservas legais e recuperando APPs.

    3. Reviso bibliogrfica e referencial terico

    Sustentabilidade

    Segundo o Ministrio de Desenvolvimento Agrrio (2006) O conceito

    sustentvel, que pode ser aplicado para desenvolvimento e mais especificamente

    para agricultura, aceita uma vasta gama de definies, que se ajusta a diferentes

    interesses e filosofias, no apresentando um consenso. H uma discusso mundial,

    a respeito deste assunto, entre o setor industrial economicamente dominante da

    sociedade e o movimento ambientalista.

    O crescimento e a intensificao dos ciclos de mercadorias negociadas no

    mercado internacional (commodities) tm contribudo pouco para a diversificao

    das localidades rurais. (CONDRAF/MDA, 2006).

    Commodities na realidade local o caf - principal produto da regio e entre os

    agricultores familiares estudados.

    A maioria das pesquisas cientficas da agricultura moderna, baseadas no paradigma dominante, tem buscado maximizar a produo, ao invs de otimiz-la, solucionando problemas de produo mais imediatos sem entender sua resilincia e com isso buscar a sustentabilidade dos sistemas agrcolas (e.g., Gliessman, 1990).

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    Paralelamente ao modelo acima citado, observa-se o surgimento de uma

    nova proposta de desenvolvimento rural com enfoque nas diferentes dimenses da

    sustentabilidade (econmica, social, poltica, cultural, ambiental e territorial). MDA

    (2006)

    No desenvolvimento sustentvel, busca-se compatibilizar o crescimento

    econmico com a proteo ambiental, diminuindo gradativamente os impactos sobre

    a qualidade do ar, da gua, do solo, dos recursos naturais e da biodiversidade.

    Segundo Altieri, 1983, a agrofloresta a forma sustentvel de produo que mais se

    aproxima de um ambiente natural, onde ocorre ciclagem de nutrientes, maior

    controle de pragas e doenas e menor dependncia de insumos externos. A

    agrofloresta tambm contribui com a manuteno do solo e da gua no sistema.

    Agrofloresta

    O conceito de Sistemas Agroflorestais (SAFs) mais conhecido ou divulgado

    foi definido pelo Centro Mundial de Agroflorestas (ICRAF) como sendo

    combinaes do elemento arbreo com herbceas e/ou animais organizados no

    espao e/ou no tempo (Lundgren1982).

    Agricultura Familiar

    Segundo Coelho (2005) a maioria dos dados referentes produo de caf

    englobam a agricultura familiar e a patronal como uma coisa nica. Outros dividem

    estas categorias de agricultores pelo tamanho de suas propriedades. Nenhuma das

    duas formas caracteriza a agricultura familiar com exatido.

    Guanzirolli e Cardim (2000), tendo como base os dados do Censo Agropecurio de

    1995/1996 (IBGE, 1996) apresentam a agricultura familiar e a sua contribuio

    dentro da agricultura nacional, como sendo:

    Aqueles em que os trabalhos realizados pelos familiares so a base de sua produo. Estariam includos nesta categoria aqueles que utilizam mo-de-obra contratada espordica ou permanente desde que estes no ultrapassem a fora de mo-de-obra familiar. Dentro dos critrios de classificao estabelecidos, considerando-se todo o pas, temos 76,9% dos estabelecimentos familiares que utilizavam apenas mo de obra familiar.

    4. Metodologia

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    A metodologia adotada foi pesquisa participante, de carter qualitativo e

    quantitativo, utilizando como ferramentas questionrios estruturados e DRP

    (Diagnstico Rpido Participativo). Buscou-se analisar a sustentabilidade ambiental,

    social e principalmente econmica dos produtores de agroflorestas, comparando-a

    sustentabilidade de um grupo de agricultores familiares que produzem de forma

    convencional.

    Durante a pesquisa descobriu-se que no havia nenhum documento escrito

    que comprovasse as despesas e os lucros - no feito nenhum tipo de anotao

    pelos produtores. Como circula muito pouco dinheiro entre eles e nunca utilizam

    qualquer forma de crdito, guardam na memria seus gastos e seus lucros

    provenientes da produo agrcola ou de outra forma de trabalho. Portanto, sem os

    registros, a pesquisa fiou-se no relato dos produtores entrevistados.

    A renda bruta estimada nos dois sistemas engloba o valor bruto da produo

    vendida e a produo consumida na unidade produtiva. Obtida atravs da frmula,

    segundo Faro (1979):

    RBT = Pi Qi, em que:

    RBT = renda bruta total, medida em reais (R$) por unidade produtiva familiar.

    Pi = preo do produto i medido em reais (R$)

    Qi = Quantidade do produto i.

    Os preos utilizados nos clculos da renda bruta estimada dos sistemas

    produtivos foram aqueles recebidos por cada famlia por unidade do produto

    comercializado ou o seu valor na CEASA Caratinga, com preos de abril de 2007,

    para os consumidos na propriedade.

    A renda lquida foi obtida a partir da diferena entre a renda bruta e o custo de

    produo em cada uma das unidades produtivas.

    Por fim, foram feitas comparaes entre a renda bruta, o custo de produo e a

    renda lquida dos agricultores familiares agrofloresteiros e convencionais.

    4. Resultados e Discusso

    A fragmentao das terras atravs da diviso por herana - fato ocorrido entre

    o grupo pesquisado - faz com que cada vez mais as glebas diminuam tornando-se

    inviveis ao objetivo de uma produo meramente comercial.

    Esta situao contribuiu com o xodo rural vivido na regio e no Brasil em geral, nas

    trs ltimas dcadas do sculo XX (INDI, 2007; IBGE, 2000).

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    Dos cinco agrofloresteiros estudados, quatro so irmos, e suas glebas so o

    resultado do que chamamos reforma agrria por herana. Terras antes maiores e

    isoladas pela situao topogrfica, e que passaram por divises e redistribuio das

    terras nas trs ltimas geraes, sustentam famlias numerosas que sempre viveram

    do cultivo. Esse grupo mantm muito da tradio da cultura caipira, talvez devido ao

    isolamento em que viveu por muito tempo, resultado da sua distante localizao e as

    dificuldades de acesso aos centros urbanos prximos (Santa Brbara do Leste,

    Simonsia, Manhuau). Segundo relatos dos mais velhos, at pouco tempo no

    havia estrada de rodagem. O Crrego dos Eliotas era riscado de trilhas, por onde

    eram transportadas as produes agrcolas nas tropas de muares. Viajava-se a p

    ou no lombo de animais.

    O grupo guarda vrias tradies culturais como o uso do melado e da rapadura para

    adoar caf e preparar os doces caseiros (Figuras 1 e 2)

    Figura 1 e 2 - Moagem da cana para o preparo da rapadura; Diviso da calda em tijolos de rapadura.

    A utilizao de utenslios simples principalmente pelas mulheres, como

    gamelas, porongos (tambm chamados cabaas) e peneiras so percebidos no dia

    a dia do grupo.

    A realizao dos trabalhos na lavoura com acordo de mutiro, a troca de

    servios, e a ajuda aos enfermos da famlia, fazem parte dos acordos entre os

    membros do grupo. Fazem parcerias tambm na compra de sunos, que so

    abatidos e distribudos entre os membros da famlia.

    O sexo feminino com idade acima de 18 anos, tem o maior grau de

    escolaridade neste grupo de 23 pessoas. Apenas quatro adolescentes do sexo

    feminino, tm o segundo grau completo.

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    Demonstraram estar conscientes em relao s questes ambientais,

    especialmente quanto importncia de preservao da gua na sua quantidade e

    qualidade, e quanto importncia da biodiversidade para uma vida saudvel,

    mantendo a qualidade dos sistemas agrcolas, a beleza, a sade e a harmonia da

    biosfera.

    Os agricultores familiares que trabalham em sistemas agroflorestais

    produzem em mdia 68% do que consomem enquanto os agricultores familiares em

    sistema convencional produzem em mdia 50% do que consomem. Os produtos da

    cesta bsica comprados variam de 5 a 9 nas agroflorestas e de 9 a 15 no sistema

    convencional.

    Figura 3 - Comparao da sustentabilidade da produo cafeeira dos agricultores

    familiares em sistema agroflorestal e convencional.

    Comparativo entre Custos e Rendas no Sistema

    Agroflorestal e no Convencional

    0

    2000

    4000

    6000

    8000

    10000

    12000

    Custo Produo Renda bruta Renda lquida

    grofloresteiros Convencionais

    Segundo os resultados deste trabalho (figura 3) a produo do caf - nico

    produto comercializado por todos e a base econmica dos produtores estudados -

    teve renda bruta e renda lquida no sistema agroflorestal inferior ao do sistema

    convencional. Na agrofloresta a renda lquida menor que o custo de produo,

    enquanto no sistema convencional a renda lquida mais que o dobro do custo de

    produo. Este resultado explicado pela diminuio da produo do caf principal

    produto comercializado e mais valorizado.

    Sendo assim necessrio agregar valor ao caf produzido em sistema

    agroflorestal pelos servios ambientais e sociais que ele gera. Alm de causar

    menor impacto no ambiente, ele aumenta a biodiversidade no local, retm mais gua

    no sistema, como tambm evita a eroso e consequentemente o assoreamento de

    cursos dgua.

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    Mesmo tendo sido demonstrado atravs da pesquisa que os produtores

    agrofloresteiros so menos dependente de insumos externos, mais sustentveis nos

    itens de subsistncia, ficou clara a sua dificuldade econmica.

    Uma demanda apontada pelos agricultores entrevistados a necessidade de

    diversificao de atividades no espao rural, como forma de manter os seus

    descendentes morando e trabalhando na comunidade. Possuidores de pequenas

    glebas, os mesmos declaram no ter como ampliar o nem obter produo suficiente

    que permita adquirir mais terras para aumentar o espao de produo, restando

    apenas duas opes: diviso dos bens com a nova famlia formada ou sada dos

    filhos para o espao urbano.

    Recursos provenientes de certificaes e projetos de carbono social1, atravs do

    resgate efetuado pela agrofloresta, poderiam agregar valor a produo do caf e

    outros produtos como melado, rapadura e acar mascavo, j produzidos na

    comunidade. Pequenas fabricaes de mariolas, bananadas, banana-passa

    poderiam fortalecer a produo de banana instalada no sistema, que tem tambm a

    funo de disponibilizar matria orgnica, nutrientes e umidade ao solo.

    5. Consideraes finais

    A sustentabilidade dos SAFs da rea de estudo apresentou-se pequena

    considerando-se apenas os resultados econmicos. No entanto, faz-se necessrio

    considerar os retornos ambientais e sociais, a variedade dos itens da cesta bsica

    das famlias, a sade dos produtores e a satisfao destes por se sentirem aliados

    na manuteno do ambiente saudvel.

    Com tudo isso, estes produtores no se sentem seguros economicamente e

    demonstram incerteza de que seus filhos, no futuro, sigam esta forma alternativa de

    produo, tendo em vista o baixo retorno econmico dos sistemas agroflorestais e o

    forte apelo consumista presente na sociedade atual.

    REFERNCIAS

    1 Segundo Rezende 2002, um conjunto de atividades socialmente benficas que reduzam, ao mesmo tempo, as emisses de carbono na atmosfera. Objetivam a absoro e reduo do carbono; desenvolvendo aes que viabilizem e melhorem as condies de vida das comunidades envolvidas nos projetos de reduo de emisses.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Carbonohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vidahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade

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    ALTIERI, M. A. Agroecologia: as bases cientficas da agricultura alternativa. Rio de janeiro: AS-PTA, 1989. BIODIVERSITAS, Mapeamento e caracterizao dos remanescentes de mata Atlntica no eixo Simonsia Caratinga, Minas gerais 2003/2004 www.biodiversitas.org.br/sossego > acesso em 13 de outubro de 2006. COMBE, J. Tcnicas agroflorestais em pases tropicais: potenciais e limitaes. Agroforestry Systems, v. 1, p. 13-27, 1982. FARO, C. Elementos de engenharia econmica. So Paulo, ATLAS, 1979. GUANZIROLLI, C.E., CARDIM, S.E. DE C.S (Coord.) Novo retrato da agricultura familiar: o Brasil Redescoberto. Braslia: INCRA/FAO, 2000. Disponvel em: http://www.incra.gov.br/sade/doc/AfriFam.htm. Acesso em 12 abril 2007. LUNDGREN, B. Introduction. Agroforestry, Systems, V.1, p.3-6, 1982. MDA/CONDRAF, Documento-base ps Plenria Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentvel. Braslia, DF. 2006. REZENDE, D. , MERLIM S., SARMENTO A. , Carbono Social: agregando valores ao desenvolvimento sustentvel. Petrpolis, 2002 SANTOS, M.J.C.dos, Avaliao econmica de quatro modelos Agroflorestais em reas degradas por pastagens na regio Amaznia Ocidental. Dissertao de mestrado Escola Superior Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2000.

    http://www.biodiversitas.org.br/sossegohttp://www.incra.gov.br/sade/doc/AfriFam.htm

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    GT 2

    CINCIAS BIOLGICAS

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    GT2 CINCIAS BIOLGICAS

    N Tipo de

    Apresentao TRABALHO

    1 Pster - A Conforto trmico e ambientao relacionada arborizao no bairro Boa Vista, em Matip: um estudo desenvolvido pelo Programa Social

    2 Pster - R Anastomoses Interarteriais Coronarianas em Queixadas (Tayassu pecari Link, 1795)

    3 Pster - R Aspectos anatmicos da traqueia e brnquios principais no lobo marinho (Arctocephalus australis Zimmermann, 1783)

    4 Pster - R Caracterizao anatmica das vias biliares do queixada (Tayassu pecari Link, 1795)

    5 Pster - R Influncia do acetato de medroxiprogesterona sobre o ciclo estral e a histomorfometria uterina de camundongas

    6 Pster - R Padro anatmico das artrias coronrias do queixada (tayassu pecari link, 1795)

    7 Pster - R distribuio intraparenquimal dos ramos da veia porta heptica no queixada (tayassu pecari link, 1795)

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    ARTIGOS

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    CONFORTO TRMICO E AMBIENTAO RELACIONADOS ARBORIZAO NO BAIRRO BOA VISTA: UM ESTUDO DESENVOLVIDO PELO PROGRAMA

    SOCIAL

    Patrcia Lusa de Arajo Mendes graduada em Cincias Biolgicas, Mestre em Botnica. Professora da Faculdade Vrtice.

    rica Estanislau Muniz graduada em Fsica, especialista em Ensino de Fsica. Professora da Faculdade Vrtice.

    Kelly Aparecida do Nascimento graduada em Educao Fsica e Pedagogia, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vrtice.

    e-mail: [email protected] link: www.faculdadevertice.com.br/programasocial

    RESUMO

    Esta pesquisa, em fase diagnstica apresenta o monitoramento das temperaturas do interior das residncias da rua projetada no bairro Boa Vista, na cidade de Matip/MG, devido a falta de planejamento da arborizao e do tipo de cobertura das residncias. Assim, o objetivo deste estudo foi determinar o ndice de rea verde e sua influncia sobre a populao e avaliar ainda as condies de sol e sombra a que os moradores esto expostos, considerando o conforto trmico. Os instrumentos de coleta de dados foram o termmetro de bulbo seco e o globo negro. O experimento revelou nveis de conforto trmico alarmantes em relao poca do ano. Tendo em vista os resultados, a equipe pretende continuar os trabalhos realizando o plantio de mudas de rvores e acompanhamento da sade das famlias, o que poder contribuir em longo prazo para amenizar a situao constatada. PALAVRAS-CHAVE: Arborizao; Qualidade de vida; Conforto trmico.

    1. Introduo

    A vegetao possui grande influncia sobre o clima de uma cidade. A

    existncia de reas verdes e a arborizao de ruas, dentro de uma cidade, trazem

    enormes benefcios para a sade humana, atuando principalmente no controle do

    clima, proporcionando populao condies de bem-estar. A existncia de rvores

    no contexto urbano ameniza temperaturas elevadas, aumenta a umidade relativa do

    ar, reduz a velocidade dos ventos, controla a poluio, auxilia na conservao da

    gua e na reduo da eroso e na economia de energia (GOMES e AMORIM,

    2003).

    De acordo com Bueno (1998), o aumento da temperatura dos centros

    urbanos em relao s reas rurais adjacentes tem sido apontado como efeito que

    evidencia as alteraes climticas pelo ambiente construdo. A grande diferena de

    centros urbanos para reas rurais pode ser relacionada pela ausncia ou escassez

    mailto:[email protected]://www.faculdadevertice.com.br/

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    de vegetao nas reas urbanas e pelos materiais de construo que so usados

    em casas que so construdas sem planejamento urbano, amplificando o efeito de

    aumento de temperatura provocado pela incidncia de radiao solar.

    Bryson e Ross (1972), realizando estudos comparativos sobre o clima de

    cidades vizinhas e das reas rurais prximas, encontraram resultados de diminuio

    de at 8% da umidade relativa do ar no vero e de 2% no inverno, aumento de at

    5% de radiao ultravioleta no vero e aumento de at 1C na temperatura mdia

    anual no vero. Estudos mais recentes comprovam o trabalho pioneiro desses dois

    pesquisadores e mostram a relevncia da preservao de reas verdes no entorno e

    dentro das cidades e de um planejamento pblico da arborizao urbana

    direcionado a proporcionar um conforto ambiental aos habitantes e criando um

    mesoclima agradvel nas reas onde h implantao de vegetao.

    A temperatura do ar e a umidade relativa so fatores que agem na sensao

    do conforto do organismo. As condies climticas das moradias so condicionantes

    importantes para determinar o conforto das pessoas que ali vivem e o

    comportamento diferenciado de acordo com o microclima de cada residncia,

    relacionado ao tipo de construo (alvenaria ou telha de amianto) (DOURADO,

    2000).

    O aumento das reas urbanas de uma cidade, sem um prvio planejamento

    de arborizao, ou mesmo a retirada da cobertura vegetal para a ocupao urbana

    tm gerado, para os habitantes, graves problemas relacionados com o aumento de

    temperatura, causando danos para a sade fsica e mental. Algumas das

    consequncias do aumento da presso trmica so: desconforto, cansao

    excessivo, mal estar, presso baixa, desnimo, incmodo causado pelo suor da

    pele, dor de cabea, esgotamento, diminuio da atividade alimentcia devido ao

    suprimento insuficiente do sangue e possveis deficincias de sal devido s perdas

    atravs do suor, alm do stress (DOURADO, 2000).

    Considerando-se as afirmaes anteriores, emergiu o Projeto Ambientao do

    Programa Social da Faculdade Vrtice. Tal projeto encontra-se em fase piloto e foi

    proposto pela preocupao do aumento de temperatura nas ruas do Bairro Boa

    Vista, devido a fatores como planejamento inadequado das moradias, o no

    aproveitamento dos recursos naturais, a ausncia de reas verdes dentro dos limites

    do bairro e ausncia de uma arborizao urbana das ruas.

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    Trabalhos de levantamento da arborizao em reas urbanas ou, at mesmo,

    sua implantao tornam-se, portanto, necessrios para uma melhoria na qualidade

    de vida dos moradores.

    Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi determinar o ndice de rea verde e

    sua influncia sobre a populao e avaliar as condies de sol e sombra a que os

    moradores esto expostos, considerando o conforto trmico.

    Com este estudo, pretendemos contribuir para que as autoridades percebam

    a necessidade desse tipo de iniciativa para a qualidade de vida das populaes,

    notadamente quelas em situao de vulnerabilidade social. Alm disso, um projeto

    dessa natureza contribui para o aumento da biodiversidade animal e vegetal,

    situao essa muito relevante para o atual momento histrico da crise

    socioambiental.

    2. Metodologia

    Para o desenvolvimento do experimento das medies de temperatura foram

    utilizados os termmetros de bulbo seco (TBS), o termmetro de bulbo mido (TBU)

    e o globo negro (TGn). O globo negro uma esfera de cobre com dimetro de 150

    mm, aproximadamente, pintada exteriormente de preto fosco, em que foi inserido um

    termmetro que permite avaliar, alm da temperatura do ar, o ndice trmico

    ambiental. pintado de preto para ser um meio absorvedor onde a radiao um

    componente significativo do ambiente trmico, exercendo influncia acentuada no

    processo de transferncia de calor ser humano-ambiente. Os dados colhidos atravs

    desses instrumentos foram utilizados para avaliar o conforto trmico proporcionado

    pelas coberturas das residncias. O ndice de Temperatura do Globo Negro (ITGU)

    foi calculado de acordo com Buffington et al. (1981), baseado na temperatura do

    ambiente dos dias observados. O ITGU possibilitou o clculo da umidade relativa e

    das temperaturas em locais sombreados e a pleno sol.

    As medies de temperatura e umidade relativa foram feitas dentro e fora das

    casas e em reas de sol e sombra fora das moradias.

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    Como parmetro, apresenta-se a Tabela 1:

    Tabela 1- Referncia para o ndice da Temperatura do Globo Negro.

    ndice da Temperatura do Globo Negro

    Sensao proporcionada s pessoas

    De 70 a 72 Ideal, sensao agradvel

    73 a 76 Sensao suportvel com calor

    76 a 82 A vida produtiva fica dificultada

    Maior que 86 O ambiente propcio para a desidratao, diminuio da presso arterial e indisposio para tarefas bsicas do dia-a-dia.

    O experimento foi realizado no ms de novembro de 2009, em oito casas,

    sendo 4 de cobertura de telha de amianto e 4 de alvenaria. As casas localizam-se na

    Rua projetada no Bairro Boa Vista, Matip- MG. O clima da regio de Matip do

    tipo tropical mido com ndices pluviomtricos bem acentuados no vero.

    As variveis analisadas foram delineadas por anlise estatstica pelo

    programa Bioestat 5.0, (Ayres et al., 2007) comparando os ndices de conforto

    trmico.

    3. Achados da pesquisa

    3.1 Caracterizao

    3.1.1 Matip

    A cidade de Matip possui uma rea de 277 km2 e populao estimada em

    17.017 habitantes e est localizada na bacia do Rio Doce. Possui altitudes mxima e

    mnima de 989 e 660 metros, respectivamente (IBGE, 2009).

    Matip limita-se com os municpios de Abre Campo, Caputira, Manhuau,

    So Joo do Manhuau, Santa Margarida e Pedra Bonita, e est em uma regio de

    relevo cuja topografia possui 20% de reas planas, 35% de reas onduladas e 45%

    de reas montanhosas. A posio da sede do municpio latitude 201700 e

    longitude WGr 422030. A principal via de acesso at a cidade atravs da BR 262,

    distante apenas 4 km, pela rodovia Ozires Linhares Fraga. A distncia do municpio

    capital do estado de aproximadamente 175 km em linha reta e 250 km pela BR

    262.

    Matip uma cidade essencialmente agrcola, sendo o caf seu principal

    produto, participando tambm de sua economia a pecuria e o comrcio, porm com

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    menor sustentabilidade. uma regio com cerca de 600.000 hectares (PROGRAMA

    SOCIAL, 2009).

    A comunidade do Bairro Boa Vista constituda por 03 (trs) grandes

    aglomerados denominados: Bairro Boa Vista, Bairro Boa Esperana e Loteamento

    do Celinho nesse ltimo, funciona a APAE (Associao dos Pais e Amigos dos

    Excepcionais de Matip). A comunidade do bairro Boa Vista Matip/MG concentra

    uma parcela expressiva da populao desse municpio estima-se que populao

    residente nesta rea corresponda 1/3 do total de todo o municpio. De acordo com

    os dados da E. E. do Bairro Boa Vista e do Posto de Sade local, 2/3 dessa

    populao constituda por crianas, adolescentes e jovens com idade inferior a 25

    anos.

    Esse bairro est localizado numa rea afastada da regio central da cidade;

    os morros so ngremes e existe acesso sim para nibus. O bairro possui duas

    escolas pblicas uma municipal e outra estadual, que oferecem, a primeira,

    apenas ensino fundamental e, a segunda, ensino fundamental e mdio, alm da

    modalidade de Educao de Jovens e adultos (EJA). Na regio do Bairro Boa Vista

    situa-se o asilo municipal e a maior creche da cidade. O bairro conta com um Posto

    de Sade e uma quadra poliesportiva coberta, mas recorrente a presena de

    crianas que brincam pelas ruas. Existe um pequeno comrcio local, composto por

    bares e mercearias que suprem as necessidades imediatas dos moradores.

    3.1.2 O Programa social

    O Programa social e multidisciplinar: educao, sade, meio ambiente,

    planejamento financeiro domstico e gerao de renda constitui-se em uma

    proposta da Faculdade Vrtice em parceria com a Samarco Mineradora S.A.,

    iniciada no ano de 2009.

    Esse Programa tem como objetivo contribuir para a promoo da qualidade

    de vida dos moradores do Bairro Boa Vista, em Matip, Minas Gerais. Sua essncia

    est pautada no envolvimento e na participao da populao em todas as

    propostas que pretende desenvolver, j que acreditamos que a participao um

    aspecto indispensvel ao sucesso de projetos que visam ao desenvolvimento de

    comunidade; nesse caso, a integrao da Comunidade com a Instituio de Ensino

    Superior.

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    A equipe que atua no Programa formada por acadmicos dos diversos

    cursos de graduao e pelo corpo docente da Faculdade Vrtice. O Programa vem

    realizando aes, atividades e projetos no Bairro Boa Vista. Os projetos do

    Programa Social incluem: projeto de capoeira; projeto de dana, escolinha de

    futebol; visita programada; projeto Hip-hop, projeto de administrao financeira e

    domstica e qualidade de vida da Famlia. O Programa realiza tambm pesquisas e,

    nesse caso, podemos citar o estudo antropomtrico, o perfil colheitadores de caf e

    o estudo de ambientao.

    A partir do Programa Social, a Faculdade Vrtice tornou-se muito mais

    conhecida e reconhecida no Municpio e regio. Diante de tudo que vimos e ouvimos

    durante o perodo que a Faculdade Vrtice esteve mais perto da comunidade

    atravs do Programa Social, temos o orgulho e segurana em afirmar que fomos

    que ultrapassamos os rituais de insero, portanto estamos hoje totalmente

    integrados Sociedade matipoense.

    por isso que acreditamos que essa parceria de tamanha magnitude entre a

    Vrtice e a Samarco est viabilizando um profcuo engajamento no que se refere ao

    cumprimento das responsabilidades sociais de ambas as empresas junto

    sociedade, alm de contribuir para o fortalecimento das atividades de pesquisa e

    extenso que, por sua vez, almejam a promoo do desenvolvimento humano.

    3.2 Resultados e discusso

    Estudos realizados pela Equipe do Projeto mostraram que a ausncia de

    rvores ou a escassez delas podem estar relacionadas s mudanas no mesoclima

    do bairro, refletindo uma reduo da umidade relativa do ar e, tambm, um aumento

    da temperatura dentro das moradias, um dos agravantes mais preocupantes.

    O conforto trmico condicionado a diversos fatores como radiao solar,

    temperatura, umidade relativa e movimentao de ar. A vegetao presente no

    entorno das casas poderia contribuir para o controle de temperatura do ambiente, da

    umidade do ar e da radiao solar por fazer uma interceptao da radiao direta e

    difusa, como tambm da radiao refletida pelo solo ou construes prximas. O

    sombreamento proporcionado por uma rvore depende da densidade de folhagem

    ao longo de seu ciclo anual e seu porte.

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    Um fator que deve ser levado em considerao a presena de muros,

    superfcies de pedra, asfalto e concreto, que absorvem e armazenam muito mais

    calor que a vegetao e a terra. A Rua Projetada foi asfaltada h menos de um ano

    e as rvores localizadas nela foram arrancadas em funo das mudanas ocorridas

    e no houve reposio. Isso ser proporcionado pelo aumento da rea verde

    presente no entorno das casas avaliadas (arborizao urbana), aumentando-se,

    portanto, o sombreamento nas casas. A escolha do local de implantao das mudas

    foi determinada pela equipe de professores do Projeto Ambientao, juntamente

    com os estagirios do Programa Social.

    A umidade do ar, um dos parmetros avaliados, contribui para a perda de

    calor por evaporao, sendo importantes as condies ambientais no entorno do

    indivduo para favorecer essa perda quando o calor estiver desconfortvel. A

    umidade relativa teve grande aumento na manh devido s chuvas que ocorreram

    no final da tarde anterior. Todas as residncias tiveram um aumento acentuado

    mesmo com diferenas de cobertura (amianto ou alvenaria).

    Nos dias das medies, a temperatura observada teve valores bruscos,

    principalmente em residncias de cobertura de telha de amianto e que, na manh

    nublada, teve alteraes pequenas em relao ao esperado, praticamente no

    interferindo no grau de sensao trmica das residncias.

    Os valores obtidos na manh de sol resultaram em uma mdia de 78,830,

    valor que torna a vida produtiva difcil. Os valor de mdia da tarde de sol foi 82,758,

    fator muito preocupante pela sensao de incmodo e mal estar percebida pela

    equipe do Projeto e por relato das famlias que residem na rua.

    Mediante aos dados alarmantes, as medies feitas no dia nublado

    evidenciaram uma mdia de temperatura de 75,005, valor considerado mais ameno

    pela tabela de referncia (Tabela 1) e, mesmo assim, proporcionando uma sensao

    de calor nas residncias de cobertura de telhas de amianto em comparao s

    medies realizadas em residncias com alvenaria.

    possvel perceber, na Figura 1, altas temperaturas em funo da ausncia

    de vegetao, se comparado rea na mesma rua onde h a presena de uma

    rvore, resultando numa temperatura mais amena nesse local, alm de provocar um

    aumento da umidade relativa do ar em seu entorno (Figura 2).

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    Figura 1 ndice de Temperatura do Globo Negro em residncias da Rua Projetada, Bairro Boa

    Vista, Matip-MG.

    Figura 2 ndices da Umidade Relativa (%) e a Temperatura do Ar em C em

    residncias da Rua Projetada, Bairro Boa Vista, Matip-MG.

    O ndice de conforto calculado para os ambientes estudados comprovam que

    a otimizao trmica alcanada quando as rvores esto presentes prximas s

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    residncias, estabelecendo assim um ambiente mais propcio moradia dentro das

    condies climticas a que esto condicionadas para que a populao tenha

    qualidade de vida.

    4. Consideraes finais

    O projeto visa a continuidade, com implantao e acompanhamento do

    crescimento das mudas dentro dos quintais e nas ruas do bairro. Sero realizadas

    medies peridicas de temperatura e umidade relativa do ar dentro e fora das

    casas e os possveis efeitos causados na sade dos moradores pela mudana na

    sensao trmica.

    Tendo em vista os resultados, a equipe pretende continuar os trabalhos

    realizando o plantio de mudas de rvores e acompanhamento da sade das famlias,

    o que poder contribuir, em longo prazo, para amenizar a situao constatada.

    5. Referncias

    AYRES M., AYRES J.R.M., AYRES D.L. & SANTOS A.S. 2007. BioEstat 5.0 -Aplicaes Estatsticas nas reas das Cincias Biolgicas e Mdicas. Sociedade Civil Mamirau, Belm. CNPq, Braslia. 290p. BRYSON, R.A.; ROSS, J.E. The Climate of the City. In: Urbanizations end Enverionment, DETWELER, T. R. end MARCUS, M. G., Duxbury Press, Belmont, 1972. BUENO, C.L. Estudo da atenuao da radiao solar incidente por diferentes indivduos arbreos. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1998. BUFFINGTON, D.E.; COLLAZO AROCHO, A.; CANTON, G.H. PITT, D. Black globe humidity index (BGHI) as a comfort equation for dairy cows. Trans. ASAE, St. Joseph, v.24, n. 3, p. 711-714, 1981. DOURADO, S. C. Ilhas de calor e urbanizao na Amaznia mato-grossense. Trabalho de concluso de curso, Departamento de Geografia, Universidade Federal de Mato Grosso, 2000. GOMES, M. A. S e AMORIM, M. C. de C. T. Arborizao e conforto trmico no espao urbano: estudo de caso nas praas pblicas de Presidente Prudente (SP). Caminhos da Geografia, So Paulo, v. 7, n.10, p. 94-106, Set 2003. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA (IBGE). Disponvel em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em: 10 ago 2010. PROGRAMA SOCIAL. Roteiro padro de projeto social. Samarco, 2009.

    http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1

  • Anais do III FAVE Frum Acadmico da Faculdade Vrtice Matip MG 19 a 22 de outubro de 2010

    ISSN 2178-7301

    RESUMOS

  • Anais do III FAVE Frum Acadmico da Faculdade Vrtice Matip MG 19 a 22 de outubro de 2010

    ISSN 2178-7301

    ANASTOMOSES INTERARTERIAIS CORONARIANAS EM QUEIXADAS (Tayassu pecari Link, 1795)

    Pedro Henrique Rodrigues Werner, Deyvid Lopes de Souza e Natlia Mayrinck Cunha graduandos em Medicina Veterinria

    Gilberto Valente Machado graduado em Medicina Veterinria, mestre e doutor em Anatomia dos Animais Domsticos e Silvestres. Professor e coordenador do

    curso de Medicina Veterinria da Faculdade Vrtice. Lucio Flvio Sleutjes graduado em Fisioterapia, mestre em Motricidade e doutor

    em Cinesiologia. Professor e diretor geral da Faculdade Vrtice. [email protected]

    PALAVRAS-CHAVE: Corao; Artrias coronrias; Tayassu pecari.

    1. Introduo

    A importncia funcional das anastomoses in