Análise do Mercado do Aço - 2014 SICETEL

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SICETELSindicato Nacional da Indústria de Trefilaçãoe Laminação de Metais FerrososSede: Av. Paulista, 1313 - 7º andar - conj. 701São Paulo/SP - Brasil CEP: 01311-923 Telefone: (11) 3285-3522 E-mail: [email protected]: www.sicetel.org.br

ELABORAÇÃOGerência Executiva:Walter Antonio RomanoDepartamento de Economia e Estatística:José Reinaldo LourençoDepartamento de Comunicação e Marketing: Fernanda Ottoni - MTB: 21738Projeto Gráfico:VERELO Comunicação

ANÁLISE DO MERCADO DO AÇO 2014

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Neste ano em que o SICETEL - Sindicato Nacional da Indústria de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos - comemora os seus 80 anos de existência, é com muita satisfação que apresentamos ao público leitor este novo trabalho estatístico elaborado pelo nosso Departamento de Economia, re-tratando o comportamento do mercado produtor e consumidor de aços laminados planos e longos e dos produtos derivados do aço, representados pelo Sindicato, no decorrer do ano de 2013.

Temos a certeza de que esse estudo agregará uma excelente base de consulta para a análise e as deci-sões das empresas que militam nesse segmento industrial, uma vez que consolida minucioso trabalho de pesquisa nas mais diversas fontes de informações disponíveis nesse mercado.

Não obstante os números apresentados, não podemos deixar de insistir na visão qualitativa e pragmá-tica que a Diretoria do SICETEL tem em relação à cadeia produtiva dos materiais enfocados, sistemati-camente tratada como se fosse constituída de elos industriais independentes, cujas decisões pontuais do Governo em nada afetasse os seus segmentos a montante ou a jusante.

No Brasil, a visão de “cadeia produtiva” não é muito clara; preocupamo-nos somente com o sucesso do nosso empreendimento, não nos preocupando com a proteção e desempenho dos nossos fornecedo-res e clientes, como se isso não afetasse diretamente o nosso próprio negócio.

Fazendo o mea culpa, temos ainda uma visão muito diferente da visão oriental de “cadeia produtiva”, cujos exemplos mais significativos estão no desempenho industrial do Japão, da Coréia do Sul e da China.

Falta-nos, sim, uma clara definição de política industrial consistente e de longo prazo, que defenda e fortaleça essa cadeia produtiva como um todo, fazendo com que as indústrias que atuam em cada elo que a compõe cresçam e se perpetuem nesse mercado.

Deixando de lado o consenso de que a apreciação do câmbio é um dos fatores responsáveis pela falta de competitividade da indústria brasileira, é mister e urgente que o Governo lance olhares para a necessidade de políticas voltadas à desoneração fiscal e dos investimentos produtivos, além da defesa uniforme das cadeias produtivas, especialmente em relação à estrutura hierárqui-ca das alíquotas do Imposto de Importação que, no nosso setor industrial, não são compatíveis com a agregação de valor de cada elo.

Em resumo, as políticas de defesa comercial, de crédito e de desonerações fiscais devem ser concebi-das sempre dentro do conceito de “cadeia produtiva” e permear todos os seus elos.

No mais, desejamos uma boa leitura a todos.

Daniele Pestelli

PALAVRA DO PRESIDENTE

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Siderurgia MundialProdução Mundial de Aço Bruto 06Produção Mundial por País 07Principais Produtores Mundiais 08Produção de Aço Bruto na America Latina 09Consumo Per Capita de Aço Bruto - 2013 09

Siderurgia Brasileira Produção Brasileira de Aço Bruto 12Produção de Aço Bruto por Estado 12Produção de Aço Bruto por Empresa 13Produção de Produto Acabado para Venda 13Consumo Aparente de Aço para Venda 14Consumo Aparente de Planos 14Consumo Aparente de Longos 15Consumo Aparente de Semi Acabados 15Evolução das Vendas por Setor 16Distribuição Setorial das Vendas - 2013 16Comércio Exterior de Produtos Siderúrgicos 17Comércio Exterior de Semi Acabados 18Comércio Exterior de Planos e Longos 18Comércio Exterior de Planos 19Comércio Exterior de Longos 19

SICETELVolume de Aço processado pelo SICETEL 22Evolução da Participação do SICETEL 23Evolução do Volume de Longos 24Participação no Consumo de Longos 24Evolução do Volume de Planos 25Participação no Consumo de Planos 25Comércio Exterior de Aço - SICETEL 26Comércio Exterior de Planos - SICETEL 27Comércio Exterior de Longos - SICETEL 27Considerações Finais 28

ÍNDICE

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• A produção mundial de aço cresceu 3,1% em 2013 em relação a 2012; nos últimos 5 anos o crescimento foi de 19,8%.• Segundo informações da WSA - World Steel Association - , existe hoje no mundo um excedente de capacida-de de produção de aço de mais de 600 milhões de toneladas, e este excedente deverá aumentar nos próximos dois anos. • A capacidade instalada atual atenderia a deman-da global dos próximos cinco anos se considerar-mos as taxas de crescimento dos últimos anos. Alem disso, prevê-se que a oferta aumentará mais que a demanda nos próximos anos, o que deverá manter a pressão de baixa sobre os preços do aço, comprometendo a rentabilidade do setor. • O aumento da produção de aço nos próximos anos deverá manter aquecida a demanda por mi-nério de ferro; no entanto, a sustentação dos atu-ais níveis de preços , que são significativamente in-feriores aos níveis de dois anos atrás, dependera, logicamente, da velocidade e da manutenção dos investimentos previstos na mineração.

Produção Mundial de Aço Bruto

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• A China é o maior produtor mundial de aço, com 48,5% da produção global; a produção chinesa é quase sete vezes maior que a do Japão, segundo maior produtor mundial.• Em 2013, a produção chinesa cresceu 6,6% em relação ao ano anterior, mais do que o dobro do crescimento da produção mundial, que foi de 3,1%.• Nos últimos cinco anos, a produção chinesa au-mentou 52,2%, enquanto que a produção mundial cresceu apenas 19,8%; ou seja, a produção chine-sa cresceu a uma taxa media de 8,8% a.a contra o crescimento médio de 3,7 a.a. da produção do setor no mesmo período.• A China, nos últimos 10 anos, passou de maior importador de aço a maior produtor mundial, com um elevado excedente de capacidade insta-lada, capaz de desestabilizar o mercado mundial de produtos siderúrgicos.• A participação da China na produção mundial passou de 38,2% em 2008 para 48,5% em 2013, ganhando 10 pontos percentuais no mercado si-

derúrgico mundial.• Nessa mudança, a China transferiu a sua deman-da do aço para o minério, provocando um aumen-to da demanda com consequente aumento dos seus preços e uma pressão para baixo nos preços do aço, devido ao excedente de oferta.• As siderúrgicas ocidentais perderam o seu maior mercado e ganharam um concorrente de peso, com ativos atualizados, elevada escala, câmbio depreciado e uma forte participação do estado. Estima-se que mais de 50% da siderurgia chinesa seja estatal.• Como se trata de um estado comunista, com forte intervenção estatal na economia, os investi-mentos são feitos com base no planejamento de longo prazo do país.• Os investimentos na China são avaliados mais pela geração de emprego e de maior agregação de valor para a economia do país do que pela maximização do lucro de uma empresa ou de um setor isoladamente.

Produção Mundial por País

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• Entre as 10 maiores siderúrgicas do mundo, nove são asiáticas, das quais seis são chinesas, sem contar a ArcelorMittal, grupo indiano, que é a maior produtora mundial e tem fábricas em todo o mundo, inclusive no sudeste asiático.• A siderurgia ocidental, acostumada a atuar em ambientes de economia de mercado em sistemas capitalistas, tem o enorme desafio de encontrar uma forma de ser competitiva, concorrendo com um player com forte participação do estado.• Essa concorrência é entre empresas ocidentais, onde a alocação de capital é feita com base na atratividade do capital de cada empresa isolada-mente, com empresas de países com forte plane-jamento centralizado, onde o resultado da cadeia é mais importante do que o de uma empresa ou de um elo da cadeia produtiva.• Talvez a maior ameaça para a siderurgia ociden-tal não esteja nas exportações diretas de aço da China, mas nas exportações indiretas de aço, atra-

vés de produtos da cadeia metal- mecânica prove-nientes do sudeste asiático.• Estudo do professor Germano Mendes de Paula, da Universidade Federal de Uberlândia, mostra que mais da metade do consumo per capita de aço da Coréia do Sul é resultante da exportação de produtos que contêm aço.• A Coréia do Sul tem o maior consumo per capita de aço do mundo - 1.101 kg/hab., enquanto que o Brasil tem um consumo de 146 kg/hab. • Na América Latina, a produção de aço em 2013 manteve-se estável em relação ao ano anterior. Nos últimos anos, a produção de aço na região se manteve estagnada em torno de 60 a 70 milhões de toneladas/ano.• O Brasil é disparado o maior produtor da região, com mais de 50% da produção, representando qua-se o dobro do segundo produtor que é o México. • O Grupo Gerdau, brasileiro, é o décimo sexto produtor mundial de aço.

Principais Produtores Mundiais

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Produção de Aço Bruto na America Latina

Consumo Per Capita de Aço Bruto - 2013

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Produção Brasileira de Aço Bruto por Estado

• A produção brasileira em 2013 caiu 1% em relação a 2012; mesmo assim, o País se manteve como o 9º produtor mundial. • Na ultima década a produção brasileira ficou es-tagnada entre 33 e 35 milhões de toneladas/ ano e a participação do Brasil na produção mundial de aço bruto caiu de 3% para 2,1%. • No mesmo período, houve uma grande transfe-rência de margem da siderurgia para o setor de mineração, o que levou as siderúrgicas a prioriza-rem os investimentos na verticalização (produção própria de minério de ferro), em detrimento dos investimentos em aumento de capacidade. • A baixa rentabilidade do setor siderúrgico alia-da ao crescente excedente de capacidade, tanto interna quanto externamente, tem inibido e/ou postergado investimentos do setor no Brasil.• O mais recente e importante movimento no se-tor foram as entradas da Gerdau no segmento de planos e da CSN no segmento de longos.• O estado de Minas Gerais continua sendo o maior produtor brasileiro de aço, com 34% de par-ticipação, seguido pelo Rio de Janeiro com 30%.

Produção Brasileira de Aço Bruto

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• O volume de produto acabado para venda no Brasil em 2013 manteve-se estável em torno de 33 milhões de toneladas, nível ligeiramente superior ao atingido antes da crise econômica de 2008.• Em 2013, o segmento de longos cresceu 4%, o de planos 1% e o de semiacabados caiu 10% em relação a 2012.• O projeto da CSA foi o maior investimento do setor siderúrgico nos últimos anos e visava a pro-dução de placas para exportação às empresas do grupo Thyssen nos EUA e na Europa.• O projeto aumentou a capacidade de produção de aço bruto do Brasil em 15%, mas a produção de semiacabados em 2013 caiu 10% em relação a 2012, devido a redução das exportações de placas da ArcelorMittal Tubarão.• A produção de semiacabados em 2013 ficou no mesmo nível de 2008, quando não havia a planta da CSA.• Os investimentos da Gerdau em planos e da CSN em longos não resultou em aumento da capacidade de aço bruto. Os investimentos foram na laminação.

Produção de Aço Bruto por Empresa

Produção de Produto Acabado para Venda

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• O consumo aparente de aço acabado para venda em 2013 cresceu 4,9% em relação a 2012, com au-mento da produção de 5,5%.• As exportações reduziram 17,5% e as importa-ções diretas recuaram 1,2% em 2013 em relação ao ano anterior, mas no mesmo período as impor-tações indiretas cresceram 17,9%.• A participação das importações diretas no consu-mo aparente foi de 13,7% em 2013, ligeiramente menor do que 2012. Mesmo assim, ainda é muito superior aos 7,4% registrados em 2007.• Atualmente, a maior ameaça às siderúrgicas na-cionais está na crescente importação indireta de aço contido nas importações de máquinas e equi-pamentos, veículos e autopeças, entre outros.• O volume das importações direta e indireta de aço em 2013 atingiu 9,2 milhões de toneladas, superan-do a produção da maior usina em operação no País, segundo informações do Instituto Aço Brasil.

• O consumo aparente de aços planos cresceu 4,1% em 2013 em relação ao ano anterior, e as vendas das siderúrgicas nacionais no mercado in-terno subiram 6,9%.• As exportações caíram 22% e as importações 10,4% em relação ao ano anterior.• O setor de planos é o mais afetado pelas impor-tações de produtos siderúrgicos, seja por via dire-ta ou indireta.• As importações diretas representaram 14,5% do consumo aparente do ano passado. Embora te-nham apresentado uma redução de 2 pontos per-centuais no “import penetration” de 2012, este é ainda muito superior aos 8% de 2007.• O único investimento para aumento de capacida-de de produção nesse setor é o do grupo Gerdau, para produção de chapa grossa e bobinas laminadas a quente na usina da Açominas em Minas Gerais. • Atualmente, o Grupo Usiminas é o único produ-tor nacional de chapa grossa.• Nos últimos anos, as siderúrgicas passaram a priorizar os investimentos para a produção própria de minério de ferro.

Consumo Aparente de Planos

Consumo Aparente de Aço para Venda

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• O consumo aparente de longos cresceu 3,9% e as vendas das siderúrgicas nacionais no mercado interno cresceram 3,7% em 2013 em relação ao ano anterior.• No ano passado as exportações de longos cresce-ram 13,8% e as importações 28,3%. • A participação das importações no consumo apa-rente de 2013 foi de 14,5%, contra 11,7% em 2012 e 4,6% em 2007.• As perspectivas para esse setor são promissoras devido aos investimentos previstos para o térmi-no das obras da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016, além das obras do PAC e do programa Minha Casa Minha Vida.• Os grupos Gerdau e Votorantim realizaram re-centemente investimentos para aumento de sua capacidade produção.• A CSN é o novo player deste mercado com inves-timento em uma linha de produção de longos na sua usina de Volta redonda.

Consumo Aparente de Longos

Consumo Aparente de Semi Acabados

• No Brasil esse é um produto típico de exporta-ção. O consumo aparente representa aproximada-mente 10% da produção nacional.• O consumo aparente em 2013 cresceu 5,4% em relação a 2012, mas as exportações caíram 20% no mesmo período.• A queda nas exportações de placas foi ocasiona-da pela drástica redução da produção da Arcelor-Mittal Tubarão, devido a baixa rentabilidade desse produto no mercado internacional.• A entrada da CSA no mercado não resultou em aumento da produção nacional de placas. A sua produção compensou a redução da produção da ArcelorMittal Tubarão, até então o grande player do mercado.• A Vale, aparentemente, mantém em seu portfó-lio projetos de novas plantas para produção de placas, mas apenas o projeto do Ceará, em asso-ciação com a Donkuk e a Baosteel, tem alguma chance de prosperar.• A Vale tem perdido participação no abasteci-mento do mercado doméstico de minério de ferro, em função da verticalização das siderúrgicas.

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Evolução das Vendas por Setor

Distribuição Setorial das Vendas - 2013

• O SICETEL - Sindicato Nacional das Industrias de Tre-filação e Laminação de Metais Ferrosos, congrega os produtores de aços trefilados (arames e barras), rela-minados (tiras e fitas), perfis e artefatos de arames.• É a primeira etapa a jusante da siderurgia na ca-deia metal-mecânica, que tem na indústria auto-mobilística a última etapa da cadeia e a siderurgia com a primeira.• Isoladamente, o SICETEL processa 14% das ven-das internas das siderúrgicas.• O setor da construção civil consumiu diretamen-te 18% das vendas das siderúrgicas no mercado doméstico.• A indústria automobilística absorve 32% das vendas das siderúrgicas, considerando as com-pras diretas das montadoras e dos setores saté-lites como as autopeças, o SICETEL e as forjarias.• O setor da distribuição é o canal para escoamen-to de 31% das vendas das siderúrgicas brasileiras.• Em relação 2012, as vendas das siderúrgicas brasileiras em 2013 cresceram 5% na construção civil, 12% nas autopeças, 10% no setor de Bens de Capital e 8% para o seu canal de distribuição. Os demais setores mantiveram-se estáveis ou apre-sentaram pequenas variações.

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Comércio Exterior de Produtos Siderúrgicos

• O saldo comercial dos produtos siderúrgicos em 2013 caiu 26,1% em toneladas e 57,8% em dóla-res, em relação a 2012. Em relação a 2008, a que-da foi de 32,8% em toneladas e 76,4% em dólares.• As importações de aço em 2013 cairam 2,1% em toneladas e ficaram estáveis em relação ao ano anterior em dólares, mas aumentaram 39,5% em toneladas e 22,3% em dólares, em relação a 2008.• As exportações em 2013 caíram 16,8% em to-neladas e 20,1% em dólares sobre o ano anterior; em relação a 2008, a queda foi de 11,9% em tone-ladas e de 30,8% em dólares.• O superávit comercial dos produtos siderúrgicos é, em sua totalidade, originário das exportações de semi acabados; o superávit de semi acabados compensa os déficits dos produtos longos e dos produtos planos. • Até mesmo dentro dos produtos siderúrgicos as exportações brasileiras estão concentradas nas li-

nhas de produtos de menor valor agregado.• As exportações de semi acabados de 2013 em toneladas caíram 20,5% em relação a 2012 e 6,9% em relação a 2008. Em dólares, as exportações de 2013 caíram 30,0% em relação ao ano anterior e 32,3% em relação a 2008.• As variações do superávit comercial são seme-lhantes às variações das exportações de semi aca-bados. Trata-se de um produto típico de expor-tação e as vendas domesticas e as importações desses produtos são desprezíveis.• A CSA – Cia Siderúrgica do Atlântico entrou em operação em 2011 com capacidade insta-lada de 5 milhões de toneladas; entretanto, as exportações deste produto em 2013 foram in-feriores às do ano de 2008, quando não existia esta planta. A ArcelorMittal Tubarão, tradicio-nal player desse segmento, suspendeu as suas exportações a partir de 2012.

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Comércio Exterior de Semi Acabados

Comércio Exterior de Planos e Longos• O déficit comercial de produtos planos em 2013 subiu para 395 mil toneladas, equivalente a 480 milhões de dólares. Esse déficit reduziu-se nos úl-timos 2 anos após atingir o pico em 2010 com 1,7 milhões de toneladas, o equivalente a 1,4 bilhão de dólares.• O Brasil passou de um superávit de 2 milhões de to-nelada e o equivalente a 1,6 bilhões de dólares em 2007 para um déficit de 395 mil toneladas em 2013.• As importações de planos em 2013 tiveram uma redução de 7% em relação ao ano anterior, mas cresceram 25,5% em relação a 2008.• As exportações em 2013 caíram 23,2% em to-neladas e 27,3% em dólares sobre o ano anterior, mas, em relação a 2008, a queda foi de 11,6% em toneladas e de 35,9% em dólares.

• O setor de longos apresentou em 2013 um défi-cit comercial de 80 mil toneladas, o equivalente a 129 milhões de dólares.• As importações de longos em 2013 aumentaram 1,5% em toneladas e reduziram 1,6%% em dólares em relação a 2012; em relação a 2008, o aumento foi de 93,2% em toneladas e 51,9% em dólares.• As exportações em 2013 subiram 220,9% em to-neladas e 17,2% em dólares sobre o ano anterior, mas, em relação a 2008, a queda foi de 19,6% em toneladas e 11,4% em dólares.• Em 6 anos, o Brasil passou de exportador de aço para importador, e, o mais preocupante, é que os números acima refletem apenas as importações diretas, sendo que as importações indiretas são 50% maiores.

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Comércio Exterior de Planos

Comércio Exterior de Longos

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Volume de Aço Processado pelo SICETEL

SICETEL

• O SICETEL congrega as empresas fabricantes de produtos derivados do aço, tais como barras tre-filadas, arames, perfis, tiras e fitas relaminadas e diversos derivados de arames como telas me-tálicas, cabos e cordoalhas, correntes industrias, pregos, grampos e clipes, dentre outros.• O Sindicato tem cerca de 80 empresas associadas e representa cerca de 300 produtores, congregando em-presas independentes e siderúrgicas verticalizadas.

• Constitui-se no primeiro elo da cadeia metal-mecânica a jusante da Indústria siderúrgica e a montante da indústria automobilística.• Desdobra perto de 3 milhões de toneladas de aço/ano, sendo responsável pelo processamento de 14% do volume ofertado pelas siderúrgicas na-cionais ao mercado interno.• Faturamento anual superior a 5 bilhões de reais.• Emprega cerca de 35 mil trabalhadores diretos.

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Evolução da Participação do SICETEL

• O volume de aço processado pelas empresas do SICETEL cresceu 1,4% de 2012 para 2013. Em rela-ção a 2008, o crescimento foi de 2,1%.• A participação do SICETEL nas vendas das si-derúrgicas brasileiras oscilou entre 14 e 15% de 2008 a 2013.• Embora o SICETEL tenha mantido a sua parti-cipação nas vendas das siderúrgicas no período, as usinas nacionais perderam mercado para o aço importado. Portanto, as empresas do Sicetel perderam participação no consumo aparente do segmento. As importações diretas de aço passa-ram de 2,6 milhões de toneladas em 2008 para 3,7 milhões de toneladas em 2013.• Se considerarmos que, para cada tonelada de aço importada diretamente, outras uma e meia toneladas são importadas indiretamente através de produtos da industria automobilística, máqui-nas e equipamentos e outros, a perda de oportu-

nidade de negócios do segmento é muito grande.• As importações diretas de aço de 2011, 2012 e 2013 apresentaram uma grande redução em rela-ção ao pico de 2010. No entanto, as importações indiretas tem crescido a cada ano e atingiram em 2013 o montante de 5,6 milhões de toneladas.• O Sindicato tem atuado junto aos órgãos gover-namentais, em sintonia com as siderúrgicas e com as demais Entidades representativas da cadeia metal-mecânica em defesa da produção nacional. • No segmento de longos, a participação das empresas do SICETEL atingiu 25,2% em 2013; no período de 2008 a 2013 a participação oscilou entre 23 e 25%.• No segmento de planos, houve uma queda de 42% na participação do Sindicato, passando de 8,1% em 2008 para 4,7% em 2013. Após uma li-geira recuperação em 2012 em relação a 2011, no ano passado a participação caiu 27%.

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Evolução do Volume de Longos Participação no Consumo de Longos

• O volume de aços longos de produção nacional processado pelo SICETEL cresceu 8,4% em 2013 em relação a 2012 e 22,7% em relação a 2008.• Todos os sub segmentos de longos aumentaram o volume processado em 2013 em relação a 2012; o crescimento variou dos 6,3% das usinas integra-das aos 11,8% das trefilarias de arames indepen-dentes. As trefilarias de barras cresceram 10% e os derivados de arames 8,3%. • Quando analisamos o volume de aços longos processado em 2013, comparativamente com

2008, vemos que as trefilarias de barras foram as únicas que apresentaram queda no volume processado no período. Os sub segmentos de derivados de arames se mantiveram estáveis e as trefilarias de arames independentes e as tre-filarias integradas aumentaram 12,6% e 33,0%, respectivamente.• As trefilarias integradas são responsáveis por 59% do volume de longos processados pelo SICETEL, as trefilarias independentes por 37% e os outros segmentos por 4%.

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Evolução do Volume de Planos Participação no Consumo de Planos

• O volume de aços planos processado pelo setor em 2013 caiu 21,1% em relação ao ano de 2012 e 41,7% em relação ao volume de 2008.• O segmento de relaminação processou, em 2013, um volume 11,0% menor que 2012, e 32,8% abaixo de 2008.• O segmento de perfis apresentou, em 2013, uma queda de 78,3% em relação a 2012 e ficou

87,2% abaixo do volume de 2008.• O segmento de reprocessadores de aços magné-ticos, em 2013, processou volumes 12,5% meno-res que 2012, mas 34,6% maiores que 2008.• O segmento de relaminação é responsável por 90% do aço plano processado pelo SICETEL, o segmento de perfis por 4% e os reprocessado-res por 6%.

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Comércio Exterior do Aço - SICETEL

• O grupo de produtos fabricados pelas empresas associadas do SICETEL vem apresentando um déficit comercial nos últimos 6 anos; passou de um déficit de 25,2 milhões em 2008 para um déficit de 492,0 mi-lhões em 2013. Em toneladas, passou de um superávit de 50 mil em 2008 para um déficit de 260 mil em 2013.• Em dólares, as importações em 2013 caíram 4,2% em relação a 2012 mas, em peso, a queda foi de 3,5%. Em relação a 2008, o aumento das importa-ções em dólares foi de 32,9% e, em peso, o cresci-mento atingiu 62,3% no mesmo período.• AS exportações do setor em 2013 caíram 6,7% em relação a 2012 em dólares e, em peso, subiu 1,9% Em relação a 2008, a queda em dólares foi de 38,5% e, em peso, foi de 29,2%.• Os produtos reprocessados de aço plano registra-ram em 2013 um déficit comercial de 126,3 milhões de dólares, equivalente a 43 mil toneladas, enquan-to que em 2008 obtinha um superávit de 1,1 milhões de dólares, equivalentes a 104 mil toneladas.• As importações em 2013, em toneladas, caíram 21,7% em relação a 2012, e, em dólares, a queda foi

de 14,5%. Em relação a 2008, as importações cresce-ram 67,3% em toneladas e 9,6% em dólares.• As exportações em 2013 cresceram 17,5% em relação a 2012 em toneladas, e 9,5% em dólares. Em relação a 2007, as exportações caíram 34,1% em peso e 40,9% em dólares.• O déficit comercial dos produtos reprocessados de longos em 2013 foi de 365,6 milhões de dólares, equivalente a 217 mil toneladas; em 2008, esse seg-mento tinha um déficit de 26,2 milhões de dólares, equivalente a 50 mil toneladas.• Em 2013, as importações em toneladas cresceram 9,9% em relação a 2012; em dólares; o aumento foi de 1,3%. Em relação a 2008; as importações cresce-ram 59,7% em toneladas e 47,0% em dólares.• As exportações em peso em 2013 caíram 11,1% em relação a 2012, e, em dólares, a queda foi de 14,4%. Em relação a 2008, as exportações caíram 22,9% em peso e 37,0% em dólares.• A deterioração do saldo comercial do setor reflete a forte perda de competitividade da cadeia metal-mecânica desde a crise internacional de 2008.

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Análise do Mercado do Aço - 2014 SICETEL

Comércio Exterior de Planos - SICETEL

Comércio Exterior de Longos - SICETEL

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Considerações finais

• O mercado mundial de aço deverá conviver nos próximos anos com um crescente excedente de ca-pacidade de produção, que atualmente é de 600 mi-lhões de toneladas/ano. Esse excedente dificultará a recuperação dos preços do aço, comprometendo a rentabilidade do setor.• O mercado de minério de ferro deverá permane-cer aquecido, mantendo elevados os preços desse insumo, embora em níveis inferiores ao pico de 2011, pressionando os custos das siderúrgicas.• Segundo fontes do setor de mineração, o custo de produção de minério de ferro da China gira em torno de 100 dólares por tonelada, e representaria um piso para o seu no mercado internacional. Se o preço cair abaixo deste patamar, a China reduziria a produção própria, aumentando as importações e pressionando o preço para cima.• O Brasil detém as maiores reservas de minério de ferro do mundo, com elevada qualidade e com baixo custo de produção.• As siderúrgicas estão utilizando recursos que po-deriam ser investidos no aumento da capacidade de produção e na modernização do parque, para inves-tir na atividade de mineração, para garantir a sua so-brevivência e uma rentabilidade adequada.• Existe um consenso entre os principais econo-mistas brasileiros de que o câmbio é o principal responsável pela não competitividade da indústria brasileira e coloca o Brasil como um País caro para viver e produzir.• Nos últimos anos, o Brasil teve uma inflação de 5 a 6% ao ano e a taxa de cambio não teve desvalori-zação equivalente; muito pelo contrario, em vários períodos houve uma apreciação do real em relação às principais moedas.• O aumento dos custos internos, aliado a apreciação da taxa de câmbio, tem ocasionado a perda de com-petitividade da indústria brasileira, gerando aumento das importações e queda nas nossas exportações.• Movimento semelhante ocorreu em toda a cadeia metal-mecânica, incluindo os fabricantes de máqui-nas e equipamentos.• O setor siderúrgico, em 2013, trabalhou com uma taxa de ocupação de 70% da capacidade instalada, mesmo exportando 30% da sua produção. • Segundo informações do IABr- Instituto Aço Brasil, o Brasil importou em 2013, direta ou indiretamente, quase nove milhões de toneladas de aço. Esse vo-lume viabilizaria duas novas plantas siderúrgicas de grande porte.• A importação de produtos é importante para gerar competição entre a indústria nacional e a estrangei-ra e para absorver choques de demandas, enquanto

se investe para aumentar a oferta local, mas a im-portação continuada com preços deprimidos poderá levar à estagnação da produção local.• O governo brasileiro parece empenhado em de-fender sua indústria contra importações predató-rias, mas é preciso seja sempre observado o concei-to de “cadeia produtiva”.• A exigência de índice de conteúdo nacional para a indústria automobilística deve levar em conta toda a cadeia a montante dessa industria; não po-demos cair no erro de medir o índice de nacio-nalização somente nas compras das montadoras. Se assim for, os sistemistas poderiam importar as peças e componentes e as montadoras atingiriam o índice necessário. • Devemos estender o conceito de conteúdo local para todas as outras cadeias produtivas, mas sem-pre observando o principio de defender a cadeia como um todo, e não apenas elos específicos de uma mesma cadeia. • Da mesma forma, mas na ponta contrária, deve-mos utilizar o conceito de “cadeia produtiva” nas análises de solicitações de proteção de qualquer elo da cadeia metal-mecânica, tais como a imposição de direitos antidumping ou aumento do Imposto de Importação. Medidas governamentais contrárias às importações de aço podem ser justas, mas poderão inviabilizar toda a cadeia à frente, que use esse pro-duto como matéria-prima.• A intervenção do Governo, quando feita de forma tópica num elo da cadeia, sem analisar os reflexos dessa intervenção ao longo da cadeia, poderá sim-plesmente deslocar essa importação para produtos dos elos seguintes da cadeia, e produzir mais danos que os possíveis danos que tenta neutralizar. • Uma cadeia produtiva só é competitiva se todos os elos dessa cadeia forem competitivos. A robustez de uma cadeia é como uma corrente de aço: ela é determinada pelo elo mais fraco da corrente. Não adianta termos muitos elos fortes e poderosos se na mesma cadeia tivermos alguns elos fracos. A cor-rente irá se romper e a cadeia não irá capturar toda a sua potencialidade de negócios.• O setor empresarial brasileiro não tem uma visão muito clara da importância da cadeia produtiva, e se tem não a pratica. Cada um está preocupado com o seu elo (produto), seu mercado, sua rentabilidade, sua proteção tarifária, etc., não se preocupando e não se solidarizando com os seus fornecedores e seus clientes. No curto prazo, pode fazer sentido, mas no longo prazo ele poderá não ter fornecedor local e nem cliente para comprar o seu produto. A importação de um produto do seu cliente é tão

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Análise do Mercado do Aço - 2014 SICETEL

Considerações finais

perniciosa quanto à importação do produto que a sua empresa fabrica. Apenas, a importação do pri-meiro demora mais para ser percebida.• Os países asiáticos, que nos últimos 40 anos se tornaram o grande sucesso industrial, tem uma vi-são e uma atuação equilibrada da cadeia produti-va, buscando sempre a produção e exportação de maior valor agregado.• Esse modelo começou na década de 70 com os japoneses, que foram sucedidos pelos coreanos e mais recentemente pelos chineses. Na era japone-sa, eram as grandes tradings japonesas que coorde-navam a atuação das cadeias produtivas japonesas: vendiam, e financiavam tanto os produtores japone-ses quanto os seus clientes pelo mundo a fora.• Os coreanos se desenvolveram industrialmente e internacionalmente com forte participação de seus conglomerados, os “Chaebols”, que permeavam toda a cadeia produtiva com empresas próprias ou com participações acionárias ao longo de toda a cadeia e, com isso, coordenavam e controlavam as cadeias produtivas.• A China é a máquina de produção do mundo atu-al, que além de toda a expertise absorvida de seus vizinhos, tem uma forte interferência estatal e um enorme contingente de mão de obra a ser absorvi-do pelo setor industrial, com uma moeda mantida desvalorizada e uma política agressiva de expor-tação, focada na agregação de valor ao longo da cadeia produtiva. Os famosos rebates na exporta-ção variam de acordo com a agregação de valor ao produto ao longo da cadeia: quanto maior o valor agregado, maior é o rebate.• Enquanto as empresas do mundo ocidental são avaliadas apenas pelo seu EBTDA e pela criação de valor para os seus acionistas no curto prazo, as em-presas orientais, além destes objetivos, valorizam também a solidez dos seus parceiros na cadeia pro-dutiva - fornecedores e clientes - no longo prazo. Para o governo chinês, é mais importante a geração de riqueza e de emprego para sua população do que o lucro em um determinado elo da cadeia. O que se procura maximizar é o somatório dos ganhos da cadeia e não o ganho de alguns elos.• Qualquer política de defesa comercial da indús-tria de transformação deve pressupor uma prote-ção equilibrada ao longo da cadeia produtiva. O Imposto de Importação deve ter acréscimos com-patíveis com a agregação de valor de cada elo. Quanto mais valor agregado, maior o percentual do Imposto de Importação. A cadeia metal mecâ-nica ligada à indústria automotiva tem a seguinte estrutura do imposto de importação:

- Insumos básicos: minério de ferro (2%) e carvão (zero)- Fabricantes de aço: aços planos e longos, lamina-dos a frio e a quente (12 e 14%)- Processadores de aço: forjaria (14 a 16%); tubos (14 a 16%); trefilarias (12 a 14%); relaminação (12 a 14%); estamparia (14 a 18%).- Autopeças – peças, conjuntos, subconjuntos e sis-temas (14 a 18%).- Montadoras: veículos (35%).• A estrutura acima mostra que a maior proteção está no inicio e no final da cadeia, e uma proteção desproporcionalmente menor nas etapas interme-diarias da cadeia.• Entre o aço - matéria prima para fabricação de peças e componentes do automóvel - e as peças e compo-nentes fornecidos às montadoras temos seis pontos percentuais de acréscimo no Imposto de Importa-ção, e entre as peças e o veiculo montado temos um acréscimo de 17 pontos percentuais nesse imposto.• Além desta distorção, o programa INOVAR-AUTO prevê um beneficio de mais 30 pontos percentuais de proteção para os veículos nacionais contra os concorrentes importados: ou seja, um acréscimo no custo de importação travestido de IPI. • A exigência de conteúdo local prevista no progra-ma obriga a compra de parte das peças e compo-nentes da indústria nacional. É importante e muito bem vinda, mas devemos distribuir melhor essa pro-teção, para que a indústria intermediaria tenha uma rentabilidade adequada e uma geração de caixa que permita que ela faça os investimentos necessários para atender o aumento da demanda e dos ganhos de eficiência e produtividade do programa, sem de-pender tanto de financiamento público.• Segundo os economistas, hoje a taxa de câmbio ainda está valorizada em torno de 30% - coinciden-temente o mesmo percentual da proteção adicional concedida às montadoras pelo programa INOVAR-AUTO. Ou seja, só as montadoras estão trabalhando com uma taxa de câmbio de equilíbrio. Além do seu produto ter a proteção de uma taxa 30% maior, o seu imposto de importação é o dobro do imposto das suas matérias primas. A proteção desequilibrada dos elos de uma cadeia produtiva poderá se mostrar inútil como defesa da indústria brasileira e, simplesmente, deslocar as importações de um elo para outro. Tradu-zindo, reduzimos a importação de automóveis, mas aumentamos as importações de peças e de transfor-mados de aço. Em outras palavras, aumentamos os custos para os consumidores de automóveis e os lu-cros das montadoras, mas não defendemos a indús-tria de transformação como um todo.

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Considerações finais

• Entendemos que deveríamos distribuir melhor os acréscimos do imposto importação ao longo da ca-deia, respeitando os limites da OMC, entre os 12% do aço e os 35% do automóvel, para os elos da ca-deia entre as siderúrgicas e as montadoras.• Os setores intermediários só vão fazer novos in-vestimentos em aumento de produção, ganhos de eficiência e em inovação se esse capital novo a ser investido tiver uma remuneração adequada. Caso contrário, ele vai explorar ao máximo o investimen-to antigo, mas não vai colocar dinheiro novo no seu negócio, seja ele próprio ou de terceiro. • Outro ponto importante para o fortalecimento da indústria nacional é o custo dos financiamentos para investimentos que, no Brasil, são muito mais eleva-dos do que no exterior, apesar do crédito subsidia-do pelo BNDES, que vem sendo alvo de criticas de consultores ligados ao setor financeiro e de parte da imprensa especializada. • Podemos discutir se a capitalização do BNDES foi feita da forma adequada, se deveria ter sido feita de outra maneira, mas não deveríamos abrir mão de que o BNDES tenha recursos suficientes para finan-ciar as cadeias produtivas e com o menor custo pos-sível. Conceder crédito subsidiado num país onde as taxas de juros são escorchantes, pode não interessar aos banqueiros, mas é essencial para o setor indus-trial, pois apesar de subsidiado, o custo no Brasil é ainda muito maior do que no exterior. Devemos dis-cutir as prioridades de tal crédito. Entendemos que ao invés de escolher campeões deveríamos direcio-nar estes créditos para as cadeias produtivas que o país pretende fortalecer.• O mesmo raciocínio deveria ser feito para as deso-nerações fiscais que foram executadas de maneira pouco discutida ao longo dos últimos anos, mas que são importantes para a competitividade da indústria

nacional. Deveríamos concentrar as desonerações nos produtos “tradables” e mais especificamente em produtos das cadeias produtivas que tem poten-cial de competitividade internacional que o Brasil quer defender e desenvolver.• O Reintegra, programa de incentivo às exportações recentemente prorrogado, no nosso entender deve-ria ser mais agressivo, com maiores taxas de reba-tes, mas dentro de uma visão de cadeia produtiva: quanto maior o valor agregado, maior o percentual de reembolso. Não tem sentido dar o mesmo per-centual para exportações de produtos primários e para exportação de produtos que sofrem maior pro-cessamento no País e que com isso agregam mais valor, mais emprego.• Temos que ter em mente que o recurso é limitado. Pode ser muito simpático dizer que as desonerações deveriam ser horizontais ou gerais, mas temos que ter em mente que a ciência econômica só existe por-que existe escassez e por isso deveríamos priorizar os produtos que sofrem concorrência do produto importado. • Desonerar produto que não sofre concorrência de importação só vai gerar aumento do lucro para a empresa produtora, porque num mercado de preço livre e sem concorrência, o preço máximo é o que o mercado está disposto a pagar: não tem nada a ver com o custo ou com o nível de imposto.• Enfim, as políticas de defesa comercial, de credito e as desonerações fiscais devem ser concebidas den-tro do conceito de cadeia produtiva e permear toda essa cadeia. O Brasil não pode ter a pretensão de achar que pode ter uma indústria tão diversificada num ambiente de economia mais aberta. Devemos analisar que cadeias que podemos ter diferenciais competitivos e para estas garantir condições isonô-micas com os concorrentes internacionais.

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Diretoria SICETELDiretoria do SICETEL - Mandato 2011/2015

PresidenteDaniele Pestelli

Fitas Indústria e Tecnologia S/A

Vice-PresidenteRicardo Martins

Grampofix Ind. e Com. Ltda

Vice-PresidenteEcidir Dias Taverneiro

Newport Steel Indústria e Comércio Ltda

Vice-PresidenteNildo Masini

Ipiranga Aços Especiais S/A

Diretor 1º SecretárioTell Fausto Ferrão

Cosinox Ind. e Com. Ltda

Diretor 2º SecretárioMauro Isaac Aisemberg

Soma Soluções Magnéticas

Diretor 1º TesoureiroAguinaldo Cavalcante Cajaíba

Engemet Metalurgia e Comércio Ltda.

Diretor 2º TesoureiroJoão Carlos Minello

CNS Central Núcleos Siliciosos Ltda.

Diretores

Biágio Di MartinoDi Martino Indústrias Metalúrgicas Ltda.

Eduardo de Almeida Prado TassinariMorlan S/A.

Eduardo Sampaio RamosMensan Metalúrgica Ltda.

Flávio Noal BergaminGerdau Aços Longos S/A

Henrique Morais de AlmeidaBelgo Bekaert Arames

João Henrique MartinJotaeme Fitafer Metalúrgica Ltda.

Piero AbbondiBrasmetal Waelzholz S/A Ind. e Com.

Sérgio ChodikEletro Luminar Ind. e Com. Ltda.

Conselho Fiscal Efetivo

José Francisco de AraújoAços Caporal Ind. e Com. Ltda.

Roberto BevilacquaFitas de Aço MCM Ltda.

Roberto Milhomem MartinsBelgo Bekaert Arames

Conselho Fiscal Suplentes

Fernando Hugo Lopes de OliveiraMontepino Ltda

Paulo César MedinaBardella S/A Indústrias Mecânicas

Rodrigo de Almeida PradoMorlan S/A

DelegadosRepresentantes Junto à Federação das

Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP

EfetivosNildo Masini

Daniele Pestelli

SuplentesRicardo Martins

Ecidir Dias Taverneiro

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Relação de Empresas Associadas - SICETEL

A Bronzinox Telas Metálicas e Sintéticas LtdaACC Indústria de Artigos para Escritório S.AAços Caporal Indústria e Comércio LtdaAços Inbrafer LtdaAmerican Micro Steel LtdaAperam Inox Serviços Brasil LtdaArcelor Mittal Brasil S.A.Armco do Brasil S.A.ACZ Inox Comercial LtdaBacchi Indústria e Comércio LtdaBardella S.A – Indústrias MecânicasBelgo Bekaert Arames Ltda (Contagem)Belgo Bekaert Arames Ltda (Osasco)Belgo Bekaert Artef. de Arame Ltda (Vespasiano)Brasinox Aço Inoxidável LtdaBrasmetal Waelzholz S.A – Ind. e Com.Carbinox Indústria e Comércio LtdaCNS – Central de Núcleos Siliciosos LtdaComep Indústria e Comércio LtdaCosinox Indústria e Comércio LtdaD&D Manufatureira LtdaDi Martino – Indústrias Metalúrgicas LtdaDMV Brasil Indústria e Comércio LtdaEletro Luminar Indústria e Comércio LtdaEngemet Metalurgia e Comércio LtdaEquibrás Brasileira de Equip. e Laminados LtdaESAB Indústria e Comércio LtdaFábrica de Pregos Triângulo LtdaFitas de Aço M.C.M. LtdaFitas Indústria e Tecnologia S.A.Gerdau S.A.Giusti & Cia LtdaGrampofix Indústria e Comércio LtdaGranasa Minas Indústria e Comércio LtdaIara Indústria e Comércio LtdaIncotela Ind. Com. de Telas de Arame LtdaIndústria Metalúrgica Multiart LtdaIndústrias de Arame Paracambi Ltda

Indústrias de Telas Metálicas MM LtdaIpiranga Aços Especiais LtdaJotaeme-Fitafer Indústria Metalúrgica LtdaMaccaferri Gabiões do Brasil LtdaMangels Indústria e Comércio LtdaMensan Metalúrgica LtdaMetaltela Tecidos Metálicos LtdaMetalúrgica de Tubos de Precisão LtdaMetalúrgica Golin S.A.Metalúrgica Nhozinho LtdaMetisa – Metalúrgica Timboense S.A.Monteferro América Latina LtdaMontepino LtdaMorlan S.A.Morsing Cabos de Aço LtdaNewport Steel Indústria e Comércio LtdaNovametal do Brasil LtdaPerfilados Granado LtdaPronfinox Comércio e Importação LtdaRetinox Imp. e Exp. de Aços Inoxidáveis LtdaRud Correntes Industriais LtdaSandinox Com. Importação e Exportação LtdaSandvik do Brasil S.A. – Indústria e ComércioSerralgodão Comércio e Indústria LtdaSiderúrgica São Joaquim S.A.Signode Brasileira LtdaSiva Ind. e Com. de Artef de Arame e Aço LtdaSoma Soluções MagnéticasSuperfine Steel Aços Inoxidáveis LtdaTCA Tubos e Conexões de Aço LtdaTeciam Telas e Tecidos Metálicos LtdaTessin Indústria e Comércio LtdaTrefilação Aço Rag LtdaTubexpress Com. Imp. e Exp. LtdaUsina Metais LtdaVillares Metals S.A.Zampese Máquinas Ltda

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Análise do Mercado do Aço - 2014 SICETEL

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