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Análise comparativa de indicadores metabólicos e do dispêndio energético em dois modelos de aulas de grupo em academias: ginástica aeróbica e ginástica localizada MARCELO MARQUES Porto, 2014

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Análise comparativa de indicadores metabólicos e do dispêndio energético em dois modelos de aulas de grupo em

academias: ginástica aeróbica e ginástica localizada

MARCELO MARQUES

Porto, 2014

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Análise comparativa de indicadores metabólicos e do

dispêndio energético em dois modelos de aulas de grupo em academias: ginástica aeróbica e ginástica localizada

Orientador: Prof. Doutor Gustavo Silva Coorientador: Prof. Doutor José Carlos Ribeiro

Orientando: Marcelo Marques

Porto, 2014

Dissertação apresentada com vista à obtenção do

2º ciclo em Atividade Física e Saúde, da

Faculdade de Desporto da Universidade do porto

ao abrigo do Decreto de Lei nº.74/2006 de 24 de

Março

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Ficha de catalogação

Marques, M. (2014). Análise comparativa de indicadores metabólicos e do dispêndio energético em dois modelos de aulas de grupo em academias: ginástica aeróbica e ginástica localizada. Porto. Marques, M. Dissertação de Mestrado em Atividade Física e Saúde apresentada à Faculdade de Deporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: GINÁSTICA AERÓBICA, GINÁSTICA LOCALIZADA,

DISPÊNDIO ENERGÉTICO, CALORIMETRIA INDIRETA, K4B2.

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Financiamento

Estudo realizado no âmbito de projetos de investigação do Centro

de Investigação em Atividade Física Saúde e Lazer (CIAFEL),

unidade I&D financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia

(FCT) com referência PEst-OE/SAU/UI0617/2011

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Dedico esse trabalho a minha família, pelo apoio incondicional em todos os momentos:

Marina, Lázaro e Victor, retribuirei.

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Agradecimentos

Aos orientadores, Professor Doutor Gustavo Silva e Professor Doutor

José Carlos Ribeiro, pela paciência, cobrança, atenção e empenho

dispensados em cada passo da realização deste trabalho. Tenho plena

convicção que sem o apoio de ambos, esse momento ímpar não se tornaria

realidade. Estendo ao Mestre Tiago Montanha pelo apoio e orientação nos

testes aplicados em laboratório.

A minha família, minha base pra todo início, fim e principalmente meu

apoio pra recomeçar após cada erro cometido. A dona Marina e seu Lázaro por

acreditarem e suportarem comigo nesse sonho. Ao Victor por admirar minha

decisão e por muitas vezes ter-me como exemplo. Obrigado por entenderem

minha escolha de viver longe, foram muitas lágrimas até aqui. Aproveito pra

pedir desculpas pelos dias de ausência, sei que eles não voltam mais.

A Luciana, em alguns momentos próxima e outros longe,

geograficamente falando, mas sempre dentro do coração. Segurou

pacientemente em minha mão em todos os momentos. Sentiu comigo todos os

efeitos dessa escolha. Sem seu incentivo, apoio e compreensão essa jornada

teria sido muito mais árdua.

Ao Hugo, que assim como minha família, desde o primeiro instante

apoiou e encorajou essa decisão. A palavra “amigo” há muito já não define o

significado que tens na minha vida.

A Rose, amiga de anos, desde o início da caminhada ainda na

graduação, que teve peso imensurável na conclusão dessa etapa. Sempre

incentivando e mostrando o caminho.

Aos amigos do Brasil, Rafael, Moisés, Sandro, Leonardo, Augusto e

Maurício, sempre motivando com alegria e energia positiva e aos amigos de

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Portugal e de curso, Paulo Júlio, Sissy Frithz, Patrícia Moreira e Jorge Beleza.

Parceiros sempre presentes em todos os momentos.

Por fim, a toda equipe do Ginásio Academia da Praia, Professor Doutor

Luiz Fernando, Professor Márcio Conforti e também a todas as participantes

que se disponibilizaram espontaneamente. Sempre incrivelmente solícitas.

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Índice Geral

Índice de Quadros ......................................................................................... XIII

Índice de Tabelas .......................................................................................... XV

Índice de Anexos ........................................................................................... XV

Resumo ........................................................................................................ XVII

Abstract ......................................................................................................... XIX

Lista de Abreviaturas ................................................................................... XXI

Lista de Símbolos ........................................................................................ XXII

Fórmulas e Equações ................................................................................. XXII

1. Introdução ................................................................................................... 23 1.2 Introdução Geral ............................................................................................... 23

2. Objetivos ..................................................................................................... 27 2.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 27 2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 27

3. Revisão da Literatura ................................................................................. 29 3.1 Atividade Física e Saúde................................................................................... 29 3.2 Balanço Energético ........................................................................................... 35

3.2.1 Dispêndio Energético ................................................................................. 35 3.2.2 Calorimetria Indireta ................................................................................... 37

3.3 Atividade Física em Academias ........................................................................ 40 3.3.1 Ginástica Localizada .................................................................................. 41 3.3.2 Ginástica Aeróbica ..................................................................................... 43

4. Métodos ....................................................................................................... 47 4.1 Amostra ............................................................................................................ 47 4.2 Procedimentos .................................................................................................. 47 4.3 Antropometria e Composição Corporal ............................................................. 50 4.4 Aptidão Cardiorrespiratória (VO2max) ............................................................... 51 4.5 Calorimetria Indireta .......................................................................................... 53 4.6 Procedimentos Estatísticos ............................................................................... 55

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5. Apresentação dos Resultados .................................................................. 57

6. Discussão ................................................................................................... 61

7. Conclusões ................................................................................................. 71

8. Bibliografia .................................................................................................. 73

9. Anexos ........................................................................................................ 85

XII

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Índice de Quadros

QUADRO 1 – EQUIVALENTES EM MET DE ATIVIDADES DO DIA A DIA ......................... 30

QUADRO 2 – RECOMENDAÇÕES QUANTITATIVAS DE ATIVIDADE FÍSICA PARA ADULTOS

SAUDÁVEIS .................................................................................................. 31

QUADRO 3 – DISPÊNDIO ENERGÉTICO (KCAL) APROXIMADO POR HORA DE UMA PESSOA

(45, 68 E 90KG) FAZENDO ATIVIDADE FÍSICA .................................................. 36

QUADRO 4 - AVALIAÇÃO DO DISPÊNDIO ENERGÉTICO COM TRÊS MÉTODOS NÃO

CALORIMÉTRICOS CONTRA CALORIMETRIA INDIRETA, EM DIFERENTES NÍVEIS DE

ATIVIDADE FÍSICA ......................................................................................... 38

QUADRO 5 - OBJETIVOS DA GINÁSTICA EM ACADEMIAS ........................................... 41

QUADRO 6 - ESTRUTURA E CONTEÚDOS DE UMA AULA DE GINÁSTICA LOCALIZADA .... 42

QUADRO 7 - ESTRUTURA E CONTEÚDOS DE UMA AULA DE GINÁSTICA AERÓBICA ....... 44

QUADRO 8 - COMPARAÇÃO ENTRE OS EFEITOS DO TREINO AERÓBIO COM OS DO

TREINO DE FORÇA EM DIFERENTES VARIÁVEIS ................................................. 63

QUADRO 9 - FC E DISPÊNDIO ENERGÉTICO EM OUTRAS PESQUISAS COM GA ........... 65

XIII

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Índice de Tabelas

TABELA 1 - VALORES MÉDIOS DE CARACTERIZAÇÃO DAS PARTICIPANTES. ................ 57

TABELA 2 - VALORES DESCRITIVOS PARA OS PARÂMETROS METABÓLICOS E

ENERGÉTICOS EM EXERCÍCIO DE ACORDO COM A MODALIDADE ......................... 58

Índice de Anexos

ANEXO 1 - ESTRUTURA DA AULA GINÁSTICA LOCALIZADA ....................................... 85

ANEXO 2 – ESTRUTURA DA AULA DE GINÁSTICA AERÓBICA .................................... 86

XV

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Resumo O objetivo deste estudo foi analisar diferenças em indicadores metabólicos e no

dispêndio energético entre duas modalidades de aulas de grupo em academias:

Ginástica Aeróbica (GA) e Ginástica Localizada (GL). A amostra foi constituída por 15

mulheres adultas com idades entre 24 e 51 anos (33,3±8,3 anos) e com experiência

mínima de 6 meses de prática nas referidas modalidades. Para caracterização da

amostra, a estatura e a massa corporal foram medidas e a percentagem de massa

gorda foi avaliada por densitometria óssea de dupla energia (Dual Energy X-ray

Absormetry, DEXA). O consumo máximo de oxigênio (VO2max) e a frequência

cardíaca máxima (FCmax) foram medidos diretamente durante um teste de esforço

máximo em tapete rolante. Durante as duas sessões de exercício (GA e GL),

frequência cardíaca (FC), consumo de oxigênio (VO2), coeficiente respiratório (CR),

equivalentes metabólicos (MET), percentagens de utilização de gorduras (%GORD) e

de carboidratos (%CHO), e o dispêndio energético (DE) foram avaliados por

calorimetria indireta através de um ergoespirômetro portátil (K4b2, Cosmed, Itália).

Para analisar as diferenças entre as duas modalidades de exercício, o Teste T de

Student para amostras emparelhadas foi utilizado com um nível de significância

estabelecido em 5%. Os resultados indicam que os valores foram estatisticamente

superiores na sessão de GA em comparação com GL nas seguintes variáveis: VO2

(35.7±4.7 vs. 20.2±3.4 ml.kg-1.min-1; P<0.001), FC (160.9±13.2 vs. 133.9±19.4 bpm;

P<0.001); MET (10.2±1.3 vs. 5.8±1.0 MET; P<0.001), DE (608.9±73.7 vs. 350.3±64.5

kcal.h-1; P<0.001), total de GORD (5.6±4.6 vs. 2.7±2.0 g.h-1; P<0.001), total de CHO

(139.9±14.1 vs. 81.6±16.5 g.h-1; P<0.001). Não foram encontradas diferenças

significativas no CR, na %GORD e na %CHO na comparação entre GA e GL. Na

sessão de GA, %CHO foi superior a %GORD (92.3±6.2 vs. 7.9±6.4%; P<0.001). Na

sessão de GL, %CHO foi também superior a %GORD (92.9±5.4 vs. 7.2±5.5%;

P<0.001). Estes resultados sugerem que a aula de GA provoca uma exigência

metabólica e de dispêndio energético muito maior que a GL. Contudo, as duas

modalidades equivalem-se na percentagem de utilização de gorduras e carboidratos,

sendo os carboidratos a principal fonte energética para as duas modalidades.

PALAVRAS-CHAVE: GINÁSTICA AERÓBICA, GINÁSTICA LOCALIZADA,

DISPÊNDIO ENERGÉTICO, CALORIMETRIA INDIRETA, K4B2

XVII

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Abstract The purpose of this study was to analyse the differences in metabolic indicators and

energy expenditure in two different types of fitness group classes: Aerobic Dance (AD)

and Localized Fitness (LF). The sample was composed by 15 adults women, aged 24

to 51 years (33,3±8,3 yrs.), with a minimum of 6 months experience in referred fitness

classes. To characterize the sample, stature and body mass index were measured.

Dual Energy X-ray Absormetry (DEXA) was used to assess the percentage of fat

mass. Maximum oxygen uptake (VO2max) and maximum heart rate (HRmax) were

measured directly during a maximal treadmill test. During both exercise sessions (AD

and LF), heart rate (HR), oxygen uptake (VO2), respiratory exchange ratio (RER)

metabolic equivalents (MET), percentage of fat oxidation (%FAT), percentage of

carbohydrates oxidation (%CHO) and energy expenditure (EE), were assessed by

indirect calorimetry using portable ergoespirometer (K4b2, Cosmed, Italy). Paired

samples Student’s T test was used to analyse differences between the two exercise

classes (AD vs. LF). Significance level as set at 5%. Results indicated greater values

during the AD session in comparison to the LF session on following variables: VO2

(35.7±4.7 vs. 20.2±3.4 ml.kg-1.min-1; P<0.001), HR (160.9±13.2 vs. 133.9±19.4 bpm;

P<0.001); MET (10.2±1.3 vs. 5.8±1.0 MET; P<0.001), EE (608.9±73.7 vs. 350.3±64.5

kcal.h-1; P<0.001), total fat oxidation (5.6±4.6 vs. 2.7±2.0 g.h-1; P<0.001) and total CHO

oxidation (139.9±14.1 vs. 81.6±16.5 g.h-1; P<0.001). No differences were found for

RER, %FAT and %CHO in the comparison between AD and LF. During the AD

session, %CHO was higher than %FAT (92.3±6.2 vs. 7.9±6.4%; P<0.001). During the

LF session, %CHO was higher than %FAT (92.9±5.43 vs. 7.2±5.4%; P<0.001). These

results suggest that on session of AD induces greater metabolic demands and energy

expenditure than one session of LF. Nevertheless, the two types of fitness group

classes are equivalents on the percentage of fat and carbohydrate oxidation, while

carbohydrate is the main energy supply for both fitness classes.

KEY WORDS: AEROBIC DANCE, LOCALIZED FITNESS, ENERGY EXPENDITURE,

INDIRECT CALORIMETRY, K4B2

XIX

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Lista de Abreviaturas

ACMS – American College of Sports Medicine

AE – Aporte Energético

AF – Atividade Física

AHA – American Heart Association

AP – Aptidão Física

BE – Balanço Energético

Bpm – Batimentos por Minuto

cm – Centímetros

CF – Coeficiente Respiratório

CI – Calorimetria Indireta

DP – Desvio Padrão

DE – Dispêndio Energético

EF – Exercício Físico

FC – Frequência Cardíaca

FCmax – Frequência Cardíaca Máxima

g/h – Gramas por Hora

IMC – Índice de Massa Corporal

km/h – Kilometros por Hora

Kcal – Kilocalorias

kg/m2 – Kilogramas por Estatura em Metros ao Quadrado

MET – Metabolic Equivalent of Task

ml – Mililitros

ml/min – Mililitros por Minuto

OMS – Organização Mundial de Saúde

VO2 – Volume de Oxigênio

VO2max – Volume Máximo de Oxigênio

WHO – World Health Organization

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Lista de Símbolos

± - Mais ou Menos

< - Menor

> - Maior

% - Percentagem

t – Tempo

.min – Por Minuto

Fórmulas e Equações

FCmax Predita – FCmax predita = 220-idade

%FCmax Predita – (FCmax medida/FCmax predita) x 100

XXII

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1. Introdução

1.2 Introdução Geral

O estudo dos efeitos da atividade física (AF) ou do exercício físico (EF)

sobre a saúde tem sido uma das áreas mais exploradas dentro das ciências da

saúde em geral e das ciências do desporto em particular. De fato, atendendo à

reconhecida influência protetora sobre uma variedade de doenças crónico-

degenerativas cuja prevalência é cada vez mais evidente nos países mais

industrializados, a relação do EF com a saúde pública continua a estimular o

desenvolvimento da investigação científica (Blair et al., 2012; Garber et al.,

2011).

A utilização dos programas de AF para a promoção da saúde na

qualidade de vida nos remota a antiguidade. Estudos epidemiológicos têm

evidenciado que a prática regular de atividade física tem relação com a

diminuição das causas de mortalidade influenciadas pela redução dos

principais fatores de risco que comprometem a saúde dos indivíduos (Furtado

et al., 2004).

De forma evidente as sociedades do mundo contemporâneo têm vindo a

permitir uma redução do tempo de trabalho e um aumento do tempo de lazer.

Contudo, este aumento do tempo de lazer nem sempre significa uma melhor

qualidade de vida, pelo contrário, assiste-se a uma crescente inatividade física

com consequências diretas sobre alguns fatores de risco. O gradual

sedentarismo das populações, juntamente com a generalização de hábitos

tabágicos, aumento do consumo de álcool e a ingestão de alimentos com

elevados índices de toxicidade são, entre outros, modelos de vida que não

correspondem aqueles considerados como determinantes na promoção da

saúde (Blair et al., 2012).

Existe um consenso na literatura comprovando e relatando os benefícios

da aptidão física (AP) para a saúde (Adamopoulos et al., 1993; Araújo &

Araújo, 2000; Berlin & Colditz, 1990; T. d. Carvalho et al., 1996). Esta pode ser

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mantida ou promovida evitando-se os fatores de alto risco, diminuindo

consequentemente o risco de doença e morte precoce (AHA, 2013), visto que o

principal componente de alto risco é a baixa AP (ACSM, 1998).

Deste modo, existe uma necessidade premente de promover mudanças

no estilo de vida do homem contemporâneo, modificando os hábitos

alimentares e incorporando no seu quotidiano a prática de atividades físicas.

Quando se relaciona aptidão física como componente da saúde, entende-se

que uma pessoa saudável possui qualidade físicas com índices que lhe

permitam o desempenho de suas tarefas básicas do quotidiano, seja no

trabalho ou no lazer (Lopes Y. Glória Barreto et al., 2004).

De um modo geral, podemos dizer que o adulto pode aumentar o seu

nível de AF de duas maneiras: pela incorporação adicional de AF informal na

sua rotina habitual diária, e/ou pela dedicação de tempo do seu dia e da sua

semana a programas de EF estruturados que preparem de um modo mais

específico componentes da aptidão física como a força, resistência aeróbia,

equilíbrio/agilidade ou a flexibilidade.

A potencial influência do EF na AP e saúde do individuo está

dependente do modo, frequência, duração e intensidade da exercitação

(Garber et al., 2011).

Em geral, as pessoas devem se exercitar pelo menos 5 vezes por

semana, preferencialmente, todos os dias da semana, segundo preconizado

pelo ACSM (2013). Dependendo das capacidades aeróbicas individuais, as

recomendações podem variar desde 20min 3x/sem de exercícios aeróbicos de

alta intensidade até 30min a 40min por dia de exercícios aeróbicos moderados

(Perez-Terzic, 2012). Todavia, para além dos efeitos benéficos do exercício,

existem também riscos associados à exercitação. Deste modo, é questão

importante saber como evitar esses riscos e reforçar os efeitos positivos.

Neste sentido, é importante conhecer com rigor para além das

características, os efeitos quantitativos e qualitativos necessários para que o

EF possa ser benéfico para a melhoria da aptidão física e para a saúde da

população.

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Posto isso, as ginásticas de academia tem registrado um impacto social

cada vez maior. São atividades dinâmicas habitualmente realizadas em

espaços propícios, interiores e acompanhadas por música, integrando

movimentos ritmados, pré estabelecidos e tipificados. São diversas as

modalidades que podemos encontrar nas academias/ginásios, sendo que cada

uma delas apresenta um objetivo/promessa distinto. Dentre as diversas

possibilidades, a Ginástica Aeróbica (GA) e a Ginástica Localizada (GL) desde

cedo assumiram um papel de destaque.

A GL propõe como objetivo o desenvolvimento da força, apresentando

características semelhantes a musculação (como séries, pausas, cargas e

repetições) e se difere pela trilha musical, na qual padroniza a velocidade de

execução dos movimentos, em aulas coletivas (Girardi et al., 2009). Por outro

lado, a GA tem como proposta básica promover um conjunto de efeitos ao nível

cardiovascular e neuromotor (melhoria dos processos coordenativos) com certa

semelhança a uma aula de dança por possuir coreografias preestabelecidas

que devem ser seguidas e repetidas diversas vezes (Silva, 2000).

Assim, face às características destes dois modos de ginástica de grupo,

enquanto a GA parece ser uma boa atividade para o desenvolvimento da

funcionalidade metabólica, cardiovascular e respiratória, a GL parece ser a

atividade mais recomendada para o desenvolvimento da força e do sistema

músculo-esquelético como um todo.

No entanto, são ainda escassos os estudos que tenham analisado com

rigor os efeitos agudos e os parâmetros básicos dessas aulas, como o

dispêndio energético e o comportamento da frequência cardíaca no sentido de,

por um lado avaliar a segurança destas aulas e por outro lado, avaliar a

eficácia das mesmas no sentido de seguir as recomendações do ACSM e AHA

para a promoção da aptidão física e saúde.

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2. Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Analisar comparativamente indicadores metabólicos e do dispêndio

energético em aulas de ginástica localizada (GL) e ginástica aeróbica (GA) de

mulheres adultas com idades entre 24 e 51 anos.

2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são os seguintes:

• Analisar comparativamente valores de consumo de oxigênio em aulas

de GL e aulas de GA;

• Analisar comparativamente valores do dispêndio energético em aulas de

GL e aulas de GA;

• Analisar comparativamente valores da frequência cardíaca em aulas de

GL e GA;

• Analisar comparativamente a percentagem de utilização de gorduras e

carboidratos como fontes de energia em aulas de GL e aulas de GA;

• Analisar comparativamente valores absolutos de estimativas da

utilização de gorduras e carboidratos como fontes de energia em uma

hora de aulas de GL e aulas de GA.

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3. Revisão da Literatura

3.1 Atividade Física e Saúde

Com base em vasta produção literária, é consenso na comunidade

científica que a inatividade física esta diretamente relacionada a diversas

doenças crônico-degenerativas (Garcia et al., 2014; Katzmarzyk et al., 2009;

Wilmot et al., 2012). Em adição, a modernização tecnológica e informatização

têm contribuído diretamente para um comportamento cada vez mais

hipocinético.

No outro extremo, a relação entre a prática regular de AF e seus

benefícios para a saúde já é bastante conhecida (Boraita, 2008). Estão bem

documentados os benefícios do exercício regular na redução do risco de

doenças das artérias coronárias, acidentes vasculares cerebrais, diabetes,

hipertensão e câncer (T. Carvalho et al., 1996; Foulds et al., 2014; WHO,

2010). Estudos recentes confirmam relações positivas entre a prática regular

de AF e o sistema cardiovascular, redução dos fatores de risco metabólicos e

melhorias na composição corporal (peso, IMC, circunferência abdominal), onde

mesmo uma pequena redução do peso pode ter efeito positivo nesses

parâmetros (Blair & Morris, 2009; Laskowski, 2012).

Em uma escala mais global, alguns estudos populacionais revelaram

que, mesmo sem ter como foco a perca de peso, a AF estruturada, definida

anteriormente como EF, pode reduzir os custos com a saúde, ausências no

trabalho e despesas de hospitalização (Laskowski, 2012; WHO, 2010). Outras

evidências sugerem que o EF pode induzir a uma redução de até duas vezes

nas taxas de mortalidade em período superior a uma década (Almeida &

Araújo, 2003).

Normalmente expresso em quilocalorias por semana (Kcal/sem),

Equivalentes Metabólicos de Tarefas por minuto por semana (MET/min/sem) –

o sistema de unidade metabólicas é outra forma de avaliar a intensidade da

atividade física, correspondendo 1 MET a 3.5 ml/kg.min, ou seja, a taxa

metabólica de repouso - ou MET por hora por semana (MET/hr/sem), o nível

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de AF recomendado aponta para um gasto energético de aproximadamente

1000 Kcal/sem, correspondente a aproximadamente 150min/sem de AF de

intensidade moderada, o que equivale a uma intensidade de 3-5,9

MET/min/sem (para pessoas com peso entre 68 e 91kg) ou 10 MET/hr/sem

(Garber et al., 2011).

O Quadro 1 apresenta a classificação de algumas atividades comuns em

três diferentes níveis de intensidade.

Quadro 1 – Equivalentes em MET de atividades do dia a dia

Atividade Leve <3.0 MET

Moderada 3.0 – 6.0 MET

Vigorosa > 6.0 MET

Caminhada

Passear calmamente em casa ou escritório = 2.0

Caminhar lento (3mph) = 3.3 Caminhar rápido (4mph) = 5.0

Caminhar muito rápido (4.5mph) = 6.3 Corrida (5mph) = 8.0 Corrida (6mph) = 10.0 Corrida (7mph) = 11.5

Atividades em Casa

Trabalhar sentado ao computador utilizando ferramentas manuais leves = 1.5 Trabalhar em pé realizando atividades leves como arrumar a cama, lavar louças, passar roupas e preparar comidas = 2.0 – 2.5

Limpeza pesada: lavar o carro, janelas e garagem = 3.0 Varrer o chão, aspirar carpetes e passar pano = 3.0-3.5 Carpintaria em geral = 3.5 Carregar/empilhar lenha/cortar grama = 5.5

Carregar areia, carvão com pá ou tijolos = 7.0 - 7.5 Trabalhos em fazendas = 8.0 Escavar com pá = 8.5

Lazer/Práticas Esportivas

Jogar baralho = 1.5 Jogar bilhar = 2.5 Jogar dardos = 2.5 Pescar sentado = 2.0 Tocar alguns instrumentos musicais = 2.5

Jogar (recreacional) badminton/arremessos de basquete / golfe / tênis de mesa/voleibol = 4.0 - 5.0 Esforço leve pedalando em bicicleta estacionária (10-12mph) = 6.0 Dançar devagar = 3.0 Dançar rápido = 4.5 Nadar lentamente = 6.0 Jogar tênis duplas = 5.0 Pescar em pé a margem do rio ou andando = 4.0 Velejar e windsurf = 3.0

Jogar (competição) basquetebol voleibol/tênis individual = 8.0 Esforço com velocidade média (12-14mph) em bicicleta estacionária = 8.0 Velocidade rápida (14-16) = 10.0 Esqui cross country lento (2.5mph) = 7.0 Rápido (5.0-7.9mph) = 9.0 Jogar bola casual = 7.0 Jogar bola competitivo = 10.0 Nadar ritmo leve a moderado = 8.0 - 11.0

Adaptado de Haskell et al. (2007)

30

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De acordo com AHA/ACC (2013), este gasto semanal está associado a

baixas taxas de doenças cardiovasculares e mortalidade prematura. Kernan et

al. (2014) acrescentam ainda a possibilidade de que se pode atingir o mesmo

dispêndio energético com 75min/sem de AF de intensidade vigorosa ou ainda

com uma combinação dos dois (moderada e vigorosa), conforme o quadro

abaixo:

Quadro 2 – Recomendações quantitativas de atividade física para adultos saudáveis INTENSIDADE TEMPO/DIA TEMPO/SEM

Moderada

≥30 minutos no mínimo 5 dias por semana de atividade aeróbicas.

≥150minutos

Vigorosa

≥25 minutos no mínimo 3 dias por semana de atividades aeróbicas.

≥75 minutos

Adaptado de American Heart Association (2014)

A AHA (2014) sugere ainda pelo menos dois dias por semana de

atividade física intensa para atingir benefícios adicionais.

Para o momento, torna-se importante definir os conceitos de AF, EF e

AP. Amplamente aceito na literatura Caspersen et al. (1985) definiram AF como

qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que

resulta em dispêndio energético acima dos níveis de repouso; EF como um

subset de AF planejado, estruturado e repetitivo tendo como objetivo final ou

intermediário a melhoria ou a manutenção da AP; esta por sua vez, definida

como um conjunto de atributos que podem significar saúde ou uma habilidade

específica.

Apesar dos reconhecidos benefícios do aumento da exercitação sobre

alguns parâmetros funcionais e de saúde, ainda não está completamente

estabelecida a relação de dose-resposta ideal, em termos de quantidade e

31

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qualidade da AF para atingir benefícios específicos para a saúde (Garber et al.,

2011).

Alguns dados encontrados na literatura demonstram que os mesmos

benefícios para a saúde começam a ser observados em indivíduos com níveis

de AF bem abaixo do recomendado, mais precisamente metade (~500

Kcal/sem) (Manson et al., 2002; Tanasescu et al., 2002). Reforçando esse

pressuposto, o estudo de Wen et al. (2011) apresentou, após avaliar 416.175

indivíduos, que um volume muito menor de AF pode ter alguns benefícios para

a saúde, sendo suficientes para reduzir a mortalidade ou aumentar a

expectativa de vida. Assim, investigações recentes sugerem que, para

indivíduos extremamente inativos, um volume de dispêndio energético bem

abaixo do pressuposto, em torno de 500Kcal/sem, sendo suficiente para trazer

alguns benefícios a saúde (Warburton et al., 2006).

Neste sentido, é importante perceber que, se um individuo não tolera

elevados volumes de exercitação, como consequência de qualquer

enfermidade ou baixa aptidão, um programa modificado de EF constitui-se

como uma alternativa importante para a melhoria da saúde e da aptidão física.

Assim, a ênfase deve ser, pelo menos numa fase inicial, colocada em fatores

motivacionais capazes de provocar alterações no estilo de vida, tornando a

atividade física como parte integrante dos hábitos de vida do sujeito.

Pollock et al. (1998) sugerem que indivíduos completamente inativos e

sem histórico algum de prática regular de EF são mais propensos a iniciar um

programa com baixos volumes e baixas intensidades de exercitação. Pode-se

prospectar também que mais facilmente o individuo iniciante pode ir aumentado

aos poucos seu tempo diário dedicado aos exercícios e assim atingir os 150

minutos por semana sugeridos pela literatura. Ou seja, numa fase inicial,

começar com menores volumes de EF pode ser um requisito importante para

posteriormente ser possível aumentar a quantidade de exercitação.

Em 1996, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados

Unidos da América (USDHHS) elaborou um relatório baseado em mais 1000

estudos científicos oriundos das áreas da epidemiologia, ciência do exercício,

medicina e das ciências do comportamento, sugerindo que todos os indivíduos

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podiam experimentar benefícios relacionados tanto com a saúde, como com a

sua mobilidade funcional, desde que se comprometessem com a prática de EF

de nível moderado durante a maioria, senão todos, os dias da semana. Este

relatório indicava também que outros benefícios adicionais podem ser

adquiridos a partir de uma participação ainda maior em atividades físicas,

podendo estas serem incluídas nas atividades normais de um dia do sujeito

(por exemplo passear o cão, trabalhar no quintal ou lavar o carro), ou pela

adesão a um programa estruturado de EF. Finalmente, reconhecendo que a

força muscular é uma componente crítica da mobilidade funcional, o relatório

também sugere que, pelo menos, algumas das AFs realizadas pelos sujeitos

devem consistir em exercícios de fortalecimento muscular.

No entanto e apesar dos benefícios normalmente associados à prática

de AF, investigações apontam crescente aumento da ausência de exercitação

(Brown et al., 2005; Edwardson et al., 2012; Hu et al., 2003; Wilmot et al.,

2012).

Baptista et al. (2012), avaliaram através de acelerometria os níveis de

AF de 4.696 indivíduos da população portuguesa e com base nos resultados,

sugerem uma intervenção cada vez maior no sentido de estimular a prática

regular de AF, principalmente no gênero feminino.

Pode ser considerado como comportamento sedentário um dispêndio

energético igual ou inferior a 1.5 MET durante uma atividade sentada ou

deitada (Sedentary Behaviour Research, 2012). Contudo, dependendo da

população estudada, alguns autores sugerem como comportamento sedentário

atividades com valores iguais ou inferiores a 3.0 MET (Carson et al., 2013;

Kozey et al., 2010; Lyden et al., 2013).

A redução do trabalho físico tem comprometido a AP e essa mudança

em direção a um estilo de vida mais sedentário é prejudicial para o indivíduo e

potencialmente caro para a sociedade (Boraita, 2008). Clemes et al. (2014)

adicionam que o sedentarismo atua praticamente como fator independente de

muitos indicadores negativos de saúde. Alguns autores mostram a associação

entre longos períodos de tempo sentado com a obesidade (Brown et al., 2005;

Hu et al., 2003), alguns tipos de câncer (Gierach et al., 2009), diabetes tipo 2 e

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síndrome metabólica (Edwardson et al., 2012; Hu et al., 2003) e mortalidade

oriunda de diversos casos de doenças do coração (Katzmarzyk et al., 2009;

Wilmot et al., 2012).

Dados de 2003 a 2009 da American Time Use Survey composto por

30.758 trabalhadores americanos apresentam que estes gastam em média,

nas 24hs diárias, aproximadamente 32% do dia dormindo e 31% trabalhando.

Mas o mais curioso é que aqueles empregados em ocupações sedentárias (em

agências bancárias por exemplo) mantem-se sedentários aproximadamente

11hs por dia (Menezes et al., 2014). Com base no mesmo estudo, participantes

que assistiam 7hs ou mais de televisão por dia comparados com os que

assistiam 1h ou menos apresentaram mais indicadores de risco de doença

cardiovascular e mesmo os adultos considerados ativos por cumprirem a

recomendação dos 150min/sem de AF moderada, quando comparados ao

grupo que via menos televisão, apresentaram fatores de risco mais

exuberantes de doenças cardiovasculares e metabólicas (Chau et al., 2012;

Jans et al., 2007). O que nos sugere que não basta apenas ser ativo mas

também diminuir sensivelmente o tempo em atividades sedentárias.

Na quinquagésima quinta assembleia mundial da saúde da World Health

Organization (2002), considerando como não transmissíveis as doenças

advindas do sedentarismo (ex: obesidade), expôs-se que em 1999 essas

doenças contribuíam em torno de 60% com as mortes no mundo e com 43% da

carga global de doenças onde metade delas são atribuídas a doenças

cardiovasculares. Com base no exposto, estimou-se que em 2020 as doenças

não contagiosas, provavelmente provenientes da inatividade física, cheguem a

contribuir com 73% das mortes e 60% da carga global de doenças,

apresentando assim um crescimento próximo dos 15% em 20 anos.

Posto isso, estabelece-se então um contexto endêmico-social complexo

onde entre outros fatores, a condução de uma vida fisicamente sedentária

somados a um aporte e dispêndio energético dos indivíduos, apresentam-se

como fatores determinantes da manutenção da saúde e não só em âmbito

pessoal mas a nível populacional.

34

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3.2 Balanço Energético

O princípio fundamental para manter um balanço energético (BE) é que

as mudanças nos depósitos energéticos se equilibrem com a diferença entre o

aporte energético (AE) e o dispêndio energético (DE). Se o AE excede o DE,

ocorre um desequilíbrio positivo, com deposição energética e tendência para o

aumento da massa corporal, especialmente da massa gorda. Em contrapartida

quando o AE é inferior ao DE, ocorre um desequilíbrio negativo, com depleção

dos depósitos energéticos e tendência à perda de peso (Barreto et al., 2005).

Em circunstâncias normais, o BE oscila ao longo do dia e de um dia para

o outro sem, contudo, levar a uma mudança duradoura do BE ou do peso

corporal. Isso porque mecanismos fisiológicos múltiplos determinam mudanças

coordenadas entre aporte e dispêndio, regulando o peso corporal em torno de

um ponto de ajuste que mantém o peso estável (Barreto et al., 2005).

3.2.1 Dispêndio Energético

O DE diário pode ser dividido em três componentes: taxa metabólica de

repouso (TMR), efeito térmico dos alimentos e gasto energético associado a AF

(Foureaux et al., 2006). Segundo Durkalec-Michalski et al. (2013) e como

referido anteriormente, quando a energia despendida pelo individuo excede o

seu consumo de energia, um balanço energético negativo ocorre e

consequentemente a sua massa corporal é reduzida.

A TMR, definida conforme Meirelles & Gomes (2004), como sendo o

gasto energético necessário à manutenção dos processos fisiológicos, pode,

dependendo do nível de AF, compreender aproximadamente 60 a 70% do

gasto energético total. Por seu lado, o efeito térmico dos alimentos

correspondente ao aumento da taxa metabólica acima dos valores de repouso

em resposta ao consumo de uma refeição (gasto provocado pela digestão,

absorção, transporte, transformação, assimilação e/ou armazenamento dos

nutrientes). Este contribui, dependendo do substrato consumido,

aproximadamente 8-10% do gasto energético total. Por fim, o gasto energético

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associado a AF é o componente mais variável e que diz respeito ao gasto

necessário à atividade muscular esquelética (Quadro 3). Em sedentários,

representa aproximadamente 15% do gasto energético total, enquanto em

indivíduos fisicamente ativos, pode chegar a compreender cerca de 30%

(Meirelles & Gomes, 2004).

Neste sentido, a combinação entre o controle alimentar e a AF ajuda a

manter a TMR, melhorando o DE a longo prazo. Suportado pela elevação da

TMR pós exercício, oxidação de substratos, níveis de catecolaminas e

estimulação da síntese proteica, este efeito pode durar de três horas a três

dias, dependendo do tipo, intensidade e duração da AF (Ciolac & Guimarães,

2004).

Quadro 3 – Dispêndio energético (Kcal) aproximado por hora de uma pessoa (45, 68 e 90Kg) fazendo atividade física

Adaptado de Ciolac & Guimarães (2004)

Conforme se depreende da observação do Quadro 3 e sendo a AF a

componente mais variável e mutável do processo, sugere-se que pequenas

mudanças no sentido de um comportamento mais ativo, no âmbito físico,

possam provocar alterações significativas no DE do indivíduo.

Em pesquisa recente com trinta e oito homens adultos em Portugal,

onde foram analisadas as diferenças no DE entre a marcha e a corrida, ambas

em passadeira, foram observadas diferenças significativas, concluindo-se que

a corrida promove um maior aumento do DE e pode ser considerado como um

modo efetivo de exercício quando se pretende despender elevados volumes de

energia (Mendes et al., 2012).

Por outro lado, este DE pode ser dependente da constituição física do

indivíduo. Aull et al. (2008), estudaram o efeito de 6 diferentes tipos de AF do

dia a dia no DE em 55 meninas dividas em três grupos, obesas, sobrepeso e

Atividade 45kg 68kg 90kg Pedalar 10km/h 160 240 312 Caminhar 3,2km/h 160 240 312 Caminhar 4,8km.h 210 320 416 Caminhar 7,2km/h 295 440 572 Trotar 11km/h 610 920 1.230 Correr 16km/h 850 1.280 1.660 Nadar 185 275 385

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peso normal. Foi verificado que o impacto no DE das meninas obesas foi maior

que nos outros dois grupos, sugerindo que, para indivíduos obesos

sedentários, uma mudança mesmo que pequena no comportamento físico

pode gerar uma efeito positivo.

Dentro desse conceito, Swartz et al. (2011) realizaram um interessante

estudo centralizado no efeito agudo que pequenas mudanças no

comportamento diário podem causar no DE. Vinte indivíduos de ambos os

gêneros realizaram atividades sedentárias (ler ou trabalhar no computador) por

4 períodos consecutivos de no máximo de 30 minutos cada. Onde no primeiro

não havia interrupção na atividade, nos períodos seguintes foram inseridos

momentos ativos de caminhada de 1 minuto, 2 minutos e 5 minutos

respectivamente. Os resultados encontrados apontam para um conceito

simplificado de ser fisicamente ativo, onde levantar e andar por 5 minutos a

cada hora de comportamento sedentário surge como uma opção para o

aumento do DE diário. Teoricamente, em um dia normal de 8 horas de trabalho

pode-se chegar a um consumo energético considerável.

Contudo, apesar de existirem diversos dados na literatura, a

determinação precisa do DE ainda se apresenta como um importante problema

desafiador para epidemiologistas, cientistas do exercício, médicos e

pesquisadores do comportamento (Li et al., 2012).

3.2.2 Calorimetria Indireta

No que concerne ao DE, estudos em fisiologia humana remetem ao

início do século XX, onde pesquisadores usaram a Bolsa de Douglas para

aferir o consumo de oxigênio de indivíduos que trabalhavam em ambientes

desafiadores (Shephard & Aoyagi, 2012). Passado algum tempo, os campos de

pesquisa foram se diversificando e tomando rumos epidemiológicos, buscando

estabelecer relações entre saúde e os níveis de volume e intensidade da AF

habitual da população (Bouchard, 2001; Kesaniemi et al., 2001).

Atualmente existem diversas ferramentas capazes de calcular, direta ou

indiretamente, o DE: monitor cardíaco, calorimetria, observação (sofit),

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acelerometria entre outros (Bailey & McInnis, 2011; Dyrstad & Hausken, 2013;

Hiilloskorpi et al., 2003; Honas et al., 2008). Destes, a calorimetria direta tem

sido considerada como o método mais fidedigno.

Contudo, por exigir câmaras especiais, tornou-se uma ferramenta de alto

custo o que dificulta o seu uso em larga escala (Durkalec-Michalski et al.,

2013). Em contrapartida desenvolveu-se a calorimetria indireta (CI) que é um

método não-invasivo passível de medir o gasto energético diário, obtido pela

análise de gases do ar inspirado e expirado, ou seja, do volume do oxigênio

consumido (VO2) e do volume do dióxido de carbono produzido (VCO2) durante

um ciclo respiratório (Frankenfield, 2010).

Assim, o DE pode ser estimado por meio de fórmulas padrão associadas

as ferramentas anteriormente referidas, ou medido por meio de calorimetria

indireta. Embora frequentemente utilizados e com grau de fiabilidade razoável,

cada um destes instrumentos para aferição do DE, avalia com pequenas

diferenças a estimativa de gasto, sendo que o monitor cardíaco é aquele que

mais se aproxima dos valores de CI (Durkalec-Michalski et al., 2013), tal como

podemos observar no Quadro 4.

Quadro 4 - Avaliação do dispêndio energético com três métodos não calorimétricos contra calorimetria indireta, em diferentes níveis de atividade física

Intensidade da Atividade Física

Métodos Dormindo

(Kcal/Kg BM/ duração*)

Baixa (Kcal/Kg BM/

duração)

Moderada (Kcal/Kg BM/

duração)

Vigorosa (Kcal/Kg BM/

duração)

DE diário total (Kcal/Kg BM/

dia)

Calorimetria Indireta (K4b2) 7.7 14.6 14.0 1.0 37.3

Questionário (MET) 6,8 17,9 18,3 2,2 45,2

Acelerômetros 7,5 12,5 22,5 0,6 43,1

Frequência Cardíaca (polar

sport test) 7,5 14,1 13,3 1,0 36,0

*O tempo gasto em cada nível de atividade inclui: dormir – 454min (7,6h) = 31,5% do dia (a taxa metabólica de repouso foi adotada com o dispêndio energético no sono para os métodos acelerômetro e FC); atividade de intensidade baixa: 641min (10,68h) = 44,5% do dia; atividade de intensidade moderada: 329min (5,48h) = 23% do dia; atividade de intensidade vigorosa: 16min (o,27h) = 1% do dia.

Adaptado de Durkalec-Michalski et al. (2013)

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Simonson & DeFronzo (1990) definiram a CI como uma ferramenta que

mede a produção de energia a partir das trocas gasosas do organismo com o

meio ambiente. A denominação indireta indica que a produção de energia,

diferentemente da calorimetria direta que mede a transferência de calor do

organismo para o meio ambiente, é calculada a partir dos equivalentes

calóricos do VO2 e VCO2 produzido.

Segundo Diener (1997), a relação entre VCO2 e VO2 é referida como

Coeficiente Respiratório (CR) e pode ser empregada para conhecer o tipo de

substrato que está sendo preferencialmente utilizado pelo indivíduo em estudo.

O CR é dividido em coeficiente respiratório não-proteico (CRnp), que traduz a

participação dos carboidratos e lipídios no VCO2 e VO2, e coeficiente

respiratório proteico (CRp), que representa a participação das proteínas.

Completa ainda, afirmando que a CI é o único método prático para identificar a

natureza e a quantidade dos substratos energéticos que estão sendo

metabolizados pelo organismo.

De acordo com o princípio de funcionamento, os calorímetros podem ser

classificados em equipamentos de circuito fechado, onde o VO2 e o VCO2 são

medidos por alterações no volume de dentro de um reservatório fechado

contendo oxigênio, e em equipamentos de circuito aberto, onde ambos os

extremos do equipamento se comunicam com o ambiente e os gases - VO2 e

VCO2 - são mantidos em separado por meio de um sistema de válvulas

unidirecionais (Wilmore et al., 1976). Os calorímetros indiretos de circuito

aberto são ainda classificados quanto ao sistema de análise dos gases em

equipamentos de análise direta (breath-by-breath), equipamentos com câmara

de mistura (mixing chamber) e equipamentos de análise por diluição do ar

expirado (Sue et al., 1980).

São diversos os equipamentos que permitem a avaliação do DE por CI,

sendo alguns estacionários e outros portáteis. A utilização de equipamentos

portáteis, como o K4b2 (Cosmed, Itália) oferece a vantagem de ser

transportável podendo, como tal, ser utilizada em situação laboratorial ou em

situações do dia a dia perante a realização de diferentes tipos de atividades.

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Em síntese, a CI é um método fiável muito utilizado para se observar o

DE, podendo fornecer informações importantes sobre o comportamento do DE

em diferentes AF e de em diferentes grupos de indivíduos.

3.3 Atividade Física em Academias

A prática de EF, no tocante ao ambiente, pode ser realizada em muitos

espaços. Áreas verdes, parques públicos entre outros apresentam-se como

ambientes propícios para realização de alguns estímulos físicos. No entanto,

espaços como os sugeridos acima não proporcionam profissionais preparados

para oferecer orientações mínimas inerentes a uma prática segura. Nesse

contexto, Haskell et al. (2007) sugerem que as academias de musculação –

conhecidas também como ginásios, health clubs...- podem se tornar uma boa

opção de prática de EF levando-se em consideração que a maior parte da

população não possui condições financeiras suficientes para adquirir aparelhos

de musculação.

Segundo Miller & Miller (2010), as academias podem proporcionar

profissionais preparados que para assessorar os clientes com programas de

treino e conduzir os exercícios de uma forma segura; equipamentos

apropriados; informações nutricionais; promovem um contexto convidativo onde

pessoas com os mesmos objetivos podem motivar-se; são um espaço seguro

das intempéries climáticas e alguns têm leque diversificado de atividades.

No tocante ao gênero, as mulheres representam uma fatia maior do

público que busca esse tipo de ambiente (Filardo & Leite, 2001), principalmente

por conseguir atrelar os conceitos de saúde e estética por meio de atividades

físicas sistematizadas. Nesse contexto, as academias tornam-se um alternativa

muito procurada pelo público feminino (Oliveira et al., 2013).

Dentro das diversas atividades disponíveis nas academias, as aulas de

grupo compõem um interessante campo de estudo onde a metodologia

comummente utilizada nestas aulas tornou-se foco de investigações (Perantoni

et al., 2009). Aulas como step training (Vianna et al., 2005), jump fit (Furtado et

al., 2004), zumba (Luettgen et al., 2012), indoor cycling (Denadai et al., 2005) –

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estas comercializadas basicamente com a promessa de emagrecimento por

terem, tecnicamente, características aeróbias - e a ginástica localizada (Franco

et al., 2008), costumam ser as aulas mais procuradas nas academias de

ginástica.

Segundo Novaes (1991) citado por Tahara et al. (2003), o surgimento

das academias decorrem do fato das próprias terem a finalidade de atender a

um público alvo que buscava aulas de ginástica fora dos clubes.

Scartoni et al. (2002), em um pequeno levantamento histórico das aulas

em academias apresenta um quadro de mudanças nos motivos que conduzem

as pessoas a buscar aulas de ginástica em academias. Onde nas décadas de

60/70 o objetivo era predominantemente estético e na década de 90 o foco

passa a ser a qualidade de vida, conforme o Quadro 5.

Quadro 5 - Objetivos da ginástica em academias

Adaptado de (Scartoni et al., 2002)

Como sugerido até aqui e com aumento da busca por esse tipo de

espaço para prática de EF, faz-se ainda mais necessário uma melhoria no

espaço e principalmente na qualidade dos serviços oferecidos.

3.3.1 Ginástica Localizada

A Ginástica Localizada (GL) é uma modalidade de EF contra resistência

que ocorre em formato coreografado, difundida a partir da década de 80.

Grande parte dos seus adeptos objetiva um EF que diminua sua massa

corporal gorda, que aumente sua tonificação e propicie um aumento da massa

Década Objetivos da ginástica 60 Estético

Higiene mental 70 Estético

Saúde física e mental 80 Saúde – Obtenção e manutenção

Estética Corporal 90 Melhora da qualidade de vida

Estética corporal

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corporal magra, conferindo-lhes um bom condicionamento físico e facilitando

ainda as atividades da vida diária (Filardo & Leite, 2001; Valle, 2012).

Segundo Silva (2000) a GL tem dois objetivos básicos: (1) melhorar a

capacidade cardiovascular, atendendo a que a sua estrutura contempla,

habitualmente, um segmento aeróbico para aquecimento e, (2) melhorar a

resistência muscular localizada, através da utilização de cargas de tipologia

variada (próprio peso ou diferentes tipos de materiais – bandas elásticas,

halteres de mão, lastros, bastões, etc.).

Krustrup et al. (2009), sugerem que a prática regular de GL pode

diminuir o percentual de gordura devido principalmente ao consumo excessivo

de O2 pós exercício - EPOC (excess postexercise oxygen consumption) - e na

aceleração do metabolismo decorrente da demanda energética exigida pela

manutenção da massa muscular. Novaes (2002) sugere ainda que a prática de

GL pode desenvolver diversas qualidades físicas como resistência aeróbica e

anaeróbica, flexibilidade, coordenação, equilíbrio, entre outras. Visando atingir

esses diversos objetivos propostos, muitas adeptas de aulas de grupo têm

adotado o treinamento de GL (Oliveira et al., 2013).

No que concerne a estrutura das aulas de GL, o professor deve seguir

uma estrutura previamente definida sendo que esta poderá sofrer ligeiras

alterações com o desenrolar da aula (Simões, 2008). A autora sugere um

estrutura base para uma aula de GL, conforme o Quadro 6:

Quadro 6 - Estrutura e conteúdos de uma aula de ginástica localizada

Fase Característica Tempo (min) Aquecimento Preparação para a prática

visando otimizar a performance para a próxima fase e prevenir possíveis lesões

5-10

Fundamental Desenvolver conteúdos específicos visando os objetivos previamente planejados e definidos

20-30

Alongamento/Relaxamento Reestabelecer do esforço exigido/evitar fadigas/otimizar o progresso da performance

5-10

Adaptado de Simões (2008)

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Observando o Quadro 6, deduz-se claramente o formato simplificado de

uma aula de GL. O que, em teoria, facilita a implementação de características

mais pessoais por parte do profissional que irá estruturar sessão a aula.

No tocante ao DE no EF contra resistência – preceito básico da GL -,

Meirelles & Gomes (2004) são definitivos ao afirmar que a maior dificuldade

reside na imensa variabilidade de combinações na seleção dos exercícios,

número de séries, intervalos de recuperação, número de repetições, velocidade

de execução e carga. Além disso, características individuais, tais como gênero,

idade, composição corporal e nível de aptidão física, são consideradas

potenciais variáveis intervenientes. Porém, em dois pontos existe algum

consenso: (1) que o maior benefício da AF contra resistência seria

primariamente derivado do aumento do gasto energético diário provocado

apenas pelo próprio custo da execução e (2) o método que apresenta maior

acurácia de apuramento do DE é a calorimetria indireta (Meirelles & Gomes,

2004; Poehlman et al., 2002).

Podemos citar como exemplo de variante complicadora para estimar o

DE nesse formato de atividade que para protocolos semelhantes de exercícios

contra resistência é sempre significativamente maior entre indivíduos do sexo

masculino, sendo que tal diferença deve-se as maiores quantidades de massa

livre de gordura inerente aos homens, quando comparados com as mulheres

(Ballor et al., 1989; Meirelles & Gomes, 2004).

3.3.2 Ginástica Aeróbica

A Ginástica Aeróbica (GA), originalmente designada de aerobic dance,

foi apresentada publicamente pela primeira vez, nos Estados Unidos da

América na década de 70, por Jacki Sorensen – método que utilizava a música

de forma mais dinâmica e combinava os passos de dança com exercícios

calistênicos, com o objetivo de aumentar a resistência cardiovascular - como

alternativa as atividades aeróbicas tradicionais (corrida, natação, ciclismo, etc.).

Mais tarde a designação aerobic dance foi traduzida no Brasil por ginástica

aeróbica (Silva, 2000). O autor delimita ainda que a GA é composta por uma

43

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série de rotinas que incluem movimentos provenientes de diferentes estilos de

dança (jazz, salão, moderna, ballet, rock, etc.), realizadas em múltiplas

direções e sentidos, de acordo com uma estrutura rítmica pré-definida e com

uma solicitação mecânica preferencial dos membros inferiores, tendo como

principal objetivo promover um conjunto de efeitos ao nível cardiovascular e

neuromotor (melhoria dos processos coordenativos) através de uma atividade

rimada e coreografada.

A GA apresenta duas divisões: alto impacto – baseada principalmente

em movimentos balísticos, no qual nota-se momentos de fase aérea (sem

contatos dos membros com o solo – e baixo impacto – definida por sempre

haver contato com o solo.

No tangente a estrutura das aulas, uma grande variação pode ser

observada. Contudo, a literatura sugere um padrão de distribuição dos

conteúdos e sua duração (Quadro 7).

Quadro 7 - Estrutura e conteúdos de uma aula de ginástica aeróbica

Adaptado de Silva (2000)

Fase Componentes Exemplos

Aquecimento

Exercícios Isolados Flexão de pescoço, circundação dos ombros, etc.

Movimentos de âmbito global Agachamentos, Step touch, etc.

Exercícios de flexibilidade Particularizado nas estruturas musculares das zonas geminal e posterior da coxa

Segmento Aeróbio (20 a 30 min)

Aquecimento aeróbio Passos básicos com e sem participação dos MS

“Pico” aeróbio Deslocamentos em marcha e corrida com movimentos de grande amplitude dos MS

Retorno a calma aeróbio Do tipo da marcha, agachamentos, etc. Retorno a calma

(5 a 20 min) Movimentos planos e ritmados Tipos de marcha, agachamentos, etc.

Exercícios calistênicos (15 a 20 min)

Solicitação preferencial da região do troco

Trabalho da região abdominal

Solicitação preferencial dos membros superiores

Trabalho das estruturas musculares da parte superior do tronco e membros superiores

Solicitação preferencial dos membros inferiores

Trabalho das estruturas musculares dos membros inferiores particularizadas nos músculos anteriores da coxa, adutores e abdutores

Retorno a calma II (7 a 10 min) Exercícios de flexibilidade

Diferentes rotinas de flexibilidade solicitando preferencialmente os músculos posteriores dos membros inferiores, zona lombar e ombros.

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Constata-se no quadro acima as diversas possibilidades de estruturar

uma aula. Somada a facilidade de inclusão de materiais e ritmos, dificultando a

caracterização do esforço.

Existem diferenças entre os sexos quanto a fisiologia do exercício no

âmbito das atividade aeróbicas. Entre elas, observa-se menor consumo

máximo de oxigênio em mulheres em comparação com os homens, o que

justifica-se por uma menor massa e volume ventriculares e como consequência

um menor débito cardíaco decorrente de menor volume sistólico (Leitão et al.,

1999). Soma-se a isso a capacidade reduzida de transporte de oxigênio por

conta da menstruação. Estes fatores fazem com que o desempenho delas seja

6 a 15% menor, embora a capacidade de adaptação ao treinamento seja

semelhante (Leitão et al., 1999).

No que concerne ao DE, o ACSM (1998) recomenda, para o incremento

da resistência cardiorrespiratória, uma frequência de 3-5 dias por semana, com

intensidade de 55%-65% da frequência cardíaca máxima, 40%-50% do

consumo máximo de oxigênio de reserva e com uma duração de 20-60 minutos

de atividade aeróbica intermitente utilizando grandes grupos musculares.

Contudo, alguns estudos reportam certa dificuldade em estabelecer com

precisão o gasto depreendido em uma sessão GA (Madureira & Lima, 2012;

Toth et al., 1999). Características dos sujeitos avaliados (Laukkanen et al.,

2001), controle da intensidade, diferentes estruturas de aulas e diversidade dos

métodos de avaliação (espirometria, FC, acelerometria, etc.) (Forte et al., 2001;

Zaletel et al., 2009) estão entre os fatores complicadores da investigação e

estabelecimento de um consenso no âmbito do DE em aulas de GA (Melo &

Giavoni, 2004). O que gera certa dificuldade em definir e organizar um padrão.

Deparando-nos mais uma vez com a mesma problemática exposta na sessão

anterior, sobre GL.

Pode-se utilizar como exemplo de fator complicador uma comparação

com as atividade aeróbicas de características cíclicas como a corrida e o

ciclismo. Estas como são realizadas através de movimentos que iniciam e

terminam completando um ciclo, facilitam a manutenção estável da FC. A GA

por sua vez, apresenta característica acíclica, por apresentar uma variedade de

45

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movimentos, implicando ma dificuldade em manter a FC constante (Monteiro et

al., 2012).

Elencando o exposto nesta revisão literária, (1) robustos indicadores das

relações entre a prática regular de AF com a prevenção de diversas patologias;

(2) conter o avanço da “doença” obesidade; (3) o incremento do gasto

energético diário para uma melhoria da qualidade de vida e (4) uma procura

cada vez mais acentuada por ambientes seguros e orientados de prática de AF

pela população, nomeadamente ginásios e/ou health clubs, parece prudente

um embasamento científico mais aprofundado a respeito das aulas de grupos

disponíveis, especialmente a ginástica aeróbica e a ginástica localizada.

46

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4. Métodos

4.1 Amostra

A amostra do presente estudo foi selecionada com base em alguns

critérios de inclusão: mulheres adultas, aparentemente saudáveis, e com

experiência de no mínimo 6 meses de prática com aulas de grupo em

academias, especialmente em aulas de ginástica aeróbica e ginástica

localizada. Estes critérios foram estabelecidos tendo em conta o elevado grau

de intensidade das aulas e os níveis de dificuldade em alguns movimentos e

coreografias. A seleção de sujeitos apenas do sexo feminino deu-se pelo fato

destes constituírem o maior contingente de frequentadores de aulas de grupos

em ginásios, especialmente destas duas modalidades (GA e GL).

Assim sendo, todas as mulheres que preenchiam os critérios de inclusão

supra citados foram informadas dos procedimentos, responsabilidades,

objetivos, benefícios, possíveis riscos e eventuais desconfortos decorrentes da

sua participação neste estudo. Seguindo as normas para a investigação

envolvendo seres humanos estabelecidas pela Declaração de Helsinque, os

sujeitos que aceitaram participar do estudo assinaram um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.

Posto isso, 18 (dezoito) indivíduos apresentaram-se elegíveis. Contudo

após 03 (três) desistências por motivos pessoais, 15 (quinze) mulheres com

idades compreendidas entre 24 e 51 anos completaram todas as avaliações e

constituíram a amostra final do estudo.

Durante todos os procedimentos, nenhuma componente da amostra

apresentou condição patológica e/ou física que a impedisse de realizar as

medidas, testes ou avaliações que oferecesse algum risco a sua saúde.

4.2 Procedimentos

Cada componente da amostra foi submetido a três momentos de

avaliação, em três dias distintos, separados por uma semana de intervalo entre

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os momentos. Nos dois primeiros momentos, os sujeitos foram avaliados por

calorimetria indireta durante uma sessão de ginástica aeróbica e durante uma

sessão de ginástica localizada. No terceiro momento, para caracterização da

amostra, foram realizadas avaliações antropométricas, da composição corporal

e da aptidão cardiorrespiratória (consumo máximo de oxigênio – VO2max).

O processo metodológico da recolha dos dados deu-se de maneira

simplificada e pouco invasiva, o que facilitou o acesso às informações. Após o

processo de elegibilidade das participantes e de posse do quadro de aulas de

grupo do ginásio, organizou-se um cronograma para as avaliações de

calorimetria indireta (durante as aulas de GA e GL) e para as avaliações

laboratoriais.

Em cada uma das avaliações de calorimetria indireta realizadas durante

as aulas de GA ou GL, as participantes do estudo foram previamente

contatadas e convidadas a chegar com 30 minutos de antecedência ao horário

originalmente previsto pelo ginásio para o início das aulas. Estes 30 minutos

que antecediam às aulas, eram dedicados à recolha de informações pessoais

das participantes (nome, data de nascimento, idade, tempo de experiência

prática em aulas de GA e GL), avaliação da massa corporal, preparação,

colocação e calibração de equipamentos (ergoespirometro portátil e monitor de

frequência cardíaca) para avaliação dos parâmetros metabólicos

A sessão de GL considerada para o estudo é divulgada às clientes do

ginásio como “Local Energy”. Estas decorriam às 18:30 todas as segundas,

quartas e sextas, e tinha duração média de 45min estabelecida pela

administração do ginásio. Todos os exercícios eram conhecidos pelas

participantes, visto que a aula já fazia parte do cronograma de aulas do ginásio.

As três fases desenvolvidas durante a aula de GL (aquecimento, parte principal

e volta a calma/relaxamento) eram claras e respeitavam o formato proposto na

literatura (Anexo 1).

A fase de aquecimento compreendia a realização de movimentos

amplos, multiarticulares, com certa priorização para os grupos musculares que

seriam mais exigidos e objetivando a preparação fisiológica do indivíduo para

fase seguinte. A parte principal era desenvolvida com exercícios em circuito.

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Contemplava diversos grupamentos musculares e era dividida em três

momentos com intervalos de 1 minuto entre um e outro.

Alguns exercícios eram desenvolvidos em velocidades diferentes onde

1T e 2T significam 1 ou 2 segundos para realizar cada fase do exercício

(concêntrica e excêntrica) respectivamente e ISO significa permanecer em

contração isométrica pelo tempo especificado na estrutura da aula. Na fase de

volta a calma eram realizados movimentos de alongamento muscular e tinha

como foco o restabelecimento fisiológico pós o treino.

Durante todo o desenvolvimento da aula, o professor estimulava as

alunas verbalmente, movimentava-se muito e realizava apenas o início dos

movimentos, visto que 90% da turma era composta por alunas que conheciam

a estrutura proposta. Três das quatro paredes da sala eram equipadas com

espelhos, facilitando assim a visualização do professor pelas participantes e

vice versa. Ao identificar movimentos errados ou mal executados, o professor

intervinha imediatamente, corrigindo e/ou otimizando os exercícios. O professor

indicava as cargas a serem utilizadas mas não definia, sugerindo que a carga

deveria gerar um grau de dificuldade suportável mas desafiador.

Para tentar minimizar as variações naturais inerentes a esse tipo de

investigação, manteve-se sempre o mesmo profissional (instrutor de aulas de

grupo), o mesmo ambiente (sala, iluminação, espaço, etc.) as mesmas músicas

e a mesma estrutura (exercícios e duração).

A sessão de GA considerada para o estudo é divulgada às clientes do

ginásio como “Aero Energy”. Estas decorriam às terças-feiras, às 19:30, e às

às quintas-feiras, às 18:30, com uma duração média de 40min estabelecida

pela administração do ginásio. Todos os exercícios eram conhecidos pelas

participantes, visto que a aula já fazia parte do cronograma de aulas do ginásio.

Cada sessão era dividida em 3 fases bem definidas (aquecimento parte

principal e volta a calma/relaxamento (Anexo 2).

Na fase de aquecimento o professor/instrutor estimulava a realização de

movimentos amplos e multiarticulares, objetivando a preparação fisiológica do

indivíduo para fase seguinte. Essa fase durava de 5 minutos (1 música). A

parte principal da aula, subdividida ainda em 3 blocos onde são desenvolvidos

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os movimentos em um processo pedagógico crescente e pontual, o

professor/instrutor iniciava apresentando o primeiro movimento as alunas e aos

poucos ia introduzindo os seguintes num processo de fácil entendimento. A

cada bloco era dedicado 3 minutos para serem repetidas diversas vezes os

mesmos movimentos. Passados pelos três blocos, iniciava-se o processo de

repetição dos movimentos como um todo, ou seja, como se não houvessem os

blocos (usados apenas para facilitar a aprendizagem), perfazendo 15 minutos.

Feito isso, era realizada uma pausa de 1 minuto para reposição hídrica. Por

fim, do minuto 30 ao 35 eram realizados 5 minutos de intensidade vigorosa,

imprimindo maior velocidade e amplitude dos movimentos. Na fase de volta a

calma eram realizados movimentos de alongamento muscular e tinha como

foco o restabelecimento fisiológico pós o treino.

A aula de GA investigada nesse estudo enquadra-se no que Zaletel et

al. (2013) definiram como Aeróbica Contemporânea. Os autores a definem

como uma compilação de movimentos estruturados desenvolvidos com música,

ritmo e tempo. Hoje em dia esse grupo envolve um grande de número de

atividades desenvolvidas em academias como o Step Aerobics, Slide aerobics,

New Body etc.

Durante todo o desenvolvimento da aula, o professor estimulava as

alunas verbalmente, movimentava-se muito e realizava todos os movimentos

completos, visto que a aula obedecia um processo de desenvolvimento

gradativo. Três das quatro paredes da sala eram equipadas com espelhos,

facilitando assim a visualização do professor pelas participantes.

Para tentar minimizar as variações naturais inerentes a esse tipo de

investigação, manteve-se sempre o mesmo profissional (instrutor de aulas de

grupo), o mesmo ambiente (sala, iluminação, espaço, etc.) as mesmas músicas

e o mesma estrutura (exercícios e duração).

4.3 Antropometria e Composição Corporal

No laboratório, eram aferidos os valores da massa corporal (em Kg, com

precisão de 100g) e estatura (em cm, com precisão de 1mm) numa balança

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antropométrica digital com estadiômetro incorporado (Seca 220, Hamburgo,

Alemanha). Os sujeitos estavam descalços e com roupas de treino adequadas

(leves e confortáveis). A aferição da estatura foi realizada com as participantes

posicionadas de costas voltadas para o estadiômetro, com a cabeça em

posição neutra. Imediatamente após esse primeiro passo, passamos a

avaliação da composição corporal.

A composição corporal foi avaliada através da tecnologia DEXA (Dual

Energy X-Ray Absorptiometry), com o aparelho Hologic Explorer QDR (Hologic

Inc., Bedford, MA, USA), utilizando o sistema informático QDR para Windows

XP para análise tratamento dos dados. Antes da avaliação foi pedido a todas

as participantes que retirassem todas as roupas e/ou acessórios que continham

peças metálicas, tal como indicam as instruções do aparelho. Após serem

posicionadas em decúbito dorsal na maca de avaliação do DEXA, o tronco e

segmentos corporais eram ajustados conforme as instruções do aparelho. Em

seguida, era solicitado que não realizassem qualquer movimento corporal,

exceto a ventilação, e que o teste duraria 7 minutos. Dos resultados da

avaliação individual do DEXA, as variáveis consideradas para este estudo

foram: Percentagem de Massa Gorda, Massa Gorda, Massa Livre de Gordura e

Massa Total “Dexa”.

O índice de massa corporal (IMC) foi calculado a partir do rácio Massa

Corporal / Estatura [kg.m-2]. Para caracterização da amostra, utilizou-se o IMC

para classificar os níveis de sobrepeso das participantes WHO (1997): peso

normal (IMC<25 kg.m-2) e sobrepeso (IMC≥25 kg.m-2).

4.4 Aptidão Cardiorrespiratória (VO2max)

Com o objetivo de avaliar VO2max, as participantes foram submetidas a

um teste progressivo em tapete rolante. O protocolo utilizado foi adaptado de

Noakes et al. (1990). O teste iniciava com um período de 4 minutos de

aquecimento a 4km/h. A partir do 4o minuto, a velocidade aumentava 1km/h a

cada minuto até a exaustão. O teste era encerrado quando as participantes não

suportassem a carga exigida no teste, apresentassem sinais visuais de fadiga

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volitiva ou desejassem interromper o teste por algum desconforto, apesar o

incentivo constante dos avaliadores. Assim que a exaustão fosse alcançada, a

velocidade era diminuída para 4km/h para um período de recuperação de 5min.

A exaustão era confirmada a partir dos seguintes critérios: (1) valores de

coeficiente respiratório maior que 1.15; ou (2) frequência cardíaca máxima

maior ou igual a 85% da FC máxima estimada para a idade (220 – idade ); ou

(3) presença de plateau no consumo de oxigênio [manutenção dos valores de

VO2 (oscilações de ± 2ml/kg/min), apesar do aumento na intensidade de

exercício).

Os gases foram coletados através do oxímetro Oxycon Pro Metabolic

Cart (Jaeger, careFusion, Germany), com o sistema JLAB, versão 5.30.0.155.

Este era calibrado diariamente e antes de cada teste, sempre que possível.

Após 15 minutos de aquecimento, as calibrações eram iniciadas: (1) avaliação

das condições do ambiente da sala (temperatura, pressão atmosférica,

humidade e altitude); (2) calibração com as pressões parciais dos gases no ar

ambiente (percentagem de O2 e CO2) através da turbina de fluxómetro; e (3)

calibração com uma mistura de gases de referência (5,9% de dióxido de

carbono, 15% de oxigênio e 79,1 de nitrogênio).

Para a condução dos gases analisados, foram utilizadas máscaras

oronasais flexíveis 7450 Series V2 Mask (Hans Rudolph, Inc., USA), onde era

inserida a turbina com o fluxómetro e cabos de ligação ao oxímetro. As

respectivas máscaras possuíam diversos tamanhos, que eram selecionados de

acordo com a face e o conforto da participante. Foram utilizadas as máscaras

de tamanho XS (extra small) e S (small) onde o espaço morto informado pelo

fabricante é de 88 e 99 mililitros, respectivamente.

Os dados foram coletados breath by breath e analisados após

conversão para intervalos de cinco segundos. A frequência cardíaca foi

registada através de cinta Polar Wearlink codificadas (Kempele, Finland). A

temperatura ambiente mantinha-se em torno dos 21 graus.

As variáveis observadas neste teste foram: Velocidade Máxima, Volume

Máximo de CO2, Volume Máximo de O2 Absoluto, Volume Máximo de O2

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Relativo, Coeficiente Respiratório, Frequência Ventilatória Máxima, Ventilação

Máxima e Frequência Cardíaca Máxima.

Conforme Blair et al. (1989), classifica-se como baixo nível de aptidão

cardiorrespiratória (elevado risco de desenvolvimento de cardiovascular)

valores de VO2max abaixo de 31.5 ml.kg-1.min-1 (9MET) para mulheres. Os

valores acima de 35 ml.kg-1.min-1 são classificados com saudáveis.

Quanto a variável Percentagem da FCmax Estimada para a Idade,

primeiramente estabeleceu-se a FCmax predita através da fórmula: FCmax

predita = 220 – idade; e para os fins percentuais a fórmula: % FCmax predita =

(FCmax medida/ FCmax predita) x 100.

4.5 Calorimetria Indireta

Com o objetivo de mensurar o DE nas referidas aulas, utilizou-se o

ergoexpirometro portátil de calorimetria indireta K4b2. A literatura sugere que

este aparelho é um instrumento válido e fiável para avaliação de gases e do DE

por calorimetria indireta (Darter et al., 2013; Howe et al., 2014; McLaughlin et

al., 2001).

O K4b2 é constituído por uma unidade principal de processamento, onde

conecta-se a fonte de alimentação (bateria), sensor de temperatura, receptor

de sinal da FC (cinta peitoral POLAR) e turbina e ainda uma máscara onde

conecta-se a turbina e os sensores de processamento da respiração. A

estrutura do K4b2 fica montada em um colete facilmente ajustável às

dimensões corporais da participante do teste. O K4b2 possibilita ainda o envio

dos parâmetros fisiológicos para acompanhamento e controle imediato por

telemetria. As respostas fisiológicas fornecidas são diversas, entre elas VO2,

VCO2, FC e através de um software específico, é possível estimar os valores

referentes a outros parâmetros, tais como o DE e os substratos utilizados ao

longo do exercício (Cunha, 2013).

Em cada aula coletada, a participante passava por um processo de

preparação. O processo iniciava mais precisamente 1 hora e 15 minutos antes

do início do teste. Antes de realizar as calibrações, os sensores internos do

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aparelho tinham que ser aquecidos por no mínimo 45 minutos. Feito isso, com

todos os cabos (turbina, sensores e cabo de alimentação) devidamente

conectados, iniciava-se as 4 calibrações essenciais a recolha dos dados: (1)

calibração do ar da sala (room air); (2) calibração do gás de referência

(reference gas); (3) calibração da turbina (turbine calibration); e (4) calibração

do delay de O2/CO2 (delay calibration). Feito isso, mudava-se a fonte de

alimentação (bateria). Após as calibrações e mudança da fonte de alimentação,

o aparelho mantinha-se mais 15 minutos em processo de aquecimento. Os 15

minutos adicionais foram utilizados para a estatura e a massa corporal (com

uma balança digital Tanita modelo BF-522w) referente àquele momento de

avaliação.

Passava-se então a montagem do equipamento naquela participante

que seria avaliada. A montagem consistia em: colocar e ajustar o colete

confortavelmente a participante, encaixe e ajustes da unidade principal (na

frente) e a bateria (atrás) no colete, conectar todos os cabos (turbina, cabo de

alimentação e sensores), colocar e ajustar a máscara do tamanho ideal ao

rosto da participante, inserir os dados (peso, estatura, idade e gênero) na

unidade principal e aguardar uma nova calibração automática do ar da sala.

Por fim, após verificar a estabilidade do aparelho no colete e mobilidade da

aluna, assumia-se que a participante estava pronta pra iniciar a aula e o K4b2

pronto para armazenar os dados. O armazenamento de dados no

ergoespirômetro portátil era iniciado e encerrado nos exatos momentos de

início e fim das sessões de GA e GL, definidos pelo professor que conduzia as

aulas.

Após as avaliações, os dados obtidos durante as sessões de GA e GL

foram exportados do K4b2, através de software específico (Cosmed CPET

Suite) e transformado de breath-by-breath para intervalos de 5 segundos.

Posteriormente, através do Microsoft Excel 2011 e do SPSS (Statistical

Package for Social Sciences) versão 21 para MAC OSX, foram calculados os

valores médios individuais para os indicadores metabólicos durante cada uma

das sessões (GA e GL).

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4.6 Procedimentos Estatísticos

Utilizou-se a estatística descritiva na forma de média e desvio padrão

para apresentar as variáveis contínuas. Apesar do tamanho da amostra ser

relativamente reduzido (n=15), optou-se pela estatística paramétrica. Para tal,

foram verificados os pressupostos de normalidade nas distribuições das

variáveis através do teste de Shapiro-Wilk.

Para analisar comparativamente as variáveis metabólicas entre as duas

modalidades de ginástica de academia (GL vs. GA), recorreu-se ao teste T de

Student para amostras emparelhadas.

Todos os procedimentos estatísticos foram realizados no programa

SPSS (Statistical Package for Social Sciences), versão 21 para MAC OSX. Em

todas as análises, o nível de significância foi estabelecido em 5%.

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5. Apresentação dos Resultados

A Tabela 1 apresenta a estatística descritiva para caracterização da

amostra nas variáveis antropométricas, de composição corporal e do teste de

esforço máximo, em valores de média e desvio padrão e os respectivos

intervalos (Mínimo – Máximo). Em relação aos valores de referência da WHO

(1997) para o IMC em adultos, observou-se que 100% das mulheres

participantes da amostra apresentavam peso normal. Quanto aos indicadores

observados no teste de esforço máximo, foi possível observar que todas as

participantes atingiram pelo menos um dos critérios de exaustão: coeficiente

respiratório maior que 1.15 ou frequência cardíaca máxima maior que 85% da

FC máxima estimada para a idade. Adicionalmente, 100% da amostra

apresentou valores considerados saudáveis para a aptidão cardiorrespiratória,

sendo que todas as participantes apresentaram valores superiores à referência

de 31.5 ml.kg-1.min-1 (9MET) (Blair et al., 1989). Tabela 1 - Valores médios de caracterização das participantes.

Variáveis Média ± DP Intervalo (Min. - Máx.)

Idade (anos) 33.3 ± 8.3 (24.0 - 51.0)

Altura (cm) 161.8 ± 4.8 (149.0 - 168.0)

Massa Corporal (kg) 56.2 ± 3.3 (50.6 - 61.0)

Índice de Massa Corporal (kg/m2) 21.5 ± 1.6 (18.1 - 23.8)

Percentagem de Massa Gorda (%) 29.4 ± 3.3 (24.6 - 34.6)

Massa Gorda (kg) 16.1 ± 1.8 (12.2 - 19.1)

Massa Livre de Gordura (kg) 38.9 ± 3.4 (33.5 - 44.8)

Massa Total DEXA (kg) 55.0 ± 3.3 (49.5 - 59.7)

Velocidade Máxima (km/h) 14.0 ± 1.1 (12.0 - 16.0)

Volume máximo de CO2 (ml) 2821.4 ± 286.3 (2403.0 - 3220.0)

Volume Máximo de O2 Absoluto (ml/min) 2525.4 ± 255.1 (2017.0 - 2906.0)

Volume Máximo de O2 Relativo (ml/kg/min) 45.1 ± 2.9 (38.9 - 47.9)

Coeficiente Respiratório Máximo (VCO2/VO2) 1.14 ± 0.05 (1.07 - 1.23)

Frequência Ventilatória Máxima (breaths/min) 58.1 ± 5.4 (47.0 - 68.0)

Ventilação Máxima (ml/min) 96.5 ± 11.8 (83.0 - 120.0)

Frequência Cardíaca Máxima (bpm) 189.4 ± 10.2 (173.0 - 206.0)

Percentagem da FCmax Estimada para a Idade (%) 101.6 ± 5.4 (93.3 - 112.2)

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A Tabela 2 apresenta a análise comparativa entre os indicadores

metabólicos e do dispêndio energético entre as sessões de ginástica aeróbica

e ginástica localizada. Os valores descritivos estão apresentados em forma de

médias e respectivos desvios padrão. Para identificar diferenças

estatisticamente significativas entre GA e GL, utilizou-se o Teste T de Student e

o η2 foi observado como indicador do tamanho do efeito estatístico.

Tabela 2 - Valores descritivos para os parâmetros metabólicos e energéticos em

exercício de acordo com a modalidade Variáveis Aeróbica Localizada t η2

Média ± DP Média ± DP

Duração aula (min) 42.4 ± 2.5 50.6 ± 4.3** -6.455 0.748

VO2 absoluto médio (ml.min-1) 1983.0 ± 281.2** 1125.6 ± 213.0 9.374 0.863

VO2 relativo médio (ml.kg-1.min-1) 35.7 ± 4.7** 20.2 ± 3.4 9.113 0.856

Coeficiente Respiratório 1.090 ± 0.169 1.154 ± 0.157 -1.043 0.072

FC média (bpm) 160.9 ± 13.2** 133.9 ± 19.4 7.338 0.794

MET médio 10.2 ± 1.3** 5.8 ± 1.0 9.113 0.856

Disp. Ener. Médio (kcal.min-1) 10.1 ± 1.2** 5.8 ± 1.1 11.102 0.898

Disp. Ener. Médio (kcal.h-1) 608.9 ± 73.7** 350.3 ± 64.5 11.102 0.898

Disp. Ener. Total (kcal) 208.8 ± 27.6** 158.3 ± 31.6 5.587 0.690

Percentagem de Gorduras (%) 7.9 ± 6.4 7.2 ± 5.5 0.354 0.008

Percentagem de CHO (%) 92.3 ± 6.2 92.9 ± 5.4 -0.316 0.007

Total de Gorduras (g/h-1) 5.6 ± 4.6* 2.7 ± 2.0 2.218 0.260

Total de CHO (g/h-1) 139.9 ± 14.1** 81.6 ± 16.5 14.062 0.934

Percentagem do VO2max (%) 79.4 ± 11.6** 44.9 ± 8.2 8.451 0.836

Percentagem da FCmax (%) 85.0 ± 5.4** 70.6 ± 8.5 7.445 0.789

* P<0.05; ** P<0.001

Com exceção do Coeficiente Respiratório, da Percentagem de Gorduras

e da Percentagem de Carboidratos utilizados como fontes de energia, não

foram observadas diferenças estatisticamente significativas (P<0.05) em

demais indicadores metabólicos e do dispêndio energético. Ao observar os

valores médios das variáveis durante as aulas de GA e GL, é possível concluir

que os valores do consumo de oxigénio, da frequência cardíaca, dos MET, do

dispêndio energético, do total de gorduras e carboidratos metabolizados, da

percentagem do VO2max atingida durante a aula e da percentagem da FCmax

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atingida durante a aula foram sempre superiores durante a sessão de ginástica

aeróbica, em comparação com a sessão de ginástica localizada. Em média,

apenas a duração da aulas de ginástica local foi estatisticamente (P<0.05)

superior à duração das sessões de ginástica aeróbica.

Em relação aos substratos predominantes com o fonte de energia, na

sessão de GA, %CHO foi superior a %GORD (92.3±6.2 vs. 7.9±6.4%;

P<0.001). Na sessão de GL, %CHO foi superior a %GORD (92.9±5.43 vs.

7.2±5.4%; P<0.001).

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6. Discussão

A presente investigação teve como objetivo analisar comparativamente

indicadores metabólicos e do dispêndio energético de duas das modalidades

de aulas de grupo mais procuradas nos ginásios: ginástica aeróbica e ginástica

localizada. Após o levantamento nas bases de dados científicos, são escassos

documentos que reflitam análises dos impactos fisiológicos das diferentes

modalidades de aulas de grupo (Denadai et al., 2005; Girardi et al., 2009;

Laukkanen et al., 2001; Perantoni et al., 2009; Scartoni et al., 2002).

Reflexo dos fatores acima, seguem abaixo pontos que podem ter

dificultado o desenvolvimento desta discussão:

1. As pesquisas que utilizaram o analisador de gases em loco, no caso

nas academias, são escassas.

2. Não encontramos nenhuma investigação que tenha realizado a

comparação direta entre uma aula de ginástica aeróbica e uma aula

de ginástica localizada.

3. Na grande maioria dos estudos hoje disponíveis nas diversas bases

de dados pesquisadas, foram avaliadas rotinas pré definidas e

extremamente controladas. O que por um lado pode não refletir com

eficácia a realidade fisiológica dos praticantes que frequentam as

academias diariamente.

Ao fim, este parece ser o primeiro estudo comparativo entre duas das

modalidades de aulas de grupo onde utilizou-se a colorimetria indireta K4 para

coleta dos dados metabólicos de cada sujeito e no local de realização das

aulas. Vem ainda clarificar, com base nos indicadores analisados, que a aula

de GA tem um gasto energético significativamente superior a aula de GL.

A relação entre o tempo médio de duração das aulas e o dispêndio

energético total apresentou dados interessantes. A GL possui um tempo médio

de duração superior a GA, 50.6 ± 4.3 min e 42.4±2.5 min. respectivamente, em

contrapartida a GA provoca um DE total de 208.8 kcal contra 158.3 kcal

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dispensadas nas aulas de GL. Essa diferença pode ser explicada por alguns

fatores como intensidade da aula, massa muscular envolvida durante a aula e

intervalos de descanso (previstos ou não na estrutura da aula). Contudo, para

efeitos de comparação da relação tempo/DE entre as aulas de GA e GL, seria

necessário um controle dos intervalos de descanso, mesmo que diminutos, em

cada aula de GL (Meirelles & Gomes, 2004). Em uma revisão da literatura,

Hunter et al. (1998), sugerem que duração e intensidade são fatores que

influenciam o DE no exercício aeróbio (aula de GA), enquanto que no exercício

contra-resistência (aula de GL) testar o efeito exclusivamente da duração no

DE não seria possível se não fossem controlados os intervalos de recuperação

entre as séries de exercícios (Meirelles & Gomes, 2004).

No tocante aos indicadores metabólicos analisados, os valores de

consumo de oxigênio (VO2) e consequentemente os equivalentes metabólicos

(MET), apresentaram valores significativos. Considerando a razão VO2/3.5

onde 1 MET = 3.5 ml/kg/min chegamos ao MET médio dispensado em cada

modalidade de aula. Com isso, os resultados apontam com clareza que as

duas modalidade atingem os níveis de intensidade de AF moderada e vigorosa

como preconizado na literatura (ACSM, 2013). A aula de GA atingiu

intensidades significativamente vigorosas de DE (10.2±1.3 MET). Enquanto a

aula de GL (5.8±1.0 MET) chega a níveis moderados.

Contudo, se levarmos em consideração o desvio padrão, podemos

sugerir que em alguns momentos ou para algumas pessoas a GL atingiu níveis

vigorosos. Pode-se afirmar então que a prática das aulas de GA 3 vezes por

semana ou a prática de GL 5 vezes por semana atinge as recomendações

preconizadas na literatura no que concerne a uma melhoria da qualidade de

vida e prevenção de possíveis doenças advindas da inatividade (WHO, 2010).

A quadro abaixo apresenta um comparativo entre exercícios aeróbicos

(GA) e exercícios resistidos (GL). As variáveis expostas são indicadores que

impactam diretamente na saúde, analisados pelo American Heart Association

em diversos estudos.

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Quadro 8 - Comparação entre os efeitos do treino aeróbio com os do treino de força em diferentes variáveis

Variável Exercício Aeróbico

Exercício Resistido

Densidade mineral óssea + + + + Composição corporal Percentual de gordura - - - Massa corporal magra = + + + Força = + + + Metabolismo da glicose Resposta insulínica - - - - Níveis de insulina basal - - Sensibilidade insulínica + + + + Lipídios séricos HDL + = + = LDL - = - = FC de repouso - - = Volume sistólico de repouso e máximo + + = Pressão arterial em repouso Sistólica - = = Diastólica - = - = VO2max + + + + = Resistência máxima e submáxima + + + + + Metabolismo basal + + +

+ indica aumento do valor; - indica diminuição do valor; = valor se mantém imutável; + ou - efeito pequeno; + + ou - - efeito médio; + + + ou - - - efeito grande.

Adaptado de Pollock et al. (2000)

O Quadro 8 apresenta-se muito interessante por expor um comparativo

do impacto crônico das modalidades nos diferentes indicadores. Quanto à

variável VO2max, podemos estabelecer relações interessantes. A mesma

sugere que o treino aeróbico provoca efeitos muito maiores no VO2max em

detrimento ao treino resistido. Observando os valores percentuais agudos

obtidos neste estudo para a mesma variável - 79.4% para a GA e 44.9% para a

GL – podemos estimar um impacto crônico semelhante a proposta do Quadro

9. Com base nos mesmo percentuais, é importante referir que tanto GA quanto

GL cumprem com as recomendações preconizadas pelo ACSM (2011) quanto

ao percentual de VO2max para efeitos benéficos a saúde.

Ainda quanto ao consumo máximo de oxigênio, a presente investigação

pode ser relacionada com o estudo desenvolvido por Garber et al. (1992) que

compararam a ginástica aeróbica com a corrida e caminhada. Trinta e cinco

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adultos saudáveis foram submetidos a um protocolo de 8 semanas de

treinamento que consistia em 15 a 25 minutos de atividade aeróbica de 60 a

80% do VO2max. Foram encontrados aumentos significativos no VO2max

comparados através de testes pré e pós treinamento de 8.2% para a

caminhada-corrida e 10.2% na ginástica aeróbica. Como conclusão, a GA

mostrou-se um método efetivo na melhoria da aptidão cardiorrespiratória.

Para efeitos de comparação, segundo Girardi et al. (2009), a GL pode

ser relacionada com um circuito de séries de musculação, visto que a única

diferença colocada pela literatura entre as duas é a música. Por ser um

atividade contra resistência, tal qual a musculação, as duas atividades tem

características muito parecidas. Em um estudo com 40 mulheres não atletas,

divididas em 2 grupos: ginástica localizada (n=20) e musculação (n=20),

Fernandes et al. (2004) analisaram comparativamente os impactos nos níveis

de força provocado pelos dois métodos. Os investigadores concluíram que não

existem diferenças estatisticamente significativas entre os níveis de força

máxima dos membros inferiores, superiores e lombar quando comparados os

grupos. O que pode corroborar e nos permitir estabelecer algumas

comparações.

Contudo, em um outro estudo, Phillips & Ziuraitis (2003) tinham entre

seus objetivos avaliar o DE de uma séria única em circuito de treino resistido.

Neste estudo, 12 sujeitos, 6 mulheres e 6 homens (26.7±3.8 anos) realizaram

uma série de 15 repetições máximas para cada um dos 8 exercícios propostos

e intervalos de 2min entre cada exercício. Com dados metabólicos coletados

por calorimetria indireta, obtiveram 3.9±0.4 MET para os homens e 4.2±0.6

MET para as mulheres e um DE total de 135.20±16.6 Kcal/min e 81.7±11.1

Kcal/min, respectivamente. Na presente investigação, a aula de GL apresentou

uma média de 5.8 MET e um DE total de 158.3±31.6. Com foco apenas nos

dados obtidos da componente do gênero feminino da amostra, para efeitos

comparativos, é clara a diferença entre os resultados do estudo anteriormente

referido com este. Diferença essa que pode provavelmente ser explicada pelo

controle do intervalo de descanso feito pelos pesquisadores, tempo de duração

do teste (24min) e um n reduzido.

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Ao passo que a GL pode ser comparada com a musculação, a GA

também pode ser relacionada com outras atividades desenvolvidas em

academias consideradas aeróbicas. Conforme Zaletel et al. (2013), as

atividades aeróbicas podem ser agrupadas conforme o tipo de trabalho: (1)

formas natural de movimentos (caminhar, correr, pedalar etc) onde o praticante

mantem movimentos contínuos e cíclicos; (2) movimentos naturais simulados

em aparelhos, caso das esteiras nas academias, bicicletas estacionárias, aulas

de step etc; e (3) aeróbico contemporâneo como as aulas de GA desenvolvidas

em academias. No quadro abaixo confrontamos os valores de DE e FC obtidos

na aula de GA, objeto deste estudo, com outros estudos.

É importante salientar que investigações como esta, foram mais

populares nas décadas de 70 e 80, onde um dos fatores motivacionais era a

alta percentagem de mortes por doenças cardíacas e/ou respiratória (Zaletel et

al., 2013).

Quadro 9 - FC e dispêndio energético em outras pesquisas com GA Referênci

a n Idade (anos) Sexo Peso

(kg) FC média

(bpm) %FCmax DE (kcal/min)

DE médio (kcal/min)

Marques (2014) 15 33.3±8.3 Fem 56.2±3.3 160.9±13.2 85.0±5.4 10.1±1.2 10.2±1.3

Silva (2000) 30 29.3±4.1 Fem 55.4±3.2 - 84.3 - 5.3±1.1

Weber (1973) 10 35.8 Fem 53.3 - - - 8.5

Williford et al. (1988) 10 23.3±4.0 Fem 57.3±8.0 175±12 80.3 AI

10.4±2.0 8.1±1.5

Nelson et al. (1988) 13 21.0±5.0 Fem - - 75.0 - 8.0±1.3

Igbanugo & Gutin (1978)

2 23 Fem 58.0 156.0±10.0 60.5 EI – 9.4 MI- 6.3

BI – 4.0 6.0

AI – alto impacto; EI – elevada intensidade; MI – média intensidade; BI – baixa intensidade

Analisando o Quadro 9, podemos destacar que os resultados de DE

obtidos na presente estudo assemelham-se com os demais estudos. Contudo,

apresentou valores ligeiramente superiores quanto ao DE médio. Diferença

essa que pode ser explicada (1) pela maior fiabilidade que os aparelhos

analisadores de gás oferecem atualmente e (2) pelas diferentes formas de

recolhas de dados. Contudo, os resultados de FC apresentaram diferenças que

chamam atenção. Destaca-se que nos valores de FC média, o desvio padrão é

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semelhante, o que confirma imensa oscilação desse tipo de modalidade.

Quanto aos valores de FCmax, as diferenças podem ser explicadas pela

formas de coletas de dados utilizados.

Ainda quanto ao comportamento cardíaco das participantes nas aulas,

há muito que as investigações utilizam a FC como indicador fidedigno da

intensidade da AF/EF. O ACSM (1995) propôs na prática de atividades

aeróbicas com o intuito de provocar melhorias na saúde – caso das aulas de

GA em academias - a intensidade de FC não deve ultrapassar os 85%-90% da

máxima, ou os sistemas anaeróbicos seriam acionados, sendo esses mais

indicados para atividades esportivas e não para a saúde. Em contrapartida,

caso a mesma não atinja 60% da FC máxima, a qualidade do estímulo será

insuficiente.

Posto isso, na aula de GA estudada, as participantes atingiram um

percentual médio de 85±5.4 bpm da FCmax. ao passo que na GL atingiram

uma média percentual de FCmax de 70.6±8.5 bpm. Sugerindo assim que tanto

uma quanto a outra apresentam-se dentro do que a literatura preconiza. Em

uma revisão da literatura Monteiro et al. (2012) colocam que a variável FC

apresenta características muito particulares em aulas de grupo. Quando

comparada a atividades cíclicas como a corrida, a natação, o ciclismo, entre

outros - onde o comportamento da frequência cardíaca é mais facilmente

controlado - a FC apresenta muitas variações causando dificuldades no

controle da intensidade das aulas. Neste estudo, o comportamento da FC

concorda com o sugerido pelo autor. Destacando o desvio padrão, observa-se

uma variação significativa com uma média de 160.9±13.2 bpm para as aulas de

GA e 133.9±19.4 bpm para as aulas de GL.

É bastante referido na literatura que para indivíduos saudáveis, o volume

mínimo de AF necessário para atingir benefícios significativos para a saúde

representa cerca de 1000kcal despendidas por semana, contudo, se o objetivo

for perder peso, o DE semanal aumenta para 2000kcal (Donnelly et al., 2009;

Garber et al., 2011; Mendes et al., 2012).

A aula de GA apresentou resultados de DE 10.1±1.2kcal/min. De posse

deste dado, foi estimado um DE para 60 minutos de aula de ginástica aeróbica,

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chegando a 608.9±73.7kcal/h. Permitindo sugerir que realizar duas horas de

aulas de GA distribuídas em uma semana pode trazer benefícios a saúde das

pessoas e quatro horas podem ainda gerar uma diminuição da massa corporal.

Por outro lado, com valores bem menos robustos, 5.8±1.1kcal/min e

350.3±64.5 kcal/h, a prática de GL teria que ser quase que diária para poder se

atingir as recomendações acima.

Algo que é importante evidenciar é a diferença significativa de dispêndio

energético no comparativo entre as duas modalidades investigadas.

É conhecido que diversos fatores, como intensidade, duração,

velocidade, carga, nível de treinamento, massa muscular envolvida, etc, podem

influenciar diretamente no DE dedicado em uma aula de ginástica. Destes,

destacamos a intensidade como o fator que pode ter determinado essa

diferença abrupta.

O resultados de todos o valores dos indicadores metabólicos e de

intensidade foram estatisticamente superiores na GA em comparação com a

GL. Como referido anteriormente, apenas em três das variáveis, aquelas que

refletem o emprego dos substratos energéticos, não houve diferenças.

Um outro fator no tocante a intensidade das aulas, este infelizmente não

traduzível em números, foi a dinâmica de cada aula. Enquanto na GA a

amostra tinha apenas um único intervalo de 1 minuto durante toda a duração

da aula (Anexo 2), na aula de GL as participantes paravam em alguns

momentos para ajustar os implementos normalmente utilizados em aulas de

ginástica localizada (caneleiras, bastões, cochonetes, etc). É conhecido que a

medida que o intervalo de recuperação diminui, a intensidade relativa durante o

esforço aumenta (Abdessemed et al., 1999; Larson Jr & Potteiger, 1997).

Outra diferença que vale ressaltar é que na GA os movimentos após

determinado instante passavam a ser repetidos, como em uma coreografia com

começo meio e fim, o que pode ter facilitado a manutenção por mais tempo de

uma intensidade sempre vigorosa. Ao posto que na GL, as mudanças de

posição (Anexo 1) - decúbito ventral, dorsal, ajoelhadas, etc - faziam com que

cada componente da amostra empregasse o seu ritmo para se organizar e

iniciar o próximo exercício gerando assim mini intervalos não programados.

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O DE muito superior na aula de GA que na aula de GL proporcionou

uma diferença significativa no consumo dos substratos entre ambas. Onde, na

estimativa para uma hora de aula de GA, a praticante consumiria um total de

5.6±4.6g de gordura e 139.9±14.1g de carboidratos ao passo que a GL pouco

mais da metade, no caso 2.7±2.0g de gorduras e 81.6±16.5g de carboidratos.

O que permite afirmar que no comparativo entre as duas aulas, que a GA

provoca um consumo absoluto muito maior de gorduras que uma aula de GL.

Ainda quanto aos substratos utilizados, os resultados estatísticos

apontam claramente para uma maior depleção de carboidratos em detrimento

as gorduras nas duas aulas.

Em um estudo com mulheres treinadas Romijn et al. (2000) investigaram

os efeitos da intensidade do esforço sobre a utilização dos substratos

energéticos. A amostra foi submetida a exercício em cicloergômetro a 25, 65 e

85% do VO2max. Os resultados indicaram que as gorduras foram mais

metabolizadas a 65% e os carboidratos mais aos 85% VO2max.

Em uma investigação com homens não treinados, Valizadeh et al.

(2011) compararam os efeitos no consumo de gorduras e carboidratos durante

e após três diferentes níveis de intensidades. Foram submetidos a 55, 65 e

75% do VO2max em esteira. Os resultados apresentaram diferenças

significativamente maiores no consumo de carboidratos em detrimento ao

consumo de gorduras a 75% do VO2max durante a aplicação do teste. O que

pode corroborar estes resultados, visto os valores de VO2max já referidos

anteriormente.

Por fim, um consumo muito mais significativo de carboidratos também

pode ser explicado pelos valores de coeficiente respiratório (CR) obtidos nas

aulas. Indicador esse depreendido da razão entre o CO2 e o VO2. É

amplamente reconhecido na comunidade científica que, numa escala de 0.7 a

1.0 de CR, onde quanto mais próximo do menor valor, no caso 0.7, o corpo

humano estaria metabolizando 100% de gorduras e 0% de carboidratos. Por

consequência, o mesmo aplica-se no oposto, com valores de CR mais

próximos de 1.0 o corpo estaria consumindo 100% de carboidratos e 0% de

gorduras (Achten & Jeukendrup, 2003; Goedecke et al., 2000; Matarese, 1997).

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Posto isso, este estudo obteve valores tanto para GA quanto para GL

muito próximos de 1.0. Sendo que na GA o CR foi de 1.09 e na GL foi de 1.1

gerando assim um consumo imensamente maior de carboidratos em

detrimento as gorduras. Com a aula de GA metabolizando 92.3±6.2% de

carboidratos e apenas 7.9±6.4% de gorduras e a aula de GL consumindo

92.9±5.4% de carboidratos e escassos 7.2±5.5% de gorduras.

Apesar do desenvolvido de um critério metodológico que permitisse

atingir os objetivos desta investigação com a qualidade e fiabilidade que se

espera de uma produção científica, algumas limitações surgem como possíveis

fatores que podem ter influenciado direta ou indiretamente os resultados.

A amostra reduzida pode ter contribuído para resultados talvez não tão

aplicáveis à população frequentadora de aulas de grupo. Uma amostra de 15

sujeitos parece diminuta ante a diversidade de perfis fisiológicos, dos níveis

motivacionais, níveis iniciais de aptidão e os níveis de experiência em aulas de

grupo, entre outros. Dentre estes, acreditamos que o intervalo de idade da

amostra pode também ter influenciado.

A opção por compor uma amostra apenas com sujeitos do gênero

feminino baseia-se no fator de estas serem a imensa maioria praticante desse

tipo de aulas onde até as coreografias e marketing são mais voltadas para esse

público. Pode-se sugerir que uma componente amostral do gênero masculino

poderia trazer resultados diferentes visto as diferenças referidas anteriormente.

A ausência de indicadores bioquímicos pode ser elencado aqui como

fator limitante. O número de pesquisas disponíveis que utilizam as

concentrações de lactato sanguíneo para caracterizar aulas de grupo é

reduzido. Esse indicador constitui-se como um dos mais importantes na

caracterização da intensidade de esforço (Silva, 2000). O controle do consumo

de líquidos e alimentos talvez pudesse também oferecer dados ainda mais

fiáveis visto a reconhecida relação aporte-dispêndio energético (Mendonça &

dos Anjos, 2004).

Por fim, um maior controle dos tempos de execução de cada movimento,

dos exercícios e dos respectivos intervalos poderia ter nos proporcionado

afirmações mais concretas quanto a um padrão de aula.

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Destaca-se a contribuinte de um ergoespirômetro do padrão do K4b2,

referido anteriormente na literatura como gold standard para a análise de gases

e coletar de forma fiel que desenvolve-se em uma sala de aula de ginástica

sem interferir no comportamento das alunas.

Os dados de composição corporal da amostra por DEXA e valores de

consumo máximo de oxigênio e frequência cardíaca máxima por teste em

esteira com ambiente controlado também foram pontos positivos deste estudo.

Relativamente a GL, a possível ausência do controle do intervalo pode

ter influenciado nos resultados do DE, como referido anteriormente. Sugere-se

então para estudos futuros um controle mais pormenorizado deste fator

intercorrente.

Por fim, a utilização de um protocolo de mensuração do consumo

excessivo de O2 após o exercício ou excess postexcercise oxygen consumption

(EPOC) e uma análise do impacto das aulas no perfil lipídico pode contribuir

para futuras investigações. Visto que a alguns estudos já documentam o efeitos

no DE pós exercitação (Brockman et al., 1993; Costa et al., 2011; Foureaux et

al., 2006; Imamura et al., 2004).

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7. Conclusões

Buscando atingir os objetivos estabelecidos para esta investigação, a

análise comparativa dos indicadores metabólicos e de dispêndio energético

entre as duas aulas de grupo nos permite inferir as seguintes conclusões:

- Os indicadores médios de consumo de O2 - VO2max absoluto, VO2max

relativo e percentagem de VO2max – e do comportamento cardíaco - FC

média e percentagem da FC máxima – apresentaram-se superiores na aula

de GA. Com isso, assume-se que a aula de GA provoca maior intensidade

que a aula de GL.

- Tanto na aula de GA quanto na aula de GL os valores percentuais e totais

de Carboidratos e Gorduras sugerem que o substrato energético principal é

o Carboidrato.

- Os indicadores médios do dispêndio energético – MET, DE e DE total –

foram as variáveis que apresentaram valores mais robustos no sentido de

suportar a GA como a aula energeticamente mais exigente.

- A estimativa do DE para uma hora de aula de GA ou de GL sugere que

duas horas de aulas de GA ou quatro horas de aulas de GL por semana

podem promover benefícios a saúde pois atingem as recomendações

preconizadas na literatura para pratica de EF para este fim.

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8. Bibliografia

Abdessemed, D., Duche, P., Hautier, C., Poumarat, G., & Bedu, M. (1999). Effect of recovery duration on muscular power and blood lactate during the bench press exercise. Int J Sports Med, 20(6), 368-373.

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9. Anexos Anexo 1 - Estrutura da Aula Ginástica Localizada

AULA LOCAL ENERGY FASE 1 AQUECIMENTO

5-7 min. Realização de exercícios multiarticulares e de grande amplitude Priorizar a ativação de grupos musculares que serão enfatizados na próxima fase

FASE 2 PARTE PRINCIPAL

30-35 min.

Exercício Grupos musculares Séries/Repetições/Velocidade 1. Agachamento paralelo + desenvolvimento de ombros

Quadríceps/glúteos isquiotibiais/deltoides

1x10 repetições em 2T + 1x15 repetições em 1T

2. Agachamento afundo + rosca bíceps

Quadríceps/glúteos bíceps

1x30 repetições em 1T

3. Tríceps francês Tríceps 1x20 repetições 4. Flexão de braços (solo) Peitoral maior/tríceps 1x20 repetições 5. Extensão de quadril (solo) Glúteo máximo 1x12rep em 2T + 1x15rep em 1T

+ ISO em 8T 6. Abdução perna direita (decúbito lateral)

Glúteo médio 1x10rep em 2T + 1x15rep em 1T + ISO em 8T

7. Adução perna esquerda (decúbito lateral)

Grácil/adutores 1x15 repetições em 1T

8. Adução de quadril (decúbito dorsal)

Grácil/adutores 1x15 repetições em 1T + ISO 8T

Repetir todos os exercícios a partir do 5 INTERVALO 1 MINUTO

1. Agachamento power + desenvolvimento de ombros

Quadríceps/glúteos isquiotibiais/deltoides

1x10 repetições em 2T + 1x15 repetições em 1T

2. Agachamento afundo + rosca bíceps

Quadríceps/glúteos Bíceps

1x30 repetições em 1T

3. Tríceps francês Tríceps 1x20 repetições 4. Flexão de braços (solo) Peitoral maior/tríceps 1x20 repetições 5. Extensão de quadril (solo) Glúteo máximo 1x12rep em 2T + 1x15rep em 1T

+ ISO em 8T 6. Abdução perna esq. (decúbito lateral)

Glúteo médio 1x10rep em 2T + 1x15rep em 1T + ISO em 8T

7. Adução perna direita (decúbito lateral)

Grácil/adutores 1x15 repetições em 1T

8. Adução de quadril (decúbito dorsal)

Grácil/adutores 1x15 repetições em 1T + ISO 8T

Repetir todos os exercícios a partir do 5 INTERVALO 1 MINUTO

1. Remada alta (4 apoios) Trapézio 1x20 repetições em 1T 2. Remada baixa (uma perna a frente)

Grande dorsal/romboides 1x15 repetições em 1T

Repetir exercícios 1 e 2 4. Abdominal flexão de tronco (decúbito dorsal)

Reto abdominal e oblíquos 1x15 repetições em 2T

5. Prancha lateral (lado direito) Reto abdominal/ oblíquos e lombares

30 segundos

6. Prancha frontal Reto abdominal e oblíquos 1 minuto 7. Prancha lateral (lado esquerdo) Reto abdominal/ oblíquos

e lombares 30 segundos

8. Abdominal flexão de quadril (decúbito dorsal)

Reto abdominal e oblíquos 15 repetições

9. Extensão de tronco (decúbito ventral)

Lombares 1x15 repetições

Repetir todos os exercícios a partir do 4 FASE 3 VOLTA A CALMA

5-7 min. Realizar alongamentos nos grupos musculares mais exigidos durante a aula Equilibra os alongamentos com uma respiração mais profunda

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Anexo 2 – Estrutura da Aula de Ginástica Aeróbica

AULA AERO ENERGY Fase 1 AQUECIMENTO

5 min Realização de exercícios multiarticulares e de grande amplitude. Introdução dos movimentos básicos que serão utilizados na próxima fase.

Fase 2 30 min

PARTE PRINCIPAL BLOCO 1

Passo mambo (1x) a frente Saltitos laterais para a direita (4x) Passo mambo (1x) a frente Saltitos laterais para a esquerda (4x) Passo mambo (2x) com giro total para a esquerda com a perna direita Tchatchatcha para a direita Passo mambo (2x) com giro total para a direita com a perna esquerda

BLOCO 2

Elevação do joelho esquerdo (3x) Um passo para esquerda Elevação do joelho direito (3x) Um passo para direita Com o pé direito, toque a frente (1x) Toque ao lado direito (1x) Toque atrás (1x) Salta e junta os pés Com o pé esquerdo, elevação do joelho esquerdo (3x) Um passo para a esquerda Com o pé direito, toque a frente (1x) Toque ao lado direito (1x) Toque atrás (1x) Salta e junta os pés Com o pé esquerdo, elevação do joelho esquerdo (3x) Um passo para esquerda

BLOCO 3 Dois polichinelos em 2 tempos para trás com os braços abertos acima da cabeça Langes laterais alternados (4x) Deslocamento para frente com elevação dos joelhos alternadamente (4x), iniciando com a direita Langes laterais (2x) com a perna direita e mais (2x) com a perna esquerda.

Fase 3 VOLTA A CALMA

5 min Realizar alongamentos nos grupos musculares mais exigidos durante a aula. Equilibrar os alongamentos com ciclos respiratórios mais pausados.

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