Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

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Todos os direitos reservados ao Grupo Jocemar & Ass ociados – Consultoria e Treinamento de Segurança. Proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização expressa do autor.

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ÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICE

1 - Análise de riscos.............................. ....................................................................... 04

1.1 - Riscos, ameaças, danos e perdas......................................................................... 06

1.2 – Diagnóstico – Inspeção de segurança.................................................................. 10

1.3 - Aplicação de métodos............................................................................................ 16

1.3.1 – Riscos provenientes de atos humanos.............................................................. 27

1.3.2 – Riscos procedentes de acidentes...................................................................... 28

1.3.3 - Riscos oriundos de catástrofes naturais............................................................. 28

1.3.4 – Riscos gerados por imprevistos, falhas técnicas ou mecânicas................................... 29

1.3.5 - Outros riscos.......................................................................................................... 29

1.3.6 – Considerações gerais para a aplicação dos métodos....................................... 33

1.3.7 – Aplicação de métodos via anéis de proteção.................................................... 37

2 - Planejamento de contingências.................. .......................................................... 39

2.1 – Necessidade.......................................................................................................... 41

2.2 – Planejamento........................................................................................................ 41

2.3 - Componentes do planejamento............................................................................. 46

2.3.1 – Projeto (formalização do documento) ............................................................... 48

2.3.2 – Setores – Estruturas organizacionais (organogramas)...................................... 51

2.4 - Manejo de emergência........................................................................................... 59

2.5 - Gerenciamento de crises....................................................................................... 68

2.6 - Procedimentos emergenciais................................................................................. 83

BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................. 99

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1 - ANÁLISE DE RISCOS Em segurança, consideramos risco todo evento capaz

de produzir perdas ou danos, seja de ordem humana

(vidas/integridade física) ou patrimonial (bens tangíveis e

intangíveis).

A análise de risco visa detectar todos os riscos aos

quais as pessoas físicas e jurídicas estão sujeitas. Após a detecção, os riscos precisam

ser classificados de acordo com a probabilidade de acontecimento. Nesta classificação

é necessário que conste o grau de risco/gravidade e seus efeitos/conseqüências/danos

humanos, materiais ou financeiros (valor do prejuízo, transtornos e possibilidade de

recuperação do patrimônio ou de contornar a situação).

A ABNT (2001) define a avaliação de risco como sendo uma consideração

sistemática do impacto nos negócios como resultado de uma falha de segurança,

levando-se em conta as potenciais conseqüências da perda de confidencialidade,

integridade ou disponibilidade da informação ou de outros ativos; e em segundo lugar

uma consideração sistemática da probabilidade de tal falha realmente ocorrer à luz das

ameaças e vulnerabilidades mais freqüentes e nos controles atualmente

implementados. Diz ainda que os resultados dessa avaliação ajudarão a direcionar e

determinar ações gerenciais e prioridades mais adequadas para um gerenciamento dos

riscos da segurança e a selecionar os controles a serem implementados para a

proteção contra estes riscos. Pode ser necessário que o processo de avaliação de

riscos e seleção de controles seja executado um determinado número de vezes para

proteger as diferentes partes da organização ou sistemas de informação isolados.

A FEPAM (2001, p.2) profere que a “Análise de Risco constitui-se em um

conjunto de métodos e técnicas que aplicados a uma atividade proposta ou existente

identificam e avaliam qualitativa e quantitativamente os riscos que essa atividade

representa para a população vizinha, ao meio ambiente e à própria empresa. Os

principais resultados de uma análise de riscos são a identificação de cenários de

acidentes, suas freqüências esperadas de ocorrência e a magnitude das possíveis

conseqüências”.

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A análise de risco é uma das principais ferramentas que o Gestor de Segurança

tem para auxiliá-lo no processo decisório (que tipo de projeto será elaborado, quais

serão as prioridades, até que ponto compensa investir na prevenção e no controle de

cada risco, que tipo de investimento será necessário e viável, etc.

O processo de Planejamento da análise de riscos pode ser ilustrado conforme

segue:

Quando o Gestor de Segurança estiver com a matriz de riscos em mãos, ele

poderá aplicar os métodos, definindo a prioridade de prevenção e controle dos riscos e

ameaças.

Na etapa da prevenção de riscos entra o conjunto de planejamentos de

segurança (elaboração de normas, projetos e sistemas de segurança, plano de

contingência para cada risco, adoção de barreiras físicas e eletrônicas de segurança,

equipe de vigilância, monitoramento, treinamento e desenvolvimento profissional, etc.)

A4 – Processamento das informações

A3 – Identi fica ção dos Riscos (Diagnóstico)

A1 – Estudo do cenário

A2 – Identifica ção e mapeio dos processos Definição da

probabilidade de acontecimento

B4 – Diretas e indiretas

B3 – Operacionais

B – Estudo das conseqüências:

B2 – Financeiras

Classificação do impacto

MATRIZ DE

RISCOS

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DE ACIDENTES

POLÍTICOS/ LEGISLAÇÃO

DE ORDEM TÉCNICA

INCONTROLÁVEIS

ATOS

HUMANOS

RISCOSRISCOSRISCOSRISCOS

Os riscos podem ser: provenientes de atos HUMANOS (criminosos ou não);

oriundos de catástrofes naturais (INCONTROLÁVEIS); de ordem TÉCNICA, quando

ocorrem determinados imprevistos, falhas técnicas ou mecânicas; causados por

mudança POLÍTICA ou ainda procedentes de ACIDENTES.

1.1 - RISCOS, AMEAÇAS, DANOS E PERDAS

Os riscos mais comuns são: furto, roubo ou assaltos;

seqüestros; espionagem; chantagem; sabotagem; desmoralização;

incêndios; desvios; etc.

Os danos e perdas podem ser basicamente de três ordens:

humana, moral e material.

Os danos e perdas humanas ocorrem quando há agressão/lesão física (podem

ser causados por acidentes, brigas, confrontos, seqüestros, atentados). As perdas

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poderão ser parciais (só lesões físicas – fazer exame de corpo de delito) ou totais

(ocorreu o evento morte).

Os danos e perdas de ordem moral ocorrem quando os bens intangíveis são

afetados (danos morais à pessoa física ou danos à imagem da empresa).

Os danos e perdas materiais ocorrem quando há perda de patrimônio, seja ele

físico (furto, roubo, subtração, dano, perda ou estrago de bens patrimoniais “bens

tangíveis”) ou em espécie (furto, roubo ou subtração de dinheiro “seqüestro,

sabotagem, multas, etc.”)

Como acabamos de estudar, a Matriz de Riscos, também conhecida como

“Matriz de Vulnerabilidade” ou “Análise Preliminar de Risco – APR”, objetiva definir a

probabilidade de ocorrência de um risco e estimar o impacto que ele pode causar na

organização; neste sentido, o responsável por elaborar a Matriz de Riscos pode

elaborar um laudo ou planilha com o formato que julgar conveniente. Por exemplo: no

próximo item (diagnóstico), será apresentada uma planilha simples e objetiva, onde por

meio de um SIM ou NÃO é possível detectar riscos e ameaças; na seqüência

(aplicação de métodos), veremos uma planilha mais detalhada, porém simples, onde se

busca chegar ao objetivo final da Matriz de Riscos: detectar a probabilidade de

ocorrência de um risco e verificar o impacto que ele pode causar.

De imediato, vamos conferir o que alguns autores sugeriram em suas obras:

Aguiar (2001, p.28) sugere o seguinte modelo de planilha:

Análise Preliminar de Perigo – APP

Sistema: Equipe: Data:

Perigo Causas Conseqüências Freqüência Severidade Risco Recomendações

Na mesma linhagem a FEPAM (2001) diz que para preencher a Análise

Preliminar de Riscos – APR é conveniente utilizar a classificação de riscos de acordo

com a categoria direcionada para a freqüência, para a severidade e para o próprio

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risco. Fizemos uma adaptação nas tabelas elaboradas pela FEPAM, direcionando a

descrição da freqüência para o gerenciamento de segurança:

CATEGORIA DE RISCO

CATEGORIA DE RISCO DESCRIÇÃO

1 Risco desprezível

2 Risco pequeno (dano local)

3 Risco médio/moderado (danos significativos)

4 Risco grande/extraordinário (danos extremos)

5 Risco crítico/exótico (danos irreparáveis)

CATEGORIAS DE FREQÜÊNCIA/PROBABILIDADE

Categoria Denominação Descrição

A Muito

Improvável

Cenários que dependem de uma combinação de falhas de

sistemas, de equipamentos e humanas. Extremamente

improvável de se tornar realidade.

B Improvável

A concretização depende de algumas falhas nos sistemas,

nos equipamentos e ou no ser humano.

Não há registros de ocorrências anteriores na

organização, na região ou nos concorrentes.

C Ocasional A ocorrência do risco depende de uma única falha no

sistema, no equipamento ou no ser humano.

D Provável Considerando os fatores existentes, espera-se uma

ocorrência do risco. Há registros de ocorrências na região

ou nos concorrentes.

E Freqüente

Grandes probabilidades de ocorrências. Há diversas

ocorrências anteriores, inclusive, na própria organização

(no mesmo cenário estudado).

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CATEGORIAS DE SEVERIDADE DAS CONSEQÜÊNCIAS (IMPACTO )

Categoria Denominação Descrição/Características

I Desprezível

Incidentes operacionais que podem causa indisposição ou mal-estar ao pessoal e danos insignificantes ao meio ambiente e equipamentos (facilmente reparáveis e de baixo custo).

II Marginal Potencial para causar ferimentos ao pessoal, pequenos danos ao meio ambiente ou equipamentos. Redução significativa da produção. Impactos controláveis.

III Crítica

Existência de uma ou mais vítimas fatais, ou grandes danos ao meio ambiente ou às instalações. Exige ações corretivas imediatas para evitar seu desdobramento em catástrofe.

IV Catastrófica Potencial para causar várias vítimas fatais. Danos irreparáveis ou impossíveis às instalações.

O resumo da matriz de classificação de risco pode ser ilustrado conforme segue:

SEVERIDADE/CONSEQÜENCIAS (I, II, III e IV)

I II III IV

Freqüência (A, B, C, D, E)

E 3 4 5 5

D 2 3 4 5

C 1 2 3 4

B 1 1 2 3

A 1 1 1 2

CRITÉRIO UTILIZADO PARA:

FREQÜÊNCIA:

A = Muito Improvável

B = Improvável C = Ocasional D = Provável E = Freqüente

SEVERIDADE:

I = Desprezível

II = Marginal

III = Crítica

IV = Catastrófica

RISCO:

1 = Desprezível

2 = Pequeno

3 = Médio

4 = Grande

5 = Crítico

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O cálculo da freqüência ou probabilidade poderá ser feito por meio da aplicação

de métodos (ver item 1.3); a severidade por meio do cálculo relação custo X benefício

(cálculo onde mensura até que ponto compensa investir na prevenção e controle dos

riscos); e a categoria dos riscos acaba sendo relativo ao tamanho da organização (por

isso que a primeira ação a ser desencadeada é o estudo do cenário).

Para o estudo do cenário é utilizada uma ferramenta chamada diagnóstico, que

de uma forma mais simples, poderá ser entendida como uma inspeção de segurança.

1.2 – DIAGNÓSTICO – INSPEÇÃO DE SEGURANÇA

Diagnóstico de segurança é o procedimento de coleta de

informações que serão processadas, analisadas e reduzidas a um

laudo para auxiliar em determinado processo decisório.

Mandarini (2005) vê o diagnóstico como sendo o perfil de segurança de uma

empresa em determinado momento; uma visão circunstancial, comparável a uma

fotografia dos riscos ou ameaças e perdas reais e potenciais a que uma empresa se

encontra sujeita, bem como das possibilidades e vulnerabilidades do sistema integrado

de segurança vigente. Considera ainda, que o diagnóstico é uma “avaliação

instantânea” cujo nível de detalhamento dependerá da profundidade e da minúcia da

análise de dados e informações pertinentes disponíveis, e da extensão e profundidade

do trabalho de campo realizado.

Diagnóstico é sinônimo de informação.

Com base nas informações de segurança e criminais do local onde ocorrerá a

proteção de bens e pessoas, é necessário iniciar a elaboração de Projetos Preventivos

de Segurança, ou seja, prever se será necessário estabelecer mais programas,

métodos, sistemas, dispositivos ou ações de segurança para proteger o bem ou o

dignitário dentro do nível estabelecido para cada caso.

A vida do diagnóstico se constitui em informações, as quais poderão ser obtidas

dentro da própria empresa através de entrevistas, verificação de documentos,

pesquisas, acompanhamento de trabalho ou de rotina (espionagem); ou através de um

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trabalho de campo que pode englobar as informações disponibilizadas pelos órgãos

governamentais e não governamentais (mídia em geral). Este trabalho de campo

também pode incorporar as informações obtidas por meio de investigações.

As informações básicas são:

� Clima da região, vias de acesso, opções de fuga, condições de tráfego em dias

chuvosos e em horário de pico;

� Iluminação da propriedade, adjacências e vias de acesso;

� Tipo de cerca, portas e portões (altura, resistência, tipo de fechadura);

quantidade de saídas/entradas; arborização do quintal e dos arredores;

� Classe social dos vizinhos; distância de escolas, posto policial, corpo de

bombeiros, hospitais, mercados, oficinas, vizinho mais próximo, etc.;

� Histórico criminal do local: tipos de delinqüentes, sua periculosidade, objetivos,

modo e freqüência de ação;

� Dispositivos e barreiras físicas de segurança existentes; dimensão do imóvel e

suas vulnerabilidades para segurança;

� Tipo de construção; facilidades de comunicação fixa/móvel.

Para facilitar o diagnóstico de segurança, Jocemar Pereira da Silva, em seu livro

Segurança empresarial e Residencial, evidenciou uma lista de INSPEÇÃO DE

SEGURANÇA PATRIMONIAL. Esta inspeção de segurança complementa e

acompanha a planilha de riscos mencionada no próximo item. Aqui serão identificados

todos os atos e fatos que possam causar algum prejuízo direto ou indireto ao

patrimônio. Cada vez que a resposta for negativa (NÃO) significa que PODE SER

MELHORADA A SEGURANÇA DO PATRIMÔNIO OU DE SUA POPULAÇÃO.

É incoerente aqui descrever a lista de inspeção de segurança para cada cenário,

de cada empresa ou residência. Portanto, serão mencionados os itens de segurança

comuns às mais diversas atividades, mesmo porque, esta lista de inspeção é apenas

uma diretriz, serve para iluminar a mente do agente de segurança, o qual deverá

formular outras perguntas necessárias ao seu cenário de trabalho.

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SIM NÃO

1 Alarmes - existem em todas as áreas vulneráveis? ( ) ( )

2 Alçapão – é protegido por cadeados? ( ) ( )

3 Alçapão - sua abertura é localizada no exterior do imóvel? ( ) ( )

4 Aparelhos de comunicação - há mais de dois? Estão prontos para o uso? ( ) ( )

5 Ar condicionado – está instalado a uma altura superior a 2 metros do chão? Está

protegido por grades reforçadas e alarmes? ( ) ( )

6 Árvores – estão afastadas do imóvel, das grades e dos muros? ( ) ( )

7 Bens ou patrimônio - todos são identificados/marcados? ( ) ( )

8 Bens valiosos - são guardados no cofre do banco, ou ao menos no cofre camuflado? ( ) ( )

9 Botão de pânico (dispositivo de alarme) - há em todos os cômodos ou áreas de

riscos? ( ) ( )

10 Cães de guarda - há cães? São treinados? São ferozes? ( ) ( )

11 Chaves - são rigidamente controladas e ficam fora da fechadura? ( ) ( )

12 Cheques recebidos - são microfilmados, cruzados e nominativos? ( ) ( )

13 Circuito fechado de televisão - cobre toda área perimetral? ( ) ( )

14 Cofre - há um principal (usual) e um camuflado (para bens e documentos especiais)? ( ) ( )

15 Cofres – precisam de senhas ou chaves de 2 pessoas para abri-los? ( ) ( )

16 Cofre camuflado - sua existência é de conhecimento restrito? ( ) ( )

17 Controle admissional - é rígido e com criteriosas investigações? ( ) ( )

18 Controle de acesso pessoal, veicular e material - é rígido? ( ) ( )

19 Controle patrimonial - todos os bens são controlados? ( ) ( )

20 Dias de pagamento ou de pico - a segurança é reforçada? ( ) ( )

21 Documentos sigilosos - são guardados no cofre camuflado? ( ) ( )

22 Ex-funcionários - são monitorados/investigados? ( ) ( )

23

Fechaduras do novo imóvel - foram substituídas? Só foram manuseadas por

pessoas “confiáveis”? ( ) ( )

24 Funcionários – sem exceção, são investigados e treinados periodicamente? ( ) ( )

25 Funcionários – são reconhecidos, bem pagos e incentivados? ( ) ( )

26 Grades – ao invés de parafusadas, são chumbadas? ( ) ( )

27 Iluminação - é suficiente nas vias de acesso, arredores e imóvel? ( ) ( )

28 Imóveis vizinhos - são mais vistosos/chamativos? ( ) ( )

29 Índice de criminalidade - é baixo? ( ) ( )

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30 Janelas - são protegidas por alarmes e grades internas? ( ) ( )

31 Lixo – papéis destinados ao lixo são triturados ou queimados? ( ) ( )

32 Mesas de trabalho – permanecem constantemente limpas (livres de papéis,

documentos ou anotações)? ( ) ( )

33 Monitoramento eletrônico - é executado em todo o imóvel? ( ) ( )

34 Muros/grades - têm altura superior a 2,40m? Sob os muros há cerca eletrificada,

cacos de vidro, sensores infravermelhos, etc.? ( ) ( )

35 Normas de segurança - são suficientes? São cumpridas? ( ) ( )

36

Objetos valiosos ou documentos importantes – nas viagens eles NÃO são

mantidos no quarto, mas sim no cofre do hotel (em um envelope lacrado) ou junto ao

seu dono? ( ) ( )

37 Ostentação de riqueza – este procedimento é inexistente? ( ) ( )

38

Pagamentos e compras são efetuados em dias variados? Usa-se cartão ou cheques?

Os salários dos funcionários são depositados em conta bancária? ( ) ( )

39 Plantão - sempre há alguém na residência ou empresa? ( ) ( )

40 Planos de segurança – existem? São eficazes e satisfatórios? ( ) ( )

41 Portas - são reforçadas? Têm fechaduras especiais e alarmes? ( ) ( )

42 Portões - são eletrônicos e com altura superior a 2,4m? São encimados por

dispositivos de segurança (como nos muros)? ( ) ( )

43 Punição - atos anti-sociais são investigados e punidos? ( ) ( )

44 Quintal - são livres de arbustos (que servem de tocaias para marginais) e de objetos

que geram cobiça do alheio? ( ) ( )

45 Recém contratados - recebem bom treinamento, individual e coletivo, para

cumprirem em sua missão na área de segurança? ( ) ( )

46 Salário - é depositado na conta corrente dos funcionários? ( ) ( )

47 Segurança comunitária - há cooperação mútua entre/com os vizinhos? ( ) ( )

48 Sistema de segurança - é testado freqüentemente? ( ) ( )

49 Suspeitos - recebem atenção e tratamento adequado? ( ) ( )

50 Telefones - têm identificador de chamadas? ( ) ( )

51 Teto - é feito de laje ou material resistente? ( ) ( )

52 Varreduras telefônicas anti -grampo – são realizadas? ( ) ( )

53 Veículos - independente do local permanecem trancados? São inspecionados

diariamente? Suas chaves são controladas? Possuem travas especiais, alarmes e ( ) ( )

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outros dispositivos de segurança? Sempre permanecem estacionados em locais

iluminados, movimentados e do seu interior são retirados documentos, objetos de

valores e o aparelho de som?

54 Visitant es - são identificados na recepção? Usam crachás? ( ) ( )

SIM NÃO

55 Auditoria de segurança - são realizadas? ( ) ( )

56 Brincadeiras indesejáveis - são completamente extintas? ( ) ( )

57 Combate a incêndio - todos conhecem as técnicas? ( ) ( )

58 Conscientização - todos os atos são conscientes e seguros? ( ) ( )

59 Drogas – seu uso é combatido, tanto as entorpecentes, como o alcoolismo e

tabagismo? ( ) ( )

60 EPI - todos utilizam equipamentos de proteção individual? ( ) ( )

61 Estresse – há cuidados para não extrapolar a jornada de trabalho? O mesmo cuidado

é dispensado aos fatores ergonômicos que acarretam o estresse? ( ) ( )

62 Higiene – há um controle de higiene empresarial e residencial para evitar acidentes? ( ) ( )

63 Improvisação - são atos inexistentes no ambiente de trabalho? ( ) ( )

64 Normas de segurança - todos conhecem e cumprem? ( ) ( )

65 Normas de trânsito – são cumpridas, principalmente velocidade? ( ) ( )

66 Pedestres – transitam adequadamente, sem correrias? ( ) ( )

67 1os socorros - todos conhecem as técnicas de 1os socorros? ( ) ( )

68 Postura pessoal - é correta, principalmente para levantar pesos? ( ) ( )

69 Restrição para fumar - é respeitada? ( ) ( )

70 Segredo profissional - é mantido por todos? ( ) ( )

71 Transporte de materiais - é realizado corretamente? ( ) ( )

72 Treinamento de segurança – são periódicos? Todos participam?

Todos correspondem às expectativas? Todos sabem a localização dos alarmes, dos

equipamentos de segurança e de emergência, da chave geral elétrica, dos telefones

de emergência e dos planos de contingências? ( ) ( )

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SIM NÃO

73 Almoxarifado e armazenagem – são arejados e organizados? Atendem à NR11? ( ) ( )

74 Brigada de incêndio – existe? Treina periodicamente? ( ) ( )

75 Caixa de 1 os socorros - existe? Tem todos os medicamentos? ( ) ( )

76 Caldeiras e vasos de pressão - inspeções e testes hidrostáticos estão em dia? Suas

condições e operadores estão de acordo com a NR 13? ( ) ( )

77 Cobertura securitária – o imóvel e seus bens têm seguro? ( ) ( )

78 Corredores e escadas - estão limpos e desobstruídos? ( ) ( )

79 Edificações - são seguras? Atendem à NR 8? ( ) ( )

80 EPI (equipamento de proteção individual) - são fornecidos a todos os funcionários que

precisam, conforme NR6? ( ) ( )

81 Equipamentos de emergência - existem? Estão em condições de uso os extintores,

hidrantes, geradores de eletricidade, baterias, etc. ( ) ( )

82 Equipamentos de segurança - alarmes, armas, faroletes, cordas, rádio de comunicação,

telefones, veículos, etc. são satisfatórios quantitativamente e qualitativamente? ( ) ( )

83 Extintores de incêndio – existem? São adequados ao local? ( ) ( )

84 Fiação elétrica – está em perfeito estado de conservação? ( ) ( )

85 GLP - o botijão de gás está fora do imóvel e em local adequado? ( ) ( )

86 Iluminação de emergência – está em boas condições? ( ) ( )

87 Inflamáveis - são armazenados convenientemente? ( ) ( )

88 Máquinas e equipamentos - as partes móveis estão protegidas? ( ) ( )

89 Organização - é satisfatória em todos os setores? ( ) ( )

90 Pisos - são antiderrapantes, livres de saliências e depressões? ( ) ( )

91 Planos de contingências – existem? São sempre realimentados? ( ) ( )

92 Proteção contra incêndio - é adequada? Atende à NR 23? ( ) ( )

93 Resíduos - seus destinos são convenientes? ( ) ( )

94 Riscos ambientais - são combatidos com eficiência? ( ) ( )

95 Saídas de emergências – existem? São suficientes, sinalizadas e desobstruídas? ( ) ( )

96 Serviços e ambientes insalubres e periculosos - os limites de tolerância são

respeitados? Atendem às NR 15 e 16? ( ) ( )

97 Sinalização de segurança - é adequada? Atende à NR26? ( ) ( )

98 Ferramentas de mão – sem exceção, estão em bom estado? ( ) ( )

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Cada resposta negativa indica que o patrimônio poderá ser atingido diretamente

ou indiretamente. Esta inspeção servirá para demonstrar o quanto o patrimônio está

seguro ou inseguro.

1.3 - APLICAÇÃO DE MÉTODOS

A aplicação dos métodos é uma ferramenta muito útil para a

prevenção e controle dos riscos (o sustentáculo da segurança é a

prevenção).

Ferreira (1999) define método como sendo a forma adotada para atingir um

objetivo; e, aplicação de métodos como sendo o emprego de conhecimentos,

procedimentos ou programas que regulam previamente uma série de operações que se

devem realizar, apontando erros evitáveis, em vista de um resultado determinado.

Como estudamos no início desta matéria, a estruturação da Matriz de Riscos,

também conhecida por Matriz de Vulnerabilidade, é a base para a aplicação de

métodos.

Ficou claro que a Matriz de Riscos e o Diagnóstico são ferramentas que auxiliam

em um processo decisório. Percebemos ainda (na planilha ou tabela de matriz de riscos

de Aguiar (2001, p.28), que após a definição do perigo, suas causas, conseqüências,

freqüência, severidade e nível de risco, o último item foi “recomendações”. Este último

item é exatamente a ação ou posicionamento do gestor em relação ao risco detectado,

é a fase do “gerenciamento do risco”.

O gestor poderá decidir por eliminar o risco; reduzi-lo; financiá-lo ou ainda

assumi-lo. Ocorre que para poder decidir sobre esta questão, a alta administração da

maioria das empresas exige evidências claras, reais e até incontestáveis para poder

liberar recursos ou acatar a decisão, posicionamento ou sugestão do Gestor de

Segurança responsável pela Análise Preliminar de Riscos. Justamente neste ponto que

entram as variações de aplicação de métodos.

A aplicação de métodos poderá ocorrer de diversas formas; uma delas já foi

demonstrada no item 1.1 quando vimos as tabelas elaboradas pela FEPAM (2001).

Existem outras técnicas que já foram consagradas para realização de uma análise

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preliminar de riscos; no Brasil temos o Método Brasiliano; o Método Matemático; o

Método de Mosler; o Método; T. Fine; o Método de Ishikawa, Técnica de Brainstorming,

etc.

Mandarini (2005, p. 40 e 41) traz as seguintes explicações para estes métodos:

Método de Mosler: É um artifício útil quando a empresa não dispõe de um banco de dados suficiente sobre a problemática que se pretende abordar. Deve ser empregado para cada risco ou ameaça individualmente considerado, projetando seu impacto sobre a atividade específica em avaliação. É eminentemente subjetivo, uma vez que depende puramente de opiniões para valorização das funções utilizadas como parâmetros de interferência na atividade institucional.

Método de T. Fine: Estabelece prioridade e promove a integração entre o grau de risco e as limitações orçamentárias. Projeta o timing de implantação, o esforço e o investimento, segundo a criticidade de cada risco ou ameaça. Determina a urgência das medidas necessárias, estabelecendo parâmetros para justificar investimentos (fundamenta a relação custo versus benefício). Na falta de banco de dados suficiente, pode basear-se em avaliações subjetivas, tal qual o método de Mosler.

Diagrama de Causa e Efeito: Trata-se de uma forma de análise que permite estabelecer relação entre os “efeitos” dos eventos e todo o espectro de suas “causas prováveis”. Permite agrupar as causas em várias categorias, o que facilita o processo de seu próprio levantamento. Por seu formato, é também conhecido como “Diagrama da Espinha-de-Peixe”.

Diagrama da Árvore: Trata-se de um desdobramento gráfico dos caminhos que conduzem às causas fundamentais de um determinado evento a partir do qual se pergunta “por que isso está acontecendo?”, para cada causa aventada. Implica três tempos de desenvolvimento: identificação das causas relevantes, identificação de soluções e priorização destas conforme critérios estabelecidos.

Técnica de Brainstorming: Também conhecido como “Tempestade (ou Tormenta) de Idéias”, consiste em uma reunião cujos participantes tenham conhecimento sobre determinado evento, para geração espontânea e ilimitada de idéias. Obedece a uma rotina que não admite críticas ou avaliações durante o processo, o qual está voltado evidentemente para a quantidade e não para a qualidade das idéias geradas. Emprega como tema para discussão o objetivo que se deseja alcançar.

Cada um desses métodos ou técnicas regula previamente uma série de

operações lógicas que minimizam erros em busca de um resultado. A seguir, vamos

falar um pouco sobre o método mais comum: o matemático.

O foco da análise de riscos é definir a probabilidade da ocorrência de

determinado risco. O risco poderá ser aleatório ou determinístico.

O risco será determinístico quando o resultado for previsível, ou seja, quando

houver certeza dos resultados a serem obtidos. Exemplos:

� Se não abastecer o veículo; o motor não funcionará por muito tempo;

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� Se não substituir os pneus gastos; eles estourarão durante o percurso da

viagem;

� Se não desligar a caldeira; haverá uma explosão;

� Se não reforçar as estruturas prediais que estão rachadas e caindo;

haverá desmoronamento;

� Se não desativar o artefato explosivo; ele explodirá.

Convém salientar que no caso do risco determinístico não se determina a probabilidade

de ocorrência, pois o mesmo é previsível o que, evidentemente, nos permite concluir

que a ação preventiva é ponto preponderante para a extinção do risco.

Nesse sentido, podemos recorrer à Estatística com o objetivo de orientarmos à

ação preventiva. Considerando dados específicos de uma situação é possível, por meio

do cálculo da média aritmética, estabelecer ações preventivas no sentido de

eliminarmos as situações de risco. Veja o exemplo a seguir.

Há 12 meses, João comprou uma transportadora com 1380 veículos; no 2º mês

houve o roubo de 5 veículos; no 4º mês, roubaram mais 4; no 7º mês, roubaram mais 3;

no 9º mês, mais 4; no 10º mês, mais 5; no 12º mês, mais 3. Note que a quantidade de

veículos roubados variou mensalmente. Assim sendo, não sabemos se no próximo

haverá 1 ou 2 ou até mais veículos roubados. Desta forma, com a intenção de orientar

as ações preventivas no sentido de eliminarmos o risco de roubo de veículos, devemos

calcular a quantidade de veículos roubados mensalmente na empresa do João. Mas,

como fazê-lo? Basta somar a quantidade de veículos roubados e dividir pelo número de

meses. Neste caso a fórmula seria:

Média = N (somatória dos eventos ocorridos)

T(somatória do tempo ou do nº de eventos ou dos valores relacionados)

M = 5 + 4 + 3 + 4 + 5 + 3 = 24 (roubos) = 2

12 12 (meses)

“Média de 2 veículos roubados por mês”.

Page 19: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

19

Se não for adotada nenhuma medida de segurança preventiva, há probabilidade

de nos próximos doze meses perder mais 24 veículos por meio do risco “roubo de

veículos”. Este valor pode variar para mais ou para menos (desvio padrão), mas isso

será estudado mais adiante.

Agora vamos adicionar outras informações no mesmo cenário: João comprou

uma transportadora com 1380 veículos; todos os meses ocorreram tentativas de roubo

ou roubo de veículos, conforme segue:

MÊS TENTATIVA DE ROUBO ROUBO

Janeiro 2 -

Fevereiro 7 5

Março 2 -

Abril 6 4

Maio 3 -

Junho 2 -

Julho 4 3

Agosto 4 -

Setembro 7 4

Outubro 5 5

Novembro 3 -

Dezembro 3 3

TOTAL: 12 meses. 48 tentativas 24 roubos

Page 20: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

20

Utilizando a mesma fórmula, podemos ter a média de tentativas de roubos em

relação aos meses; e a média de roubos em relação às tentativas:

Média = 48 (tentativas) = 4 (Tentativas de roubo por mês).

12 (meses)

Média = 48 (tentativas) = 2 (Para cada 4 tentativas ocorrem 2 roubos).

24 (roubos)

Nas situações acima demonstradas, consideramos a existência de risco dentro

da empresa (histórico de risco). E quando não existir ocorrências anteriores na própria

empresa?

Sabemos que a ocorrência de determinado risco está relacionada diretamente

proporcional ao perigo existente; e, inversamente proporcional ao nível de segurança

existente, ou seja, quanto maior for o perigo, maior será a probabilidade de um risco se

tornar realidade; quanto maior for o nível de segurança; menor será a probabilidade de

um risco se tornar real.

Risco = __Perigo .

Segurança

Sendo assim, para estabelecer a probabilidade quando não há registro de

ocorrências na própria empresa, duas situações devem ser levadas em consideração:

1º - Nível de segurança organizacional (interno). Por exemplo: Nunca houve

incêndio na empresa de João; também não se tem registros de incêndio nas empresas

da região. Acontece que todas as empresas adotam sérias medidas de segurança; já a

Transportadora de João contratou na última semana um eletricista que tem

negligenciado na prevenção, pois, fez uma adaptação na rede elétrica deixando uma

Page 21: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

21

série de gambiarras, fios soltos e descascados expostos e energizados 24 horas por

dia em local de grande ventilação e grande concentração de materiais altamente

combustíveis.

Neste caso, até poderíamos fazer a média do vento em relação ao número de

dias para estimar o tempo médio em que acontecerá um incêndio; mas, nem precisa

tanto, tendo em vista que esta situação nos direciona a um risco determinístico, uma

vez que: fios energizados descascados + vento = curto-circuito/faísca = calor. Logo,

calor + oxigênio (existente no ar) + comburente (material combustível) = FOGO =

INCÊNDIO. Isso quer dizer que, se forem mantidas as vulnerabilidades de segurança, a

ocorrência de um incêndio na Transportadora de João é certa/alta/provável.

2º - Nível de segurança externo (das empresas vítim as). Recomenda

considerar o número de eventos ocorridos na região, preferencialmente, nas empresas

do mesmo ramo de atividade. Entretanto, a partir de agora o método matemático muda,

passamos a trabalhar com probabilidade, conforme segue:

A primeira ação é levantar os dados estatísticos na região, considerando apenas

as vítimas com o mesmo perfil de: segurança, ramo de atividade, poder aquisitivo, etc.

Exemplo: No último semestre a Polícia Militar registrou 60 tentativas de roubo de

veículos às Transportadoras da Região de São Paulo. Existem cinco Transportadoras,

contanto com a de João. No mesmo período, foram roubados 15 veículos destas

Transportadoras. Na Transportadora de João houve somente 1 roubo de veículo; mas 2

tentativas. Qual é a média de roubo de veículos para Transportadora de João no

próximo mês, considerando que ninguém adotou nenhuma medida complementar de

segurança?

Média = 60 (tentativas) = 10 (Tentativas por mês).

6 (meses)

Page 22: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

22

Média = 10 (tentativas/mês) = 2 (Tentativas por mês para cada empresa).

5 (empresas)

Média = 60 (tentativas) = 4 (Para cada 4 tentativas, 1 roubo).

15 (roubos)

RESPOSTA: Existe a probabilidade da Transportadora do João ter 1 veículo

roubado e sofrer quatro tentativas de roubo.

Esta resposta partiu do princípio matemático da média aritmética; porém,

podemos utilizar o princípio matemático da probabilidade de riscos aleatórios:

Consideremos que em uma cidade do interior de São Paulo está ocorrendo

ataques às Transportadoras com o objetivo de roubar veículos; sabe-se que a média de

roubos de veículos nas transportadoras é de um veículo roubado por dia. Nesta cidade

tem 5 transportadoras, onde: a empresa “A” tem 260 veículos; a “B” tem 500 veículos; a

“C” tem 750 veículos; a “D” tem 1250 veículos; e a empresa “E” tem 1380 veículos.

João acabou de comprar a empresa “E” e quer fazer o seguro de sua frota, mas, como

está sem dinheiro em caixa, pretende esperar pelo menos mais um mês. No entanto

João que saber qual é a probabilidade de sua Transportadora ter um veículo roubado a

cada dia, e quantos veículos poderão ser roubados durante o mês que ficará sem

seguro.

Considerando que todas têm estratégias de segurança semelhantes e fazem

praticamente a mesma rota, porém o número de veículos de cada empresa é desigual,

vamos ver qual é a probabilidade dos próximos roubos serem contra a empresa de

João.

Page 23: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

23

Fórmula: P = n(A) / n(U)

Onde: P = probabilidade; n(A) = número de elementos de determinado evento;

n(U) = número de elementos do espaço amostral finito.

Solução:

Informações: 5 empresas, 4140 veículos, 1 veículo roubado a cada dia.

Empresa “A” 260 veículos

P (probabilidade) = 260/4140 = 0,0628 – ou seja, 6,2%

Empresa “B” 500 veículos

P (probabilidade) = 500/4140 = 0,1207 – ou seja, 12,07%

Empresa “C” 750 veículos

P (probabilidade) = 750/4140 = 0,1811 – ou seja, 18,11%

Empresa “D” 1250 veículos

P (probabilidade) = 1250/4140 = 0,3019 – ou seja, 30,19%

Empresa “E” 1380 veículos

P (probabilidade) = 1380/4140 = 0,3333 – ou seja, 33,33%

Logo, há 33,33% de probabilidade do próximo roubo ser contra a empresa

de João. Sabendo que a média de roubo é de 1 veículo por dia; em 1 mês poderão ser

roubados 30 veículos, dos quais 33,33% pode ser da empresa de João, ou seja, a

empresa de João poderá ter 10 veículos roubados.

Page 24: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

24

A mesma fórmula pode ser utilizada em várias situações. Exemplo: Sabe-se que

todas as sextas-feiras acontecem furtos de veículos, de todos os modelos, que ficam

estacionados na Rua do Azar, especificamente, nas quadras 13 e 14, perto de uma

grande danceteria.

Nestas quadras cabem 50 veículos. Qual é a probabilidade de João estacionar

seu carro nestas quadras e tê-lo furtado?

Solução:

Consideremos temos estacionados 49 veículos de terceiros + o veículo de João

(50 veículos).

Utilizando a mesma fórmula: P = n(A) / n(U), temos:

P (probabilidade) = 1 (veículo de João) / 50 (total de veículos) = 0,02

P = 1 / 50 = 0,02 – ou seja, 2%

Resposta:

João tem 2% de probabilidade de ser a próxima vítim a, ou seja, a cada 50

vítimas, João poderá ser uma delas.

Note que na fórmula para o cálculo de probabilidades de riscos aleatórios, ou

seja, riscos que não são previsíveis, podemos entender que N(A) = número de

elementos de determinado evento como sendo o número de todos os casos favoráveis

que quantifiquem aquilo que está querendo-se determinar a probabilidade de ocorrer,

ou seja, na empresa de João tem 1380 veículos “disponíveis para serem roubados”; por

outro lado, N(U) = número de elementos do espaço amostral finito é o número de todos

os casos possíveis explicitados no evento aleatório, ou seja, o roubo ocorre na região

onde se localiza a empresa do João, que possui 4140 veículos “disponíveis para serem

roubados”.

Chega-se a conclusão que podemos ser preciso na identificação do risco e na

previsão de sua severidade ou conseqüência; mas em relação à freqüência ou

probabilidade de acontecimento, tudo passa a ser relativo (hipotético, conjectura), pois,

o único que tem certeza do futuro é Deus.

Page 25: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

25

Para aplicação dos métodos, o primeiro passo é ter em mãos três informações

básicas:

1. Todos os riscos e ameaças que possam afetar o patrimônio ou o dignitário de

forma direta ou indireta;

2. A noção da probabilidade de acontecimento de cada risco ou ameaça;

3. Quais serão os efeitos ou danos humanos, materiais e financeiros causados pelo

sinistro.

A seguir, damos o exemplo de uma planilha com os riscos e ameaças mais

comuns, bem como alguns parâmetros subjetivos que podem ser utilizados para

mensurar a probabilidade de acontecimento (freqüência) e os efeitos ou danos

humanos, materiais e financeiros causados pelo sinistro (impacto).

LEGENDA:

Tipo de risco – englobam todas as situações que podem acarretar perdas

humanas, materiais ou financeiras.

Probabilidade de acontecimento – mensura a possibilidade do risco/ameaça

se tornar realidade, levando em consideração os bens a serem protegidos, sistema de

segurança local, criminalidade local, padrão do imóvel, padrão e atividade dos vizinhos,

etc. A probabilidade pode ser subdividida em quatro níveis:

1 = LEVE: risco quase improvável, pois o patrimônio está muito bem protegido ou o

risco não se aplica na realidade atual. São necessários apenas um plano de

Page 26: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

26

contingência e uma reavaliação periódica. A probabilidade de acontecer um sinistro

varia entre 0 e 9%;

2 = MÉDIA: patrimônio razoavelmente protegido; já existem diversas medidas de

segurança, todavia ainda há vulnerabilidades para o patrimônio. A probabilidade de

acontecer um sinistro varia entre 10 e 45%. Há necessidade de adotar mais medidas de

segurança, porém em médio prazo;

3 = GRAVE: a probabilidade de acontecer um sinistro varia entre 46 e 74%; tal

ocorrência é uma questão de tempo, pois o patrimônio encontra-se vulnerável e há

muitas medidas de segurança para serem adotadas. Medidas de segurança em curto

prazo devem ser adotadas;

4 = GRAVÍSSIMA : situação atual insustentável, patrimônio encontra-se extremamente

vulnerável; a qualquer momento ocorrerá um sinistro, pois a probabilidade oscila entre

75 e 100%. Este tipo de risco necessita de atenção imediata, jamais conviver com risco

deste nível.

* A LISTA DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA PATRIMONIAL (DO ITEM ANTERIOR)

AUXILIARÁ NA DETECÇÃO DAS VULNERABILIDADES E PROBABILIDADE DE

ACONTECIMENTO.

Efeito/conseqüência – consiste no impacto causado no patrimônio em

decorrência de um sinistro; geralmente é avaliado pelo seu valor econômico. O efeito

também é subdividido em quatro níveis:

* a porcentagem mencionada é em relação ao preço total de todo patrimônio do local,

incluindo as instalações prediais.

Page 27: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

27

P = PEQUENA MONTA: o prejuízo é desprezível, seu valor é irrisório, a ponto de não

compensar investir em segurança para eliminar este tipo de risco;

M = MÉDIA MONTA: o estrago pode ser reparado rapidamente, a estrutura patrimonial

não é abalada, as atividades da empresa não serão prejudicadas. A perda patrimonial

de 1 a 9% está dentro da margem de imprevistos;

G = GRANDE MONTA: o dano causa considerável desestabilização do patrimônio

residencial ou empresarial, pode acarretar: fechamento temporário das instalações;

comprometimento do funcionamento da empresa; limitação de crescimento; perda de

produção ou perda patrimonial entre 10 e 69%;

GG = GRAVÍSSIMA MONTA : perda trágica, abala profundamente toda estrutura

patrimonial; provoca fechamento imediato das instalações, falência ou perda

patrimonial igual ou 70%.

1.3.1 – RISCOS PROVENIENTES DE ATOS HUMANOS (CRIMINOSOS OU NÃO)

Planilha de reconhecimento, antecipação e avaliação dos riscos TIPO DE RISCOS QUE PODEM AFETAR O PROBABILIDADE DE EFEITO OU

PATRIMÔNIO DIRETA OU INDIRETAMENTE ACONTECIMENTO CONSEQÜÊNCIA

• Ameaça de bomba 1 2 3 4 P M G GG • Apropriação indébita 1 2 3 4 P M G GG • Assalto ou furto nos deslocamentos 1 2 3 4 P M G GG

• Ataque de traficantes/terroristas 1 2 3 4 P M G GG • Boatos perniciosos 1 2 3 4 P M G GG • Brigas, rixas ou lesões corporais 1 2 3 4 P M G GG • Comportamentos anti-sociais 1 2 3 4 P M G GG • Desordens públicas, tumultos 1 2 3 4 P M G GG • Desperdício, perdas e danos 1 2 3 4 P M G GG • Espionagem, chantagem 1 2 3 4 P M G GG • Estelionato 1 2 3 4 P M G GG • Extorsão, suborno 1 2 3 4 P M G GG • Fraudes no CPD (vírus quebra) 1 2 3 4 P M G GG • Furto interno ou externo 1 2 3 4 P M G GG • Greves internas ou externas 1 2 3 4 P M G GG • Guerra 1 2 3 4 P M G GG • Homicídio, latrocínio, genocídio 1 2 3 4 P M G GG

Page 28: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

28

• Incêndio acidental 1 2 3 4 P M G GG • Incêndio criminoso 1 2 3 4 P M G GG • Intoxicações 1 2 3 4 P M G GG • Manifestações 1 2 3 4 P M G GG • Mutilação ou destruição dos bens 1 2 3 4 P M G GG • Pessoas perturbadas, drogadas. 1 2 3 4 P M G GG • Roubo 1 2 3 4 P M G GG • Sabotagem 1 2 3 4 P M G GG • Saque 1 2 3 4 P M G GG • Seqüestro 1 2 3 4 P M G GG • Terrorismo postal 1 2 3 4 P M G GG • Vadiagem 1 2 3 4 P M G GG • vandalismo 1 2 3 4 P M G GG • Vazamento de informações 1 2 3 4 P M G GG

1.3.2 – RISCOS PROCEDENTES DE ACIDENTES

Planilha de reconhecimento, antecipação e avaliação dos riscos TIPO DE RISCOS QUE PODEM AFETAR O PROBABILIDADE DE EFEITO OU

PATRIMÔNIO DIRETA OU INDIRETAMENTE ACONTECIMENTO CONSEQÜÊNCIA

• Ambientais (contaminação/poluição) 1 2 3 4 P M G GG • Com funcionários fora do expediente 1 2 3 4 P M G GG • Com o patrimônio em geral 1 2 3 4 P M G GG • Com veículos em via pública 1 2 3 4 P M G GG • Com vítimas em geral (clientes, visitantes, etc.) 1 2 3 4 P M G GG • Envolvendo agentes biológicos (bacilos, bactérias, fungos,

parasitas, protozoários, vírus, entre outros) 1 2 3 4 P M G GG • Envolvendo agentes físicos (pressões anormais, infra-som,

ruídos, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibrações, temperaturas extremas e ultra-som) 1 2 3 4 P M G GG

Envolvendo agentes químicos (fumos, gases, neblinas, névoas, poeiras, vapores) 1 2 3 4 P M G GG

DO TRABALHO

• Causados por atos inseguros 1 2 3 4 P M G GG

• Causados por condições inseguras 1 2 3 4 P M G GG

• Causados por imperícia 1 2 3 4 P M G GG

• Causados por imprudência 1 2 3 4 P M G GG

• Causados por negligência 1 2 3 4 P M G GG

• Proveniente da ergonomia (estresse, conforto, postura, iluminação) 1 2 3 4 P M G GG

• Enchentes, desmoronamento 1 2 3 4 P M G GG • Endemia, epidemia 1 2 3 4 P M G GG • Infestação de pragas 1 2 3 4 P M G GG • Raio 1 2 3 4 P M G GG • Seca 1 2 3 4 P M G GG • Tempestades 1 2 3 4 P M G GG • Terremoto 1 2 3 4 P M G GG • Vendaval 1 2 3 4 P M G GG

Page 29: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

29

1.3.4 – RISCOS GERADOS POR IMPREVISTOS, FALHAS TÉCNICAS OU MECÂNICAS

Planilha de reconhecimento, antecipação e avaliação dos riscos TIPO DE RISCOS QUE PODEM AFETAR O PROBABILIDADE DE EFEITO OU

PATRIMÔNIO DIRETA OU INDIRETAMENTE ACONTECIMENTO CONSEQÜÊNCIA

• Defeito ou reversão dos esgotos 1 2 3 4 P M G GG • Explosão 1 2 3 4 P M G GG • Falha em ar condicionado 1 2 3 4 P M G GG • Falha nos equipamentos de comunicação 1 2 3 4 P M G GG

• Falha nos equipamentos de combate a incêndio 1 2 3 4 P M G GG • Falta d’água 1 2 3 4 P M G GG • Falta de combustível 1 2 3 4 P M G GG • Falta de matéria prima 1 2 3 4 P M G GG • Falta de energia elétrica 1 2 3 4 P M G GG • Goteiras, infiltrações 1 2 3 4 P M G GG • Incêndio 1 2 3 4 P M G GG • Pane no CPD 1 2 3 4 P M G GG • Pane nas máquinas ou equipam. 1 2 3 4 P M G GG • Perda de dados informatizados 1 2 3 4 P M G GG • Vazamentos de água 1 2 3 4 P M G GG • Vazamento de inflamável (líquido ou gasoso) 1 2 3 4 P M G GG

• Entrada ou saída indevida de objetos, mercadorias, pessoas e veículos 1 2 3 4 P M G GG • Eventos especiais: inaugurações, visitas de grupos/autoridades, festas 1 2 3 4 P M G GG • Danos à imagem empresarial 1 2 3 4 P M G GG • Mudanças político-econômicas (municipal, estadual ou federal) 1 2 3 4 P M G GG • Outros riscos não mencionados 1 2 3 4 P M G GG

Com estas informações em mãos, inicia-se a Aplicação de Métodos ou Gestão

de Riscos. Como dissemos anteriormente, o Gestor poderá decidir por eliminar o risco;

reduzi-lo; financiá-lo ou ainda assumi-lo.

A aplicação dos métodos consiste em colocar a teoria do risco (prescrita até o

momento) em prática para proteger o patrimônio e as vidas nele contidas. Mas por

onde o administrador começará?

1º executando o reconhecimento, antecipação e avaliação dos riscos;

2º analisando a relação custo x benefício para controlar cada risco;

3º estendendo a mesma filosofia e cultura de segurança para toda a população do

imóvel a ser protegido (dos colaboradores da limpeza ao alto escalão deve haver

Page 30: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

30

conscientização, apoio e comprometimento com a segurança). Expor-lhes os riscos

aos quais estão sujeitos e as mudanças que advirão com a implantação da nova

filosofia e sistemas de segurança. “Todos devem estar motivados para participar e

colaborar com a segurança; a nova cultura de segurança não deve ser imposta, mas

sim conquistada”;

4º elaborando o programa de controle (implantando sistemas, plano de trabalho, planos

de contingências, normas e manuais de procedimentos);

5º executando intensos treinamentos, simulados, auditoria, realimentação e reavaliação

do programa gerenciador.

O desafio do administrador da segurança é salvaguardar as instalações prediais,

o patrimônio nela contido e as pessoas que as utilizam permanentemente ou

eventualmente. Para atingir este desafio é conveniente que ele se guie por dois

princípios:

1º - princípio da economia

• Estabelece a necessidade de utilizar os recursos humanos e materiais, já

disponíveis, em toda sua potencialidade. Só então, poderão ser pleiteados novos

recursos materiais ou humanos;

• Prevê a compra de equipamentos de segurança, não pela sua estética e preço, mas

pela sua eficácia. Respeitando sempre o critério da real necessidade, elevada

eficácia, baixo custo, rara manutenção e longa durabilidade. Exemplo: portas

reforçadas; fechaduras especiais; grades pantográficas; boa iluminação; muros,

grades e portões altos; dispositivos de alarmes; CFTV, extintores, lanternas;

espelhos; etc.;

• Só permite o investimento em segurança depois de justificado (a curto, médio e

longo prazo) pela relação custo x benefício.

Relação Custo x Benefício é a análise que fazemos de todos os custos que

recaem sobre determinado empreendimento e dos seus benefícios. Esta é uma

importante ferramenta para o Gestor decidir até que ponto compensa investir em

segurança.

Page 31: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

31

O valor do investimento em segurança preventiva deve ser inferior ao valor do

bem protegido e preferencialmente do benefício (lucro) por ele gerado. Exemplo:

A cada três anos João providencia a pintura geral de sua empresa. Ocorre que a

cada dois meses, João desembolsa R$ 100,00 para fazer reparos na fachada, devido à

ação de vândalos (pichadores). E empresa de João já possui alarmes; iluminação

automática; sinalização; câmeras de segurança e monitoramento eletrônico; isso

resolveu problemas anteriores relacionados a assalto e furtos; mas, não inibiu a ação

dos vândalos (pichadores).

Para resolver o problema definitivamente, João teria que contratar vigilantes para

o período noturno (período que ocorre a ação dos vândalos). O custo desta contratação

será em torno de R$ 6.000,00 (dois vigilantes em escala 12hx36h.)

Observem continuando a forma atual; durante três anos, João gastará R$

1.800,00 em reparos na pintura; isto significa menos de um terço do valor que gastaria.

Logo, conclui-se que não compensa realizar o investimento, pois, ele é

consideravelmente maior que o benefício.

Este foi um exemplo extremista para facilitar a compreensão do assunto. Na

prática, apresentam-se situações um pouco mais complexas, exemplo:

1 – Quando o objeto de proteção é a vida;

2 – Quando se trata de proteção de objetos irrecuperáveis ou de valor sentimental;

3 – Quando o objeto de proteção é um bem intangível (imagem empresarial);

4 – Quando há necessidade de calcular custos diretos (valor do bem perdido

“considerando sua depreciação” + valor do bem a ser reposto) e indiretos

(conseqüências, paralisações, dano à imagem, perda de clientes, indenizações, etc.)

Nestas situações, de uma maneira ou de outra, há o subjetivismo, pois, o Gestor

acaba tendo de utilizar sua sensibilidade e bom senso.

Brasiliano (1999, p.305) sugere a seguinte fórmula para cálculo da relação custo

x benefício:

CP = SP + ST + CC = (I – P)

Page 32: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

32

Onde:

CP = Custo de Perda

SP = Substituição Permanente

ST = Substituição Temporária

CC = Custo Conseqüente

I = Indenização do Seguro

P = Prêmio do Seguro

2º - princípio da eficiência

• Prevê a obrigatoriedade de investir primeiramente na cultura de segurança,

mudança de hábitos e comprometimento com a prevenção;

• Estabelece a necessidade de integrar a tecnologia à segurança para que o homem

tão somente comande a proteção dos bens (esta proteção é executada pelos

sistemas e equipamentos de segurança);

• Prevê que o conjunto de medidas de segurança estabelecido deve ser

suficientemente capaz de exterminar o risco ou, no mínimo, reduzir ou anular seus

efeitos e conseqüências.

“as medidas de segurança eficientes não impedem, nem atrapalham o bom

funcionamento da empresa”

Estando em mãos, “devidamente preenchidas”, a planilha de reconhecimento,

antecipação e avaliação dos riscos e a lista de inspeção básica de segurança

patrimonial (ilustradas no capítulo I), pode-se dar início ao programa de controle.

Neste programa será determinada a linha de ação para controlar ou eliminar os

riscos, ou seja, recursos humanos e materiais que serão empregados, tipo de

treinamento necessário, perfil de qualificação humana exigido, tipo de normas e

procedimentos que serão estabelecidos.

Page 33: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

33

1.3.6 – CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA A APLICAÇÃO DOS M ÉTODOS

• O administrador deve adaptar a lista de inspeção básica de

segurança patrimonial e a planilha de reconhecimento,

antecipação e avaliação dos riscos (ilustradas no capítulo I) de

acordo com a sua realidade e vulnerabilidades;

• Obedecendo aos princípios citados (economia e eficiência),

prioriza-se o combate e o controle dos riscos que tenham uma máxima

probabilidade de acontecimento e maior conseqüência (impacto). Desta forma a

prioridade de combate e o controle dos riscos serão de acordo com a seguinte

classificação: GG4; GG3; GG2; G4; G3; M4; P4; M3; G2; GG1; P3; M2; G1; P2; M1;

P1. Abaixo, ilustração desta Matriz de Prioridade:

PROBABILIDADE

1 (leve) 2 (média) 3 (grave) 4 (gravíssima)

P P1 P2 P3 P4

M M1 M2 M3 M4

G G1 G2 G3 G4

GG GG1 GG2 GG3 GG4

AZUL Conforto. Providenciar plano de contingência e reavaliação periódica.

AMARELO Atenção. Implantar medidas de segurança em médio prazo.

LARANJA Cuidado. Implantar medidas de segurança em curto prazo.

VERMELHO Perigo. Implantar medidas de segurança de imediato (urgentemente).

• Sem exceção, todos os riscos devem ser controlados e combatidos, mas sempre

observando os princípios da economia e da eficiência. Sempre priorizar os riscos de

maior probabilidade de acontecimento e de maior efeito/conseqüência;

EFEITO

Page 34: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

34

• O administrador deve ser criativo e criar várias alternativas de combate aos riscos;

Uma atenção especial (reforço na segurança) deverá ser dada nas horas críticas de

grande movimentação (horários de pico “rush”);

• É indispensável o total apoio da administração geral;

• É de vital importância que todos os funcionários participem e apóiem a segurança;

• É indispensável oferecer total apoio à equipe de segurança que executará fielmente

as normas;

• As ações e responsabilidades devem ser definidas em nível coletivo e individual;

• É fundamental manter uma equipe de segurança altamente qualificada para praticar

o programa de segurança estabelecido;

• É imprescindível que a equipe de segurança tenha CONDIÇÕES para executar o

trabalho. As condições englobam não só apoio, treinamentos e equipamentos

adequados, mas condições e conforto nas instalações prediais onde o serviço é

executado;

• As normas devem ser claras e objetivas, breves e completas.

A ordem para controlar os riscos é a seguinte:

1º - NA FONTE GERADORA – engloba todos os possíveis agressores e causadores

do sinistro advindos de atos inseguros (atos criminosos, despreparo operacional)

ou de condições inseguras (materiais ou equipamentos inadequados e

inoportunos ao local);

2º - NA TRAJETÓRIA – engloba todas as áreas perimetrais e vias de acesso em

que o agressor ou causador do dano deverá passar para afetar e causar algum

dano ao patrimônio (muros, grades, portões, portas, terrenos, jardins, saguões,

telhado, recepção, salas, etc.);

Page 35: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

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3º - NA ÁREA A SER AFETADA – é o patrimônio (tangível ou intangível) que está

sofrendo o risco ou ameaça. Esta área deverá ser severamente protegida, de

forma que o agente agressor esteja praticamente impossibilitado de atingi-la. E

nesta área “de segurança máxima” que devem estar concentrados os bens mais

valiosos.

“observe que a segurança é executada de fora para dentro”

Para chegar à fonte geradora, poderá ser utilizada a árvore de causas. Exemplo:

Vamos tentar descobrir a razão de estar ocorrendo furtos de veículos na

Transportadora de João.

Observe que a resposta de cada “Por quê?” nos faz sair do problema, passar

pela trajetória e finalmente chegar às raízes do problema (fonte geradora).

Entretanto, não raro nos depararemos com situações além de nossas

possibilidades de decisão, pois envolvem outras pessoas (governo, sociedade, outras

empresas); neste caso, resta prevenir, controlar decidir sobre os atos e condições

inseguras que estão ao nosso alcance.

PROBLEMA: FURTO DE VEÍCULOS POR QUE OCORRE?

Criminalidade

Por quê?

Ostensividade

Por quê?

Faltam medidas preventivas Por quê?

� Ausência de Políticas Públicas;

� Desigualdade social; � Desemprego; � Policiamento deficiente;

POR QUÊ?....

� Precisa trabalhar; � Estaciona na Rua; � Circula por área de

risco; � Modelo do veículo; ETC.

POR QUÊ?....

� Funcionários não receberam treinamento

� Não existem normas de segurança;

� Não tem alarmes ou trancas; ETC.

POR QUÊ?....

Page 36: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

36

Para cada risco haverá duas linhas táticas:

1. TÁTICAS PREVENTIVAS – são as medidas e normas

preventivas estabelecidas neste programa, adotadas antes da

concretização do risco, que devem prevalecer e serem eficazes o

suficiente para nunca ser necessário usar táticas contingenciais.

2. TÁTICAS CONTINGENCIAIS – são os procedimentos de

segurança, previstos no plano de contingência, adotados durante

e após a ocorrência de um sinistro (o risco se concretizou). Resta

ao agente de segurança agir para reduzir seus efeitos e conseqüências.

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1.3.7 – APLICAÇÃO DE MÉTODOS VIA ANÉIS DE PROTEÇÃO

Tanto na segurança patrimonial como na pessoal, podemos aplicar o método de

segurança estabelecendo anéis ou perímetros de proteção.

ANEL DE PROTEÇÃO VOLTADO A SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS :

3º perímetro (externo) - Equipe de Vigilância (segurança ostensiva)

2º perímetro (intermediário) - Equipe de Cobertura (segurança velada)

1º perímetro (interno) - Equipe de Escolta (proteção imediata ou segurança aproximada)

Autoridade

Page 38: Analise de Riscos e Planejamento de Contigências

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1º. Perímetro (interno – Áreas de acesso proibido ou restrito. Podem ser consideradas áreas restritas: gabinetes da presidência/diretoria, tesouraria, cofres, caixa forte, sala forte, casa de força, laboratórios, produção, setor de projetos,departamento de marketing, etc. Para chegar até essas áreas, deve existir uma parafernália de obstáculos e barreiras de segurança, o suficiente para desestimular a ação criminosa.

� As vias de acesso a essas áreas devem ser monitoradas e equipadas com dispositivos de alarmes;

� O departamento não deve ser identificado por sinalização. Exemplo: Gabinete do Presidente; Diretor Geral; Casa de Força. A sinalização deve se ater a placas indicando a proibição de circulação de pessoas;

� Nenhuma das quatro paredes destas áreas/departamentos pode ser extremidade do imóvel, pois a área restrita deve ser no centro da construção, ou seja: ao seu redor devem existir outros cômodos, cujo acesso também é de considerável controle e vigilância;

� A segurança é executada de fora para dentro; � A elevação do nível da segurança de áreas restritas é diretamente proporcional à

proximidade, ou seja, quanto mais a pessoa se aproximar destas áreas, mais obstáculos e procedimentos de segurança ela deve encontrar;

� Quem trabalha nas áreas restritas não pode encontrar dificuldades ou muitos obstáculos para evacuar-se do local em caso de emergência;

� Dependendo de quem ou do tipo de material que permanecer na área restrita, é fundamental que a construção do cômodo seja especial. Exemplo: prova de impacto, prova de fogo, etc.;

� Todos os bens e documentos valiosos ou suscetíveis devem estar concentrados nesta área restrita;

� Quanto mais importante for o dignitário ou quanto mais valioso for o patrimônio, maior será o nível de segurança a ser executado, ou seja, maior é a necessidade de concentração e reforço no 1º. perímetro.

2º. Perímetro (intermediário - Áreas de acesso parcialmente liberado s ob preciso controle da portaria e vigilância: administrativo, área de vendas, seção de exposição, atendimento ao público, etc.) Também pode ser considerada a trajetória, ou seja, todas as áreas perimetrais e vias de acesso em que o agressor ou causador do dano deverá passar para afetar e causar algum dano ao patrimônio (muros, grades, portões, portas, terrenos, jardins, saguões, telhado, recepção, salas, etc.)

Prever vigilância ostensiva e velada (através do comprometimento de todos os familiares ou funcionários). É o elo que separa integralmente as pessoas pertencentes ao 3º. e 1º. Perímetro.

3º. Perímetro (externo – Áreas de l ivre acesso: Rua, calçadas, pátio, estacionamentos livres) – Prever segurança ostensiva por meio de muros, grades, cerca elétrica, monitoramento eletrônico, vigilância (rondas), etc.

Concentração de bens de alto valor e docum. muito secretos