Análise Ergonômica de Máquina Injetora

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1 Análise ergonômica de máquina injetora, sob o ponto de vista da norma regulamentadora 12 – segurança no trabalho em máquinas e equipamentos, aspectos ergonômicos, considerando operador com altura de 1,43m. Iêda luiza martiniano de magalhães 1 e-mail: [email protected] Eduardo ferro dos santos 2 Pós-graduação em ERGONOMIA: SAÚDE, SEGURANÇA E OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS – Faculdade Ávila Resumo O presente artigo propõe analisar se a máquina injetora, atende as exigências da Norma Regulamentadora 12 (NR 12) – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos: aspectos ergonômicos, com observância aos seguintes aspectos, respeito às exigências posturais, cognitivas, movimentos e esforços físicos demandados pelos operadores, considerando operador com altura de 1,43 m. A metodologia utilizada é a Ergonomic Workplace Analysis (EWA – Análise Ergonômica do Local de Trabalho), desenvolvida por AHONEN ET AL, 198, que abrange todos os itens solicitados. Os resultados apontaram variáveis discordantes entre o observador e o trabalhador não oferecendo subsídios suficientes para o não atendimento da NR 12. Palavras-chave: Ergonomia, NR 12 e Máquina Injetora. 1. Introdução A NR 12 foi alterada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, pela Portaria nº 197, de 17 de dezembro de 2010, sendo incluso itens referentes à ergonomia, bem como, um anexo específico para injetoras de material plástico. Segundo o item 12.1 esta Norma Regulamentadora e seus anexos têm como princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, englobando as fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título. Referindo-se inclusive as máquinas e equipamentos novos e usados. Portanto, empresas que já possuem máquinas injetoras terão que atender as exigências da norma, incluindo itens de Ergonomia, no qual decidimos contribuir fazendo um estudo de uma máquina injetora com uma operadora de 1,43 m, onde visa verificar através da metodologia de análise ergonômica EWA, adaptado por Paschoarelli 2005, o atendimento ou não da letra b do item 19.94 da NR 12. 2. Revisão da literatura De acordo com o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora Nº 17 (2002): a) A postura de trabalho adotada é função da atividade desenvolvida, das exigências da tarefa (visuais, emprego de forças, precisão dos movimentos, etc.), dos espaços de trabalho, da 1 Pós-graduando em Ergonomia: Saúde, Segurança e Otimização de Processos. ² Orientador: Doutorado em Engenharia de Produção (UNIMEP), Ergonomista Sênior Certificado pela ABERGO.

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Análise ergonômica de máquina injetora

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Análise ergonômica de máquina injetora, sob o ponto de vista da norma regulamentadora 12 – segurança no trabalho em máquinas e equipamentos, aspectos ergonômicos, considerando operador com

altura de 1,43m.

Iêda luiza martiniano de magalhães1 e-mail: [email protected]

Eduardo ferro dos santos2 Pós-graduação em ERGONOMIA: SAÚDE, SEGURANÇA E OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS –

Faculdade Ávila

Resumo O presente artigo propõe analisar se a máquina injetora, atende as exigências da Norma

Regulamentadora 12 (NR 12) – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos:

aspectos ergonômicos, com observância aos seguintes aspectos, respeito às exigências

posturais, cognitivas, movimentos e esforços físicos demandados pelos operadores,

considerando operador com altura de 1,43 m. A metodologia utilizada é a Ergonomic

Workplace Analysis (EWA – Análise Ergonômica do Local de Trabalho), desenvolvida por

AHONEN ET AL, 198, que abrange todos os itens solicitados. Os resultados apontaram

variáveis discordantes entre o observador e o trabalhador não oferecendo subsídios

suficientes para o não atendimento da NR 12. Palavras-chave: Ergonomia, NR 12 e Máquina Injetora.

1. Introdução A NR 12 foi alterada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, pela Portaria nº 197, de 17 de dezembro de 2010, sendo incluso itens referentes à ergonomia, bem como, um anexo específico para injetoras de material plástico. Segundo o item 12.1 esta Norma Regulamentadora e seus anexos têm como princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, englobando as fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título. Referindo-se inclusive as máquinas e equipamentos novos e usados. Portanto, empresas que já possuem máquinas injetoras terão que atender as exigências da norma, incluindo itens de Ergonomia, no qual decidimos contribuir fazendo um estudo de uma máquina injetora com uma operadora de 1,43 m, onde visa verificar através da metodologia de análise ergonômica EWA, adaptado por Paschoarelli 2005, o atendimento ou não da letra b do item 19.94 da NR 12. 2. Revisão da literatura De acordo com o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora Nº 17 (2002): a) A postura de trabalho adotada é função da atividade desenvolvida, das exigências da

tarefa (visuais, emprego de forças, precisão dos movimentos, etc.), dos espaços de trabalho, da

1 Pós-graduando em Ergonomia: Saúde, Segurança e Otimização de Processos. ² Orientador: Doutorado em Engenharia de Produção (UNIMEP), Ergonomista Sênior Certificado pela ABERGO.

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ligação do trabalhador com máquinas e equipamentos de trabalho como, por exemplo, o acionamento de comandos;

b) Dos subitens 17.3.2.1, 17.3.3, 17.3.4, 17.3.5, 17.4, 17.5 e 17.6: os equipamentos, as condições ambientais e a organização do trabalho também devem ser adaptados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho (leia-se, às exigências da tarefa), levando em conta também à sensação de conforto, isto é, os trabalhadores têm de ser consultados e deverão aprovar os equipamentos, as condições ambientais e a organização do trabalho, pois só eles podem atestar seu conforto ou não. As variáveis do protocolo adaptado por Paschoarelli abordam pontualmente os itens acima, envolvendo o trabalhador. É o que explica os autores abaixo: PACCOLA, BORMIO e SILVA (2008), explica que a metodologia EWA é utilizada para identificar os riscos ergonômicos do local de trabalho – ambiente, posto e tarefa, que ao abordar aspectos da fisiologia do trabalho, biomecânica ocupacional, psicológicos e da higiene ocupacional, por meio de um modelo participativo e conjunto entre o usuário e o avaliador, resulta em dados que possibilitam o tecimento de recomendações gerais e objetivas essenciais ao trabalho sadio e seguro. MORAES & MONT’ALVÃO (2003), conceitua como problemas cognitivos, a dificuldade de decodificação, aprendizagem, memorização, em face de inconsistências lógicas e de navegação dos subsistemas comunicacionais e dialogais. Dentre os aspectos ergonômicos, as exigências cognitivas, conforme exige a NR 12, tem citado na metodologia EWA as seguintes variáveis: satisfação no trabalho, restrição da atividade, contacto inter-pessoal, tomada de decisão e exigência de atenção. IIDA (1991), define espaço de trabalho como sendo o espaço imaginário necessário para realizar os movimentos requeridos pelo trabalho. COUTO (2002), especifica que na Biomecânica, estudam-se os esforços feitos pelo trabalhador, o uso da coluna vertebral, o manuseio, levantamento e transporte de cargas, características de cadeiras e assentos no local de trabalho, conforto de bancos de veículos e equipamentos motorizados, o uso dos membros superiores como ferramentas de trabalho e, mais recentemente, a Biomecânica tem-se dedicado a estudar os aspectos relacionados aos postos de trabalho com computadores. Assim, os autores acima vêm a esclarecer que o espaço de trabalho e a biomecânica, estão diretamente relacionados com as exigências posturais, movimentos e esforços físicos citados na NR 12. SANTOS e SANTOS (2006), cita que há duas técnicas de análises ergonômicas que são: técnicas objetivas e técnicas subjetivas.

Técnicas Objetivas (ou direta) – se dá por meio do registro das atividades ao longo de um período pré-determinado de tempo, através de observações, e assistida por meio audiovisual. A observação é o método mais utilizado numa Análise Ergonômica, uma vez que permite uma abordagem de maneira global da atividade no trabalho, na qual o pesquisador, partindo da estruturação das classes de problemas a serem observados, faz uma espécie de filtragem seletiva das informações disponíveis, da qual advém a observação assistida. O registro em vídeo permite com maior fidedignidade, o registro completo do comportamento do executor da tarefa, capturando não apenas detalhes posturais, mas também comportamentais. Técnicas Subjetivas (ou indireta) – é composta por questionários, check-lists, ferramentas e entrevistas. O questionário requer um maior tempo do pesquisador, ou então um maior número de pesquisadores, no entanto, é uma aplicação bastante oportuna em um grupo restrito de pesquisados. É importante considerar que o questionário levanta tão só as opiniões dos entrevistados, não permitindo o acesso ao comportamento real e objetivo. Os check-lists e ferramentas de avaliações, são instrumentos de tabulação similar ao questionário, preenchido pelo próprio pesquisador, permitindo que ele mesmo avalie o sistema, apontando os seus pontos fortes e fracos.

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No protocolo utilizado para análise ergonômica pela metodologia EWA, utilizamos a técnica objetiva e a técnica subjetiva. Na máquina injetora é onde o trabalhador desenvolve a sua atividade e é objeto de estudo neste artigo, tendo a sua definição conforme abaixo:

Para fins de aplicação deste Anexo considera-se injetora a máquina utilizada para fabricação descontínua de produtos moldados, por meio de injeção de material no molde, que contém uma ou mais cavidades em que o produto é formado, consistindo essencialmente na unidade de fechamento – área do molde e mecanismo de fechamento, unidade de injeção e sistemas de acionamento e controle. (Portaria nº 197, 17 de dezembro de 2010, NR 12 do Ministério do Trabalho e Emprego, Anexo IX, item 1).

Conforme GRANDJEAN (1988), um sistema homem-máquina significa que o homem e a máquina têm uma relação recíproca um com o outro. MORAES & MONT’ALVÃO (2003), nesta mesma linha de pensamento, diz que nos sistemas homens-máquinas, cabe enfatizar a interação entre os homens e máquinas. A Ergonomia não estuda o homem isolado nem a máquina isolada. Esta interação se dá através das comunicações entre o homem e a máquina e se expressa a partir das atividades da tarefa. Por isso, a NR 12 preconiza que a saúde e a segurança do trabalhador não deve ser esquecida desde a fase de fabricação de uma máquina até o usuário final. 3. Método e materiais 3.1 Metodologia A metodologia utilizada é uma revisão bibliográfica fundamentada em campo através de estudo de caso. 3.2 Item utilizado da norma regulamentadora 12 – segurança no trabalho em máquinas e equipamentos

Item 12.94. As máquinas e equipamentos devem ser projetados, construídos e mantidos com observância aos os seguintes aspectos: b) respeito às exigências posturais, cognitivas, movimentos e esforços físicos demandados pelos operadores.

3.3 Itens utilizados da metodologia EWA Segundo o Protocolo de Avaliação e Análise Ergonômica de Postos de Trabalho, que foi adaptado por Paschoarelli 2005, estaremos utilizando às seguintes variáveis no posto de trabalho, onde possibilita inclusive ter a percepção do trabalhador e do avaliador que são: Espaço do Trabalho (movimentos e esforços físicos) - Espaço horizontal - Altura do plano de trabalho - Distância visual - Ângulo de visão - Espaço para membros inferiores Aspectos Biomecânicos (exigências posturais, movimentos e esforços físicos) - Atividade física geral - Postura: pescoço e ombros - Postura: cotovelo e punho - Postura: coluna - Postura: membros inferiores - Repetitividade Exigências Cognitivas - Satisfação no trabalho - Restrição da atividade - Contato interpessoal - Tomada de decisão

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- Exigência de atenção 3.4 Forma de avaliação Para a avaliação objetiva (observador), cada variável possui uma escala de A até E, com diagrama e texto para classificação, onde A, B e C apresenta um melhor desvio em relação à condição ótima ou geralmente aceitável para as condições de trabalho em análise; a classificação de D a E indica que a condição de trabalho em análise pode causar danos a saúde do trabalhador. Para a avaliação subjetiva (trabalhador), cada variável possui uma escala de A até E, com perguntas, onde as respostas são classificadas da seguinte forma: A para excelente; B para bom; C para médio; D para regular e E para péssimo. Essa análise é conduzida pelo avaliador ao trabalhador através de entrevista. 3.5 Procedimento O estudo de caso tem o objetivo de analisar se a máquina injetora Sinitron, modelo SYA 2500 DT, atende as exigências da Norma Regulamentadora 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, em seu item 12.94, onde especifica que as máquinas e equipamentos devem ser projetados, construídos e mantidos com observância aos seguintes aspectos, em seu item b) respeito as exigências posturais, cognitivas, movimentos e esforços físicos demandados pelos operadores, considerando operador com altura de 1,43 m. Por isso, o estudo foi realizado em uma empresa de injeção plástica onde a atividade desenvolvida pelo operador nos oferece a oportunidade de avaliar o item b citado acima. Antes do início da análise, foi solicitado da empresa autorização para o desenvolvimento da atividade. O posto de trabalho foi observado primeiramente, sendo explicado ao trabalhador qual o objetivo do estudo de caso. O trabalho foi desenvolvido em três etapas: - 1ª Etapa: Observar o posto de trabalho; Fotografar e registrar em vídeo as atividades do posto de trabalho; Verificar documentos que envolvem a tarefa como: instrução de trabalho do produto, etiqueta de identificação e monitoração do produto; Descrever a tarefa; Desenhar o esboço do posto de trabalho; Medir altura e porta dianteira da máquina injetora. - 2ª Etapa: Entrevistar o trabalhador aplicando o Questionário conforme o protocolo de avaliação adaptado por Paschoarelli. Realizar algumas medições antropométricas no trabalhador. - 3ª Etapa: Avaliar o posto de trabalho seguindo as variáveis do protocolo sobre o ponto de vista do observador, conforme abaixo: Espaço de Trabalho Foi considerado o ambiente físico imediato do trabalhador, incluindo além da máquina injetora, a mesa, a caixa com saco bolha, a caixa de marfinite para colocação do produto acabado, caixa para refugos (galhos da peça), ferramentas manuais: carimbo e estilete. Pela observação foi avaliado: se os objetos manuseados estavam situados dentro da área de alcance do trabalhador; se a postura de trabalho é mantida corretamente com a altura da porta da máquina injetora; se o cotovelo fica na altura correta para pegar a peça dentro da área do molde da máquina injetora, altura da mesa ao inspecionar, rebarbar e carimbar a peça, apoio para os braços; se há espaço suficiente para o trabalhador realizar os movimentos exigidos para sua função e se ele pode variar a sua postura; se pode ajustar as dimensões do seu espaço de trabalho e organizar os equipamentos em uso; se há espaço para os dedos do pé ao retirar a

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peça da máquina injetora e na frente da mesa; se há espaço livre atrás do trabalhador de 90 cm considerando que objetos grandes não sejam manuseados; se há assento ou se para o trabalho de pé há cadeira ou banco para uso temporário; se há ferramentas manuais e/ou outros equipamentos.

Fonte: Formulário em excell designado de Lay-out de processo da empresa

Figura 01 – Vista superior do posto de trabalho

Fonte: Iêda Magalhães

Figura 02 – Vista geral do posto de trabalho Aspectos biomecânicos Foi observado para a atividade física geral, se o trabalhador regula a carga física ou se há a possibilidade desta carga ser regulada pelo método de produção, ou ainda, pela situação em que o trabalho é feito considerando inclusive através de entrevista a informação dada pelo

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trabalhador. Se há levantamento e transporte de carga dentro da sua atividade de operar máquina injetora; se ao retirar a peça de dentro da área do molde da máquina observa-se postura de trabalho e movimentos separados de: pescoço e ombros; cotovelo e punho; coluna; membros inferiores. Se há repetitividade no trabalho, observar a duração média do ciclo repetitivo e cronometrar o tempo.

Fonte: Iêda Magalhães

Figura 03 – Movimento de retirar peça de dentro da área do molde Exigências cognitivas Avaliar se ao trabalhar operando a máquina injetora, planeja e prepara, inspeciona e corrige, além de gerenciar reparos e materiais. Se há limitação da tarefa, determinando se a organização do trabalho ou suas condições limitam a atividade do trabalhador ou sua liberdade de escolher o tempo de executar a tarefa. Se o trabalho é limitado pela máquina injetora, processo ou trabalho em grupo. Determinar o grau de isolamento avaliando as oportunidades diretas e indiretas de comunicação com outros trabalhadores ou superiores. Se na tarefa realizada há dificuldade em tomar decisões quanto ao grau de disponibilidade de informação e do risco envolvido na decisão. Se a atenção demandada pelo trabalho de operar a máquina injetora envolve cuidado, observação, tempo requerido em relação ao ciclo total da atividade. 3.6 Descrição da tarefa prescrita (conforme instrução de trabalho) Operação: Injeção/Revisão/Embalagem - Após injeção retirar peça do molde; - Retirar o canal de injeção da peça; - Revisar a peça. Atentar para possíveis falhas no processo conforme plano de controle (rebarba, tonalidade, espirrado, contaminação, falha de injeção, chupamento e manchas); - Cortar a rebarba das laterais da peça com atenção para não deixar rebarba ou cortar a peça; - Peça conforme, carimbar com data e turno para rastreabilidade; - Embalar a peça com saco bolha; - Após a embalagem da peça, arrumar a peça em marfinite com 40 peças cada. 3.7 Descrição da tarefa real (pelo avaliador)

Atividade realizada de pé:

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- Abrir a porta da máquina injetora com a mão esquerda (Figura 04); - Retirar a peça injetada com a mão direita do molde (Figura 03); - Fechar a porta da máquina com a mão esquerda; - Quebrar o canal de injeção e jogar na caixa de refugo; - Revisar a peça em frente à mesa de trabalho; - Pegar o estilete com a mão direita e rebarbar a peça (Figura 05); - Depositar o estilete (Figura 06) na mesa e pegar o carimbo (Figura 07) com a mão direita; - Carimbar a peça com a mão direita e observar se o carimbo ficou legível; - Trocar a peça da mão esquerda para a direita se encaminhando para a caixa com saco bolha; - Voltar para frente da caixa com o produto acabado embalando a peça com saco bolha. - Arrumar a peça na caixa com produto acabado; - Retornar para frente da máquina injetora e esperar concluir o ciclo de injeção para abrir a porta da máquina injetora.

Fonte: Iêda Magalhães

Figura 04 – Abrir a porta da máquina injetora

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Fonte: Iêda Magalhães

Figura 05 – Rebarbar peça com estilete

Fonte: internet www.storemixbrasil.com.br

Figura 06 - Estilete

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Fonte: internet: www.pointdoscarimbosegames.com.br e www.carimbosju.com.br

Figura 07 – Carimbo

3.8 Materiais utilizados - Máquina fotográfica marca Olympus; - Trena; - Cronômetro. 4.0 Resultados A análise foi realizada a partir das tabelas: - Tabela 1 – Resultados das variáveis referentes a espaço de trabalho; - Tabela 2 – Resultados das variáveis referentes aos aspectos biomecânicos e -Tabela 3 – Resultados das variáveis referentes às exigências cognitivas, variável por variável, comparando: - Variáveis concordantes entre o observador e o trabalhador , quais sejam: distância visual, postura: pescoço e ombros, postura: cotovelo e punho, postura: coluna, postura: membros inferiores, contato interpessoal, tomada de decisão e exigência de atenção. - Variáveis discordantes entre o observador e o trabalhador, quais sejam: espaço horizontal, altura do plano de trabalho, ângulo de visão, espaço para membros inferiores, atividade física geral, repetitividade, satisfação no trabalho e restrição do trabalho.

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Variáveis

ESPAÇO DE TRABALHO A B C D E A B C D E

pode

causar

danos

Bom

pode

causar

danos

Bom

um

melhor

desvio

Bom

um

melhor

desvio

Excelente

um

melhor

desvio

Regular

ASSENTOS

variável discordante

ÂNGULO DE VISÃO

ESPAÇO PARA MEMBROS INFERIORES

"às vezes

tem caixa

embaixo da

mesa"

ESPAÇO HORIZONTAL

variável discordante

ALTURA DO PLANO DE TRABALHO

variável concordante

DISTÂNCIA VISUAL

Comentário do

trabalhador

Avaliação objetiva(OBSERVADOR)

Avaliação subjetiva(TRABALHADOR)

variável discordante

variável discordante

Não aplicável: atividade em pé

Fonte: Iêda Magalhães

Tabela 1 – Resultados das variáveis referentes a espaço de trabalho

Variáveis

ASPECTOS BIOMECÂNICOS A B C D E A B C D E

um

melhor

desvio

Médio

pode

causar

danos

Péssimo

um

melhor

desvio

Bom

um

melhor

desvio

Bom

um

melhor

desvio

Médio

pode

causar

danos

Bom

variável discordante

variável concordante

variável concordante

variável concordante

variável concordante

Avaliação objetiva(OBSERVADOR)

Avaliação subjetiva(TRABALHADOR)

Comentário do

trabalhador

ATIVIDADE FÍSICA GERAL

POSTURA: PESCOÇO E OMBROS

POSTURA: COTOVELO E PUNHO

POSTURA: COLUNA

POSTURA: MEMBROS INFERIORES

REPETITIVIDADE

variável discordante

"cansaço

nas

pernas"

"dói por ter que

abaixar a

cabeça para

rebarbar a

peça"

"por trabalhar

em pé, à noite

passo gel para

aliviar a dor."

Fonte: Iêda Magalhães

Tabela 2 – Resultados das variáveis referentes aos aspectos biomecânicos

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Variáveis

EXIGÊNCIAS COGNITIVAS A B C D E A B C D E

pode

causar

danos

Bom

pode

causar

danos

Bom

um

melhor

desvio

Excelente

um

melhor

desvio

Excelente

um

melhor

desvio

Bom

variável concordante

Comentário do

trabalhador

Avaliação objetiva(OBSERVADOR)

Avaliação subjetiva(TRABALHADOR)

variável concordante

SATISFAÇÃO NO TRABALHO

RESTRIÇÃO DO TRABALHO

CONTATO INTERPESSOAL

TOMADA DE DECISÃO

EXIGÊNCIA DE ATENÇÃO

variável discordante

variável discordante

variável concordante

"tenho

liberdade de

ir ao

banheiro."

"posso

conversar

com os

colegas"

"há

treinamento

para tomada

de decisão"

Fonte: Iêda Magalhães

Tabela 3 – Resultados das variáveis referente às exigências cognitivas

5.0 Conclusão

Dos resultados discordantes, observou-se que as perguntas feitas ao trabalhador faz com que ângulos, distâncias, tenham outro tipo de interpretação, importando somente o ato de conseguir fazer a tarefa sem nenhum incômodo, por isso, a divergência nas respostas considerando que o observador segue os valores quantitativos existentes na ferramenta. Ainda, nos resultados (discordantes) das perguntas referentes à satisfação no trabalho, restrição da atividade, contato interpessoal, tomada de decisão e exigência de atenção, faz com que o trabalhador interprete-as de forma mais abrangente, incluindo todo o ambiente de trabalho, ou seja, vai além da sua atividade homem-máquina, pois, foi considerado conforme os seus comentários na tabela 3, por exemplo: liberdade de ir ao banheiro (pode, desde que seja chamado um colega para o seu lugar), conversar com o colega (entre um ciclo e outro da máquina injetora, por exemplo); o que faz com que o trabalhador tenha uma percepção diferente do observador seguindo a metodologia EWA. Portanto, a metodologia de análise ergonômica EWA, adaptado por Paschoarelli, aplicado a atividade realizada em máquina injetora, mostrou-se eficiente para indicar que variável requer melhor avaliação, neste caso a prioridade seria as de resultados discordantes entre o observador e o trabalhador. Contudo, a vantagem de se utilizar a metodologia EWA é que todos os aspectos ergonômicos foram avaliados, mas, não há subsídios suficientes para considerar que a máquina injetora não atende a NR12. 6.0 Referências COUTO, Hudson de Araújo. Como implantar ergonomia na empresa. Belo Horizonte: Ergo, 2002. IIDA, Itiro. Ergonomia projetos e produção. São Paulo: Edgar Blücher Ltda., 1992.

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MINISTÉRIO DO TRABALHO. Manual de aplicação da norma regulamentadora nº 17. Brasília: M.T.E., SIT, 2002. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma regulamentadora nº12 segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. Aprovada pela portaria 197, de 17 de dezembro de 2010. Brasília: DOU, 24/12/2010. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm. Acesso em: 2011 e 2012. MORAES, Anamaria de; MONT’ALVÃO, Claudia. Ergonomia: conceito e aplicações. Rio de Janeiro: iUsEr, 2003. PACCOLA, Sileide Aparecida de Oliveira; BORMIO, Mariana Falcão; SILVA, José Carlos Plácido da. Estudo de aplicação do protocolo de avaliação e análise ergonômica de postos de trabalho em carteira escolar. In: Anais do 8º congresso brasileiro de pesquisa e desenvolvimento em design. Associação de ensino e pesquisa de nível superior de design do brasil (AENDI/BRASIL). PASCHOARELLI, Luis Carlos. Protocolo de avaliação e análise ergonômica de postos de trabalho. Laboratório de Ergonomia e Interfaces – Departamento de Desenho Industrial – Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - UNESP. Bauru, 2006. SANTOS, E.F.; SANTOS, G.F. Análise de Riscos Ergonômicos. Jacareí,SP: Ergo Brasil, 2006.