Analise de balancos resumo

49
12 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 12 I. REVISÃO DE ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS DA CIÊNCIA CONTÁBIL 15 1.1. Fatos e atos administrativos 15 1.2. A construção dos dados e das informações contábeis 16 1.2.1. As contas 17 1.2.2. O plano de contas 17 1.2.3. O patrimônio 18 1.2.4. A natureza das contas 19 1.2.5. A influência dos prazos na classificação contábil 20 1.2.5.1. No grupo ativo 21 1.2.5.2. No grupo passivo 22 1.2.5.3. No grupo do patrimônio líquido 23 1.2.6. Onde a classificação não depende do prazo 24 1.3. Como operacionalizar os registros contábeis 24 1.3.1. A técnica dos lançamentos contábeis 25 1.3.1.1. O princípio da troca 25 1.3.1.2. Origem e destino – natureza da conta 26 1.4. A origem do débito e do crédito 28 1.5. Arquivando os fatos e atos contábeis – o diário 29 1.6. Selecionando e acumulando os dados – o razão 30 1.7. Demonstrando a situação das contas – o balancete 31

Transcript of Analise de balancos resumo

Page 1: Analise de balancos resumo

12

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO12

I. REVISÃO DE ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS DA CIÊNCIA CONTÁBIL15

1.1. Fatos e atos administrativos15

1.2. A construção dos dados e das informações contábeis16

1.2.1. As contas171.2.2. O plano de contas171.2.3. O patrimônio181.2.4. A natureza das contas191.2.5. A influência dos prazos na classificação contábil20

1.2.5.1. No grupo ativo211.2.5.2. No grupo passivo

221.2.5.3. No grupo do patrimônio líquido

231.2.6. Onde a classificação não depende do prazo

24

1.3. Como operacionalizar os registros contábeis24

1.3.1. A técnica dos lançamentos contábeis25

1.3.1.1. O princípio da troca25

1.3.1.2. Origem e destino – natureza da conta26

1.4. A origem do débito e do crédito28

1.5. Arquivando os fatos e atos contábeis – o diário29

1.6. Selecionando e acumulando os dados – o razão30

1.7. Demonstrando a situação das contas – o balancete31

Page 2: Analise de balancos resumo

13

1.8. Demonstrando os resultados – demonstração de resultados32

1.9. Representando o patrimônio – balanço patrimonial33

1.10 Conclusão sobre os conceitos básicos35

II. METODOLOGIA PROPOSTA PARA A FIXAÇÃO DOS CONCEITOS 37

2.1. A técnica dos efeitos contábeis sucessivos37

2.2. Estruturas das demonstrações financeiras422.2.1. Estrutura da demonstração de resultados do período

432.2.2. Estrutura do balanço patrimonial452.2.3. Estrutura da demonstração de origens e aplicações de recursos

472.2.4. Estrutura da demonstração de mutações do patrimônio líquido

49

2.3. Leitura dos dados contábeis para efeito de análise49

III. ANÁLISE NA CONCEPÇÃO TRADICIONAL53

3.1. O surgimento da análise de balanços53

3.1.1. A contabilidade e a análise54

3.2. Conceito de análise das demonstrações55

3.3. Os modelos usados na análise563.3.1. Os coeficientes

573.3.2. Os quocientes

573.3.3. Os índices58

3.4. Os principais coeficientes e índices58

3.4.1. Coeficientes de liquidez58

Page 3: Analise de balancos resumo

14

3.4.2. Coeficientes de endividamento593.4.3. Coeficientes de rentabilidade593.4.4. Coeficientes de lucratividade603.4.5. Coeficientes de rotatividade60

3.5. As limitações no uso dos coeficientes61

3.5.1. As limitações da análise quantitativa62

3.6. A evolução dos modelos – a análise horizontal e vertical64

3.6.1. A análise horizontal653.6.2. A análise vertical

653.6.3. Exemplo das análises horizontal e vertical

663.6.3.1. Informações obtidas nas análises dos balanços

663.6.3.2. Exemplo das análises de uma DRE

683.6.3.3. Informações obtidas nas análises das DREs

68

Page 4: Analise de balancos resumo

15

I. REVISÃO DE ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS DA CIÊNCIA CONTÁBIL.

Muda o mercado, a economia, as organizações, os homens e os seusenfoques.O que não muda é eternanecessidade de uma ferramenta que auxilie e oriente todos essesagentes, na mensuração, na análise e nadecisão de seus atos e ações.

Não há como trabalhar com análise, avaliar a performance de uma organização, até

mesmo tomar qualquer tipo de decisão sem considerar as informações contábeis. Em

última análise, desconsiderar a natureza dos dados e das informações contábeis e as suas

respectivas funções, é atrever-se participar ou atuar na gestão de empresas. Não precisa

saber contabilidade, mas conhecer os principais conceitos contábeis é condição

indispensável para gerir negócios.

1.1. FATOS E ATOS ADMINISTRATIVOS.

O processo ininterrupto e abrangente de qualquer atividade econômica provoca a todo

instante mesmo que a organização não esteja fisicamente funcionando (em recesso ou

fechada), alterações no seu patrimônio.

A rigor, a idéia de que somente os atos praticados pela administração da empresa

provocam uma operação e um registro contábil não procede. O patrimônio pode ser

alterado por atos praticados por outras pessoas que nada tem a ver com a empresa. Parece

paradoxal, mas é verdade. Uma instituição financeira pode, por estar autorizada pelo

administrador da empresa, efetuar um débito ou um crédito na conta da empresa no mesmo

dia em que ela estiver, por exemplo, fechada para balanço e que o seu administrador não

tenha praticado nenhum ato naquele sentido. Nem lá ele estava.

Page 5: Analise de balancos resumo

16

Por questões conceituais deve ser dito que os fatos administrativos são ações

praticadas pelo administrador ou por terceiros por ele autorizados, que provocam de

alguma forma alterações no patrimônio da empresa. Por isso a contabilidade os registra.

Quanto aos atos administrativos ou contábeis deve ser dito que são atitudes tomadas

pelo administrador ou por terceiros por ele autorizados, que não provocam alterações no

patrimônio. Podem ou não ser registrados pela contabilidade dependendo da estrutura

contábil da organização.

No exemplo acima o ato (a atitude) do administrador autorizando o banco a promover

algum débito na conta da empresa provocou um fato (a ação) do banco que modificou o

patrimônio da empresa.

1.2. A CONSTRUÇÃO DOS DADOS E DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS.

A estruturação e a execução da contabilidade se dá através de conceitos, de

princípios, de postulados e de técnicas criadas pela ciência contábil. Este trabalho

pressupõe que o usuário já possui os conhecimentos básicos de contabilidade.

A proposta resume-se apenas em rever alguns conceitos básicos sobre as técnicas

contábeis, mais utilizados na análise contábil. Recomenda-se outros estudos para os

usuários que não dispõem de tais conhecimentos. As técnicas da construção da

contabilidade mais comuns ou básicas são:

1.2.1. AS CONTAS.

São ferramentas pelas quais os lançamentos (registros contábeis) se processam,

identificando e individualizando todas as operações da empresa. Pode-se dizer que são uma

espécie de arquivo no qual entram e saem as informações, sempre que a empresa efetua

uma operação (compra, venda, recebimentos, pagamentos etc.)

Page 6: Analise de balancos resumo

17

1.2.2. O PLANO DE CONTAS.

É o instrumento onde são sistematizadas, classificadas e codificadas, todas contas

usadas em todos os registros contábeis. Usando a linguagem da informática é como se

fosse “uma pasta” onde estariam arquivadas (relacionadas) todas as “contas” (arquivos).

Para orientar e facilitar o seu uso, a sua estrutura deverá ser a seguinte:

a) As contas são criadas separadamente(individualizadas) para cada tipo de operação;

b) A individualização leva em consideração:

bO tipo de negócio da empresa (indústria, comércio, serviços etc.);

bA linha do negócio (atacado, varejo etc.)

bO tipo das operações que a empresa realiza (a prazo, a vista etc.);

bAs pessoas e as relações com elas mantidas (fornecedores, bancos,

clientes, empregados, diretores, sócios etc.)

bNatureza das operações (patrimoniais, resultados etc)

bOutros referenciais particulares à cada empresa (tipo de tributação etc).

O Plano de Contas é, portanto, um instrumento diferente para cada empresa e é

elaborado no início das suas atividades de acordo com a previsão das operações que ela irá

realizar. É flexível e pode ser alterado a qualquer momento em função de novas operações

ou de operações que não se realizem mais.

Para facilitar a localização, definir claramente a função, orientar a leitura e a análise; e

para atender aos princípios e fundamentos da contabilidade e das leis fiscais, as contas são

agrupadas e classificadas no plano de contas de acordo com sua natureza em grupos e/ou

subgrupos de contas.

1.2.3. O PATRIMÔNIO.

Page 7: Analise de balancos resumo

18

Antes de conceituar os grupos de contas é preciso definir claramente o que é

patrimônio, pois este será citado várias vezes ao longo deste trabalho. Pode-se defini-lo

como sendo o conjunto de bens, direitos e obrigações; ou ainda como a somatória dos

bens, direitos e obrigações da empresa, ou melhor, é o total dos bens e direitos (imóveis,

móveis, equipamentos, maquinas, veículos, estoques, contas a receber, valores financeiros

etc.) menos as dívidas para com (fornecedores, instituições financeiras, impostos,

empregados etc.)

Assim, os valores registrados nas contas representam na verdade, o patrimônio da

empresa e as suas variações.

1.2.4. NATUREZA DAS CONTAS.

Genericamente a natureza dos grupos, dos subgrupos ou das contas representa aquilo

que nelas é registrado. São separadas por dois grandes grupos:

1 PATRIMONIAIS – Representando o patrimônio. Conforme definição acima

um lado ficam os bens e direitos (ativo) e de outro ficam as obrigações

(passivo).

Por que são chamados de ativos e de passivos? – É simples.

b ATIVO – É aquilo que exerce uma ação; que age, funciona, trabalha,

move. Pelo conceito é a parte ativa da empresa que age, funcio-

na, trabalha, exerce ações e movimenta (imóveis, móveis, valores

financeiros, contas a receber, estoques, veículos, equipamentos, ins-

talações etc.)

bPASSIVO – É aquilo que sofre ou recebe uma ação ou impressão; atitude

passiva; que não atua; inerte; indiferente. Pelo conceito é a parte que

que não atua, que fica inerte ou indiferente a tudo o que está aconte-

cendo na empresa. São os credores da empresa (fornecedores, insti-

Page 8: Analise de balancos resumo

19

tuições financeiras, governos, empregados em relação a seus salários

etc.)

2 DE RESULTADOS – É composto de um lado pelas contas que demonstram o que pode

provocar aumento (variação) no patrimônio (as receitas) e de outro, pelas contas que

podem provocar uma redução (variação) no patrimônio (os custos e as despesas)

b RECEITAS – Podem ser operacionais que são aquelas que representam

as operações da empresa (venda de produtos – revenda de mercadorias –

receitas de serviços); e não operacionais advindas de operações que

nada tem a ver com as operações da empresa (receita de juros,

financeiras, serviços que não fazem parte das operações da empresa;

aluguéis que não fazem parte das operações da empresa; ganhos de

capital etc.)

b CUSTOS – É o custo dos produtos fabricados (matéria prima, materiais

secundários; mão de obra direta e indireta; e gastos gerais de fabricação

embalagens);custos das mercadorias vendidas (compras mais fretes, mais

Ipi); custos dos serviços vendidos (materais e mão de obra aplicados etc.)

b DESPESAS GERAIS – São aquelas que não estão diretamente ligadas ao

produto fabricado, à mercadoria vendida ou ao serviço prestado

(aluguéis, remuneração dirigentes, juros bancários, telefone, salários in-

diretos, comissões de vendas, energia elétrica, tributos etc)

Conhecendo todos os conceitos e definições acima é muito fácil estruturar um Plano

de Contas para qualquer empresa. A partir de tais conceitos e definições, são os detalhes

que definirão como estruturar um Plano de Contas.

O passo seguinte é classificar convenientemente os grupos, os subgrupos e as contas de

acordo com sua natureza e com o prazo.

1.2.5. A INFLUÊNCIA DO PRAZO NA CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL.

Page 9: Analise de balancos resumo

20

Observar o prazo e a natureza das contas é determinante para a elaboração e para a

classificação dos grupos, dos subgrupos e das contas. Isso é feito levando-se em

consideração:

1.2.5.1. NO GRUPO ATIVO.

São classificados os grupos, os subgrupos e as contas de acordo com o prazo de sua

realização, isto é, são registrados de forma decrescente de acordo com o tempo que o

evento demandará para se transformar em recursos financeiros ou dinheiro disponível para

ser usado nas operações da empresa. Conceitual e convencionalmente são classificados da

seguinte forma:

1 Ativo circulante – nele são registradas as operações com os bens e os direitos que estão

circulando constantemente (dinheiro em caixa, saldo de bancos, estoques, contas a receber,

aplicações financeiras etc.), ou seja, que já são ou que se transformarão em recursos

financeiros dentro de um curto prazo.

Exemplo:

No subgrupo “contas a receber” que pertence ao grupo “ativo circulante” são

registradas as vendas a prazo e permite saber de quem e quanto a empresa terá para receber

de seus clientes. É lógico que se um cliente pagar uma duplicata o valor é imediatamente

baixado;

2 Realizável a longo – onde são registradas as operações com os bens e os direitos que

estão circulando, mas com um prazo maior (contas a receber de longo prazo) para se

realizarem e se tornarem valores financeiros.

EXEMPLO:

No subgrupo “contas a receber” com um prazo maior de vencimento, que pertence ao

grupo “realizável a longo” são registradas as vendas a prazo e permite saber de quem e

quanto a empresa terá para receber de seus clientes. É lógico que se um cliente pagar uma

duplicata o valor é imediatamente baixado;

Page 10: Analise de balancos resumo

21

3 Permanente – Este grupo é subdivido em:

Imobilizado – neste subgrupo são registradas as operações com os bens que são usados

nas operações da empresa (máquinas, veículos, móveis, imóveis etc.);

EXEMPLO

No subgrupo “móveis e equipamentos” que pertence ao grupo “ativo permanente -

imobilizado”, são registrados os bens com esta característica e por ele pode-se saber quais

são os bens que a empresa possui, e quais são os seus valores;

Investimentos – no subgrupo de investimentos são registradas as operações com bens

e direitos que não são usados no dia-a-dia da empresa. Foram adquiridos com o objetivo de

dar rendas (imóveis de aluguéis, ações de outras empresas etc.)

Diferido – outro subgrupo do permanente em que são registrados os pagamentos

feitos, mas que ainda não são custos nem despesas isto é, que dependem de um

acontecimento futuro para que sejam assim, classificadas (gastos feitos antes da empresa

entrar em operações, despesas com pesquisas, despesas com projetos, juros pagos para os

sócios que já entraram com o capital e que ainda não está produzindo etc.) São chamados

de pré-operacionais;

1.2.5.2. NO GRUPO PASSIVO.

Na mesma linha de raciocínio, são classificados os grupos, os subgrupos e as contas,

agora de forma crescente que representam as obrigações (dívidas) de acordo com o tempo

de maturação, isto é, de acordo com o prazo que a empresa consegue, para pagá-los. Pelos

conceitos e pelas convenções são classificados em:

1 Passivo circulante – são registradas as operações relacionadas com as dívidas da

empresa e que vencem num curto prazo (fornecedores, salários, tributos, débitos com

bancos de curto prazo etc.)

EXEMPLO

No subgrupo “contas a pagar” que pertence ao grupo “passivo circulante” pode-se saber

para quem e quanto a empresa possui de obrigações a pagar. Quando ela efetua um

pagamento este é imediatamente baixado ou diminuído do saldo;

Page 11: Analise de balancos resumo

22

2 Exigível a longo – onde são registradas as operações relacionadas com as dívidas da

empresa que vencem em prazos mais longos ( financiamentos, contas a pagar etc.)

EXEMPLO

No subgrupo “contas a pagar” com um prazo maior, que pertence ao grupo “exigível a

longo” pode-se saber para quem e quanto a empresa possui de obrigações a pagar. Quando

ela efetua um pagamento este é imediatamente baixado ou diminuído do saldo.

1.2.5.3. NO GRUPO PATRIMÕNIO LÍQUIDO.

Este grupo é fácil de ser entendido. Se pegarmos o primeiro grupo (ATIVO) veremos

que nele estão registrados todos os BENS E DIREITOS da empresa. No segundo grupo

(PASSIVO) estão registradas todas as DÍVIDAS da empresa.

Diminuindo o segundo do primeiro vai sobrar o valor líquido dos bens e direitos que a

empresa possui. É aí que ficam registrados: o capital que os sócios investiram mais os

eventuais lucros que eles ainda não retiraram da empresa menos os eventuais prejuízos que

tenham acontecido.

1.2.6. ONDE A CLASSIFICAÇÃO NÃO DEPENDE DO PRAZO.

A classificação das contas de RESULTADO (Receitas, custos e despesas) independem

do fator prazo, porque tanto faz vender no curto ou no longo prazo; tanto faz pagar as

despesas no curto ou no longo prazo, o resultado será teoricamente o mesmo.

Page 12: Analise de balancos resumo

23

Por questão de lógica, para se chegar a um resultado o primeiro fator é pressupor a

existência de uma receita. Daí a classificação das contas de receitas vêm em primeiro lugar

no Plano de Contas, seguida pela classificação dos custos e das despesas.

EXEMPLOS:

1 No subgrupo “vendas” que faz parte do grupo “resultados” pode-se saber o que e quanto

a empresa vendeu durante aquele período que se quer saber. Serve também para apurar o

resultado referente a um determinado período de tempo.

2 No subgrupo “despesas” é possível saber o quanto a empresa teve de despesas de um

determinado tipo, durante aquele período que se quer saber. Serve também para apurar o

resultado de um determinado período.

1.3. COMO OPERACIONALIZAR OS REGISTROS.

Conhecendo os conceitos e as definições acima, a elaboração do Plano de Contas não

será difícil. De posse dele o contador estará apto a registrar todos os atos e os fatos

administrativos e contábeis relacionados com as operações praticadas pela empresa. O

registro pela contabilidade de qualquer ato ou fato que ocorre no dia-a-dia da empresa na

linguagem técnica, é chamado de lançamento contábil.

1.3.1. A TÉCNICA DOS LANÇAMENTOS CONTÁBEIS.

A técnica utilizada para registrar os atos e os fatos contábeis é chamada de

partidas dobradas. Isso quer dizer que tudo o que acontece na empresa, alias a

exemplo de tudo o que acontece nas nossas vidas, possui uma causa e um efeito ao mesmo

tempo.

1.3.1.1. O PRINCÍPIO DA TROCA - CAUSA x EFEITO.

Page 13: Analise de balancos resumo

24

O princípio de causa x efeito está presente em tudo e na contabilidade não poderia ser

diferente. Nessa linha de raciocínio tudo que acontece têm uma origem e ao mesmo

tempo, um destino.

Uma causa x um efeito - Uma origem x um destino.

Um efeito x uma causa - Um destino x uma origem.

Explicando melhor. Tudo é representado por uma troca, isto é, nada acontece

isoladamente e por isso as operações da empresa são registradas pela técnica conhecida

como partida dobrada. Eis alguns exemplos:

EXEMPLOS DE ACONTECIMENTOS EM NOSSAS VIDAS.

a) RECEBER NOSSO SALÁRIO.

Nosso bolso ou nossa conta bancária é o destino (a quem nosso patrão destinou aquele

salário). A origem do salário é a força do trabalho que oferecemos em troca;

b) COMPRAMOS UMA MERCADORIA.

Ao comprarmos alguma mercadoria somos o destino, isto é, a quem a mercadoria foi

destinada? Em troca damos o dinheiro, cheque ou assinamos um documento assumindo

aquela dívida (origens), isto é, de onde originou aquela mercadoria?

a) CONSUMINDO ALGUMA COISA.

Quando consumirmos energia, água etc., estamos recebendo da Cia elétrica ou de Água

os seus serviços que são as origens. Em troca pagamos por esse uso, isto é, é para onde

destinamos o dinheiro - destino;

b) PAGAMENTO DE UMA CONTA.

Quando pagamos uma conta, o nosso credor é a quem destinamos o dinheiro, portanto,

é o destino. Em troca recebemos a nota ou o documento da dívida devidamente quitado

constituindo-se, portanto, na origem daquele gasto. É a sua origem.

c) VENDENDO ALGUMA COISA.

Quando vendemos alguma coisa (bem, mercadoria etc.) este bem é a origem do

dinheiro, do cheque ou do documento que garante que iremos receber. O nosso bolso, a

nossa conta bancária será o destino do dinheiro originário desta operação.

Assim por diante. Numa empresa nada é diferente. O que é um negócio senão uma

operação de troca isto é, onde existe um comprador levando um bem e em troca, dando ao

vendedor o dinheiro ou um título que garanta sua dívida. A única diferença é que na

empresa, as origens e os destinos são registrados pela contabilidade, ao mesmo tempo, ou

Page 14: Analise de balancos resumo

25

seja, os lançamentos contábeis sempre demonstram a origem e o destino da operação. São

as partidas dobradas.

1.3.1.2. ORIGENS E DESTINOS – NATUREZA DAS CONTAS.

Agora fica fácil explicar a razão de na contabilidade existir contas de natureza

devedora e contas de natureza credora. Como podemos observar até agora, na

contabilidade “quem ou aquilo que se recebe” tem a natureza de débito; e “quem ou aquilo

que se entrega”, tem a natureza de crédito.

Para desenvolver as suas atividades a empresa precisa de capitais para aplica-los nas

várias formas de trabalhar. SÃO OS DESTINOS:

a) Comprar imóveis, móveis, máquinas, equipamentos, veículos etc.

b) Comprar matérias primas, materiais secundários, embalagens (estoques) etc.,se for

uma indústria;

c) Comprar mercadorias para revender (estoques), se dedicar à atividade comercial;

d) Comprar materiais para aplicar nos serviços prestados (estoques) se for uma empresa

prestadora de serviços;

e) Financiar as vendas a prazo(clientes) até que receba;

f) Pagar todas as despesas (funcionários, energia, aluguel, telefone, impostos etc.);

g) Pagar os débitos com fornecedores(compras a prazo), com financiadores (bancos etc)

etc;

h) Pagar aos acionistas (sócios) os lucros e os dividendos da aplicação do capital.

Se para trabalhar ela recebe capitais para aplicar em tudo isso, e se já aprendemos que

“o que ou aquilo que se recebe” é débito, podemos concluir que todas as aplicações, nas

contas acima mencionadas, contabilmente falando tem a natureza DEVEDORA. Seus

saldos serão sempre DEVEDORES ou ZERO, jamais serão CREDORES. Sempre serão

debitadas quando ocorrerem tais fatos.

Por outro lado, para adquirir tudo isso a empresa busca os capitais. Aonde?

As principais modalidades ou FONTES de capitais utilizados pela empresa. São as

ORIGENS:

Page 15: Analise de balancos resumo

26

a) Recebe capitais dos acionistas(sócios) que aplicam na empresa;

b) Retém os lucros ou os prejuízos apurados sem distribuí-los para os sócios;

c) Fica devendo (recebe capitais) dos fornecedores através das compras a prazo, de

qualquer coisa;

d) Recebe capitais de instituições financeiras que emprestam para a empresa trabalhar;

e) Usa dos capitais destinados ao pagamento de tributos até o dia do vencimento, isto é,

recebe-os nas vendas e só paga depois;

f) Usa dos capitais destinados ao pagamento de funcionários, isto é, primeiro o

empregado trabalha para depois do final do mês receber;

g) Usa dos capitais destinados ao pagamento das despesas, isto é, primeiro usa a energia,

o telefone, a água etc. e só paga no vencimento.

h) Recebe capitais através de suas vendas a vista e a prazo(quando as recebe).

Se, aprendemos que “quem ou aquilo que se recebe” é CRÉDITO, todas

as contas que representarem alguma das origens acima terão sempre a natureza dos seus

saldos CREDORA. Seus saldos serão sempre CREDORES ou ZERO, jamais serão

DEVEDORES. Sempre serão creditadas quando ocorrerem tais fatos.

Nos casos previstos nas letras “a” e “b” acima chamamos de CAPITAIS PRÓPRIOS

(vindos dos sócios) e nos demais, de CAPITAIS DE TERCEIROS.

1.4. A ORIGEM DO DÉBITO E DO CRÉDITO.

Ainda usando de nossa vida para uma analogia, e ratificando o que foi visto no

subitem anterior, quando recebemos um favor de alguém, imediatamente dizemos ou

pensamos: fico devendo esse favor.

Se, recebemos nosso salário é porque, com ele, estamos pagando uma dívida que

tínhamos, ou seja, a obrigação de dar em troca a nossa força de trabalho;

Comprando – recebendo - uma mercadoria qualquer, assumimos uma dívida até que

venhamos pagá-la. Portanto somos devedores.

Ao recebermos a água em nossas torneiras ou a energia em nossa casa nos tornamos

devedores por estes serviços até que venhamos pagá-los;

Page 16: Analise de balancos resumo

27

Quando o nosso credor nos entrega um título qualquer que estava garantindo nossa

dívida, estamos recebendo algo que comprova que resgatamos aquela dívida, isto é,

passamos a dever outra coisa, no caso o dinheiro.

É nesta linha de raciocínio que se convencionou que as partidas dobradas sempre

possuem um “débito” para o “destino” e um “crédito” para a “origem” do mesmo valor e

ao mesmo tempo.

Isso mais nada é do que “somar” ou “subtrair” valores de cada conta, de acordo com a

operação e com a natureza da conta.

1.5. ARQUIVANDO OS FATOS CONTÁBEIS – O DIÁRIO.

Os atos e os fatos ocorrem todos os dias e a todos os momentos. Os seus registros na

contabilidade são feitos num livro chamado diário. Regra geral é um livro exigido por lei.

Mas, mesmo que não seja exigido como acontece em alguns tipos de empresas ou

atividades (micros e pequenas empresas etc.) é imprescindível para a administração da

empresa, pois é ali que ela encontra registrado tudo o que acontece, podendo assim

identificar todas as suas operações.

O que é mais importante, permite apurar os resultados obtidos (lucros ou prejuízos) a

qualquer hora que quiser e tomar várias decisões através de tais dados.

É, portanto, um livro que armazena todos os acontecimentos. É como se fosse um

diário de uma pessoa.

1.6. SELECIONANDO E ACUMULANDO OS DADOS – O RAZÃO.

Podem acontecer durante o dia, do mês ou do ano vários fatos e acontecimentos iguais

isto é, da mesma natureza (compras, vendas, pagamentos, recebimentos etc). Ocorre que

pelo diário, tais registros não obedecem nenhuma ordem de classificação de acordo com a

natureza do fato, isto é, eles são registrados no momento em que ocorrem

Page 17: Analise de balancos resumo

28

independentemente de que natureza eles sejam. Isso faz com que em relação à natureza

fiquem registrados de forma totalmente aleatória.

O razão é o livro cujos registros ocorrem concomitantemente ao registro no diário e

aos fatos têm por finalidade classifica-los por natureza; condensa-los pela somatória dos

débitos e créditos e acumulados (armazena-los) juntamente com outros fatos iguais

ocorridos anteriormente ou no mesmo período.

Isso quer dizer, por exemplo: se a empresa quiser saber o total das vendas ocorridas até

certa hora do dia, o total até o dia anterior, o total até o mês anterior etc. basta buscar o

arquivo da conta vendas que todos os valores estarão ali acumulados.Os dados ficam

guardados e vão aumentando ou diminuindo de acordo com os fatos. Significa que a

qualquer momento que se precisar de algum dado ele estará atualizado até aquele

momento. No razão as contas já estarão classificadas convenientemente.

1.7. DEMONSTRANDO A SITUAÇÃO DAS CONTAS – O BALANCETE.

A acumulação (somatória) dos débitos e créditos registrados em cada conta, alteram

ao longo do dia, do mês, do ano ou de qualquer período. Assim os seus saldos sempre são

alterados. No razão como foi dito, o saldo de cada conta estará sempre atualizado, podendo

ser consultado ou aferido a qualquer momento.

Ocorre que a empresa, em várias oportunidades, e para várias finalidades

(encerramento do período, tomar uma decisão, elaborar os demais demonstrativos

contábeis etc.) precisa visualizar ou usar todas as contas ao mesmo tempo. É para isso que

existe o Balancete de Verificação.

Para o balancete são transferidos os saldos atualizados de todas as contas, retirados do

razão. É, portanto um demonstrativo transitório fundamental para que em um determinado

Page 18: Analise de balancos resumo

29

momento seja possível processar o encerramento dos resultados do período e a elaboração

dos demais demonstrativos (Demonstração de Resultado, Balanço Patrimonial etc.).

Geralmente, é composto de duas colunas onde na primeira são registrados os saldos das

contas de NATUREZA DEVEDORA e na segunda, os saldos das contas de NATUREZA

CREDORA. Lembrando que a contabilidade sempre registra um débito e um crédito ao mesmo

tempo, o valor total duas colunas devem ser exatamente iguais.

1.8. APURANDO OS RESULTADOS. - DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS.

Toda organização necessita, para fins gerenciais, para tomar algumas decisões, para prestar

contas aos acionistas (sócios) ou para atender as exigências fiscais, de apurar o resultado de um

determinado período de funcionamento da empresa. Para isso usa-se um demonstrativo

chamado Demonstração de Resultados do Exercício ou simplesmente DRE.

O período a ser encerrado (apurado o resultado) depende da finalidade a que se destina,

mas as regras são as mesmas. Quando falamos em encerrado quer dizer que as contas de

resultado (receitas e despesas) são encerradas, ou melhor, zeradas, e que a diferença, sendo

lucro ou prejuízo irá somar (no caso de lucro) ou subtrair (no caso de prejuízo) o patrimônio

líquido.

Conclusão importante pode ser tomada. Se o resultado é somado ou diminuído do

Patrimônio Líquido; e se o resultado de uma empresa pertence aos acionistas (sócios) é óbvio

concluir que o grupo Patrimônio Líquido representa os CAPITAIS PRÓPRIOS aplicados na

empresa.

O procedimento é simples.

a) Retira-se do BALANCETE as contas de RESULTADOS na seguinte ordem:

Page 19: Analise de balancos resumo

30

b Relaciona as contas de receitas (vendas de produtos de fabricação própria, de

revenda de mercadorias ou de prestação de serviços) com os respectivos valores e

totais. A soma representa a RECEITA OPERACIONAL BRUTA.

b Do total acima diminuímos as DEDUÇÕES DAS RECEITAS que são os valores

referentes a (devoluções, abatimentos, descontos incondicionais, tributos incidentes

etc) chegando-se a um saldo que chamamos de RECEITA OPERACIONAL

LÍQUIDA.

b Da receita operacional líquida deduzimos os CUSTOS DOS PRODUTOS

VENDIDOS; O CUSTO DAS MERCADORIAS REVENDIDAS E/OU O CUSTO

DOS SERVIÇOS PRESTADOS. Ao resultado damos o nome de LUCRO

OPERACIONAL BRUTO.

bDo lucro operacional bruto deduzimos AS DESPESAS OPERACIONAIS e ao

resultado damos o nome de RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO.

bAo resultado operacional líquido adicionamos ou subtraímos o RESULTADO NÃO

OPERACIONAL que é a somatória entre as RECEITAS NÃO OPERACIONAIS e as

DESPESAS NÃO OPERACIONAIS. Ao resultado chamamos de LUCRO OU

PREJUÍZO DO PERÍODO.

bDo resultado do período (se for lucro) deduzimos as PARTICIPAÇÕES (de

empregados ou sócios) ou DIVIDENDOS; noutra linha deduzimos os tributos

incidentes (Imposto de Rendas e Contribuição Social, se for o caso).

bDeduzidos os dois valores acima, finalmente, chegamos ao LUCRO OU

PREJUÍZO LIQUIDO DO PERÍODO, que é o valor que será somado ou diminuído

do PATRIMÔNIO LÍQUIDO, no balanço.

1.9. REPRESENTANDO O PATRIMÔNIO – O BALANÇO PATRIMONIAL.

Encerrado o período o fechamento do Balanço Patrimonial não oferece maiores

dificuldades. Reflete a situação da empresa naquele momento. A sua demonstração é

simples:

a) Recorrendo ao balancete de verificação transcrevemos as contas patrimoniais

ATIVAS, que farão parte do ATIVO, devidamente classificadas na seguinte ordem:

Page 20: Analise de balancos resumo

31

b As contas do Ativo Circulante representando os bens e direitos da empresa de

curto prazo (caixa, saldo de bancos, aplicações financeiras, contas a receber, estoques e

outras contas etc.)

b As contas do Realizável a Longo representando os bens e direitos da empresa de

longo prazo (aplicações de longo prazo, contas a receber de longo prazo etc.)

bAs contas do Permanente, com a devida subdivisão em Investimentos,

Imobilizado e Diferido.

bAo total destes três grupos damos o nome de TOTAL DO ATIVO.

b) Recorrendo ainda ao balancete de verificação transcrevemos as contas

PATRIMONIAIS PASSIVAS, subdivididas em:

bAs contas do PASSIVO CIRCULANTE representando as obrigações da empresa

de CURTO PRAZO (salários a pagar, tributos a pagar, fornecedores, empréstimos ou

financiamentos de curto prazo etc). A esse grupo incorporamos o que foi apurado na

Demonstração de Resultados referente à Participação de Empregados ou Sócios, aos

Dividendos a Pagar e à Provisão dos Tributos à Pagar, se for o caso (Imposto de

Rendas e Contribuição Social)

bAs contas do EXIGÍVEL A LONGO representando as obrigações da empresa de

LONGO PRAZO (empréstimos, financiamentos etc.)

bÀ soma dos dois grupos acima descritos chamamos de EXIGÍVEL TOTAL ou

de CAPITAIS DE TERCEIROS.

c) Recorrendo ainda ao balancete de verificação transcrevemos as contas que

compõem o PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Capital, Reservas, Lucros ou Prejuízos

Acumulados etc.)

d) Recorrendo à Demonstração de Resultado transcrevemos o resultado final do

período. Se for lucro, somando aos Lucros Acumulados; se prejuízo, somando aos

Prejuízos Acumulados ou reduzindo os Lucros Acumulados.

e) À soma do EXIGÍVEL TOTAL, com o PATRIMÕNIO LÍQUIDO, chamamos de

TOTAL DO PASSIVO + O PATRIMÔNIO LÍQUIDO, que deve ser exatamente

igual ao ATIVO TOTAL.

1.10. ONCLUSÃO SOBRE OS CONCEITOS BÁSICOS..

Page 21: Analise de balancos resumo

32

A contabilidade passa a existir a partir da ocorrência de um ato ou de um fato

administrativo. Baseado numa planificação contábil (plano de contas) os fatos são

classificados por contas; são registrados no diário pelos lançamentos contábeis constituídos

por partidas dobradas (débitos e créditos concomitantes), e ao mesmo tempo são

individualizados por natureza, classificados e armazenados no razão.

A apresentação consolidada de tais dados é feita pelo Balancete de Verificação

permitindo assim uma visão total do patrimônio e o encerramento do resultado do período

pretendido.

O encerramento é feito através da Demonstração de Resultado do Exercício e,

imediatamente à organização do Balanço Patrimonial.

A partir desses conceitos básicos é perfeitamente possível elaborar os demais

demonstrativos contábeis como serão vistos à frente, tais como DOAR – Demonstração

das Origens e Aplicações de Recursos e da DMPL – Demonstração das Mutações do

Patrimônio Líquido.

Finalmente pode-se perceber pelos conceitos propostos, que a contabilidade se

processa numa ordem perfeitamente lógica, quebrando vários paradigmas existentes sobre

várias convenções existentes para as técnicas contábeis.

Depreende-se que os fatos contábeis vão formando um patrimônio que em algum

momento é apresentado pelas demonstrações.

Em outras palavras e de forma resumida os conceitos propostos são os mesmos

utilizados por HILÁRIO FRANCO (1992;25). A análise é posterior a tudo isso. Segundo

HILÁRIO FRANCO os meios de que se utiliza a contabilidade ou as técnicas contábeis

são:

Para atingir sua finalidade a contabilidade utiliza-se das seguintes técnicas contábeis:

1 Escrituração – registro dos fatos;

2 Demonstrações Contábeis (Balanços, inventários e outras) – exposição dos

fatos;

3 Auditoria – confirmação dos registros das demonstrações;

4 Análise de Balanços – análise e interpretação das demonstrações.

Page 22: Analise de balancos resumo

33

II. METODOLOGIA PROPOSTA PARA A FIXAÇÃO DOS CONCEITOS CONTÁBEIS.

Registrar um...dois....cem... eventos contábeis, é simplesmentedominar uma técnica; saber analisar todas as suas interferênciasnas várias etapas da construção do patrimônio é ter o domínioda informação; saber interpretar os seus efeitos na gestão e natomada de decisões; é dominar o conhecimento.

Um dos grandes problemas enfrentados na transmissão do conhecimento contábil está na

metodologia usada. O agente transmissor ainda insiste na idéia de que baterias e mais baterias

de exercícios, principalmente sobre lançamentos contábeis e sobre fechamento das

demonstrações, possam ajudar o aprendiz a fixar conceitos e entender a mecânica contábil. Isso

tem sido um grande engano.

A experiência tem demonstrado que limitar o número de eventos contábeis usando em

contrapartida a técnica de “efeitos contábeis sucessivos”; permitindo ao aprendiz acompanhar e

avaliar do todo processo até a interpretação final, é infinitamente mais proveitoso.

2.1. A TÉCNICA DOS EFEITOS CONTÁBEIS SUCESSIVOS.

Consiste em trabalhar com apenas dois ou três eventos contábeis demonstrando todas as

fases contábeis até a interpretação final dos resultados. Supondo que no dia 30/11/x0,

levantando o balancete de verificação da empresa tenhamos encontrado os seguintes saldos de

contas:

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DO PERÍODO 01/01/x0 a 30/11/x0 C O N T A S SALDOS EM 30/11/X0Cód T Í T U L O S D É B I T O C R É D I T O 001 Caixa 20 002 Bancos 3.100 003 Contas a receber 6.480 004 Estoques 13.650

Page 23: Analise de balancos resumo

34

011 Contas a receber longo prazo 420 021 Móveis e utensílios 9.930 031 Fornecedores 12.300 032 Salários a pagar 1.030 033 Tributos a pagar 1.320 041 Financiamentos de longo prazo 7.460 051 Capital 6.430 052 Lucros acumulados 12.530 054 Prejuízos acumulados ( 6.570) 061 Despesas diversas 6.650 062 Despesas com salários 6.910 063 Despesas com aluguéis 2.990 071 Receitas de vendas 36.300 074 Tributos sobre vendas ( 1.050) 072 Rendas de aplicações financeiras 1.010 080 Custo das mercadorias vendidas 20.610

TOTAIS 70.760 70.760

Pedir ao aluno que efetue todos os lançamentos e que feche o balanço é solicitar

apenas a aplicação das técnicas contábeis, sem analisar com maiores cuidados o que cada

evento provoca no patrimônio.

Entretanto se trabalharmos com cada evento, construindo toda interferência que ele

provoca no patrimônio será mais fácil explica-los; assim como será mais fácil para o

aprendiz fixar os conceitos. Para facilitar o trabalho ao invés de usar do razão em “T” é

mais fácil usar uma ficha de contabilidade para cada conta movimentada.

Suponhamos ainda que em dezembro XO tenham ocorrido os seguintes eventos:

- Discutindo apenas o evento “a” -

a. Compras de mercadorias $ 8.610 sendo $ 4.300 a prazo e $ 4.310 a vista pago em

cheque;

O que deve ser explicado que a empresa recebeu mercadorias que foram para os

estoques para serem vendidas posteriormente. Em troca das mercadorias a empresa

entregou ao fornecedor um titulo (duplicata) $ 4.300 e um cheque de $ 4.310.

Ao invés de concentrar esforços em saber a quem o que se debita ou se credita é mais

fácil demonstrar quais as contas que foram movimentadas, pelas fichas de contabilidade

fica mais claro.

Pelo evento é fácil identificar que foram movimentadas as contas de ESTOQUES,

FORNECEDORES, E BANCOS, nas quais deverão ser lançados os respectivos valores.

Basta orientar o aprendiz que deve buscar o saldo anterior de cada conta na

contabilidade (balancete) e lançar o evento

FICHA DE CONTABILIDADE

CONTA: ESTOQUES

Cód Data H I S T Ó R I C O Débito Crédito Saldo D/C

Page 24: Analise de balancos resumo

35

004 Saldo anterior 13.650 D

004 0/12/0 Compra nesta data 8.610 22.260 D

FICHA DE CONTABILIDADE

CONTA: FORNECEDORES

Cód Data H I S T Ó R I C O Débito Crédito Saldo D/C

031 Saldo anterior 12.300 C

031 Compras a prazo nesta data 4.300 16.600 C

FICHA DE CONTABILIDADE

CONTA: BANCOS

Cód Data H I S T Ó R I C O Débito Crédito Saldo D/C

002 Saldo anterior 3.100 D

002 Cheque n º .... pagto. Compras 4.310 1.210 C

Uma discussão frutífera pode ser desencadeada após o feitio dos lançamentos

correspondentes ao primeiro evento. Vejamos:

a) Pode-se fixar melhor o conceito de “débito” na conta de estoques pelo fato de ser uma

conta de natureza devedora, quando aumenta, soma-se outro débito.

b) Permite fixar também o conceito de “crédito” na conta de Bancos, pois sendo uma

conta de natureza devedora, quando diminuída deve-se fazer um crédito.

c) A mesma fixação é feita na conta de fornecedores que sendo de natureza credora,

quando aumenta, deve-se fazer um crédito.

d) Facilita explicar o conceito de “o que se recebe” é débito, observando o que aconteceu

na contabilidade quando a empresa recebeu os estoques; explicando também o conceito

de “o que se entrega” é crédito, observando que ao entregar o cheque (creditou-se ao

banco) e ao entregar a duplicata creditou-se ao fornecedor. Reforça o conceito de troca

e das partidas dobradas.

Além de todos os aspectos envolvendo a mecânica da contabilidade, é indiscutível que

o mais importante ao se trabalhar com essa metodologia é a discussão sobre as funções e

sobre a importância da contabilidade; sobre o patrimônio e sobre a gestão de empresas.

Alguns exemplos discutíveis em relação ao primeiro evento:

a) Pode-se demonstrar que o ATIVO (bens e direitos) não foi aumentado em $ 8.610

pela entrada dos estoques como pode parecer, pois $ 4.310 apenas mudou de lugar,

Page 25: Analise de balancos resumo

36

isto é, saiu do banco e foi para os estoques. O que aumentou no ATIVO foi apenas $

4.300 nos estoques (compra a prazo) mas, por outro lado o PASSIVO (obrigações) foi

também aumentado em $ 4.300 pela parte a prazo, da compra.

b) Logo, pode-se concluir que na verdade o PATRIMÔNIO da empresa não foi

aumentado em $ 4.310 (8.610 – 4.300), como poderia se imaginar a primeira vista. O

fato serve para discutir o conceito de que o patrimônio somente cresce mediante

novos investimentos ou mediante resultados positivos ocorridos nas operações da

empresa.

c) Falando de gestão, na discussão de um evento como este é pertinente discutir a

necessidade da empresa criar estratégias para aumentar o giro dos estoques evitando

deixa-los parado.

d) No campo da análise é interessante discutir que a atitude de comprar parte das

mercadorias a prazo aumenta o grau de risco da empresa via endividamento, pois se

não vender os estoques no mesmo prazo obtido do fornecedor seguramente terá os

custos onerados. Sugere discutir também estratégias para as vendas a prazo

compatíveis com as compras.

e) Ainda no campo da análise fica claro que a liquidez (capacidade de pagamento) de

curto prazo (imediata) diminuiu, pois aplicou recursos disponíveis (dinheiro em

banco) em estoques.

Daí por diante, uma discussão abrangente sobre os efeitos de um evento contábil

seguramente facilitará o entendimento das funções e dos conceitos contábeis; permitirá ao

aprendiz criar uma visão muito mais ampla sobre a contabilidade enriquecendo os seus

conhecimentos.

Indubitavelmente é mais produtivo do que ficar simplesmente repetindo técnicas de

lançamentos, conceitos de débitos e créditos e a mecânica de fechamento. A mudança é

radical passando do “como fazer”, para o “porquê fazer”.

SUGESTÃO: Experimente trabalhar todos demais eventos ocorridos no mês de dezembro

de X0 conforme sugestão, da mesma forma.

a) Vendas de $ 10.500 sendo $ 4.000 a prazo e $ 6.500 a vista; e que o custo total

destas mercadorias vendidas seja de $ 4.200;

b) Os tributos sobre as vendas acima são de $ 305;

c) Pagamento em cheque dos salários de novembro $ 1.030;

d) Elaboração da folha de dezembro no valor de $ 1.100 que será paga no início de

janeiro de x1;

e) Pagamento de aluguéis em dinheiro $ 270;

Page 26: Analise de balancos resumo

37

f) Recebimento de contas a receber $ 2.620;

g) Depósito feito na conta bancária $ 8.300

Deve-se lembrar que o ideal seria criar uma planilha para o balancete e, a cada

evento, demonstrando as alterações. Após o preenchimento das fichas de contabilidade e

da discussão de cada evento será possível elaborar o balancete de verificação em 31/12/x0,

que será o seguinte:

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DO PERÍODO 01/01/x0 a 31/12/x0 C O N T A S SALDOS EM 31/12/X0Código

T Í T U L O S D É B I T O C R É D I T O

001 Caixa 570 002 Bancos 6.060 003 Contas a receber 7.860 004 Estoques 18.060 011 Contas a receber longo prazo 420 021 Móveis e utensílios 9.930 031 Fornecedores 16.600 032 Salários a pagar 1.l00 033 Tributos a pagar 1.625 041 Financiamentos de longo prazo 7.460 051 Capital 6.430 052 Lucros acumulados 12.530 054 Prejuízos acumulados ( 6.570) 061 Despesas diversas 6.650 062 Despesas com salários 8.010 063 Despesas com aluguéis 3.260 071 Receitas de vendas 46.800 074 Tributos sobre vendas ( 1.355) 072 Rendas de aplicações financeiras 1.010 080 Custo das mercadorias vendidas 24.810

TOTAIS 85.630 85.630

2.2. ESTRUTURAS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS.

De posse do balancete de verificação é possível elaborar as demonstrações financeiras.

Todas as demonstrações possuem finalidades específicas embora todas tenham uma

finalidade comum, ou seja, resumir em um determinado momento os registros dos atos e

fatos praticados pela empresa dentro de um determinado período para que sejam usados das

mais diferentes formas.

Page 27: Analise de balancos resumo

38

Alguns períodos ou momentos também são determinados por lei, outros, são definidos

de acordo com o interesse da própria organização. Da mesma forma são as demonstrações

algumas são exigidas por leis especiais outras não.

As principais demonstrações financeiras exigidas pela legislação do imposto de rendas

e pela Lei das sociedades anônimas, aplicáveis também aos demais tipos de sociedade são:

a) Demonstração de Resultados;

b) Balanço Patrimonial;

c) Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos;

d) Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido.

Suas estruturas básicas também são regulamentadas ou normatizadas. Esta

exigência faz sentido porque uma das principais funções das demonstrações é classificar os

eventos administrativos, os atos ou os fatos contábeis em grupos representativos de eventos

patrimoniais ou do próprio patrimônio.

Embora não existam modelos exigidos por lei a praxe contábil conseguiu criar

estruturas que facilitam a leitura de tais demonstrações. Uma particularidade é importante.

Para efeito de análise em muitos casos há a necessidade de readequar a estrutura

demonstrada ou de reclassificar algumas contas ou grupos no sentido de facilitar os

trabalhos e dar valor real à análise.

2.2.1. ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO.

A lógica para se chegar a um resultado é que das Receitas sejam deduzidos os Custos e

as Despesas. Sua elaboração não oferece dificuldades. Deve-se lembrar que todas as

demonstrações nascerão da demonstração provisória chamada de Balancete de Verificação

demonstrada linhas atrás. A primeira demonstração a ser fechada é a Demonstração de

Resultados do Exercício (DRE).

Para facilitar o raciocínio basta separar no Balancete de Verificação, as contas que

geram RESULTADOS (Receitas, Custos e Despesas), das contas PATRIMONIAIS para

podermos encerrar o período.

Page 28: Analise de balancos resumo

39

CONTAS DE RESULTADOS

C O N T A S SALDOS EM 31/12/X1Cód T Í T U L O S D É B I T O C R É D I T O

Despesas diversas 6 .650Despesas com salários 8.010Despesas com aluguéis 3.260Receitas de vendas 46.800Tributos sobre vendas ( 1.355)Rendas de aplicações financeiras 1.010Custo das mercadorias vendidas 24.810TOTAIS 42.730 46.455

Como se pode observar há uma diferença entre as duas colunas de $ 3.725 que é

seguramente o resultado do período. Basta-nos transportar aquelas informações para a

demonstração própria para comprovar. As contas patrimoniais que sobraram no balancete

são:

CONTAS PATRIMONIAIS C O N T A S SALDOS EM 31/12/X1Código T Í T U L O S D É B I T O C R É D I T O 001 Caixa 570 002 Bancos 6.060 003 Contas a receber 7.860 004 Estoques 18.060 011 Contas a receber longo prazo 420 021 Móveis e utensílios 9.930 031 Fornecedores 16.600 032 Salários a pagar 1.100 033 Tributos a pagar 1.625 041 Financiamentos de longo prazo 7.460 051 Capital 6.430 052 Lucros acumulados 12.530 054 Prejuízos acumulados ( 6.570)

TOTAIS 42.900 39.175

A diferença entre as duas colunas é a mesma, ou seja, $3.725. Isso dá a certeza de que

o resultado será $3.725. Com ele é possível fechar o balanço.

Basta agora transportar as contas de resultados para a DEMONSTRAÇÃO DE

RESULTADOS DO EXERCÍCIO, destinada a apurar o lucro ou o prejuízo.

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DE 01/01/X0 a 31/12/X0 VALORES N + / -

= C O N T A S PARCIAIS TOTAIS 1 (+) Receita operacional bruta 46.800 2 (-) Deduções das receitas

Devoluções de vendas - Tributos sobre vendas 1.355 1.355

3 (=) Receita operacional líquida ( 1 – 2 ) 45.445 4 (-) Custo das mercadorias vendidas 24.810 5 (=) Resultado operacional bruto (3 – 4 ) 20.635 6 (-) Despesas operacionais

Page 29: Analise de balancos resumo

40

(-) Despesas diversas 6.650 (-) Despesas salários 8.010 (-) Despesas com aluguéis 3.260 17.920

7 (=) Resultado operacional liquido ( 5 – 6 ) 2.715 8 (+ / -) Resultado não operacional (R – D) 1.010 9 (=) Resultado líquido ( 7 – 8 ) 3.725 10 (-) Imposto de rendas e contrib. social - 11 (=) Lucro líquido após tributos (9 – 10) 3.725

Realmente o valor do resultado é $3.725. Este resultado irá compor as contas

patrimoniais e permitirá o fechamento do balanço. Basta transportar as contas patrimoniais

que foram separadas e o resultado da DRE para o balanço.

Quando o resultado for lucro, pode ser somado aos lucros anteriores, diminuir prejuízos

acumulados ou ficar separado no patrimônio líquido. Se for prejuízo pode ser somado a

prejuízos anteriores, compensados com lucros anteriores ou ficar destacado no patrimônio

líquido.

O saldo anterior de lucros acumulados era $12.530

Lucro apurado no período $ 3.725 = $16.255

2.2.2. ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL

Há estudiosos que já consolidaram algumas convenções sobre a estrutura gráfica das

demonstrações embora legalmente isso não exista. Mas em respeito às autoridades que são

e em razão do bom “layout” que defendem, a práxis contábil as adota. Como exemplo de

uma demonstração sugerida por um autor, IUDÍCIBUS (1988;51).

O autor entende que embora sendo uma convenção, o balanço patrimonial deva ser

constituído de duas colunas: a coluna do lado esquerdo, destinada ao Ativo, e a do lado

direito destinada ao Passivo e ao Patrimônio Líquido.

Já que é convenção poderia ser colocado, por exemplo, em primeiro lugar ou em cima o

grupo Ativo e em segundo lugar ou logo abaixo, o Passivo e o Patrimônio Líquido.

Mas, falando de estrutura na acepção estrita da palavra não é se referir a exposição

gráfica das demonstrações. É se referir à estrutura das demonstrações no que diz respeito à

disposição, à classificação e à lógica dos dados que nelas são expostos. Aí sim, existem

normas e princípios mínimos a serem seguidos.

Page 30: Analise de balancos resumo

41

Nesse caso e como já foi visto, exige-se que os grupos ou as contas do ativo sejam

colocados numa ordem crescente de prazo em que poderão ser realizados.

Explica-se assim a razão de que todos os Balanços Patrimoniais reflitam os bens e

direitos na seguinte ordem: Circulante, Realizável a Longo e Permanente; que um Ativo

Circulante espelhe suas contas na seguinte ordem: Disponibilidades, Valores em Contas

Bancárias, Valores em Aplicações Financeiras de Curto Prazo, Contas a Receber, Estoques

e daí por diante.

Pelo lado do Passivo e do Patrimônio Líquido o raciocínio é o mesmo isto é, os grupos

e as contas são colocados numa ordem crescente, mas agora, do prazo de maturação isto é,

do prazo que tais recursos serão exigidos da empresa.

Assim explica-se a razão de serem representados na seguinte ordem: Passivo

Circulante, Exigível a Longo e Patrimônio Líquido; que o Passivo Circulante disponha-se

pelos débitos operacionais de curto prazo: salários a pagar, tributos a recolher,

fornecedores, empréstimos de curto prazo etc. É o que se pode notar com a demonstração

do Balanço Patrimonial, a seguir.

BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31/12/X0ATIVO VALOR PASSIVO E PL VALOR

CIRCULANTE 32.550 CIRCULANTE 19.325 Caixa 570 Fornecedores 16.600 Bancos 6.060 Salários a pagar 1.100 Contas a receber 7.860 Tributos a pagar 1.625 Estoques 18.060 EXIGÍVEL A LONGO 7.460

Financiamentos longo prazo 7.460EXIGÍVEL TOTAL 26.785

REALIZÁVEL A LONGO 420 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 16.115 Contas de longo prazo 420 Capital 6.430PERMANENTE 9.930 Lucros acumulados 16.255 Móveis e utensílios 9.930 Prejuízos acumulados (6.570)TOTAL DO ATIVO 42.900 PASSIVO + P.L. 42.900

2.2.3. ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÂO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DERECURSOS.

As demais demonstrações primam muito pela lógica.

Na Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pela lógica demonstra-se

primeiramente em que os recursos foram aplicados e em segundo lugar, demonstra-se de

onde eles vieram. Forma-se pela ordem: primeiramente as origens e depois as aplicações

ou destinos. Para efeito de análise essas estruturas são muito importantes.

Page 31: Analise de balancos resumo

42

Entretanto, segue a lógica. A rigor não existe um modelo padrão para esta

demonstração. Todas variam de acordo com o tipo e com o número de eventos ocorridos

durante o período.

Para efeito de análise de gestão a utilidade da DOAR é muito limitada pelos seguintes

fatores:

a) Como todas as demonstrações se compõe de dados do passado;

b) Sua disposição inicial ou fundamento parte dos grupos não circulantes para se

chegar à variação do Capital Circulante Líquido (CCL) que é o que interessa. Tal

fato esconde vários fatos que ocorreram no curto prazo ou nos últimos dias do

período levantado

Diante de tais observações sua validade, para efeito de análise, não vai além de

informar a influências das depreciações e das amortizações ou das aplicações em

permanente e investimentos financeiros; ou ainda detectar os valores das variações

monetárias ou cambiais que não afetam o Caixa.

Mas, a rigor, talvez seja a única demonstração contábil que pudesse ser chamada de

Demonstração Financeira.

As demais demonstram situações patrimoniais (Balanço Patrimonial e Demonstração

de Mutações do Patrimônio Líquido); situações econômicas (Demonstração de

Resultados).

Fundamentalmente tem por função demonstrar a variação dos capitais circulantes entre

dois períodos.

DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

ENTRE DOIS EXERCÍCIOS.

PERIODOSTIPO DE VARIAÇÕES 20x0 20x1 Variação

1 ORIGENS DOS RECURSOS 1.1 OPERACIONAIS (+/-) Resultado líquido do exercício (+) Depreciações e Amortizações do Permanente (+/-) Correção integral do Patrimônio (+) Variação monetária ou cambial do Exigível (-) Variação monetária ou cambial do Real. Longo (+) Baixas do Permanente 1.2 DOS SÓCIOS OU DE TERCEIROS (+) Redução do Realizável a Longo (+) Dividendos recebidos e a receber 1.3 TOTAL DAS ORIGENS

2 APLICAÇÕES DOS RECURSOS 2.1. (+) Dividendos pagos e a pagar 2.2.(+) Aumento do Realizável a Longo 2.3 (+) Aumento do Permanente

Page 32: Analise de balancos resumo

43

2.4 (+) Redução do Exigível a Longo 2.5 (=) TOTAL DAS APLICAÇÕES3 Aumento ou diminuição do CCL (1.3 – 2.5)

4 Variação do CCL ( Ativo Circulante – Passivo Circulante)

2.2.4. ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIOLÍQUIDO.

É uma análise no sentido de informar como ocorreram as variações do Patrimônio

Líquido (Capital – Lucros – Reservas - Dividendos).

Refere-se também sobre informações do passado embora para efeito de análise de

gestão possa informar:

a) O processo de investimento de capitais.

b) A atualização do dos ativos a valor de mercado (reavaliação).

c) Os reinvestimentos dos resultados ou capitalização.

d) Os destinos dos resultados do período.

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

OCORRÊNCIAS Capital Reservas deCorreção

Reservas deLucros

LucrosAcumulados

1 SALDOS INICIAIS – 31/12/x02 OCORRÊNCIAS DO PERÍODO (+/-) Aumento de capital (+) Aumento de capital em moeda (+) Reavaliação de ativos (+/-) Resultado da Correção do Patrimônio (+/-) Lucro ou Prejuízo do período3 SALDO EM 31/12/x1

2.3. LEITURA DOS DADOS CONTÁBEIS PARA EFEITO DE ANÁLISE.

Os conceitos dos componentes patrimoniais também são definidos por legislações

especiais, basicamente pela Lei 6.404/96 e Dec. Lei 1.598/97. Mas para serem utilizados

como fontes de análise devem ser traduzidos em linguagem de análise, muito diferente

Page 33: Analise de balancos resumo

44

pois, é a partir daí que se consegue entender a contabilidade como fonte de informações

indispensáveis à gestão das empresas.

A partir do momento em que os dados são transformados em informações, já é início de

um trabalho de análise. É mais ou menos nessa linha de pensamento que DANTE

MATARAZZO (1991:22) dá o seu conceito sobre os objetivos da análise das

demonstrações – “A análise de balanços tem por objetivo extrair informações das

Demonstrações Financeiras para a tomada de decisão”.

O comentário do autor separa, portanto, o Contador do Analista sendo que o primeiro

preocupa-se com dados e o segundo preocupa-se em traduzir dados em informações. Um

melhor entendimento poderia ser retirado das seguintes comparações:

GRUPO ATIVOG LEITURA COM BASE

NOS CONCEITOS CONTÁBEIS. LEITURA COM BASE NOS CONCEITOS DE ANÁLISE

AC

a) Bens direitos, destinos ouaplicações de capitais de curtoprazo; ainda ativo real decurto prazo.

b) Parte do capital de giro a curtoe do CCL.

a) É estratégico para investimentos esensível aos efeitos inflacionários,fazendo parte do ativo operacional e doCCL.

b) Sua redução pode representar a reduçãodo capital de giro ou a remessa derecursos para o longo prazo.

c) Deve ser financiado pelos créditosoperacionais;

d) O importante não é o seu volume, mas asua dinâmica (o giro).

G LEITURA COM BASENOS CONCEITOS CONTÁBEIS

LEITURA COM BASENOS CONCEITOS DE ANÁLISE

RL

a) Bens e direitos, aplicações oudestinos de capital de longoprazo.

b) Parte do capital de giro delongo prazo

a) Seu aumento implica na absorção derecursos do curto prazo ou dopermanente, no primeiro caso interferindona liquidez;

b) Deve ser financiado por recursos de longoprazo.

c) São os recursos que mais sofrem com osefeitos inflacionários, pois tem um giromenor do que o AC.

d) É parte do ativo operacional, mas não doCCL

G LEITURA COM BASENOS CONCEITOS CONTÁBEIS

LEITURA COM BASENOS CONCEITOS DE ANÁLISE

PER

São investimentos em bens de uso,de renda e em gastos pré-operacionais.

a) Os investimentos permanentes devem serlimitados, evitados ou substituídos. Nomáximo devem ser financiados porrecursos de longo prazo ou próprios.

b) São insensíveis aos efeitos inflacionários.c) O uso deve ser racionalizado ao máximo,

pois gera custos financeiros e nãofinanceiros.

Page 34: Analise de balancos resumo

45

GRUPO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDOG LEITURA COM BASE

NOS CONCEITOS CONTÁBEISLEITURA COM BASE

NOS CONCEITOS DE ANÁLISE

PC

a) São origens, fontes de capitaisou obrigações de curto; ouainda capitais de terceiros decurto.

b) Passivo operacional e parte doCCG e CCL e do Exig. Total.

c) Passivo real de curto.

a) Não deve ser privilegiado, exceto asdívidas operacionais não onerosas; devefinanciar ativos de curto prazo.

b) A sua qualidade é determinante, poiscompromete a liquidez e gera custo.

c) Seu aumento pode significar redução deorigens de longo prazo.

EL

a) Obrigações, origens decapitais ou passivooperacional ou real de longoprazo;

b) Parte exigível total e do CG delongo prazo.

a) É a melhor fonte de capitais de terceirose deve financiar investimentos de longoprazo, mas a sua qualidade também éimportante;

b) Seu aumento implica na remessa derecursos para o curto ou para o longoprazo;

c) Não deve ser reduzido para aumentarfontes de curto prazo;

G LEITURA COM BASENOS CONCEITOS CONTÁBEIS

LEITURA COM BASENOS CONCEITOS DE ANÁLISE

PL

a) Capitais próprios ou origenspróprias;

b) Diferença entre ativo epassivo;

c) Compõe-se de capital lucros ereservas;

d) Patrimônio social;

a) Deve ser privilegiado por não seroneroso.

b) Reflete a performance, a dimensão e aevolução da empresa e o nível deremuneração sobre os capitais investidos

c) Altera-se pelos aportes, pelos resultadose pelas reavaliações;

GRUPO DE RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS G LEITURA COM BASE

NOS CONCEITOS CONTÁBEISLEITURA COM BASE

NOS CONCEITOS DE ANÁLISE

ROPa) É Resultado da própria

atividade.b) Reflete a capacidade de

produção.c) O preço é baseado nos custos

a) As eficiências operacional mercadológicae financeira são determinantes no seuvolume.

b) Um aumento de valor não significanecessariamente melhorias nos resultados

c) Depende mais das variáveis externas doque internas e o preço é determinado pelomercado.

CUSTO

a) São dispêndios necessários à obtenção das receitas.b) É o custo de produção decomercialização ou dosserviços, determinante do preço aser praticado e nos resultados.c) São fixos, semifixos,

variáveis ou semivariáveis.

a) Seu volume depende fundamentalmentedas eficiências mercadológica, financeirae operacional da organização.

b) Orienta, mas não é determinante naformação do preço, pois depende devariáveis internas e externas.

c) Deve ser considerado agregado aos produtos mercadorias ou serviços, embora exercendo influência nos resultados.

DOPa) São despesas necessárias

à obtenção de receitas.

a) Seu volume depende fundamentalmentedas eficiências mercadológica,financeira e operacional da organização.

b) Orienta, mas não é determinante naformação do preço, pois depende devariáveis internas e externas.

Page 35: Analise de balancos resumo

46

b) Podem ser fixas ouvariáveis.

c) Em análise as despesas financeiras nãosão necessárias à atividade operacionais

d) devem ser consideradas como agregadoembora exerçam influência nosresultados..

GRUPO DO RESULTADO G LEITURA COM BASE

NOS CONCEITOS CONTÁBEISLEITURA COM BASE

NOS CONCEITOS DE ANÁLISE

RESUL

a) É a diferença entre as receitasos custos e as despesasdemonstrando o efeito dotrabalho de uma empresa.

b) Pode ser operacional ou nãooperacional, dependo do tipodas receitas, dos custos e dasdespesas.

a) Depende das eficiências e das eficáciasda empresa nos aspectos operacional,financeiro e mercadológico.

b) Não existe limite máximo, mas deve terum parâmetro mínimo conhecido antesdas operações.

c) É o indicador seguro que define aatratividade da empresa p/o investidor

III. A ANÁLISE NA CONCEPÇÃO TRADICIONAL.

Há determinados conceitos, fundamentos e princípios que sãoimutáveis pela própria essência, e por issocircunstanciam e institucionalizam a ciência a que servem nas suasmais diversas variações.

3.1. O SURGIMENTO DA ANÁLISE DE BALANÇO.

Muitas definições e conceitos sobre a análise são explorados pelos autores das mais

variadas escolas de contabilidade. Para alguns como DANTE MATARAZO (1991;26) a

Page 36: Analise de balancos resumo

47

análise surgiu e prosperou dentro do sistema bancário no final do século XIX mas no

Brasil somente começou a ser difundida no final dos anos 70.

Alias a SERASA empresa conhecida no Brasil por trabalhar nessa área, foi criada em

1.968. É, portanto uma parte da ciência contábil relativamente nova.

Segundo o autor, a análise de balanços tornou-se obrigatória nos EEUU em 1.915

quando o Federal Reserv Board (Banco Central do EEUU) definiu que somente poderia

negociar títulos com empresas que apresentassem os seus balanços aos bancos. A

concessão de crédito foi, portanto, uma das primeiras finalidades da análise de balanços.

Em 1.918 o FED (Banco Central Americano) normatizou as apresentações das

demonstrações para efeito de análise criando inclusive, formulários padronizados para que

fossem apresentados pelas empresas como orientador das operações bancárias.

3.1.1. A CONTABILIDADE E A ANÁLISE.

Segundo vários autores a contabilidade e a análise muito embora, esta última somente

tenha se difundido no Brasil a partir da década de 70, nasceram juntas.

Aliás, IUDÍCIBUS (1988;19) vai mais longe. Para ele a necessidade de analisar as

demonstrações é pelo menos tão antiga quanto à própria origem de tais peças.

O mesmo autor, na mesma obra a análise de balanços (sic) deve ser entendida como

uma técnica cheia de possibilidades, mas também com várias limitações. Mais aponta

problemas a serem investigados do que soluções.

É sintomática a necessidade de mudar a forma de analisar a partir do momento que a

própria contabilidade deixa de responder às necessidades de várias outras informações

utilizadas na gestão de empresas.

DRUCKER (1995:69) emérito conhecedor da arte de administrar entende que existem

dois grandes desafios para a gestão moderna. O primeiro é como obter os dados

necessários, testa-los e juntá-los ao sistema de informações existente; o segundo é saber

como tornar os dados eficazes, para o processo de decisões em uma organização.

Lembrando a contabilidade o autor diz que as empresas dependem de dados internos

como custos, ou de hipóteses não testadas a respeito do exterior. De uma ou de outra forma

Page 37: Analise de balancos resumo

48

ele afirma: “as empresas estão tentando voar com uma asa só”. Referindo especificamente

à contabilidade ele diz:

“As pessoas normalmente consideram a contabilidade como sendo “financeira”. Mas isto é válido somente para a parte que lida com ativos, passivos e fluxos de caixa; esta é apenas uma pequena parte da contabilidade moderna. A maior parte desta lida com operações ao invés de finanças e, para a contabilidade operacional, o dinheiro é simplesmente uma anotação e uma linguagem para expressar eventos não-monetários. A contabilidade está sendo abalada até as raízes por movimentos de reforma que virão fazer com que ela deixe de ser financeira, e se torne operacional....A contabilidade tornou-se a área intelectualmente mais desafiadora no campo gerencial e a mais turbulenta.”.

3.2. CONCEITOS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES.

Eisnsten já dizia: “Tudo deve ser tão simples, quanto mais simples puder ser, e nunca

ainda mais simplificável”.

É partindo dessa crua verdade que deve se propor alguns conceitos de análise das

demonstrações. Simplificar é a palavra de ordem.

Simplificar os dados em coeficientes, índices, quocientes ou percentuais para com isso

conseguir simplificar as suas leituras; detectar e simplificar as suas causas; simplificar o

estudo de seus efeitos e racionalizar estratégias futuras.

Analisar é conhecer o todo pelas partes que o compõe. Filosoficamente é um processo

por meio do qual se sobe do composto ao simples, dos efeitos às causas.

Matematicamente falando analisar é produzir um conjunto de operações que permite

produzir um espectro a fim de se tirar uma conclusão.

Como instrumento de gestão (englobando todos os conceitos), é um conjunto de

diagnósticos setoriais da organização, traduzindo os efeitos e as causas dos resultados

obtidos pelo processo administrativo e produzindo espectros sobre o futuro do patrimônio

gerido, orientado pelas representações de suas partes.

Para HILÁRIO FRANCO (1992;93,97)

“Analisar uma demonstração é decompô-la nas partes que a formam, para melhor interpretação de seus componentes...é a decomposição dos fenômenos patrimoniais em seus elementos mais simples e irredutíveis”.

LOPES SÁ (1981;13) um dos grandes cientistas da contabilidade usa o comportamento

humano para explicar o trabalho de análise. Segundo ele é latente no espírito humano o

desejo de conhecer as partes de um todo.

Page 38: Analise de balancos resumo

49

“O método de conhecer as partes de um objeto, de um idéia, ou de qualquer coisa, é o método analítico.... Analisar é dividir um objeto em partes para conhecer bem tudo aquilo de que é feito um todo....Análise é, pois, um caminho de entendimentos através das partes ou elementos de um conjunto. ...Busca-se o mais simples para conhecer como se estrutura e como funciona o mais complexo”.

O autor citado defende a diversidade dos procedimentos de análise de acordo com

cada tipo de atividade econômica.

É uma idéia que lança desafios mostrando que o trabalho de análise não possui receitas

iguais para os mesmos números, e que vai além da mera tradução dos números expressos

nas demonstrações.

Referindo-se às normas internacionais de contabilidade, ressalta também que os

procedimentos de análise variam de país para país.

3.3. OS MODELOS USADOS NA ANÁLISE.

Segundo MATARAZZO (1991;27) Alexander Wall, considerado pai da Análise de

Balanços, apresentou em 1.919 o modelo de análise que usa os índices. O princípio não foi

modificado, mas os tipos de índices, hoje estão bastante diferentes. Os índices é um dos

modelos mais utilizado até hoje.

A partir de 1.931, a Dan & Badstreet, empresa americana encarregada de análise de

empresas, começou a divulgar os índices padrão de várias atividades econômicas

americanas.

Na década de 30 apareceu o primeiro modelo de análise de rentabilidade, para as

empresas, conhecido até hoje como Du Pont, (análise do ROI – Return on Investiment) que

decompõe a taxa de retorno em taxas de margem de lucro e de giro dos negócios.

O modelo de índices sofreu várias modificações conceituais e as mais conhecidas são.

3.3.1. OS COEFICIENTES.

Page 39: Analise de balancos resumo

50

É a relação de uma parte com o todo isto é, com uma grandeza maior. Para HILÁRIO

FRANCO (1992;97) “coeficiente é a determinação da percentagem de cada conta ou grupo

de contas em relação ao seu conjunto.”

Exemplo: Ativo Circulante relacionado com o Ativo Total;ou Contas a receber

com o Ativo Total.

3.3.2. OS QUOCIENTES.

É uma relação entre os componentes de um conjunto homogêneo. HILÁRIO FRANCO

assim definiu: “é o estabelecimento da relação entre componentes de um mesmo conjunto”

Exemplo: Caixa relacionado com o Ativo Circulante; ou Ativo Circulante relacionado

com o Ativo Total.

Segundo IUDÍCIBUS o uso dos quocientes tem como finalidade principal permitir aos

analistas visualizar e extrair tendências e compará-los com os padrões preestabelecidos. É

em outras palavras ver o passado e através dele, fornecer algumas atitudes que deverão ser

aplicadas no futuro.

3.3.3. OS ÍNDICES.

Designa os valores de uma mesma variável isto é, a posição de um elemento no quadro.

Geralmente são relações entre dois coeficientes. Para MATATARAZZO (1991;96)

Page 40: Analise de balancos resumo

51

“Ïndice é uma relação entre contas ou grupos de contas das Demonstrações Financei ras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa...fornecendo uma visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa”.

HILÁRIO FRANCO conceitua índice da seguinte forma: “é a comparação

entre componentes do conjunto em sucessivos períodos”.

3.4. OS PRINCIPAIS COEFICIENTES E ÍNDICES.

Regra geral a análise das demonstrações financeiras é feita mediante a tradução dos

dados ou valores, em coeficientes ou índices permitindo assim a sua tradução em

informações. Os principais grupos de coeficientes e índices são:

3.4.1. COEFICIENTES DE LIQUIDEZ.

Medem a capacidade que a empresa possui de pagar suas obrigações com base nos

próprios recursos circulantes. É parte da análise financeira da empresa. Para IUDÍCIBUS a

análise financeira por quocientes é um dos instrumentos de avaliação mais importantes no

desenvolvimento da contabilidade.

Por unanimidade dos autores considera-se que tais coeficientes representam o quanto a

empresa possui em unidade monetária (real) para pagar cada unidade monetária (real) de

dívida. Assim, como parâmetro usa-se dizer que estando ele acima de 1,00 a empresa está

como uma capacidade de pagamento ideal.

3.4.2. COEFICIENTES DE ENDIVIDAMENTO.

Page 41: Analise de balancos resumo

52

São relações que demonstram o grau de comprometimento dos ativos circulantes da

empresa (ativo circulante e/ou realizável a longo) perante terceiros (dívidas).

É também unanimidade entre os autores, até por questões matemáticas, a avaliação de

que quando esse coeficiente é superior a 0,50 indica que a empresa começa a pertencer

mais terceiros do que aos próprios componentes da sociedade.

3.4.3. COEFICIENTES DE RENTABILIDADE.

Revelam a capacidade de retorno dos investimentos, isto é, demonstra o percentual de

lucro gerado pelos capitais investidos. É uma análise que segundo os estudiosos revela a

real capacidade que a empresa possui e obter resultados em função de suas atividades

principais (operacionais)

3.4. 4. COEFICIENTES DE LUCRATIVIDADE.

Demonstram a capacidade que a empresa possui de obter retorno através da aplicação

de capitais nas suas atividades operacionais.

Segundo a maioria dos autores é uma análise de suma importância na visão do

investidor, que interessa saber a capacidade da empresa de conseguir resultados com os

capitais que nela são investidos;

3.4.4. COEFICIENTES DE ROTATIVIDADE.

Demonstra a velocidade com que os recursos giram tanto pelos destinos quanto pelas

origens de capitais.

Considerando que o poder de ganho da organização está condicionado a dois fatores

básicos, margem e giro esse estudo é da mais alta importância principalmente porque numa

economia altamente competitiva, o fator margem é determinado pelo mercado.

Page 42: Analise de balancos resumo

53

Assim, a capacidade de dar velocidade aos recursos aplicados é determinante na análise

da administração.

3.5. AS LIMITAÇÕES DO USO DOS COEFICIENTES.

Os coeficientes, quocientes e índices são fórmulas matemáticas que traduzem os

dados em informações.

Não havendo regras rígidas as fórmulas variam de acordo com uma série de fatores

como a informação que se quer criar; de acordo com o tipo da empresa ou do negócio;

dentro do espaço temporal a que se destina; de acordo com a finalidade a que se destinam;

em função da criatividade e da sensibilidade do analista; muda de acordo com o enfoque

específico que se quer dar ao estudo etc.

Além das fórmulas já consagradas muitas outras já surgiram e ainda surgirão.

Assemelha-se, entretanto, que sempre haverá limitações e que jamais o assunto poderá ser

considerado como esgotado.

WOLFGANG ( 1997:34) dá uma grande lição a esse respeito. Segundo ele:

“ O bom-senso (common sense) é, sem dúvida, a base mais sólida para sermos lógicos, práticos e claros. Afinal, o bom-senso é um aliado da lógica, praticidade e clareza. O entusiasmo ou pessimismo em excesso e a falta de informações mínimas são inimigos do bom-senso. Não devemos confundir arrojo ou medo com bom-senso. O bom-senso fortalece e sustenta mais concretamennte idéias e conclusões.....Contudo, o bom-senso implica a necessidade de certo conhecimento técnico, pesquisa e questionamento....Por outro lado, o conhecido feeling (percepção, sentimento) muitas vezes pode ser (e é) invocado para tentar explicar algum fenômeno na análise.... O feeling, mesmo sendo de origem subjetiva, implica certa sustentação lógica...”

É exatamente isso que se pretende. Primeiramente é preciso deixar claro que o bom

senso e os estudos já provaram que a análise através do coeficiente e índices, já prestou

grandes serviços à gestão e aos negócios.

Por outro lado há estudiosos, raros com certeza, que abominam a importância de tais

estudos como instrumentos de gestão, dado exatamente às suas limitações.

Page 43: Analise de balancos resumo

54

O que deve ter faltado é o bom senso isto é, certo conhecimento específico e técnico,

pesquisas e questionamento. É o que está sendo feito agora por uma nova safra de

estudiosos sobre o tema.

O que se questiona é se os coeficientes e índices são verdades ou inverdades

absolutas. Nem uma coisa nem outra.

Questiona-se também se o conhecimento sobre o ambiente, sobre o mercado e o

feeling não oferecem lógicas suficientes para enriquecer e robustecer um trabalho de

análise. Isso pode ser perfeitamente testado.

3.5.1. AS LIMITAÇÕES DA ANÁLISE QUANTITATIVA.

Não há como discutir a limitação do estudo feito através de coeficiente e de índices

vez que se referem a dados e às informações passadas. Sobretudo, não trabalham com um

cenário maior de informações.

Ensaios e opiniões de vários autores quando sinalizam e até mesmo enfatizam as

limitações desse tipo de análise (uso de coeficiente e de índices) é uma máxima.

MATARAZZO (1991;31) é enfático:

“A análise de balanços tradicional detém-se exclusivamente no passado da

empresa, por serem os dados do passado os únicos contidos nas

demonstrações financeiras”.

IUDÍCIBUS (1988:175) deixa muito claro que o uso dos quocientes oferece grandes

limitações mesmo que comparados com: a) com a série histórica da própria empresa, b)

com algum padrão previamente estabelecido, c) com quocientes análogos de empresas

pertencente ao mesmo mercado, d) com certos parâmetros de interesse regional, nacional

ou internacional.

O mesmo autor na mesma obra (183) é taxativo que a análise onde se leva em conta

apenas os valores das demonstrações financeiras possui uma limitação adicional que é não

considerar as quantidades físicas expressas naqueles valores. Defende a análise que se leva

em conta a eficiência e a produtividade dos fatores.

Page 44: Analise de balancos resumo

55

Esta é mais uma das razões do presente trabalho. Mesmo utilizando algumas técnicas

previsionais, com as quais alguns autores mais modernos já estão trabalhando, as

limitações não são totalmente eliminadas. Sempre haverá uma margem de erro,

principalmente tratando de previsões.

Sem a presunção de querer eliminar todas as margens de erro, o trabalho propõe uma

análise ambiental isto é, considerando o mercado e o seu funcionamento como variável tão

ou mais importante do que as potencialidades internas da organização.

Mais do que isso amplia na análise dos fatores internos, estudos de informações que

extrapolam as demonstrações financeiras, mas que nela se refletem, pois interferem nas

capacidades e competências da empresa.

Finalmente conjuga as informações obtidas pela a análise das várias eficiências da

empresa traduzindo isso em ferramenta para gestão ou para tomada de decisão.

WOLFGANG (1997:239) traduz toda preocupação com as limitações da análisequantitativa. Para ele:

“ Os índices, como medidores das relações entre vários números integrantes das demonstrações financeiras de uma empresa, são ferramentas bastante úteis para análise, resumindo grande quantidade de dados e de forma que é geralmente de fácil compreensão. Contudo, os índices têm limitações consideráveis que devem ser lembradas quando avaliamos seu significado em determinado caso”.

O autor foi muito feliz nas suas conclusões. Leva em conta a rigidez das demonstrações

contábeis diante dos princípios; ressalta os reflexos das mudanças macro-ambientais, sobre

as demonstrações; considera as mudanças internas etc.

Chega ao ponto, de concluir que os índices não esgotam a análise e, isolados, não

refletem situações favoráveis ou desfavoráveis na operação ou administração da empresa.

Essa é a pura realidade. A análise ambiental interna e externa na opinião do autor é

fundamental para qualquer avaliação, política de gestão ou tomada de decisão.

Em outra obra o mesmo autor (1997:119) ensina:

“ Ainda que a análise de balanços utilize uma série de cálculos consagrados (quocientes de liquidez, de rentabilidade, de endividamento, por exemplo), sempre haverá espaço para diferenças pessoais entre cada analista, à luz de sua formação acadêmica, experiência profissional, perspicácia, sensibilidade etc.....(124). É fundamental ter em mente que as cifras dos demonstrativos podem estar sensivelmente afetadas por oscilações macro e micro econômicas, ocorridas durante o período contábil, e que fogem ao controle da empresa...”.

Page 45: Analise de balancos resumo

56

É uma prova contundente da relatividade da análise quantitativa e do subjetivismo

da análise na ótica de cada analista. Entretanto, fica claro o peso da sensibilidade do

analista, ao vislumbrar os ambientes interno e externo em que a empresa se insere.

É com essa sensibilidade que ele consegue avaliar as interferências e os efeitos

provocados pelas políticas internas e externas nas atividades empresariais.

3.6. A EVOLUÇÃO DOS MODELOS; AS ANÁLISES HORIZONTAL E VERTICAL.

Pela proliferação do uso dos coeficientes, quocientes e índices na análise quantitativa,

tudo parece indicar que estes métodos fossem os modelos mais recentes de análise, mas

não são.

As análises horizontal e vertical são formas mais comuns e simples de expressar uma

informação. Apesar de suas simplicidades tais análises revelam informações importantes.

Surgiram em 1925 nos EEUU quando, Stephen Gilman ao criticar o sistema de análise

por coeficientes propôs a análise que vislumbrasse índices encadeados para indicar as

variações havidas nos vários elementos do patrimônio.

3.6.1. A ANÁLISE HORIZONTAL.

Na sua proposta do autor o método permite analisar a evolução de uma de uma conta

ou de um grupo de contas entre períodos diferentes. Serve também para construção de uma

série histórica da empresa, elemento fundamental para ajudar no estudo de tendências.

Por outro lado, a exemplo dos demais modelos, trabalha fundamentalmente com efeitos

e dificilmente revelas as causas das mudanças. Pode ser evolutiva ou retrospectiva.

Segundo IUDÍCIBUS esse tipo de análise é muito importante para descobrir e avaliar

a estrutura e composição de itens das demonstrações e a sua evolução no tempo.

Page 46: Analise de balancos resumo

57

3.6.2. A ANÁLISE VERTICAL.

É inseparável da análise horizontal. Demonstra a estrutura das demonstrações

podendo assim servir para estabelecer tendências. Também espelha os efeitos, e em

algumas demonstrações é também possível descobrir algumas causas primárias. Revela o

percentual que uma grandeza está contida na outra. Exemplo:

3.6.3. EXEMPLO DAS ANÁLISES HORIZONTAL E VERTICAL - BALANÇO.

EXEMPLO DAS ANÁLISES HORIZONTAL E VERTICAL DO BALANÇO PATRIMONIAL.

Demonstrações em milhares de reais ELEMENTOS ANOS 20x2 20x1 20x0Contas ou Grupos Valor H V Valor H V Valor H V ATIVOCIRCULNTE 1.250 1,15 0,48 1.820 1,68 0,64 1080 1,00 0,47Disponibilidades 120 0,48 0,10 90 0,36 0,05 250 1,00 0,23Contas a receber 480 0,94 0,38 620 1,21 0,34 510 1,00 0,48Estoques 650 2,03 0,52 1.110 3,47 0,61 320 1,00 0,29

REALIZAVEL A LONGO 420 0,82 0,16 180 0,35 0,06 510 1,00 0,22PERMANENTE 980 1,30 0,36 860 1,14 0,30 750 1,00 0,31ATIVO TOTAL 2.650 1,13 1,00 2.860 1,22 1,00 2.340 1,00 1,00

ELEMENTOS ANOS 20x2 20x1 20x0Contas ou Grupos Valor H V Valor H V Valor H V PASSIVOCIRCULANTE 1.450 0,77 0,55 2.320 1,23 0,81 1.880 1,00 0,81 Fornecedores 490 0,81 0,34 760 1,26 0,33 600 1,00 0,32Déb. Operacionais 345 2,15 0,24 280 1,75 0,12 160 1,00 0,08Empr. Bancários 615 0,55 0,42 1.280 1,14 0,55 1.120 1,00 0,60

EXIGÍVEL A LONGO 160 2,66 0,66 120 2,00 0,04 60 1,00 0,02PATRIMÕNIO LÍQUIDO

1040 2,60 0,39 420 1,05 0,15 400 1,00 0,17

PASSIVO + P.L. 2.650 1,13 1,00 2.860 1,22 1,00 2.340 1,00 1,00

3.6.3.1. INFORMAÇÕES OBTIDAS NAS ANÁLISES NOS BALANÇOS.

Page 47: Analise de balancos resumo

58

O Ativo Circulante subgrupo mais importante do ativo, depois de crescer 68% no

segundo ano cresceu apenas 15% no terceiro ano.

Se em 20x0 ele representava 47% do ativo total, em 20x1 passou a representar 64%

mas em 20x2 voltou a representar apenas 48% do ativo total.

Isso significa a transferência de recursos do curto para o longo prazo, entre o segundo

e o terceiro ano, o que pode comprometer a liquidez da empresa.

As contas a receber de curto prazo – cresceram 21% entre o primeiro e o segundo

ano reduzindo em 6% entre o terceiro e o primeiro ano. No primeiro ano elas

representavam 48% do ativo circulante, no segundo reduziram para 34% e no terceiro

voltaram a crescer passando a representar 38% do ativo circulante.

As variações para mais nas contas a receber podendo significar aumento no volume das

vendas a prazo, aumento nos prazos concedidos ou ineficácia nas cobranças. Nas variações

para menos o raciocínio é o oposto.

Estoques – Cresceram no segundo ano em 247% e subiram no terceiro ano, ainda em

relação ao primeiro, em 103%. No primeiro ano representavam 29% do ativo circulante, no

segundo 61% e no terceiro 52%.

Os aumentos da participação dos estoques podem ser justificados pelo aumento de

investimentos neste item ou pela redução do seu giro o que é grave. Nas variações para

menos o raciocínio é inverso.

Realizável a longo – Reduziram em valor, no segundo e no terceiro ano em relação ao

primeiro. Representava respectivamente em relação ao ativo total: 22% no primeiro ano,

6% e 16% no terceiro ano.

Quando este item aumenta representa a transferência de recursos do curto prazo e

quando diminui representa remessas para o curto prazo. Seu aumento pode originar do

aumento das vendas a prazo, do aumento dos prazos concedidos ou do baixo giro

(ineficácia) da carteira de cobrança. Na redução raciocina-se de forma inversa.

Permanente – Aumentou 14% no segundo ano e 30% no segundo. Este aumento é

justificado por novos investimentos neste item. Representava 31%, 30% e 36% do ativo

total no primeiro, segundo e terceiro ano.

Page 48: Analise de balancos resumo

59

O aumento representa em última análise, a transferência de recursos do curto para o

longo prazo.

3.6.3.2. EXEMPLOS DAS ANÁLISES DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

EXEMPLO DAS ANÁLISES HORIZONTAL E VERTICAL DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

ELEMENTOS ANOS 20x2 20x1 20x0Cont ou grupos Valor H V Valor H V Valor H V+ Receita Oper.Líquda 6.650 1,24 1,00 5.820 1,08 1,00 5.370 1,00 1,00 - CustosProdutos vendidos 3.190 1,22 0,48 2.760 1,06 0,47 2.610 1,00 0,48 = Lucro oper.bruto 3.460 1,25 0,52 3.060 1,10 0,53 2.760 1,00 0,52 - Despesas operacionais 1.550 1,11 0,23 1.590 1,13 0,27 1.400 1,00 0,26= Lucro Oper.líquido 1.910 1,40 0,29 1.470 1,08 0,25 1.360 1,00 0,25- Despesasfinanceiras 1.290 1,31 0,19 1.450 1,48 0,25 980 1,00 0,18= Lucro líquido do período 620 1,63 0,09 20 0,05 0,00 380 1,00 0,07- Lucrosdistribuídos 155 0,62 0,02 -0-

- o- 0,00 250 1,00 0,05

= Resultado final 465 3,57 0,07 20 0,15 0,00 130 1,00 0,02

3.6.3.3. INFORMAÇÕES OBTIDAS NA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES DE

RESULTADOS.

Receita operacional – Depois de aumentar 8 % no segundo ano melhorou bastante

aumentando 24%% no terceiro. No terceiro ano teoricamente a empresa ganhou

participação no mercado o que é bom sinal.

Custo dos produtos vendidos – Cresceram 6% no segundo ano, portanto menos do que o

aumento das vendas (8%) o que é bom sinal. No terceiro ano, enquanto as vendas

aumentaram 24%% os custos aumentaram apenas 22%.No primeiro ano representavam

48% das vendas; no segundo 47% e no terceiro passaram a representar 48%. No segundo

ano foram melhores administrados. Portanto, os custos não estão crescendo mais que

Page 49: Analise de balancos resumo

60

proporcionalmente à variação das vendas. Isso significa que as matérias primas e

secundárias ou os demais custos diretos foram reduzidos por uma ou outra razão;

Lucro bruto – é o reflexo das ocorrências com os dois fatores anteriores.

Despesas operacionais – No segundo ano cresceram 13% (as vendas cresceram apenas

8%); no terceiro ano aumentaram 11%. Representaram no primeiro ano 26% das vendas

totais; no segundo subiram para 27% e no terceiro ano caíram para 23%. Foi um item que a

administração se preocupou e promover saneamento.

Lucro operacional – é o resultado das políticas de vendas, de custos e de despesas

demonstrados pelos itens anteriores;

Despesas financeiras – Cresceram 48% no segundo ano e 31% no terceiro. Absorveram

no primeiro ano 18% das receitas, no segundo 25% e no terceiro 19%. Realmente estão

prejudicando os resultados da empresa;

Lucro Líquido – Não está com performance boa. Anularam-se no segundo ano e no

terceiro subiram 63%. Entretanto a lucratividade das vendas no primeiro ano foi de 7%,

nula no segundo ano e de 9% no terceiro;

Lucros distribuídos – Apenas 5% das receitas no primeiro e 2% no terceiro ano. No

segundo ano nada foi distribuído aos sócios.