Analise Econ de Angola

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Angola Captulo II

II.1.1. SnteseA conjuntura excepcionalmente favorvel que a economia angolana vem atravessando desde o incio da dcada em curso continuou bem patente durante o perodo em anlise, traduzindo-se nomeadamente em elevadas taxas de crescimento, na desacelerao progressiva da cadncia inflacionria e na substancial melhoria das finanas pblicas e da posio externa. Tal evoluo tem sido determinada pela conjugao de diversos factores positivos, com destaque para o desempenho do sector petrolfero, impulsionado em simultneo pela alta dos preos internacionais e pelo aumento da produo que reflecte os frutos do esforo de investimento encetado na dcada passada. Ao impacto induzido pela disponibilidade crescente de receitas petrolferas, vieram juntar-se as oportunidades abertas pelo fim do conflito armado, em 2002 potenciadas ainda, entre outros factores, pela eficcia da estratgia de estabilizao nominal posta em prtica nos ltimos anos, de forma gradual mas continuada, pelas autoridades angolanas. Quadro II.1.1. PRINCIPAIS INDICADORES ECONMICOS (2004 2007)2004PIB real (t.v. anual) Inflao (t.v.a. mdia) Massa monetria (t.v. anual) Balana corrente (% PIB) Saldo oramental (% PIB) Dvida externa (% PIB) 11.2 43.5 49.8 3.5 -1.6 54.8

2005Est. 20.6 23.0 59.7 15.7 7.4 37.6

2006Proj. 14.6 13.0 42.9 8.8 -5.9

2006Est. 18.6 13.3 59.5 23.3 14.8 20.8

2007Proj. 19.8 8.0 28.8 6.4 -3.3 16.1

Fontes: BNA, Min. Finanas de Angola e FMI.

A evidncia de uma melhoria significativa ao longo dos anos mais recentes est, de facto, claramente reflectida na generalidade dos indicadores macroeconmicos relevantes (cf. Quadro II.1.1). , assim, possvel constatar que o ritmo de expanso da actividade econmica permaneceu muito elevado em 2006 com a virtude adicional de o principal contributo para esse dinamismo ter vindo agora da esfera no-petrolfera ao mesmo tempo que a inflao mantinha um pendor claramente descendente, pelo quarto ano consecutivo, e que tanto as contas pblicas como as externas evidenciavam posies cada vez mais confortveis. O progresso verificado est, alis, particularmente evidente no facto de o valor apurado para a dvida externa de Angola em 2006 ter ficado abaixo do patamar em que se fixaram as respectivas disponibilidades lquidas sobre o exterior. Em contrapartida, podero destacar-se, enquanto desafios especialmente relevantes para a poltica econmica, a importncia de assegurar um grau de execuo adequado das despesas pblicas de investimento, assim como de concretizar o processo de desinflao ao ritmo apropriado e de fomentar a competitividade externa da economia nopetrolfera questes estas que acabam por se reflectir, directa ou indirectamente, na capacidade para dar resposta s carncias sociais com que o pas se confronta.

II.1.2. Procura, Produo e PreosDe acordo com as estimativas mais recentes, a economia angolana ter registado em 2006 um crescimento real de 18.6%, ou seja ligeiramente menos do que chegou a ser admitido mas bastante acima dos 14.6% inicialmente previstos. um resultado tanto mais notvel por se tratar do quarto ano com taxas de crescimento a dois dgitos na corrente dcada desempenho este que coloca Angola entre os pases com mais rpida expanso econmica em todo o mundo. Ascendeu j,

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alis, posio de terceira maior economia da frica Sub-Sahariana, atrs apenas da frica do Sul e da Nigria, quando era ainda a stima em 2000. Verificou-se tambm, desde este ltimo ano, uma quadruplicao do rendimento per capita, que rondar actualmente USD 2800, a cmbios de mercado (ou cerca de USD 4000 na ptica da paridade do poder de compra). Grfico II.1.1. PIB REAL (2000 2007)Taxa de variao anual, em percentagem28PIB real

24 20 16 12 8 4 0 -4 2000

VAB Sector Petrolfero

2001

2002

2003

2004

2005

2006p 2006e 2007p

Fonte: BNA e FMI.

A trajectria de crescimento acelerado que a economia angolana vem evidenciando dever prolongar-se em 2007, estando mesmo prevista uma intensificao do ritmo, para 19.8% (cf. Grfico II.1.1). Apesar de obviamente muito positivo, este valor representa, porm, uma rectificao em baixa da anterior projeco de crescimento (31.2%), reflectindo expectativas mais moderadas quanto evoluo do sector petrolfero onde necessariamente existe sempre uma margem de incerteza, tratando-se, em cada vez maior medida, de explorar guas ultra-profundas. Grfico II.1.2. INFLAO (1999 2007)Taxa de variao anual, em percentagem450 400 350 300 250 200 1.0 150 100 50 0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 0.0 J F M A M J J A S O N D 0.5 1.5 Taxa homloga Taxa mdia 2.0

Grfico II.1.3. INFLAO (2005 2007)Taxa de variao mensal, em percentagem2.5 2005 2006 2007

Fontes: BNA e FMI.

Tambm relativamente a 2006 se efectuou uma reviso em baixa da estimativa de crescimento para o VAB petrolfero, embora neste caso se tenha verificado uma reviso simtrica das estimativas para o resto da economia. Especialmente relevante no caso dos servios mercantis e da agricultura, tal reviso ter sido, todavia, transversal generalidade dos sectores reflectindo factores com impacto alargado, como o efeito induzido sobre a procura interna pelo aumento das receitas petrolferas ou as possibilidades de expanso da oferta interna proporcionadas pelo fim da guerra

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civil. Esse crescimento pronunciado da economia no-petrolfera , alis, particularmente relevante e bem-vindo para Angola, entre cujos objectivos de longo prazo necessariamente figura a reduo da dependncia face ao seu principal sector de actividade (responsvel por cerca de 60% do PIB nos dois ltimos anos). Igualmente essencial para preservar as perspectivas de crescimento sustentvel a prazo a consolidao da estabilidade nominal, claramente assumida como prioritria pelas autoridades angolanas. Com os tempos de hiper-inflao ainda bem presentes na memria (desde logo pelo respectivo impacto social, dado serem os mais pobres aqueles que mais expostos esto eroso do valor da moeda), o sucesso da estratgia de desinflao posta em prtica a partir de 2003 tem sido, de facto, particularmente significativo. A taxa de inflao mdia anual vem registando quebras mensais consecutivas desde Junho daquele ano (quando ascendia a 109.7%), acabando por cair para 13.3% em Dezembro de 2006 e 12.3% em Maio ltimo (cf. Grfico II.1.2). Tem sido tambm notria, contudo, uma certa desacelerao do processo, mais marcada desde meados do ano passado e que acabaria, alis, por justificar um novo aperto da poltica monetria. De facto, o IPC acusou, sobretudo no final de 2006, variaes mensais relativamente acentuadas (cf. Grfico II.1.3), a ponto de a inflao homloga anual ter aumentado ligeiramente desde Outubro ltimo e de a variao acumulada pelo ndice entre Janeiro e Maio de 2007 ser superior, ainda que marginalmente, registada no ano anterior (pela primeira vez desde 2003).

II.1.3. Contas ExternasExcedentes avultados ao nvel da balana comercial e, por arrastamento, da balana corrente (no obstante, respectivamente, um significativo acrscimo das importaes e uma deteriorao pronunciada da balana de servios e rendimentos) so, no mbito das contas externas, as principais consequncias positivas resultantes do excepcional desempenho que vm evidenciando as exportaes petrolferas (cf. Quadro II.1.2) com o substancial reforo das reservas cambiais e a reduo drstica do nus da dvida externa como corolrios. Quadro II.1.2. BALANA DE PAGAMENTOS (2004 2007)Em percentagem do PIB

2004Balana corrente Balana comercial Exportaes dq: Exp. petrolferas Importaes Servios e rendimentos dq: Juros da dvida Transferncias correntes Bal. de capital e financeira dq: Inv. Dir. Estrangeiro Balana globalFontes: BNA e FMI.

200515.7 48.0 73.5 69.7 -25.5 -32.4 -1.7 0.1 -11.2 5.0 4.4

2006Proj. 8.8 40.4 68.8 65.3 -28.4 -31.6 -1.6 0.1 2.5 11.3

2006Est. 23.3 49.3 70.6 67.5 -21.2 -25.7 -1.2 -0.3 -7.9 5.0 15.4

2007Proj. 6.4 40.6 66.1 62.9 -25.5 -33.9 -1.1 -0.3 -0.2 4.3 6.2

3.5 38.6 68.1 63.7 -29.4 -35.2 -2.0 0.0 -0.1 7.1 3.3

Impulsionadas pelo impacto conjugado de um efeito-quantidade (o volume de petrleo extrado ultrapassava 1.4 milhes de barris/dia no final de 2006, contra 875 mil ainda em 2003) e de um efeito-preo (o barril de petrleo angolano atingiu um valor mdio de USD 61.4 em 2006, contra

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USD 28.2 em 2003), as exportaes petrolferas ascenderam a USD 30.5 mil milhes em 2006. Alcanando neste ltimo ano um valor equivalente a 67.5% do PIB, as referidas exportaes prolongaram assim, mais uma vez, a tendncia favorvel observada desde o incio da dcada (quando no iam alm de USD 5.9 mil milhes). Tal tendncia dever, alis, persistir no ano em curso: embora as expectativas de novos acrscimos da produo tenham sido recentemente mitigadas, admite-se que as exportaes petrolferas aumentem 21.8% face a 2006. Grfico II.1.4. EXPORTAES DE BENS (2000 2006)Pases de destino, em percentagem do total100% 80% 60%Eixo Secundrio (mil milhes de USD)

Grfico II.1.5. IMPORTAES DE BENS (2000 2006)Pases de origem, em percentagem do total50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 2000 Outros 2001 Portugal 2002 EUA 2003 China 2004 2005 2006 frica do SulEixo Secundrio (mil milhes de USD)

20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 TOTAL

40% 20% 0% 2000 2001 2002 2003 EUA 2004 China 2005 TOTAL 2006 Outros

Fontes: BNA e FMI.

As repercusses deste fenmeno sobre o conjunto das contas externas so naturalmente muito considerveis. Desde logo determina a distribuio geogrfica das exportaes totais (cuja parcela no-petrolfera se ficou por 5.5% em 2006) contexto este em que os EUA permanecem como principal cliente, seguidos cada vez mais de perto pela China (cf. Grfico II.1.4). Afecta tambm determinantemente as importaes de mercadorias, ao gerar recursos que sustentam o respectivo aumento a bom ritmo (inferior, porm, ao das exportaes), influenciando ainda o perfil geogrfico das mesmas assim se justificando, em boa medida, que sejam a China e os EUA a registar os ganhos de quota mais significativos enquanto fornecedores da economia angolana (no segundo caso, j a par de Portugal em 2006 cf. Quadro II.1.5). Grfico II.1.6. DVIDA EXTERNA (2002 2007)Em mil milhes de USD e percentagem do PIB20Eixo Secundrio

100%

16 12

80% 60%

8

40%

4

20%

0 2002 2003 2004 DLX 2005e 2006e 2007p Dvida Total Dvida Total (em % do PIB)

0%

Fonte: BNA e FMI.

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Muito embora a evoluo do sector petrolfero seja tambm, em larga medida, responsvel por um dfice de servios e rendimentos cada vez mais dilatado, o seu impacto global sobre a balana de pagamentos tem sido claramente positivo. Foi, de facto, apurado mais um excedente ao nvel da conta corrente, pelo terceiro ano consecutivo (e de forma crescentemente pronunciada: 23.3% do PIB em 2006, contra 15.7% e 3.5% nos dois anos precedentes), impulsionando assim novo substancial reforo das reservas cambiais (equivalentes, no final de 2006, a cerca de 6 meses das importaes de bens e servios contabilizadas no mesmo ano, contra 3.3 meses em 2005). O desempenho das reservas cambiais contrasta de forma reveladora com a evoluo da dvida externa, cujo valor absoluto ter mesmo diminudo quase em 2006 (para USD 9.2 mil milhes), reflectindo o empenho das autoridades angolanas na respectiva consolidao (que envolveu, em particular, uma substancial liquidao de atrasados para com credores do Clube de Paris). Mais notvel ainda a reduo da dvida em termos relativos ao longo dos ltimos anos: de valores superiores a 70% do PIB ainda em 2003 para os 20.8% contabilizados em 2006 ou seja j abaixo do patamar alcanado pelas DLX (25.4% do PIB, cf. Grfico II.1.6).

II.1.4. Finanas PblicasSustentadas pelo manancial das receitas petrolferas, as contas pblicas angolanas evidenciaram em 2006 mais um avano considervel no processo de consolidao que vm trilhando desde o incio da dcada em curso (cf. Quadro II.1.3). As mais recentes estimativas revelam, de facto, um excedente global equivalente a 14.8% do PIB, na ptica dos compromissos (contra 7.4% em 2005), reflectindo assim uma acentuada melhoria do saldo oramental pelo quarto ano consecutivo (ainda em 2002 se apurava um dfice global correspondente a 8.9% do PIB). Quadro II.1.3. FINANAS PBLICAS (2004 2007)Em percentagem do PIB

2004Receitas totais d.q.: Receitas petrolferas Despesas totais Despesas correntes d.q.: Pessoal Bens e servios Juros Despesas de investimento Saldo (base compromissos) 36.9 28.4 38.5 30.6 10.3 9.5 2.3 4.9 -1.6

2005Est. 40.7 32.3 33.3 26.9 9.2 9.2 1.8 5.0 7.4

2006Or. 38.0 30.4 44.0 24.0 10.0 6.7 1.5 20.0 -5.9

2006Est. 46.4 37.2 31.6 22.7 8.5 7.6 1.5 8.9 14.8

2007Or. 37.5 29.5 40.8 26.2 8.8 9.2 2.2 14.5 -3.3

Fontes: BNA, Min. Finanas de Angola e FMI.

semelhana dos dois anos precedentes, o saldo ter sido mais modesto na ptica de caixa (6.6% do PIB), devido ao esforo em curso para a regularizao total dos atrasados. Com a influncia do factor petrolfero a fazer-se sentir tambm na esfera do financiamento quer na contabilizao de um elevado valor a ttulo de bnus (associados atribuio de novos direitos de explorao) quer a servir de sustentculo ao financiamento externo tais resultados culminariam num substancial reforo da posio oramental junto do sistema bancrio interno. O cenrio assim patente resultou, em primeiro lugar, de um significativo aumento das receitas totais, que se tero cifrado no equivalente a 46.4% do PIB incluindo um contributo importante da parcela no-petrolfera, a reflectir factores como o dinamismo das importaes. Voltou, assim, a verificar-se que as receitas efectivamente arrecadadas ultrapassaram o previsto por larga margem

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(cf. Grfico II.1.7), fenmeno em boa medida resultante da opo deliberada de assumir um preo do petrleo prudente aquando da preparao do oramento. Importa, porm, sublinhar ainda a queda continuada das despesas correntes em percentagem do PIB, transversal generalidade das rubricas e parcialmente associvel aos ganhos de eficincia obtidos com o novo sistema de gesto financeira. A evoluo das receitas e das despesas correntes permitia acomodar a premente expanso das despesas de investimento e estas aumentariam, de facto, significativamente em 2006 ficando todavia muito aqum do ambicioso valor oramentado (cf. Grfico II.1.8). Grfico II.1.7. RECEITAS PBLICAS (2002 2007)Em percentagem do PIB50 Donativos Rec. No-petrolferas Rec. Petrolferas

Grfico II.1.8. DESPESAS PBLICAS (2002 2007)Em percentagem do PIB60 50 40 Investimento Bens e Servios Transferncias Pessoal Juros

40

30 30 20 20 10 10 0 2002 2003 2004 2005e 2006p 2006e 2007p 2002 2003 2004 2005e 2006p 2006e 2007p

0

Fontes: BNA, Min. Finanas de Angola e FMI.

O afluxo crescente de receitas petrolferas tem determinado, ao longo dos ltimos anos, uma alterao da tnica dominante no domnio da poltica oramental de forma gradual mas cada vez mais vincada. At h bem pouco tempo, os dilemas essenciais relacionavam-se com a necessidade de assegurar o financiamento de dfices considerveis (parcialmente associados ao esforo de guerra), da forma menos penalizadora possvel em termos de presso sobre a liquidez ou de solvabilidade da dvida externa. J nos anos mais recentes, com as restries de financiamento drasticamente diminudas, a gesto oramental tende cada vez mais a centrar-se em aspectos como a qualidade das despesas (em particular as da esfera social e as de investimento) ou a ultrapassagem das restries de capacidade, patentes a diversos nveis).

II.1.5. Situao Monetria e CambialTem sido manifestamente bem sucedida, em termos globais, a estratgia monetria e cambial apoiada pela poltica oramental que as autoridades angolanas adoptaram em meados de 2003 com vista ao abrandamento gradual da cadncia inflacionria. Assumindo o controlo da base monetria como objectivo intermdio e recorrendo colocao de Ttulos do Banco Central e interveno no mercado cambial (sustentada pelo afluxo de receitas petrolferas) como instrumentos principais, a referida estratgia permitiu que a inflao casse para nveis desconhecidos desde h mais de dcada e meia (cf. Captulo II.1.2). Crucial para as perspectivas de desenvolvimento sustentado a prazo tanto por razes de eficincia econmica como de equidade social o processo de desinflao necessita de ser ainda prolongado e consolidado. Encontra-se, alis, numa fase em que os avanos so mais difceis de concretizar, devido a um contexto onde se conjugam elementos como a acelerada expanso econmica, um nvel de dolarizao ainda elevado e um sistema financeiro relativamente incipiente. Tais dificuldades fizeram-se sentir em meados do ano passado, culminando no incumprimento da meta

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estipulada para a inflao em consequncia de uma expanso da liquidez mais rpida que o projectado, determinando novo aperto da poltica monetria por parte do BNA. Grfico II.1.9.FACTORES DE VAR. DA LIQUIDEZ (2003 2007) Em % do stock inicial da Massa Monetria200 150 100 50 0 -50 -100 -150 Outros Activos Lq. Crd. Lq. ao SPA Crdito Economia Act. Externos Lq. Massa Monetria 2003 2004 2005 2006p 2006e 2007p

Fonte: BNA e FMI.

A massa monetria acusaria, de facto, um aumento de 59.5% em 2006 (praticamente o mesmo que no ano anterior), com o acentuado reforo dos activos externos como pano de fundo apenas parcialmente compensado pelo crdito lquido ao SPA (cf. Grfico II.1.9). Por outro lado, tambm o crdito economia se expandiu fortemente (uma variao equivalente a 26.4% do valor inicial da massa monetria), reflectindo o crescente dinamismo das actividades no-petrolferas e da concorrncia no sistema bancrio cuja robustez permanece, alis, confortvel. Grfico II.1.10. TAXAS DE JURO (2003 2007)Taxas anuais100 Tt. Banco Central (91 dias) 80 Crdito m/n (6 meses) Depsitos m/n (3 meses) 60 130 40 100 20 70 40 Dez 03 Dez 04 Dez 05 Jun 06 Dez 06 Abr 07 2002 2003 2004 2005 2006 2007 ndice nominal ndice real 190 160

Grfico II.1.11. TAXAS DE CMBIO (2002 2007)Taxas efectivas, ndices mdios mensais220Depreciao: - ; Apreciao: + (base: 2002 = 100)

0

Fontes: BNA e FMI.

A referida actuao do banco central traduziu-se, sobretudo j em 2007, na intensificao das emisses de TBC e das intervenes no mercado cambial, assim como na alterao da base de incidncia das reservas obrigatrias e no aumento da taxa de redesconto por dez vezes entre Outubro de 2006 e Agosto de 2007 (de 11% para 19.57%). Da resultaria que a evoluo da base monetria permaneceu controlada, ao mesmo tempo que as taxas de juro tendiam a aumentar (cf. Grfico II.1.10) e a taxa de cmbio nominal se apreciava no segundo trimestre de 2007 (3.7% face ao trimestre anterior, em termos efectivos) acentuando assim, todavia, a perda de competitividade-preo expressa na respectiva apreciao real (cf. Grfico II.1.11).

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Quadro A.II.1.1.

PRINCIPAIS INDICADORES ECONMICOS, 2002 - 2007

2002 UNIDADES PRODUTO E PREOS PIB nominal PIB real VAB real do sector petrolfero VAB real dos outros sectores Inflao (IPC-Luanda)mil milhes de EUR mil milhes de USD taxa de variao anual taxa de variao anual taxa de variao anual t. v. homloga anual t. v. mdia anual

2003

2004

2005 Est.

2006 Proj.

2006 Est.

2007 Proj.

11.4 10.8 14.4 20.6 7.9 105.6 119.1

12.3 14.0 3.4 -2.1 9.8 76.6 109.0

15.9 19.8 11.2 13.9 8.8 31.0 43.5

26.3 32.8 20.6 26.0 14.1 18.5 23.0

35.4 44.1 14.6 15.0 13.8 10.0 13.0

36.0 45.2 18.6 13.1 25.7 12.2 13.3

43.7 59.0 19.8 13.6 27.9 7.0 8.0

FINANAS PBLICAS Receitas totais Receitas petrolferas Despesas totais Despesas correntes Despesas de investimento Saldo global (base compromissos) Saldo global (base caixa) MOEDA E CRDITO Activos externos (lq.), em USD Crdito economia Massa monetria (M3) Depsitos totais TAXAS DE JURO Crdito em m/n (a 180 dias) Depsitos em m/n (a 180 dias) Depsitos em m/e (a 180 dias) Redesconto do BNA Ttulos do Banco Central (a 91 dias) BALANA DE PAGAMENTOS Importaes (em USD correntes) Exportaes (em USD correntes) Export. petrolferas (em USD correntes) Balana comercial Balana corrente Reservas externas (lquidas) DVIDA EXTERNA Dvida externa totalmil milhes de EUR mil milhes de USD percentagem do PIB taxa de variao anual taxa de variao anual percentagem do PIB percentagem do PIB percentagem do PIB mil milhes de USD taxa anual taxa anual taxa anual taxa anual taxa anual percentagem do PIB percentagem do PIB percentagem do PIB percentagem do PIB percentagem do PIB percentagem do PIB percentagem do PIB

38.3 29.4 47.2 35.0 9.9 -8.9 -1.5

37.9 27.9 44.3 36.3 7.6 -6.4 -5.7

36.9 28.4 38.5 30.6 4.9 -1.6 -3.7

40.7 32.3 33.3 26.9 5.0 7.4 6.5

38.0 30.4 44.0 24.0 20.0 -5.9 -6.9

46.4 37.2 31.6 22.7 8.9 14.8 6.6

37.5 29.5 40.8 26.2 14.5 -3.3 -2.1

taxa de variao anual taxa de variao anual taxa de variao anual taxa de variao anual

6.1 201.2 158.0 159.3

13.4 134.7 67.6 65.5

45.0 64.2 49.8 39.3

83.8 57.3 59.7 67.1

186.1 31.0 42.9 43.6

140.1 93.1 59.5 64.1

66.5 38.5 28.8 29.3

99.7 59.7 150.0 109.2

93.4 41.1 150.0 81.0

70.4 28.2 0.6 95.0 56.7

43.2 15.6 2.9 18.0 11.2

13.8 2.8 3.6 14.0 6.3

18.3 25.5 70.9 42.3 -1.4 0.32

45.7 14.2 62.2 28.9 -5.2 0.62

6.4 41.7 63.7 38.6 3.5 1.36

43.3 78.9 69.7 48.0 15.7 3.19

49.8 25.8 65.3 40.4 8.8 9.32

14.8 32.2 67.5 49.3 23.3 8.59

57.0 22.4 62.9 40.6 6.4 14.18

Servio da dvida TAXAS DE CMBIO Tx. nominal KZ / EUR Tx. nominal KZ / USD ITCE nominal [apreciao: +] ITCE real [apreciao: +] 1

perc. das exportaes

8.1 7.7 71.1 21.6

8.9 10.1 72.4 16.9

8.7 10.8 54.8 16.7

9.9 12.3 37.6 10.9

4.9

7.5 9.4 20.8 9.1

7.0 9.5 16.1 6.0

taxa mdia anual taxa mdia anual1

taxa de variao anual taxa de variao anual

41.3 43.7 -51.2 2.7

84.4 74.7 -43.4 7.3

103.9 83.5 -13.4 22.8

108.6 87.2 -4.6 15.7

100.9 80.4 8.0 19.5

Fontes: Banco Nacional de Angola, Ministrio das Finanas de Angola, Fundo Monetrio Internacional e clculos do Banco de Portugal.1

ndice da taxa de cmbio efectiva (ITCE), calculado a partir das taxas de cmbio oficiais praticadas para as moedas dos quatro maiores parceiros comerciais.

28

Banco de Portugal Evoluo das Economias dos PALOP e de Timor-Leste 2006/2007

Angola Captulo II

Quadro A.II.1.2.

PRODUTO INTERNO BRUTO, 2002 - 2007Preos correntes, em milhares de milhes de Kwanzas 2002 Sector primrio Agricultura, silvicultura e pesca Indstria extractiva Petrleo e gs (LPG) Outros (incl. diamantes) Sector secundrio Indstria transformadora Electricidade e gua Construo Sector tercirio Comrcio e servios transacionveis Servios no-transacionveis PRODUTO INTERNO BRUTO (custo de factores) Tributao aduaneira PRODUTO INTERNO BRUTO (preos de mercado) 311.6 38.1 273.5 251.0 22.5 34.2 17.6 0.2 16.4 117.4 67.1 50.3 463.2 8.5 471.7 2003 709.8 86.7 623.1 563.9 59.2 78.7 40.4 0.4 37.9 252.2 165.5 86.7 1 040.7 0.5 1 041.2 2004 1 131.3 142.5 988.8 903.0 85.8 128.8 66.1 0.6 62.1 391.1 263.1 128.0 1 651.2 0.9 1 652.1 2005 Est. 2 130.5 206.8 1923.7 1 800.1 123.6 193.3 102.3 0.9 90.1 534.7 353.9 180.8 2 858.5 1.2 2 859.7 2006 Est. 2 564.2 322.9 2241.3 2 120.7 120.6 287.3 154.4 1.2 131.7 776.5 566.1 210.4 3 628.0 1.6 3 629.6 2007 Proj. 4 483.3

Por memria:PIBpm nominal (em mil milhes de EUR) PIBpm nominal (em mil milhes de USD) PIBpm nominal (em kwanzas, variao anual em %) PIB real (variao anual em %) Sector petrolfero Sectores no-petrolferos 11.4 10.8 139.4 14.4 20.6 7.9 12.3 14.0 120.7 3.4 -2.1 9.8 15.9 19.8 58.7 11.2 13.9 8.8 26.3 32.8 73.1 20.6 26.0 14.1 36.0 45.2 26.9 18.6 13.1 25.7 43.7 59.0 23.5 19.8 13.6 27.9

Fontes: Banco Nacional de Angola, Fundo Monetrio Internacional e clculos do Banco de Portugal.

Evoluo das Economias dos PALOP e de Timor-Leste 2006/2007 Banco de Portugal

29

Captulo II Angola

Quadro A.II.1.3.

NDICE DE PREOS NO CONSUMIDOR, 1991 - 2007 (*)Taxas de variao em percentagem Var. mensal (1) 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2004 Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 3.1 2.9 2.2 2.4 4.5 2.0 1.5 1.6 1.6 1.6 1.9 2.3 1.9 2.0 2.0 1.4 1.3 1.0 1.1 1.2 1.1 1.0 1.2 1.9 0.9 0.7 0.8 0.8 0.8 0.8 0.9 0.8 0.8 0.9 1.4 2.0 0.8 0.9 0.8 0.8 0.9 Var. acumulada (4) 175.7 495.8 1837.7 971.9 3783.2 1650.1 147.7 134.8 329.0 268.4 116.1 105.6 76.6 31.0 18.5 12.2 3.1 6.1 8.4 11.0 15.9 18.2 19.9 21.9 23.7 25.7 28.1 31.0 1.9 4.0 6.1 7.6 9.0 10.1 11.3 12.6 13.8 14.9 16.3 18.5 0.9 1.6 2.4 3.2 4.1 4.9 5.8 6.7 7.6 8.5 10.1 12.2 0.8 1.7 2.5 3.3 4.2 Var. homloga (2) 175.7 495.8 1837.7 971.9 3783.2 1650.1 147.7 134.8 329.0 268.4 116.1 105.6 76.6 31.0 18.5 12.2 70.1 62.6 57.3 50.0 49.0 44.2 40.7 36.1 34.5 34.5 33.9 31.0 29.6 28.5 28.2 27.0 23.1 22.0 21.6 21.1 20.5 19.8 19.0 18.5 17.2 15.7 14.4 13.7 13.2 12.9 12.7 12.3 12.0 11.9 12.2 12.2 12.2 12.3 12.4 12.3 12.4 Var. mdia (3) ... 290.4 1210.9 1308.9 2148.1 6181.7 708.0 116.2 242.7 371.9 191.7 119.1 109.0 43.5 23.0 13.3 94.7 90.2 85.5 79.8 74.6 69.2 64.1 59.0 54.4 50.4 46.9 43.5 40.6 38.0 35.9 34.1 32.0 30.2 28.7 27.5 26.3 25.1 24.0 23.0 22.0 20.9 19.8 18.7 17.9 17.1 16.4 15.7 15.0 14.3 13.8 13.3 12.9 12.6 12.5 12.4 12.3

2005

2006

2007

Fontes: Banco Nacional de Angola e clculos do Banco de Portugal. (*) ndice total para a regio de Luanda (inclui as tarifas dos servios pblicos); no existe um ndice disponvel para o conjunto do pas (1) ms n / ms n-1; (2) ms n / ms n do ano anterior ; (3) ltimos 12 meses / 12 meses anteriores; (4) ms n / Dezembro anterior.

30

Banco de Portugal Evoluo das Economias dos PALOP e de Timor-Leste 2006/2007

Angola Captulo II

Quadro A.II.1.4.

BALANA DE PAGAMENTOS, 2002 - 2007Em milhes de USD 2002 2003 2004 2005 Est. 5 135 15 753 24 106 22 854 1 089 163 -8 353 -3 110 -5 557 -10 645 -6 614 -4 031 -555 -3 404 27 -3 690 8 1 558 3 641 -2 083 1 639 -6 895 1 445 -1 445 -1 817 372 117 2006 Proj. 3 900 17 824 30 335 28 813 1 431 91 -12 511 -3 707 -8 804 -13 952 -8 675 -5 277 -688 -4 621 28 1 092 0 2 408 3 200 -792 ... ... 4 992 -4 992 -5 182 190 190 2006 Est. 10 538 22 277 31 863 30 483 1 155 225 -9 586 -3 484 -6 102 -11 591 -6 087 -5 504 -548 -4 696 -148 -3 563 0 -1 154 1 206 -2 360 2 237 -4 646 6 975 -6 975 -5 402 -1 573 -1 608 2007 Proj. 3 783 23 948 38 996 37 141 1 552 303 -15 048 -4 171 -10 877 -20 005 -8 573 -11 432 -665 -10 650 -160 -107 0 1 318 3 000 -1 682 2 541 -3 966 3 676 -3 676 -1 924 -1 752 -1 752

1. Balana Corrente Mercadorias Exportaes (f.o.b.) Sector petrolfero Diamantes Outras Importaes (f.o.b.) Sector petrolfero Outras Servios e rendimentos Servios (lq.) Rendimentos (lq.) dos quais: Juros da dvida pblica Sector petrolfero Transferncias correntes (lq.) 2. Balana de Capital e Operaes Financeiras Transferncias de capital (lq.) Endividamento a mdio e longo prazo Desembolsos Amortizaes programadas Investimento directo estrangeiro (lq.) Outros capitais (incl. Erros e Omisses) 3. Balana Global: (1) + (2) 4. Financiamento Variao das Reservas oficiais lq. [aumento: - ] Financiamento excepcional do qual: Var. de Atrasados [aumento: + ]

-150 4 568 8 328 7 653 638 37 -3 760 -1 393 -2 367 -4 750 -3 115 -1 635 -354 ... 32 -401 0 -162 1 279 -1 441 1 643 -1 882 -551 551 207 344 ...

-720 4 027 9 507 8 684 788 35 -5 480 -2 022 -3 458 -4 846 -3 120 -1 726 -243 -1 378 99 821 22 179 1 538 -1 359 1 652 -1 032 101 -101 -263 162 -135

686 7 643 13 474 12 619 790 65 -5 831 -2 184 -3 647 -6 964 -4 480 -2 484 -399 -2 105 7 -28 11 907 2 764 -1 857 1 414 -2 360 658 -658 -780 122 -1 132

Fontes: Banco Nacional de Angola, Fundo Monetrio Internacional e clculos do Banco de Portugal.

Quadro A.II.1.5.

RESERVAS EXTERNAS E DVIDA PBLICA EXTERNA, 2002 - 2007Em milhares de milhes de USD 2002 2003 2004 2005 Est. Disponibilidades Lquidas sobre o Exterior Reservas externas oficiais (lquidas) Dvida Total (incl. Juros em atraso) da qual: Atrasados Juros em atraso Dvida Total excl. Juros em atraso) Dvida junto de Bancos Comerciais dos quais: Empr. c/garantia de petrleo Atrasados Credores multilaterais dos quais: Atrasados Credores oficiais bilaterais Clube de Paris dos quais: Atrasados Outros dos quais: Atrasados Fornecedores dos quais: Atrasados Por memria: DLX (em % do PIB) Dvida total (em % do PIB)Fontes: Banco Nacional de Angola e Fundo Monetrio Internacional.

2006 Est. 11.5 8.6 9.4 0.9 1.5 7.9 3.5 2.9 0.0 0.4 0.0 3.3 0.6 0.3 2.7 0.1 0.7 0.5 25.5 20.8

2007 Proj. 19.2 14.2 9.5 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 32.5 16.1

1.6 0.3 7.7 4.1 ... 7.7 1.9 1.1 0.4 0.3 0.0 4.5 2.4 1.8 2.2 1.3 1.0 0.6 14.7 71.1

1.8 0.6 10.1 4.3 1.7 8.4 2.4 1.8 0.5 0.3 0.0 4.7 2.5 2.1 2.1 1.0 1.0 0.7 12.9 72.4

2.6 1.4 10.8 3.1 1.8 9.0 3.5 3.4 0.1 0.4 0.0 4.3 2.6 2.3 1.7 0.1 0.8 0.6 13.2 54.8

4.8 3.2 12.3 2.7 1.9 10.4 4.9 5.3 0.0 0.4 0.0 4.4 2.4 2.1 1.9 0.1 0.8 0.5 14.6 37.6

Evoluo das Economias dos PALOP e de Timor-Leste 2006/2007 Banco de Portugal

31

Captulo II Angola

Quadro A.II.1.6.

EXPORTAES DE MERCADORIAS, 1999 - 2007Por tipo de bens (em milhes de USD correntes) e por destino (em percentagem do total) 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Est. Exportaes totais (em milhes de USD) Exportaes por tipos de bens Petrleo bruto (crude) Produtos refinados de petrleo e gs Diamantes Caf Outras exportaes Exportaes por destinos frica da qual: frica do Sul Unio Europeia da qual: Portugal EUA China Outros 5156 7921 6636 8328 9507 13474 24106 2006 Est. 31863 2007 Proj. 38996

4406 84 629 4 33

6951 169 739 1 61

5792 113 689 1 42

7539 106 638 0 45

8533 154 788 1 31

12441 178 790 0 65

22583 271 1092 0 160

29961 554 1141 0 207

41143 426 1871 0 -4444

1.0 0.7 17.0 0.2 53.2 28.8

0.2 0.1 17.3 0.6 44.6 22.8 15.1

0.2 0.0 26.4 1.7 47.9 10.6 14.9

0.4 0.2 26.5 0.8 40.9 13.6 18.6

0.1 0.0 13.6 0.0 48.2 23.6 14.5

2.3 2.3 9.6 0.0 37.8 35.7 14.6

1.5 1.5 14.7 0.1 39.8 29.6 14.4

1.4 1.3 8.9 0.2 39.6 35.6 14.5

Fontes: Banco Nacional de Angola, Fundo Monetrio Internacional e clculos do Banco de Portugal.

Quadro A.II.1.7.

IMPORTAES DE MERCADORIAS, 1999 - 2007Por tipo de bens (em milhes de USD correntes) e por origem (em percentagem do total) 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Est. Importaes totais (em milhes de USD) Importaes por tipos de bens Bens de consumo Bens intermdios Bens de investimento Importaes por origens frica da qual: frica do Sul Unio Europeia da qual: Portugal EUA China Outros 3109 3040 3179 3760 5480 5831 8353 2006 Est. 9586 2007 Proj. 15048

2077 182 850

1950 245 845

2174 304 701

2193 437 1131

2928 671 1881

3305 856 1670

5101 867 2386

... ... ...

... ... ...

11.5 9.4 44.1 14.4 12.4 ... 32.0

19.5 15.6 46.6 17.1 11.0 ... 22.9

13.8 12.1 38.7 14.2 8.8 ... 38.8

15.3 11.5 47.5 19.4 13.4 1.6 22.2

12.8 11.0 53.1 18.1 12.1 2.3 19.7

9.1 7.5 31.6 13.1 9.3 3.3 46.7

8.7 7.4 33.8 13.4 12.5 4.5 40.5

7.5 6.4 35.7 14.3 14.6 9.3 32.9

... ... ... ... ... ... ...

Fontes: Banco Nacional de Angola, Fundo Monetrio Internacional e clculos do Banco de Portugal.

32

Banco de Portugal Evoluo das Economias dos PALOP e de Timor-Leste 2006/2007

Angola Captulo II

Quadro A.II.1.8.

OPERAES FINANCEIRAS DO ESTADO, 2002 - 2007Em percentagem do PIB 2002 2003 2004 2005 Est. 1. Receitas Totais Receitas petrolferas Receitas no-petrolferas Donativos 2. Despesas Totais Despesas correntes Despesas com o pessoal Bens e servios Juros da dvida Transferncias Despesas de investimento 1 Outras despesas 3. Saldo Global (base compromissos) [1+2] 4. Variao de Atrasados (lq.) Internos Juros externos 5. Saldo Global (base caixa) [3+4] 6. Financiamento Bnus da explorao de petrleo Financiamento Externo (lquido) Endividamento (lquido) Desembolsos Amortizaes Alvio da dvida Financiamento Interno (lquido) 38.3 29.4 8.9 0.0 47.2 35.0 10.7 18.7 3.1 2.5 9.9 2.3 -8.9 7.4 6.4 1.0 -1.5 1.5 2.7 -4.9 -4.9 8.2 -13.1 0.0 3.7 37.9 27.9 9.2 0.8 44.3 36.3 12.4 15.7 1.8 6.4 7.6 0.4 -6.4 0.7 0.5 0.2 -5.7 5.7 0.0 3.5 1.6 11.3 -9.7 1.9 2.2 36.9 28.4 8.0 0.5 38.5 30.6 10.3 9.5 2.3 8.5 4.9 3.0 -1.6 -2.1 -2.2 0.1 -3.7 3.7 1.1 5.4 -1.1 11.5 -12.6 6.5 -2.8 40.7 32.3 8.2 0.2 33.3 26.9 9.2 9.2 1.8 6.7 5.0 1.4 7.4 -0.9 -1.4 0.5 6.5 -6.5 0.0 -3.4 -4.0 1.5 -5.5 0.6 -3.1 2006 Or. 38.0 30.4 7.3 0.3 44.0 24.0 10.0 6.7 1.5 5.8 20.0 0.0 -5.9 -1.0 -1.7 0.7 -6.9 6.9 0.0 12.3 12.3 16.5 -4.2 0.0 -5.4 2006 Est. 46.4 37.2 9.2 0.0 31.6 22.7 8.5 7.6 1.5 5.1 8.9 0.0 14.8 -8.2 -8.2 0.0 6.6 -6.6 2.2 -0.9 -0.9 7.2 -8.1 0.0 -7.9 2007 Or. 37.5 29.5 7.7 0.2 40.8 26.2 8.8 9.2 2.2 6.1 14.5 0.0 -3.3 1.3 -0.2 1.4 -2.1 2.1 0.0 4.5 4.5 13.2 -8.7 0.0 -2.5

Por memria:Saldo primrio Saldo global (excl. Receitas petrolferas)1

-5.8 -38.3

-4.6 -34.3

0.7 -30.0

9.2 -24.9

-4.5 -36.4

16.3 -22.4

-1.2 -32.8

Fontes: Banco Nacional de Angola, Ministrio das Finanas de Angola, Fundo Monetrio Internacional e clculos do Banco de Portugal. Inclui o dfice operacional do BNA, assim como erros e omisses.

Evoluo das Economias dos PALOP e de Timor-Leste 2006/2007 Banco de Portugal

33

Captulo II Angola

Quadro A.II.1.9.

SNTESE MONETRIA, 2002 - 2007Em milhares de milhes de Kwanzas 2002 Dez 2003 Dez 2004 Dez 2005 Dez 2006 Dez Proj. Activos Externos (lquidos) idem, em mil milhes de USD Banco Nacional de Angola Reservas externas oficiais (lquidas) idem, em mil milhes de USD Reservas Brutas Responsabilidades de curto prazo Outros activos externos (lquidos) Bancos Comerciais idem, em mil milhes de USD Activos Internos (lquidos) Crdito Interno (lquido) Crdito ao SPA (lquido) Crdito economia Outros activos internos (lquidos) Activos Totais Massa Monetria (M3) Moeda e Quase-Moeda (M2) Moeda Circulao Monetria Depsitos ordem em moeda nacional em moeda estrangeira Quase-Moeda Depsitos a prazo em moeda nacional Depsitos a prazo em moeda estrangeira Ttulos do banco central - acordos de recompra 19.0 0.3 22.0 -3.0 -3.3 77.8 1.3 14.1 26.8 2.1 24.7 -12.7 107.6 107.6 107.0 69.5 20.9 48.6 11.1 37.4 37.5 9.4 28.1 0.6 49.3 0.6 50.1 -0.8 -1.5 94.4 1.2 38.1 65.0 7.0 58.0 -26.9 180.3 180.3 177.9 127.0 35.4 91.6 33.9 57.7 50.9 3.8 47.1 2.4 116.3 1.4 117.3 -1.0 -1.4 108.2 1.3 47.0 75.0 -20.2 95.2 -28.0 270.1 270.1 244.5 190.1 46.0 144.1 52.3 91.8 54.4 5.0 49.4 25.6 257.6 3.2 258.2 -0.6 -1.5 130.8 1.6 44.5 60.7 -89.0 149.7 -16.2 431.4 431.4 391.3 313.7 59.7 254.0 94.7 159.3 77.6 17.9 59.7 40.1 745.8 9.3 746.5 -0.7 -1.5 352.1 4.4 -479.9 -429.4 -625.5 196.1 -50.5 616.5 616.5 560.5 460.4 84.2 376.2 147.2 229.0 100.1 31.6 68.5 56.0 689.3 8.6 690.1 -0.9 -1.4 235.5 2.9 -235.1 -206.7 -495.7 289.1 -28.5 688.2 688.2 615.6 474.1 71.6 402.5 124.8 277.7 141.5 18.3 123.2 72.6 697.7 9.3 698.6 -0.9 -1.3 206.5 2.8 -121.3 -75.6 -415.7 340.1 -45.7 781.5 781.5 684.6 539.8 60.9 478.9 167.4 311.5 144.8 28.1 116.7 97.0 747.1 14.2 747.7 -0.6 -1.3 263.5 5.0 -122.8 47.4 -353.0 400.4 -170.2 886.5 886.5 799.1 625.3 95.5 529.8 229.8 300.0 173.8 85.2 88.6 87.4 93.5 1.6 142.2 1.8 223.1 2.6 386.9 1 096.4 4.8 13.7 2006 Dez Est. 923.4 11.5 2007 Mai Est. 2007 Dez Proj.

902.8 1 009.3 12.0 19.2

Fontes: Banco Nacional de Angola, Fundo Monetrio Internacional e clculos do Banco de Portugal.

34

Banco de Portugal Evoluo das Economias dos PALOP e de Timor-Leste 2006/2007

Angola Captulo II

Quadro A.II.1.10.

TAXAS DE JURO, 2000 - 2007Taxas anuais 2000 Dez. Taxas de Depsitos (em Moeda Nacional) Depsitos ordem Depsitos a prazo At 90 dias 91-180 dias 181-365 dias Mais de 1 ano (em Moeda Estrangeira) Depsitos ordem Depsitos a prazo At 90 dias 91-180 dias 181-365 dias Mais de 1 ano Taxas de Crdito (em Moeda Nacional) At 180 dias 181-365 dias Mais de 1 ano (em Moeda Estrangeira) At 180 dias 181-365 dias Mais de 1 ano Taxa de Redesconto do BNA Ttulos do Banco Central a 14 dias a 28 dias a 63 dias a 91 dias a 182 dias a 364 dias Bilhetes do Tesouro a 63 dias a 91 dias a 182 dias Obrigaes do Tesouro em Moeda Nacional em Moeda Estrangeira Por memria: Inflao (t.v. homloga anual)Fonte: Banco Nacional de Angola.

2001 Dez.

2002 Dez.

2003 Dez.

2004 Dez

2005 Dez

2006 Jun

2006 Dez

2007 Abr

15.81 45.96 55.00 57.00

10.18 56.05 50.00 57.00

10.02 40.96 59.65

10.02 23.57 41.06 27.14

9.99 14.48 28.19 41.56 0.86 1.02 0.56 0.83 1.53

9.95 5.15 15.64 24.10 30.00 0.97 1.61 2.85 1.53 1.89

2.68 3.56 9.32 2.58 9.00 0.33 2.29 2.38 3.97 5.11

2.76 2.73 2.82 3.24 9.00 0.64 1.31 3.58 4.02 6.05

2.83 5.28 2.16 5.41 8.00 0.81 1.34 3.92 3.81 5.22

89.56 102.77 120.00 150.00 112.50 115.21 122.64

97.63 91.70 110.00 150.00 115.86 120.79 127.00 128.00

99.66 104.55 102.84 150.00 102.74 107.90 109.16 113.00

93.41 68.82 75.69 150.00 45.80 56.10 81.00

70.42 74.77 73.38 9.82 9.73 8.58 95.00 46.44 50.37 56.70 60.48 57.21 60.52

43.23 67.58 54.88 8.43 8.90 9.52 18.00 4.29 7.51 11.17 11.06 11.17 11.06

19.91 19.57 27.92 7.65 9.36 8.17 18.00 0.75 2.55 3.23

13.83 6.01 10.18 8.11 4.27 4.53 14.00 6.33 7.36 9.53

14.31 4.23 11.73 4.90 3.59 3.82 18.30 8.44 9.81 11.59 14.24 12.40 12.69

5.20

5.20 4.00 8.56

268.35

116.14

105.60

76.58

31.02

18.50

12.92

12.22

12.30

Evoluo das Economias dos PALOP e de Timor-Leste 2006/2007 Banco de Portugal

35

Captulo II Angola

Quadro A.II.1.11.

TAXAS DE CMBIO, 1996 - 2007Taxas mdias do perodo Kz / EUR Kz / USD Merc. Oficial 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2004 Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho ---2.66 9.15 19.77 41.27 84.39 103.87 108.60 100.85 100.57 101.06 98.40 97.62 98.62 101.22 104.88 103.15 104.82 108.67 112.84 114.56 114.79 113.36 114.86 113.02 112.76 108.41 107.36 109.63 109.31 106.90 97.05 95.78 97.38 96.09 95.98 98.35 102.54 101.90 101.93 102.90 102.34 101.41 103.37 106.01 104.55 104.60 105.86 107.74 101.95 100.54 0.13 0.23 0.39 2.79 10.04 22.02 43.70 74.69 83.54 87.16 80.37 79.66 80.01 80.23 81.42 82.20 83.39 85.51 84.73 85.80 87.03 86.87 85.64 86.67 87.12 87.09 87.36 88.84 89.13 89.19 89.19 89.20 88.98 82.36 80.79 80.54 80.36 80.36 80.37 80.37 80.37 80.37 80.37 80.37 80.37 80.36 80.19 80.28 80.06 79.96 79.85 75.42 74.972 1, 3

ITCE Nominal 31 370.32 18 235.83 10 623.26 1 510.96 435.83 204.98 100.00 56.64 49.08 46.83 50.56 51.59 51.29 51.20 50.53 50.17 49.22 47.78 48.44 47.86 47.01 46.71 47.09 46.53 46.56 46.53 46.53 45.94 46.20 46.10 45.70 45.64 45.95 49.78 50.53 50.43 50.54 50.74 50.41 50.31 50.63 50.69 50.55 50.74 50.83 50.52 50.27 50.28 50.37 50.42 50.28 53.04 53.42

Merc. Paralelo 0.17 0.30 0.61 3.16 10.55 23.95 45.27 77.84 85.02 88.81 81.95 81.09 81.91 83.10 83.63 83.75 85.51 85.99 86.79 88.13 89.00 89.44 88.44 87.68 88.51 88.46 88.86 89.44 90.45 90.78 90.94 91.00 86.77 84.44

Real 69.63 126.40 150.21 72.90 86.68 97.32 100.00 107.26 131.69 152.36 182.06 123.41 126.27 127.92 128.61 132.66 132.07 130.17 134.09 134.44 133.93 136.01 140.75 141.84 143.58 145.98 147.71 147.72 150.10 150.87 150.99 151.51 153.68 169.11 175.19 175.44 177.32 178.63 177.80 178.12 180.29 182.01 182.52 185.01 187.56 188.97 191.03 192.56 193.75 193.87 193.28 204.54

2005

2006

2007

Fontes: Banco Nacional de Angola, Fundo Monetrio Internacional e clculos do Banco de Portugal.1 2 3

ndice da taxa de cmbio efectiva (ITCE), calculado a partir das taxas de cmbio oficiais praticadas para as moedas dos quatro maiores parceiros comerciais. Taxa de referncia do BNA, correspondente (desde Maio de 1999) taxa mdia praticada no mercado cambial interbancrio. Um aumento/diminuio do ITCE (nominal ou real) corresponde a uma apreciao/depreciao do Kwanza.

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Banco de Portugal Evoluo das Economias dos PALOP e de Timor-Leste 2006/2007