Análise Do Ciclo de Vida de Óleos Básicos de Lubrificantes

download Análise Do Ciclo de Vida de Óleos Básicos de Lubrificantes

of 99

Transcript of Análise Do Ciclo de Vida de Óleos Básicos de Lubrificantes

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    1/99

    Universidade Federal do Rio de JaneiroEscola Politcnica & Escola de Qumica

    Programa de Engenharia Ambiental

    Geraldo Janio de Oliveira Figueiredo

    ANLISE DO CICLO DE VIDA DE LEOS BSICOS DE LUBRIFICANTES

    AUTOMOTIVOS

    Rio de Janeiro2014

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    2/99

    1

    UFRJ

    Geraldo Janio de Oliveira Figueiredo

    ANLISE DO CICLO DE VIDA DE LEOS BSICOS DE LUBRIFICANTES

    AUTOMOTIVOS

    Dissertao de Mestrado apresentada ao Programa de

    Engenharia Ambiental, Escola Politcnica & Escola deQumica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro,como parte dos requisitos necessrios obteno dottulo de Mestre em Engenharia Ambiental.

    Orientador: Prof. Assed Naked Haddad, D.Sc.

    Rio de Janeiro2014

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    3/99

    2

    FIGUEIREDO, Geraldo Janio de OliveiraAnlise do ciclo de vida de leos bsicos de lubrificantes

    automotivos. / Geraldo Janio de O. Figueiredo2014.

    97 f.: il.

    Dissertao (mestrado) Universidade Federal do Rio deJaneiro, Escola Politcnica e Escola de Qumica, Programa deEngenharia Ambiental, Rio de Janeiro, 2014.

    Orientador: Assed Naked Haddad

    1.Anlise do ciclo de vida. 2. leos bsicos 3. Impactosambientais 4. Lubrificantes. I. Haddad, Assed Naked. II.Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola Politcnica eEscola de Qumica. III. Mestrado.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    4/99

    3

    UFRJ

    ANLISE DO CICLO DE VIDA DE LEOS BSICOS DE LUBRIFICANTES

    AUTOMOTIVOS

    Geraldo Janio de Oliveira Figueiredo

    Dissertao de Mestrado apresentada ao Programa deEngenharia Ambiental, Escola Politcnica & Escola deQumica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro,como parte dos requisitos necessrios obteno dottulo de Mestre em Engenharia Ambiental.

    Orientador: Prof. Assed Naked Haddad, D.Sc.

    Aprovada pela Banca:

    _______________________________________________

    Presidente, Prof. Assed Naked Haddad, D.Sc, UFRJ

    _______________________________________________

    Prof. Kelly Alonso Costa D.Sc. UFF

    _______________________________________________

    Prof. Eduardo Linhares Qualharini D.Sc. UFRJ

    _______________________________________________

    Prof. Carlos Alberto Pereira Soares D.sc. UFF

    Rio de Janeiro2014

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    5/99

    4

    DEDICATRIA

    Dedico esse trabalho a minha esposa Sandra e meus filhos Tadeu e Raita, tudo que

    tenho na vida, no como dono, mas sobre os quais tenho a responsabilidade de cuidar e

    amar at o fim dos meus dias nesta grande escola. E pela eternidade quando voltar para

    casa.

    Geraldo Figueiredo

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    6/99

    5

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus pela sade e por me amparar nesta jornada terrena. Agradeo aminha famlia por entender os momentos de dedicao ao trabalho acadmico. Ao

    meu orientador, Professor Assed Naked Haddad, pela seriedade e profissionalismo

    na forma de tornar valoroso o trabalho acadmico, agradeo tambm ao professor

    Antonio Petrus pela vasta ajuda referente aos processos qumicos e operacionais e

    a Professora Kelly Alonso Costa pela extrema ajuda na correo e avaliao de todo

    o trabalho e de forma geral, a todos aqueles que contriburam com o meu trabalho.

    Muito obrigado.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    7/99

    6

    O QUE EXISTE DE MAIS BSICO NA VIDA,

    QUE TODOS NS HABITAMOS ESSE BELO

    E PEQUENO PLANETA, RESPIRAMOS O

    MESMO AR, COMPARTILHAMOS A MESMA GUA,

    QUEREMOS PROVER O FUTURO DE NOSSOSFILHOS E SOMOS TODOS MORTAIS

    JFK

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    8/99

    7

    RESUMO

    Esse trabalho visa estudar uma pequena parte do ciclo de vida de leos bsicos

    para fabricao de lubrificantes automotivos usando como tcnica de pesquisa a

    anlise quantitativa e entrevistas aos profissionais da rea tcnica de refino de

    petrleo e visitas tcnicas a unidades de refino. Para o desenvolvimento desse

    estudo foi feita uma avaliao de parte do ciclo de vida de leos lubrificantes

    automotivos estabelecendo fronteiras na entrada de leo bruto para destilao e

    sada de leo bsico pronto, observando as entradas de insumos e materiais, e

    sadas referentes a emisses e efluentes usando como parmetro o eco indicador

    99, para verificar os impactos nessa fase de produo dos leos bsicos. Essa

    avaliao resultou na comparao do leo lubrificante virgem (OLV) ou de primeirorefino com o leo lubrificante usado (OLUC) em seus processos de fabricao para

    mostrar qual processo gera o menor impacto. A avaliao do ciclo de vida, de

    produtos ou servios, uma ferramenta da gesto ambiental que tambm funciona

    de forma preventiva, o inventrio do ciclo de vida visa definir o objetivo e o escopo

    de um estudo fornecendo o plano inicial para realizar uma anlise do ciclo de vida. A

    anlise do ciclo de vida em lubrificantes automotivos extensa se for considerado

    todo o processo, do poo ao posto. Verificou-se que o processo para obter obsico de primeiro refino caro podendo ser minimizado com a reciclagem de leos

    usados, que so transformados em bsicos com a mesma qualidade daqueles

    gerados a partir do primeiro refino. O processo de reciclagem pode reduzir muito a

    poluio por descarte inadequado de leos usados.

    Palavras-chave: 1. Avaliao do ciclo de vida. 2. Sustentabilidade. 3. leo

    lubrificante . 4. Gesto ambiental.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    9/99

    8

    ABSTRACT

    This work aims to study a small part of the life cycle of base oils used for the

    manufacture of automotive lubricants as a research technique, using quantitativeanalysis, technical visits and interviews with technical professionals in petroleum

    refining units. For the developmentof this studya review in part of the life cycleof

    automotive lubricants toestablish boundariesininputcrudeoildistillation andoutput

    base oil ready cycle was made by observing the inputs and material inputs and

    outputs on emissionsand effluents using theEcoindicator 99 to verify the impacts

    that stageproductionofbase oils. This evaluation resultedin the comparison ofvirgin

    lubricating oilorthefirstrefiningused lubricating oilintheir manufacturing processesto showwhat processgeneratesthe least impact. The assessment of thelife cycleof

    products or services, is an environmental management tool that also works

    preventively, inventory lifecycle aims to define the purpose and scope of a study

    providingthe initial plan toconduct ananalysis oflifecycle. Analysisof the life cycle

    in automotivelubricantsisconsideredextensive.One verifies that the process offirst

    refining is expensive and can be minimized by recycling used oils, which are

    transformed into basic oil with the same quality of those generated from the first

    refining. The recycling processcan greatly reduce thepollution caused byimproper

    disposalof waste oils.

    Kew-words: 1 Life cycle assessment. 2. Sustainability. 3. Lubricating oil. 4.Environmental management

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    10/99

    9

    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura1- Variao da temperatura global ...............................................................21

    Figura2Navio de pesquisa obtendo dados ssmicos........................................................29Figura 3- Sonda de perfurao simplificada ............................................................30

    Figura 4- Torre de destilao ............................... ..................................................31

    Figura 5- Esquema da torre de destilao ..............................................................32

    Figura 6- Trena de medio ....................... ............................................................33

    Figura 7- Termmetro..............................................................................................38

    Figura 8- Proveta para amostra...............................................................................38

    Figura 9- Densimetro.............................................................................................. 39

    Figura10- Porcentagem consumo de lubrificantes................................................. 40

    Figura 11- Acidente transporte.............................................................................. .40

    Figura 12- Derrame no mar......................................................................................41

    Figura 13- Lanamento de barreira........................................................................ 47

    Figura 14- Acidente com o transporte.................................................................... 49

    Figura 15- Cerco a mancha de leo....................................................................... 50

    Figura 16- Lanamento de dispersante.............................. .................................. 51

    Figura 17- Barreira fixa.......................................................................................... 51Figura 18- Praia contaminada............................................................... ............... 52

    Figura 19- Fluxograma de tratamento OLUC......................................................... 53

    Figura 20- Fluxograma de rerrefino de lubrificantes............................................... 54

    Figura 21- Descarte de resduo.............................................................................. 54

    Figura 22- Fluxograma ICV................................................................................... 57

    Figura 23- Esquema de ACV............................................................................... . 61

    Figura 24- Escopo de ACV................................................................................... 63

    Figura 25- Processo de gerao de OLUC........................................................... 65

    Figura 26- Fluxograma de desaromatizao......................................................... .66

    Figura 27- Fluxograma de desparafinao.............................. ............................. .67

    Figura 28- Cadeia do ciclo de vida.......................................................... .............. 69

    Figura 29- Fronteira do sistema OLUC..................................... ........................... .71

    Figura 30- Fronteira do sistema OLV.......................................................................72

    Figura 31- Fronteira OLUC demarcada....................................................................74

    Figura 32- Fronteira OLV demarcada.......................................................................77Figura 33- Modelo entrada e sada OLV..................................................................78

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    11/99

    10

    Figura 34- Modelo entrada e sada OLUC............................................................ ...79

    Figura 35-Fronteira do sistema de OLV.....................................................................80

    Figura 36- Modelo de entradas e sadas / primeiro refino.........................................81

    Figura 37-Modelo de entradas e sadas OLUC.........................................................81

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    12/99

    11

    LISTA DE TABELAS

    Tabela1- Numerao indicativa de risco....................................................................... .42

    Tabela 2-Arqueao de tanque....................................................................................... 43

    Tabela 3- Converso de densidade..........................................................................44Tabela 4- Converso de volume...............................................................................46

    Tabela 5- Mercado de lubrificante automotivo..........................................................48

    Tabela 6- Efeito de contaminantes.......................................................................... 82

    Tabela 7- Inventrio de leos usados..................................................................... .83

    Tabela 8- Inventrio de leos virgens sem ecoindicadores.......................................84

    Tabela 9- Inventrio para leos virgens com ecoindicadores....................................85

    LISTA DE ABREVIATURAS

    ACV

    API

    Avaliao do ciclo de vida

    Instituto americano do petrleo

    AGR

    ABNT

    AC

    CONAMA

    CT

    CETESB

    DC

    EPA

    ECO92

    FECOMBUSTVEL

    IBAMAISO

    I.V.

    INMETRO

    IPI

    NBR

    NT

    gua de refrigerao.

    Associao Brasileira de Normas Tecnicas

    Antes de cristo (Referncia de tempo)

    Conselho Nacional do Meio Ambiente

    Carro Tanque

    Companhia de tecnologia de saneamento ambiental

    Depois de cristo (Referncia de tempo)

    Environmental Protection Agency ( EUA )

    Conferncia sobre ecologia e meio ambiente, RJ- 1992

    Federao Nacional do Comrcio de Combustveis eLubrificantes

    Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e recursos naturaisrenovveis

    International organization for standardization

    ndice de viscosidade

    Instituto nacional de metrologia

    Imposto sobre produtos industrializados

    Norma Brasileira

    Navio tanqueOLV leo Lubrificante Virgem.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    13/99

    12

    OLUC

    OCDE

    PEBG

    PCB

    leo Lubrificante Usado e/ou Contaminado.

    Organizao para cooperao e desenvolvimento econmico

    Plano de emergncia da baia da Guanabara

    Bifelinas policloradasSETAC Society of environmental toxicology and chemistry

    USA

    USEPA

    United States of America

    United States Environmental Protection Agency

    Glossrio

    ANP:Agncia Nacional de Petrleo, Gs natural e Biocombustveis.

    Desaromatizao: Fase do processo de refino onde retirado o extrato aromtico,

    uma operao tipicamente realizada no processo de produo de lubrificantes, em

    que se emprega o furfural como solvente de extrao de compostos aromticos

    polinucleados de alto peso molecular.

    Desparafinao: E o processo de remoo de parafina. Normalmente utilizando um

    solvente.

    Dispersantes: Produtos qumicos usados para reduzir as manchas de petrleo

    resultantes do derramamento.

    Eutrofizao: Em ecologia, chama-se eutrofizao ou eutroficao ao fenmeno

    causado pelo excesso de nutrientes numa massa de gua, provocando um aumento

    excessivo de algas.

    Furfural: Furfural um composto orgnico heterocclico aromtico, tem seu nome

    derivado do latim furfur, farelo de cereais, de onde at hoje produzido. Tem cheiro

    semelhante a amndoas. menos txico que o furano, mas ainda assim perigoso.

    Gs natural: Todo hidro carboneto ou mistura de hidrocarbonetos que permanea

    no estado gasoso ou dissolvido no leo nas condies originais do reservatrio eque se mantenha no estado gasoso nas condies atmosfricas normais.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    14/99

    13

    IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio ambiente e Recursos Naturais Renovveis.

    MIBK: methyl isobutyl ketone usado como intermedirio de sntese de produtos

    para borracha e na separao da parafina em refinarias.

    leo lubrificante acabado:Produto formulado a partir do leo lubrificante bsico,

    ao qual adicionado o pacote de aditivos de cada empresa, sendo ento envasado

    e vendido no mercado consumidor final.

    leo lubrificante bsico:Principal constituinte do leo lubrificante acabado. Podeser de origem mineral , vegetal, semi sinttico ou sinttico.

    PEBG:Plano de Emergncia da Baia da Guanabara, criado para atender situaes

    de acidente com derramamento de petrleo e seus derivados no permetro da Baia

    da Guanabara. Fazem parte do plano:

    As empresas de petrleo com interface com a baia, o rgo ambiental estadual de

    meio ambiente (INEA) e o rgo ambiental federal de meio ambiente (IBAMA).

    PEI:Plano de emergncia Individual, criado pela resoluo do Conselho Nacional do

    Meio Ambiente 398 (Antiga 293), para que as empresas com interface com a Baia

    da Guanabara mantenham um plano para dar resposta a possveis situaes de

    vazamentos acidentais.

    Skimmer: So recolhedores de leo projetados para remover com eficincia eeficcia manchas de petrleo e derivados bem como, lquidos imiscveis em gua

    em locais tais como portos, lagoas, rios, tanques de aerao, canais, piers, entre

    outros.

    Terra fuller: uma argila de clcio monte-morilonita de ocorrncia natural e alta

    pureza utilizada como agente adsorvente no tratamento de intoxicao.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    15/99

    14

    SUMRIO

    1 INTRODUO......................................................................................................16

    1.1 Apresentao....................................................................................................16

    1.2 Justificativa........................................................................................................17

    1.3 Objetivo.............................................................................................................17

    1.4 Limitaes..........................................................................................................18

    1.5 Hipteses e questes........................................................................................18

    1.5.1 O presente trabalho est dividido da seguinte forma.....................................19

    2 REFERNCIA BIBLIOGRFICA..........................................................................20

    2.1- A sustentabilidade ambiental...........................................................................20

    2.2-Histrico da produo de lubrificantes..............................................................23

    2.3- A lubrificao na atualidade.............................................................................26

    2.3.1- A necessidade de lubrificante.........................................................................26

    2.4- Processo de produo de lubrificantes..............................................................28

    2.4.1- A tecnologia de monitoramento para minimizar danos ambientais.................33

    2.5 -Matrias primas na fabricao de leos lubrificantes........................................33

    2.6- A logstica de lubrificantes automotivos.............................................................34

    2.7- Consumo de lubrificante......................................................................................46

    2.8- Resduos oleosos................................................................................................48

    2.8.1- Plano de emergncias (PEBG)........................................................................54

    2.8.2- O ps uso de lubrificante automotivo e a logstica reversa..............................56

    2.8.3- O processo industrial de reciclagem................................................................57

    2.8.4- Desperdcio e descrte indevido.....................................................................62

    2.9- leos lubrificantes bsicos e o ciclo de vida.......................................................632.9.1- Avaliao do ciclo de vida............................................................................ .63

    2.9.2- Histrico do ciclo de vida..................................................................................64

    2.9.3- Inventrio do ciclo de vida................................................................................65

    3 METODOLOGIA.......................................................`............................................69

    3.1-Origem dos dados para anlise do inventrio do ciclo de vida de lubrificantesautomotivos................................................................................................................69

    3.2- Processo de desaromatizao............................................................................70

    3.3-Desparafinao e hidroacabamento.............................................................. .....71

    3.4- Descrio do estudo de caso................................................................... ..........72

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    16/99

    15

    4- Desenvolvimento....................................................................................................74

    4.1- Apresentao......................................................................................................74

    4.2- Metodologia da ACV.........................................................................................75

    4.3- Fronteiras do sistema.......................................................................................75

    4.4- Fronteira do sistema para leos lubrificantes de primeiro refino........................76

    4.5- Fronteira do sistema para leos lubrificantes a partir de leos usados.............76

    4.6- Eco indicadores..................................................................................................76

    4.7- Sistema para leos lubrificantes usados............................................................77

    4.8- Sistema para leos lubrificantes de primeiro refino...........................................78

    4.9- Fronteiras do sistema para leos usados e de primeiro refino....................... ..78

    4.9.1- Fronteira do sistema para bsicos a partir de leos usados......................... 79

    4.9.2- Fronteira do sistema para bsicos de primeiro refino................................... .79

    4.9.3- Modelos de entradas e sadas....................................................................... 80

    4.9.4- Inventrio para leos a partir de lubrificantes usados.................................. .81

    4.9.5- Inventrio para leos a partir de lubrificantes de primeiro refino................. .82

    4.9.6- Inventrio para leos a partir de lubrificantes usados com indicadores....... 84

    4.9.7- Inventrio para leos a partir de lubrificantes de primeiro refino................. .85

    4.9.8- Impactos ambientais de leos lubrificantes.....................................................86

    5- Concluso......................................................................................................... ....87

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...........................................................................88Anexo 1......................................................................................................................92

    Anexo 2......................................................................................................................93

    Anexo 3......................................................................................................................97

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    17/99

    16

    CAPTULO 1 - INTRODUO

    1.1 Apresentao

    A forma como as geraes passadas se comportaram diante da dinmica da

    biosfera, nos trouxe a situao atual de degradao da atmosfera, da hidrosfera e da

    litosfera. Os trs grandes ambientes que proporcionam a estrutura bsica que

    possibilita a vida no planeta. A forma como o ser humano desenvolveu suas

    atividades de produo, no considerou matria e energia que sobram durante um

    processo de fabricao, o homem achava que no fazia parte das complexas redes

    de interaes que ocorrem em todos os ecossistemas do planeta. Os ecossistemas

    apresentam um paradigma, o qual a indstria pode estudar para entender e copiar.

    Um ecossistema apresenta um ciclo biolgico de matria e energia que mantido

    por trs grupos: Os produtores, os consumidores e os decompositores, cada um com

    seu papel e, em especial, os decompositores que atuam como recicladores da

    natureza.

    Na indstria no acontece mesma reciclagem de matria e energia que ocorre nos

    sistemas naturais. Os sistemas naturais so cclicos e os sistemas industriais so

    lineares. Uma metfora, atribuda ao trabalho de Robert U. Ayres, 1989, denominadametabolismo industrial, trata dos fluxos de matria e energia no sistema industrial

    visando o entendimento da circulao de matria e energia. O metabolismo industrial

    segue os fluxos de matria e energia, desde sua fonte, atravs do sistema industrial,

    ao consumidor e ao descarte final.Metabolismo industrial e a avaliao do ciclo de

    vida tm o mesmo propsito. A avaliao do ciclo de vida, sendo uma ferramenta

    recente, pouco conhecida pela gesto ambiental industrial, segundo a SETAC

    (Society of environmental toxicology and chemistry) , a avaliao do ciclo de vida deum produto, processo ou atividade uma avaliao sistemtica que quantifica os

    fluxos de energia e de matria no ciclo de vida do produto, contribuindo para

    solucionar problemas que, ao longo do tempo, montaram a crise ambiental. O

    inventrio do ciclo de vida uma fase extremamente importante da avaliao, pois

    nela que os fluxos sero identificados e quantificados fazendo um balano entre os

    materiais que entram e os resduos e energia que saem. O papel de ferramentas

    como a ACV fornecer informaes sobre os impactos ambientais dos produtos,

    processos ou atividades avaliadas, para a tomada de deciso no processo de gesto

    ambiental, junto a outras ferramentas a ACV ser a forma de menor custo referente

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    18/99

    17

    a danos ambientais, pois trabalha com a previso e com o propsito de mitigar ou

    impedir acontecimentos adversos.

    1.2 Justificativa:

    Este trabalho justifica-se pelo fato que lubrificantes podem ter uma aplicao por

    tempo maior que a sua primeira utilizao, reduzindo muito o descarte do produto

    que apresenta um grau elevado para causar danos ambientais. Os fabricantes de

    lubrificantes automotivos no demonstram a incluso do princpio de preveno de

    poluio, como preconizado na ISO14001 2004. Este princpio aperfeioa a

    fabricao de forma a produzir com o menor desperdcio e melhor dimensionamento

    das quantidades (produzir mais com menos). leos bsicos para fabricao de

    lubrificantes automotivos, derivados de petrleo, podem ser provenientes de primeiro

    refino, denominados leos lubrificantes virgens (OLV) ou provenientes de reciclagem

    do leo lubrificante usado e/ou contaminado (OLUC). A reciclagem do OLUC, apesar

    do aparecimento de empresas de reciclagem, ainda muito pequeno. O OLUC vem

    sendo descartado de forma criminosa gerando danos principalmente a mananciais

    de gua prpria para o consumo humano, ao meio marinho e ao solo, de formageral, comprometendo a micro fauna tornando o solo improdutivo prejudicando a

    vida vegetal. A percolao de leo no solo pode comprometer o lenol fretico

    agravando o dano.

    1.3 Objetivo

    A dinmica do presente trabalho est vinculada a realizao da anlise do inventrio

    do ciclo de vida de leos lubrificantes, bsicos, derivados de petrleo com proposta

    de identificar, a maior parte dos impactos ambientais causados pelo produto que

    apresenta uma capacidade para danos ambientais e a sade de diversas formas de

    vida, inclusive a humana de forma incontestvel, visto que o produto precisa ser

    deslocado por distncias continentais em volumes gigantescos, o que exige uma

    logstica arrojada, muito bem planejada e uma estrutura modal de transporte,

    extremamente forte. A histria do petrleo nos mostrou que o transporte de petrleo

    e seus derivados tm causado danos irreparveis em curto prazo em vriosecossistemas do planeta, levando alguns desses ecossistemas a perdas

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    19/99

    18

    permanentes. O objetivo deste trabalho est pautado na anlise do inventrio do

    ciclo de vida de bsicos com origem em OLV e OLUC, para fabricao de

    lubrificantes automotivos.

    1.4- Limitaes do trabalho:

    Foram varias as limitaes, tornando o trabalho cansativo e difcil no

    desenvolvimento. Vale salientar a obteno de dados em oposio ao sigilo

    industrial e a disponibilidade de informaes sobre bsicos para fabricao de

    lubrificantes ou sobre lubrificantes prontos no eco indicador 99 (Goedkoop 1999).

    Ao sigilo industrial devido o respeito, quando este atribudo a uma descoberta,

    da empresa, que torna o seu produto competitivo no mercado. A maior limitao dopresente trabalho a informao sobre o processo para obteno do leo bsico

    virgem, para fabricao de lubrificantes automotivos nas empresas que fabricam o

    produto. Os produtos citados no trabalho so verdicos, apenas as quantidades so

    estimadas. Os dados foram fornecidos por profissionais que no trabalham mais na

    rea de petrleo e aposentados que fizeram o pedido de no divulgao de seus

    nomes, mesmo para agradecimentos. Outra limitao est ligada aos indicadores de

    impacto do eco indicador 99 (Goedkoop 1999), que ainda no contempla umproduto com grande potencial de impacto ambiental como o leo lubrificante em

    qualquer fase da sua produo, este no possui os produtos especficos usados

    durante a destilao do petrleo para apurao dos leos bsicos virgens.

    A procedncia do leo referente ao estudo internacional, a refinaria que serviu de

    base para os dados que foram fornecidos no refina leo como os produzidos na

    bacia de Campos.

    1.5- Hipteses, questes e estrutura do trabalho:

    O presente trabalho tem o propsito de esclarecer questes e eliminar falsas

    hipteses e dvidas sobre lubrificantes no estado do Rio de Janeiro, leos

    lubrificantes automotivos foram, durante muito tempo, desconsiderados como

    produto perigoso devido ao seu ponto de fulgor alto. A preocupao com o meio

    ambiente e os potenciais impactos que os produtos, derivados de petrleo poderiam

    causar trouxe uma nova viso sobre a forma de tratar resduos oleosos. A

    reciclagem de lubrificantes de forma geral e principalmente os automotivos ainda

    no est totalmente absorvida pela indstria e pela populao, o fato de poder

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    20/99

    19

    transformar os leos usados em bsicos para novamente transformar em lubrificante

    pronto para venda uma prtica rentvel para a economia e para o meio ambiente .

    A prtica de reciclagem de leos lubrificantes depende de forma direta do processo

    de educao ambiental, a populao ainda no conseguiu entender a importncia e

    o ganho econmico e ambiental do processo. S atravs da educao e que esse

    processo vai se tornar uma prtica bem sucedida.

    1.5.1-O presente trabalho est dividido da seguinte forma:

    1. Introduo.

    2. Referncias bibliogrficas.

    3. Metodologia.4. Desenvolvimento.

    5. Concluso

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    21/99

    20

    CAPTULO 2REFERNCIA BIBLIOGRFICA.

    2.1- A sustentabilidade ambiental:

    O termo sustentabilidade comum na gesto administrativa de negcios, porm, na

    gesto do meio ambiente algo relativamente novo. Pode-se dizer que a

    sustentabilidade ambiental a conservao geogrfica e geolgica dos

    ecossistemas aliada ao equilbrio ecolgico, erradicao da pobreza e da

    excluso, aos direitos humanos e integrao social. Sustentabilidade o termo que

    rene todos os aspectos que promovem a qualidade de sistemas no planeta, dos

    mais complexos aos mais simples promovendo a qualidade de interaes e,

    consequentemente, a qualidade de vida para os humanos. Manter o ambiente

    sustentvel garantir que os recursos que mantm a qualidade nas interaes e na

    vida, de forma geral, sejam preservados. complexo garantir o fornecimento de

    alimento, gua e agasalho de forma que toda a populao do planeta tenha acesso.

    Os humanos precisam entender e se acostumar com a verdade que todos esto

    interligados a tudo que existe no planeta. O qu e acontec er a terra, acontec er

    aos filhos da terra(Carta do ndio Seatle ao Presidente Franklin Pierce USA).Asustentabilidade ambiental na indstria do petrleo mais necessria do que para

    qualquer outra atividade industrial. A movimentao de petrleo e derivados atravs

    dos modais de transporte (Rodovirio, Ferrovirio, Martimo e duto virio), torna o

    petrleo e seus derivados muito impactantes. Uma gesto ambiental sustentvel

    necessita de projetos de educao ambiental para os trabalhadores e pessoas na

    rea de influncia das unidades de petrleo e derivados, alm de estudos de

    impacto e formas de compensar danos devido a implantao e operao deunidades de negcios. As empresas de petrleo so as que mais investem em meio

    ambiente devido potencialidade de danos ambientais contnuos pela emisso de

    carbono e metano, assim como os danos acidentais pela perda de conteno

    ocasionando derrames e gerando danos a ecossistemas terrestres e aquticos. O

    aumento do carbono atmosfrico tem grande contribuio de combustveis e outros

    derivados de petrleo, o que deixa o leo lubrificante usado que queimado em

    fornos como um grande contribuinte do efeito estufa. Essa forma de uso do leo

    usado inadequada e criminosa. A figura 1 mostra a variao de temperatura em

    funo do aumento do carbono atmosfrico.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    22/99

    21

    Fig. 1 Variao da temperatura do planeta em funo do aumento do carbono, com o passar

    dos anos. Fonte:www.google.com/imagens/ Arthur.bio.br

    As conferncias das Naes Unidas para o Meio Ambiente trouxeram os debates

    ambientais para a mesa, destacando o grande marco que foi a ECO-92, realizada no

    Rio de Janeiro em 1992, onde o documento denominado agenda 21 relacionou

    focos importantes para ateno da sociedade, governos e pessoas visando uma

    conscientizao no sentido de se economizar o meio ambiente. Pode-se observar

    que os focos tem a premissa de mudar o comportamento.

    Dentre alguns dos focos discriminados na Agenda 21, pode-se destacar:

    1. Cooperao internacional

    2. Combate pobreza

    3. Mudana dos padres de consumo

    4. Habitao adequada

    5. Integrao entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de decises

    6. Proteo da atmosfera

    7. Abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos

    terrestres

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    23/99

    22

    8. Combate ao desflorestamento

    9. Manejo de ecossistemas frgeis: a luta contra a desertificao e a seca

    10. Promoo do desenvolvimento rural e agrcola sustentvel11. Conservao da diversidade biolgica

    12. Manejo ambientalmente saudvel dos resduos slidos e questes

    relacionadas com os esgotos

    13. Fortalecimento do papel das organizaes no governamentais: parceiros

    para um desenvolvimento sustentvel.

    14. Iniciativas das autoridades locais em apoio agenda 2115.A comunidade cientfica e tecnolgica

    16. Fortalecimento do papel dos agricultores

    17. Transferncia de tecnologia ambientalmente saudvel, cooperao e

    fortalecimento institucional.

    18.A cincia para o desenvolvimento sustentvel

    19. Promoo do ensino, da conscientizao e do treinamento.

    Sachs (1993) traz estas reflexes sobre as cinco dimenses da Sustentabilidade:

    social, econmica, ecolgica, geogrfica (ou espacial) e cultural. A sustentabilidade

    social preconiza uma civilizao com maior equidade na distribuio de rendas e

    bens, reduzindo as diferenas sociais; Quanto sustentabilidade econmica, este

    autor afirma que a eficincia econmica deveria ser medida em termos

    macrossociais, e no somente atravs de critrios macroeconmicos de

    rentabilidade empresarial (SACHS, 1993 apud MILES, 2008).

    Para Gibberd (2003), a "Sustentabilidade viver dentro da capacidade de suporte

    do planeta e desenvolvimento sustentvel aquele desenvolvimento que conduz

    sustentabilidade" (GIBBERD, 2003).

    Sustentabilidade cultural associada valorizao das especificidades locais do

    ecossistema, de forma que as transformaes estejam em sintonia com um contexto

    que permita a continuidade cultural (SACHS, 1993 apud MILES, 2008).

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    24/99

    23

    A questo da sustentabilidade sempre foi o propsito das conferncias das naes

    unidas, desde a primeira conferncia em Estocolmo (1972), passando pela famosa

    ECO 92 no Rio de Janeiro, a que foi mais produtiva. A conferncia das naes

    unidas realizada na frica do Sul (Joanesburgo) no teve boa repercuso, sendo

    menos produtiva que a ECO 92. Em todas as conferncias a questo da

    sustentabilidade foi o centro das discuses. Um ponto, dentro do caminho

    sustentvel da humanidade onde a polmica se instalou o carbono atmosfrico

    como causador no aumento da temperatura do planeta. Existem aqueles que

    afirmam que o ser humano o grande causador do aquecimento global, como o ex

    senador americano All Gore em seu documentrio Uma verdade inconveniente.

    Por outro lado, exitem aqueles que afirmam o contrrio, como Luiz Carlos Molion,professor de climatologia da Universidade Federal de Alagoas que afirma que o ser

    humano no capaz de causar impactos globais, segundo ele os impactos

    causados pelo ser humano so locais. Enfim, a questo que a Sustentabilidade

    est ligada a diversas reas e aspectos e a humanidade tem que mudar a forma de

    vida. A sustentabilidade na indstria do petrleo polmica devido ao grande

    potencial de impacto. impossivel no ter impactos na perfurao e produo de

    petrleo e seus derivados, porm, pode-se produzir com menor impacto e medidascompensatria visando realmente a produ sustentvel da matriz energtica

    global, para que isso acontea deve existir um processo de educao ambiental em

    todos os nveis de formao do ser humano.

    2.2- Histrico da produo de lubrificantes:

    Ao longo da histria evolutiva dos humanos houve a descoberta do fogo. A partir

    desse momento, os humanos comeam a ter ideias para tornar a vida maisconfortvel e segura, ao dominar o fogo os humanos comeam, tambm, a

    manipular o metal, a criar utenslios, at que em determinado momento da evoluo

    a humanidade comea a criar e utilizar mquinas, estas possuem partes onde ocorre

    atrito, das mais simples as mais complexas a reduo do atrito melhora o

    funcionamento e aumenta a vida til. nesse contexto, que o lubrificante se insere

    de uma fechadura de porta a um jato a lubrificao est presente. Existem

    lubrificantes no oleosos como o grafite e existem aqueles que fazem parte do

    contexto deste trabalho, que so os lubrificantes derivados de petrleo, aqueles que

    esto em maior quantidade no mundo. A importncia do atrito e a resistncia ao

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    25/99

    24

    movimento tm sido muito reconhecidas atravs da nossa civilizao. Abaixo

    descrito de onde surgiu a necessidade e a importncia da lubrificao. No antigo

    Egito, com a necessidade de transportar colossos e blocos para a construo de

    Esfinges e Pirmides. Como a lubrificao era desconhecida, os escravos egpcios

    usavam galhos de arvores para arrastar e puxar os trens comaproximadamente 60

    toneladas de blocos. A funo dos galhos de rvore (roletes) era reduzir o atrito de

    deslizamento entre o tren e o solo, transformando-os em atrito de rolamento.

    EM 2.600 AC:

    Foi encontrado o 1 vestgio de lubrificao nas rodas do tren que pertenceu a Ra

    Em KA (Rei do Egito), comprovado por anlise que o lubrificante era sebo de boi ou

    de carneiro.

    Aps esta descoberta, concluiu-se que no Antigo Egito utilizou-se este sebo como

    lubrificante em baixo dos trens, para facilitar o deslizamento.

    De 776 AC at 393 DC:

    Nesta poca a Grcia celebrou os primeiros Jogos Olmpicos, uma tradio queseguiu de quatro em quatro anos. Uma das modalidades desta Olimpada era a

    corrida de Bigas, que tambm tinham os eixos lubrificados por gordura animal.

    EM 200 DC

    Nesta poca, os romanos tambm utilizaram as Bigas como meio de transporte, que

    por sua vez tambm eram lubrificadas por gordura animal.

    DO SCULO V AO X:

    Na Idade Mdia a gordura animal era usada para lubrificar o mecanismo de abertura

    dos portes dos castelos que rangiam e nas rodas das carruagens que

    transportavam reis e rainhas.

    NO SCULO VIII:

    No final deste sculo, na Noruega, ano de 780, os Vikings Guerreiros e Aventureiros

    Martimos eram expertsna construo de barcos. Construram os primeiros e

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    26/99

    25

    aperfeioados Drakkarscompridos barcos vela. Por um bom tempo, foi usado o

    leo de baleia para lubrificar o suporte de articulao das velas e o eixo do leme.

    NO SCULO XV:

    No incio das grandes navegaes comerciais, o leo de baleia tambm foi usado

    para lubrificar os moites e times dos navios.

    O Petrleo, mineral existente a cerca de 300 milhes de anos, proporcionou na

    Antiguidade fins medicinais e posteriormente passou a ser empregado na

    Lubrificao. Era conhecido como leo de pedra, leo mineral e leo de nafta.

    NO SCULO XVI:

    Com a inveno de engenhocas, surgiu a necessidade da lubrificao vinda do

    petrleo, para o seu perfeito funcionamento.

    NOS SCULOS XVII E XVIII:

    Com o desenvolvimento da civilizao e invenes ainda mais revolucionrias,

    destaca-se um dos grandes inventores, Leonardo da Vinci, que elaborou grandesprojetos que tambm contriburam para o progresso da lubrificao, como a Besta

    de disparo potencializado (catapultas), mquina escavadora, entre muitos outros.

    NO SCULO XVIII:

    O fenmeno da Revoluo Industrial provocou a mecanizao da indstria e dostransportes. Com o crescimento das mquinas txteis foi utilizado lubrificante para o

    bom funcionamento das mquinas.

    NO SCULO XIX:

    Neste sculo, na Pensilvnia (EUA), ocorreram trs fatos marcantes: 1) Em 1859,

    um ex-maquinista de trem americano, Edwin Drake, perfurou o 1 poo de petrleo

    com 21 metros de profundidade. Com isso, era extrados, aproximadamente 3.200

    litros de Petrleo por dia: 2) Surgiu necessidade de lubrificar os mancais dos

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    27/99

    26

    trens, a cada 160 Km rodados: 3) Com as inovaes das mquinas, a lubrificao

    passou de espordica necessria. Aps cinco anos da descoberta de Edwin

    Drake, 543 companhias, de diferentes nacionalidades, dedicaram-se extrao do

    petrleo.

    NO SCULO XX:

    Nesta poca, com a 2 Guerra Mundial e a necessidade de mquinas mais potentes

    e canhes, o lubrificante foi usado em quantidades espantosas. Com a revoluo

    foram surgindo diversos equipamentos que necessitavam de uma

    lubrificao. Assim como os equipamentos, novos lubrificantes surgem com o

    objetivo de reduzir ao mximo o atrito e prolongar a vida til dos equipamentos.

    2.3- A lubrificao na atualidade:

    Assim como as mquinas, os lubrificantes sofreram alteraes tecnolgicas para

    atender as necessidades extremas em processos industriais.

    Hoje, existem vrias empresas no mercado que fabricam vrios tipos de

    lubrificantes, de origem mineral, sinttica e especiais. Alm de ter uma grande

    utilizao, o lubrificante tem formas de aplicaes corretas. Para isso, existem

    equipamentos para lubrificao, disponveis no Brasil desde 1950, que so de uso

    fundamental e tambm minimizam o risco da contaminao dos lubrificantes.

    Com a preocupao mundial ao meio ambiente, foram feitos vrios estudos e

    pesquisas para que os lubrificantes pudessem ser usados sem agredir a natureza.

    Para isso, existe a rerrefinao do lubrificante usado e o leo verde que vegetal

    biodegradvel e uma opo aos usurios para que evitem mais agresses ao meio

    ambiente.

    Atualmente, a lubrificao fator decisivo no poder de competitividade sendo uma

    fonte de ganhos, proporcionando melhorias no desempenho dos equipamentos e,

    principalmente, na reduo nos custos de manuteno..

    2.3.1- A necessidade de lubrificantes:

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    28/99

    27

    Lubrificar aplicar uma substncia (lubrificante) entre duas superfcies em

    movimento relativo, formando uma pelcula que evita o contato direto entre as

    superfcies, promovendo diminuio do atrito e, consequentemente, do desgaste e

    da gerao de calor.

    Os primeiros lubrificantes eram de origem animal. Com o passar do tempo o homem

    foi aperfeioando e criando novos inventos e, por necessidade, os lubrificantes

    evoluram e passaram a ter bases de origem vegetal, mineral e sinttica.

    Os modernos lubrificantes automotivos so uma composio de leos bsicos - que

    podem ser minerais ou sintticos, com aditivos. Grande parte dos lubrificantes

    automotivos utilizados atualmente so obtidos a partir do Petrleo (mineral), ou

    produzidos em Usinas de Qumica Fina (sinttico). s matrias-primas com

    caractersticas lubrificantes obtidas atravs do refinamento do Petrleo ou das

    Usinas Qumicas, tem o nome de Bases Lubrificantes.

    As Bases Lubrificantes so selecionadas de acordo com sua capacidade de: formar

    um filme deslizante protetor das partes mveis; resistir s constantes tentativas do

    calor e do oxignio de alterarem suas propriedades; resistir a choques e cargasmecnicas sem alterar seu poder lubrificante; remover calor dos componentes

    internos do equipamento. Para oferecer outras caractersticas de desempenho e

    proteo, so adicionados s bases lubrificantes alguns componentes qumicos que

    so chamados de Aditivos.

    Base Lubrificante Mineral: obtida atravs do refinamento do petrleo.

    Base Lubrificante Sinttica: obtida atravs de reaes qumicas realizadas emLaboratrios.

    Lubrificar: a funo primria do lubrificante formar uma pelcula delgada entre duas

    superfcies mveis, reduzindo o atrito e suas consequncias, que podem levar

    quebra dos componentes.

    Refrigerar: o leo lubrificante representa um meio de transferncia de calor,

    "roubando" calor gerado por contato entre superfcies em movimento relativo. Nos

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    29/99

    28

    motores de combusto interna, o calor transferido para o leo atravs de contatos

    com vrios componentes e, em seguida, para o sistema de arrefecimento de leo.

    Limpar e manter limpo: em motores de combusto interna uma das principaisfunes do lubrificante retirar as partculas resultantes do processo de combusto

    e manter estas partculas em suspenso no leo, evitando que se depositem no

    fundo do crter e provoquem incrustaes.

    Proteger contra a corroso: a corroso e o desgaste podem resultar na remoo de

    metais do motor, por isso a importncia dos aditivos anticorrosivo e antidesgaste.

    Vedao da cmara de combusto: o lubrificante lubrifica e refrigera,alm de agircomo agente de vedao, impedindo a sada de lubrificante e a entrada de

    contaminantes externos ao compartimento.

    2.4- Processo de produo de lubrificantes:

    O Processo de produo de lubrificantes, numa viso geral, comea na produo a

    poo quando tem incio a retirada de petrleo da rocha sedimentar. O lubrificante

    sinttico produzido em laboratrio e apresenta uma vida til bem maior que os

    leos de base mineral e com caractersticas recalcitrantes. O leo lubrificante

    semissinttico produzido pela mistura de dois ou mais tipos de leos sendo

    denominados tambm de leos compostos. A produo de petrleo, elemento

    bsico para fabricao de inumerveis produtos, depende hoje de uma tecnologia

    desenvolvida ao logo do tempo cronolgico e da necessidade desse leo que se

    tornou a matriz energtica do planeta. A explorao de petrleo tem incio com o a

    verificao de presena de leo na rocha sedimentar. A ssmica o estudo que fazessa verificao. No Brasil, as maiores partes dos reservatrios esto, no assoalho

    do oceano, para realizao do estudo ssmico necessrio embarcaes

    apropriadas, conforme a figura 2, que emitem um sinal sonoro e captam a resposta,

    verificando a presena de petrleo.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    30/99

    29

    Fig.: 2 Navio de pesquisa coletando dados ssmicos.Fonte:clickmaca.com.br

    Os hidrofones so arrastados na superfcie para receber o retorno, com a leitura das

    ondas de choque ocasionadas pelo disparo do canho de ar comprimido que fica no

    navio de pesquisa. Aps obter os dados ssmicos, proporcionados pelas ondas de

    choque, usa-se sondas que perfuram a rocha obtendo o leo procurado. Comea,

    ento, a explorao de petrleo, a alta tecnologia se faz necessria a medida que aprofundidade de explorao aumenta junto com o risco patrimonial, de investimento

    e da integridade fsica dos trabalhadores. Durante a perfurao existe a

    possibilidade da presso, existente no poo, subir pela coluna de perfurao e

    causar danos na superfcie. A sonda de perfurao (Figura 3), realiza o trabalho de

    corte da rocha atravs de brocas, hastes e muita tecnologia para depois de atingir a

    rocha reservatrio ter condies de enviar o leo para superfcie em segurana.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    31/99

    30

    Fig: 3- Sonda de perfurao Equipamento composto, principalmente por torre, haste e

    bomba para escoamento de lama, fundamental para perfurao de poos.

    Fonte: clickmaca.com.br

    O primeiro processo para extrair bsico para fabricao de lubrificante (Bruto) do

    petrleo a destilao. O petrleo, em seu estado primitivo (como retirado do

    poo ), armazenado em tanques, desses tanques vo ocorrer bombeios para uma

    fornalha onde o petrleo ser aquecido a altas temperaturas e, dessa forma, vai

    ocorrer primeira destilao, denominada destilao atmosfrica onde acontece a

    separao conforme o peso de cada produto, os mais leves para cima, conforme o

    gs e a gasolina e os mais pesados para baixo, conforme os leos lubrificantes,

    parafina e asfalto. Torre de destilao atmosfrica, mostrando fases de separao,

    de forma geral. Pode-se observar, na figura 4, que leo bsico bruto, marcado na

    figura com o nmero 2, est em nvel de destilao baixo por ser um produto

    pesado. A foto 1 mostra o complexo de torres de destilao.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    32/99

    31

    Fig: 4 Torre de destilao. Figura da foto e esquema ilustrando o incio do processamentodo petrleo e onde se obtm o leo bsico de primeiro refino para fabricao de lubrificantes

    automotivos.Fonte: www.clickmaca.com.br

    A figura 5 mostra o complexo de torres de destilao atmosfrica e a vcuo com

    dutos de transporte de produto entre as torres. So processos contnuos,

    interligados e fundamentais para obteno de derivados de petrleo.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    33/99

    32

    Fig. 5 rea composta. Destilao Atmosfrica e a vcuo

    Fonte:www.google.com.br/imagens+torres de destilao

    A Fig. 6 mostra um esquema referente destilao atmosfrica e a vcuo onde se

    podem observar os principais derivados produzidos em cada fase. Pode-se observar

    que o leo lubrificante bsico separado na fase que corresponde ao mesmo

    intervalo onde so separados o extrato aromtico e a parafina.

    TORRE DE DESTILAOATMOSFRICA

    TORRE DE DESTILAOA VCUO

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    34/99

    33

    Fig: 6 Esquema demonstrativo para destilao atmosfrica e a vcuo

    Fonte:

    www.petrotechsociety.org/Presentations/8th_Summer_School/Session%208%20Dr.%20Manoj%20Srivastava.pdf

    2.4.1- A tecnologia de monitoramento para minimizar danos ambientais.

    As questes ambientais esto ligadas ao processo de explorao e produo de

    petrleo e seus derivados devido necessidade que a indstria petrolfera tem de

    manter uma reputao de empresa que respeita o meio ambiente tendo uma

    atividade com grande potencial de dano ambiental. A legislao ambiental rgida eas empresas sabem que so responsveis por todo e qualquer dano que a sua

    atividade possa vir a causar. Mesmo as empresas de petrleo se preparando para

    possveis eventos danosos, eles acontecem e do prejuzos, muitas vezes

    incalculveis. Os rgos de defesa ambiental devem estar atentos, e para isso cada

    vez mais se conta com a tecnologia, exemplo da possibilidade de uso tecnolgico

    como o texto da reportagem (Ver anexo 3) uma forma eficaz dessa utilizao.

    2.5 - Matrias primas na fabricao de leos lubrificantes:

    http://www.petrotechsociety.org/Presentations/8th_Summer_School/Session%208%20Dr.%20Manoj%20Srivastava.pdfhttp://www.petrotechsociety.org/Presentations/8th_Summer_School/Session%208%20Dr.%20Manoj%20Srivastava.pdfhttp://www.petrotechsociety.org/Presentations/8th_Summer_School/Session%208%20Dr.%20Manoj%20Srivastava.pdfhttp://www.petrotechsociety.org/Presentations/8th_Summer_School/Session%208%20Dr.%20Manoj%20Srivastava.pdfhttp://www.petrotechsociety.org/Presentations/8th_Summer_School/Session%208%20Dr.%20Manoj%20Srivastava.pdf
  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    35/99

    34

    As matrias primas utilizadas na fabricao de leos lubrificantes de base mineral

    (Derivados de petrleo) so, em primeiro escalo, os leos bsicos classificados de

    Spindle, Neutro leve, Neutro mdio, Neutro pesado e Bright stock. Em seguida esto

    os aditivos que tm funes variadas conforme o tipo de leo e sua classificao API

    / SAE. Uma das principais caractersticas dos aditivos que entram na fabricao de

    lubrificantes e a de controlar a dilatao do produto. O leo lubrificante composto

    por bsicos que dilatam em funo da temperatura, no seu estado original, outros

    aditivos atuam na limpeza das parte com as quais mantm contato, enfim, aditivos

    apresentam funes especficas para que a boa lubrificao e consequentemente o

    bom funcionamento do motor seja verificado.

    2.6 - Logstica de lubrificantes automotivos:

    Lubrificantes minerais so hidrocarbonetos e apresentam um enorme potencial para

    causar danos ambientais, principalmente por acidentes por perda da conteno e

    descarte inadequado por ignorar os danos ao ecossistema local e a outros distantes

    do local do descarte. leos lubrificantes so utilizados para reduzir o atrito entre

    peas mecnicas, facilitando o funcionamento e aumentando a vida til das

    mquinas. As principais caractersticas dos leos lubrificantes, e tambm aquelas

    que o classificam como perigoso para o meio ambiente, so a viscosidade e a

    densidade. A viscosidade mede a resistncia de escorrncia do leo. Quanto mais

    viscoso um lubrificante, mais lenta a sua escorrncia, isso aumenta a

    capacidade, do leo, em se manter entre duas superfcies mveis, reduzindo o atrito

    e prolongando a lubrificao das mesmas. A densidade a grandeza fsica que se

    define como sendo a propriedade da matria que nos permite conhecer a

    quantidade de massa existente num dado volume, sendo determinada atravs do

    quociente entre massa e volume do objeto considerado (United States Department of

    Energy, 2006). A densidade permite indicar o peso de certa quantidade de leo a

    uma determinada temperatura, sendo importante para demonstrar se houve

    contaminao ou deteriorao de um lubrificante. Para dotar um lubrificante de

    certas propriedades especiais ou melhorar algumas j existentes, so adicionados

    produtos qumicos, os chamados aditivos (United States Department of Energy,

    2006), que vo atuar como antioxidantes, anticorrosivos, antiespumantes,

    melhoradores do I.V. (GEIR, 2005). Esses aditivos apresentam, tambm, a funo

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    36/99

    35

    de estabilizar a dilatao do produto em funo do calor. Os leos bsicos, que

    ainda no foram manipulados, quando em exposio trmica dilatam ou reduzem

    seu volume, existindo para efeito fiscal duas tabelas, uma de converso da

    densidade da amostra para 20C e outra que, mediante a leitura da primeira tabela,

    leva a um fator de correo que vai gerar um volume em litros a 20C, que ser

    utilizado toda vez que terminar o deslocamento de um volume de produto. Essas

    caractersticas presentes nos leos apresentam, junto com a estrutura qumica do

    produto, efeitos desastrosos para os organismos vivos, pois os hidrocarbonetos do

    petrleo so compostos altamente lipoflicos, capazes de atravessar facilmente as

    membranas biolgicas dos organismos vivos, e atingir a corrente sangunea. Podem

    ser prontamente distribudos e armazenados no tecido adiposo devido sua alta lipossolubilidade. A sua distribuio atravs dos diversos tecidos do organismo,

    geralmente depende do tempo de exposio e proporcional ao contedo lipdico

    dos rgos (ATSDR, 1999, BALLANTYNE & SULLIVAN, 1997). Tambm

    apresentam, quando em ambiente aqutico a propriedade de impedir a penetrao

    de a luz solar, dificultando ou impedindo a realizao da fotossntese ocasionando a

    morte de organismos planctnicos, gerando um comprometimento na cadeia trfica.

    Os leos lubrificantes apresentam ainda um potencial enorme para danosambientais significantes, principalmente por ser transportado e armazenado em

    grandes volumes. Essa viso colocou o petrleo e seus derivados na condio de

    produto com grande potencial poluidor. No passado, quando a questo ambiental

    era tratada de forma romntica e a responsabilidade civil por danos ambientais no

    era imposta a quem causava o dano devido inexistncia de uma legislao

    ambiental, os danos gerados ficavam por conta da capacidade metablica do

    ecossistema em relao ao volume derramado, muitas vezes gerando um passivopor dcadas. Hoje, a viso da gesto ambiental governamental sobre esses

    acontecimentos extremamente austera e, dependendo da situao, pode levar

    uma pessoa jurdica e as pessoas fsicas que exercem a funo de gestores, a

    responder civil e criminalmente sobre a questo de danos causados pelas

    atividades, produtos e servios de uma empresa ao meio ambiente.

    Acidentes no deslocamento de leos bsicos para fabricao de lubrificantes,

    lubrificantes prontos e de petrleo bruto, j mostraram o enorme potencial para

    causar danos dos mais variados, desde a perda do recurso at a destruio de

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    37/99

    36

    partes da estrutura do ecossistema atingido. Acidentes como os que ocorreram com

    os NTs Amoco Cdiz, Torrey Canyon e Exxon Valdez entraram para a histria da

    indstria do petrleo de maneira trgica. Pode-se dizer que a falta de um

    pensamento integrador considerando humanos, tecnologia e meio ambiente, facilitou

    a ocorrncia dos danos ambientais. Os conceitos utilizados na engenharia ambiental

    devem tratar essas questes de forma a prever a possibilidade de ocorrer um evento

    que provoque danos ambientais e, com essa premissa, criar estruturas,

    procedimentos, processos, ferramentas e mtodos de resposta a situaes de

    emergncias. A ISO14001, que versa sobre sistema de gesto ambiental em seu

    requisito 4.4.7. Preparao e atendimento a emergncias, que trata de resposta a

    situaes de emergncias, manda que as empresas que desejam manter umaconformidade com a norma, desenvolvam um sistema para tratar tais situaes.

    Esse sistema deve manter processos e materiais disponibilizados de forma

    estratgica para resposta a emergncias de forma eficaz. O impacto do leo bsico,

    para fabricao de lubrificantes to danosos quanto o petrleo bruto, sendo um

    pouco menos agressivo por ter alto ponto de fulgor, no emanando vapores

    inflamveis a temperatura ambiente. Na logstica de leos lubrificantes, o transporte

    fundamental a longas e a curtas distncias devido aos volumes utilizados ounegociados. Os modais de transporte de leos bsicos ou de lubrificantes, so

    basicamente: O rodovirio, O martimo e o duto virio, a poltica de transporte

    envolve numerao correspondente as classes de risco:

    Os nmeros que indicam o tipo e a intensidade do risco so formados por dois ou

    trs algarismos. A importncia do risco registrada da esquerda para a direita. Os

    algarismos que compem os nmeros de risco tm o seguinte significado:

    1 Explosividade

    2 Emisso de gs devido presso ou a reao qumica;

    3 Inflamabilidade de lquidos (vapores) e gases, ou lquido sujeito a auto-

    aquecimento

    4 Inflamabilidade de slidos, ou slidos sujeitos a auto-aquecimento;

    5 Efeito oxidante (favorece incndio);

    6 Toxicidade;7 Radioatividade;

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    38/99

    37

    8 Corrosividade;

    9 Risco de violenta reao espontnea.

    A letra "X" antes dos algarismos, significa que a substncia reage perigosamente

    com gua otimizando as caractersticas danosas do produto ou gerando uma nova

    caracterstica. A repetio de um nmero indica, em geral, aumento da intensidade

    daquele risco especfico. Quando o risco associado a uma substncia puder ser

    adequadamente indicado por um nico nmero, este ser seguido por zero (0). As

    combinaes de nmeros a seguir tm significado especial: 22, 323, 333, 362, X362,

    382, X382, 423, 44, 462, 482, 539 e 90 (ver relao a seguir no anexo 2). Os leos

    lubrificantes esto enquadrados na classe 9, como produtos diversos devido a sua

    vocao para o dano ambiental. Normalmente, produtos diversos so aqueles que

    antes no mereciam classificao como, por exemplo, leos residuais. Os leos

    derivados de petrleo no apresentam inflamabilidade temperatura ambiente

    devido ao seu alto ponto de fulgor. A forma de armazenar leos lubrificantes,

    visando estocagem e no a transferncia o acondicionamento em tanques fixos,

    em bases de armazenamento ou fbricas. Existem tanques de alta tecnologia, mas,

    quanto mais tecnologia, mais caro o tanque, por isso, a maior parte das

    instalaes de armazenagem e transferncia usam tanques de teto fixo, sem

    medidor automtico. O controle do produto feito atravs de medies com o uso

    de trena (Figura 7) e termmetro (Figura 8), sendo que o uso de termmetro no

    controle de volume usado para leos bsicos, pois estes variam o volume em

    funo da temperatura. Os lubrificantes prontos (produto final) esto estabilizados e

    no dilatam, em funo da temperatura como os bsicos.

    Algumas ferramentas so necessrias para controlar e monitorar os estoques de

    produtos (leos bsicos e lubrificantes prontos). A primeira delas um conjunto

    composto por trena e termmetro, que vo proporcionar a altura em milmetros que

    posteriormente, em relao s temperaturas, sero convertidas em litros. Outras

    ferramentas so o densmetro e a proveta que vo proporcionar a finalizao do

    recebimento atestando a conformidade do produto com padres tcnicos de

    qualidade. A trena industrial (Fig. 7), usada para medir altura de produtos lquidos

    armazenados em tanques composta de uma fita metlica graduada em milmetros

    com um pndulo na extremidade e um suporte para enrolar a fita metlica. Os

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    39/99

    38

    termmetros para uso industrial (Fig. 8) medem a temperatura em graus Celsius.

    So utilizados na amostra coletada no tanque logo aps o trmino do bombeio. A

    amostra colocada na proveta (Fig. 9) e junto com o termmetro e o densmetro. A

    utilizao dessas ferramentas permite o conhecimento do volume bombeado em

    litros.

    Fig: 7 Trena de medio de lquidos

    Fonte:www.google.com.br/imagens+de+trenas

    Fig. 8 TermmetroFonte:www.google.com.br/imagens+termmetros

    http://www.google.com.br/imagens+de+trenashttp://www.google.com.br/imagens+de+trenas
  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    40/99

    39

    Fig: 9 proveta para amostra onde ser verificada. Temperatura e densidadeFonte: www.google.com.br/imagens proveta

    O densmetro (Fig. 10) tem papel fundamental na converso de escala. A trena de

    medio mede nvel em milmetros, porm, a contagem que deve ser expressa na

    nota fiscal do produto tem que estar em litros. Aps o trmino do bombeio de leo

    bsico existe um perodo de descanso do produto para que a medio seja feita,

    esse tempo varia de 15 minutos 1 hora, dependendo da necessidade. Feita amedio, tomada temperatura e sacada a amostra ( O que tecnicamente

    chamado de Final ), a amostra levada para uma sala, apropriada, onde o leo

    amostrado colocado em uma proveta e submetido a um densmetro e um

    termmetro. Essa exposio do leo ao densmetro e ao termmetro tem o tempo

    mnimo de 15 minutos, aps esse tempo feita uma leitura e anotadas a densidade

    e a temperatura em graus Celsius, essa temperatura e essa amostra ficam

    registradas como temperatura e densidade da amostra.

    Termmetro uma ferramenta fundamental para obter a quantidade recebida, a 20,

    em tanque de armazenagem. A temperatura e a densidade apuradas na proveta,

    tambm chamados de temperatura e densidade da amostra, so os parmetros para

    obter os fatores de correo a 20.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    41/99

    40

    Figura 10. densmetro para derivados de petrleoFonte:www.google.com.br/imagens densmetro

    Os tanques de armazenamento (Foto 3) so estruturas de estratgia logstica,permitem o estoque de grandes volumes visto que as refinarias no bombeiam todos

    os produtos diariamente. O uso de tanques para armazenar bsico em grandes

    volumes, permite mais versatilidade na fabricao.

    Fig. 11Tanque fixo de armazenamento de bsicosFonte: www.google.com.br/imagens

    Os tanques fixos para armazenamento de leo bsico apresentam capacidades

    volumtricas variadas. Existem tanques com capacidade de 400m a 4000m,

    normalmente os tanques de maior capacidade esto nas refinarias, aqueles de

    menos capacidade esto em bases de armazenamento de distribuidoras que

    compram da refinaria, quantidades para atender as demandas de fabricao durante

    http://www.google.com.br/imagenshttp://www.google.com.br/imagenshttp://www.google.com.br/imagenshttp://www.google.com.br/imagens
  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    42/99

    41

    um ms calendrio, podendo passar para o ms seguinte alguma quantidade

    remanescente. A medio de tanques de armazenagem de derivados de petrleo

    a forma mais comum e de menor custo para trabalhar com grandes volumes, os

    quais dependem de estocagem. A medio feita utilizando uma trena conforme a

    foto 4. A altura do produto identificada na trena observada na tabela de arqueao

    do tanque feita pelo INMETRO.

    Fig. 12 Detalhe da boca de medio tanque fixo de armazenamentoFonte:www.google.com.br/imagensmedio +de+tanque

    A medio de tanques de armazenagem de derivados de petrleo a forma mais

    comum e de menor custo para trabalhar com grandes volumes, os quais dependem

    de estocagem. A medio feita utilizando uma trena conforme a figura 6. A altura

    do produto identificada na trena observada na tabela de arqueao do tanque feita

    pelo INMETRO (Tabela 1), a tabela de arqueao do tanque constituda a partir da

    medio do espao interno do tanque e serve para converter a altura do produto em

    milmetros para litros.

    http://www.google.com.br/imagenshttp://www.google.com.br/imagens
  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    43/99

    42

    Tabela 1. Arqueao de tanqueFonte: www.google.com.br/imagens+de+arqueao +de+tanques

    A medio identificada no tanque, quando observada na tabela de arqueao, est

    ligada a um volume, em litros, correspondente quela medio feita no tanque, com

    uma trena.

    No processo de estimar o volume em litros que um tanque de armazenagem

    recebeu, atravs de medio feita com trena graduada em milmetros, utiliza-se

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    44/99

    43

    como ferramenta de clculo, o densmetro, o termmetro e duas tabelas para

    converso de densidade e volume a 20. A tabela de converso de densidade para

    20 graus Celsius (Ver tabela 2) utilizada para converter a densidade observada na

    amostra retirada do tanque aps o trmino do bombeio, para uma densidade que

    servir de referncia para o volume no tanque de armazenamento. A leitura da

    tabela feita cruzando a densidade com a temperatura observada no tanque.

    Tabela 2: Converso de Densidade para 20 CFonte: Manual Petrobrs converso

    A tabela de converso de volume para 20 graus Celsius (Ver tabela 3) utilizada

    para converter, alm do volume bombeado para o tanque de armazenamento, os

    volumes que sero transportados por carros tanque, vages tanque ou navios

    tanque para 20 graus Celsius, mantendo um volume fixo que constar na nota fiscal

    de transporte. Esse procedimento utilizado devido variao de volume do

    produto em funo das temperaturas.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    45/99

    44

    Tabela 3: converso de volume para 20 CFonte: Manual Petrobrs converso

    Por exemplo quando um tanque recebe leo para armazenar, e j possui produto

    armazenado, o procedimento o seguinte: O tanque medido, para saber a altura

    do produto remanescente, esse procedimento denominado de INICIAL. Aps a

    INICIAL, conforme a disponibilidade e organizao da refinaria iniciam-se o bombeio.

    Durante o bombeio vo ocorrer medies para controle de vazo. Aps o trmino do

    bombeio, feita a FINAL, medio para saber a altura total do produto no tanque.Dessa altura total, observada na tabela de arqueao do tanque, obtido o volume

    total, em litros de onde ser subtrado o volume correspondente a INICIAL, para se

    obter o volume real que entrou no tanque.

    Considerando um tanque com qualquer capacidade, retira-se uma amostra e

    observa-se no densmetro 0,945 de densidade aps 15 minutos de repouso com o

    densmetro no lquido e 32,0C no termmetro. Encontra-se a densidade a 20 de

    0,9526. Esse dado ser fixo para o tanque at que ocorra outro bombeio. Essa

    densidade convertida a 20, tambm chamada de densidade do tanque, usada a

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    46/99

    45

    todo carregamento confrontada com a temperatura observada no tanque do modal

    de transporte. A ttulo de exemplo, observe o seguinte:

    Para carregar um carro tanque com capacidade de 30m necessrio utilizar umafator de correo, neste caso, usa-se a tabela de correo de volume para 20

    Celsius, da seguinte forma: Quando o veculo comea a carregar o produto,

    colocado no lquido dentro do tanque, um termmetro que retirado no final do

    carregamento. A temperatura identificada no termmetro relacionada com a tabela

    de correo de volume a 20 em referncia a densidade do tanque ( neste caso

    0,9526). A nova densidade, ser chamada de fator de correo, multiplicada pelo

    volume do tanque do veculo para obter o volume do produto a 20.

    Se o carro tanque tem a capacidade de armazenar 30m = 30.000 litros, o calculo

    o seguinte: Primeiro observar na tabela de converso de volume, o fator de

    converso, neste caso ser estabelecida a temperatura do produto no carregamento

    em 31, que relacionada com 952, conforme a tabela.

    Seleciona-se um tanque de CT com capacidade de 30m, mede-se a temperatura e

    encontra-se 32C. Procurar na segunda tabela (Converso de volume) a relao datemperatura com a densidade do tanque: 0,952 X 32 e encontra-se 0,9918, esse

    o fator de correo para o volume do caminho 20C.

    Capacidade do CT em litros = 30.000 Litros, multiplicada pelo fator de correo

    0,9918 tem-se: 30.000 X 0,9918 = 29.754 litros, essa a quantidade que ser

    colocada na nota fiscal de transporte do produto.

    A armazenagem de derivados de petrleo, por depender de tanques, dependetambm de aferio por rgo competente, no caso o INMETRO. Alguns tanques

    no admitem a converso direta da altura de nvel do produto para litros, em

    determinadas faixas de altura muito baixas. Essa faixa indicada na tabela de

    arqueao do tanque.

    Exemplo comum: A faixa a ser interpolada est entre 0 e 4 centmetros(Tabela 4).

    No caso de alguns tanques, essa altura do produto no permitiu uma aferio exata,

    neste caso a tabela de arqueao do tanque apresenta uma pequena tabela onde

    esse intervalo calculado da seguinte forma.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    47/99

    46

    Supondo que a faixa a ser interpolada est entre 0 e 4 cm. Supondo tambm, que a

    medio feita pelo operador foi 35mm= 3cm + 5mm, visualiza-se que uma medio

    compreendida entre 3 e 4cm. Deve ser observada na tabela, constante na

    arqueao do tanque, e fazer o seguinte clculo: Subtraia o volume da maior altura

    subsequente pelo menor volume; divida o resultado por 10; ao novo resultado,

    multiplique pelo nmero de milmetros e some ao menor volume correspondente aos

    centmetros.

    Tabela 4: converso de volume para 20 CFonte: Manual Petrobrs converso

    MODELO:

    8.9547.432 = 1.522

    1.522 / 10 = 152,2

    152,2 X 5 = 761

    761 + 7.432 = 8.193, OU SEJA, 35MM, NESTA TABELA CORRESPONDE AO

    VOLUME DE 8.193.

    2.7- Consumo de lubrificantes:

    O consumo de lubrificantes (Fig.10) aumenta a cada ano sendo proporcional ao

    nmero de veculos vendidos. Com as facilidades referentes iseno de IPI, o

    aumento do nmero de parcelas em financiamentos, elevou o nmero de veculos

    nas ruas proporcionando um aumento no consumo de combustveis e lubrificantes.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    48/99

    47

    ANUNCIE

    Fig:13 Demonstrativo da porcentagem de consumo de lubrificantesFonte: Fecombustvel 2011

    A correta troca do leo do motor um ponto muito importante na manuteno do

    veculo. Existem basicamente trs tipos de leo com base mineral de petrleo

    (multiviscoso), com base sinttica e a mistura dos dois tipos. O leo mineral obtido

    da separao de componentes do petrleo sendo, portanto, uma mistura de vrios

    compostos. O carro pode rodar com ele em torno de 5 mil quilmetros, ou seis

    meses. o mais barato entre as opes de mercado. O leo semissinttico mistura

    propores variadas de minerais e elementos sintticos, isto , qumicos. Sua

    durabilidade recomendada est entre 6 mil e 8 mil quilmetros, ou 6 meses, o que

    vier primeiro. J o leo sinttico obtido por reao qumica, permitindo a obteno

    de um produto mais puro, devido reao das cadeias moleculares. So os mais

    caros, mas duram entre 10 mil e 12 mil quilmetros, ou 1 ano. Caminhes e nibus

    trocam leo em mdia a cada 40.000 km. O leo do motor tem a funo de lubrificare reduzir ao mnimo o atrito e o calor produzido, mantendo a temperatura das partes

    mveis do motor dentro de limites tolerveis, evitando o desgaste prematuro destas

    partes. Com o funcionamento do motor, o leo vai se contaminando e perde sua

    eficincia, podendo comprometer a vida til do motor. Na escolha do tipo de leo a

    ser usado o fator mais importante a viscosidade. Viscosidade a propriedade que

    o leo tem de fluir por um orifcio calibrado a uma determinada temperatura. Um leo

    com uma viscosidade 5 quase igual gua, ao passo que um leo com umaviscosidade 40 comporta-se como mel. leos multiviscosos usam polmeros para

    http://www.revistamercadoautomotivo.com.br/Anuncie-na-Revista-Mercado-Automotivo.phphttp://www.revistamercadoautomotivo.com.br/Anuncie-na-Revista-Mercado-Automotivo.php
  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    49/99

    48

    regular a viscosidade enquanto a temperatura do motor varia. Sendo assim, um leo

    15W-50 varia sua viscosidade de 15 quando o motor est frio (porque as folgas so

    menores) at 50 quando o motor est quente. O W (do ingls winter) significa sua

    aplicabilidade para o inverno. A Audamec Marketing e Pesquisa Automotiva estudou

    o mercado demandante de leo automotivo. O quadro apresentado na sequncia d

    a ideia do volume comercializado do produto em nosso mercado. O sistema de

    clculo da demanda da Audamec, que relaciona a frota circulante de veculos com

    ciclo mdio de substituio, pode ser aplicado em qualquer linha de autopeas do

    segmento da reposio automotiva.

    De acordo com a ANP (Agncia Nacional do Petrleo), a estimativa de todo leolubrificante a ser consumido no Brasil em 2013 est em torno de 1,38 bilho de litros

    (Tabela 5), incluindo-se, portanto, o consumo em vrios outros tipos de mquinas

    industriais e motores estacionrios. Perto de 23% deste nmero ser de leo

    rerrefinado..

    TABELA 5 REVISTA MERCADO AUTOMOTIVO | EDIO 220Abril DE 2013, POR SRGIO

    DUQUE.

    2.8- Resduos oleosos.

  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    50/99

    49

    So varias as fontes geradoras de resduos oleosos, desde uma pequena emisso

    fugitiva a um grande derramamento de leo bsico ou pronto devido a um acidente

    com caminho tanque, navio tanque ou vago tanque. Acidentes rodovirios

    envolvendo veculos transportadores de derivados de petrleo tm ocorrido de forma

    rotineira. A formao de condutores de cargas perigosas no Brasil se resume a um

    treinamento de 40 horas, ocorrendo reciclagens ao longo de perodos estipulados.

    Os volumes de resduos gerados aps acidentes so significativos, dependendo do

    modal de transporte. Os CTs normalmente apresentam capacidade de 30m, dos

    modais utilizados, so os de menor capacidade de armazenamento, porm, seu

    deslocamento acontece em vias onde circulam carros de passeio e outros veculos

    de transporte com cargas secas inertes ou menos agressivas. Acidentes com

    tombamento de carga lquida derivada de petrleo (Fig. 11) geram danos ambientais

    por contaminao de solo, crregos, rios e lenol fretico.

    Fig: 14 Acidente com o transporteFonte:www.google.com.br/imagens/acidentecomcarrotanque

    Os acidentes com modal martimo (Fig. 12) apresentam impactos extremamente

    complexos, dados natureza do ecossistema marinho. Existe uma srie deequipamentos e produtos fabricados ou importados por empresas que tm o objetivo

    http://www.google.com.br/imagens/acidentecomhttp://www.google.com.br/imagens/acidentecom
  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    51/99

    50

    de atender empresas de petrleo e treinar pessoas no uso dessas ferramentas e

    materiais para conter, absorver e minimizar danos que possam ser causados por

    leo bsico, petrleo cru ou qualquer derivado de petrleo. Em reas abertas a

    conteno menos complexa, pois, petrleo hidrocarboneto, matria orgnica que

    vai se decompor em meio aquoso, a questo referente sua conteno evitar que

    a mar negra chegue ao litoral, onde o impacto ser desastroso devido a

    manguezais, praias, costo rochosos e toda a estrutura litornea.

    Fig: 15 derrame de leo no marFonte::www.alpinaambiental.com.br

    No evento acidental no mar, a situao no diferente daquela que acontece em

    terra. O dano significativo e na maioria das vezes danifica a reputao da

    empresa.

    O atendimento a situaes de emergncia por derrame de leo no mar conta com

    um verdadeiro estoque de materiais e equipamentos para oil spill. Mesmo assim, o

    dano inevitvel vida marinha causando perda na micro flora e consequentemente

    nas cadeias trficas. Os descartes criminosos e o descuido so grandes aliados na

    gerao de solos, guas e plantas contaminadas por derivados de petrleo. Muitas

    vezes as autoridades encontram reas contaminadas com produtos que poderiam

    ser aproveitados para queimas ou co-processamento, gerando lucro para quem

    descartou de forma criminosa.

    http://www.alpinaambiental.com.br/http://www.alpinaambiental.com.br/
  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    52/99

    51

    Alguns equipamentos so antigos, j existiam antes do acidente do navio-tanque

    Exxon Valdez no Alaska. Alguns desses equipamentos so:

    Barreiras flutuantes mveis (Fig. 13 e 14) tem a finalidade de cercar a mancha deleo para retir-lo da gua atravs de bombeamento para a embarcao de resposta

    a emergncia e reaproveit-lo no processo industrial de fabricao de lubrificantes,

    aps tratamento de retirada de gua e dessalinizao.

    Fig.: 16 Lanamento de barreira mvel

    Fonte:www.alpinaambiental.com.br

    Aps cercar a mancha de leo, uma bomba flutuante Skimmer (Fig. 13) lanado

    no meio da mancha para bombear o produto.

    Fig.: 17 barreira mvel e skimmer para coleta

    Fonte:www.cimm.com.br

    http://www.alpinaambiental.com.br/http://www.cimm.com.br/http://www.cimm.com.br/http://www.alpinaambiental.com.br/
  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    53/99

    52

    A operao de combate poluio por leo no mar (oil spill) depende do cerco que

    deve ser feito por embarcao apropriada (Fig. 15) estabelecido para impedir que o

    leo atinja praias, costes rochosos ou qualquer estrutura litornea.

    Fig. 18 Embarcao realizando cerco na mancha de leo

    Fonte:www.mercur.com.br

    Uso de dispersantes

    Os dispersantes qumicos (Fig.:16) so, potencialmente, aplicveis em situaes de

    derrames de leo, visando a proteo dos recursos naturais e socioeconmicos

    sensveis, como os ecossistemas costeiros e marinhos. Porm, sua aplicabilidadedeve ser criteriosamente estabelecida e aceita somente se resultar em menor

    prejuzo ambiental, quando comparada ao efeito causado por um derrame sem

    qualquer tratamento, ou empregado como opo alternativa ou, ainda, adicional

    conteno e recolhimento mecnico no caso de ineficcia desses procedimentos.

    Os dispersantes so formulaes qumicas de natureza orgnica, constitudas de

    surfactantes (ingredientes ativos) e solventes, utilizadas com a finalidade de reduzir

    a tenso superficial entre leo e gua, auxiliando a disperso do leo em gotculas

    no meio aquoso.

    http://www.mercur.com.br/http://www.mercur.com.br/
  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    54/99

    53

    A Resoluo CONAMA n 269, de 14 de setembro de 2000, determina a obteno

    de registro junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

    Renovveis - IBAMA, para fins de produo, importao, comercializao e uso de

    dispersantes qumicos para as aes de combate aos derrames de petrleo e seus

    derivados no mar. Anexo a esta Resoluo encontra-se o Regulamento para uso de

    dispersantes qumicos em derrames de leo no mar, o qual apresenta os critrios

    para tomada de deciso quanto ao uso desses produtos.

    Os procedimentos necessrios para a obteno de registro de dispersantes

    qumicos encontram-se nas Instrues Normativas IBAMA n 1, de 14 de julho de

    2000, e n 7, de 6 de julho de 2001, alm de retificao da IN n 07/2001, publicadaem 25 de julho de 2001.A atuao do IBAMA, neste campo, vem sendo

    desenvolvida com o objetivo de estabelecer procedimentos de registro e controle

    dos produtos dispersantes qumicos destinados s aes de combate a derrames de

    petrleo e seus derivados no mar, visando estruturao das atividades de controle

    e fiscalizao voltadas s atividades de fabricao, importao, comercializao e

    utilizao desses produtos.

    Fig. 19 Lanamento de dispersante em duas modalidadesFonte: www.clickMaca.com.br

    As barreiras fixas (Fig.:17) so equipamentos de preveno. So colocadas no

    entorno de embarcaes durante a descarga de produto lquido ou durantemanuteno. So mais resistentes, a ao das mars e a salinidade, que as

    http://www.xn--clickmaca-j4a.com.br/http://www.xn--clickmaca-j4a.com.br/
  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    55/99

    54

    barreiras mveis que devem ser usadas para cercar o leo e depois da operao

    devem ser retiradas da gua do mar e lavadas com gua doce.

    Fig.20 barreira fixa para uso permanente.

    Fonte:www.mercur.com.br

    2.8.1- Plano de emergncia da Baia da GuanabaraPEBG:

    Mais conhecido nos ltimos 21 anos, desde 16 de janeiro de 1991, pela sigla PEBG,

    o Plano de Emergncia da Baa de Guanabara pioneiro no combate, na conteno

    e no recolhimento por derramamento de leo (Fig.18) institudo no Brasil. O Planocongrega, hoje, ao menos 50 empresas e rgos pblicos, como a Marinha do Brasil

    (Capitania dos Portos), o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a Petrobras e

    subsidirias como a Transpetro (dutos e navios), a Unio de Terminais, os estaleiros

    e indstrias associadas Federao das Indstrias do Estado do Rio de Janeiro

    (Firjan).

    Fig.21praia contaminado com leowww.google.com/imagens/derramedeleo

    http://www.mercur.com.br/http://www.mercur.com.br/
  • 7/26/2019 Anlise Do Ciclo de Vida de leos Bsicos de Lubrificantes

    56/99

    55

    da essncia do PEBG: Atender a situaes de poluio acidental ocasionadas por

    derramamento de petrleo, ou de seus derivados, na Baa de Guanabara. Como

    estratgia, o Plano prev reunies mensais para estruturar a cooperao de todas

    as empresas participantes e rgos pblicos que atuam no planejamento e na

    execuo das operaes de combate a derramamentos, atravs de pessoal

    capacitado e equipamentos especficos (barcos, barreiras de conteno),

    minimizando-se, assim, eventuais danos populao, ao meio ambiente e

    reduzindo-se custos operacionais.

    O PEBG ser sempre acionado, diz o Sopea, quando a capacidade individual de

    atendimento de cada empresa, ou rgo participante do Plano mostrar-seinadequada ao porte do derramamento a ser controlado, segundo a Resoluo n

    398 (verso atualizada da resoluo CONAMA 293) do Conselho Nacional do Meio

    Ambiente (Conama), de 11 de junho de 2008, que instituiu o Plano de Emergnc