Análise

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Análise Crítica do Lugar “A vivência espacial á escala Humana” Imagino-me, na azáfama da metrópole, a tentar fugir á realidade, e ao fugir encontro por fim um lugar onde o meu presente se encontra com o passado de outrora. Caneças. Quase se ouvem ainda as lavadeiras chapinar a roupa na água, os sons das gotas de água a cair na dura pedra da fonte, as vizinhas a queixarem- se da vida , os risos da rapaziada a jogar ao peão no jardimÉ um lugar no qual as marcas do passado se auto-evidenciam. Aqui, a arquitectura não mente, é revelada uma matéria despida de preconceitos estéticos, uma arquitectura á escala do homem, concebida para responder directamente ás necessidades mais básicas do ser humano. Contudo, e apesar de a marca do passado estar implícita, o futuro traz consigo exigências espaciais ás quais a antiga malha urbana de Caneças não está á altura de responder. São disto exemplo as estreitas vias tanto pedonais como viárias , e a exagerada proximidade das últimas directamente com o edificado. Com isto, tanto a segurança dos peões como a mobilidade de transportes se tornam condicionados. A questão da escassez de equipamentos públicos e parques qualificados, e a preservação do património/edificado devem ser questões a ter em conta para mudar. E ás veraneantes, ás vizinhas de há muitos anos, e ao senhor da retrosaria, não ousemos tirar-lhes a essência do lugar que ainda lhes pertence, contudo com um toque de mudança vinda de um futuro que ainda lhes podemos dar.

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Análise Crítica do Lugar

“A vivência espacial á escala Humana” Imagino-me, na azáfama da metrópole, a tentar fugir á

realidade, e ao fugir encontro por fim um lugar onde o

meu presente se encontra com o passado de outrora.

Caneças. Quase se ouvem ainda as lavadeiras

chapinar a roupa na água, os sons das gotas de água

a cair na dura pedra da fonte, as vizinhas a queixarem-

se da vida , os risos da rapaziada a jogar ao peão no

jardim… É um lugar no qual as marcas do passado se

auto-evidenciam. Aqui, a arquitectura não mente, é

revelada uma matéria despida de preconceitos

estéticos, uma arquitectura á escala do homem,

concebida para responder directamente ás

necessidades mais básicas do ser humano.

Contudo, e apesar de a marca do passado estar

implícita, o futuro traz consigo exigências espaciais ás

quais a antiga malha urbana de Caneças não está á

altura de responder. São disto exemplo as estreitas vias

tanto pedonais como viárias , e a exagerada

proximidade das últimas directamente com o edificado.

Com isto, tanto a segurança dos peões como a

mobilidade de transportes se tornam condicionados.

A questão da escassez de equipamentos públicos e

parques qualificados, e a má preservação do

património/edificado devem ser questões a ter em

conta para mudar.

E ás veraneantes, ás vizinhas de há muitos anos, e ao

senhor da retrosaria, não ousemos tirar-lhes a essência

do lugar que ainda lhes pertence, contudo com um

toque de mudança vinda de um futuro que ainda lhes

podemos dar.