ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO DE CLORO LIVRE, CLORO...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ANTONY MURILLO COSTA BRUNO PAULUCCI CIANGA SILVAS RUAN REIS OJEA CASTRO ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO DE CLORO LIVRE, CLORO TOTAL, pH E TEMPERATURA EM ALGUNS PONTOS DE CONSUMO ABASTECIDOS PELA REDE PÚBLICA DE DISTRIBUIÇÃO NA CIDADE DE CURITIBA/PR TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2015

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ANTONY MURILLO COSTA

BRUNO PAULUCCI CIANGA SILVAS

RUAN REIS OJEA CASTRO

ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO DE CLORO LIVRE, CLORO TOTAL, pH E TEMPERATURA EM ALGUNS PONTOS DE CONSUMO

ABASTECIDOS PELA REDE PÚBLICA DE DISTRIBUIÇÃO NA CIDADE DE CURITIBA/PR

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA

2015

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ANTONY MURILLO COSTA

BRUNO PAULUCCI CIANGA SILVAS

RUAN REIS OJEA CASTRO

ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO DE CLORO LIVRE, CLORO TOTAL, pH E TEMPERATURA EM ALGUNS PONTOS DE CONSUMO

ABASTECIDOS PELA REDE PÚBLICA DE DISTRIBUIÇÃO NA CIDADE DE CURITIBA/PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Curitiba.

Orientador: Prof. Dr. Flavio Bentes Freire

CURITIBA

2015

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A todos e tudo que amamos.

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AGRADECIMENTOS

Nos é difícil recordar todas as pessoas que nos ajudaram, direta e

indiretamente, durante essa extensa e complicada jornada, então citamos as

pessoas que estiveram mais presentes durante todo esse período e que

contribuíram profundamente na conclusão desse trabalho, mas é claro, não

desmerecendo os não citados, que por menor que seja a sua contribuição ela foi de

extrema importância, seja na forma de uma dúvida, um conselho, um gesto de

apoio, nós devemos a todos o nosso obrigado.

Ao orientador, Flávio Bentes Freire, pelas dicas, livros, conversas, puxões de

orelha e tudo mais que foi necessário para a conclusão deste trabalho, inclusive

trabalhar nas férias acadêmicas.

Aos professores da banca avaliadora, Karina Querne de Carvalho e

Fernando Hermes Passig, pelas críticas e orientações durante as correções deste

trabalho.

Aos nossos pais, Antonio e Vanderlene Costa, Roberto e Suzete Reis,

Edson e Sueli Silvas, por todo o amor e paciência que nos dispensaram. A todos os

nossos parentes, irmãos, irmãs, primos, avós pelo apoio e compreensão.

As nossas namoradas, Ana Paula, Karinne Akemi e Tatiane pela dedicação

e paciência com nosso extenso, trabalhoso e “tomador de tempo” trabalho. A todos

os amigos e colegas, por apoiar a ideia e promover encontros para descontrair,

mesmo sem entender nada do trabalho.

As professoras Janine Nicolosi Correa e Kátia Elissa Pruss Pinho, por

tirarem algumas de nossas dúvidas cruciais no final de nossa jornada.

Aos funcionários do Laboratório de Saneamento do DACOC, todos os

técnicos, bolsistas e estagiários, pela ajuda na calibração dos equipamentos.

Aos cobradores de ônibus, URBS, comerciantes, frentistas, gerentes e todos

aqueles que permitiram nossas medições em campo.

Aos professores do DACOC e colegas de curso, pela ajuda e conhecimento

repassado e a universidade UTFPR, pela oportunidade de fazer parte de um ótimo

grupo de pesquisadores e o reconhecido que nos é dispensado.

E enfim, a todos aqueles que de alguma maneira ajudaram neste trabalho.

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“A vida é um paraíso, mas os homens não o

sabem e não se preocupam em sabê-lo.”

Fiódor Mikhailovich Dostoiévski

“A ciência nunca resolve um problema sem

criar pelo menos outros dez.”

George Bernard Shaw

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RESUMO

COSTA, Antony M.; SILVAS, Bruno P. C.; CASTRO, Ruan R. O. Análise da concentração de cloro livre, cloro total, pH e temperatura em alguns pontos de consumo abastecidos pela rede pública de distribuição na cidade de Curitiba/pr. 2015. 91f. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Civil), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2015.

Os sistemas de tratamento e distribuição de água utilizam o cloro e seus derivados nas estações de tratamento para desinfecção da água, entretanto na rede de distribuição pode ocorrer contato com impurezas que contaminariam a água distribuída com organismos que podem provocar problemas de saúde aos usuários. Sendo assim, torna-se necessário manter um residual de cloro livre para garantir a potabilidade e a ausência de patógenos em todos os pontos de consumo, mas o cloro livre, ao entrar em contato com as substâncias presentes nas tubulações, reage e decai sua concentração ao longo do sistema, além disso, na legislação vigente não é permitido uso excessivo de cloro, pois esse pode ser prejudicial à saúde dos usuários pelo consumo constante. Sendo assim, mediu-se em alguns pontos da rede de abastecimento de água da cidade de Curitiba/PR as quantidades de cloro livre e total presentes na água, bem como o pH e a temperatura, para verificação do atendimento a legislação em vigor. Nas medições, utilizou-se um fotômetro para medir a concentração de cloro livre e total, pHmêtro portátil para pH e um termômetro para temperatura do líquido. Verificou-se com medições semanais, em 12 pontos da cidade de Curitiba, durante 19 semanas, em 4 bairros, atendidos pelas estações de tratamento de água Iguaçu e Passaúna, que nos pontos analisados na cidade de Curitiba, a Companhia de Saneamento Básico atende as premissas da Portaria do Ministério da Saúde nº 2914/2011, com concentração média de cloro residual livre de 0,97 ± 0,04 mg/L, dentro da faixa de 0,2 a 2 mg/L normativos, e pH 6,9 ± 0,2, respeitando o intervalo recomendado pelo Ministério da Saúde de 6 a 9,5. Para análise dos resultados, utilizou-se a teoria dos erros, inclusive com comparações entre os pontos, bairros e estações, a fim de verificar as diferenças referentes a tratamento, decaimento e atendimento da Portaria MS nº 2914/2011, com este tratamento dos dados percebeu-se o decaimento do cloro livre entre alguns pontos, sentidos de fluxo diferentes do estimado preliminarmente, pH e teor de cloro livre e total diferentes entre pontos abastecidos por estações distintas de tratamento, dentre as analisadas. Porém, observaram-se dificuldades nas análises referentes a decaimento, correlação do pH ou temperatura com teor de cloro livre na rede, por falta de informação sobre a rede de abastecimento existente e principalmente pela falta de dados relativos a quantidade de produtos químicos dosados na Estação e qualidade de água bruta do período de coleta, além de informações operacionais da Companhia que seriam vitais para análise de decaimento e correlação do pH com teor de cloro livre.

Palavras-chave: Cloro Livre. Desinfecção. Redes de Distribuição de Água. Padrão de Potabilidade.

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ABSTRACT

COSTA, Antony M.; SILVAS, Bruno P. C.; CASTRO, Ruan R. O. Analysis of free chlorine concentration, total chlorine concentration, pH and temperature at some points of consumption supplied by public distribution network in Curitiba/PR. 2015. 91f. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Civil), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2015.

The systems of treatment and distribution of water use chlorine and derivatives in treatment plants to disinfect water, however in the distribution network can occurs contact with impurities that could contaminate the water distributed with organisms who can cause health problems for users. Therefore, it’s necessary to mantain a free residual chlorine to ensure potability and the absence of pathogens in all points of consumption, but the free chlorine, on contact with the substances present in the pipes, reacts and decays concentration throughout the system, in addition, in the current legislation isn’t allowed excessive use of chlorine, as this may be harmful to the health of users by constant consumption. So was measured at some points of the water supply network of the city of Curitiba / PR the free and total chlorine amounts present in water, as the pH and temperature, to verify compliance with the legislation in charge. In the measurements, is used a photometer to measure the concentration of free and total chlorine, phmeter for pH and a thermometer for fluid temperature. Occurred with weekly measurements, on 12 points in the city of Curitiba, for 19 weeks, in 4 neighborhoods, served by water treatment plants of Iguaçu and Passaúna, which this analyzed points in the city of Curitiba, the Basic Sanitation Company meets the premises of the Ministry of Health ordinance nº2914/2011, with an average concentration of free residual chlorine of 0.97 ± 0.04 mg/L, within the normative range of 0.2 to 2 mg/L, and pH 6.9 ± 0,2, respecting the range recommended by the Ministry of Health from 6 to 9.5. For data analysis, it has used the theory of errors, including comparisons between points, regions and treatment stations in order to verify the differences related to the treatment, decay and attendance of ordinance MS 2914/2011. With this process noticed that the decay of free chlorine between some points, different flow directions of the estimated preliminarily, pH, free and total chlorine content different between points served by different treatment plants, among the analyzed. However, there were difficulties in the analysis relative to decay, correlations of pH and temparature with free chlorine content in network, for lack of information about the existing supply network and mainly by the lack of data on the amount of chemicals measured in station and raw water quality in the collection period, as the operational informations about the Company that would be vital to decay analysis and correlations between pH and free chlorine content.

Keywords: Free Chlorine. Disinfection. Water Distribution Network. Potability Standards.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Cadeia produtiva do cloro e da soda. ..................................................... 21

Figura 2 - Estágios de cloração. ............................................................................. 32

Figura 3 - Mananciais de abastecimento da região metropolitana de Curitiba. ....... 36

Figura 4 - Planta geral do sistema de abastecimento separado por sistema produtor. ................................................................................................ 37

Figura 5 - Planta geral do sistema de abastecimento – principais unidades e interligações. ......................................................................................... 38

Figura 6 - Vista aérea da ETA Passaúna. .............................................................. 42

Figura 7 - Planta Geral do Sistema do Passaúna - Principais unidades componentes do Sistema. ..................................................................... 42

Figura 8 - Vista aérea ETA Iguaçu. ........................................................................ 43

Figura 9 - Reservatório do Portão.. ........................................................................ 44

Figura 10 - Reservatório do Batel. ............................................................................ 45

Figura 11 - Reservatório do São Braz. ..................................................................... 45

Figura 12 - Reservatório do Campo Comprido. Fonte: Google (2014). .................... 46

Figura 13 - Distribuição dos pontos de medição e reservatório - bairro Portão. ....... 53

Figura 14 - Distribuição dos pontos de medição e reservatório - bairro Batel. .......... 54

Figura 15 - Distribuição dos pontos de medição e reservatório - bairro São Braz....................................................................................................... 55

Figura 16 - Distribuição pontos de medição e reservatório - bairro Campo Comprido. ............................................................................................. 55

Figura 17 - Equipamento para análise de cloro residual e total. ............................... 57

Figura 18 - Termômetro tipo espeto INCOTERM. .................................................... 59

Figura 19 - Equipamento para análise de pH. .......................................................... 60

Figura 21 - Esquema dos Bairros Analisados........................................................... 66

Figura 22 - Curva de distribuição da análise global do teor de cloro livre. ................ 67

Figura 23 - Curva de distribuição da análise global do teor de cloro total. ................ 68

Figura 24 - Curva de distribuição da análise global do pH. ...................................... 69

Figura 25 - Curva de distribuição da análise do pH dos pontos atendidos pela ETA Passaúna. ..................................................................................... 69

Figura 26 - Curva de distribuição da análise do pH dos pontos atendidos pela ETA Iguaçu. .......................................................................................... 69

Figura 27 - Curva de distribuição da análise global da temperatura da água. .......... 70

Figura 28 - Provável sentido do fluxo de água nos pontos do Campo Comprido e São Braz. ........................................................................................... 76

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Propriedades físico-químicas do cloro.. .................................................. 20

Quadro 2 - Patógenos transmitidos através da ingestão de água. ........................... 27

Quadro 3 - Estações modernas de tratamento de água no mundo .......................... 28

Quadro 4 - Doenças e patógenos relacionados ao consumo de água. .................... 29

Quadro 5 - Principais características dos desinfetantes utilizados nos tratamentos de água ............................................................................. 33

Quadro 6 - Capacidade desinfetante ........................................................................ 33

Quadro 7 - Principais estações de tratamento de água no Brasil ............................. 35

Quadro 8 - Classificação dos mananciais de abastecimento de água da grande Curitiba. ................................................................................................. 39

Quadro 9 - Parâmetros da secretaria do meio ambiente do Paraná para classificação dos corpos hídricos. ......................................................... 40

Quadro 10 - Reservatórios presentes no sistema Passaúna .................................... 43

Quadro 11 - Principais modelos de decaimento do cloro em água. .......................... 47

Quadro 12 - Trihalometanos. ................................................................................... 49

Quadro 13 - Limites de THM’s pela OMS. ................................................................ 50

Quadro 14 - Efeito dos principais THM’s na saúde. ................................................. 50

Quadro 15 - Resumo dos pontos de coleta de amostra. .......................................... 56

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resumo dos dados coletados da concentração de cloro livre. ................ 63

Tabela 2 - Resumo dos dados coletados da concentração de cloro total. ................ 64

Tabela 3 - Resumo dos dados coletados de temperatura da água.......................... 64

Tabela 4 - Resumo dos dados coletados de pH. ...................................................... 65

Tabela 5 - Análise dos dados coletados. .................................................................. 71

Tabela 6 - Comparação estatística dos resultados entre os bairros e ETA's para 2 desvios. ................................................................................................ 72

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

BDCM Bromodiclorometano

CNTP Condições Normais de Temperatura e Pressão

DBCM Dibromoclorometano

DPD N,N-dietil-p-fenilenediamina

DQO Demanda Química de Oxigênio

DWD Drinking Water Directive

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IQAR Índice de Qualidade de Água em Reservatórios

MS Ministério da Saúde

NBR Norma Brasileira

OMS Organização Mundial da Saúde

PTFE Politetrafluoretileno

PVC Cloreto de polivinila

RMC Região Metropolitana de Curitiba

SDWA Safe Drinking Water Act

TBM Tribromometano

TCM Triclorometano

THM’s Trihalometanos

UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

UV Ultravioleta

WHO World Health Organization

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LISTA DE ACRÔNIMOS

ANA Agência Nacional de Águas

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente

CMAI Chemical Markets Association Inc.

DACOC Departamento Acadêmico de Construção Civil

ETA Estação de Tratamento de Água

IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba

SANEPAR Companhia de Saneamento do Paraná

URBS Urbanização de Curitiba S/A

USEPA US Enviromental Protection Agency

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 15

2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 17

2.1. JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 17

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 19

3.1. CLORO ............................................................................................................ 19

3.2. PRODUÇÃO DE CLORO ................................................................................ 20

3.3. TRATAMENTO DE ÁGUA ............................................................................... 23

3.4. DESINFECÇÃO NO EXTERIOR ..................................................................... 25

3.4.1. Legislação internacional ............................................................................... 25

3.4.2. Desinfecção nas principais estações de tratamento de água fora do Brasil ........................................................................................................................ 28

3.5. DESINFECÇÃO ............................................................................................... 29

3.5.1. Cloro ............................................................................................................ 30

3.5.2. Considerações finais .................................................................................... 32

3.6. CLORAÇÃO .................................................................................................... 34

3.7. SISTEMA DE TRATAMENTO EM CURITIBA/PR ............................................ 36

3.7.1. Mananciais de abastecimento ...................................................................... 36

3.7.2. Estações de tratamento de água .................................................................. 41

3.7.3. Reservatórios ............................................................................................... 44

3.8. DESVANTAGENS DO USO DO CLORO NA DESINFECÇÃO ........................ 46

3.8.1. Decaimento do cloro na água ....................................................................... 46

3.8.2. Trihalometanos na água tratada ................................................................... 48

4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 51

4.1. MEDIÇÃO DOS PARÂMETROS ..................................................................... 51

4.1.1. Escolha dos mananciais ............................................................................... 52

4.1.2. Pontos de coleta .......................................................................................... 53

4.1.3. Parâmetros analisados, frequência, equipamentos de medição ................... 56

4.1.4. Análise estatística ........................................................................................ 60

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 63

5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................... 63

5.2. RESULTADOS DO MONITORAMENTO ......................................................... 67

6 CONCLUSÕES ................................................................................................... 77

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 79

APÊNDICE A – DADOS COLETADOS NAS MEDIÇÕES NO BAIRRO BATEL ..... 84

APÊNDICE B – DADOS COLETADOS NAS MEDIÇÕES NO BAIRRO CAMPO COMPRIDO ............................................................................................... 86

APÊNDICE C – DADOS COLETADOS NAS MEDIÇÕES NO BAIRRO PORTÃO ................................................................................................................. 88

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APÊNDICE D – DADOS COLETADOS NAS MEDIÇÕES NO BAIRRO SÃO BRAZ ....................................................................................................................... 90

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15

1 INTRODUÇÃO

A partir do século XVIII, com o aumento da preocupação com a proliferação

de doenças causadas pelo consumo de água infectada, os métodos de tratamento e

desinfecção evoluíram desde processos como a fervura, até modernos métodos de

filtração e uso de radiação na eliminação dos patógenos (PÁDUA, 2009).

O cloro, nas suas mais diversas formulações químicas, está presente no

tratamento de água desde os primórdios da história da desinfecção, datando do

início do século XX, e até hoje é amplamente utilizado nos sistemas de tratamento

espalhados pelo mundo. Independentemente das capacidades de produções das

estações, ou da época em que foram implantadas, o cloro, em suas mais diversas

formas, é uma constante no tratamento de água no Brasil e no mundo (DANIEL,

2001).

Atualmente no Brasil, entretanto, não é obrigatório que a etapa de

desinfecção seja executada utilizando cloro ou seus derivados, mas as Estações de

Tratamento de Água devem, obrigatoriamente, estabelecer concentração mínima de

cloro residual nas redes de distribuição de água potável, para possível eliminação de

patógenos que possam surgir nas tubulações devido a problemas originários na

execução ou durante a vida útil das instalações. Essas diretrizes estão apresentadas

no padrão de potabilidade atual, regulamentado pela Portaria MS nº 2914/2011 do

Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). No documento em questão são estabelecidas

referências para uma série de parâmetros de qualidade, dentre eles o cloro livre

mínimo de 0,2 mg/L em qualquer ponto da rede, para que não haja riscos de

contaminação durante o consumo de água.

Na cidade de Curitiba (PR), o gerenciamento do sistema de abastecimento

de água, e consequentemente a disponibilização de água potável para população, é

de responsabilidade da Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR), sendo

a Secretaria Municipal da Saúde responsável pela vigilância da qualidade da água.

No entanto, em qualquer um desses órgãos o acesso aos laudos é direto. Diante de

uma questão de grande importância, como a divulgação da qualidade da água para

a população, não só a respeito do cloro, mas também de uma série de outros

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indicadores, constata-se que a falta de esclarecimento pode levar à diminuição da

confiança no serviço, por parte dos usuários.

De fato, o consumo de água mineral no Brasil apresentou em 2012

crescimento de 7% em relação ao ano anterior (ASSIRATI, 2013). Comportamento

análogo também foi verificado pelo setor de filtros residenciais (equivocadamente

denominados “purificadores de água”), que movimentou 1 bilhão de dólares em

2013, sendo que a líder do segmento previa crescimento de 10% nas vendas para o

ano de 2014 (AQUINO, 2014), enquanto o crescimento populacional no Brasil foi de

0,9%, segundo estimativas do IBGE.

Atualmente, não há estudos que indiquem que a recusa por parte da

população ao consumo direto da água disponibilizada pelas concessionárias se deva

realmente a uma percepção sensorial, ou se apenas resultado de uma especulação

do brasileiro quanto a qualidade inadequada. No rol de justificativas pode-se ainda

incluir simplesmente questões de costume.

Bellingieri (2004) observa que “em todos os lugares do mundo,

independentemente da existência de serviços públicos de abastecimento de água

(bicas, chafarizes ou redes de encanamento), as populações sempre possuíram

costumes, técnicas ou equipamentos para tentar, domesticamente, tornar mais limpa

a água que consumiam”. O autor menciona ainda que “em São Paulo, a partir dos

últimos anos do século XIX e princípio do século XX, começaram a surgir, em livros,

almanaques e jornais, várias referências a aparelhos e equipamentos de filtração e

purificação de água para consumo doméstico”.

Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo avaliar a concentração

de cloro livre, cloro total, pH e temperatura em alguns pontos da rede de distribuição

de água em Curitiba, verificando a conformidade com a padrão de potabilidade

estabelecido pela Portaria MS nº 2914/2011.

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17

2 OBJETIVOS

O objetivo principal deste trabalho é analisar a concentração de cloro livre

em alguns pontos de consumo na rede pública de abastecimento de água na cidade

de Curitiba, para verificação do atendimento ao padrão de potabilidade. Partindo dos

mesmos dados tem-se como objetivos específicos:

Verificar a concentração de cloro total em alguns pontos de consumo

na rede pública de abastecimento de água na cidade de Curitiba;

Verificar o pH e a temperatura em alguns pontos de consumo na rede

pública de abastecimento de água na cidade de Curitiba;

Verificar o comportamento da concentração do cloro livre em pontos

consecutivos da rede.

2.1. JUSTIFICATIVA

A medição de cloro residual em alguns pontos da rede de distribuição de

Curitiba se justifica diante da importância de sua função na rede de distribuição, da

existência de um padrão de potabilidade, no qual são estabelecidos valores

máximos e mínimos para este elemento químico, e da divulgação dos resultados

não ser de fácil acesso à população.

A Sanepar divulga em seu endereço eletrônico somente valores médios das

últimas 30 medições. Não há informações quanto aos locais monitorados e a

frequência de análises. Já o órgão de fiscalização (Secretaria Municipal da Saúde)

não divulga qualquer informação sobre o planejamento e estratégia de coleta de

amostras, e nem os resultados. Mesmo que os resultados estejam dentro dos

valores estabelecidos, a falta de informação e prestação de contas à população

suscita diminuição na confiança do serviço.

Neste trabalho é levantado ainda outros fatores relevantes que não são

amplamente conhecidos, mas que possivelmente interferem na concentração de

cloro residual na rede e, certamente, são levados em consideração pela

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concessionária no seu planejamento para manter os valores dentro da faixa

estabelecida: qualidade da água bruta, pH e temperatura da água.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. CLORO

O elemento químico cloro foi descoberto em 1774 pelo químico farmacêutico

sueco Carl Wilhelm Scheele ao realizar a reação de pirolusita, um mineral composto

basicamente de dióxido de manganês, e ácido muriático, hoje conhecido como ácido

clorídrico, liberando um gás amarelo-esverdeado de odor acre. Após estes

experimentos Scheele nomeou o gás de ácido oximuriático, achando tratar-se de um

composto de oxigênio. Em 1810 Humprey Davy propôs que tal gás era um novo

elemento químico batizando-o de klorós, do grego "verde pálido" ou "amarelo

verdoso" (LVQ-UNESP, 2014).

Em 1823, Berzelius, na elaboração da Tabela periódica, colaborou com a

hipótese de Davy da existência do elemento cloro, classificando-o no grupo dos

halogênios, junto com os então descobertos Flúor e Iodo. Os demais halogênios

Bromo, descoberto em 1826 por Antonio Balard, e Astato, sintetizado em 1940 por

Emilio Segrè, foram posteriormente alocados na Tabela junto a esse grupo (WHITE,

1998).

Presente na natureza usualmente na forma de compostos, devido a sua alta

reatividade, o cloro é um elemento abundante no planeta, em torno de 18000 ppm

na água do mar e 130 ppm na crosta terrestre, num total aproximado de 0,15% da

crosta terrestre.

Comumente encontrado na forma de cloreto de sódio (NaCl), o sal de

cozinha, em minerais como o silvina (KCl - cloreto de potássio) e a carnalita

(KMgCl3∙6H2O – cloreto hidratado de potássio e magnésio), ou ainda na forma de

gás (Cl2 – gás cloro) (WHITE, 1998).

Sendo altamente tóxico, o cloro já foi empregado como arma química,

principalmente durante os conflitos da 1ª e 2ª guerras mundiais, hoje sua mais

notada aplicação é como agente germicida, principalmente no tratamento de água.

Ainda pode ser citado como importante insumo na produção de papel, na

etapa de branqueamento da polpa, sendo essa função de alvejante outra importante

característica do cloro e seus compostos, na produção de tintas e solventes, na

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fabricação de plásticos, principalmente o PVC (Policloreto de Vinila), medicamentos,

têxteis, inseticidas, entre outros. As características físico-químicas do cloro podem

ser observadas no Quadro 1.

Propriedades Físico-Químicas do Cloro

Elemento Químico Cloro

Símbolo Cl

Grupo VIIA

Número Atômico 17

Massa Atômica 35,453 u

Configuração Eletrônica 1s² 2s² 2p6 3s² 3p5

Classificação Não Metal

Densidade (gás cloro, CNTP) 3,214 kg/m³

Ponto de Fusão 171,6 K ( -101,4ºC)

Ponto de Ebulição 239,11 K ( -33,89ºC)

Entalpia de Fusão 3,203 kJ/mol

Entalpia de Ebulição 10,2 kJ/mol

Pressão de Vapor 1000 Pa a 170 K

Estrutura Cristalina Ortorrômbica

Eletronegatividade 3,16

Calor Específico 480 J/(kg∙K)

Condutividade térmica 0,089 W/(m∙K)

1º Potencial de Ionização 1251,2 kJ/mol

Spin 3/2

Quadro 1 – Propriedades físico-químicas do cloro Fonte: Adaptado de MIills et al. (1993).

Os dados presentes no Quadro 1, são referentes ao isótopo 35Cl, o mais

abundante no planeta (75,77% do Cl total) nas unidades do sistema internacional

(SI) e nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP) salvo onde indicado.

O cloro apresenta outros isótopos, sendo o único natural e estável o 37Cl.

3.2. PRODUÇÃO DE CLORO

A fabricação de cloro (Cl2) ou dos demais produtos utilizados na desinfecção

de água para consumo humano provém do complexo industrial soda-cloro. Esse

processo consiste em uma planta que, a partir de um processo eletrolítico, produz

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hidróxido de sódio e cloro gasoso ao mesmo tempo na proporção 100 toneladas de

Cloro para 112 toneladas de NaOH, sendo impossível a produção de apenas um dos

produtos nesse processo. Portanto, o consumo de Cloro e Soda acompanha a

mesma curva de variação no mercado mundial (FERNANDES et al., 2009).

O processo como um todo pode ser resumido pela Figura 1, onde em um

primeiro passo é preparada solução de salmoura (água e cloreto de sódio), que

posteriormente passa para uma cuba de eletrólise. Os insumos são bastante simples

e de fácil obtenção, porém grande parte dos gastos desse tipo de indústria são

advindos do alto consumo energético, cerca de metade dos custos de produção

(FERNANDES et al., 2009).

Na Figura 1 estão apresentadas as recombinações químicas que geram os

gases hidrogênio e cloro, e os íons componentes do hidróxido de sódio, que irão se

recombinar para a formação de soda cáustica e hipoclorito de sódio. Todos esses

Figura 1 - Cadeia produtiva do cloro e da soda. Fonte: Adaptado de Fernandes et al., (2009).

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componentes são posteriormente separados e refinados afim de aumentar a

concentração e pureza dos produtos visados.

Segundo Moraes (2011) e White (1998), atualmente são usadas três

tecnologias para a produção de soda-cloro, que diferenciam na etapa da eletrólise e

separação dos componentes, sendo elas:

Células de Mercúrio: método mais antigo utilizado, onde é empregado

um cátodo revestido de mercúrio. Este processo produz hidróxido de

sódio mais puro que os outros dois métodos, porem gera pequenos

desprendimentos de mercúrio do cátodo (cerca de 3,5g por tonelada

produzida) criando um grave problema ambiental na disposição dos

efluentes do processo fabril. Hoje esse processo é desencorajado ou

ainda proibido na maioria dos países.

Células de Diafragma: Consiste num conjunto cátodo-ânodo de aço e

titânio revestido de platina e um diafragma de asbeto, teflon e PTFE

funcionando como separador, permitindo a passagem do hidróxido de

sódio por difusão elétrica. Esse método reduz muito a geração de

impurezas como o hipoclorito de sódio, porém e necessário a

utilização de matérias primas mais puras e uma posterior célula de

concentração de NaOH. Por se tratar de uma membrana porosa é

muito comum a obstrução e selamento dos poros, portanto se faz

necessária uma manutenção e troca constantes da membrana, sendo

expressivos os custos dessa etapa.

Células de Membrana: Similar as células diafragma, possui uma

membrana sintética seletiva que permite a passagem de íons sódio e

retém a hidroxila e cloretos. Esse método possui um alto atrativo por

ser aparentemente não poluente, com consumo menor de energia

elétrica e produção mais pura de cloro e soda, porém, por ser uma

tecnologia recente seu custo de implantação é elevado.

No Brasil a produção de soda-cloro é obtida pelos métodos de célula de

diafragma nas plantas mais recentes e células de mercúrio nas antigas. O cloro sai

do processo de eletrólise no estado gasoso, o qual é resfriado a baixas pressões e

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transformado em líquido. Sendo comercializado nesta forma em tanques ou cilindros

(FERNANDES et at., 2009).

Os principais compradores das indústrias de soda-cloro no mercado são de

NaOH, os produtores de alumínio e outros metais não ferrosos, utilizado em banhos

químicos, a fabricação de papel, na fase de dissolução de cavacos para obtenção de

celulose, na indústria petroquímica, nos mais diversos usos, na fabricação de

detergentes, produtos de limpeza e alimentos. O cloro e seus derivados são

geralmente destinados à fabricação de papel, no processo de branqueamento das

fibras, ao tratamento de água e maciçamente na produção de plásticos,

principalmente o PVC (Cloreto de polivinila) (FERNANDES et al., 2009).

Segundo dados levantados pela CMAI (Chemical Markets Association, Inc.)

no ano de 2007, 6% do Cloro produzido no mundo (aproximadamente 3,3 milhões

de toneladas) foi destinado a tratamento de água (CMAI, 2008).

3.3. TRATAMENTO DE ÁGUA

Segundo Pádua (2009), a Engenharia Sanitária moderna começou apenas

na metade século XIX após as grandes epidemias decorrentes da falta de higiene

que afligiu a Europa desde a idade média até a referida data. Entretanto, antes disso

havia históricos de tratamento rudimentares de água para consumo humano, como

fervura, aquecimento através da radiação solar na Índia em 4000 A.C e no Egito, em

1500 A.C, um coagulante a base de alumínio.

Porém, na Idade Média, não se buscaram novas soluções, somente após o

século XVII que as pesquisas intensificaram, e junto com as teorias microbianas de

Pasteur e o estudo de Snow sobre a veiculação de microrganismos pela água,

chegou-se ao tratamento com filtros no fim do século XIX e no início do século XX foi

implantado no Missouri/USA o primeiro tratamento para abastecimento público com

água clorada.

Até metade do século XX as pesquisas foram voltadas para desinfecção e

clarificação da água, consolidando e sendo aplicados os sistemas convencionais

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atualmente, como além dos citados filtração e cloração, a coagulação, floculação e

decantação (PÁDUA, 2009).

E desde então, o cloro é o desinfetante mais utilizado em desinfecção de

águas públicas, seja em forma líquida ou gasosa, como pré-desinfecção ou pós-

cloração. São utilizados em menor escala como desinfetantes ainda o ozônio, o

permanganato de potássio, a mistura de ozônio com peróxido de hidrogênio e íons

ferro (DANIEL, 2001).

No Brasil, o primeiro sistema de Abastecimento de Água foi a Cantareira

(antigo, não é o mesmo utilizado hoje) iniciado em 1857 e concluído em 1877 no

estado de São Paulo. Porto Alegre e Rio de Janeiro vieram subsequentemente, nos

anos de 1861 e 1876 respectivamente. Mas somente na capital carioca, foi

construído uma Estação de Tratamento de Água, de nível considerado internacional,

na época, com 6 filtros rápidos e decantadores do tipo Dortmund (PAULI, 2008).

Em Curitiba, o primeiro sistema de Abastecimento de Água foi do Alto São

Francisco, no ano de 1904, que também deu origem ao reservatório mais antigo do

Estado, recebeu o nome do sistema e está operando até hoje. A primeira estação

de Tratamento do estado, hoje está desativada, foi a do Tarumã na divisa entre os

municípios de Curitiba e Pinhais (SANEPAR, 2014a).

O tipo e nível de tratamento de água dependem do uso após este processo.

Para abastecimento da população, o tratamento deve garantir atendimento aos

padrões de potabilidade, conforme resolução do Ministério da Saúde, inclusive a não

veiculação de organismos patogênicos. O tipo de tratamento também, dependerá da

qualidade da água captada, denominada como água bruta (antes do tratamento).

Conforme Di Bernardo e Dantas (2005), qualquer qualidade de água bruta

pode ser tratada e tornada potável. Entretanto, a viabilidade técnica e econômica é

fator preponderante para as escolhas do tipo de tratamento a ser adotado. Os

tratamentos de água podem ser separados com utilização de coagulantes, ou não.

Para tratamento sem uso de coagulantes podem ser utilizadas as técnicas de

filtração direta ou captação direta de poços artesianos profundos. Com utilização de

coagulantes podem ser as estações de ciclo completo, o mais utilizado no Brasil,

filtração dupla, entre outros menos utilizados. Independentemente do tipo de

tratamento adotado, podem ser feitas correções na água bruta, como do pH, e é

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obrigatória a desinfecção, a fluoretação e a manutenção de cloro residual, conforme

resolução ministerial (JANUÁRIO, 2005).

O tratamento convencional, também conhecido por “ciclo completo”, envolve

as seguintes etapas: coagulação, floculação, decantação ou flotação, filtração,

desinfecção, fluoretação e correção de alcalinidade, se necessário. Há na literatura

(RICHTER e AZEVEDO NETTO, 1991; DI BERNARDO e DANTAS, 2005; PÁDUA,

2009) descrições aprofundadas a respeito dessas etapas de tratamento de água.

Portanto, em função do escopo principal estar vinculado ao cloro, o enfoque será

dado à desinfecção.

3.4. DESINFECÇÃO NO EXTERIOR

3.4.1. Legislação internacional

A preocupação com a tratamento de água é de âmbito mundial, devido,

principalmente, à transmissão de doenças, criando riscos de epidemias caso não

seja feito controle de qualidade da água servida à população através do sistema de

coleta, tratamento, reservação e distribuição.

No documento publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

Guidelines for Drinking-Water Quality o controle de qualidade da água com relação a

patógenos é um dos itens mais discorridos e frisados quanto a sua importância,

sendo que o processo de desinfecção com cloro é altamente recomendado, por ser

um método simples e com grande eficiência na remoção de bactérias e vírus, porém

não tão eficiente com relação a protozoários (WORLD HEALTH ORGANIZATION,

2011).

Outro aspecto levantado pela OMS é a manutenção de 0,2 - 0,5 mg/L de

cloro residual nas tubulações de distribuição, quando essas existirem, para evitar a

infecção da água já tratada. Esse residual também é importante em sistema que

tenham reservatórios, pois a presença de cloro e com um tempo de exposição

maior, os cistos dos protozoários do gênero Giardia são eliminados. Outra

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recomendação da OMS é quanto a dosagem de cloro livre que é de 2,0 mg/L,

quando a turbidez da água estiver abaixo de 10 UNT, e o dobro disso, 4,0 mg/L,

quando a turbidez for superior a 10 UNT (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2011).

Ainda nessas diretrizes de tratamento de água, a OMS cita a formação de

trihalometanos (THM) como um problema na utilização de cloro como desinfetante, e

como profilaxia sugere que a dosagem de cloro seja menor, desde que a

desinfecção seja eficiente, ou que se aliem outros métodos, como coagulação,

ozônio ou radiação UV, para essa redução de dosagem. Ainda é citada a

substituição de cloro gasoso ou na forma de hipoclorito por dióxido de cloro e

monocloroaminas que possuem reatividade menor, portanto, menor probabilidade de

formação de THM, mas volta-se ao dilema de dosagem suficiente e monitoramento

para eliminação eficiente de patógenos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2011).

A norma americana SDWA (Safe Drinking Water Act) implementada pela

USEPA (US Enviromental Protection Agency) informa que sistemas que utilizam a

cloração como método de desinfecção devem estabelecer 4,0 mg/L como máximo

residual de cloro livre, sendo esse mesmo valor válido para cloroaminas. Para

utilização de dióxido de cloro fica estipulado um máximo de 0,8 mg/L. Essa norma

não estipula valores mínimos de concentração residual nas redes de distribuição.

Assim como no Brasil, não existe a obrigatoriedade da utilização de sistemas de

desinfecção com cloro. Porém, pela fácil utilização e custos acessíveis, é um dos

métodos mais utilizados nos Estados Unidos da América (USEPA, 1998).

A SDWA ainda estipula valores máximos para concentrações de THM em

0,080 mg/L e 0,060mg/L para ácidos haloacéticos. No Quadro 2 é apresentada a

eficiência do cloro como desinfetante, o que justifica a recomendação de seu uso.

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Patógeno Significância para Saúde

Persistência no

abastecimento de água

Resistência ao cloro

Infecciosidade relativa

Importante fonte aminal

Bactérias

Burkholderia pseudomallei

Alto Pode se multiplicar

Baixo Baixa Não

Campylobacter jejuni, C. coli

Alto Moderado Baixo Moderada Sim

Escherichia coli – Patogenico

Alto Moderado Baixo Baixa Sim

E. coli – Enterohemorrágico

Alto Moderado Baixo Alta Sim

Francisella tularensis

Alto Longo Moderado Alta Sim

Legionella spp. Alto Pode se multiplicar

Baixo Moderada Não

Leptospira Alto Longo Baixo Alta Sim

Mycobacteria (nontuberculous)

Baixo Pode se multiplicar

Alto Baixa Não

Salmonella Typhi Alto Moderado Baixo Baixa Não

Other salmonellae Alto Pode se multiplicar

Baixo Baixa Sim

Shigella spp. Alto Curto Baixo Alta Não

Vibrio cholerae Alto Curto para longo

Baixo Baixa Não

Vírus

Adenoviroses Moderada Longo Moderado Alta Não

Astroviroses Moderada Longo Moderado Alta Não

Enteroviroses Alto Longo Moderado Alta Não

Hepatite A Alto Longo Moderado Alta Não

Hepatite E Alto Longo Moderado Alta Potencialmente

Noroviroses Alto Longo Moderado Alta Potencialmente

Rotaviroses Alto Longo Moderado Alta Não

Sapoviroses Alto Longo Moderado Alta Potencialmente

Protozoários

Acanthamoeba spp. Alto Pode se multiplicar

Alto Alta Não

Cryptosporidium hominis/parvum

Alto Longo Alto Alta Sim

Cyclospora cayetanensis

Alto Longo Alto Alta Não

Entamoeba histolytica

Alto Moderado Alto Alta Não

Giardia intestinalis Alto Moderado Alto Alta Sim

Naegleria fowleri Alto Pode se multiplicar

Baixo Moderada Não

Helmintos

Dracunculus medinensis

Alto Moderado Moderado Alta Não

Schistosoma spp. Alto Curto Moderado Alta Sim

Quadro 2 - Patógenos transmitidos através da ingestão de água.

Fonte: Adaptado de WHO ( 2011).

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A União Europeia, através do Comitê Europeu lançou o programa Drinking

Water Directive (DWD) no qual é estipulado que os países membros devem seguir

índices de desinfecção e presença de substâncias químicas mínimos e máximos,

porém permite que cada país siga sua própria legislação e métodos de tratamento

que achar conveniente, não estipulando o uso obrigatório de cloro. O cloro é citado

como principal método de desinfecção, porém são feitas considerações quanto a

sua utilização na forma gasosa e formação de THM, sugerindo a utilização da

cloroaminas (DWD, 1998).

3.4.2. Desinfecção nas principais estações de tratamento de água fora do Brasil

Fora do Brasil, a situação dos mananciais para captação de água potável

não é muito diferente das grandes capitais brasileiras (VICTORINO, 2007), os

mananciais encontram-se bastante degradados e com necessidade de tratamentos

avançados para adaptar-se as possíveis captações de água, sendo assim

necessário investir em grandes tratamentos para desinfecção e retirada de

poluentes ou processos dessalinizadores que tornam o investimento oneroso, tanto

no investimento inicial quanto na operação, devido as grandes distâncias do

manancial (ACCIONA, 2014; DEGREMONT, 2014). Entre alguns projetos modernos

europeus, asiáticos ou de países americanos encontram-se os apresentados no

Quadro 3.

Estação País Vazão (L/s) Desinfetante Tratamento Fonte

Alicante Espanha 3.000 Hipoclorito de sódio Osmose Inversa

Degremont (2014) Koudiat Argélia 4.800 Cloro gasoso Convencional

Santa Bárbara Holanda 300 Ultra Violeta Osmose Reversa

Zocuca Espanha 250 Cloro gasoso Convencional

Acciona ( 2014) Las Copas Espanha 250 Cloro gasoso Convencional

Soria Espanha 250 Cloro gasoso Convencional

Juan Manoel de Rosas

Argentina 11.000 Cloro gasoso Convencional Bourroul(2010); Aysa ( 2014)

Quadro 3 – Estações modernas de tratamento de água no mundo

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3.5. DESINFECÇÃO

Segundo Daniel (2001), a desinfecção tem como funções controlar a

veiculação hídrica e inativar os organismos patogênicos. Auxilia a redução da

mortalidade infantil e da proliferação de doenças, consequentemente aumentando a

qualidade de vida da população abastecida pelo sistema.

Conforme explica Pires (1997), a desinfecção não inativa todos os

organismos, só os causadores de doenças, pois somente na esterilização todos os

organismos são eliminados. São basicamente quatro tipos de organismos que

causam doenças nos seres humanos: bactérias, vírus, protozoários e helmintos. As

doenças mais comuns causadas por bactérias veiculadas pela água, quando não

desinfetada, são a febre tifoide, paratifóide, cólera e disenteria bacilar, pelos vírus a

poliomielite e a hepatite infectuosa. Tem-se um resumo das doenças e dos tipos de

organismos no Quadro 4.

Organismos Doenças

Bactérias

Salmonella typhi Febre Tifóide

Salmonella spp. Salmoneloses

Shigella Shigeloses (Desinteria Bacilar)

Escherichia coli patogênica Gastroenterites

Vibrio Cholerae Cólera

Legionella pneumophila Doenças Legionários

Leptospira Leptospirose

Vírus

Enterovirus Poliomielite, Gastroenterites

Rotavirus Gastroenterites

Virus da Hepatite A Hepatite A

Adenovirus Doenças Respiratórias, Conjuntitives

Protozoários Entamoeba histolytica Amebiase

Giardia lambia Giardiase

Helmintos

Ascaris lumbricoides Verminoses

Enterobius vermiculares Verminoses

Schistossma mansoni Esquitossomose

Quadro 4 - Doenças e patógenos relacionados ao consumo de água.

Fonte: Cetesb (1992).

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A ação dos desinfetantes ocorre através de desarranjo ou destruição de

organização celular, tornando as enzimas não funcionais ou destruindo a parede

celular, interferindo no crescimento e biossíntese (DANIEL, 2001).

Os desinfetantes para tratamento de água podem ser classificados em dois

grandes grupos: físicos, tais como a radiação ultravioleta (também chamada de

radiação UV) e o calor, ou agentes químicos, como o ozônio, o cloro e seus

derivados (PIRES, 1997), apresentados a seguir.

3.5.1. Cloro

Hipoclorito de Sódio

O hipoclorito de sódio é resultado da mistura de cloro gasoso em solução de

hidróxido de sódio. Possui pH entre 9 e 11, entretanto com baixo teor de cloro entre

12 a 15% da massa. Deve-se tomar cuidado com estocagem, pois o mesmo, após a

mistura, inicia-se a decomposição do cloro ativo inicial, inviabilizando a estocagem

do produto durante tempos mais longos, podendo ser instalados sistemas de

geração de solução dentro das estações de tratamento (DI BERNARDO e PAZ,

2008).

Hipoclorito de Cálcio

O hipoclorito de Cálcio (Ca(ClO)2 2H2O) é comercialmente encontrado na

forma granulada ou em tabletes e possui maior quantidade de cloro disponível, entre

45 a 50% da massa, levando assim uma vantagem sobre o hipoclorito de sódio,

conseguindo-se reduzir volumes ocupados nas Estações. Prepara-se a solução em

tanques de resina ou polietenos com agitadores e bombas dosadoras (DI

BERNARDO e PAZ, 2008).

Cloro Líquido ou Gasoso

Comercialmente, o cloro é encontrado na forma líquida ou gasosa, em

carretas ou cilindros. Entretanto, para aplicação no tratamento de água, a forma

líquida deve sofrer processo de vaporização, dosagem e depois injeção

pressurizada. Em ambos os casos, é necessário controladores e lavadores de gases

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para evitar problemas com contaminação e intoxicações decorrentes do cloro

gasoso.

É normalmente utilizado nas estações de grande porte, por economizar

volumes ocupados dentro da estação e reduzir problemas logísticos no

abastecimento dos desinfetantes, comparando-se com Hipoclorito de Cálcio ou

Sódio (DI BERNARDO e PAZ, 2008).

Dióxido de Cloro

O Dióxido de Cloro é utilizado tanto como oxidante como desinfetante. Pode

ser gerado com clorato de sódio ou clorito de sódio com ácidos. São normalmente

utilizados com geradores dentro das Estações de Tratamento (DI BERNARDO e

PAZ, 2008).

Os produtos à base de cloro geram subprodutos após sua utilização

classificados como orgânicos, halogenados e inorgânicos. Dentre os orgânicos

encontram-se aldeídos, acetonas entre outros, e esses resíduos aparecem também

nas desinfecções com ozônio. Nos halogenados, os trihalometanos são os mais

comuns e mais preocupantes dentro dos sistemas de distribuição de água. Nos

inorgânicos, os cloritos e cloratos, associados à exposição solar. Os subprodutos

gerados são dependentes da qualidade da água bruta, do tempo de contato, do

desinfetante utilizado, além do tratamento utilizado (DANIEL, 2001).

Cloração ao Break Point

Existem três métodos para aplicação de cloro: a cloração simples, a amônia

cloração e a cloração ao break-point ou ponto de quebra. A cloração simples trata-se

de uma quantidade de cloro ou composto clorado aplicado durante um tempo de

contato pré-determinado, de tal forma que não há preocupação com a demanda

imediata, podendo não desinfeta de forma eficiente a água. A amônia-cloração

corresponde ao método de adição de composto clorado simultaneamente a amônia,

que é eficaz na remoção do odor e sabor gerado pelos compostos clorofenóis.

Entretanto, pode não ocorrer a oxidação completa das cloraminas e as mesmas

podem consumir o cloro residual livre, que garantirá a desinfecção ao longo do

sistema (DI BERNARDO, 2005). Na Figura 02 pode ser observado os estágios do

processo de cloração ao break point.

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Figura 2 - Estágios de cloração

Fonte: Di Bernardo (2005).

A cloração ao break point é realizada em condições controladas, suprindo a

demanda imediata e oxidando as cloraminas formadas ao longo do processo,

propiciando maior probabilidade que somente o cloro residual livre resulte após o

contato, além de garantir a desinfecção. Esse método é o mais utilizado em

sistemas públicos de abastecimento de água (DI BERNARDO, 2005).

3.5.2. Considerações Finais

Segundo Richter e Azevedo Netto (1991), o cloro é o desinfetante mais

utilizado, pois é fácil de ser obtido, em qualquer uma de suas formas, de fácil

aplicação, baixo custo, além de deixar o residual para garantia de desinfecção da

água até seu ponto de consumo, conforme portaria MS 2914/2011 (BRASIL, 2011).

Outra vantagem, além dos fatores econômicos, é que o cloro consegue

eliminar a maioria dos patogênicos encontrados comumente nos corpos hídricos. No

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Quadro 5, estão indicadas as capacidades de desinfetantes conforme os

tratamentos preliminares e os organismos patogênicos.

Característica Cloro Hipoclorito de Sódio Ozônio Radiação UV

Inativação de microorganismos

alta alta alta alta

Solubilidade baixa alta alta não avaliável

Toxidade ao homem altamente tóxico tóxico tóxico tóxico

Homogeneidade homogêneo homogêneo homogêneo não avaliável

Penetração alta alta alta moderado

Disponibilidade baixo custo custo moderadamente baixo

custo moderadamente alto

custo moderadamente alto

Quadro 5 - Principais características dos desinfetantes utilizados nos tratamentos de água

Fonte: Adaptado de Pires (1997).

No Quadro 6, encontram-se as principais características dos desinfetantes

utilizados nos sistemas de tratamento.

Organismos-alvo Com Tratamento Convencional Sem Tratamento

Grupo coliformes

Cloro e hipocloritos Cloro e hipocloritos

Cloraminas Dióxido de cloro

Dióxido de cloro Desinfecção interativa

Ozônio

UV

Desinfecção interativa

Cistos de Giardia

Cloro e hipocloritos Cloro e hipocloritos

Cloraminas Dióxido de cloro

Dióxido de cloro Desinfecção interativa

Desinfecção interativa

Vírus

Cloro e hipocloritos Cloro e hipocloritos

Cloraminas Dióxido de cloro

Dióxido de cloro UV

Ozônio Desinfecção interativa

UV

Desinfecção interativa

Oocistos de Cryptosporidum

Dióxido de cloro Dióxido de cloro

Ozônio Desinfecção interativa

Desinfecção interativa

Quadro 6 - Capacidade desinfetante

Fonte: Adaptado de USEPA (1999).

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3.6. CLORAÇÃO

A desinfecção utilizando cloro tem como principal responsável o ácido

Hipocloroso HOCL, que é gerado após dissolução do gás cloro com água, conforme

Equação (1) e Equação (2) (TRIMBOLI, 2006).

Cl2+ H2O = HOCl + OCl ( 1 )

HOCl = H + OCl ( 2 )

Para os compostos clorados, utilizando hipoclorito de sódio, conforme

Equação (3):

Na(OCl)2 + H2O = Na + OCl + H2O ( 3 )

Utilizando hipoclorito de cálcio, conforme Equação (4):

Ca(OCl)2 + H2O = Ca2 + 2OCl + H2O ( 4 )

Denomina-se cloro residual livre a quantidade de íons hipoclorito (OCl) e

ácido hipocloroso (HOCl), e o cloro total como a quantidade de cloro reagida ou não

com os elementos presentes na água. Vieira et al. (2004) informam que, quanto

maior a quantidade de substâncias químicas, orgânicas ou inorgânicas, maior o

consumo de cloro residual livre, oferecendo menor garantia de desinfecção no ponto

de consumo, além de maiores dosagens de cloro na estação.

Vieira et al. (2004) apontam alguns motivos que permitem entrada de

substâncias no sistema, como reparos e conexões em tubulações, pontas de

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tubulação, tubulações antigas em ferro fundido, limpeza e manutenção do sistema e

a qualidade da água bruta. Segundo os autores, além do consumo de cloro livre pela

reação com substâncias, outros fatores também reduzem o cloro livre presente na

água, como tempo de detenção em reservatórios, quantidade de pontos de

ramificação de redes e velocidade de escoamento.

Conforme já mencionado, no Brasil é obrigatória a manutenção de cloro

residual em redes públicas de abastecimento de água, conforme Portaria MS

nº2914/2011 do Ministério da Saúde, deve-se manter, no mínimo, uma concentração

de 0,2 mg/L de cloro residual livre ou de 2 mg/L de cloro residual combinado em

toda a rede de distribuição, mesmo que seja utilizado outro desinfetante na estação

de tratamento. Entretanto, recomenda-se teor de cloro residual abaixo de 2 mg/L e

pH entre 6,0 a 9,5.

As principais estações de tratamento de água no Brasil utilizam a cloração

no processo de desinfecção, além da manutenção da taxa de cloro livre para

desinfecção do sistema de distribuição, conforme Quadro 7.

Estação Localização Vazão (L/s) Desinfetante Tratamento Fonte

Guandu Rio de Janeiro 43.000 Cloro Gasoso Convencional CEDAE (2014)

Guaraú São Paulo 33.000 Cloro Gasoso Convencional DAE-SCS (2014)

Rio das Velhas Minas Gerais 6.000 Cloro Gasoso Convencional Belo Horizonte (2010)

Iguaçu Curitiba 3.600 Cloro Gasoso Convencional Sanepar (2012a)

Passaúna Curitiba 2.400 Cloro Gasoso Convencional Sanepar (2012b)

Quadro 7 – Principais estações de tratamento de água no Brasil

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36

3.7. SISTEMA DE TRATAMENTO EM CURITIBA/PR

3.7.1. Mananciais de abastecimento

Os mananciais que atendem a região metropolitana de Curitiba estão

cadastrados na Agência Nacional de Águas (ANA) e são os detalhados no mapa da

Figura 3.

Figura 3 - Mananciais de abastecimento da região metropolitana de Curitiba. Fonte: (ANA, 2014).

Conforme cadastro na ANA, a região metropolitana é abastecida por quatro

sistemas produtores: Iraí, Iguaçu, Miringuava e Passaúna. Alguns municípios da

região metropolitana recebem complementos de poços artesianos como Campo

Largo e a região do Karst. Com esses dados, compatibilizou-se com a planta

operacional dos sistemas produtores e planta regional do Sistema de Abastecimento

de Água da Capital, nas Figuras 4 e 5, respectivamente. Com as imagens, foi

1- Sistema produtor Iguaçu; 2- Sistema produtor Iraí; 3- Sistema produtor Passaúna; 4- Sistema produtor Miringuava.

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possível identificar os mananciais que abastecem cada região da cidade de Curitiba,

exclusivamente.

Figura 4 - Planta geral do sistema de abastecimento separado por sistema produtor.

Fonte: SANEPAR (2012a).

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Figura 5 - Planta geral do sistema de abastecimento – principais unidades e interligações.

Fonte: SANEPAR (2012a)

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Constatou-se que todos mananciais e captações que abastecem a cidade de

Curitiba também abastecem as cidades da Região Metropolitana, por isso tal

sistema é considerado integrado, e possui capacidade de manobras operacionais

para supressão temporária de sistemas produtores, sendo eventos sazonais e

programados.

Foi realizada compatibilização com os dados da Secretaria Estadual de Meio

Ambiente do Paraná, que monitora a qualidade das águas e distribui em classes os

mananciais, variando de I a V, no qual V é o mais degradado. Além disso, elabora o

índice IQAR (Índice de Qualidade de Água em Reservatórios) que varia de 1 a 6,

sendo 6 a pior qualidade, disponibilizando os dados sazonalmente, conforme

Quadro 8.

Reservatório IQAR Classe

Passaúna - Estação Barragem >3,4 Classe III - moderadamente degradado

Passaúna - Estação Olaria 3,3 Classe III - moderadamente degradado

Piraquara I 2,6 Classe III - moderadamente degradado

Iraí 4,2 Classe IV - criticamente degradado a poluído

Alagados 3,2 Classe III - moderadamente degradado

Quadro 8 - Classificação dos mananciais de abastecimento de água da grande Curitiba.

Fonte: SEMA (2014).

Tal classificação é baseada nos parâmetros da Secretaria, que são

diferentes da classificação de Corpos Hídricos do CONAMA. No Quadro 9 são

informados os parâmetros quantitativos para análise pela Secretaria Estadual de

Meio Ambiente.

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Variáveis "i" Classe I Classe II Classe III Classe IV Classe V Classe VI

Déficit de oxigênio (%)

<5 6 - 20 21 - 35 36 - 50 51 - 70 >70

Fósforo Total (P - mg/L)

< 0,010 0,011 - 0,025 0,026 - 0,040 0,041 - 0,085 0,086 - 0,210 >0,210

Nitrogênio Inorgânico Total (N -

mg/L)

< 0,15 0,16 - 0,25 0,26 - 0,60 0,61 - 2,00 2,00 - 5,00 >5,00

Clorofila a (mg/m³)

< 1,5 1,5 - 3,0 3,1 - 5,0 5,1 - 10,0 11,0 - 32,0 >32

Disco de Secchi (m)

> 3 3 - 2,3 2,2 - 1,2 1,1 - 0,6 0,5 - 0,3 <0,3

DQO (mg/L) < 3 3 - 5 6 - 8 9 - 14 15 - 30 >30

Tempo de residência

(dias) < 10 11 - 40 41 - 120 121 - 365 366 - 550 >550

Profundidade média (m)

> 35 34 - 15 14 - 7 6 - 3,1 3 - 1,1 <1

Fitoplancton (diversidade de espécies)

baixa, sem

predom. de

espécies

média a alta, sem predom. de espécies

média a alta, com predom. de espécies

reduzida, com predom. de espécies

reduzida, com predom. de

espécies

muito reduzida,

com predom. de

espécies

Fitoplancton (florações)

sem rara eventual frequente freqüente - perm. permanente

Quadro 9 - Parâmetros da secretaria do meio ambiente do Paraná para classificação dos corpos hídricos.

Fonte: SEMA (2014).

Sendo assim, as seis classes de qualidade de água estabelecidas, segundo

seus níveis de comprometimento, pela Resolução CONAMA 357/05, determina à

restrição a utilização a partir da classe IV, e esta inclusive, de águas doces para

abastecimento público (BRASIL, 2005).

Comparando-se ao sistema da Secretaria para classificação dos corpos

hídricos, percebe-se que nessa metodologia com os parâmetros demonstrados do

Quadro 9, a qualidade de água para abastecimento humano é possibilitada até a

classe IV, e por isso há divergência dos dados da secretaria com relação ao

CONAMA, pois os intervalos de qualidade são diferentes. Sendo assim, as

captações de água da região metropolitana de Curitiba estão em conformidade com

as legislações vigentes, apesar da diferenciação na classificação.

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3.7.2. Estações de tratamento de água

A Estação de Tratamento do Passaúna foi inaugurada em 1986 e tem

capacidade de tratamento de 2400 L/s, divididos em quatro módulos de tratamento,

com vazões equidistribuídas. Cada módulo possui quatro decantadores, seis filtros e

um floculador mecânico. Localiza-se na região oeste da cidade Curitibana.

O processo de tratamento é composto de: coagulação com policloreto ou

sulfato de alumínio, floculação mecânica do tipo chicana de fluxo vertical, seguida de

decantadores lamelares de alta taxa com inclinação de 60° e filtros convencionais.

Desinfecção com cloro gasoso e fluoretação com ácido fluossílisico. Pode ser

observada na Figura 6 a área de atendimento do sistema e as unidades de

tratamento na planta demonstrada na Figura 7 (SANEPAR, 2012b).

Essa estação atende aproximadamente 707 mil habitantes que

correspondem a mais de 182 mil ligações domiciliares nos municípios de Curitiba,

Araucária, Campo Magro, Campo Largo e Fazenda Rio Grande. Para atender esses

municípios são necessários 11 reservatórios, demonstrados no Quadro 10

(SANEPAR, 2012b).

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Figura - Figura 7 - Planta Geral do Sistema do Passaúna - Principais unidades componentes do Sistema. Fonte: SANEPAR (2012)b.

Figura 6 - Vista aérea da ETA Passaúna. Fonte: Google (2014).

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Reservatório Volume ( m³)

Campo Comprido 10.000

São Braz 6.000

Santa Felicidade 3.250

Passaúna 18.000

Ceasa 6.000

Sabia 4.000

Central 1.500

Costeira 5.000

Lamenha Pequena 2.500

Santa Quitéria 10.000

Campo de Santana Não Informado

Fazenda Rio Grande Não Informado

Araucária Não Informado

Quadro 10 - Reservatórios presentes no sistema Passaúna

Fonte: SANEPAR (2012b).

A Estação do Iguaçu foi inaugurada em 1969, possui capacidade de

tratamento de 3.600 L/s. Possui como tratamento um sistema convencional com

coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfecção com cloro gasoso. Na

Figura 8 é apresentada uma foto da ETA Iguaçu.

Figura 8 - Vista aérea ETA Iguaçu. Fonte: Google (2014).

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44

3.7.3. Reservatórios

O Reservatório do Portão possui capacidade de 20.000 m³, executado em

concreto armado, é um reservatório elevado localizado no bairro do Portão e atende

os bairros do Portão, Água Verde, Capão Raso (Figura 9).

Figura 9 - Reservatório do Portão. Fonte: SANEPAR (2014b).

O reservatório do Batel (Figura 10) foi executado em formato retangular, em

concreto armado, com capacidade de armazenamento de 16.000 m³.

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Figura 10 - Reservatório do Batel. Fonte: SANEPAR (2014b)

O reservatório do São Braz (Figura 11) possui capacidade de armazenamento

de 6.000 m³ de água, no formato retangular em concreto armado.

Figura 11 - Reservatório do São Braz.

Fonte: Google (2014).

O reservatório do Campo Comprido possui formato retangular e capacidade

de 10.000 m³. Uma vista aérea do centro de reservação é apresentada na Figura 12.

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Figura 12 - Reservatório do Campo Comprido. Fonte: Google (2014).

3.8. DESVANTAGENS DO USO DO CLORO NA DESINFECÇÃO

3.8.1. Decaimento do cloro na água

A manutenção de certa quantidade de cloro reativo em qualquer ponto da

rede de distribuição de água potável se deve ao fato da possibilidade de introdução

de patogênicos nas tubulações nos pontos de perda de estanqueidade ou retorno de

manutenção (SALGADO, 2008).

Por sua reatividade, o cloro livre presente na água tem sua concentração

diminuída ao longo da rede, podendo sua concentração ser muito diferente nos

pontos de consumo da que sai da estação de tratamento (SALGADO, 2008;

FONSECA, 2014).

Essa redução se deve à reação do cloro com substâncias orgânicas e

inorgânicas que podem estar presentes na água e nos materiais da rede de

distribuição de água tratada (SANABRIA e DE JULIO, 2013). Essas reações

químicas são influenciadas por diversos fatores físico-químicos do fluido, como a

temperatura, o pH, a velocidade de escoamento e a concentração de substâncias

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47

reativas ao cloro, e dos elementos do sistema de distribuição, como o diâmetro da

tubulação, o material, a idade do sistema, entre outros (CLARK et al., 1995).

Para garantir o teor mínimo previsto pelo padrão de potabilidade, o primeiro

passo seria o aumento da concentração do cloro na saída da ETA, porém isso pode

acarretar em outros problemas como a formação de subprodutos prejudiciais à

saúde, como os trihalometanos (que serão melhores descritos posteriormente), e na

percepção dos consumidores como no gosto, coloração e odor (SALGADO, 2008).

Na tentativa de se prever a concentração do cloro em função do tempo,

modelos matemáticos foram desenvolvidos, concedendo às companhias de

tratamento de água a possibilidade de otimização do sistema de desinfecção quanto

a qualidade da água e ao uso de concentrações apropriadas do cloro (GARCIA DA

SILVA e KISHI, 2003). No Quadro 11 estão relacionados os principais modelos de

decaimento do cloro na água e os respectivos autores.

Equação Autor referência

(δCCl)/δt= -kCCl Johnson (1978) (5)

(δCCl)/δt= -kCCl² Powell et al. (2000) (6)

(δCCl)/δt= -kCClR Jadas-Hecart et al. (1992) (7)

(δCCl)/δt= -kCCln Haas e Karra (1984) (8)

(δCCl)/δt= -k(CCl - CL) Haas e Karra (1984) (9)

(δCCl)/δt= -k1CCl - k2CCl Haas e Karra (1984) (10)

CCl= CCl1+ CCl2 Haas e Karra (1984) (11)

(δCCl)/δt= -k1CClR1 - k2CClR2 Qualls e Johnson (1983); Kastl et al.

(1999) (12)

Em que: k = coeficiente de decaimento; CCl = concentração de cloro; R = concentração de reagentes que interagem com o cloro; n = potência do cloro; CL = concentração máxima de cloro estável (não reagente); CCl1 = concentração de cloro que reage rapidamente; CCl2 = concentração de cloro que reage lentamente; k1 = coeficiente de decaimento rápido; k2 = coeficiente de decaimento lento; R1 = concentração de reagentes que interagem com o cloro rapidamente; R2 = concentração de reagentes que interagem com o cloro lentamente.

Quadro 11 – Principais modelos de decaimento do cloro em água.

Fonte: Adaptado de Sanabria e De Julio (2013).

O modelo mais utilizado é o representado pela Equação (5) pela sua

simplicidade (GARCIA DA SILVA e KISHI, 2003), porém este não é considerado

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48

muito preciso, pois não leva em consideração que a reação do cloro na água se dá

em etapas diferentes, uma mais rápida e outra mais lenta, como no modelo da

Equação (12), que para Fisher et al. (2011), é o que apresenta melhor acurácia.

Entretanto, para a utilização desses modelos, deve-se conhecer as

características de cada ponto da rede de distribuição, e por isso se torna

imprescindível a utilização de um modelo hidráulico calibrado que represente o

sistema, além do que a reação das substâncias presente na água que interagem

com o cloro são governadas por mecanismos específicos dependentes de diversos

fatores como temperatura, concentração, pH (FONSECA, 2014).

Devido a essa complexidade, existem no mercado diversos softwares

desenvolvidos para a modelagem hidráulica, visando facilitar a calibração do modelo

matemático a realidade do sistema em que se está tentando otimizar, dentre eles

estão o WaterCad, Epanet, Pipe2000, KYPipe e outros (GARCIA DA SILVA e KISHI,

2003).

Diversos são os trabalhos que utilizam os modelos de decaimento do cloro

visando sua calibração e utilização em sistemas de distribuição de água de

abastecimento para consumo humano existentes em diversas regiões, valendo

ressaltar o de Garcia Da Silva e Kishi (2003), que analisou a rede de distribuição de

uma região da cidade de Curitiba quanto à concentração de cloro que este trabalho

também aborda, servindo de uma importante fonte de comparação.

3.8.2. Trihalometanos na água tratada

Os trihalometanos (THM) são compostos originados como subproduto das

reações de oxidação da matéria orgânica pelo agente oxidante do processo de

desinfecção da água (SALGADO, 2008). Sua fórmula geral é CHX3, onde X pode ser

elemento halogenado como cloro, bromo e iodo ou combinações entre os três

(TOMINAGA e MIDIO, 1999; ZARPELON e RODRIGUES, 2002; GOMES et al.,

2012). No Quadro 12 estão relacionados os principais THM’s e suas formulações

químicas.

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Denominação Fórmula Química

1 – Triclorometano / Clorofórmio (TCM) CHCl3

2 – Bromodiclorometano (BDCM) CHBrCl2

3 – Dibromoclorometano (DBCM) CHBr2Cl

4 – Tribromometano / Bromofórmio (TBM) CHBr3

5 – Dicloroiodometano CHCl2I

6 – Bromocloroiodometano CHClBrI

7 – Clorodiiodometano CHClI2

8 – Dibromoiodometano CHBr2I

9 – Bromodiodometano CHBrI2

10 – Triiodometano / Iodofórmio CHI3

Quadro 12 – Trihalometanos.

Fonte: Salgado (2008).

Como subprodutos de sistemas de tratamento de água que utilizam o cloro

como agente desinfetante, os THM’s predominantes são os quatro primeiros do

Quadro 7 (TOMINAGA e MIDIO, 1999; DUARTE e PINTO, 2008).

Como principais características, os THM’s são, no geral, substâncias no

estado líquido em temperatura ambiente, de forte odor, pouco solúveis em água e

quimicamente estáveis (ZARPELON e RODRIGUES, 2002).

A sua formação em águas de abastecimento são influenciados por diversos

fatores, sendo alguns deles: o tempo de exposição do cloro livre com a matéria

orgânica presente na água; a temperatura do meio; o pH da água; a presença de

bromatos; a concentração e o tipo de cloro dosado na água; concentração de

matéria orgânica percussora de THM (ZARPELON e RODRIGUES, 2002; DUARTE

e PINTO, 2008).

No Brasil, o Ministério da Saúde, através da Portaria MS nº2914/2011

estabelece que o a concentração máxima permitida de THM’s na água tratada é de

0,1 mg/L, sendo essa concentração a soma algébrica das concentrações de TCM,

BDCM, DBCM e TBM (BRASIL, 2011). A Organização Mundial da Saúde estabelece

concentrações máximas individuais das mesmas substâncias na água de

abastecimento, conforme Quadro 13.

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50

THM Concentração

TCM 0,3 mg/L

TBM 0,1 mg/L

DBCM 0,1 mg/L

BDCM 0,06 mg/L

Quadro 13 – Limites de THM’s pela OMS.

Fonte: WHO (2011).

A preocupação quanto a formação de THM’s na água potável se deve ao

fato de que são potencialmente prejudiciais a saúde humana quando sua longa

exposição, sendo alguns dos efeitos de sua ingestão continuada demonstrada no

Quadro 14.

Trihalometano Efeito na saúde

Triclorometano Tumores e câncer

Bromodiclorometano Infertilidade masculina, abortos

Dibromoclorometano Tumores e câncer

Tribromometano Tumores

Quadro 14 – Efeito dos principais THM’s na saúde.

Fonte: Duarte e Pinto (2008).

Porém, apesar dos riscos à saúde dos THM’s, nas concentrações

regulamentadas pelo Ministério da Saúde, estes riscos são considerados menores

do que a exposição aos possíveis patógenos presentes na água se não desinfetada

(APDA, 2012).

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51

4 MATERIAIS E MÉTODOS

Para cumprimento dos objetivos propostos, facilitar a descrição e

compreensão da medição de cloro residual na rede de distribuição, alguns fatores

importantes foram levados em consideração. Em primeiro lugar, a necessidade de

compatibilizar uma iniciativa que envolve extensa investigação de campo

(consequentemente uma logística complexa) com o reduzido prazo de execução e a

falta de recursos, características inerentes a um trabalho de conclusão de curso.

Diante da inviabilidade de um monitoramento total da rede de distribuição de

Curitiba, certas restrições foram tomadas, as quais serão descritas oportunamente

nos tópicos a seguir.

4.1. MEDIÇÃO DOS PARÂMETROS

A definição dos pontos de coleta e análise obedeceu a uma pesquisa prévia

a respeito dos mananciais de abastecimento de Curitiba. Assim, posteriormente

foram escolhidos trechos da rede de distribuição vinculados a especificamente duas

(do total de cinco) Estações de Tratamento de Água de Curitiba. Essa escolha se

deu pela logística envolvida, visto a dimensão total do sistema de abastecimento

alinhada à capacidade e viabilidade da coleta e análise de informações pelo grupo.

O processo de coleta consistiu em amostras semanais em pontos de

consumo atendidos pela concessionária regional. Para determinação de tais pontos

seguiram-se os critérios descritos sequencialmente:

1. Número de pontos compatíveis com o número de responsáveis pela

retirada e análise da amostra, dentro de um prazo específico pelo

calendário acadêmico com número suficiente de dados por ponto para

uma possível análise estatística;

2. Determinação dos mananciais a serem adotados. Para uma análise mais

específica determinou-se mananciais com diferentes graus de

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52

degradação entre os que abastecem a cidade curitibana conforme

classificação da SEMA;

3. Determinação das Estações de Tratamento de Água abastecidas pelos

mananciais selecionados;

4. Determinação dos reservatórios atendidos pelas estações selecionadas.

Como cada estação atende quantidade superior a 10 reservatórios,

determinam-se pela logística de coletas, os pontos mais favoráveis à

realização das coletas;

5. Determinação de pontos públicos ou com livre acesso pelos

responsáveis pelas coletas. Foram selecionados pontos próximos, com

distâncias menores que 500 m do reservatório, pontos intermediários

com distância aproximada de 1500 m distante da reservação, e pontos

mais distantes com até 2500 m de distância, para tentativa de análise de

decaimento de cloro.

4.1.1. Escolha dos mananciais

Foram selecionados os mananciais do Passaúna e Iraí devido ao tempo

disponível para o trabalho de conclusão de curso e pela logística envolvida nas

medições. Verificou-se que o manancial mais degradado entre os relacionados é a

Barragem do Sistema Iraí, que abastece a Estações de Tratamento de Água Iguaçu

e Iraí. E a água captada com menor degradação, dentre os selecionados, é

proveniente da Barragem do Passaúna, que atende a Estação de Tratamento de

Água do Passaúna.

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53

4.1.2. Pontos de coleta

Os pontos de coleta selecionados foram baseados em critérios das distâncias

radias aos reservatórios e facilidade de acesso, ou seja, pontos próximos a 500 m

do reservatório, pontos intermediários em até 1,5 km do centro de reservação e

pontos distantes até 2,5 km da reservação em locais públicos e/ou acessíveis, como

postos de gasolina, estações tubos e praças. A coleta das amostras foi realizada no

ponto disponível mais próximo da ligação predial e hidrômetro, tomando a precaução

de que este ponto esteja a montante do reservatório do imóvel.

Na Figura 13 é apresentado a localização dos pontos de coleta e do

reservatório do bairro Portão, sendo o ponto P1-PT na Avenida Wenceslau Braz,

próximo ao shopping Palladium e os pontos P2-PT e P3-PT na Avenida República

Argentina, em frente ao Hospital do Trabalhador e em frente ao Santuário São José

do Capão Raso, respectivamente.

Figura 13 – Distribuição dos pontos de medição e reservatório - bairro Portão.

Fonte: Adaptado de Google (2014).

Na Figura 14 é apresentado a localização dos pontos de coleta e do

reservatório do bairro Batel, sendo o ponto P1-PT próximo ao largo Hypérides

Zanello, o ponto P2-PT na praça Miguel Couto, conhecida popularmente como

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54

“pracinha do Batel” e P3-PT na Avenida República Argentina, próximo à estação-

tubo Petit Carneiro.

Figura 14 - Distribuição dos pontos de medição e reservatório - bairro Batel. Fonte: Adaptado de Google (2014).

Na Figura 15 é apresentado a localização dos pontos de coleta e do

reservatório do bairro São Braz, sendo o ponto P1-PT na esquina da rua Antônio

Escorsin com rua Nicolau Boscardin, o ponto P2-PT na esquina da rua Antônio

Escorsin e Avenida Toaldo Túlio e P3-PT na Avenida Toaldo Túlio, próximo ao

viaduto da rodovia BR-277.

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55

Figura 15 - Distribuição dos pontos de medição e reservatório - bairro São Braz. Fonte: Google (2014).

Na Figura 16 é apresentado a localização dos pontos de coleta e do

reservatório do bairro Campo Comprido, sendo o ponto P1-PT na esquina da rua

João Dembinski com rua Frei Lívio Panizza, o ponto P2-PT na UTFPR campus

Ecoville e P3-PT na rua Benedito Carolo, próximo a divisão de sinalização da

Secretaria de Trânsito de Curitiba.

Figura 16 - Distribuição pontos de medição e reservatório - bairro Campo Comprido. Fonte: Google (2014).

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56

As informações dos pontos de coleta de amostra para controle de parâmetros

encontram-se resumidas no Quadro 15.

Estação Reservatório Ponto Coordenada Distância Radial (m) Endereço

Iguaçu

Batel

P1 25°26'9.73"S

235 Largo Hypérides Zanello 49°17'49.27"O

P2 25°26'39.42"S

1004 Rua Desembargador Cons. Carvalho, 15 49°17'30.85"O

P3 25°27'08.36"S

1970 Av. República Argentina,

s/n 49°17'16.40"O

Portão

P1 25°29'44.17"S

175 Av. República Argentina,

s/n 49°17'40.05"O

P2 25°29'4.05"S

1165 Av. República Argentina,

s/n 49°17'37.13"O

P3 25°28'39.67"S

2329 Av. Wenceslau Braz, s/n 49°17'6.48"O

Passaúna

Campo Comprido

P1 25°27'12.66"S

311 Rua João Dembinski, 568 49°20'56.50"O

P2 25°26'36.49"S

1000 Rua Dep. Heitor Alencar

Furtado, 5000 49°21'11.57"O

P3 25°26'28.48"S

2532 Rua Benedito Carolo,

1251 49°22'13.70"O

São Braz

P1 25°24'53.76"S

395 Rua Antônio Escorsin,

1046 49°20'24.99"O

P2 25°25'7.79"S

1025 Rua Antônio Escorsin,

1996 49°20'53.37"O

P3 25°25'45.97"S

2008 Av. Vereador Toaldo

Túlio, 4638 49°21'13.31"O

Quadro 15 - Resumo dos pontos de coleta de amostra. Fonte: Autoria própria.

4.1.3. Parâmetros analisados, frequência, equipamentos de medição

Os parâmetros analisados foram: cloro livre, cloro total, temperatura e pH

(potencial hidrogeniônico), com auxílio de fotômetro portátil, termômetro, pHmetro e

cronômetro. A periodicidade das amostras foi semanal, em um total de 19 semanas,

sendo o fator limitante o tempo disponível para elaboração do trabalho de conclusão

de curso.

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57

O fotômetro utilizado foi o eXact Micro 7+ que possui exatidão de ± 2% e

resolução de 0,01 ppm, e utiliza tiras de papel com reagentes DPD-1 (para

determinação de cloro livre em baixas concentrações) e DPD-3 (para determinação

de cloro total), como exemplificado pela Figura 17.

Figura 17 – Equipamento para análise de cloro residual e total. Fonte: Autoria própria.

Um fotômetro funciona pela emissão de luz numa solução, na qual os

compostos dissolvidos e a água absorvem certas quantidades e frequências da luz

emitida, e um receptor capta as ondas restantes. A absorção das radiações

ultravioletas, visíveis e infravermelhas depende das estruturas das moléculas, e é

característica para cada substância química. Sabendo-se então quais radiações

foram absorvidas e suas quantidades pode-se estimar a composição da solução

(CHAGAS, 2006).

O fotômetro utilizado emite luz por um diodo emissor de luz com

comprimento de onda de 525 nm, que atravessa a cubeta plástica interna de 20 mm

e uma fotocélula de silício capta a radiação. Padronizou-se o processo para

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58

utilização do fotômetro da seguinte maneira: em cada ponto de coleta a torneira é

aberta por um tempo mínimo de 30 segundos, para que a água presente na

tubulação que liga o alimentador público até o ponto de consumo, a qual ficou por

algum tempo parada nesse ponto e pode ter sofrido alterações na concentração de

cloro, fosse expelida da tubulação.

Em seguida a cubeta do aparelho é lavada por três vezes, com a mesma

água usada no ensaio, como indicado pelo fabricante, para limpeza e remoção de

eventuais impurezas, e posteriormente preenche-se com a amostra a ser analisada.

O fabricante garante a calibração do aparelho no primeiro ano de uso, e

recomenda sua calibração anual, via assistência técnica disponibilizada. O fotômetro

necessita ser zerado antes de cada medida de cloro livre, portanto, após esse

passo, a fita de reagente DPD-1 é inserida na solução e o botão "read" do aparelho

foi acionado ao mesmo tempo. Assim, o aparelho começa uma contagem regressiva

de 20 s. Neste intervalo de tempo a fita com o reagente deveria ser agitada na

amostra para dissolução do material e homogeneização do conjunto.

Após esse processo a tampa da cubeta foi fechada para que a luz natural

não interfira na medida do aparelho. Com uma breve espera a leitura da quantidade

de cloro livre é mostrada no display do aparelho. Para simples conferência repete-se

a leitura apertando o botão "read" novamente, em caso de divergência é feita mais

uma leitura, em caso de nova divergência com os dois resultados anteriores esse

dado é descartado e outra amostra seria tomada.

Ainda com a amostra e o reagente DPD-1 dissolvido dentro da cubeta do

fotômetro foi feita a medida do cloro total. O processo consiste na dissolução do

reagente DPD-3 através da imersão da fita dentro da solução e agitação por 2

minutos.

Após esse período a tampa é colocada e feita a medida da mesma forma

que a de cloro livre. O processo para conferência de resultados é semelhante ao

anterior. Assim que terminadas as medições a cubeta foi lavada em água corrente,

este processo é análogo ao realizado no início da amostragem, porém a cubeta foi

limpa com auxílio de cotonetes para eliminação de possíveis precipitados que

aderiram as paredes, conforme sugestão do fabricante.

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59

Para aferição do tempo transcorrido na dissolução dos reagentes foi utilizado

um cronômetro simples, disponível nos aparelhos de telefone celular. Esse tipo de

cronômetro foi utilizado pela facilidade de manuseio e pela não necessidade de uma

precisão muito grande.

Logo que tomadas as medidas de cloro livre e cloro total, os dados são

anotados e deu-se início o processo de obtenção de temperatura. Uma amostra de

aproximadamente 200 mL é retirada do ponto de consumo e acondicionada em um

copo de béquer de vidro e com o auxílio de um termômetro digital tipo espeto da

fabricante Incoterm, ilustrado na Figura 18.

Figura 18 – Termômetro tipo espeto INCOTERM.

Fonte: Autoria própria.

A ponta de medição é imersa na amostra e a leitura é realizada assim que a

estabilização da leitura for verificada, a variação de temperatura não deve

ultrapassar 0,2°C. A precisão do termômetro utilizado é de 0,5 ºC.

Na mesma amostra, assim que terminado o processo anterior, a sonda de

medição do pHmetro é inserida e os dados coletados, em processo análogo da

temperatura. A leitura só será realizada após estabilização, não variando acima de

0,2 a medida de potencial hidrogeniônico.

Para os dados referentes a pH foi utilizado o pHmetro portátil LABMETER

modelo pH-100 (Figura 19), e este foi calibrado semanalmente em soluções tampão

de pH 4,0 e 7,0 conforme instruções do fabricante ou quando em suspeita dos

resultados, como leituras fora da faixa admissível na água pela Portaria do Ministério

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60

da Saúde nº 2914/2011. Esta calibração consiste em lavar a ponta do eletrodo em

água deionizada e secá-la com papel macio e absorvente e em seguida mergulhá-lo

em solução tampão de pH 7,0, aguardar até a estabilização da leitura e checagem

interna do aparelho. O mesmo procedimento foi adotado para solução tampão de pH

4,0. Os dados coletados estão disponíveis no capítulo de resultados.

Figura 19 – Equipamento para análise de pH. Fonte: Autoria própria.

4.1.4. Análise Estatística

Para análise estatística dos dados foi utilizada a Teoria dos Erros junto com

a distribuição gaussiana de probabilidade. Para tal, foi necessário calcular a média e

o desvio padrão da distribuição e verificar se o modelo está conforme os desvios da

distribuição Gaussiana, ou seja, que 68% dos dados coletados encontram-se no

intervalo da média com variação positiva e negativa de um desvio padrão,

sucessivamente para 95% e 99% com dois e três desvios de variação

respectivamente. Para cálculo do desvio padrão foi utilizado a Equação (13) depois

calcula-se através da Equação (14) a incerteza aleatória. Caso a distribuição não se

encontre adequada, deve-se retirar as amostras com maiores desvios da média e

recalcular, repetindo-se os passos até a adequação à Gaussina. Caso o espaço

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61

amostral seja menor que trinta amostras, devem ser corrigidos os dados conforme a

distribuição de Student (VUOLO, 1992).

(13)

(14)

Sendo:

σ - desvio padrão

xi - valor coletado na amostra

m – média dos resultados

n – número de amostras

σx – incerteza aleatória

Após a análise estatística, foi calculada a incerteza padrão final, através da

Equação (15), considerando a precisão do equipamento utilizado e o desvio padrão

das amostras.

(15)

Sendo:

σx – incerteza aleatória

σr – incerteza do equipamento para medição

σf – incerteza final

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62

Foram efetuadas análises estatísticas para cada ponto de amostragem

(somente dados do ponto), para cada bairro (utilizando os dados dos 3 pontos que

fazem parte do bairro), para cada ETA (utilizando os dados dos 2 bairros que são

atendidos pela ETA), e com todos os pontos, a qual foi denominada neste trabalho

de análise global.

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63

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Após as amostragens semanais, foram obtidos os dados de concentração de

cloro livre, cloro total, pH e temperatura, os quais estão apresentados de forma

resumida, respectivamente, nas Tabelas 1, 2, 3 e 4, com as médias, desvios padrão,

número de amostras e valores mínimos e máximos por ponto monitorado. As

medições detalhadas encontram-se nos Apêndices A, B, C e D, separados por

bairro.

Tabela 1 - Resumo dos dados coletados da concentração de cloro livre.

Análise Bairro Ponto Média Desvio Padrão

Valor Máximo

Valor Mínimo

Número de Amostras

Cloro Livre

Batel

P1 0,63 0,26 1,12 0,21 19

P2 0,76 0,29 1,47 0,06 19

P3 0,89 0,27 1,34 0,22 18

Campo Comprido

P1 1,24 0,14 1,45 0,90 18

P2 1,11 0,18 1,43 0,84 17

P3 0,89 0,25 1,23 0,01 19

Portão

P1 0,74 0,24 1,18 0,36 19

P2 1,07 0,29 1,51 0,24 16

P3 1,06 0,22 1,50 0,66 19

São Braz

P1 1,15 0,14 1,50 0,87 18

P2 1,14 0,15 1,43 0,90 18

P3 0,98 0,24 1,38 0,35 17

Fonte: Autoria própria.

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64

Tabela 2 - Resumo dos dados coletados da concentração de cloro total.

Análise Bairro Ponto Média Desvio Padrão

Valor Máximo

Valor Mínimo

Número de Amostras

Cloro Total

Batel

P1 0,79 0,26 1,25 0,37 19

P2 0,88 0,30 1,58 0,26 19

P3 1,09 0,26 1,47 0,38 18

Campo Comprido

P1 1,42 0,09 1,58 1,22 18

P2 1,27 0,17 1,56 1,03 17

P3 1,05 0,27 1,37 0,05 19

Portão

P1 0,94 0,22 1,34 0,57 19

P2 1,27 0,27 1,64 0,49 16

P3 1,25 0,24 1,73 0,91 19

São Braz

P1 1,32 0,09 1,46 1,04 18

P2 1,30 0,08 1,43 1,14 18

P3 1,26 0,18 1,60 0,94 17

Fonte: Autoria própria.

Tabela 3 - Resumo dos dados coletados de temperatura da água.

Análise Bairro Ponto Média Desvio Padrão

Valor Máximo

Valor Mínimo

Número de Amostras

Temperatura

Batel

P1 21,7 2,9 28,4 17,3 19

P2 20,1 2,8 24,3 16,2 19

P3 21,2 3,2 28,7 16,5 18

Campo Comprido

P1 20,8 2,7 25,7 16,8 18

P2 20,0 2,7 24,3 15,9 17

P3 21,3 3,5 27,6 14,8 19

Portão

P1 24,1 4,3 31,9 17,7 19

P2 21,6 3,0 26,6 16,5 16

P3 22,0 3,0 27,8 16,7 19

São Braz

P1 21,1 2,2 24,5 17,8 18

P2 20,7 3,6 27,7 15,9 18

P3 20,6 3,4 26,3 15,9 17

Fonte: Autoria própria.

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Tabela 4 - Resumo dos dados coletados de pH.

Análise Bairro Ponto Média Desvio Padrão

Valor Máximo

Valor Mínimo

Número de Amostras

pH

Batel

P1 6,6 0,2 6,8 6,0 19

P2 6,5 0,1 6,7 6,2 19

P3 6,5 0,1 6,6 6,1 18

Campo Comprido

P1 7,4 0,1 7,5 7,2 18

P2 7,3 0,1 7,6 7,2 17

P3 7,3 0,1 7,5 7,1 19

Portão

P1 6,4 0,1 6,7 6,1 19

P2 6,5 0,1 6,7 6,1 16

P3 6,5 0,1 6,7 6,1 19

São Braz

P1 7,3 0,1 7,5 7,2 18

P2 7,5 0,1 7,8 7,3 18

P3 7,3 0,2 7,3 6,8 17

Fonte: Autoria própria.

Realizaram-se os tratamentos estatísticos nos dados, conforme explicitado

na metodologia, excluindo medições não realizadas por motivos técnicos, tais como

abastecimento de água interrompido na região da coleta na data da pesquisa. Na

Figura 20 é possível visualizar os bairros em que foram realizadas as amostras.

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66

.

Figura 20 – Esquema dos Bairros Analisados Fonte: Adaptado IPPUC (2015).

Estes se encontram destacados em diferentes cores, sendo que os bairros

Batel e Água Verde estão na mesma cor, pois, apesar do centro de reservação ser

no Batel, ele atende, além do bairro onde se localiza o reservatório, o bairro Água

Verde, e os pontos de coleta realizados são locados no bairro do Batel e Água

Verde, o mesmo vale para o centro de reservação do Portão, com os bairros Portão,

Novo Mundo e Capão Raso.

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Foram efetuadas análises estatísticas para cada ponto de amostragem

(somente dados do ponto), para cada bairro (utilizando os dados dos 3 pontos que

fazem parte do bairro), para cada ETA (utilizando os dados dos 2 bairros que são

atendidos pela ETA), e com todos os pontos, a qual foi denominada neste trabalho

de análise global.

5.2. RESULTADOS DO MONITORAMENTO

Para as medidas de cloro livre e cloro total, observou-se distribuição

aproximada a da distribuição de Gauss para as análises globais (Figura 21 e Figura

22), por ETA e por bairro. Entretanto, isso não ficou evidente na análise de cada

ponto, o que pode ser explicado pelo número reduzido de amostras.

Figura 21 - Curva de distribuição da análise global do teor de cloro livre.

Fonte: Autoria própria.

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68

Figura 22 - Curva de distribuição da análise global do teor de cloro total.

Fonte: Autoria própria.

Já as medidas de pH, na análise global, apresentaram distribuição que se

assemelha a junção de duas distribuições gaussianas (Figura 23), evidenciando a

existência de duas faixas distintas de valores de pH. Quando analisa-se por ETA,

percebe-se que a distribuição se aproxima a de uma normal, tanto para os pontos

atendidos pela ETA Passaúna (Figura 24), que apresentou pH médio de 7,4 ± 0,2,

quanto para os pontos atendidos pela ETA Iguaçu (Figura 25), com pH médio de 6,5

± 0,2, sugerindo que o valor do pH está relacionado com o sistema produtor. As

análises pontuais do pH apresentaram o mesmo desfecho das análises pontuais de

cloro livre e cloro total, ou seja, também não ficou evidente uma distribuição

gaussiana para todos os casos, o que novamente pode ser explicado pelo número

reduzido de amostras e pela resolução do pHmetro.

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69

Figura 23 - Curva de distribuição da análise global do pH.

Fonte: Autoria própria.

Figura 24 - Curva de distribuição da análise do pH dos pontos atendidos pela ETA Passaúna. Fonte: Autoria própria.

Figura 25 - Curva de distribuição da análise do pH dos pontos atendidos pela ETA Iguaçu. Fonte: Autoria própria.

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70

Após análise global (Figura 26), por ETA e por bairro das medidas de

temperatura, também se verifica aproximação da distribuição a de uma curva

normal.

Figura 26 - Curva de distribuição da análise global da temperatura da água.

Fonte: Autoria própria.

Para prosseguimento da análise dos dados, foram consideradas que todas

as distribuições deste trabalho se assemelham com o modelo de Gauss, obtendo-se

as médias e erros para dois desvios, que estão apresentados na Tabela 5.

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Tabela 5 - Análise dos dados coletados.

Cloro Livre (mg/L)

Cloro Total (mg/L)

Temperatura (°C)

pH

Média ±2 σ Média ±2 σ Média ±2 σ Média ±2 σ

Por Ponto

Batel - P1 0,63 0,12 0,79 0,12 21,7 1,7 6,6 0,2

Batel - P2 0,76 0,14 0,88 0,14 20,1 1,6 6,5 0,2

Batel - P3 0,89 0,13 1,09 0,12 21,2 1,9 6,5 0,2

C. Comprido - P1 1,24 0,07 1,42 0,05 20,8 1,6 7,4 0,2

C. Comprido - P2 1,11 0,09 1,27 0,08 20,0 1,7 7,3 0,2

C. Comprido - P3 0,89 0,12 1,05 0,13 21,3 1,9 7,3 0,2

Portão - P1 0,74 0,11 0,94 0,11 24,1 2,3 6,4 0,2

Portão - P2 1,07 0,15 1,27 0,14 21,6 1,9 6,5 0,2

Portão - P3 1,06 0,10 1,25 0,11 22,0 1,7 6,5 0,2

São Braz - P1 1,15 0,07 1,32 0,05 21,1 1,5 7,3 0,2

São Braz - P2 1,14 0,07 1,30 0,04 20,7 2,0 7,5 0,2

São Braz - P3 0,98 0,12 1,26 0,09 20,6 2,0 7,3 0,2

Por Bairro

Batel 0,76 0,08 0,92 0,08 21,0 1,3 6,5 0,2

Campo Comprido 1,08 0,07 1,24 0,07 20,7 1,3 7,3 0,2

Portão 0,95 0,08 1,15 0,08 22,6 1,4 6,4 0,2

São Braz 1,09 0,05 1,29 0,03 20,8 1,3 7,4 0,2

Por ETA Iguaçu 0,86 0,06 1,03 0,06 21,8 1,2 6,5 0,2

Passaúna 1,08 0,04 1,27 0,04 20,8 1,2 7,4 0,2

Global 0,97 0,04 1,15 0,04 21,3 1,1 6,9 0,2

Fonte: Autoria própria.

Verifica-se na Tabela 5, na análise global, que o teor de cloro livre nos

pontos de consumo, é em média 0,97 ±0,04 mg/L, ou seja, superior ao limite mínimo

exigido pela Portaria MS nº2914/2011 de 0,2 mg/L e inferior ao máximo exigido de

2,0 mg/L. Para pH a média obtida foi de 6,9 ±0,2, dentro da faixa recomendada de

6,0 a 9,5. Sendo assim, conclui-se que a Companhia de Saneamento Básico que

abastece a capital paranaense atende a legislação vigente com confiança de 95%

na região analisada.

Analisando o teor de cloro livre, o ponto com a menor média foi o Batel-P1,

com 0,63 ±0,12 mg/L, ou seja, superior ao mínimo exigido pela legislação, sendo

este o ponto mais crítico analisado. E o ponto com maior média foi o Campo

Comprido-P1, com 1,24 ±0,07, inferior ao máximo exigido.

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Cabe ressaltar que nas 217 amostras coletadas, apenas 2 estavam abaixo

do teor mínimo de cloro livre estipulado na Portaria MS nº 2914/2011, ou seja, tais

dados apresentam insignificância dentre o espaço amostral deste trabalho, e podem

ser justificados por problemas técnicos da concessionária ou problemas na

execução dos procedimentos operacionais para realização do ensaio.

Foram observadas diferenças significativas entre as médias dos teores de

cloro livre, cloro total e pH, quando comparados entre bairros e ETA’s, conforme

está apresentado na Tabela 5. Na Tabela 6 é possível visualizar as comparações

estatísticas das médias e erros para uma confiança de 95%, entre bairros e

estações de tratamento sobre os parâmetros medidos em campo.

Tabela 6 - Comparação estatística dos resultados entre os bairros e ETA's para 2 desvios.

Cloro Livre Cloro Total Temperatura pH

Batel x Campo C. Diferentes Diferentes Iguais Diferentes

Batel x Portão Diferentes Diferentes Iguais Iguais

Batel x São Braz Diferentes Diferentes Iguais Diferentes

Campo C. x Portão Diferentes Iguais Iguais Diferentes

Campo C. x São Braz Iguais Iguais Iguais Iguais

Portão x São Braz Diferentes Diferentes Iguais Diferentes

Iguaçu x Passaúna Diferentes Diferentes Iguais Diferentes

Fonte: Autoria própria.

Com o apresentado na Tabela 5 e Tabela 6 não é possível verificar a

existência de alguma correlação da temperatura com os demais parâmetros, uma

vez que o erro da medida de temperatura já é superior à maior diferença encontrada

na variação entre as temperaturas médias dos bairros, não sendo possível afirmar

que tais valores são diferentes.

Como esperado, sistemas produtores diferentes apresentaram parâmetros

diferentes, como indica a comparação entre as ETA’s Iguaçu e Passaúna na Tabela

6. Essas diferenças podem ser decorrentes da qualidade da água bruta, dosagens

de produtos químicos na estação, tempo de contato para aplicação do desinfetante,

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extensão, material e ramificações da rede de abastecimento e possíveis

interferências durante o trajeto da água no sistema.

Integrando essa análise, percebe-se também diferença significativa entre

médias de pH na comparação rede abastecida por determinada estação, obtendo

um resultado de menor pH para sistema produtor (ETA) com menor teor de cloro

livre e total, entretanto para ambas as análises não temos vias de afirmar que essa

relação é devido ao processo de desinfecção, podendo ser devido à correção de pH

realizada na estação, através de produtos químicos.

Era esperado que os bairros abastecidos pelo mesmo sistema produtor

apresentassem similaridade de parâmetros, como ocorreu com os bairros São Braz

e Campo Comprido, porém não com Batel e Portão.

Comparando as regiões do Campo Comprido e São Braz, todos os

parâmetros são igual estatisticamente, o que sugere que além de serem atendidos

pela mesma estação de tratamento, os pontos escolhidos são sequenciais e estão a

distâncias parecidas entre si, além da rede possuir características semelhantes,

como estimado inicialmente.

Na comparação entre os bairros Portão e Batel, nota-se que existe diferença

no teor de cloro livre e cloro total, porém existe igualdade no valor do pH, já

desconsiderando a comparação da temperatura pelo descrito acima. Uma

possibilidade para essa diferença pode ser devido a ramificação e complexidade da

rede. Ao contrário do que se havia estimado, os pontos não são subsequentes, ou

ainda, algum ponto pode ser abastecido por um reservatório diferente dos dois

escolhidos neste trabalho. O parâmetro pH sugere que o sistema produtor é o

mesmo para os dois bairros.

Freitas, Brilhante e Almeida (2001) obtiveram dados insatisfatórios tanto em

cloro livre quanto pH em pesquisa realizada na rede de abastecimento da região

metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. Na época da pesquisa, a legislação

vigente era a Portaria MS nº36/1990, que estipulava teor mínimo de cloro livre em

0,2 mg/L, mesma concentração da Portaria MS nº2914/2011. Já a faixa

recomendada de pH, era entre 6,5 a 8,5, diferente da atual, que alterou para 6 a

9,5.Cabe ressaltar que não era estipulado teor máximo de cloro livre na legislação

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da época, entretanto na atual, o valor é de 2 mg/L, portanto, os valores obtidos

acima de 2 mg/L, na época, atendiam o padrão de potabilidade.

A inclusão de um limite para o teor de cloro livre máximo no padrão de

potabilidade vem de encontro com estudos sobre a formação de compostos

trihalometanos (THM’S), que podem ser prejudiciais à saúde humana pelo consumo

contínuo (DUARTE E PINTO, 2008).

O não atendimento à legislação na época da pesquisa realizada por Freitas,

Brilhante e Almeida (2001), pode ser justificado por dois prováveis motivos: a

metodologia e o local da pesquisa. Pois o procedimento do trabalho supracitado

deu-se em realizar amostras em pontos críticos da rede, como pontos de maior cota,

com proximidade de ligações clandestinas e com faltas d’água sistemáticas. Além

disso, conforme relatado nos procedimentos metodológicos, algumas amostras eram

realizadas a jusante da caixa d’água da residência onde fora realizada a coleta, o

que pode alterar significativamente os dados devido ao comportamento de

decaimento do cloro em reservatórios, e do estado de conservação do sistema de

água fria domiciliar.

Comparando com Freitas, Brilhante e Almeida (2001), cabe ressaltar, as

diferenças operacionais entre as Companhias Estaduais do Paraná e do Rio de

Janeiro, além da época de realização da pesquisa, que fora realizada 14 anos atrás,

e as diferenças de equipamentos, automações, centrais de controle operacional,

itens tecnológicos como um todo, são relevantes nesse período. Tais itens

salientados podem ter contribuído para as grandes variações de resultados obtidos

tais como amostras sem cloro livre ou pH abaixo de 4.

Silva (2008), também obteve resultados abaixo do recomendado pela

legislação vigente na época, Portaria MS nº 518/2004 que apresenta teores

máximos e mínimos de cloro livre iguais a Portaria MS nº 2014/2011. Tal resultado

pode ser justificado, pois o local analisado era independente do sistema de

abastecimento público, utilizando para abastecimento de água um poço com

equipamento para cloração operado pela própria universidade. Ainda é difícil

correlacionar os dados obtidos por Silva (2008) com a Portaria MS nº518/2004, visto

que, as amostras foram coletadas em áreas internas a edificação, enquanto os

valores preconizados pela normativa são para redes de abastecimento público.

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Apesar de Silva (2008) ter constatado uma correlação entre o decrescimento

do cloro com o aumento de pH, tal resultado não se demonstrou verdadeiro neste

trabalho, onde notou-se que o pH está correlacionado ao sistema produtor, não com

o teor de cloro livre, ou seja, com o tratamento realizado na ETA e características da

água bruta. Não sendo possível correlacionar diretamente o pH com o teor de cloro

livre sem conhecimento de tais variáveis.

Mesmo não sendo um dos objetivos do presente trabalho, é relevante

considerar que entre os pontos 1 a 3 do bairro Campo Comprido e 2 e 3 do Bairro

São Braz, houve decaimento do teor de cloro livre conforme a distância do

reservatório, ou seja, no ponto número 1, que se localizava próximo ao reservatório

(cerca de 500 m a jusante) possuía concentração de cloro livre superior aos pontos

2 e 3, com 1000 m e 2000 m de distância radial aproximada, respectivamente,

entretanto no bairro São Braz os pontos 1 e 2 são estatisticamente iguais, não

podendo ser afirmado que houve decaimento.

Ressalta-se que a análise de decaimento tornou-se bastante superficial,

pois não se teve acesso ao cadastro da rede existente da Companhia de

Saneamento, portanto é possível perceber o decaimento somente pelos resultados

amostrais e análise estatística, supondo então, que a configuração da rede de

abastecimento de água é similar à proposta na Figura 25, para os bairros Campo

Comprido e São Braz.

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Figura 27 - Provável sentido do fluxo de água nos pontos do Campo Comprido e São Braz.

Fonte: Autoria própria.

Tal configuração é esperada tanto pela análise estatística do teor de cloro

livre nos pontos, quanto pela análise topográfica do local, estando os reservatórios

em cotas superiores aos locais de coleta, e estes em distâncias progressivas do

centro de reservação. Isso sugere que o fluxo da rede aproveita as diferenças de

cotas para distribuição da água, estimando, então, que o ponto 2 esteja a jusante do

1 e montante do ponto 3. No bairro do São Braz, apesar dos dados entre os pontos

1 e 2 serem estatisticamente iguais, a topografia sugere a configuração proposta.

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6 CONCLUSÕES

Com os resultados obtidos de forma experimental e das análises estatísticas

verificou-se que os pontos amostrados atendem a Portaria MS 2914/2011 dentro dos

parâmetros de concentração de cloro livre, nos teores máximos e mínimos, e a faixa

recomendada de pH, com 95% de confiança.

É importante ressaltar, que as coletas foram realizadas próximo ao ponto de

hidrometação dos usuários, ou seja, sem interferência das reservações individuais,

em pontos de responsabilidade da concessionária e com obrigatoriedade legal de

atendimento dos parâmetros supracitados.

Com os dados coletados neste trabalho, pode-se perceber relação entre o

pH da água com o sistema produtor, ou seja, nos pontos abastecidos pela mesma

ETA foram medidos pH semelhantes, mas com teores de cloro livre variados,

portanto não sendo possível relacionar este parâmetro com o teor de cloro livre.

Ainda é relevante perceber que diferentes estações de água, apesar de

operadas pela mesma concessionária e com processos de tratamento bastante

similares, possuem diferenças significativas na concentração de cloro livre nas redes

abastecidas. Todavia, não foi possível correlacionar o teor de cloro livre com

parâmetros de qualidade de água bruta do manancial captado. Esperava-se que

mananciais com maior degradação, necessitassem de maiores teores de cloro no

processo de desinfecção, portanto maiores concentrações nas redes de distribuição,

porém este comportamento não foi observado nos pontos amostrados.

Seguindo esta mesma linha, também não foi possível concluir qual fator

preponderante para as diferenças significativas entre as médias de cloro residual

entre dois bairros próximos e atendidos pela mesma ETA, tal como aconteceu no

bairro Batel e Portão.

Não foi possível verificar a interferência da temperatura com os teores de

cloro, nem com o pH, pois o erro atribuído a medição é superior a variação das

médias entre os pontos, bairros e estações. Este fator pode ter sofrido influência de

fatores climáticos, como a temperatura ambiente no momento da coleta. Para uma

pesquisa futura, sugere-se que seja realizado maior número de amostras, em

períodos com baixa amplitude térmica e aliar a medida de temperatura ambiente,

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para relações ou correções com a temperatura da água e redução do erro de

medição.

As dificuldades encontradas para conclusões mais precisas a respeito das

correlações do teor de cloro livre com demais parâmetros estudados são justificadas

pela falta de informação a respeito do cadastro da rede de abastecimento existente,

pelo desconhecimento dos parâmetros de água bruta e das dosagens de produtos

químicos aplicados nas estações de tratamento. Bem como os pontos de

repressurização ao longo do sistema, nós da rede, áreas de atendimento de cada

reservatório, válvulas redutoras de pressão, válvulas de manobra, além do sentido

de fluxo selecionado no dia, que pode sofrer alterações constantes conforme a

necessidade operacional da concessionária, como manutenção e ampliação do

sistema.

Apesar da falta de informação da rede de abastecimento, obtiveram-se

resultados expressivos quanto ao decaimento de cloro em duas regiões abastecidas

pela mesma estação, sendo eles o São Braz e Campo Comprido, que são

integrantes do Sistema de Abastecimento do Passaúna. Entretanto, o mesmo

resultado não foi obtido nos bairros Portão e Batel, sendo uma provável explicação o

sentido de fluxo da rede de abastecimento proposto na metodologia não ser o

mesmo existente nessa região, ou seja, a sequência de jusantes e montantes pode

não ser a proposta inicialmente. Ainda, alguns pontos podem ser abastecidos por

outro reservatório.

Como sugestões para trabalhos futuros relacionados ao tema, sugere-se

elaborar a pesquisa de campo em rede de abastecimento de água com

caminhamentos, fluxo, acessórios, parâmetros operacionais e dosagens conhecidas

para possibilitar uma análise conclusiva sobre o decaimento do teor de cloro livre e

sua correlação com pH. Para verificação do atendimento da norma, sugere-se que

as amostras sejam realizadas em pontos críticos da rede, e para isso também deve

ser conhecido o projeto do sistema.

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APÊNDICE A – Dados Coletados nas Medições no Bairro Batel

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DADOS COLETADOS

Bairro: Batel

Data

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3

Hora Cloro Livre (mg/L) Cloro Total (mg/L) Temperatura (°C) pH Hora Cloro Livre (mg/L) Cloro Total (mg/L) Temperatura (°C) pH Hora Cloro Livre (mg/L) Cloro Total (mg/L) Temperatura (°C) pH

09/08/14 16:30 1,00 1,14 17,30 6,6 16:45 0,98 1,13 16,70 6,5 17:00 1,01 1,19 17,70 6,5

16/08/14 14:05 1,12 1,25 17,70 6,4 14:25 1,02 1,16 16,40 6,5 14:45 1,22 1,47 16,50 6,3

27/08/14 15:30 1,02 1,20 19,30 6,5 15:50 0,90 1,07 17,20 6,6 16:20 1,13 1,30 20,60 6,5

30/08/14 13:20 0,78 1,03 19,60 6,7 13:40 1,47 1,58 18,70 6,6 14:25 0,90 1,19 20,20 6,5

06/09/14 13:30 0,65 0,56 23,30 6,5 13:45 0,71 0,57 17,40 6,5 14:00 1,34 1,17 19,50 6,4

13/09/14 12:25 0,54 0,80 22,20 6,5 12:40 0,83 0,61 21,10 6,5 13;00 0,88 1,26 22,30 6,4

20/09/14 12:15 0,73 1,00 20,80 6,5 12:30 0,38 0,60 19,10 6,6 12:50 1,09 1,33 20,20 6,4

27/09/14 11:20 0,49 0,64 17,90 6,6 11:40 0,83 0,96 16,90 6,6 12:00 1,04 1,19 17,90 6,5

04/10/14 11:45 0,31 0,48 17,90 6,8 11:55 0,78 0,96 16,20 6,6 12:20 1,18 1,33 16,50 6,5

11/10/14 13:35 0,73 0,65 23,30 6,7 13:45 0,86 0,84 22,40 6,5 14:00 0,74 0,95 28,70 6,6

18/10/14 11:05 0,21 0,37 21,80 6,7 11:30 0,46 0,65 21,30 6,6 MEDIÇÃO NÃO REALIZADA

25/10/14 12:30 0,91 1,06 22,80 6,7 12:46 0,95 1,12 22,10 6,5 13:05 0,69 0,89 23,20 6,4

01/11/14 10:50 0,27 0,50 24,70 6,6 11:05 0,68 0,84 24,10 6,6 11:20 0,73 0,89 24,80 6,5

08/11/14 12:00 0,58 0,79 22,80 6,7 12:05 0,62 0,79 21,70 6,5 12:20 0,72 0,95 22,80 6,5

15/11/14 11:25 0,63 0,78 20,90 6,7 11:35 0,83 0,96 18,70 6,7 11:50 0,90 1,05 18,60 6,6

24/11/14 12:45 0,56 0,77 28,40 6,4 13:00 0,97 1,18 24,30 6,5 13:15 0,95 1,13 23,90 6,5

29/11/14 13:35 0,71 0,90 24,10 6,8 13:50 0,54 0,70 23,40 6,6 12:10 0,59 0,77 24,50 6,6

06/12/14 10:40 0,45 0,64 22,60 6,7 10:55 0,62 0,76 21,60 6,6 10:25 0,22 0,38 21,30 6,5

14/12/14 10:25 0,30 0,49 24,20 6,0 10:40 0,06 0,26 22,60 6,2 11:00 0,76 1,21 22,80 6,1

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APÊNDICE B – Dados Coletados nas Medições no Bairro Campo

Comprido

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DADOS COLETADOS

Bairro: Campo Comprido

Data

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3

Hora Cloro Livre (mg/L) Cloro Total (mg/L) Temperatura (°C) pH Hora Cloro Livre (mg/L) Cloro Total (mg/L) Temperatura (°C) pH Hora Cloro Livre (mg/L) Cloro Total (mg/L) Temperatura (°C) pH

06/08/14 17:20 1,45 1,58 17,80 7,3 17:40 1,43 1,55 17,20 7,4 15:30 0,01 0,05 27,60 7,1

07/08/14 MEDIÇÃO NÃO REALIZADA MEDIÇÃO NÃO REALIZADA 07:40 1,18 1,31 14,80 7,4

09/08/14 12:10 1,45 1,58 17,70 7,5 10:30 1,41 1,56 16,60 7,6 10:50 1,01 1,16 17,30 7,5

16/08/14 12:20 1,39 1,52 16,80 7,3 12:00 1,16 1,30 15,90 7,2 11:50 0,89 1,05 17,20 7,3

30/08/14 12:55 1,39 1,49 19,20 7,3 12:20 1,30 1,26 17,30 7,4 12:35 1,02 1,00 19,10 7,5

06/09/14 11:00 1,19 1,35 17,70 7,3 10:50 1,06 1,31 17,60 7,2 10:35 0,92 1,05 18,70 7,3

13/09/14 12:00 1,16 1,33 20,70 7,3 11:45 0,98 1,18 20,10 7,3 11:30 0,94 1,12 21,70 7,3

20/09/14 12:00 1,25 1,49 20,00 7,4 11:40 0,84 1,03 19,70 7,4 11:30 0,93 1,14 20,20 7,4

27/09/14 11:00 1,20 1,35 18,70 7,3 10:40 1,15 1,31 17,80 7,2 10:20 1,03 1,16 18,90 7,3

04/10/14 11:22 1,13 1,35 18,30 7,2 11:05 1,00 1,17 17,20 7,3 10:55 0,73 1,08 18,50 7,2

11/10/14 13:25 1,30 1,44 25,70 7,3 13:05 1,24 1,05 22,40 7,2 12:40 0,99 1,08 23,90 7,3

18/10/14 10:40 1,21 1,43 21,70 7,4 10:50 1,25 1,43 21,20 7,3 10:25 0,83 1,00 21,30 7,4

25/10/14 12:00 1,21 1,38 22,20 7,3 12:15 0,93 1,18 22,10 7,3 11:45 0,80 1,07 23,50 7,4

01/11/14 10:20 1,05 1,22 24,70 7,4 10:30 0,89 1,06 24,30 7,4 10:05 0,78 0,98 26,60 7,3

08/11/14 11:25 1,23 1,41 22,30 7,4 10:00 0,95 1,28 22,10 7,5 11:05 0,79 0,97 22,90 7,4

15/11/14 10:50 1,31 1,46 21,30 7,4 MEDIÇÃO NÃO REALIZADA 10:45 0,80 0,95 19,90 7,3

24/11/14 11:20 0,90 1,35 23,00 7,4 11:40 1,23 1,47 22,80 7,3 18:20 1,04 1,18 26,20 7,5

29/11/14 13:00 1,27 1,48 24,40 7,4 13:15 0,92 1,10 23,10 7,5 18:25 1,23 1,37 23,60 7,4

06/12/14 12:30 1,23 1,39 22,70 7,4 12:40 1,09 1,30 21,80 7,3 12:10 1,04 1,22 23,50 7,3

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88

APÊNDICE C – Dados Coletados nas Medições no Bairro Portão

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DADOS COLETADOS

Bairro: Portão

Data

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3

Hora Cloro Livre (mg/L) Cloro Total (mg/L) Temperatura (°C) pH Hora Cloro Livre (mg/L) Cloro Total (mg/L) Temperatura (°C) pH Hora Cloro Livre (mg/L) Cloro Total (mg/L) Temperatura (°C) pH

02/08/14 17:40 0,87 1,06 23,50 6,5 17:20 1,03 1,55 18,30 6,4 17:00 1,11 1,73 19,90 6,4

09/08/14 17:30 0,53 0,71 19,10 6,4 17:50 1,51 1,64 17,30 6,5 18:20 1,31 1,63 17,20 6,5

16/08/14 13:35 0,91 1,07 17,70 6,1 13:20 1,30 1,50 16,50 6,6 12:45 1,35 1,49 16,70 6,6

30/08/14 14:50 0,91 1,12 24,30 6,5 15:06 1,47 1,35 19,10 6,5 15:17 1,50 1,56 20,30 6,5

06/09/14 13:10 1,11 1,29 23,30 6,4 MEDIÇÃO NÃO REALIZADA 14:35 1,30 1,15 21,80 6,3

13/09/14 13:50 0,57 0,81 28,30 6,3 14:15 1,16 1,13 22,90 6,4 14:30 1,18 1,03 22,20 6,4

20/09/14 13:10 0,41 0,57 21,60 6,4 13:25 1,30 1,50 19,90 6,4 13:40 1,20 1,42 20,80 6,3

27/09/14 12:25 0,84 0,90 18,30 6,4 MEDIÇÃO NÃO REALIZADA 12:55 1,21 1,39 18,70 6,4

04/10/14 12:50 1,18 1,34 17,80 6,6 13:05 1,16 1,40 18,70 6,5 13:20 1,09 1,33 17,80 6,5

11/10/14 14:20 0,95 1,14 30,30 6,6 14:40 1,10 1,28 24,90 6,7 14:55 0,90 1,05 26,30 6,6

18/10/14 09:10 1,01 1,19 23,30 6,5 09:00 1,08 1,26 22,80 6,4 08:45 1,12 1,31 24,10 6,7

25/10/14 13:20 0,76 1,08 27,00 6,4 13:40 0,24 0,49 23,50 6,4 13:50 1,03 1,16 22,80 6,3

01/11/14 12:20 0,50 0,79 31,90 6,5 12:05 1,11 1,42 26,60 6,5 11:45 0,92 1,34 27,80 6,6

08/11/14 12:42 0,83 0,99 25,40 6,4 13:35 0,85 1,11 22,60 6,5 13:15 0,81 1,00 23,20 6,5

15/11/14 12:05 0,74 0,90 20,70 6,4 12:20 0,93 1,09 20,70 6,5 12:35 0,93 1,08 22,10 6,5

24/11/14 12:45 0,56 0,77 28,40 6,4 13:00 0,97 1,18 24,30 6,5 13:15 0,95 1,13 23,90 6,5

29/11/14 14:30 0,56 0,78 28,30 6,5 14:50 0,86 1,09 23,70 6,5 15:05 0,75 0,94 23,70 6,5

06/12/14 09:40 0,53 0,71 22,10 6,7 MEDIÇÃO NÃO REALIZADA 10:05 0,66 0,91 24,20 6,5

14/12/14 11:15 0,36 0,65 26,50 6,1 11:30 1,11 1,30 24,50 6,1 11:45 0,90 1,11 24,80 6,1

Page 91: ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO DE CLORO LIVRE, CLORO …repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3941/1/CT_EC_2014... · média de cloro residual livre de 0,97 ± 0,04 mg/L, dentro

90

APÊNDICE D – Dados Coletados nas Medições no Bairro São Braz

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91

DADOS COLETADOS

Bairro: São Braz

Data

Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3

Hora Cloro Livre (mg/L) Cloro Total (mg/L) Temperatura (°C) pH Hora Cloro Livre (mg/L) Cloro Total (mg/L) Temperatura (°C) pH Hora Cloro Livre (mg/L) Cloro Total (mg/L) Temperatura (°C) pH

06/08/14 16:00 1,50 1,35 20,0 7,4 16:25 1,43 1,33 17,8 7,5 17:00 0,35 1,60 18,1 7,3

09/08/14 11:30 1,24 1,39 18,1 7,5 11:45 1,33 1,30 17,0 7,8 11:20 1,02 1,18 16,2 7,5

16/08/14 11:15 1,21 1,36 17,8 7,2 11:30 1,23 1,37 15,9 7,4 11:00 1,16 1,38 15,9 6,8

30/08/14 11:45 1,24 1,40 20,6 7,5 12:00 1,30 1,26 17,6 7,5 11:36 1,26 1,42 19,2 7,5

06/09/14 10:35 1,13 1,31 18,3 7,3 10:20 1,11 1,28 19,4 7,4 10:00 0,85 1.04 16,3 7,4

13/09/14 11:05 1,27 1,46 20,9 7,3 11:15 1,26 1,43 21,7 7,5 10:40 1,38 1,55 20,8 7,3

20/09/14 11:00 1,21 1,40 20,2 7,3 11:10 1,04 1,22 19,8 7,6 10:40 1,15 1,35 19,2 7,3

27/09/14 09:45 1,14 1,29 18,6 7,2 10:00 1,11 1,26 17,2 7,3 09:30 1,02 1,21 18,5 7,6

04/10/14 10:25 0,88 1,17 18,6 7,3 10:35 1,00 1,15 16,7 7,4 10:05 0,97 1,16 16,8 7,2

11/10/14 12:15 1,22 1,39 22,7 7,2 12:25 1,16 1,34 27,7 7,4 11:50 0,73 0,94 24,8 7,3

18/10/14 10:00 1,14 1,32 21,2 7,4 10:10 0,90 1,28 21,7 7,6 09:40 1,15 1,33 21,8 7,2

25/10/14 11:17 1,07 1,25 22,3 7,3 11:30 0,92 1,24 23,4 7,5 11:00 0,89 1,20 26,3 7,1

01/11/14 09:35 0,87 1,04 23,5 7,3 09:45 0,90 1,14 26,3 7,5 09:20 0,82 0,99 23,7 7,2

08/11/14 10:35 1,14 1,33 23,6 7,4 10:50 1,19 1,35 20,9 7,6 10:20 0,97 1,31 24,0 7,5

15/11/14 10:20 1,14 1,30 21,8 7,4 10:30 1,24 1,40 18,6 7,5 MEDIÇÃO NÃO REALIZADA

24/11/14 10:35 1,08 1,33 22,8 7,3 10:45 1,15 1,36 23,8 7,5 10:20 1,06 1,29 22,8 7,0

29/11/14 12:30 1,13 1,32 24,5 7,5 12:35 1,16 1,37 26,7 7,6 12:00 0,79 1,26 23,2 7,5

06/12/14 11:40 1,10 1,29 23,6 7,4 11:50 1,15 1,28 21,1 7,4 11:20 1,08 1,25 23,2 7,4