análise de plataformas fixas de aço offshore com ênfase na
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10-Jan-2017Category
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I - INTRODUO
I.1- OBJETIVO
Este Projeto Final de Curso tem como objetivo comparar e indicar as diferenas das
metodologias das normas de anlise estrutural de Plataformas Fixas de ao, considerando as
incertezas das cargas ambientais de onda, vento e corrente e as incertezas relacionadas s
resistncias.
Para tal sero analisados e comparados os resultados obtidos pela aplicao dos
critrios de dimensionamento da API-RP2A (WSD) e da API-RP2A (LRFD), sobre alguns
elementos de uma jaqueta de uma plataforma "offshore", permitindo avaliar o impacto das
mudanas sobre o projeto da mesma.
Para muitas estruturas projetadas hoje em dia o uso de computadores faz-se
necessrio. Para uma jaqueta de uma plataforma fixa "offshore" no diferente. Trata-se de
uma estrutura composta por milhares de graus de liberdade, onde juntas e barras so
solicitadas por dezenas de carregamentos, alguns dos quais bastante complexos, tais como
carga de onda e corrente.
As barras e as juntas de uma jaqueta, alm de solicitados por inmeros carregamentos,
devem ser dimensionados segundo vrios critrios como tenses, instabilidade local e global,
puncionamento e fadiga. Logo, para o projeto completo de uma jaqueta faz-se necessrio o
uso de sistemas de anlise de iterao SOLO-FLUIDO-ESTRUTURA tipo ADEP [6, 7, 8].
Neste trabalho daremos enfoque anlise dos esforos nas pernas ("chords") e
diagonais (braces") e ao puncionamento das ligaes PERNAS / DIAGONAIS.
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I.2- GENERALIDADES
Ao longo do tempo, o homem aprendeu que toda vez que so definidos padres para
certos procedimentos, ganha-se tempo e qualidade, uma vez que na definio destes padres,
opta-se pelo que h de melhor, baseado em ensaios, pesquisas e experincias anteriores.
Visando estas padronizaes, foram criadas as normas, cujos comits so constitudos das
maiores autoridades do meio cientfico, acadmico e profissional.
Na rea de projeto de estruturas no foi diferente. Visando uma padronizao dos
critrios de anlise e dimensionamento, foram desenvolvidas normas ou recomendaes.
Assim em funo do tipo de material, do carregamento a que esto sujeitas e a utilizao que
se prope para a estrutura, no esquecendo a responsabilidade e os riscos que esta pode
incorrer, ter sua normalizao prpria ou uma que melhor se enquadre s suas caractersticas.
Em 1889, o Texas nos EUA, lugar conhecido como "o bero do Petrleo no Mundo",
foi o ponto inicial da extrao petrolfera. A indstria "offshore" (em mar aberto, longe do
litoral) de extrao de petrleo teve incio no final do sculo passado na costa da Califrnia
com estruturas rsticas de madeira e lminas d'gua (distncia do fundo onde se assenta
plataforma a superfcie livre do mar) em torno de cinco metros. S em 1947 foram
construdas as duas primeiras plataformas metlicas, j com o conceito de Jaqueta, pela
empresa Superior Oil Company. Esse conceito consistiu em fabricar em canteiro, uma
estrutura de travejamento que fosse colocada no local de instalao por guindaste e que
servisse inicialmente de guia para a cravao das estacas e posteriormente travejamento para
estas abaixo da linha dgua, provendo dessa maneira considervel resistncia s aes
ambientais. Essas estruturas metlicas, mudaram o rumo da construo offshore, pois
possibilitaram a instalao muito mais rpida do estaqueamento ao mesmo tempo em que
abriram o caminho para lminas dgua mais profundas.
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Posteriormente foram instaladas no Golfo do Mxico, em guas de at 60 metros de
profundidade. Entre 1950 e 1960, as plataformas j produziam em guas de at 100 metros,
chegando, anos depois, para profundidades de 400 e 500 metros.
Figura I.1
Na dcada de 50, s se explorava a plataforma continental no golfo do Mxico e a
Califrnia; dez anos depois, a explorao j era realizada desde a Austrlia at o Alaska.
No grfico correspondente Figura I.2 tem-se a evoluo histrica da explorao de
petrleo at o ano de 1980 por meio de plataformas fixas de petrleo.
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JAQUETA1930 1940 1950 1960 1970 1980
Anos
0
100
200
300
400
Lm
ina
d'g
ua (m
)
Figura I.2 - Desenvolvimento Histrico
Observa-se no grfico que no perodo compreendido entre 1950 e 1980 (30 anos) a
lmina dgua passou os 300 m.
No Brasil, os trabalhos preliminares de levantamento geofsico surgiram em 1959.
Segundo publicaes oficiais, programava-se para o incio de 1968 a operao da
primeira plataforma de perfurao auto-elevatria (ver exemplo na Figura I.3). Esta, a
Petrobrs I, seria construda pelas empresas Mecnica Pesada e Estaleiros Mau, porm, o
programa exploratrio foi antecipado com a contratao da plataforma Vinegaroom empresa
Zapata Overseas. Em 1962, a costa do Sergipe at o Rio de Janeiro serviu de base paras as
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primeiras perfuraes (Alagoas, Sergipe e Esprito Santo). O primeiro poo brasileiro, o 1-
ESS-1, foi realizado no litoral do Esprito Santo, o qual no teve sucesso.
Figura I.3 Plataforma Auto-Elevatria (Perfurao de Poos)
O segundo poo, este em Sergipe, o 1-SES-1, foi desativado por dificuldades
mecnicas. Em 1968, iniciou-se a perfurao do 1-SES-1A, que ao atingir 1320 metros de
profundidade, apresentou petrleo jorrando um volume estimado de 100 barris por hora. Esse
foi o poo pioneiro, dando incio produo no mar e que veio a constituir o complexo de
Guaricema, instalado em Sergipe e que at hoje continua funcionado como estao de
extrao de petrleo. Em 1996, no Brasil, existiam setenta e oito plataformas fixas metlicas
atingindo at 170 metros de profundidade (distncia do fundo do mar a superfcie livre do
mar) na Bacia de Campos.
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I.3 - CONCEPES ESTRUTURAIS PARA EXPLOTAO DE PETRLEO EM GUAS RASAS E INTERMEDIRIAS (PLATAFORMAS FIXAS DE AO E CONCRETO E PLATAFORMAS FLUTUANTES)
At uma lmina d'gua de 30 metros a instalao de uma plataforma fixa de petrleo
segue basicamente, com o auxilio de guindastes em todas as suas fases. Em 1955, a Shell
iniciou a instalao em lminas d'gua superiores a 30 metros, ocasionando o surgimento de
um novo problema, que consistia no peso e nas dimenses da jaqueta a ser iada. Em 1957 foi
construda a primeira barcaa de lanamento, permitindo assim, a evoluo para lminas
dgua mais profundas, denominadas de guas intermedirias. Com o avano tecnolgico, o
nmero de estacas por perna da jaqueta evoluiu de uma, cravada pelo seu interior, para um
grupo ligado diretamente perna ou jaqueta atravs de estruturas aporticadas na parte
inferior da mesma (Figura I.4). Verificou-se que o limite tcnico/econmico para este tipo de
plataforma foi de aproximadamente 500 metros. No Brasil, esta concepo atingiu a
profundidade de 170 metros. Na Figura I.5 tem-se o conjunto das sete plataformas fixas mais
profundas operando na bacia de Campos.
Na Figura I.6 apresenta-se alm das plataformas fixas de ao e concreto, outras
concepes estruturais que viabilizam a explorao econmica do petrleo em guas
intermedirias, profundas e ultraprofundas:
- (a) Plataformas fixas de ao (tambm conhecidas como jaquetas);
- (b) Plataformas fixas de concreto (Mar do Norte);
- (c) Plataformas flutuantes semi-submersveis;
- (d) Navios ancorados (FPSO);
- (e) Plataformas de pernas atirantadas (TLP);
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FIGURA I.4
FIGURA I.5
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importante ressaltar que a plataforma fixa mais profunda instalada na costa brasileira
a de Namorado II (mais direita da Figura I.5).
As principais caractersticas da plataforma Namorado II so:
- lmina dgua = 172 metros
- ano de instalao = 1982
- produo mdia diria = 35.000 bpd
Atualmente, as principais plataformas fixas na Bacia de Campos so:
Enchova I;
Garoupa;
Namorado I e Namorado II;
Pampo I;
Cherne I e Cherne II;
Pampo IA e Pampo IB;
Carapeba I, Carapeba II e Carapeba III;
Vermelho I, Vermelho II e Vermelho III;
importante ressaltar que as plataformas fixas mais profundas operando no Golfo do
Mxico so as de Cognac instalada em 1978 a 309 m e a Bullwinkle instalada em 1980 a
412 m.
No Brasil foram instaladas somente trs plataformas de concreto (Ubarana I,II e III no
Rio Grande do Norte) em guas rasas (15 metros) , sendo que as maiores plataformas fixas de
concreto foram instaladas no Mar do Norte.
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Figura I.6 - Plataformas fixas (ao e concreto) e Plataformas flutuantes
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II PLATAFORMAS FIXAS DE AO
Conforme descrito no captulo I, as plataformas fixas de ao so utilizadas para a
explorao de petrleo em guas rasas e intermedirias. Recomendaes de anlise e projeto
so fornecidos pela API-RP-2A [1].
Nos fluxogramas das Figuras II.1 e II.2 tem-se uma viso geral das etapas de projeto,
construo e instalao de uma plataforma fixa de petrleo.
II.1 - Descrio das Etapas de Instalao
Conforme pode ser visto nos dois fluxogramas apresentados, uma das grandes
diferenas entre uma estrutura offshore e uma estrutura onshore est no fato de que a
construo da primeira realizada no mar (dificuldade implcita), num local completamente
diferente (normalmente mais do que um) do local de instalao escolhido para a explorao
do petrleo. Uma plataforma martima ti