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1 Análise de metodologia de modelagem Bentley Architecture Rodolfo Jambas Guilherme 13/12/2011 Architect / Application Engineer Phone + 55 11 2823-2678 Mobile + 55 11 9158-7103 Fax + 55 11 2823-2676 E-mail: [email protected] Este documento tem como finalidade analisar a metodologia empregada pela Aluna Fernanda Invernise na aplicação do Software Bentley Architecure em seu estudo intitulado “ESTUDO DA APLICABILIDADE DE UM CAD PARAMÉTRICO NA PRÁTICA E NO ENSINO DA ARQUITETURA NO BRASIL - BENTLEY RCHITECTURE” sob orientação do Professor Marcelo Eduardo Giacaglia. Metodologia empregada: Leitura do material e análise do modelo 3D enviado (arquivo .dgn); Análise do Material Didático do Bentley Architecure desenvolvido pela aluna e da metodologia empregada para a execução do exercício Casa Popular; Sugestões por parte do Engenheiro de Aplicações Rodolfo Guilherme para os problemas encontrados no desenvolvimento do trabalho. 1) Análises e sugestões para os problemas encontrados nos processos de desenvolvimento do exercício Casa Popular. A análise do material encaminhado para a Bentley Brasil partiu da leitura da documentação e também da avaliação modelo 3D, ambos encaminhado pelos responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho. O foco principal da equipe foi avaliar a metodologia utilizada pela aluna para o desenvolvimento do exercício (casa popular), a fim de verificar se as ferramentas e os processos de modelagens disponibilizadas pelo Bentley Architecture foram utilizados de maneira coerente. Neste documento, focamos nos resultados obtidos pela aluna, onde estão descritas as dificuldades encontradas na utilização do Bentley Architecture. Deste modo, todos os itens deste capítulo foram avaliados, e sugestões de usos de outras ferramentas e processos modelagem foram descritas, de modo a auxiliar o desenvolvimento deste ou de outros exercícios utilizando o Bentley Architecture com maior facilidade e eficiência.

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Análise de metodologia de modelagem – Bentley Architecture

Rodolfo Jambas Guilherme – 13/12/2011 Architect / Application Engineer Phone + 55 11 2823-2678 Mobile + 55 11 9158-7103 Fax + 55 11 2823-2676 E-mail: [email protected]

Este documento tem como finalidade analisar a metodologia empregada pela Aluna

Fernanda Invernise na aplicação do Software Bentley Architecure em seu estudo

intitulado “ESTUDO DA APLICABILIDADE DE UM CAD PARAMÉTRICO NA PRÁTICA

E NO ENSINO DA ARQUITETURA NO BRASIL - BENTLEY RCHITECTURE” sob

orientação do Professor Marcelo Eduardo Giacaglia.

Metodologia empregada:

Leitura do material e análise do modelo 3D enviado (arquivo .dgn);

Análise do Material Didático do Bentley Architecure desenvolvido pela aluna e

da metodologia empregada para a execução do exercício – Casa Popular;

Sugestões por parte do Engenheiro de Aplicações Rodolfo Guilherme para os

problemas encontrados no desenvolvimento do trabalho.

1) Análises e sugestões para os problemas encontrados nos

processos de desenvolvimento do exercício Casa Popular.

A análise do material encaminhado para a Bentley Brasil partiu da leitura da

documentação e também da avaliação modelo 3D, ambos encaminhado pelos

responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho. O foco principal da equipe foi avaliar

a metodologia utilizada pela aluna para o desenvolvimento do exercício (casa popular),

a fim de verificar se as ferramentas e os processos de modelagens disponibilizadas

pelo Bentley Architecture foram utilizados de maneira coerente.

Neste documento, focamos nos resultados obtidos pela aluna, onde estão descritas as

dificuldades encontradas na utilização do Bentley Architecture. Deste modo, todos os

itens deste capítulo foram avaliados, e sugestões de usos de outras ferramentas e

processos modelagem foram descritas, de modo a auxiliar o desenvolvimento deste ou

de outros exercícios utilizando o Bentley Architecture com maior facilidade e eficiência.

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2) Sugestões de modelagem em função das dúvidas da aluna

Fernanda Invernise (capitulo – Resultados)

a) “De um modo geral, ficou claro que é necessário um conhecimento muito mais

aprofundado para a perfeita utilização do software Bentley Architecture de acordo com padrões e normas brasileiras, chegando até mesmo no nível de programação para alterar alguns parâmetros que vêm adaptados para outros países” (pagina 12)

Em aplicações BIM é comum, por conta da quantidade de parâmetros e propriedades

que possam caracterizar os objetos digitais que representam os elementos da

construção, que os usuários acreditem na necessidade de aplicar programação para

adequar as configurações nativas do software à suas necessidades, como por

exemplo, para uma norma nacional específica.

No Bentley Architecture, apesar das propriedades dos elementos da construção

(paredes, pisos, vigas janelas, etc.) estar armazenados em arquivos .xml, .xsd toda a

edição ou criação de novas propriedades é feita internamente na aplicação através do

DataGroup Catalog, e nos manuais da Bentley é desaconselhado que tais edições ou

acréscimos sejam feitas externamente. Quanto à representação gráfica, de modo a

atender Normas de representação, estas também são desenvolvidas internamente

através da configuração da simbologia nas “Family & Parts”1 Drawing Symbology

(figura 00).

Também é possível desenvolver internamente “Seeds”2 que possam conter

configurações de Level, estilos de cotas e textos, carimbos e margens e unidades de

medidas por exemplo.

Deste modo, para atender a estas adaptações nenhum tipo de programação c++ ou

vba é necessária, apenas edições desenvolvidas internamente no Bentley

Architecture, no entanto, é necessário entender o funcionamento de toda a estrutura

de informações dentro do Bentley Architecture, e um conhecimento mais aprofundado

além de apenas o uso das ferramentas de modelagem torna-se necessário.

Geralmente, toda esta configuração é desenvolvida antes de se iniciar a modelagem

do projeto.

1 Parts, é uma definição usada para descrever as caracteristas de representatação de um item do Bentley

Architecture. Uma part pode ser aplicada a qualquer forma sólida e ele inclui informaçoes como nome, uma descrição

(tipo de construção, parede, laje, telhado, móveis), o material (tijolo, betão, vidro), os atributos (nível, peso, cor), as

propriedades de padronização, os atributos de dimensionamento, e componente informações (fórmula para obter as

especificações de custos e relatórios)

2 Seed é um arquivo. dgn que pode funcionar como um Template para novos arquivos contém

definições de levels, cores, espessuras, bordas de folhas, carimbos, unidades de medidas, etc..

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Figura 00 – “Dataset Explorer – Drawing Symbology” - Representação gráfica dos

elementos (vinculados a “Family & Parts”)

b) “Contudo, no programa não havia uma opção construtiva para fundações e as sapatas tiveram de ser realizadas como descrito por GSA (2007b): criou-se um elemento genérico, a partir da ferramenta Walls e atribuiu-se a ele as características apropriadas do objeto, informando que ele era uma base de concreto de função estrutural” (pagina 12)

No Bentley Architecture, não existe opções especificas para funções estruturais, estas

estão disponíveis no Bentley Structural Modeler. No entanto temos algumas opções

mais simples como colunas, vigas, lajes ou formas livres. Esta ultima poderia ser

utilizada para o desenvolvimento da geometria das fundações, sua representação

técnica e quantitativos estariam vinculados a uma Family & Part (ativada na barra

horizontal superior) ativado antes da modelagem (figura 01). Suas propriedades

poderiam ser adicionadas posteriormente com o vinculo da geometria nas informações

do DataGroup Catalog através da adição de uma instancia (figura 02). Neste caso

seria necessário existir tais informações catalogadas no DataGroup Catalog (neste

caso foi criado um item no DataGroup Catalog chamado Fundações, onde as

propriedades estruturais foram adicionadas).

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Figura 01 – Sapata – Modelagem com a ferramenta “Free Form”

Figura 02 – Sapata – Adição de propriedades com a opção “Add Instance Data”

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c) “Os levels do programa são um pouco misteriosos ainda. Existe momentos em que o próprio programa classifica a qual level pertence um determinado elemento, mas, em outros, ele não o faz. Para o projetista desatento, os objetos podem começar a ficar em levels errados, o que atrapalhará também a quantificação, futuramente. (pagina 12)

Para quantificar, o Bentley Architecture utiliza o que chamamos de “components”3 que

podem ser criados para quantificações específicas como, numero de tijolo, área,

comprimento linear, etc. No entanto, para sua precisão será necessário definir as

unidades de medidas que serão utilizadas no ato de sua criação, ou posteriormente,

preços para uma lista final de valores, etc. (figura 03). Posteriormente, estes

“Components” são vinculados às "Family & Parts” na opção de Report Components

onde é possível adicionar uma formula auxiliar a quantificação dos elementos

modelados (figura 04).

Considerando estes aspectos, os “Levels” não se apresentam como caracterizadores

do processo de quantificação, portanto, não seria um fator que poderia atrapalhar esta

atividade. No entanto, sempre podem ocorrer erros. Os arquivos, antes de

quantificados, devem ser verificados com o comando “Verify Parts and Family”4 para

que os erros de assinalamento de propriedades sejam corrigidos.

Figura 03 – “Components” – Utilizados para propiciar uma unidade de

quantificação

3 Components são elementos que determinam a unidade de quantificação e um preço utilizados para

gerar quantitativos. Eles devem ser vinculados a uma Part junto com uma fórmula 4 A ferramenta “Verify Parts and Family” verifica se as “Parts” associadas aos elementos

modelados de fato existem no conjunto de dados do arquivo.

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Figura 04 – Vinculo de “Components a Parts” – Permite que os elementos

modelados sejam quantificados de acordo com as opções do usuário (emprego

de fórmulas)

d) “Para o desenho da cinta de amarração, foi necessária a utilização da ferramenta Beam, o que não seria um problema, caso fosse possível determinar sua função estrutural para diferenciá-las das vigas normais. Outra questão das vigas é que não consegui determinar um material para que ela fosse feita. A seção foi criada sem problemas. Há ainda o fato de vigas não se conectarem automaticamente, como acontece com as paredes, o que implica em o projetista desenhar manualmente esses encontros. Isso pode causar imprecisões no desenho.” (pagina 12)

Para a modelagem de cintas de amarração, poderíamos seguir por dois caminhos.

Poderíamos utilizar “Generic Forms – Linear Form” para modelar as cintas com uma

“Family & Parts” ativa (para vincular as representações e quantitativos) e

posteriormente adicionar uma instancia do “DataGroup Catalog” com as propriedades

(especificações) deste elemento (figura 05). A vantagem do uso de “Linear Form” é a

possibilidade de adicionar as informações do “DataGroup Catalog” que podem conter

as propriedades estruturais (como descrito para as fundações), alem da auto conexão

entre os elementos modelados (como as paredes) permitindo também o uso da

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ferramenta de “Wall Clean Up “para edição das conexões entre eles, isso pouparia

muito tempo evitando ajustes manuais.

Outra maneira é utilizar uma parede composta, no entanto, é preciso esta seja criada

antes da modelagem (figura 06). Assim, quando as paredes externas fossem

modeladas estas já viriam com a cinta de amarração pronta (figura 07).

Figura 05 – Cintas de amarração – Uso da ferramenta “Linear Form”

Figura 06 – Parede composta com cinta de amarração – “Compound Parts -

Walls”

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Figura 07 – “Compound Wall” – Modelagem da parede composta com cinta de

amarração.

e) “O piso e o contrapiso foram criados com a ferramenta slab e foi possível a alteração de suas especificações, ou seja, família e parte, alterando também o seu material. Contudo, quando exportado para IFC, algumas partes do piso e do contrapiso foram lidas apenas como objetos e não como floors ou até coverings.” (pagina 12)

No Bentley Architecture o mapeamento para IFC é personalizável, ou seja, é possível

que o usuário faça seu próprio mapeamento. Este mapeamento é feito em função das

“Family & Parts”, assim, se criarmos novas “Family & Parts” como- Alvenaria, por

exemplo, esta deverá ser mapeada em IFC com seu correspondente – Wall e assim

para todos os elementos criados, de modo que seja exportada corretamente. (figura

08)

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Figura 08 – Mapeamento de informações no IFC

f) “A colocação de esquadrias também não foi problemática, contudo há aqui mais uma vez a necessidade de criação de uma biblioteca com elementos existentes na indústria brasileira, visto que as opções oferecidas pelo software são limitadas a modelos de um fabricante, como é possível ver nas opções antes de adicionar uma porta ou uma janela ao modelo. A identificação das portas e janelas também se dá manualmente, ao invés do que seria esperado de o próprio software atribuir a mesma nomenclatura para portas e janelas de mesmas características.” (pagina 12)

Infelizmente o problema de bibliotecas de elementos BIM “topicalizadas” é algo que

abrange praticamente todas as aplicações BIM que existem atualmente. No entanto,

no Bentley Architecture existe a possibilidade de personalizar as bibliotecas existes e

também criar novas bibliotecas através do “Compound Cell Manager”, ou também do

“Parametric Cell Studio”, ambos existem internamente no Bentley Architecture, é

possível também através ter acesso de dentro da aplicação ao “3D Warehouse”

(repositório de objetos do Google sketchup) e utilizar os elementos lá disponíveis para

no Bentley Architecure.

Quanto à identificação de portas e janelas através de símbolos, ao utilizar elementos

nativos da aplicação, estas identificações já estão presentes, no entanto, ela só é

apresentada junto a porta ou a janela em 2D no “Model Sheet” ou no “Model Drawing”

caso esteja habilitada na opção “Architectural Rules” (figura 09). É possível também

adicionar novas regras e ícones de identificação personalizados5 para que apareçam

5 Existe um material especifico que abrange a criação destas regras de arquitetura (Architectural Rules) para

identificação de elementos em plantas e cortes.

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de maneira automatizada, no entanto, elas só estarão presentes em 2D no “Model

Drawing “ou “Model Sheets” após uma secção ser definida.

Figura 09 – Atributos de Vistas/ Architecture Rules– Regras para apresentação

de ícones de identificação em portas, janelas e outros elementos.

g) “A cobertura foi a parte mais complicada, visto que realmente não existem elementos capazes de projetar um telhado com uma estrutura básica utilizada aqui no Brasil, constituída de ripas, caibros e terças. Para o software, o telhado aparece somente como uma superfície, sem ao menos espessura, em que não se escolhe também qual será o material utilizado. Em relação ao oitão, foi necessário modelar a peça e atribuir a ela as especificações corretas, como indicado por GSA (2007b).” (pagina 12)

No Bentley Architecture, nas ferramentas de “Structures – Truss Builde”r é possível

criar uma estrutura de telhado já com a cobertura (superfície de telhas, por exemplo),

existe uma série de configurações que podem ser personalizadas de modo a atender

algumas configurações de telhado com sua estrutura modelada (figura 10). No

entanto, em alguns casos, será necessário desenvolve-lo manualmente devido as

limitações de opções oferecidas pela ferramenta.

Outra ferramenta bastante utilizada é o “Roof Builder”, o qual transforma uma

superfície comum nas águas do telhado independente da geometria criada (figura 11).

Esta ferramenta cria superfícies planas de acordo com a configuração da geometria e

da inclinação que foi indicada nas configurações. Posteriormente poderão ser

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adicionadas espessuras com a ferramenta de “Extrude Shape to Slab Form” (figura

12) e também a representação técnica e materiais adicionando uma “Family & Parts -

Apply Parts” e propriedades através de uma instancia do “DataGroup Catalog”. No

entanto, para este telhado, a estrutura deverá ser modelada (podemos utilizar Beams

ou Generic Forms) e acertada manualmente, atribuindo às especificações necessárias

posteriormente.

Figura 10 – Telhado de duas águas com estrutura e superfícies – Ferramenta –

“Truss Builder”

Figura 11– Telhados com mais de duas águas – Ferramenta – “Roof Builder”

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Figura 12– Adicionar espessuras em telhados criados com “Roof Builder” –

Ferramenta - “extrude shape to slab form”

h) “Os forros, apesar da existência da ferramenta ceiling, foram realizados com a ferramenta slab, visto que a primeira não reconhecia os limites corretos dos ambientes. Foram atribuídas as especifi cações corretas e, no IFC, eles passaram a ser vistos como coverings.” (pagina 12)

A ferramenta “Ceiling” cria um elemento de forro através de “Flood”, assim ela trabalha

com os limites da alvenaria modelada. Neste caso, aparentemente os limites não

ficaram corretos, pois a ferramenta “Ceiling” utilizou os limites impostos pelo Baldrame,

o que gerou um offset de 10 cm para em todo entorno do forro (figura 13). Neste caso,

o baldrame deveria estar em outra “Family & Part”, para que a ferramenta encontrasse

os limites corretos do ambiente impostos pelas paredes apenas. Os pisos também

podem ser criados da mesma maneira.

Outra ferramenta capaz de criar forros (esta mais comum de ser utilizada para forros

de plástico ou madeira, por exemplo) é a “Ceilings Plans – Ceiling”, no entanto ela só

funciona se existir um “Space” modelado (figura 14).

Quanto ao IFC, no mesmo caso dos pisos “No Bentley Architecture o mapeamento

para IFC é personalizável, ou seja, é possível que o usuário faça seu próprio

mapeamento. Este mapeamento é feito em função das “Family & Parts”, assim se

criarmos novas “Family & Parts” como- Alvenaria, por exemplo, esta deverá ser

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mapeada em IFC com seu correspondente – Wall e assim para todos os elementos

criados, para que seja exportada corretamente (figura 08).

Figura 13 – Problema em gerar o forro – A cinta está na mesma configuração da

parede, assim a ferramenta a identifica como limite do ambiente.

Figura 14 – Ferramenta “Ceilings” – Adicionar forros vinculados a “Spaces”

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i) “A quantificação foi realizada, apesar da detecção de alguns erros, contudo

não atribuiu a unidade escolhida à tabela, tendo sido todos os cálculos

efetuados em feet/inches” (pagina 12)

Para quantitativos, apesar de a aluna ter feito de forma correta a configuração das

unidades de medidas para metro no momento da extração final de quantitativos. Os

componentes (responsáveis pelos quantitativos) estavam configurados com outra

unidade de medida, pois a aluna utilizou as “Family & Parts” nativas do Bentley

Architeture. Deste modo, para evitar tal erro, os “Components” adicionados as “Family

& Parts” utilizadas deveriam ter suas unidades de medida ajustados (figura 04).

j) “Na forma de apresentação, não existem bordas, nem ícones de indicação de elevação e corte, ou título de desenhos, de acordo com a norma brasileira, tendo sido necessário o desenho da borda que queríamos aplicar. Apesar disso, “o modo de criação da prancha é simples, intuitivo e eficiente.” (pagina

12) Todas as opções de Bordas e carimbos deverão ser feitas pelo usuário e atachadas

como referencias nas folhas de desenhos. Pode ser desenhada em um “Model

Designer” comum sendo referenciada posteriormente ou utilizada como um “Seed

“com estas configurações, ou seja, com as bordas já atachadas, e toda a vez que um

novo arquivo seja criado, ele já vem com as opções de borda (como um template).

Quanto aos ícones de indicação de cortes, elevações, apesar de em um “Model Sheet

ou Model Drawing” existir uma ferramenta que apresenta inúmeras opções para

representações destes ícones, em alguns casos novos ícones (podemos utilizar

células) deverão ser criados pelo usuário para atender normas técnicas específicas de

representação (figura15).

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Figura 15 – Ferramentas de anotação disponíveis no “Sheet model”

k) “No nosso caso, serão utilizadas Families e Parts já existentes no diretório do software, contudo o mais correto a se fazer seria criar o nosso próprio banco de dados. Esse é um processo demorado, que tem sido realizado no Brasil por grandes empresas, como Gafisa, Cyrella, Método, entre outras. O ideal seria que esse banco de dados nacional fosse aberto, compartilhado e fornecido pela própria Bentley, contudo, como isso não acontece, devemos optar pela criação de um próprio, o qual pode até mesmo ser transferido de um computador para outro, se necessário, por se constituir de um arquivo de extensão XML.” (pagina 22)

A criação de “Family & Parts”, não é complexa, no entanto, exige ao usuário um

entendimento maior da estrutura de informações utilizada no Bentley Architecture.

Possivelmente, para capacitá-lo para esta atividade, o profissional responsável por

esta personalização deverá ter uma carga horária maior de treinamento do que um

usuário que irá apenas modelar o projeto. Quanto ao banco de dados fornecido pela

Bentley, creio que isso possa ser inviável visto que uma parede, por exemplo, pode ter

um número infinito de propriedades, camadas, acabamentos, representação técnica

que pode variar de acordo com país, cidade, empresa ou tipo de construção.

l) “Começaremos pela colocação de portas e janelas genéricas, para depois definirmos quais serão realmente utilizadas. A intenção inicial deveria ser fazer somente os vãos, contudo o Bentley Architecture não possui essa opção, como outros oferecem.” (pagina 66)

Como o Bentley Architecture trabalha junto com o Microstation, existem opções de Open nas ferramentas de manipulação geométrica 3D que podem ser utilizadas para

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aplicar apenas aberturas. É necessário, portanto um “Shape” desenhado para que sirva como referencias para a abertura. (figura 16).

Figura 16 – Criação de aberturas sem a necessidade de esquadrias - Ferramenta

“Cut Solids by Curves”

m) “Em relação ao software Bentley Architecture, mais especificamente, é necessária a sua adaptação de acordo com as normas brasileiras de representação de projetos, principalmente, assim como a existência de ferramentas que possibilitem a criação de todos elementos que são tipicamente utilizados na construção civil nacional, para que o programa possa ganhar mercado. Além de que a customização do programa e criação de novos elementos exige um nível mais aprofundado de conhecimento computacional; caso o programa fosse simplificado em alguns aspectos, ele talvez fosse mais aceito e utilizado.” (pagina 13)

Não somente no Bentley Architecture, mas em praticamente todas as ferramentas, CAD ou BIM, existe a necessidade de personalização das configurações da ferramenta para atender regras, normas ou diretrizes de representações existentes em diferentes países ou escritórios de engenharia/ arquitetura. No Bentley Architecture

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existem ferramentas que permitem a customização das propriedades dos elementos, representação técnica e também a edição ou criação de novos elementos da construção, paramétricos ou não de modo que atenda a tais exigências. No entanto, a necessidade de um treinamento mais aprofundado para este tipo de adaptação torna-se necessária, mas o conhecimento de programação computacional não é pré-requisito para que o usuário possa desenvolver tais atividades adequadamente.

3) Considerações Finais

O resultado do trabalho desenvolvido pela aluna Fernanda Invernise de Moraes,

avaliando a modelagem 3D do protótipo e considerando que a aluna não teve

treinamento aprofundado no Bentley Architecture, está muito bom.

A aluna conseguiu desenvolver o modelo 3D utilizando os conceitos de “Floor

Manager,” gerou as representações técnicas (corte, plantas, vistas) utilizando as

ferramentas adequadas e um quantitativo de materiais. No entanto, por conta de

algumas configurações incorretas, os quantitativos não saíram com as unidades de

medidas esperadas, e as representações técnicas em discordância com a norma de

representação técnica nacional.

Alguns itens modelados (como as cintas de amarração ou as fundações) poderiam ser

desenvolvidos com outras ferramentas disponíveis no software (já listadas nos itens

acima) facilitando a modelagem e poupando tempo.

A utilização de “Family & Parts” personalizados melhoraria muito o resultado final do

trabalho desenvolvido, uma vez que são elementos de extrema importância no Bentley

Architecture, pois controlam a representação gráfica dos elementos modelados e os

quantitativos gerados. Deste modo, o uso adequado de “Family & Parts” permitiria à

aluna cumprir um dos Objetivos descritos no trabalho “... representação dos elementos

do projeto, segundo as normas técnicas brasileiras” além de gerar lista de materiais

com valores, preços já adicionados com as unidades de medidas previstas.

Outro objetivo que poderia ter sido atingido seria de “... criação de representações de elementos construtivos, componentes e peças usadas na indústria da construção nacional” caso as ferramentas do Bentley Architecture disponíveis para este fim tivessem sido exploraras em sua plenitude.

Em relação ao IFC, seu mapeamento também não foi abordado através do uso das

“Family & Parts”, assim, não foram atribuídos /mapeados no momento de gerar o

arquivo IFC seus respectivos representantes já descritos em IFC com as Familys &

Parts utilizadas, prejudicando a exportação IFC do modelo. Assim, alguns elementos

foram classificados como objects e não com suas respectivas características.

No entanto, tais equívocos de modelagem e processos poderiam ter sido evitados

caso a aluna tivesse um treinamento de Bentley Architecture focado nestes aspectos

da ferramenta.

Finalmente eu gostaria de parabenizar o professor Marcelo Eduardo Giacaglia pela

iniciativa do projeto e também pela parte teórica sobre os conceitos BIM, e a aluna

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Fernanda Invernise de Moraes pelo desenvolvimento do modelo com a ferramenta

Bentley Architecture, que apesar das dificuldades encontradas durante todo o

processo (não é fácil explorar e utilizar um software BIM, por conta das inúmeras

informações que um modelo BIM pode apresentar), o resultado final foi excelente,

tanto o modelo BIM gerado quanto a metodologia apresentada de forma a auxiliar

novos usuários a utilizar o Bentley Architecture. Acredito que será possível que novos

alunos utilizem o material desenvolvido pela aluna para desenvolverem novos projetos

utilizando o Bentley Architecture, no entanto, a fim de atender os objetivos propostos

na pesquisa, algumas sugestões abordadas nesta analise, como o uso de Family &

Parts precisariam ser utilizados nos próximos trabalhos.

4) Anexo 02 – O que foi realizado com o software

Utilizando a seqüência de definições apresentadas pela aluna Fernanda Invernise para

a modelagem dos elementos de construção utilizados no exercício “Casa Popular”,

seguem abaixo sugestões6 de ferramentas, processos de modelagem e mapeamento

IFC para o aprimoramento do uso do software Bentley Arcitecture em novos

exercícios.

1. Elementos da edificação

1.1 Fundação

1.1.1. Sapata Corrida de concreto

Sugestão para modelagem Bentley Architecture

Utilizar a ferramenta “Free Form” Criar uma Family & Part – Family- Fundações e Part

– Sapata. Criar também um item no DataGroup Catalog (fundações) com propriedades

específicas (estruturais) e aplicar aos elementos modelados. Em IFC mapear a Part –

Sapata em ifcFooting.

1.1.2. Baldrame em alvenaria estrutural

Sugestão para modelagem Bentley Architecture

Utilizar a ferramenta “Linear Form” ou “compound walls” Utilizar a Family - Fundações

e criar uma Part – Baldrame. Utilizar o item fundações do DataGroup Catalog com

propriedades específicas (estruturais) e aplicar aos elementos modelados. Em IFC

mapear a Part – Baldrame em ifcFooting.

1.2. Estrutura

1.2.1. Alvenaria estrutural de tijolos

Sugestão para modelagem Bentley Architecture

6 Apenas foram abordados os itens considerados relevantes, ou seja, os que poderiam ter uma melhor

alternativa de modelagem e mapeamento IFC.

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Utilizar a ferramenta “Wall” feito corretamente pela usuária no “DataGroup Catalog”.

No entanto seria necessário criar uma “Family & Part” específica para esta parede de

modo a controlar as opções para quantitativos e representação técnica. Family –

alvenaria estrutural – Part – Tijolo Solo Cimento 20x10x5. Em IFC mapear a Part –

Tijolo solo cimento 20x10x5 em ifcWall.

1.2.2. --------------------------------------------------

1.2.3. Cintas de amarração e vigas de concreto moldados in-loco

Sugestão para modelagem Bentley Architecture

Utilizar a ferramenta “Linear Form” e “beam” Criar uma Family & Part – Family-

Estrutura e Part – Cinta de amarração e outra para Vigas. Criar também um item no

DataGroup Catalog (estrutura) com propriedades específicas (estruturais) e aplicar aos

elementos modelados. Em IFC mapear a Part – Cinta de amarração e Vigas em

ifcBeam.

1.2.4. Lajes e vigas treliçadas, fundidas às cintas e vigas.

Sugestão para modelagem Bentley Architecture

Utilizar a ferramenta “Floors and Celilings” Utilizar a Family & Part – Family- Estrutura

e criar as Part – Laje. Utilizar o DataGroup Catalog (estrutura) com propriedades

específicas (estruturais) e aplicar aos elementos modelados. Em IFC mapear as Parts

– Laje em ifcSlab

1.3. Cobertura

1.3.1. Telhas duas águas

Sugestão para modelagem Bentley Architecture

Utilizar a ferramenta “Truss Builder ou Roof Builder” Criar uma Family & Part – Family-

Cobertura e criar as Part – Cobertura de Telhas. Criar um item DataGroup Catalog

(Cobertura) com propriedades específicas (verificar as propriedades necessárias) e

aplicar aos elementos modelados. Em IFC mapear a Part – Cobertura de telhas em

ifcRoof.

1.3.2. Terças apoiadas diretamente sobre tijolo

Sugestão para modelagem Bentley Architecture

Utilizar a ferramenta “Truss Builder ou Beam” Utilizar Family & Part – Family- Estrutura

e criar as Part – Terças. Utilizar o item DataGroup Catalog (estrutura) com

propriedades específicas (estrururais) e aplicar aos elementos modelados. Em IFC

mapear a Part – Terças em ifcBeam. Oitões deverão ser desenvolvidos com Wall, mas

é possível aplicar Family & Parts específicas. Family Wall e Part Oitão, . Mapear com

ifcWall.

Page 20: Análise de metodologia de modelagem Bentley … · (repositório de objetos do Google sketchup) e utilizar os elementos lá disponíveis para no Bentley Architecure.

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1.4. Forros

Sugestão para modelagem Bentley Architecture

Utilizar a ferramenta “Ceiling” Criar Family & Part – Family- Forro e criar as Part –

Forro. Criar um item DataGroup Catalog (forro) com propriedades específicas

(verificar as propriedades necessárias) e aplicar aos elementos modelados. Em IFC

mapear a Part – Forro em ifcsSlab.

1.5. ------------------------------------------------

1.6. Revestimentos e acabamentos

1.6.1. Contrapisos em concreto

Sugestão para modelagem Bentley Architecture

Utilizar a ferramenta “Slab” Criar Family & Part – Family- Revestimentos e criar as Part

– Contrapiso. Criar um item DataGroup Catalog (revestimento) com propriedades

específicas (verificar as propriedades necessárias) e aplicar aos elementos

modelados. Em IFC mapear a Part - Contrapiso em ifcsSlab.

1.6.2. Pisos em revestimentos cerâmicos

Sugestão para modelagem Bentley Architecture

Utilizar a ferramenta “Slab” Criar Family & Part – Family- Revestimentos e criar as Part

– Piso xxx. Criar um item DataGroup Catalog (revestimento) com propriedades

específicas (verificar as propriedades necessárias) e aplicar aos elementos

modelados. Em IFC mapear a Part - Pisoxxx em ifcsSlab.

.

.

.

4.2. Plantas, cortes e fachadas

Possível a adequação à representação padrão de acordo com as normas brasileiras

através da utilização de Familys & Parts específicas com os ajustes na representação

nativa do software

4.7. Lista preliminar de materiais

Possível através da utilização de Familys & Parts específicas vinculadas a

Components de quantificação.

5.3. Estimativa de custo

Possível através da utilização de Familys & Parts específicas vinculadas a

Components de quantificação com unidades de preços definidas.