Análise Do Filme Tropa de Elite 2 - turismo
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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DE TURISMO - 2015.1 - MANHÃ
POLÍTICAS PÚBLICAS – PROFª. BRUNA MOURY
ALUNA: YASMIM MARIA F. FIGUEIREDO
ANÁLISE DE ABORDAGEM SISTÊMICA DO FILME TROPA DE ELITE 2
O filme Tropa de Elite 2 dirigido por José Padilha, estrelado por Wagner Moura
apresenta situações ocorridas após 13 anos referente aos acontecimentos do primeiro
filme. Aborda assuntos ligados a segurança e a política no Rio de Janeiro e a história
do Coronel Nascimento (personagem de Wagner Moura) após uma ocorrência no
presídio Bangu I, onde houve uma rebelião após o líder do comando vermelho,
Beirada, receber armas de alguns agentes da segurança do presídio e assassinar
junto aos membros do comando vermelho componentes de uma outra facção. Após
reviravoltas, o líder Beirada foi assassinado por um dos componentes do BOPE,
capitão André Mathias, servindo assim de ênfase para o drama do filme.
Pode-se notar que no decorrer do filme "o sistema" é sempre citado, mas nem
sempre é bem interpretado. Por vezes vimos este sendo tratado como fechado, porém
notou-se que este é um sistema realmente aberto, cujo a polícia, o governo e os
cidadãos da cidade do Rio de Janeiro são os principais atores. Este sistema
apresenta-se sempre em crise sendo tomado como amostra inicial o acontecimento
no presídio Bangu I. Para esta situação a polícia tomou a maior parte da culpa e os
agentes diretamente ligados a situação, o coronel Nascimento e o capitão André
Mathias, sofreram algumas consequências, sendo exonerados dos respectivos cargos.
Mesmo após a exoneração destes e o melhoramento no BOPE, as falhas ainda
continuaram frequentes. Estas não parariam de acontecer se o sistema não
funcionasse corretamente, ficou claro que não adianta apenas uma parte deste
funcionar bem. O governo apresentava-se como corrupto, organizador de milícias,
onde não interessava a forma que os votos fossem adquiridos. A Polícia também
apresentava muitas falhas, não sendo a segurança e o bem estar da sociedade para
muitos componentes o principal interesse, fazendo com que os cidadãos estivessem
ainda mais sujeitos a drogas e toda a bandidagem. Além disto, pudemos perceber as
pessoas que anexam-se a este sistema por trabalho e por vezes acabando na pior,
pela falta de ordem no sistema, como o caso dos 2 repórteres que terminaram mortos
após encontrarem materiais de campanha política dos responsáveis pelas milícias.
No sistema do turismo vemos situações semelhantes ao sistema do filme, já
que o turismo é um sistema aberto. Os principais atores do sistema do filme são como
os empresários e o poder público, que dão vida ao turismo e sem eles a atividade não
teria condições de ser executada. Não sendo estes os únicos atores do sistema pois
os profissionais da área precisam existir para fazer com que o sistema se desenvolva
e que seja coordenado de forma eficaz, não esquecendo assim da comunidade local
que por vezes é a que mais sofre nestas situações por muitos dos sistemas não serem
voltados para boas condições de vida desta população e por não permitir
participações nas decisões. No caso do filme a população das favelas era tida como
número e não como pessoas, a milícia diretamente ligada ao governo corrupto e a
polícia, nada funcionava em torno da educação e segurança da população, tudo girava
em torno de benefício próprio.
No filme pudemos notar que diante da falha no sistema, mesmo estes não
sendo atores principais do sistema ainda assim faziam parte, como os 2 repórteres já
citados anteriormente e o personagem Fraga que se aproveitou da situação que
esteve no presídio tentando negociar o rendimento dos criminosos do comando
vermelho, usando uma camisa com as palavras “direitos humanos” manchada de
sangue do Beirada, líder do comando vermelho assassinado no presídio Bangu I pelo
capitão André Mathias. estes atores no turismo que também fazem parte do sistema
podem se prejudicar, fortemente em caso de um sistema de funcionamento ineficaz.
Estes se caracterizam como vendedores de souvenirs por exemplo, dentre muitos
outros.
Percebemos que não adianta haver lei se ela não é cumprida. Não adianta ter
um sistema organizado na teoria se ele não é bem executado. Como foi narrado no
final do filme o sistema é maior do que pensamos e não é à toa que os traficantes,
policiais e miliciantes matam muitas pessoas na favela, não é à toa que existem as
favelas, não é à toa que existem tantos escândalos em Brasília onde entra governo e
sai governo mas a corrupção continua.
Não é apenas o governo que é o culpado das falhas neste sistema, assim como
não é apenas da população ou da polícia. Tudo funciona como um sistema e se este
não for bem executado por todas as partes, ele não fluirá. No turismo também é assim,
a atividade não está apenas nas mãos do poder público e/ou privado, ou dos
profissionais da área, nem mesmo da população local, é necessário a efetivação de
todos de forma adequada ao sistema para que este tenha um bom desenvolvimento.