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Anlise da viabilidade de um investimento para a aquisio de um carro zero quilmetro.

Andrades, Maicon Fonseca; Schau, Jorge Perossio.

RESUMO:Atualmente nota-se que uma quantidade relevante de pessoas assumem os riscos da atividade empresarial e realizam diversos financiamentos com o objetivo de adquirir bens materiais como automveis, casas e outros; mas nem sempre obtm sucesso, muitas vezes devido falta de informao e anlise do mercado acabam se endividando. Este trabalho tem como objetivo estudar e analisar o planejamento financeiro para a aquisio de um automvel zero quilmetro, comparando a ao de financiamento com a de investimento em poupana, avaliando sua viabilidade, alm de provar que o conhecimento do mercado determinante para a operao financeira; fundamental analisar as possibilidades de sucesso ou no do empreendimento. Por esta razo, busca-se neste trabalho analisar os fatores determinantes na avaliao das reais chances de sucesso para esta iniciativa baseadas na elaborao de planos para a aquisio do veculo. Em um primeiro momento so reunidas informaes sobre o veculo desejado bem como os planos de negcios dos bancos e agncias financiadoras para as anlises e projees de seu investimento inicial; pois, por falta de estudo e erros de avaliao, muitos negcios acabam gerando enormes prejuzos para o investidor. Por ser tratar de uma atividade de risco, as operaes passivas de quem investe no podem ultrapassar absurdamente o limite de capital disponvel. Presume-se que o cliente deseja financiar o valor total do veculo em no mximo 36 vezes, desse modo calculam-se os valores a serem pagos em cada perodo correspondente atravs do sistema composto de capitalizao. Palavras chave: financiamento; poupana; perodo; juros; depreciao.

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I.

INTRODUO:

Em funo das caractersticas do estilo de vida moderno, o automvel deixou de ser um item de status para tornar-se um objeto necessrio no dia-a-dia. O carro necessrio para o trabalho, deslocamento para escolas, passeio de frias e atividades cotidianas. Essas necessidades fizeram com que o nmero de veculos explodisse nas ruas do pas. Mas comprar um carro a vista no primeira opo para boa parte das pessoas, ento o financiamento de veculos aparece como alternativa para quem precisa de um carro novo ou usado. bem verdade que financeiramente falando o financiamento de um carro no uma boa opo j que o valor pago efetivamente ser muito maior que o valor real do automvel. Para alcanar o sucesso durante a compra, preciso que o investidor saiba planejar seu negcio e analise todos os fatores que o influenciam. nesse contexto que um plano de compra ganha uma importncia fundamental para toda pessoa que deseja realizar esse empreendedorismo, pois nele constaro muitas informaes que com certeza sero determinantes tanto para o negcio pretendido, como tambm para optar por outro. Considerando o fato de que a atitude de realizar um financiamento caracteriza uma ao de risco financeiro importante no ultrapassar o limite de capital disponvel. Partindo do pressuposto de que uma pessoa sem experincia deseja comprar um carro zero quilmetro, o objetivo deste trabalho mostrar como deve ser feito o planejamento do negcio, comparando a ao de financiamento com a de investimento em poupana; analisar sua viabilidade, alm de provar que o conhecimento do mercado determinante para a operao financeira. O atual momento econmico do pas muito convidativo a aquisio de bens materiais, contudo, a carga tributria do Brasil destaque mundial, posicionando o pas como uma das maiores do planeta, algo que o empreendedor precisa estar atento e ter conhecimento antes de realizar o financiamento. Outro fator que chama a ateno so os feires realizados pelas montadoras, que elevam o valor das vendas, atraindo cada vez mais clientes, mas que por outro lado, tambm trazem srios problemas. O excesso dos negcios fechados a prazo eleva o ndice de inadimplncia nos financiamentos de veculos e como consequncia, vm outros sintomas gerados por esse verdadeiro freio aps um desempenho em alta velocidade. Um deles a dificuldade de aprovar novos financiamentos, que dificultam o fechamento de novas vendas, principalmente nas revendedoras de carros seminovos e usados, alm do prprio endividamento do comprador, que sem condies de quitar sua dvida, tem seu carro levado a leilo; esses automveis so confiscados por meio da busca e apreenso solicitadas pelas financeiras em razo do calote. Enquanto consumidores e revendedoras amargam maus resultados, os demais consumidores conseguem descontos de at 70% nos leiles. Em alguns casos, o carro sai mais barato que uma bicicleta de alto desempenho feita de carbono, ideal para quem faz trilhas e vendida por R$ 10.000,00. O ideal que o cliente evite atrasar as prestaes, procurando a instituio financeira para nova negociao assim que perceber que o oramento est prestes a estourar, pois o inadimplente passa a ser considerado um cliente de risco elevado pelos bancos e financeiras, ficando sujeito, assim, a juros mais altos numa eventual renegociao. As possibilidades de renegociao variam de acordo com a instituio e a situao do consumidor, mas o que normalmente feito o reescalonamento das parcelas, ou seja, divide-se o que ainda falta ser pago em um prazo maior, fazendo com que o valor de cada prestao seja reduzido. Entretanto, se por um lado faz com que as mensalidades voltem a caber no bolso do consumidor e lhe permite continuar com o carro, por outro o valor financiado pode se elevar a at trs vezes o do bem original. Vale lembrar que o automvel sofre depreciao logo que retirado da loja, desse modo ao final do plano, o consumidor poder ter pago o equivalente a trs modelos zero quilmetro para ficar com um usado que valer menos da metade de um novo. Assim, recomendvel que o consumidor faa uma boa pesquisa de mercado e suas condies para realizar sua empreitada. A seguir, apresenta-se a reviso bibliogrfica, a metodologia de pesquisa e a anlise dos resultados com a apresentao dos clculos utilizados para o estudo.

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II.

Reviso bibliogrfica:

A deciso da escolha entre as alternativas de investimento atualmente disponibilizadas pelos mercados e o comrcio em geral torna-se, medida que caem as taxas de juros e estabiliza-se o processo de desenvolvimento poltico e econmico do pas, uma tarefa muito complexa e que foge ao controle do cidado comum que no tem conhecimento apropriado sobre estes mercados. Segundo SILVEIRA (2009), por capital entende-se todo o conjunto de meios lquidos (moeda), concedidos durante um determinado espao de tempo, temporria ou definitivamente, produzindo certa remunerao para o seu possuidor. Para BESSADA (2005), o mercado financeiro pode ser considerado como elemento dinmico no processo de crescimento econmico, uma vez que permite a elevao das taxas de poupana e investimento, contudo, preciso ter cuidado. BUFFET (2005, p.27), salienta que embora se possa no se deve aplicar recursos financeiros naquilo que no se conhece, ou no se tem informaes suficientes. As decises de investimentos no so, na prtica, tomadas tendo-se segurana de seus vrios resultados. ASSAF NETO (1989), alega que a realidade dos investimentos bastante complexa, pois est basicamente voltada para o futuro, nesse ambiente, a introduo de uma varivel de risco no investimento necessria. Conforme DAMODARAN (1997), risco , fundamentalmente, a possibilidade de perda financeira; usado como sinnimo de incerteza e refere-se variabilidade dos retornos associados a um projeto de investimento. GROUHY (2004) define risco de mercado como a chance de que mudanas nos preos e nas taxas no mercado financeiro reduzam o valor das posies de um ttulo ou de uma carteira, infligindo diretamente no negcio. PADOVEZE (2005, p. 121) afirma que um investimento se caracteriza por ser um gasto no consumido imediatamente cujos resultados viro dos benefcios futuros desse gasto. Para FORTUNA (2006, p.3); o melhor investimento a ser escolhido deve ser quele sobre o qual, pelo menos, temos um mnimo de conhecimento, e que atenda as nossas necessidades de momento, ou seja, que esteja de acordo com a nossa capacidade financeira para investir, e principalmente, limite o risco que se deseja correr para obter o retorno esperado. O conhecimento das finanas comportamentais nos ajuda a tomar melhores decises e assim aumentar as chances de sucesso dos investimentos no mercado financeiro, alm de ser uma grande fonte de anlise sobre quando a racionalidade tambm pode falhar. Segundo GONALVES (Belm, 2004); alm dos aspectos gerais envolvidos (tecnologia disponvel, mercado consumidor, logstica e distribuio, etc.), no plano financeiro; a viabilidade de um negcio determinada pela lucratividade do mesmo e pela necessidade de capitais para executlo, para que o mesmo no se torne um transtorno para o investidor. MARKOWITZ (1952), de forma geral, busca subsdios matemticos para explicar aquilo que j familiar, teoria de investimentos, ou seja, a diversificao reduz o risco da operao e um risco elevado deve oferecer um ganho elevado. SHARPE (1964) e LINTNER (1965) argumentam sobre o terico equilbrio entre o risco e o retorno aliado aos parmetros do mercado financeiro. O trabalho dos autores, dentro da estrutura do mercado de capitais, quantifica algebricamente a relao entre risco e retorno, algo que se busca determinar em todas as aplicaes financeiras. Para ROSS (1976), o risco quantificado no somente em relao aos movimentos do mercado, mas tambm em relaes a outros fatores, os quais possuem relao s qualidades prprias de cada ao ou investimento. SILVEIRA, BARROS e FAM (2003), afirmam que um ponto bastante importante a ser observado para a utilizao de taxas de risco em pesquisas acadmicas e anlises de investimentos a questo histrica da economia brasileira, que apresenta muitas variaes; os autores demonstram uma varincia anual com base nos rendimentos mensais da poupana e do CDI (Certificado de Depsito Interbancrio), de 1992 at 2001. Conforme BONFIM (2007), primeiro preciso saber o que se quer para depois pensar no que se deve fazer, em termos de investimento, o primeiro passo procurar aprender, um mnimo que seja sobre o mercado financeiro e suas alternativas de investimento. De acordo com LUNELLI (2011), a anlise de investimentos envolve decises de aplicao de recursos com prazos longos (maiores que um ano), com o objetivo de propiciar retorno adequado aos proprietrios desse capital, o oramento de capital um processo que envolve a seleo de projetos de investimento e a quantificao dos recursos a serem empregados e busca responder a questes

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como: O projeto vai se pagar? O vai aumentar a riqueza dos acionistas ou vai diminu-la? Esta a melhor alternativa? O oramento de capital requer uma estimativa de fluxos de caixa livres que sero obtidos com o projeto de anlise. As previses de investimentos em ativos, de vendas, tambm de preos, de custos e despesas devem ser elaboradas da forma mais realista a acurada possvel. VARGAS (2003) comenta que existem vrios benefcios na utilizao do gerenciamento de projetos e investimentos, dentre eles destacam-se: evitar surpresas durante a execuo dos trabalhos, agilizar decises, antecipar situaes desfavorveis e disponibilizar os oramentos antes do incio dos gastos. Para DIAS (2012), o sistema de financiamento automotivo brasileiro pode ter semelhanas com o sistema de crdito imobilirio (subprime) norte-americano, a transferncia de riscos que distorceram os incentivos e forneceram o combustvel para a crise do subprime norte-americano no encontrada no Brasil. Contudo, a dependncia da garantia real para a manuteno do sistema seria a grande semelhana entre os dois modelos. O autor cita em seu artigo o financiamento de automveis a prazos muito longos, quando, segundo ele, podem ser observadas curvas distintas para a amortizao do financiamento e a depreciao do veculo. "Doze meses aps sua compra, um veculo retm, em mdia, 78% de seu valor original. Um financiamento de 60 meses, por sua vez, ainda ter 89% de seu valor a ser amortizado. Contudo, REZE (2012), presidente da Fenabrave (Federao Nacional da Distribuio de Veculos Automotores), afirma que o sistema de financiamento automotivo brasileiro slido e seguro e no tem nenhuma semelhana com o sistema de hipotecas norte-americano. Ele destaca ainda que o sistema bancrio brasileiro para aprovao de crdito muito rigoroso. No h nenhuma semelhana entre os dois sistemas. No h riscos, pois compete aos bancos a aprovao do crdito e um cadastro muito rigoroso". Dados divulgados pela ANFAVEA (Associao Nacional dos Fabricantes de Veculos Automotores, 2012), mostram que nos sete primeiros meses do ano, foram vendidos 1, 695 milhes de veculos, o que representa alta de 30,4% frente ao mesmo perodo do ano passado (1, 299 milhes de unidades). A ANEF (Associao Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, 2012), informa que a inadimplncia nos financiamentos de automveis chegou a 3,56% em junho, valor superior ao do mesmo perodo do ano anterior, e que as causas do aumento so a perda de poder aquisitivo decorrente da inflao mais elevada, o crescimento do endividamento das famlias e tambm a dificuldade dos clientes em ter acesso a novos emprstimos consignados, que se tornaram mais caros com as medidas macroprudenciais tomadas em 2011. De acordo com REIS (2012), lucratividade no uma avaliao subjetiva, depende dos fatores preo e custo. E, no custo, que se encontram os maiores erros de avaliao, pois geralmente se esquece de computar custos indiretos ou invisveis, como custo de capital (juros), tributos, aumento dos custos fixos (aluguis, instalaes, administrao, etc.), despesas de promoo e lanamento, etc. MANTEGA (2012), afirma que mesmo com as mudanas recentes, a poupana continua sendo o melhor investimento para a populao brasileira, para ele a poupana era e continua sendo a aplicao mais interessante para os pequenos e mdios aplicadores, pois as mudanas no prejudicam a populao. Mesmo poupando capital, s vezes preciso realizar dispndios para aquisio de novos bens com o objetivo de substituir outros j degradados pelo tempo. Um mvel precisa ser substitudo a cada dez anos, ento dez anos sua vida til, j para um ativo que precisa de manuteno, sua vida til o perodo em que para mant-lo em uso no causa prejuzo, como por exemplo: um veculo pode vir a durar vinte anos, mas se torna economicamente invivel mant-lo por mais de cinco anos, logo sua vida til de cinco anos, [24]. De acordo com YAZBEK (2006), um bom retorno financeiro esperado sobre o capital investido algo indiscutvel, pois ningum em s conscincia vai querer ganhar menos se puder ganhar mais, entretanto, para se obter mais retorno preciso correr mais riscos. Contudo, Dinheiro semeia dinheiro e, o primeiro franco , muitas vezes, mais difcil de ganhar que o segundo milho, [26]. Nem sempre investir no presente a melhor opo, poupar hoje significa investir melhor futuramente.

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III. Metodologia:Utilizando o mtodo de pesquisa bibliogrfica, esse estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em revistas especializadas, sites, jornais e livros, como O Mercado Brasileiro de Marcelo Scherer Perlin, Contabilidade de Custos de Eliseu Martins e demais obras relacionadas ao assunto de Eduardo Fortuna; tpico estudo de caso, pois proporciona uma maior familiaridade com o tema em questo. Utilizando como base de estudo, pessoas ou famlias com rendimento financeiro acima de R$ 5.000,00 mensais, os planos de financiamentos foram disponibilizados com prazos mximos e mnimos de 36 e 12 meses respectivamente, partindo do pressuposto que o cliente deseja fazer o financiamento do valor total do veculo. Primeiramente, o empreendedor precisa analisar os planos de compra ofertados pelas concessionrias e depois selecionar uma instituio financeira especializada com tradio e experincia comprovada na atividade de investimentos financeiros, informar-se sobre as alternativas de investimento existentes e, depois de compreender suas possibilidades de retorno e os riscos a elas associados, estabelecer um relacionamento firme de investidor consciente com a empresa escolhida. O mtodo de financiamento usado o CDC (Crdito Direto ao Consumidor), que consiste basicamente, em o comprador fazer um emprstimo em um banco, com determinado valor acrescido de juros de acordo com a quantidade de parcelas a ser pagas, utilizando o prprio automvel a ser comprado como garantia na dvida. O comprador adquire o automvel e este ficar em seu nome, porm alienado instituio financeira que o financiou. O CDC possui os juros mais altos devido ao acrscimo do IOF, mas a vantagem que o comprador poder quitar parte ou totalmente a sua divida a qualquer momento com a reduo dos juros que seriam cobrados nas parcelas. Supondo que o modelo automotivo desejado o Volkswagen Gol G5 1.0 flex, ano 2011, com valor de mercado em torno de R$ 30.150,00 e que o banco escolhido pelo empreendedor seja o Banco do Brasil, pois mais comum a maioria dos brasileiros, que est na lista dos dez financiamentos mais baratos do mercado segundo o BC (Banco Central), com taxa de juros a 1,29% ao ms e 16,63% ao ano, so feitos os balanos dos valores pagos pelo investidor em cada perodo de financiamento e depois comparados ao lucro que o mesmo teria se investisse o valor de cada parcela em uma poupana com rendimento de 0,5% ao ms para o mesmo perodo. Valendo-se das ferramentas econmicas, calcular-se- tambm o quanto o veculo ir se depreciar com o tempo e o mximo desconto que o cliente pode receber para quitar o dbito um ano antes e dois anos antes do vencimento. Os balanos esto apresentados de acordo com o perodo escolhido para o financiamento seguindo o sistema Price de amortizao, iniciando pelo menor, 12 meses at o maior perodo, 36 meses. Para um financiamento realizado n meses, os montantes de capital, juros e valores de amortizados pagos pelo empreendedor ao final do perodo so dados por:( ( ) )

(1) (2) (3) (4) (5)

Onde: valor da prestao paga por ms; - Juros pagos ao final do financiamento; juros pagos por ms; valor total pago ao final do financiamento;

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- valor de compra do veculo; - saldo devedor; - taxa mensal de juros; perodo; - amortizao; - valor presente. Tais valores so utilizados para a construo da tabela Price, para melhor demonstrar a anlise do financiamento. A depreciao calculada peal equao (5), e o mximo desconto obtido dada pela equao (6): (6) (()

) (7)

Onde: - taxa de depreciao, para veculos igual a 20% ao ano, aproximadamente; depreciao; - desconto composto. A seguir, apresentam-se os resultados com os clculos realizados e as anlises dos valores obtidos.

IV. Resultados:Sabendo-se que o valor do veculo R$ 30150,00 e que a taxa mensal de juros 1,29%, segundo o Banco do Brasil:

Tabela 1: Os dez financiamentos mais baratos do mercado. Fonte: Banco Central. Ano:2012.

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Balano para um perodo de 12 meses:Para um financiamento realizado em 12 meses: O valor das parcelas dado por (1): ( ( ) )

Multiplicando este valor por doze, encontramos o valor total pago ao fim do financiamento. Subtraindo pelo valor inicial do carro temos o montante de juros pagos:

Logo, ao fim do financiamento o cliente pagaria R$ 32.737,44; R$ 2.587,44 a mais sobre o valor inicial do veculo. Valendo-se das equaes (3), (4) e (5), monta-se a tabela Price para o financiamento em doze meses (tabela 2).

N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total

Parcela ... 2.728,12 2.728,12 2.728,12 2.728,12 2.728,12 2.728,12 2.728,12 2.728,12 2.728,12 2.728,12 2.728,12 2.728,12 32.73,44

Juros ... 388,94 358,76 328,19 297,24 26,88 23,11 20,94 16,35 13,35 10,91 69,05 34,74 2.587,44

Amortizao ... 2.339,18 2.369,36 2.339,93 2.430,88 2.462,24 2.494,01 2.526,18 2.558,77 2.591,77 2.625,21 2.659,07 2.693,40 30.15,00

Saldo Devedor 30.150,00 27.810,82 25.441,46 23.041,53 20.610,65 18.148,41 15.654,40 13.128,22 10.569,45 7.997,68 5.352,47 2.693,40 00,02 ...

Tabela 2: Tabela Price para o financiamento em doze meses.

Investindo o valor pago em cada parcela na poupana, para o mesmo perodo, obtm-se: ( )

O investidor teria R$ 180,46 de lucro sobre o valor inicial investido, algo no muito significativo. Segundo FURTADO (2006), veculos possuem taxa de depreciao em torno de 20% ao ano, aproximadamente, assim, sua vida til de mercado em torno de cinco anos, ou seja, em cinco anos a depreciao iguala-se ao valor de compra. Assim:

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Assim, o veculo diminui R$ 6030,00 de seu valor inicial de mercado ao ano; ao trmino do financiamento o veculo estaria avaliado em R$ 24.120,00. Financeiramente, o financiamento em 12 meses um negcio aceitvel para os caprichos de algum que deseja adquirir um automvel, afinal a rentabilidade da poupana para o mesmo perodo no significativa e ainda existe a possibilidade de revend-lo por uma quantia considervel, contudo a poupana apresenta um ganho positivo ao fim do perodo, enquanto o financiamento gera apenas saldos negativos.

Balano para um perodo de 24 meses:Para um financiamento realizado em 24 meses: O valor das parcelas dado por (1): ( ( ) )

Multiplicando este valor por vinte e quatro, encontramos o valor total pago ao fim do financiamento. Subtraindo pelo valor inicial do carro temos o montante de juros pagos:

Logo, ao fim do financiamento o cliente pagar R$ 35.250,24; R$ 5.100,24 a mais sobre o valor inicial do veculo.

Investindo o valor pago em cada parcela na poupana, para o mesmo perodo, obtm-se: ( )

No um valor muito expressivo tambm, contudo aliado ao fato que o empreendedor pagar mais de R$ 5.000,00 acima do valor do veculo e que o mesmo sofre depreciao estipulada em:

Logo, a poupana passa a ser uma opo de investimento, ao trmino do financiamento o veculo est avaliado em R$ 18.090,00; no chega nem a metade do valor gasto para adquiri-lo, coerentemente no parece ser um bom negcio. Todavia se o cliente desejar e possuir capital suficiente para antecipar o pagamento da dvida em um ano, o mximo desconto obtido dado por: ( ( ) )

Assim o valor total a ser pago pelo veculo R$ 30.223,99; o que viabiliza mais o negcio, porm exige que o cliente possua mais capital disponvel para quitar o dbito.

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Balano para um perodo de 36 meses:Para um financiamento realizado em 36 meses: O valor das parcelas dado por (1): ( ( ) )

Multiplicando este valor por trinta e seis, encontramos o valor total pago ao fim do financiamento. Subtraindo pelo valor inicial do carro temos o montante de juros pagos:

Ao fim do financiamento o cliente pagar R$ 37.881,36; R$ 7.731,36 a mais sobre o valor inicial do veculo.

Este o valor pago pelo empreendedor mensalmente. Investindo esse mesmo valor na poupana para o mesmo perodo, obtm-se: ( )

A poupana a melhor opo de investimento em relao ao financiamento em 36 meses, o valor pago pelo carro exorbitante e ele ainda apresenta depreciao estipulada em:

Prontamente, a poupana a melhor opo de investimento, pois ao trmino do financiamento o veculo estar avaliado em R$ 12.060,00; 2,5 vezes menor que o valor inicial, alm de que para adquiri-lo o empreendedor desembolsou R$ 7.731,36 a mais sobre o valor inicial. Para este caso, o pagamento da dvida com um ano de antecipao dado por: ( ( ) )

Portanto o valor total a ser pago pelo veculo R$ 32.479,95; ainda no o credencia como melhor opo em relao poupana e ainda exige que o comprador possua mais capital para efetuar o pagamento. Para o mesmo caso, o pagamento com dois anos de antecipao dado por: ( ( ) )

A nova quantia a ser paga R$ 27.853,94; valor consideravelmente menor do que o anterior e ainda contribui para a reduo do valor de depreciao do veculo, algo importante, pois aumenta o valor de revenda do mesmo, entretanto, como j visto anteriormente, requer ao cliente mais capital disponvel.

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Mas apenas calcular os valores do financiamento muito superficial, o empreendedor precisa considerar custos extras tambm, ocasionados pelo uso do veculo, como os gastos com combustvel, manutenes e revises, o que encarece ainda mais o valor do automvel. Outra varivel obrigatoriamente considerada o IPVA (Imposto Pblico de Veculos Automotivos) cerca de 3% do valor da nota, para o gol modelo G5 gira em torno de R$ 904,50, sem adicionais, seguros ou outros planos. importante que o cliente tenha conhecimento desses gastos antes de efetuar o empreendimento. Com os valores obtidos matematicamente, constri-se as tabelas de anlise de financiamento (tabela 3) e rendimento da poupana (tabela 4).

Perodo

Valor da parcela 2.728,12 1.468,76 1.052,26

Valor total pago 32.737,44 35.250,24 37.881,36

Juros

Depreciao

12 24 36

2.587,44 5.100,24 7.731,36

6.030,00 12.060,00 18.090,00

Desconto mximo em um ano 5.846,66 6.818,24

Desconto mximo em dois anos 12.657,68

Tabela 3: Anlise de financiamento, valores expressos em reais.

Perodo 12 24 36

Valor investido 2.728,12 1.468,76 1.052,26

Valor total acumulado 2896,39 1655,52 1.259,22

Lucro

186,76

Tabela 4: Rendimento da poupana, valores expressos em reais.

Nota-se que o financiamento acima de um perodo de doze meses implica em juros enormes, o valor pago em juros seria suficiente para dar uma boa entrada na compra, ou ento, pagar mais da metade do veculo, tal o valor dos juros cobrados sobre o parcelamento. Analisando o rendimento da poupana, tem-se que esta apresenta um rendimento maior medida que se aumenta o perodo de investimento, operao inversa a do financiamento. Assim, o mais indicado para algum que deseja adquirir um veculo zero quilmetro atravs de financiamento realiz-lo em apenas um ano, para evitar taxas e juros altssimos ao fim do pagamento; do contrrio mais sensato poupar capital para investir melhor futuramente e evitar gastos exagerados e o risco de endividamento.

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V.

Concluso:

Por conseguinte, pode-se afirmar que o financiamento de um veculo zero quilmetro uma boa opo de investimento se o cliente deseja faz-la em apenas um ano, pois assim os juros pagos sobre o valor veculo no sero muito extrapolados e o mesmo no sofrer muita depreciao, podendo ser revendido por um valor deveras interessante. Contudo, a poupana a melhor opo de investimento, principalmente quando comparada a financiamentos com perodos mais longos, pois os juros pagos so enormes e ainda tem-se a depreciao sofrida pelo automvel, IPVA e os demais gastos dirios; gerando apenas lucro ao investidor, lentamente verdade, mas sem oferecer riscos de inadimplncia ao empreendedor. Algo que muito comum atualmente, pois as pessoas costumam se enganar com a situao econmica do pas, e no levam em considerao o fato do Brasil apresentar uma das cargas tributrias mais elevadas do mundo; basta comparar os valores dos veculos vendidos em territrio nacional, com os vendidos em outros pases, a diferena alarmante, pesquisas constatam que o valor pago na compra de um veculo no Brasil suficiente para comprar dois automveis nos Estados Unidos, por exemplo, tal o valor de nossos impostos e taxas de juros. Por isso preciso uma anlise completa do mercado e da atual situao financeira apresentada pelo investidor, recomenda-se sempre fazer diferentes oramentos, detalhando quais servios sero prestados, os preos, condies de pagamento, data do incio e fim da reparao, garantia e validade do prprio documento. Como sugesto para trabalhos futuros ficam a anlise de investimento para a compra de um veculo seminovo ou usado em comparao com a compra de um zero quilmetro, ou com os rendimentos da poupana. O mais importante sempre que as pessoas tenham uma compreenso clara de quanto ganham e de quanto gastam por ms, fazendo e controlando seu oramento para que tenham certeza de que podero arcar com as prestaes do financiamento e evitar surpresas no decorrer do mesmo.

VI. Referncias

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[1] SILVEIRA, Aldery Jnior. Manual de Clculo Financeiro. Braslia, 2009, p.7. [2] BESSADA, Octvio. O Mercado Futuro e de Opes. Rio de Janeiro. Editora Record, 2005; [3] BUFFET, Warren Edward. Berkshire Hathaway Inc. 2005.p.27. [4] ASSAF NETO, Alexandre. Finanas Coorporativas e Valor. Ed. Atlas. SP. [5] DAMODARAN, Aswath. Avaliao de investimentos. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997. [6] GROUHY, Michel. MARK, Robert. GALAI, Dan. Gerenciamento de Risco Abordagem Conceitual e Prtica. So Paulo: QualityMark, 2004, 664 p. [7] PADOVEZE, Marco. Mtodo de Anlise de Investimentos. 2005, p. 121. [8] FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro - produtos e servios. Edit. Qualitymark, p.3, 2006; [9] GONALVES, Lucas da Silva . Estudo De Viabilidade De Pequenos Empreendimentos: Montagem De Um Bar. Belm, 2004,p.11. [10] MARKOWITZ, Harry M. Portfolio selection. Journal of finance, v. 7 p. 77-91, 1952. [11] SHARPE. W. Capital Asset prices: A Theory of Market Equilibrium under conditions of Risk, Journal of finance, v. 19, p. 425-42, 1964. [12] LINTNER, John. The Review of Economics and Statistics, Vol. 47, No. 1. Feb. 1965 [13] ROSS, Stephen A. The Arbitrage Theory of Capital Asset Pricing. Journal of Economic Theory. V. 13, p. 25-45, 1976.

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