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ANÁLISE DOS PROCESSOS DE
PREVISÃO DA DEMANDA E
PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO EM
UMA EMPRESA DE COSMÉTICOS
Paula Naves Silva (UFSCar )
Muris Lage Junior (UFSCar )
Esse estudo tem como tema central métodos de planejamento da
demanda quantitativos e qualitativos e métodos de desenvolvimento do
planejamento agregado. O objetivo é analisar os métodos atualmente
utilizados por uma empresa do setor de cosmméticos e comparar os
resultados com outros métodos propostos na literatura. O que motivou
o trabalho foi a dificuldade encontrada pela empresa em realizar tais
atividades após sua fusão com outra empresa, o que tem gerado
estoques excessivos de alguns produtos e falta de outros. O método de
pesquisa escolhido foi um estudo de caso. Primeiramente foram
realizadas entrevistas com o presidente da empresa e com gerentes da
produção. Em seguida foram coletados dados que complementaram o
processo de entendimento da atual situação da empresa. Esses dados
foram utilizados para analisar, segundo a literatura estudada, quais
métodos trariam melhores resultados para a empresa. Foi possível
chegar à conclusão de que o melhor método para prever as vendas
seria o da suavização exponencial de primeira ordem e que o melhor
método para elaborar o plano agregado seria o de utilizar a força de
trabalho constante não permitindo faltas, o que traria uma economia
de aproximadamente R$ 150 mil ao ano.
Palavras-chave: Previsão da demanda, Planejamento agregado, Setor
de cosméticos.
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
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1 Introdução
O processo de fusão de empresas nunca é simples e sempre requer muita adaptação por parte
das empresas envolvidas. Nessa adaptação, grande parte do Planejamento e Controle da
Produção precisa ser revisto e analisado.
O presente artigo apresente uma análise da previsão da demanda e do planejamento agregado
de uma empresa do setor de cosméticos, que recentemente passou por um processo de fusão.
O estudo foi motivado pela apresentação de problemas com a previsão da demanda e
planejamento da produção que têm gerando atrasos nas entregas e, ao mesmo tempo, estoques
elevados.
Portanto, o objetivo da pesquisa aqui apresentada é propor melhores formas de realização
tanto da previsão da demanda como do planejamento da produção das principais famílias de
produtos da empresa. Para isso, foram comparados métodos propostos na literatura com os
métodos atualmente utilizados pela empresa.
Os métodos de pesquisa adotados foram: revisão bibliográfica e estudo de caso. A estrutura
do trabalho é a que segue: na seção 2 é apresentada uma breve revisão bibliográfica dos
assuntos tratados neste trabalho. Na seção 3 os métodos de pesquisa são detalhados. Na seção
4 é apresentada as analises dos dados e, por fim, são feitas as conclusões na seção 5.
2 Revisão Bibliográfica
2.1 Planejamento da Demanda
As empresas têm dado cada vez mais importância ao planejamento da estratégia e levado em
consideração para tal planejamento as previsões de demanda. É necessário saber quanto a
empresa planeja vender de seus produtos ou serviços no futuro para que todos os outros
planejamentos (compras, financeiro, etc.) possam ser feitos (Moreira, 2011).
Para Produção, as previsões de longo prazo são utilizadas para elaborar estrategicamente o
plano de produção definindo os produtos, as instalações, os equipamentos e quais tipos de
mão-de-obra utilizar, as previsões de curto prazo são usadas para fazer o planejamento mestre
e a programação da produção (Tubino, 2000). Já o departamento de compras precisa da
previsão de demanda de curto e médio prazo para fazer todo o planejamento de compras da
empresa, garantindo assim que os insumos estejam lá quando forem necessários. Finalmente,
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o departamento financeiro necessita das previsões a longo prazo para fazer o controle de
capital da empresa e também para projetar o fluxo de caixa (Wanke, 2006).
Segundo Fernandes e Godinho Filho (2010), existem 5 passos fundamentais que compõe com
processo de previsão da demanda. O primeiro deles é a identificação do objetivo da previsão.
O segundo passo é selecionar uma abordagem de previsão levando em consideração se há ou
não dados, se existe a possibilidade de fazer a coleta desses dados, qual a natureza desses
dados (qualitativos ou quantitativos) e se existem ou não fatores causais que influenciam a
demanda. Caso os dados não existam ou eles sejam muito custosos ou difíceis de serem
conseguidos, opta-se por uma abordagem qualitativa. O terceiro passo do processo é fazer
método de previsão de acordo com a abordagem escolhida. Cada abordagem é composta de
diversos métodos com características diferentes e cabe ao manipulador do modelo a escolha
mais adequada. Depois de feitas todas essas escolhas, é preciso aplicar o modelo em si e como
quinto e último passo é necessário monitorar, interpretar e atualizar o modelo escolhido.
Segundo Moreira (2011) os métodos de previsão da demanda podem ser divididos de várias
maneiras, porém para a mais importante é a que leva em consideração o tipo de abordagem.
Os métodos podem ser:
a) Qualitativos (ou baseados no julgamento):
- opinião dos executivos;
- opinião da força de vendas;
- pesquisa com consumidores;
- Método Delphi.
b) Quantitativos
- Métodos causais, subdivididos em:
- Regressão Simples;
- Regressão Múltipla.
- Séries Temporais, subdivididos em
- Média Móvel;
- Média Móvel Ponderada;
- Média Exponencialmente ponderada de 1ª Ordem;
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- Média Exponencialmente ponderada de 2ª Ordem;
- Método de decomposição baseado em sazonalidade e permanência;
- Método de decomposição baseado em tendência e sazonalidade.
Segundo Fernades e Godinho Filho (2010), existem alguns tipos de erros que podem ser
utilizados para mensurar o melhor método de previsão da demanda. O Desvio Médio
Absoluto (DAM) mede a dispersão dos erros. Portanto, se esse erro for pequeno a previsão
estará próxima à demanda real. Valores altos indicam problemas com o método de previsão
empregado ou com os parâmetros utilizados. O DAM é calculado da seguinte maneira:
A Porcentagem Média Absoluta (PMA) relaciona o erro absoluto com os valores da
demanda, da seguinte maneira:
Se o valor de PMA for de, por exemplo, 0,15, significa que a previsão se afasta dos dados
reais em aproximadamente 15%.
Onde,
2.2 Planejamento Agregado
A metodologia do planejamento agregado é desenhada para traduzir a previsão da demanda
em um plano para o número de funcionários e os níveis de produção, sendo que esse
planejamento não necessariamente esta restrito aos níveis mais altos da empresa e sim
podendo ser utilizado para os níveis mais baixos também (Nahmias, 2001).
Há basicamente duas maneiras de se realizar o planejamento agregado: métodos de planilha e
métodos exatos. Os métodos de planilha são métodos mais simples, fáceis de utilizar, de custo
mais baixo e mais flexíveis que os métodos exatos, apresentando soluções boas, enquanto os
métodos exatos apresentam soluções ótimas.
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A seguir são apresentadas algumas estratégias dos métodos de planilha:
a) Acompanhamento da demanda: não há formação de estoques e em cada mês é produzido
exatamente a quantidade demandada;
b) Força de trabalho constante permitindo faltas: a força de trabalho é mantida constante e
estoques são permitidos e estratégicos, pois eles são produzidos durante os períodos de vale
da demanda e utilizados durante os períodos de pico da demanda;
c) Força de trabalho constante não permitindo falta: essa estratégia é muito parecida com a
anterior, só que nesse caso as faltas de estoque não são permitidas. Por isso, o cálculo do
número de trabalhadores necessários para essa estratégia é feita de maneira diferente, de
forma que a produção acumulada seja maior ou igual a demanda acumulada período a
período;
d) Força de trabalho constante com horas extras e/ou subcontratação: estratégia utiliza-se um
número constante de trabalhadores ao longo dos períodos e quando a capacidade produtiva
não é suficiente, são contratadas horas extras e/ou os produtos são subcontratados de outras
fábricas;
e) Estratégia mista: é a mais utilizada na prática e consiste na combinação inteligente das
estratégias anteriores (a, b, c e d), tentando aproveitar suas vantagens e minimizar as suas
desvantagens.
3 Método de Pesquisa
O método utilizado foi um estudo de caso. O primeiro passo foi realizar entrevistas não
estruturadas com o presidente e com gestores da empresa a fim de entender melhor a situação
da empresa e como os processos eram realizados. Também foi explorada nas entrevistas as
possíveis melhorias que os gestores acreditavam ser as melhores para elucidar melhor esse
trabalho. O segundo passo foi uma análise de dados no qual foram coletados todos os dados
de vendas da empresa no ano de 2013 e 2014, além de dados de custos e sobre os
funcionários. Em seguida foram realizadas análises nos dados baseadas no referencial teórico
estudado. Com base nas comparações entre o método atual utilizado pela empresa e os
métodos propostos na literatura, foram inferidas as conclusões.
As entrevistas e as visitas à empresa foram realizadas ao longo do ano de 2015.
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4. Análise da empresa
Atualmente a empresa atua principalmente no subsetor de Cosméticos, especificamente de
cosméticos para cabelos e trabalha com duas divisões, comercial e profissional. A divisão
comercial possui três linhas diferentes e a divisão profissional possui cinco linhas diferentes.
A divisão profissional é a principal da empresa, responsável por 69% do faturamento, e
atende principalmente os salões de beleza e perfumarias especializadas em profissionais da
beleza.
A maioria das linhas possui pelo menos quatro tipos de produtos: shampoo, condicionador,
hidratante e finalizador. Exceto pela linha de transformação que possui produtos específicos
para cada processo de transformação capilar, ou seja, processos de alisamento ou coloração
capilar.
Atualmente existem duas equipes de vendas separadas, cada equipe é responsável por uma
divisão. No entanto, existe apenas um gerente de vendas que é responsável pelas duas
divisões.
O departamento de produção da empresa tem um gerente responsável e três áreas diferentes.
A área de rotulagem é responsável pelo recebimento e pedido de embalagens, recebimento e
pedido de rótulos, pela higienização das embalagens e pela rotulagem das embalagens. O
processo de rotulagem dos frascos é considerada como a primeira etapa do processo de
produção. A segunda etapa é a produção em si que está dentro da área de produção,
responsável pela fabricação dos produtos e compra e separação de matérias primas. A terceira
etapa é o envase, responsável pelo transporte das embalagens, envase dos produtos e
transporte dos produtos acabados para a produção.
4.1 Planejamento do Demanda
Atualmente, o processo de previsão da demanda da empresa é misto, ou seja, a primeira fase é
quantitativa e a segunda fase é qualitativa. A primeira parte é a previsão ingênua da demanda,
ou seja, considera-se que a demanda do mês anterior será a mesma do mês seguinte. No
entanto, apesar da empresa utilizar esse método, existe a consciência que a demanda não será
a mesma e por isso, a segunda parte do processo é a opinião dos executivos de vendas que são
responsáveis por ajustar essa previsão.
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Para as análises, foi considerado o comportamento da demanda nos últimos dois anos (2013 e
2014), com o objetivo de identificar o padrão de comportamento da série temporal. A figura 1
a seguir mostra essas vendas.
Figura 1 – Gráfico de vendas totais 2013 e 2014.
Fonte: elaborado pelos autores
Por meio da figura 1 é possível inferir que houve uma queda de aproximadamente 50% nas
vendas do ano de 2013 para o ano de 2014. Segundo o presidente da empresa, essa queda já
era esperada pelo momento econômico em que se encontrava o país e pelas dificuldades que a
empresa vem enfrentando nos últimos anos. É possível verificar também que não existem
tendências de crescimento ou queda das vendas, tanto em 2103 como em 2014. Ainda
segundo o presidente da empresa, não houve nenhuma queda expressiva de vendas no ano de
2015 e não foram previstas quedas para o ano de 2016.
Ainda analisando os dados do gráfico, seria possível verificar se existe um comportamento
padrão dos meses do ano. O primeiro semestre sugeriria que sim, Janeiro, Março e Junho
seriam meses com baixas vendas e Fevereiro, Abril e Maio seriam meses com picos. No
entanto, o segundo semestre dos dois anos analisados possui divergências, não sendo possível
verificar a existência de um padrão. Segundo o gerente de vendas, os produtos possuem uma
cobertura de estoque no ponto de venda de cerca de dois meses, no entanto isso não se reflete
fielmente no comportamento da demanda por causa das diferentes datas de pedidos dos
clientes e dos novos clientes. Além disso, a crise econômica tem mudado o comportamento da
demanda nos últimos meses, sendo difícil dizer com exatidão como serão as próximas vendas.
Com a finalidade de estabelecer dados de controle (para comparação), o método de previsão
quantitativo utilizado pela empresa foi reproduzido. Como já citado anteriormente, a empresa
considera um método ingênuo de previsão de demanda combinado com um método
qualitativo de opinião dos executivos de vendas. Como a empresa não mantém registro das
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previsões finais, ou seja, das previsões acrescidas da opinião dos executivos, só é possível
analisar os dados quantitativos.
A tabela 1, a seguir, mostra a demanda e a previsão de vendas segundo o método atualmente
utilizado pela empresa (método ingênuo).
Tabela 1 – Previsão Total através do método de previsão ingênua
TOTAISDEMANDA
REAL 2014
PREVISÃO
INGÊNUAERRO
Janeiro 9.151
Favereiro 16.752 9.151 7.601
Março 16.153 16.752 599-
Abril 22.031 16.153 5.878
Maio 32.038 22.031 10.007
Junho 20.528 32.038 11.510-
Julho 10.528 20.528 10.000-
Agosto 15.906 10.528 5.378
Setembro 13.047 15.906 2.859-
Outubro 19.399 13.047 6.352
Novembro 16.688 19.399 2.711-
Dezembro 14.703 16.688 1.985- Fonte: elaborado pelos autores
Com esse método, o DAM é de 5898,18 e a PMA é igual a 2,98%.
Para testar o método da média ponderada, foi necessário acesso aos dados do ano de 2013. No
entanto, já era sabido que os dados deste ano não refletiriam a realidade do ano de 2014, uma
vez que já era esperada uma queda de aproximadamente 50% na demanda de produtos. Por
isso, para que fosse possível utilizar os dados de 2013, todas as quantidades foram
multiplicadas por um fator 0.5, deixando os dados mais confiáveis para uma simulação de
demanda.
A primeira previsão realizada considerou os três períodos anteriores ao mês de previsão
desejado. Com isso, o DAM foi de 5744,59 e a PMA foi de 2,77%.
Para a demanda total foi considerado ainda, o método de média ponderada utilizando seis
períodos anteriores. Por esse método, resultaram um DAM de 5826,52 e uma PMA de 2,82%.
Para o método da média exponencialmente ponderada de 1ª ordem foram analisados diversos
valores de alfa e, para cada um deles, foi realizada uma previsão da demanda. O gráfico da
figura 2, a seguir, mostra os diferentes resultados para alfa igual a 0,1, 0,2, 0,3 e 0,4.
Figura 2 – Previsão total através do método da média ponderada de 1ª ordem
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Fonte: elaborado pelos autores
Observando o gráfico e os valores dos erros calculados é possível concluir que a previsão que
possui maior aderência com os dados reais de demanda é aquela com alfa igual a 0,3. Para
esse alfa, o desvio absoluto médio foi de 5408,12 frascos por mês, sendo que os dados
previstos de demanda se afastam em 2,73% dos dados reais de demanda na média.
4.2 Planejamento Agregado
A análise da melhor maneira de conduzir essa etapa do processo poderia ser realizada de
diversas formas, no entanto ao conversar com o gerente de produção e com o presidente,
chegou-se a algumas restrições importantes:
a) a empresa não utiliza a estratégia de contratações e demissões para acompanhar a demanda,
pois, segundo o presidente da empresa, esta não é uma política que a empresa utilizaria nem
mesmo se fosse a de menor custo;
b) atualmente a empresa possui uma estrutura mais enxuta e com isso um mesmo funcionário
é responsável por diversas tarefas. É considerado que eles atuem 70% do tempo nas tarefas
em que foram designados e 30% do tempo em outras tarefas;
c) os pedidos não atendidos em um mês, devem ser atendidos no mês seguinte com
prioridade;
d) a empresa não trabalha com a política de estoque zero, possuindo um estoque de segurança;
e) Horas extras não são uma prática da empresa e deve-se tentar evitá-las.
Os dados importantes para as análises são dados pela tabela 2 a seguir.
Tabela 2 – Dados do departamento de produção da empresa estudada
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ProduçãoNº Funcionários 12
Unidades/dia (70%) 78
Unidades/dia (ideal) 108
Salário médio 1.500,00R$
Custo médio por produto 6,00R$
Custo médio de estoque 1,50R$
Custo de falta 6,00R$ Fonte: elaborado pelos autores
Pela tabela 2, percebe-se que atualmente somente 70% da capacidade dos trabalhadores é
utilizada para a produção, pois os outros 30% são utilizados para outras atividades (controle
dos estoques, manuseio de materiais, limpeza etc.)
A tabela 3, a seguir, mostra como é feito o planejamento agregado atualmente na empresa,
com tal capacidade reduzida.
Tabela 3 – Planejamento agregado controle para funcionários com capacidade reduzida
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Demanda Prevista 9.151 16.752 16.153 22.031 32.038 20.528 10.528 15.906 13.047 19.399 16.688 14.703
Estoque de segurança (15%) 1.373 2.513 2.423 3.305 4.806 3.079 1.579 2.386 1.957 2.910 2.503 2.205
Produção Necessária 10.524 19.265 18.576 25.336 36.844 23.607 12.107 18.292 15.004 22.309 19.191 16.908
Plano Agregado
Dias úteis 22 20 19 20 21 19 23 21 22 23 20 19
Unidade/trabalhador/dia 78 78 78 78 78 78 78 78 78 78 78 78
Número de trabalhadores 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12
Capacidade produtiva 20.592 18.720 17.784 18.720 19.656 17.784 21.528 19.656 20.592 21.528 18.720 17.784
Produção executada 10.524 17.892 16.063 18.720 19.656 17.784 21.528 19.656 16.268 20.352 16.281 14.405
Capacidade não utlizada 10.068 828 1.721 - - - - - 4.324 1.176 2.439 3.379
Estoque final 1.373 2.513 2.423 888- 13.270- 16.014- 5.014- 1.264- 1.957 2.910 2.503 2.205
Custos
Custo de mão de obra extra - - - - - - - - - - - - -
Custo de mão de obra 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 216.000
Custo de material 63.142 107.353 96.379 112.320 117.936 106.704 129.168 117.936 97.608 122.111 97.688 86.432 1.254.777
Custo de estocagem 2.059 3.769 3.634 - - - - - 2.936 4.365 3.755 3.308 23.826
Custo de falta - - - 5.328 79.620 96.084 30.084 7.584 - - - - 218.702
Custo total 83.201 129.122 118.013 135.648 215.556 220.788 177.252 143.520 118.544 144.476 119.443 107.740 1.713.304
Fonte: elaborado pelos autores
Vemos que o custo total, segundo o método atual da empresa é de R$1.713.304,00.
A tabela 4, a seguir, mostra como seria o planejamento agregado se o total da capacidade dos
trabalhadores fosse utilizado.
Tabela 4 – Planejamento agregado controle para funcionários com capacidade total Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Demanda Prevista 9.151 16.752 16.153 22.031 32.038 20.528 10.528 15.906 13.047 19.399 16.688 14.703
Estoque de segurança (15%) 1.373 2.513 2.423 3.305 4.806 3.079 1.579 2.386 1.957 2.910 2.503 2.205
Produção Necessária 10.524 19.265 18.576 25.336 36.844 23.607 12.107 18.292 15.004 22.309 19.191 16.908
Plano Agregado
Dias úteis 22 20 19 20 21 19 23 21 22 23 20 19
Unidade/trabalhador/dia 108 108 108 108 108 108 108 108 108 108 108 108
Número de trabalhadores 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12
Capacidade produtiva 28.512 25.920 24.624 25.920 27.216 24.624 29.808 27.216 28.512 29.808 25.920 24.624
Produção executada 10.524 17.892 16.063 22.913 27.216 24.624 9.529 16.713 12.618 20.352 16.281 14.405 209.129
Capacidade não utlizada 17.988 8.028 8.561 3.007 - - 20.279 10.503 15.894 9.456 9.639 10.219
Estoque final 1.373 2.513 2.423 3.305 1.517- 2.579 1.579 2.386 1.957 2.910 2.503 2.205
Custos
Custo de mão de obra extra 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 54.000
Custo de mão de obra 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 18.000 216.000
Custo de material 63.142 107.353 96.379 137.476 163.296 147.744 57.171 100.276 75.709 122.111 97.688 86.432 1.254.777
Custo de estocagem 2.059 3.769 3.634 4.957 - 3.868 2.369 3.579 2.936 4.365 3.755 3.308 38.599
Custo de falta - - - - 9.104 - - - - - - - -
Custo total 87.701 133.622 122.513 164.933 185.796 174.112 82.040 126.355 101.144 148.976 123.943 112.240 1.563.375 Fonte: elaborado pelos autores
Neste caso, o custo total seria de R$1.563.375,00.
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Seguindo as restrições da empresa e os dados conseguidos, testaram-se apenas dois métodos
de planejamento agregado por planilha: o método de força de trabalho constante não
permitindo faltas e o método de força de trabalho constante permitindo faltas.
O primeiro método testado foi o de mão de obra constante não permitindo faltas. Para o esse
primeiro cenário, o número de funcionários necessários seria 15. A tabela 5, a seguir, mostra o
planejamento agregado segundo esse método e considerando a capacidade reduzida dos
trabalhadores.
Tabela 5 – Planejamento agregado mão de obra constante não permitindo falta para funcionários com capacidade
reduzida Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Demanda Prevista 9.151 16.752 16.153 22.031 32.038 20.528 10.528 15.906 13.047 19.399 16.688 14.703
Estoque de segurança (15%) 1.373 2.513 2.423 3.305 4.806 3.079 1.579 2.386 1.957 2.910 2.503 2.205
Produção Necessária 10.524 19.265 18.576 25.336 36.844 23.607 12.107 18.292 15.004 22.309 19.191 16.908
Plano Agregado
Dias úteis 22 20 19 20 21 19 23 21 22 23 20 19
Unidade/trabalhador/dia 78 78 78 78 78 78 78 78 78 78 78 78
Número de trabalhadores 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
Capacidade produtiva 25.740 23.400 22.230 23.400 24.570 22.230 26.910 24.570 25.740 26.910 23.400 22.230
Produção executada 10.524 19.265 18.576 23.400 24.570 22.230 10.196 16.713 12.618 20.352 16.281 14.405
Capacidade não utlizada 15.216 4.135 3.654 - - - 16.714 7.857 13.122 6.558 7.119 7.825
Estoque final 1.373 3.885 6.308 7.677 209 1.911 1.579 2.386 1.957 2.910 2.503 2.205
Custos
Custo de mão de obra extra - - - - - - - - - - - - -
Custo de mão de obra 22.500 22.500 22.500 22.500 22.500 22.500 22.500 22.500 22.500 22.500 22.500 22.500 270.000
Custo de material 63.142 115.589 111.456 140.400 147.420 133.380 61.175 100.276 75.709 122.111 97.688 86.432 1.254.777
Custo de estocagem 2.059 5.828 9.463 11.516 314 2.867 2.369 3.579 2.936 4.365 3.755 3.308 52.358
Custo total 87.701 143.917 143.418 174.416 170.234 158.747 86.044 126.355 101.144 148.976 123.943 112.240 1.577.135 Fonte: elaborado pelos autores
Neste caso, o custo total seria de R$1.577.135,00.
O mesmo procedimento foi realizado considerando a capacidade total dos trabalhadores.
Nesse caso, o número de trabalhadores necessário é reduzido para apenas 11. A tabela 6, a
seguir, mostra os resultados.
Tabela 6 – Planejamento agregado mão de obra constante não permitindo falta para funcionários com capacidade
total Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Demanda Prevista 9.151 16.752 16.153 22.031 32.038 20.528 10.528 15.906 13.047 19.399 16.688 14.703
Estoque de segurança (15%) 1.373 2.513 2.423 3.305 4.806 3.079 1.579 2.386 1.957 2.910 2.503 2.205
Produção Necessária 10.524 19.265 18.576 25.336 36.844 23.607 12.107 18.292 15.004 22.309 19.191 16.908
Plano Agregado
Dias úteis 22 20 19 20 21 19 23 21 22 23 20 19
Unidade/trabalhador/dia 108 108 108 108 108 108 108 108 108 108 108 108
Número de trabalhadores 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11
Capacidade produtiva 26.136 23.760 22.572 23.760 24.948 22.572 27.324 24.948 26.136 27.324 23.760 22.572
Produção executada 10.524 19.265 18.576 23.760 24.948 22.572 9.116 16.713 12.618 20.352 16.281 14.405
Capacidade não utlizada 15.612 4.495 3.996 - - - 18.208 8.235 13.518 6.972 7.479 8.167
Estoque final 1.373 3.885 6.308 8.037 947 2.991 1.579 2.386 1.957 2.910 2.503 2.205
Custos
Custo de mão de obra extra 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 54.000
Custo de mão de obra 16.500 16.500 16.500 16.500 16.500 16.500 16.500 16.500 16.500 16.500 16.500 16.500 198.000
Custo de material 63.142 115.589 111.456 142.560 149.688 135.432 54.695 100.276 75.709 122.111 97.688 86.432 1.254.777
Custo de estocagem 2.059 5.828 9.463 12.056 1.421 4.487 2.369 3.579 2.936 4.365 3.755 3.308 55.625
Custo total 86.201 142.417 141.918 175.616 172.109 160.919 78.064 124.855 99.644 147.476 122.443 110.740 1.562.402 Fonte: elaborado pelos autores
Neste caso, o custo total seria de R$1.562.402,00.
O segundo método testado foi o de mão de obra constante permitindo faltas. As tabelas 7 e 8,
a seguir, mostram os resultados.
Tabela 7 – Planejamento agregado mão de obra constante permitindo falta para funcionários com capacidade
reduzida
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Demanda Prevista 9.151 16.752 16.153 22.031 32.038 20.528 10.528 15.906 13.047 19.399 16.688 14.703
Estoque de segurança (15%) 1.373 2.513 2.423 3.305 4.806 3.079 1.579 2.386 1.957 2.910 2.503 2.205
Produção Necessária 10.524 19.265 18.576 25.336 36.844 23.607 12.107 18.292 15.004 22.309 19.191 16.908
Plano Agregado
Dias úteis 22 20 19 20 21 19 23 21 22 23 20 19
Unidade/trabalhador/dia 78 78 78 78 78 78 78 78 78 78 78 78
Número de trabalhadores 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13 13
Capacidade produtiva 22.308 20.280 19.266 20.280 21.294 19.266 23.322 21.294 22.308 23.322 20.280 19.266
Produção executada 10.524 17.892 16.063 20.280 21.294 19.266 23.322 16.832 12.618 20.352 16.281 14.405
Capacidade não utlizada 11.784 2.388 3.203 - - - - 4.462 9.690 2.970 3.999 4.861
Estoque final 1.373 2.513 2.423 672 10.072- 11.334- 1.460 2.386 1.957 2.910 2.503 2.205
Custos
Custo de mão de obra extra - - - - - - - - - - - - -
Custo de mão de obra 19.500 19.500 19.500 19.500 19.500 19.500 19.500 19.500 19.500 19.500 19.500 19.500 234.000
Custo de material 63.142 107.353 96.379 121.680 127.764 115.596 139.932 100.992 75.709 122.111 97.688 86.432 1.254.777
Custo de estocagem 2.059 3.769 3.634 1.008 - - 2.190 3.579 2.936 4.365 3.755 3.308 30.603
Custo de falta - - - - 60.432 68.004 - - - - - - 128.437
Custo total 84.701 130.622 119.513 142.188 207.696 203.100 161.622 124.071 98.144 145.976 120.943 109.240 1.647.816 Fonte: elaborado pelos autores
Neste caso, o custo total seria de R$1.647.816,00.
Tabela 8 – Planejamento agregado mão de obra constante permitindo falta para funcionários com capacidade
total Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Demanda Prevista 9.151 16.752 16.153 22.031 32.038 20.528 10.528 15.906 13.047 19.399 16.688 14.703
Estoque de segurança (15%) 1.373 2.513 2.423 3.305 4.806 3.079 1.579 2.386 1.957 2.910 2.503 2.205
Produção Necessária 10.524 19.265 18.576 25.336 36.844 23.607 12.107 18.292 15.004 22.309 19.191 16.908
Plano Agregado
Dias úteis 22 20 19 20 21 19 23 21 22 23 20 19
Unidade/trabalhador/dia 108 108 108 108 108 108 108 108 108 108 108 108
Número de trabalhadores 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9
Capacidade produtiva 21.384 19.440 18.468 19.440 20.412 18.468 22.356 20.412 21.384 22.356 19.440 18.468
Produção executada 10.524 17.892 16.063 19.440 20.412 18.468 22.356 20.318 12.618 20.352 16.281 14.405
Capacidade não utlizada 10.860 1.548 2.405 - - - - 94 8.766 2.004 3.159 4.063
Estoque final 1.373 2.513 2.423 168- 11.794- 13.854- 2.026- 2.386 1.957 2.910 2.503 2.205
Custos
Custo de mão de obra extra 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 4.500 54.000
Custo de mão de obra 13.500 13.500 13.500 13.500 13.500 13.500 13.500 13.500 13.500 13.500 13.500 13.500 162.000
Custo de material 63.142 107.353 96.379 116.640 122.472 110.808 134.136 121.908 75.709 122.111 97.688 86.432 1.254.777
Custo de estocagem 2.059 3.769 3.634 - - - - 3.579 2.936 4.365 3.755 3.308 27.405
Custo de falta - - - 1.008 70.764 83.124 12.156 - - - - - 167.053
Custo total 83.201 129.122 118.013 135.648 211.236 211.932 164.292 143.487 96.644 144.476 119.443 107.740 1.665.235 Fonte: elaborado pelos autores
Neste caso, o custo total seria de R$1.665.235,00.
5 Conclusões
5.1 Planejamento da Demanda
Realizou-se um comparativo entre os dois métodos quantitativos de previsão da demanda
propostos e o método quantitativo utilizado pela empresa atualmente, a fim de descobrir o
método que mais se aproxima da demanda real de produtos. A tabela 9, a seguir, resume os
resultados.
Tabela 9 – Comparativo entre os métodos de previsão da demanda total
MÉTODO DAM PMA
PREVISÃO INGÊNUA 5.898 2,98%
MÉDIA PONDERADA N=3 5.745 2,78%
MÉDIA PONDERADA N=6 5.827 2,82%
MÉDIA PONDERADA DE 1ª ORDEM 5.408 2,73% Fonte: elaborado pelos autores
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
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É possível verificar que o método que possui o menor erro para a demanda total é o método
da média exponencialmente ponderada de 1ª ordem. No entanto, é possível perceber que
apesar do método da média exponencialmente ponderada de 1ª ordem apresentar um erro
menor que o método de previsão ingênua, ainda assim o erro é grande, como
quantitativamente não é possível minimizar esse erro é preciso associar esse método
quantitativo a um método qualitativo.
Assim, conclui-se que a empresa pode substituir o método de previsão ingênua pelo método
da média exponencialmente ponderada de 1ª ordem e pode ainda combiná-lo ao método
qualitativo que vem sendo utilizado atualmente de opinião dos executivos, a fim de tentar
reduzir ainda mais os erros de previsão. Outro método qualitativo que pode ser tentado é o de
opinião da equipe de vendas com o mesmo objetivo de tentar se aproximar o máximo possível
da demanda real.
Como próximo passo para empresa, caberia a execução do novo método de planejamento da
demanda e seu acompanhamento a fim de determinar se esse continua sendo viável após o
período de adaptação da empresa, além disso a empresa pode testar em períodos diferentes o
método de opinião dos executivos e o método de opinião das equipes de vendas para descobrir
o melhor método qualitativo para complementar os quantitativos.
5.2 Planejamento Agregado
Realizou-se um comparativo entre o método de mão de obra constante que não permite falta e
o método de mão de obra constante que permite falta, a fim de descobrir o método que possui
o menor custo total para a empresa. A tabela 10, a seguir, resume os resultados obtidos.
Tabela 10 – Comparativo entre os métodos de planejamento agregado
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Custo
1. Funcionários com capacidade
100% 1.563.375,23R$
2. Funcionários com capacidade
reduzida 1.713.304,05R$
1. Funcionários com capacidade
100% 1.562.401,73R$
2. Funcionários com capacidade
reduzida 1.577.134,73R$
1. Funcionários com capacidade
100% 1.665.234,68R$
2. Funcionários com capacidade
reduzida 1.647.815,93R$
Dados de
Controle
Não
Permitindo
Faltas
Permitindo
Falta
Fonte: elaborado pelos autores
É possível observar que a maneira como a empresa trabalha atualmente é mais cara.
Outra importante conclusão é que os métodos aplicados da maneira como descritas na
literatura apresentam, de maneira geral, resultados melhores que o método atualmente
utilizado pela empresa, mostrando a importância da aplicação de teorias na prática das
empresas.
É possível observar que os métodos de mão de obra constante permitindo falta possuem
custos mais elevados que os métodos que não permitem faltas, mesmo quando ajustados, isso
se deve ao custo de falta ser muito maior que o custo de estoque.
Por isso, é possível concluir que pelas analises realizadas nesse trabalho a melhor estratégia a
ser adotada pela empresa seria que seus funcionários voltassem a realizar apenas as atividades
produtivas de cada área e assim seriam necessários apenas onze funcionários e o melhor
método para definição do Planejamento Agregado seria o de mão de obra constante não
permitindo faltas, trazendo uma economia de aproximadamente R$150.000 ao ano.
Como próximos passos para a empresa caberiam os cálculos dos custos de contratação dos
funcionários e uma nova análise baseada na adição desses custos aos custos totais para
confirmar a melhor técnica de desenvolvimento do planejamento agregado.
REFERÊNCIAS
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Disponível em <https://www.abihpec.org.br>. Acesso em 27 de Junho de 2015.
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essencial. São Paulo: Atlas, 2010. Cap 2.
FREELAND, J.R; LANDEL, R.D. Aggregate Production Planning. Virginia: Reston Publishing Company,
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GANGA, G.M.D. Metodologia Científica e Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): um guia prático de
conteúdo e forma. São Carlos: UAB/EDUFSCar, 2011.
MOREIRA, D.A. Administração da Produção e Operações. 2.ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.Cap 11.
XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .
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TUBINO, D.F. Manual de Planejamento e controle da produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.Cap 3.
VOLMANN, T.E. Operations Management: a systems model – building approach. Philippines: Addison-
Wesley Publishing Company, 1973.
WANKE, P et al. Previsão de Vendas: processos organizacionais & métodos quantitativos e qualitativos. São
Paulo: Atlas, 2006.