Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a...

69
INSTITUTO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO – INPG ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DE ACURACIDADE NOS CONTROLES DOS ESTOQUES PARA O EQUILÍBRIO FINANCEIRO E A MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO DAS EMPRESAS INDUSTRIAIS DE JOINVILLE ANDRÉ VALDIR DA SILVA JOINVILLE 2008

Transcript of Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a...

Page 1: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

INSTITUTO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO – INPG

ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DE ACURACIDADE NOS CONTROLES DOS

ESTOQUES PARA O EQUILÍBRIO FINANCEIRO E A MAXIMIZAÇÃO DO

LUCRO DAS EMPRESAS INDUSTRIAIS DE JOINVILLE

ANDRÉ VALDIR DA SILVA

JOINVILLE

2008

Page 2: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

ANDRÉ VALDIR DA SILVA

ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DE ACURACIDADE NOS CONTROLES DOS

ESTOQUES PARA O EQUILÍBRIO FINANCEIRO E A MAXIMIZAÇÃO DO

LUCRO DAS EMPRESAS INDUSTRIAIS DE JOINVILLE

Trabalho apresentado à disciplina de Metodologia do Ensino Superior do Instituto Nacional de Pós-graduação – INPG – como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Auditoria. Orientador Específico: Marcio Alves

JOINVILLE

2008

Page 3: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

Para minha noiva Daniela Campestrini pelo carinho e incentivo demonstrado durante todo o período do curso. Aos professores do curso de Auditoria do Instituto Nacional de Pós-graduação – INPG, pela amizade, pelo apoio e conhecimento transmitido nas disciplinas componentes do curso.

Page 4: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

AGRADECIMENTOS

Ao professor Marcio Alves pela paciente, dedicada e incansável orientação do

presente trabalho.

A meus pais Judite da Silva e Valdir João da Silva, que não mediram esforços para

educar os seus três filhos, com sabedoria e amor.

Agradeço aos meus irmãos Giuliano da Silva e Solange Marília da Silva por estarem

sempre ao meu lado.

E finalmente, agradeço a todos que me ajudaram direta ou indiretamente para o

desenvolvimento deste trabalho. Um muito obrigado a todos vocês!

Page 5: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

“O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos”.

Eleanor Roosevelt

Page 6: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.................................................................................................................8

LISTA DE QUADROS...............................................................................................................9

RESUMO .................................................................................................................................10

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................11

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................11

1.2 TEMA DE PESQUISA ........................................................................................................12

1.3 TÍTULO...............................................................................................................................12

1.4 PROBLEMA........................................................................................................................12

1.5 HIPÓTESES ........................................................................................................................13

1.6 OBJETIVOS........................................................................................................................13

1.6.1 OBJETIVO GERAL .........................................................................................................14

1.6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................14

1.7 JUSTIFICATIVAS ..............................................................................................................14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................................16

2.1 RELAÇÃO ENTRE ACURÁCIA, EQÜILIBRIO FINANCEIRO E MAXIMIZAÇÃO

DO LUCRO...............................................................................................................................16

2.2 TIPOS DE ESTOQUES EM EMPRESAS INDUSTRIAIS ..................................................18

2.2.1 Matérias-primas ................................................................................................................20

2.2.2 Produtos em processo........................................................................................................22

2.2.3 Produtos acabados.............................................................................................................24

2.2.4 Peças de manutenção.........................................................................................................25

2.3 GESTÃO DE ESTOQUES...................................................................................................26

2.4 O PROGRAMA DE AUDITORIA DOS ESTOQUES .........................................................29

Page 7: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

2.5 AUDITORIA NOS ESTOQUES..........................................................................................30

2.6 CUIDADOS DO AUDITOR E FRAUDES NOS ESTOQUES.............................................32

2.7 FRAUDES E CONIVÊNCIA NA GESTÃO OPERACIONAL DA EMPRESA...................33

2.8 MÉTODOS DE VALORIZAÇÃO DOS ESTOQUES..........................................................36

2.9 INVENTÁRIO FÍSICO........................................................................................................37

2.10 REDUÇÃO DE ESTOQUES .............................................................................................39

3 MÉTODO DE PESQUISA ....................................................................................................43

3.1 DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA DE PESQUISA ..........................................................43

3.2 PLANEJAMENTO DE PESQUISA.....................................................................................43

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ..............................................................................................44

3.4 INSTRUMENTO.................................................................................................................44

3.5 COLETA DOS DADOS ......................................................................................................44

3.6 LIMITE DA PESQUISA......................................................................................................45

4 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS...............................................................46

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................61

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................65

ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ......................................................................67

Page 8: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Gestão de estoque e o fluxo de material..................................................................27

Figura 2 – Análise sobre as diferenças de estoques..................................................................47

Figura 3 – Análise da responsabilidade pelos almoxarifados...................................................47

Figura 4 – Análise do transporte de material............................................................................48

Figura 5 – Análise da importância da acuracidade...................................................................49

Figura 6 – Análise da identificação de materiais......................................................................49

Figura 7 – Análise da estocagem de material...........................................................................50

Figura 8 – Análise sobre as ferramentas de segurança.............................................................51

Figura 9 – Análise da socialização dos resultados dos inventários..........................................51

Figura 10 – Análise da periodicidade dos inventários..............................................................52

Figura 11 – Análise dos procedimentos internos para entrada e saída de material do

almoxarifado.............................................................................................................................53

Figura 12 – Análise da disponibilização das informações dos controles dos estoques............53

Figura 13 – Análise do suprimento de material........................................................................54

Figura 14 – Análise das possíveis ações dos estoques obsoletos.............................................55

Figura 15 – Análise sobre a participação dos usuários na melhoria dos controles dos

estoques....................................................................................................................................57

Page 9: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Custos dos estoques...............................................................................................19

Quadro 2 – Itens de um programa de auditoria dos estoques...................................................29

Quadro 3 – Ciclo de vida da fraude consoante a visão do agente fraudador............................34

Quadro 4 – O sistema toyota de produção................................................................................41

Quadro 5 – Formas de envio e coleta de dados........................................................................45

Page 10: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

RESUMO

Neste trabalho de pesquisa o problema está identificado pela seguinte pergunta: quais são as alternativas que estão sendo aplicadas nas empresas industriais de Joinville, para o equilíbrio do resultado financeiro através da eficácia da acuracidade nos controles dos estoques. O objetivo geral é apresentar estudo de alternativas para auxiliar na maximização do lucro sobre o capital investido em estoques, através da melhoria continua da acuracidade nos controles dos estoques e também possibilitar o equilíbrio financeiro. Entre os objetivos específicos estão otimizar o investimento em estoques, aumentar o uso eficiente dos recursos da empresa, melhoria continua nos controles internos e da acuracidade, minimizar a necessidade de capital investido e aumentar a segurança dos locais que armazenam materiais. Na fundamentação teórica comenta-se sobre a relação entre acurácia, equilíbrio financeiro e maximização do lucro, tipos de estoques em empresas industriais, gestão de estoques, o programa de auditoria dos estoques, auditoria nos estoques, cuidados do auditor e fraudes nos estoques, fraudes e conivência na gestão operacional da empresa, métodos de valorização dos estoques, inventário físico e a redução de estoques. A pesquisa de campo está apresentada com uma amostra de 22 empresas da região, de diversos segmentos, e estas foram escolhidas em virtude do volume de suas operações, e querem representar a população de empresas industriais da região de Joinville. Para a coleta de dados foi utilizada a ferramenta do questionário semi-elaborado, e os resultados da pesquisa de campo estão tabulados estatisticamente e contribuem em conjunto com a fundamentação teórica, para as conclusões da pesquisa que estão dispostas nas considerações finais. Palavras Chaves: Estoques, Controles e Acuracidade.

Page 11: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

11

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A preocupação com o fato de saber se os saldos dos estoques físicos estão coincidindo

ou não com os saldos dos sistemas, é o conceito de acurácia de estoques.

Em função da disponibilidade crescente dos recursos tecnológicos para controle de

estoques, é comum entender que atualmente o problema da acurácia de estoques não tem uma

magnitude significativa.

No entanto, esse fato não é a realidade para muitas empresas que não priorizam

investimentos em tais tecnologias para controle de estoques. Assim, essas empresas convivem

com o problema da acuracidade nos controles dos estoques e principalmente com as

dificuldades para atender as necessidades dos clientes.

Neste contexto, esta monografia objetiva a explorar a situação das empresas industriais

de Joinville, em relação a acuracidade nos controles dos estoques para o equilíbrio financeiro

e a maximização do lucro.

No primeiro capítulo, demonstram-se as informações da pesquisa, área de

concentração, tema, título, delimitação do tema, problema, hipóteses, objetivos e justificativa.

Normalmente não se consegue índices adequados de acuracidade dos estoques e

conseqüentemente têm-se problemas de produção para atender as demandas da área de

vendas.

No segundo capítulo a fundamentação teórica apresenta as diversas teorias e assuntos

que tem impacto na importância da acuracidade nos controles dos estoques para o equilíbrio

financeiro e a maximização do lucro. Neste estudo é analisada a questão de impactos da

acuracidade nos controles dos estoques e proposições de como pode ser desenvolvido um

Page 12: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

12

processo de melhorias. O estudo se desenvolve basicamente com uma revisão bibliográfica

sobre o assunto, focando o impacto e importância do tema.

O terceiro capítulo é apresentado o método de pesquisa, definição da metodologia de

pesquisa, planejamento de pesquisa, população e amostra, instrumento, coleta de dados e

limite da pesquisa.

No quarto capítulo são analisados os resultados da pesquisa de campo conforme as

informações coletadas em algumas empresas industriais de Joinville.

Para finalizar apresentam-se sugestões de melhorias das situações encontradas e as

ações com as considerações finais do trabalho. Com a identificação destas causas, este estudo

visa verificar as alternativas para análise e investigação das divergências nos controles dos

estoques, do sistema com o físico.

1.2 TEMA DE PESQUISA

Melhoria da acuracidade nos controles dos estoques de empresas industriais de

Joinville, para alcançar o equilíbrio financeiro e maximização do lucro.

1.3 TÍTULO

Análise da importância de acuracidade nos controles dos estoques para o equilíbrio

financeiro e a maximização do lucro das empresas industriais de Joinville.

1.4 PROBLEMA

Page 13: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

13

Considerando que o estoque é um elemento fundamental na situação financeira e

econômica das empresas industriais, o problema está identificado com a seguinte pergunta de

pesquisa: Quais são as alternativas que estão sendo aplicadas nas empresas industriais de

Joinville, para o equilíbrio do resultado financeiro através da eficácia da acuracidade nos

controles dos estoques.

1.5 HIPÓTESES

O trabalho de pesquisa sobre a importância da acuracidade nos controles dos estoques

relata algumas hipóteses, conforme segue abaixo:

a) Falta de espaço para armazenamento de material;

b) As grandes quantidades de estoques, enquanto a produção permanece constante;

c) Produção parada freqüentemente por falta de material;

d) Baixa rotação dos estoques, obsoletismo em demasia;

e) Elevação do número de cancelamento de pedidos ou mesmo devoluções de produtos

acabados;

f) Até que ponto será permitida a especulação com estoques, fazendo compra antecipada com

preços mais baixos ou comprando uma quantidade maior para obter desconto.

1.6 OBJETIVOS

Pretende-se com este trabalho de pesquisa, identificar novas técnicas de controle para

melhoria da acuracidade dos estoques nas empresas industriais de Joinville.

Através de pesquisa estará sendo descrito as sugestões para a melhoria da acuracidade

dos estoques.

Page 14: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

14

1.6.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral desta pesquisa é apresentar estudo de alternativas para auxiliar na

maximização do lucro sobre o capital investido em estoques, através da melhoria continua da

acuracidade nos controles dos estoques e também possibilitar o equilíbrio financeiro.

1.6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Na busca da análise da importância da acuracidade nos controles dos estoques para o

equilíbrio financeiro e a maximização do lucro das empresas industriais de Joinville, estão

apresentados a seguir os seguintes objetivos específicos:

a) Otimizar o investimento em estoques;

b) Aumentar o uso eficiente dos recursos da empresa;

c) Melhoria continua nos controles internos e da acuracidade;

d) Minimizar a necessidade de capital investido;

e) Aumentar a segurança dos locais que armazenam materiais.

1.7 JUSTIFICATIVAS

Justifica-se este trabalho em virtude da necessidade de contribuir para a solução de

problemas enfrentados pelas empresas industriais de Joinville, na busca da melhoria da

acuracidade nos controles dos estoques.

Atualmente a falta de materiais gera altos custos para o fabricante, estes custos são

conseqüentemente repassados ao consumidor final, o que torna o produto menos competitivo

Page 15: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

15

no mercado e o coloca em posição de desvantagem com relação aos concorrentes. Desta

forma, o que parece simples aos olhos do gestor pode ser o diferencial do seu produto neste

mercado competitivo.

O controle de estoques pode trazer um elevado retorno financeiro para as empresas

industriais de Joinville, devido à importância de uma visão macro do negócio fundamental

para gerenciar a falta ou o excesso de materiais nos almoxarifados.

Além disto, as divergências de valores encontrados atrapalham o gerenciamento dos

dados reais e com a distorção destes dados, a tomada de decisões será prejudicada e ainda

perigosa devido à falta de acuracidade.

Para possibilitar a identificação destas causas, este estudo justifica-se para poder

buscar as alternativas para análise e investigação das divergências nos controles dos estoques,

do sistema com o físico.

Page 16: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo está sendo apresentada a fundamentação teórica relativa ao tema

escolhido desta pesquisa.

2.1 RELAÇÃO ENTRE ACURÁCIA, EQÜILIBRIO FINANCEIRO E MAXIMIZAÇÃO

DO LUCRO

Para Martins e Alt (2004, p. 158) após os resultados do inventário, pode-se calcular a

acurácia nos controles, que mede a porcentagem de itens corretos, tanto em quantidade quanto

em valor, ou seja:

Acurácia = Número de itens corretos ou Acurácia = Valor de itens corretos Número total de itens Valor total de itens

A acurácia de estoques também conhecida como acuracidade de estoques é um

indicador gerado a partir de inventários realizados nos estoques das diferentes classes de itens,

onde para cada item é comparado o saldo do sistema (informatizado ou não) e o saldo físico

(contado). Assim, hipoteticamente se forem contados 100 itens e 90 dos quais estiverem com

o saldo físico coincidindo com o saldo do sistema, diz que o estoque está com uma acurácia

de 90% .

De acordo com Gitman (2004, p.12) “a maximização dos lucros é alternativa de ação

que tendem a contribuir de maneira decisiva para o lucro geral da empresa”.

Muitas empresas industriais desconhecem o impacto financeiro que a falta de

acuracidade nos controles dos estoques podem influenciar na gestão da empresa.

Segundo Slack et al. (1996), “estoque é a acumulação armazenada de recursos

materiais em um sistema de transformação, sendo utilizado para descrever qualquer recurso

Page 17: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

17

armazenado. O estoque é criado para compensar diferenças de ritmo entre fornecimento e

demanda”.

Entre cada alternativa que estivesse sendo considerada, a empresa deveria optar por

aquela que apresentasse maior probabilidade de proporcionar o maior resultado monetário.

O objetivo de maximização do lucro pode dizer respeito a alguma espécie de lucro a

longo ou médio prazo.

Conforme Gasnier (2002, p.103) “investir tempo e recursos para manter e aprimorar

aquilo que denominamos acuracidade das informações traz benefícios efetivos sob os pontos

de vista das diversas partes interessadas”:

a) Empresarial: para acionistas e diretores a informação é o subsídio para a tomada de decisões críticas, de forma que confiabilidade é fundamental. Cabe à alta administração enfatizar a importância da disciplina diária e viabilizar meios para que a organização alcance metas desafiadoras da acuracidade. Para ilustrarmos com um caso real, uma empresa obteve um grande financiamento de agentes governamentais que viabilizou sua estratégia de crescimento graças, entre outros fatores, à expressiva melhoria na sua acuracidade de saldos;

b) Contábil: para quantificar com precisão a riqueza da empresa, é preciso que os registros de valores, entradas, saídas e saldos sejam lançados e processados corretamente. Desta forma, é usual em muitas empresas, que os saldos sejam sistematicamente auditados por terceiros. Em mais de uma ocasião, por exemplo, constatamos que o software de gestão empresarial da empresa, desenvolvido internamente, continha falhas lógicas de codificação que ocasionavam erros de processamento;

c) Vendas: até uma atividade simples como a de aceitar um pedido e determinar um prazo de entrega imaginando dispor dos materiais pode acabar comprometendo a imagem da empresa caso uma simples informação esteja errada. Quando estas ocorrências tornam-se repetitivas, perdemos clientes e o relacionamento interno também vai se deteriorando;

d) Logística: o abastecimento contínuo requer informação precisa e atualizada, sem a qual corremos o risco de comprometer o atendimento aos clientes, ou então optamos por comprometer a produtividade para assegurar o reabastecimento elevando os custos logísticos;

e) Operacional: a produtividade da produção depende de máquinas operando continuamente. Quantas vezes sua linha de produção interrompeu a operação por falta de algum insumo ou mesmo pela quebra de alguma peça? Nesta ocasião percebemos o tamanho do custo da falta de acuracidade das informações. Os inventários também servem para avaliar a qualidade dos processos operacionais, podendo apontar necessidades de melhorias e de reciclagem de treinamento de operadores.

A acuracidade nos controles dos estoques envolve várias áreas, podendo prejudicar o

andamento das atividades diárias e principalmente o lucro das atividades da empresa.

Page 18: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

18

De acordo com o novo dicionário Aurélio, acuracidade (acurado) significa feito ou

tratado com muito cuidado, desvelo ou apuro. E acurácia que é o substantivo feminino que

indica exatidão, na física está associado à propriedade de uma medida de uma grandeza física

que foi obtida por instrumentos e processos isentos de erros sistemáticos.

De acordo com Lemes (2002, p.475) “os controles de estoques têm como objetivo

verificar as quantidades registradas de bens em estoque existem e onde estão localizadas”. A

empresa deve estabelecer procedimentos formais de movimentação dos estoques, definindo as

pessoas competentes para assinarem requisições de estoques.

Para Corrêa (2001, p.89) “a acurácia de estoques é uma medida de aderência dos

dados de posicionamento de estoques, sendo que o índice de 100% é difícil de ser alcançado”.

Assim, muitas vezes, se faz necessário admitir tolerâncias para aceitar que não sejam

considerados erros pequenas diferenças entre o estoque físico e o sistema. Tais tolerâncias

podem ser determinadas em função de freqüência de uso, valor monetário e tempo de

ressuprimento. Também é salientada a importância de que sejam identificadas e tomadas as

ações corretivas quanto às causas de não conseguir atingir e manter um nível de acurácia

mínimo, que seria em torno de 95%.

2.2 TIPOS DE ESTOQUES EM EMPRESAS INDUSTRIAIS

Conforme Sá (2000, p.342) “quando os estoques não estão classificados na descrição

dos inventários tal como deveriam estar, por conta de controle, precisa o auditor fazê-lo a fim

de que possa realizar as confrontações necessárias e todo o seu trabalho de pesquisa”.

Assim, por exemplo, se o registro de inventário não os agrupa, limitando-se a

descrever os materiais encontrados em estoque, precisa o auditor classificá-los em matérias-

primas, matérias auxiliares, matérias de consumo, produtos semi-elaborados, produtos

Page 19: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

19

elaborados, mercadorias, materiais diversos, etc. O grupamento facilita a análise e deve seguir

ás classificações contábeis. Geralmente o auditor solicita a classificação por antecedência, e a

norma será sempre que seja atendido.

Conforme Martins e Alt (2004, p.133) “os estoques tem a função de funcionar como

reguladores do fluxo de negócios”. Como a velocidade com que as mercadorias são recebidas,

unidades recebidas por unidade de tempo ou entradas é usualmente diferente da velocidade

com que são utilizadas, unidades consumidas por unidade de tempo ou saídas, há a

necessidade de um estoque funcionando como um amortecedor. Neste quadro demonstra-se

os custos de estoque conforme a quantidade de estoque:

AÇÃO CONSEQÜÊNCIA

Armazenagem Quanto mais estoque, mais área necessária, mais custo de aluguel.

Manuseio Quanto mais estoque, mais pessoas e equipamentos necessários para manusear os estoques, mais custo de mão-de-obra e de equipamentos.

Perdas Quanto mais estoque, maiores as chances de perdas, mais custo decorrente de perdas.

Obsolescência Quanto mais estoque, maiores as chances de materiais tornarem-se obsoletos, mais custos decorrentes de materiais que não serão mais utilizados.

Furtos e roubos Quanto mais estoques, maiores as chances de materiais serem furtados e/ou roubados, mais custos decorrentes.

Quadro 1 – Custos dos Estoques – Fonte Martins e Alt (2004, p.141)

Para Ross (1998, p.374) há três coisas a serem levadas em conta em relação aos tipos

de estoque. Em primeiro lugar, os nomes dos diversos tipos podem ser um pouco

enganadores, porque a matéria-prima de uma empresa pode ser o produto acabado de outra.

Por exemplo, em uma usina siderúrgica, o minério de ferro seria uma matéria-prima, e o aço

seria o produto final. Num setor de estamparia de carrocerias de automóveis, o aço seria a

matéria-prima e as carroçarias os produtos finais, uma montadora de automóveis teria as

carroçarias como matérias-primas e os automóveis como produtos finais. A segunda coisa a

Page 20: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

20

ter em mente é o fato de que os vários tipos de estoque podem diferir muito em termos de

liquidez.

As matérias-primas são bens homogêneos ou relativamente padronizados, que podem

ser facilmente convertidos em dinheiro. A produção em andamento, por outro lado, pode ser

liquidez muito reduzida, pouco superando seu valor o que seria conseguido se fosse vendida

como sucata. Como sempre, a liquidez dos produtos acabados depende da natureza do

produto. Finalmente, uma distinção muito importante entre produtos acabados e outros tipos

de estoque é o fato de que a demanda por um item de estoque que torna-se parte de outro item

é geralmente denominada demanda derivada ou dependente, porque a necessidade que uma

empresa tem desses tipos de estoque depende de sua necessidade de produtos acabados. Em

contraste, a demanda de produtos acabados da empresa não depende da demanda de outros

itens de estoque, e por isso é as vezes dita independente.

Conforme Martins e Alt (2004, p.133) “o estudo do papel dos estoques nas empresas é

tão antigo quanto o estudo da própria administração”. Como elemento regulador, quer do

fluxo de produção, no caso do processo manufatureiro, quer do fluxo de vendas, no processo

comercial, os estoques sempre foram alvos da atenção dos gerentes.

Visto como um recurso produtivo que no final da cadeia de suprimentos criará valor

para o consumidor final, os estoques assumem papel ainda mais importante. Hoje todas as

empresas procuram de uma forma ou de outra, a obtenção de uma vantagem competitiva em

relação a seus concorrentes, e a oportunidade de atendê-los prontamente, no momento e na

quantidade desejada, é grandemente facilitada com a administração eficaz dos estoques.

2.2.1 Matérias-primas

Page 21: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

21

De acordo com Dias (1993, p.30) “a matéria-prima são os materiais básicos e

necessários para a produção do produto acabado, seu consumo é proporcional ao volume de

produção”. Em outras palavras, também podemos dizer que matérias-primas são todos os

materiais que são agregados ao produto acabado. Em alguns casos, que uma empresa fabrica

produtos complexos com inúmeras partes, o estoque de matérias-primas pode consistir em

itens já processados, que foram comprados de outras companhias ou transferidos de outra

divisão da mesma empresa.

O volume real de cada matéria-prima depende do tempo de reposição que a empresa

leva para receber seus pedidos, da freqüência do uso, do investimento exigido e das

características físicas do estoque. Outros fatores que afetam o nível das matérias-primas são

certas características físicas como tamanho e durabilidade, pois a matéria-prima pode ser

básica como minério de ferro para uma usina siderúrgica, ou algo tão sofisticado quanto

drives de disco para um fabricante de computadores.

Um item barato que requer longo tempo de reposição e é facilmente perecível no

estoque não seria requisitado em grandes quantidades, pois, se o fosse, parte do estoque

certamente estragaria ou se deterioraria antes de ser usada no processo produtivo. Deve-se

dedicar bastante atenção a esses fatores quando se avaliar o nível de estoque. Os consumos de

matérias-primas feitos pela produção precisam ser satisfeitos e ao mesmo tempo o

investimento da empresa em matérias-primas precisa ser mantido num nível mínimo

adequado.

Conforme Silva (2001, p.105) “matérias-primas são componentes a serem utilizados

na produção dos bens que são fabricados pela empresa”.

A classificação de um item num estoque específico depende do ambiente da produção,

por exemplo: lâminas de aço ou pneus são mercadorias finalizadas para o fornecedor, mas

constituem matérias-primas e peças componentes para o fabricante de automóveis.

Page 22: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

22

Para Martins e Alt (2004, p.136) “estoques de matérias-primas são todos os itens

utilizados nos processos de transformação em produtos acabados”. Todos os materiais

armazenados que a empresa compra para usar no processo produtivo fazem parte do estoque

de matérias-primas, independentemente de serem materiais diretos, que se incorporam ao

produto final, ou indiretos, que não se incorporam ao produto final.

Assim matéria-prima pode ser um componente de alta tecnologia, como por exemplo,

um computador de bordo para aviões, ou mesmo um pedaço de madeira a ser utilizado na

embalagem de um produto ou uma graxa para o mancal de uma certa máquina ou

equipamento. Aqui incluem-se também os materiais auxiliares, ou seja, itens utilizados pela

empresa mas que pouco ou nada se relacionam com o processo produtivo, como os materiais

de escritório e limpeza.

De acordo com Sanvicente (2007, p.132) “matérias-primas é o estoque deste tipo de

item tende a ser afetado pelos volumes previstos de produção, pela própria sazonalidade

relativa da produção e pela segurança das fontes de suprimento”. Não sendo contínuas as

compras, a empresa é obrigada a abastecer-se do volume necessário à continuidade da

produção para evitar faltas que possam, ao prejudicar ao atendimento de pedidos de clientes,

afetar a procura dos produtos finais da empresa e, portanto, a sua rentabilidade. Este é um

caso claro de necessidade de conciliação entre liquidez e segurança, de um lado, e

rentabilidade, de outro.

2.2.2 Produtos em processo

Conforme Silva (2001, p.105) “produtos em processo compreendem as matérias-

primas que estão na linha de produção, a mão-de-obra direta apropriada até o estágio em que

se encontre o processo, mais os custos indiretos de fabricação rateados e distribuídos”.

Page 23: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

23

É considerado produto em processo qualquer peça ou componente que já foi de

alguma forma processada, mas que adquire outras características no fim do processo

produtivo. O nível dos produtos em processo depende em grande parte da extensão e

complexidade do processo produtivo.

De acordo com Dias (1993, p.30) “o estoque de produtos em processo consiste em

todos os materiais que estão sendo usados no processo fabril”. Eles são, em geral, produtos

parcialmente acabados que estão em algum estágio intermediário de produção. Existe uma

relação entre a duração do processo produtivo da empresa e seu nível médio de estoque de

produtos em processo, ou seja, quanto maior for o ciclo de produção, maior o nível esperado

do estoque de produtos em processo. Um estoque maior de produtos em processo acarreta

maiores custos, pois o capital da empresa está empatado durante um período de tempo mais

longo. O ciclo do estoque, que vai desde a compra da matéria-prima até a venda do produto

acabado, deve ser minimizado e ao mesmo tempo manter as faltas de estoque ao mínimo

possível. Uma administração eficiente da produção precisa reduzir o estoque dos produtos em

processo, o que deve acelerar a rotatividade do estoque a diminuir a necessidade de caixa.

Para Martins e Alt (2004, p.136) “estoques de produtos em processos correspondem a

todos os itens que já entraram no processo produtivo, mas que ainda não são produtos

acabados”. São os materiais que começaram a sofrer alterações, sem, contudo, estar

finalizados. Muitas pessoas usam a expressão produtos que estão no meio da fábrica para

designá-los.

Para Sanvicente (2007, p.132) “produção em andamento, o principal fator

condicionante é a duração do processo de produção, o número de etapas para a transformação

de matérias-primas em produtos acabados também é elemento importante que pode ser

ampliado quando várias etapas são cumpridas em fábricas diferentes”. A finalidade deste tipo

Page 24: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

24

de estoque é aumentar a flexibilidade operacional da empresa mediante a redução da

interdependência das fases do fluxo de produção.

2.2.3 Produtos acabados

Para Sanvicente (2007, p.133) “produtos acabados, o fator fundamental, admitindo-se

venda irregulares, é a coordenação entre a programação da produção (uniforme, em ciclos, ou

sincronizada com as vendas) e as exigências para atendimento de clientes”. O risco de falta e

as perdas daí decorrentes desempenham papel preponderante, bem como as exigências de uma

produção eficiente e a custo baixo. Por esse motivo existe a possibilidade de perda por

obsolescência, deterioração ou furto.

De acordo com Dias (1993, p.30) “o estoque de produtos acabados consiste em itens

que já foram produzidos, mas ainda não foram vendidos”. As empresas que produzem por

encomenda mantêm estoque muito baixo de produtos acabados ou, podemos dizer, de quase

zero, pois virtualmente todos os itens já foram vendidos antes mesmo de serem produzidos.

Para as empresas que produzem para estoque, ocorre exatamente o contrário: os produtos são

fabricados antes da venda. O nível de produtos acaba determinado na maioria das vezes pela

previsão de vendas, pelo processo e pelo investimento exigido em produtos acabados.

A programação de produtos é feita com o objetivo de colocar a disposição um número

suficiente de produtos acabados, para satisfazer a demanda pela previsão de vendas. Se forem

previstas vendas elevadas, o estoque de produtos acabados deve ser alto, se a previsão de

vendas for baixa, o estoque de produtos acabados deve ser pequeno. Uma programação de

produção, que forneça uma quantidade suficiente de produtos acabados para satisfazer a

previsão de vendas de vendas sem criar estoques em excesso, deve auxiliar na minimização

dos custos totais da empresa.

Page 25: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

25

Conforme Silva (2001, p.105) “produtos acabados correspondem às unidades

produzidas e ainda não faturadas, isto é, não vendidas”. Na realidade, existe uma relação entre

o valor investido em produtos acabados e o custo unitário de produção. Em alguns casos,

verifica-se que as quantidades mais eficientes de produção, aquelas cujo unitário de produção

é mais baixo, são maiores do que as exigidas para satisfazer o consumo previsto. Isto porque a

preparação e a programação das máquinas para os lotes de produção exigem altos custos

fixos. Um fato importante quanto aos produtos acabados é o seu grau de liquidez. Uma

empresa que vende um produto de consumo popular pode estar mais segura se mantiver níveis

elevados de estoque do que outra que produz produtos relativamente especializados. Quanto

mais líquidos e menos sujeitos à obsolescência forem os produtos acabados de uma empresa,

maiores serão os níveis de estoque que ela poderá suportar.

De acordo com Martins e Alt (2004, p.136) “estoques de produtos acabados são todos

os itens que já estão prontos para serem entregues aos consumidores finais”. São os produtos

finais da empresa. Os produtos acabados são bem conhecidos por nós em nosso dia-a-dia, e

itens como os de revenda enquadram-se nessa categoria.

A manutenção de estoques de produtos acabados é justificada por duas razões: a)

garantir atendimentos efetuados para as vendas realizadas; e b) diminuir os custos de mudança

na linha de produção. O porte de um almoxarifado, sua estrutura, as instalações e

equipamentos de armazenagem dependem da atividade exercida pela empresa e do tipo e

volume de itens a serem estocados, bem como das quantidades dos mesmos pré-

dimensionadas.

2.2.4 Peças de manutenção

Page 26: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

26

De acordo com Dias (1993, p.30) “a mesma importância data a matéria-prima deverá

ser dada a peças de manutenção”. O custo de interrupção da produção é constituído das

despesas correspondentes à mão-de-obra parada, ao equipamento ocioso, ao prazo de entrega

adiado e à própria perda ocasional de encomenda, quando não do cliente. Acresce a tudo isso

o custo de interrupção da oportunidade perdida de obter rendimento durante o tempo da

parada, ou seja, lucro cessante. Podemos ver que o mesmo risco incorrido com a falta de uma

matéria-prima pode ocorrer com as peças de reposição, e atualmente as empresas industriais

estão dando maior importância a este grupo de estoque.

Pode-se dizer, portanto, que uma política inadequada de manutenção traz custos

adicionais relacionados à falta de produtividade, desde as horas extras necessárias para

cumprir a produção até perdas de contrato, todos mensuráveis, além de outras perdas não

mensuráveis, como o desgaste da imagem da empresa (Kardec & Nascif, 2001).

Entretanto para a maioria das peças, durante uma manutenção corretiva quando a

máquina já está parada, o mecânico usualmente aproveita para substituir outros itens. Essa

característica da manutenção tem como efeito um comportamento irregular quando

analisamos os dados históricos desses itens.

2.3 GESTÃO DE ESTOQUES

De acordo com Slack, Chambers, Harland et al (1996, p.423),

esse conceito de gestão de estoques originou-se na função de compras em empresas que compreendem a importância de integrar o fluxo de materiais a suas funções de suporte, tanto por meio do negócio, como por meio do fornecimento aos clientes imediatos.

A gestão de estoques tem recebido substancial atenção dos meios acadêmicos e

empresariais nos últimos anos. A maior parte da literatura está focada em determinar,

Page 27: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

27

estabelecer ou aplicar métodos para ressuprimento dos estoques em ambientes de produção e

distribuição.

A figura 1 ilustra a abrangência do conceito de gestão de estoque em seus diversos

estágios.

Figura 1 – Gestão de estoque e o fluxo de material – Fonte: Ching (2001, p.33)

De acordo com Ching (2001, p.33) “no momento de sua criação, a gestão de estoque

era vista como um meio de reduzir os custos totais associados com a aquisição e a gestão de

materiais”.

Quando a gestão de estoque não é colocada como um conceito integrado, esses

diferentes estágios são gerenciados geralmente por departamentos diferentes.

Um diretor de produção provavelmente será responsável pela fábrica, um diretor de

compras o será pelas compras e o diretor de vendas contratará a função de distribuição física.

Para Rosa (2003, p.165) “a política de estoque preocupa-se essencialmente com a

necessidade de investimento de capital em estoque e com as quantidades de materiais para

atendimento a produção”. O seu objetivo básico é não deixar faltar material para a fabricação

e consumo, o que, se ocorrer implica perdas financeiras irrecuperáveis. Para atingir esse

objetivo o almoxarifado acompanha o planejamento de vendas e o processo de produção,

flexibilizando o estoque e observando as constantes mudanças de mercado.

Page 28: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

28

De acordo com Viana (2002, p.42) “gestão de estoque visa o gerenciamento dos

estoques por meio de técnicas que permitam manter o equilíbrio com o consumo, definindo

parâmetros e níveis de ressuprimento e acompanhando sua evolução”.

A gestão de estoques se mostra cada vez mais importante para as empresas obterem

melhores resultados. A tecnologia está a serviço das empresas, mas é preciso que os gestores

tenham o senso de organização e planejamento necessário para extrair dela os melhores

resultados.

Conforme Arnold (1999, p.265) “em termos financeiros, os estoques são muito

importantes para as empresas de manufatura, no balanço patrimonial, eles representam de

20% a 60% dos ativos totais”.

À medida que os estoques são utilizados, seu valor se converte em dinheiro, o que

melhora o fluxo de caixa e o retorno de investimento. Existe um custo de estocagem dos

estoques, que aumenta os custos operacionais e diminui os lucros, o que faz com que uma boa

administração de estoques seja essencial.

De acordo com Arnold (1999, p.271), a administração de estoques em uma empresa

que deseja maximizar seu lucro terá no mínimo os seguintes objetivos:

a) Excelência no atendimento aos clientes. b) Operação de fábrica de baixo custo. c) Investimento mínimo em estoque.

A administração de estoques é de importância significativa na maioria das empresas,

tanto em função do próprio valor dos itens mantidos em estoque, associação direta com o

ciclo operacional da empresa. Da mesma forma como as contas a receber, os níveis de

estoques também dependem em grande parte do nível de vendas, com uma diferença:

enquanto os valores a receber surgem após a realização das vendas, os estoques precisam ser

adquiridos antes das realizações das vendas.

De acordo com Corrêa et al (2001, p.45),

Page 29: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

29

nos anos 80 muitas empresas tiveram problemas estratégicos sérios por acharem que deveriam, a todo custo, baixar a zero seus estoques, seduzidas por uma leitura equivocada das mensagens subliminarmente passadas pela superioridade incontestável dos sistemas de gestão japoneses daquela época.

O ideal seria a perfeita sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a

manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é impossível conhecer exatamente a

demanda futura e como nem sempre os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento,

deve-se acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias e minimizar os

custos totais de produção e distribuição.

2.4 O PROGRAMA DE AUDITORIA DOS ESTOQUES

De acordo com Sá (2000, p.331) “o programa de auditoria dos estoques deve abranger

todos os setores em que se operam a formação a manutenção e a saída dos estoques”. Em um

programa bem orientado não se devem deixar de observar os seguintes itens, conforme o

quadro a seguir:

NR. AÇÃO

1 Confronto do livro de registro de inventários com os saldos nos controles dos estoques no encerramento do exercício.

2 Verificação aritmética do inventário (somas, transportes, cálculos de médias, etc)

3 Confronto do total de registro de inventário com as contas de controle do Razão (quer o de custos, quer o geral).

4 Testes, por amostragem, dos estoques físicos a vista dos registros de estoque.

5 Comparação entre transações de aquisição e saídas de materiais por aplicação e as vendas.

6 Verificação nos controles de consignações e armazenagens em trapiches, alfândegas ou armazéns gerais.

7 Obtenção de confirmações de saldos dos trapiches e dos armazéns gerais.

8 Estabelecimento de classificação dos estoques, a fim de observar se outros elementos que não os bens de venda os integram.

9 Exame dos valores atribuídos aos estoques e eliminação de qualquer parceria de resultado que lhes tenha sido acrescentada.

10 Testes dos preços dos estoques em face dos de aplicação e de venda. 11 Testes do lucro provável.

12 Verificação sobre se os materiais obsoletos constam no estoque com o preço de materiais novos.

13 Obtenção do quociente de rotação de estoques. 14 Exame do controle de retalhos e resíduos.

Page 30: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

30

15 Verificação do controle dos armazéns de sobras. 16 Exame da cobertura de seguros que possuem os estoques. 17 Comparações dos estoques em diversos exercícios. 18 Obtenção do cliente, do certificado dos estoques. 19 Exame dos materiais em trânsito. 20 Exame das rotinas internas do armazém e das suas conexões com as demais. 21 Verificação sobre se a empresa possui um estoque de controle fora do almoxarifado. 22 Exame do sistema de controle das compras.

23 Exame e comparação das ordens de compra com os boletins de recepção, as faturas, as requisições de compra e as partidas contábeis.

24 Exame da imputação e do controle do custo dos transportes sobre as compras. 25 Exame do processo de controle de obrigações a pagar, derivadas de compras.

26 Comparação dos registros de estoques com os boletins de recepção, as faturas e as requisições de estoques.

27 Verificação da exatidão dos transportes e das somas nas ordens de compra.

28 Testes das compras em face do Registro de Entradas e do inventário, por meio das faturas originais e das contas de controle.

29 Verificação das devoluções. 30 Sondagens diretas de preços na praça. 31 Verificação sobre se todas as faturas estão acompanhadas das notas fiscais respectivas.

Quadro 2 – Itens de um Programa de Auditoria - Fonte: Sá (2000, p.331)

No quadro acima verifica-se a importância do planejamento de um programa de

auditoria, já que planejar significa estabelecer metas para que o serviço de auditoria seja de

excelente qualidade e a um menor custo possível.

O papel do auditor deve ir além de uma revisão, pois ao executar seu trabalho, tem

condições de transformar-se em autêntico conselheiro, oferecendo sugestões de valor e

protegendo a empresa contra fraudes, desperdícios, evasões, entre outras.

2.5 AUDITORIA NOS ESTOQUES

Conforme Sá (2000, p.327) “a verificação dos estoques, nos trabalhos de auditoria, é

também ponto de vital importância”. Os estoques merecem o maior cuidado, embora seja

impraticável, na maioria das vezes, a verificação integral, apela-se, então para os testes.

Page 31: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

31

O auditor deve também em suas verificações, acompanhar o controle dos estoques em

todas as suas fases e aspectos. A sua técnica central consiste em verificar as fases de compra,

recepção, armazenagem, aplicação e variações.

De acordo com Almeida (1996, p.175), os principais objetivos da auditoria de

estoques são os seguintes:

a) Verificar se as quantidades de bens declaradas realmente existem; b) Verificar se os bens foram custeados e avaliados de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos e a consistência dos procedimentos em relação ao exercício social anterior; c) Verificar se as informações referentes aos estoques foram adequadamente divulgadas nas demonstrações financeiras sob exame (classificação, notas explicativas sobre estoques dados em garantia e mudança na base de avaliação com efeito relevante).

A verificação da exatidão dos estoques, bem como a elucidação de irregularidades e

repercussões tributárias que envolvem os estoques, são os objetivos da auditoria dos estoques.

As atividades envolvendo a área de estoques oferecem ao auditor excelentes oportunidades

para que desenvolva recomendações construtivas, visando sempre ao aprimoramento de

controles internos e redução de custos da empresa.

Para Ballou (2001, p. 503),

as auditorias são essenciais no sistema de estocagem, e que muitos ajustes nos registros de estoques são feitos devido ao esgotamento da demanda, ao reabastecimento, às devoluções e a obsolescência dos produtos, mas também que outros eventos podem provocar disparidade entre os registros no sistema e os estoques reais, tais como: roubo, devoluções de clientes, produtos danificados, erros em relatórios, erros de lançamentos entre outros.

Como forma de amenizar o problema é deve considerar a importância de se fazer uma

contagem periódica nos estoques para conseguir um melhor posicionamento, e que essa

contagem quando é feita durante todo o ano em um sistema de contagem cíclica traz

vantagens para identificação dos motivos dos erros, além de evitar que a operação seja

interrompida para que sejam contados todos os itens.

Conforme Sá (2000, p.328) “o objeto importante de verificação dessa auditoria é o

estoque físico, existente, confrontando com os registros, quer na escrituração analítica, quer

no Razão Geral ou de Controle”.

Page 32: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

32

Na conferência do estoque deve-se verificar a quantidade informada no sistema em

relação à quantidade física nos locais destinados ao armazenamento dos materiais, com o

intuito de evitar localização errada de materiais.

2.6 CUIDADOS DO AUDITOR E FRAUDES NOS ESTOQUES

Conforme Sá (2000, p.330), o auditor na prática terá oportunidade de verificar qual é a

maneira mais utilizada em fraudar em relação aos estoques. Algumas das fraudes principais

são:

a) Substituição das unidades dos estoques (exemplo: quilo por grama, grosa por dúzia, dúzia por par, caixa por peça). Assim procedendo, um almoxarife desonesto pode receber 100 quilos de chumbo, vender 99 quilos e 900 gramas e dar entrada em 100 gramas em vez de 100 quilos. b) Alteração no critério de avaliação, assim, por exemplo, receber uma peça que vale 1.000 e dar entrada por 10. c) Obtenção de materiais por empréstimo ou em demonstração apenas para serem computados na ocasião em que o auditor estiver realizando os levantamentos, devolvendo-os depois aos remetentes. d) Extração falsa de requisição. O almoxarife, vendo-se fiscalizado, para suprir a falta existente emite à última hora uma requisição, falsificando as assinaturas dos requisitantes e dando baixa no estoque. e) Extravio de registros de estoques. O almoxarife desonesto emite o registro de seu interesse, evitando a fiscalização. f) Omissão de entradas nas devoluções. Quando também só há registro no almoxarifado, o almoxarife omite as entradas das peças devolvidas e com isto fica com elas á sua disposição para vender ou lhes dar qualquer outro destino. g) Troca de artigos novos por artigos usados.

Como exemplo, podemos citar um almoxarife que tenha relações com fornecedores, e

este pode desviar uma peça de valor, vendendo-a, na verificação dos auditores, apela para sua

amizade com o fornecedor e obtém por empréstimo, outra peça que é colocada no estoque. O

auditor confere e acha tudo certo, depois o almoxarife devolve a peça e a falta continua. Esta

manobra é muitas vezes cometida com a cumplicidade de colegas da empresa, que fazem

retornar ao almoxarifado peças descarregadas.

Page 33: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

33

Ainda podem ser apontadas outras fraudes que se verificam na prática, porém quase

sempre dentro dos mesmos princípios.

A auditoria interna deve adquirir ou restabelecer conhecimentos sobre a empresa para

que possa planejar e efetuar seu exame nos estoques de acordo com as normas de auditoria

geralmente aceitas.

No almoxarifado, deve-se ter especial atenção em relação aos ajustes em demasia e

diferenças em contagens de estoques, itens de inventário que pareçam não estar sendo

movimentados há algum tempo, interesses particulares de funcionários nas contagens dos

estoques, entre outros.

A detecção de fraudes não é tarefa simples de se realizar, até porque pessoas que

esquematizam fraudes normalmente são pessoas muito inteligentes e que tentam preservar-se

de quaisquer suspeita, utilizando-se, para tal fim, de vários meios, inclusive as facilidades que

a tecnologia trás. Em contrapartida a detecção do erro que é mais simples, porque o erro vem

sempre seguido de falhas, ficando evidente que houve o erro devido à ignorância por parte de

quem efetuou ou desenvolveu.

2.7 FRAUDES E CONIVÊNCIA NA GESTÃO OPERACIONAL DA EMPRESA

Conforme Gil (1999, p.22), “fraude compreende ação intencional e prejudicial a ativo

intangível de posse de pessoa física ou jurídica e conivência implica a não-adoção de atitude

de um evento, potencial ou vigente, agressivo a ativo intangível organizacional”.

As empresas estão cada vez mais preocupadas com as fraudes por esse motivo

implementam códigos de ética e de conduta.

Para Gil (1999, p.52), a empresa deve tomar as seguintes medidas de segurança em

ações criminosas de roubo, furtos ou fraudes:

Page 34: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

34

a) Identificar as facilidades para esses tipos de ação criminosa, via análise de vulnerabilidades de sistemas de informações e de práticas ou processos de operacionalização das linhas de negócio; b) Estabelecer medidas para controle periódico desses eventos, por meio de cada área empresarial, segurança e auditoria. Essas medidas são: segregação de funções, rodízio de pessoal, infiltração de profissionais para detectar esquemas de quadrilha. c) O método preventivo mais adequado é o rigor na seleção de pessoal; d) Medidas de vigilância, de segurança eletrônica, de controle de acessos, de realização de auditorias e inventários, fiscalização do fluxo de materiais, produtos e serviços, controle da elaboração de documentação contábil-financeira. e) Contratação de seguro deve ser efetuada sempre que as possibilidades de ocorrência dessas ameaças justifiquem.

Essas providências usadas de forma integrada resultam em enorme diminuição do

risco e algumas vezes em desagradáveis surpresas. As fases de conivência na gestão da

empresa estão demonstradas no quadro abaixo:

Quadro 3 – Ciclo de vida da fraude consoante a visão do agente fraudador. Gil (1999, p.24).

Conforme o quadro 3 a acuracidade dos estoques pode estar comprometida devido a

vários fatores, sendo um deles a fragilidade do setor de segurança patrimonial ou a

inexistência da área de auditoria interna. As atitudes realizadas pelos colaborares em

decorrência de eventos fora da normalidade serão decisivas para seu enquadramento ou não

como coniventes.

FASE 4

Conseqüências da Fraude ou Conivência: - Caracterização dos prejuízos das vítimas - Adoção de medidas corretivas para punição de fraudadores ou coniventes

FASE 3

Lógica das Fraudes ou Conivência: - Seqüência de atividades executadas para concretização da fraude ou conivência que não foram evitadas ou flagradas por medidas preventivas ou detectivas

FASE 1

Motivação para Fraudes e Conivência - Satisfação com as fraudes e conivência - Aposta em não ser descoberto - Expectativa de impunidade

FASE 2

Causas das Fraudes ou Conivência: - Inexistência, fragilidade ou inadequação de medidas preventivas e detectivas.

Page 35: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

35

De acordo com Gil (1999, p.47), segue abaixo os parâmetros de sensibilidade para

efeito de verificação se está acontecendo alguma das situações em seu ambiente de trabalho:

a) Ocorrência de erros sistemáticos ou cíclicos em sua área de atuação ou em procedimentos e documentos tratados pelo colaborador. b) Omissões, sem uma forte justificativa, de práticas operacionais e de controle recomendadas em manuais ou consideradas como integrantes da cultura organizacional. c) Falta ou inexistência, sem uma explicação plausível, de procedimentos de controle e operacionais. d) Falta ou inexistência de responsável por controles de transações e operações fora de limites de normalidade. e) Não-apuração de totais de controle com diferenças. f) Não-adoção de atitude pró-ativa via monitoração, diante de operações com características de excepcionalidade. g) Não cumprimento de práticas de emissão de relatório de atividades com registros acerca do funcionamento das áreas empresariais.

Nos últimos anos os casos de fraudes têm ocupado os meios de comunicação, o que

pode contribuir para esta situação é a velocidade das mudanças no ambiente organizacional e

os controles internos não estarem conseguindo acompanhar a mesma velocidade, aumentando

assim o potencial de práticas de atos ilícitos. Por outro lado, o avanço tecnológico contribui

para a informatização, possibilitando melhoria na detecção das fraudes.

Para Gil (1999, p.48), estabelece o âmbito da discussão da fraude e da conivência

empresarial que deve ser aplicado em simulações e fraudes com estudo de:

a) Situações de risco: em que momentos, nas áreas e linhas de negócios organizacionais, a fraude tem maior possibilidade de ocorrência e seus efeitos são mais nefastos. b) Lógica do sistema de controle: quais os controles lógicos vigentes para prevenir e detectar as ameaças a essas situações de risco. c) Falhas prováveis no sistema de controle: que controles lógicos têm maior risco de não funcionar. d) Controles alternativos: quais controles são alternativos e vigentes em situação de duplicidade para prevenir falhas na lógica do sistema de controle. e) Motivação potencial do fraudador/conivente: que fatores movem uma pessoa ou organização a cometer fraude ou a ser conivente contra nossa organização. f) Lógica da agressão: de que forma ou como agressores e coniventes atuariam para perpetuar um ato agressivo/doloso contra ativos intangíveis críticos das áreas empresariais referenciadas. g) Aposta do agente agressor ou conivente por que agentes agressores e coniventes acreditam que terão sucesso em sua empreitada fraudulenta.

A simulação e o treinamento via estudo de casos de eventos de fraudes nas áreas

empresariais é uma medida preventiva que deve ser praticada anualmente pelas organizações.

Page 36: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

36

As empresas devem apontar modos de tornar os sistemas organizacionais mais

confiáveis e éticos, orientando os administradores a atuarem com mais responsabilidade ética.

2.8 MÉTODOS DE VALORIZAÇÃO DOS ESTOQUES

A utilização adequada dos recursos disponíveis, a fim de obter maior produtividade

visando a alcançar os objetivos estabelecidos, está cada vez mais sendo buscada. Em um

ambiente altamente turbulento, não mais se admite obter eficácia a custa de recursos

inadequadamente empregados.

Conforme Almeida (1996, p. 180), após estabelecer a forma de alocação de custos, o

segundo passo é valorizar as quantidades que ficam nas contas de estoques e as que saem

dessas contas. Esse problema torna-se mais complexo quando a empresa compra ou produz

estoques a preços unitários diferentes. Os métodos mais utilizados são os seguintes:

a) Identificação específica: por esse método é identificado o custo incorrido individualmente de cada unidade. Ele é utilizado principalmente em empresas que trabalham sob o regime de encomenda. Na maioria dos casos é economicamente inviável o emprego desse método; b) UEPS ou LIFO: nesse método, as quantidades que ficam em estoques são valorizadas pelos primeiros custos unitários e as que saem são valorizadas pelos últimos custos unitários; c) PEPS ou FIFO: por esse método as quantidades que ficam em estoques são valorizadas pelos últimos custos unitários e as que saem são valorizadas pelos primeiros custos unitários; d) Custo médio: por esse método as quantidades que ficam em estoque e as que saem são valorizadas pelo custo unitário médio de aquisição ou fabricação.

Com relação aos produtos em processo e acabados, o valor de mercado representa o

preço líquido de realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais

despesas para a venda e a margem de lucro.

Cabe informar ainda que, segundo o NPC 2 (1999, p.2) o custo da matéria-prima não

deverá ser reduzido ao custo de reposição, se este for mais baixo, nos casos em que o produto

final a ser fabricado com essa matéria-prima avaliada ao preço de custo proporcionar razoável

margem de lucro.

Page 37: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

37

A definição de mercado é muito polêmica, pois na prática a maioria das empresas tem

interpretado a palavra mercado como custo de reposição para as matérias-primas e preço de

venda, deduzido das demais despesas necessárias para realizar a venda (despesas com vendas

e impostos), para os produtos acabados e em processo (deve ser estimado o custo para

completar).

Esse procedimento tem certa lógica, já que o princípio contábil é a realização dos

custos dos estoques. Então, nada mais coerente do que considerar apenas o dinheiro que vai

entrar no disponível da empresa como definição do termo mercado.

2.9 INVENTÁRIO FÍSICO

De acordo com Vertes (1983, p.44) “o inventário é a relação de todos os valores

patrimoniais ativos e passivos, em um dado instante, em que os elementos são determinados,

descritos, classificados, mensurados e avaliados, com a finalidade de dar a conhecer a

situação real econômica e o patrimônio líquido da entidade”.

O inventário físico é o instrumento de controle que serve para a verificação dos saldos

de estoques nos almoxarifados, depósitos, terceiros e no processo de fabricação.

Para Arend e Greco (2001, p.173) “o inventário nas empresas industriais é o

levantamento dos estoques de matérias-primas, produtos elaborados e em elaboração”.

Essas informações do inventário são integrantes dos procedimentos para a elaboração

de balanços e apuração dos resultados das pessoas jurídicas.

Para Junior (2004, p.1), em sistemas logísticos, os inventários são mantidos para:

a) Melhorar o serviço ao cliente: dando suporte a área de marketing, que ao criar demanda precisa de material disponível para concretizar vendas; b) Economia de escala: os custos são tipicamente menores quando o produto é fabricado continuamente e em quantidades constantes. c) Proteção contra mudanças de preços em tempo de inflação alta: um alto volume de compras minimiza o impacto do aumento de preços pelos fornecedores. d) Proteção contra incertezas na demanda e no tempo de entrega: considera o problema que advém aos sistemas logísticos quanto tanto o comportamento da

Page 38: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

38

demanda dos clientes quanto o tempo de entrega dos fornecedores não são perfeitamente conhecidos, ou seja, para atender os clientes são necessários estoques de segurança. e) Proteção contra contingências: proteger a empresa contra greves, incêndios, inundações, instabilidades políticas e outras variáveis exógenas que podem criar problemas. O risco diminuiria com a manutenção de estoques.

Atender aos clientes na hora certa, com a qualidade certa e requerida, tem sido o

objetivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e presteza na distribuição das mercadorias

assumem cada vez mais um papel preponderante na obtenção de uma vantagem competitiva.

Além disso, os estoques também podem ser usados nas negociações de preços como os

fornecedores.

Para Martins e Alt (2004, p.156) “o inventário físico consiste na contagem física dos

itens de estoque”. Caso haja diferenças entre o inventário físico e os registros do controle de

estoques, devem ser feitos os ajustes conforme recomendações contábeis e tributárias.

O controle que deve ser feito em qualquer organização para auxiliar o fluxo de caixa é

o referente aos inventários. Inventário em excesso significa gastar dinheiro à toa, arcar com

um custo que não traz benefício algum. Qualquer custo, seja ele relacionado a produção, à

administração de materiais ou simplesmente ao inventário, pode ser reduzido se for bem

gerenciado.

Para Almeida (1996, p.182) “o inventário físico representa um procedimento de

controle que visa apurar as responsabilidades das pessoas que custodiam bens da empresa”.

Se os recursos mais utilizados, como ativos fixos, mão de obra e energia forem bem

administrados, o produto ganhará em qualidade, e o custo total final será menor. Mudanças

excessivas em ordens de produção acabam por gerar retrabalho, e é uma forma clara de

desperdício, fazendo com que os gastos de produção subam e conseqüentemente impactem no

custo do produto.

A realização de uma reunião de fechamento do inventário é importante para repassar

as informações de acuracidade nos controles dos estoques para todas as áreas envolvidas.

Page 39: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

39

2.10 REDUÇÃO DE ESTOQUES

Para Martins e Alt (2004, p.161) “a tentativa constante e incansável dos gerentes de

reduzir os estoques, sejam de matéria-prima, de produtos em processos ou de produtos

acabados, tem levado ao desenvolvimento de novas técnicas de administração e até mesmo a

novas filosofias gerenciais”. O fato de considerar os estoques como um desperdício levou os

japoneses a desenvolver técnicas do Just-in-time com a utilização de cartões Kanban. As

aplicações do Just-in-time são tão amplas e importantes que acabam tornando-se uma filosofia

gerencial.

No outro extremo da cadeia produtiva estão os estoques de produtos acabados. Para

diminuí-los ao máximo, a empresa deve contar com um esquema de distribuição altamente

eficaz, que é um dos objetivos da logística empresarial.

Dentro do processo produtivo, os estoques em processo podem ser reduzidos com a

utilização de células de manufatura, produção sincronizada e teoria das restrições.

De acordo com Rosa (2003, p.171) para chegar a uma quantidade adequada de estoque

mínimo economicamente viável, que atenda aos clientes internos do almoxarifado, há várias

fórmulas. No caso industrial, é preciso analisar algumas condições prévias. O almoxarifado

tem todas as ferramentas para bem calcular a quantidade de estoque mínimo e a primeira delas

é concluir qual a demanda média do material. A seguir segue algumas considerações sobre

demanda:

a) A demanda média implica algumas considerações preliminares. A primeira é saber qual a garantia do item para o consumo interno, ou seja, determinados itens estratégicos, insubstituíveis, vitais para os diversos estágios de produção, que não tem fornecedores imediatos ou de custo alto. b) Prazo de entrega: o prazo de entrega do material constitui a segunda variável a integrar o estoque mínimo. O departamento de compras definirá para o almoxarifado o prazo de entrega dos itens de estoque, contado desde o aceite da ordem de compra pelo fornecedor, até a chegada do material ao almoxarifado, para conferência e recebimento.

Page 40: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

40

c) Ponto de pedido: para definir o momento exato para a solicitação de material, é indispensável ter o domínio do consumo normal da mercadoria, que pode ser levantado pelo almoxarife verificando as fichas de movimentação, por via eletrônica ou qualquer outro meio existente, desde que configure a realidade efetiva de consumo. A fórmula para o cálculo do ponto do pedido é: PP= (C x TR) + ES, onde: PP = ponto de pedido, C = consumo do item, TR = tempo de reposição, ES = estoque de segurança. d) Custo do pedido: o custo do pedido tem muito a ver com compras e também com o almoxarifado, pois a questão resume-se ao seguinte: maior emissão de ordens de compra, maior o custo de compras e menor o custo de estoques; menor emissão de ordens de compras, menor o custo de compras e maior o custo de estoques. É mais interessante que o custo de compra seja maior em relação ao custo de estoque.

A redução de estoques matéria-prima é derivada de uma maior freqüência de entregas

de material para linha de produção, podendo levar em alguns casos à eliminação dos

almoxarifados centrais.

Segundo Pozo (2002, p. 38), “se os estoques forem mínimos a empresa pode usar esse

capital não para especular no sistema financeiro e estagnar, mas para aprimorar seus

recursos”. Não obstante, nível de estoque muito baixo pode ser um fator de extremo risco para

a organização, sendo que pode ocasionar a ruptura dos estoques, a qual reflete em parada na

produção, e consequentemente em atraso de entregas e em insatisfação e perda de clientes.

Sabe-se que altos níveis de estoque significam segurança para o setor de produção,

porém os mesmos acarretam exacerbados custos, tanto de armazenagem, como custo do

capital investido, custos para o controle, bem como despesas com o pessoal encarregado.

Conforme Veríssimo e Musetti (2003, p.26) “é possível a redução de estoques, a

otimização da movimentação e da utilização do armazém, o atendimento rápido ao cliente e à

linha produtiva, a redução do índice de material obsoleto, precisão e acuracidade das

informações”.

Com estas possibilidades ocorrem a diminuição dos custos, a melhoria da integração

do processo de armazenagem com os demais processos da organização e a melhoria do

atendimento ao cliente.

Para Simchi-Levi et al. (2003),

Page 41: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

41

as empresas têm necessidade de manter estoque porque precisam proteger-se contra mudanças inesperadas e situações de incertezas. Os autores consideram dois aspectos importantes no gerenciamento de estoque: a) Previsão de demanda; b) Cálculo das quantidades de pedidos de reposição de estoques.

As empresas industriais geralmente trabalham com estoque de segurança baseado na

média de consumo dos materiais. O ressuprimento deve ocorrer quando a quantidade

disponível em estoque está abaixo do nível de estoque de segurança do item.

De acordo com Ohno (1997, p.44) “no sistema Toyota de Produção, o método de

trabalho utilizado para atingir o Just-in-time é o Kanban”. O kanban impede totalmente a

superprodução, como resultado, não há necessidade de estoque extra e não há necessidade de

depósito. No quadro a seguir, será demonstrado, as funções e regras de utilização do kanban:

Funções do Kanban Regras para Utilização

1) Fornecer informação sobre apanhar ou transportar

1) O processo subseqüente apanha o número de itens indicados pelo “kanban” no processo precedente

2) Fornecer informação sobre a produção 2) O processo inicial produz itens na quantidade e seqüência indicadas pelo “kanban”.

3) Impedir a superprodução e o transporte excessivo 3) Nenhum item é produzido ou transportado sem um “kanban”.

4) Servir como ordem de fabricação afixada às mercadorias 4) Serve para afixar uma “kanban” às mercadorias.

5) Impedir produtos defeituosos pela identificação do processo que os produz.

5) Produtos defeituosos não são enviados para o processo seguinte. O resultado são mercadorias 100% livres de defeitos.

Quadro 4 - O Sistema Toyota de Produção – Fonte: Ohno (1997, p.45)

A redução gradual do número de kanban leva a redução no estoque. Isto faz com que

eles não tenham mais a função de amortecimento contra instabilidades de produção, em

conseqüência disso, destacam-se os processos com capacidade subutilizada gerando

anormalidades, facilitando a identificação para a realização de melhorias. A eficiência total

pode ser elevada concentrando-se nos pontos mais fracos.

Page 42: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

42

Segundo Shingo (1996, p.2), “um sistema kanban promove melhorias através da

evidência de situações anormais, ou seja, quando eles são retirados por falhas de máquinas ou

defeitos nos produtos”.

O objetivo do balanceamento da produção é fazer com que um processo produza a

mesma quantidade do processo precedente. Isso envolve o equilíbrio entre a quantidade de

produção e a capacidade de processamento, aonde um elemento relevante para a

sincronização da produção é o kanban.

Page 43: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

43

3 MÉTODO DE PESQUISA

Demonstra-se neste capítulo os resultados obtidos com o estudo exploratório e

investigatório da importância da acuracidade nos controles dos estoques para o equilíbrio

financeiro e maximização do lucro das empresas industriais de Joinville.

3.1 DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA DE PESQUISA

O estudo exploratório feito por meio de investigação tem o objetivo de verificar a

atitude das empresas industriais de Joinville em relação a acuracidade dos estoque. A

metodologia aplicada pode contribuir para a aquisição de conhecimento e reunião de

experiências nessa área.

Conforme Richardson (1999, p.16), “a pesquisa nas Ciências Sociais não pode excluir

de seu trabalho a reflexão sobre o contexto conceitual, histórico e social que forma um

horizonte mais amplo, dentro do qual as pesquisas isoladas obtêm o seu sentido”.

A pesquisa é um trabalho de processo não totalmente controlável ou previsível, por

esse motivo ao adotar uma metodologia significa escolher um caminho, um percurso global.

O percurso, muitas vezes, requer ser reinventado a cada etapa, precisa-se então, não

somente de regras e sim de muita criatividade e imaginação.

3.2 PLANEJAMENTO DE PESQUISA

A preocupação com o embasamento teórico verifica-se no segundo capítulo que

descreve a importância da acuracidade nos controles dos estoques para o equilíbrio financeiro

e a maximização do lucro das empresas industriais de Joinville.

Page 44: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

44

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Dentro do amplo universo de empresas industriais de Joinville a pesquisa feita trata da

importância da acuracidade nos controles dos estoques. Para tanto foram selecionadas

amostras que tenham as seguintes características: a) empresas industriais instaladas na cidade

de Joinville – SC e b) faturamento anual maior que R$ 100.000 milhões (Reais).

A forma de delimitação das empresas utilizadas na pesquisa de campo baseia-se em

informações da Acij. A Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), que com 97 anos de

existência, é uma das entidades de maior representação e força no município e mesmo no

Estado de Santa Catarina. A ACIJ tem por objetivo maior o fortalecimento das empresas da

região, através de um trabalho que visa o desenvolvimento da economia como forma de

melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da comunidade onde se insere.

3.4 INSTRUMENTO

Conforme Mattar (1999, p.220), “o instrumento de coleta de dados é o documento

onde as perguntas e questões são apresentadas aos respondentes e são registrados as respostas

e dados obtidos”.

A pesquisa utilizou o questionário como instrumento de coleta de dados.

3.5 COLETA DOS DADOS

A coleta de dados realizou-se por e-mail, contato telefônico e pessoal, a tabela 1

demonstra o número de pesquisas enviadas. A forma de envio e coleta de dados por e-mail

totalizou 20 questionários, das quais foram respondidos 11 questionários que foram validados

Page 45: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

45

para a pesquisa. Por contato telefônico foram feitos 2 questionários e 2 questionários

respondidos e validados.

Forma de envio e coleta ENVIADAS RESPONDIDAS VALIDADAS

E-MAIL 20 11 11

CONTATO TELEFÔNICO 2 2 2

TOTAL 22 13 13

Quadro 5 – Formas de envio e coleta de dados Fonte: Dados da pesquisa

Para a compilação e apresentação dos dados da pesquisa utilizou-se a planilha

eletrônica Microsoft Excel versão 2003.

3.6 LIMITE DA PESQUISA

O estudo exploratório deste trabalho pretende levantar algumas hipóteses baseadas na

coleta de dados realizados por intermédio de um questionário pré-elaborado. Este instrumento

baseado na revisão de literatura levantou a escala de atitudes dos sujeitos-tipos que

representam a amostra válida da pesquisa.

O estudo tão somente verifica alguns efeitos causados pela falta de acuracidade nos

controles dos estoques, não se estabelece uma correlação entre a falta e a importância da

acuracidade nos controles dos estoques.

Diante das limitações apresentadas, os resultados obtidos pela pesquisa não podem ser

generalizados para todas as empresas industriais de Joinville. A pesquisa tão somente

demonstra a importância da acuracidade nos controles dos estoques. Esta condição pode servir

de base para pesquisas que possam realmente testar as hipóteses sugeridas pelo estudo

exploratório.

Page 46: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

46

4 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS

As informações seguintes apresentam os resultados obtidos na análise comparativa

entre os questionários que foram respondidos pelas empresas relacionadas na amostra da

pesquisa.

Para cada pergunta do questionário de pesquisa consta as respostas tabuladas

estatisticamente.

Neste tópico são demonstrados os resultados da pesquisa distribuídos conforme a

forma do questionário e servem para verificação das considerações do estudo realizado.

Na descrição dos resultados da pesquisa são verificados e levantados quais os motivos

da falta de acuracidade nos controles dos estoques das empresas industriais de Joinville. Para

ilustrar estas descrições são apresentados gráficos da compilação dos dados da pesquisa

4.1 Análise sobre as diferenças de estoques

A pergunta aplicada no questionário de pesquisa sobre essa análise é a seguinte: as

diferenças de estoque são analisadas pelas áreas de: ( ) Almoxarifado, ( ) Planejamento e

Controle de Produção, ( ) Auditoria Interna, ( ) Auditoria Externa, ( ) Outros.

O resultado obtido após análise comparativa entre os questionários respondidos indica

que 25% apontam o Almoxarifado, 21% o PCP, 21% a Auditoria Interna, 18% Outros e 14%

a Auditoria Externa.

Page 47: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

47

As diferenças de estoque são analisadas pelas áreas de:

Almoxarifado

26%

PCP

21%Auditoria

Interna

21%

Auditoria

Externa

14%

Outros

18%

Figura 2 – Análise sobre as diferenças de estoques Fonte: Dados da Pesquisa.

4.2 Análise da responsabilidade pelos almoxarifados

Na aplicação do questionário foi avaliado: quem é responsável por todos os

almoxarifados? ( ) Gerente de Fábrica, ( ) Supervisor de Almoxarifado, ( ) Supervisor do

Planejamento e Controle de Produção e ( ) Outros.

Para essa pergunta seguem os resultados: 38% indicam Gerente de Fábrica, 31%

Supervisor de Almoxarifado, 23% Outros e 8% Supervisor de Planejamento e Controle de

Produção.

Quem é responsável por todos os almoxarifados?

Outros

23%Gerente de

Fábrica

38%

Supervisor de

Almoxarifado

31%

Supervisor de

Planejamento e

Controle de

Produção

8%

Figura 3 – Análise da responsabilidade pelos almoxarifados Fonte: Dados da Pesquisa.

Page 48: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

48

4.3 Análise do transporte de material

Na pesquisa de campo foi questionado o seguinte: existe transporte de material do

almoxarifado até a linha de produção da empresa?

Em 77% das empresas industriais de Joinville que responderam o questionário existe

transporte de material do almoxarifado até a linha de produção e para 23% não existe

transporte.

Existe transporte de material do almoxarifado até a linha de produção da empresa?

Sim

77%

Não

23%

Figura 4 – Análise do transporte de material Fonte: Dados da Pesquisa.

4.4 Análise da importância da acuracidade

Uma outra abordagem da pesquisa foi: os funcionários usuários do estoque conhecem

sobre a importância da acuracidade nos controles dos estoques?

Conforme resultado da pesquisa, para 77% das empresas industriais de Joinville, os

funcionários usuários do estoque conhecem sobre a importância da acuracidade nos controles

dos estoques e 23% não conhecem sobre essa importância.

Page 49: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

49

Os funcionários usuários do estoque, conhecem a importância da acuracidade nos controles dos

estoques?

Sim

92%

Não

8%

Figura 5 – Análise da importância da acuracidade Fonte: Dados da Pesquisa.

4.5 Análise da identificação de materiais

Na pesquisa de campo foi questionado o seguinte: a empresa possui problema de

identificação de materiais, com preenchimento incorreto da ficha de identificação?

Conforme o resultado da pesquisa 69% indicaram que não possuem problema de

identificação de materiais e 31% indicaram que possuem problema de identificação de

materiais.

A empresa possui problema de identificação de materiais, com preenchimento incorreto da ficha

de identificação?

Não

69%

Sim

31%

Figura 6 – Análise da identificação de materiais Fonte: Dados da Pesquisa.

Page 50: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

50

4.6 Análise da estocagem de material

Para a análise da estocagem de material, a pergunta foi: a empresa possui material

estocado fora do almoxarifado?

Conforme o resultado da pesquisa 69% indicaram que possuem material estocado fora

do almoxarifado e 31% indicaram que não possuem material estocado fora do almoxarifado.

A empresa possui material estocado fora do almoxarifado?

Não

31%

Sim

69%

Figura 7 – Análise da estocagem de material Fonte: Dados da Pesquisa.

4.7 Análise sobre as ferramentas de segurança

No questionário da pesquisa, a análise sobre as ferramentas de pesquisa foi feita pela

pergunta: a empresa possui alarmes, câmeras e vigilantes nos almoxarifados?

Conforme o resultado da pesquisa 69% das empresas utilizam ferramentas de

segurança e 31% não utilizam.

Page 51: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

51

A empresa possui alarmes, câmeras e vigilantes nos almoxarifados?

Sim

69%

Não

31%

Figura 8 – Análise sobre as ferramentas de segurança Fonte: Dados da Pesquisa.

4.8 Análise da socialização dos resultados dos inventários

Para esta questão, temos: a empresa após o inventário realiza uma reunião de

apresentação dos resultados com todos os envolvidos no processo?

Conforme o resultado da pesquisa 92% das empresas reúnem-se com os envolvidos no

processo para apresentar os resultados do inventário e 8% não apresentam os resultados do

inventário.

A empresa após o inventário realiza uma reunião de apresentação dos resultados com todos os

envolvidos no processo?

Não

8%

Sim

92%

Figura 9 – Análise da socialização dos resultados dos inventários Fonte: Dados da Pesquisa.

Page 52: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

52

4.9 Análise da periodicidade dos inventários

O seguinte questionamento foi abordado no questionário: O inventário é realizado?

( ) Semestralmente, ( ) Anualmente e ( ) Outros.

Conforme o resultado da pesquisa 92% das empresas reúnem-se com os envolvidos no

processo para apresentar os resultados do inventário e 8% não apresentam os resultados do

inventário.

O inventário é realizado?

Outros

40%

Anualmente

33%

Semestralmente

27%

Figura 10 – Análise da periodicidade dos inventários Fonte: Dados da Pesquisa.

4.10 Análise dos procedimentos internos para entrada e saída de material do almoxarifado

Para está análise, foi solicitado respostas para a seguinte questão: a empresa possui

normas de procedimentos internas para entrada e saída de material do almoxarifado?

Conforme o resultado da pesquisa 100% das empresas possuem normas de

procedimentos internas para entrada e saída de material do almoxarifado.

Page 53: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

53

A empresa possui normas de procedimentos internas para entrada e saída de material do

almoxarifado?

Sim

100%

Figura 11 – Análise dos procedimentos internos para entrada e saída de material do almoxarifado. Fonte: Dados da Pesquisa.

4.11 Análise da disponibilização de informações nos controles dos estoques

A pergunta incluída no questionário para avaliar a disponibilização de informações

nos controles dos estoques, foi a seguinte: as informações do controle de estoque são

disponibilizadas a outras áreas usuárias, para auxílio na tomada de decisões?

Conforme o resultado da pesquisa 77% das empresas disponibilizam as informações

do controle de estoque para outras áreas e 23% não disponibilizam essas informações.

As informações de controles de estoques são disponibilizadas à outras áreas usuárias, para

auxílio na tomada de decisões?

Não

23%

Sim

77%

Figura 12 – Análise da disponibilização das informações dos controles dos estoques. Fonte: Dados da Pesquisa.

Page 54: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

54

4.12 Análise do suprimento de material

A seguinte pergunta foi abordada na pesquisa: o controle dos estoques assegura o

suprimento de material as necessidades da empresa?

Conforme o resultado da pesquisa 100% das empresas o controle dos estoques

assegura o suprimento de material.

O controle dos estoques assegura o suprimento de materiais às necessidades da empresa?

Sim

100%

Figura 13 – Análise do suprimento de material Fonte: Dados da Pesquisa.

4.13 Análise de possíveis ações dos estoques obsoletos

O seguinte questionamento foi abordado na pesquisa para tratar da análise de possíveis

ações dos estoques obsoletos: a empresa realiza análises dos estoques obsoletos e promove o

aproveitamento ou destinação desses itens?

Conforme o resultado da pesquisa 100% das empresas realizam análises dos estoques

obsoletos e promovem o aproveitamento ou destinação desses itens.

Page 55: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

55

A empresa realiza análises dos estoques obsoletos e promove o aproveitamento ou

destinação desses itens?

Sim

100%

Figura 14 – Análise das possíveis ações dos estoques obsoletos Fonte: Dados da Pesquisa.

4.14 Análise de possíveis ações para melhora da acuracidade dos controles dos estoques

O seguinte questionamento foi abordado na pesquisa: quais as ações que estão sendo

implementadas na empresa para melhora da acuracidade dos controles dos estoques?

Exatamente como os responsáveis pelos controles dos estoques responderam à

pesquisa, segue as ações propostas:

a) Atualizando os sistemas de manejo e controle dos estoques, dentro do sistema ERP;

b) Separar materiais de pouco giro dos demais materiais;

c) Implantação de mais itens Kanban;

d) Programação correta do PCP, para ter somente o necessário;

e) Verificar o destino dos materiais obsoletos;

f) Inventários com periodicidade mais curta para determinadas áreas, como peças fabricadas

internamente;

g) Através da implantação de sistemas com leitores (WmS);

h) Treinamento com os funcionários sobre a importância da acuracidade;

i) Alteração dos campos das fichas de identificação;

Page 56: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

56

j) PVC para fixação das fichas de identificação nas caixas de material;

l) Banner sobre informações dos campos das novas fichas de identificação;

m) Cada vez mais as empresas investem em equipamentos de vigilância, bem como no

treinamento adequado de seus funcionários para que a parte física dos estoques existentes

corresponda com aquela que o sistema demonstra;

n) Mudanças no procedimento de inventário, sendo mais rígido. Algumas empresas estão

mudando para trabalhar por projeto, portanto as peças são produzidas sob encomenda e

armazenadas por projeto, menos as peças comuns;

o) Auditoria de carga (caminhão);

p) Auditoria de rampa (separa o pedido para conferir) e leitor de saída de mercadorias

(Coletor);

q) Através de reuniões mensais para avaliações dos indicadores de desempenho de cada área;

r) Através do controle interno e treinamento aos funcionários;

s) Inventários cíclicos ou por amostragem dos principais itens.

4.15 Análise sobre a participação dos usuários na melhoria dos controles dos estoques

A primeira pergunta sobre essa análise foi: é solicitado informações ao grupo de

usuários dos estoques sobre a melhoria nos controles dos estoques?

Conforme o resultado da pesquisa 77% das empresas solicitam informações ao grupo

de usuários dos estoques e 23% não solicitam informações ao grupo de usuários.

Page 57: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

57

É solicitado informações ao grupo de usuários dos estoques sobre a melhoria dos controles de

estoques?

Sim

77%

Não

23%

Figura 15 – Análise sobre a participação dos usuários na melhoria nos controles dos estoques Fonte: Dados da Pesquisa.

Para as empresas que indicaram respostas positivas aplicou-se a segunda pergunta: de

que forma é feita essa solicitação?

Segue as respostas conforme retorno dos responsáveis pelos controles dos estoques:

a) Através de um programa de melhoria contínua nos processos, refletindo em indicadores de

pagamentos de bônus (PPR);

b) Através de reuniões mensais ou eventuais caso seja necessário, o grupo de estoques busca

constantemente a melhor alternativa para controlar e movimentar os materiais existentes na

empresa. Durante estas reuniões surgem idéias que depois de avaliadas são implementadas no

sentido de reduzir desperdícios, racionalizando os recursos humanos e tecnológicos. As

melhorias são constantes de acordo com as atividades e necessidade, revisão dos controles e

ou implantação de novos procedimento. Principalmente é apurado melhorias quando da

realização do inventário e constatado diferenças ocasionadas pela falta ou não atendimento

aos procedimentos e controles internos;

c) Programa sugestão de melhorias;

d) Através de reuniões mensais e sugestão individual;

e) A melhoria é constante, faz parte do dia-a-dia;

f) Através de avaliações dos indicadores de desempenho de cada área.

Page 58: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

58

4.16 Análise dos impactos causados pela inexistência de acurácia

Conforme os responsáveis pelos controles dos estoques, segue as respostas das

empresas industriais de Joinville que indicaram os seguintes impactos sobre a inexistência de

acurácia nos controles dos estoques:

a) Em não havendo acuracidade nos estoques, a empresa estará sujeita a

perder mercado, isso acontece por que uma eventual divergência pode comprometer

diretamento o capital de giro da empresa fazendo com que tenha que captar recursos externos,

o que aumenta o custo da operação, e se a empresa repassar isso ao consumidor final

perderá competitividade no mercado, se absorver os custos diminuirá o seu lucro.

b) Porém é através do controle efetivo dos estoques que a empresa pode apurar diversas falhas

nos controles internos e falta de procedimentos.

c) Na falta de controles efetivos e constantes, podem ocorrer todos os tipos de desvios,

fraudes, roubos e principalmente pode levar uma empresa a falência sem necessidade de

roubos ou fraudes. Basta a empresa não controlar e comprovar a veracidade das quantidade,

valores em estoque e principalmente a efetiva transformação em recursos financeiros

(disponibilidade em caixa).

d) A empresa muitas vezes preocupa-se apenas em controlar a quantidade existente

(inventário físico), deixa de implantar uma gestão efetiva e independente nos itens em

estoques.

e) Está gestão efetiva inicia desde a entrada do produto até a saída, é preciso que o gestor

tenha independência para informar a diretoria sobre a situação real dos estoque (política de

estoque, estoque sem giro, obsoleto, produção fora da demanda projetada, falta de estoque e

outros).

Page 59: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

59

f) Pode ser identificados desvios de recursos ou operações ilícitas (vendas sem nf), através da

apuração de estoque inicial mais compras menos vendas. Através desta simples matemática é

possível apurar possíveis irregularidades fiscais e ou gerenciais.

g) Infelizmente verifica-se que as empresas não estão tratando com a devida importância os

estoques, pois, observa-se a falta da efetiva gestão de estoque independente.

h) Constata-se que as empresas tem diretor ou gerente financeiro, mas são poucas ou raras as

empresas que tem diretor ou gerentes de estoques.

i) Este assunto devido a importância e relevância para as empresas é bastante longo, porém,

tenho a convicção de que é através da gestão efetiva de estoque que a empresa terá assegurado

os seus resultados econômicos e a sua instabilidade financeira.

j) Os indíces de liquidez (seca, geral, corrente) serão prejudicados.

l) O fato do estoque (valor) estar em desacordo com o físico pode ocasionar compras

desnecessárias no caso de estoque de matérias primas ou ainda o não atendimento adequado

ao cliente no caso de estoque de produtos acabados.

m) Com isto nossas vendas podem também ser prejudicadas em decorrência de nosso

atendimento inadequado.

n) Primeiramente facilidade maior de roubos, ( gerando prejuizos financeiros) outro fator é

distorções no custos, gerando com isso pagamento erroneos de impostos.

o) O principal impacto é a redução do lucro. Não havendo um controle eficaz dos estoques

consequentemente teremos um elevado gasto com o desperdício de materiais, que serão

lançados ao custo do produto. Desta forma, a atenção em relação ao estoque é de extrema

importância dentro da empresa para se alcançar uma eficiência de produção dentro da

empresa.

p) Aumento nos níveis de Estoques = Gerando desembolso desnecessário (fluxo de caixa)

q) Atraso nas entregas = Insatisfação do cliente.

Page 60: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

60

r) Aumento nos custos diretamente ligados ao processo logístico da empresa (pessoas, espaço

físico, etc).

s) Produz-se (ou compra-se) o que não se precisa (o sistema de estoque informa que não

existe o item no estoque, quando existe)

t) Perde-se no resultado financeiro, pois quando produzimos ou compramos mais do que o

necessário, inflamos o estoque e temos que buscar dinheiro no mercado, dinheiro este que o

cliente não remunera.

u) No resultado econômico, pode-se perder vendas, por não se ter no estoque o item

demandado pelo cliente ou então entregar em atrasos, o que implica em perda de credibilidade

e de vendas futuras.

Page 61: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

61

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo são apresentadas as conclusões e recomendações da pesquisa, assim

como são apontadas as direções mais promissoras para a continuidade de pesquisa nesta área

de estudo.

A presente monografia teve o objetivo de diagnosticar e desenvolver um estudo para

avaliação da importância da acuracidade nos controles dos estoques. Quanto ao marco

referencial, foi realizada uma extensiva e atualizada revisão bibliográfica abordando diversos

aspectos relacionados ao controle dos estoques.

Atualmente, o ritmo das indústrias de Joinville é ditado pela competitividade em uma

acirrada busca pela vantagem competitiva através da qualidade, do preço e prazo de entrega.

Neste cenário torna-se cada vez mais importante o ambiente fabril das empresas, onde

a redução dos custos e a flexibilização dos processos são uma questão de sobrevivência.

No trabalho, identificam-se por meio da pesquisa de campo com empresas industriais

de Joinville, novas técnicas de controle na melhoria da acuracidade nos estoques.

Algumas empresas pesquisadas valorizam os bons resultados da acuracidade nos

estoques para aumentar a responsabilidade e o comprometimento dos usuários, através de um

programa de melhoria contínua nos processos, refletindo em indicadores de pagamentos de

bônus.

Ficou constatado na pesquisa que saber administrar corretamente os estoques é uma

forma de evitar o comprometimento de recursos financeiros da empresa, além de atingir o

ponto de equilíbrio entre as compras, vendas, recebimento e estoques.

Mas é importante ressaltar que, o termo acuracidade é assunto de reuniões e

treinamentos nas empresas para todos os colaboradores, principalmente para almoxarifes e os

funcionários da área de produção.

Page 62: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

62

Dentre os resultados obtidos destaca-se a separação dos materiais com pouco giro dos

demais, a análise para o melhor aproveitamento e principalmente o histórico dessas

informações.

Avaliando os resultados do estudo, não é aconselhável o armazenamento no

almoxarifado de materiais que não constem nos registros do software de controle dos

estoques, pois dificulta os controles e também a tomada rápida de decisões.

Como recomendações para melhorias na acuracidade dos estoques, o almoxarifado

deve possuir condições para assegurar que o material adequado esteja em local correto quando

necessário, por meio da armazenagem de materiais, de acordo com normas adequadas

objetivando resguardar, além da preservação da qualidade, as exatas quantidades.

O recurso humano é o ponto chave na organização do almoxarifado, pois trata-se de

um dos maiores problemas aos recrutadores em admitir funcionários adequados para cada

função. A honestidade de um funcionário de almoxarifado deverá ser equivalente a um caixa

pagador de banco. Lealdade, confiança e disciplina são requisitos para os funcionários do

almoxarifado.

Há muito tempo atrás e até nos dias atuais, muitas empresas consideram o

almoxarifado como fundo de fábrica. Neste fundo de fábrica eram guardadas todas as sucatas,

tudo que era velho e fora de uso, e não havia uma característica específica de armazenamento

de materiais. Felizmente e para o bem destes, os grandes empresários deram maior

importância aos almoxarifados percebendo a sua importância dentro da empresa.

Para a maioria das empresas industriais, os estoques representam um dos ativos mais

expressivos da composição patrimonial.

Portanto, devem ser mantidos em bom estado, protegidos da ação do tempo, bem

como de ameaças menos naturais como furtos ou incêndios, conservados em boa ordem, para

que sejam facilmente localizados e mobilizados no momento de sua venda ou utilização.

Page 63: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

63

É ideal que as auditorias, tanto externa e interna, trabalhem de forma integrada,

aplicando programas de prevenção e testes. Não será recomendável a utilização apenas da

auditoria externa, pois mesmo que esta identifique um problema com estoques, dificilmente

seus profissionais saberão lidar com o problema, já que lhes faltam subsídios de perícia

contábil para trabalhar com caso judicial.

Como contribuição para trabalhos futuros, sugere-se estudos que envolvam a análise

das melhores técnicas de gestão de estoque que buscam reduzir ou eliminar as faltas e

excessos de produtos. As faltas geram perdas nas vendas, descontentamento nos clientes, e

enfraquecimento do negócio; já os excessos trazem transtornos e perdas, por vencimento do

prazo de validade, além de complicar o fluxo de caixa do negócio.

Com referência ao problema sobre as alternativas que estão sendo aplicadas nas

empresas industriais de Joinville, para o equilíbrio do resultado financeiro através da eficácia

da acuracidade dos estoques, a pesquisa identificou com o auxílio da fundamentação teórica e

com os resultados dos questionários, algumas alternativas válidas na visão das empresas

questionadas. Dentre elas destacam-se: a) implantação de mais itens de Kanban; b)

treinamento com os funcionários sobre a importância da acuracidade; c) auditoria de materiais

(entrada, estoques e saída) d) mudanças no procedimento de inventário, sendo mais rígido; e)

atualização dos sistemas de manejo e controle dos estoques, dentro do sistema ERP; f)

programação correta do PCP e g) verificar o destino dos materiais obsoletos.

O objetivo geral e principal do trabalho consistiu em apresentar um estudo de

alternativas para auxiliar na maximização do lucro sobre o capital investido em materiais,

através da melhoria contínua da acuracidade nos controles dos estoques. Com as repostas

obtidas nos questionários, pode-se afirmar que tal objetivo foi atingido, visto que a análise dos

dados coletados no questionário apresenta tais sugestões de alternativas na visão das empresas

inseridas na amostra.

Page 64: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

64

Ainda como complemento para atingir o objetivo geral, os objetivos específicos

apresentaram resultados que ajudam a confirmar as sugestões de alternativas de gestão para

controle dos estoques, com base na acurácia dos mesmos.

O objetivo específico de otimizar os investimentos em estoque também foi atingido.

Através da pesquisa de campo demonstrou-se a importância da gestão efetiva dos estoques.

Na busca pelo aumento do uso eficiente dos recursos das empresas, os responsáveis

pelos controles de estoques afirmam que estão preocupados com a política de estoques.

No objetivo específico que pretendia apresentar melhoria contínua nos controles

internos e na acurácia, a pesquisa apresentou várias ações que são utilizadas nas empresas

industriais de Joinville.

Para atingir a minimização da necessidade de capital investido, a sugestão é que as

empresas tenham um rígido controle sobre seu capital de giro.

Quanto ao objetivo de aumento de segurança nos locais de armazenamento dos

materiais, pôde-se concluir que as empresas estão aperfeiçoando suas ferramentas.

Esta pesquisa contribuiu para o autor, pois como colaborador da Docol Metais

Sanitários Ltda, exerce o cargo de auditor interno desde 2006. Entre as atribuições que vêm

exercendo nos últimos anos, está a de analisar informações e propor melhorias sobre a

acuracidade dos estoques. Trata-se de um tema de suma importância para o futuro profissional

de qualquer auditor interno.

Page 65: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

65

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Atlas, 1996. AREND, Lauro Roberto e GRECO, Alvísio Lahorgue. Contabilidade: teoria e prática básicas. 9. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2001. ARNOLD, J. R. Tony. Administração de Materiais. São Paulo: Atlas, 1999. BALLOU, Ronald H. Business Logistic Management. Upper Saddle River, Prentice Hall, 1998. BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2001. CHING, Hong Yuh. Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. CORRÊA, Henrique L.; GIANESIG. Irineu G. N.; CAON Mauro. Planejamento, programação e controle da produção. São Paulo: Atlas, 2001. DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais. São Paulo: Atlas, 1993. GASNIER, Daniel Georges. A Dinâmica dos Estoques: Guia prático para planejamento, gestão de materiais e logística. São Paulo: IMAM, 2002. GIL, Antonio de Loureiro. Como Evitar Fraudes, Pirataria e Conivência. São Paulo: Atlas, 1999. GIL, Antonio de Loureiro. Segurança Empresarial e Patrimonial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. KARDEC, A. & NASCIF, J.A. Manutenção – função estratégica. 2. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora Ltda., 2001. JUNIOR, Edson Dias Pereira. Cadeia de Abastecimentos. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/10160/. Acesso em: 29 mar. 2008. LEMES Júnior, Antonio Barbosa. RIGO, Cláudio Miessa. CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo. Administração Financeira Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. 6. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.

Page 66: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

66

MARTINS, Petrônio Garcia e ALT, Paulo Renato Campos. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2004. NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO. 2ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. NPC 2 - Pronunciamento Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - IBRACON nº 2 de 30/04/1999. OHNO, Taiichi. O Sistema Toyota de Produção. Bookman 1997. POZO, H. Adminstração de Recursos Materiais e Patrimoniais. 2 ed. São Paulo, Editora Atlas S. A., 2002. P. 138 – 163. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social Métodos e Técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. ROSA, Clóvis. Gestão de Almoxarifados. São Paulo: Edicta, 2003. ROSS, Stephen A; WESTERFIELD, Randolph W. BRADFORD D. Jordan. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1998. SÁ, Antonio Lopes. Curso de Auditoria. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2000. SANVICENTE, Antonio Zoratto. Administração Financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. SHINGO, S. (1996-2) – Sistema de Produção com Estoque-Zero: O Sistema Shingo para Melhorias Contínuas. Porto Alegre, Editora Bookman. SILVA, José Pereira da. Análise financeira das empresas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. SIMCHI-LEVI, David; KAMINSKY, Philip; SIMCHI-LEVI, Edith. Cadeia de suprimentos: projeto e gestão. Tradução: Marcelo Klippel. Porto Alegre: Bookman, 2003. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; HARLAND, C.; HARRISON, A.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1996. VERÍSSIMO, Nádia; MUSETTI, Marcel Andreotti. A tecnologia de informação na gestão de armazenagem. Anais eletrônicos do XXIII ENEGEP - Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Ouro Preto, 2003. VERTES, Dr. Alexandre. Iniciação a Dupla Contabilidade Geral. Edição Sulina. 5. ed. 1983. Revista Brasileira de Contabilidade. VIANA, João José. Administração de Materiais Um Enfoque Prático. São Paulo: Atlas, 2002.

Page 67: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

67

ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Á INDÚSTRIA

Sr.

Responsável pelos Controles dos Estoques.

A fim de complementar a pesquisa que visa analisar a acuracidade nos controles dos

estoques das indústrias de Joinville, e considerando que tal estudo se reveste de importância

para nossa pós-graduação, solicito colaboração no sentido de fornecer respostas ao

questionário a seguir.

Informo que os resultados desta pesquisa serão disponibilizados à V. Sa e que os

dados fornecidos serão tratados de forma agregada, comparativa e informativa, com todas as

indústrias de Joinville, sem citar o nome da empresa.

Agradeço antecipadamente sua atenção, e sua colaboração ajudará em muito ao

alcance de meus objetivos.

Joinville/SC 07 de março de 2008.

______________________________

ANDRÉ VALDIR DA SILVA Pós-graduando em Auditoria

Page 68: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

68

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

1°) As diferenças de estoque são analisadas pelas áreas de: ( ) Almoxarifado ( ) Planejamento e Controle de Produção ( ) Auditoria Interna ( ) Auditoria Externa ( ) Outros (Especificar:) __________________________________ 2°) Quem é responsável por todos os almoxarifados? ( ) Gerente de Fábrica ( ) Supervisor de Almoxarifado ( ) Supervisor do Planejamento e Controle de Produção ( ) Outros (Especificar:) __________________________________ 3°) Existe transporte de material do almoxarifado até a linha de produção da empresa? ( ) Sim ( ) Não 4°) Os funcionários usuários do estoque conhecem sobre a importância da acuracidade nos controles dos estoques? ( ) Sim ( ) Não 5°) A empresa possui problema de identificação de materiais, com preenchimento incorreto da ficha de identificação? ( ) Sim ( ) Não 6°) A empresa possui material estocado fora do almoxarifado? ( ) Sim ( ) Não 7°) A empresa possui alarmes, câmeras e vigilantes nos almoxarifados? ( ) Sim ( ) Não 8°) A empresa após o inventário realiza uma reunião de apresentação dos resultados com todos os envolvidos no processo? ( ) Sim ( ) Não 9°) O inventário é realizado? ( ) Semestralmente ( ) Anualmente ( ) Outros (Especificar:) ___________________ 10°) A empresa possui normas de procedimentos internas para entrada e saída de material do almoxarifado? ( ) Sim ( ) Não 11°) As informações do controle de estoque são disponibilizadas a outras áreas usuárias, para auxílio na tomada de decisões? ( ) Sim ( ) Não 12°) O controle dos estoques assegura o suprimento de material as necessidades da empresa. ( ) Sim ( ) Não

Page 69: Análise da Importância de Acuracidade nos Controles dos Estoques para o Equilíbrio Financeiro e a Maximização do Lucro das Empresas Industriais de Joinville 22-04-2008

69

13°) A empresa realiza análises dos estoques obsoletos e promove o aproveitamento ou destinação desses itens? ( ) Sim ( ) Não 14º) Quais as ações que estão sendo implementadas na empresa para melhora da acuracidade nos controles dos estoques? R: 15º) É solicitado informações ao grupo de usuários dos estoques sobre a melhoria nos controles dos estoques? ( ) Sim ( ) Não Caso a resposta anterior tenha sido positiva de que forma é feita essa solicitação? R: