ANAIS PID 2005 - Odonto UNIME · Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 5 Mascar tabaco -...
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ODONTOLOGIA
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2005.1
Coordenação do Curso: Profa. Dra. Ana Isabel Fonseca Scavuzzi
Coordenação do PID:
Profª Cristiane Santos Nascimento Prof. Augusto César Costa Cardoso
Prof. João Batista de Macedo Sobrinho Profª Luciana Ribeiro Koser
Profª Chrisrtianne Sheila Leal Almeida Prof. Jener Gonçalves de Farias
Profª Ana Carla Ferreira Carneiro Rios
Lauro de Freitas – Bahia 02 e 03 de maio de 2005
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 1o SEMESTRE
A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS BÁSICAS NA FORMAÇÃO DO CIRURGIÃO DENTISTA Autores: Alves, M. C.; Espinheira, P.; Fernandes, R.; Dias, P. H.; Just, R.; Rocha, R. L.; Menezes, R.; Pedreira, R.; Pinto, F.; Santana, R.; Santiago, R.; Silva, R. Orientador: Freire, S. M.; Bomfim, I. G.; Ribeiro, M. B. RESUMO:
INTRODUCÃO - O objetivo da embriologia é possibilitar aos estudantes a compreensão dos princípios da
embriogênese que serão usados no diagnóstico, cuidados e prevenção de malformações congênitas. As malformações
congênitas consistem a principal causa de mortalidade infantil e um importante contribuinte das deficiências. Nunca a
histologia foi tão importante para os currículos dos dentistas, médicos e biólogos como é hoje. O estudo das estruturas
microscópicas do material biológico e das maneiras através das quais os componentes individuais se relacionam
estrutural e fundamentalmente, conceitua a histologia. Cada vez mais os diagnósticos das moléstias baseiam-se nos
exames histológicos de pequenas mostras de tecido. (STEVENS e LOWE, 2001). O desenvolvimento de um indivíduo é
um processo complexo e delicadamente ajustado; disfunções produzem defeitos congênitos. É preciso considerar,
também, fatores ambientais, como os teratogênicos. O momento no qual os fatores ambientais exercem o seu efeito
durante as primeiras quatro semanas de desenvolvimento, quando o embrião está se desenvolvendo rapidamente, ele
geralmente danifica tantas células que acaba ocorrendo à morte do embrião. Entretanto, se apenas algumas células
são lesadas, a proliferação normal é suficientemente intensa para eliminar facilmente injúrias pequenas. É durante o
estágio seguinte do desenvolvimento, entre quatro e oitos semanas, quando a diferenciação de tecido e órgãos está
ocorrendo, que os agentes teratogênicos são mais efetivos na produção de muitos tipos de malformações. A fase
subseqüente de crescimento não é suscetível a agentes teratogênicos. (TENCATE, 2001). Muitos dos agentes
teratogênicos que determinam malformação dental e facial e fácil exercem os seus efeitos durante o período da
histodefinição e morfogênese, como é o caso das fendas faciais, que geralmente resultam de uma deficiência no
mesênquina na região facial ocasionada por uma falta de migração das células da crista neural. Os dentes se
desenvolvem a partir do ectoderma e do mesênquina, sendo que o esmalte, derivado do órgão esmalte, constitui o
componente ectodermico e o mesênquina produz o restante do dente. O órgão do esmalte se origina como uma
proliferação celular invaginante do epitélio oral, inicialmente como um broto dental epitelial, uma condensação do
mesênquina contribui para a formação do restante do dente. A análise criteriosa de sinais e sintomas e a sua correta
interpretação são fundamentais para o diagnóstico de qualquer doença. Quando a suspeita clínica é de câncer, os
exames complementares são essenciais para confirmação do diagnóstico e estadiamento.
Em nenhum outro grupo de doenças o diagnóstico histológico é tão importante para o planejamento terapêutico como
em oncologia, tendo em vista a gravidade do prognóstico e o risco representado por todas as modalidades de
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tratamento. Na prática clínica diária de não-especialistas o câncer é uma doença pouco freqüente e os sinais iniciais
podem ser confundidas com doenças mais comuns, principalmente as inflamatórias. Além disso, uma série de tumores
evoluem por longos períodos de modo totalmente assintomático ou oligossintomático, como os tumores das glândulas
salivares e tireóide. Assim, somente um dentista bem preparado e que enfatize o seguimento rigoroso dos seus
pacientes, poderá suspeitar de câncer quando os sintomas persistem após um curto período de observação ou
tratamento em casos investigados apropriadamente, mas com resultados negativos de testes diagnósticos. É
necessário destacar-se que resultados falso-negativos e falso-positivos podem ocorrer. Além disso, a interpretação de
resultados pode ser subjetiva. Desse modo, somente o dentista atento, que leve em consideração todas as variáveis
pode chegar a um diagnóstico definitivo correto. Os profissionais bem informados, capazes de compreender as origens
genéticas e ambientais das malformações congênitas e reconhecer as características de tecidos patogênicos, estão
aptos a diagnosticar, cuidar e preveni; essa é a finalidade primordial da histologia e da embriologia.
DESENVOLVIMENTO - O que é fissura labial ou fissura palatina? Segundo TENCATE, 2001. Fissura labial é a
separação do lábio superior em duas partes, algo que atinge um em cada 550 bebês no Brasil. Tal como a fissura
palatina, a fissura labial é causada pela junção inadequada dos dois lados da face quando o bebê ainda está no útero.
Embora ninguém saiba ao certo o porquê desta deficiência, ela tende a ser hereditária. Os desequilíbrios hormonais, as
deficiências nutricionais e certas drogas utilizadas durante a gestação podem ser apontadas como possíveis causas,
conforme anexos 1 e 2. A fissura palatina ocorre quando há uma abertura direta entre o palato, ou céu da boca, e a
base do nariz. Durante a gestação, o maxilar superior do bebê não se fecha como deveria, deixando uma falha. A
fissura palatina é um problema mais grave que a fissura labial, embora ambos requeiram uma cirurgia corretiva.
Dificuldades de alimentação, de respiração e de fala, além de problemas psicológicos são algumas das dificuldades
enfrentadas por uma criança com fissura labial ou palatina. A fim de se corrigir esse problema, é aconselhável tratar-se
com uma equipe médica, incluindo um cirurgião plástico, cirurgião bucomaxilofacial, otorrinolaringologista (especialista
em orelha, nariz e pescoço), cirurgião-dentista e um ortodontista.
Como saber se o bebê tem uma fissura labial ou fissura palatina? De acordo com os autores pesquisadas, o
obstetra que fizer o seu parto provavelmente lhe dirá imediatamente se o bebê tem uma fissura labial ou palatina. A
fissura labial é facilmente reconhecível. Uma fissura palatina pode variar em tamanho, desde uma pequena fenda até
um grande orifício no céu da boca, e se tornará aparente logo após o nascimento, se não de imediato. Quanto um bebê
com fissura palatina tenta se alimentar, os alimentos líquidos podem sair pelo seu nariz - problema que pode ser
controlado com o auxílio de mamadeiras especiais e outros cuidados, até que o bebê tenha idade suficiente para ser
submetido à cirurgia.
Como são tratados os casos de fissura labial ou fissura palatina? Segundo STEVENS e LOWE, 2001 fechar uma
fissura labial através de cirurgia é mais simples do que corrigir uma fissura palatina. O procedimento é geralmente
realizado nos três ou quatro primeiros meses de vida e a cicatriz tende a desaparecer com o passar do tempo. No caso
de uma fissura palatina, a cirurgia é adiada até que a criança complete um ou dois anos de vida, quando o maxilar
superior já alcançou seu crescimento normal. Se o problema é extenso, a cirurgia pode ser adiada até que a criança
atinja cinco a sete anos, a fim de evitar problemas estruturais. Em alguns casos a cirurgia não é possível ou pode não
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fechar totalmente a fenda. Nestes casos, um aparelho parecido com uma dentadura, chamado de obturador, é feito a
fim de encobrir a abertura e permitir que a criança se alimente naturalmente. Dependendo da gravidade da fissura
palatina, podem ser necessárias cirurgias múltiplas no decorrer de um longo período. Um cirurgião plástico e/ou
bucomaxilo-facial realizam uma cirurgia corretiva na face, enquanto que um cirurgião-dentista, cirurgião geral,
otorrinolaringologista e/ou ortodontista fazem aparelhos para corrigir quaisquer defeitos. Uma equipe de profissionais de
saúde oferecerá orientação e encorajamento durante os tempos mais difíceis, desde o nascimento até o tratamento.
Com os avanços das técnicas cirúrgicas e aparelhos corretivos, os prognósticos para as crianças que nascem com
fissura labial ou palatina são excelentes. À medida que a criança se desenvolve, pouco se nota a fissura.
Câncer Bucal - O que é o câncer bucal? É um tipo de câncer que geralmente ocorre nos lábios (mais freqüentemente
no lábio inferior), dentro da boca, na parte posterior da garganta, nas amídalas ou nas glândulas salivares. É mais
freqüente em homens do que em mulheres e atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos de idade. O fumo,
combinado com o excesso de bebida alcoólica, é um dos principais fatores de risco. Se não for detectado de maneira
precoce, o câncer bucal pode exigir tratamentos que vão da cirurgia (para a sua remoção) à radioterapia ou
quimioterapia. Este câncer pode ser fatal, com uma taxa de sobrevivência de cinco anos de 50%. Uma das razões pelas
quais este prognóstico é tão negativo é o fato de que os primeiros sintomas não serem reconhecidos logo. O
diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento (STEVENS e LOWE, 2001), de acordo com os
anexos 1, 2 e 3.
Quais os sintomas deste tipo de câncer? De acordo com TENCATE, 2001 nem sempre é possível visualizar os
primeiros sinais que indicam a existência do câncer bucal, o que aumenta a importância das consultas regulares com o
dentista ou o médico. Seu dentista foi preparado para detectar os primeiros sinais do câncer bucal. Contudo, além das
consultas regulares, é preciso que você fale com seu dentista se perceber qualquer dos sinais abaixo: ferida nos lábios,
gengiva ou no interior da boca, que sangra facilmente e não parece melhorar; um caroço ou inchaço na bochecha que
você sente ao passar a língua; perda de sensibilidade ou sensação de dormência em qualquer parte da boca; manchas
brancas ou vermelhas na gengiva, língua ou qualquer outra parte da boca; dificuldade para mastigar ou para engolir;
dor sem razão aparente ou sensação de ter algo preso na garganta; Inchaço que impede a adaptação correta da
dentadura; mudança na voz.
Como evitar o câncer bucal? De acordo com os autores estudados se você não fuma nem masca tabaco, não
comece a fazê-lo. O uso do tabaco é responsável por 80 a 90% das causas de câncer bucal.
Fumo - A ligação entre o fumo, o câncer pulmonar e as doenças cardíacas já foi estabelecida. O fumo também afeta
sua saúde geral, tornando mais difícil o combate a infecções e a reparação de ferimentos ou de cirurgias. Em adultos
jovens, este hábito pode retardar o crescimento e dificultar o desenvolvimento. Muitos fumantes afirmam não sentir mais
o odor ou sabor tão bem como antes. O fumo também pode causar mau hálito e manchar os dentes. Sua saúde bucal
está em perigo cada vez que você acende um cigarro, um charuto ou um cachimbo. Com esta atitude, suas chances de
desenvolver câncer na laringe, na boca, na garganta e no esôfago aumentam. Como muitas pessoas não notam ou
simplesmente ignoram os sintomas iniciais, o câncer bucal muitas vezes se espalha antes de ser detectado.
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Mascar tabaco - O hábito de mascar tabaco eleva em 50 vezes a possibilidade de se desenvolver o câncer bucal. O
melhor a se fazer é não fumar nem usar quaisquer outros produtos derivados do tabaco. Quando uma pessoa pára de
usar esses produtos, mesmo depois de vários anos de consumo, o risco de contrair câncer bucal se reduz
significativamente. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas também aumenta o risco de câncer bucal. A
combinação fumo/álcool torna esse risco ainda muito maior.
Como se trata o câncer bucal? Depois do diagnóstico, uma equipe de especialistas (que inclui um cirurgião dentista)
desenvolve um plano de tratamento especial para cada paciente. Quase sempre a cirurgia é indispensável, seguida de
um tratamento de radio ou quimioterapia. É essencial entrar em contato com um profissional que esteja familiarizado
com as mudanças produzidas na boca por essas terapias (TENCATE, 2001).
Que efeitos colaterais a radioterapia produz na boca? Os autores consultados afirmam quando a radioterapia é
usada na área de cabeça e pescoço, muitas pessoas experimentam irritação ou ressecamento da boca, dificuldade de
deglutir e perda do paladar. A radiação também aumenta o risco de cáries e, por isso, é muito mais importante cuidar
bem da boca e da garganta neste período.Converse com seu dentista e seu médico oncologista sobre os problemas
bucais que você possa ter durante ou depois do tratamento. Antes de começar a radioterapia, não se esqueça de
discutir com seu dentista os possíveis efeitos colaterais e a forma de evitá-los.
Como manter a saúde bucal durante a terapia? Segundo STEVENS e LOWE, 2001 use uma escova macia depois
das refeições e fio dental diariamente. Evite condimentos e alimentos ásperos como vegetais crus, nozes e biscoitos
secos. Evite o fumo e o álcool. Para não ficar com a boca seca, os doces e chicletes não devem conter açúcar.
MATERIAL E MÉTODOS - Objetivando enriquecer o questionamento e a importância das disciplinas básicas na
formação do cirurgião dentista, elaboramos um questionário com a finalidade de coletar dados que realçassem as
nossas conclusões. (Anexo 5)
Resultados e conclusão: Por meio de entrevistas feitas com estudantes da UNIME, do curso de odontologia, cursando
do 4o ou 7o semestre, e com profissionais da área de odontologia. Foram entrevistadas, um total de, 30 pessoas, das
quais 100% tiveram essa matéria na sua vida acadêmica, mas só 55% acham que a histologia e embriologia é muito
importante, porém 100% acham necessária na grade curricular de odontologia, como mostra o gráfico 1.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Gráfico1
Necessário
Não necessário
Muito importante
Importante
Pouco importante
Houve
Não houve
PREVENCÃO DO CÂNCER BUCAL, disponível em: http://www.odontocare.com.br/alvaroichi/informativo/cancer.htm, acessado em: 04 de abril de 2005;
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CONCLUSÃO: Após a analise dos resultados concluímos que a importância da histologia e embriologia, não só na vida
acadêmica, como base para outras matérias, mas também na vida profissional para precisar diagnósticos de possíveis
patologias na cavidade oral. No futuro quando profissionais poderão diagnostica se as anormalidades bucais são de
origens genéticas ou adquiridas por fatores teratogênicos. As disciplinas básicas permitem que tenhamos conhecimento
de como se obtém informações através dos livros técnicas e artigos. Na vida profissional as informações obtidas na
embriologia e histologia permitirão saber diagnosticar as possíveis patologias da cavidade bucal e orientar os pacientes
quais os procedimentos, para obter a confirmação (retirada do material pra a biopsia, leitura dos resultados e conclusão
do relatório).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
STEVENS, A.; LOWE, J. S., Histologia Humana, 2a. Ed, Manole: São Paulo, 2001
TENCATE, R., Histologia Bucal, 5a ed, Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2001.
BUNDUKI, V. et al, Diagnóstico Pré-Natal de Fenda Labial e Palatina: Experiência de 40 Casos, disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032001000900003, acessado em: 02 de abril de
2005;
MARTINS, M. A. T; MARTINS, M. D. e COSSOLIN, G. S. I., Dê o diagnóstico, disponível em:
http://www.odontologia.com.br/diagnostico.asp?regid=35, acessado em: 30 de marco de 2005;
ANEXOS
Criança apresentando fenda labial unilateral.
Figura 1 – Criança com fenda labial unilateral. As fendas labiais, com ou sem palatina, ocorre em cerca de 1 vez em cada 1.000 nascimentos; 60 a 80% são do sexo masculino (cortesia do Dr. AE Chudley, professor of Pediatrics and Child Health Cildrens’s Hospital and University of Manitoba, Winnpeg, Manitoba, Canadá.)
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Crianças apresentando diferentes tipos de fendas lábias
Figura 2 – Fotografia ilustrando vários tipos de fendas labial. A e B, Fenda labial unilateral. A fenda em B é incompleta; a seta indica uma faixa de tecido (faixa de Simonart) unido as partes do lábio. C e D, Fenda labial bilaminar (cortesia do Dr. DA Kernahan, The Childeren’s Memorial Hospital, Chicago.)
Paciente apresentando Granuloma Gravídico (casos de diagnóstico que se fez necessário o conhecimento da histologia e embriologia)
http://odontologia.com.br
a) A hipótese de diagnóstico, segundo características clínicas, foi de granuloma gravídico. b) O exame complementar mais indicado é a biópsia excisional, por se tratar de uma lesão isolada e sem hipótese de neoplasia maligna.
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DIAGNÓSTICO PRECOCE
figura 1
figura 2
figura 3
figura 4
http://www.vicnet.com.br/marcucci/cancerbucal.html No que diz respeito às manifestações bucais mais importantes, isto é, mais comuns, são: aparecimento de manchas brancas (figura1), avermelhadas (figura 2) e eventualmente escuras (figura 3). O surgimento de lesões ulceradas (feridas) nos lábios (figura 4), principalmente no inferior, ou na boca e que não cicatrizam (curam) no espaço de 7/14 dias devem ser encaminhados, diagnosticados e tratados o quanto antes possível.
São enfermidades bucais que, quando não tratadas, podem evoluir para um câncer.
A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA BIOQUÍMICA BÁSICA NA FORMAÇÃO DO CIRURGIÃO DENTISTA Autores: Short, T. A. A.; Brito, G. I.; Camacam, E. C. P.; Carvalho, I.; Dourado, D.; Duque, D.; Guimarães, E.; Morais, D.; Oliveira, S.; Riccio, G.; Riva, F.; Rigaud, F.; Rodrigues, L.; Santos, G.; Silva, F.; Souza, G. R. Orientador: Almeida, J. C. S. RESUMO:
INTRODUÇÃO - A Bioquímica preocupa-se em estudar o efeito da química e suas reações dentro de um corpo
biológico. Sendo assim, esta ciência é uma síntese, pois se vale do conhecimento químico para reconhecer as
substâncias, suas propriedades e ações no corpo humano. A odontologia baseia-se nos fundamentos da Bioquímica
que estuda a composição das substâncias do meio bucal e dos dentes, bem como todos os processos bioquímicos
direta ou indiretamente relacionados à saúde geral do sistema buco-dental. A integração entre as duas ciências,
odontológicas e bioquímicas são de fundamental importância para a constituição de estudos direcionados ao
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entendimento e manutenção da saúde assim como o tratamento eficiente das doenças bucais, formando melhores e
mais preparados cirurgiões dentistas. As primeiras noções de Bioquímica no curso de Odontologia caracterizam-se pela
composição da saliva, dieta e placa bacteriana. Estas são analisadas ao longo do documento de forma dividida para
melhor sistematizá-las, facilitando assim o estudo e a compreensão do que será passado. Todavia, é de fundamental
importância ressaltar que a placa bacteriana é dependente direta da dieta e da higiene bucal, assim como a saliva esta
ligada à formação da placa, ou seja, o funcionamento ou manutenção de todos estes princípios que geram um
metabolismo ótimo para a cavidade oral, está na dependência de fatores relacionados uns aos outros. Um destes que
se caracterize de forma problemática comprometerá a funcionalidade do outro. Um baixo fluxo salivar garante uma
maior retenção dos alimentos ingeridos, que de acordo com a dieta podem ficar mais ou menos armazenados na
cavidade oral, o que determina a formação da placa bacteriana, caracterizando o primeiro estagio para o advento de
caries.
DESENVOLVIMENTO - A saliva é o líquido que umedece a cavidade bucal, e o seu aspecto viscoso deve-se à alta
concentração de mucina. A secreção salivar é induzida por vários estímulos, entre eles existem os psíquicos,
mecânicos, físicos, químicos, físico-químicos e biológicos. Entre os estímulos psíquicos os mais importantes são odor, o
sabor e a cor dos alimentos, e ainda o estado emocional de cada individua ou do momento estabelecido. Já os
estímulos mecânicos destacam-se os movimentos realizados para uma boa mastigação, além de intervenções
odontológicas. Os estímulos químicos caracterizam-se pelas substâncias de sabor pronunciado, a exemplo de ácidos,
doces e medicamentos. Os estímulos físico-químicos estão às variações de pH do meio bucal e entre os estímulos
biológicos destacam-se os processos inflamatórios. O aumento da secreção salivar denominasse sialoréia sendo
produzido por substâncias como a pilocarpina; de forma antagônica a atropina determina a diminuição da secreção
salivar chamada de sialosquise. O fluxo salivar ótimo é importante para a saúde do indivíduo à medida que este não
propicia o aumento de S. Mutans e Lactobacillus que diminuem o pH da saliva reduzindo a remineralização do esmalte
e cáries subseqüentes.
A determinação da velocidade salivar é realizada com o paciente da seguinte forma: o paciente deve reter na boca um
pedaço de parafina que é amolecida e a saliva produzida é armazenado em um recipiente não sendo deglutida. Após 5
minutos é expelido a ultima quantidade de saliva. O volume de saliva é demonstrado em milímetros por minuto devendo
atingir uma velocidade normal entre 1-3 ml/ min.
Formação de saliva: A saliva é principalmente constituída por água em grande proporção que serve para manter a
mucosa e a superfície dos dentes úmida, ao mesmo tempo em que conferem a sua propriedade de solvente universal
as substâncias do meio bucal. Entre os ânions destacamos o bicarbonato, o monofosfato, e o bifosfato, estes exercem
um efeito tamponante frente aos ácidos e bases, permitindo a constância do pH salivar em torno de 6,9 (praticamente
básico). Dos cátions, o cálcio é usado como parâmetro para determinar a susceptibilidade dos pacientes à cárie dental
pelo método de Fosdick. O mais importante dos componentes orgânicos é a mucina (glicoproteina) que com sua
viscosidade aglutina as partículas alimentares e microorganismos formando o bolo alimentar que será ingerido
posteriormente. Também contribui para o tamponamento. A amilase salivar que é um biocatalizador de natureza
protéica (enzima), responsável pela primeira forma de digestão no nosso organismo também está contida na saliva,
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mas possui uma insoenzima no pâncreas. Atua hidrolisando amido até maltose, passando por sub fases como dextrina
e eriotrodextrina. A uréia, resíduo do catabolismo de aminoácidos é excretada principalmente pela urina, mas em parte
(20 mg%) pela saliva. A lisoenzima que possui ação bactericida (mata bactérias), e a anidrose carbônica classificada no
grupo das liases por possuir como função separar grupos do substrato sem a utilização de água ou reação de óxido-
redução catalisando a reação de dissociação do ácido carbônico (H2CO3) em íon de hidrogênio (H+) e sua base
conjugada (HCO3-), é importante na formação do tártaro dental. A glicose também se faz presente na saliva, mas em
taxa bastante reduzida. Entre os componentes orgânicos destacam-se: Enzimas microbianas; Componentes
sangüíneos; Produtos de excreção; Produtos da atividade microbiana (determina o mau hálito).
Atividade da amilase salivar: A atividade da amilase salivar mede o tempo mínimo que a amilase leva para digerir
totalmente o amido em condições ótimas de temperatura, pH e concentração de cloretos. Sabe-se que o amido ao ser
adicionado ao iodo apresenta uma coloração azul, porém ao adicionar saliva ao amido e posteriormente colocar iodo na
forma de lugol, o produto não terá a cor azulada. Este fato pode ser explicado da seguinte forma: A enzima amilase já
supracitada tem o poder de hidrolisar o amido que é o seu substrato sem se alterar, por isso, esta pode acoplar-se a
vários substratos em tempos diferentes. Dependendo da quantidade de substrato e de enzima a produção de maltose
pode ser mais rápida (maior quantidade de enzima) ou mais lenta (maior quantidade de substrato). Portanto, não é de
forma imediata que há a produção de maltose na reação descrita, o amido ainda se diferencia em Dextrina e Eritroxina
antes de chegar à maltose (ponto acromático em relação adição de iodo) podendo ser subdividida de acordo com a cor
produzida. Amido + Iodo = azul; Dextrina + Iodo = violeta; Ertrodextrina + Iodo = vermelho; Maltose + Iodo = incolor.
Para a comprovação da sintetização da maltose ao final do experimento adiciona-se Benedict fervendo por dois
minutos, se a coloração for vermelho telha evidencia-se a boa ação da enzima amilase.
Capacidade tampão da saliva: O potencial de hidrogênio da saliva é formado a partir dos ácidos produzidos pelas
bactérias encontradas nos alimentos que ficaram retidos entre outras derivações. A mensuração do pH salivar
fundamenta sua importância na determinação da quantidade de bactérias existentes na cavidade bucal. De forma que,
quanto maior a quantidade de bactérias maior será a produção de ácido derivando essa característica ao pH que ficará
baixo. A relação entre o pH e o fluxo salivar é de proporcionalidade inversa, de maneira que o fluxo salivar alto propicia
menor retenção de bactérias e aumentando a alcalinidade da saliva. A capacidade tampão da saliva pode ser medida
adicionando-se um determinado ácido a saliva, por exemplo, temos o Hcl a 0,005% (a 3,0 ml para 1,0ml de saliva).Ao
agitar para que aja a interação do ácido clorídrico com a saliva há a produção de H2CO3 que decompões facilmente
liberando CO2 (gás carbônico) e H2O (água).
Caracterização da dieta: A dieta consiste na ingestão de alimentos habituais, ou aquela que se faz visando preencher
as necessidades específicas de um individuo, incluindo ou excluindo certos itens de sua alimentação. Também pode ser
caracterizado pelo conjunto de alimentos sólidos e líquidos, prescritos pelo médico.
A qualidade e quantidade de microorganismos na microbiota bucal são determinadas efetivamente pelo tipo de alimento
ingerido. Este fato caracteriza-se, por exemplo, em neonatos que se alimentam principalmente de leite determinando
microrganismos acidogênicos como estreptococos e lactobacilos. Já as pessoas adultas que se alimentam basicamente
de carne aparecem microrganismos proteolíticos em maior quantidade. Um grande exemplo da influencia da dieta sobre
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os microrganismos patogênicos encontrados na boca é a cárie, pois indivíduos que possuem uma alimentação muito
rica em carboidratos, principalmente sacarose possuem uma maior propensão a apresentar esta doença, uma vez que
estas substâncias ao serem metabolizadas pelos microrganismos presentes na cavidade bucal produzem ácidos que
vão provocar uma desmineralização do dente podendo formar uma cavidade, ou seja, instalando-se a patogenia cárie.
A consistência do alimento também interfere na formação de patologias bucais, visto que, alimentos mais duros ficam
pouco retidos, diferentemente de alimentos mais pastosos que aderem à superfície do dente. A proteína da dieta tem
importância na constituição de substancias fundamentais do tecido conjuntivo, principalmente do tecido ósseo,
concomitantemente que deve suprir toda a quantidade de aminoácidos essenciais. As vitaminas fundamentam sua
importância no aumento da resistência do periodonto à doença periodontal. Vitamina A - Mantém a integridade dos
epitélios e, assim, aumenta a aderência do epitélio do sulco gengival na superfície do dente. Complexo vitamínico B -
Faz parte de inúmeras coenzimas que participa das reações metabólicas que envolvem carboidratos lipídeos e
proteínas. Vitamina C - Aumenta a resistência capilar, enviando o escorbuto que predispõe a doença periodontal. Além
disso, a vitamina C é um poderoso antioxidante, reduzindo a toxicidade de inúmeros produtos, que acontecem na
doença periodontal. Vitamina D - É importante na calcificação das matrizes protéica dos dentes e os ossos alveolar, o
que aumenta a resistência a doenças periodontais. Vitamina K - É anti-hemorrágica e, portanto, evita os sangramentos
gengivais que predispõem a periodontose. Minerais - Possuem o papel de calcificação e equilibra as taxas de pH.
Fatores mecânicos (Higiene Bucal): Uma boa higiene é um fator preponderante da saúde bucal, esta se caracteriza
pelo uso adequado e constante de escova dentaria e controle de placa bacteriana. Porém é válida a informação que a
saúde bucal somente não tem o poder de conferir uma forma sadia ao meio, já que fatores exógenos podem vir a
causar danos não estimados previamente. Caso ocorra um descuido na higiene bucal, restos de alimentos ingeridos
podem ficar depositados nas superfícies dentárias e mucosas. Este fato pode gerar conseqüências futuras, já que a
elevada proliferação de microrganismos anaeróbicos e putrefativos provocam um desequilíbrio na microbiota gerando
patogenias. A ressalva que a profilaxia é o melhor método de atuação em patogenias de qualquer espécie é
fundamental ao falarmos de higiene, visto que esta pode evitar vários tipos de doença em se tratando de meio bucal.
Por isso, o cirurgião dentista não pode ficar atento apenas em curar patogenias já instaladas, e sim, alertar os seus
clientes sobre as formas de prevenção existentes, como exemplo supracitado tem-se modificações na dieta (redução da
ingestão de carboidratos, principalmente sacarose). A higiene também pode ser efetuada por agentes químicos como
veremos posteriormente.
Fatores químicos (Substância Química): O uso de substâncias químicas baseadas em estudos realizados para
verificar a possibilidade de impedir a formação de placa bacteriana lança mão de substancias químicas como
antibióticos, enzimas e anti-sépticos, fluoretos, e etc. que interferem na microbiota bucal. Porém a utilização destes tem
de manifestar extrema conduta, pois uso de antibióticos indevidamente pode gerar resistências a remédios talvez
imprescindíveis no futuro para o paciente, por isso a utilização continua deste tipo de medicamento não é bem aceita
por médicos e dentistas. Um bom método de profilaxia química é o anti-séptico, já que este é capaz de impedir pela
inativação ou destruição de micróbios a proliferação destes no meio bucal combatendo também a infecção e putrefação
por ação germicida. O fluoreto que consiste em um sal binário do acido fluorídrico são inquestionavelmente eficazes na
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prevenção da cárie e com relação à placa bacteriana tem ação ao interferir nos processos enzimáticos da bactéria, por
sua ação bactericida direta, interferindo também na aderência de microrganismos odontopáticos aos dentes. As
enzimas têm o seu papel experimental, mostrando, porém ineficiência para o completo controle de placa bacteriana.
Constituição da Placa Dental: É uma camada gelatinosa, espessa, de alta viscosidade, firmemente aderida a
superfície dental, constituída de lipídeo, proteínas, mucopolissacarídeos (ácidos e neutros), contendo também um
número elevado de inúmeros microrganismos. A placa dental caracteriza-se por seu comportamento acidófilo e gram-
positivo, o que faz ser corada por eosina (róseo), ou malagueta (verde) na região cervical do esmalte a partir da borda
gengival. Quando o dente é revestido por uma placa cremosa de coloração esbranquiçada, constitui-se a chamada
matéria Alba, esta é facilmente removida com as práticas de higiene supracitadas, esta matéria é a primeiro indicio, de
maneira que a placa dental que forma a matéria Alba ao impregnar a mucosa bucal e nos restos alimentares que
ficaram retidos. A manutenção do biofilme da placa dental no interior do sulco ou bolsa periodontal poderá levar a uma
progressão da doença de forma irreversível, ou seja, a perpetuação do biofilme-placa dental associado à deficiência na
resposta tecidual do hospedeiro produzirá migração apical do epitélio da bolsa, perda de inserção das fibras conjuntivas
e conseqüente perda óssea alveolar. Logo, a terapia periodontal visa essencialmente eliminar ou reduzir o biofilme-
placa dental minimizando assim os seus efeitos deletérios. A proposta terapêutica está baseada em procedimentos
físicos incluindo raspagem e aplainamento das superfícies dentais contaminadas. Estes procedimentos são bem
sucedidos na dependência de alguns fatores como: a habilidade profissional, a qualidade dos instrumentos utilizados e
sobre tudo da acessibilidade em remover o biofilme-placa dental das bolsas periodontais mais profundas. Neste
contexto a racionalização no uso de antimicrobianos locais poderá agir como um coadjuvante importante no sucesso
terapêutico periodontal. O domínio da placa bacteriana é um conjunto de medidas que tem por objetivo a sua remoção e
prevenção de sua recorrência, podendo ser realizado através de meios mecânicos ou químicos. O controle mecânico
baseia-se principalmente na utilização da escova dental, podendo ser manual ou elétrica. O controle químico da placa
dental tem justificativa dupla: a primeira, pois as cáries são de origem bacteriana e, deste modo, estas substâncias
antibactérianas poderiam ser utilizadas para combatê-las; a segunda é decorrente da dificuldade de se conseguir que
os indivíduos mantenham um adequado controle mecânico de placa, e assim, substâncias antibactérianas poderiam
tentar compensar a desmotivação para uma boa limpeza dos dentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Para o grupo, a realização do projeto interdisciplinar foi uma forma enriquecedora de
demonstrar o quanto às ciências bases são importantes na constituição do futuro profissional. O comprometimento do
alunado em relação às praticas adotadas no principio do curso, pode determinar a qualidade do profissional que se
revelará no futuro. É importante avultar que se faz necessário no percurso profissional, uma reciclagem constante,
aumentando a capacidade do cirurgião, concomitantemente a criticidade e envergadura moral são indissociáveis para
uma carreira singular.
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ANEXOS Saliva - Estímulos ácidos bem como doces geram maior produção de saliva.
Exame Salivar - A saliva afeta os dentes e a microflora de várias maneiras. Vários componentes e propriedades
salivares estão associados com o desenvolvimento de cárie dentária. Muitas correlações significativas têm sido
encontradas apenas entre a velocidade do fluxo salivar e a capacidade tampão por um lado, e a atividade de carie por
outro. A baixa velocidade do fluxo salivar e baixa capacidade tampão levam à eliminação reduzida dos microorganismos
e restos alimentares o que prejudica a neutralização de ácidos e reduz a tendência a remineralização das lesões inicias
do esmalte. Uma baixa velocidade do fluxo salivar é, geralmente, acompanhada por um numero aumentado de
S.mutans e Lactobacillus. Assim, uma alta atividade de carie, vista em pessoas com a velocidade reduzida de fluxo
salivar, pode ser devido não apenas à redução da resistência do hospedeiro, mas também há um predomínio das
exigências microbianas.
Cigarro transforma a saliva em mistura corrosiva e cancerígena. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia Technion-
Israel publicaram estudo no British Journal of Cancer, onde afirmam que o cigarro transforma a saliva em uma
substância corrosiva e com propriedades cancerígenas. A saliva é responsável por defender o organismo de uma série
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de doenças porque contém enzimas capazes de neutralizar substâncias perigosas. No entanto, o fumo destrói esses
agentes, deixando uma mistura corrosiva de compostos químicos do tabaco na boca, que podem levar ao surgimento
de câncer de boca e em órgãos próximos. No estudo, os cientistas recriaram os efeitos do cigarro em células
cancerígenas na boca. Metade das amostras de células ficou exposta somente ao fumo e outra a uma mistura de fumo
e saliva. Os resultados comprovaram que a saliva contaminada pelo cigarro é até mais grave do que o cigarro
separadamente. O câncer de boca e órgãos próximos, como nariz, garganta, amídalas, laringe, faringe e gengiva têm
no fumo e na ingestão de bebidas alcoólicas as suas principais causas.
Placa Dental
Placa bacteriana
O que é?
A placa bacteriana nada mais é do que um acúmulo de bactérias que se depositam sobre o dente. Ela se forma quando
não há uma higienização correta dos dentes.
Sintomas
Quando ficamos sem escovar os dentes por algumas horas, sentimos com a própria língua uma camada diferente sobre
os dentes. Isso é a placa bacteriana.
Como evitar?
A simples escovação e uso do fio dental removem a placa bacteriana. Existem alguns agentes químicos que
conseguem remover a placa, mas isso só deve ser feito em alguns casos, após indicação do dentista ou do médico.
Como posso evitar a formação da placa bacteriana?
É fácil evitar a formação da placa bacteriana. Basta você: Escovar bem, no mínimo três vezes ao dia, para remover a
placa bacteriana de todas as superfícies dos seus dentes; Usar fio dental diariamente para remover a placa bacteriana
que se instala entre seus dentes e sob a gengiva, onde a escova não pode alcançar; Limitar a ingestão de alimentos
com muito açúcar ou amido, especialmente aqueles que grudam nos dentes; Visitar seu dentista regularmente para
fazer limpeza e exame completo dos dentes.
Por meio da raspagem, a placa e o tártaro são removidos da coroa e raiz do dente.
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Dieta:
Rapadura Brigadeiro
Alimentos duros têm pouca aderência ao dente. Alimentos moles auxiliam na formação da placa bacteriana por ficarem
facilmente retidos
Higienização da cavidade oral de bebes. Importante para conter microrganismos acidogênicos do leite como
estreptococos e lactobacilos.
Instrumental para realização de controle de placa bacteriana por fatores mecânicos.
Fator químico responsável pela higienização bucal.
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Orientação aos Pais - Palestra aos Pais – Dieta
A dieta é o tipo de alimentação que você dá ao bebê desde o início da vida do seu até uma idade mais avançada,
levando em consideração as necessidades de cada criança em cada estágio da vida. O interesse dos pais em relação à
saúde bucal tem feito com que a cárie esteja diminuindo, pois sabendo o que causa a doença poderemos evitá-la.
Inicialmente a dieta do bebê é líquida e constitui-se basicamente de leite, onde ele se alimenta várias vezes por dia, no
peito ou na mamadeira. E em relação ao leite, tanto o leite materno quanto o de vaca possuem composições diferentes,
o leite materno possui uma maior concentração de lactose, que o torna mais cariogênico, mas sabemos que geralmente
além do leite de vaca possuir açúcar em sua composição, é colocado açúcar, chocolate em pó, mel, o tornando mais
cariogênico que o materno.
O açúcar na forma de sacarose é o principal responsável pela proliferação exagerada de placa bacteriana, e assim o
aparecimento de cáries.
Uma duvida que existe: É se medicamentos causam cáries? Vamos esclarecer que para um remédio ser aceito pela
criança ele tem que ser adoçado, então na sua composição é colocado açúcar (sacarose), e geralmente estes
medicamentos são dados a noite, onde o fluxo salivar é diminuído.
E o tempo de remoção aumenta, e como evitar isso? Limpando, evitando que o medicamento fique muito tempo na
boca da criança. Pois a saliva é uma aliada na proteção à cárie, mas para isso o meio deve estar em condições
mínimas de higiene.
A IMPORTÂNCIA DA BIOLOGIA E GENÉTICA NA FORMAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA Autores: Almeida, M.; Brito, I.; Barbagelata, L.; Bonin, L.; Borges, M.; Carvalho, L.; Cruz, L.; Ferreira, J. D.; Espíndola, M.; Figueiredo, L.; Santana, M. G.; Pereira, J. J.; Martinez, L. C.; Nogueira, L.; Passos, H.; Pinheiro, M.; Santos, K. T. P.; Oliveira, L. V. Orientador: Oliveira, S. V.; Simões, M. L. P. C. RESUMO:
INTRODUÇAO - A biologia pode ser considerada como a ciência mãe. Encontra-se como disciplina central que fornece
a base para o entendimento das demais disciplinas básicas do curso de odontologia e de qualquer outro da área de
saúde. Para compreendê-la é necessário o estudo da célula, sua estrutura e funções como ponto de partida. Logo, os
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agrupamentos de células específicas formam os tecidos que se unem formandos órgãos distintos e estes juntos
compõem o organismo. A biologia é a ciência que estuda a vida e sua unidade fundamental é a célula, então se
percebe claramente a relevância dessa ciência. Ela é a própria natureza de tudo aquilo que iremos trabalhar na nossa
rotina diária. Assim sendo, devemos nos sentir responsáveis pela compreensão e pela utilização da biologia em toda
sua extensão. As demais disciplinas básicas estabelecem correlações fundamentadas com a biologia. Logo, bactérias
da cavidade oral estudada por ciências patológicas (bacteriologia) em contato com glicose (carboidrato) estudado em
bioquímica transformam-na em ácido que destrói o esmalte do dente – estudado na anatomia humana – provocando
cárie. E para o entendimento da estrutura tecidual do dente a histologia fornece o estudo dos tecidos. Enfim, não há
como negar o valor de tais conhecimentos quando se julga a competência de um profissional da saúde (cirurgião
dentista). Entender genética é conhecer a ciência da hereditariedade, que constitui o ramo da Biologia e estudam o
mecanismo de transmissão dos caracteres ou genes de uma espécie para outra. Mas, como falar de genética sem
mencionar o seu pai Gregor Mendel? Com base em suas experiências, pode-se concluir duas leis: monoibridismo ou
Lei da Segregação e dihibridismo, onde ocorreu a fecundação das ervilhas. Sua contribuição para com a genética foi
fornecer o chamado genótipo e fenótipo humano, buscando entender a hereditariedade, transmissão de semelhanças e
diferenças. Como os padrões hereditários são herdados pode-se concluir que a sensibilidade da cárie está ligada ao
código genético transmitido de gerações. Com a evolução científica, aumentou-se a expectativa de vida, sobretudo em
relação às células tronco, um potencial genético que possibilitará, após estudo de diferenciação, formar tecidos ou
órgãos específicos. Como conseqüência isso, ocorreu o aparecimento de complicações como: câncer, diabetes,
hipertensão e outras mais doenças. Voltado para Odontologia, há expectativas de células-tronco serem um dia
implantadas nos tecidos, possibilitando pessoas que perderam sua estrutura óssea a recuperarem sua forma original.
No entanto, é a genética que nos fornece esse entendimento mais amplo de toda nossa estrutura, pois ela invade
nossa vida até mesmo com novidades: as chamadas mutações inseridas no DNA, a molécula universal.
DESENVOLVIMENTO - Os alvos protéicos para a ação das drogas nas células dos mamíferos, podem ser amplamente
divididos em: Receptores; Canais iônicos; Moléculas transportadoras. Receptores: Os receptores formam os elementos
sensores no sistema de comunicações químicas que coordena a função de todas as diferentes células do corpo, sendo
os mensageiros químicos representados por hormônios, substancias transmissoras de outros mediadores. Canais
Iônicos: Eles atuam como alvos para a ação de drogas. A interação poder ser indireta envolvendo uma proteína G e
outros intermediários, ou direta, quando a própria droga liga-se a proteína do canal e altera a sua função. O tipo de
interação mais simples envolve um bloqueio físico do canal pela molécula da droga exemplificado pela ação
bloqueadora dos anestésicos locais sobre o canal. Moléculas transportadoras: O transporte de íons e de pequenas
moléculas orgânicas através das membranas celulares exige geralmente uma proteína transportadora, visto que as
moléculas permeáveis são, com freqüência, muito polares (insuficientemente lipossolúveis) para penetrar por sim
mesma nas membranas lipídicas. As proteínas transportadoras englobam um sitio de reconhecimento que as tornam
especificas para determinada espécie permeável, e esses sítios de reconhecimento também podem construir alvos para
drogas cujo efeito consiste em bloquear o sistema de transporte.
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CÂNCER - O câncer é resultado de uma quebra dos mecanismos reguladores que administram o desenvolvimento
normal celular. O que gera o câncer é a proliferação descontrolada das células cancerosas. A anormalidade vista é nas
proteínas que tem o papel importante na sinalização celular, na regulação do ciclo celular e no controle de morte celular
programada. O tumor é a proliferação anormal da célula. Ele pode se benigno ou maligno. O tumor benigno permanece
parado em seu local de origem sem se espalhar e sem invadir o tecido vizinho. Já o tumor maligno é capaz de invadir o
tecido vizinho e espalhar-se pelo corpo. É importante ressaltar que apenas o tumor maligno pode ser chamado de
câncer, por serem capazes de invadir e provocar metástases tornando-os perigosos. No desenvolvimento do tumor é
gerado a partir de uma alteração genética que induz a proliferação anormal de uma única célula. Essa proliferação
torna-se uma multiplicação de células clones, ou seja, células tumorais. Muitos carcinogênicos químicos atuam
danificando o DNA e induzem as mutações. Algumas células cancerosas produzem fatores de crescimento que
estimulam a sua própria proliferação. A diferença de uma célula cancerosa para uma célula normal, é que as células
cancerosas são reguladas de forma menos rigorosa do que as normais pelas interações célula-célula e célula-matriz.
SÍNDROME DE DOWN (MONGOLISMO) - É devida a trissomia do cromossomo 21 e ocorre com a freqüência de 1
caso para 500 a 600 nascimentos normais. Causa, seguramente, mais deficientes mentais que qualquer outra doença.
A síndrome de Down constitui a primeira anormalidade cromossômica descrita para o homem, pois Lejeune, já em
1959, demonstrou que os indivíduos com síndrome de Down apresentam excesso de um pequeno cromossomo
acrocêntrico. De acordo com a classificação de Denver, trata-se de um cromossomo do grupo G; porém é impossível
saber com certeza se trata do cromossomo 21 ou do 22, pois ambos são morfologicamente idênticos. Em todo caso,
deve tratar-se sempre do mesmo cromossomo que se encontra triplicado em todos os mongolóides; por convenção,
este cromossomo é considerado como sendo o 21. A identificação dos mongolóides, principalmente dos brancos, é fácil
pois a aparência dos pacientes é típica. A característica mais marcante é o retardamento mental, pois seu QI varia entre
15 e 50. Outras características são a face achatada, a existência de uma prega típica no canto dos olhos, a língua
saliente e sulcada, a dentição irregular, as orelhas pequenas e deformadas. O abdômen costuma ser saliente e o tecido
adiposo é abundante. A genitália é pouco desenvolvida; nos homens o pênis é pequeno e há criptorquidismo e na
mulheres os lábios e o clitóris são pouco desenvolvidos; embora não se conheça nenhum caso de homem afetado que
tenha se reproduzido, as mulheres mongolóides são férteis. Os dedos são, freqüentemente, curtos e grossos e com
falta de uma falange no dedo mínimo; nas palmas das mãos é comum a existência de uma prega transversal
denominada prega simiesca. A pele é flácida determinando o aparecimento de rugas nas frontes e os ligamentos são
frouxos causando uma marcha insegura; defeitos congênitos do coração são freqüentes. Em conseqüência das
anomalias cardíacas e de uma baixa resistência às infecções, a longevidade dos mongolóides costuma ser reduzida;
hoje, os cuidados médicos aumentam sensivelmente as possibilidades de sobrevivência dos mongolóides. No recém-
nascido não se nota o principal sintoma de mongolismo, ou seja, o retardamento mental. Peso inferior ao normal, orelha
disforme, prega simiesca e outros achados são algumas indicações que recomendam a realização do exame
citogenético. Um dado que levanta a suspeita para a síndrome de Down é a idade materna, pois o acontecimento é
tanto mais freqüente quanto mais idosa for a mãe; de fato 60% dos mongolóides são filhos de mulheres com mais de 30
anos. O risco de uma mulher com menos de 30 anos ter filhos mongolóides é de aproximadamente 1:3000; em
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mulheres entre 30 e 35 anos o risco aumenta para 1:600, chegando, nas mulheres, nas mulheres com mais de 45 anos,
até 1:50. A causa desse efeito da idade materna reside na ovogênese: ocorre que, por época do nascimento de uma
menina, os ovócitos encontram-se na prófase I e, logo após o nascimento, interrompem a meiose por um período que
dura de 12 a 50 anos (da menarca à menopausa). Quanto mais longo for esse período, por mais tempo permanecem
interrompidas as meioses dos ovócitos e mais influências ambientais (radiações, medicamentos, infecções) podem
alterar a segregação dos cromossomos originando, em conseqüência, maior número de óvulos aneuplóides. Um fator
independente da idade e que possivelmente aumenta a ocorrência de zigotos aneuplóides é que, ao ser lançado na
tuba, o ovócito encontra um meio diferente daquele em que permaneceram vários anos; desse modo, ele fica exposto à
ação de fatores ambientais, tornando-se mais vulnerável à ocorrência de não-segregações. Relacionado com esse
aspecto, há indícios de que a ocorrência de relações sexuais esporádicas, isto é, esparsas, aumenta a chance de
nascimento de crianças mongolóides visto que, nesse caso, o ovócito leva mais tempo para ser fertilizado. É evidente
que a diminuição na freqüência dos encontros sexuais atinge principalmente mulheres com mais de 35 anos, como
conseqüência do aumento de duração do casamento. A comprovação dessa hipótese seria útil no aconselhamento
genético, em geral como medida preventiva.
SÍNDROME DE PATAU - A trissomia 13 foi reconhecida pela primeira vez por Patau e cols. O fenótipo dos afetados é
tão evidente que o diagnóstico é geralmente baseado em dados clínicos, muitas vezes antes de se conhecer o
resultado do cariótipo. A sua incidência foi estimada em cerca de 1 caso para 6000 nascimentos. Aproximadamente
45% dos afetados falecem após 1 mês de vida; 70%, aos 6 meses e somente menos de 5% dos casos sobrevivem mais
de 3 anos. A maior sobrevida relatada na literatura foi a de 10 anos de idade. Também está associada à idade materna,
sendo que em 40% dos casos a idade da mãe é superior a 35 anos. A cabeça é pequena, os olhos- pequenos ou
ausentes- são extremamente afastados, orelhas deformadas e baixamente implantadas, pescoço curto, anomalias
cardíacas, renais e sexuais, lábio leporino e palato fendido.
CÉLULAS-TRONCO - As células-tronco do cordão umbilical são semelhantes às células-tronco embrionárias. Estas,
cultivadas em laboratório, podem dar início a diferentes linhagens, pois as células-tronco embrionárias têm a
capacidade de se multiplicar indefinidamente. No futuro, os pesquisadores poderão guiar o processo de diferenciação e
obter linhagens muito parecidas com as dos neurônios e outros tecidos, tais como o pâncreas e o miocárdio. Isto
permitirá o tratamento de doenças empregando-se células naturais e provenientes do mesmo organismo, tornando
desnecessário, o uso de medicamentos imunossupressores.
TRABALHOS E ESTUDOS QUE ESTÃO SENDO REALIZADOS - No mundo inteiro cientistas têm pesquisado sobre o
uso das células-tronco no tratamento de várias doenças Onco-Hemtológicas, Hematológicas, Oncológicas. As
pesquisas estão adiantadas no tratamento de doenças degenerativas como no caso do Mal de Alzeheimer e Mal de
Parkinson (no cérebro, as células tronco assumem o papel dos neurônios e auxiliam na recuperação das vítimas desses
males e também de derrames), Esclerose Múltipla, diabetes e distúrbios cardiovasculares (no coração, as células-
tronco tem potencial para se transformar em células do músculo cardíaco e regenerar artérias e áreas lesadas por
infartos. Pesquisas estão sendo feitas relacionadas ao câncer de pulmão, rins, medula óssea, Aids, Doença de Chagas
(uma pesquisa inédita no Brasil), retardo do envelhecimento e recuperação de queimados (as células tronco agilizam o
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tratamento: experiências mostram que, ao serem transplantados para a pele, 1 centímetro quadrado pode evoluir para 1
metro quadrado de tecido novo em menos de um mês).
CONSIDERAÇÕES FINAIS - Um grande avanço tecnológico vem melhorando a detecção das moléstias genéticas,
tanto antes como após o nascimento. O conhecimento vem se expandindo e de forma particularmente rápida na área
da tecnologia do DNA. Um grande esforço em andamento, denominado Projeto Genoma Humano, tem como objetivos a
identificação e o mapeamento de todos os genes dos cromossomos humanos. Genoma é o conjunto genético de um
indivíduo. Em cada lócus de um cromossomo, existe um gene. A função exercida por esse lócus, por exemplo, a cor os
olhos, é a mesma para todos os indivíduos. No entanto, o gene preciso que se encontra nesse local varia de pessoa
para pessoa, fornecendo a cada um de nós características próprias. Há vários modos de se produzir cópias suficientes
de um gene para o seu de estudo. Cópias de um gene humano podem ser produzidas em laboratório através da
clonagem genética. Geralmente, o gene a ser copiado é introduzido no DNA do interior de uma bactéria. Cada vez que
ela se reproduz, a bactéria produz uma cópia exata de todo seu DNA, inclusive do gene introduzido. As bactérias
multiplicam-se com muita rapidez e, dessa forma, bilhões de cópias do gene original podem ser produzidos em
pouquíssimo tempo. Outra técnica de cópia do DNA utiliza a reação de cadeia de polimerase (PCR, polymerase chain
reaction). Em um laboratório, um segmento específico do DNA, incluindo um gene específico, pode ser copiado
(amplificado) mais de 200.000 vezes em questão de horas. O DNA de uma única célula é suficiente para iniciar uma
reação de cadeia de polimerase. Uma sonda genética pode ser utilizada para localizar um gene específico em um
determinado cromossomo. Um gene clonado ou copiado torna- se uma sonda marcada quando recebe um átomo
radioativo. A sonda irá buscar a imagem complementar do segmento do DNA e se ligará a ele. A sonda radioativa pode
então ser detectada através de técnicas fotográficas sofisticadas.Com as sondas genéticas, várias doenças podem ser
diagnosticadas antes ou após o nascimento. No futuro, é provável que as sondas genéticas sejam capazes de testar
pessoas em relação a muitas doenças genéticas importantes. Contudo, nem toda pessoa que possui o gene para
determinada doença irá realmente desenvolvê-la. Uma técnica, conhecida como Southern blot, é amplamente utilizada
para identificar o DNA. Extraído das células do indivíduo que está sendo estudado, o DNA é cortado em fragmentos
precisos através de uma enzima denominada endonuclease de restrição. Os fragmentos, separados em um gel por
meio da técnica da eletroforese, são colocados em um papel de filtro e cobertos com uma sonda marcada. Como a
sonda liga-se apenas à sua imagem complementar, ela irá identificar o fragmento de DNA.
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Disponível em:<www.merck.com/>. Manual Merck Saúde Para a Família. Acessado em 15 de abril de 2005.
ANEXOS Síndrome de Down (Mongolismo)
Cariótipo
Sindrômico
Disponível em:< http://www.ufv.br/dbg/BIO240/DC02.htm.Acessado >. Acessado em 15 de abril de 2005.
Paciente com síndrome de Down exibindo a fácies características
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 23
Síndrome de Patau
Sindrômico
Disponível em:< http://www.ufv.br/dbg/BIO240/DC02.htm.Acessado >. Acessado em 15 de abril de 2005.
Criança de 1 mês com síndrome de Patau. Note o hemangioma na glabela, microftalmia, lábio leporino e fenda palatina. A IMPORTÂNCIA DE ANATOMIA HUMANA PARA A FORMAÇÃO DO CIRURGIÃO DENTISTA Autores: Pimentel, A. M.; Meireles, A. F.; Pires, A.; Oliveira, A. S.; Santos, A. C. F.; Carvalho, A. A.; Gonçalves, A.; Menezes, B. M.; Oliveira, B. B.; Oliveira, C. A.; Ramos, C.; Menezes, C.; Oliveira, C. D.; Cavalcante, D.; Cunha, E. Orientadores: Oliveira, M. A. M.; Almeida Jr., E. RESUMO:
INTRODUÇÃO: A anatomia é uma ciência básica fundamental na formação dos profissionais de saúde. Na Odontologia
são de indiscutíveis interesses para um profissional especializado, em suas diversas especialidades, tais como a
radiologia, prótese, cirurgia.
Em odontologia é interessante e indispensável o conhecimento da anatomia buco-maxilo facial, que deve se completar
com a anatomia topográfica, estudo dos órgãos dentro dos limites precisos e correlacionando-o por regiões.
Temos assim uma funcionalidade útil, com aplicações clínicas que beneficiam a prática do exercício profissional. A
cirurgia tem um grande valor na topografia anatômica nas técnicas anestésica e termos cirúrgicos. Na ortodontia, o
aspecto normal da arquitetura crânio facial, a cronologia da erupção e a articulação dentária são indispensáveis no
tratamento das anomalias do crânio e da face.
A anatomia se relaciona com todos os ramos e especialidades odontológicos e servirá de base para os princípios
científicos. Muitas inovações e diversas técnicas cirúrgicas tem seus fundamentos no conhecimento correto devido ao
conhecimento dos detalhes anatômicos e funcionais.
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DESENVOLVIMENTO: O dente é o ''órgão'' fundamental na formação dos profissionais de odontologia. Conhecer sua
anatomia, fisiologia e desenvolvimento são assenciais para que o dentista possa diagnosticar, planejar e estabelecer o
tratamento das patologias bucais.
O esqueleto facial é formado por 14 ossos tendo o maior interesse para a odontologia, entre esses, a mandíbula e a
maxila, pois são neles que se implantam os dentes. Nestes ossos os dentes se prendem formando duas dentições, uma
decídua com 20 dentes e outra permanente com 32 dentes. A maxila é um osso fino constituído por 16 dentes. A
mandíbula é o único osso móvel da face, onde se encontram 16 dentes, estes ossos articulam-se com o osso temporal
formado uma complexa articulação sinovial: a ATM.
Nervos maxilar, exclusivamente sensitivo, é um ramo médio da trifurcação do V par encefálico. Distribui-se para: 1.
dura-máter; 2.parte da mucosa nasal; 3. mucosa bucal do palato e do véu palatino; 4. região gengival da maxila; 5. pele
da face, da pálpebra inferior, da bochecha e do lábio superior.
O nervo mandibular é o mais lateral e volumoso dos três ramos terminais do V par encefálico; trata-se de um nervo
misto, com fibras sensitivas e motoras.
Sistema do Nervo Trigêmeo: O nervo Trigêmeo é misto, sendo composto por duas raízes independentes: uma motora
e uma sensitiva.A importância da sensitiva em odontoestomatologia deve-se ao fato de inervar as estruturas que
compõem o aparelho da mastigação. Do ponto de vista fisiológico, a função do nervo trigêmeo é sensitiva, vasomotora,
secretora e trófica; ainda atua sobre a pupila e o tônus ocular. A raiz motora distingue-se da sensitiva por ser menos
espessa. Entre ambas a raiz intercala-se uma ponte de substância nervosa: a língua. A raiz sensitiva termina no gânglio
trigeminal e a motora funde-se com o nervo mandibular. O percurso intracraniano do nervo trigêmeo abrange as
seguintes regiões: fossas posteriores do crânio, margem superior da parte petrosa do osso temporal e fossa média do
crânio.
Nervo Facial: O nervo facial é misto, sendo composto por uma raiz motora e uma sensitiva. A raiz motora é o nervo
facial propriamente dito é a raiz sensitiva é o nervo intermediário, com dois tipos de fibras nervosas: sensitivas
(sensibilidade geral) e especiais (sensações gustativas), e fibras parassimpáticos secreto-motoras para as glândulas
submandibular, sublingual e lacrimal.
Nervos Hipoglosso: No embrião, mais precisamente durante o primeiro período de vida intra-uterina, o nervo
hipoglosso pode ser comparado a um nervo espinhal. Suas fibras anteriores (ventrais), moneras, inervam os três
primeiros somitos do pescoço, origem dos músculos da língua. Mais tarde, esses somitos serão absorvidos pelo
desenvolvimento da cabeça e, conseqüentemente, os filetes nervosos nele incluídos se transformação num autêntico
nervo encefálico: o XII par. As fibras sensitivas do nervo hipoglosso embrionário e seu núcleo profundo atrofia-se,
desaparecendo no feto de termo.Em raros casos de necropsia em indivíduos adultos é possível verificar que alguns
filetes radiculares sem do sulco dorso lateral da medula oblonga e se confunde com o nervo acessório superior,
misturando-se rapidamente com as fibras de nervo hipoglosso no sulco ventro lateral. Trata-se de fibras sensitivas em
cujo trajeto podemos identificar corpúsculos ganglineares, com estrutura microscópica semelhante aos gânglios
espinais. O XII par ou nervo hipoglosso é uns nervos essencialmente motores, destinados á musculatura da língua.
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Nervo Glossofaríngeo: O IX par craniano ou nervo glossofaríngeo é constituído essencialmente por fibras sensitivas e
sensoriais (gustativas) que se misturam em vários filetes para forma o tronco único do nervo, no qual distinguem-se
duas dilatações superpostas, chamadas gânglio rostral (superior) e gânglio caudal (inferior). Envia também fibras
secretoras parassimpáticos pré-ganglionares para o gânglio ótico e um contingente de fibras motoras destinadas ao
grupo de músculos derivados do terceiro orço branquial.
CONCLUSÃO: A anatomia é uma ciência que de uma forma indiscutível, é essencial para uma boa formação de um
cirurgião-dentista, de modo que sem o conhecimento do mesmo, torna-se impossível à execução do trabalho da
odontologia correta, com responsabilidade e com a devida ética profissional. Tornando, assim evidente que o estudo
anatômico e o relacionamento desde com todas as áreas da odontologia como Ortodontia, Cirurgia, Radiologia, Prótese
e Dentística, são de grandes interesses tanto para um Cirurgião quanto para um profissional especializado em área
odontológica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FIGUM, M, E; GARINO, R. R; Anatomia Odontológica Funcional e Aplicada; Buenos Aires; 3° Ed., cap. 5,
p.139;155;163;169.
SCHEID, R. C; WOELFEL, J. B.; Anatomia Dental, sua Relevância para a Odontologia; Rio de Janeiro; 5° Ed; cap. 1;
ANEXOS
Sistema do Nervo Trigêmeo
Nervo Facial
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 2º SEMESTRE
A IMPORTÂNCIA DO USO DOS MÉTODOS PREVENTIVOS NA SAÚDE PÚBLICA Autores: Borges, L.; Macedo, J. O.; Macedo, W. V.; Silva, W. T.; Teixeira, T. P. Orientador: Barreto,C. E. RESUMO:
INTRODUÇÃO: A prevenção consiste de um conjunto de medidas e atitudes, principalmente da filosofia de prática
profissional que, tomadas durante o estado de saúde, impedem o estabelecimento de doenças, limitando a extensão do
dano, quando já estabelecido.
DESENVOLVIMENTO: Prevenção: A grande maioria problemas relacionados aos dentes podem ser evitados com uma
escovação adequada e o uso do fio dental. Pois através da odontologia curativa (restaurações, extrações, tratamentos
de canal...) não se obtém resultado no controle dessas doenças. Cerca de 95% dos brasileiros sofrem de cárie e
doença das gengivas (doença periodontal), mesmo com grande número de dentistas por habitante. Um dos períodos
mais importantes para se prevenir às cáries é durante a erupção dos dentes, sejam eles decíduos ou permanentes.
Prevenção baseia-se em: Correta higienização com escova e fio dental; Consumo inteligente do açúcar; Uso correto
de flúor, para fortalecer os dentes; Acompanhamento da saúde bucal pelo dentista.
Doenças Periodontais: A periodontite, é uma infecção que acomete as estruturas ao redor dos dentes, destruindo –
as. As periodontites podem ser divididas de acordo com os principais patógenos presentes, e a idade do paciente, em
periodontite pré- púbere, periodontite juvenil, periodontite progressiva rápida e periodontite de adulto. De acordo com o
grau de destruição em relação à raiz do dente, classificam – se em leve, grave e complicada. A perda das estruturas de
suporte, levam o paciente a apresentar mobilidade, diastema patológico, migração, esfoliação, bolsas periodontais,
sangramento, defeitos ósseos severos, secreção, halitose, perda de dentes, etc. O tipo mais freqüente de periodontite é
a de adulto, que normalmente acomete pessoas com idade acima dos 35 anos. É uma doença que apresenta
características de inflamação crônica, com evolução ocorrendo por surtos, e destruição dos tecidos de forma
relativamente lenta. Métodos De Trabalho: O trabalho foi realizado através de questionários aplicados aos alunos do
primeiro e terceiro semestres do curso de Odontologia da UNIME. O intuito da pesquisa é mensurar o nível de
consciência relacionados à saúde bucal adquiridos pelos alunos na sua vida acadêmica. Os autores do trabalho
elaboraram perguntas relacionadas à prevenção da saúde bucal, métodos preventivos da cárie dentária e doenças
periodontais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.adem.com.br/dicas.asp
http://www.unimes.br/academico/casos/casos_de_periodontite
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A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA ANATOMIA DENTÁRIA NA PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTÁRIA Autores: Amaral, B.; Bahia, C.; Caíres, P.; Cardoso, L.; Santos, E. C. M.; Gusmão, L. E. D.; Silva, P. H. A.; Sá, S. L. O.; Nero, T. D.; Santos, T. P. S.; Rodrigues, L.; Grapiuna, A. S. A.; Soares, C.; Sodré, J. Orientador: Almeida Jr., E. RESUMO:
INTRODUCÃO: O dente, os arcos dentais e os tecidos periodontais constituem o objeto de maior parte das manobras
realizadas pelo cirurgião dentista. Assim se demonstra a importância do conhecimento dos dentes e de seus tecidos de
sustentação, isoladamente ou em relação com os elementos vizinhos (Thylstrup, 1994.). A localização inicial da cárie
depende quase exclusivamente da própria estrutura do dente. Conseqüentemente, as estruturas dentais, interdentais e
periodontais, configuram locais propícios ao depósito de placas microbianas e também dificultam a ação da autolimpeza
do fluxo salivar. É de fundamental importância para a preservação dos dentes o conhecimento profundo de todas as
suas estruturas, pois só assim, é possível evitar ao máximo que se destruam partes importantes não afetadas por
lesões cariosas. Quanto menos tecido mineralizado for retirado e conseqüentemente quanto maior a sua preservação,
maior a probabilidade da manutenção da unidade dentária. Sendo assim, conhecendo os vários métodos de prevenção
e hábitos saudáveis de higiene, é possível manter um constante estado de saúde bucal. Além dos selantes de fissuras,
a aplicação de verniz de flúor ou verniz de clorexidina nas superfícies oclusais atua como preventivos. Sua eficácia,
entretanto, não é comparável à dos selantes. Segundo Loesch (1993), estudos clínicos indicam que a escovação
dentária realizada pelo paciente tem pouco valor no controle da cárie. Isso indica que o pouco conhecimento da
anatomia dentária reduz a eficácia da remoção da placa bacteriana nas diferentes estruturas do dente. Segundo Koch
(1995), o conhecimento da anatomia dentária aliada a uma boa higiene bucal constitui um importante fator na
prevenção de cáries.
DESENVOLVIMENTO: Anatomia Dentaria - Os dentes compreendem os grupos dos incisivos, caninos, pré-molares, e
molares, cada um adaptado às funções mastigatórias de apreender, cortar, dilacerar e triturar os alimentos. Fixam nos
ossos por meio de fibras colágenos que constituem o ligamento periodontal. O dente é formado por coroa e raiz (es)
unidas numa porção intermediaria estrangulada chamada colo. É composto na maior parte, por dentina, que
circunscreve a cavidade pulpar. A dentina é recoberta na coroa pelo esmalte e na raiz pelo cemento. Uma coroa dental
tem faces, bordas e ângulos. A face que se volta para o vestíbulo da boca é a face vestibular e a que se volta para a
língua é a face lingual, ambas opõem-se e são conhecidas como faces livres. As faces de contato, também conhecidas
como faces proximais, opostas entre si, são: a face mesial, a mais próxima ao ponto sagital mediano, e a face distal, a
mais distante do ponto mediano. Face oclusal é a superfície da coroa que entra em contato com as homônimas dos
dentes antagonistas durante a oclusão. Duas faces da coroa encontram-se em um ângulo diedro, arredondado,
conhecido como borda. Três faces da coroa se encontram em um ângulo triedro ou simplesmente ângulo. Sua
denominação será a combinação dos nomes das três faces que o compõe, por exemplo: ângulo mesio-ocluso-
vestibular. A raiz do dente relaciona-se em tamanho e numero com o tamanho da coroa. Quanto menor a coroa menor
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a raiz. As raízes dos dentes vão de unirradiculares (uma raiz) até trirradiculares, podendo encontrar até quatro raízes.
Sulco principal – depressão linear aguda, estreita, que separa as cúspides umas das outras. Sulco secundário –
pequeno e pouco profundo, distribui-se irregularmente e em numero variável nas faces oclusais. Esse torna a superfície
mastigatória menos lisa aumentando a eficiência da trituração. Fissuras – fendas lineares provocadas por fusão
incompleta dos lobos. É local de fácil desenvolvimento de carie. Fosseta – também chamada de fóssulas são
depressões encontradas na terminação do sulco principal ou no cruzamento de dois deles (fosseta principal). No
encontro de um sulco principal com um ou dois mais secundários formam fossetas menores e menos profundas,
denominadas fossetas secundarias. No fundo das fossetas principais podem surgir pequenas depressões irregulares ou
pontos profundos no esmalte, conhecidas por cicatrículas. Fossa – escavação ampla e pouco profunda da face lingual
de dentes anteriores.
A Importância Da Anatomia Dentária - Existe uma relação indissolúvel de interdependência entre estrutura e função.
Quando neles ocorre alguma alteração, passam a fazer parte à patologia. Por isso, é muito importante conhecer a
anatomia dental para manter o mecanismo fisiológico e evitar que o processo patológico que afeta o órgão dental atinja
outros tecidos adjacentes. Assim sendo pode-se considerar dois aspectos. A parte biológica; onde anatomia dental tem
relação com sua histologia, que explica como se formam suas estruturas dentais. A parte clinica; na qual existe a
importância do conhecimento anatômico que é uma necessidade direta do dentista quando ele precisa fazer um
diagnóstico, decidir sobre um tratamento ou realizar uma manobra ou intervenção cirúrgica. Alguns casos podem ser
citados: 1- Suponhamos ocaso em que o dente se transforme em um foco produtor de material purulento. A difusão do
pus e suas conseqüências diferem segundo o dente seja superior ou inferior e se localize na região anterior ou posterior
da cavidade bucal. Um abscesso localizado na parte anterior do palato, provocado por um incisivo lateral superior, terá
sintomatologia, evolução e prognostico diferentes de outro produzido por um terceiro molar inferior, embora ambos
estejam condicionados pela mesma etiopatologia; 2- Outro fenômeno químico que tem exploração anatômica e o que
se refere ao mecanismo da dor pulpar. O tratamento da câmara coronária que aloja a polpa (tecido inervado que da
sensibilidade ao dente) difere entre crianças, adultos e velhos, pois quanto maior a idade menor a câmara pulpar e
conseqüentemente mais distante de afecções que atingem a coroa como, por exemplo, a cárie; 3- Em radiologia, será
muito difícil determinar o estudo das estruturas dentais e periodontais ao se observar um registro radiográfico se essas
estruturas não forem conhecidas. As noções anatômicas não só possibilita o diagnóstico como também são aplicáveis
na formulação das diversas técnicas que podem ser empregadas nas radiografias, onde são utilizados pontos de
referencia anatômicos, geralmente ósseos, que permitem adequar os procedimentos de uma técnica geral as
necessidades de cada caso; 4- Em cirurgia, não será possível proceder á extração de um dente sem o conhecimento de
sua forma, das tabuas ósseas do periodonto, da inervação e da irrigação. Só com esses conhecimentos haverá
condições de decidir sobre o tipo de técnica anestésica e via de abordagem e as estruturas que deverão ser
sacrificadas ou preservadas; A dentística operatória talvez seja o campo em que se aplica com mais freqüência os
conhecimentos da anatomia dental. Em resumo, com o conhecimento da anatomia dentária é possível preservar os
dentes de patógenos bem como tratá-los no caso de infecções, a fim de se preservar ao máximo as estruturas sadias e
manter uma saúde bucal harmônica.
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CÁRIE - A cárie dental é reconhecida como uma doença infecto-contagiosa, resultado de uma perda mineral localizada,
cuja causa são os ácidos orgânicos provenientes da fermentação microbiana dos carboidratos da dieta (Loesche,1993).
A doença tem caráter multifatorial, dependendo seu aparecimento da interação de três fatores essenciais: o hospedeiro
(dente), a microbiologia e a dieta (substrato). Esse conceito simplificado (Keyes, 1962), aceito universalmente nas
ultimas décadas, aponta de maneira bastante genérica os fatores ecológicos necessários para o aparecimento da cárie
dentária. Para que ocorra a cárie, esses fatores devem não apenas estar presentes, mas também interagir em
condições cruciais. Em outras palavras, a carie requer um hospedeiro com tecidos suscetíveis (dentes) colonizados por
uma microbiota potencialmente cariogênica, consumindo constantemente uma dieta rica em sacarose, que devem estar
presentes em um período de tempo significativo (Newbrun). Áreas de maior incidência: Sulcos principais e secundários
situados em faces oclusais de pré-molares e molares; Faces linguais de incisivos e caninos superiores; Fossas
principais e secundárias nas faces oclusais de pré-molares e molares; Espaço interdental de todos os dentes; Inserção
gengival. Todas essas áreas constituem locais favoráveis ao depósito de placas microbianas pelas seguintes razões:
Própria topografia do dente; Difícil limpeza durante a higiene bucal; Áreas não sujeitas a autolimpeza.
Doença Periodontal - A Doença Periodontal (Doença das Gengivas) se inicia da mesma forma que a cárie, ou seja,
com a formação da placa bacteriana. A placa bacteriana fica aderida ao dente e ataca as gengivas, provocando
inflamação. Então a gengiva fica bastante vermelha, inchada e pode sangrar. É a chamada Gengivite. Com o tempo, a
placa bacteriana sofre um processo de calcificação em certas áreas, formando o cálculo ou tártaro. Este processo leva
um tempo considerável (às vezes até anos). Com o avanço da doença periodontal (devido à falta de tratamento:
remoção de tártaro e higienização) aparecem espaços conhecidos como bolsas periodontais entre a gengiva e o dente.
As bolsas facilitam ainda mais o acúmulo de restos alimentares, placa bacteriana e cálculo junto às raízes dos dentes.
Em um estágio mais avançado da doença periodontal as bolsas avançam destruindo o osso que prende a raiz dos
dentes e causando retração da gengiva. Neste estágio os dentes podem amolecer e até cair.
SELANTES DE FÓSSULAS E FISSURAS: Os dentes posteriores, os quais usamos, para triturar os alimentos, contêm
fissuras e fóssulas: pequenas ranhuras e depressões onde os restos alimentares e a placa bacteriana ficam retidos e se
acumulam e onde as cerdas das escovas não conseguem limpar. A cerda de uma escova de dente é muito larga para
poder alcançar o fundo desses sulcos e fissuras. Formando uma película protetora, os selantes protegem o dente dos
restos alimentares e da placa bacteriana, diminuindo, assim, o risco de cárie. Selantes são materiais plásticos (resina
liquida) utilizadas para cobrir fóssulas e fissuras de faces oclusais de dentes posteriores, com a finalidade de preservar
o dente contra cáries. Há basicamente três tipos de selantes resinosos: os de primeira geração, polimerizados pela luz
ultravioleta; os de segunda geração, autopolimerizáveis e os de terceira geração, polimerizados pela luz visível. 0
selante age como uma barreira, uma película protetora que, facilitando a limpeza dos restos alimentares e o controle da
placa bacteriana, reduz o risco dessas superfícies cariarem-se. Essa película protetora de selante não deve ser muito
espessa, pois poderá interferir na oclusão (na mordida). Ela deve apenas cobrir as superfícies rugosas dos dentes
posteriores. Leva cerca de poucos minutos para um dente ser selado. Primeiro, o dente que vai ser selado deve ser
limpo, depois, sua superfície rugosa é preparada e o selante é aplicado, ficando aderido à superfície rugosa do dente.
Quando o selante é aplicado, ele "escorre" e penetra nas fóssulas e fissuras do esmalte do dente. Durante a
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mastigação, irá ocorrer um desgaste natural dessa película protetora e por isso, para manter o efeito protetor, há
necessidade de verificação periódica durante as visitas de retorno; assim, o dentista determinará se a re-aplicação é
necessária. A ameloplastia é a remoção das fissuras por desgaste. O objetivo é eliminar os sulcos pelo desgaste, de
forma que eles não sirvam como fenda para abrigar os restos orgânicos e microorganismos que cursam atividade de
cárie. Restos orgânicos que evitam a união de lóbulos de desenvolvimento do esmalte penetrem no esmalte em
profundidades variáveis, alguns somente a pequena distância e outros tão profundos, que virtualmente penetram na
junção amelodentinária. O objetivo é desgastar as fissuras rasas e colocar restaurações individuais naquelas que são
profundas que não podem ser eliminadas pelo desgaste. Realmente, o desgaste e o polimento podem ser conduzidos
até três quartos do esmalte sem nenhum risco para sua integridade. A vantagem deste método é que o tratamento é
permanente e não necessita de exames posteriores à procura de perda da integridade do selante. A técnica para
ameloplastia utiliza uma broca em forma de pêra, com 330 ou 331 na turbina de alta rotação. Sem parar de mover a
broca e utilizando o senso tato, a superfície é aplainada pela remoção das bordas de esmalte da fenda. Uma redução
adicional não será necessária, quando a profundidade da fissura for alcançada. Se a fissura se aprofundar em um ponto
localizado, alcançando a junção amelodentinária ou se descobrir uma cárie real envolvendo a dentina, então deverá ser
feito um pequeno preparo em forma de fossúla ou sulco, preenchido e polido. Os molares são particularmente indicados
para esse tipo de terapia de prevenção. Um dente com lesão proximal, preparada adequadamente, não necessita de
extensão oclusal para ancoragem, porque a retenção adequada pode ser obtida dentro da caixa proximal. A maioria das
lesões proximais é preparada com extensões oclusais, devido à presença de sulcos oclusais de origem no
desenvolvimento. A prevenção consiste no controle de placa e na restrição na freqüência do consumo de carboidratos.
PREVENÇÃO: BASE RACIONAL DO CONTROLE QUÍMICO DA PLACA SUPRAGENGIVAL - A prevenção da
doença periodontal tem base racional no controle da placa supragengival. Este fato exige que a prevenção através de
hábitos de higiene oral seja bastante recomendada. Prevenção através do controle da placa supragengival ainda é a
chave para o controle da gengivite e conseqüentemente da ocorrência ou recorrência de periodontite. Sem duvida, a
melhor arma para se prevenir gengivite é a obediência e destreza do individuo em relação aos hábitos de higiene oral.
(Fransdsen, 1986). O consenso é de que a escovação pelo menos duas vezes por dia é ótima para a saúde gengival,
embora uma proporção considerável de muitas populações a faça com menos freqüência. A duração da escovação é
discutível, mas a recomendação de pelo menos 1-2 minutos parecem ser razoáveis. Talvez ainda mais importante, os
indivíduos abstêm-se de escovar certos locais e superfícies dos dentes. Por exemplo, alguns estudos revelaram que os
indivíduos gastavam, no Maximo, menos de 10% do ciclo completo de escovação limpando as superfícies palatina e
lingual, e alguns não gastavam tempo alguns nesses locais. De forma semelhante, limpeza interdental raramente ou
nuca é feita por muitos indivíduos, ou relatada como sendo difícil de realizar por outros. Entretanto, existem sinais de
melhoria de higiene oral e conseqüentemente na saúde gengival em muitos países desenvolvidos. É improvável que
isso se deva aos avanços no desenho das escovas de dente, já que a evidencia da superioridade de um tipo de escova
manual sobre os outros não foi provada (Frandsen, 1986). A melhoria provavelmente se deu devido a uma maior
conscientização sobre a saúde geral de muitas populações, inclusive sobre cuidados orais, trazidas por meio de
conselhos e comerciais da mídia. Entretanto, a gengivite é ainda muito prevalente, indicando que para muitas pessoas a
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limpeza manual não é suficiente para manter a saúde gengival. Isso apóia o conceito do uso de agentes para o controle
da placa que requerem cooperação e habilidade mínima em sua utilização. Este é o conceito que forma a base do
controle químico da placa supragengival. Gengivite e periodontite são doenças altamente prevalentes e a prevenção da
ocorrência ou recorrência depende do controle da placa supragengival. A limpeza dos dentes é altamente influenciada
pela obediência e destreza do individuo, e pouco influenciada pelo desenho dos instrumentos e aparelhos de higiene
oral. O conceito de controle químico da placa pode ser justificado como uma forma de superar as inadequações da
limpeza mecânica de dentes.
O Uso Do Fio Dental - O fio dental remove eficazmente a placa proximal ele é mais eficaz que a escovação na redução
da gengivite proximal. O uso do fio dental pode reduzir 30 a 50% nas lesões de cárie. A placa bacteriana formada na
proximal inicia-se desde a região cervical até a área de contato interproximal. Para remover essa placa é necessário
fazer com que o fio dental acompanhe a curvatura da área de contato com um leve movimento, o fio dental entra
delicadamente no sulco gengival. Os movimentos principais são na direção lingual e facial ao longo da curva que
contorna a superfície. O fio dental é delicadamente removido sobre a papila dentaria e o procedimento é repetido na
superfície do dente adjacente. Estudos comprovam que a combinação da escovação diária supervisionado com o uso
do fio dental.
A Escovação - A escova dental é o mais eficaz e o mais utilizado instrumento para a higiene bucal. Com a orientação
do profissional, deve-se escolher a escova ideal e a técnica a ser usada. O fundamental é que a escova não traumatize
os músculos da bochecha e da língua, e que atinja os dentes do fundo da boca. É importante que ela possua cerdas da
mesma altura, arredondadas e macias. O cabo reto é recomendado, porque oferece um bom apoio e bom sentido
direcional no momento da escovação.
OS OBJETIVOS DA HIGIENE BUCAL são: Remover a placa que se acumula sobre o complexo dentoperiodontal;
Prevenir a formação de tártaro; Reduzir a flora microbiana estagnada; Estimular a irrigação sangüínea; Aumentar a
massagem gengival. A escova deve ser lavada após cada uso em água corrente e guardada em local limpo. Em geral
deve ser trocada a cada dois ou três meses de uso; devemos sempre estar atentos com relação às cerdas, pois quando
estão amassadas e tortas, não alcançam seu objetivo, limpar. Ao escovar os dentes, não é necessário colocar uma
grande quantia de pasta, não é a pasta que limpa os dentes, e sim a escova, a pasta apenas deixa na boca o seu sabor
e uma pequena liberação de flúor. O ideal é que escove os dentes, sempre após as refeições. Caso isto não seja
possível, o mínimo que se pode fazer para tentar manter uma boa higiene bucal é limpar os dentes antes de dormir da
maneira correta. Assim as placas não se aproveitarão do sono para liberar ácidos sobre os dentes durante toda à noite.
O fundamental não é o número de vezes que se escova os dentes, mas sim a eficiência em remover as placas. Uma
higiene bucal bem feita só será conseguida quando se dedica cerca de 5 minutos para a escovação. Para que todos os
dentes sejam escovados, é necessário seguir uma trajetória contínua e padronizada. Começa-se sempre escovando
pela arcada superior, no seu lado direito, a partir do último dente junto à bochecha, percorrendo todos os dentes tanto
nas suas faces externas como internas. Não se pode esquecer a superfície de cima dos dentes-região que corta e
tritura os alimentos. Por último escova-se também a língua, isto também é muito importante e faz parte de uma boa
higiene bucal. A escovação num local com boa iluminação e sempre na frente do espelho, é ideal para se ir verificando
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a posição da escova e a freqüência dos movimentos. O principal movimento é o circular, com os dentes se tocando
pelas pontas, a escova é colocada numa inclinação de 45 graus na divisão entre os dentes e a gengiva, com as pontas
das cerdas voltadas para as raízes. Faz-se movimento de circulo sobre os dentes e gengiva, assim se estará
escovando os dentes superiores anteriores. Para os dentes inferiores anteriores, são indicados que se escovem os
dentes com a boca semi-aberta, seguindo a mesma técnica, para melhor visualizar os movimentos. Os dentes
posteriores da arcada dental (pré-molares e molares) estão situados em uma região de difícil acesso, portanto, é
aconselhável que para alcançá-los durante a escovação, a boca esteja aberta e a bochecha seja levemente tracionada
para melhor acesso e visualização da área a ser atingida pela escova. Isso é válido para todas as faces do dente
(interna e externa). Não se pode escovar os dentes de cima e de baixo (arcada superior e inferior) ao mesmo tempo,
portanto, uma de cada vez, para visualizar melhor os movimentos e obter uma melhor higiene bucal. Outro movimento
que pode faz parte da técnica é o movimento horizontal. A escova é colocada sobre os dentes, apoiada contra a
superfície oclusal e esfregada para frente e para trás. Com este movimento de vai-e-vem consegue-se limpar a parte
que mastiga os alimentos em todos os dentes.
Ortodontia - O uso do aparelho ortodôntico tem como finalidade principal, corrigir a maloclusão dentaria promovendo
uma máxima intercuspidação, harmonizando toda a função mastigatória. Em caso que há apinhamentos, a higienização
adequada é quase impossível, pois as regiões proximais dos dentes ficam fora da ação da autolimpeza promovida pela
saliva, tornam-se difíceis ao acesso do fio dental e formam locais propícios ao acumulo de placa bacteriana. Neste caso
alem de suas funções, estéticas e reparadoras, a correção vai permitir o acesso adequado às regiões que antes do
tratamento eram difíceis.
CONCLUSÃO - Levando-se em consideração a importância da anatomia dentária para a prevenção de cáries e outras
odontopatologias, o conhecimento geral e específico de cada unidade se faz necessário para a manutenção de uma
boca saudável e harmônica. Para as pessoas em geral esse conhecimento anatômico vai proporcionar-lhes uma melhor
higiene bucal e para os profissionais da área odontológica, é ferramenta indispensável para o exercício da profissão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
THYLSTRUP, A. et al. Cariologia Clínica, 2 ed, São Paulo: Livraria e Editora Santos,1994, p327.
KOCH, G. et al. A Higiene Oral e a Cárie Dentária.In: THYSTRUP, A.; FEJERSKOV, A. Cariologia Clínica. São Paulo:
Livraria e Editora Santos, p. 219-30,1995.
L. ABOPREV: Promoção de Saúde Bucal. São Paulo: Artes médicas, p. 113-27,1997.
JORGE, A. O. C. Microbiologia Bucal, 2ed. São Paulo: Livraria e Editora Santos, 1998,122p.
FIGÙN; Mário Eduardo; GARINO, Ricardo Rodolfo. Anatomia odontológica funcional e aplicada.3 ed. São Paulo:
Médica Panamericana, 1994.
Disponível em: www.scholar.google.com, acesso em: 20 mar 2005.
Disponível em: www.pubmed.com, acesso em: 25 mar 2005.
Disponível em: www.colgate.com.br, acesso em: 25 abr 2005.
Disponível em: www.odontoguia.com.br acesso em: 28 abr 2005
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 34
A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DO LÚDICO PARA A SAÚDE DOS INDIVÍDUOS Autores: Santana, J.; Guimarães, A.; Santos, E. R.; Suzart, K. Orientadores: Rios, A. C. F. C.; SANTOS, S. P. RESUMO:
INTRODUÇÃO - Os antigos já sabiam da importância do brincar no desenvolvimento integral do ser humano.
Aristóteles, quando classificou os vários aspectos do homem, dividiu-os em homo sapiens (o que conhece e aprende),
homo faber (o que faz, produz) e homo ludens (o que brinca, o que cria) (BRUHNS & GUTIERREZ, 2002). Em nenhum
momento, um dos aspectos sobrepujou o outro como mais importante ou mais significativo. Na sua imensa sabedoria,
os povos antigos sabiam que mente, corpo e alma são indissolúveis, embora tenham suas características próprias
(BRUHNS & GUTIERREZ, 2002). O brincar deve ser aliado as formas de aprendizagem dos seres humanos, não
apenas das crianças. A execução de tarefas cansativas torna-se mais prazerosas quando são inseridos elementos
lúdicos, pois esses aliviam as ansiedades decorrentes de algo que muitas vezes é aborrecedor (SANTOS, 2000). A
conduta odontológica pode ser considerada por muitos indivíduos como procedimento invasor, ocasionando temores
durante o tratamento odontológico. Associado a isto, historicamente a imagem do cirurgião dentista tem sido associado
à dor. Faz-se necessário que se intensifique práticas que venham reverter esta imagem construída socialmente do
odontólogo, como também é salutar a aplicação de métodos de prevenção das doenças bucais mais prevalentes, entre
elas a doença periodontal infecciosa. A educação para a saúde constitui-se um dos elementos importantes no processo
de motivação para a saúde e prevenção de doenças, por isso associando os conceitos de ensinar através da
brincadeira, o presente trabalho teve por objetivo o desenvolvimento de uma revista em quadrinhos com o intuito de
prevenção das doenças periodontais para indivíduos adultos com idade avançada.
DESENVOLVIMENTO - Considerações Sobre O Lúdico - Considerando-se que brincar é a ação do “homo ludens”,
falava-se no início, e que é parte do ser humano integral e que além do desenvolvimento físico e intelectual, o brincar,
favorece o desenvolvimento dos vínculos afetivos e sociais positivos, condição única para que se possa viver em grupo,
estar-se diante de um dos principais instrumentos de educação para a vida (BRUHNS & GUTIERREZ, 2002). O grande
trunfo das atividades lúdicas é o fato de elas estarem centradas na emoção e no prazer, mesmo quando o jogo pode
trazer alguma angústia ou sofrimento. Nesses casos, quando o indivíduo exprime emoções consideradas negativas, o
jogo funciona como uma limpeza da alma, que dá lugar para que outras emoções mais positivas se instalem (SANTOS,
2000). Sentimentos como raiva, tristeza ou frustração fazem parte da vida diária. Poder exprimi-los através de um jogo,
uma brincadeira, não só aliviará o fardo, como ensinará a utilizar o humor de forma a fortalecer as resistências
orgânicas. Chutar uma bola ou virar cambalhota podem ser maneiras saudáveis de liberar adrenalina concentrada no
organismo e que, muitas vezes, não permite que o indivíduo se concentre nas atividades mentais, incluindo o
aprendizado (SANTOS, 2000). Felizmente pouco a pouco, os muito especialistas, e os nem tanto, estão percebendo a
importância do lúdico para o desenvolvimento saudável, não só de crianças e adolescentes, mas também de adultos de
qualquer idade. Considerações Sobre As Doenças Periodontais: O periodonto consiste em tecidos de revestimento e
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suporte do dente (gengiva, ligamento periodontal, cemento e osso alveolar) (CARRANZA, Et. Al, 2004). A principal
função do periodonto é inserir o dente no tecido ósseo dos maxilares e manter a integridade da superfície da mucosa
mastigatória da cavidade oral. O periodonto forma uma unidade de desenvolvimento, biológica e funcional, que sofre
determinadas alterações com a idade, está sujeito a alterações morfológicas e funcionais, assim como a alterações
relacionadas com modificações do meio oral (IAN LINDHE, 1999). Dentro de uma prática odontológica que tenha como
objetivo maior à promoção de saúde, as doenças periodontais (o processo saúde/doença), são entendidas como
doenças infecciosas e suas alterações de forma e função consideradas como seqüelas da mesma (ABOPREV, 1999).
Doença periodontal é um processo inflamatório crônico, destrutivo, de progressão lenta, que afeta todo sistema de
sustentação do dente, ou periodonto. O acontecimento mais importante é a destruição das fibras colágenas do
periodonto de proteção e inserção, o que leva à reabsorção do osso alveolar, formação de bolsas purulentas, mau
hálito, mobilidade e perda inexorável do dente. Além disso, a diminuição da biossíntese de fibras colágenas, por
distúrbios fisiológicos e deficiências nutritivas, impede o reparo da estrutura periodontal (ARANHA, 2002). O Lúdico Na
Prevenção De Doenças Periodontais: Segundo Caranza (2004), as doenças periodontais são em sua natureza doenças
bacterianas que acometem o tecido de sustentação dos dentes, provocando inflamações e a perda óssea. Para
entender e aplicar o lúdico na prevenção destas doenças faz-se necessário à construção de um projeto que englobe
educação, levando as crianças e também os adultos a perceberem que a higienização é muito importante e também
desenvolvendo a consciência que as pessoas não precisam perder os dentes como processo de envelhecimento.
Inicialmente, deve-se considerar que as doenças periodontais são doenças que apresentam etiologia multifatorial em
que fatores sistêmicos, tais como: diabetes, AIDS, condições hormonais, estresse emocional e ingestão de
determinados medicamentos, como fenitoína, nifedipina ou ciclosporina afetam a progressão e agressividade da doença
(LOUIS, et al, 2002). O primeiro passo na prevenção das doenças periodontais se refere ao levantamento das
condições de saúde bucal do individuo, construção de um plano de ação baseado no tratamento das anormalidade
periodontal e depois implementa-se a construção de metas com a finalidade de prevenir a ocorrência de novos casos
(CARRANZA, et al, 2004). Na elaboração das metas torna-se importante o ensino dos princípios de prevenção. Neste
ponto a utilização de jogos e brincadeiras que possam se inserir na vida cotidiana de relações, a exemplo residência,
grupos de convivência, escola passa a ser um aliado do dentista no processo de aprendizagem dos conceitos de saúde
bucal de forma descontraída.
CONSIDERAÇÕES FINAIS - O termo conclusão pode não ser bem enquadrado nesta fase do trabalho, pois estamos
tratando de justificativas para o ensino e objetivando a prevenção. As considerações finais neste momento abrangem
questões relativas a definição da patologia e do lúdico, relacionando-o para posterior aplicação em um projeto que visa
a prevenção de doenças e a manutenção da saúde bucal. O lúdico está inserido nos diferentes sistemas de ensino e
acompanha toda mentalidade pedagógica que vise o desenvolvimento criativo do indivíduo. Aliando-o com o trabalho do
odontólogo, pode servir de meio pelo qual este profissional diminua as ansiedades e os pavores referentes à história da
profissão. Trabalhar com o lúdico facilita a prevenção e a promoção de comportamentos coerentes dos indivíduos de
forma branda e fácil, afastando aquelas orientações de tratamento que as pessoas acabam não cumprindo. Além de
que o lúdico é a criatividade, é a capacidade de aprender com prazer e esta aprendizagem é real e dura a vida inteira.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, Flávio Leite. Bioquímica odontológica. 2. ed. São Paulo: Sarvier, 2002.
BRUHNS, Heloísa Turini; GUTIERREZ, Gustavo Luis. Enfoques contemporâneos do lúdico. São Paulo: Autores
Associados, 2002.
CARRANZA, Fermin A.; NEWMAN, Michael G. Periodontia clínica. 9. ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
LINDHE, Jan. Tratado de periodontia clínica e implantologia oral. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca – a criança, o adulto e o lúdico. São Paulo: Vozes, 2000.
ABOPREV: Promoção de saúde bucal. 2.ed. São Paulo: Artes Medicas, 1999.
LOUIS, F. R ; ROBERT, J. G ; BRIAN, L. M.; D.WALTER, C. Medicina periodontal. 1. ed. São Paulo: Santos, 2002.
A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DO LÚDICO PARA A SAÚDE DO INDIVÍDUO Autores: Von Beckerath, P. F.; Portela, I.; Gomes, S.; Bonfim, R.F.; Cerqueira, L. M. Orientadores: Santos, S. P.; Rios, A. C. F. C. RESUMO:
INTRODUÇÃO: A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso,
indispensável à prática educativa (Piaget, 1998). Segundo especialistas em educação, as brincadeiras são importantes
para que o indivíduo aprenda a se socializar com outras pessoas, conheça a cultura de seu país e desenvolva
expressões corporais, como também a possuir uma melhor qualidade de vida e saúde. O brinquedo é oportunidade de
desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de
estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento
e da concentração e atenção. Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. Isso irá
contribuir, no futuro, para a eficiência e o equilíbrio do adulto. O lúdico aborda a memória e a história das brincadeiras
de infância, o brinquedo como representação da sociedade e a definição de critérios para a escolha de brinquedos ou
jogos.
No presente estudo, foram abordados aspectos relacionados à importância da ludicidade na educação em saúde para o
individuo, enfatizando a saúde bucal e os métodos preventivos da cárie dental, a fim de elaborar um método lúdico
apropriado para crianças na fase escolar (6 a 12 anos de idade) que envolva a criança no aprendizado de uma saúde
bucal adequada e da prevenção de cárie dental.
DESENVOLVIMENTO: O grande desafio com relação à promoção de saúde bucal é chegar a mudanças de atitudes
que estimulem ao máximo o cuidado ou, mais diretamente, a motivação da população para evitar as doenças bucais e
para se auto-aplicar nos cuidados preventivos (GUEDES-PINTO, 2000). Nesse intuito, o lúdico vem a ser um elemento
coadjuvante no processo de aprendizado, o que vem estimular a mudança de atitudes. A participação dos profissionais
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da saúde bucal é fundamental para capacitar outros profissionais, voluntários e interessados em atuar com o lúdico
utilizando brinquedos, jogos ou a aplicação de brincadeiras na educação para a saúde bucal.
Estudos realizados até agora constatam que a cárie dentária não pode ser evitada ou prevenida, mas a doença –
entendida hoje como um processo dinâmico de desmineralização e remineralização, resultante do metabolismo
bacteriano na superfície dentária que, com o tempo, resulta na perda de mineral e subseqüente possibilidade de
cavitação – pode ser controlada (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 2001). Dessa forma, a utilização de mecanismos para o
controle da doença se constitui nos principais objetivos dos profissionais que lidam com a saúde bucal.
A literatura nos revela que a prevalência de cárie dental tem diminuído ao longo dos anos, especialmente na faixa etária
escolar (KRIGER, 2000). Alguns fatores têm sido atribuídos como responsáveis pela redução da doença, como o amplo
uso de dentifrícios fluoretados e um maior acesso da população aos serviços de saúde. Entretanto, a prevalência de
cárie dental nessa faixa etária ainda se apresenta alta, e isso justifica a adoção de medidas preventivas que visem à
mudança desse quadro epidemiológico.
A utilização do lúdico se torna um ponto relevante nesse contexto, onde a conscientização das crianças com relação à
criação de hábitos de escovação adequados, de dieta sem excesso de alimentos cariogênicos e, também, a importância
do uso do fluoreto resultaria, possivelmente, na manutenção de um estado de saúde bucal satisfatório.
No presente trabalho foi criado um método lúdico para ser aplicado em crianças de 06 a 12 anos de idade para
conscientizar-las de forma prazerosa, a evitar á carie dental. O método se constituiu em um de jogo de perguntas e
respostas, onde o tempo será contado por uma ampulheta em um minuto para cada pergunta.Cada criança terá que
responder a outra criança perguntas referentes à saúde bucal e prevenção à cárie dental. A cada acerto, a criança
receberá um dente de ouro. O jogo termina quando uma criança consegue ganhar mais rápido os 20 dentes de ouro,
referente a sua arcada dentaria decídua.O “SHOW DO DENTÃO” é um jogo simples, fácil e bem divertido, fazendo com
que a criança aprenda com prazer a ter uma boa saúde bucal e aprendendo a prevenir a cárie dental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Assim, a associação do lúdico com os métodos de controle de cárie dental poderá
contribuir para a modificação do quadro desta doença, especialmente, na infância. Nesse período, novos hábitos de
saúde estão se formando, sendo mais fácil serem modificados ou adaptados de forma adequada.
O engajamento dos profissionais de saúde bucal será fundamental para a melhoria da condição de saúde bucal da
população. É importante considerar que o objetivo é fazer com as crianças cheguem à fase adulta sem problemas de
doença. Nesse contexto, algumas informações são fundamentais para serem trabalhadas no método de ludicidade na
prevenção da cárie dental, como:
• A importância da redução da freqüência de ingestão de carboidratos, porque quanto maior a freqüência de
ingestão, maior o risco de adquirir a cárie;
• Orientação para a escovação dos dentes e uso de fio dental: sempre após as refeições, principalmente à noite
antes de dormir, pois nesse período ocorre a redução do fluxo salivar diminui, aumentando o risco a doença
cárie;
• Utilização de fluoretos, especialmente o dentifrício fluoretado;
• Visitas regulares ao cirurgião dentista: início – antes da irrupção do 1° dente.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KRINGER, L. ABOPREV -Promoção de Saúde Bucal-Paradigma, Ciência, Humanização.
PINTO, A. C. Odontopediatria. Editora Santos, 6ª ed.; 2000.
PINTO, V. G.Saúde Bucal Coletiva. Editora Livraria Santos, 2000
THYLSTRUP, A.; FEIERSKOV, O. Cariologia clínica. 3ed. São Paulo, 2001.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 3º SEMESTRE
AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO EM PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DE ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE LAURO DE FREITAS Autores: Cardozo, M.; Pinheiro, S.; Ribeiro, V.; Silva, C.; Viana, J.; Xavier, G. Lisboa, M.; Araújo, M.; Eduão, N.; Pinheiro, P.; Sampaio, R.; Grapiuna, R. ; Azevedo, R. Orientador: Cardozo, A. C. C.; Santos Jr., R. Q. RESUMO:
O Sistema Estomatognático é de vital importância para a qualidade de vida de todos. Quando em desarmonia pode
repercutir sobre todo o corpo por isso, todos os componentes deste sistema precisam funcionar de acordo com suas
propriedades e seus sistemas específicos, devendo-se ter um equilíbrio entre seus componentes. Sabe-se que a
avaliação do equilíbrio deste sistema deverá ser completa examinando e relacionando entre si todas as estruturas que
compõe este sistema. Com base neste princípio as disciplinas Estágio Supervisionado I e Saúde Bucal Coletiva I
elaboraram um questionário a ser aplicado aos professores e funcionários dos colégios municipais Enock Amaral, José
dos Santos Paranhos e a escola Itamar de Oliveira Rodrigues objetivando a avaliação do equilíbrio do sistema
estomatognático deste público alvo. O modelo avaliativo utilizou um método quantitativo descritivo.O grupo de Estágio
responsabilizou-se pela aplicação do questionário e o grupo de saúde coletiva pela análise e interpretação dos
resultados obtidos através dos dados do questionário. Assim para uma avaliação eficaz do sistema estomatognático
primou-se pela caracterização sócio-cultural do entrevistado, sobre o seu acesso a serviços Médicos-Odontológicos,
sobre sua Autopercepção em Saúde Bucal, sua História Atual e Higiene Bucal.Dessa forma, analisou-se o equilíbrio do
sistema a partir do bom funcionamento da fala, da mastigação, da deglutição, dos dentes e da gengiva.
PALAVRAS CHAVES: Sistema Estomatognático, Saúde Bucal Coletiva, modelo avaliativo.
INTRODUÇÃO - O sistema estomatognático é o conjunto de estruturas anatômicas que desenvolvem funções comuns,
tendo como característica constante à participação da mandíbula. Trata-se de um sistema com características próprias,
apresentando uma unidade morfofuncional localizada centralmente na cavidade oral. Está constituídos pelos
componentes esqueletais (os maxilares), as arcadas dentárias, tecidos moles (glândulas salivares, suprimento nervoso
e vascular), Articulação Têmporo Mandibular e músculos.
Todos os componentes do Sistema Estomatognático precisam funcionar de acordo com suas propriedades e seus
sistemas específicos, mas exige-se uma inter-relação harmônica entre eles, levando ao equilíbrio do sistema que é a
chamada homeostase estomatognática. Assim, o sistema estomatognático é uma unidade funcional do organismo em
que tecidos diferentes e variados quanto à origem e à estrutura agem harmoniosamente na realização de variadas
tarefas funcionais. Tais estruturas encontram-se interligados e relacionados e, quando em função, visam alcançar o
máximo de eficiência com a proteção de todos os tecidos envolvidos.
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A avaliação do equilíbrio deste sistema deverá ser completa. Não só deve-se examinar todas as estruturas que compõe
este sistema, como se deve, acima de tudo, relacioná-las entre si. Diante desta realidade, a partir da disciplina Estágio
Supervisionado I e Saúde Coletiva I, os alunos destas disciplinas aplicaram um questionário em visitas de Campos em
algumas escolas do Município de Lauro de Freitas como a Escola Municipal Enock Amaral, a Escola Municipal José dos
Santos Paranhos e a Escola Municipal Itamar de Oliveira Rodrigues, tendo como público alvo os professores e
funcionários, objetivando uma avaliação do equilíbrio do Sistema Estomatognático.
OBJETIVOS - Objetivo Geral: Avaliar as condições do sistema estomatognático dos professores e funcionários dos
colégios municipais Enock Amaral, José dos Santos Paranhos e Itamar de Oliveira Rodrigues.
Objetivos específicos:
• Aplicar questionário de avaliação com professores e funcionários;
• Representar graficamente os resultados obtidos;
• Analisar e interpretar os dados obtidos nos questionários.
METODOLOGIA - Para avaliar aspectos relacionados às condições do sistema estomatognático dos professores e
funcionários dos colégios municipais Enock Amaral, José dos Santos Paranhos e Itamar de Oliveira Rodrigues,devemos
definir certos elementos de referência.
Sistema Estomatognático: O Sistema Estomatognático é caracterizado por um conjunto de estruturas anatômicas que
desenvolvem funções comuns, tendo como característica constante à participação da mandíbula. Este possui uma
dinâmica complexa, variada e extremamente ativa, que põe em atividade forças intensas, necessárias ao deslocamento
da mandíbula e a realização das funções de mastigação, fonação,deglutição e expressão facial. (DOUGLAS, 1994).
Os principais componentes são: músculos, atm (articulação temporomandibular), ligamentos, nervos, artérias, maxila,
mandíbula. (DOUGLAS, 1994).
O Sistema Estomatognático é de vital importância para a qualidade de vida de todos. Quando em desarmonia pode
repercutir sobre todo o conjunto do sistema tônico postural e vice-versa, desencadeando alterações em cascata, com
intensa relação com a posição da cabeça. E, assim, causa dores de cabeça, apnéia, bruxismo, ronco, dores na coluna e
problemas estomacais, como gastrite. Cerca de 90% das dores de cabeça são causadas por disfunções estruturais da
mandíbula e coluna. Para se ter uma idéia da abrangência do problema, há pessoas que relatam dores na cabeça, nas
costas e na mandíbula (ATM) por anos seguidos, mesmo após terem passado por tratamentos de diversas
especialidades. Em certos casos há alívio temporário, mas o problema volta. Isto acontece com quem não é tratado na
origem das disfunções que geraram as dores e que, nestes casos, estão ligadas ao Sistema Estomatognático. Às
vezes, o problema começa na infância. A criança, quando não amamentada no seio da mãe no primeiro ano de vida,
não desenvolve corretamente a musculatura orofacial, gerando problemas como a instalação de respiração bucal,
mordidas cruzadas e/ou abertas. (ROSENBAUER, 2001)
O foco do tratamento deve ser um só: reposicionar a estrutura desalinhada do indivíduo. Para tanto, há diversas
técnicas em funcionamento, porém é preciso atenção aos métodos propostos. Quase todos os tratamentos são
baseados no uso de placas de mordida e que, por não corrigir os problemas estruturais da ossatura da mandíbula, tem
uma ação paliativa, em vez de fazer com que a mandíbula atue na posição correta para buscar a respiração nasal. O
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tratamento ideal é o que leva a articulação (ATM) a reaprender o seu funcionamento e que, por isto, soluciona o
problema. Com a recuperação da função correta da respiração, os sintomas costumam desaparecer e os que persistem
podem ser tratados com terapias auxiliares, como prótese dentária, fisioterapia e fonoaudiologia (ROSENBAUER,
2001).
As dores de origem dentária continuam sendo as mais comuns na população em geral, mas levantamentos sobre
atendimentos de pacientes que apresentam disfunções da articulação temporomandibular (ATM, a articulação do osso
temporal com o osso mandibular) demonstram que a dor está presente em 97% dos casos.(BIANCHINI, 2001).
Avaliação do Sistema Estomatognático - Postura Corporal - A postura corporal é o primeiro item a ser avaliado.
Grandes partes dos problemas encontrados nas funções orais são devido à postura corporal inadequada. Deve-se
examinar o paciente em pé, de frente, de costas e de lado. Nestas posições observar o corpo todo e avaliar posturas
inadequadas e assimetrias. Depois, com o paciente sentado, deve-se observar a cabeça em relação ao tronco. Por
último, observar as assimetrias faciais. Fotografar o paciente nas diversas posições, principalmente se houver
alterações, será o ideal, pois somente desta maneira poderemos obter, no final do tratamento, comparações entre o
antes e o depois. As filmagens são amostras dinâmicas do exame, enquanto as fotos são estáticas. Ambas são
importantes e devem, na medida do possível, ser realizadas (DOUGLAS, 1994).
Partes Duras - O estreitamento da maxila, muitas vezes é decorrente da respiração bucal. Outras causas também
devem ser pesquisadas como hereditariedade e/ou má oclusão. É importante saber que, expansões realizadas em
maxilas atrésicas, quando ocorrem após o crescimento crânio facial, são apenas dentárias e não estão de fato
interferindo com o osso. Um palato atresiado interferirá na respiração pelo nariz pois estará diminuindo o espaço aéreo
superior. Todos estes dados são importantes pois nos ajudarão a compor o quadro do paciente, não só na avaliação
mas também, principalmente, no prognóstico da terapia (DOUGLAS, 1994).
A língua está inserida na mandíbula, portanto, seu formato será fortemente influenciado pelo tamanho e profundidade
deste osso. Da mesma forma, a língua contribuirá fortemente para a sua forma. Uma forte correlação entre estas duas
estruturas é esperada. Muitas discussões existem sobre quem causou o que. Não é nosso intuito neste momento,
descobrirmos os vilões dos prejuízos encontrados mas, como sabemos destas relações, procuraremos intervir durante
o crescimento para evitar maiores danos do que aqueles que já são determinados pela genética.
Observar relações de tamanho e de posicionamento entre maxila e mandíbula para compreendermos a força e o
funcionamento dos músculos que recobrem estas estruturas. Por exemplo, em faces mais longas, a musculatura
tenderá a ser mais fraca. Em faces onde exista retrognatia, o selamento labial ficará dificultado. Em arcos mais estreitos
a língua tenderá a "sobrar" nas laterais. A fala também sofrerá grande influência do posicionamento da mandíbula
porque quando esta estiver muito retroposta em relação à maxila tende a haver um deslizamento da mandíbula para
frente na produção dos fonemas sibilantes.
A falta de um bom relacionamento entre os dentes, cáries, ausência de algum elemento e a presença de
extranumerários são algumas das causas que podem alterar as funções de mastigar e ou deglutir. Portanto, conhecer a
estrutura dentária é fundamental para poder avaliar as funções estomatognáticas e compreender melhor algumas de
suas alterações.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 42
Partes Moles - Os lábios, as bochechas e a Língua são as partes moles do sistema.Sobre esta ultima pode-se
considerar que a sua força é associada ao tipo de alimentação. Comidas mais pastosas exigem menor força de
mastigação e, conseqüentemente, menor movimentação da língua. As características genéticas, no entanto,
determinam fortemente estes padrões de força e de tamanho enquanto que as condições ambientais contribuem para
melhorar ou piorá-los.
Uma das funções das bochechas é colaborar, durante a mastigação, com a manutenção do alimento sobre os dentes.
Em uma mastigação unilateral ocorrerá o fortalecimento da bochecha do mesmo lado. Caso esta mastigação unilateral
já venha ocorrendo há muito tempo, provavelmente encontraremos uma hipertrofia da bochecha do lado onde ocorre a
mastigação, o que resultará numa diferença de tamanho bastante razoável. A bochecha do lado em que predomina a
mastigação tende a ser mais alta e a distância entre a comissura labial e o canto externo do olho deste lado, tende a ser
menor do que à distância do lado de balanceio. Quando estamos falando em mastigação dizemos que o lado onde a
comida está sendo triturada chama-se trabalho e, o lado oposto, balanceio.
Funções realizadas pelos Órgãos Fono Articulatórios - Respiração: Os seres humanos nascem respirando pelo
nariz e, a não ser que ocorram impedimentos mecânicos, assim continuará até a morte. Isto significa que ao
encontrarmos um paciente com respiração bucal devemos buscar compreender o por que ele não está realizando esta
função de forma normal. A respiração não é puramente bucal, mas sim mista, isto é, dá-se pelo nariz e pela boca. As
causas mais freqüentes de uma respiração inadequada referem-se a problemas mecânicos. Eles podem estar ao nível
da nasofaringe, da adenóide, da orofaringe, das amídalas, ou do próprio nariz, como um desvio de septo ou mais
comumente, as hipertrofias de conchas que impedem ou diminuem a entrada do ar (MARCHESAN, 1993).
Para conhecermos de forma correta qual a razão da respiração estar ocorrendo por via inadequada, uma consulta ao
otorrinolaringologista é fundamental sendo que a mesma deve acontecer antes de iniciarmos nosso tratamento
(MARCHESAN, 1993).
Mastigação - Para avaliar esta função precisa-se, em primeiro lugar, conhecer os dentes e como eles se relacionam. A
oclusão e a tipologia facial determinam a força e o modo de mastigar. Em segundo lugar, se pesquisa os hábitos
alimentares, não só do paciente mas, principalmente, de sua família. Hábito alimentar não é só o que se come. É
necessário saber o como, o quando, o tempo disponível, valores que se dá para a alimentação, dinheiro que se investe
nisto, etc... Normalmente, o problema alimentar não é só do paciente mas é da família, ou do meio no qual aquele
indivíduo vive. Como prova específica, pode-se utilizar, em todas as avaliações, um mesmo alimento para que se possa
criar um padrão de exame. O pão francês é uma boa opção pois é fácil de encontrar e, praticamente, todos o comem.
Deglutição - Esta função dá continuidade ao processo de mastigação e, como tal, não pode e nem deve ser avaliada
em separado da mesma. Ao observar a mastigação também observa-se o paciente deglutindo, pois esta seqüência é
natural. Nada mais lógico do que olhar, ao mesmo tempo, as duas funções. Normalmente, mastiga-se e engole. Não se
faz um único e grande bolo de tudo o que está sendo mastigado para então deglutir. Quando isto ocorre, tende-se a
realizar um movimento de cabeça para trás, na tentativa de aumentar o espaço orofaríngeo para que todo o alimento
possa passar de uma só vez. Isto acaba sendo classificado como "deglutição atípica", quando na verdade, foi algo que
provocamos ao pedirmos uma forma de mastigação que é antinatural.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 43
Deve-se descobrir qual é a causa da inadequação deste modo de deglutir e, mais do que a causa, tentar verificar quais
são as possibilidades que o paciente tem de deglutir de uma outra maneira que não aquela por nós encontrada.
Fala - Avaliar a fala, em geral, requer procedimentos mais simples. È possível verificar como o paciente fala e que tipos
de trocas apresenta, apenas conversando com ele. Em geral, os pais sabem quais os fonemas que os filhos omitem ou
trocam. Muitas vezes, já na anamnese, pode-se ficar conhecendo, com certa margem de segurança, quais são os
problemas de fala existentes.
No entanto, para uma avaliação mais precisa é importante não só saber quais são as trocas ou omissões mas, mais
uma vez, tentar compreender a razão destas trocas e quais as possibilidades de correção. Com muita freqüência são
encontrados problemas de fala que fazem parte de problemas de linguagem. Infelizmente, muitas vezes, acabamos
simplificando e realizando análises somente parciais, reduzindo problemas de desenvolvimento de linguagem em meras
trocas ou omissões de fonemas. As distorções por sua vez, podem estar relacionadas a problemas de forma, ou seja, a
características anatômicas das estruturas que produzem fala.
Métodos de Avaliação - Modelos Avaliativos - Há na literatura especializada dois modelos alternativos para avaliação.
O primeiro, mais difundido, é o modelo de objetivos, e o outro, é o modelo de sistema.
Na perspectiva sistêmica, a avaliação representa o controle por feedback, sistematicamente definido e necessário ao
planejamento de ações futuras.
A noção de feedback ou de retroalimentação, expressa-se mediante um conceito de intencionalidade ou na idéia de
teleologia. Comportamento teleológico é aquele segundo o qual se torna nítida a orientação intencional para um
determinado fim e em que a ação, uma vez iniciada, é constantemente reajustada a fim de se atingir o objetivo
proposto, por um mecanismo de feedback.
A avaliação deve ser visualizado no contexto de um ciclo interativo avaliação – planejamento – implementação –
avaliação. O planejamento sem implementação nada significa e implementação sem avaliação pior ainda. A avaliação
deve ser considerada um processo de feedback provido através de informações planejadas para dirigir ou reformular as
decisões individuais ou organizacionais.
Cabe ressaltar que a avaliação é calcada na explicitação de valores e que o processo avaliativo é de natureza circular,
iniciando-se e terminando na formação de valores que referencia o processo de avaliação.
Para desenharmos o sistema de avaliação é importante diferenciar entre os indicadores que avaliam os inputs,
processo e output (avaliação interna) daqueles referentes primeiramente à avaliação dos efeitos do programa
(avaliação externa).
A avaliação externa pressupõe a pesquisa avaliativa, que é definida como o uso específico de método científico com o
propósito de realizar uma avaliação. A pesquisa avaliativa, por sua vez, implica o estabelecimento de uma relação
causal hipotética entre um determinado programa odontológico (variável independente) e algumas alterações na
incidência de doenças bucais (variável dependente). Conseqüentemente deve-se isolar aquelas outras variáveis
independentes que poderiam interferir na doença. E isso exige a opção por um experimento que é o estudo, geralmente
prospectivo, designado a verificar causalidade e a permitir previsões probabilísticas.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 44
Na avaliação externa de um programa odontológico deverá ser utilizado um experimento verdadeiro, já que é
necessária a presença de um grupo controle a fim de se isolar a variável “programa odontológico”.
O tipo de experimento usado neste trabalho é o que envolve pré-teste. Para avaliar aspectos relacionados às condições
do Sistema Estomatognático dos professores e funcionários dos colégios municipais Enock Amaral, José dos Santos
Paranhos e Itamar de Oliveira Rodrigues foi utilizado um método quantitativo descritivo.
Coleta de dados: O instrumento utilizado foi questionário para obter a Avaliação do Sistema Estomatognático dos
professores e funcionários das escolas Municipais Enock Amaral, José dos Santos Paranhos e Itamar de Oliveira
Rodrigues, localizadas no município de Lauro de Freitas, numa amostra de 30 pessoas entrevistadas. Este questionário
foi elaborado pelos professores da disciplina de Saúde Coletiva I e Estágio Supervisionado I, distribuídos pelo professor
coordenador do projeto interdisciplinar e aplicados ao público alvo na semana de 19 á 25 de Abril. O questionário citado
anteriormente tem os seguintes itens:
1º Caracterização sócio-cultural,
2º É sobre o Acesso a serviços Médicos-Odontológicos,
3º É sobre a Autopercepção em Saúde Bucal,
4º História Atual do e o 5º Higiene Bucal.
O método utilizado para o desenvolvimento deste projeto de Avaliação do Sistema Estomatognático foi através de
visitas de campo aos colégios municipais já citados, no período de 19 a 25 de Abril, com a finalidade de aplicação do
questionário com 30 professores e funcionários. O grupo de Estagio supervisionado I composto por Clarice, Gustavo,
Julia, Maísa, Sheilla e Vagner entrevistaram os professores e funcionários nos colégios Municipais Enock Amaral, José
dos Santos Paranhos e Itamar de Oliveira Rodrigues. Feito isso, os dados da entrevista foram entregues ao grupo
responsável por representar a matéria Saúde Coletiva I para assim eles avaliarem e interpretarem a situação do
sistema estomatognático das pessoas abordadas.
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS - A maioria dos entrevistados, a saúde é bem-estar geral e qualidade de
vida. Importa-se com saúde do corpo e não se importam muito com a saúde da mente. A grande parte das pessoas
entrevistadas consideram sua saúde bucal entre boa e regular, porém grande maioria da População acha que necessita
de tratamento (gráficos 1 e 2)
Alem disso, a maioria da população julga a aparência de seus dentes e gengivas entre regular e boa apesar de ser uma
população onde o acesso à saúde bucal é muito precária (gráfico 3).
Auto-avaliação da saúde bucal,em funcionários de escola municipal, Lauro de Freitas – BA,
2005.
35%
40%
5%
5%5%
10% Não sabePéssimaRuimRegularBoaÓtima
Gráfico 1
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 45
77%
23%Sim
Não
Necessidade atual de tratamento odontológico, Em funcionários de escolas municipais, Lauro
de Freitas – BA)
Gráfico 2
Auto-percepção da aparência de dentes e gengivas,em funcionários de escolas municipais,
Lauro de Freitas-BA, 2005.3%
17%
12%
20%
8% Não sabe
Péssima
Ruim
Regular
Boa
Ótima
Gráfico 3
Em geral os participantes da entrevista responderam se alimentar basicamente arroz, feijão, carne. Uma minoria incluía
massas, verduras, frutas, leites e derivados. Mostrando que o nível sócio-econômico dessa população é baixo, onde
não se encontra uma diversificação nutricional. E entre as refeições a maior parte dos participantes afirma comer entre
as refeições alimento altamente cariogênicos (biscoitos, doces, pão) e uma minoria se alimentava de frutas e alimentos
mais saudáveis.
Quase metade dos entrevistados sente dor de cabeça freqüentemente, e a maior parte dos medicamentos relacionados
é referente à dor de cabeça (gráfico 9). Essas dores podem estar associadas a desequilíbrios em seu sistema
estomatognático. Cerca de 1/3 dos entrevistados afirma sentir dor e estalos quando abri a boca, e também sentir dor na
região de ouvido, têmporas e orelhas, onde podemos também estar associando os problemas no sistema
estomatognático (gráfico 13). Nota-se que 30% dos entrevistado utilizam algum tipo de prótese placa de mordida, as
mais utilizadas são prótese fixa, roach. (gráfico 16).
02468
101214
1618
sim não
Fonte: PID
- Unime
Dores de cabeça freqüentes, em funcionários de escola municipal, Lauro de Freitas – BA, 2005.
Gráfico 9
�
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 46
0
5
10
15
20
25
sim não
Font
e: P
ID-U
nim
e
Gráfico 13
Dor na região de ouvido, têmporas ou bochechas, em funcionários de escola municipal, Lauro de Freitas – BA, 2005.
0
5
10
15
20
25
sim não
Font
e: P
ID- U
nim
e
Gráfico 10
Dor e estalos ao abrir a boca, em funcionários de escola municipal, Lauro de Freitas – BA, 2005.
Os hábitos deletérios a saúde bucal também foram abordado na entrevista, a grande maioria dos entrevistados
possuem pelo menos um hábito deletério, entre eles, apoiar o queixo com a mão, roer unhas, morder a bochecha,
morder lápis ou caneta, mascar chicletes, entre outros (gráfico 8). Cerca de ¼ dos entrevistados afirmaram ranger os
dentes ao dormir (gráfico 11). O sistema estomatognático também pode atrapalhar na fala, mastigação, além do
relacionamento com os outros dessa pessoa, baixar sua auto-estima, a grande maioria dos entrevistados afirmaram que
seus dentes e gengiva não atrapalham sua mastigação, e fala (gráfico 6). Grande parte deles afirma apresentar uma
boa aparência de seus dentes e gengivas (gráfico 3), apesar de ser em um local onde o acesso a saúde bucal é
bastante precário e onde o nível sócio-econômico dos entrevistados é consideravelmente baixo. E 1/3 dos entrevistados
acham que sua saúde bucal afeta de alguma fora seu relacionamento com as pessoas (gráfico 6).
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 47
Hábitos deletérios, em funcionários de escolas municipais, Lauro de Freitas–BA, 2005.
Gráfico 8
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
mascar chicletes
Apoiar o queixo com as mãos
Morder lápis, caneta
Levar objetos à boca
Não se aplica
73%
27%
sim
não
Gráfico 11
Costume de ranger os dentes, em funcionários de escola municipal, Lauro de Freitas – BA,
2005.
O sistema estomatognático também pode atrapalhar na fala, mastigação, além do relacionamento com os outros dessa
pessoa, baixar sua auto-estima, a grande maioria dos entrevistados afirmaram que seus dentes e gengiva não
atrapalham sua mastigação, e fala (gráfico 5). Grande parte deles afirma apresentar uma boa aparência de seus dentes
e gengivas, apesar de ser em um local onde o acesso a saúde bucal é bastante precário e onde o nível sócio-
econômico dos entrevistados é consideravelmente baixo. E 1/3 dos entrevistados acham que sua saúde bucal afeta de
alguma forma seu relacionamento com as pessoas (gráfico 6).
Classificação da fala devido às condições dos dentes e gengivas, em funcionários de escolas
municipais, Lauro de Freitas-BA, 2005.
Gráfico 5
02468
10121416
Nãosabe
Péssima Ruim Regular Boa Ótima
Não sabePéssimaRuimRegularBoaÓtima
DISCUSSÃO: Esta análise mostra que a sociedade observada ainda apresenta problemas odontológicos básicos, como
a cárie e a doença periodontal, mas já indica o impacto desses problemas em complicações com origem e repercussão
relativas a ATM. A dor orofacial é uma condição de dor associada aos tecidos da cabeça, face, pescoço e estruturas da
cavidade oral. Incluem-se, entre outras, as dores de cabeça, dores com origem no sistema nervoso, dores psicogênicas
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 48
(relacionadas com fatores psicológicos) e dores por doenças graves, como tumores e AIDS. O tratamento deve ser
realizado por uma equipe de profissionais: dentistas, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, pois essa condição deve ser
abordada com uma visão do paciente como um todo, não se tratando apenas a dor no momento em que o indivíduo a
está sentindo.
Existem várias dores que se refletem (denominadas "dores referidas") na face e não têm origem dentária, como as
dores por otite e sinusite, dores na articulação, dores musculares nas costas, no pescoço e nos músculos da
mastigação, dores nos nervos faciais, como as neuralgias, dores causadas por infecções e ulcerações da mucosa
bucal, dores com origem nos olhos, glândulas salivares, lacrimais e mucosa nasal e a dos relacionada com a síndrome
de ardência bucal (dor crônica e "queimação" em toda a boca, sem que existam lesões na mucosa). A disfunção da
ATM é uma anormalidade da articulação temporomandibular e/ou dos músculos responsáveis pela mastigação. Na
verdade, a disfunção da ATM é um subgrupo das dores orofaciais. Deve ser feito um minucioso exame clínico e
questionário para se obter um correto diagnóstico, pois, muitas vezes, as disfunções da ATM podem ser confundidas
com outras condições dolorosas, como dores de origem dentária e infecções bucais.
Portanto, o instrumento de coleta utilizado foi eficiente, pois avalia não só as estruturas que compõem o sistema
estomatognático com também o indivíduo como um todo a partir de uma visão biopiscicosocial. Este fato pode ser
confirmado a partir das questões analisadas que se baseiam na caracterização sócio-cultural, acesso a serviços
Médicos-Odontológicos, autopercepção em Saúde Bucal, história Atual e a sua higiene Bucal do entrevistado.
Analisou-se dados referentes ao equilíbrio no sistema estomatognático, onde se pode visualizar que os componentes
desse sistema, tais como dentes e gengivas podem estar afetando a relação pessoal do portador do desequilíbrio no
sistema, ou articulações têmporo-mandibulares podem estar causando dores constantes de cabeça, além da má-
oclusão que pode ser causada por próteses mal-adaptadas podendo estar causar dores musculares entre outras
patologias.
Houve algumas dificuldades com a disponibilidade de tempo dos professores e funcionários, pois no momento da visita
a sua maioria estava em horário de trabalho. Mas este fato não atrapalhou muito o desenvolver do projeto, pois os que
podiam responder ao questionário colaboraram de forma positiva com a pesquisa, demonstrando aceitação e
veracidade nas respostas das questões.
CONCLUSÃO: A saúde bucal, no município de Lauro de Freitas, constitui ainda um grande desafio aos princípios do
Sistema Único de Saúde, principalmente no que se refere à universalização e à eqüidade do atendimento. O papel do
profissional da saúde na busca da promoção de saúde deve se fundamentar em ações Educacionais; de Estímulo, de
empatia e de entusiasmo. É importante também que o profissional esteja preparado para fornecer algumas informações
importantes para o sucesso na prática.
Diante destas realidades, o projeto interdisciplinar é de extrema importância pois através dele pudemos perceber um
pouco das dificuldades encontradas pela população de baixo nível sócio-econômico, tais como acesso à saúde e a
educação. Este trabalho foi essencial para compreender como os desequilíbrios do sistema estomatognático podem
atrapalhar nas relações inter e intrapessoais, evidenciando o quanto é enriquecedor, para crescimento acadêmico, o
trabalho de pesquisa em campo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia Aplicada às Ciências da Saúde. Ed Robe, 1994.
MARCHESAN, I. Q. Motricidade Oral. Visão Clínica do Trabalho Fonoaudiológico Integrado com outras Especialidades.
Editora Pancast, 1993.
PINTO, G. V., Saúde Bucal e Coletiva.Livraria Santos Editora Com. Imp.Ltda, 4ª Ed. 2000.
Rosenbauer, K. A.; Engelhardt J. P., Kach H., Stuttgen U. O sistema estomatognático como unidade funcional. In:
Anatomia Clínica da Cabeça e do Pescoço aplicada à Odontologia. Porto Alegre: Artmed; 2001. p. 228-48.
Bianchini, M. C. http://www.biosaude.com.br/artigos Fonte: Revista da APCD,2001
MARCHESAN, I. Q. & KRAKAUER, L. H. A Importância do Trabalho Respiratório na Terapia Miofuncional. In Tópicos
em Fonoaudiologia, Vol II: 155-160, Editora Lovise, 1995.
MARCHESAN, I. Q. Motricidade Oral. Visão Clínica do Trabalho Fonoaudiológico Integrado com outras Especialidades.
Editora Pancast, 1993.
ABORDAGEM DAS INTERFERÊNCIAS DOS CONFLITOS HUMANOS NO EQUILÍBRIO DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO Autores: Rodrigues, A. H., Carvalho, C.; Oliveira,D.; Nunes, D.; Aguiar, E.; Lisboa, H.; Júnior, J.; Orientadores: Melo, M. S. RESUMO:
INTRODUÇÃO - Conflitos é uma realidade do dia-a-dia das pessoas; ou em casa ou no lugar de trabalho, as
necessidades e os valores da pessoa entram constantemente em choque com os das outras pessoas, e isto constituem
uma necessidade de redefinir as relações interpessoais e rever a relação intrapessoal, porque esta também leva a
Conflitos por tensões que existem nos indivíduos, objetivos não satisfeitos, expectativas não realizadas, ou ainda fontes
de natureza existencial ou psíquica.
Os conflitos, sejam de que ordem for, afetam não só a concentração, a motivação, à vontade de trabalhar e a habilidade
de interagir com outros. O conflito causa tensão cria ambiente não produtivo e também afeta a saúde corporal além da
mental.
Sendo assim os conflitos gera essas desordens atualmente conhecidas como sensação stressante. E como o individuo
é uma unidade psicossomática mantida pelo sistema nervoso através de sua ação de integração e coordenação de
todas as atividades fisiológicas e psicológicas, cada órgão executa a sua função mantendo-se uma interdependência
com as funções de outros órgãos e com a função mental, dentro de uma escala de valores nessa influência recíproca.
O desequilíbrio da harmonia entre o corpo e a mente é o que origina o desenvolvimento das doenças relacionadas ao
estresse, podendo manifestar-se a qualquer sistema do corpo humano como, por exemplo, o sistema estomatognático.
É necessário compreensão dos processos emocionais que levam as desordens no individuo, seus aspectos psico-
morais, correlacionando as respostas com as condutas e reações do paciente e suas relações: com ele próprio, com os
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 50
outros e com tudo que o rodeia, para ressaltar a importância da influência de atitudes mentais no equilíbrio do sistema
estomatognático.
OBJETIVO GERAL: Relacionar os conflitos humanos interferindo no equilíbrio do Sistema Estomatognático mente,
corpo e suas disfunções.
OBJETIVO ESPECÍFICO:
• Evidenciar como os conflitos humanos levam a alterações à mente humana com repercussões no físico como
as disfunções manifestadas no Sistema Estomatognático.
• Evidenciar como os conflitos são uma das principais causas de Estresse
• Relacionar as disfunções do Sistema Estomatognático com o stress
• Relacionar os problemas psicossomáticos que interferindo nas relações humanas podem desencadear
disfunções do Sistema Estomatognático
• Papel da Holodontia na busca do equilíbrio do Sistema Estomatognático dos pacientes
• Como implantar a Holodontia no dia-a-dia dos Cirurgiões Dentistas
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: Relacionamento – Relações Humanas - As pessoas em seu cotidiano se relacionam
com diferentes grupos de pessoas, sejam familiares, profissionais, amigos, entre outros enfrentando dificuldades em
manter um padrão de relações que os façam ficar em equilíbrio pessoal e grupal diante das diferenças que precisam ser
identificadas, compreendidas e trabalhadas no dia-a-dia de suas relações.
A relação profissional-paciente é mais uma das relações que existem no mundo atual. Esta se trata de um processo de
integração entre duas pessoas capaz de formar um todo com características próprias a cada situação ou caso
individual. De um lado fica o paciente, isto é, uma pessoa que sofre e precisa de ajuda na solução de seu problema e
do outro o profissional odontólogo, que deve possuir condições para solucionar ou encaminhar o paciente no sentido de
encontrar a solução para contribuir para a manutenção ou reequilibrio do sistema estomatognático.
É importante que o profissional tenha a sensibilidade de conhecer os conflitos emocionais de seus pacientes, para um
melhor diagnostico dos sintomas que levaram a um distúrbio emocional, vindo das suas relações com ajuda
principalmente do conhecimento das relações humanas.
Atualmente todos vivem problemas emocionais devido a diversos fatores de crise social de valores ético-sociais,
econômicos dentre outros que deixa o individuo afetado na sua homeostase.
A forma com o qual nos relacionamos é o espelho do que somos na sociedade, que é de extrema importância para
aprendermos a viver é obtermos autoconhecimento, que favorecerá a encontrar o equilíbrio.
Como disse Badra, (1987): “é necessário que o dentista se conheça suficientemente bem, em seu aspecto de
personalidade, do consciente e inconsciente, pois no exercício de sua profissão estará constantemente despertando
fantasias e provocando reações emocionais mais ou menos agudas, seja de amor apaixonado, seja de terror sem
nome”.
Existem indivíduos incapazes de se relacionar com outros, que vivem em conflitos devido a seus processos mal
resolvidos como os cristalizados em complexos, como superioridade, narcisismo, agressividade, inferioridade, timidez,
ciúme, inveja, dentre outros. Essa estrutura psico-moral quando extrapolado, alem de ficar altamente impossível à
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 51
convivência leva o individuo ao estresse, conseqüentemente uma mudança no estado de equilíbrio levando inclusive a
problemas estomatognáticos.
Estresse - Conceito de Estresse - Estresse vem do Inglês (stress), que é um conceito físico para materiais sujeitos a
tensão. Segundo a definição do dicionário AURÉLIO estresse é um conjunto de reações do organismo a agressões de
ordem física, psíquica, infecciosa e outras, capazes de pertubar-lhe a homeostase Mas, o que é estresse?
Modernamente, pode-se conceituar estresse como tendência ao desgaste organo-funcional gerado por estímulos
excitantes (agradáveis ou desagradáveis) minando a imunidade, extenuando a ação neuro-hormonal e depauperando o
psiquismo mental e/ou emocional.
Porém o seu significado de estresse não se restringe, apenas, à tensão ou ansiedade, uma vez que a superexcitação,
barulho, críticas, mudanças drásticas no modo de vida da pessoa e até mesmo, a alegria pura, é suficiente para pôr em
ação, o mecanismo do estresse no nosso organismo.
Causas e Sintomas do Estresse - É muito mais provável que sejamos capazes de tomar medidas preventivas antes
que os problemas assumam maiores proporções.
O estresse é um estado físico causado pelo excesso de adrenalina circulante no organismo. Os sintomas são os mais
variados possíveis, tais como cansaço, irritabilidade, depressão, insônia, redução da resistência física e mental. Em
casos mais extremos, o estresse pode estar entre as causas determinantes de infartos, úlcera gástrica e, até mesmo,
de algumas lesões bucais levando, portanto ao desequilíbrio do sistema estomatognático.
Todas as alterações físicas e químicas desencadeadas, para fazer em face de uma emergência no stress fruto dos
conflitos diários, são mantidas inadequadamente no organismo por longo tempo. Quando esse estado se mantém por
muito tempo, acompanhado de uma permanente elevação da pressão arterial, de distúrbios digestivos e outras
alterações, o sono é prejudicado, várias perturbações reais podem ocorrer e o homem acabará por se “envenenar” com
suas próprias secreções.
Os sintomas encontrados são os mais variados possíveis que vão dos mais inespecifícos como dor de cabeça, mãos
trêmulas, diarréia, músculos doloridos, olhos piscando, acidez no estomago, suor e frieza nas mãos e pés, taquicardia,
calor no rosto, gases, tiques nervosos, até os específicos do sistema estomatognático como as paradentoses como:
bruxismo, ranger dentes e inclusive boca seca e lesões patológicas na boca.
Fisiologia do Estresse - Inicialmente há envolvimento do hipotálamo, que ativa o sistema nervoso autônomo, em sua
porção simpática. O hipotálamo também secreta alguns neurotransmissores, como dopamina, noradrenalina e fator
liberador de corticotrofina. Esse último estimula a liberação de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela hipófise, que
também aumenta a produção de outros hormônios, tais como ADH, prolactina, hormônio somatotrófico (STH ou GH -
hormônio de crescimento), hormônio tireotrófico (TSH).
O ACTH estimula as glândulas supra-renais a secretarem corticóides e adrenalina (catecolamina).As glândulas adrenais
passam então a produzir e liberar os hormônios do estresse (adrenalina e cortisol), que aceleram o batimento cardíaco,
dilatam as pupilas, aumentam a sudorese e os níveis de açúcar no sangue, reduzem a digestão (e ainda o crescimento
e o interesse pelo sexo), contraem o baço (que expulsa mais hemácias para a circulação sangüínea, o que amplia a
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oxigenação dos tecidos) e causa imunodepressão (redução das defesas do organismo). A função dessa resposta
fisiológica é preparar o organismo para a ação, que pode ser de “luta” ou “fuga”.
O estresse pode provocar também mudança nos receptores pós-sinápticos normais de GABA (principal
neurotransmissor inibidor do SNC), levando a superestimulação de neurônios e resultando em irritabilidade do sistema
límbico. A presença de GABA diminui a excitabilidade elétrica dos neurônios ao permitir um fluxo maior de íons cloro. A
perda de uma das sub-unidades-chave do receptor GABA prejudica sua capacidade de moderar a atividade neuronal.
O estresse também pode alterar a ovulação feminina. Quando o estresse for de pequena ou média intensidade, irá
promover uma queda da taxa de FSH e LH ou até inibindo. Já quando o estresse for de alta intensidade, estimula a
ovulação devido a um aumento na taxa de FSH e LH, tendo como exemplo o estupro. Sendo assim por isso a maioria
engravida devido a esta ovulação precoce e devido a o espermatozóide viver dentro do organismo feminino durante 5
dias.
Classificação do Estresse - Existem dois tipos de estresse. O negativo (distress), que é causado pelas frustrações e
problemas diários, e o positivo (eutress), causados pelas coisas hesitantes em nosso cotidiano, como por exemplo,
promoção no trabalho, gravidez, compra de uma casa. Levar a vida sem estresse é um mito, pois não podemos atuar
sem seu estímulo. Entretanto, muito estresse ou a sua ausência pode causar sérios problemas à saúde.
O estresse pode ser ainda classificado como agudo ou crônico e tem três fases de evolução:
Estresse agudo: período breve de duração (minutos com máximo de 2 dias). O paciente portador apresenta sudorese
intensa, extremidades frias, respiração curta e ofegante, taquicardia, diarréia, tonturas ou zumbidos nos ouvidos.
Raramente traz seqüelas, podendo trazer conseqüências desagradáveis, incluindo disfunção das defesas imunológicas.
Estresse crônico: mais freqüente determinada pela exposição prolongada dos agentes estressantes. Divide-se em 3
estágios,sendo eles:
Alarme: corpo reconhece e prepara-se para ação através de reações bioquímicas. Glândulas endócrinas- adrenalina –
taquicardia – taquipnéia – maior oxigenação no sangue – músculos tencionados – circulação periférica aumenta –
processo digestivo acumula-se – corpo mantêm equilíbrio
Resistência: organismo repara danos feitos pelo estresse. Se o agente não desaparecer o corpo não tem chance de se
recuperar. O estresse pode torna-se maléfico e então o organismo entra em estagio de Exaustão.
Exaustão: reações são nocivas podendo desencadear doenças graves como enfarte, hipertensão, ulceras...
Estresse x Equilíbrio do Sistema Estomatognático: O estresse modifica o funcionamento fisiológico do sistema
estomatognático além de causar diversas lesões e até mesmo a carie que pode advir deste fator, além também de
modificar fisiologicamente o funcionamento de outras partes do corpo. Para que poça reverter o quadro e deixar tal
sistema em equilíbrio é necessário que o paciente procure um Psicólogo e assim simultaneamente tratar os problemas
tanto do sistema estomatognático como também do psicológico.
Conflitos emocionais e alterações psicossomáticas: Manifestações bucais - Várias manifestações são causadas
devido ao estresse assim como os conflitos humanos principalmente os decorrentes das relações humanas
desarmônicas. Para que isso ocorra não depende somente do estágio do estresse como também do organismo do ser
humano o qual está submetido à ação do estresse, pois tem-se organismos que possuem uma imunidade maior e esse
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processo fisiológico e outros não, sendo que através disso vê-se se as manifestações iram ser mais intensas, difícil de
aparecer.
Tais manifestações são: Úlcera Aftosa; Úlcera de Sutton; Úlcera Psicogênica; Gengivoestomatite Úlcera Necrosante
Aguda (GUNA); Gengivoestomatite Herpética Aguda; Herpes Simples Recidivante; Pênfigo Líquen Plano; Desordens
Têmporo-Mandibulares.
Dos músculos mastigatórios - Contração protetora - Dolorimento muscular local (Mialgia não-inflamatória) - Mioespasmo
(mialgia de contração tônica) - Dor miofascial (mialgia de pontos álgicos) - Mialgia crônica mediada centralmente
(miosite crônica) –Fibromialgia.
Da articulação temporomandibular: Desarranjo do complexo côndilo-disco; Desalojamento do disco; Deslocamento do
disco com redução; Deslocamento do disco sem redução; Incompatibilidades estruturais das superfícies articulares;
Desvio na forma; Aderências e adesões; Subluxação (hipermobilidade); Deslocamento espontâneo (travamento aberto);
Desordens articulares inflamatórias; Sinovites ou capsulites; Retrodiscites; Artrites; Paradentoses como: hábito de
chupar balas e chicletes, roer unhas, morder lápis; Bruxismo, ranger dentes, trituração excessiva; Glossopatia.
A cárie - A cárie é também uma manifestação bucal tão freqüente nos indivíduos pode ser decorrente do estresse, do
estado emocional. Em situações de stress pelos diversos conflitos existentes nos seres humanos, há um aumento de
adrenalina na corrente sangüínea que desencadeia uma vasoconstricção periférica com espasmos vasculares que
podem afetar a nutrição da polpa, a saliva apresenta baixa de cálcio e do pH, a hipercloridria gástrica contribui com a
diminuição do pH da saliva além da diminuição do nitrogênio da saliva.
Posteriormente pela modificação na produção de ACTH, que atua no metabolismo dos hidratos de carbono, por meio
dos fatores enzimáticos facilitando a formação de ácido lático pela presença de cortisol, assim impedindo o
reabastecimento de sangue oxigenado, levando a uma isquemia tecidual. As bactérias presentes atuam neste meio,
produzindo mais ácido, fazendo com que o pH caia ainda mais provocando uma desmineralização do esmalte dentário
que é simplesmente a queda do teor de cálcio deste tecido dentário duro.
CONCLUSÃO - Fica claro que os distúrbios emocionais, como ansiedade, raiva, tensão e depressão estão intimamente
relacionados com desencadeamento das lesões ou seu agravamento (maior freqüência e intensidade dos surtos da
doença) e que estes distúrbios manifestam-se nos conflitos das relações humanas ou do individuo com ele mesmo.
Diversas manifestações são capazes de modificar fisiologicamente o sistema estomatognático. Essas manifestações
são apresentadas por pacientes que estão passando por níveis altos de tensão emocional. Alguns estudos mostram
que esses pacientes geralmente são perfeccionistas, compulsivos e dominantes. Outros estudos dizem ser pacientes
mais introvertidos e neuróticos, com características de maior ansiedade. Outros têm sugerido que eles são geralmente
infelizes, insatisfeitos e egodestrutivos.
Alguns autores têm sugerido que estes apresentam uma personalidade mais vulnerável às tensões da vida. Assim, a
conclusão que pode ser tirada é que existe uma enorme variação entre características de personalidade, porém, em
sua maioria, existe uma relação direta entre o distúrbio, a atividade parafuncional e a tensão emocional.
Características de personalidade distintas e estados emocionais podem ter efeitos a curto prazo sobre o
comportamento humano. Na maioria dos estudos, os distúrbios parafuncionais eram apresentados por um alto nível de
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ansiedade. Outros estados emocionais comuns informaram a apreensão, frustração, hostilidade, depressão,
nervosismo e medo. É necessário considerar estes estados quando na entrevista dos pacientes.
Outra consideração psicológica que parece estar unida significativamente à dor facial crônica é uma história de abuso
físico ou sexual.
Função Normal + Um Evento > Tolerância
Fisiológica = Alterações Patológicas
Quando um evento ultrapassa a tolerância fisiológica individual, o sistema começa a revelar certas mudanças. Quando
uma mudança funcional ultrapassa um nível critico, começam as alterações.
Uma das principais etiologias das DTMs é o estresse emocional. Existem, portanto, diversas atividades parafuncionais
relacionadas à tensão emocional, como as citadas: roer unhas, apertar ou ranger os dentes, morder a língua ou a
bochecha, morder caneta (causam uma hiperatividade muscular, pois os músculos ficam contraídos, muitas vezes a
mandíbula se encontra em movimento e não em sua posição músculo esqueletal estável), além de lesões inflamatórias,
ulcerosa glossopatias, gengivites, e principalmente contribuindo para aparecimento de cárie ou seja levando ao
desequilíbrio do sistema estomagnático. Sendo assim é necessário conhecer mais sobre a fisiopatologia do stress
decorrentes dos conflitos inter ou intrapessoais que comumente atinge hoje a sociedade moderna.
Tudo está intrinsecamente ligado tudo se conecta o tempo todo. E assim, sucessivamente o ser humano tem vivido sem
que se conheça a si mesmo, por conseguinte sem transformar-se para modificar suas ações e conseqüentemente
relacionar-se sem conflitos, principalmente nas elações humanas adquirindo em conseqüência disso o adoecimento.
Sob este prisma a holodontia surge como resposta da odontologia para uma visão sistêmica no atendimento do
paciente odontológico na busca incessante de manter, prevenir ou reequilibrar o sistema estomatognático.
Holodontia - É a visão na odontologia do paciente como um todo. Sob esta nova visão, cada individuo é ele, seus
dentes, sua boca, suas emoções e sua vida. Daí a necessidade de interdisciplinaridade e da humanização dos
instrumentos e profissionais na área de odontologia. Podemos ter um tipo de visão integral de homem e seu ambiente
(corpo e mente) e a psicologia + relações humanas + odontologia = tratamento completo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARRUDA, Antonio. Quando a doença do corpo vem da mente. Folha de São Paulo, 20 de agosto de 2000.
OKESON, Jeffrey P.; Tratamento das desordens têmporo-mandibulares e oclusão, 4ª edição, editora Artes Médicas,
São Paulo, 2000.
BLEGER, José. Psicologia da Conduta. Porto Alegre: Artes Médicas, 2ª ed., 1989.
CARVALHO, Irene Mello. Introdução à psicologia das relações humanas. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 17ª
ed., 1989.
CHANLAT, Jean F. O Indivíduo nas Organizações – Dimensões Esquecidas. São Paulo: Atlas, V. 2, 1994.
GAUDÊNCIO, Paulo. Minhas Razões/ Tuas Razões (A origem do desamor). São Paulo: Gente, 1994.
WEIL, Pierre. Relações Humanas na Família e no Trabalho. Petrópolis: Vozes, 34ª, 1980.
Sites: htpp:/ /www.medcenter.com.br capturado em 30/03/20
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ANEXOS Peça realizada: 1° ATO – Relacionamento Paciente x Dentista O paciente chega ao consultório do cirurgião dentista e a assistente o recepciona.
P: Bom dia! A: Bom dia Marcus Vinícius. Como vai o senhor? È! Como sempre pontual! P: Pois é! Tenho que manter meu sorriso sempre lindo! A: Aguarde um momento enquanto vou comunicar o Dr. João Macedo. Olhe! Tome uma revista, é a sua cara!
O paciente espera. A: Dr. o paciente Marcus Vinícius chegou e está te aguardando na recepção. Dr.: Bom dia, senhor Marcus. Vamos entrando!
O paciente entra. Dr.: Sumido, hein!? Como você está se sentindo hoje? E a família! Está tudo bem? P: Está tudo ótimo Dr. Vim fazer só um check-up. Dr.: Deixe eu analisar sua ficha. P: Ta bom.
Primeiro olha a boca. Dr.: Como você não apresenta nenhum problema, vou fazer os procedimentos básicos. P: Ok. Dr.: Como sempre você é meu paciente exemplar, sem problemas. Mas, não deixe de me visitar, ok?! A assistente Verônica depois irá te ligar para agendar outra consulta de rotina.
Abraçam-se! 2° ATO – Dentista estressado x Paciente
A: Bom dia! Como vai o senhor? Sumido hein? P: Bom dia! É ando muito ocupado, mais de vez enquanto sobra um tempinho. A: Vou avisar ao Dr. Marcio Giampá que o senhor chegou. P: Está bom. Dr.: Venha, venha! Entre, sente-se. Carol, cadê a ficha!? Pegue logo porque eu estou atrasado. A: Aqui Dr. Marcio. P: Estou me sentindo meio tonto. Dr.: Tá, tá, abra a boca. A: Dr. Marcio, o seu celular está tocando.
O Dr. deixa o paciente na cadeira e vai atender o celular. Dr.: O quê?!? Não acredito!!! Ainda não está pronto?! Vou procurar outro protético. P: Algum problema doutor? Dr.: Não, não. Deixa-me resolver logo seu problema aqui porque tenho que sair.
O dentista faz o tratamento e diz: Dr.: Pode ir, já terminei.
O paciente sai se queixando do tratamento e nunca mais retorna. 3° ATO – Paciente estressado x Dentista
P: Bom Dia! A: Bom dia! Tudo bem com o senhor? P: É... Tá mais ou menos. A: Aguarde um pouco enquanto vou avisar ao Dr. Eduardo que senhor chegou.
Enquanto ele termina com o outro paciente.Demorando um pouco... P: E ai! Cadê esse Dr? Vou entrar que horas?
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A: Calma ele já vai te chamar. P: Pô... Tenho aula daqui a pouco e o professor não vai me esperar. Dr.: Oi, tudo bem, senhor Augusto César? Vamos entrando... P: Está mais ou menos, estou com vários problemas em casa e muito trabalho da faculdade, e ainda o meu dente começou a doer. Dr.: O que o senhor está sentindo? P: Estou sentindo dor e uma sensação áspera na parte de dentro da bochecha. Também estou sentindo uma sensação de queimadura na língua. Dr.: Vamos dar uma olhada para verificar o que está acontecendo.
Durante o atendimento o dentista fala: Dr.: O senhor anda com algum desequilíbrio emocional, excesso de trabalho, problemas familiares? P: Muitos, é doutor, andam exigindo muito da minha mão-de-obra e estou endividado.
Ao término do atendimento... Dr.: Devido a estes fatos do seu cotidiano apareceram algumas lesões na boca do senhor, como líquen plano,que são pontos brancos encontrados na superfície da sua língua , por isso há sensação de queimadura, como também encontrei aftas e surgimento de carie em fase inicial. P: Tudo isso doutor!!!? Não sabia que esses estresses poderiam causar essas doenças. O que eu devo fazer?! Dr.: Simultaneamente o senhor precisa fazer um tratamento emocional e psicológico com um psicólogo e continuar o tratamento do senhor aqui comigo Não deixe de procurar se tratar!Até a próxima! P: Está bom, doutor! Obrigado.
CONCEITOS DE NORMALIDADE DA BIOMECÂNICA DENTAL E DA OCLUSÃO Autores: Pithon, A. T.; Bomfim, E.; Menezes, F. L. B.; Jesus, A. S.; Barbosa, B. G. N.; Moraes Jr., J. A. Orientador: Ticianelli, M. G. RESUMO:
INTRODUÇÃO: A oclusão não é uma simples relação de contatos estáticos ou de arranjos dentais. O sistema
mastigatório é um sistema extremamente complexo, constituído de ossos, músculos, articulações, ligamentos e dentes,
tendo seus movimentos regulados por um mecanismo de controle neurológico. Cada movimento é coordenado para
maximizar a função e, ao mesmo tempo, minimizar os danos a quaisquer das suas estruturas constituintes.
Os dentes foram anatomicamente concebidos para desempenhar importantíssima função de cortar e estraçalhar os
alimentos, possibilitando uma ação efetiva das enzimas digestivas contidas na saliva e ao longo do tubo digestivo. Um
ligamento, que se constitui de inúmeras fibras, prende cada raiz de dente ao osso, amortecendo os impactos e
distribuindo ordenadamente as poderosas forças desenvolvidas pelos músculos sobre os dentes durante a mastigação.
As gengivas protegem as delicadas estruturas subjacentes.
O posicionamento e a oclusão dos dentes são extremamente importantes na função mastigatória. As atividades básicas
de mastigação, deglutição e fala dependem grandemente não só da posição dos dentes nos arcos dentais, mas
também do relacionamento com os dentes antagônicos, quando os dentes são levados a ocluir. As posições dos dentes
não são determinadas ao acaso, mas por numerosos fatores controladores como por exemplo à largura do arco, o
tamanho do dente, fatores hereditários e as forças musculares providas dos tecidos moles circundantes.
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DESENVOLVIMENTO: A ATM é um sistema articular extremamente complexo. O fato das duas ATMs serem
conectadas pelo mesmo osso (mandíbula) complica bastante a função de todo o sistema mastigatório. Cada uma das
articulações pode, ao mesmo tempo, agir de forma diferente e separadamente, mas não completamente sem alguma
influência uma da outra.
A estabilidade da articulação é mantida por constante atividade dos músculos que tracionam a articulação,
principalmente os elevadores. À medida que a atividade muscular aumenta, o côndilo é forçado com maior intensidade
contra o disco e o disco contra a fossa articular, resultando num aumento da pressão intra-articular. Na ausência da
pressão intra-articular, as superfícies articulares se separam e tecnicamente a articulação se desloca. Assim, o espaço
ocupado pelo disco articular varia com a pressão intra-articular. Quando a pressão é baixa, como na posição de boca
fechada em repouso, o espaço do disco aumenta e, quando a pressão é alta, como durante o apertamento dos dentes,
o espaço discal se estreita. Na medida que a pressão intra-articular aumenta o côndilo se assenta na zona intermediaria
e mais fina do disco. Quando a pressão diminui e o espaço do disco é aumentado, a porção mais grossa do disco
rotacional para preencher o espaço.
CONTATO DOS DENTES: Quando está saudável, a anatomia oclusal dos dentes, funciona em harmonia com as
estruturas que controlam os movimentos da mandíbula. As estruturas que determinam estes movimentos são as
articulações têmporo-mandibulares e os dentes anteriores. Durante qualquer movimento, uma relação única dessas
estruturas se combina para determinar uma trajetória precisa e que pode ser repetida. Para manter a harmonia da
condição oclusal, os dentes posteriores devem ficar perto mas não devem contactar os dentes opostos durante os
movimentos mandibulares. É importante examinar cada estrutura com cuidado e observar como a forma anatômica de
cada estrutura determina a morfologia oclusal necessária para se conseguir uma relação oclusal ideal. As estruturas
que controlam os movimentos mandibulares se dividem em dois tipos: aquelas que influenciam no movimento da
porção posterior da mandíbula e aquelas que influenciam no movimento da porção anterior da mandíbula. As ATMs são
consideradas os fatores de controle posterior e os dentes anteriores os fatores de controle anterior. Os dentes
posteriores se situam entre estes dois fatores de controle e dessa forma podem ser afetados por ambos em graus
variados. À medida que o côndilo sai da posição de relação cêntrica, ele desliza na eminência articular da fossa
mandibular. À proporção que ele se move para baixo enquanto a mandíbula está sendo protruída depende da
angulação da eminência articular. Se a superfície é muito angulosa, o côndilo vai descrever um trajeto inclinado
verticalmente. Se ela é mais plana, o côndilo irá percorrer um trajeto que é menos inclinado verticalmente. O ângulo no
qual o côndilo se move a partir de um plano horizontal de referência é chamado de guia condilar. Geralmente o ângulo
da guia condilar gerado pelo côndilo orbitante quando a mandíbula move-se lateralmente é maior do que quando a
mandíbula protrui para frente. Isto se deve ao fato de que a parte mediana da fossa mandibular é geralmente mais
angulosa do que a eminência articular da fossa diretamente anterior ao côndilo. As duas ATMs fornecem a guia para a
porção posterior da mandíbula e são responsáveis para determinar o tipo de movimento mandibular posterior. A guia
condilar é considerada um fator fixo, porque num paciente fisiologicamente estável ela é inalterável. Ela pode ser
alterada, no entanto, sob certas condições (trauma, doenças ou cirurgias). Como as ATMs determinam ou controlam a
maneira na qual a porção posterior da mandíbula se move, assim os dentes anteriores determinam como a parte
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anterior se move. Quando a mandíbula protrui ou se move lateralmente, as bordas incisais dos dentes inferiores ocluem
com as superfícies linguais dos dentes antero - superiores. A angulação dessas superfícies linguais determinam a
quantidade do movimento vertical da mandíbula. Se as superfícies são muito angulosas, o aspecto da mandíbula se
traduz em um trajeto bem anguloso. Se os dentes anteriores tiverem pouco trespasse vertical, eles vão fornecer pouca
guia vertical durante o movimento mandibular. A guia anterior não é considerada como um fator fixo mas sim variável.
Ela pode der alterada por procedimentos dentários como restaurações, ortodontia e extrações, hábitos e desgastes dentais.
DISTRIBUIÇÃO DE FORÇA: Um dos fatores destrutivos é a tensão (stress) oclusal, capaz de produzir lesões
traumáticas nos dentes e suas estruturas de suporte, já que as forças mastigatórias não são devidamente distribuídas.
Daí a sobrecarga, pois determinados dentes são submetidos a forças maiores do que podem suportar. Disso podem
resultar dentes desgastados ou com mobilidade pelo trauma constante. As interferências, grandes responsáveis pela
tensão, são assim denominadas porque interferem na harmonia de movimentos da mandíbula que deveria se fazer à
custa de deslizes suaves. Como os dentes não se engrenam ou encaixam adequadamente, a mandíbula é obrigada a
manter-se em uma posição não fisiológica, que esforça excessivamente os músculos, podendo levá-los à fadiga e
transformar suas contrações em espasmos dolorosos.
Os dentes estão constantemente recebendo forças oclusais. Sendo que os tecidos ósseos não suportam força de
pressão que se for aplicada ao osso, o tecido será reabsorvido. Para ajudar a controlar essas forças existe entre a raiz
do dente e o osso alveolar um ligamento periodontal composto por fibras de tecido conjuntivo colagenoso que sustenta
o dente no alvéolo. A maioria dessas fibras corre obliquamente a partir do cemento. Quando a força é aplicada ao
dente, as fibras suportam essa carga, convertendo uma força destrutiva (pressão) em uma força aceitável (tensão).
Quando o contato de um dente é numa ponta de cúspide ou numa superfície relativamente plana, a força resultante é
inserida verticalmente através do longo eixo do dente. Quando durante o contanto a força não é dirigida através do
longo eixo, é então incorporado um componente horizontal que tende a causar um deslocamento, pois muitas fibras do
ligamento periodontal não estão adequadamente alinhadas para controlar essas forças. Portanto, se um dente é
contatado de forma que as forças resultantes se dirigem através do seu longo eixo, o ligamento periodontal é bem
eficiente e o dano é menos possível. Mas se durante este contato as forças horizontais forem colocadas nas estruturas
de suporte, a possibilidade de efeitos patológicos é maior.
O processo de dirigir forças oclusais através de longo eixo do dente é conhecido como distribuição axial de cargas.
Existem dois métodos para se conseguir este padrão de distribuição: 1- através do desenvolvimento dos contatos
dentais em qualquer das pontas de cúspides ou em superfícies relativamente planas que estão perpendicular ao longo
eixo do dente, e; 2- cada cúspide contate uma fossa oposta de tal maneira que produzam três contatos ao redor da
ponta de cúspide, (tripoidismo). Em ambos os métodos a força resultante será dirigida através do longo eixo dos dentes.
QUANTIDADE DE FORÇA APLICADA AOS DENTES: A ATM permite excursões laterais e protrusivas da mandíbula,
resultando em forças horizontais e obliquas aplicadas aos dentes, as quais não são bem aceitas pelas estruturas de
suporte e pelo sistema neuromuscular. Para identificar qual dente ou dentes que poderão melhor aceitar as forças
horizontais alguns fatores devem ser considerados, como a distância do dente em questão da área de fulcro (ATM) e do
componente muscular de força, sendo que quanto mais próximo deste componente, maior a força recebida. Sendo
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assim, os dentes posteriores podem gerar muito mais força que os dentes anteriores. Portanto, as forças horizontais
danosas dos movimentos excêntricos devem ser direcionadas aos dentes anteriores, nos quais estão posicionados
mais longe do fulcro e das forças vetoriais. Como o total de força que pode ser colocada nos dentes anteriores é menor
que as dos posteriores, a probabilidade de acontecer um colapso é minimizada.
Os caninos são os dentes anteriores mais bem preparados para receber as forças horizontais durante os movimentos
excêntricos, desocluindo os dentes posteriores no lado de trabalho, e promovendo uma desoclusão total no lado de não
trabalho (balanceio). A alternativa para pacientes que não tem caninos na posição adequada para aceitar as forças
horizontais, é a função em grupo, onde muitos dentes contatam no lado de trabalho durante o movimento laterotrusivo.
Quando a mandíbula move-se para frente no contato protrusivo, forças horizontais prejudiciais devem ser aplicadas aos
dentes anteriores e não nos posteriores. Os contatos protrusivos posteriores geram forças desfavoráveis para o sistema
mastigatório, devido à quantidade e direção que as forças são aplicadas. Torna-se evidente que os dentes anteriores e
posteriores tem funções diferentes. Os dentes posteriores funcionam recebendo forças aplicadas durante o fechamento
da boca e os dentes anteriores devido ao seu posicionamento no arco não devem receber forças pesadas. Se os
dentes anteriores superiores recebem contatos oclusais fortes durante o fechamento, existe uma grande probabilidade
de suas estruturas de suporte não serem capazes de tolerarem essas forças e eles se deslocarem labialmente.
Portanto, os dentes posteriores suportam melhor a mandíbula durante o fechamento, enquanto os dentes anteriores
funcionam mais eficientemente em guiar a mandíbula durante movimentos excêntricos. Esse padrão oclusal onde os
dentes posteriores protegem os anteriores de qualquer contato na posição estática da mandíbula e vice-versa durante
os movimentos excursivos é conhecido como oclusão mutuamente protegida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante do exposto, fica evidente que a busca por um padrão oclusal do tipo ideal requer
análise e conhecimento de muitos fatores. Porém, é interessante lembrar que o que se almeja é uma oclusão
fisiológica, ou seja, um padrão oclusal no qual existe um equilíbrio funcional ou um estado de homeostase entre todos
os tecidos do sistema mastigatório, e as tensões que atuam sobre os dentes são dissipadas normalmente, existindo
equilíbrio entre as tensões e a capacidade adaptativa dos tecidos de suporte, músculos mastigatórios e ATMs, e que
nem sempre precisamos ter todos os componente de uma oclusão ideal presentes para alcançarmos uma oclusão
fisiológica
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MC NEILL, C. Ciência e Prática da Oclusão. Quintessence Editora Ltda, Chicago, 1a ed.2000.
MEZZOMO, E.Reabilitação Oral para o Clínico. Editora Santo, S.P., 3ª ed.1997.
OKESON, J. P. Tratamento das Desordens têmporo-mandibulares e Oclusão. Editora Artes Médicas, S.P., 4a ed.2000.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 4º SEMESTRE
AVANÇOS NO DIAGNÓSTICO DA CÁRIE, DOENÇA PERIODONTAL E CÂNCER BUCAL Autores: Boa Ventura, F.; Bonfim, L.; Castelo Branco, L.; Oliveira, Í.; Rios, D.; Sampaio, D.; Vilas Boas, H. Orientador: Miranda, C. B. RESUMO:
INTRODUÇÃO - As distintas formas de doença foram identificadas em todas as civilizações pré-históricas através de
estudos paleontológicos, confirmando ser um problema para humanidade há milhares de anos. A doença periodontal, a
cárie dental e o câncer bucal constituem um dos principais problemas de saúde bucal, devido não apenas a sua alto-
prevalência, mas, sobretudo, pelo dano causado nas populações. Assim, se faz necessário conhecer, em total
plenitude, as características destas doenças, pois, tão antigo quanto o conceito de doença é a idéia de que quanto mais
rápido for o seu diagnóstico, mais rápida será a cura. E, sabe-se que um diagnóstico eficaz sobre uma determinada
doença faz necessário um conhecimento profundo sobre a mesma. Assim, é correto afirmar que a eficácia dos métodos
e a eficiência de um programa de tratamento necessitam da precisão do diagnóstico. Para tal, cientistas biomédicos
trabalham incansavelmente numa busca frenética de novos métodos de diagnóstico que possibilitem eficácia, rapidez e
eficiência num só plano de cura. Nesta incansável busca pela perfeição temos um papel fundamental que é o de
implantar, testar e proliferar o uso destas técnicas. Confirmando esta tese, nossa apresentação tem o intuito de passar
algumas destas novas técnicas de diagnóstico de uma maneira que possibilite a compreensão.
DESENVOLVIMENTO - O diagnóstico e o tratamento da cárie dentária por muito tempo concentrou-se na cavidade
propriamente dita detendo-se no tratamento cirúrgico-restaurador sem se preocupar com o fator etiológico da doença e
com a promoção de saúde. (ABOPREV, 2003)
Atualmente, sabe-se que a lesão de cárie é a manifestação de uma infecção bacteriana. Segundo ARANHA (2002), as
bactérias que estão presentes na cavidade oral colonizam a placa bacteriana presente na superfície dentária,
realizando fermentação, deixando-a ácida, e essa acidez resultará numa perda de minerais dos tecidos duros do
dentes. Este processo é realizado através da metabolização bacteriana que é influenciada por alguns fatores como a
composição e freqüência da dieta, o fluxo salivar, a capacidade tampão da saliva e da placa etc. Estes são os fatores
determinantes e podem estar juntos ou não aos fatores modificadores, que são os socioeconômicos e
comportamentais. Portanto para elaboração do diagnóstico de cárie deve-se, considerar o fator etiológico, os
determinantes e os modificadores. Assim, para fazer um diagnóstico de cárie, tornam-se necessários a anamnese, o
exame clínico, o radiográfico e até mesmo exames adicionais para avaliar a dieta, a saliva e a microflora cariogênica do
indivíduo. Na anamnese poderemos saber a história do paciente através de informações que podem interferir num
diagnóstico diferencial como situação socioeconômica para adequar o tratamento de acordo com a condição do
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paciente. Assim, após a anamnese, realiza-se exame clínico intra-oral onde será de extremo valor observar o exame de
mucosa oral, a presença de placa e gengivite, experiências anteriores de cárie, exame das lesões de cárie, tipo de
lesão, atividade de cárie, localização da lesão, exame radiográfico, estágio de erupção dentária, dieta, exame salivar e
exame bacteriológico. Portanto, todos esses exames devem ser realizados pelo profissional em busca do diagnóstico,
pois, a cárie dentária é uma doença multifatorial e quanto maior o número de fatores negativos pior será o prognóstico
da doença.
O odontólogo moderno não deve se restringir somente à cárie já instalada, deve incorporar-se no conceito de promoção
de saúde, não se detendo apenas em restaurar o dente afetado, mas sim em interferir no desequilíbrio que provoca a
doença cárie com a preocupação da detecção do diagnóstico o quanto antes. Pensando nisso, novos métodos de
diagnóstico como a Radiografia Digital e o Laser DIAGNOdent estão sendo implantados na odontologia para que a
detecção da cárie ocorra o mais precocemente possível.
A doença periodontal nos últimos anos tem se tornado de grande relevância para a odontologia preventiva, pois ocupa
hoje lugar em destaque dentre as doenças bucais, acometendo grande parte da população mundial. Quando não
tratada precocemente, suas conseqüências se tornam de grande risco para saúde e sua progressão tem se mostrado
como ponto de partida para diversas outras doenças graves. Estudos demonstram que a doença periodontal pode tanto
estar relacionada a partos prematuros quanto estar interferindo em doenças cardiovasculares.
Segundo LINDHE (1999), durante muito tempo acreditou-se que a doença periodontal inflamatória fosse uma entidade
única e isolada, causada principalmente pelo acúmulo de placa e manifestando-se, inicialmente, pela gengivite marginal
que, pela falta de higiene oral adequada, se estabelecia e evoluía para periodontite destrutiva, promovendo perda
óssea contínua e posterior perda do dente. Porém, segundo SOCRANSKI (1984) citado por MENDONÇA et al (1998) a
doença periodontal destrutiva tem mostrado uma prevalência mais baixa do que se pensava originalmente, e não
progride numa taxa constante. A perda óssea pode ocorrer em surtos de exacerbação ou remissão. MENDONÇA et al
(1998) afirma ainda que, os métodos de diagnóstico mais utilizados, como sondagem e radiografias, só relatam a
severidade da doença, são incapazes de determinar os sítios ativos na periodontite e prever futura destruição
periodontal. E, que os métodos usados rotineiramente expressam apenas medidas e índices baseados nos sinais e
sintomas da doença periodontal, e também na identificação de fatores que predispõem ao acúmulo de placa bacteriana,
o que se torna ineficiente para determinação de um diagnóstico precoce.
Com base nas limitações do diagnóstico periodontal convencional CARRANZA et al (2004) reafirmou a importância de
alguns parâmetros para o estabelecimento de novos métodos de diagnóstico para doença periodontal. Segundo estes
autores devem-se ser feitas considerações sobre fatores microbiológicos, sistêmicos, genéticos e comportamentais,
além dos parâmetros clínicos e radiográfico tradicionais, ao avaliar a condição do paciente. Partindo dessas
necessidades, avanços consideráveis como a sondagem eletrônica computadorizada, Diagnóstico por imagem com
radiografia digital, método de temperatura gengival, Sistema de Análise Densiométrica Assistida por Computador
(CADIA), testes bacteriológicos como Slot Imunoblot, uso da Sonda de Desoxirribonucléico, dentre outras, já são
realidade para o diagnóstico precoce da doença periodontal.
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O câncer no Brasil é considerado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) como um problema de saúde pública. O
câncer está sempre entre as causas mais freqüentes de morte ao lado das doenças circulatórias, causas externas,
doenças infecciosas e parasitárias, e afecções do período perinatal. O câncer bucal é uma doença crônica que resulta
em alta morbidade e mortalidade. No Brasil, os registros hospitalares de câncer mostram que a boca está entre as dez
localizações mais freqüentes para a ocorrência de câncer, ao lado da pele, colo uterino, mama e estômago.
Considerando-se que a boca não é um local de fácil acesso ao exame físico, pode-se deduzir que existe uma
deficiência importante no diagnóstico destes tipos de câncer, como afirmam COSTA & MIGLIORATI (2001), em estudos
que mostram que há um grande atraso no reconhecimento da lesão causado pelo dentista e pelo médico não
especialista. Deste modo, a maioria dos autores concordam que o diagnóstico precoce do câncer bucal e o imediato
encaminhamento do paciente para tratamento são fatores importantes para a redução da morbidade e da mortalidade
causadas pela doença.
Apesar do avanço das técnicas modernas de diagnóstico de lesões malignas da cavidade bucal e da possibilidade de
tratamento destas lesões, o diagnóstico precoce e o pronto tratamento da lesão é ainda a melhor forma de aumentar a
sobrevida de cinco anos e diminuir a morbidade e a mortalidade. Pois, segundo COSTA & MIGLIORATI (2001), quando
uma lesão maligna é diagnosticada em sua fase inicial, ou seja, menor que 2 cm de extensão e sem comprometimento
linfonodal, o tratamento cirúrgico local será provavelmente suficiente para curar o paciente. Entretanto, se o diagnóstico
não é feito no início, a extensão local certamente ocorrerá, podendo haver invasão dos linfonodos regionais, alterando o
estadiamento do câncer o que fará incluir no tratamento radioterapia e, em alguns casos, quimioterapia. No entanto, os
autores afirmam que estas formas de tratamento oncológico são acompanhadas de complicações severas, tanto para a
boca como para o resto do organismo, sendo que algumas delas são definitivas, como a xerostomia e o risco para
osteoradionecrose. Ou seja, uma lesão maligna que poderia ter sido curada passa a ser tratada com menores chances
de cura, mudando totalmente o prognóstico para o paciente. Assim, torna-se evidente a importância do diagnóstico
utilizando tomografias computadorizadas e outras técnicas avançadas para o diagnóstico do câncer bucal.
CONCLUSÃO - O avanço tecnológico atual permitiu a adaptação da nova tecnologia para o combate as doenças,
assim, radiografias digitais, laser, tomografias computadorizadas, sistemas de imagens assistidos por computador vêm
sendo implantados na odontologia e se mostram de suma importância para um melhor prognóstico das doenças
periodontais, da cárie dentária, e câncer bucal, o que torna imprescindível à incorporação do cirurgiões dentistas aos
avanços destas novas técnicas de diagnóstico estando aptos a realizá-las, oferecendo maior qualidade e,
principalmente, maior eficiência nos serviços prestados aos seus pacientes. E, a partir deste embasamento teórico,
buscaremos mostrar em nosso trabalho a realidade destes novos métodos e suas técnicas que têm possibilitado o
cirurgião dentista diagnosticar precocemente seu paciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABOPREV; Promoção de Saúde Bucal. 3ª ed. Artes Médicas. São Paulo-SP, 2003. p.69 cap.4
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ÍNDICES EPIDEMIOLÓGICOS UTILIZADOS NO DIAGNÓSTICO DA CÁRIE DENTAL, DOENÇA PERIODONTAL E CÂNCER BUCAL Autores: Azevedo, R.; Carneiro, D.; Carvalho, T.; Ferreira, A. C.; Moreira, G.; Nun’Álvares, Á.; Queiroz, G. Orientador: Graça, C. C. RESUMO
INTRODUÇÃO - Índices utilizados no diagnóstico da Cárie dental
Índice CPO - O Índice de Ataque de Cárie originalmente formulado por Klein e Palmer em 1937, conhecidos pelas
iniciais cpo permanece sendo o mais utilizado em todo mundo, mantendo como o ponto básico de referência para o
diagnostico das condições dentais e para formulação e avaliação de programas de saúde bucal.
Quando a unidade de medida é o dente temos o índice CPO-D, ou seja, Dentes Cariados Perdido e Obturados. Ainda
que a denominação mais correta nesse ultimo caso, seja “restaurado”, para efeito do índice se mantém os iniciais “O”
como uma concessão a sua maior eufonia.
Cáries radiculares não estão incluídas, pois o índice é especifico para problemas verificados na região da coroa
dentária.
Considerando que o CPO-D codifica com peso idênticos dentes em condições bastante diversas, desde uma pequena
cavidade até uma extração, desenvolveu-se como uma alternativa mais refinada e precisa o índice CPO-S, cuja
unidade de medida é a superfície (S). Os 32 dentes permanentes são divididos em 148 superfícies, da seguinte forma:
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Molares e pré-molares com 5 superfícies cada: Oclusal, mesial, distal, vestibular e lingual; Incisivos e caninos com 4
superfície cada: mesial, distal, vestibular e lingual. No caso de diagnóstico de extração ou extração indicada, anotar
todas as faces nesta condição (um molar, por ex. é anotado como tendo 5 faces E ou Ei).
Usualmente mais utilizado em trabalhos de pesquisa, o CPO-S ganha significado e utilidade em estudos
epidemiológicos levados a efeito em áreas de baixa prevalência de cárie em vista de sua maior sensibilidade e poder de
discriminação. Em idades avançadas o CPO-S tende à saturação, perdendo sua capacidade de discernimento pela
grande quantidade de superfícies atacadas.
Para dentição temporária os índices são identificados com letras minúsculas denominando-se respectivamente ceo-d e
ceo-s. Assim, o índice ceo-d é o correspondente ao CPO-D em relação à dentição decídua, mais inclui só os dentes
cariados (c), com extração indicada (e) e obturados (o), excluindo os extraído devido às dificuldades em separar os que
o foram por causa de cárie dos perdidos pelo processo natural de esfoliação dentária.
O CPO costuma ser dividido em quatro componentes, acrescentando os dente com extração indicada (Ei). Os fatores
que representam a história passada, enquanto os fatores C e Ei compõem a história presente e correspondem às
necessidades de tratamento.
Em vista do caráter cumulativo da cárie dental, que se traduz em diferentes padrões de ataque ao longo da vida
humana, o índice de CPO deve ser expresso por idade ou por grupo etário. Quanto mais avançada a idade mais alto é
o CPO. Mesmo em populações com tradição secular de prevalência muito baixa de cárie, o índice cresce
continuamente com o tempo.
As limitações do CPO clássico passaram a ser cada vez mais evidentes na medida em que a prevalência de cárie
começou a diminuir e saúde bucal deixou de ser vista como um elemento isolado passando a ser analisada como um
dos fatores que contribuem para a saúde geral e bem-estar de cada individuo e de cada comunidade.
Índice de CPO inovado: Considerando a difusa situação epidemiológica encontrada no Brasil, parece evidente que é
inadequada qualquer tentativa de adotar o enfoque europeu de maneira acrítica e automática. Epidemiologistas
brasileiros são forçados a conviver com situações tão distintas quanto à de comunidades nas quais a prevalência da
cárie dental permanece similar ou é ainda pior que a encontrada no estudo do Ministério da Saúde de 1986 (Brasil,
1989), enquanto em muitas cidades houve uma redução de tal ordem que o CPO em crianças já se aproxima das
médias constatadas no mundo desenvolvido.
Esta nova formulação é um reconhecimento da inevitabilidade de modificações de critérios de exames bucais coletivos,
seguidos durante quase meio século no Brasil (período durante o qual o CPO se manteve virtualmente o mesmo); ao
mesmo tempo em que se busca adotar um novo padrão compatível com a realidade epidemiológica nacional que surgiu
de modo especial a partir da década de 1990, mas evitando a transposição acrítica de conceitos provenientes de países
mais industrializados e com condições de saúde bucal bastante distintas.
Vale lembrar que em qualquer caso são examinados todos os dentes. Ou seja, em adultos o exame epidemiológico
inclui os 32 dentes. Quando o estudo quiser reportar-se, para a dentição permanente, apenas ao total de 28 dentes,
excetuando os terceiros molares do exame epidemiológico, esta condição deve ser informada.
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ÍNDICES UTILIZADOS PARA DOENÇA PERIODONTAL
Índice gengival – IG - Específico para analisar as condições de saúde dos tecidos gengivais e utilizado notadamente
em estudos clínicos, o Índice gengival (IG) baseia-se em um dente de cada sextante bucal: 16, 12, 24, 36, 32 e 44.
Esses dentes são divididos em 4 faces – vestibular, lingual, mesial e distal – atribuindo-se o valor de 0 a 3 a cada face.
A soma dos índices é dividida pelos seis dentes examinados para chegar ao IG individual.
Podem ser formulados índices também por grupos de dentes, bem como optar pelo exame integral das arcadas
dentarias.
O principal problema relacionado ao IG, diz respeito à dificuldade em distinguir os limites entre cada estágio, ou seja,
entre 0 e 1, entre 1 e 2, etc., o que exige examinadores cuidadosamente calibrados para a sua correta aplicação.
Índice periodontal – IP: Sem dúvida o índice Periodontal – IP de Russell (1956), é a mais difundida dentre as medidas
epidemiológicas relativas as DPs, devendo sua popularidade a facilidade de uso, nitidez na separação de conceitos
para suas cinco subdivisões e à conseqüente diferença intra e interexaminadores que lhe dá melhor comparabilidade de
resultados.
É um Índice misto, pois mede tanto a fase reversível da DP quanto à presumivelmente irreversível, sendo aplicado a
totalidade dos dentes presentes na boca.
Para obter o IP médio por pessoa os valores dados a cada dente são somados e o resultado é dividido pelo total de
dentes examinados. Para grupos, basta somar os IP individuais e dividir pelo número de pessoas examinadas.
É possível efetuar a transformação do IP em necessidades de tratamento. Um procedimento simples nesse sentido foi
sugerido por Douglas et al. (1984), composto por quatro passos. (multiplica-se o IP médio pelo numero de habitantes,
por faixa etária; 2) converte-se o IP em tipos de serviços necessários; 3) estima-se o tempo necessário por tipo de
serviço; 4) multiplica-se o resultado do passo 1 pelo do passo 3 obtendo o tempo total necessário para realização do
tratamento da população.
Dois pontos importantes devem ser referidos: a) que toda e qualquer estimativa de tempo de trabalho e de necessidade
de tratamento periodontal deve corresponder ao nível de oferta de serviços de cada programa odontológico; b) que
ainda não há consenso entre os especialistas em periodontia e em saúde pública quanto à conveniência da conversão
automática dos problemas diagnosticados por meio de índices epidemiológicos em tipos de tratamento, devido aos
diferentes padrões de resposta orgânica individual as DPs.
ÍNDICES UTILIZADOS PARA O DIAGNOSTICO DO CÂNCER BUCAL - O câncer bucal é no Brasil um problema de
saúde pública (3,8% das neoplasias). Em 1987 o câncer bucal causou 1,6% dos óbitos no país. De 1986 a 1993 o
índice de detecção de carcinomas "in situ" permaneceu estável. Segundo o Instituto Nacional do Câncer em 1993,
64,3% dos cânceres de boca foram diagnosticados em fases avançadas, e apenas 18% dos casos eram iniciais ou “in
situ”. Se o diagnóstico do câncer é tardio, o prognóstico é desfavorável, os tratamentos mutilantes, paliativos e
dispendiosos para as unidades hospitalares e planos de assistência médico-odontológicos. Quando o diagnóstico é
feito nos estágios iniciais o câncer de boca pode ser considerado curável. A prevenção do câncer de boca adquire
relevância em saúde pública, particularmente se considerarmos que a abordagem preventiva é compatível com a
natureza desta doença, pois a boca favorece o fácil acesso visual. Além disso, é possível esclarecer a população sobre
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a necessidade da eliminação dos fatores de risco associados ao desenvolvimento do câncer, bem como orientá-la
sobre a importância da realização do auto-exame de boca periódico, já que o câncer nas fases iniciais não apresenta
sintomas.
CONCLUSÃO - O diagnostico das doenças dentarias tem sido um fator importante dentro do campo da Odontologia,
visto as mudanças que ocorreram, principalmente a morfologia da fissura e progressão da lesão, o que modificou o
conceito do CD sobre a presença deste problema. Esta linha de pesquisa engloba tópicos como índices, métodos de
diagnostico e diagnostico de carie em saúde publica.
Este trabalho foi importante para nossa formação como futuros profissionais cirurgiões dentistas pois podemos
conhecer de forma mais detalhada fomas de índices epidemiológicos, estes tão importantes para nossa atuação futura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PETRY, P. C.; PRETTO, SM. Educação e motivação em saúde Bucal. São Paulo: Artes Médicas, 1999, p. 363-370.
FATORES DE RISCO DA CÁRIE, DOENÇA PERIODONTAL E CÂNCER BUCAL. Autores: Sodré, B.; Brito, Carlos H.; Xavier, E.; Rodrigues, J.; Franklin, M.; Jesus, M. S. Orientador: Koser, L. R. RESUMO:
O presente trabalho visa explicitar os fatores de risco atrelados à cárie, à doença periodontal e ao câncer bucal. É
sabido que, por definição, o fator de risco representa o elemento causa em potencial para desencadear uma
determinada doença. No que diz respeito à cárie, são sugeridos como fatores de risco a dieta rica em carboidratos. Já
na doença periodontal o uso do cigarro, o stress e algumas condições/alterações sistêmicas estão correlacionadas ao
risco do surgimento desta enfermidade. Por fim, no tocante ao câncer bucal, o fumo, a exposição solar e o álcool são
fatores de extrema relevância relacionada a lesões de boca.
INTRODUÇÃO - O Câncer Bucal é uma neoplasia maligna, cujas causas do câncer podem ser determinadas por
fenômenos químicos, físicos ou biológicos, onde o aspecto comum é uma lesão em nível do DNA celular. Uma célula
normal pode sofrer alterações no material genético (DNA) dos genes, a mutação genética, passando a receber
instruções erradas para as suas atividades. Ao processo de formação do câncer chamamos de carcinogênese.
Exposição da mucosa bucal a agentes cancerígenos resulta, inicialmente, em lesões inflamatórias inespecíficas podem
ser reversíveis, caso a agressão seja suspensa, ou poderão provocar reações que podem levar ao desenvolvimento de
alterações celulares chamadas de displasias, que evoluem finalmente para carcinoma in situ. Existem os fatores
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carcinógenos, que predispõem o paciente a desenvolver um tumor maligno na boca; tais como, o etilismo, o tabagismo,
a exposição solar, a falta de cuidados com os dentes e as próteses inadequadas que irritam e ferem a mucosa bucal.
A Cárie Dental é uma doença que atinge os tecidos duros orais, que dependem da presença de microorganismos
bucais e sua penetração, onde os mais ativos são o Streptococos mutans e o Lactobacilus acidófilo. Da ingestão de
açúcares, somada a não ou má escovação dos dentes. Esses fatores formam a placa bacteriana e a síntese
cariogênica. A degradação metabólica dos açúcares afrouxa e quebra o esmalte dental, possibilitando a penetração dos
microorganismos, os quais, de fato são os agentes da cárie. O papel do flúor consiste na rigidez do esmalte dental.
Fundamental, portanto como prevenção ao ataque dos microorganismos, pois, é a barreira natural da fortaleza do
tecido dental.
Na Doença Periodontal ocorre o comprometimento dos tecidos periodontais através de processo inflamatório, levando a
reabsorção óssea. 0 sinal mais característico é o sangramento, somados às alterações na posição dos dentes,
mobilidade, retrações gengivais, retenções de alimento, inchaço. A placa bacteriana aderida ao dente é a causa da
doença periodontal, porém algumas alterações podem estar associadas a causas hormonais, uso de alguns
medicamentos ou até queda de resistência. O tratamento da doença periodontal restringe-se à remoção mecânica.
Mesmo com o tratamento, a doença periodontal deixa seqüelas e alterações estéticas. A sua prevenção pode ser feita
unicamente removendo a placa bacteriana através de limpeza bucal doméstica com fio dental e escova, mais limpezas
periódicas feitas pelo dentista.
DESENVOLVIMENTO - A cárie dentária é uma doença infecto-contagiosa, que acomete principalmente crianças e
adultos jovens, transmissível de pessoa para pessoa através do contato direto (por exemplo, o beijo), que resulta na
perda localizada de superfícies dentárias, causada por ação de ácidos orgânicos presentes na boca, provenientes da
fermentação microbiana dos carboidratos da dieta (açúcares, doces). Esta doença é normalmente crônica e para que
ocorra o seu aparecimento no meio bucal temos que ter três fatores essenciais associadas:
• O hospedeiro, representado pelos dentes e saliva;
• A microbiota (Streptococcus mutans) na região, bactéria causadora de cáries;
• A dieta consumida rica em carboidratos e sacarose.
Portanto, para ocorrer à manifestação da cárie estes três fatores citados acima devem estar presentes e interagir entre
si. Por exemplo, uma pessoa que já tenha contraído a microbiota por contágio pela saliva de outra pessoa com grande
freqüência de ingestão de carboidrato e que possui dentes com quantidade de placa dentária cariogênica (massa
amolecida que adere ao dente quando não realizamos a higiene dentária). A primeira manifestação clínica da doença
cárie é uma mancha branca opaca, leitosa e rugosa na superfície do dente. Logo após esta primeira fase, a superfície
dentária passa a ficar castanha de claro a escuro, neste estágio a doença cárie evolui rapidamente passando muitas
vezes a atingir a segunda camada do tecido dentário que é a dentina. Quando a cárie chega neste estágio, já se tem à
formação de cavidade cariosa que pode levar a destruição e perda dentária.
RECOMENDAÇÕES PRA DIMINUIR O RISCO DE CONTRAIR CÁRIES: Diminuir a freqüência da ingestão
carboidratos, doces e balas. O ideal é só comer estes alimentos após as refeições e não entre as refeições. Quanto
maior a freqüência de ingestão, maior o risco de adquirir a cárie.
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Escovar os dentes sempre após as refeições, com uma escova que esteja com as cerdas parelhas e não deformadas,
principalmente à noite antes de dormir, pois quando dormimos a secreção salivar diminui aumentando o risco à doença
cárie. A escovação tem como intenção à remoção de placa bacteriana que adere ao dente sempre que ingerimos um
alimento.
Utilizar o fio dental pelo menos uma vez ao dia, pois o fio penetra na região interdental e papilas gengivais local que a
escova não alcançam.
Fazer uso de colutórios bucais que contenham flúor, também é um bom meio de diminuir o risco da doença.
Visitar regularmente o cirurgião dentista, principalmente o paciente jovem.
O flúor tem um papel muito importante no combate à doença cárie. O flúor presente no meio bucal aumenta a
solubilidade do esmalte dentário deixando-o mais resistente perante a presença dos ácidos gerados pelas bactérias
cariogênicas. Hoje, na maioria das cidades, temos a presença de flúor na água potável, que atua de forma sistêmica
quando a ingerimos.
RECOMENDAÇÕES PRA PREVENIR CÁRIES:
• Fluorterapia, sessões de aplicação de fluoretos, normalmente na forma de gel aplicado no consultório.
• Remoção dos fatores retentivos de placa como, restos radiculares, próteses mal adaptadas, hiperplasias
gengivais, restaurações mal adaptadas.
Segundo, (Izamir Araújo, 2004), tradicionalmente, o diagnóstico de cárie tem sido divulgado levando-se em conta
apenas seu sintoma – a cavidade – o que leva a um tratamento operatório, com o qual, não se interrompe o ciclo da
doença e, conseqüentemente, não propicia a cura do paciente. Entretanto, a Odontologia de promoção de saúde
privilegia o diagnóstico baseado em uma avaliação prévia dos fatores envolvidos no desenvolvimento da doença cárie
através da anamnese, exame clínico e recursos complementares permitindo a identificação do risco/atividade
cariogênica do indivíduo e a determinação de medidas preventivas e terapêuticas individualizadas (Medeiros & Wayne,
2001). Atualmente, a Odontologia de promoção de saúde tem suas ações norteadas pelo diagnóstico da atividade de
doença do paciente, e não apenas na detecção de lesões de cárie. Esta visão abrangente envolve uma avaliação
prévia dos fatores etiológicos, determinantes e modificadores da doença atuantes no indivíduo ou na população.A
prevenção da doença cárie tem por objetivo remover ou controlar os vários fatores etiológicos determinantes ou
predisponentes que levam ao aparecimento de lesões. Estes fatores dizem respeito ao hospedeiro (dente e saliva),
dieta e microorganismos (Navarro, 1995). Desta forma são utilizadas estratégias que visam o aumento da resistência do
dente, a remoção dos microorganismos cariogênicos e o controle da dieta cariogênica, através de medidas preventivas
como utilização de fluoretos, selantes e controle da saliva deficiente a fim de aumentar a resistência do dente,
impedindo a instalação ou controlando a progressão da doença cárie. Os hábitos alimentares e de higiene bucal, a
freqüência e formas de exposição ao flúor, assim como a identificação de doenças sistêmicas e uso de medicamentos
através da história médica, que têm a capacidade de modificar o fluxo salivar ou apresentar sacarose na sua
composição devem ser conhecidos pelo profissional. O nível sócio-econômico, a importância que o paciente atribui a
sua própria saúde e sua atitude frente ao tratamento odontológico é fundamental para o processo diagnóstico e seleção
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da conduta clínica a ser empregada. A atividade de cárie é um fato plenamente reversível desde que sejam aplicadas,
continuamente medidas de prevenção e controle. Do ponto de vista etiológico, a doença cárie dentária é:
1) Infecciosa: não ocorre na ausência de microrganismos específicos;
2) Tri-fatorial: dependente da tríade de bactérias cariogênicas, dieta rica em carboidratos e susceptibilidade
individual.
3) Comportamental: sua ocorrência depende da utilização que o hospedeiro faz de produtos que contribuem para
a progressão da lesão (dieta cariogênica) e de produtos que dificultam seu aparecimento e progressão
(produtos fluoretados). Com a evolução dos conceitos de promoção de saúde e o entendimento epidemiológico
de multifatoriedade da doença cárie e da proposta de tratamento segundo o risco e a atividade, a prática
odontológica transformou-se numa prática voltada para a promoção de saúde da população onde se enfatizou
a necessidade da atuação nos agentes predisponentes ou causadores das doenças e não no tratamento
cirúrgico-restaurador. Tais fatores interferem no risco de desenvolver a doença, mesmo que os demais fatores
determinantes e predisponentes estejam presentes. As modificações nos padrões educacionais, incluindo
alterações nos padrões da dieta, higiene bucal e o acesso facilitado aos serviços de saúde, contribuem para a
melhoria da saúde bucal dos indivíduos.A partir dos conhecimentos da etiologia, da prevalência, dos estudos
epidemiológicos, dos critérios de diagnóstico e das medidas de prevenção e controle da cárie dental, conclui-
se que a incidência da doença cárie deverá declinar no Brasil, a exemplo dos Estados Unidos, Nova Zelândia e
países Escandinavos. O desafio é, e será, manter a criança, futuro adulto, livre de cárie.
DOENÇA PERIODONTAL- Doenças periodontais, incluindo gengivite e periodontite, são infecções que, se não
tratadas, podem levar à perda do dente. A doença periodontal é uma infecção bacteriana crônica que afeta as gengivas
e a tecidos que suportam os dentes. Tal enfermidade pode afetar um ou muitos dentes. Ela se inicia quando a bactéria
na placa (uma película sem cor e aderida, que forma constantemente sobre seus dentes), faz as gengivas tornarem-se
inflamadas.Como características da forma inicial da doença, a gengivite, a gengiva torna-se vermelha, flácida e sangra
facilmente. Normalmente, causa pouco ou nenhum desconforto. Esta é desencadeada por uma higiene bucal
inadequada que leva permanência das colônias bactérias no meio bucal. A gengivite é reversível e com o tratamento
profissional e boa higiene oral em casa, se retorna ao estado de saúde.
A gengivite não tratada pode avançar para periodontite. Com o tempo, a placa pode se espalhar e crescer abaixo da
linha gengival. As toxinas produzidas pelas bactérias na placa irritam a gengiva. Estas ainda estimulam uma resposta
inflamatória, e a resposta a esta agressão pode provocar destruição dos tecidos e do osso que suportam o dente. Neste
momento, há formações de bolsas (espaços entre o dente e a gengiva), que são sítios de infecção. Como a doença
progride, as bolsas se aprofundam e mais tecidos periodontais são destruídos. Freqüentemente, este processo
destrutivo aponta alguns sintomas. Eventualmente, os dentes podem tornar-se moveis e podem perder sustentação e
função. A principal causa etiológica da doença periodontal é a placa bacteriana, uma película incolor e aderida que se
forma sobre seus dentes. Entretanto, outros fatores podem também contribuir para afetar a saúde de seus dentes, os
chamados fatores de risco.
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Tabagismo - O uso do fumo está ligado com muitos problemas sérios de saúde tais como câncer, doenças pulmonares
e cardíacas, como também a outros numerosos problemas de saúde, dentre eles que os usuários do fumo também têm
um risco aumentado para as doenças periodontais. Estudos recentes têm mostrado que o fumo pode ser um dos
fatores de risco mais significantes no desenvolvimento e progressão das doenças periodontais.
Genética - Pesquisas apontam que mais de 30% da população pode ser geneticamente susceptível às doenças da
periodontais. Apesar dos cuidados com a higiene bucal, estas pessoas podem ter seis vezes mais probabilidade para
desenvolver doenças periodontais. A identificação destas pessoas, com testes genéticos, antes de mostrar os sinais da
doença e intervir precocemente, pode ajudar a manter os dentes por toda a vida.
Alterações hormonais nas mulheres - Escovar os dentes e usar o fio dental diariamente, ter uma dieta sadia, e fazer
exercícios regulares são hábitos importantes para manter-se com saúde. Fases como puberdade, menopausa, gravidez
e menstruação exigem cuidados especiais. Durante estas fases em particular, o corpo passa por alterações hormonais.
Estas variações podem afetar muitos tecidos, inclusive o tecido gengival. Estes podem se tornar sensíveis, e às vezes
reagir vigorosamente às alterações hormonais. Estudos recentes sugerem que a mulher grávida com doença gengival
tem sete vezes mais possibilidade de ter parto prematuro, com bebês de baixo peso.
Stress - O stress está relacionado a alterações sérias como hipertensão, câncer, e inúmeros outros problemas de
saúde. Incluindo entre estes, ser um fator de risco para as doenças periodontais. Pesquisas demonstram que o ele
pode dificultar o organismo no combate às infecções.
Medicamentos - Algumas drogas, podem afetar sua saúde bucal, induzindo a alterações dos tecidos periodontais a
exemplo das drogas neurolepticas que, como efeito adverso, pode gerar aumentos gengivais.
Trauma Oclusal - Apertar ou ranger os dentes pode provocar forças excessivas nas estruturas que suportam as
unidades dentoriais e pode acelerar a velocidade de destruição dos tecidos periodontais.
Diabetes - O diabetes é uma doença que causa alteração nos níveis glicêmicos séricos. É causado por uma deficiência
na produção de insulina (um hormônio que é um componente chave na habilidade do organismo em utilizar o açúcar
que está no sangue) ou pela incapacidade do organismo utilizar a insulina corretamente. Um diabético tem um alto risco
para desenvolver infecções, incluindo aí a doença periodontal. Estas infecções podem dificultar a capacidade de
processar e/ou utilizar a insulina, que pode tornar mais difícil controlar o diabetes.
Má nutrição - Uma dieta deficiente em nutrientes importantes pode comprometer o sistema de defesa do organismo e
dificultar o combate às infecções.
CÂNCER BUCAL - É um tipo de câncer que geralmente ocorre nos lábios (mais freqüentemente no lábio inferior),
dentro da boca, na parte posterior da garganta, nas amídalas ou nas glândulas salivares. É mais freqüente em homens
do que em mulheres e atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos de idade. O fumo, combinado com o
excesso de bebida alcoólica, é um dos principais fatores de risco.Se não for detectado de maneira precoce, o câncer
bucal pode exigir tratamentos que vão da cirurgia (para a sua remoção) à radioterapia ou quimioterapia. Este câncer
pode ser fatal, com uma taxa de sobrevivência de cinco anos de 50%*. Uma das razões pelas quais este prognóstico é
tão negativo é o fato de que os primeiros sintomas não serem reconhecidos logo. O diagnóstico precoce é fundamental
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para o sucesso do tratamento. Nem sempre é possível visualizar os primeiros sinais que indica a existência do câncer
bucal, o que aumenta a importância das consultas regulares com o dentista ou o médico.
SINAIS DE ALTERAÇÃO POR CÂNCER - Ferida nos lábios, gengiva ou no interior da boca, que sangra facilmente e
não parece melhorar; um caroço ou inchaço na bochecha que você sente ao passar a língua; perda de sensibilidade ou
sensação de dormência em qualquer parte da boca; manchas brancas ou vermelhas na gengiva, língua ou qualquer
outra parte da boca; dificuldade para mastigar ou para engolir; dor sem razão aparente ou sensação de ter algo preso
na garganta; inchaço que impede a adaptação correta da prótese mudança na voz.
FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER - O uso do tabaco é responsável por 80 a 90% das causas de câncer
bucal.Fumo - A ligação entre o fumo, o câncer pulmonar e as doenças cardíacas já foi estabelecida (1). O fumo também
afeta sua saúde geral, tornando mais difícil o combate de infecções e a reparação de ferimentos ou de cirurgias. Em
adultos jovens, este hábito pode retardar o crescimento e dificultar o desenvolvimento. Muitos fumantes afirmam não
sentir mais o odor ou sabor tão bem como antes. O fumo também pode causar mau hálito e manchar os dentes. A
saúde bucal está em perigo cada vez que se acende um cigarro, um charuto ou um cachimbo. Com esta atitude, as
chances de desenvolver câncer na laringe, na boca, na garganta e no esôfago aumentam. Como muitas pessoas não
notam ou simplesmente ignoram os sintomas iniciais, o câncer bucal muitas vezes se espalha antes de ser detectado.
Mascar tabaco - O hábito de mascar tabaco eleva em 50 vezes a possibilidade de se desenvolver o câncer bucal. O
melhor a se fazer é não fumar nem usar quaisquer outros produtos derivados do tabaco. Quando uma pessoa pára de
usar esses produtos, mesmo depois de vários anos de consumo, o risco de contrair câncer bucal se reduz
significativamente. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas também aumenta o risco de câncer bucal. A
combinação fumo/álcool torna esse risco ainda muito maior. Como em outras neoplasias malignas, o câncer de boca
tem o seu desenvolvimento estimulado pela interação de fatores ambientais (agentes cancerígenos ou carcinógenos) e
fatores do hospedeiro (idade, raça, sexo e herança genética). Estudos epidemiológicos têm demonstrado que 80 a 90%
dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Deve-se entender por ambiente o meio em geral (água, terra e ar),
o ambiente ocupacional (indústrias químicas), o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos e produtos de uso
doméstico) e o ambiente cultural (estilo e hábitos de vida). A conjugação destes fatores, associados ao tempo de
exposição, intensidade são condições básicas na gênese dos tumores malignos que acometem a boca. Porém, os
fatores externos parecem exercer um papel preponderante. É importante salientar que muitas associações entrem à
exposição a determinados fatores e a ocorrência de câncer não são claras, requerendo investigação mais apurada.A
seguir serão apresentados os principais fatores ambientais relacionados ao câncer bucal.
TABAGISMO - A organização Mundial da Saúde registra mais de 60 mil pesquisas comprovando a relação causal entre
o uso do cigarro e doenças graves como câncer de pulmão (90%), enfisema pulmonar (80%), infarto do miocárdio
(25%) e derrame cerebral (40%).Como exemplo da ação tóxica do cigarro citamos o câncer de pulmão, em que a
quantidade de cigarros fumados por dia é proporcional ao risco de desenvolver a doença. Um indivíduo que fuma de 1 a
9 cigarros por dia, tem 5 vezes mais chance de apresentar câncer quando comparado a um não-fumante. Também as
pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes, (denominados de fumantes passivos), têm chances de
desenvolver a doença. Há mais de 200 anos atrás havia a suspeita da relação existente entre o câncer bucal e o
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tabagismo (tabaco fumado e mascado).O hábito de fumar cigarros, charutos, cachimbos e cigarros de palha constituem
a principal causa do câncer de pulmão, laringe e cavidade bucal. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o tabaco é
a maior causa isolada de doenças e mortes no mundo.Na Índia e em outros países da Ásia, o câncer de boca é o tipo
mais comum de neoplasia maligna, sendo responsável por até 50% de todos os casos de câncer. O fato está
relacionado com o uso de tabaco sem fumaça misturado com outras substâncias.A incidência é maior nos homens,
porém, o risco é semelhante em ambos os sexos.Estudos comprovaram que o risco relativo para o desenvolvimento de
câncer de boca é maior entre os usuários de tabaco quando comparado com os não tabagistas. Esse risco está
baseado no consumo de tabaco ao longo da vida do indivíduo, especialmente entre os usuários de cachimbo.
Na fumaça do tabaco, já foram detectadas mais de 60 substâncias carcinogênicas. O alcatrão, um dos seus principais
componentes, contém o benzopireno, potente agente cancerígeno e as aminas aromáticas. No fumo também são
encontradas substâncias químicas utilizadas no seu cultivo, como pesticidas e elementos radioativos (Polônios-210).As
alterações ocorridas na mucosa, decorrentes da presença dessas substâncias, somam-se à exposição contínua ao
calor desprendido pela combustão do fumo.Os indivíduos que são portadores de úlceras bucais são mais vulneráveis,
pois permitem o contato direto das substâncias e elementos agressivos com o tecido.Após abandonar o hábito de
fumar, são necessários 10 anos para o indivíduo tornar-se comparável ao não fumante. ÁLCOOL, O consumo de
bebidas alcoólicas aumenta o risco de câncer de boca (assoalho da boca e língua).Os mecanismos pelos quais o álcool
pode agir no desenvolvimento deste câncer não estão ainda definitivamente esclarecidos: (1) aumento da
permeabilidade das células da mucosa aos agentes carcinogênicos devido ao efeito solubilizante do álcool; (2)
presença de substâncias carcinogênicas nas bebidas alcoólicas; (3) dano celular produzido pelos metabólicos do etanol
(aldeídos); (4) deficiências nutricionais secundárias ao consumo crônico do próprio álcool.Em estudos realizados, foi
demonstrada a importância do consumo cumulativo de álcool etílico, tendo-se ainda comprovado que o vinho é mais
importante do que a cachaça no que se refere ao câncer de língua, mesmo entre os consumidores moderados.Para os
consumidores crônicos, os quais associam todos os tipos de bebidas alcoólicas nas faixas mais elevadas de consumo,
o risco relativo para o câncer de boca atingiu índices 8,5 a 9,2 vezes maior do que no grupo não-consumidor.Quando o
uso crônico de tabaco e álcool é associado, o risco para o câncer bucal é potencializado drasticamente.Salientamos
ainda que e o álcool seja o agente causal da cirrose hepática e pode estar relacionado com o câncer de fígado. É
causador também de doenças neurológicas e pancreáticas.
RADIAÇÕES - A radiação solar (raios ultravioleta) é capaz, de produzir lesões de significativa importância biológica.
Sendo assim, a exposição crônica à luz solar representa um fator de risco importante de uma das neoplasias malignas
mais importantes da boca - o câncer do lábio inferior. É mais freqüente nos indivíduos de raça branca e no sexo
masculino, que habitam as regiões quentes, próximas à linha do Equador. Este tipo de lesão é muito comum entre os
marinheiros,, pescador e agricultor. A exposição repetida e excessiva aos raios solares, por períodos superiores há 15
anos, provoca alterações no lábio capazes de evoluírem para o carcinoma. O risco depende da intensidade e do tempo
de exposição da pele e da mucosa e também da quantidade de pigmentação dos tecidos.A primeira alteração somática
resultante da exposição da luz solar é o eritema (vermelhidão) da pele. Indivíduos de pele clara que se expõem por
períodos prolongados ao sol, principalmente no horário das 10 às 15 horas, devem se proteger com o uso de chapéu e
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filtros solares e dessa maneira, reduzir os efeitos nocivos desses raios sobre a pele, particularmente no lábio inferior
(WENNSTROM et al., 1990).
FATORES OCUPACIONAIS - Diversos estudos têm demonstrado o aumento do risco de desenvolvimento do câncer
de boca, quando se trabalha em indústrias de processamento de metais, couro, níquel, álcool isopropílico, ácido
sulfúrico. Esses riscos seriam bastante limitados se os trabalhadores se submetessem aos meios de proteção que as
indústrias devem fornecer. Na verdade, o fator ocupacional não é o agente cancerígeno. Ele apenas obriga as pessoas
a se exporem agentes de risco em função da profissão.
AGENTES BIOLÓGICOS - Alguns agentes biológicos têm sido implicados na etiologia do câncer. Algumas dessas
associações pesquisadas são listadas a seguir. Vírus Herpes simples (HSV) Tipo I - câncer de língua
Papiloma vírus humano (HPV) - carcinoma verrucoso - uma possível transformação maligna nas lesões verrucosas da
boca. Estomatites crônicas causadas pelo fungo Cândido albicans em áreas irritadas por próteses mal adaptadas.
FATORES NUTRICIONAIS – DIETA - A falta de determinados nutrientes promove modificações da mucosa bucal, que
podem predispor o aparecimento do câncer. Evidências epidemiológicas têm demonstrado que existe uma relação
inversa entre consumo de frutas frescas, principalmente as cítricas (laranja, limão) e vegetais em relação à incidência
de câncer. A deficiência de ferro e Beta-caroteno, o precursor da vitamina A (encontradas na cenoura, mamão,
abóbora, batata-doce, couve e espinafre), por exemplo, causa atrofia da mucosa aumentando a predisposição para o
câncer de boca, faringe e esôfago.(Krauser, 2004).Dieta pobre em proteínas, vitamina A, riboflavina, associada à ação
de irritantes crônicos simultâneo, tem sido apontado como fator predisponente para o câncer de boca. O hábito de
consumir alimentos e bebidas quentes não é considerado fator significante no desenvolvimento deste tipo de câncer.
Também não está estabelecida uma relação de causa e efeito entre o uso de condimentos e este tipo de neoplasia.
HIGIENE BUCAL- A higiene bucal é medida pela freqüência de escovações. Indivíduo com maus hábitos de higiene
bucal tem risco aumentado para o desenvolvimento de câncer bucal. Essa condição é observada com freqüência entre
os etilistas e tabagistas. Estudos realizados mostraram que a agressão contínua da mucosa por dentes fraturados e
escovação deficiente contribuíram para a elevação do índice de risco cerca de 1,3 a 2,6 vezes, respectivamente
(MEDEIROS & WEYNE, 2001).
IRRITAÇÃO MECÂNICA CRÔNICA - A ação constante e prolongada de próteses mal adaptadas e de bordas cortantes
de dente sobre a mucosa bucal constitui, ao longo dos anos, causas de lesões hiperplásicas. Essas ações podem
induzir ao desenvolvimento do câncer de boca pela potencialização de outros agentes carcinogênicos que atuam na
mucosa, particularmente em indivíduos com hábitos tabagistas e etilistas.
CONCLUSÃO - Diante do que foi demonstrado através da analise dos principais fatores atrelados à cárie, à doença
periodontal e ao câncer, se pode interpretar o fumo e o stress como fatores críticos associados a estas enfermidades.
Partindo da idéia de que o estado de saúde abrange não apenas a ausência de doenças, mas sim o fator ou fatores
que cercam, como a realidade social do individuo (e que converge para a sua qualidade de vida), as suas viciosidades
sociais, o meio biopsicossocial o qual estar inserido, bem como o estado físico e psico saudáveis, tem extrema
relevância no desencadear de alterações físico-biológicas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
www.apcd.org.br
www.eduardorubio.odo.br
www.colgate.com.br
www.saúdevidaonline.com.br
www.drgate.com.br
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www.angelonline.cjb.net.
MEDEIROS, U. de V. WEYNE, S. de C. A doença cárie dentária no Brasil e no mundo. UFES Rev. Odontol. V. 3, n. 1,
p. 88-95, jan. /jun. 2001.
OLIVEIRA, A.G. R. C. Levantamento epidemiológico em saúde bucal - 1ª etapa - Cárie dental, 1996. Relatório Paralelo.
1998.
AVANÇOS NO DIAGNÓSTICO EM FARMACOLOGIA DA CÁRIE, DOENÇA PERIODONTAL E CÂNCER Autores: Brum, B.; Brito, J.; Tavares, J.; Mathias, M.; Santana, S.; Damásio, S. Orientador: Mendonça, R. RESUMO
INTRODUÇÃO - O objetivo desse trabalho é fazer com quê se conheça melhor as doenças relacionadas à cavidade
oral e saber tratar, prevenir e diagnosticar precocemente estas. As doenças que mais acometem a cavidade oral são:
Carie, Doença Periodontal e Câncer. Dessa forma vários estudos vêm sendo realizados com o intuito de identificar
precocemente a presença e a interação em condições críticas dos fatores essenciais ao seu aparecimento.
DESENVOLVIMENTO - Cárie dental -È uma patologia que tem início antes do desenvolvimento da lesão clinicamente
detectável. Sua manifestação provém de uma etiologia multifatorial na qual interagem superfície dentária, carboidratos
da dieta – principalmente a sacarose – saliva e os microrganismos da placa bacteriana. Entretanto, nem todos os
indivíduos de uma determinada população apresentam predisposições semelhantes para o desenvolvimento de cáries.
Diversas tentativas têm sido feitas para se utilizar bactérias bucais ou seus produtos para a predição do risco de cárie
em humanos. As principais bactérias associadas à predição do risco de cárie são os lactobacilos e os estreptococos do
grupo mutans. Através de exame clínico, lesões cavitadas em superfícies oclusais são inquestionáveis; no entanto, o
diagnóstico de lesões subsuperficiais de esmalte ou daquelas nas quais uma superfície aparentemente hígida de
esmalte recobre uma extensa progressão em dentina – cárie oculta 5,7 – é mais complexo, sendo necessária uma
avaliação criteriosa de características relacionadas à opacidade, coloração e textura durante o exame clínico.
Doença Periodontal - O principal fator etiológico da doença periodontal é a placa bacteriana, a qual vem sendo
estudada e discutida por vários autores tendo como marco histórico o estudo da gengivite experimental em humanos.
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A priori o tratamento era direcionado para o estabelecimento de uma forma e função da gengiva, posteriormente o
objetivo passou a ser o controle do agente causal, sendo indiferente o tipo de tratamento (cirúrgico ou não).
Segundo NENNSTROM et al, em 1987; SLOTS et al, em 1986; BRAGG et al em 1987, a hipótese da placa específica
(que permite associações entre grupos bacterianos específicos com diferentes formas de doença periodontal), implica
em um diagnóstico microbiano correto, para que a terapia adequada possa ser estabelecida. THEILADE em 1986,
acredita que esta teoria ainda não explica como pode acontecer a progressão da doença na ausência de patógenos
considerados de suma importância. Segundo LINDHE, para que uma infecção oportunista ocorra são necessários:
1- a presença de um microorganismo em um nicho microbiano: o nicho microbiano é representado pelo sulco
gengival, que abriga uma microflora predominantemente gram positiva facultativa do gênero Streptococcus e
Actinomyces, mas também pode alojar patógenos periodontais. Estes aumentam significativamente com a
severidade da doença periodontal, em função de alterações no equilíbrio da bolsa;
2- o estabelecimento de ambiente, no nicho, que favoreça a multiplicação e proliferação de certos segmentos da
microbiota
3- o desenvolvimento de resistência alterada do hospedeiro, que o torna incapaz de enfrentar a microbiota
presente no nicho ecológico: não somente a presença da placa bacteriana é suficiente para o desenvolvimento
da doença periodontal, mas também outros fatores podem estar envolvidos, como stress, doenças sistêmicas,
consumo de drogas e fumo; agem deprimindo o sistema imune, alterando a circulação sanguínea da gengiva e
o fluxo salivar, ou propiciando para partes específicas da placa nutrientes adicionais.
Classificação das Doenças Periodontais - GENGIVITE: se caracteriza clinicamente por edema, vermelhidão e
sangramento à sondagem. Pode apresentar-se de forma generalizada ou localizada. O aumento gradual na massa total
e espessura da placa bacteriana supragengival causa inflamação na margem gengival. Os microorganismos mais
associados são da espécie Streptococcus, Actinomyces e Spirochetas. GUNA: gengivite ulcerativa necrosante aguda –
necrose das papilas gengivais, sangramento espontâneo, dor, mau hálito. PERIODONTITE: caracteriza-se por
inflamação dos tecidos de suporte do dente, sangramento à sondagem e presença de perda de inserção.
Câncer - câncer oral é O responsável por 3 a 4% de todos os cânceres, apresenta índice de mortalidade de 50% em
cinco anos, sendo que nos Estados Unidos cerca de 30 mil novos casos são diagnosticados por ano, havendo
aumentos anuais recentemente. As localizações mais freqüentes são borda lateral da língua, lábio inferior e assoalho
da boca. As lesões cancerosas da mucosa oral assumem os mais variados aspectos: podem ser brancas a vermelhas,
ulceradas ou não, lisas, papulosas ou vegetantes.
CONCLUSÃO - Existem vários métodos para diagnóstico dessas doenças, os clínicos e imaginológicos ainda são os
mais utilizados. Constamos também com diferentes métodos como por exemplo: Caritest, perioscan, azul de toluidina,
capacidade tampão da saliva, teste de snyder, teste de fluxo salivar, entre outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MEDEIROS, U. de V.; WEYNE, S. de C. A doença cárie dentária no Brasil e no mundo. UFES Rev Odontol., v. 3, n. 1,
p. 88-95, jan./jun. 2001.
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OLIVEIRA, A .G. R. C. Levantamento epidemiológico em saúde bucal – 1ª etapa - Cárie dental, 1996. Relatório
Paralelo. 1998. http.//www.angelonline.cjb.net.
CARRANZA, F. A., NEWMAN, M. G. Periodontia Clínica. 8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
LINDHE, J. Tratado de periodontologia clínica. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1988.
MONTEIRO DA SILVA, A. M. Psychosocial factors, dental plaque levels and smoking in periodontitis patients. J. Clin.
Periodontol., n.25, p.517-523, Jun., 1998.
FATORES DE RISCO - DIAGNÓSTICO PRECOCE DA CÁRIE, DOENÇA PERIODONTAL E CÂNCER BUCAL Autores: Cardoso, J.; Kutras, M.; Masini, R.; Mota, R.; Assis, T.; Godo, V. Orientador: Lamberti, P. L. RESUMO
Devido ao aumento do número de casos de cárie, doença periodontal e câncer, a Odontologia percebeu a necessidade
iminente de capacitar seus profissionais a detectar precocemente os fatores de risco e o diagnóstico precoce da
doença. Através da revisão da literatura, foram abordados os principais fatores de risco da cárie, doença periodontal e
câncer.
PALAVRAS-CHAVES: cárie; doença periodontal; câncer; fatores de risco; diagnóstico precoce.
INTRODUÇÃO: Fatores de risco são condições que predispões uma pessoa a maior risco de desenvolver determinada
doença. O presente trabalho tem como objetivos abordar os principais fatores de risco relacionado com a cárie, doença
periodontal e o câncer bucal.
O risco à doença cárie dental é a probabilidade de desenvolvimento de lesões cariosas. BRATHALL e ERICSSON,
afirmam que é possível estabelecer um “perfil de risco” de um indivíduo a partir de um grupo de informações, dentre
esta: dieta, flúor, saliva, higiene bucal e microorganismos. A gengivite e periodontite crônica são formas mais comuns
de doença periodontal. Fatores de risco que demonstram relacionar-se diretamente com a freqüência da gengivite são:
diabetes Mellitus, trauma, a respiração bucal, fumo, estresse emocional, deficiência nutricional, uso de aparelhos
ortodônticos a Aids. O Câncer bucal é a oitava neoplasia mais freqüente, esta tem sido considerada como um problema
de saúde publica onde reconhecidamente a prevenção e o diagnóstico precoce consistem nas melhores formas de
reverter essa situação. Os fatores de risco do câncer bucal são: desnutrição, condição sistêmica, idade, sexo, fator
hereditário, genes oncogênicos, tabagismo, etilismo, exposição à radiação e vírus oncogenes. Suspeita-se que o fumo
seja um agente iniciador e o álcool o promotor do mecanismo oncogênico.
Revisão da literatura: Cárie - A doença cárie é um processo dinâmico que ocorre nos depósitos microbianos (placa
dental nas superfícies do dente) e que resulta em distúrbio do equilíbrio entre substâncias do dente e o fluido da placa
adjacente. Com o decorrer do tempo, o resultado é a perda de mineral na superfície do dente (Thylstrup, 2001). Porém
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é necessário que vários fatores estejam presentes para que esta doença ocorra. Fatores estes, relacionados a saliva,
microorganismos da cavidade oral, dieta, higiene, dentre outros.
Os traços característicos da doença cárie são: é uma doença, ou processo, crônico que progride muito lentamente e a
doença raramente é autolimitante e, na ausência de tratamento, progride até que o dente seja destruído. A doença
pode afetar o esmalte, a dentina e o cemento. A destruição localizada dos tecidos duros, geralmente chamada lesão, é
o sinal da doença. Os sinais da doença podem ser classificados em uma escala que vai desde a perda inicial de mineral
no nível ultra-estrutural até a destruição total do dente (Thylstrup, 2001). Como já se sabe, esta, por ser uma lesão que
progride lentamente, torna-se importante detecta-la precocemente para que seja tratada. É importante, ressaltar
aspectos relacionados aos fatores potenciais para o surgimento desta doença, para que além do tratamento, a
prevenção através da informação às pessoas a respeito dos fatores que causam esta doença seja realizada, como por
exemplo, a dieta. Fazendo assim uma orientação sobre a alimentação ideal a ser ingerida, ressaltando a necessidade
de redução de ingestão de açúcares, alimentos pegajosos etc.
As lesões cariosas apresentam-se sob varias características clínicas, dependendo de quanto a destruição progrediu em
uma superfície em especial: a desmineralização prematura pode ser detectada apenas após cuidadosa secagem e
exame da superfície, ao passo que a lesão mais avançada pode ser facilmente detectada pela presença de uma
cavidade e, entre os dois, existe uma ampla faixa de sinais clínicos do ataque da doença passados e presentes
(Thylstrup, 2001). O diagnostico precoce da doença cárie é observado através de lesões de mancha branca. Este sinal
indica que a desmineralização, proveniente do metabolismo das bactérias presentes na cavidade oral, está
acontecendo. A partir da observação desta característica, o diagnostico precoce da lesão é realizado e o tratamento
deste problema poderá ser elaborado sem que seja necessária a utilização de instrumentos cortantes que possam
agredir a estrutura do dente. Além da mancha branca a cárie pode ser observada, quando inativa, como uma região
escurecida e com a presença de cavidade, porém neste caso o tratamento conservador não poderá ser executado, pois
já existe uma cavidade no elemento dental. Medidas preventivas, como: controle da placa, educação em saúde bucal,
controle da dieta, uso profilático e terapêutico do flúor, são aplicadas na odontologia com a finalidade de manter a
dentição natural por meio da perpetuação do estado de saúde de suas estruturas bucais.
Dieta: É importante observar que a dieta rica em carboidratos, especialmente aquelas cujas preparações tem alta
adesividade às superfícies dentais, associadas à má higienização, favorece a cariogênese, pela criação de condições
favoráveis à atividade bacteriana. Durante a fermentação dos carboidratos, as bactérias produzem ácidos que
desestabilizam o pH bucal, acarretando a saída de íons cálcio da estrutura dentária, que funcionam como um sistema
tampão para a estabilização do pH bucal. Com tal ocorrência, estes íons cálcio retornam à estrutura dental, sendo esse
processo conhecido como DES-RE (desmineralização-remineralização). Então, o tempo que o alimento permanece na
cavidade bucal é determinante no processo carioso, visto que a oferta contínua de açúcar para a placa bacteriana
acarretará uma maior produção de ácidos e, conseqüentemente, um desequilíbrio no ciclo DES-RE, onde a
desmineralização será maior que a remineralização, causando assim a cárie dentária.
Flúor: O flúor vem sendo utilizado na Odontologia por aproximadamente um século, seu efeito preventivo foi atribuído à
redução da solubilidade do esmalte, resultante da sua incorporação na apatita, formando o composto fluorhidroxiapatita,
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que torna o esmalte mais resistente.GEDDES e BOWDEN (1990), afirmaram, que a concentração de flúor altera não
somente o metabolismo das bactérias, promovendo assim uma redução na acidogenicidade, mas também, altera a
produção de polissacarídeos extra-celulares insolúveis, reduzindo a aderência bacteriana à placa. O flúor age reduzindo
a solubilidade do esmalte por sua simples ação dinâmica no meio líquido ao nível da lesão de cárie do que pela sua
posição estática, incorporado em concentração não significativa no esmalte. É o que ocorre quando se ingere açúcar e
atinge-se na placa dental um pH < 5,5. Havendo a presença de F na placa, embora o dente perca Ca e P para o meio
bucal, ele ganhará Ca, P e F do meio pelo fato de que este mantém-se ainda (pH < 5,5 > 4,5) supersaturante em
relação ao produto de solubilidade da FA (fluorapatita). Ocorre uma troca da perda de Ca e P na forma de HA
(hidroxiapatita) pelo ganho de Ca e P na forma de FA. Na dinâmica do processo da cárie quando o pH tende a retornar
ao normal, após fenômeno de desmineralização, condições supersaturantes em relação ao produto de solubilidade da
HA são novamente restabelecidos, o que ativará o fenômeno de remineralização, aumentando a eficiência da reposição
de Ca e P perdidos.
Saliva: A saliva também tem um papel importante no contexto da cárie dental. Ela é reconhecida como um fator de
proteção da cavidade bucal, e em conseqüência, da superfície dental. A saliva contem fatores anti-microbianos
(imunoglobulinas e efeito tampão) que fundamentais na ocorrência da cárie. Logo a diminuição do fluxo salivar, implica,
na diminuição desse fatores e conseqüentemente, propicia um meio mais favorável para o desenvolvimento da cárie.
Microorganismos: Os microorganismos presentes na cavidade bucal formam uma película firmemente aderida ao
dente, que é responsável pela desmineralização.
Doença Periodontal: A terminologia doença periodontal abrange uma serie de condições clinico-patológicas distintas
que afetam o periodonto, incluindo as gengivas livre e inseridas, bem como o ligamento periodontal, o cemento reticular
e osso alveolar. O termo gengivite refere-se a uma condição inflamatória limitada as gengivas livre e inserida. A
gengivite crônica é uma das doenças mais comuns em humanos. Na maioria dos grupos etários, as mulheres
demonstram uma freqüência menor de gengivite crônica quando relacionadas com os homens, o que se deve a uma
melhor higiene bucal. Os sinais mais precoces da gengivite crônica são usualmente as mudanças na cor e textura,
acompanhadas por um discreto aumento dos tecidos, com relativa perda de consistência e da adaptação aos dentes.
Com o progresso da doença os tecidos gengivais apresentam-se vermelhos, brilhantes e edemaciados, exibindo
margens irregulares com perda ou redução do pontilhado gengival, podendo revelar, ainda, sangramento à leve
sondagem. Diversos fatores que predispõem a doença periodontal podem ser observados, entre eles estão: o acúmulo
de placa, presença de cálculo, uso de aparelhos ortodônticos, fumo, Aids, respiração bucal, diabetes e má nutrição.
(NEVILLE, 1998).
A causa primária da inflamação gengival é a placa bacteriana. Junto com outros fatores predisponentes. Um desses
fatores predisponentes é o cálculo. O cálculo consiste em uma placa que se forma sobre a superfície dos dentes
naturais e próteses. O cálculo é classificado em supragengival ou subgengival em relação à margem gengival. O cálculo
supragengival localiza-se coronalmente a margem gengival e é, portanto, visível na cavidade bucal. Ele é geralmente
branco ou amarelado, de consistência dura como argila. O calculo subgengival esta localizado abaixo da crista da
gengiva marginal e, portanto, não é visível no exame clinico de rotina. A localização e extensão dos cálculos
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subgengivais podem ser avaliados através de sondagem. Possui a consistência dura e densa e freqüentemente
aparece com coloração marrom-escuro ou verde-escuro, firmemente aderido à superfície dentária. (CARRANZA, 2002).
De acordo com GENCO (1992), as mulheres exibem uma maior susceptibilidade à gengivite crônica, quando estão
expostas a elevados níveis de progesterona associados à gravidez ou a algumas formas de contraceptivos orais, visto
que, tal hormônio parece aumentar a permeabilidade dos vasos sanguíneos gengivais, determinando, com isso, uma
maior sensibilidade aos irritantes bacterianos, físicos e químicos.
A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é caracterizada por um profundo dano no sistema imune. A
transmissão ocorre principalmente por contato sexual, ou por exposição do sangue. A AIDS afeta indivíduos de todas as
idades, porém mais de 90% dos casos ocorrem em adultos. Lesões bucais são bastante comuns em pacientes
infectados. Uma gengivite linear eritematosa, de fácil sangramento e persistente foi descrita em alguns pacientes HIV
positivos, podendo ou não ser o precursor de uma periodontite. A gengivite eritematosa associada ao HIV geralmente
não responde a terapia corretiva, embora tais lesões possam evoluir para a remissão espontânea. As periodontites de
forma rapidamente progressiva, ulcerativa, necrosante ocorrem com maior freqüência em pacientes HIV positivos. As
lesões podem ocorrer em qualquer região da arcada dental e são usualmente localizados em poucos dentes. O osso é
freqüentemente exposto. A saúde periodontal de um paciente infectado pelo HIV esta sujeita a grandes variações, mas
a susceptibilidade a infecção periodontal aumenta à medida que o sistema imune se torna mais comprometido. Com
cuidados domiciliares, tratamento periodontal e manutenção apropriada, indivíduos HIV positivos podem prever uma
saúde periodontal razoável durante o curso da doença. Um número de efeitos adversos induzidos por drogas foi
descrito em pacientes HIV positivos como exemplo a leucopenia, caries, xerostomia. Quando o efeito da droga é severo
ou persistente, terapias alternativas com drogas diferentes deverão ser utilizadas. (LINDHE, 1997).
Segundo LINDHE (1997), apontou a má adaptação do aparelho como uma das causas da gengivite Adicionalmente, o
aparelho provê áreas de retenção para acúmulo de placa e restos de alimentos além de dificultar a higienização. Os
aparelhos ortodônticos não apenas retêm placa bacteriana e resíduos alimentares, o que resulta em gengivite, mas
também são capazes de modificar o ecossistema gengival. Após a colocação de bandas ortodônticas, é visto um
aumento de Prevotella melaninogenica, P. intermédia e Actinomyces odontolyticus e uma diminuição na flora
anaeróbia/facultativa do sulco. É importante evitar forças excessivas e o movimento dentário muito rápido no tratamento
ortodôntico. A força excessiva pode produzir a necrose do ligamento periodontal e do osso alveolar adjacente, que em
geral sofre reparação. Contudo, a destruição da do ligamento periodontal na crista do osso alveolar pode gerar uma
lesão irreparável.
A diabete como um fator de risco para a doença periodontal tem sido objeto de debate por vários anos. Embora seja
difícil obter conclusões definitivas sobre os efeitos específicos do diabetes sobre o periodonto, uma variedade de
alterações é descrita, incluindo uma tendência ao crescimento gengival, nódulos gengivais, sésseis ou pendiculados,
proliferações gengivais nodulares, formação de abscessos, periodontite e perdas dentais. A periodontite no diabetes
tipo 1 parece iniciar após os 12 anos de idade. A prevalência de periodontite é relatada como sendo de 9,8% em
indivíduos de 13 a 18 anos de idade, aumentando para 39% naqueles com 19 anos e mais velhos. (GENCO, 1992).
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Segundo LINDHE (1997), a plausibilidade biológica de uma associação entre o tabagismo e a doença periodontal foi
baseada nos efeitos potenciais das substancias relacionadas ao cigarro, como nicotina, o monóxido de carbono e o
cianeto de hidrogênio. Em resumo, tais substancias podem agir como vasoconstrictores, o que resulta em isquemia do
tecido, redução da resposta vascular inflamatória e reparo celular. De acordo BOSTROM (1998), o fumo eleva o nível
de TNF no fluido crevicular de pacientes portadores de periodontites, mas não eleva os níveis de albumina, IgA e IgG
encontradas no fluido crevicular desses mesmos pacientes, sugerindo, assim, que a doença periodontal é bem mais
destrutiva ou Ativa sob a influencia do fumo.
A gengivite é freqüentemente observada em associação a respiração bucal. As alterações gengivais incluem eritema,
edema, aumento do volume e um brilho superficial difuso nas áreas afetadas. A maneira exata pela qual a respiração
bucal afeta a gengiva não foi demonstrada. Seu efeito prejudicial é geralmente atribuído à irritação advinda da
superfície desidratada. (CARRANZA, 2002).
Dependendo de sua natureza, a má oclusão exerce efeitos variados na etiologia da gengiva e doença periodontal. O
alinhamento irregular dos dentes dificultará ou tornara impossível o controle da placa. As relações mordidas aberta
levam a modificações periodontais causadas pelo acúmulo de placa e ausência ou diminuição na função. (CARRANZA,
2002).
Segundo CARRANZA (2002), pacientes com câncer tratados com altas doses de radiação sofrem de perda de inserção
periodontal e perda dentaria. O osso irradiado demonstra acelularidade e avascularidade, estas alterações tornam o
osso mais susceptível a infecções, e, conseqüentemente a doença periodontal. Assim estas pacientes devem receber
cobertura antibiótica e profilática antes do tratamento.
Numerosos experimentos em animais demonstram que o caráter físico da dieta pode ter algum papel no acúmulo de
placa e desenvolvimento da gengivite. Dietas macias, apesar de adequadas nutricionalmente, podem levar ao acumulo
de placa e formação de cálculos. Alimentos duros e fibrosos proporcionam uma limpeza de superfície e estimulação, o
que resulta em menos placa e gengivite. A dieta humana pode possuir um alto conteúdo de sacarose, o que favorece a
produção de uma placa mais espessa. Apesar do consumo da dieta ser geralmente considerado em termos de sustento
individual, ele também é a fonte de nutrientes para bactérias. Através de seus efeitos nas bactérias bucais, a
composição da dieta pode influenciar a distribuição relativa dos tipos de organismos, suas atividades metabólicas e seu
potencial patogênico, o qual por sua vez afetara a ocorrência e gravidade da doença bucal. (SILNESS, 1999).
A gengivite crônica pode permanecer nesse estado ou, com a presença continua da placa periodontopatogênica,
progredir para o estado de periodontite. A periodontite ocorre pela extensão da inflamação gengival as estruturas mais
profundas do periodonto em conseqüência de um desequilíbrio entre microbiota potencialmente patogênica e a resposta
imunológica do hospedeiro, levando à destruição progressiva das estruturas de suporte. A periodontite crônica não
demonstra predileção por sexo, sendo associada com a idade avançada, e o pouco acesso a assistência odontológica,
além dos fatores predisponentes já vistos anteriormente. A periodontite crônica leva de anos a décadas para progredir,
onde vários estágios clínicos de exacerbação e remissão são típicos. A periodontite não é um processo continuo, mas
sim episódico. (LINDHE, 1997).
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Câncer Bucal: Segundo BORAK (2001), o câncer da boca é doença de alta incidência. Estima-se que cerca de 7% da
população mundial esteja acometida. O Brasil está em 4º lugar em incidência no mundo. Atualmente o câncer de boca é
a 8º neoplasia mais freqüente no Brasil, sendo que o carcinoma epidermóide corresponde cerca de 95% dos casos
(MORAES, 1995). A etiologia do câncer é um somatório de fatores carcinógenos que podem levar ao aparecimento da
doença (ABDIEL, 1993). Podemos dividir tais fatores em intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos incluem
estados sistêmicos ou gerais, como a desnutrição geral, sexo, idade, hereditariedade e outros; nos fatores extrínsecos
incluem-se agentes externos como álcool, fumo de tabaco, sífilis, luz solar e outros. (NEVILLE, 1998).
Segundo NEVILLE (1998), muitas evidências clínicas indiretas implicam o hábito do fumo de tabaco no
desenvolvimento do carcinoma de células escamosas oral, sendo a proporção de fumantes entre os pacientes dos
carcinomas orais de duas a três vezes maior que a população em geral. Suspeita-se que o fumo seja um agente
iniciador e o álcool o promotor do mecanismo oncogênico (CHAIM E COPI, 1998), quando associados, atuam
sinergicamente, aumentando significantemente o risco para o desenvolvimento do câncer (NEVILLE, 1998). Outro
grande fator de risco é a radiação, segundo NEVILLE (1998), a exposição excessiva ou a longo prazo ao componente
ultravioleta da radiação solar provoca uma alteração difusa e pré-maligna do vermelhidão do lábio inferior, a queilose
actínica. Esta lesão causa mudança clínicas iniciais como atrofia da borda do vermelhão do lábio inferior, caracterizada
por uma macia e áreas pálidas com erupções, nas regiões mais ressecadas, desenvolvem-se áreas ásperas e
escamosas. Com a progressão da lesão, ocorre uma ulceração focal crônica em um ou mais locais. Tais ulcerações
podem durar por meses, sugerindo uma progressão para o câncer bucal.
O câncer de boca se tornou um problema de saúde pública, nem tanto por sua mortandade, mas sim por sua
morbidade. Porém, de acordo com BORAK (2001), se diagnosticado no início de sua evolução, pode ser curado em
grande número de casos, nos casos avançados extensos ou disseminados a chance de cura é praticamente nula.
Assim é importante estar sempre atento às alterações bucais aparentemente nocivas, que podem passar despercebidas
por serem mínimas, para poder detectar o tumor maligno o mais precoce possível, ainda passível de ser tratado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 5º SEMESTRE
USO DO LASER NO PREPARO CAVITÁRIO Autores: Carvalho, C.; Silva, G.; Barreto, M.; Cardoso, S. P.; Leopoldino, T. Orietador: Noya, M. S. RESUMO
INTRODUÇÃO - Diz a sabedoria popular que o mal se corta pela raiz. Essa máxima encerra o paradigma que a
odontologia deseja ver definitivamente abolido das clinicas dentarias. Novos matérias e instrumentos aplicados ao
tratamento odontológico permitem que cada vez, mas o “mal” seja removido do seu limite exato, sem que qualquer
estrutura dentaria saudável do paciente seja sacrificada inutilmente. A palavra é preserva. Promover saúde com
qualidade, minimizando a dor através de abordagens menos agressivas.
O conceito que é conhecido como odontologia minimamente invasiva propõem um novo olhar sobre antigos problemas.
Nem tão novo assim se lembrarmos que ainda no século XIX tempo em que o dente doente era literalmente extirpado
pela raiz, o dentista americano Dr Greene Vardimam Black (1836 – 1930) já dizia que chegaria o dia em que os
profissionais estariam mais engajados na odontologia preventiva do que na restauradora.
Histórico - Einstein foi o primeiro cientista a propor princípios que antecederam a concepção do laser, em 1917, ao
descrever o 3° processo de integração da matéria: a emissão estimulada da radiação. Conclui que essa interação
poderia existir e que seria produzida por m processo atômico (Sulewski, 2000; Varandas, Genovese, 2000). Com base
nas teorias de Einstein, muitos cientistas foram impulsionados a estudar o assunto. Por volta da década de 60, foi
criado o primeiro laser sólido com aplicabilidades cirúrgica no campo da Oftalmologia, o laser de Rubi (Sulewski, 2000;
Varandas, Genovese, 2000). Também por volta da década de 60, desenvolveu-se o laser de CO² , útil para a area
medica pela sua alta absorção por moléculas de água. E em meados dos anos 80, testou-se, in vivo, o uso do laser de
argônio, produzindo janela naso-antral. (Varandas, Genovese, 2000).
Em 1990 os protótipos dos lasers de Érbio: YAG começaram a serem pesquisados no Japão e na Alemanha e em 1992
surgem os relatos dos primeiros preparos cavitários conservadores com Meclern na França. Em 1994 os alemães
lançam no mercado os primeiros lasers comerciais de Er: YAG, logo seguidos pelos japoneses em 1995. Em 1998 o
laser de Er: YAG ë aprovado pela FDA (USA) para utilização em preparos cavitários conservadores em adultos e em
1999 para crianças. No entanto, os preparos cavitários com laser, em muitas situações, ainda necessitam da utilização
associada aos instrumentos rotatórios em alta rotação. Os preparos cavitários protéticos ainda não podem ser
realizados com o laser, a não ser alguns "inlay" de pequena proporção.
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Laser - Caracterizado como um feixe de luz concentrado, o laser, entre as suas várias utilidades, cada vez mais se
torna um equipamento eficaz e seguro para uso na odontologia. Da remoção de cáries a tratamento de canal, ele está
recebendo a atenção de pesquisadores e dentistas em todo o mundo.
"O laser pode ser usado em diversas áreas da odontologia e é um procedimento muito seguro. Mas engana-se quem
acha que ele veio para substituir os equipamentos tradicionais. Ele é parceiro nos tratamentos dentários", explica o
professor Carlos de Paula Eduardo, da Fousp. De acordo com o pesquisador, a nova tecnologia traz inúmeros
benefícios aos pacientes. Além de não causar dor na maioria dos casos, o laser faz uma remoção seletiva do tecido
cariado, porque o feixe de luz age exclusivamente na cárie, preservando as áreas adjacentes que estão sadias - coisa
que a broca de alta rotação não faz. Na prevenção, o laser associado ao flúor aumenta a resistência do dente à cárie.
Outra grande vantagem, talvez a maior delas, é a redução de infecções microbianas nos tratamentos dentários -
exatamente uma das áreas de pesquisa da Fousp, em conjunto com a Universidade de Aachen, na Alemanha. Por meio
de um processo denominado de ablação do tecido cariado, o laser causa microexplosões na dentina (camada logo
abaixo do esmalte do dente) atingida pelas bactérias, removendo a cárie e reduzindo em até 99,6% a população de
microrganismos. O mesmo benefício acontece em tratamentos de canal e periodontais, aqueles que envolvem a
gengiva.
Vários tipos de lasers podem ser empregados nos tratamentos, sendo os mais comuns os de argônio, de dióxido de
carbono (CO2), de érbio-YAG (Er:YAG) e neodímio-YAG (Nd:YAG). O laser de argônio opera tendo como meio ativo
uma ampola de gás argônio que emite luz nas faixas do ultravioleta, do azul e do verde, enquanto o de CO2 tem como
meio ativo uma ampola de dióxido de carbono. Sua luz é emitida no infravermelho e ele é muito usado na prática de
vaporização, situação em que um tecido biológico mole ou duro é convertido em vapor pela energia absorvida do feixe
de luz. Já os laser Er:YAG e Nd:YAG são formados, respectivamente, a partir dos elementos químicos érbio e
neodímio, e YAG é a designação de um cristal sintético constituído por óxido de ítrio e de alumínio. Excetuando o de
argônio, que é visível ao olho humano, os demais são invisíveis. Nesse caso, o equipamento emite um feixe de luz
vermelho chamado luz guia, que serve para indicar o local preciso onde o feixe de laser deve incidir.
Esses lasers variam de acordo com a forma que são produzidos e classificados como de baixa ou alta potência,
conforme a concentração de energia no feixe de luz. Enquanto os lasers de alta potência permitem o corte de até
placas de aço, os de baixa potência são usados para bioestimulação. Com eles, o dentista é capaz de interferir no
metabolismo celular por meio da excitação das moléculas, acelerando reações como cicatrização, analgesia e
desinflamação", diz Bagnato. Trata-se de uma reação química muito bem delimitada e que não pode ser confundida
com cromoterapia."
O potencial de uso do laser não pára por aí. "Ele também pode ser empregado para prevenção e diagnóstico,
mostrando onde existem cáries precoces", afirma Denise Zezell, coordenadora do Laboratório de Lasers em Ciência da
Vida do Centro de Lasers e Aplicações (CLA), unidade do Ipen. Muitas vezes, a cárie está abaixo do esmalte do dente e
não é flagrada pela radiografia. O laser detecta essas infiltrações incipientes com mais sensibilidade do que os
equipamentos convencionais. A tecnologia também pode ajudar a fazer diagnósticos de vitalidade pulpar por técnicas
de ultra-som, outra técnica desenvolvida no Ipen. "Nesse caso, o laser atinge os microvasos da polpa do dente e traz a
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informação da velocidade do deslocamento do sangue, mostrando se a região está ou não saudável", explica o físico
Nílson Dias Vieira Júnior, gestor do CLA. Esse diagnóstico, feito com laser de baixa potência, revela possíveis casos de
necrose causada pela tração de aparelhos ortodônticos.
Laser de Érbio - O Laser de Érbio é um sistema consagrado para uso odontológico, isso se deve ao seu comprimento
de onda em 2940 nm que coincide com o pico máximo de absorção da água, resultando em boa absorção pelos tecidos
biológicos, incluindo os tecidos dentais duros. Devido às suas características de absorção, o laser de Er:YAG é visto
como um meio alternativo para a ablação de tecidos cariados, sem causar injúrias térmicas aos tecidos duros
adjacentes e ao órgão pulpar.
O laser de Erbium:YAG (meio ativo de estado sólido, sendo um cristal de ytrium-alumínio-granada dopado com erbium)
trata-se de um dos sistemas mais recomendados para a Dentística Restauradora, tendo surgido em 1988 (HIBST;
KELLER; STEINER4) como um novo instrumento para remoção de esmalte e dentina, porém foi aprovado nos Estados
Unidos apenas em 1997 pela Food and Drug Administration (FDA), com a finalidade de ablacionar os tecidos duros
dentais (COZEAN1, 1997) realizando preparos cavitários e modificando esses tecidos superficialmente.
Mecanismo de Ação - Seu comprimento de onda de 2940 nm coincide com o pico máximo de absorção da água
permitindo que, após a absorção da energia do laser pela água, ocorra vaporização e expansão da mesma com
aumento da pressão interna do meio. Este aumento gera micro-explosões resultando em ejeção do substrato em forma
de partículas microscópicas, removendo tecido cariado e deixando os canalículos dentinários abertos. Neste processo,
conhecido como efeito fotomecânico, a maior parte da energia incidente é consumida, sendo que, apenas uma pequena
fração resulta em aquecimento do tecido remanescente, contrastando com o mecanismo fototérmico presente em
outros sistemas laser (HIBST; KELLER5 - 1988; MISERENDINO - 1995; LIZARELLI8 - 1999).
A máxima absorção do laser de Er:YAG pela água o torna seletivo ao tecido cariado, mais úmido, permitindo uma
remoção mais efetiva da dentina infectada durante o processo de ablação. Esta notável característica permite sua
utilização com segurança no tratamento da cárie dental, com precisão e ausência de sintomatologia dolorosa. Além de
preparos cavitários conservadores, existem outras aplicações clínicas, como nos casos de osteotomias e apicectomias
(pela grande afinidade com a hidroxiapatita), cirurgias em tecido mole (devido absorção pela água), limpeza de fóssulas
e fissuras, redução bacteriana nas bolsas periodontais e nos condutos intra-radiculares.
Indicação Clinica - Muitas pesquisas têm se desenvolvido nesta nova área, já se podendo realizar os seguintes
procedimentos:
Condicionamento do esmalte dental que associado ou não ao condicionamento ácido promove força de tração de resina
comparável com resultados obtidos com os ácidos.
Preparos cavitários conservadores com preservação de tecidos dentais sadios:
- Classe V
- Classe III
- Classe IV
- E os preparos Classe I e II, muitas vezes associados aos métodos tradicionais.Cáries de sulcos e fissuras -
Os preparos cavitários com laser são indicados para restaurações em resinas compostas, pois não proporcionam
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paredes definidas e regulares.Estudos in vitro, demonstram que a adaptação marginal das restaurações de resina
composta em cavidades preparadas com laser é comparável com restaurações em cavidades preparadas
convencionalmente, pois os resultados das medidas de microinfiltração na interface dente-material restaurador são
semelhantes.
Vantagens - A remoção do tecido cariado é muito precisa, preservando ao máximo a estrutura dental remanescente.
Com certeza a grande vantagem da utilização desta tecnologia de ponta, aliada a possibilidade de realizar preparos
cavitários conservadores, é o fato desta luz apresentar alto potencial em redução bacteriana após remoção fina; do
tecido cariado contaminado, já comprovado com índices de viabilidade entre 98,9 e 99,7%. Este fato reveste-se de
grande importância na conservação máxima da estrutura dental remanescente. Oferece maior conforto ao paciente já
que não provoca a vibração, pois a luz age à distância, além de proporcionar redução de ruídos quando comparados ao
tratamento convencional.
Grande parte dos preparados cavitários é realizada sem anestesia, dependendo da profundidade e do limiar de dor de
cada paciente.
Apresenta papel importante na Odontologia Preventiva, pois o esmalte irradiado com laser pode apresentar aumento à
resistência aos ácidos.
Desvantagens - O alto custo dos equipamentos a laser; Necessidade de conhecimentos das normas de segurança
para a utilização dos equipamentos, sendo, portanto necessária uma especialização na área do laser, para o
entendimento da interação laser-tecido alvo, fato este, que dificulta a divulgação e a popularização dessa nova
tecnologia para a utilização na clínica diária.
CONCLUSÃO FINAL - Há necessidades que o binômio pesquisa-clínica seja fortemente levado em consideração como
observação máxima dos cuidados das normas de segurança para o paciente-profissional-auxiliar. E também de extrema
importância de protocolos já aprovados, utilizando parâmetros adequados de energia, a fim de que os benefícios sejam
levados aos nossos pacientes.
Certamente, o futuro da odontologia, como resultado dos significativos métodos preventivos, terá como alternativa a
remoção de pequenas áreas do tecido cariado por meio do processo de ablação com a microexplosão do esmalte e
dentina, resultando preparos cavitários extremamente conservadores. As restaurações destas micro-cavidades
utilizando sistemas adesivos e materiais restauradores de última geração, proporcionarão às estruturas dentais
melhores características de estética e de resistência e fatura.
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O PAPEL DO ESTOMATOLOGISTA ANTES E DEPOIS DO TRATAMENTO DE QUIMIOTERAPIA Autores: Franco, A. S. C.; Pereira, C. H. A. C.; Pitanga, F. C. C.; Schleinstein, M. P.; Silva, J. P. B. K.; Orientador: Lamberti, P. L. RESUMO
INTRODUÇÃO: A neoplasia surge de células transformadas e caracteriza-se por uma proliferação celular
descontrolada que ocorre à custa do hospedeiro. Os cânceres propagam-se por invasão dos tecidos circundantes e por
metástase para locais distantes. Os tumores podem exibir uma acentuada heterogeneidade quanto ao cariótipo, à
morfologia, imunogenicidade, taxa de crescimento, capacidade de se metastatizar e responsividade às drogas anti-
neoplásicas. No momento atual, a maioria dos tratamentos eficazes para a doença sistêmica utiliza agentes
quimioterápicos, ou hormonais, ou uma combinação de ambos. (COLEMAN et al.,1996).
Uma boa interação entre o médico e o dentista é o início de tudo. Para que possa intervir no sentido de evitar as
complicações orais, é importante que o dentista saiba o tipo de câncer do paciente, suas condições médicas, em
especial a contagem de leucócitos, e todos os detalhes sobre o tratamento a que vai se submeter, inclusive o tempo de
intervalo entre as sessões de quimioterapia (DORNELES et al., 2004).
A quimioterapia tem por objetivos controlar os neoplasmas amplamente disseminados, complementar uma cirurgia e/ou
irradiação, cuidado paleativo para pacientes com carcinomas espino-celulares avançados da cabeça ou do pescoço
(BORAKS, 2001).
Os tipos de agentes quimioterápicos estão estabelecidos em categorias: Agentes alquilantes, antibióticos,
antimetabolitos, alcalóides de plantas, esteroides/hormônios, diversos ; podendo ser de uso único ou em terapia
combinada (HARDMAN, 1996).
Os agentes quimioterápicos destroem ou desativam rapidamente as células cancerosas em divisão com o mínimo
possível de destruição de células normais. Os efeitos colaterais dessas drogas são significativos e freqüentemente
envolvem os tecidos orais (COLEMAN, 1996).
DESENVOLVIMENTO: A quimioterapia é um método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no
tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de
quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica (INCA).
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As células normais de rápida proliferação são susceptíveis a ação supressora de agentes quimioterápicos. Os efeitos
colaterais mais comuns incluem: alopécia, (queda capilar), mielossupressão (supressão da medula óssea causando
uma redução da leitura de valores do hemograma, levando à anemia, leucopenia e trombocitopenia), imunossupressão
(inibição da resposta de anticorpos resultantes da leucopenia), náusea e vômito; diarréia e perda de apetite
(DORNELES et al., 2004).
As complicações orais provocadas pela quimioterapia para tratamento do câncer é um tema ainda muito pouco
conhecido e estudado no Brasil. Está cada vez mais clara a importância do dentista no tratamento de pacientes
quimioterápicos. Quando realizada da forma e no tempo corretos, a intervenção deste profissional pode evitar ainda
mais sofrimento aos pacientes, já que periodontites ou quaisquer outros distúrbios orais podem tomar proporções bem
maiores, e perigosas, em pacientes submetidas à quimioterapia (BORAKS, 2001).
Os fatores que afetam a severidade dos efeitos orais são dosagem e duração da droga administrada, idade do
paciente, estado sanitário oral do paciente e hábitos dietéticos e condições sistêmicas/ perfil hematológico. Além disso,
devem-se levar em consideração os efeitos citotóxicos diretos: mucosite ulcerativa, xerostomia transitória, dor maxilo-
mandibular, desenvolvimento anormal do esmalte e de raízes, retardo na erupção; e os efeitos citotóxicos indiretos,
causada pela mielosupressão: hemorragia – sangramento gengival e petéquias e equimoses orais; infecção –
bacteriana, viral e fúngica (COLEMAN, 1996).
É fundamental que os profissionais de saúde atentem para os cuidados orais, como agendamento, hemograma,
transfusão de plaquetas, profilaxia antibiótica, prevenção e remissão – retorno das taxas à normalidade e manutenção
da higiene oral (WILKINS, 2004).
A mucosite é um dos problemas odontológicos a atingir as pessoas que se submetem às sessões de quimioterapia. Os
sinais clínicos presentes são: mucosa esbranquiçada com insuficiente descamação de ceratina, substituição por
mucosa atrófica, que é edematosa, eritematosa e friável (EPSTEIN et al., 2000), presença de mebrana fibrinopurulenta,
amarelada e destacável, dor queimação e desconforto durante a alimentação e higiene oral, perda do paladar e
susceptibilidade à infecção (PLEVOVÁ, 1999, CHILDES et al., 1993).
A xerostomia é a diminuição da produção de saliva devido às agressões que as glândulas salivares sofrem durante o
tratamento oncológico. A sensação de ‘boca seca’ é o principal sinal. Esse mesmo problema propicia a formação de
placas bacterianas e o acúmulo de resíduos nos dentes. Com isso, a incidência de cáries e os problemas periodontais
são mais evidentes (NEVILLE, 2004, PETERSON et al., 1998 e BORAKS, 2001).
O ideal é que os pacientes que precisem se submeter à quimioterapia passem por avaliação prévia em dentistas
especializados. Antes de se iniciar o tratamento, é preciso eliminar todos os focos de infecção da região bucal do
paciente. E os dentes que precisarem, deverão ser extraídos imediatamente. Não se pode extraí-los durante as
aplicações ou até cinco anos depois de encerrado o tratamento, sob risco de causar problemas bastante graves. Nesse
trabalho profilático (feito antes dos tratamentos), o laser de baixa potência também é utilizado (DORNELLES et al.,
2004).
Dentre esses efeitos colaterais (mucosites, feridas esbranquiçadas, xerostomia, entre outros) que surgem na região
bucal causados pelas aplicações de quimioterapia em pacientes oncológicos, surgem os casos mais graves, e não
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raros, e a dor chega a impedir que a pessoa se alimente por via oral. Atualmente, o problema pode ser eliminado
praticamente por completo, com disparos de laser de baixa potência ou baixa intensidade. Logo durante a primeira
aplicação, os pacientes já sentem a diminuição da intensidade das dores e, ao final do tratamento, os resultados são
excelentes. Cada aplicação do laser de baixa potência dura, em média, 30 minutos. Em alguns casos, o especialista
leva o equipamento portátil. “Suas aplicações não representam qualquer tipo de risco ao paciente ou causam efeitos
colaterais. Muito pelo contrário, o alívio costuma surgir já na primeira aplicação, e o tratamento completo é feito em
cerca de quatro sessões” (BORAKS, 2001).
As infecções periodontais, pulpo-periapicais, fúngicas e virais são as que mais acometem os pacientes quimioterápicos
no que se refere à sua saúde oral. Esses pacientes estão com maior vulnerabilidade, já que todas as células da medula
óssea são atingidas pela quimioterapia, inclusive aquelas que deveriam combater as infecções (COLEMAN, 1996).
Nas ocorrências de periodontite, em 98% dos casos consegue-se evitar as infecções com ações preventivas. Estas
incluem ações que devem ser realizadas três dias antes do início da quimioterapia: tratamento periodontal básico e
extração dos dentes com envolvimento periodontal grave.Aliada a essas ações, os pacientes recebem informação sobre
a importância de manutenção de uma boa higiene oral. Se a despeito desses cuidados acontecer algum problema
periodontal durante a quimioterapia, antibióticos são utilizados (DORNELLES et al., 2004).
Em relação aos problemas pulpo-periapicais estudiosos afirmam que eles podem provocar problemas muito sérios,
embora sejam vistos com menos freqüência nos pacientes que vêm estudando, se comparados aos problemas
periodontais. Mais uma vez, é indicada a extração nos casos onde há necroses sérias, pelo menos três dias antes do
início do tratamento de quimioterapia (COLEMAN, 1996).
Para as infecções fúngicas, que também podem causar problemas muito sérios aos pacientes em tratamento
quimioterápico que a chave do sucesso é a suspeita e tratamentos precoces, seja com o uso de medicamentos tópicos
ou sistêmicos. A dosagem de anticorpos é importante e, de acordo com cada caso, utilizam-se antibióticos orais ou
intravenais (NEVILLE et al, 2004).
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
• A quimioterapia promove efeitos colaterais relevantes (PETERSON et al. 2000);
• Equipe multidisciplinar para um tratamento adequado (DORNELLES et al. 2004);
• “É responsabilidade do cirurgião-dentista o diagnóstico, sobretudo, precoce, e, principalmenet, o incentivo do
auto-exame, divulgação dos fatores de risco para o desenvolvimento, tratamento e cura da doença, pois o
desconhecimento é aliado do câncer” (VIDAL, 2002).
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TRAVAGLINI, Flávia. Jornal da APCD, 2003.
O PAPEL DO CIRURGIAO DENTISTA ANTES E DEPOIS DO TRATAMENTO RADIOTERAPICO Autores: Fernandes, C. R.; Sacerdote, D. D.; Godoy, G. P.; Flores, G.; Rodrigues, J.; Figueiredo, K. A. Orientador: Sarmento, V. A. RESUMO
INTRODUÇÃO - Em 1996, o Ministério da Saúde relatou que o câncer bucal está entre os dez tumores mais
freqüentes. Os locais mais acometidos são a língua e o lábio inferior (Line et al, 1995).
Uma vez diagnosticada uma neoplasia maligna, ela poderá ser tratada através da cirurgia, radioterapia e quimioterapia,
usadas isolada e associadamente (Line et al, 1995).
A Radioterapia é um método de tratamento que se baseia na propriedade que têm certas formas de radiações de
produzir alterações físico-químicas nos componentes celulares. As radiações utilizadas na radioterapia têm a
propriedade de alterar os constituintes da membrana, do citoplasma ou do núcleo celular, através de um mecanismo
denominado ionização, daí o nome de ionizantes que se dá a estas radiações (Antônio et al, 2001).
De uma maneira geral, essas radiações ionizantes têm como objetivo eliminar as células malignas do organismo, mas
tem como desvantagem o fato de lesar ao mesmo tempo as células normas adjacentes causando complicações graves
ao paciente. Desta forma o paciente que será submetido ao tratamento radioterápico deverá se assistido por um
Cirurgião-Dentista antes, durante e pós a terapia a fim de prevenir, amenizar e tratar as possíveis complicações
(Antônio et al, 2001).
REVISÃO DE LITERATURA - A radioterapia é uma arma no tratamento loco-regional, tendo benefícios e efeitos
colaterais nas áreas irradiadas. A sensibilidade das células à radioterapia depende do estágio do ciclo celular na época
da exposição. Assim, as células são geralmente mais sensíveis à radiação quando estão ativamente se dividindo
(Antônio et al, 2001).
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 91
As radiações ionizantes tendem a destruir as células neoplásicas visando uma redução ou desaparecimento da
neoplasia maligna. No entanto alguns fatores precisam ser considerados no planejamento terapêutico, tais como:
histologia, tamanho e localização do tumor; vias de disseminação; idade e estado geral do paciente; estagio da doença
e prognostico (Line et al, 1995).
Um minucioso exame da região da cabeça e do pescoço, incluindo uma inspeção e palpação cuidadosa da cavidade
bucal, orofaringe e pescoço, alem de exames complementares são essenciais. Uma vez determinada a área a ser
tratada (campo de radiação), o processo de planejamento do tratamento começa através da parceria do médico
radioterapêuta e um dentista (Antônio et al, 2001).
A radioterapia quando aplicada na região de cabeça e pescoço, também atinge os tecidos normais, produzindo danos
reversíveis e irreversíveis que podem aparecer durante a aplicação ou meses após o termino do tratamento.
Xerostomia, cárie de radiação, osteorradionecrose, trismo, desenvolvimento dentário anormal são algumas das
possíveis conseqüências desta modalidade terapêutica. A avaliação prévia da condição bucal e o acompanhamento
pelo cirurgião dentista durante o tratamento radioterápico podem minimizar os danos causados aos tecidos bucais
(Antônio et al, 2001).
Xerostomia - As glândulas salivares estão usualmente dentro da zona de irradiação, provocando alterações
morfofisiológicas das mesmas com conseqüente diminuição do fluxo saliva (Matos et al, 1994-1995).
Quando as glândulas salivares maiores são afetadas pela radiação, o fluxo salivar pode diminuir em até 90% (Antônio
et al, 2001; Lopes et al, 1998).
A lubrificação insuficiente da boca favorece o aparecimento de lesões na mucosa. Na maioria das vezes, as ulcerações
que exibem um quadro generalizado de estomatite acompanhado de intensa sintomatologia dolorosa, sensação de
ardor e perda do paladar (Araújo & Araújo apud Garone Netto & Biagioni, 1990).
Para reduzir o desconforto ocasionado pela xerostomia pode ser utilizada saliva artificial, a qual deve ter características
semelhantes à saliva natural. Os pacientes também devem ser orientados para consumir maior quantidade de água
(Lopes et al, 1990).
Cárie de Radiação - A radioterapia provoca uma mudança na microbiota bucal onde a placa bacteriana torna-se
altamente acidogênica, com um aumento progressivo de S. mutans, Lactobacillus e Candida na cavidade bucal
decorrente de tal modalidade terapêutica.
A saliva é de fundamental importância para a manutenção dos tecidos bucais e deste modo, pacientes com acentuada
queda do fluxo salivar, decorrente da radioterapia, tendem a desenvolver, dentre outras alterações uma alta atividade
de cárie (Matos et al, 1994-1995).
A cárie de radiação se desenvolve de maneira lenta e sem sintomatologia dolorosa e pode surgir até após 1 ano da
terapia (Matos et al, 1994-1995).
Osteorradionecrose - A radioterapia provoca uma redução da atividade dos osteoblastos e alteração nos vasos
sanguíneos, tornando o osso menos irrigado e conseqüentemente, mais vulnerável à infecção e com menor capacidade
de reparação (Whitmyer apud Lopes et al, 1998).
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As exodontias prévias ao tratamento radioterápico devem ser realizadas, esperando-se pela reunião epitelial da mucosa
(7 a 14 dias) para somente depois encaminhar o paciente para realização de tal terapia (Souza & Barbosa, 1991).
A patogênese da osteoradionecrose não é inteiramente conhecida, mas geralmente aceita-se que há 3 fatores
envolvidos no seu aparecimento: radiação, trauma e infecção (Maia et al, 1997).
A mandíbula é a mais comumente envolvida devido à maior densidade do osso (Lopes et al, 1998; Maia et al, 1997).
Trismo - Durante a radioterapia, a ATM e os músculos da mastigação ficam expostos ao feixe primário da radiação de
região de cabeça e pescoço e sofrem fibrose gradual (Souza & Barbosa, 1991).
O trismo normalmente está associado com câncer de área retromolar e palato mole. O primeiro sinal de trismo relatado
pelo paciente é a contração dos músculos mastigatórios. A abertura da boca fica dificultada por longo período e pode
complicar a higiene bucal e os procedimentos dentários (Souza & Barbosa, 1991).
Desenvolvimento Dentário Anormal - As modificações que podem ocorrer no desenvolvimento dentário são
conseqüências dos casos de tratamento radioterápico na infância. Segundo Burke & Frame apud Garone Netto &
Biagioni 2000, a radioterapia reduz durante o desenvolvimento dentário a atividade dos ameloblastos e atrasa a
diferenciação de novos ameloblastos. Isto faz com que ocorra alteração no desenvolvimento tanto da coroa quanto da
raiz.
Os cuidados odontológicos com pacientes que serão submetidos a radioterapia deverão ter inicio antes do inicio do
tratamento e um acompanhamento rigoroso destes indivíduos deverá ser realizado para o resto de suas vidas. Sendo
assim, o cirurgião dentista representa um elemento importante na equipe multidisciplinar que atua nos centros de
tratamento do câncer de cabeça e pescoço. Jansma (1992) afirma que os objetivos principais para um programa
estomatológico para um paciente submetido à radioterapia deverão incluir:
• Melhoria das condições de higiene bucal;
• Eliminação de possiveis fontes de infeccoes bucais;
• Aconselhamento nutricional;
• Prevencao e tratamento das complicações do tratamento radioterápico.
CONCLUSÃO - Conclui-se que a radioterapia é uma especialidade médica utilizada no tratamento do câncer de cabeça
e pescoço que pode provocar efeitos colaterais importantes aos tecidos bucais, daí a necessidade desse conhecimento
por parte do cirurgião dentista, para que este possa atuar na prevenção e redução de tais danos.
A estabilização da doença bucal deve ser realizada antes do tratamento radioterápico e o acompanhamento dos
pacientes irradiados durante o tratamento, pelo cirurgião dentista minimiza o risco de aparecimento das complicações
bucais.
Após o término da terapia oncológica deve-se realizar a prevenção do paciente às vezes por toda a vida, já que efeitos
tardios podem ocorrer.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TOMMASI, A. F., Diagnóstico em Patologia Bucal. Revista e ampliada. 3ed. São Paulo: Pancast, 2002, p 433-436.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 93
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www.meaumarci.hpg.com.br/Radioterapia.htm - 11k
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TRATAMENTO PERIODONTAL NÃO CIRÚRGICO Autores: Brandão, A. E.; Pinheiro, C.; Vieira, C.; Ferreira, F.; Alban, R. Orientador: Monteiro, A. M. A. RESUMO:
A doença periodontal é uma entidade nosológica de caráter infeccioso inflamatório, responsável por desencadear
resposta imunológica singular induzida pela placa bacteriana (MONTEIRO & ARAUJO. 2002). O tratamento para a
doença periodontal baseia-se na eliminação e no controle rigoroso da placa bacteriana, onde a colaboração do paciente
torna-se imprescindível. Segundo o conceito de Gottlieb, o único tratamento eficaz da doença periodontal seria o
cirúrgico, através da remoção i cirúrgica da bolsa periodontal. Porém, em 1952, Waerhaug publicou uma tese
mostrando que a união dento gengival não era constituída por epitélio inserido no dente, mas apenas aderido a este.
Portanto, a eliminação dos fatores etiológicos, como a placa bacteriana e o trauma oclusal, levaria ao restabelecimento
da inserção periodontal; determinando bases científicas ao tratamento periodontal não cirúrgico. Entretanto, a
importância do tratamento cirúrgico é inquestionável nos casos mais avançados da periodontite, onde o tratamento
básico não alcançaria resultados satisfatórios. Estudos longitudinais têm demonstrado, através de parâmetros clínicos,
que a terapia não cirúrgica é eficaz no tratamento das infecções periodontais (BADERSTEIM, 1991). Dados de estudos
clínicos longitudinais demonstram que a terapia não cirúrgica e vários tipos de terapias cirúrgicas podem resultar em
parâmetros clínicos positivos evidenciados por redução da profundidade de sondagem e ganho de inserção clínica,
caracterizados histologicamente pela formação de epitélio juncional longo sobre as superfícies radiculares
instrumentadas (RIESKO, 2002). Segundo Socransky, em 1984, a escolha da técnica a ser aplicada baseia-se em uma
precisa coleta de dados através da intensidade da inflamação, sondagem e interpretação radiográfica, assim, de posse
desses dados, o clínico pode traçar seu plano de tratamento. Joves e O’Lery avaliaram a eficácia da raspagem e
alisamento radicular executados a campo fechado e demonstraram que das 48 superfícies radiculares raspadas,
18,75% ainda tinham sinais de cálculo detectados somente após a extração dos dentes; entretanto, declaram que a
raspagem, aliada ao alisamento radicular amplo, poderia produzir uma superfície com conteúdo endotóxico semelhante
ao das superfícies radiculares normais. Logo, as cirurgias periodontais devem ser indicadas para: melhorar as
condições teciduais morfológicas gengivais, regularizar a topografia óssea e adequação pré-protéticas (SABA-CHUJFI,
2002). Portanto, o determinante clínico mais importante na terapia periodontal não é a técnica aplicada para eliminação
da infecção subgengival, mas a qualidade da Terapia Periodontal de Manutenção (PADOVANE et al 1991).
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TRATAMENTO CONSERVADOR VERSUS TRATAMENTO CONVENCIONAL DA CÁRIE DENTAL Autores: Alves, N.; Amaro, T.; Cavalcanti, T.; Pinto, V.; Viana, V. Orientador: Miranda, C. B. RESUMO
INTRODUÇÃO: A odontologia contemporânea caracteriza-se por apresentar um novo conceito sobre a filosofia do
tratamento da cárie dentária, de uma forma mais rápida e com mínimo de desconforto para o paciente, sendo o objetivo
de todo profissional a preservação da dentição natural do paciente. Atualmente o trabalho no campo da saúde é dirigido
basicamente para a conservação do corpo humano e suas funções. (MURDOCH-KINCH & MCLEAN, 2003)
Durante um longo período, o tratamento da cárie era só baseado em procedimentos restauradores, porém a limitação
de desenvolvimento da doença incentivou pesquisadores a reconsideraram os tratamentos convencionais, renovando
assim, as formas de diagnóstico e, realizando um tratamento da cárie mais biologicamente orientado. Passou-se a
valorizar os fatores etiológicos primários da doença, seus fatores determinantes e modificadores, sendo assim, o
tratamento odontológico atual individualizado é baseado na avaliação do caso e determinação da atividade da doença.
Com isso pode-se dizer que, o tratamento conservador passou a ser realizado por meio de técnicas não invasivas como
a aplicação de selantes sobre as áreas de cicatrículas e fissuras sem o preparo mecânico; fluorterapia; remoção da
placa bacteriana pelo profissional; aconselhamento dietético; uso de antimicrobianos como diclonato de clorexidina em
pacientes com alta atividade de cárie; orientação e motivação de higiene oral e preparos minimamente invasivos. Já o
tratamento convencional consiste em tratamentos invasivos para controlar a atividade da doença cárie, ou seja, em
casos onde já existe lesão da cárie.
DESENVOLVIMENTO: Tratamento conservador: - O tratamento conservador/preventivo consiste da realização de
diversos procedimentos com o intuito de impedir e/ou controlar o desenvolvimento da doença cárie. Dentre as técnicas
disponíveis para tal finalidade pode-se citar a remoção de placa bacteriana pelo profissional, aplicação profissional de
flúor, aconselhamento dietético, uso de antimicrobianos em pacientes com alta atividade de cárie, informação,
orientação e motivação para autocuidados e uso de selantes. Já o tratamento invasivo consiste na remoção mecânica
do tecido cariado, preparo cavitário e restauração deste. (ABOPREV, 1999)
A remoção mecânica da placa pelo profissional foi introduzida na década de 1970 na Suécia em um programa
preventivo de cárie e gengivite de 3 anos de duração, o qual foi desenvolvido com crianças e adolescentes. O resultado
deste programa foi a redução de cárie maior que 90%.(LINDHE, 1999)
A aplicação tópica de flúor feita pelo profissional consiste no emprego de produtos de alta concentração e baixa
freqüência de aplicação, como o fluoreto de sódio a 2%. Há também produtos para autoaplicação, como a solução de
fluoreto do sódio 0,05% e 0,2% para bochechos diários e semanais respectivamente. As aplicações tópicas realizadas
pelo profissional são indicadas de 1 a 2 vezes por ano, embora em paciente com alta atividade de cárie a aplicação
possa ser mais freqüente. (ABOPREV, 2003).
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Na etapa de aconselhamento dietético, o profissional pode fazer uma entrevista sobre dieta e líquidos ingeridos nas
últimas 24 horas, ou um questionário padrão de registro de dieta e líquidos no período de 3-7 dias conhecido como
diário de dieta. O profissional deverá então discutir com o seu paciente medidas que possam ser efetivamente adotadas
para ingestão adequada de açúcar, indicado como um dos maiores responsáveis pelo aumento na incidência de lesão
cariosa. (ABOPREV, 2003).
Já o selante representa um sistema de obliteração de fóssulas, sulcos e fissuras da superfície dentária, formando uma
barreira altamente eficaz contra a instalação dos microorganismos e de detritos na superfície oclusal, dificultando assim,
o estabelecimento da cárie dental. (MOTA & FARIAS, 2004). Um selante adequado deve apresentar ótima adesividade
à superfície do esmalte, método de aplicação simples, biocompatibilidade, baixa viscosidade, penetração em fissuras
mais estreitas e baixa solubilidade no meio bucal (PEREIRA, 2003).
Uma outra opção são os químicos terapêuticos os quais podem ser aplicados na forma de bochechos, dentifrícios, gel
ou goma de mascar. Estas substâncias são utilizadas seguindo duas filosofias distintas de tratamento, uma delas é o
controle da placa e não de microrganismos específicos e a outra é o controle da microflora cariogênica. Dentre as
substancias mais utilizadas temos a clorexidina que pode ser utilizada na forma de bochecho, gel ou verniz.
(BARATIERI, 2002).
A proposta de invasão mínima para o tratamento de cáries dentais incorpora a ciência odontológica de intercepção e
tratamento de lesões csriosas em nível microscópico. A meta está na conservação máxima do esmalte desmineralizado
não cavitado e da dentina com uso de materiais bioativos como o cimento de ionômero de vidro (MURDOCH-KINCH &
MCLEAN, 2003).
Por outro lado, o tratamento de lesões cariosa já existentes também pode ser considerado dentro do conceito
conservador. Atualmente se dispõe da técnica de tratamento restaurador atraumático que é uma técnica relativamente
recente que consiste na remoção do tecido cariado com o auxílio somente de instrumentos manuais, seguido do
selamento destas unidades com cimento de ionômero de vidro. Esta técnica apresenta uma série de vantagens que
parecem superar as desvantagens. É claro que a técnica não pode ser usada em todos os tipos de cavidade, porém
nos tipos recomendados, apresenta índices de sucesso e longevidade adequados (tabela 1) (NASCIMENTO & REGO,
2004).
Tratamento convencional: A preservação da maior quantidade possível de tecido dental é um objetivo importante ao
se considerar o tipo e extensão de restaurações individuais (MJOR, 1999) Uma vez determinada a necessidade de
intervenção invasiva, deve-se ainda considerar o risco e a atividade de cárie, a localização e a extensão da lesão e as
características do material restaurador, para, então, selecionar o tratamento mais adequado (KRIGER, 1999).
Em virtude da evolução tecnológica da odontologia, uma grande e confusa variedade de materiais restauradores
passou a ser comercializada e, em função desse vasto sortimento, o clínico confronta-se freqüentemente com a difícil
tarefa de classificar e selecionar o material mais apropriado para as diferentes situações clinicas (CASTRO, 2002). A
seleção do material é baseada nas suas características restauradoras, as quais serão citadas nos próximos tópicos:
Material ionomérico: O cimento de ionômero de vidro é indicado para pacientes de alto risco ou atividade de cárie, em
casos onde não haja contatos oclusais diretos sobre a área a ser restaurada (KRIGER, 1999). Ele é indicado para estes
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pacientes devido principalmente à sua propriedade de liberação de flúor. Além disso, trata-se de um material com
excelentes propriedades como a biocompatibilidade, adesividade e coeficiente de expansão térmico-linear próximo ao
da estrutura dentária. Por outro lado, deve ser evitado em áreas onde haja contatos oclusais diretos em função da sua
baixa resistência ao desgaste (CONCEIÇÃO, 2002). Quanto ao seu emprego, o preparo cavitário limita-se à remoção
da cárie ativa e regularização das margens (KRIGER, 1999).
Compósitos odontológicos: Os primeiros compósitos foram desenvolvidos para restaurar somente dentes anteriores,
entretanto a melhoria nas propriedades e a busca constante pela estética fez com que esses materiais fossem usados
também para restaurar dentes posteriores (CASTRO, 2002). As resinas condensáveis surgiram, aliando as facilidades
da técnica do amálgama com a cosmética dos compósitos, permitindo seu uso em dentes posteriores submetidos a
esforços mastigatórios (VIEIRA, 2002).
Os preparos seguem as mesmas características dos materiais ionoméricos, restringindo-se à remoção do tecido cariado
e regularização das margens. Por terem características adesivas, o preparo cavitário deverá ser o mais conservador
possível. (MONDELLI, 2004).
Amálgama: O amálgama continua ocupando um lugar de destaque entre os materiais para restaurações de dentes
posteriores, principalmente nas áreas, onde os fatores mecânicos são mais exigidos (BRISO, 2002). O amálgama
possui muitas vantagens, entre elas estão a resistência ao desgaste, já que possui uma resistência muito próximo ao da
estrutura dental; ampla experiência e longevidade clínica; e bom selamento marginal. Porém o amálgama possui
limitações como ausência de união à estrutura dental e baixa resistência à tração, necessitando de cavidades amplas e
retentivas, o que aumenta o risco de fratura (CONCEIÇÃO, 2002).
Os preparos devem ter forma de resistência e retenção, com paredes circundantes convergentes para oclusal, ângulos
internos próximos de 90° e ângulo cavo-superficial nítido e sem bisel. Isso não significa, contudo, que se deva remover
tecido dental hígido desnecessariamente. Em algumas situações clínicas, pode-se manter esmalte sadio sem suporte
dentinário, desde que se utilize um material resistente para atuar como dentina artificial. (KRIGER, 1999).
Enfim, o tratamento convencional restaurador deve ser o menos invasivo possível, consistindo na remoção mecânica do
tecido cariado, preparo cavitário e restauração deste. Ele é somente uma parte global da carie dentaria, pois sem
procedimentos preventivos não há diminuição de sua prevalência.
CONCLUSÃO - As táticas operatórias isoladas, não definem um adequado plano de tratamento. Esse plano requer
alem da tática operatória, grande parte do tempo clínico gasto com exames, diagnósticos, estudos dos casos,
aconselhamentos e monitorações. O paciente deve ser informado de que a cárie pode ser evitada ou controlada e que
restaurações não são tratamentos da doença, apenas substituem tecidos perdidos.
Levando em conta resultados funcionais e estéticos, houve uma mudança de conceitos no tratamento odontológico,
fortalecendo um elo de união entre os procedimentos restauradores e os não invasivos, com objetivo final de promover
a saúde bucal.
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ANEXOS Tabela 1: Tratamento restaurador atraumático
Indicações Vantagens Desvantagens Crianças não cooperativas e em bebês;
lesões de cárie precoce na infância; gestantes;
Estar de acordo com a filosofia de Promoção de saúde bucal;
Não existem dados sobre a duração das restaurações com ART à longo prazo;
Pacientes que possuam contra-indicação à anestesia local, pacientes
especiais e hospitalizados; Não utilizar anestesia;
É recomendado o uso em cavidades de uma face em dentes permanentes, pelo
menos até mais estudos se complementarem;
Tratamento de lesões cariosas que envolvem dentina e cavidades classe I
de dentes permanentes;
Impedir que a cárie atinja a polpa;
Exigir boa compreensão do processo da doença cárie, do material e da técnica;
Lesões que ocorrem no período de erupção do dente com presença de
capuz mucoso;
Remover apenas tecido amolecido, desmineralizado;
Fadiga do profissional pelo uso prolongado dos instrumentos manuais;
Idosos com cárie radicular; Buscar o retorno das funções estéticas e mastigatórias;
Falta de habilidade do profissional ou problemas de manipulação do material
podem levar ao desgaste das restaurações com o CIV;
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__ Apresentar alto índice de aceitação e diminuição da
ansiedade;
Decréscimo do índice de sucesso da técnica com passar do tempo;
__ Ter custo relativamente baixo; Impossibilidade de utilização em pacientes
com reincidência de cárie onde se faz necessário a remoção da restauração;
__ Possibilitar remineralização da dentina endurecida;
Quando utilizamos somente instrumentos manuais pode ser deixada dentina cariada
durante o preparo cavitário; (NASCIMENTO & REGO, 2004) PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO TRATAMENTO DO CÂNCER NO BRASIL - BAHIA Autores: Almeida, L. M.; Araújo, V.; Mendes, R.; Muccini, C.; Petilo, R. Orientador: Almeida, C. S. L. RESUMO:
INTRODUÇÃO - A epidemiologia o estudo da distribuição das várias formas de câncer entre a população, a observação
e a análise das variações de sua ocorrência em diferentes grupos ou comunidades, e os fatores de risco a que eles se
expõem. O câncer é uma célula que perdeu seus mecanismos de controle normais e, conseqüentemente, apresenta um
crescimento desregulado. O Câncer pode desenvolver-se a partir de qualquer tecido no interior de qualquer órgão. À
medida que as células cancerosas crescem e se multiplicam, elas formam uma massa de tecido canceroso que invade
os tecidos adjacentes e pode disseminar (produzir metástase) por todo corpo (www.msd-brasil.com, 2005 ). O câncer
de boca tem grande importância como problema de saúde pública por ser uma das localizações que apresentam
elevadas taxas de incidência e mortalidade, assim como uma alta letalidade (QUEIROZ, 2002). A maioria dos casos de
câncer de boca, no Brasil, é diagnosticado em estágio avançado (Ministério da Saúde, 1996; apud QUEIROZ, 2002).
Segundo Bercht (1998); apud QUEIROZ (2002), admitir que o câncer de boca é um problema de saúde pública implica
em reconhecer que a realização do diagnóstico precoce e do pronto tratamento representam, não só, uma forma de
prevenção secundária, mas também um meio de aumentar a sobrevida. O câncer de boca é mais comum em homens,
com razão homem/mulher de 3/1, na maioria dos países (FERLEY et al, 1998; apud QUEIROZ, 2002), e a partir dos 55
anos esta neoplasia tende a aumentar de maneira importante (SOUZA et al, 1996; apud QUEIROZ, 2002). Em relação
à exposição ocupacional, atividades que envolvem oportunidades de consumo de álcool (garçons, empregados de
cervejarias) e o trabalho com asbesto e produtos de fibra mineral têm sido relacionadas particularmente ao câncer de
lábio (GUNNARSKOG et al 1995; JITOMIRSKI, 2000; apud QUEIROZ, 2002). Outros fatores, como irritação crônica
mecânica (próteses mal adaptadas, fraturas e ausência de higiene oral e ausência de elementos dentários) ou química
(uso de soluções de higiene bucal), além da má higiene oral, têm sido relatados como possíveis fatores de risco para o
câncer de boca (FRANCO et al 1989; LA VECCHIA et al, 1991; apud QUEIROZ, 2002). Em relação aos fatores sócio-
econômicos, um estudo ecológico realizado por Maciel e colaboradores (2000), no Brasil, observou-se uma correlação
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positiva entre mortalidade por câncer de boca e componentes do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) e de
condições de vida (ICV) nas capitais brasileiras, nos anos de 1980 e 1991, sugerindo maior vulnerabilidade do sexo
masculino, de pessoas idosas e de baixo nível educacional (QUEIROZ, 2002). Para a realização de programas de
prevenção ao câncer bucal, o governo, até 2002, auxiliou a implantação de 16.734 equipes de saúde da família,
beneficiando cerca de 55 milhões de pessoas beneficiadas, em 4.163 municípios. Isso implica em uma maior promoção
de saúde, ou seja, pessoas de baixa renda podem ter acesso a profissionais da saúde capacitados a orientar e
esclarecer quaisquer que sejam as dúvidas da comunidade. A atuação das equipes, compostas minimamente por
médicos, um auxiliar de enfermagem, quarto a seis agentes comunitários de saúde (ACS). O número de ACS varia de
acordo com o número de pessoas sob a responsabilidade da equipe - numa proporção de um agente para 150 famílias,
destacando que o recrutamento de agentes da comunidade facilita a prestação do serviço e o controle social.
Conjuntamente ao PSF, os Agentes Comunitários de Saúde - PACS atuam como responsáveis pelo monitoramento
mensal da saúde de 90,7 milhões de pessoas em 5.076 municípios. O envelhecimento da população, o intenso
processo de urbanização, com exposição contínua a fatores ambientais e mudanças de comportamentos responsáveis
pela carcinogêneses têm contribuído para que o câncer tenha se transformado na terceira causa de mortes no Brasil.
Por essa razão, o Ministério da saúde, com a gestão do instituto nacional do câncer – INCA, intensificou, de forma
expressiva, ações voltadas para a prevenção e controle das neoplasias, com prioridades naquelas de maior incidência e
mais facilmente evitáveis pela prevenção. O tabagismo é o maior fator de risco isolado de câncer e seu controle
compreende o desenvolvimento de ações contínuas e ações pontuais em todo o território nacional. É importante
destacar que os esforços empreendidos na prevenção e vigilância para controle do câncer foram coroados com a
aprovação, em dezembro de 2000, da Lei Federal nº 10.167, que restringe a publicidade de produtos do tabaco.
Gerenciado pelo Instituto Nacional do Câncer, o Programa Nacional de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de
Risco de Câncer, em operação desde 1997, sistematizou dois grandes grupos de estratégias: o primeiro voltado para a
prevenção da iniciação do tabagismo, tendo como público alvo, crianças e adolescentes; o segundo, envolvendo ações
para estimular os fumantes a deixarem de fumar, e criou uma base geopolítica através da capacitação gerencial e
técnica das Secretarias Municipais de Saúde, para o desenvolvimento de ações no nível local. No período de 1996 a
2002, as ações de capacitação voltadas para o controle do tabagismo atingiram 6.781 escolas, 82.274 professores,
1.572.141 alunos, 17.211 profissionais de representações municipais e, 3.966 unidades de saúde e ambientes de
trabalho atingidos pelo Programa Ambientes Livres de Cigarro. Outras ações voltadas para a prevenção e assistência
aos portadores de neoplasias merecem destaque, dentre as quais o Projeto Expande, iniciado em dezembro de 2000,
destinado a elevar a capacidade instalada de assistência oncológica integral para 14 milhões de brasileiros, até 2004,
com a criação e melhoramento de Centros de Alta Complexidade em Oncologia – CACONs em 20 hospitais no país. No
biênio 2001-2002 foram implantados cinco (5) centros distribuídos por todo o País. A avaliação e a vigilância do câncer
e seus fatores de risco são particularmente importantes, já que as informações sobre a incidência e mortalidade são
fundamentais para estabelecer uma base para a orientação e análise das ações de prevenção e controle da doença.
Foram iniciadas, em 1999, ações destinadas a aprimorar a capacidade local de análise epidemiológica nas secretarias
de saúde e, no ano seguinte, intensificadas em 26 Estados e no Distrito Federal. Atualmente, o Brasil dispõe de 101
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Registros Hospitalares de Câncer, com cobertura de cerca de 85% das capitais brasileiras, e de 22 Registros de Câncer
de Base Populacional. O ano de 2000 marca tento importante, com a inauguração do Banco de Sangue do Cordão
Umbilical e Placentário, que ampliará as possibilidades de transplante de medula óssea no País, para pacientes que
não possuam doador aparentado e deverá servir como modelo para a formação de uma rede nacional de Bancos da
mesma espécie. Dentre as principais ações de assistência em oncologia, com a utilização de terapêutica especializada,
tecnologia e medicamentos de alto custo, devem ser destacadas (Anexo1). A Assistência Farmacêutica desenvolvida
pelo Ministério da Saúde foi estruturada no âmbito da Política Nacional de Medicamentos, tendo como diretriz primordial
o acesso da população aos medicamentos, com qualidade e segurança no uso. O Programa de Incentivo à Assistência
Farmacêutica Básica compreende o repasse financeiro aos municípios para a compra descentralizada e distribuição de
medicamentos de atenção básica à saúde, como analgésicos, antitérmicos, vermífugos, para anemia, dentre outros,
usados para o tratamento, no domicílio do paciente, de doenças mais simples diagnosticadas pelas Equipes de Saúde
da Família. Em 2002, todos os municípios brasileiros se encontram habilitados a receber o incentivo financeiro para a
compra dos medicamentos de atenção básica, com cobertura total da população (Ministério da saúde, 2002). O câncer
de boca é uma denominação que inclui os cânceres de lábios e de cavidade oral (mucosa bucal, gengivas, palato duro,
língua e assoalho da boca). O câncer de lábio é mais freqüente em pessoas brancas, e registra maior ocorrência no
lábio inferior em relação ao superior. O câncer em outras regiões da boca acomete principalmente tabagistas e os
riscos aumentam quando o tabagista é também alcoólatra (www.inca.gov.br, 2005). O câncer de lábio é muito freqüente
no Brasil, que é um país tropical e onde muitos trabalhadores permanecem longos períodos expostos ao efeito dos
raios solares. A prevenção deve ser feita através da proteção da pele contar o sol, seja através de chapéus ou
similares, seja através de protetores solares (www.unimes.br, 2005). No Hospital Aristides Maltez da Bahia, o câncer
bucal, corresponde a 16,5% do total de diagnósticos de câncer feitos em 1990. Atualmente, o câncer bucal é um
problema de saúde pública devido ao aumento do número de incidências, corroborando a falta de acesso, de uma
grande parcela da população, a políticas de saúde públicas preventivas, bem como o precário diagnóstico inicial
realizado pelos profissionais da área.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Queiroz, R. C. Validade e confiabilidade das declarações de óbito por câncer de boca no município do Rio de Janeiro.
2002; Cap.1
www. inca.gov.br 01/04/05 às 14:33
www.msd-brasil.com 08/03/05 às 23:33
www. unimes.br 01/04/05 às 14:56
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 101
ANEXOS
Especificação 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002* Matrículas de Pacientes 11.988 12.732 12.912 12.798 12.320 10.794 10.108 9.179
Consultas 158.316 200.460 225.936 262.764 246.473 244.937 246.866 232.176 Internações 8.328 10.980 12.780 13.321 14.500 16.224 15.899 15.497 Cirurgias 8.988 13.704 11.352 11.820 11.369 12.675 13.059 11.785 Aplicações de Quimioterapia 15.972 20.028 40.028 40.086 34.686 35.632 35.821
Aplicação de Radioterapia 216.192 257.328 249.588 131.458 169.606 182.172 191.822 185.999
Transplante de Medula Óssea 70 75 75 93 83 99
TRATAMENTO PERIODONTAL CIRÚRGICO Autores: Andrade, R.; Figueiredo, R.; Maia, G.; Tanajura, T.; Orientador: Koser, L. R. RESUMO:
Os procedimentos utilizados na estratégia periodontal cirúrgica desempenham um papel significativo na integridade
biológica dos tecidos e consistem em técnicas executadas para restabelecer a saúde periodontal ora perdida. Como
objetivos, se apontam a correção de defeitos morfológicos, que podem favorecer o acúmulo de placa e recidiva da
bolsa, ou então um comprometimento estético (Carranza,2002).
A terapia periodontal cirúrgica tem também como propósito eliminar as alterações advindas das patologias periodontais,
a exemplo da cirurgia de redução de bolsa, das cirurgias ressectivas (como gengivectomias e retalhos deslocados
apicalmente) e das cirurgias regenerativas (como as enxertias) (Carranza, 2002).
Dentre as técnicas cirúrgicas mais comumente utilizadas destacam-se ainda as técnicas cirúrgicas plásticas, tendo
como uma das suas inúmeras possibilidades a criação ou aumento da gengiva inserida através da colocação de
enxertos de vários tipos; as técnicas usadas para recobrimento de raízes desnudas e a recriação de papilas perdidas; e,
as cirurgias pré-protéticas, com o propósito de adaptar o periodonto e os tecidos circunvizinhos para receber substitutos
protéticos, que incluem aumento de coroa, aumento de rebordo e aprofundamento vestibular; dentre outras. Além das
citadas, ainda existem as técnicas periodontais para colocação de implantes dentários, incluindo ente elas as técnicas
para desenvolvimento do sítio para implantação (a exemplo da regeneração óssea guiada) e a do levantamento de seio
maxilar (Carranza, 2002).
Para a maioria das doenças periodontais, que é constituída freqüentemente de distúrbios associados à placa, é
evidente que o tratamento periodontal cirúrgico somente pode ser considerado como um instrumento auxiliar na terapia
associada à causa sendo também de suma importância a contribuição do paciente para o sucesso operatório. Portanto
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os variados métodos cirúrgicos deve ser avaliados com base no seu potencial facilitador no controle da placa e
conseqüentemente na melhora ou preservação, em longo prazo, do periodonto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARRANZA, A. F.; NEWMAN, M. G. Periodontia Clinica. 9 ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan,2004.
LINDHE, J.; KARRING, T.; LANG, P. N.; Tratado de Periodontia Clinica e Implantologia Oral. 4 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2005.
ROBRAC, Revista odontológica do Brasil central;ano X- Junho de 2001, número 29.
RGO, Reconstrução cirúrgica da papila interdental; volume 51, número 4 ; outubro de 2003.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 6º SEMESTRE
ABORDAGEM ODONTOLÓGICA CIRÚRGICA EM PACIENTES HEPATOPATAS VIRAIS B, C E D E HIV-SOROPOSITIVO COMPENSADOS OU NÃO Autores: Dias, A. L. B.; Mascarenhas, A. S. L., Souza, C. T. S.; Borges, K. L. M.; Costa, A. C. S. Orientador: Farias, J. G. RESUMO
Introdução - Os dentistas e em especial os cirurgiões bucomaxilofaciais deveriam estar atentos ao potencial para
transmissão de várias doenças contagiosas, primariamente as virais por meio de contato com o sangue, mucosa e
secreções bucais de pacientes, muitos dos quais podem estar assintomáticos. O controle de infecção e a biosegurança
são temas de grande importância para a prática odontológica, e vêm despertando nos últimos anos maior interesse em
virtude principalmente do avanço da epidemia AIDS. Os profissionais de saúde se encontram em um conflito no que diz
respeito a preocupação em suprir as necessidades de seus pacientes e, por outro lado, a preocupação em não se
contaminar pelos mesmos. Somado a este dilema existe ainda o risco de infecção pela hepatite B, a mais preocupante
das doenças infecto-contagiosas entre os profissionais de saúde. A infecção pelo HBV pode levar ao desenvolvimento
de enfermidades gravíssimas e muitas vezes até a morte. Estudos epidemiológicos mostram que a exposição
parenteral é a de maior risco no que diz respeito à infecção. A transmissão do HBV e HIV após exposição parenteral já
foi relatada na literatura. Baseado em estudos com profissionais da área de saúde, o risco de contaminação pelo HBV
após perfuração por agulha contaminada varia de 6% a 30%. Em circunstâncias semelhantes o risco para o HIV é
menor que 1%.
AIDS / SIDA - A síndrome da imunodeficiência adquirida não é na verdade uma doença, mas um estado de deficiência
imunológica provocada por um vírus, que leva o indivíduo a desenvolver infecções e tumores que fatalmente o levarão à
morte. (BORAKS, 2001).
A AIDS, causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), apresenta afinidade pelo receptor CD4+, presente na
superfície de alguns grupos de células humanas, incluindo linfócitos T-CD4+, monócitos, macrófagos e células
microgliais do sistema nervoso central. Os linfócitos T-CD4+ ou “T-Helper” são os mais normalmente atingidos pelo HIV.
A razão entre os linfócitos T-CD4+ e T-CD8+ cai drasticamente com a progressão da infecção pelo HIV, afetando
amplamente as funções do sistema imunológico, predispondo o paciente ao desenvolvimento de infecções oportunistas
e algumas neoplasias. (FABRO et al, 2002).
A contagem de linfócitos T-CD4+ no sangue periférico tem implicações na evolução da infecção pelo HIV, pois indica o
grau de comprometimento imunológico do paciente, devendo ser associada a dados clínicos. Esta contagem reflete o
dano causado pelo HIV ao sistema imunológico e é fundamental para avaliar a gravidade da doença, estabelecendo a
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presença ou não de deficiência imunológica e a instituição de profilaxias para as infecções oportunistas mais
freqüentes. (FABRO et al, 2002).
A infecção pelo HIV em crianças apresenta aspectos distintos da observada em adultos. O vírus torna-se mais
agressivo, levando rapidamente a um quadro de disfunção imunológica e a morte. Elas tendem a apresentar mais
infecções bacterianas que os adultos, pois não possui, ainda, um sistema imunológico amadurecido capaz de debilitar
tais bactérias. (PORTELA et al, 2001).
Entretanto, mesmo a adesão às precauções universais não elimina todos os acidentes relacionados ao sangue
infectado pelo HIV. Ferimentos com agulhas representam o mais alto risco de transmissão pelo HIV e ocorrem muito
freqüentemente. O teste dos anticorpos HIV dos profissionais de saúde é recomendado em exposições “significativas”
para estabelecer uma linha guia e monitorar as respostas sorológicas. (TOPAZIAN et al.)
A administração profilática de zidovudina (AZT) não tem se mostrado benéfica. Este agente diminui a replicação do
vírus nas culturas de células, mas não provoca sua morte. O AZT é eficaz para atenuar a doença nos pacientes
infectados pelo HIV, mas ele não cura o paciente. (TOPAZIAN et al).
Não é necessário tratar diferentemente os pacientes soropositivos daqueles atendidos rotineiramente. A utilização de
precauções universais, que inclui a utilização de luvas, óculos de proteção, máscara e revestimento clínico apropriado,
proporciona uma proteção adequada. Pode ser aconselhável um capote cirúrgico para procedimentos complicados ou
que propiciem sangramento intenso. (SONIS et al, 1996)
O HIV é extremamente lábil e pouco resistente aos procedimentos anti-sépticos de rotina e estão em número não muito
elevado. (BORAKS, 2001)
Do ponto de vista médico existem duas considerações principais durante o atendimento de pacientes com AIDS: o nível
de imunodepressão e o nível de trombocitopenia. Muitos pacientes com AIDS podem tolerar o tratamento odontológico
sem dificuldades. Entretanto, mesmo que o pacientes apresente-se assintomático, a imunodepressão pode
proporcionar o desenvolvimento de infecção após a manipulação bucal. Além disto, tanto a doença quanto os
medicamentos que o paciente esteja tomando podem causar leucopenia e granulocitopenia. Portanto, para cirurgias
odontológicas é importante – antes do início do tratamento – determinar a contagem de plaquetas, antes de iniciar
qualquer tratamento que possa causar sangramento. (SONIS, 1996)
Na necessidade de um procedimento cirúrgico são solicitados ao paciente HIV + exames laboratoriais para a avaliação
do quadro geral. Se o paciente estiver compensado, a cirurgia pode ser feita tranqüilamente. No entanto, se houver uma
descompensação, o paciente será internado e, depois de estabilizada sua condição geral, estará em condições de
submeter-se ao procedimento cirúrgico. (HEITZ et al, 2001)
Lesões orais têm ampla relação com o estado imunológico do paciente e o prognóstico da doença, de forma que
pacientes com imunossupressão severa têm maior chances de desenvolvê-las. Essas alterações estomatológicas
atuam como reais indicadores tanto da progressão da doença como da falha do tratamento anti-retroviral, sendo,
portanto, de fundamental importância a realização de um complexo exame estomatológico pelo profissional de saúde.
(ISRAEL et al, 2002)
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A suspeita de que um indivíduo de alto risco tenha AIDS é usualmente confirmada pela presença de sarcoma de
Kaposi, pneumonia por Pneumocystis Carinii ou por uma taxa de linfócitos T-helper/supressor alterada. O teste
sorológico atesta a presença de anticorpos para o HIV, mas a presença de anticorpos não se relaciona estritamente
com a efetividade. (TOPAZIAN et al.)
Outras manifestações da AIDS ou do complexo relacionado à AIDS incluem febre específica, perda de peso,
linfadenopatia, diarréia, fadiga, sudorese noturna, candidíase oral, hiperplasia epitelial associada a vírus e doença
periodontal avançada. A presença de qualquer uma destas manifestações da AIDS em uma pessoa de um grupo de
alto risco indica o início de maiores investigações. (PETERSON, 1997)
Pacientes sob tratamento com certas drogas deve-se evitar o uso de soluções anestésicas locais contendo
vasoconstritores do grupo das aminas simpaticomiméticas, pelo risco de alterações bruscas e severas da pressão
arterial e do ritmo cardíaco. Pode-se dizer que, nesses pacientes não somente o emprego dos vasoconstritores do
grupo das aminas simpaticomiméticas estaria contra-indicado, como também o próprio tratamento odontológico, pois o
ideal seria que as condições citadas estivessem controladas ou fora do período de risco. Entretanto, não pode-se
esquecer das situações de urgência odontológica (pulpites, pericementites e abscessos) onde o pronto atendimento é
imprescindível, e quando não é possível aguardar o período mais favorável para o atendimento, nem dispõe-se de
tempo hábil para que o paciente seja encaminhado ao médico para controle de sua doença. Após o controle ou
compensação não haverá a mesma restrição ao emprego dos vasoconstritores pertencentes ao grupo das aminas
simpaticomiméticas. (ANDRADE, 2002)
Um paciente HIV +, estando compensado, estará apto a realizar exodontia simples, exodontia de retido, cirurgia bucal,
implantodontia e emergências. (PETERSON, 1997)
Hepatite viral - A hepatite viral é autolimitada, pode ser fulminante ou cronicamente debilitante. Devido ao potencial
para disseminação hematogênica desses vírus entre pacientes e profissionais da área de saúde, a hepatite é de
especial interesse aos integrantes das carreira odontológica e cirúrgica.
Hepatite B - O paciente com história hepatite B deve ser cuidadosamente avaliado pelo dentista. Esse tipo de hepatite
é transmitido predominantemente pela via parenteral, embora existam outras maneiras de transmissão como a via
percutânea e a sexual.
O HbsAg (vírus da hepatite B) é encontrado no sangue bem como na maioria das secreções orgânicas, incluindo saliva
lágrimas, suor e secreções sexuais. A hepatite B é o único tipo de hepatite para o qual existe um teste de triagem.
Atualmente, é possível fazer a detecção na camada superficial do vírus (antígeno de superfície da hepatite B, AgHBs) e
no material do cerne do vírus (antígeno do cerne da hepatite B, AgHBc). Também é possível detectar anticorpos
circulantes do vírus da hepatite B que indicam infecção prévia. Nos últimos anos mostrou-se que o antígeno e (AgHBe)
é um indicador da infecciosidade, e a exposição ao sangue de um portador positivo para AgHBe está associada a um
elevado risco de infecção.
O risco de infecção pelo HBV entre profissionais da área de saúde varia de ocupação para ocupação, mas é mais alto
naqueles diretamente expostos ao sangue, tais como dentistas, cirurgiões e cirurgiões bucais, equipe de sala de
emergência, funcionários de laboratório e equipe de hemodiálise.
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O curso clínico da hepatite B compreende um período de incubação, durante o qual há replicação do vírus; uma fase
prodrômica, quando aparecem sintomas inespecíficos; e uma fase ictérica, quando o paciente apresenta icterícia. Cerca
de duas semanas antes do aparecimento dos sintomas, o antígeno de superfície do vírus da hepatite B (AgHBs), e as
enzimas associadas ao dano hepatocelular começam a elevar-se, denotando comprometimento inflamatório do fígado.
O paciente passa então por um período prodrômico, com mal-estar, anorexia e fadiga, antes de apresentar icterícia,
náusea e vômitos.Os sintomas costumam durar de quatro a seis semanas. Mais da metade de todas infecções pelo
HBV são assintomáticas ou associadas com apenas uma doença leve, não reconhecida, semelhante a uma gripe. Na
maioria dos pacientes, a infecção pelo HBV resolve-se completamente em seis meses do surgimento dos sintomas.
Aproximadamente 10% dos pacientes, contudo, tornam-se portadores crônicos do HbsAg, definido como sendo positivo
para HbsAg para um período mais longo que 6 meses. A maioria destes pacientes continua a ser portadora crônica do
HBV, embora alguns espontaneamente superem suas infecções após vários anos.
Diferentemente de outros vírus, o vírus da hepatite B é excepcionalmente resistente à dessecação e a alguns
desinfetantes químicos, portanto esse vírus é de difícil controle, particularmente quando da realização de uma cirurgia
oral. Felizmente há meios de se inativar o vírus, através de desinfetantes contendo halogênios, formaldeído, gás óxido
de etileno, todas as formas de esterilização pelo calor e irradiação. Estes métodos podem ser usados para minimizar o
contágio da hepatite B.
Pacientes com risco elevado
1.) Na triagem pacientes que apresentem antígeno superfície positivo para hepatite B.
2.) O risco também é elevado nos pacientes com provas de função, hepática anormal.
3.) Nos pacientes com icterícia, esclerótica amarelada e sintomas de hepatite a vírus, o risco é elevado.
Pacientes que tenham história pregressa de hepatite ou icterícia ou com esclerótica amarelada devem ser avaliados
cuidadosamente. A avaliação laboratorial de um paciente assintomático com história pregressa de hepatite ou de
icterícia deve incluir hemograma completo, contagem de plaquetas, tempo de protrombina (TP), tempo de
tomboplastina parcial (TTP) e tempo de sangramento, prova de função hepática (SGOT, SGPT, LDH), Título de
anticorpos contra hepatite e antígeno de superfície da hepatite B(AgHBs).
Hepatite aguda é geralmente uma doença autolimitada tendo como características pacientes com história de mal-estar,
febre baixa, anorexia, náusea, vômitos que devem ser encaminhados para avaliação médica.
Existem dois padrões de infecção crônica pelo HBV, a hepatite crônica ativa e a hepatite crônica persistente. A hepatite
crônica ativa é uma doença hepática crônica fibrosante caracterizada por sintomas de hepatite em desenvolvimento tais
como anorexia, letargia, lassidão e testes de função hepática anormais.
A hepatite crônica persistente por outro lado é clinicamente leve e freqüentemente assintomática, com a elevação da
transaminase sendo o único sinal.
Deve-se adiar o tratamento dentário eletivo, até a infecção estar resolvida.
Pacientes com lesão hepática resultante de doença infecciosa exigem cuidados especiais de cirurgia oral.
Freqüentemente é necessário alteração na dosagem ou evitar o uso de drogas que requerem metabolismo hepático. A
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produção de vitamina K, da qual dependem vários fatores de coagulação (II, VII, IX e X), pode estar deprimida na
doença hepática grave por isso o tempo parcial de tromboplastina (TPT) é de muita utilidade nesses pacientes.
Pacientes com disfunção hepática grave podem exigir hospitalização para cirurgia oral devido à dificuldade de
metabolizar o nitrogênio do sangue deglutido, podendo com isso levar à encefalopatia. Em paciente portador do vírus
da hepatite B deve-se evitar medicamentos que requerem metabolismo ou excreção hepática, se o uso for essencial
modificar a dose, deve-se evitar também procedimentos ou situações nos quais o paciente possa deglutir grandes
quantidades de sangue.
Devido ao grande risco de contaminação pelo HBV é extremamente indicado à imunização contra este vírus. Existem
dois tipos de vacinas no mercado: A primeira desenvolvida em 1982, deriva do plasma do vírus. A segunda
desenvolvida em 1986 é um recombinante de DNA. Ambas são consideradas seguras e não mostram efeitos colaterais
significativos.
O tratamento administrado para prevenir hepatite B imediatamente após uma exposição ao agente é denominada
profilaxia pós-exposição. A administração de imunoglobulinas deve ser feito até 7 dias após o contato com o vírus. A
vacinação contra hepatite B deve ser iniciada juntamente com a imunoprofilaxia passiva com IGHB ou IGS.
Hepatite C - A Hepatite C é uma inflamação do fígado causada pelo vírus da hepatite C (HCV) e diferentemente das
hepatites A e B, a grande maioria dos casos de hepatite C não apresenta sintomas na fase aguda ou, se ocorrem, são
muito leves e semelhantes aos de uma gripe.
Nos raros casos em que a hepatite C é descoberta na fase aguda, o tratamento está indicado por diminuir muito o risco
de evolução para hepatite crônica, prevenindo assim o risco de cirrose hepática e câncer.
Em casos de pacientes com cirrose hepática deve-se redobrar as atenções e realizar procedimentos minimamente
invasivos, diminuindo assim a probabilidade de descompensação da hepatopatia. (FONTES, 2002)
Tendo em vista a freqüência da falência hepatocelular que ocorre após procedimentos cirúrgicos em pacientes com
hepatopatia crônica, a cirurgia ficava reservada somente para os casos em que havia complicações que colocavam em
risco a vida do doente. Na cirrose descompensada, a cirurgia acarreta morbimortalidade elevada, sendo então indicado
o tratamento conservador da hepatopatia, através de medidas que melhorem o suporte nutricional, associado ao
controle de uma provável doença associada, bem como afastar o eventual agente etiológico, até que melhor função
hepática seja alcançada. Assim, todo paciente portador de hepatopatia deve ser rigorosamente avaliado no pré-
operatório através de exames laboratoriais, com o propósito de determinar o grau de comprometimento da função
hepática. Entre os exames laboratoriais, o tempo de protrombina 2,5 segundos acima do limite normal parece ser o
melhor indicador de mau prognóstico nesta população de pacientes (FONTES, 2002).
A hepatopatia crônica levando a insuficiência hepática é uma importante causa de morbidade e mortalidade no pós-
operatório do transplante renal (111). Alterações bioquímicas hepáticas ocorrem em 7 a 24% dos pós-operatórios
imediatos destes pacientes que tardiamente podem evoluir a óbito em decorrência da doença hepática em 8 a 28% dos
casos.
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Na fase antes do aparecimento das complicações, exames de sangue realizados por qualquer motivo podem revelar a
elevação de uma enzima hepática conhecida por TGP ou ALT. Essa alteração deve motivar uma investigação de
doenças hepáticas, entre elas, a hepatite C.
A pesquisa diagnóstica busca anticorpos circulantes contra o vírus C (anti-HCV). Quando presentes podem indicar
infecção passada ou atual.
Com a evolução aparecem alterações nos exames de sangue e na ecografia de abdômen. Muitas vezes o médico irá
necessitar de uma biópsia hepática (retirada de um fragmento do fígado com uma agulha) para determinar o grau da
doença e a necessidade ou não de tratamento.
São realizados também a detecção do tipo de vírus (genotipagem) e da quantidade de vírus circulante (carga viral),
fatores importantes na decisão do tratamento.
CONDUTA APÓS EXPOSIÇÃO ACIDENTAL (SESSP,1999) - Após acidente com pérfuro-cortante, serão adotadas as
seguintes condutas:
• Cuidados locais.
• Notificação.
• Avaliação do acidente: material biológico envolvido; tipo de acidente; situação sorológica do paciente-fonte em
relação ao HIV; situação do paciente-fonte com relação aos vírus da hepatite B e C; coleta de material e
seguimento clínico/laboratorial do profissional acidentado.
TRATAMENTO DO LOCAL DA EXPOSIÇÃO (FERIDA DO HCP) - O local da ferida ou da pele que foi exposto a
sangue ou outro fluido corporal deve ser lavado com água e sabão e a mucosa deve ser lavada apenas com água. Não
há evidências de que o uso de anti-sépticos para o tratamento da ferida ou a tentativa de extrair os fluidos espremendo
o local da ferida reduz o risco de transmissão de patógenos associados a sangue. O uso de anti-sépticos não está
contra-indicado, mas não é recomendável a aplicação de agentes cáusticos como o hipoclorito de sódio sobre a ferida,
assim como a injeção de anti-sépticos ou desinfetantes dentro da mesma.
AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO E DO PACIENTE FONTE DO MATERIAL BIOLÓGICO
1. AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO
A exposição deve ser avaliada quanto ao seu potencial em transmitir HBV, HCV e HIV, com bases no tipo de substância
corporal envolvida e na rota, e na severidade da exposição em si. Logo, os fatores a serem considerados quanto à
necessidade de acompanhamento para exposições ocupacionais são:
• Tipo de exposição
• Lesão percutânea
• Exposição de mucosa
• Exposição de pele não-intacta
• Mordidas resultantes em exposição do tecido subcutâneo
• Tipo e quantidade do fluido/tecido
• Sangue
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• Fluidos contendo sangue
• fluidos ou tecidos potencialmente infectados (sêmen; secreção vaginal; fluidos cerebro-espinhal, sinovial,
pleural, peritonial, pericardial e amniótico)
• Contato direto com superfície reconhecidamente contaminada por vírus
• Situação infecciosa do paciente
• Presença de HbsAg
• Presença de anticorpos anti-HCV
• Presença de anticorpos anti-HIV
• Suscetibilidade do HCP exposto
• Vacinado contra HBV e sua situação imunocompetente
Situação imunológica quanto ao HCV e HIV:
• Sangue, fluidos visivelmente contendo sangue ou outros fluidos potencialmente contaminados ou tecidos
podem estar infectados com vírus associados à transmissão hematogênica. A exposição a esses fluidos ou
tecidos através de uma lesão percutânea, ou pelo contato com superfície mucosa, são situações que
estabelecem risco de transmissão viral e requerem avaliação e acompanhamento. Em relação ao HVC e ao
HIV, a exposição a agulhas ocas preenchidas com sangue ou instrumentos visivelmente contaminados com
sangue sugerem um risco maior de contaminação.
Para exposições da pele, o acompanhamento só está indicado quando a pele está com sua integridade comprometida,
como por exemplo, com dermatites, abrasão ou ferida aberta, e foi exposta aos fluidos corporais listados acima. Na
avaliação clínica de mordidas humanas, deve-se considerar a possibilidade de contaminação tanto da pessoa mordida
quanto da agressora. Deve-se proceder ao acompanhamento das exposições se a mordida resultar em exposição de
sangue de ambas as pessoas envolvidas.
Observação:
Exposição de pele intacta a fluidos corporais do paciente não é considerada de importância.
Alguns fatores podem ser ditos como agravantes, podendo acelerar o desenvolvimento da doença, com a idade
avançada no momento da infecção, uso concomitante de álcool, associação de hepatite B ou HIV. Com a evolução
progressiva da doença, os exames laboratoriais alteram-se, desenvolvendo valores de AST maiores que os de ALT,
baixos níveis séricos de albumina e alargamento da atividade de protrombina, todos eles sugestivos de cirrose hepática.
Hepatite D - O vírus da hepatite D ou delta é um dos menores vírus RNA animais. Tão pequeno que é incapaz de
produzir seu próprio envelope protéico e de infectar uma pessoa. Para isso, ele precisa utilizar a proteína do vírus B.
Portanto, na grande maioria dos casos a hepatite D ocorre junta a B, ambas com transmissão parenteral. O vírus D
normalmente inibe a replicação do B, que fica latente.
Na fase aguda da infecção, ocorre esteatose microvesicular e necrose granulomatosa eosinofílica por ação citotóxica
direta do vírus (a variedade amazônica é uma das mais severas). Na fase aguda, a atividade necroinflamatória costuma
ser severa.
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Em pacientes já portadores do vírus B que apresentam infecção aguda pelo D, esta pode ser severa com hepatite
fulminante. Ao contrário da hepatite B, não apresenta manifestações extra-hepáticas.
O diagnóstico ocorre pela sorologia anti-HDV (IgM para infecções agudas e IgG para as crônicas - o anticorpo IgG não
é protetor) ou por PCR. O PCR mostra que ha replicação (multiplicação em virtualmente todos os pacientes com vírus
D).
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ABORDAGEM ODONTOLÓGICA CLÍNICA EM PACIENTES HEPATOPATAS VIRAIS B, C, D E HIV-SOROPOSITIVOS COMPENSADOS OU NÃO. Autores: Lobo, A.; Oliveira, F. A.; Araújo, L. L. G.; Souza, M. S.; Santana, S. B. Orientador: Rios, M. A. RESUMO
INTRODUÇÃO - O tratamento de pacientes na rotina odontológica deve, em tese, ser direcionado para o consenso de
que todos os indivíduos que são atendidos são portadores em potencial de doenças contagiosas, e a AIDS e as
hepatites virais vem sendo apontadas como entidades de risco ocupacional para dentistas, fazendo valer aquela
premissa.
KNOBEL (2002) alertou para o fato de ser essencial adoção de precauções padrão na manipulação do sangue e das
secreções de todos os pacientes. Afinal, as precauções universais com o sangue e secreções são mandatárias,
independentes do conhecimento ou não de infecção pelo HIV. O autor complementa ainda que algumas medidas
básicas devem ser utilizadas no manuseio de qualquer paciente diante da impossibilidade de se estabelecer se ele é ou
não portador de AIDS ou outra infecção transmitida por sangue ou secreções orgânicas. Essas medidas incluem o uso
de equipamentos de proteção individual e cuidados na manipulação de perfuro-cortantes.
Apesar de recomendações gerais serem estabelecidas com base em princípios de biossegurança, é importante tentar
delinear em que nível as intervenções clínicas cirúrgicas ou não podem ser realizadas, não mais pelo risco ao
profissional, mas sim pelo risco inerente ao paciente portador de soropositividade para os vírus da imunodeficiência
humana e das hepatites de contágio parenteral.
No que ser refere as hepatites virais, foi verificado que os pacientes com hepatite B aguda apresentam partículas
viróticas na saliva, no sêmen, nas secreções vaginais e no leite materno, o que explica a elevada incidência à elevada
incidência nos filhos de mães infectadas e nos cônjuges de pacientes infectados.
Dessa forma, este trabalho aborda sugestões de condutas em Odontologia que podem ser tomadas nesses pacientes,
além de apresentar alguns elementos clínicos que podem nortear a seleção de casos e os cuidados técnicos a serem
empreendidos.
DESENVOLVIMENTO - O tratamento de pacientes portadores de HIV e HV passam necessariamente pela verificação
de parâmetros médicos dos casos, como sugere CARRANZA (2004), onde salienta que nos casos de HIV positivos é
necessário que o tratamento seja conduzido em contato direto com o médico do paciente. SONIS em 1995 chamou
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atenção para os pacientes portadores de hepatites virais, colocando que indivíduos com esclerótica amarelada ou com
icterícia devem ter seu tratamento adiado e ser conduzido para avaliação adicional.
Contudo, no que se refere aos procedimentos odontológicos que devem ser ou não realizados, pouca abordagem de
estratificação tem sido colocada, exceto a observação dos níveis de linfócito T CD4 em pacientes HIV positivos
(FINKELSZTEJN, 1999) e avaliação de co-morbidades prevalentes posteriores à lesão hepática aguda ou crônica vírus
mediada (FIUGUEIRA et al. 2004)
Quantos à abordagem geral de pacientes de risco, virais ou não, o acesso à cavidade bucal deve ser executado com
bochecho PVPI 10% ou clorexidina 0,12% para procedimentos semicríticos, e com antissepsia da pele PVPI 10% ou
clorexidina 4% para procedimentos críticos (MATTOS, 2004).
No tocante aos procedimentos em pacientes portadores de HIV, a periodontia apresenta uma discussão amiúde
detalhada sobre o tema. CARRANZA (2004) traz uma categorização de portadores, de acordo com o Center for
Disease Control and Prevention (CDC), quais sejam:
Categoria A: inclui pacientes com sintomas agudos ou doenças assintomática, incluindo indivíduos com linfadenopatias
generalizadas persistentes, com ou sem mal-estar, fadiga ou baixas temperaturas de febre.
Categoria B: paciente com condições sintomáticas tais como candidíase orofaríngea ou vulvovaginal; herpes zoster;
leucoplasia pilosa bucal; trombocitopenia idiopática; ou sintomas gerais como febre, diarréia e perda de peso.
Categoria C: aqueles pacientes completamente com AIDS, manifestada por condição de risco de vida, identificada por
níveis de linfócitos T CD4 menores que 200 por milímetro cúbico.
Como elemento norteador para as categorias, surge um critério que pode ser considerado regra de outro para pacientes
com AIDS: o nível de linfócito T CD4. FINKELSZTEJN (1999) expôs os níveis destes leucócitos no portador de HIV, sob
o ponto de vista médico, que foi transposto pelo CDC para uma prática odontológica (Quadro 1 em anexo). Nesta
condição, o risco de intervenções aumenta com na proporção inversa do nível celular de defesa. Quadro 1 – Níveis de
referência absoluto e percentual de linfócitos T CD4 (adaptado de FINKELSZTEJN 1999)
CARRANZA (2004) atenta para o fato de que o estado de saúde do paciente deve ser determinado pela historia da
doença, avaliação física e consulta ao seu médico. As decisões de tratamento irão variar em função do estado de saúde
do paciente.O manuseio clínico dos pacientes periodontais infectados com HIV requer rigorosa dedicação para se
estabelecerem métodos de controle da infecção, com base na diretriz da American Dental Association (ADA) e dos
Centers for Disease Control and Prevention (CDC – Centros para prevenção e Controle da Doença). Pois os pacientes
imunocomprometidos estão em risco potencial tanto de adquirir como de transmitir infecções no consultório.
Ainda com base em CARRANZA (2004), o exame bucal completo determinará as necessidades de tratamento dentário
do paciente. Os objetivos primários da terapia dentária deverão ser a restauração e a manutenção da saúde, conforto e
função bucais. A terapia periodontal conservadora e não-cirúrgica deve ser a opção de tratamento para virtualmente
todos os pacientes HIV-positivos, e a execução de procedimentos periodontais cirúrgicos eletivos para instalação de
implantes vem sendo reportada. É imperativo que o paciente mantenha uma meticulosa higiene bucal pessoal. Além
disso, as visitas de manutenção periodontal devem ser conduzidas em intervalos curtos (dois a três meses), e qualquer
doença periodontal progressiva deve ser tratada vigorosamente (ROSE et al., 2002).
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SILVERMAN, EVERSOLE e TRUELOVE (2004) chamam atenção sobre relatos de que pacientes HIV-soropositivos não
apresentam números maiores de complicações em procedimentos endodônticos, periodontais, biópsias, dentística
operatória ou protética em relação a HIV soronegativos, e, portanto o oferecimento de terapia para portadores de HIV
deve ser ofertado sem especulações sobre variações no sucesso do tratamento com base na presença do vírus.
Estes mesmos autores, corroborando com FIGUEIRA et al. (2004), chama atenção para o risco de inflamações
articulares sintomáticas em HCV-soropositivos com hepatopatia crônica, o que leva a considerar o diagnóstico
diferencial de dores em ATM de fundo sistêmico.
No tocante as hepatites virais de contágio parenteral, SONIS (1995) relata que em paciente com esclerótica amarelada
ou com icterícia, o tratamento dentário deve ser adiado, devendo ser encaminhados para avaliação adicional. Além
disso, SILVERMAN, EVERSOLE e TRUELOVE (2004) pontuam para o risco hemorrágico em pacientes hepatopatias
virais cujo RNI esteja acima de 3,5. Esses autores alertam sobre a necessidade de intervenções hospitalares
controladas nesses casos, e no que se refere ao tratamento clínico não cirúrgico, eventos de drenagens com
sangramento abundante devem ser considerados. Em acréscimo, nos casos de cirrose hepática, a administração prévia
de antibióticos deve ser avaliada, pelo risco aumentado de infecções nesses casos.
CONCLUSÃO - Em linhas gerais, podem-se sugerir critérios que delimitem que condutas clínicas não-cirúrgicas podem
ser realizadas em odontologia com base em critérios médicos de estado geral do paciente, passando pelas
observações dos autores acima discutidos:
Não há restrições quanto às condutas clínicas não-cirúrgicas em HIV soropositivos com níveis de linfócito T CD4
aceitáveis e estado geral satisfatórios, nem em hepatopatias virais sistemicamente controlados.
Procedimentos envolvendo processos agudos supurativos requerem muitas vezes uma abordagem antimicrobiana
prévia em ambas as condições virais, especialmente no HIV-positivo com queda nos níveis de linfócito T CD4, e nos
hepatopatias com cirrose. Essa condição passa em especial pela periodontia e endodontia.
Os tratamentos em indivíduos não controlados, essencialmente em HIV-positivos, passam por promover bem-estar e
controlar outros irritantes locais complicadores.
Pode ser particularmente importante à percepção de inflamações articulares em hepatopatas virais crônicos,
conduzindo o cirurgião-dentista à investigação da condição sistêmica nesses pacientes e as limitações terapêuticas.
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SILVERMAN Jr., S; EVERSOLE, L.R.; TRUELOVE, E.L. Fundamentos de Medicina Oral. 2ª ed., Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004
ROSE, L.E.; GENCO, R.J.; MEALEY, B.L.; COHEN, D.W. Medicina Periodontal, 1ª edição, São Paulo:Santos, 2002.
ANEXO Quadro 1 – Níveis de referência absoluto e percentual de linfócitos T CD4 (adaptado de FINKELSZTEJN 1999)
CD4 Absoluto Percentual de CD4 > 700 – 800/ mm³ >32%
>500/mm³ >28% 200 –500/mm³ 14 a 28%
<200/mm³ <14% ABORDAGEM ODONTOLÓGICA PREVENTIVA EM PACIENTES HEPATOPATAS VIRAIS B, C, D E HIV Autores: Crozara, J.; Jacobino, L.; Kruschewsky, M.; Leal, P.; Orientador: Alves, G. B. RESUMO - O aumento da consciência pública e profissional sobre HIV, Hepatites B, C, D resultou em um delírio de
normas reguladoras que possuem um impacto marcante na prática odontológica. Nosso objetivo é demonstrar que ao
se utilizar alguns procedimentos estaremos, se não combatendo, ao menos, controlando as contaminações, tão
presentes nos dias de hoje. A facilidade de se contrair algumas doenças, principalmente as HIV, HBV, HCV e HDV em
nosso ambiente de trabalho, é mais comum do que imaginamos. Portanto , tomando precauções como o simples ato da
lavagem das mãos; esterilizações dos instrumentais e materiais de nosso uso rotineiro; uso de equipamentos de
proteção individual do profissional como, avental, máscara, gorro ,óculos, luvas; uso de proteção nas pontas do equipo;
armários; cadeira; refletor; manutenção da limpeza em nossos consultórios e obedecendo as normas da Vigilância
Sanitária, certamente estaremos realizando medidas de biossegurança e conseqüentemente tomando os devidos
cuidados que irão minimizar os riscos de contaminações.
PALAVRA-CHAVE: Biossegurança, Hepatite, HIV, Prevenção
INTRODUÇÃO - A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é causada por um retrovirus que possui afinidade ao
receptor CD4 e é uma doença infecciosa de origem viral que atinge o sistema imunológico do portador. A maioria pode
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permanecer inativo por longo período mas estes indivíduos são infecciosos e podem infectar outros indivíduos, embora
a infectividade seja maior no período inicial da doença. É uma doença causada pelo vírus HIV-1 ou HIV-2. O vírus que
predomina no mundo inteiro é o HIV-1 mas ambos são transmitidos de 3 formas: relação sexual, sangue, de mãe para
filho. O intervalo entre a infecção pelo HIV e o aparecimento de sintomas clínicos é longo e bastante variável. Por isso o
profissional precisa estar apto a diagnosticar e tratar as doenças bucais mais comuns que são decorrentes do estado
imunológico de portadores do HIV. (PINTO. 1996)
Em relação ás manifestações bucais a candidose mucocutânea é a mais freqüente e costuma se localizar na orofaringe
e na boca. A leucoplasia pilosa também ocorre em freqüência significativa, as lesões são assintomáticas e não
necessitam de tratamento. Durante o atendimento de um paciente HIV-positivo é importante avaliar o estado de
imunodepressão e o nível de trombocitopenia através de contagem de plaquetas antes de qualquer tratamento que
possa causar sangramento. (SONIS 1996)
Segundo Machado et al as alterações periodontais representa um fator de risco que pode ser tratada e prevenida. É
fundamental que estes pacientes imunocomprometidos recebam atenção especial no tocante ao controle da placa
através de substâncias mais efetivas e até o presente, a clorexidina 0,12 % aparece como a mais indicada. De acordo
com o Ministério da Saúde, desde 1982 até o ano de 2000, foram registrados no Brasil 184.506 casos de contaminação
pelo HIV. O grupo etário mais atingido, para ambos os sexos, é de 20 a 39 anos, que prefazem 70% dos casos de AIDS
notificados ao Ministério da Saúde até o ano de 2000. (FRANÇA et al., 2002)
As medidas de biossegurança devem ser adotadas universalmente para todos os pacientes. Em relação ao plano de
tratamento a profilaxia antibiótica é indicada nos casos de paciente com válvula cardíaca, história de febre reumática ou
outra e não há necessidade de usar cobertura antibiótica de rotina para prevenir infecção pós- procedimento. (PINTO,
1996) A transmissão do HIV através de acidentes de trabalho envolvendo agulhas ou instrumentos cortantes com
sangue contaminado é de aproximadamente 0,3% ou uma a cada 250-300 exposições, mesmo sendo um risco
pequeno, medidas universais de biossegurança devem ser observadas com todos os pacientes durante todos os
procedimentos odontológicos considerando a possibilidade de qualquer indivíduo ser portador da doença. Onde o
sangue, a saliva e o líquido gengival de todos os pacientes devem ser considerados infectados. (FRANÇA et al.,2002)
As bactérias possuem uma estrutura mais diferenciada do que a dos vírus, e que formando colônias sobressaem-se
pela patogenicidade apresentadas como os pneumococos, gonococos, estreptococos, estafilococos bacilos e espirilos.
Verificaremos alguns dos agentes das infecções comuns na tabela –1 em anexo.
Infecção cruzada - Pesquisadores têm estudado profundamente para demonstrar que, em todos os instrumentais
odontológicos escondem-se microorganismos patogênicos que colocam em risco o paciente e o profissional. A cavidade
bucal abriga abundante flora microbiológica, portanto, quanto menor a atenção com as normas de segurança em
consultórios odontológicos, maior a possibilidade de se contrair doenças infecto-contagiosas. Segundo Borges, Lusiane
(2004), a maior fonte de contaminação do consultório odontológico está no instrumental esterilizado inadequadamente.
Os locais mais contaminados são a cuspideira, a caneta de alta rotação e a caixa de revelação, destinada ao
acondicionamento de filmes de raios X- local de grande contaminação que precisa de constante limpeza e desinfecção.
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As doenças de forma direta são contraídas pelo contato direto entre o portador e o hospedeiro, as de forma indireta
ocorrem quando o hospedeiro entra em contato com uma superfície contaminada. As doenças contraídas à distância
ocorrem através do ar, quando o hospedeiro entra em contato com os microorganismos.O cirurgião dentista e o
paciente estão submetidos facilmente a essa contaminação, por isso se faz necessário o uso de proteção individual,
que comentaremos mais adiante. Na tabela -2 em anexo podemos verificar as doenças contraídas nas formas de
contaminações. Lembrando que paciente e cirurgião dentista estão sob constante risco de contaminação à distância
pelo uso contínuo das altas rotações necessário nos tratamentos do paciente, os aerossóis produzidos durante o
tratamento dentário contribuem para as contaminações, 1 metro de distância há 100% de risco de contaminação,
conseqüentemente 50%, a 2 metros, confirmando a importância do uso do equipamento individual, como a máscara.
Um eficiente consultório é aquele que incorpora à sua rotina o uso permanente do protocolo de controle da infecção,
pois verificamos a facilidade de contaminações. É aconselhável que o profissional se previna tomando vacinas contra a
hepatite B, sarampo, rubéola e tétano,sendo a hepatite B de maior risco para os profissionais da saúde bucal, e a
recomendação para a imunização da hepatite B é tomar a vacina na freqüência de três doses: 30, 60 e 180 dias,com
reforço a cada 6 anos.
Atualmente não se pensa mais em grupos de risco, pois todos estamos vulneráveis às contaminações diante da grande
incidência das infecções cruzadas, portanto, temos que adotar as medidas preventivas para qualquer tipo de paciente,
todos somos portadores de microorganismos, o paciente e o profissional de saúde, dessa maneira, as precauções para
se evitar as contaminações se iniciam com a aplicação da biossegurança.
Hepatite B - O vírus da hepatite B (HBV), a causa da “hepatite sérica”, pode produzir hepatite aguda, hepatite crônica
não-progressiva, hepatite crônica progressiva culminando em cirrose. Os métodos de esterilização utilizados pelos
profissionais, os resultados mostram que a hepatite B é uma doença do fígado causada pelo vírus de Hepatite B(HBV),
embora a hepatite possa ser muito grave e mesmo fatal, muitas pessoas podem não apresentar os sintomas
relacionados a essa patologia, sintomas tais como: sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo fadiga, febre baixa,
dores musculares e nas articulações, dor abdominal descrita como sensação de peso e diarréia ocasional e em alguns
casos podem apresentar icterícia. Sua forma de contágio pode ser através de contato direto com o sangue ou fluidos de
corpo de uma pessoa infectada; por exemplo, você pode ser infectado praticando sexo ou compartilhando agulhas com
uma pessoa infectada. Um bebê pode contrair hepatite B de uma mãe infectada durante o parto, pessoas de qualquer
idade cujo comportamento os expõe a risco para aquisição de VHB e pessoas cujos trabalhos os expõem a sangue
humano. Estes contudo, idealmente, devem ser testados previamente antes da vacinação.
O paciente não deve compartilhar as instalações sanitárias e os objetos de uso pessoal com os outros. O sangue e as
secreções destes pacientes devem ser manipulados com cuidado e o contato íntimo evitado.
Hepatite C - As precauções são as mesmas que as recomendadas para os pacientes com hepatite B.
É uma doença causada pelo vírus da hepatite C (VHC),é transmitida por via parental e geralmente resultante de
transfusão sanguínea. Infecção persistente e hepatite crônica são as marcas da infecção por HCV. Como eu posso
prevenir a propagação HCV para outros: (1) Não doe seu sangue, órgãos do corpo, outro tecido, ou esperma, (2) Não
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compartilhe escovas de dente, navalhas, ou outros artigos de cuidado pessoais que poderiam ter seu sangue neles, (3)
Cubra seus cortes e feridas abertas.
Hepatite D - É também chamado de agente delta e vírus da hepatite delta, o HBV é um vírus de Rna singural e
absolutamente dependente das informações genéticas fornecidas pelo HBV, para se multiplicar e causar a hepatite
somente na presença do HBV. Nos indivíduos que são infectados de forma aguda e simultaneamente por HBV e HDV
não há aumento na probabilidade de vir a surgir uma hepatite crônica, mas a probabilidade de ocorrer insuficiência
hepática fulminante é maior do que para a hepatite B isoladamente. As precauções adotadas em relação à hepatite D
são as mesmas que a hepatite B. A co-infecção simultânea por HBV e HDV resulta em uma hepatite que varia de leve
fulminante a ultima ocorrendo mais provavelmente (3 a 4%) do q com o HBV isolado. (Robbins, 1994)
Procedimentos de assepsia - A assepsia consiste em afastar os germes patogênicos das superfícies como materiais,
mesas, armários, etc, e a antissepsia é aplicada em pele e mucosas,em tecidos vivos também conhecida como
degermação. A desinfecção é o uso de agentes químicos desinfetantes em superfícies, instrumentais e ambientes. A
esterilização se processa por meio físico, químico e físico químico. A tabela- 3 em anexo facilita o entendimento desses
procedimentos. Além do processo de esterilização, a limpeza e higienização do ambiente se faz necessárias,
removendo de qualquer sujidade em áreas nos consultórios ou em hospitais controlando as infecções.
COMENTÁRIOS FINAIS - Conclui-se que é insuficiente o conhecimento dos Cirurgiões dentistas e da população em
relação a doenças passíveis de transmissão cruzada ou direta no consultório dentário, existindo a necessidade de
esclarecimento deste grupo no que diz respeito a doenças como a AIDS e Hepatite B,C e D, ao controle de infecção e à
biossegurança. Acreditamos portanto que a participação dos cirurgiões dentistas é de fundamental importância no
processo de esclarecimento e educação da população sendo de fundamental importância, ampla campanha de
esclarecimento junto aos profissionais e estudantes de modo a melhorar conhecimentos, atitudes e procedimentos de
controle de infecção.
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TEIXEIRA, Biossegurança-Uma bordagem Multidisciplinar.Edit.Fiocruz
VARELLA, Marcelo Dias. Biossegurança e Biodeiversidade. Edit. Del Rey
KUMAR, COTRAN, ROBBINS. Patología Básica, 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994
ANEXOS Tabela -1
Doença Via Período de incubação Sobrevivência a temperatura ambiente
Vírus de vias aéras
superiores
saliva secreções até uma semana Horas
Hepatite B saliva
sangue sêmen
até 6 meses Meses
HIV sangue sêmen
secreções até 10 dias Dias
(COLEMAN, 1996) Tabela 2 - doenças contraídas nas formas de contaminações
Forma Direta
Doença sexualmente transmissíveis
Hepatites virais
HIV
Forma Indireta
Hepatite B
Herpes simples
À distância
Tuberculose
Sarampo
Varicela
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 119
Tabela - 3
Superfícies, Equipamentos e
Materiais
Limpeza Desinfecção
Produto Método Freqüência Produto Método Freqüência
Cadeira do cliente Água e sabão
Fricção limpeza úmida
Após cada uso álcool 70% Fricção 30" Após cada uso
Botões de controle da cadeira
Água e sabão
Fricção limpeza úmida
Após cada uso
1ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Fricção 30" Após cada uso
Alça e interruptor do foco de luz
Água e sabão
Fricção limpeza úmida
Após cada uso
1ºálcool 70% associado a
clorexidina a 1% (manipulado)
Fricção 30" Após cada uso
Pontas – caneta de alta e baixa rotação
Seringa tríplice*
Água e sabão
Fricção limpeza úmida
Após cada uso
1ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Fricção 30" Após cada uso
Tubulação do sugador
Detergente enzimático Aspirar Após cada
uso 1ºhipoclorito 1% Aspirar Diário
Cuspideira Água e sabão Fricção Após cada
uso
1º formulação de formoldeído 4% (c/
fragância,manipulado) 2ºhipoclorito 1%
Borrifar Após cada uso
Puxadores de gaveta Água e sabão
Fricção limpeza úmida
Após cada atendimento
1ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Fricção 30" Após cada uso
Cart/Equipo Água e sabão
Fricção limpeza úmida
Após cada uso
1ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Fricção 30" Após cada uso
Ampola e disparador de RX
Água e sabão
Fricção limpeza úmida
Após cada uso
1ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Fricção 30" Após cada uso
Reservatório de água que
alimenta as linhas das pontas
Água e sabão Fricção Diário -------------- -------------- ---------------
Tubetes anestésico -------------- ---------- ------------ 1º clorexidina 2% (manipulado)
Imersão por 20’ Antes do uso
Pote dappen de plástico*
Água e sabão Fricção Após cada
uso 1º hipoclorito 1% Imersão por 20’ Após cada uso
Saca-broca* Água e sabão Fricção Após cada
uso 1º hipoclorito 1%
2º álcool 70% Imersão por 20’ Após cada uso
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 120
Cone de guta percha ------------ ---------- ------------ 1ºálcool 70% (manipulado)
Imersão 20’-
enxagüar em álcool
70% e secar em
gaze esterilizada
Antes do uso
Moldagem com silicone e
polissulfatos Água Jato de água
Após a moldagem,
antes do envase
1ºhipoclorito 1% 2ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Imersão 10’
Após a moldagem, antes do envase
Moldagens com alginato Água Jato de água
Após a moldagem,
antes do envase
1ºhipoclorito 1% 2ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Borrifar e guardar em saco plástico por 10’
Após a moldagem, antes do envase
Moldagem com oxido de zinco eugenol Água Jato de água
Após a moldagem e
antes do envase
Glutaraldeído 2% Imersão 10’
Após a moldagem e antes do envase
Moldeiras de resina acrílica
Água e sabão Fricção Antes da
moldagem Hipoclorito 1% Imersão 10’
Antes da moldagem
Planos oclusais / registros Água Jato de água Após o
registro 1ºálcool 70% Imersão 10’ Após o registro
Próteses de metal e porcelana, metal e resina, resinas ou
porcelana
Água e sabão Fricção
Antes da prova ou fixação
1ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Fricção 30" Antes da prova ou fixação
Restaurados metálicos
Água e sabão Fricção
Antes da prova ou fixação
1ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Fricção 30" Antes da prova ou fixação
Restaurados em cera/ prova -------------- ---------- --------------- Álcool 70% Imersão
20’ Antes da prova
Piso Água e sabão Fricção Ao final de
cada turno Hipoclorito 1% Fricção Após a
contaminação e diária
Ralos Água quente e sabão Fricção Semanal --------- --------- ----------
Tela do sugador Água e
Detergente enzimático
Imersão 2’e fricção Diária --------- --------- -----------
Pias de lavagem das mãos
Água e sabão Fricção Ao final de
cada turno --------- --------- -----------
Sifão e pias de lavagem de instrumental
Água e sabão Fricção Diária --------- --------- -----------
Filtros de condicionadores de
ar
Água e sabão Fricção Semanal --------- --------- -----------
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Geladeiras de medicamentos,
resinas e material de moldagem
Água e sabão
Fricção limpeza úmida Semanal
1ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Fricção 30" Semanal e qdo nessec
Telefone Água e sabão Fricção Diária
1ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado) 2º Hipoclorito 1%
Fricção 30" Diária
Saboneteira de vidro ou metal
Água e sabão Fricção Às reposições --------- --------- ----------
Bebedouros de esguicho
Água e sabão Fricção Diária
1ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Fricção 30" Diária
Banheiro Água e sabão Fricção Diária Hipoclorito 1% Fricção 30" Diária
Filme de RX Com barreira plástica Fricção Antes do uso
1ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Fricção 30" Antes do uso
Posicionadores de Filme
Água e sabão Fricção Antes do uso 1º glutaraldeído
2º Álcool 70% Imer 30 Antes do uso
Almotolias de anti-sépticos e
desinfetantes
Água e sabão Fricção À reposição
1ºálcool 70% associado a
clorexidina 1% (manipulado)
Fricção Às reposições
1º- Primeira escolha; 2º Segunda escolha; *Se estes materiais suportarem alta temperatura devem ser autoclavados . ** Todos os equipamentos e superfícies passíveis de colocação de barreiras devem ser limpos e desinfetados, a cada uso e novamente encapados somente no momento de utilização. Maiores informações no site http://www.biossegurancaodonto.com.br/
PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES JURÍDICAS E SOLUÇÕES DE PROBLEMAS OCORRIDOS DURANTE O ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DE HEPATOPATAS VIRAIS B, C E D E HIV-SOROPOSITIVO COMPENSADOS OU NÃO, COM OU SEM SEQÜELAS CAUSADA PELO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Autores: Hayvanon, A.; Valladares, C.; Goelzer, E.; Abreu, S.; Orientador: Almeida, C. S. L. RESUMO
INTRODUÇÃO: A prática odontológica abrange uma variedade de procedimentos, onde implicam contato com
secreções da cavidade oral, como saliva, sangue, secreções respiratórias e aerossóis. Isto tudo acaba resultando em
possibilidade de transmissão de infecções, tanto do paciente para paciente, como dos profissionais para pacientes ou
dos pacientes para os profissionais.
Uma grande preocupação com risco de transmissão de hepatite e HIV tem sido encontrada na prática odontológica, em
virtude de que nem todos os pacientes portadores de HIV e hepatite, ou outros patógenos importante, possam ser
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 122
identificados previamente à realização de um procedimento invasivo. Por isso, é recomendado que todos os pacientes,
indiscriminadamente, sejam considerados potencialmente pacientes de risco e que conseqüentemente, precauções
padronizadas sejam utilizadas em todos os procedimentos.
Efetivas medidas de controle de infecção visam quebrar ou minimizar o risco de transmissão de infecções na prática da
odontologia, respeitando os aspectos universais de biossegurança como uso de luvas, aventais, máscaras e óculos de
proteção (EPI). Deve-se ter sempre em mente os cuidados adicionais na manipulação de instrumentos cortantes e
perfurantes, pois a melhor prevenção é não se acidentar.
Embora não haja substituto para a boa prática clínica, muitos processos se relacionam a aspectos não-pertinentes ao
tratamento em si. Estes freqüentemente incluem a falta de comunicação e entendimento entre o cirurgião dentista e o
paciente, e de registro deficientes de tratamento, os quais se tornam importantes argumentos e excelentes
possibilidades para o advogado do cliente, aumentando o número de processos contra os cirurgiões-dentistas.
DESENVOLVIMENTO: O cuidado com a comunicação cirurgião-dentista-paciente e equipe odontológica; a informação
fornecida ao paciente, o consentimento do paciente após ser informado, a documentação apropriada e o controle
adequado das complicações pode reduzir significativamente o potencial de problemas legais.Toda informação possível
sobre o tratamento proposto, além dos riscos e alternativas, benefícios e limitações de cada opção devem ser
transmitidas ao paciente. Se for realizado de maneira adequada, o processo de cons Tornando o paciente, portanto,
capaz de tomar uma decisão consciente e voluntária quanto à realização do tratamento ou de eleger outra opção.
Um dos problemas mais comuns encontrados na defesa do erro profissional é o registro deficiente. Esses registros
fornecem aos advogados do reclamante uma oportunidade de alegar que os cuidados com o paciente também foram
deficientes.
Se o Cirurgião-dentista não documentar os achados clínicos importantes que sustentem o diagnóstico e tratamento, os
advogados podem questionar primeiramente a necessidade desse tratamento em si. Caso necessite de correções no
prontuário, devem ser realizadas sem rasuras, datadas e assinadas. Em alguns estados a alteração de registro é
considerada crime, ou intenção fraudulenta.
Na maioria dos casos o profissional deve avisar o paciente sobre as complicações. É aconselhável considerar e discutir
as opções razoáveis de tratamento que ainda possam produzir um resultado aceitável. Após observado todos esses
cuidados para redução do risco e mesmo assim o paciente processe o cirurgião-dentista, o mesmo poderá responder a
três instâncias: responsabilidade ética, civil e criminal.
Ética - Trata-se dos direitos e deveres dos profissionais inscritos nos Conselhos de Odontologia, caso o CD sofra
penalidades, este responderá de acordo com o código de ética:
Cap XVI – Das penas e suas aplicações; Art40:
I –advertência confidencial, em aviso reservado;
II – censura confidencial, em aviso reservado;
III – censura pública, em publicação oficial;
IV – suspensão do exercício profissional do Conselho Federal
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 123
Art 45 – Além das penas disciplinares previstas, também poderá ser aplicada pena pecuniária a ser fixada pelo
Conselho Regional, arbitrada entre 1 (uma) e 25 vezes o valor da unidade
Responsabilidade Civil - A responsabilidade Civil se relaciona com a obrigação que incumbe a todo agente dotado de
liberdade, de responder por seus atos ante a autoridade competente, apresentando dois enfoques: a obrigação que tem
o cirurgião-dentista de assumir a responsabilidade e de aceitar as conseqüências oriundas de seus atos profissionais
praticados e ter de satisfazer ou responder, inclusive com uma quantia pecuniária ou uma indenização financeira fixada
em procedimento judicial, a qualquer dano, prejuízo ou perda que eventualmente venha ocasionar ao paciente.
Na esfera civil, o dever de reparar o dano causado vem disposto no artigo 159 do Código Civil e decorre da existência
de alguns pressupostos:
A - ação ou omissão do sujeito
B - dolo ou culpa do sujeito
C - nexo de causalidade entre a ação ou omissão e o prejuízo causado
D - ocorrência de dano sofrido pela vítima
O paciente que se sentir prejudicado em seu tratamento pode mover uma ação de ressarcimento de danos contra o
cirurgião-dentista na área cível, penal e administrativa, desde que seja caracterizada uma destas figuras: negligência,
imperícia ou imprudência.
Responsabilidade Criminal - A responsabilidade criminal pode decorrer da culpa ou do dolo. Na culpa, o agente não
quer resultado danoso, mas é responsável, visto ter adotado conduta ativa ou passiva, pelas modalidades de imperícia,
imprudência ou negligência. No dolo, o agente quer o resultado danoso ou assumir o risco de produzi-lo.
Constituem crimes que podem ser cometidos por cirurgiões-dentistas no desempenho de sua profissão: Omissão de
notificação, quebra do sigilo profissional, lesão corporal.
Probabilidade de aquisição do HIV e Hepatite pelo profissional de saúde no seu trabalho - Lima (1996), em
estudos prospectivos, cita que o risco de um profissional de saúde infectar-se com HIV após acidente percutâneo é
estimado em aproximadamente 0,3%, sendo essa taxa passível de sofrer influências de vários fatores.Sabe-se que o
risco de infecção pelo HIV é maior se a exposição envolver grande quantidade de sangue do paciente HIV positivo,
procedimento que envolva cateter diretamente ligado a veias ou artérias e ferimentos perfurantes profundos. É
importante observar que a contaminação pelo vírus da hepatite B é 40% maior do que a AIDS e para a hepatite C, esse
risco é apenas de 0 a 10%. As formas que o profissional de saúde infectado pelo HIV pode contaminar seus pacientes
na prática profissional são variadas. A transmissão do HIV para pacientes pode ocorrer diretamente pela inoculação de
sangue ou outro fluido corpóreo ou indiretamente através do uso de instrumentos contaminados; Inoculação direta é
possível quando um profissional infectado é ferido e sangra sobre uma ferida cirúrgica do paciente, ou quando um
instrumento contaminado causador de ferimento, entrar novamente em contato com os tecidos do paciente.
Precauções tomadas pelo profissional de saúde infectado pelo HIV para prevenir a contaminação de seus
pacientes - Segundo Lima (1996) os riscos de um profissional de saúde infectar seus pacientes são pequenos e de
difícil mensuração. Além de todas as precauções universais que devem ser usadas por todos os profissionais de saúde,
como uso de luvas, aventais, máscaras e óculos de proteção, deve-se ter sempre em mente os cuidados adicionais na
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manipulação de instrumentos cortantes e perfurantes. Profissionais da área da saúde devem utilizar todas as medidas
de biossegurança, contra acidentes com sangue e secreções de pacientes, como por exemplo, uso de luvas, máscara e
óculos de proteção.
Diante de Processos Jurídicos:
•••• Esteja preparado.
•••• Conheça bem a sua documentação (registros)
•••• Reveja todas as anotações, resultados de exames e qualquer outra informação relevante.
•••• Nunca responda a uma pergunta sem a compreensão clara desta
•••• Não especule; Se for necessário rever os registros, radiografias ou outras informações, faça-os antes de
responder à pergunta.
•••• Cuidado ao concordar com qualquer perito ou com um texto de uma autoridade
•••• Não discuta desnecessariamente com o advogado da outra parte: O júri espera que cirurgiões-dentistas ajam
profissionalmente;
•••• Siga os conselhos de seu advogado, que existe para representar seus interesses.
Inversão do ônus da prova (CDC, art.6º, Inciso VIII) - Nas ações cíveis (indenizatórias) movidas contra o profissional
liberal, quer se trate de obrigação de meio ou de resultado, inúmeras vezes ocorre a inversão do ônus da prova em
favor do consumidor, ou seja, sendo acusado de ter sido autor de um erro profissional, o Cirurgião-dentista estará
obrigado a reunir o conjunto de provas que possam demonstrar a sua ausência de culpa, e não o paciente teria que
reunir as provas que irão incriminá-lo.
CONCLUSÃO - A sociedade está cada vez mais consciente dos seus direitos e atenta à atuação dos profissionais,
principalmente nos últimos quinze anos, com o advento da Lei 8.078/90, que cria o Código de Defesa do Consumidor,
que legisla sobre os direitos e deveres dos consumidores e prestadores de serviço, aqui representados pelo paciente e
profissional, respectivamente, gerando um aumento do número de processos civis, penais e éticos contra profissionais
da área de saúde. O cirurgião-dentista tem que exercer sua profissão diligentemente e com zelo, utilizar todos os
recursos disponíveis para obter o melhor resultado para seu paciente, mas, sendo humano, também está sujeito a
erros.
Por isso, é importante para o cirurgião dentista ter conhecimento de que ele também está sujeito às responsabilidades
nos âmbitos criminal, civil e administrativo, quando inseridos em possíveis implicações jurídicas durante o tratamento
odontológico, especificadamente, neste caso, envolvendo pacientes portadores de hepatites e pacientes soropositivos.
Vale ressaltar que a conduta ética do cirurgião dentista em relação à biossegurança deve ser idêntica para todos os
pacientes independente de sua condição sistêmica, assim, ele estará resguardando-se™ e prevenindo a si e ao
paciente de possíveis contaminações por doenças virais (HIV/hepatite) e outras doenças infecto contagiosas e
consequentemente complicações jurídicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde. AIDS nos tribunais. Coordenação Nacional de DST e AIDS. Brasília. 1997.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 125
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Conduta. Exposição Ocupacional a Material Biológico; Hepatite e HIV.
Brasília: 1999.
CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA. Código de Ética Odontológica. Resolução nº 179 de 19 de dezembro
de 1991, Rio de Janeiro: CFO, 1992
DURANT, G. A Bioética: natureza, princípios, objetivos. São Paulo: Paulus, 1995.
GUANDALINI, S. L.; MELLO, N. S. F. de; SANTOS, E. C. de P. Como controlar a infecção na odontologia . [S. l.:
GNATUS, 1997].
LIMA A. L. M. et al. HIV/AIDS: perguntas e respostas. São Paulo: Atheneu, 1996.
PINEL, A.; INGESI, E. O que é AIDS. São Paulo: Brasiliense, 1996.
SEBASTIÃO J., Responsabilidade Médica Civil, Criminal e Ética, ed.3, Del Rey BH, 2003.
PETERSON L., ELLIS E., HUPP J., TUCKER M., Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. Guanabara Koogan, 3
ed, Rio de Janeiro, 2000 FISIOPATOLOGIA, ETIOPATOGENIA, IMUNOPATOGENIA E CLASSIFICAÇÃO DA HEPATITE VIRAL (B, C, D) E HIV Autores: Santos, J. G. O.; Guimarães, L. L. C.; Andrade, L. A. P.; Bueno, T. R. Orientador: Macedo Sobrinho, J. B. RESUMO
INTRODUÇÃO - A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, mundialmente conhecida como AIDS, é causada pelo
Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que apresenta afinidade pelo receptor CD4+, presente na superfície de alguns
grupos de células humanas, incluindo linfócitos T CD4+, monócitos, macrófagos e células microgliais do sistema
nervoso central. Os linfócitos T CD4+ ou “T- helper” são os mais comumente atingidos pelo HIV. A razão entre os
linfócitos T CD4+ e T CD8+ cai drasticamente com a progressão da infecção pelo HIV, afetando amplamente as funções
do sistema imunológico, predispondo o paciente ao desenvolvimento de infecções oportunista e algumas neoplasias.
A hepatite viral aguda é causada por qualquer um de vários agentes e se manifesta como um espectro de síndromes
que pode variar desde inteiramente subclínica e inaparente até rapidamente progressiva e fatal. Na maioria dos casos é
auto-limitada e sem complicações, no entanto e conforme o agente viral envolvido, observa-se uma incidência variável
de manifestações extra-hepática clinicamente significativos ou de progresso para doença hepática crônica. Essas
doenças representam infecções por agentes virais com predileção relativa ou absoluta pelo hepatócito. Após um
período de incubação variável, a replicação viral na célula hepática se aproxima de um máximo, com o aparecimento de
componentes virais nos líquidos corporais e/ou excretas, necrose dos hepatócitos com resposta inflamatória associada
e modificações nas provas laboratoriais de função hepática.
Desenvolvimento – HIV - As síndromes descritas a seguir são causadas pelo retrovírus humano conhecido como Vírus
da Imunodeficiência Humana (HIV ou HIV-1, anteriormente conhecido como HTLV-III ou LAV). O genoma do HIV
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contém genes de 3 proteínas estruturais básicas e de pelo menos 5 outras proteínas reguladoras: código gag, que
codifica a síntese das proteínas da região central do vírus; código pol codifica enzimas que atuam na replicação viral e
código env, que codifica a síntese das proteínas do envelope do vírus. Os códigos reguladores são: Código tat
responsável pela transativação viral; Código rev responsável pela regulação da síntese de proteínas virais; Código nef
regula negativamente a síntese de proteínas virais; Código vif é conhecido como fator de virulência por acreditar-se que
sua presença esteja associada a maior transmissibilidade de infecção. As proteínas reguladoras são sintetizadas em
concentrações menores e os métodos sorológicos habituais não detectam anticorpos contra estas proteínas
(HOLLANDER, KATZ, 2001).
Pode-se relacionar a AlDS com importante depleção de linfócitos T auxiliadores CD4+ no sangue periférico, de um
normal de cerca de 1.000/mm3, cai para menos de 100/mm3 na AIDS completamente desenvolvida. Sabe-se que outras
células, especialmente macrófagos teciduais, podem ser infectadas pelo HIV, e que considerável replicação viral ocorre
nos linfonodos desde os primórdios da infecção. No início da infecção, a resposta imune celular e humoral ao HIV pare-
cem ser efetivas em limitar a replicação viral em células do sangue periférico. A molécula CD4, presente na superfície
de linfócitos T auxiliadores (T4), parece funcionar como o principal receptor celular para o HIV, permitindo sua entrada
na célula hospedeira, o que explica a depleção de linfócitos T CD4+ na AlDS. Mesmo durante a fase assintomática,
muitos indivíduos portadores do HIV mostram um seletivo defeito na resposta imune celular dependente de T a
antígenos de memória. A partir da entrada do HIV na célula, via CD4+, este perde seu envelope glicoprotéico, expõe
sua fita de RNA e permite a ação da enzima transcriptase reversa viral, formando dupla fita de DNA; neste momento, o
material genético viral vai penetrar no núcleo da célula hospedeira e integrar-se ao seu genoma, formando o pró-vírus.
Este pró-vírus poderá permanecer em latência por período de tempo variável, de meses a anos. Por um mecanismo
ainda não compreendido, ocorrerá ativação do pró-vírus no decurso da infecção, com conseqüente replicação viral e
liberação de partículas virais na circulação, aptas a infectar novas células. Uma vez completada a replicação viral, a
célula hospedeira que albergou o pró-vírus irá ser destruída, talvez por um mecanismo de apoptose. A produção viral é
crescente e constante tanto a nível linfático quanto plasmático sendo que em um determinado momento desta
replicação já não existe possibilidade de reposição linfocitária com perda crescente de linfócitos auxiliadores e a
conseqüente imunodepressão (LEWI et al., 1997).
HEPATITES B, C, D - Hepatite virótica é infecção que acomete preferencialmente o fígado e é causada por pelo menos
seis diferentes tipos de vírus: A, B, C, Delta, E e G. A maior parte das evidências sugere que os mecanismos
imunológicos, e não uma citotoxicidade viral direta, causam o dano hepatocelular. Como poderoso argumento contra
um efeito citopático viral direto existe o fato dos hepatócitos que contêm vírions completos ou antígenos virais em
portadores HBV "sadios" não apresentarem qualquer evidência de lesão. Por outro lado, existem fortes indícios de
mecanismos imunes e especificamente de células T citotóxicas sensibilizadas como os mediadores da lesão hepática.
As infecções por HBV passam através de duas fases. A primeira fase proliferativa constitui um período de replicação
viral, durante a qual HBV-DNA está presente na forma esporádica nas células hepáticas com formação completa de
vírions e de todos os antígenos associados. Durante essa fase, células T sensibilizadas para HBcAg, são encontradas
nos locais de lesão das células hepáticas. A fase proliferativa é seguida por uma fase de integração. Os vírions deixam
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de ser produzidos e o DNA viral é incorporado dentro do genoma da célula hospedeira. Com o desaparecimento dos
antígenos e do desafio antigênico para as células T e o aparecimento de anticorpos para os vários antígenos, a
infecciosidade termina e o dano hepático ativo regride (FERRAZ, SILVA, 1997).
O vírus infeccioso completo, ou partícula Dane (HBV), é um vírus ADN com 42nm de diâmetro, que consiste em
componentes superficiais e centrais antigenicamente distintos. O invólucro superficial é constituído essencialmente por
lipídios e proteínas e pode existir no soro ou em outros lipídios corporais, seja como um componente da partícula Dane,
seja como esferas ou cilindros separados com 20 nm de diâmetro. O principal determinante antigênico é o antígeno de
superfície da hepatite B, HBsAg. O cerne do vírus da hepatite B incluem o antígeno central da hepatite (HBcAg). Dentro
do produto do arcabouço de leitura aberta do gene central reside o antígeno (HBeAg). HBcAg continua sendo uma parte
intrínseca do vírus completo, enquanto HBeAg é secretado pelo hepatócito e existe separadamente no plasma. Cada
um deles desencadeia uma resposta humoral (anticorpos anti-HBc e anti-HBe, respectivamente) durante a evolução da
hepatite B (COTRAN, KUMAR, ROBBINS, 1991).
Devem ser observadas várias restrições importantes ao interpretar os resultados dos testes sorológicos para hepatite B.
Primeiro, em um número significativo de pacientes com hepatite B aguda o soro é negativo para HBsAg,
presumivelmente porque o antígeno existe com um título muito baixo ou em concentrações cada vez menores. Por essa
razão, um único teste HBsAg-negativo não exclui o diagnóstico. Anti-HBc é mais sensível a esse respeito e pode
constituir a única indicação sorológica de infecção por hepatite B. Um teste negativo para anti-HBc exclui de fato o
diagnóstico. Por outro lado, um teste positivo para anti-HBc em um soro HbsAg-negativo poderia refletir simplesmente
um episódio anterior de hepatite B. Esses pacientes HBsAg-negativos e anti-HBc-positivos poderiam ser classificados
com base no anti-HBs: um teste positivo no início da evolução de uma hepatite aguda constitui evidência contra o
diagnóstico de hepatite B aguda. A identificação de IgM anti-HBc sugere infecção HBV aguda recente ou crônica
durante a fase de replicação ativa do vírus, como assinalado acima. Nos indivíduos IgM-anti-HBc-negativos nos quais a
infecção HBV parece ter precedido a enfermidade aguda, deve ser aventada a possibilidade de infecção superimposta
por hepatite B (agente delta), por um vírus não-A, não-B, ou por outras causas de uma síndrome de hepatite aguda.
Com o advento de métodos mais sensíveis para detectar HBV-ADN, estão evoluindo as percepções da relação entre
sorologia e interações hospedeiro-vírus (OCKNER, 1993).
A hepatite C é a principal causa de hepatite pós-transfusianal. Ocorre em cerca de 5 a 10 casos por 1.000 transfusões e
pode ser transmitida no sangue total, nas papas de hemácias, nas plaquetas, no plasma e especialmente nos
concentrados dos fatores da coagulação. HCV infecta principalmente os hepatócitos, mas não existem evidências de
indução de efeito citopático nas células hepáticas. É mais provável que a destruição dos hepatócitos seja devido ao
ataque das células T citotóxicas. Apesar da presença de anticorpos contra HCV, aproximadamente metade dos
pacientes são infectados de forma crônica e continuam a produzir vírus durante pelo menos um ano. Destes pacientes,
aproximadamente 10% desenvolvem hepatite crônica ativa e cirrose (HOLLANDER, KATZ, 2001).
O vírus da hepatite Delta (HDV) é um RNA vírus, defectivo, e que necessita do vírus B para a sua sobrevivência. Existe
no plasma um invólucro de HBsAg e está presente nos núcleos dos hepatócitos infectados. A infecção por HDV se
reflete pela presença do anticorpo anti-HDV (IgM na fase aguda; IgG na fase crônica) ou HDV-RNA no soro. Quase
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invariavelmente o soro é positivo para HBsAg e anti-HBc e, na maioria, anti-HBe. A transcrição e a replicação do
genoma do HDV são incomuns. Especificamente, a RNA – polimerase II da célula hospedeira fornece uma cópia de
RNA, replica o genoma e produz RNAm. A seguir, o genoma forma uma estrutura de RNA denominada ribozima, que
cliva o círculo do RNA, produzindo um RNAm. O gene do antígeno delta sofre mutação através de uma enzima celular
(adenosina-desaminase ativada por RNA de fita dupla), durante a infecção, permitindo assim a produção do antígeno
delta grande. A produção deste antígeno limita a replicação do vírus e a destruição celular, promovendo uma infecção
persistente. O genoma, o antígeno delta e o HBsAg associam-se e, a seguir, são liberados da célula. Entretanto, só
pode replicar-se e causar doença em indivíduos com infecções ativas pelo HBV. Como os dois agentes são transmitidos
pelas mesmas vias, o indivíduo pode ser co–infectado pelo HBV e agente delta. O indivíduo com infecção crônica pelo
HBV também pode ser superinfectado pelo agente delta. Observa-se uma evolução mais rápida e grave em portadores
de HBV superinfectados pelo HDV do que indivíduos com infecção concomitante pelo HBV e agente delta, visto que,
durante a co–infecção, o HBV deve estabelecer inicialmente a sua infecção antes que possa haver replicação do HDV,
enquanto a superinfecção de um indivíduo infectado pelo HBV permite a replicação imediata do agente delta. A
replicação do agente delta resulta em citotoxicidade e lesão hepática. Uma infecção persistente pelo agente delta é
freqüentemente estabelecida em portadores do HBV, mesmo após desaparecimento dos sintomas. Embora sejam
produzidos anticorpos contra o agente delta, a proteção provavelmente decorre da resposta imunológica ao HBsAg,
visto que se trata do antígeno externo e da proteína de fixação viral para o HDV (ROSA, PORTO, 1994).
CONSIDERAÇÕES FINAIS - Há evidências de que os modos de transmissão do HIV são semelhantes aos do vírus da
hepatite B, em particular no que se refere a transmissão sexual, parenteral e vertical. Além disso, considerações a
respeito da etiopatogenia, fisiopatologia e imunopatogenia das hepatites B, C, D e HIV, são fundamentais para
compreensão do processo evolutivo dessas doenças no individuo e para a obtenção de um melhor diagnóstico já que
existe manifestações dessas doenças na cavidade bucal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COTRAN, R. S.; KUMAR, V.; ROBBINS, S. L. Patologia Funcional, 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. p.
185-196; 760-773.
OCKNER, R. K. Hepatite Viral Aguda. In: WYNGAARDEN. J. H. BENNETTI. J. C. C. Tratado de Medicina Interna. 19ª
ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.p.780-787.
ROSA, H.; PORTO, C. C. Semiologia Médica. 2ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994.
FERRAZ, M. L. G.; SILVA, A. E. B. Hepatites Agudas e Virais. In: PRADO, F. C.; RAMOS, J.A.; VALLE, J.R.
Atualização Terapêutica. 18ª ed.,São Paulo: Artes Médicas, 1997. p. 309-313.
LEWIS, D.S.; et al. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. In: PRADO, F.C.; RAMOS, J.A.; VALLE, J.R. Atualização
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HOLLANDER, H. ;KATZ, M. Infecção pelo HIV. In: TIERNEY, J. L. M.; MCPHEE, S. J. Diagnóstico e Tratamento. São
Paulo: Atheneu, 2001. p.1228-1253.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 129
SINAIS E SINTOMAS PRESENTES EM PACIENTES HEPATOPATAS VIRAIS B, C E D E HIV-SOROPOSITIVO Autores: Rios, A., V. B.; Angelim, A. F.; Mota, C. E. T. G.; Brandão, C. S.; Bittencourt, R. P. Orientador: Rocha, J. R. M. RESUMO
Introdução - A hepatite por vírus é uma doença contagiosa que afeta aproximadamente 500.000 pessoas por ano, nos
EUA. A maioria dos pacientes apresenta sintomas de uma virose aguda branda, mas cerca de 5% evoluem para uma
hepatite crônica. De igual importância é o fato de um certo número de pacientes tornarem-se portadores do antígeno da
hepatite e transmissores em potencial da infecção. É importante compreender os vários tipos de hepatite infecciosa e o
modo comum de transmissão, para proceder-se à prevenção da doença. O dentista corre um risco particular, devido à
sua exposição às excreções bucais e ao sangue de pacientes potencialmente infectantes.
A AIDS é uma doença retroviral caracterizada por imunossupressão profunda que leva a infecções oportunistas,
neoplasias secundárias e manifestações neurológicas. A transmissão do HIV ocorre sob condições que facilitam a troca
de sangue ou líquidos corporais contendo o vírus ou células infecciosas pelo vírus. Portanto, as três vias principais de
transmissão são contato sexual, inoculação parenteral e passagem do vírus de mães infectadas para seus recém-
nascidos. Em todo o mundo, aproximadamente 36 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus da
imunodeficiência humana. Uma parcela considerável dessa população irá apresentar manifestações orais relacionadas
à evolução da infecção. Este aspecto é particularmente importante porque mostra que o cirurgião dentista pode ser o
primeiro profissional da saúde a ter condições de realizar o diagnóstico da infecção pelo HIV através da identificação de
lesões orais indicadoras de imunossupressão.
Cerca de 80% dos pacientes com AIDS tem pelo menos uma manifestação oral. Entre as manifestações encontradas
mais freqüentemente estão as infecções por fungos, como a cândida albicans, por vírus, as gengivites e as
periodontites necrosantes e a leucoplasia pilosa entre outras.
Desenvolvimento
Hepatites Virais - Hepatite significa inflamação do fígado. Os vírus causam uma variedade de tipos de hepatite. A
hepatite por vírus é uma doença contagiosa que afeta aproxidamente 500.000 pessoas por ano, nos Estados Unidos.
(SONIS, 1996)
Hepatite B - O vírus da hepatite B(HBV), pode produzir hepatite aguda, hepatite crônica não progressiva, hepatite
crônica progressiva culminando em cirrose, hepatite fulminante com necrose hepática maciça, um estado de portador
assintomático, com ou sem doença sub-clínica progressiva e o pano de fundo para o vírus da hepatite D (HDV).
(SOLTIS, 1997).
A doença hepática derivada do HBV é um problema global, com uma taxa mundial de estimada de portadores de 300
milhões somente nos Estados Unidos, há 300.000 novas infecções por ano. O HBV permanece no sangue durante os
últimos estágios de u período de incubação prolongado e durante episódios agudos de hepatites agudas e crônicas.
Também está presente em todos os líquidos corporais fisiológicos e patológicos, à exceção das fezes. Assim, enquanto
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o sangue e os líquidos corporais são os veículos primários de transmissão, o vírus também pode se propagar por
contato com secreções corporais, como o sêmen, saliva, suor, lágrimas, leite materno e efusões patológicas. ROBBINS,
1994).
Hepatite C - O vírus da hepatite c (HCV) também é uma causa importante das doenças hepáticas em todo o mundo. As
principais vias de transmissão são inoculação e transfusões sanguíneas. Acredita-se que o HCV seja a causa mais
importante de hepatite associada à transfusão, sendo responsável por 90 a 95% do total de casos. A sua prevalência é
mais alta em contatos domiciliares, homossexuais, pacientes de hemodiálise, hemofílicos e viciados em drogas
intravenosas. (ROBBINS, 1994).
Hepatite D - O vírus da hepatite C(HDV), também chamado de agente delata e vírus da hepatite delta, é um vírus de
RNA singular cuja replicação é defectiva, causando infecção apenas quando encapsulado pelo HSsAg. Portanto,
embora taxonomicamente diferente do HBV, o HDV é absolutamente depende das informações genéticas fornecidas
pelo HBV para se multiplicar e causar hepatite somente na presença do HBV. Assim, a hepatite delta origina-se em
duas situações, como co-infecção aguda após exposição a soro contendo HDV e o HDV, ou quando ocorre infecção
secundária de um portador crônico de HBV com um novo inoculo de HDV. (HOSINAZLE, 1989).
A co-infecção simultânea por HBV e HDV resulta em uma hepatite que varia de leve a fulminante, a última ocorrendo
mais provavelmente do que com o HBV isolado. Quando o HDV se superpõe à infecção por HBV crônica, existem três
possibilidades, a hepatite por HBV leve pode converter-se em uma doença fulminante; uma hepatite aguda intensa
pode se instalar em um portador de HBV previamente sadio; ou uma doença crônica progressiva pode se desenvolver,
muitas vezes culminando em cirrose. (ROBBINS, 1994).
Síndrome Clinicopatológicas - Várias síndromes clínicas podem desenvolver-se após a exposição aos vírus da hepatite:
Estado de portador; infecção assintomática; hepatite aguda; hepatite crônica e hepatite fulminante. (CZAJA, 1996).
“Portador” é um indivíduo sem sintomas francos que abriga, por conseguinte pode transmitir um microorganismo. Com
os vírus hepatotrópicos, há aqueles que abrigam um dos vírus, mas sofrem poucos efeitos adversos ou nenhum e
aqueles que tem doença hepática crônica, mas são essencialmente assintomático ou livres de incapacidade.
Morfologicamente, os portadores têm um fígado normal, alguns hepatócitos com aparência de vidro fosco com núcleos
arenosos(HBV), ou no caso do HCV, evidências de hepatite crônica. (ROBBINS, 1994).
Na infecção assintomática os pacientes são identificados apenas por acaso a partir de uma elevação mínima das
transaminases séricas, ou após o evento pela presença de anticorpos antivirais. (COLLINS, 1994).
Na hepatite viral aguda seja qual for o agente, a doença é aproximadamente a mesma e dividi-se em quatro fases,
período de incubação; fase pré-ictérica sintomática; fase ictérica sintomática e convalescença.A fase de incubação é
uma fase assintomática. A fase pré-ictérica é caracterizada por sintomas constitucionais, inespecíficos. Mal-estar é
seguido após alguns dias por fadiga geral, náuseas e inapetência. Perda ponderal, febre baixa, cefaléia, mialgias,
artralgias, dores e diarréias são sintomas inconstantes. Pacientes com hepatite B desenvolve uma síndrome
semelhante à doença do soro, que consiste em febre, exantema e artralgia atribuíveis a imunocomplexos circulante. A
origem verdadeira de todos esses sintomas é sugerida por níveis séricos de aminotransferases elevados. O exame
físico revela um fígado levemente aumentado e doloroso à palpação.Em alguns pacientes, os sintomas são mais
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 131
intensos como, febre mais alta, calafrios, cefaléia, às vezes acompanhados no quadrante superior direito e
hepatomegalia dolorosa. Quando a icterícia aparece entra-se na fase ictérica quando os demais sintomas começam a
ceder. A icterícia é causada predominantemente por hiperbilirrubinemia conjugada e, portanto, acompanha-se uma
urina escura relacionada à presença de uma bilirrubina conjugada. As fezes podem adquirir cor clara, e a retenção de
sais biliares pode causar prurido cutâneo incômodo. Os achados laboratoriais incluem um tempo de protombina
prolongado e hiperglobulinemia; a fosfatase alcalina sérica em geral está apenas um pouco aumentada. (KUMAR,
1994).
Na hepatite viral crônica, definida como evidências sintomáticas, bioquímicas ou sorológicas de doenças hepáticas. Em
particular o HCV é notório como causa da hepatite crônica que evolui para cirrose em uma alta percentagem dos
pacientes. As manifestações clínicas da hepatite crônica são variáveis e não prodizem o prognóstico. Em alguns
pacientes os únicos sinais de doença crônica são elevações persistentes das transminases séricas. O sintoma mais
comum é fadiga, menos comumente, há mal-estar, inapetência e episódios eventuais de icterícia leve. Achados físicos
são escassos, podendo aparecer angiomas estelares, eritema palmar, hepatomegalia leve, dor à apalpação do fígado e
esplenomegalia discreta. Os exames laboratoriais podem revelar prolongamento do tempo de protombina e, em alguns
casos, hiperglobulinemia, hiperbilirrubinemia e elevações sutis dos níveis de fosfatase alcalina. Infecções com HBV e
HCV, podem gerar episódios de vasculite e glomerulonefrite. Pode se encontrar crioglobulinemia em cerca de 35% dos
pacientes com hepatite por HCV crônica. (COTRAN, 1994).
A hepatite fulminante quando a disfunção hepática evoluída início dos sintomas para encefalopatia hepática dentro de 2
a 3 semanas, sendo essa a insuficiência hepática fulminante, ou quando ocorre uma evolução menos rápida,
estendendo-se por até 3 meses, é cham2ada de insuficiência hepática subfulminante. A insuficiência hepática
fulminante pode apresentar-se como icterícia, encefalopatia e fator hepático. Notavelmente ausentes ao exame são os
estigmas de uma doença de hepática crônica. As complicações extra-hepáticas ameaçadoras à vida incluem
coagulopatia e sangramento, instabilidade cardiovascular, insuficiência renal, síndrome da angústia respiratória do
adulto, perturbações eletrolíticas e ácido-básicas e sepse. A mortalidade global varia de 25 a 90% na ausência de
transplante hepático. (ROBBINS, 1994).
Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) - A AIDS foi primeiramente reconhecida em 1997, após a
apresentação de um pequeno grupo de homens jovens com formas raras de pneumonia e cânceres normalmente
observados apenas em indivíduos imunucomprometidos. A doença foi reconhecida como entidade em 1982, pelo
Centro de controle de doenças(CDC). (BALTINORE, 1991)
Estudos epidemiológicos realizados nos Estados Unidos identificaram cinco grupos de adultos em risco de desenvolver
AIDS, homens homossexuais ou bissexuais, representando 70% dos casos, usuários de drogas intravenosas,
representando 18% dos casos, hemofílicos, 1% dos casos, receptores de sangue e hemoderivados, representando
2,5% dos casos e contatos heterossexuais de membros de grupo de risco, representando 45 da população de
pacientes. (ROBBINS, 1994).
A AIDS é causada pelo vírus HIV, um retrovírus humano que pertence à família dos lentivírus. Duas formas
geneticamente diferentes, mais intimamente relacionada ao HIV, denominadas HIV-1 e HIV-2, foram isoladas de
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pacientes com AIDS. O HIV-1 é o tipo mais comum associado à AIDS. O vírus HIV-1 é esférico, e contem um núcleo
eletrodenso circundado por um envoltório lipídico derivado da membrana celular do hospedeiro. O núcleo do vírus
contém várias proteínas centrais, dois filamentos de RNA genômico, e a enzima transcriptase reversa. (COTRAN,
1994).
Há dois alvos principais de HIV, o sistema imune e o sistema nervoso central. A imunossupressão acentuada, afetando
basicamente a imunidade celular, é a característica da AIDS, resultando principalmente de uma perda acentuada de
células CD4+ bem como de um comprometimento da função das células T auxiliares sobreviventes. A patogenia das
manifestações neurológicas merece menção especial porque, além do sistema linfóide, o sistema nervoso é um
importante alvo da infecção por HIV.As principais anormalidades da função imune na AIDS são, linfopenia, redução da
função das células T, alteração das funções das células T, ativação de células B policlonais e alteração das funções dos
monócitos e macrófagos. (HASELTINE, 1991).
A evolução da infecção por HIV pode ser mais bem compreendida em termos de uma interação entre o HIV e o sistema
imunológico. Pode ser reconhecido que refletem a dinâmica da interação vírus hospedeiro: uma fase inicial, aguda, uma
fase intermediária, crônica, e uma fase final de crise. (FAUCI, 1991).
A fase inicial, aguda, representa a primeira resposta de um adulto imuno competente à infecção de HIV, sintomas
inespecíficos como dor de garganta, mialgias, febre, enxatema e às vezes meningite asséptica desenvolve-se três a
seis semanas após a infecção e se resolvem duas a três semanas depois. (ROBBINS, 1994).
A fase intermediária crônica representa um estágio de contaminação imune do vírus. Os sintomas constitucionais em
geral estão ausentes ou são leves. A linfadenopatia persistente com sintomas constitucionais como febre, enxatema e
fadiga, reflete o início de descompenssação do sistema imune, aumentando a replicação viral e o início da fase de
crise.Os sintomas como agravamento de psoríase preexistente, foliculite ou eczema, e o desenvolvimento de
trombocitopenia imune, relacionados à perda do controle imunológico, podem se tornar evidentes. (COTRAN, 1994).
A fase final ou de crise, é caracterizada por uma ruptura da defesa do hospedeiro. O paciente adulto típico com AIDS
nesta fase apresenta febre, emagrecimento, diarréia, linfadenopatia generalizada, múltiplas infecções oportunistas,
doença neurológica e em vários casos neoplasias secundárias. A pneumonia causada pelo fungo P. Carinii é a
característica de apresentação em cerca de 50% dos casos, cerca de 12%dos pacientes apresentam infecções
oportunistas além da pneumonia por P. Carinii. Entre as mais comuns estão a candidíase, infecção disseminada por
citomegalovírus, herpes simples perianal ulcerativo intenso, infecção disseminada por microbactérias atípicas,
meningites criptocócica, e toxoplasmose do sistema nervoso central. Cerca de 20% dos pacientes apresentam sarcoma
de Kaposi, um tumor vascular extremamente raro. Os linfomas de não-Hodgkin constituem o segundo tipo de tumores
associados à AIDS. (ROBBINS, 1994).
Além das infecções oportunistas e das neoplasias, há várias alterações neuropatológicas determinadas por vírus. Estas
incluem uma meningoencefaliteautolimitada que ocorre no momento da soroconverssão, meningite asséptica,
mielopatiavacuolar, neuropatias periféricas, e, mais comumente, uma encefalopatia progressiva designada clinicamente
como complexo AIDS- demência. (KUMAR, 1994).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS - A hepatite inclui um conjunto de alterações inflamatórias que acometem difusa mas
heterogeneamente o fígado, as quais podem ser responsáveis por manifestações clínicas como icterícia, colúria, acolia
fecal, astemia e outras manifestações sistêmicas.
As manifestações clínicas da infecção por HIV variam desde uma doença aguda leve a uma afecção grave. A infecção
pelo HIV leva a uma imunossupressão progressiva, levando a uma desregulação imunitária acabando por resultar em
infecções oportunistas como candidíase oral e leucoplasia pilosa, neoplasias e inúmeras manifestações clínicas como
fadiga, perda de peso, febre, sudorese, diarréia, adenomegalia, faringite, etc, que são condições que definem a doença
AIDS.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SONIS, Stefen T.; FAZIO, Robert C.; FANG, Leslie. Princípios e prática de Medicina Oral: ODONTOLOGIA. 2. ed. Rio
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COTRAN, Ranzi S.; KUMAR, Vinay; COLLINS, Tucker. Robbins: Patologia estrutural e funcional: PATOLOGIA. 6 ed. Ed
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WILKINS, Esther, M.; Odontologia geral: teória e prática, São Paulo: Editora Rideel, 2004.
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo: patologia geral: PATOLOGIA, 2 ed. Ed Guanabara Koogan, 1998.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 7º SEMESTRE
A IMPORTÂNCIA DA DETERMINAÇÃO DO PROGNÓSTICO NA ELABORAÇÃO DE PLANO DE TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Autores: Correia Neto, C. J. B.; Oliveira, I. A. A.; Martins, L. L.; Nuñez Hijo, M.; Almeida, V. T. V.; Figueiredo, K. O. Orientador: Meireles, J. K. S. RESUMO
INTRODUÇÃO - Pode-se definir prognóstico como a previsão da duração, curso e término de uma doença e sua
reposta ao tratamento.Depois de determinar o diagnóstico e antes de iniciar o tratamento, o prognóstico é estabelecido
diante da complexidade de cada caso. (CARRANZA, 1996 e WILKINS, 2000).
A determinação de um prognóstico é essencial para o curso do tratamento que o paciente está sendo submetido.
Torna-se muito importante tanto para o clínico como para o paciente. Vários fatores podem influenciar na determinação
de prognóstico, desde de fatores biológicos até condição sócio-econômica( CARRANZA, 1996). Na ortodontia o
prognóstico é de fundamental importância para iniciar o tratamento. Como os casos geralmente perduram, por no
mínimo 1 ano, é sempre relevante explicar ao paciente o possível prognóstico frente a complexidade daquele caso.
DESENVOLVIMENTO - O Exame Clínico é o passo inicial para se realizar um tratamento como também para um
melhor relacionamento entre paciente/profissional. O objetivo fundamental do exame do paciente é a elaboração do
diagnóstico, do prognóstico e do correto planejamento terapêutico. Porém para obter-se êxito em um tratamento é
preciso que se conheça os problemas que afligem o paciente (NEVES, 2005). Conhecendo-se o paciente (a sua história
odontológica, médica e familiar), e associando suas histórias ao exame físico e exames complementares, pode-se
elaborar um diagnóstico ,um prognóstico ,o qual determinará a oportunidade do tratamento (NEVES, 2005 e TOMMASI,
1989). O prognóstico é bastante variável, dependendo dentre outros fatores do diagnóstico e da instalação precoce da
terapêutica, visando diminuir a morbidade da doença. Na determinação de um prognóstico é preciso avaliar a patologia,
a idade, condição sistêmica, má oclusão, cooperação do paciente e avaliação sucinta do estado periodontal do
paciente.A partir dessa avaliação, pode-se determinar dois tipos de prognóstico: Geral e Individual (CARRANZA, 1996).
Na análise Geral observa-se o sistema estomatognático completo, endossando o prognóstico numa visão harmônica do
complexo crânio-facial e dentária. Questiona-se se o tratamento deve ser feito , avaliando se é possível a obtenção de
sucesso. No caso específico de tratamento orto-prótese, por exemplo, pode-se questionar se as próteses resistirão às
cargas ortodônticas e oclusais associadas (CARRANZA, 1996). No olhar Individual observa-se o dente separademente.
A análise gira em torno da ocorrência de mobilidade, bolsas periodontais, envolvimento de furca, dentes adjacentes a
áreas edêntulas, além da localização do osso remanescente em relação a superfícies de dentes individuais
(CARRANZA, 1996). De acordo com Chiapasco et all (1997) um dos maiores desafios para a prática clínica é a
definição da possibilidade de sobrevivência de um ou mais dentes; e o diagnóstico em qualquer tipo de atendimento
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 135
clínico, dependerá da habilidade e capacidade do profissional em estabelecer um correto prognóstico do caso. A
determinação do prognóstico tem forte relação com a condição financeira do paciente. Sabemos que o custo de um
tratamento odontológico em nosso país é muito caro para o salário que a média dos brasileiros ganham. Devido a isso,
um tratamento complexo pode não alcançar a excelência almejada devido à necessidade de terapia interdisciplinar, a
qual pressupõe um alto custo. A escolha do tratamento ortodôntico depende de muitos fatores etiológicos, clínicos,
radiográficos e porque näo, a expectativa do paciente. Alguns pacientes säo altamente resistentes ao tratamento
ortodôntico, porém sentem a necessidade do mesmo, pois condiçöes adversas a seu bem estar físico, intelectual,
psíquico e social, fazem com que esta escolha seja feita de uma maneira ou de outra. Cabe ao profissional saber
escolher o tratamento mais eficiente e torná-lo eficaz para se obter o melhor prognóstico. Por isso, temos hoje muitas
técnicas ortodônticas e ortopédicas que podem se integrar no transcorrer de toda a terapia .
CONCLUSÃO - O prognóstico é uma previsão do curso provável e desdobramento do tratamento de uma condição ou
doença. A determinação precisa ser bem elaborada devido a vários fatores que influenciam tal determinação. A
natureza e sintomas do caso vão servir de auxílio para perspectiva da recuperação de uma doença (CARRANZA,
1996). O tratamento odontológico tem como objetivo traçar um diagnóstico preciso de determinada patologia e tratar de
forma correta para se obter um Prognóstico favoravél, promovendo a satisfação clínica do paciente. Essa fase se
procede na primeira consulta, no primeiro contato do profissional com o paciente, afim de deixar claro a possibilidade e
oportunidade de tratamento. A avaliação deve ser bastante criteriosa, analisando as condições sistêmicas e locais
(BORAKS, 1996 e TOMMASI, 1989). O profissional deve estar muito seguro do procedimento escolhido, como também
explicar ao paciente os possivéis insucessos ao longo do tratamento diante do caso. Além disso, deve-se esclarecer
que a cooperação do mesmo vai influenciar num sucesso clínico desejável. Na ortodontia o prognóstico geralmente é
provisório. Isso porque as correções esqueléticas e dentárias estão em uma fase bastante complexa, que só permite
tratamentos bastantes difíceis e subordiandos ao crescimento facial. Existe também a barreira finaceira que circunda os
custos ortodônticos. É um tratamento que requer muito tempo, no mínimo 1 ano, que eleva o custo do tratamento. O
relacionamento com esse paciente deverá ser verdadeiro, compreensivo, porém sem precisar invadir a sua privacidade.
O tratamento de uma doença pode ser inteiramente impessoal, porém o manejo de um paciente é obrigatoriamente
pessoal (NEVES, 2005).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
CARRANZA, F., Periodontia Clínica 7º ed. Editora Internacional, 1996, Rio de Janeiro.
WILKINS, E. M., Odontologia em Geral - Teoria e Prática. 1º ed. Editora Riddel, São Paulo.
BORAKS, Silvio. Diagnóstico Bucal. São Paulo: Artes Médicas, 1996, 319 p.
TOMMASI, António Fernando. Diagnóstico em patologia bucal. São Paulo: Artes Médicas, 1989, 664 p.
http://www.odontologia.com.br/artigos - Pesquisado em 01/05/2005
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ANEXOS CASO CLÍNICO - Paciente E. C. queixava-se de um mal estado de sua boca. Após o exame clínico, foi diagnosticado
Classe I, padrão I; perdas de dentes 35,36,38,45,46 e 48; incisivos superiores e inferiores inclinados e protruídos;
Diastemas generalizados e perda óssea horizontal generalizada.
• Nota-se perda de dimensão vertical, mas padrão de perfil mantido.
* Saúde periodontal do paciente no exame clínico. Gengiva inflamada e próteses insatisfatórias.
* Modelos de gesso do paciente. Notar vestibularização e inclinação dos incisivos superiores e inferiores.
* Colocação de implante na região retromolar para ancoragem.
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* Retração Ântero-inferior com alças apoiadas de um lado no implante e do outro no dente.
* Confecções de novos provisórios nos incisivos superiores.
* Análise Radiográfica da retração Ântero-superior de ambos os arcos.
* Detalhe radiográfico dos implantes, e confecção de novas coroas na região anterior-superior.
* Caso final com as próteses sobre implante e coroas de metalo-cerâmicas confeccionadas e Tratamento Ortodôntico e
Protético finalizados.
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* Nota-se a aumento da dimensão vertical
RESPONSABILIDADE E COMPROMISSO ÉTICO NA ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Autores: Cruz, A. O.; Peixoto, E. S.; Sales, C. C.; SILVA Jr.; M. B. A.; Trief, C. B. Orientador: Amoedo, R. M. P.; Rocha, P. V. B. RESUMO
INTRODUÇÃO - O termo responsabilidade é definido como sendo o dever jurídico de responder pelos próprios atos e
os de outros sempre que estes atos violem os direitos de terceiros protegidos pelas leis, assim como o de reparar os
danos causados. A ética, de forma geral, ocupa-se do que é bom ou correto e do que é mal ou incorreto no agir
humano, portanto é um conjunto de regras e normas morais que regem a conduta e o comportamento humano. A
situação do cirurgião-dentista é regulada pelo código de ética odontológico. Neste os seus deveres e direitos
fundamentais são atribuídos para servirem de base e orientação em diversos aspectos da vida profissional. A existência
de normas éticas e legais orienta o cirurgião-dentista no exercício de sua profissão em virtude da grande
responsabilidade que este desempenha por cuidar da saúde dos seus semelhantes. Na elaboração do plano de
tratamento odontológico o profissional deve conduzir o caso clínico mediante avaliação do quadro geral de saúde bucal
do paciente em conjunto com sua condição sistêmica, grau de motivação, estado psicológico, vida social, situação
econômica e aceitabilidade para intervenção da opção selecionada pelo paciente e cirurgião-dentista. Inúmeros fatores
e critérios contribuem para a seleção da opção de tratamento e constituem a forma correta de conduzir cada caso
clínico na prática odontológica. Estes devem ser seguidos e incorporados rotineiramente na prática clínica do
profissional, cuja conduta traduz o sucesso terapêutico.
DESENVOLVIMENTO - Na medida em que estamos trabalhando na área da saúde, o termo orçamento não deve ser
utilizado para definir as consequências das fases de diagnóstico, terapêutica e prognóstico, tendo em vista a
imprevisibilidade da resposta biológica do paciente. Por esta razão é preferível a utilização da expressão plano de
tratamento, que permite a modificação do plano inicial sempre que necessário. Em decorrência da possibilidade de
efetivação de serviços odontológicos com diferentes tipos de tratamentos e técnicas cientificamente mais ou menos
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adequados é de grande importância que no plano de tratamento sejam anotadas todas as alternativas para a realização
dos procedimentos. É recomendável a discussão sobre as diferentes alternativas de tratamentos a serem oferecidas
para que, desta forma o paciente possa escolher a opção mais adequada mediante sua condição financeira, sua
cooperação e motivação no tratamento, aspecto geral de saúde bucal, riscos e expectativa pessoal. De acordo com o
Art. 7º do código de ética odontológica constitui infração ética:
I. Descriminar o ser humano de qualquer forma ou sob qualquer pretexto;
III. Exagerar em diagnóstico, prognóstico ou terapêutica;
IV. Deixar de esclarecer adequadamente os propósitos, riscos, custos e alternativas do tratamento;
V. Executar ou propor tratamento desnecessário ou para o qual não esteja capacitado;
X. Adotar novas técnicas ou materiais que não tenham efetiva comprovação científica;
Iniciar qualquer procedimento ou tratamento odontológico sem o consentimento prévio do paciente ou do seu
responsável legal,
XII. exceto em casos de urgência ou emergência.
Ao executar o plano de tratamento, o cirurgião-dentista deve expor ao paciente todas as opções de terapêutica
possíveis mediante cada caso apresentado, pois para cada situação clínica irão existir diversas formas para solucionar
o problema. A escolha do tratamento deverá ser feita pelo paciente em conjunto com o cirurgião-dentista de acordo com
a sua necessidade de reabilitação, real condição de saúde bucal e oportunidade de execução do procedimento. O
profissional deve indicar ao paciente a opção de tratamento que melhor se adapta ao caso, que lhe traga um melhor
prognóstico e assim, as maiores chances possíveis de sucesso terapêutico. O cirurgião-dentista não deve priorizar
oferecer ao paciente apenas aquele tratamento que está qualificado em desempenhar, como também não deve
aproveitar-se para induzir o paciente à escolha que melhor lhe serve financeiramente. A prioridade deve ser o bem estar
e a satisfação completa do paciente em relação à sua expectativa de funcionabilidade, fonética e estética. Quando
transpuser a capacidade do profissional de corresponder às necessidades do paciente, ele deve indicar a melhor opção
e encaminhar o paciente a um outro profissional altamente capacitado que solucione o caso da maneira ideal. É de
grande responsabilidade do cirurgião-dentista orientar o paciente, estudar seu caso detalhadamente, discutir com o
paciente sobre as opções de tratamento disponíveis ao seu quadro condicional, explicar-lhe minuciosamente sobre a
terapêutica ideal e executar o tratamento, a partir da melhor escolha e da melhor maneira possível, dispondo de todos
os recursos fundamentais para o sucesso do tratamento. Ao discutir com o paciente sobre a melhor opção para seu
caso, deve-se utilizar uma linguagem clara, acessível e explicativa, colocando todos os pontos positivos e negativos,
todos os cuidados necessários com a prótese, os inconvenientes que existirão, a forma de higienização adequada, as
interferências na fala, na mastigação e, ainda, sobre a importância do controle para conservação da prótese e
preservação dos tecidos bucais. Para uma correta procedência do plano de tratamento, a ficha clínica deve conter
anotações referentes ao estado do paciente que antecedem o tratamento, os atos clínicos realizados, materiais
utilizados, ocorrências detalhadas, como por exemplo, a falta de colaboração, condições de higienização e outros
acontecimentos que possam interferir no resultado esperado pelo paciente bem como pelo profissional.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 140
CASOS CLÍNICOS - Foram selecionados alguns casos clínicos que mostram de forma clara as possibilidades de
tratamento e a opção escolhida em cada caso, de acordo com a expectativa e de condições gerais do paciente,
juntamente com a conduta clínica do profissional respeitando os critérios essenciais na elaboração do plano de
tratamento e instituição da terapêutica.
Caso Clínico 1
Paciente 38 anos, do sexo masculino, fumante, já fazia uso de prótese fixa metaloplástica, apresentando as unidades
1.3, 1.4 e 2.3 com preparos prévios. Foram colocadas as opções de tratamento para a elaboração do plano:
1) Implante;
2) PPR mais três coroas unitárias nos preparos prévios;
3) Prótese Fixa metalocerâmica ou outro material estético, como in-ceran (sem metal).
O paciente é de Portugal e permaneceria por apenas 15 dias em Salvador, foi quando a prótese que fazia uso fraturou.
O paciente escolheu a terceira opção, uma vez que não possuía tempo disponível para um tratamento mais invasivo,
possui sorriso baixo, já possuía as unidades respectivas para a prótese fixa preparadas, já está adaptado à esta
condição, além disso já compareceu ao consultório determinado a fazer a prótese fixa. Em relação à primeira opção, o
tempo necessário seria maior; o que poderia adiantar este implante seria uma carga imediata, mas foi descartado pelo
profissional por se tratar de maxila, que possui um osso menos denso, e necessitaria de um acompanhamento maior
pelo implantodontista que realizaria o procedimento, o que não seria possível, pois o paciente retornaria ao seu país em
15 dias, além disso, o custo é mais elevado. A segunda opção foi descartada automaticamente, por todo o
inconveniente que traria. O paciente foi motivado ao tratamento, orientado sobre a higienização da prótese com uso do
passa-fio, pois o fio dental não passaria entres as unidades protéticas, uma vez que estariam unidas. Assim, após
adequação do meio bucal com raspagem e alisamento radicular, foram repreparadas as unidades e confeccionado a
prótese fixa.
Caso Clínico 2
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 141
Paciente 36 anos, sexo feminino, compareceu ao consultório com desejo de fazer implante dentário; situação
semelhante ao caso anterior, porém sem preparo de outras unidades dentárias. Foram colocadas as opções:
1) Implante;
2) Prótese Fixa metalocerâmica ou outro material estético, como in-ceran (sem metal);
3) PPR.
A paciente possuía uma expectativa maior em relação à estética do que o paciente anterior e o implante foi realmente a
opção escolhida, destacando em relação a vantagens sobre a prótese fixa; a PPR foi automaticamente descartada
devido ao grau de exigência estética da paciente, sem falar nos inconvenientes de ser removível, dos grampos e
comprometimento de outras unidades dentárias para o suporte da prótese. Ela já fazia uso de uma PPR sem grampo,
com flange vestibular e não queria usar mais nada removível. A prótese fixa neste caso, envolveria o preparo de outras
unidades dentárias, a possibilidade de tratamento endodôntico mais colocação de pino intrarradicular de reforço. Em
relação ao implante a paciente não possui o sorriso baixo, ou seja, área estética e possuía disponibilidade de tempo
para os procedimentos referentes ao implante, porém, apresentava pouca espessura de rebordo até mesmo para
implante de pouco diâmetro (Exs: 3.25mm – 3i; 3.00mm – Nobel biocare). O planejamento foi colocar dois implantes na
região do 1.2 e 2.2 e preenchimento com biomaterial (bio-oss) mais membrana de colágeno para devolver o suporte
labial que era dado antes pela flange vestibular da PPR. Foi confeccionada uma prótese fixa sobre implantes de quatro
elementos: o 1.1 e 2.1 sendo pônticos e o 1.2 e 2.2 pilares. Não foram colocados quatro implantes, pois neste caso a
colocação de quatro elementos é difícil de trabalhar para ganhar papila em relação à estética e o prognóstico do caso
com dois implantes com a prótese sobre eles é mais previsível. Foi colocado para a paciente as duas possibilidades
ressaltando que em relação à resolução e custo a opção escolhida seria a mais favorável. É importante ressaltar para a
paciente que a higienização será feita com o uso do passa-fio, pois se trata de uma prótese fixa sobre implante.
CONCLUSÃO - A obrigação do cirurgião-dentista compreende o dever de executar um tratamento que ofereça conforto,
função, fonética e estética. A escolha da terapêutica ideal deve ser feita pelo paciente em conjunto com o profissional
mediante completa explicação sobre todas as opções disponíveis para o caso em questão, levando sempre em
consideração o melhor para o paciente, independente se a escolha condiz com a capacidade do profissional ou maior
retorno financeiro.Para a obtenção do sucesso e satisfação da reabilitação, o paciente deve ser orientado devidamente
de forma clara sobre alterações, inconvenientes e adaptações que deverão acontecer bem como os cuidados diários
que devem ser seguidos para a conservação da prótese e manutenção da saúde bucal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Código de Ética Odontológica, Resolução nº 42 de 20 de maio de 2003. Rio de Janeiro, CFO, 2003.
SILVA, M. Compêndio de Odontologia Legal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
SILVA, M. Exerça clínica com tranqüilidade, documente-se e esteja seguro. In:
www.planeta.terra.com.br/saude/busato/html/artigo07.htm Acessado em Março/Abril de 2005.
SILVA, M. Um alerta aos profissionais: os dez mandamentos da documentação. In:
www.planeta.terra.com.br/saude/busato/html/artigo09.htm Acessado em Março/Abril de 2005.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 142
IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE E OPORTUNIDADE TERAPÊUTICA NA ELABORAÇÃO DE
PLANO DE TRATAMENTO ODONTOLÓGICO
Autores: Fernandes, V.; Ferreira, F.; Góes, F.; Noya, F.; Teles, J. Orientadores: Miranda, C. O.; Oliva, E. A. RESUMO
INTRODUÇÃO - Diante da definição de um problema a partir da anamnese, exames clínicos e exames
complementares, e da indicação terapêutica, é preciso elaborar um plano de tratamento com bases nas necessidades,
a fim de alcançar as expectativas do paciente, estabelecendo o momento adequado da intervenção.Dentre os fatores
que irão contra-indicar ou impossibilitar o tratamento estão as patologias sistêmicas, o uso de medicamentos, a
efetividade da capacidade motora, a eficiência funcional, a eficiência sensitiva e o perfil psicológico tanto emocional
como comportamental associado à motivação do paciente. As patologias sistêmicas vão desde a hipertensão arterial,
aumentando o risco de hemorragia em procedimentos mais complexos até pacientes imunodeprimidos. No caso de
pacientes que estão fazendo uso de medicamentos deve-se avaliar a possibilidade de suspensão dos mesmos bem
como a possível interação com o tratamento odontológico. A efetividade da capacidade motora e a eficiência sensitiva
devem ser avaliadas a fim de perceber a possibilidade do paciente realizar procedimentos adequados de higiene bucal,
assim como estabelecer comunicação efetiva com o mesmo durante o tratamento. Ao analisar o perfil psicológico do
paciente deve-se atentar para o nível de ansiedade e estresse, depressão, além de características comportamentais
como hábitos parafuncionais. Este trabalho visa mostrar a importância de se planejar um adequado tratamento aos
pacientes, de acordo com suas necessidades e oportunidades, enfatizando condições sistêmicas mais encontradas no
consultório odontológico, como hipertensão, diabetes e gravidez, através de dois relatos de caso clínicos. A hipertensão
é uma doença que se tornou um problema de saúde pública mundial. Caracteriza-se pela elevação anormal da pressão
arterial sanguínea sistólica acima de 140 mmHg e/ou elevação da pressão arterial sanguínea diastólica acima de 90
mmHg, em repouso, podendo desencadear comprometimentos cardiovasculares, renais e acidentes cerebrovasculares.
Em termo de prevalência, é a entidade clínica de maior representividade no mundo, acometendo 10 a 20% da
população adulta que freqüenta o consultório dentário. (SONIS, 1996). Devido às complicações clínicas que podem
ocorrer caso o profissional não esteja ciente do atual estado de saúde do seu paciente, é imprescindível que seja
realizada uma anamnese bem detalhada, obtendo-se dados a respeito da história médica pregressa ou sobre um
possível componente hereditário em sua história familiar, que aumenta a possibilidade deste ser acometido por alguma
doença sistêmica .Além disso, deve-se verificar a pressão arterial sanguínea antes de executar intervenções dentárias
capazes de gerar ansiedade pois, a hipertensão mal controlada pode exigir um novo esquema de tratamento. (SONIS,
1996). Dependendo do grau da hipertensão (leve, moderada, grave ou severa) determina-se o tipo de tratamento a que
o paciente pode ser submetido. Por exemplo, pacientes com hipertensão severa devem ser encaminhados ao médico
para intervenção imediata, sendo contra indicado qualquer tratamento odontológico. O risco de comprometimento
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sistêmico é determinado pelos níveis pressóricos associados a outros fatores, como diabetes, tabagismo, obesidade,
idade acima de 60 anos, história familiar e presença ou ausência de lesão em órgãos. A avaliação criteriosa desse risco
levará à escolha de um respectivo tratamento (OLIVEIRA, et al; 2003). É imprescindível que haja uma inter-relação do
cirurgião dentista com o médico e o paciente para que sejam esclarecidas quais medidas terapêuticas estão sendo
adotadas e para que se obtenha uma visão mais abrangente do quadro clínico. O diabetes mellitus é uma desordem
orgânica de etiologia variada, caracterizada por uma elevação dos níveis do açúcar no sangue frente a um distúrbio de
metabolismo, resultando em defeitos de secreção de insulina ou pela falta de resposta dos tecidos periféricos à mesma
(SONIS, FAZIO e FANG 1996). O aumento significativo no número de pessoas portadoras do Diabetes Mellitus e da
hipertensão arterial exige, cada vez mais, que o cirurgião-dentista tenha conhecimento a cerca de tais alterações, a fim
de realizar o tratamento odontológico com segurança, estando ciente de quais procedimentos podem ser realizados e
quais as intercorrências caso este paciente se encontre num estado compensado ou não. No Brasil, segundo Andrade
(2002), existe uma população com aproximadamente 13 milhões de diabéticos e estima-se que 10 a 20% desses
brasileiros com mais de 20 anos são hipertensos, sendo que apenas 40% estão cientes da sua condição sistêmica.
Assim, pode-se notar o papel do cirurgião-dentista na descoberta dessas alterações. Segundo Carvalho et al (2003), o
paciente com descompensação glicêmica pode ter um agravamento das manifestações bucais que irão interferir na
conduta do seu tratamento odontológico. Sabe-se, ainda, que o paciente portador da Diabetes possui uma dificuldade
de cicatrização por intervir na imunidade do indivíduo. Esta dificuldade pode não ter relação com o controle glicêmico, e
sim ao comprometimento sangüíneo devido à complicações vasculares (www.diabetesnoscuidamos.com.br). Pacientes
de Pequeno Risco: pacientes sob excelente controle, portanto de baixo risco para intervenções odontológicas. Para
todos os procedimentos cirúrgicos deve haver controle da dieta, redução do estresse e risco de infecção com antibiótico
profilaxia, podendo haver sedação auxiliar (inalação de óxido nitroso ou diazepan 5 mg) uma hora antes da intervenção
via oral. Não há necessidade de nenhum ajuste na dose de insulina (SANTOS, 1978; SONIS et al, 1996). Pacientes de
Médio Risco: risco moderado para intervenções odontológicas. Cirurgia oral moderada a extensa deve ser executada
após consulta ao médico. Utilização de técnicas de sedação auxiliar, podendo chegar a internação hospitalar nos casos
de cirurgias extensas. Pode haver ajuste na dosagem de insulina utilizada pelo paciente em qualquer caso de cirurgia
(SANTOS, 1978; SONIS et al, 1996). Pacientes de Grande Risco. Paciente de alto risco para intervenção
odontológica. Qualquer tipo de procedimento cirúrgico deve ser adiado até as condições metabólicas se equilibrarem e
exista um controle enérgico das infecções bucais. Todos os tipos de intervenções cirúrgicas devem ser realizadas em
ambiente hospitalar (SANTOS, 1978; SONIS et al, 1996). Em pacientes gestantes, assegura-se que o segundo
trimestre da gravidez é a melhor época para atendimento odontológico, devido à organogênese estar completa e o feto
desenvolvido. O primeiro trimestre é o de maior risco de abortos espontâneos, além de maior indisposição, enjôos e
vômito. O último trimestre da gestação não é indicado para tratamentos prolongados, já que a posição supina na
cadeira do dentista causa desconforto para a paciente, podendo esta apresentar hipotensão postural (Andrade, 2002).
De acordo com SONIS (1996) no meio e no final do terceiro trimestre, o feto pode comprimir a veia cava inferior,
resultando em um prejuízo no retorno venoso, síncope e hipotensão na gestante quando ela se encontra em decúbito
dorsal. SONIS (1996) e ANDRADE (2002) defendem que, após o primeiro trimestre, a paciente deve ser atendida para
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profilaxia dentária. Tratamentos inadiáveis podem ser realizados no segundo trimestre, quando o feto já está bem
desenvolvido. No terceiro trimestre não são recomendados procedimentos dentários eletivos, pela proximidade do
parto. Sendo assim, não se justifica a submissão do feto e da mãe ao estresse de tratamentos não emergenciais e, até
mesmo, a possíveis bacteremias. O risco de síncope e hipotensão justifica a não recomendação de atendimentos
dentários no final da gestação A gestante deve ser acompanhada por médicos e dentistas durante toda a sua gestação.
Todo o seu metabolismo deve estar rigorosamente controlado, observando-se o peso, a pressão arterial, o hemograma
para analisar presença de anemia, as deficiências vitamínicas, os exames de urina etc. (ANDRADE , 2002). O
atendimento pelo dentista às gestantes requer uma série de cuidados, desde a posição da paciente na cadeira, até a
escolha do tratamento a ser efetivado. Não se deve, pois, negligenciar atendimentos às gestantes, mas estes devem
ser realizados no momento adequado e de forma prudente (SILVA, SILVA & FARIAS , 1996).
RELATO DO CASO CLÍNICO 1 - Paciente A. J. S., 53 anos, sexo masculino, compareceu a Clínica Odontológica
queixando-se das próteses totais superior e inferior em relação à estética, odor e instabilidade, impedindo-o de ter um
padrão de mastigação satisfatório comprometendo sua alimentação e a nutrição. Durante a anamnese o paciente
relatou apresentar hipertensão, realizando controle através de medicação. No exame físico e clínico observou-se um
padrão acentuado de reabsorção do rebordo residual mandibular, fato que comprometia a estabilidade da prótese
inferior, indicando se a confecção de novas próteses. Foi sugerida a confecção de uma prótese total superior e uma
inferior sobreimplantes. Ainda na primeira consulta foram solicitados exames complementares: radiografia panorâmica,
hemograma completo, coagulograma, glicemia, urina I.
Na segunda consulta, o paciente retornou e ao se avaliar os exames complementares observou uma alteração na
glicemia. Diante desse achado clínico o paciente foi encaminhado para uma consulta com o endocrinologista. Em
conjunto com o médico responsável foi planejada uma reeducação alimentar, controle da glicemia com utilização de
insulina. O tratamento do paciente foi desenvolvido durante 3 meses, prorrogando se, assim, a cirurgia para o momento
oportuno.
Após o controle da taxa glicêmica do paciente foi programada a cirurgia. Previamente à intervenção cirúrgica, foi
avaliada a glicemia do paciente encontrando-se uma taxa de 80mg/cm3. Entretanto, no momento que foi aferida a
pressão arterial, observou- se que a mesma estava 160 x 100mmHg, prorrogando- se novamente a cirurgia. No
momento oportuno, a cirurgia foi realizada com sucesso e após 72 horas foi instalada uma prótese com carga imediata.
O paciente foi acompanhado com consultas regulares e nos 4 meses seguintes, período de osseointegração, houve um
controle rigoroso da glicemia com exames regulares a cada mês ( Figuras 1 a 6)
RELATO DO CASO CLÍNICO 2 - Paciente M. A. S., sexo feminino, 27 anos de idade, compareceu à Clínica
Odontológica da UNIME queixando-se de dor nos incisivos superiores. Durante a anamnese a mesma relatou estar no
segundo mês de gravidez. Ao exame clínico, foram observadas amplas lesões cariosas nas unidades antero-
superiores, sem exposição pulpar evidente e com sensibilidade aos testes térmicos. Como a paciente estava no
primeiro trimestre da gravidez, realizou-se a adequação do meio bucal, considerando-se a necessidade e oportunidade
do caso. Foi feita a remoção do tecido cariado com baixa rotação e curetas dentinárias, o condicionamento da
superfície com ácido poliacrílico e restauração provisória com cimento de ionômero de vidro. Desta forma, se buscou
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controlar a dor e a doença cárie, ao mesmo tempo em que foi criada uma condição adequada para higienização (Figs 7
a 12).
CONCLUSÃO - Quando se realizar o plano de tratamento do paciente, deve-se ressaltar a grande importância do
acompanhamento médico e de cuidadores mantendo-se informado sobre o estado geral de saúde do mesmo. A relação
entre a necessidade de tratamento e a expectativa do paciente é de fundamental importância na determinação da forma
de tratar. Para isso deve-se avaliar a função (eficiência mastigatória), estética, conveniências sociais, exigências
profissionais, motivação para cuidados com a saúde, facilidade nos procedimentos de higiene bucal e compatibilidade
com condições financeiras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA, et al. Utilização de Anestésicos Locais Associados a Vasoconstritores Adrenérgicos em Pacientes
Hipertensos. JBC – Jornal Brasileiro de Clínica Integrada, 2003.
SONIS, Stephen T.; FAZIO, Roberto C.; FANG, Leslie. Princípios da Prática de Medicina Oral. 2.ed.Guanabara
Koogan. 1996
ANDRADE, Eduardo D. Terapêutica Medicamentosa em Odontologia. Ed. Artes Médicas. 2002
SILVA, Benedicto; SILVA, Penildon; FARIAS, Augusto. Pacientes de alto Risco em Odontologia.2 ed. Ed Revinter.
1996
www.diabetesnoscuidamos.com.br, acessado em 19/04/2005
ANEXOS
CASO CLÍNICO 1
Figura 01 – Caso Inicial
Figura 02 – Aspectos do rebordo residual
Figura 03 – Instalação dos implantes
Figura 04 – Aspecto dos implantes posicionados – pós-
operatório
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Figura 05 – Aspecto das próteses superior (convencional)
e inferior (sobreimplantes)
Figura 06 – Próteses Instaladas
CASO CLÍNICO 2
Figura 7- caso inicial vista frontal
Figura 8- caso inicial vista palatina
Figura 9- tecido cariado removido
Figura 10- tecido cariado removido
Figura 11- condicionamento com ácido poliacrílico
Figura 12- resultado final
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A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL NO PLANO DE TRATAMENTO - LESÕES PERIAPICAIS DE ORIGEM ENDODÔNTICA E PERIODONTAL Autores: Fernandes, M. A.; Ferreira, C. M.; Franco, R. S. M.; Leão, I. L.; Lira, A. J.; Rocha, C. C. Orientador: Rasquin, L. C. RESUMO
INTRODUÇÃO - O correto diagnóstico é fundamental para definir um plano de tratamento. Após a análise e
interpretação do processo semiológico, um provável diagnóstico é obtido. Em casos no qual não se define o provável
diagnóstico clínico, devem-se julgar diferentes possibilidades, a partir do diagnóstico diferencial, até alcançar o
diagnóstico final. Logo, é inevitável considerar e avaliar bem a anamnese, o exame clínico/radiográfico, o teste de
sensibilidade pulpar, os exames laboratoriais, e também a história pregressa do paciente.
As alterações periapicais podem ser conseqüência da ação direta dos microrganismos patogênicos provenientes da
polpa; ou através de traumas no dente e no osso alveolar que podem envolver a polpa ou ligamento periodontal; ou
através do biofilme bacteriano, quando não é removido provocando a formação de cálculos dentais resultando numa
alteração periodontal.
Esse trabalho visa através de um resumo expandido esclarecer o diagnóstico das lesões endodônticas e periodontais, e
através do relato de caso clínico mostrar a interação Endodontia e Periodontia.
DESENVOLVIMENTO - O diagnóstico é o conjunto de sinais e sintomas obtidos através do exame do paciente que
orientam o profissional, tendo noção do estado de normalidade para determinar uma anormalidade. Esta identificação
se baseia em entrevistas ou interrogatórios, exames clínicos do paciente, recursos suplementares e racionalização para
execução do tratamento oral. Porém, assim como podem caracterizar uma doença, apenas esses sinais e sintomas não
são suficientes para diagnosticar uma determinada enfermidade. Deste modo, é necessário à utilização dos recursos,
onde podemos estabelecer um diagnóstico diferencial, que proporcione a comparação de sinais e sintomas
semelhantes entre certas patologias.
Para obter o diagnóstico diferencial, faz-se necessário à obtenção de certos recursos semiotécnicos como: anamnese,
exame clínico, teste de sensibilidade pulpar, exames por imagem e exames complementares.
A anamnese é um exame subjetivo no qual se faz o interrogatório ao paciente para que possamos avaliar o relato do
mesmo através dos sinais e sintomas e poder determinar o diagnóstico sugestivo. Vale ressaltar que, para auxiliar o
planejamento e a estrutura do diagnóstico, como também a previsão do prognóstico, as informações gerais presentes
na historia médica são indispensáveis. Já o exame clínico, é uma análise objetiva dos sinais de uma patologia, pois
exame extra e intra-bucal, observação visual e inspeção física são determinantes para as condições teciduais e
estruturas dentárias, sendo fundamental a sua análise.
A interpretação e observação das radiografias permitem visualizar imagens dos tecidos mineralizados, destruições
ósseas e dentárias. Todavia, essas radiografias não mostram as condições reais dos dentes e ossos adjacentes, sendo
apenas um exame auxiliar para o diagnóstico. Com relação à história médica do paciente, os exames complementares
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devem ser solicitados, pois através das informações obtidas poderemos avaliar a condição sistêmica do paciente e
estabelecer a sua capacidade de reparo frente a uma patologia.
Durante o processo de formulação do diagnóstico em endodontia, são realizados exames complementares que
consistem em testes clínicos como a percussão que é efetuada com o cabo do espelho, devendo-se evitar este
procedimento em casos onde a patologia apresenta-se em fase aguda. A palpação é um teste que é feito com a ponta
dos dedos na região apical dos dentes suspeitos. O teste de observação da mobilidade é verificado fazendo
movimentos laterais leves para a vestibular e lingual, não devendo ser considerado como sinal relevante, principalmente
em pacientes com história de doença periodontal.
O teste de sensibilidade pulpar é importante no diagnóstico clínico, sendo satisfatório para avaliar o estado de
normalidade, de inflamação ou necrose pulpar e consiste em teste elétrico que é feito pela passagem de uma corrente
elétrica pelo esmalte e dentina, contudo não é muito utilizado por apresentar alto custo. Entretanto existem os testes
térmicos que podem ser realizados através de um bastão de gelo, mas devido a sua temperatura de 2° C acaba não
sendo confiável, pois o esmalte e a dentina apresentam um excelente isolamento térmico, devendo ser substítuído
pelos gases refrigerantes que, inicialmente, causam uma diminuição da pressão intersticial seguindo de uma brusca
vasodilatação capilar que estimula as fibras nervosas obtendo a resposta dolorosa. As respostas pulpares aos
estímulos térmicos proporcionam informações sobre o estado de saúde da polpa dental.
Durante a rotina profissional na clínica, podem ocorrer dificuldades quanto ao diagnóstico de algumas patologias, por
isso, existe a necessidade de um diagnóstico diferencial utilizando os recursos semiotécnicos. Dentre essas alterações,
pode-se ressaltar abscesso periodontal e periapical; cistos de origem não odontogênica.
O abscesso periapical caracteriza-se por apresentar dor intensa, porém suportável; com tumefação localizada;
sensibilidade à pressão e percussão; mobilidade dentária aumentada; o dente não responde ao teste de sensibilidade,
podendo a fístula estar presente ou não; e está invariavelmente associado à invasão bacteriana a partir do canal
radicular com polpa necrosada e infectando a região periapical.
Clinicamente, o abscesso periodontal apresenta dor intensa e mobilidade dentária; ocorre mais na gengiva e mucosa;
dor à palpação intra e extra bucal, procuramos avaliar a presença ou ausência de dor; muitas vezes, pode apresentar
exsudato purulento. Esta lesão é proveniente de uma infecção através de microrganismo presente em bolsa periodontal
existente.
O granuloma apical é uma reação de baixa intensidade quase sempre assintomática, onde o dente afetado não
responde ao teste de vitalidade e radiograficamente apresenta-se como uma área radiolúcida circular.
O cisto periapical é a lesão mais freqüentemente observada pelo cirurgião dentista. Este está localizado na região
apical de um dente despolpado, é assintomático na maioria dos casos, radiograficamente apresenta-se como uma área
radiolúcida circular ou oval, associada ao ápice dentário e possui crescimento lento, apresentando resposta negativa ao
teste de sensibilidade. Quando o tratamento endodôntico não reverte essas lesões como ocorre na maioria dos cistos
de dimensões grandes e médias, têm-se como opção de tratamento a cirurgia paraendodôntica, após concluir-se a
obturação dos canais radiculares.
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 149
O cisto periodontal lateral apresenta-se como uma tumefação gengival, assintomática de superfície lisa e coloração
normal; radiograficamente observa-se uma área radiolúcida pequena, bem delimitada não tendo relação com os dentes
vizinhos que se apresentam vitais.
Todas as vezes que nos deparamos com uma lesão endodôntica e periodontal, observamos tanto o envolvimento
endodôntico como envolvimento periodontal. Essas lesões freqüentemente ficam livres de sintomas por períodos
longos, como raramente são diagnosticadas, até a doença começar a se manifestar de forma aguda com presença ou
não de dor. Às vezes, as lesões são detectadas acidentalmente através de um exame de rotina. Dentes com lesões
endo-perio tipicamente têm uma história de cárie recidivante e subseqüentemente abrange uma parte ou totalmente a
coroa.
As lesões de origem endodôntica podem produzir efeitos no periodonto e vice-versa. A lesão endo-perio é um processo
que envolve a polpa dental e as estruturas de suporte do dente, a lesão verdadeira caracteriza-se pela presença de
bolsa periodontal e alteração pulpar irreversível, sendo necessário o tratamento periodontal e endodôntico combinados.
O aspecto periodontal de lesões combinadas desenvolve em um período extenso de tempo, começando no tecido
periodontal marginal. Radiografias revelam largo defeito ósseo vertical situado coronalmente. Para o tratamento dessas
lesões, os procedimentos periodontais cirúrgicos através de reparos e em algumas indicações, a regeneração tecidual
guiada (procedimento que tenta garantir a cicatrização pós cirúrgica a partir do ligamento, com barreira mecânica,
evitando a proliferação epitelial) produzem melhores resultados.
Em uma lesão combinada (endo-perio), quanto maior a prevalência etiológica endodôntitca sobre a periodontal, melhor
o prognóstico de tratamento, pois o ambiente endodôntico pode ser melhor controlado. Uma vez executado um preparo
biomecânico correto, uma adequada medicação intracanal e a obturação, a mais hermética possível, poderemos
contribuir para um reparo da reação periapical, apesar de todas as limitações existentes. Todavia, em uma lesão
periodontal em que o principal fator é a doença periodontal, o prognóstico é menos favorável.
O diagnóstico diferencial tanto das lesões endodônticas primárias com ou sem envolvimento periodontal secundário,
como das lesões periodontais primárias com ou sem envolvimento endodôntico secundário e também das lesões
combinadas verdadeiras deve ser baseado em variáveis como: fratura vertical do dente; fissuras de desenvolvimento;
lesões periapicais e periodontais; lesões crônicas; extensão da fissura no esmalte de molares; defeito periodontal
provocado por trauma; lesões periodontais e periapicais ou laterais de origem endodôntica que não se comunicam.
RELATO DO CASO CLÍNICO - Paciente G.M.L., 34 anos, gênero feminino, faioderma, compareceu a clínica
odontológica queixando-se de dor e inchaço na região de molar inferior, especificamente na unidade 46. Ao exame de
sondagem, o sulco gengival apresentou-se normal e foi detectada uma bolsa estreita na face onde existe a drenagem.
Na região de furca não há comprometimento vestíbulo-lingual. Foi feito uma tomada radiográfica e pode-se observar
uma área radiolúcida na região periapical na raiz mesial da unidade 46, como também um área radiopaca na coroa
dente compatível com material provisório. O diagnóstico foi de abscesso de origem endodôntica. Foi realizada a
drenagem do exsudato, a abertura coronária para a possível neutralização do canal radicular. Fez-se o preparo
biomecânico e foi colocado medicação intracanal (Calen PMCC). Após 15 dias, foi feita a tomada radiográfica e
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Anais dos Projetos Interdisciplinares – 2005.1 150
observou-se uma redução da área radiolúcida da raiz mesial, como também houve o desaparecimento da fístula. Foi
realizada a obturação do canal radicular e em seguida, a unidade foi restaurada.
CONCLUSÃO - Para realizar uma anamnese, levando em consideração a queixa principal, a história médica e a
condição do dente é pressuposto básico para o diagnóstico e para o tratamento. É fundamental que o profissional
conheça o paciente em um todo, respeitando as condições gerais.
O diagnóstico diferencial entre lesões endodônticas e periodontais geralmente não é difícil, pois freqüentemente lesões
endodônticas provocam sintomatologia na região apical, enquanto que, na doença periodontal os sintomas ficam
restritos ao periodonto marginal. Mas, pode acontecer confusão na interpretação desses sintomas quando estes
aparecem simultaneamente, pois a causa de uma lesão pode ser a outra lesão ou podem desenvolver-se
separadamente, em processos distintos.
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