Análise de Mercado Transporte Aéreo Internacional · parte da Ásia : Afeganistão ... Extremo...

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Análise de Mercado Transporte Aéreo Internacional BRASIL – ÁSIA SRI - Superintendência de Relações Internacionais GAMI – Gerência de Análise de Mercados Internacionais Última atualização: 08 de outubro de 2013

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Análise de Mercado

Transporte Aéreo Internacional

BRASIL – ÁSIA

SRI - Superintendência de Relações Internacionais GAMI – Gerência de Análise de Mercados Internacionais

Última atualização: 08 de outubro de 2013

1. OBJETIVO

Esta Nota de Análise de Mercado tem por objetivo prover informações acerca do

relacionamento aerocomercial do Brasil com a Ásia.

O material, produzido pela Superintendência de Relações Internacionais da

ANAC, tem por objetivo primordial prover subsídios às negociações de acordos de

serviços aéreos e analisar as dinâmicas do transporte aéreo internacional sob a

perspectiva brasileira.

Importante pontuar que quaisquer estudos que se proponham a analisar o

mercado de transporte aéreo internacional devem entendê-lo como demanda derivada de

outras atividades econômicas, sendo permanentemente influenciado pelo cenário

macroeconômico internacional no qual se insere. Por este motivo, este Informativo

integra aos dados de transporte aéreo variáveis de turismo e comércio entre as partes

envolvidas, dentre outros fatores intervenientes.

A disponibilização pública desse documento integra um conjunto de iniciativas

implementadas pela ANAC no sentido de auxiliar as empresas aéreas e demais agentes

interessados, na identificação de potenciais mercados aéreos a serem explorados,

visando ampliar a conectividade aérea efetiva do Brasil com os demais países do globo.

2. INFORMAÇÕES GERAIS

2.1.Aspectos Geográficos e Demográficos da Ásia

A Ásia é o maior dos continentes, com 44.482 mil km2 de área. A Ásia faz

fronteira no lado ocidental com dois continentes, África e Europa, e é banhada pelo

Oceano Ártico ao norte e pelo Oceano Pacífico ao leste.

Para fins desta Nota Técnica, foram considerados quarenta e quatro países como

parte da Ásia: Afeganistão, Arábia Saudita, Azerbaijão, Bahrein, Bangladesh, Brunei,

Butão, Camboja, Catar, Cazaquistão, República Popular da China (incluindo Hong

Kong e Macau), Cingapura, Coréia do Norte, Coréia do Sul, Emirados Árabes Unidos,

Filipinas, Iêmen, Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Israel, Japão, Jordânia, Kuwait, Laos,

Líbano, Maldivas, Malásia, Mongólia, Mianmar, Nepal, Omã, Paquistão, Quirguistão,

Síria, Sri Lanka, Tadjiquistão, Tailândia, Taiwan, Timor-Leste, Turcomenistão,

3

Uzbequistão e Vietnã. Para visualizar a localização de cada país, na Figura 1 a seguir,

apresenta-se o mapa da Ásia. Para efeito dessa Nota Técnica, não foram consideradas a

Rússia e a Turquia como pertencentes ao continente asiático.

Figura 1: Mapa dos Países da Ásia

Fonte: Adaptado de http://www.suapesquisa.com/geografia/asia.htm

Devido à grande extensão do continente asiático, as subdivisões regionais

auxiliam a definir grupos de países por áreas geoeconômicas. As principais regiões são

Ásia Central, Extremo Oriente, Norte da Ásia, Oriente Médio, Sudeste Asiático e Ásia

Meridional. Os países de cada região são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1: Países por Subdivisões da Ásia

Subdivisões Países Asiáticos

Ásia Central Afeganistão, Azerbaijão, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão,

Turcomenistão e Uzbequistão

Extremo

Oriente

China (incluindo Hong Kong e Macau), Coréia do Norte, Coréia do

Sul, Japão e Taiwan

Norte da Ásia Mongólia

Oriente

Médio

Arábia Saudita, Bahrain, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã,

Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria

Sudeste

Asiático

Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia,

Mianmar, Tailândia, Timor-Leste e Vietnã

Ásia

Meridional Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka

4

Fonte: Adaptado de http://www.algosobre.com.br/geografia/asia-suas-divisoes-internas.html, uma vez

que este estudo não contempla os países Rússia e Turquia.

Segundo o World Bank Indicators, a população asiática em 2012 chegou aos

4,12 bilhões de pessoas, representando tal quantidade 58,4% da população mundial. A

representatividade populacional de cada sub-região asiática se distribui geograficamente

da seguinte maneira: Ásia Meridional, 39,3%, Extremo Oriente, 37,9%, Sudeste

Asiático, 14,8%, Oriente Médio, 5,4%, Ásia Central, 2,5% e Norte da Ásia, 0,1%.

Dentre os países do grande continente, os mais populosos são: China, com

32,8% da totalidade populacional (ou 1,35 bilhões de pessoas), Índia, com 30,0% (ou

1,24 bilhões de pessoas) e Indonésia, com 6,0% (ou 247 milhões de pessoas). No

Gráfico 1 a seguir, apresentam-se os dez países mais populosos do continente.

Gráfico 1: Dez Países Mais Populosos da Ásia (2012)

Fonte: World Bank Indicators, 2012.

Em 2012, as sete cidades mais populosas no mundo localizavam na Ásia:

Tóquio, no Japão, com 37,1 milhões; Jacarta, na Indonésia, com 26 milhões; Seul, na

Coréia do Sul, com 22,5 milhões; Déli, na Índia, com 22,2 milhões; Xangai, na China,

com 20,9 milhões; Manila, nas Filipinas, com 20,8 milhões; e Karachi, no Paquistão,

com 20,7 milhões.1

1 http://www.worldatlas.com/citypops.htm. A metodologia de coleta dos dados inclui a população que

vive dentro da área metropolitana da cidade e também as pessoas que vivem em seu entorno imediato, do

lado de fora da fronteira estabelecida da cidade.

5

2.2.Aspectos Econômicos da Ásia

O PIB do conjunto dos países asiáticos2, em 2011, alcançou os US$ 21,7

trilhões, representando tal montante 31% do PIB mundial, segundo o World Bank

Indicators. Quando consideradas as sub-regiões da Ásia, o PIB do continente se

distribui da seguinte maneira: Extremo Oriente, com 67,3% (ou US$ 14,6 trilhões),

Oriente Médio, com 11,0% (ou US$ 2,4 trilhões), Ásia Meridional, com 10,5% (ou US$

2,3 trilhões), Sudeste Asiático, com 9,7% (ou US$ 2,1 trilhões), e Ásia Central e Ásia

do Norte, juntas, com 1,4% (ou US$ 0,3 trilhão), conforme ilustrado no Gráfico 2 a

seguir.

Gráfico 2: Sub-Regiões da Ásia – Top 10 PIB - 2011 (US$ Trilhões)

Fonte: World Bank Indicators, 2011.

Os dez principais países asiáticos3, em termos econômicos, são apresentados no

Gráfico 3 a seguir. Destacam-se a China, com US$ 7,3 trilhões de PIB, representando

2 Para análise do PIB, estão disponíveis dados de 39 países: Afeganistão; Arábia Saudita; Bangladesh;

Brunei Darussalam; Butão; Camboja; Cazaquistão; China; Cingapura; Coréia do Sul; Emirados Árabes

Unidos; Filipinas; Hong Kong; Iêmen; Índia; Indonésia; Iraque; Israel; Japão; Jordânia; Kuwait; Laos;

Líbano; Macau, China; Malásia; Maldivas; Mongólia; Nepal; Omã; Paquistão; Qatar; Quirguistão; Sri

Lanka; Tadjiquistão; Tailândia; Timor-Leste; Turcomenistão; Uzbequistão; Vietnã. 3 Para análise do PIB, foram considerados separados China Continental, Hong Kong e Macau.

6

tal valor 33,7% da Ásia e 10,4% do Mundo, e o Japão, com US$ 5,9 trilhões,

representando 27,2% do PIB da Ásia e 8,4% do PIB mundial.

Gráfico 3: Países da Ásia – Top 10 PIB - 2011 (US$ Trilhões)

Fonte: World Bank Indicators, 2011.

O conjunto dos países asiáticos apresentou um crescimento econômico médio

anual de 4,6% entre 2001 e 2011, acima da média mundial do período, que foi de 2,6%.

Dos países da região que registraram as maiores taxas de crescimento, destacam-se

Qatar, com 13,9%, Macau, com 13,7%, China, com 10,6% e Turcomenistão, com 8,7%.

No Gráfico 4 a seguir, observa-se os dez países que apresentaram as maiores taxas de

crescimento econômico no período 2001-2011.

Gráfico 4: Top 10 – Taxa de Crescimento médio anual do PIB (2001- 2011)

7

Fonte: World Bank Indicators, 2011.

2.3.Organizações Internacionais - Ásia

No âmbito de organizações multilaterais de cooperação na região destaca-se a

AMED4 – Diálogo Ásia e Oriente Médio, em que participam 50 países tanto do Oriente

Médio como das demais sub-regiões asiáticas, além de alguns países africanos5. O

principal objetivo da AMED é estreitar as relações entre os participantes e produzir

recomendações de políticas públicas para a região que permitam enfrentar os desafios

transfronteiriços, tais como segurança energética, mudanças climáticas, conflitos

religiosos, terrorismo internacional, segurança marítima e pandemias.

Há diversas associações que englobam países do Oriente Médio com outras

economias, devido às especificidades da região, tendo em conta suas similaridades

políticas, sociais, econômicas e culturais. Dentre essas associações destacam-se:

OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo: engloba 12

economias do Oriente Médio, África e América do Sul, a saber: Arábia

4 http://www.amed.sg/english/ 5 Afeganistão, Argélia, Bahrein, Bangladesh, Butão, Brunei, Camboja, China, Comores, Djibuti, Egito,

Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Japão, Jordânia, Cazaquistão, Kuwait, Quirguistão, Laos, Líbano, Líbia,

Malásia, Maldivas, Mauritânia, Marrocos, Myanmar, Nepal, Omã, Paquistão, Palestina, Filipinas, Catar,

República da Coréia, Arábia Saudita, Singapura, Somália, Sri Lanka, Sudão, Síria, Tajiquistão, Tailândia,

Tunísia, Turquia, Turcomenistão, Emirados Árabes, Uzbequistão, Vietnã, Iêmen.

8

Saudita, Emirados Árabes, Irã, Iraque, Kuwait, Catar, Argélia, Angola,

Líbia, Nigéria, Equador e Venezuela6;

Liga dos Estados Árabes: participam 22 países do Oriente Médio e da África,

quais sejam: Argélia, Bahrein, Comores, Djibuti, Egito, Iraque, Jordânia,

Kuwait, Líbano, Líbia, Mauritânia, Marrocos, Omã, Palestina, Catar, Arábia

Saudita, Somália, Sudão, Tunísia, Emirados Árabes, Iêmen e Eritreia7; a

participação da Síria está suspensa desde 2011, em função da guerra civil no

país.

ASPA – Cúpula América do Sul – Países Árabes: que inclui o Brasil como

país participante8.

Dentre as associações da Ásia (sem considerar o Oriente Médio) destacam-se:

APEC – Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico: que engloba economias

asiáticas, americanas e da Oceania, a saber: Filipinas, Austrália, Brunei

Darussalam, Canadá, Chile, China, Hong Kong, Indonésia, Japão, Coréia do

Sul, Malásia, México, N. Zelândia, Papua N. Guiné, Peru, Rússia,

Cingapura, Taipei Chinesa, Tailândia, Estados Unidos e Vietnã9;

ASEAN - Associação das Nações do Sudeste Asiático10;

ADB – Banco de Desenvolvimento da Ásia: países da Ásia e do Pacífico11.

Todos os países asiáticos participam da OMC – Organização Mundial do

Comércio, com exceção de Coréia do Norte e Turcomenistão. Alguns países,

entretanto, são apenas observadores: Afeganistão, Azerbaijão, Irã, Iraque, Cazaquistão,

Sudão, Síria, Uzbequistão e Iêmen.12

6 http://www.opec.org/opec_web/en/ 7 http://www.arableagueonline.org/ 8Integram a ASPA 34 países – entre Estados sul-americanos e árabes –, bem como o Secretariado-Geral

da Liga dos Estados Árabes (LEA) e a União das Nações Sul-Americanas (UNASUL). Pelo lado sul-

americano, são membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru,

Suriname, Uruguai e Venezuela. Pelo lado árabe, são membros: Arábia Saudita, Argélia, Bareine, Catar,

Comores, Djibuti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Iraque, Jordânia, Kuaite, Líbano, Líbia,

Marrocos, Mauritânia, Omã, Palestina, Síria, Somália, Sudão e Tunísia.

http://www.itamaraty.gov.br/temas/mecanismos-inter-regionais/cupula-america-do-sul-paises-arabes-aspa 9 Disponível em http://www.apec.org 10 http://www.asean.org/ 11 http://www.adb.org/ 12 Disponível em http://www.wto.org/english/thewto_e/whatis_e/tif_e/org6_e.htm

9

A respeito de aviação civil, registra-se que há dois escritórios da OACI

(Organização da Aviação Civil Internacional) na região, quais sejam: (i) Escritório Ásia

e Pacífico em Bangkok, Tailândia; e (ii) Escritório do Oriente Médio no Cairo, Egito.13

2.4.Relações Diplomáticas entre o Brasil e os Países da Ásia

O Brasil possui repartição consular (que é a representação do governo brasileiro

perante as autoridades locais e a comunidade brasileira nela residente) em quinze países

do continente asiático (sem considerar o Oriente Médio) como mostrado na Figura 2, e

treze repartições no Oriente Médio, como mostrado na Figura 3 a seguir. 14

13 Disponível em http://www.icao.int/secretariat/Pages/regional-offices.aspx 14 Disponível em http://www.portalconsular.mre.gov.br/sites-dos-postos/asia

10

Figura 2: Postos de Rede Consular Brasileira na Ásia

Fonte: http://www.portalconsular.mre.gov.br/sites-dos-postos/asia

Figura 3: Postos de Rede Consular Brasileira no Oriente Médio

Fonte: http://www.portalconsular.mre.gov.br/sites-dos-postos/asia

11

Para os turistas brasileiros não há necessidade de visto nos seguintes países

asiáticos: Cingapura; Coréia do Sul; Filipinas; Malásia; Tailândia. Para o Oriente

Médio, apenas Israel e a Palestina não exigem vistos para os brasileiros.

3. CORRENTES DE COMÉRCIO

3.1. Comércio Exterior dos Países Asiáticos

Conforme o World Trade Organization, o valor total das exportações de bens

dos países asiáticos, em 2012, foi de aproximadamente US$ 7,4 trilhões, representando

tal montante um aumento de 3,4% em relação ao ano anterior.

Dentre os países asiáticos, no ano de 2012, destacam-se como maiores

exportadores: China (27,6%0, Japão (10,8%), Coréia do Sul (7,4%), Hong Kong (6,6%)

e Cingapura (5,5%). Da Ásia Meridional, a Índia lidera o ranking das exportações, com

4,0% da totalidade das exportações asiáticas; do Sudeste Asiático, sobressai-se a

Tailândia, com 3,1% e do Oriente Médio, a Arábia Saudita, com 5,2%.

Já as importações dos países asiáticos, no ano de 2012, alcançaram o montante

de US$ 6,7 trilhões, valor 4,8% superior ao apresentado em 2011. Do continente

asiático, no ano de 2012, lideraram o ranking de importações os seguintes países:

China, com 27,1%, Japão, com 13,2%, Hong Kong, com 8,3%, Coréia do Sul, com

7,8% e Índia, com 7,3%. Do Sudeste Asiático, Cingapura se destacou como maior

importador, com 5,7% das importações asiáticas, enquanto no Oriente Médio, os

Emirados Árabes aparecem na primeira posição, com 3,4%.

3.2. Relações Comerciais Bilaterais Brasil-Ásia

Conforme informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

(MDIC), no período de 2002 a 2012, as transações comerciais do Brasil com os países

asiáticos passaram de US$ 20,6 bilhões para US$ 163,1 bilhões, correspondendo tal

montante a um crescimento acumulado de 694% (ou 23,0% de crescimento médio

anual).

Conforme visto no Gráfico 5 a seguir, o crescimento contínuo, em valor

monetário, das trocas comerciais entre as Partes cessou no ano de 2009, quando as

12

trocas comerciais apresentaram uma redução de 12% como consequência da crise

econômica mundial. No biênio 2010-2011, o comércio bilateral Brasil-Ásia mais do que

recuperou o nível de desempenho comercial verificado em 2008, registrando um

expressivo crescimento de sua corrente de comércio, de aproximadamente 90%.

Entretanto, no ano de 2012, as trocas comerciais entre as Partes apresentaram nova

retração, porém, dessa vez, em nível menos expressivo, da ordem de 1,3%.

Gráfico 5: Corrente de Comércio Brasil-Ásia (2002-2012)

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

No Gráfico 6 abaixo, observa-se o ranking dos principais países asiáticos em

termos do fluxo comercial com o Brasil, no ano de 2012. As trocas comerciais entre o

Brasil e os países do continente representam 35,0% da totalidade da corrente de

comércio brasileira. Entre os principais parceiros comerciais do Brasil, destacam-se:

China, com 46,3%, Japão, com 9,6% e Coréia do Sul, com 8,3%.

13

Gráfico 6: Corrente de Comércio Brasil – Países Asiáticos (Top 10) (2012)

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC.

Conforme pode ser visualizado no Gráfico 7, no período 2002-2012, as

exportações brasileiras para os países asiáticos passaram de US$ 11,1 bilhões, em 2002,

para US$ 86,9 bilhões, em 2012, representando tal montante um crescimento

acumulado da ordem de 680% (ou um crescimento médio anual de 22,8%). No tocante

às importações brasileiras, no mesmo período, os valores passaram de cerca de US$ 9,4

bilhões para US$ 76,3 bilhões, correspondendo tal cifra a um crescimento acumulado de

709% (ou um crescimento médio anual de 23,3%).

Gráfico 7: Brasil – Ásia: Balança comercial (2002-2012)

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC.

14

Em termos de participação relativa do comércio com os países asiáticos na

balança comercial brasileira, tem-se que os valores relativos ao fluxo comercial entre as

Partes corresponderam, em 2012, a aproximadamente 35,8% das exportações e 34,2%

das importações totais do Brasil, e 35,0% de todo o fluxo de comércio exterior

brasileiro.

Em relação à pauta de produtos, a Tabela 2 resume a participação dos principais

grupos de bens da exportação e da importação brasileira em relação aos países da Ásia,

ao longo de 2012.

Tabela 2: Pauta de Produtos

Relação Comercial entre Brasil e Ásia (2012)

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC.

Quando da análise relativa ao comércio escoado via modal aéreo, tem-se que em

2012, do total de US$ 163,1 bilhões da corrente de comércio entre o Brasil e a Ásia,

9,4% foi transportado por meio desse modal. Em termos representativos, as importações

fazem maior uso do transporte aéreo (em termos monetários), na ordem de 18,7%, do

que as exportações, que se restringem a 1,2%.

Analisando-se tais informações ao longo do período 2002-2012, verifica-se que

a corrente de comércio dos produtos transportados via aérea passou de US$ 2,9 bilhões

para US$ 15,3 bilhões, correspondendo tal montante a um crescimento acumulado de

425% no período (ou um crescimento médio anual de 18,0%). O saldo comercial

Exportação Importação

Minérios, escórias e cinzas (27,6%);Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e

suas partes (23,0%);

Sementes e frutos oleaginosos; grãos etc.

(16,3%);

Reatores nucleares, caldeiras, máquinas,

aparelhos e instrumentos mecânicos e suas

partes (19,1%)

Combustíveis e óleos minerais, e produtos da

sua destilação; etc. (11,1%);

Combustíveis e óleos minerais, e produtos da

sua destilação; etc. (12,4%);

Carnes e miudezas, comestíveis (7,9%);Veículos automóveis, tratores, ciclos etc.

(6,8%);

Açucares e produtos de confeitaria (6,7%). Produtos químicos orgânicos (4,2%)

Pauta de Produtos

15

mostrou-se deficitário e crescente para o Brasil ao longo de todo o período em questão,

tendo alcançado seu valor máximo, de US$ 13,2 bilhões negativos, no ano de 2011. A

evolução da balança comercial brasileira encontra-se ilustrada no Gráfico 8 a seguir.

Gráfico 8: Brasil – Ásia: Balança Comercial via Aérea (2002-2012)

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC.

A Tabela 3 a seguir exibe o mix de produtos transportados entre Brasil e Ásia no

ano de 2012.

Tabela 3: Pauta de Produtos

Relação comercial entre Brasil e Ásia – Via Aérea (2012)

Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

0

3

6

9

12

15

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

US$

Bilh

ões

Exportação Importação

Exportação Importação

Pérolas naturais ou cultivadas, pedras

preciosas ou semipreciosas e semelhantes,

metais preciosos, etc. (28,9%)

Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e

suas partes (59,2%)

Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e

suas partes (15,1%)

Reatores nucleares, caldeiras, máquinas,

aparelhos e instrumentos mecânicos e suas

partes (21,2%)

Reatores nucleares, caldeiras, máquinas,

aparelhos e instrumentos mecânicos e suas

partes (13,2%)

Instrumentos e aparelhos de óptica, fotografia

ou cinematografia, medida ou controle de

precisão (6,1%)

Instrumentos e aparelhos de óptica, fotografia

ou cinematografia, medida ou controle de

precisão (6,1%)

Produtos químicos orgânicos (3,7%)

Peles, exceto a peleteria (peles com pêlo), e

couros (4,7%)Produtos farmacêuticos (2,6%)

Pauta de Produtos

16

4. TURISMO

4.1. Dimensionamento do Turismo na Ásia

Segundo informações da Organização Mundial do Turismo (UNWTO, em

inglês)15, o número total de turistas internacionais (considerando as chegadas) alcançou

1,035 bilhão em 2012, tendo apresentado variação positiva de 4,0% em relação ao ano

anterior.

Deste universo, ingressaram no continente asiático 262,2 milhões de turistas ou

25,3% da totalidade do turismo internacional no mundo, sendo o segundo continente

que mais recebeu turistas. O principal destino turístico é a Europa, tendo ingressado no

continente 536,9 milhões de pessoas, ou 51,9% dos turistas do mundo. O terceiro

principal destino turístico foram as Américas, que registraram a entrada de 165,8

milhões de turistas, ou 16% dos turistas internacionais no ano de 2012.

No Gráfico 9 abaixo, observa-se a evolução do turismo internacional nos cinco

continentes, ao longo do período 2010-2012. As regiões que mais cresceram nesse

período foram a Ásia, com 10,3%, e a Europa com, 9,8%.

Gráfico 9: Chegadas de Turistas Internacionais por Região no Mundo

(2010-2012)

*2012: Dados Preliminares.

Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2013 Edition. Compilação e Interpolação GAMI/SRI.

15 UNWTO Tourism Highlights 2013 Edition.

17

No continente asiático, a maior concentração de turistas está no Extremo Oriente

(China, Coréia do Sul, Japão e Mongólia e outros) com 46,8% de participação, seguida

do Sudeste Asiático (Malásia, Tailândia, Indonésia e Vietnã e outros) com 32,2%, do

Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes, Jordânia, Líbano e outros) com

15,6% e da Ásia Meridional (Índia, Sri Lanka, Maldivas e outros) com 5,4%.

Gráfico 10: Chegadas de Turistas Internacionais por Região

(2010-2012)

Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2013 Edition. *2012: Dados Preliminares.

Em 2012, a configuração do turismo internacional asiático, no que se refere à

participação relativa de cada país na recepção dos turistas, seguiu essa ordem de

importância16, conforme ilustrado no Gráfico 11 a seguir: China (22,0%), Malásia

(9,5%), Hong Kong (9,1%), Tailândia (8,5%), Arábia Saudita (5,2%) e Macau (5,2%),

dentre outros.

16 Para análise do turismo mundial, foram considerados em separado China Continental, Hong Kong e

Macau. Dessa maneira, qualquer turista entre esses países é contabilizado como turista internacional.

18

Gráfico 11: Chegadas de Turistas Internacionais nos Quinze Principais

Países da Ásia (2012*)

Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2013 Edition. *2012: Dados Preliminares.

Devido à contínua tensão geopolítica no Oriente Médio, a Arábia Saudita

registrou uma queda de 21,9%, em 2012, e o Líbano, de 17,5%. Ressalta-se que

diversos países nessa região não informaram os dados de turismo: Bahrain, Iraque,

Kuwait, Líbia, Omã, Qatar, Síria e Iêmen. Alguns países dessa região, no entanto,

tiveram incremento no número de turistas ingressantes: Emirados Árabes (considerando

apenas Dubai), de 10,4%; Palestina, de 8,8%; e Jordânia de 5,1%.

No Gráfico 12 a seguir, observa-se a evolução do número de chegadas de

turistas no período 1950-2010 e uma previsão para o período 2010-2030. Estima-se que

esse número alcance 1,4 bilhão, em 2020, e 1,8 bilhão em 2030. Conforme estimativa

do UNWTO, o número de chegadas de turistas crescerá à taxa média de 3,3% ao ano

(de 3,8% de 2010 a 2020 e de 2,9% entre 2020 e 2030).

Conforme o estudo em questão, a região da Ásia-Pacifico apresentará um

crescimento mais robusto, em média acima de 4,9% ao ano (de 5,7% de 2010 até 2020 e

de 4,2% entre 2020 e 2030). Em relação ao market share na indústria de turismo, a

região compreendida por Ásia e Pacífico expandirá sua participação mundial e

alcançará 29,6% em 2030, com um volume de 535 milhões, segundo as projeções

realizadas.

19

No mesmo período, estima-se que o Oriente Médio (considerando o Egito)

duplicará o seu volume de turistas, alcançando assim os 149 milhões no ano de 2030

(representando 8,2% do turismo mundial). A taxa de crescimento estimada é de 4,6% ao

ano, em média (5,2%, de 2010 até 2020, e de 4,0%, entre 2020 e 2030).

Gráfico 12: Chegadas de Turistas Internacionais por Região – Dados

Históricos (1950-2010) e Previsões (2011-2030)

Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2013 Edition.

No tocante às receitas oriundas do turismo internacional, dados da UNWTO

estimam o valor aproximado de US$ 1,075 trilhão em 2012. Desse total, US$ 319,8

bilhões, ou cerca de 30% da totalidade mundial, foram provenientes da Ásia. Dentre as

sub-regiões do continente, o Extremo Oriente contribuiu com US$ 166,8 bilhões (ou

52,2%) da receita total do turismo internacional asiático.

Em termos agregados, observou-se que as receitas provenientes do turismo

mundial em 2012 registraram um aumento de 3,2% em relação ao ano anterior. Foi

verificado o seu incremento em todos continentes, com exceção da Europa (-1,8%). O

continente asiático apresentou um aumento de 8,2%; destacando-se as sub-regiões

Extremo Oriente, com taxa de crescimento de 11,5%, e Sudeste Asiático, com 8,6%.

Como pode ser observado na Tabela 4 a seguir, o valor médio gasto por turista

internacional ficou em US$ 1.038,65 em 2012. Já na Ásia, esse valor médio se mostrou

20

mais elevado, alcançando os U$ 1.219,43. Quando analisadas as sub-regiões do

continente, nota-se que a Ásia Meridional e o Extremo Oriente apresentaram maior

receita média por turista de, respectivamente, US$ 1.712,8 e US$ 1.359.

Tabela 4: Turistas Internacionais por Região – Quantitativo e Receita (US$)

– 2011 e 2012

Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2013 Edition. Compilação e Interpolação GAMI/SRI.

*2012: Dados Preliminares.

Quando se realiza a análise por país asiático, observa-se que os que

apresentaram os maiores valores de gasto médio por turista foram Macau (US$ 3.219),

Japão (US$ 1.742), e Hong Kong (US$ 1.350). No gráfico a seguir, encontram-se os

gastos médios de turistas dos dez países asiáticos que receberam mais turistas.

Gráfico 13: Receita Média por Turistas Internacionais nos Dez Principais Países

da Ásia que Recebem Turistas (2012*)

Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2013 Edition. *2012: Dados Preliminares.

Por visitante

2011 2012* 2011 2012* 2012

Mundo 995,0 1.035,0 1.042,0 1.075,0 1.038,6

Europa 518,8 536,9 468,8 460,3 857,3

Ásia 252,0 262,2 295,5 319,8 1.219,4

Extremo Oriente 115,8 122,8 149,6 166,8 1.359,0

Sudeste Asiático 77,3 84,6 84,4 91,7 1.084,1

Ásia Meridional 13,5 14,1 23,7 24,2 1.712,8

Oriente Médio 45,4 40,8 37,7 37,1 909,3

Américas 158,4 165,8 200,0 215,1 1.297,1

África 51,8 55,1 34,8 36,1 654,8

Oceania 14,1 14,8 42,9 43,7 2.944,3

Chegada de Turistas Internacionais

Milhões

Receita (US$)

Bilhões

21

Quando se considera a distribuição da receita proveniente dos turistas

internacionais, entre os países da Ásia, a China destaca-se como principal mercado, com

registros de US$ 50,0 bilhões (ou 15,6% de participação). Em seguida, tem-se Macau

com 43,7 bilhões (13,7%), Hong Kong com 32,1 bilhões (10,0%), Tailândia com 30,1

bilhões (9,4%) e Malásia com 20,3 bilhões (6,3%). Os quinze principais países asiáticos

são apresentados no Gráfico 14 a seguir.

Gráfico 14: Receita dos Turistas Internacionais nos Quinze Principais Países da

Ásia (2012*)

Fonte: UNWTO Tourism Highlights 2013 Edition. *2012: Dados Preliminares.

Ainda conforme os dados da UNWTO, os turistas chineses lideram o ranking de

gastos no exterior, tendo registrado dispêndios da ordem de US$ 102 bilhões, em 2012

– valor 37,2% superior ao de 2011. Quando considerado o período de doze anos,

observa-se que a China multiplicou os seus gastos com turismo internacional em oito

vezes. Na oitava posição da mesma lista se encontra o Japão, com US$ 27,9 bilhões

dispendido por turistas japoneses, valor 2,4% superior ao registrado em relação ao ano

anterior.

22

4.2. Do Turismo receptivo do Brasil

Considerando o turismo receptivo brasileiro17, dos cerca de 5,68 milhões de

turistas que ingressaram no país em 2012, 5% foram provenientes da Ásia. Como pode

ser visto no Gráfico 15, o maior quantitativo foi de turistas da América do Sul com

50%, seguido da Europa com 29% e da América do Norte com 13%.

Gráfico 15: Turismo Receptivo no Brasil – Regiões no Mundo (2011-2012)

Fonte: Mtur - Anuário Estatístico do Turismo 2013, vol. 40 – Ano Base 2012.

Dos 297 mil turistas provenientes do continente asiático, 87% ou 259,6 mil

utilizaram o modal aéreo em 2012. Tal valor apresentou crescimento de 6% em relação

ao ano anterior, taxa superior a registrada pelo total do turismo brasileiro no período, de

4,5%.

O Gráfico 16 apresenta os 5 principais países asiáticos emissores de turistas ao

Brasil, que juntos responderam por 82% do total da emissão de turistas da região para o

país em 2012. Destaque para a participação do Japão (25%), seguido da China (22%),

Coréia do Sul (17%), Israel (11%) e Índia (7%).

Em relação ao ano anterior, 4 países apresentaram incremento no quantitativo de

turistas para o Brasil. Os mais representativos foram China (18%), Japão (16%) e

Coréia do Sul (12%). Israel apresentou queda de 20%.

17 Fonte: Ministério do Turismo – Anuário Estatístico do Turismo 2013, vol. 40 – Ano Base 2012.

23

Gráfico 16: Turismo Receptivo no Brasil – Principais países asiáticos (2011-2012)

Fonte: Mtur - Anuário Estatístico do Turismo 2013, vol. 40 – Ano Base 2012.

5. TRANSPORTE AÉREO NA REGIÃO

No WATR18 referente ao ano de 2012, foram coletadas informações de 380

aeroportos no continente asiático, sendo 182 somente na China. Outros países

representativos na Ásia foram Irã (53 aeroportos), Arábia Saudita (25), Malásia (25),

Índia (17), Coréia do Sul (15), Indonésia (10), Japão (8), Israel (6), Emirados Árabes

(6), Iêmen (6) e Tailândia (6). Os doze países com maior quantidade de aeroportos

podem ser observados no Gráfico 17 a seguir.

Gráfico 17: Quantidade de Aeroportos por País Asiático (2012)

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI.

18 World Airport Traffic Report, 2012. ACI – Airports Council International.

24

5.1. Panorama Geral do setor aéreo- Transporte de Passageiros

Segundo dados do WATR, o número de passageiros transportados19 em voos

domésticos e internacionais no mundo, em 2012, foi de 5,7 bilhões, volume 4,4%

superior ao do ano anterior. As principais regiões, no que tange à quantidade de

passageiros transportados via modal aéreo, foram Ásia, Europa e América do Norte,

com participações, respectivamente, de 31,0%, 28,1% e 27,2%20, como visto no

Gráfico 18 a seguir.

Os aeroportos do continente asiático receberam um fluxo de 1,8 bilhão de

passageiros em 2012. Tal volume de passageiros representou um crescimento de 9,5%

em relação ao ano anterior, consideravelmente superior à taxa mundial e das outras

principais regiões: Europa, com 1,7%, e América do Norte com 1,3%.

Gráfico 18: Tráfego de Passageiros por região e por países asiáticos- 2012

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI.

19 No WATR 2012, a variável passageiros transportados é definida como o total de passageiros pagos e

não pagos, embarcados e desembarcados em voos comerciais, por aeronaves e helicópteros, em voos

regulares e não regulares. 20 A Rússia e a Turquia não foram contempladas entre os países asiáticos, uma vez que o relatório da

WATR considerou esses países pertencentes ao continente europeu. Além disso, não foram apresentados

dados dos seguintes países: Afeganistão, Azerbaijão, Bangladesh, Butão, Coréia do Norte, Laos,

Maldivas, Mianmar, Paquistão, Quirquistão, Síria, Tadjiquistão, Timor-Leste, Turcomenistão,

Uzbequistão.

25

Considerando apenas os países asiáticos, a China representou 41,6% do tráfego

de passageiros do continente (ou 12,9% do tráfego mundial), em 2012, com 740,2

milhões. Os outros países em destaque foram: Japão com 188,1 milhões (10,6%, ou

3,3% do tráfego mundial); Índia com 133,3 milhões (7,5%); Coréia do Sul com 91,9

milhões (5,2%); Emirados Árabes com 80,4 milhões (4,5%); Indonésia com 79 milhões

(4,4%); e Tailândia com 76,1 milhões (4,3%). Os quatorze países com maior

participação, representando 95% do continente asiático, são apresentados no Gráfico 19.

Os países asiáticos que apresentaram as maiores taxas de crescimento em 2012

foram: Iraque (52,7%), Mongólia (23,1%), Arábia Saudita (20,5%) Catar (17%);

Cazaquistão (16,9%) e Omã (16,5%).

Analisando as sub-regiões asiáticas, verifica-se a seguinte configuração do

tráfego de passageiros nos aeroportos do continente: Extremo Oriente (China, Coréia do

Sul, Japão e Taiwan), 59,1% dos passageiros; Oriente Médio, 21,1%; Sudeste Asiático,

14,4%; Ásia Meridional, 5,1%; Ásia Central (com dados apenas do Cazaquistão), 0,2%;

e Norte da Ásia, 0,1%.

Gráfico 19: Tráfego de Passageiros e Participação (%) por País na Ásia - 2012

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI.

Em consonância com a representatividade do transporte aéreo asiático em nível

global, observa-se a presença de 11 aeroportos asiáticos no ranking dos 30 principais

26

aeroportos do mundo, em número de passageiros, no ano de 201221: Pequim (PEK) (2º);

Tóquio (HND) (4º); Jacarta (CKG) (9º); Dubai (DXB) (10º); Hong Kong (HKG) (12º);

Bangkok (BKK) (14º); Cingapura (SIN) (15º); Guangzhou (CAN) (18º); Xangai (PVG)

(21º); Kuala Lumpur (KUL) (27º); e Incheon (ICN) (29º).

No Gráfico 20 abaixo se observa a rápida evolução do Aeroporto de Pequim, no

período 1995-2011, em termos do número de passageiros processados. Em dezessete

anos, registrou-se um crescimento acumulado de 425% (média de 11% ao ano),

passando de 15,0 para 78,7 milhões de passageiros em 2011. No mesmo período, o

primeiro aeroporto no ranking (Hartsfield-Jackson, ATL), localizado em Atlanta, nos

Estados Unidos, apresentou 60,1% de crescimento acumulado, reforçando a expressiva

evolução do aeroporto chinês. Em 2012, a taxa de crescimento em relação a 2011 foi de

4,1% para Pequim e de 3,4% para Atlanta. Por fim, cabe ressaltar que o aeroporto

chinês estava apenas na 42ª posição no mesmo ranking em 2000, passando para a 2ª

posição em 2012, enquanto o aeroporto americano já estava na primeira posição.

Gráfico 20: Tráfego de Passageiros nos Três Principais Aeroportos – 1995-2011

Fonte: World Airport Traffic Report, 2011. ACI.

21 WATR, 2012, ACI.

27

Outro indicativo da relevância que a região asiática vem alcançando no

transporte aéreo de passageiros é a grande presença de seus aeroportos no ranking dos

25 aeroportos com maior taxa de crescimento no ano de 2012, quando considerados

apenas aqueles acima de 15 milhões de passageiros processados. Foram dezessete

aeroportos no continente asiático nessa lista, sendo o primeiro e o terceiro lugares

aeroportos do Oriente Médio, o primeiro em Jeddah (JED) na Arábia Saudita com

23,2% de crescimento no biênio 2012-2011, e o terceiro em Doha (DOH) no Catar com

17% de crescimento no mesmo período.

Os dez principais aeroportos asiáticos, em relação ao fluxo de passageiros

(embarque e desembarque), são apresentados no Gráfico 21 a seguir. Esses dez

aeroportos corresponderam a 31,3% de todo fluxo da Ásia em 2012. Destaca-se a China,

com quatro aeroportos, sendo que o Aeroporto de Pequim (PEK) se encontra na

primeira posição, com 4,6% do mercado asiático de passageiros. Em seguida, aparece o

Aeroporto de Tóquio (HND) com 3,8%, o Aeroporto de Jacarta (CGK) com 3,25%, o

Aeroporto de Dubai (DXB) com 3,24% e o Aeroporto de Hong Kong (HKG) com

3,15% de participação de mercado. Em relação ao ano anterior, as maiores taxas de

crescimento foram registradas por Dubai com 13,2%, Jacarta com 12,1%, Bangkok com

10,6% e Cingapura com 10%.

Gráfico 21: Dez Principais Aeroportos Asiáticos - Tráfego de Passageiros (2012) e

Taxa de Crescimento (2011-2012)

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI.

28

5.2. Panorama Geral do Setor Aéreo – Transporte de Carga

Segundo dados do WATR, o volume de carga transportada22 em âmbito mundial

em 2012 foi de 92,5 milhões de toneladas, representando tal métrica um crescimento de

0,5% em relação ao ano anterior.

Como visto no Gráfico 22 a seguir, a Ásia se destaca no transporte aéreo de

carga, tendo seus aeroportos escoado 39 milhões de toneladas em 2012, representando

tal volume 42,2% da totalidade da carga aérea mundial. Em seguida, aparecem a

América do Norte, com 30,4%, e a Europa, com 19,2%. A América Latina e Caribe

representam 5,4% da totalidade da carga aérea transportada nos aeroportos do mundo.

Dentre os países do continente asiático, destaca-se a China, tendo os seus

aeroportos recebido um fluxo de 16,1 milhões de toneladas de carga aérea,

representando tal volume 41,2% da totalidade da carga aérea processada pelos

aeroportos asiáticos (ou 17,4% da carga aérea mundial)23. Em seguida, observa-se o

Japão com 4,8 milhões de toneladas (ou 5,1% da carga mundial), os Emirados Árabes

Unidos com 3,2 milhões de toneladas (ou 3,4% do share mundial) e a Coréia do Sul

com 2,8 milhões de toneladas (ou 3% do total mundial). Mais detalhes dos principais

países asiáticos podem ser observados no Gráfico 23.

Gráfico 22: Tráfego de Carga por Continente e por Países Asiáticos- 2012

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI.

22 No WATR 2012, a variável carga transportada é definida como carga e correio em chegadas e partidas

no aeroporto. Não está incluída bagagem de passageiros. 23 O Brasil representou 1,6% da carga aérea mundial transportada, no ano de 2012, conforme dados do

WATR.

29

Gráfico 23: Transporte de Carga e Participação (%) por País na Ásia em 2012

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI.

Os países asiáticos que apresentaram as maiores taxas de crescimento em termos

de carga aérea transportada em 2012 frente a 2011 foram: Iraque (53,9%), Camboja

(53,8%), Arábia Saudita (17,7%), Omã (14,7%), Libano (13,6%) e Filipinas (12,1%).

Analisando a participação das sub-regiões asiáticas no transporte de carga aérea,

observa-se a predominância do Extremo Oriente (China, Coréia do Sul, Japão e Taiwan)

no continente asiático, representando 61,8% da carga aérea escoada pelos aeroportos da

região. Em seguida, tem-se o Sudeste Asiático com 16,6% e o Oriente Médio com

13,1%.

No ranking dos trinta maiores aeroportos em volume de carga, metade são

asiáticos, os cinco principais foram: Hong Kong (HKG, 1º) com 4,07 milhões de

toneladas; Xangai (PVG, 3º) com 2,94 milhões; Incheon (ICN, 5º) na Coréia do Sul com

2,46 milhões; Dubai (DXB, 6º) nos Emirados Árabes Unidos com 2,28 milhões; e

Tóquio (NRT, 10º), com 2 milhões. Ressalta-se que o aeroporto de Xangai estava na

posição 80 em 2000.

30

5.3. Panorama Geral do Setor Aéreo – Movimentos de Aeronaves

Analisando-se o movimento de aeronaves em âmbito mundial, observa-se que a

Ásia teve participação de 19,7% em 2012, importância consideravelmente menor

quando comparada à participação asiática no tráfego de passageiros (31,0%) e de carga

(42,2%). Tal fato se explica em grande parte por fatores relacionados ao grau de

aproveitamento dos voos e ao tamanho médio das aeronaves, como se verá adiante.

No Gráfico 24 a seguir pode ser visualizada uma série histórica (ajustada por

empresa aérea) do número médio de passageiros por movimento nas principais regiões.

No período 2003-2012, o Oriente Médio atingiu 141 passageiros por movimento, em

média, como consequência do uso de grandes aeronaves pelas empresas do Golfo,

segundo informações do WATR 2012. Em seguida, está a região Ásia-Pacífico (sem

considerar o Oriente Médio) com 130 passageiros por movimento em média. Já Europa,

América Latina e Caribe, América do Norte e África apresentaram médias menores, de

104, 85, 83 e 69 passageiros, respectivamente.

Gráfico 24: Número Médio de Passageiros por Movimento (2003-2012)

Fonte: World Airport Traffic Report, 2012. ACI.

31

Considerando-se o comportamento do número de movimentos no biênio 2011-

2012, verificou-se que tal indicador na Ásia variou de 14,8 milhões de movimentos em

2011 para 15,5 milhões em 2012, representando tal marca um crescimento de 4,7%.

Entre os países da região, destacaram-se: China com 6,68 milhões de movimentos (ou

43,2% da totalidade asiática de movimentos); Japão com 1,36 milhão (ou share de 8,8%

na região); Índia com 1,25 milhão (8,1%); Malásia com 863 mil (5,6%); Coréia do Sul

com 653 mil (4,2%); e Emirados Árabes Unidos com 645 mil movimentos (4,2%). Os

três países que apresentaram as mais altas taxas de crescimento de movimentos em 2012

foram: Iraque com 21,3%; Mongólia com 14,7% e Cazaquistão com 11,7%.

No ranking dos trinta maiores aeroportos do mundo por movimentos de

aeronaves em 2012, havia quatro aeroportos asiáticos: Pequim (PEK) na 6ª posição com

557,1 mil movimentos; Tóquio na 24ª com 391,2 mil; Jacarta na 25ª com 380,3 mil; e

Guangzhou (Cantão) na 27ª com 373,3 mil movimentos.

5.4. Panorama Geral do setor aéreo – Empresas Aéreas

Segundo o WATS24, havia 57 empresas asiáticas no final de 2011. No ranking

das 50 maiores companhias aéreas do mundo (conforme o critério de passageiros

internacionais transportados, no ano de 2011), constavam 19 (dezenove) empresas

asiáticas: Emirates (4º); Cathay Pacific Airways (11º); Singapore Airlines (13º); Korean

Air (14º); Qatar Airways (16º); Thai Airways (22º); China Airlines (24º); Asiana

Airlines (27º); Malaysia Airlines (31º); Saudi Arabian Airlines (32º); China Eastern

Airlines (34º); Etihad Airways (35º); Dragonair (37º); EVA Air (38º); Japan Airlines

(39º); Air China (40º); China Southern Airlines (43º); All Nippon Airways (47º); e Jet

Airways (50º).

As 15 maiores empresas asiáticas, quanto ao número de passageiros

internacionais transportados em 2011 são apresentadas no Gráfico 25. As empresas que

se destacaram por apresentarem as maiores taxas crescimento no número passageiros

internacionais transportados, no período 2002-2011, foram as seguintes: Qatar Airways

(529%); China Eastern Airlines (302%); e Emirates (298%). Além dessas empresas,

24 WATS - World Air Transport Statistics / Digest and key performance indicators CD-ROM. 56th edition,

Published 2012.

32

ressalta-se o expressivo crescimento da Etihad Airways, da ordem de 202%, no período

2006-2011.

Gráfico 25: Quinze empresas aéreas com maior quantitativo de passageiros

internacionais transportados na Ásia (2011)

Fonte: WATS - World Air Transport Statistics

Analisando-se as estatísticas de transporte aéreo Assento Quilômetro Oferecido

(ASK) e Passageiro Quilômetro Pago Transportado (RPK), apresentadas no Gráfico 26

abaixo, observa-se uma evolução com tendência crescente nas duas variáveis, para as

empresas asiáticas, no período 2002-2011, conforme o WATS. Em termos

comparativos, o RPK cresceu mais do que o ASK, com taxas, respectivamente, de 81%

e 74%, demostrando assim maior aproveitamento das aeronaves nessas companhias. O

load factor, mesmo com tendência crescente, mostrou oscilações no período,

registrando taxa média em torno de 73%.

33

Gráfico 26: Assento Quilômetro Oferecido (ASK) e Passageiro Quilômetro Pago

Transportado (RPK) entre as empresas aéreas asiáticas (2002-2011)

Fonte: WATS - World Air Transport Statistics

Também de acordo com dados do WATS, no Gráfico 27 são apresentadas as

quinze empresas asiáticas com o maior volume de carga transportada em 2011. O maior

crescimento acumulado entre 2002 e 2011 foi alcançado pela Qatar Airways com

1.311%, seguida da China Eastern Airlines (384%) e Emirates (253%).

Gráfico 27: 15 Empresas Aéreas Asiáticas com Maior Volume de Carga

Internacional Transportada (2011)

Fonte: WATS - World Air Transport Statistics

34

5.5. Conectividade aérea entre Brasil e Ásia

A conectividade do Brasil com a Ásia, por meio de operações aéreas regulares

entre as Partes, de acordo os dados de HOTRAN/ANAC de setembro de 2013,

estabelece-se com cinco países, por meio de 36 frequências semanais, distribuídas da

seguinte forma:

(i) Emirados Árabes: 21 frequências semanais (14 pela Emirates e 7 pela

Etihad Airways);

(ii) Catar: 7 frequências semanais (Qatar Airways);

(iii) Cingapura: 3 frequências semanais (Singapore Airlines)

(iv) Coréia do Sul: 3 frequências semanais (Korean Air)

(v) China: 2 frequências semanais (Air China)

Os detalhes das rotas operadas entre o Brasil e a Ásia estão ilustrados na Tabela

5 a seguir.

Tabela 5: Detalhes das frequências aéreas Brasil-Ásia

Observação: A data da pesquisa foi 16/09/2013. Os voos foram marcados para 17/10/13 (ida) e 24/10/13

(volta), com exceção para volta da Empresa Korean para o dia 25/10/2013. No caso da Emirates, foi

pesquisado o trecho Guarulhos – Dubai.

Fonte: Sítio eletrônico das empresas.

Como se observa, atualmente, não há voos para o Japão e para a Índia, apesar

desses países representarem, respectivamente, 3,3% e 2,3% do mercado mundial de

35

passageiros, como citado anteriormente. A China, apesar das expressivas relações

comerciais com o Brasil e tendo 12,9% do mercado mundial de passageiros, está

conectada com apenas duas frequências semanais com o Brasil. Além disso, não há

empresas cargueiras atualmente realizando voos regulares entre Brasil e Ásia, o que

denota as inúmeras oportunidades comerciais que, de certa forma, estão subutilizadas.

Um gráfico evolutivo do total de frequências estabelecidas entre o Brasil e os

países asiáticos, por meio de operações regulares, no período 2000-2012 (considerando

dezembro de cada ano como mês de referência), é apresentado a seguir. Pontua-se que

as informações são referentes ao total de frequências operadas incluindo, por

conseguinte, as operações das empresas brasileiras e estrangeiras.

No Gráfico 28 observa-se que não há companhia aérea que tenha apresentado

uma operação contínua conectando as Partes nesse período. Em 2000, a conectividade

estabelecida contemplava 15 frequências semanais, sendo 12 com o Japão e 3 com a

Coréia do Sul. O número de frequências diminuiu até o ano de 2006, quando se

registrou 3 frequências semanais para o Japão. Nos anos seguintes, o número de

frequências entre o Brasil e o continente asiático passou de 6, em 2007, para 29, em

2012, sendo que 21 dessas frequências conectam o país ao Oriente Médio.

Entre 2000 e 2009, houve operações regulares para o Japão por meio da empresa

Japan Airlines. A Varig ofereceu voos entre o Brasil e o Japão no período 2000-2005.

Para Coréia do Sul, houve voos regulares em 2000 pela Korean, sendo retomados,

posteriormente, no ano de 2008. A Air China operou em 2007 e retomou suas operações

no Brasil em 2010. A Singapore Airlines opera voos para Cingapura desde 2011. A

companhia aérea El Al Israel ofereceu voos na rota Guarulhos-Tel Aviv no biênio 2010-

2011. A Emirates conecta o território brasileiro a Dubai (Emirados Árabes), desde 2008,

e a Qatar Airways a Doha (Catar), desde 2010.

36

Gráfico 28: Histórico do Número de Frequências Semanais Operadas sob o Acordo

Bilateral do Brasil com os Países Asiáticos

Notas:

¹ Dados foram extraídos do HOTRAN de dezembro de cada ano.

² O número de frequências refere-se ao somatório das frequências operadas por empresas brasileiras e estrangeiras.

³ Cada frequência equivale a um par de voo de ida e volta.

Fonte: ANAC

Considerando todos os voos (regulares e não regulares), a quantidade de

passageiros transportados entre Brasil e Ásia oscilou conforme a quantidade de voos

previstos em HOTRANs, demonstrando a importância de voos regulares nessa região.

Tendo em vista a configuração do mercado internacional brasileiro, mais concentrado

em operações para América do Sul, Europa e América do Norte, a participação do

número de passageiros com destino ao continente asiático se mostrou reduzida ao longo

do período 2000-2012, tendo apresentado o seu nível mais representativo no ano de

2000, com 3,2% da totalidade de passageiros com destino internacional, como visto no

Gráfico 29 abaixo.

37

Gráfico 29: Evolução do Número de Passageiros Transportados Via Aérea entre

Brasil e Ásia

Fonte: ANAC

Como pode ser observado no gráfico acima, o tráfego de passageiros com

destino à Ásia apresentou redução contínua no período 2000-2007 (excetuando o ano de

2005), passando de 256 mil para 62 mil, representando tal número uma queda de 75,7%

no número de passageiros. Essa redução se deve à diminuição no número de frequências

operadas entre o Brasil e o continente asiático verificada ao longo do período em

questão.

Em contrapartida, entre os anos de 2007 e 2012, observa-se um crescimento

acumulado de 651% no número de passageiros com destino aos países asiáticos,

explicado em grande parte pelo início das operações da Emirates no Brasil, em 2008, e

da Qatar Airways, em 2010. Dessa maneira, os países do Oriente Médio (Emirados

Árabes e Catar) representaram 87,1% do mercado Brasil-Ásia de transporte aéreo de

passageiros ou 407,5 mil passageiros transportados em 2012, como visto no Gráfico 30

a seguir.

Das demais companhias aéreas que operam atualmente, a Korean operou voos

semanais para Coréia do Sul até outubro de 2001, retomando suas operações no Brasil

em setembro de 2008. Em 2012, a empresa transportou 25,2 mil passageiros,

representando 5,4% do mercado Brasil-Ásia. A Air China, que começou a operar voos

em território brasileiro em 2009, transportou 21,0 mil passageiros entre o Brasil e a

China, em 2012, atingindo 4,5% de participação. E a Singapore Airlines, que começou a

38

operar em 2011, transportou 14,2 mil passageiros entre o Brasil e Cingapura, em 2012,

obtendo 3,0% de participação do mercado Brasil-Ásia.

Gráfico 30: Evolução do Número de Passageiros Transportados Via Aérea entre

Brasil e Países da Ásia

Fonte: ANAC

Quando da análise do transporte aéreo de carga, no período 2000-2012, verifica-

se que a participação da Ásia também se mostra reduzida no mercado internacional

brasileiro, tendo alcançado sua maior representatividade, em 2012, com 3,3% de

participação.

Como visto no Gráfico 31 a seguir, no período 2000-2006, a carga aérea

transportada com destino aos países asiáticos passou de 3,4 milhões de toneladas para

1,0 milhão, representando tal resultado uma redução de 70,5%. Essa diminuição

acompanhou a redução do número de frequências estabelecidas entre o Brasil e os

países asiáticos. Por outro lado, o volume de carga aérea transportado entre as Partes, no

período 2007-2012, apresentou crescimento contínuo e expressivo, da ordem de 1.988%

acumulado (aproximadamente vinte vezes), alcançando, em termos absolutos, a marca

de 21,1 milhões de toneladas, em 2012. Dessa maneira, o crescimento verificado

acompanhou o aumento da oferta de voos regulares entre o Brasil e a Ásia nesse

período.

Como no transporte de passageiros, no período 2000-2007, quase a totalidade da

carga aérea entre o Brasil e a Ásia teve como origem ou destino o Japão. A partir de

2008, os Emirados Árabes se tornaram origem/destino da carga aérea desse mercado

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Brasil-Ásia, excetuando-se o ano de 2011, quando o Catar apareceu na primeira

posição.

No ano de 2012, os principais mercados foram: Emirados Árabes Unidos, com

48,9% de participação (ou 10,3 mil toneladas de carga aérea transportada), Catar, com

20,0% (4,2 mil toneladas), Coréia, com 15,8% (3,3 mil toneladas), Cingapura, com

13,1% (2,8 milhões de toneladas) e China, com 1,8% (0,4 milhão de tonelada).

Gráfico 31: Evolução do Volume de Carga Transportada (em toneladas) Via Aérea

entre Brasil e Países da Ásia

Fonte: ANAC

40

5.6. Dos Acordos de Serviços Aéreos entre Brasil e países da Ásia

Atualmente, o Brasil possui 22 Acordos de Serviços Aéreos com países

asiáticos, nos termos do Quadro 1 e da Tabela 6 a seguir.

Quadro 1: ASAs entre Brasil e Países Asiáticos

Fonte: SRI/ANAC

Tabela 6: Principais provisões dos ASAs acordados

Fonte: SRI/ANAC

Extremo Oriente Oriente Médio

China Arábia Saudita

Coreia do Sul Bahrein

Hong Kong Catar

Japão Emirados Árabes Unidos

Macau Iêmen

Sudeste Asiático Iraque

Cingapura Israel

Filipinas Jordânia

Malásia Kuaite

Tailândia Líbano

Ásia Meridional Omã

Índia

Ásia Central

Azerbaijão

País Acordo Política Tarifária Capacidade Dir. Tráfego Código Compartilhado Designação Quadro de Rotas

Arábia Saudita 2012 Liberdade Tarifária 7 / 7 ilimitada em Dammam 1ª a 5ª (c/ restr.) Terceiros países Múltipla Aberto

Azerbaijão 2012 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª (c/ restr.) Terceiros países Múltipla Aberto

Bahrein 2010 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª (-Eur M) Terceiros Países Múltipla Aberto

Catar 2006 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª (-Eur Oc) Terceiros Países Múltipla Aberto

China 1994 País de origem 28 1ª a 5ª Terceiros países (c/ restr.) Múltipla Restrito

Cingapura 2008 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª Terceiros países (c/ restr.) Múltipla Aberto

Coréia do Sul 2009 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª Terceiros países Múltipla Aberto

Emirados Árabes 2004 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 6ª (-AM e Eur M) Terceiros Países Múltipla Aberto

Filipinas 2013 País de origemIl imitada, com restrição

Manila (7)1ª a 5ª (c/ restr.) Bilateral Múltipla Aberto

Hong Kong 1989 País de origem Livre 1ª a 5ª (Restr) Terceiros países Múltipla Aberto

Iêmen 2013 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª Terceiros Países Múltipla Aberto

Índia 2010 Liberdade Tarifária 21 / i 1ª a 5ª Terceiros Países Múltipla Aberto

Iraque 1976 Dupla aprovação 2 / 0 1ª a 4ª ---- Mono Restrito

Israel 2009 País de Origem 14-3 /0 1ª a 5ªBilateral. Terceiros países

apenas para pontos alémMúltipla Aberto

Japão 1956 Dupla aprovação 10 / 0 1ª a 5ª Terceiros países (c/ restr.) Múltipla Restrito

Jordânia 2012 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª Terceiros Países Múltipla Aberto

Kuaite 2010 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª c/Restr. Terceiros Países Múltipla Aberto

Líbano 1995 Dupla aprovação 3 / 0 1ª a 5ª ---- Múltipla Restrito

Macau 1994 Dupla aprovação 3 1ª a 5ª (c/ restr.) Bilateral Múltipla Restrito

Malásia 1992 Dupla aprovação 2 / 0 1ª a 5ª ---- Múltipla Restrito

Omã 2010 Liberdade Tarifária Livre 1ª a 5ª (- Eur M) Terceiros Países Múltipla Aberto

Tailândia 1989 Dupla aprovação 3 / 0 1ª a 5ª (c/ restr.) ---- Mono Restrito

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Os países destacados em vermelho, na Tabela 6 acima, são aqueles classificados

como prioritários para fins de renegociação dos respectivos Acordos de Serviços Aéreos

com o Brasil, nos termos da Nota Técnica Nº 68/2013/SRI. Considerando ainda

potenciais mercados a serem explorados em termos de novos Acordos na região da

Ásia, a Tabela 7 abaixo apresenta os principais países ordenados por seus respectivos

Índices de Relevância (dados pela Nota Técnica Nº 68/2013/SRI).

Tabela 7: Potenciais Mercados a Serem Explorados

Fonte: SRI/ANAC

ÁSIA IRel

Irã 50,3

Indonésia 56,3

Vietnã 76,3

Cazaquistão 85,7

Sri Lanka 90,7

Paquistão 91,0

Brunei Darussalam 96,7

Bangladesh 99,7

Síria 112,7

Turcomenistão 119,3

Camboja 119,3

Uzbequistão 123,7

Mongólia 133,3

Myanmar 139,7

Nepal 140,0

Coreia do Norte 142,0

Tadjiquistão 150,7

Quirguistão 153,7

Laos 154,7

Butão 156,3

Afeganistão 161,0

Timor-Leste 167,0

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Ásia é o continente mais populoso do mundo e sua economia vem ganhando

maior importância nas últimas duas décadas, tendo respondido por 31% do PIB mundial

no ano de 2011.

Considerando o adensamento das relações comerciais entre o Brasil e os países

do continente asiático, evidenciado pelo crescimento das transações comerciais entre as

Partes em 694%, no período 2002-2012.

Considerando que o turismo na região da Ásia se destacou por receber um quarto

dos turistas do mundo, gerando uma receita referente a cerca de 30% da totalidade

mundial, em 2011; da mesma forma que sua população contribui por tornar o continente

um grande emissor de turistas para outros destinos internacionais.

Considerando ainda que o transporte aéreo dessa região representou 31,1% do

transporte mundial de passageiros e 42,2% do de carga, em 2011. Em relação ao Brasil,

o potencial de adensamento da conectividade aérea é bastante elevado, ainda que seja

pequena a participação da Ásia no tráfego internacional brasileiro (de 2,6% em 2012).

Destaque-se, no entanto, o crescimento do tráfego registrado nos últimos cinco anos

com Cingapura, China, Coréia do Sul, Catar e Emirados Árabes.

Tendo em vista o exposto, esta Gerência de Análise de Mercados Internacionais

continuará a acompanhar a evolução do relacionamento aerocomercial do Brasil e a

Ásia, com vistas a subsidiar o governo brasileiro, as empresas aéreas e demais agentes

interessados em matérias relativas a esse mercado.

É a Nota Informativa.

08 de outubro de 2013

Setor Responsável Superintendência de Relações Internacionais - SRI Gerência de Análise de Mercados Internacionais - GAMI Equipe Técnica Bruno Silva Dalcolmo - SRI Natália dos Santos Ferreira - GAMI Caio Marcello M. F. Vianna

Katia Figueira Mantovani Rodrigo Ayres Padilha

Talita Armborst Victor Pessanha Gonçalves

Contatos Setor Comercial Sul • Quadra 09 • Lote C Ed. Parque Cidade Corporate - Torre A CEP 70308-200 • Brasília/DF - Brasil Telefones: (+55) 61 3314-4531 (+55) 61 3314-4515 [email protected]