ANAIS DO SIMPÓSIO DO CENTRO DE MICROSCOPIA … · FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO...
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Ana Silvia Gimenes Garcia
Elton Luiz Scudeler
Shelly Favorito de Carvalho
Luiz Ricardo dos Santos Tozin
Daniela Carvalho dos Santos
(Organizadores)
Universidade Estadual Paulista - UNESP
Instituto de Biocências de Botucatu
Botucatu
2013
ANAIS DO SIMPÓSIO DO CENTRO DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DO IBB
Resumos apresentados durante o III Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB – III SCME
III Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB – 27 a 29 de novembro de 2013
Ana Silvia Gimenes Garcia
Elton Luiz Scudeler
Shelly Favorito de Carvalho
Luiz Ricardo dos Santos Tozin
Daniela Carvalho dos Santos
(Organizadores)
Anais do Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB
Resumos apresentados durante o III Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB – III SCME
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉC. AQUIS. TRATAMENTO DA INFORM. DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: ROSEMEIRE APARECIDA VICENTE
Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB (3 : 2013 : Botucatu)
Anais [do] III Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB
[recurso eletrônico], 27 a 29 de novembro de 2013 / Presidente Daniela
Carvalho dos Santos ; Organizadores Ana Silvia Gimenes Garcia ... [et at.]. -
Botucatu : UNESP-IBB, 2013
ePUB
Bianual
Resumos
Disponível em: www.ibb.unesp.br/#!/unidades-auxiliares/centro-de-
microscopia-eletronica---cme/anais-scme/edicoes-anteriores/
ISSN: 2525-7242 (recurso eletrônico)
1. Microscopia eletrônica - Pesquisa. 2. Ciências da vida. 3. Ciência dos
materiais. 4. Resumos. 5. Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita
Filho", Instituto de Biociências de Botucatu. I. Título. II. Garcia, Ana Silvia
Gimenes. III. Scudeler, Elton Luiz. IV. Carvalho, Shelly Favorito de. V. Tozin,
Luiz Ricardo dos Santos. VI. Santos, Daniela Carvalho dos.
CDD 578.45
Universidade Estadual Paulista - UNESP
Botucatu - SP
III Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB – 27 a 29 de novembro de 2013
COMISSÃO ORGANIZADORA DO SIMPÓSIO DO CENTRO DE
MICROSCOPIA ELETRÔNICA DO IBB – 2013
Presidente: Dra. Daniela Carvalho dos Santos
MEMBROS
Ana Silvia Gimenes Garcia
Daniela Carvalho dos Santos
Elton Luiz Scudeler
Lígia Barbosa Costa
Monique Campos Pereira
Shelly Favorito de Carvalho
COMISSÃO CIENTÍFICA
Carminda da Cruz-Landim, Daniela Carvalho dos Santos, Edy de Lello Montenegro,
Elisa Aparecida Gregório, Maria Lúcia Negreiros Fransozo, Selma Maria Michelin
Matheus, Silvia Rodrigues Machado, Tatiane Maria Rodrigues.
Conselho do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB
Membros titulares Realização
Supervisor: Dra. Daniela Carvalho dos Santos
Vice-supervisor: Dra. Silvia Rodrigues Machado
Dra. Maria Lúcia Negreiros Fransozo
Dra. Tatiane Maria Rodrigues
Dra. Selma Maria Michelin Matheus
Claudete dos Santos Tardivo
Elton Luiz Scudeler
Membros suplentes Apoio
Dra. Margarida Juri Saeki
Dra. Sandra de Moraes Gimenes Bosco
Dra. Patrícia Aline Boer
Tiago dos Santos Tardivo
Mariana Antunes da Silva
III Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB – 27 a 29 de novembro de 2013
APRESENTAÇÃO
Prezados colegas,
O Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB é um evento bianual,
organizado pela Unidade Auxiliar de Estrutura Simples "Centro de Microscopia
Eletrônica" do Instituto de Biociências de Botucatu - UNESP, e tem por objetivo
proporcionar um ambiente para divulgação de pesquisas nas áreas de microscopia e
microanálise, além de fornecer oportunidade de atualização e discussão sobre diferentes
metodologias e aplicações destas ferramentas de estudo.
Desde a sua criação, em 2009, priorizamos a definição de uma programação
científica ampla, que abrangesse tanto áreas de ciências biológicas, quanto áreas de
ciências de materiais; além de enfatizar a importância da consolidação deste evento como
uma maneira de valorizar e difundir o conhecimento gerado com o uso de microscopia e
microanálise, e assim divulgá-lo de forma permanente.
O evento também oferece palestras técnicas e de aplicação, minicursos,
apresentações dos trabalhos científicos de forma oral e/ou painéis, além de um concurso
de fotografia científica. O público alvo é bastante heterogêneo e conta com a participação
de alunos de graduação e pós-graduação, técnicos, profissionais, docentes e a comunidade
científica em geral.
A publicação dos “Anais do Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do
IBB” é um marco na história de divulgação da Unidade Auxiliar "Centro de Microscopia
Eletrônica", o qual conta com publicações seriadas, bianuais, contendo os resumos dos
trabalhos científicos apresentados durante as edições deste evento.
Profa. Dra. Daniela Carvalho dos Santos
Presidente da Comissão Organizadora do Simpósio do Centro de Microscopia
Eletrônica e Supervisora da Unidade Auxiliar CME do IBB
III Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB – 27 a 29 de novembro de 2013
SUMÁRIO
Resumos
APLICAÇÃO DA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA PARA
AVALIAÇÃO DA INIBIÇÃO NA FORMAÇÃO DE BIOFILME DE
Staphylococcus epidermidis E Staphylococcus saprophyticus NA PRESENÇA DO
PEPTÍDEO INIBIDOR DE RNAm (RIP)
09
1. CITOLOCALIZAÇÃO DO CO2 EM FOLHAS DE Vriesea gigantea Gaudichaud
(Bromeliaceae) SUBMETIDAS AO DÉFICIT HÍDRICO SUGERE QUE A
URÉIA PODE SER UTILIZADA COMO FONTE DE CARBONO
10
2.
3. VISUALIZAÇÃO DE NETS (NEUTROPHIL EXTRACELLULAR TRAPS) POR
MICROSCOPIA CONFOCAL E DE VARREDURA EM PACIENTES COM
PARACOCCIDIOIDOMICOSE
11
4.
5. ATIVIDADE CITOPROTETORA E ANTIAPOPTÓTICA DO MENTOL EM
ÚLCERAS GÁSTRICAS INDUZIDAS POR ETANOL ABSOLUTO
12
6.
7. TRICOMAS E HIDATÓDIO EM FOLHAS DE ALDAMA La Llave
(ASTERACEAE)
13
8.
9. OSMÓFOROS NO ANDROCEU DE ESPÉCIES DE Kielmeyera Mart. & Zucc.
(Calophyllaceae) DO CERRADO
14
ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE AGREGADOS DE β2-GLICOPROTEÍNA I POR
MICROSCOPIA HOLOGRÁFICA DIGITAL
15
ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO ULTRAESTRUTURAL E QUÍMICA DO
BAGAÇO DE CANA PRÉ TRATADO COM ÁCIDO SULFÚRICO
ASSOCIADO A MICRO-ONDAS
16
III Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB – 27 a 29 de novembro de 2013
ONTOGÊNESE DO ANDROCEU NAS FLORES DE Clusia criuva Cambess.:
INFERÊNCIAS PARA A FAMÍLIA CLUSIACEAE
17
EFEITOS DA ACIDIFICAÇÃO E AQUECIMENTO MARINHO NO
DESENVOLVIMENTO LARVAL DE Eriphia gonagra (Fabricius, 1781)
(Crustacea, Decapoda, Brachyura): EVIDÊNCIAS MORFOLÓGICAS
18
MICROSCOPIA CONFOCAL DAS JUNÇÕES NEUROMUSCULARES DE
RATOS APÓS EXERCÍCIO RESISTIDO E USO DE DECANOATO DE
NANDROLONA (DN)
19
ESTUDOS ULTRAESTRUTURAIS DE COLÉTERES EM Simira corumbensis
(RUBIACEAE)
20
SYNTHESIS OF MULTISEGMENTED NANOWIRES BY
ELECTRODEPOSITION
21
MICROMORFOLOGIA DOS VERTICILOS FLORAIS DE Jacarandá oxyphylla
Juss. (Bignoniaceae)
22
PROLONGAMENTOS APICAIS DAS CÉLULAS DO TEGUMENTO DE
Bombyx mori Linneaus (Lepidoptera: Bombycidae)
23
ULTRASTRUCTURAL CHANGES IN THE SWEET ORANGE PETALS
EPIDERMIS INFECTED WITH Colletotrichum acutatum
24
UTILIZAÇÃO DE MICROSCOPIA DE LUZ NA AVALIAÇÃO DA
CICATRIZAÇÃO DE LESÕES CUTÂNEAS UTILIZANDO EXTRATO
HIDROALCOÓLICO DE Copaifera langsdorffii Desf. (Fabaceae)
25
INDUÇÃO EXPERIMENTAL DO CÂNCER DE BEXIGA URINÁRIA NÃO-
MÚSCULO INVASIVO EM RATAS DA LINHAGEM UCh: AVALIAÇÃO
HISTOPATOLÓGICA
26
III Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB – 27 a 29 de novembro de 2013
DENSIDADE DE TRICOMAS GLANDULARES EM FOLHAS DE Lippia
origanoides Kunth (Verbenaceae) EM DUAS FISIONOMIAS DE CERRADO
27
PADRÕES DE ACÚMULO DE TANINOS EM FRUTOS DE CAQUIZEIROS
ADSTRINGENTES E NÃO ADSTRINGENTES
28
ADAPTAÇÕES MORFOANATÔMICAS DE Minasia scapigera H. Rob.
(VERNONIEAE: ASTERACEAE) AOS CAMPOS RUPESTRES
29
OVIPOSIÇÃO DE FORMIGAS CORTADEIRAS ATTA SPP EM RELAÇÃO AO
CONSUMO TOTAL DO FUNGO SIMBIONTE, MANTIDAS COM E SEM
DIETA LIQUIDA
30
MICROMORFOLOGIA FOLIAR: CARACTERÍSTICAS DO INDUMENTO DE
Bauhinia rufa Bong. (Leguminosae - Caesalpinoideae) RELACIONADAS A
PROTEÇÃO CONTRA HERBIVORIA
31
PAPEL FUNCIONAL DAS ESPÍCULAS NA ÍNTIMA DO PILORO DE Bombyx
mori Linnaeus (Lepidoptera - Bombycidae)
32
CARACTERIZAÇÃO NEUROQUÍMICA DAS AFERÊNCIAS AOS
NEURÔNIOS DA RAIZ COCLEAR
33
10. AVALIAÇÃO ULTRAESTRUTURAL DO MATERIAL COMERCIALIZADO
COMO SALSAPARRILHA
34
11.
MORFOLOGIA DO OVO E DO TESTÍCULO DA BROCA GIGANTE DA
CANA-DE-ACÚCAR
35
ULTRAESTRUTURA E HISTOQUÍMICA DOS COLÉTERES DO EIXO
REPRODUTIVO DE Eugenia selloi B.D.JACKS. (MYRTACEAE)
36
III Simpósio do Centro de Microscopia Eletrônica do IBB – 27 a 29 de novembro de 2013
INFLUÊNCIA DA FIXAÇÃO NA DETECÇÃO DE ALTERAÇÕES
PROLIFERATIVAS ULTRAESTRUTURAIS INDUZIDAS PELO DIURON NO
UROTÉLIO VESICAL DE RATOS WISTAR
37
SEVOFLURANO DURANTE ISQUEMIA E REPERFUSÃO RENAIS EM
RATOS: ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL
38
DIVERSIDADE MORFOLÓGICA E HISTOQUÍMICA DE TRICOMAS
GLANDULARES NO LIMBO FOLIAR DE Lantana camara (Verbenaceae)
39
FORMAÇÃO DA CAVIDADE OVARIANA DURANTE A DIFERENCIAÇÃO
GONADAL FEMININA EM TELEOSTEI
40
ESTUDO HISTOQUÍMICO E ULTRAESTRUTURAL DA MUCOSA DO
TRATO DIGESTÓRIO DE Leiarius mamoratus, Gill 1870 (PIMELODIDAE,
TELEOSTEI)
41
ASPECTOS ANATÔMICOS E ULTRAESTRUTURAIS DO
DESENVOLVIMENTO DOS LATICÍFEROS EM EMBRIÕES DE
Tabernaemontana catharinensis A.DC. (APOCYNACEAE)
42
Realização Apoio
Os conteúdos dos resumos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores
27 A 29 de NOVEMBRO – UNESP – BOTUCATU/SP
RESUMOS
9
APLICAÇÃO DA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA PARA
AVALIAÇÃO DA INIBIÇÃO NA FORMAÇÃO DE BIOFILME DE
Staphylococcus epidermidis E Staphylococcus saprophyticus NA PRESENÇA DO
PEPTÍDEO INIBIDOR DE RNAm (RIP)
Adilson de Oliveira1*; Katheryne Benini Martins1; Danilo Flávio de Moraes Ribola1;
Luiza Pinheiro1; Valéria Cataneli Pereira1; Maria de Lourdes Ribeiro de Souza da
Cunha1
1Universidade Estadual Paulista – UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu – IBB, Departamento de
Microbiologia e Imunologia, Botucatu – SP, Brasil. *[email protected]
Staphylococcus epidermidis é frequente causa de infecções em pacientes que utilizam
dispositivos médicos enquanto Staphylococcus saprophyticus está envolvido em
infecções do trato urinário. Ambas as espécies são capazes de aderir a superfícies
abióticas e bióticas e produzir biofilme, um importante fator de virulência. A formação
do biofilme é influenciada por mecanismos regulatórios como o sistema quorum sensing
agr, que por sua vez é ativado pelo sistema quorum sensing trap. Estudos têm
demonstrado que na presença de um peptídeo inibidor de RNA (RIP), Trap é inativado,
afetando assim, a formação de biofilme. Este trabalho objetivou avaliar a interferência do
RIP no processo de formação de biofilme de S. epidermidis e S. saprophyticus na
superfície de pontas de cateter. Amostras de S. epidermidis e de S. saprophyticus isoladas
de pacientes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu foram
avaliadas quanto à produção de biofilme pelo método fenotípico em microplacas de
poliestireno (quantitativo). Uma amostra forte produtora de biofilme de cada espécie foi
selecionada e cultivada em duplicata em Caldo Tripticase de Soja (TSB) adicionado de
2% de glicose na presença de um segmento de 0,5 cm de cateter na ausência e presença
de 200µg/ml do RIP. Após 48h os seguimentos foram visualizados pela microscopia
eletrônica de varredura (MEV). No segmento de cateter sem RIP, a MEV revelou a
formação, por ambas as espécies, de biofilme em todo o fragmento do cateter. Nos
fragmentos de cateter com peptídeo RIP as células das duas espécies estudadas
apresentaram-se dispersas. No presente trabalho, o peptídeo inibidor de RNA impediu a
formação do biofilme de S. epidermidis e S. saprophyticus na superfície de cateteres
constituindo-se numa promissora ferramenta de prevenção de formação de biofilme
estafilocócico e controle de infecções relacionadas a cateteres causadas por esses
microrganismos. (FAPESP; CNPq; SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE
SÃO PAULO)
Palavavras-chave: biofilme, quorum sensing, peptídeo, Staphylococcus,
antimicrobianos.
10
CITOLOCALIZAÇÃO DO CO2 EM FOLHAS DE Vriesea gigantea Gaudichaud
(Bromeliaceae) SUBMETIDAS AO DÉFICIT HÍDRICO SUGERE QUE A
URÉIA PODE SER UTILIZADA COMO FONTE DE CARBONO
Alejandra Matiz1,*; Silvia Rodrigues Machado2; Helenice Mercier1
1Universidade de São Paulo, Instituto de Biociências - Departamento de Botânica, CEP 05508-900, São
Paulo, Brasil. *[email protected] 2Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Botânica, Botucatu, SP, Brasil.
A uréia vem sendo cada vez mais apontada como uma fonte muito importante de
nitrogênio para a planta. Estudos anteriores realizados no Laboratório de Fisiologia do
Desenvolvimento Vegetal do IB-USP demonstraram a preferência da bromélia-tanque
Vriesea gigantea pela absorção de uréia. Evidências recentes apontam também para uma
possível utilização do carbono originado da uréia. Essa capacidade da uréia fornecer
também carbono à planta poderia desempenhar uma estratégia importante sob condições
que limitam a entrada de CO2 atmosférico pelos estômatos, como no caso da deficiência
hídrica. Imagina-se que numa condição de escassez d’água e, portanto, aumento do
fechamento estomático, a uréia poderia desempenhar o papel tanto de uma fonte de
nitrogênio (N) quanto de carbono. Isso acarretaria possivelmente numa preferência ainda
maior por essa fonte orgânica de N na natureza. Folhas destacadas de Vriesea gigantea
foram submetidas ao déficit hídrico por uma solução de polietilenoglicol (PEG) 6000
30% durante 8 dias, para garantir a limitação da entrada de CO2 por meio do fechamento
estomático. Após os 8 dias de déficit, foi fornecida a uréia (dissolvida na solução de PEG)
e quantificado o teor hídrico relativo da porção apical da folha. Adicionalmente, nessa
mesma porção foliar foi feita a localização intracelular do CO2 (proveniente da uréia) por
meio de reação específica de precipitação do CO2, cuja visualização foi realizada em
microscópio eletrônico de transmissão. As folhas submetidas ao déficit hídrico sofreram
uma queda significativa no conteúdo de água quando comparadas à situação controle,
sendo observado também um maior acúmulo do CO2 proveniente da quebra da uréia nas
regiões próximas aos cloroplastos, vacúolos e paredes, indicando a possível utilização do
gás carbônico. Numa condição em que o CO2 é um fator limitante para a planta, a uréia
poderia ser de grande importância ecofisiológica, atuando tanto como uma fonte de
nitrogênio como de carbono. (FAPESP)
Palavras-chave: Citolocalização de CO2, uréia, déficit hídrico, Vriesea gigantea,
Bromeliaceae.
11
VISUALIZAÇÃO DE NETS (NEUTROPHIL EXTRACELLULAR TRAPS) POR
MICROSCOPIA CONFOCAL E DE VARREDURA EM PACIENTES COM
PARACOCCIDIOIDOMICOSE
Amanda Manoel Della Coletta1,*; Juliana Carvalho de Quaglia e Silva1; Tatiana
Fernanda Bachiega2; Silvio de Alencar Marques3; Mariângela Esther Alencar
Marques1; Julio DeFaveri1; Ângela Maria Victoriano de Campos Soares2; Luciane
Alarcão Dias-Melicio1
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - FMB, Departamento de
Patologia, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected] 2Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Microbiologia e Imunologia, Botucatu, SP, Brasil. 3 Universidade Estadual Paulista - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - FMB, Departamento de
Dermatologia e Radioterapia, Botucatu, SP, Brasil.
Paracocciodioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica, causada pelo fungo dimórfico
Paracoccidioides brasiliensis (Pb), sendo endêmica na América Latina. Nos últimos
anos, estudos têm se focado no papel dos neutrófilos (PMNs), uma vez que a literatura
enfatiza seu dinâmico envolvimento durante a defesa do hospedeiro contra diversos
microorganismos. Recentemente, foi demonstrado que o neutrófilo pode utilizar uma
estratégia para destruir patógenos chamada NETose, um tipo de morte celular diferente
dos bem elucidados mecanismos de apoptose e necrose. Essa via envolve a liberação de
redes extracelulares constituídas de conteúdo nuclear e granular por PMNs ativados. É
proposto que as NETs destruam microorganismos que não sejam fagocitados pelos
neutrófilos, porque possuem tamanho ou morfologia maiores que as células, o que pode
ocorrer com o Pb, uma vez que, em temperatura corporal, o fungo assume a forma de
levedura. Nesse contexto, os objetivos desse estudo foram identificar a presença das
NETs in vivo e in vitro, analisando lesões tegumentares de pacientes com PCM por
microscopia confocal e cultura de PMNs do sangue periférico de pacientes por
microscopia de varredura. Fragmentos de biópsias foram corados com DAPI (DNA), anti-
histona (Texas-Red) e anti-elastase (FITC) para microscopia confocal. PMNs do sangue
periférico de pacientes foram isolados e desafiados com Pb para microscopia de
varredura. As imagens de microscopia confocal revelaram a presença de constituintes das
NETs, localização de DNA nuclear e extracelular corado com DAPI, co-localização de
histona e elastase, confirmadas pela sobreposição das três imagens. Na microscopia de
varredura, foi observada a presença das NETs aprisionando leveduras do fungo. Dessa
maneira, NETs foram encontradas tanto em lesões tegumentares quanto em cultura de
PMNs do sangue periférico de pacientes com PCM quando desafiados com o fungo, e
esse achado traz informações relevantes no entendimento da patogênese dessa doença.
(FAPESP 2013/00788-7; FAPESP 2011/18855-7; CNPq 480486/2011-5; Fundunesp
00637/11-DFP)
Palavras-chave: neutrófilos, NETs, Paracoccidioidomicose, Paracoccidioides
brasiliensis, pacientes.
12
ATIVIDADE CITOPROTETORA E ANTIAPOPTÓTICA DO MENTOL EM
ÚLCERAS GÁSTRICAS INDUZIDAS POR ETANOL ABSOLUTO
Ariane Leite Rozza1,*; Cláudia Helena Pellizzon1
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Morfologia, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected]
A úlcera gástrica é uma erosão na parede estomacal que penetra até a camada muscular
da mucosa. É considerada problema de saúde global, afetando 15 milhões de pessoas. As
folhas de Mentha piperita tem o mentol (ME) como composto majoritário e são
tradicionalmente usadas no tratamento de distúrbios gastrointestinais, como úlcera e
diarreia. Este trabalho propôs-se a analisar a atividade gastroprotetora e mecanismo de
ação de ME. Administrou-se ME (p.o) nas doses de 25, 50 ou 100 mg/kg, carbenoxolona
100 mg/kg ou veículo (tween 80 a 8%) em ratos wistar machos (n=7). Após 1 hora,
receberam 1 ml de etanol absoluto para indução de úlcera (p.o). Decorrida 1 hora, os ratos
foram eutanasiados, tiveram os estômagos retirados, escaneados e a área das úlceras
(mm2) foi medida através do software AVSoft BioView. Amostras foram fixadas e
coradas em PAS, HE (através do qual foi feito escore inflamatório e contagem de
neutrófilos) e foram feitas reações imunohistoquímicas para HSP-70 e Bax. Outro
fragmento do estômago foi homogeneizado e a atividade da enzima mieloperoxidase
(MPO) foi mensurada através de ELISA e lida em espectrofotômetro. Os resultados foram
expressos em média ± epm e analisados por ANOVA, Dunnet (p<0.01). ME induziu
significativa gastroproteção nas doses de 50 e 100 mg/kg (81,83% e 96,92%,
respectivamente, de redução na área lesada em comparação a T). A coloração em HE
evidenciou reduzida descamação, hemorragia, dano glandular e infiltrado inflamatório na
mucosa do grupo ME, além de decréscimo no número de neutrófilos e na atividade da
MPO, marcadora de atividade neutrofílica. Intensa secreção de muco pelas glândulas
gástricas foi observada no grupo ME através da coloração com PAS. No grupo ME, a
área marcada para a proteína citoprotetora e anti-apoptótica HSP-70 foi maior e para a
proteína apoptótica Bax foi menor. ME apresentou efeito gastroprotetor, relacionado à
supressão da inflamação, secreção de muco gástrico e efeitos anti-apoptótico e
citoprotetor. (CAPES, FAPESP)
Palavras-chave: mentol, úlcera gástrica, inflamação, apoptose.
13
TRICOMAS E HIDATÓDIO EM FOLHAS DE ALDAMA La Llave
(ASTERACEAE)
Arinawa Liz Filartiga1,2,*; Aline Bertolosi Bombo1,2; Beatriz Appezzato-da-Glória1,2
1 Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ - USP, Departamento de Ciências Biológicas,
Piracicaba, SP, Brasil. *[email protected] 2 Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP - Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal,
Instituto de Biologia, Campinas, SP, Brasil.
Diversos estudos reconhecem que a caracterização anatômica dos órgãos vegetativos das
espécies de Asteraceae é útil para resolução de problemas taxonômicos no grupo. Dentre
as análises anatômicas, destacam-se as de estruturas secretoras, que podem representar
um importante caráter taxonômico devido à variação estrutural e à posição constante que
ocupam nas espécies em que ocorrem. Sendo assim, folhas de oito espécies de Aldama
La Llave (= Viguiera Kunth) foram analisadas, a fim de ampliar o conhecimento sobre as
espécies e contribuir para a elucidação de problemas taxonômicos no gênero. A superfície
foliar das espécies Aldama anchusifolia, A. bakeriana, A. discolor, A. grandiflora, A.
megapotamica, A. nudibasilaris, A. pilosa e A. squalida foi analisada através de
microscopia de luz e microscopia eletrônica de varredura a partir de técnicas usuais. O
indumento foliar é composto por três tipos de tricomas: o tipo I, que é formado por três
células, sendo a célula basal delimitada ou não por séries concêntricas de células
epidérmicas, a célula terminal com ápice agudo e célula mediana alonganda,
apresentando ornamentações verrucosas em pectina; o tricoma II é unisseriado,
moniliforme, com número variável de células, com a célula distal de formato globoide,
espatulado ou afilado; e o tricoma do tipo III, que é bisseriado, capitado, com pelo menos
5 pares de células formando a cabeça. Estes três tipos de tricomas ocorrem nas espécies
aqui analisadas, exceto em A. bakeriana e em A. squalida, nas quais não se obervou o
tricoma III. Os hidatódios estão presentes na região do bordo foliar, exceto em A.
anchusifolia e A. megapotamica, e se caracterizam pela presença de elementos traqueais,
epitema, bainha parenquimática incompleta e poros aquíferos. Os dados aqui obtidos
evidenciam que os tipos de tricomas, unidos à presença de hidatódios e a outras
características morfoanatômicas podem contribuir para a distinção de algumas das
espécies aqui analisadas. (FAPESP 2010-51454-3)
Palavras-chave: Anatomia, estrutura secretora, Viguiera, taxonomia.
14
OSMÓFOROS NO ANDROCEU DE ESPÉCIES DE Kielmeyera Mart. & Zucc.
(Calophyllaceae) DO CERRADO
Bárbara de Sá Haiad1,2,*; Silvia Rodrigues Machado1
1 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências de Botucatu,
Departamento de Botânica, Botucatu, SP, Brasil 2 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Departamento de Botânica, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil - *[email protected]
Kielmeyera variabilis e Kielmeyera grandiflora pertencem a recém-circunscrita família
Calophyllaceae, que abriga táxons da antiga subfamília Kielmeyeroideae (Clusiaceae). K.
grandiflora apresenta flores perfeitas e K. variabilis apresenta uma fase andromonóica
curta, no início da floração, com flores estaminadas e perfeitas. Pólen é o recurso
oferecido por ambas as espécies, nas quais os grãos são liberados em tétrades. Na região
do conectivo, no ápice das anteras de Kielmeyera variabilis e K. grandiflora estão
presentes glândulas subepidérmicas conspícuas, responsáveis pela produção de odor -
osmóforos. Nosso objetivo foi estudar estruturalmente estes osmóforos. Botões florais e
flores foram coletados de indivíduos adultos em remanescentes de cerrado dos arredores
de Botucatu (SP). As amostras foram processadas segundo técnicas usuais em
microscopia de luz e eletrônica de transmissão. Tais estruturas estão associadas a um feixe
com xilema e floema que percorre o filete e o conectivo, sendo constituídas por células
de paredes delgadas, citoplasma denso e núcleos conspícuos. Na fase secretora é marcante
a presença de gotas de óleo, mitocôndrias, retículo endoplasmático rugoso, plastídeos
modificados e corpos multivesiculares associados à membrana citoplasmática. As células
se afastam por esquizogênese e a secreção ocupa os espaços intercelulares, sendo
posteriormente liberada para a superfície via ruptura da epiderme. Em estádio tardio do
desenvolvimento, essas células apresentam paredes frouxas e sinuosas, retração do
protoplasto e baixa definição de organelas Com a senescência, as células secretoras
fragmentam-se em sentido centrífugo, em relação ao órgão. Os voláteis florais,
especialmente benzenóides e terpenóides, permitiram às plantas suplantar desafios
relacionados à transmissão de informações e ao fato de serem fixas e imóveis. Osmóforos
estão associados a estratégias florais nas quais as plantas “avisam” aos vetores de
polinização que há recompensas florais. (FAPESP-PD - Proc.2011/13208-3 e TEM-
BIOTA Proc.2008/55434-7)
Palavras-chave: odor, flor, estrutura, Kielmeyera variabilis, Kielmeyera grandiflora.
15
ANÁLISE DA FORMAÇÃO DE AGREGADOS DE β2-GLICOPROTEÍNA I POR
MICROSCOPIA HOLOGRÁFICA DIGITAL
Camila Machado1,*; Isis Vasconcelos de Brito2; Diogo Soga2; Guilhermo Palacios3;
Jorge Ricardo Perez3; Francisco Palacios Fernandez3; Mikiya Muramatsu2; Lígia
Ferreira Gomes1
1Universidade de São Paulo - USP, Faculdade de Ciências Farmacêuticas - FCF, Departamento de Análises
Clínicas e Toxicológicas, São Paulo, SP, Brasil. *[email protected] 2Universidade de São Paulo - USP, Instituto de Física - IF, Departamento de Física Geral, São Paulo, SP,
Brasil. 3Universidade de Oriente, Faculdade de Ciências Naturais, Departamento de Física, Santiago de Cuba,
Cuba.
A β2-glicoproteína I é uma apolipoproteína com efeitos sobre o metabolismo lipídico, a
coagulação sanguínea e as células mononucleares. Seus efeitos foram associados à
fisiopatologia de condições crônicas relacionadas a autoimunidade e a anticorpos
antifosfolipidio, como a síndrome primária e o lúpus eritematoso sistêmico; a infecções,
como a sífilis congênita e a Doença de Chagas; e até a aterosclerose e envelhecimento. A
β2GPI circula na forma livre ou ligada a lipoproteínas ricas em triglicerídeos e ancora-se
às células endoteliais através da anexina II. Dímeros e agregados de β2GPI formam-se no
sangue e nos tecidos por ação da plasmina ou pela ligação a anticorpos ou superfícies
negativas. A formação de dímeros e agregados de β2GPI modifica seus efeitos in vitro.
Este trabalho utilizou a técnica de MHD para avaliar a formação de agregados em
subfrações de purificação de β2-glicoproteína I (β2GPI). A Microscopia Holográfica
Digital (MHD) é uma técnica interferométrica de microscopia que permite a análise da
luz que passa por uma amostra, a partir de hologramas gravados em um sensor digital,
em tempo real. Amostras de β2GPI foram purificadas de plasma humano e dialisadas em
água. Pequenos volumes de solução foram depositados sobre lâminas de vidro, secas ao
ar, a temperatura ambiente. Sequências de imagens foram capturadas durante o processo
de formação dos agregados. As imagens obtidas apresentam a organização da proteína
em forma de ramos e ângulos retos de padrão reprodutível até o limite de resolução do
equipamento, diferindo o grau de organização para a fração rica em dímeros ou em
monômeros. Diferentes regiões da lâmina foram visualizadas e reidratadas para estudar a
reversibilidade do processo. Resultados similares foram obtidos por outras técnicas. Os
resultados obtidos a partir de mapas de fase reconstruídos numericamente permitiram
visualizar o comportamento estrutural da proteína, além de possibilitarem relacioná-la à
sua função. (CAPES)
Palavras-chave: β2-glicoproteína I, microscopia holográfica digital, morfologia
quantitativa.
16
ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO ULTRAESTRUTURAL E QUÍMICA DO
BAGAÇO DE CANA PRÉ TRATADO COM ÁCIDO SULFÚRICO ASSOCIADO
A MICRO-ONDAS
Christiane da Costa Carreira Nunes1,*; Marcia Maria de Souza Moretti1; Maurício
Boscolo2; Roberto da Silva3; Eleni Gomes1
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas - IBILCE,
Departamento de Biologia, São José do Rio Preto, SP, Brasil. *[email protected] 2 Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas - IBILCE,
Departamento de Química, São José do Rio Preto, SP, Brasil. 3 Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas - IBILCE,
Departamento de Engenharia de Alimentos, São José do Rio Preto, SP, Brasil.
Para que o etanol seja produzido a partir do bagaço de cana, as frações de celulose e
hemicelulose deste material devem ser inicialmente despolimerizadas por hidrólise
química ou enzimática, para a liberação de açúcares solúveis, os quais serão convertidos
em etanol pelo micro-organismo fermentador. O presente trabalho tem como objetivo
avaliar ultraestruturalmente o efeito do pré-tratamento do bagaço com ácido sulfúrico à
0,05M em 100% de glicerol e submetido a micro-ondas por 2 minutos, na desestruturação
da parede celular do bagaço. Após a aplicação de micro-ondas, 30mL de água destilada
foram adicionados ao material; a mistura foi então filtrada a vácuo. O filtrado foi utilizado
para a determinação da quantidade de açúcares redutores (AR) e compostos fenólicos
(CF) liberados. Após o pré-tratamento o bagaço foi fixado em solução de glutaraldeído a
2,5%; pós-fixado em tetróxido de ósmio a 1%; desidratado em séries crescentes de
acetona; emblocado, cortado e analisado em microscópio eletrônico de transmissão.
Como controle utilizamos o material não tratado. O solvente orgânico associado a um
ácido proporcionou a liberação de 2,40mg de AR e 19,48mg de CF ambos por 1g de peso
seco de bagaço. Observaram-se em nível ultraestrutural modificações na elétron-
densidade, rupturas nas paredes celulares, floculação da lamela média e da parede
secundária. Há também imagens que mostram o rompimento da lamela média. Notou-se,
ora somente um desarranjo na parede secundária em torno da membrana de pontoação,
ora rupturas desta parede. No caso da parede secundária, o ácido sulfúrico age sobre a
hemicelulose presente nesta região fazendo com que a mesma torne-se mais frágil e por
vezes sofra rupturas. Nossas análises ultraestruturais mostram que houve mudanças
morfológicas importantes na parede celular do bagaço de cana pré-tratado com ácido
sulfúrico, o que possivelmente contribui na liberação de açúcares fermentescíveis para a
produção de etanol combustível. (FAPESP; CNPq, CAPES)
Palavras-chave: ultraestrutura, microscopia eletrônica, bagaço de cana, pré-tratamento.
17
ONTOGÊNESE DO ANDROCEU NAS FLORES DE Clusia criuva Cambess.:
INFERÊNCIAS PARA A FAMÍLIA CLUSIACEAE
Daniel de Oliveira Leal1,*; Márcia Maria da Rocha1; Marcelle Paes Barreto1;
Lorena de Souza Rocha Cardoso1; Bárbara de Sá Haiad1; Lygia D. R. Santiago
Fernandes1
1Universidade Federal do Rio de Janeiro - Museu Nacional - Departamento de Botânica, Rio de Janeiro,
RJ, Brasil. *[email protected]
Clusia criuva, é dioica, oferece pólen como recurso floral e ocorre no domínio
fitogeográfico Mata Atlântica. Objetivou-se conhecer estruturalmente o androceu de
flores estaminadas e pistiladas da espécie e assim contribuir para estudos sistemáticos e
ecológicos. Amostras coletadas na APA da Restinga de Maricá (RJ) foram processadas
segundo técnicas usuais em microscopia de luz e eletrônica de varredura. No início do
desenvolvimento de ambas as flores, o androceu é composto por cinco primórdios de
fascículos estaminais que originarão, nas flores pistiladas, apenas cinco estaminódios
posicionados entre os estigmas e nas flores estaminadas, cerca de 40 estames de
surgimento centrífugo. A esporogênese é observada em ambos os morfos florais. Na flor
pistilada, as tétrades degeneram, resultando em anteras indeiscentes com lóculos
preenchidos por restos celulares. Nas flores estaminadas, as tétrades tetraédricas originam
micrósporos livres e microgametófitos. Nos estames e estaminódios, os filetes apresentam
epiderme uniestratificada, mesofilo com sete a nove camadas de parênquima regular
contendo grãos de amido e um feixe vascular central. Canais secretores, adjacentes à
epiderme, circundam todo o filete. As anteras são bitecas, rimosas e tetrasporangiadas. A
parede da antera é formada por epiderme uniestratificada, com idioblastos drusíferos, uma
a duas camadas de endotécio com espessamento em barra e tapete e septo interlocular
degenerados. A diferença no desenvolvimento do androceu dos diferentes morfos florais
demonstra que a perda da função masculina nas flores pistiladas é pós-meiótica. Flores
unissexuais com vestígio do sexo oposto e androceu polistêmone que se desenvolve de
forma centrífuga a partir de primórdios de fascículos são caracteres compartilhados por
representantes da família Clusiaceae. (CNPq)
Palavras-chave: Clusia criuva, flor, desenvolvimento, androceu.
18
EFEITOS DA ACIDIFICAÇÃO E AQUECIMENTO MARINHO NO
DESENVOLVIMENTO LARVAL DE Eriphia gonagra (Fabricius, 1781)
(Crustacea, Decapoda, Brachyura): EVIDÊNCIAS MORFOLÓGICAS
Eduardo Antonio Bolla Júnior1,*; Álvaro Monenegro2; Maria Lucia Negreiros
Fransozo1
1NEBECC, Depto. Zoologia, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Universidade Estadual Paulista –
UNESP, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected] 2Department of Geography, The Ohio State University - OSU, Columbus, OH, USA.
O aumento do CO2 atmosférico é apontado como o principal responsável pelo
aquecimento global e pelos impactos ambientais associados às mudanças climáticas.
Quando em contato com a água do mar, o CO2 reage formando ácido carbônico que,
somado ao aquecimento, provocam dissolução do carbonato de cálcio, afetando espécies
com esqueleto calcário como os crustáceos. Para melhor esclarecer os possíveis impactos
destas alterações, este estudo visa uma análise ultraestrutural do desenvolvimento larval
do caranguejo Eriphia gonagra sob influência da acidificação e aumento da temperatura.
As larvas, provenientes de fêmeas ovígeras coletadas na natureza, foram criadas
individualmente em sistemas com água circulante, salinidade 35, sob 12 tratamentos
resultantes da combinação de quatro níveis de pH (8,1; 7,7; 7,3; 6,7) e três de temperatura
(25°C; 28°C; 32°C), baseados em previsões realistas de cenários futuros. A análise
morfológica ultraestrutural revelou que, em pH 7,7 e 8,1, as larvas diferiram pouco.
Algumas mudanças morfológicas são notadas apenas em pH 7,3 (principalmente nos
primeiros estágios larvais), sendo que a maioria das modificações ocorre em pH 6,7. Entre
estas alterações, destacam-se a presença de “ranhuras”, “estrias” e desgastes no
exoesqueleto da carapaça, além de deformações em alguns espinhos. Tais mudanças
podem acarretar problemas secundários à larva, pois facilitam a perfuração da carapaça e
possibilitam a entrada de patógenos (ciliados, por exemplo), podendo causar diminuição
das taxas de sobrevivência larval. Não foram notadas diferenças significativas quanto à
forma e tipo de cerdas ou apêndices. No entanto, em alguns tratamentos de temperatura
mais elevada houve alterações no número de cerdas. As alterações morfológicas
encontradas no presente estudo sugerem que, de fato, as futuras alterações climáticas
oceânicas previstas podem causar danos, também, ao nível ultraestrutural na biota
marinha. (FAPESP # 2010/11856-5)
Palavras-chave: alterações climáticas, ultraestrutura, MEV, caranguejo.
19
MICROSCOPIA CONFOCAL DAS JUNÇÕES NEUROMUSULARES DE
RATOS APÓS EXERCÍCIO RESISTIDO E USO DE DECANOATO DE
NANDROLONA (DN)
Erick Valentino1; Carina Guidi1; Ana Paula Silveira Leite2; Paula A. Tomé de
Souza3; Selma Maria Michelin Matheus4,*
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - FMB, Pós-Graduação em
Bases Gerais de Cirurgia, nível: Mestrado, Botucatu, SP, Brasil. 2Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Curso de C.
Biológicas, Botucatu, SP, Brasil. 3Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Pós-Graduação em
Biologia Geral e Aplicada, nível: Doutorado, Botucatu, SP, Brasil. 4Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Anatomia, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected]
Os esteróides androgênicos anabolizantes (EAA) são derivados sintéticos da testosterona
que estimulam síntese de proteínas, sendo utilizados por atletas e não atletas para
aumentar massa muscular, força e desempenho na prática de atividade física. O DN é o
EAA mais utilizado entre os atletas. Considerando que o envelhecimento do músculo
esquelético é caracterizado por uma perda progressiva de massa muscular e diminuição
da sua função, este trabalho teve por objetivo avaliar a distribuição dos receptores de
acetilcolina após interação entre uso de DN e atividade física, em ratos adultos e
envelhecidos. Foram utilizados 24 ratos machos, distribuídos em 8 grupos: G1-adulto,
sedentário; G2-envelhecido, sedentário; G3-adulto, sedentário, DN; G4-envelhecido,
sedentário, DN; G5-adulto, treinamento físico; G6- envelhecido, treinamento físico; G7-
adulto, treinamento físico, DN; G8-envelhecido, treinamento físico, DN. Os grupos
DN receberam 10 mg/kg/semana via i.m. 2x por semana por 8 semanas. O treinamento
físico consistiu em sessões de saltos em água, 3x por semana. Os músculos sóleos dos
grupos G1, G3, G5 e G7 foram coletados após 8 semanas de tratamento, e os dos grupos
G2, G4, G6 e G8 permaneceram até completar 300 dias de idade. Os receptores de
acetilcolina foram marcados com alfa bungarotoxina associada a rodamina e analisados
em microscópio confocal de varredura a laser. Os resultados indicaram uma distribuição
em ilhas no grupo G2, e dispersão dos mesmos no grupo G5, sendo que a distribuição dos
receptores do grupo G4 foi bastante semelhante ao G6. Já os receptores do grupo G8
mostram-se menores quando comparados aos grupos G4 e G6. Esses resultados sugerem
uma atrofia nos grupos envelhecidos que não foi compensada nem pelo exercício e nem
pelo DN. Já o exercício nos adultos contribuiu para hipertrofia das junções
neuromusculares. Além disso o uso do DN isolado não alterou a distribuição dos
receptores, demonstrado pela morfologia semelhante do grupo G3 ao G1. (PROPE)
Palavras-chave: confocal, junção neuromuscular, receptor de acetilcolina, exercício,
anabolizante.
20
ESTUDOS ULTRAESTRUTURAIS DE COLÉTERES EM Simira corumbensis
(RUBIACEAE)
Fernanda Tresmondi1,*; Silvia Rodrigues Machado2
1Pós-graduação em Ciências Biológicas (Botânica), Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de
Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de Botânica, Botucatu, SP, Brasil.
*[email protected] 2Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Botânica, Botucatu, SP, Brasil.
Coléteres são estruturas que produzem secreção composta por mucilagem ou uma mistura
de mucilagem e resina com função de proteger os meristemas apicais. São descritos seis
tipos de coléteres para Rubiaceae: padrão, padrão reduzido, escova, dendróide, alado e
filiforme. Embora coléteres sejam comuns nessa família, estudos ultraestruturais são
raros. Este estudo objetivou caracterizar a ultraestrutura de coléteres de Simira
corumbensis, uma Rubiaceae arbórea perene. Coletamos amostras de ápices vegetativos
espécimes ocorrentes em floresta estacional semidecidual localizada na cidade de
Botucatu, São Paulo. As amostras foram processadas de acordo com métodos usuais em
microscopia eletrônica de transmissão. S. corumbensis possui coléter padrão constituído
por eixo parenquimático multicelular e epitélio secretor composto por células dispostas
em paliçada recobertas por uma fina cutícula. As células epiteliais dos coléteres
apresentaram citoplasma denso com ribossomos, mitocôndrias com cristas dilatadas,
numerosos dictiossomos com cisternas dilatadas associadas a vesículas preenchidas com
material fibrilar e grânulos osmiofílicos. Vesículas se fundem à membrana plasmática ou
se fundem entre si formando vacúolos. A secreção pode ser observada em espaços
periplasmáticos formados pela dissolução da lamela média na porção distal das células
epiteliais ao longo das paredes celulares anticlinais e dentro de bolsas presentes na parede
periclinal externa. A abundância de dictiossomos associados às vesículas indica que essas
organelas estão ativas no processo de secreção e transporte da mucilagem. A degradação
das paredes celulares das células epiteliais combinada com a pressão exercida pelo
acúmulo do material e a presença de bolsas na parede periclinal externa auxiliam a
passagem da secreção via parede celular para o espaço subcuticular e daí para o meio
externo. A presença de microcanais na camada cuticular permite que o exsudato seja
externalizado através da cutícula intacta. (FAPESP; CNPq)
Palavras-chave: coléteres, Rubiaceae, mucilagem, ultraestrutura.
21
SYNTHESIS OF MULTISEGMENTED NANOWIRES BY
ELECTRODEPOSITION
Gislaine Passarella Gerola1,*; Caroline Rodrigues Basso1; Juliane Renata
Sempionatto1; Valber de Albuquerque Pedrosa1
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Química, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected]
Nanowires have been highlighted due to the range of applications in science and
technology, resulting from its ability to generate multiple external surfaces. They can be
defined as a structure with nanometer-scale diameter, wherein the ratio between length
and diameter is on the order of 10 or more. They act as an excellent conductor with high
catalytic activity and electronic properties so they can be used as bioelectrochemical
transducer due to the diameter length to be comparable to the size of the analytes. In this
work it was carried out the synthesis of metallic and polymeric nanowires by
electrochemical deposition, the objective was to test different shapes and sizes, aiming
the construction of multisession nanowires with multifunctionality. The first step was to
clean up the aluminamembrane with 200 nm in diameter, by vacuum wash to prevent
pores obstruction, after drying under atmosphere one of the faces was coated with gallium
to create electrical contact, then the membrane was set in a teflon cell used as
electrodeposition support, particularly solutions for each metal (Au, Ni) and polymer
(polypyrrole) where employed and applied potential and charge were adjusted. The
nanowire size was controlled by monitoring the applied charge; it was possible to do the
size control using chronoamperometry technique. After solutions electrodeposition into
the membrane pores, concentrated HNO3 was applied on the membrane in order to
remove residual gallium. The membrane was dissolved in NaOH 3M and washed with
water to obtain a neutral pH. The nanowires were kept in phosphate buffer solution
0.01M, pH 7.4 and stored at room temperature. The samples were characterized by
scanning electron microscopy and energy dispersive X-ray. Multisegmented nanowires
were successfully synthesized by electrodeposition and external applied potential
monitoring that controls charge deposition, this parameter was important for optimization
of the nanowires growth, shape and diameter. (FAPESP)
Key words: Nanowires, electrodeposition, nanotechnology.
22
MICROMORFOLOGIA DOS VERTICILOS FLORAIS DE Jacarandá oxyphylla
Juss. (Bignoniaceae)
Janete Ferreira Andrade1,*; Elza Guimarães1; Silvia Rodrigues Machado1 1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Botânica, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected]
Indumento é o conjunto de pelos, glândulas, tricomas ou escamas que recobre a superfície
de órgãos vegetais. Estes apêndices epidérmicos podem ser classificados como
glandulares e não glandulares ou tectores. Os glandulares têm valor taxonômico e estão
envolvidos com secreção de diversas substâncias; os tectores estão associados com
proteção. Espécies de Bignoniaceae são caracterizadas pela profusão de tricomas
glandulares nas partes vegetativas e reprodutivas. Considerando que as estruturas
secretoras florais de Bignoniaceae podem desempenhar importantes funções relacionadas
à reprodução, objetivou caracterizar o indumento floral de Jacaranda oxyphylla em uma
perspectiva morfo-funcional. Flores dessa espécie foram coletadas em um remanescente
de cerrado no município de Pratânia, SP. A micromorfologia do indumento dos quatro
verticilos das espécies foi avaliada em estereomicroscópio e em microscópio eletrônico
de varredura. Registrou-se tricomas tectores uni e bicelulares simples nas faces externas
do cálice e colora, respectivamente. Além desses, observou-se tricomas glandulares
distribuídos por toda corola. Dentre os verticilos reprodutivos, o androceu apresentou
predomínio de tricomas glandulares concentrados na base dos filetes. No estaminódio
houve distribuição de tricomas gandulares, com exceção do terço basal. Na região apical
houve combinação dos dois tipos de apêndices, sendo os tectores restritos a essa porção.
Não foram encontrados tricomas no gineceu. Espécies de Jacaranda Juss. apresentam
grande semelhança entre si com relação ao indumento floral. O registro de apêndices não
glandulares nos verticilos florais dessa espécie poderá auxiliar em trabalhos futuros para
melhor caracterização do gênero. J. oxyphylla apresentam indumento floral diversificado,
composto por tricomas tectores uni e bicelulares e por tricomas glandulares capitados que
podem desempenhar funções ecológicas importantes. (FAPESP-TEM)
Palavras-chave: Indumento floral, Jacaranda oxyphylla, Micromorfologia.
23
PROLONGAMENTOS APICAIS DAS CÉLULAS DO TEGUMENTO DE
Bombyx mori Linneaus (Lepidoptera: Bombycidae)
Jéssica Vencatto Senem1,*; Ednéia Fátima Brambilla Torquato1; Lucinéia de Fátima
Chasko Ribeiro1; Rose Meire Costa Brancalhão1
1Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Programa de Pós Graduação em Biociências e
Saúde - PPGBS, Departamento de Biologia Celular e Estrutural, Cascavel, PR, Brasil.
Bombyx mori é um Lepidoptera de interesse em estudos científicos e tecnológicos, e no
Brasil é muito utilizado na agroindústria sericícola. No estágio larval o inseto se prepara
para a metamorfose e, o seu corpo necessita de proteção externa e resistência adequada,
que são proporcionadas pelo tegumento. Este tecido é constituído de células epidérmicas
responsáveis pela secreção da cutícula. Poucas são as descrições ultraestruturais do
tegumento e, considerando seu importante papel na vida do inseto, o presente estudo
analisou a morfologia de suas células em larvas de B. mori, no 5º instar. Para tanto, as
larvas foram anestesiadas, dissecadas e segmentos do tegumento foram coletados e
fixados em Karnovsky modificado, seguindo o processamento para microscopia
eletrônica de transmissão. As células epiteliais do tegumento se apresentaram
pavimentosas, com núcleo alongado, nucléolo evidente e pouca heterocromatina. O
citoplasma apresentou as estruturas características de células eucarióticas, com grande
quantidade de polissomos livres e microtúbulos na região apical da célula. Nesta região
foi verificada a presença de prolongamentos citoplasmáticos, que delimitam e formam
um espaço, entre o epitélio e a íntima. Tais prolongamentos conectam-se com a íntima
através dos hemidesmossomos. A lâmina basal apresentou aspecto delgado. Pelo exposto,
verifica-se que as células epidérmicas do tegumento apresentam características
específicas na sua organização ultraestrutural, esclarecendo detalhes relacionados à
dinâmica funcional do tecido, uma vez que os prolongamentos apicais criam um espaço
linfático. Além disso, o conhecimento da morfologia do tegumento propicia informações
básicas para estudos futuros deste importante inseto na agroindústria sericícola do Brasil.
Palavras-chave: bicho-da-seda, sericicultura, tegumento, morfologia.
24
ULTRASTRUCTURAL CHANGES IN THE SWEET ORANGE PETALS
EPIDERMIS INFECTED WITH Colletotrichum acutatum
João Paulo Rodrigues Marques1,*; Lilian Amorim1; Marcel Bellato Spósito1; Beatriz
Appezzato-da-Glória1
1Luiz de Queiroz College of Agriculture, University of São Paulo, Piracicaba, São Paulo, Brazil.
Postbloom fruit drop, an important disease caused by Colletotrichum acutatum, is
characterised by the presence of necrotic lesions on the petals and stigmas of citrus
flowers and by the subsequent fall of young fruit. The objective of this study was to
compare the ultrastructure of the epidermis of petals inoculated or not with the fungus in
order to understand the changes caused by the C. acutatum infection. The cuticle of
healthy petal shows parallel striae covering the unestratified epidermis. This is provided
with vacuolated cells whose parietal cytoplasm shows mitochondria, plastids, poorly
developed rough endoplasmic reticulum, polysomes, few lipid droplets and nuclei
positioned near the inner periclinal wall. The cuticle on the epidermal cells is significantly
alterated in the later stages of infection, or the ornamentation is no longer observed due
to the deposition of new layers of cuticular plates. The outer periclinal walls can become
thickened. Unlike the healthy regions, some cells of the infected region have dense
cytoplasm with rough and smooth endoplasmic reticulum highly developed, the
dictyosomes are hyperactive and there are many mitochondria and many lipid droplets.
The plastids exhibit electron-dense stroma, starch grains and a large amount of electron-
dense lipid droplets, which can be released into vacuoles or toward the endoplasmic
reticulum. Golgi-derived vesicles can be released into the periplasmic space through the
plasma membrane or can be grouped to form multivesicular bodies. The multivesicular
bodies can be observed into the vacuole, in the cytoplasm and fusing with the plasma
membrane to release the vesicles. The vesicles migrate through the periclinal cell wall
and are related to the deposition of material in the cuticle. The results of this study indicate
that epidermal cells of the petals respond to the presence of the pathogen, by promoting
parietal and cuticular changes, which may restrict new infections. (FAPESP)
Keywords: Citrus sinensis, Cuticle, Endoplasmic reticulum, Multivesicular bodies,
Plastids.
25
UTILIZAÇÃO DE MICROSCOPIA DE LUZ NA AVALIAÇÃO DA
CICATRIZAÇÃO DE LESÕES CUTÂNEAS UTILIZANDO EXTRATO
HIDROALCOÓLICO DE Copaifera langsdorffii Desf. (Fabaceae)
Lucas Fernando Sérgio Gushiken1*; Cláudia Helena Pellizzon1; Carlos Alberto
Hussni2; Jairo Kenupp Bastos3
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Morfologia, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected] 2Universidade Estadual Paulista - UNESP, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Cirurgia e
Anestesiologia Veterinária, Botucatu, SP, Brasil. 3Universidade de São Paulo - USP, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - FCFRP,
Departamento de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Botucatu, SP, Brasil.
O sistema tegumentar consiste em uma barreira que mantém a integridade do organismo.
Com a descontinuidade desse sistema, o organismo promove o processo cicatricial,
envolvendo três fases: inflamatória, proliferativa e de remodelação. A fase inflamatória
caracteriza-se pela migração de leucócitos e liberação de citocinas pró-inflamatórias. Na
fase proliferativa, ocorre a deposição do tecido de granulação, com síntese de colágeno
tipo III e fatores de crescimento. Na fase de remodelação há a substituição do colágeno
tipo III por colágeno tipo I e a reestruturação do epitélio sintetizado. O extrato
hidroalcoólico da casca de Copaifera langsdorffi (EC) apresenta atividade
antiinflamatória, antimicrobiana e de cicatrização de feridas. O estudo avaliou os aspectos
de retração e celularidade da cicatrização de lesões cutâneas em ratos tratados com EC
durante 3, 7 e 21 dias. Ratos machos Wistar foram aleatoriamente divididos nos grupos
(n=5) salina (S), EC 1%, EC 5% e EC 10% e sofreram excisão dorsal de 2 centímetros de
diâmetro utilizando um punch. Durante os períodos de 3, 7 e 21 dias, mediu-se
diariamente a retração das lesões dos animais utilizando paquímetro. Os animais foram
eutanasiados e as lesões coletadas para análise histológica utilizando microscópio óptico
de luz para estudo de número total de células em três regiões: borda, centro da lesão e
pele normal. Os dados foram analisados via ANOVA seguida de Bonferroni. Em
comparação ao grupo S, a retração no tamanho da ferida foi estatisticamente maior nos
grupos EC 10% após 7 dias, EC 5% e EC 10% após 21 dias. A celularidade foi
estatisticamente significativa na região das bordas das lesões dos grupos EC 1% e EC
10% após 3 dias e centro das lesões de EC 5% e EC 10% após 21 dias. Sendo assim,
concluímos que EC auxiliou na retração das lesões cutâneas, determinando alterações
celulares nas bordas e centro das lesões, o que indica participação na proliferação e
migração celular na região. (FAPESP)
Palavras-chave: cicatrização, celularidade, Copaifera langsdorffii Desf.
26
INDUÇÃO EXPERIMENTAL DO CÂNCER DE BEXIGA URINÁRIA NÃO-
MÚSCULO INVASIVO EM RATAS DA LINHAGEM UCh: AVALIAÇÃO
HISTOPATOLÓGICA
Luiz Antonio Lupi Júnior1,*; Bruno Martinucci1; Marcelo Martinez2; Francisco
Eduardo Martinez1; Wagner José Favaro3; Wílson de Mello Júnior1
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Anatomia, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected] 2Universidade Federal de São Carlos - UFSCar - Departamento de Morfologia e Patologia - CCBS, São
Carlos, SP, Brasil. 3Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Instituto de Biologia - IB, Departamento de Biologia
Estrutural e Funcional, Campinas, SP, Brasil.
O carcinoma de bexiga urinária está entre os tipos de câncer com maior prevalência no
Brasil e no mundo, porém sua fisiopatologia ainda não está totalmente compreendida.
Modelos experimentais com roedores constituem uma boa alternativa para o estudo dos
tumores vesicais e de seus tratamentos, pois estes animais apresentam estrutura e função
do trato urinário inferior semelhantes às dos seres humanos. Contudo, não são todas as
linhagens que desenvolvem satisfatoriamente o tumor experimental possibilitando seu
estudo, assim estudou-se a indução química de tumor vesical na linhagem de ratosUCh
procurando novas alternativas. A linhagem UCh, desenvolvida na Universidade do Chile
para estudo do alcoolismo experimental, apresenta duas variedades: UChA - baixo
consumo e UChB - alto consumo voluntário de etanol. Ratas das duas variedades
passaram por indução química experimental do câncer de bexiga urinária por instilação
intravesical de N-metilnitrosuréia, substância química de alto potencial carcinogênico
presente no cigarro. Não se utilizou consumo de etanol neste experimento. Após oito
semanas de tratamento, foi realizada a eutanásia e coleta da bexiga urinária para análise
histopatológica. As lesões encontradas variaram das mais simples, como a hiperplasia
simples e a neoplasia intraurotelial de baixo grau; às mais graves, como os carcinomas
uroteliais papilíferos de baixo e alto grau e o carcinoma urotelial papilífero invasivo de
caráter difuso. As fêmeas da variedade UChB apresentaram lesões mais graves quando
comparadas às fêmeas UChA, incluindo diagnósticos de carcinoma urotelial invasivo
associado à metaplasia escamosa. As lesões uroteliais encontradas nas ratas UChB
apresentaram padrão morfológico muito semelhante ao de lesões encontradas no câncer
de bexiga urinária humano. Estes achados caracterizam esta variedade como um
importante modelo animal para o estudo experimental deste tipo de câncer. (FAPESP –
Processo 2011/09035-6)
Palavras-chave: carcinogênese experimental, Uch, bexiga urinária, histopatologia.
27
DENSIDADE DE TRICOMAS GLANDULARES EM FOLHAS DE Lippia
origanoides Kunth (Verbenaceae) EM DUAS FISIONOMIAS DE CERRADO
Luiz Ricardo dos Santos Tozin1,*; Tatiane Maria Rodrigues1
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Botânica, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected]
Verbenaceae é conhecida por seu potencial aromático e medicinal devido aos óleos
essenciais produzidos em tricomas glandulares. A secreção produzida por essas glândulas
possui importância na interação da planta com o ambiente, podendo conferir proteção
contra herbívoros, patógenos e intensa radiação UV-B. Nessas espécies, a ocorrência dos
tricomas glandulares é um aspecto constitutivo; entretanto, estudos indicam que fatores
ambientais podem influenciar a formação dessas estruturas. Lippia origanoides, espécie
nativa do Cerrado, possui compostos antimicrobianos, antiviral, acaricida e antioxidante.
O objetivo deste trabalho foi analisar a densidade de tricomas glandulares em folhas de
L. origanoides em diferentes fisionomias de Cerrado. Amostras de folhas expandidas
foram coletadas de indivíduos adultos vegetando em campo cerrado e cerrado stricto
sensu (n=12), na Fazenda Palmeira da Serra, Pratânia, SP. As amostras foram fixadas em
glutaraldeído 2,5%, processadas segundo técnicas usuais em microscopia eletrônica de
varredura e analisadas ao microscópio eletrônico de varredura Fei Quanta 200. O número
de tricomas glandulares foi calculado em 1,0 mm2 foliar com auxílio do software
Scandiun. Os resultados foram submetidos à análise estatística ANOVA e as médias
comparadas pelo Teste de Tukey a 5%. Tricomas glandulares foram observados em
ambas as faces do limbo foliar de L. origanoides, sendo a densidade glandular na face
abaxial 3 a 4 vezes maior que na adaxial. A densidade de tricomas glandulares na face
abaxial do limbo foliar foi maior em indivíduos do campo cerrado (97,62 ± 16,61) em
comparação com indivíduos do cerrado stricto sensu (69,52 ± 16,71) (P= 0.0009;
F=15.6354). Esse fato pode estar associado à maior luminosidade recebida pelos
indivíduos no campo cerrado. A densidade glandular na face adaxial do limbo foliar não
variou nos dois ambientes (P = 0.2998). Nossos dados subsidiam estudos sobre manejo
de espécies aromáticas nativas de Cerrado. (FAPESP, CNPq)
Palavras-chave: glândulas, fatores ambientais, MEV, morfologia, Lippia origanoides.
28
PADRÕES DE ACÚMULO DE TANINOS EM FRUTOS DE CAQUIZEIROS
ADSTRINGENTES E NÃO ADSTRINGENTES
Magda Andréia Tessmer1*; Ricardo Alfredo Kluge1; Beatriz Appezzato-da-Glória1
1Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”- ESALQ/USP, Departamento de Ciências Biológicas,
Piracicaba-SP, Brasil. *[email protected]
O Brasil se destaca na produção de caquis (Diospyros kaki L.) sendo considerado o quarto
produtor mundial. As cultivares mais produzidas são ‘Fuyu’ (PCNA) e ‘Giombo’ (PVA),
sendo que a primeira perde a adstringência naturalmente durante a maturação e a segunda
necessita de remoção artificial após a colheita. Os taninos solúveis são os responsáveis
pela adstringência. O objetivo do estudo foi comparar o acúmulo de taninos no início do
desenvolvimento de caquis ‘Giombo’ e ‘Fuyu’ visando esclarecer se a diferença na
adstringência está relacionada ao início do acúmulo de taninos nas células e no padrão de
acúmulo durante a diferenciação celular. Flores e frutos foram coletados em pomar
comercial de Mogi das Cruzes na safra 2010, em cinco fases (a, b, c, d, e). Foram
realizadas análises estruturais em microscopia de luz e ultraestruturais de varredura a
baixas temperaturas (Cryo-SEM) e de transmissão. Nas duas cultivares, na primeira fase
de desenvolvimento, o ovário apresenta intensa divisão das células meristemáticas e já
com pequeno número de células taníferas, isoladas ou agrupadas. O acúmulo dos taninos
ocorre numa sequência de eventos com diferentes padrões. No início, concomitante ao
acúmulo que ocorre nas proximidades da parede celular, se observa intensa vesiculação
no citoplasma da célula tanífera. Tais vesículas podem formar projeções ligadas ao
tonoplasto de um lado a outro da parede celular. Na fase b, gradativamente o vacúolo é
ocupado pelo tanino amorfo. Além dos padrões de acúmulo já citados, a partir da fase c
do desenvolvimento dos frutos, também são observadas células taníferas com acúmulo
homogêneo todo interrompido por “poros” ou preenchidos de forma homogênea de tal
maneira que os diferentes padrões ocorrem simultaneamente. Também na análise no
Cryo-SEM foi verificada a presença de poros no tonoplasto. Não foram verificadas
diferenças nos padrões de acúmulo nas duas cultivares. (FAPESP: 2010/16392-7)
Palavras-chave: anatomia, Cryo-SEM, Diospyros kaki L., ultraestrutura.
29
ADAPTAÇÕES MORFOANATÔMICAS DE Minasia scapigera H. ROB.
(VERNONIEAE: ASTERACEAE) AOS CAMPOS RUPESTRES
Makeli Garibotti Lusa1,2,*; Beatriz Appezzato-da-Glória1
1Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"/USP. 2Universidade de Campinas. *[email protected]
Minasia scapigera pertence à subtribo Lychnophorinae. Apresenta caule curto e roseta
terminal. Ocorre nos campos rupestres da Serra do Espinhaço, ambiente com intensa
radiação solar, sazonalmente seco e sujeito ao fogo. O objetivo desse estudo foi analisar
a morfoanatomia de M. scapigera e procurar identificar características que representem
adaptações aos campos rupestres. O material botânico foi coletado em Diamantina, MG.
A partir de plantas adultas foram amostrados caules e folhas. Para o levantamento dos
caracteres morfoanatômicos foram utilizadas técnicas usuais para microscopia de luz e
eletrônica de varredura. A folha de Minasia scapigera apresenta limbo linear e plano. A
epiderme é provida de estômatos e de tricomas em ambas as faces. Os tricomas não
glandulares tem forma de "T", sendo curtos ou alongados. Os tricomas glandulares são
capitados e se localizam geralmente em depressões da superfície. O mesofilo é isolateral.
O parênquima clorofiliano é restrito às regiões abaixo dos estômatos, sendo delimitado
pelo parênquima incolor com espessamentos parietais celulósicos e pécticos e pelas
extensões de bainha dos feixes vasculares. A região da nervura central se diferencia do
restante do mesofilo apenas pela maior espessura e pelo maior tamanho dos feixes
vasculares. O caule de M. scapigera apresenta entrenós bastante curtos e estrutura
secundária já nas proximidades do ápice. As camadas mais externas do parênquima
floemático se suberificam e revestem o órgão juntamente com as bainhas e pecíolos das
folhas senescentes. O cilindro vascular e a medula apresentam quantidade significativa
de tecido parenquimático incolor. Dentre as características levantadas destacam-se
algumas com provável função adaptativa aos campos rupestres: o revestimento dos
órgãos, o caule extremamente congesto, grande quantidade de tecido parenquimático
incolor na folha e no caule e a localização restrita do parênquima clorofiliano sob os
estômatos. (FAPESP 2010/51454-3; 2010/02085-5)
Palavras-chave: caule congesto, revestimento, indumento, tecido parenquimático
incolor, localização diferencial do clorênquima.
30
OVIPOSIÇÃO DE FORMIGAS CORTADEIRAS ATTA SPP EM RELAÇÃO AO
CONSUMO TOTAL DO FUNGO SIMBIONTE, MANTIDAS COM E SEM
DIETA LIQUIDA.
Maria Ines Bulgari Alves1,*; Luiz Carlos Forti1
1Universidade Estadual Paulista - UNESP Departamento de Proteção Vegetal, Faculdade de Ciências
Agronômicas - FCA, Rua José Barbosa de Barros,1780, Caixa Postal 237, CEP 18610-307, Botucatu-SP.
Colônias de formigas cortadeiras do gênero Atta, são dependentes do fungo simbionte
para sobreviver, tanto as operárias quanto a rainha, porém em laboratório ocorre o
declínio total desse fungo onde ele é totalmente consumido sem ocorrer à morte da rainha.
Esse trabalho teve como objetivo investigar se quando ocorre o consumo total desse fungo
em colônias mantidas em laboratório essas rainhas continuam a ovipositar e se
alimentarem de dieta liquida a base de melado de cana comercial, se ocorre o aumento ou
não o número de ovos até a sua morte. Foram selecionadas 12 rainhas, essas foram
mantidas em potes transparentes individuais e dividias em rainhas com dieta e sem dieta.
Identificadas como R1C, R2C, R3C, R4C, R5C e R6C, e mantidas com melado de cana
50 ml homogeneamente misturada com água destilada 50 ml e utilizamos um pedaço de
algodão embebido e esse foi oferecido às rainhas e R1S, R2S, R3S, R4S, R5S e R6S não
receberão nenhuma alimentação. Os ovos foram coletados a cada 24 horas com pinceis
para não danificar, com auxilio de microscópio estereoscópico, Nikon SMZ 800
iluminador NI 15, usando o aumento de 6.0, pois esses ovos medem cerca de 0,40 mm,
usando esse aumento é possível quantificar os ovos e observar sua estrutura. Observou-
se que rainhas quando não há mais fungo simbionte colocam ovos reprodutivos, menores
e rígidos, esses foram quantificados. Sendo que as rainhas sobreviveram com dieta liquida
de caldo de cana variando de 5 a 25 dias e ovipositam cerca de 1,9 a 14,2 ovos por dia e
rainhas sem dieta vivem de 14 a 25 dias, ovipositam em média 13,06 a 36,6 ovos por dia.
Conclui- se que rainhas sem alimento colocam mais ovos.
Palavras-chave: Oviposição, Ovos, Rainhas.
31
MICROMORFOLOGIA FOLIAR: CARACTERÍSTICAS DO INDUMENTO DE
Bauhinia rufa Bong. (Leguminosae - Caesalpinoideae) RELACIONADAS A
PROTEÇÃO CONTRA HERBIVORIA
Marília Monteiro Quinalha1,*; Elza Guimarães1; Silvia Rodrigues Machado1
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Botânica, Botucatu, SP, Brasil. *marí[email protected]
As plantas são a base da maioria das cadeias alimentares, podendo ser consumidas por
uma grande variedade de organismos. Devido ao impacto causado pela herbivoria, as
plantas, ao longo da história evolutiva, passaram a apresentar inúmeras respostas a essa
pressão. As taxas de herbivoria em folhas jovens podem ser maiores que em folhas
adultas, devido a sua melhor qualidade nutricional (Coley et. al,1996). De fato, em
campo, observamos uma maior intensidade de herbivoria em folhas jovens de Bauhinia
rufa, espécie alvo desse estudo, o que sugere mudanças nas características das mesmas
ao longo de seu desenvolvimento. O objetivo deste estudo foi avaliar as características do
indumento relacionadas à proteção contra herbivoria em folhas de B. rufa em diferentes
estádios de desenvolvimento, visando identificar traços que possam ser responsáveis pela
redução das taxas de herbivoria nas folhas completamente expandidas. Coletamos folhas
íntegras de B. rufa, Leguminosae (Caesalpinoideae), em três estádios de desenvolvimento
classificados segundo o comprimento do folíolo, <5mm, 10-20mm e >50mm, em cinco
plantas de um remanescente de cerrado localizado em Pratânia, SP. Avaliamos a
micromorfologia da superfície foliar em microscópio eletrônico de varredura.
Observamos a presença de tricomas tectores e glandulares nos três estádios de
desenvolvimento avaliados. Entretanto, a densidade desses apêndices é maior nos
estádios iniciais, diminuindo com a expansão da folha. Os tricomas podem desempenhar
diversas funções, dentre as quais se destacam aquelas relacionadas à defesa das plantas.
Considerando que os tricomas estão presentes em todos os estádios de desenvolvimento
das folhas de B. rufa, a equipe está realizando análises adicionais visando elucidar o
mecanismo completo de defesa presente nas folhas adultas desta espécie. Assim, deve
haver outras modificações que protegem as folhas adultas do consumo pela maioria dos
insetos herbívoros. (FAPESP)
Palavras-chave: herbivoria, tricomas, Bauhinia rufa.
32
PAPEL FUNCIONAL DAS ESPÍCULAS NA ÍNTIMA DO PILORO DE Bombyx
mori Linnaeus (Lepidoptera - Bombycidae)
Marilucia Santorum1,*; Mayarha Patricia Dequigiovanni Baggio1; Sóstenez
Alexandre Vessaro da Silva1; Lucinéia de Fátima Chasko Ribeiro1; Rose Meire
Costa Brancalhão1
1Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, Programa de Pós-Graduação em Biociências e
Saúde - PPGBS, Departamento de Biologia Celular e Estrutural, Cascavel, PR, Brasil.
O intestino posterior de Bombyx mori e de outros Lepidoptera apresenta uma região de
transição com o intestino médio, o piloro, que auxilia no controle da passagem do
alimento. Devido a sua complexidade o piloro é subdividido em anel intersticial posterior,
cone pilórico e válvula pilórica. O órgão é revestido pela íntima e, segundo estudos em
Amathes c-nigrum, está pode apresentar especializações em algumas áreas, as espículas,
que atuam na desaceleração do movimento do alimento. Em B. mori não há informações
morfológicas a seu respeito e o presente objetivou analisar as espículas deste segmento
intestinal. Larvas de B. mori foram anestesiadas e segmentos do piloro foram retirados e
processados para microscopia de luz e eletrônica de varredura. O piloro se apresentou
como um compartimento distinto, constituído por um epitélio simples, com variação na
morfologia celular e recoberto em sua face luminal pela íntima quitinosa, com áreas
contendo espículas. As espículas estavam presentes na área posterior do anel intersticial
posterior e se encontravam alinhadas de forma espaçada, em série, ou formando pilhas,
tais variações são reflexo do intenso peristaltismo que altera a extensão desta área. Já no
cone pilórico, se apresentavam arranjadas de forma poligonal em toda sua extensão.
Funcionalmente, as espículas atuam na retenção da matriz peritrófica, impedindo que o
alimento seja forçado sobre a mesma e que retorne ao intestino médio. Na válvula
pilórica, as espículas foram observadas nas regiões anterior, organizadas em placas
poligonais e orientadas anteriormente, e na posterior, mantendo a mesma organização,
mas orientadas posteriormente. Da mesma forma que nas demais subdivisões, elas atuam
na retenção da matriz peritrófica e que nesta região auxilia no movimento do bolo fecal
em direção ao íleo, para formação dos pellets fecais. (CAPES)
Palavras-chave: Intestino posterior, bicho-da-seda, matriz peritrófica, cone pilórico.
33
CARACTERIZAÇÃO NEUROQUÍMICA DAS AFERÊNCIAS AOS
NEURÔNIOS DA RAIZ COCLEAR
Marina Galleazzo Martins1; André Valério Da Silva1; Rian Stenico Beduschi1;
Nicole Orsi Barioni1; Carla de Moraes Machado1; José de Anchieta de Castro e
Horta Júnior1,*
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Anatomia, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected]
Os neurônios da raiz coclear (CRNs) são os primeiros a receber a informação auditiva
proveniente da cóclea e estão envolvidos no circuito elementar do reflexo auditivo de
sobressalto (RAS) juntamente com as células ganglionares do órgão de Corti, o núcleo
reticular caudal da ponte e os motoneurônios da medula espinal. O RAS apresenta uma
série de modulações como a habituação, a sensibilização, a inibição por estímulo prévio
e a potenciação por um estímulo adverso. As modulações do RAS possuem valor
diagnóstico de enfermidades neurodegenerativas e psiquiátricas como Parkinson e
esquizofrenia e ocorrem por intermédio de aferências sobre os componentes do seu
circuito elementar cujo núcleo menos estudado é o constituído pelos CRNs. O padrão de
conectividade eferente dos CRNs é bem conhecido, porém pouco se conhece sobre as
origens de suas aferências e a identidade neuroquímica das mesmas. Estudos prévios
demonstraram que o soma e os dendritos dos CRNs estão cobertos por botões sinápticos
de quatro tipos sugerindo que existem diversas origens para estes terminais axônicos, com
características neuroquímicas próprias. O conhecimento da identidade neuroquímica das
aferências aos CRNs é relevante para compreender qual o papel do núcleo da raiz coclear
nas modulações do RAS. Este trabalho tem como objetivo examinar a presença de
terminações axonais na raiz coclear de ratos Wistar fêmeas adultas (protocolo CEEA-IBB
17/08), com diversos tipos de neurotransmissores ou neuromoduladores como:
noradrenalina, serotonina (5HT), acetilcolina (ACh), ácido gama-aminobutírico (GABA),
ácido glutâmico, transcrito regulado pela cocaína e anfetamina (CART), e urocortina – 1
(UCN-1). A natureza neuroquímica das fibras nervosas aferentes à raiz coclear foi
identificada por meio de imuno-histoquímica para os neurotransmissores (CART, UCN-
1, 5HT, ACh, GABA) suas enzimas precursoras (TH; DBH; GAD; ChAT) ou seus
transportadores vesiculares. (VGat; VGlut; VAChT). (Fapesp 2008/02771-6, CNPq,
CAPES)
Palavras-chave: imuno-histoquímica, neurotransmissores, raiz coclear, neuropeptídeos.
34
AVALIAÇÃO ULTRAESTRUTURAL DO MATERIAL COMERCIALIZADO
COMO SALSAPARRILHA
Marli Kasue Misaki Soares1,*; Aline Redondo Martins2; Beatriz Appezzato-da-
Glória1
1Universidade de São Paulo - ESALQ/USP, Departamento de Ciências Biológicas, Piracicaba, SP, Brasil.
*[email protected] 2Universidade Estadual Paulista - FEIS/UNESP, Departamento de Biologia e Zootecnia, Ilha Solteira, SP,
Brazil.
A salsaparrilha (Smilax sp.), pertencente à família Smilacaceae e é comercializada em
farmácias de manipulação, casas de ervas e mercados públicos devido às propriedades
medicinais das estruturas subterrâneas. O objetivo deste estudo foi analisar ao
microscópio eletrônico de varredura (MEV) amostras de salsaparrilha comercializadas
fim de verificar se as mesmas são de fato procedentes de espécies de Smilax. As
embalagens contendo raízes de salsaparrilha foram adquiridas em estabelecimentos
comerciais em nove cidades no estado de São Paulo. As amostras foram subdivididas em
porções menores, fixadas em suporte de alumínio e metalizadas com ouro (30-40 nm). As
análises e a digitalização das imagens foram realizadas ao MEV LEO modelo VP 435
com as escalas impressas diretamente nas eletromicrografias. As análises ultraestruturais
confirmaram a contaminação por caules e raízes de eudicotiledônea nas amostras
comerciais tendo sido observada a atividade cambial e o revestimento do órgão pela
periderme. Parte das amostras apresentou estrutura semelhante ao encontrado em diversas
raízes de monocotiledônea, ou seja, cilindro vascular poliarco e parênquima medular
contendo grãos de amido. Algumas raízes apresentaram características comuns às Smilax:
lamelação em “O” da endoderme, elemento de vaso com placa de perfuração do tipo
escalariforme e córtex interno como tecido de revestimento. Porém, diferentemente das
raízes de Smilax foi observada em algumas amostras a presença de idioblastos com cristal
prismático e a presença de metaxilema no centro da estrutura. Portanto, as análises
ultraestruturais das amostras de salsaparrilha comercializadas foram úteis na indicação de
contaminantes. (Financiado pelo CNPq – processo nº 473342/2010-3)
Palavras-chave: Smilax, controle de qualidade, ultraestrutura, MEV.
35
MORFOLOGIA DO OVO E DO TESTÍCULO DA BROCA GIGANTE DA
CANA-DE-ACÚCAR
Monique Campos Pereira1,*; Daniela Carvalho dos Santos2
1Departamento de Morfologia, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista/ UNESP, Campus
de Botucatu, 18618-970, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected] 2Centro de Microscopia Eletrônica, Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista/ UNESP,
Campus de Botucatu, 18618-970, Botucatu, SP, Brasil.
Telchin licus licus (Drury, 1773) (Lepidoptera: Castniidae) é um inseto praga da cultura
canavieira, conhecido popularmente como broca gigante da cana-de-açúcar. No Brasil, a
produção açucareira e de etanol tem se tornado a cada dia uma das principais atividades
da economia nacional. Porém, mesmo com sua grande importância, parte da produção de
cana-de-açúcar é perdida por causa dos danos causados por insetos pragas. Nos locais em
que ocorre a broca gigante pode afetar de 20 a 60% da produção. Com esse estudo,
objetivou-se a descrição dos ovos e testículos de T. licus licus a nível de microscopia
eletrônica de varredura. Foram utilizados ovos, testículos de larvas e testículos adultos de
T. licus licus. O material biológico (ovos, testículos e vasos deferentes) foi processado
convencionalmente para microscopia eletrônica de varredura. O ovo da broca gigante
possui formato característico de carambola com cinco arestas longitudinais e superfície
irregular. Larva possui dois testículos de formato riniforme contendo internamente cistos
de células iniciais da linhagem germinativa. Adulto possui testículo único de formato
arredondado conectado ao vaso deferente. Internamente o órgão encontra-se divido em
folículos, por túnica celular, que contém os cistos de células germinativas e feixes de
espermatozoides. O conhecimento da morfologia interna do aparelho reprodutor
masculino da broca gigante é importante para fundamentar as pesquisas científicas
básicas relacionadas à reprodução nos insetos e também as pesquisas aplicadas, visando
o desenvolvimento de mecanismos de controle biológico desta grande ameaça da cultura
canavieira. (CAPES)
Palavras-chave: Broca gigante, lepidoptera, Ovo, Telchin licus licus, testículo.
36
ULTRAESTRUTURA E HISTOQUÍMICA DOS COLÉTERES DO EIXO
REPRODUTIVO DE Eugenia selloi B.D.JACKS. (MYRTACEAE)
Rafael Ribeiro Pimentel1,*; Bárbara de Sá Haiad1; Lygia Dolores Ribeiro de
Santiago Fernandes1; Silvia Rodrigues Machado3; Joecildo Francisco Rocha2
1Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Museu Nacional, Programa de Pós-Graduação em Botânica. [email protected]
2Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRuralRJ, Instituto de Biologia, Departamento de
Botânica. 3Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Botânica, Botucatu, SP, Brasil.
Apesar de bem delimitada, Myrtaceae é uma família que apresenta problemas na
circunscrição de grupos infrafamiliares em razão da semelhança da maioria de seus
caracteres. Uma importante fonte de dados que vem sendo utilizada para auxiliar à
sistemática das espermatófitas é a anatomia das estruturas secretoras, associada à
composição química da secreção e a ultraestrutura de suas células. Registros na literatura
revelam a importância taxonômica da presença, localização, morfologia, ultraestrutura e
composição da secreção dos coléteres. No entanto não foram feitas, até o momento,
descrições ultraestruturais destas estruturas em Myrtaceae. Neste contexto este trabalho
objetiva descrever e correlacionar os dados histoquímicos e ultraestruturais dos coléteres
presentes nas flores de Eugenia selloi. O material foi coletado na Restinga da
Marambaia/RJ, e processado segundo técnicas usuais em Histoquímica e Microscopia
eletrônica de transmissão. Os testes histoquímicos revelaram a presença de substâncias
fenólicas, lipídeos e polissacarídeos neutros e ácidos nas células dos coléteres.
Ultraestruturalmente estas células apresentam paredes delgadas, membrana plasmática
sinuosa e grandes espaços periplasmáticos com acúmulo de secreção osmiofílica. Os
núcleos são bem desenvolvidos com localização central e nucléolos evidentes. O
citoplasma denso apresenta mitocôndrias com cristas conspícuas, inúmeras vesículas
junto à membrana plasmática, ao retículo endoplasmático e aos dictiossomos. Foram
observadas gotas lipídicas e plastídeos contendo amido. O vacuoma é pouco
desenvolvido, podendo haver, a coalescência de vários pequenos vacúolos sendo comum
a ocorrência de material floculado em seu interior. Esta é a primeira descrição
ultraestrutural dos coléteres de Myrtaceae e revela que a ultraestrutura observada nas
células reflete a composição química da secreção e estão de acordo com as funções
desempenhadas por essa estrutura no corpo vegetal e nas interações deste com o ambiente.
(CAPES)
Palavras-chave: Ultraestrutura, Histoquímica, Coléter, Myrtaceae.
37
INFLUÊNCIA DA FIXAÇÃO NA DETECÇÃO DE ALTERAÇÕES
PROLIFERATIVAS ULTRAESTRUTURAIS INDUZIDAS PELO DIURON NO
UROTÉLIO VESICAL DE RATOS WISTAR
Rafaela Marono Fava1,*; Ana Paula Ferragut Cardoso1; Mitscheli Sanches da
Rocha1; Merielen G. Nascimento e Pontes1;João Lauro Viana de Camargo1; Maria
Luiza Cotrim Sartor de Oliveira1
1Núcleo de avaliação do impacto ambiental sobre a saúde humana – TOXICAM – Departamento de
Patologia, Faculdade de Medicina de Botucatu - FMB - UNESP, Botucatu, SP, Brasil.
O herbicida diuron (3-(3,4-dichloropenyl)-1,1-dimethylurea) foi classificado pela
USEPA como “provável cancerígeno para humanos”. Após 15 semanas de exposição ao
diuron 2.500ppm, o urotélio de ratos apresentou focos de necrose, esfoliação e hiperplasia
regenerativa. Não existem informações consistentes sobre as alterações uroteliais
precoces causadas por este herbicida. Em estudo de 07 dias, ratos expostos a 2.500ppm
de diuron apresentaram à microscopia eletrônica de varredura (MEV) células uroteliais
com aspecto edemaciado (“swollencells”), sugestivas de ação adversa pelo herbicida.
Esta foi uma observação original porque estudos prévios com a mesma duração e dose
não revelaram quaisquer alterações ultraestruturais do urotélio. Essas observações
divergentes podem ter ocorrido devido aos fixadores utilizados no processamento das
bexigas em cada estudo. Para determinar a possível influência dos fixadores na detecção
dessas alterações, ratos Wistar machos foram distribuídos em grupos GI-controle, GII-
sacarina sódica (controle positivo) e GIII-diuron 2.500ppm e expostos via ração por 07
dias. Uma hora antes da eutanásia os animais receberam BrdU(120 mg/kg i.p.) para
determinação do índice de proliferação celular. Os animais foram anestesiados, as bexigas
rapidamente retiradas e infladas com fixadores Bouin ou glutaraldeído e processadas para
histologia e MEV. Não houve diferenças entre as incidências de lesões uroteliais à
histologia ou MEV para ambos os fixadores; o grupo GIII-diuron apresentou
“swollencells” uroteliais independente do fixador utilizado. A imunohistoquímica foi
viável apenas nas amostras fixadas com Bouin; o índice de proliferação celular não diferiu
entre os grupos. Assim, as“swollencells” estão relacionadas ao diuron e não dependem
do tipo de fixador utilizado para MEV. Estas células degeneradas parecem ser um dos
eventos chave que traduzem a citotoxicidade deste herbicida sobre o urotélio de ratos.
(Comitê de Ética, Protocolo nº 928). (FAPESP Proc. 12/11210-3, CAPES, TOXICAM)
Palavras-chave: microscopia eletrônica de varredura, diuron,“swollencells”, ratos.
38
SEVOFLURANO DURANTE ISQUEMIA E REPERFUSÃO RENAIS EM
RATOS: ANÁLISE ULTRAESTRUTURAL
Selma Maria Michelin Matheus1; José Osmar Bezerra de Sousa Filho2; Yara
Marcondes Machado Castiglia3
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Anatomia, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected] 2Universidade Estadual Paulista - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - FMB, Programa de Pós-
Graduação em Anestesiologia, Botucatu, SP, Brasil. 3Universidade Estadual Paulista - UNESP, Faculdade de Medicina de Botucatu - FMB, Departamento de
Anestesiologia, Botucatu, SP, Brasil.
Os rins são órgãos particularmente afetados pela isquemia, quando comparados aos
demais. Danos renais por isquemia e reperfusão podem ser amenizados com pré-
condicionamento farmacológico por anestésicos inalatórios. O sevoflurano, por não
promover excessiva depressão cardiovascular, é considerado útil em anestesia. O objetivo
deste estudo foi avaliar, através da análise ultraestrutural, rins de ratos anestesiados com
sevoflurano, submetidos à nefrectomia direita e ao clampeamento da artéria renal
esquerda por 45 min, com reperfusão de 48h. Para isso, vinte ratos tiveram indução e
manutenção anestésicas com sevoflurano, sendo incluídos em dois grupos com
nefrectomia direita: grupo CLAMP que teve clampeamento arterial renal esquerdo por 45
min; grupo SHAM, sem clampeamento. Após recuperação e alimentação por 48h, os ratos
foram eutanasiados e seus rins esquerdos removidos e fixados rapidamente em solução
de glutaraldeído a 2,5%. A seguir os rins foram reduzidos na região cortical em pequenos
fragmentos, sendo que parte do material foi submetido à rotina para microscopia
eletrônica de transmissão (MET) e outra parte foi congelada e fraturada para análise em
microscopia eletrônica de varredura (MEV). A análise em MET revelou nos túbulos
contorcidos proximais do grupo CLAMP aumento do espaço entre as interdigitações e
lâmina basal mais espessa quando comparado ao grupo SHAM. Em relação ao glomérulo
foi observada, também, lâmina basal mais espessa, sendo que os pedicelos dos podócitos
mostraram-se rarefeitos quando comparados aos do grupo SHAM. Esta observação foi
comprovada através da análise de MEV, pela qual os podócitos mostraram-se mais
achatados com pedicelos curtos e dilatados. Esses achados reafirmam a importância do
diafragma em fenda dos podócitos para a filtração glomerular, sendo que alterações na
barreira de filtração glomerular podem causar proteinuria, o que provavelmente explica
as alterações observadas nos túbulos contorcidos e na membrana basal.
Palavras-chave: rim, sevoflurano, isquemia, ultraestrutura.
39
DIVERSIDADE MORFOLÓGICA E HISTOQUÍMICA DE TRICOMAS
GLANDULARES NO LIMBO FOLIAR DE Lantana camara (Verbenaceae)
Stefany Cristina de Melo Silva1,*; Tatiane Maria Rodrigues1
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Botânica, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected]
Lantana camara, conhecida popularmente como cambará, é uma espécie arbustiva de
Verbenaceae. Os óleos essenciais produzidos em tricomas glandulares são ricos em mono
e sesquiterpenos e conferem à espécie propriedades aromática e medicinal. O objetivo
desse trabalho foi identificar os morfotipos de tricomas glandulares no limbo foliar de L.
camara e caracterizar histoquimicamente a secreção produzida por eles. Para isso foram
utilizadas técnicas usuais em microscopia de luz e eletrônica de varredura. Folhas
completamente expandidas foram coletadas de indivíduos adultos vegetando em cerrado
no município de Botucatu/SP. Tricomas glandulares foram observados em ambas as faces
do limbo foliar, sendo mais abundantes na face abaxial. Quatro diferentes morfotipos de
tricomas glandulares capitados foram identificados. O tricoma tipo I possui uma célula
basal, pedúnculo bicelular com comprimento variável e cabeça secretora ampla com
quatro a oito células. O tipo II contém uma célula basal, pedúnculo unicelular curto e
cabeça secretora arredondada com quatro células. Nos tricomas do tipo I e II foram
identificados lipídios, proteínas e polissacarídeos. O tipo III possui uma célula basal,
pedúnculo curto com uma célula e cabeça globosa unicelular. Nesse morfotipo glandular
foram identificados lipídeos e compostos fenólicos. O tipo IV possui uma célula basal,
pedúnculo unicelular com cumprimento variável, uma célula colar e cabeça secretora
ampla com quatro células. Testes histoquímicos estão sendo realizados para determinação
da natureza da secreção produzida pelo tricoma tipo IV. De forma geral, lipídios e
fenólicos apresentam importante papel ecológico na defesa da planta contra herbívoros e
patógenos, enquanto que os polissacarídeos podem atuar manutenção potencial hídrico
das células, o que se torna bastante importante frente às condições ambientais encontradas
no cerrado brasileiro. (FAPESP)
Palavras-chave: tricoma glandular, histoquímica, Lantana camara.
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FORMAÇÃO DA CAVIDADE OVARIANA DURANTE A DIFERENCIAÇÃO
GONADAL FEMININA EM TELEOSTEI
Talita Sarah Mazzoni1,2,*; Irani Quagio-Grassiotto2
1Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Instituto de Biologia – IB, PPG em Biologia Celular e
Estrutural, Campinas, SP, Brasil. *[email protected] 2Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Morfologia, Botucatu, SP, Brasil.
Considerando o status atual de conhecimento da diferenciação gonadal nos peixes
Teleostei frente à restrição de informações, especialmente em aspectos tangentes ao
estabelecimento do epitélio germinativo e sua relação com a formação da estrutura
gonadal tomou-se aqui como modelos biológicos Tanichthys albonubes, Gymnocorymbus
ternetzi, Corydoras schwartzi, Amatitlania nigrofasciata e Poecilia reticulata, visando
estabelecer uma análise comparativa da diferenciação gonadal, bem como da formação
da cavidade ovariana entre as espécies. Nestas, o primórdio gonadal, bem como a gônada
indiferenciada, são formados por células germinativas primordiais (CGPs) e células
somáticas. As CGPs diferenciam-se em oogônias, proliferam e entram em meiose,
originando os oócitos. Estes, espalhados por todo o tecido gonadal, organizam-se em
cistos germinativos, os quais são delimitados por células somáticas, as pré-foliculares. As
células pré-foliculares invadem o cisto, envolvendo e individualizando cada um dos
oócitos, dando origem aos folículos ovarianos. Já nesta etapa, uma membrana basal em
constante síntese separa os elementos intersticiais dos componentes germinativos. Na
gônada ainda compacta, através de proliferação, diferenciação e migração das células
somáticas, ocorre a formação da cavidade ovariana. Em T. albonubes, G. ternetzi, A.
nigrofasciata e P. reticulata o fechamento da cavidade ovariana se dá pela formação de
lâminas teciduais na periferia do tecido ovariano, que ao se contatarem, encerram parte
da cavidade celomática, formando agora, o lúmen ovariano. Em C. schwartzi o processo
se dá por cavitação, originando um lúmen ovariano, no centro do tecido gonadal. Portanto,
a despeito da foliculogênese e formação do epitélio germinativo serem bastante
semelhantes nas cinco espécies estudadas, os processos que levam à formação da
cavidade ovariana são peculiares para cada uma delas, fazendo com que diferentes
mecanismos levem à formação de uma mesma estrutura gonadal. (CNPq;
CAPES/PROAP; FAPESP)
Palavras-chave: cisto-ovário, epitélio germinativo, diferenciação gonadal, Teleostei.
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ESTUDO HISTOQUÍMICO E ULTRAESTRUTURAL DA MUCOSA DO
TRATO DIGESTÓRIO DE Leiarius mamoratus, Gill 1870 (PIMELODIDAE,
TELEOSTEI).
Valquiria Aparecida Matheus1,*; Claudemir Kuhn Faccioli2; Renata Alari Chedid3;
José Augusto Senhorini4; Irene Bastos Franceschini Vicentini1; Carlos Alberto
Vicentini1 ¹Departamento de Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências, UNESP - Bauru/SP,
²Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, UNESP – São José do Rio Preto/SP.
³Centro de Aquicultura da UNESP – CAUNESP; Jaboticabal/SP. 4Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais, Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade – CEPTA/ICMBio, Pirassununga/SP.
Estudos morfofuncionais da mucosa do trato digestório de teleósteos são necessários para
a compreensão dos processos de digestão e nutrição em peixes. Assim, o objetivo deste
trabalho foi analisar as características histoquímicas e ultraestruturais do trato digestório
de Leiarius marmoratus, bagre Neotropical carnívoro com tendência a onivoria, de
importância para piscicultura. Para tanto, dez exemplares adultos foram eutanasiados com
saturação anestésica de benzocaína. Fragmentos de esôfago, estômago e intestino foram
fixados em soluções de Bouin para estudos histoquímicos (ácido periódico de Schiff-PAS
e alcian blue-AB) ou em solução de Karnovsky com pós-fixação em tetróxido de ósmio
para estudos ultraestruturais. A mucosa esofágica apresentou epitélio estratificado
pavimentoso composto por células epiteliais, caliciformes e “club”. As células
caliciformes possuem grânulos reativos ao PAS e ao AB, indicativo de mucinas neutras
e ácidas. O estômago é revestido por epitélio simples colunar com região apical das
células repleta de grânulos eletrondensos em formato de bastão, que também são reativos
ao PAS, revelando mucinas neutras protetoras. Ainda numerosas glândulas foram
observadas no estômago, compostas por células oxintopépticas, com muitas mitocôndrias
e grânulos eletronlucentes. A mucosa intestinal apresentou epitélio simples colunar, com
enterócitos e células caliciformes. Os enterócitos apresentaram núcleo basal, numerosas
mitocôndrias apicais e microvilosidades. As células caliciformes são mais numerosas no
intestino posterior e apresentaram reação de intensidade crescente ao PAS e ao AB em
direção aboral, revelando mucinas neutras e ácidas importantes para proteção epitelial.
Embora L. marmoratus apresente tendência a onivoria, foram observadas características
estruturais no trato digestório típicas de bagres carnívoros da família Pimelodidae.
(Apoio: PROEX/UNESP).
Palavras-chave: trato digestório, histoquímica, ultraestrutura.
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ASPECTOS ANATÔMICOS E ULTRAESTRUTURAIS DO
DESENVOLVIMENTO DOS LATICÍFEROS EM EMBRIÕES DE
Tabernaemontana catharinensis A.DC. (APOCYNACEAE)
Yve Canaveze1*; Silvia Rodrigues Machado2
1Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Programa de Pós-
graduação Ciências Biológicas - Botânica, Botucatu, SP, Brasil. *[email protected]
2Universidade Estadual Paulista - UNESP, Instituto de Biociências de Botucatu - IBB, Departamento de
Botânica, Botucatu, SP, Brasil.
Laticíferos, células secretoras de látex, formam um sistema que permeia vários tecidos do
corpo vegetal e podem ocorrer já no embrião. Estudamos aspectos do desenvolvimento dos
laticíferos em embriões maduros de Tabernaemontana catharinensis combinando
microscopia de luz e eletrônica. Coletamos frutos maduros de T. catharinensis em áreas
de cerrado na região de Botucatu/SP e processamos segundo técnicas usuais em
microscopia de luz e eletrônica de transmissão. Laticíferos dos tipos articulado-
anastomosado e articulado-não anastomosado, com crescimento intrusivo estão presentes
por todo o embrião. Distinguem-se das demais células por serem axialmente alongados,
formato irregular com projeções entre as células adjacentes onde há contato do laticífero
com duas ou mais células. O protoplasto é preenchido por material floculado elétron-
denso (polissacarídeos) disperso em meio finamente granular. Encontramos corpos
elétron-opacos (lipídeos) rodeados por conteúdo elétron-denso e aparente adelgamento
em regiões da parede, sugerindo dissolução. Algumas células apresentam características
intermediárias entre laticíferos e células do meristema fundamental, apresentando
formato irregular com projeções entre as células adjacentes e protoplasto com conteúdos
elétron-lucentes ou elétron-opacos e corpos lipídicos dispersos, sendo possível observar
uma profusão de membranas com vesículas adjacentes. A presença dessas células sugere
que células do meristema fundamental são incorporadas ao sistema laticífero e alteram
suas características, assemelhando-se ao laticífero. Embriões maduros guardam sinais
evidentes de processos histogenéticos, permitindo-nos discutir questões referentes à
formação e ao desenvolvimento dos laticíferos durante a embriogênese. A presença de
laticíferos diferenciados e ativos em secreção no embrião contribui para a defesa desde
as fases iniciais do desenvolvimento vegetativo de T. catharinensis. (Fapesp DR
Proc.2012/16441-3 e TEM-Biota Proc. 2008/55434-7)
Palavras-chave: desenvolvimento, laticíferos articulados, Apocynaceae.