Análise Exergética Planta de Co-Geração Usina Sucroalcooleira
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1
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
PPGEM – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica
ANÁLISE EXERGÉTICA DE UMA PLANTA DE CO-GERAÇÃO DE USINA SUCROALCOOLEIRA
ANDERSON FRANCISCO DA SILVA
Nº USP: 3150 9606141 / 1
PROF. DR. SILVIO OLIVEIRA JÚNIOR
SÃO PAULO
2015
RESUMOEste trabalho visa analisar componentes de uma planta de co-geração de
uma usina sucroalcooleira, com base energética e exergética, para identificar quais
componentes são mais ineficientes.
Palavras-chave: Análise Exergética, Planta Vapor, Usina Sucroalcooleira.
3
LISTA DE SÍMBOLOSb ph≡exergia física (kJ /kg)
be≡exergia entrada(kJ /kg)
b s≡exergia saída(kJ /kg)
bch≡exergiaquímica (kJ /kg)
bágua≡exergia químicadaágua líquida(kJ /kg)
bdestruída≡exergia destruída , trabalho perdidoou irreverssibilidade (kJ /kg)
ESS≡Engineering Equation Solver
h≡entalpiaespecífica(kJ /kg)
hs(isentrópico )≡entalpiaespecífica , noestado de saída, emum processo isentrópico
hsL@≡entalpiaespecífica ,noestadode saída,do líquido saturado
hsV @≡entalpiaespecífica ,noestado de saída,do vapor saturado
Lágua≡entalpiade vaporização daágua(kJ /kg)
m≡vazaãomássica(kg/ s)
PCIbagaço≡ poder calorífico inferior nobagaço(kJ /kg)
s≡entropia específica(kJ /kg)
ss L@≡entropia específica ,noestadode saída ,do líquido saturado
ssV @≡entropiaespecífica ,noestado de saída,do vapor saturado
ss( isentrópico )≡entropiaespecífica ,noestado de saída, emum processo isentrópico
SGeradaV .C≡taxa deentropia geradano volumede controle(kW )
SGeradaV .C≡entropia gerada específicano volumede controle(kJ /kg)
QV . C≡ taxade calor transferidoao volumedecontrole(kW )
qV .C≡calor específico transferidoaovolume decontrole (kJ /kg)
WV .C≡ potênciatransferidaao volumede controle ou potênciaútil(kW )
wV .C≡trabalho real (kJ /kg)
xs≡título dasubstância noestado desaída
4
ZH 2≡ fração emmassadehidrogênio nobagaço(% )
ZO 2≡fração emmassadeoxigênionobagaço (%)
ZN2≡fração emmassade nitrogênionobagaço(%)
ZC≡fração emmassade carbononobagaço (%)
Zágua≡fração emmassadeáguanobagaço (%)
β≡ função das fraçõesdemassados componentesdobagaço (%)
η≡eficiênciabaseadana primeira lei da termodinâmica
ψ ≡eficiênciabaseadana segundaleida termodinâmica
5
SUMÁRIO1. CONCEITOS DE TERMODINÂMICA...................................................................6
1.1 Aplicação da Primeira Lei da Termodinâmica em Volume de Controle..........6
1.2 Aplicação da Segunda Lei da Termodinâmica em Volume de Controle.........6
1.3 Exergia...........................................................................................................7
1.3.1 Estado Morto Restrito ou Estado Ambiental e Estado Morto Absoluto....7
1.3.2 Exergia Física..........................................................................................7
1.3.3 Exergia Química.......................................................................................8
1.3.4 Balanço de Exergia..................................................................................9
1.3.5 Exergia Destruída ou Irreversibilidade...................................................10
1.4 Eficiências.....................................................................................................10
1.4.1 Turbinas, Compressores e Bombas.......................................................10
1.4.2 Caldeiras................................................................................................11
1.4.3 Condensador, Evaporador, Dessuperaquecedor, Superaquecedor e Desaerador, Trocadores de Calor, etc................................................................12
1.4.4 Eficiências Globais.................................................................................13
2. METODOLOGIA..................................................................................................14
3. ANÁLISE ENERGÉTICA E EXERGÉTICA DOS COMPONENTES DA PLANTA16
3.1 Turbina de Extração-Condensação..............................................................16
3.2 Turbina de Extração-Condensação..............................................................18
3.3 Bomba de Condensados..............................................................................20
3.4 Bomba de Alimentação da Caldeira.............................................................22
3.5 Caldeira........................................................................................................23
3.6 Desaerador...................................................................................................25
3.7 Dessuperaquecedor.....................................................................................26
3.8 Condensador................................................................................................27
3.9 Evaporador do Caldo (processo)..................................................................29
3.10 Eficiência da Planta...................................................................................31
4. ANÁLISE E CONCLUSÕES DOS RESULTADOS..............................................32
6
5. REFERÊNCIAS...................................................................................................34
1. CONCEITOS DE TERMODINÂMICA
Nesse item serão apresentados os principais conceitos, deduções e
simplificações para a realização do estudo.
1.1 Aplicação da Primeira Lei da Termodinâmica em Volume de Controle
Segundo SONNTAG & VAN WYLLEN (2006), para um volume de controle
que apresente várias seções de alimentação e de descarga, o balanço de energia ou
a forma final da primeira lei da termodinâmica para volumes de controle é:
d Ev .cdt
= ˙QV .C−W V . c+∑eme .(he+ 12 . ve2+g .Ze)−∑
sms .(hs+ 12 . v s2+g .Z s) (1)
Adotando-se a hipótese que a taxa de variação temporal da energia total do
conteúdo do volume de controle, seja nula (regime permanente), e que os valores
dos efeitos causados pelas energias cinética e potencial, sejam desprezíveis, tem-se
que:
˙QV . C−WV .c=∑s
( ms . hs )−∑e
( me . he)Adotando-se a hipótese que a taxa de
variação temporal da energia total do conteúdo do volume de controle, seja nula
(regime permanente), e que os valores dos efeitos causados pelas energias cinética
e potencial, sejam desprezíveis, tem-se que:
(2)
1.2 Aplicação da Segunda Lei da Termodinâmica em Volume de Controle
Segundo SONNTAG & VAN WYLLEN (2006), para um volume de controle, o
balanço de entropia estabelece que a taxa de variação total de entropia no volume
de controle é igual a soma da taxa líquida de transporte de entropia para o volume
de controle (através da superfície de controle), com a taxa de criação de entropia
devida a transferência de calor e com a taxa de geração de entropia, ambos no
volume de controle. Logo:
7
d Sv .cdt
=∑e
(me . se )−∑s
( ms . ss )+∑i
QiT i
+SGeradaV .C (3)
Onde os termos (Qi e Ti), são respectivamente, os fluxos de energia em forma
de calor e temperatura entre diversos pontos no volume de controle.
Adotando-se a hipótese que a fronteira do sistema adotado para cada
componente está isolada termicamente, de forma que não há outras interações de
transferência de calor entre o meio e o volume de controle e que o escoamento
ocorre em regime permanente (d Sv .cdt
=0), tem-se:
SGeradaV .C=∑s
(ms . ss )−∑e
( me . se) (4)
1.3 Exergia
A Exergia representa o trabalho máximo que pode ser obtido quando uma
quantidade de matéria é levada ao estado de equilíbrio termodinâmico (mecânico,
térmico e químico) com o meio ambiente, envolvendo interações apenas com os
componentes do meio ambiente através de processos reversíveis, (SZARGUT;
MORRIS; STEWARD, 1988).
1.3.1 Estado Morto Restrito ou Estado Ambiental e Estado Morto Absoluto
Segundo KOTAS (1995), temos um Equilíbrio Restrito, quando as condições
mecânicas e térmicas estão em equilíbrio entre o sistema e o ambiente. Isso
significa que as pressões e temperaturas entre sistema e o meio ambiente são
iguais e que velocidade e altura de cota são nulas em relação à uma referência do
ambiente. Nestas condições, defina-se o Estado Morto Restrito, (BEJAN, 1996) ou
segundo KOTAS (1995), o Estado Ambiental.
O Estado Morto Absoluto ou Estado Irrestrito, segundo KOTAS (1995), é o
estado que está em equilíbrio mecânico, térmico e químico, entre sistema e meio
ambiente.
8
1.3.2 Exergia Física
Segundo KOTAS (1995), Exergia Física é igual a máxima quantidade de
trabalho obtido, quando uma quantidade de substância é levado do estado inicial até
o estado ambiental (Estado Morto Restrito), definido por (P0, T0). Sua expressão é:
b ph=(h−h0 )−T 0 . ( s−s0 ) (5)
1.3.3 Exergia Química
A Exergia Química pode ser definida alternativamente como o trabalho teórico
mínimo para formar uma quantidade de matéria a partir das substâncias presentes
no ambiente por meio de processos reversíveis, (SZARGUT; MORRIS; STEWARD,
1988).
A Exergia Química de Substância de Referências ou Exergia Química Padrão
é a quantidade de trabalho necessária para trazer, uma quantidade de substância,
do Estado Morto Restrito ou Estado Ambiental (P0, T0) até o Estado Morto Absoluto.
Segundo KOTAS (1995), essa quantidade de trabalho é definida como Exergia
Química Molar e sua expressão é dada por:
~bch0=~R .T 0 . ln( P0P00 ) (6)
Neste estudo será utilizado como combustível, o bagaço da cana. Assim, o
cálculo da Exergia específica do bagaço da cana, segundo (ROCHA, 2010) e
(SZARGUT; MORRIS; STEWARD, 1988), é dado por:
bcombustível=bbagaço=β . (PCIbagaço+hágua . Zágua)+bch(água ) .Zágua (7)
Sendo:
β=
1,0412+0,2160 .(ZH 2
ZC )−0,2499 .(ZO2ZC ) .[1+0,7884 .( ZH 2
ZC )]−0,0450 .(ZN 2
ZC )1−0,3035 .( ZO 2
ZC ) (8)
Os valores das frações em massa dos elementos químicos, dados da água e
do bagaço são apresentados na Tabela 1, (ROCHA, 2010) e (SZARGUT; MORRIS;
STEWARD, 1988):
9
Tabela 1: Dados para Cálculo da Exergia Específica do Bagaço da Cana.
Fonte: Adaptado de (ROCHA, 2010) e (ZARGUT; MORRIS; STEWARD, 1988).
O valor da massa do bagaço considerado é o valor considerado nos trabalho
de MURTA (2013) e PASSOLONGO (2011). Que levam em consideração 240 dias
de funcionamento da usina.
mbagaço=75,2[ tonh ]=20,89[ kgs ]A exergia específica total do vapor é a soma da exergia física do vapor e
química molar da água, (DANTAS, 2010):
bvapor=b phvapor+bchágua (9)
1.3.4 Balanço de Exergia
Segundo (OLIVEIRA JÚNIOR, 2013), para uma situação geral, onde há várias
seções de entrada e saída, trocadores de calor na temperatura T i, um escoamento
no qual o regime seja transitório, volume de controle deformável e uma combinação
linear dos balanços de energia e entropia, tem-se que o balanço de exergia será:
d (E+P0 .V−T0 . S )dt
=d Bv . cdt
=∑eme . (he−T 0. se )−∑
sms. (hs−T 0 . ss )−W efetivo+∑
i (1−T 0T i ) .Qi−T0 . SGeradaV . C (10)
Adotando-se a hipótese que a fronteira do sistema adotado para cada
componente está isolada termicamente, de forma que não há outras interações de
10
transferência de calor entre o meio e o volume de controle e que o escoamento
ocorre em regime permanente (d Bv. cdt
=0), tem-se:
W efetivo=bútil=∑eme . (he−T 0 . se )−∑
sms . (hs−T 0 . ss )−T 0 . SGerada V .C (11)
1.3.5 Exergia Destruída ou Irreversibilidade
Segundo (OLIVEIRA JÚNIOR, 2013), Exergia Destruída ou Irreversibilidade é
o trabalho destruído ou perdido devido à processos irreversíveis, que ocorre dentro
do volume de controle e segundo KOTAS (1995) é dado pela relação de Gouy-
Stodola:
W perdido=I=bdestruído=T 0 . SGeradaV . C=T 0 .[(S2−S1 )−∑r (QrTr )] (12)
Adotando-se a hipótese que a fronteira do sistema adotado para cada
componente está isolada termicamente, de forma que não há outras interações de
transferência de calor entre o meio e o volume de controle (Qr=0), tem-se:
W perdido=I=bdestruído=T 0 . SGeradaV . C=T 0 . (S2−S1 ) (13)
1.4 Eficiências
1.4.1 Turbinas, Compressores e Bombas
Segundo KOTAS (1995), a eficiência termodinâmica baseada na primeira lei
da termodinâmica para turbinas, compressores e bombas, relaciona o trabalho real
realizado com o trabalho ideal, produzido em um processo isentrópico.
ηTURBINA1 ª Lei=W real
W ideal=
W real
m .∆h isentrópico=
W real
( me . he )−(ms . hsisentrópico ) (14)
ηCOMPRESSORES1 ª Lei=ηBOMBA1ª Lei=(W ideal
W real )=( (me .he)−(ms . hsisentrópico )W real
) (15)
11
Onde a entalpia de um processo isentrópico pode ser obtida, pela sequência
de equações abaixo e com os valores de entropia específica do estado de entrada e
de entropia específica de líquido e vapor saturado, do estado de saída. Assim:
se=ss(isentrópico )=(1−x s ). ssL@+xs . ssV @→xs=se−ssL@ssV @−ssL@
(16)
hs(isentrópico )=(1−x s ). hsL@+xs . hsV @ (17)
Quando a diferença de entalpia isentrópica for muito pequena em relação ao
estado de entrada, por exemplo, entrada e saída é líquido comprimido, tem-se que a
eficiência da bomba, pode-se considerar também, a razão do trabalho realizado pela
diferença de pressão e o trabalho real realizado:
ηBOMBA1ª Lei=(W mecânico
W real)=m .v . (Ps−Pe )W real
=( ms. v s. Ps )−(me . ve .P e)
W real (18)
Segundo KOTAS (1995) e DANTAS (2010), a eficiência pela segunda lei (ψ)
da termodinâmica para turbinas é dada pela equação (19). Onde relaciona-se o
trabalho real, com a disponibilidade termodinâmica do processo, (VAN WYLLEN;
BORGNAKKE; SONNTAG, 1997). Em outras palavras, relaciona exergia útil, com a
exergia fornecida. A expressão é dada por:
ψTURBINA2 ª Lei=W real
b fornecido=bútilbe−bs
(19)
Segundo KOTAS (1995, pg.115), a eficiência pela segunda lei (ψ) da
termodinâmica para um processo de compressão adiabático é dado pela equação
(20), ou seja, a eficiência pela segunda lei para bombas e compressores, é dado
por:
ψBOMBA2 ª Lei=ψCOMPRESSOR2 ª Lei=bútilbs−be
=ms . (hs−T 0 . ss )−me . (he−T0 . se )−T 0 . SGerada V .C
ms . (hs−T 0 . ss )−me . (he−T 0. se )→
ψBOMBA2 ª Lei=ψCOMPRESSOR2 ª Lei={1−{ bdestruída[ ms . (hs−T 0 . ss )−me . (he−T0 . se ) ] }} (20)
12
1.4.2 Caldeiras
A eficiência termodinâmica baseada na primeira lei da termodinâmica para
caldeiras, segundo DANTAS (2010), relaciona a energia térmica produzida pelo
vapor de água, devido à combustão de um combustível com a energia cedida pelo
combustível, durante a combustão, com base no poder calorífico inferior (PCI).
ηCALDEIRA1 ª Lei=Evapor
PCIcombustível=ms . hs−me . he
(m .PCI )combustível (21)
A eficiência termodinâmica baseada na segunda lei da termodinâmica para
caldeiras, segundo KOTAS (1995), é dado por:
ψCALDEIRA2ª Lei=bfornecidabcombustível
=mvapor . (bvapor−bágua )mcombustível . bcombustível
(22)
Aplicando a equação (9) para vapor e água, na equação (22), tem-se:
ψCALDEIRA2ª Lei=mvapor . [ (bph ( vapor )+bch(água ) )−(bph (água )+bch(água) ) ]
mcombustível .bcombustível→
ψCALDEIRA2ª Lei=mvapor .(bph( vapor )−b ph( água ) )mcombustível . bcombustível
(23)
1.4.3 Condensador, Evaporador, Dessuperaquecedor, Superaquecedor e Desaerador, Trocadores de Calor, etc.
A eficiência termodinâmica baseada na segunda lei da termodinâmica para
dispositivos que não apresentam interação de trabalho, é baseada na relação entre
a variação de disponibilidade do processo desejado e a variação de disponibilidade
dos insumos utilizados para a obtenção do processo desejado, (VAN WYLLEN;
BORGNAKKE; SONNTAG, 1997). Segundo DANTAS (2010) esse método é
conhecido como Método Insumo/Produto.
ψTrocador deCalor2 ª Lei=ΔbprocessosΔb insumos
=[me . (bs−be ) ]fluido queentra frio
[ me . (be−bs ) ] fluidoqueentra quente (24)
13
Para desaeradores, dessuperaquecedores, misturadores ou aquecedores de
contato direto, a eficiência pela segunda lei é dada pela razão de exergias de saída
e entrada:
ψTrocador deCalor2 ª Lei=ΔbprocessosΔb insumos
=ms .bsme .be
(25)
1.4.4 Eficiências Globais.
Segunda ROCHA (2010), uma avaliação da planta, deve-se considerar toda a
potência gerada (elétrica ou mecânica), toda energia térmica útil e perdida, e a
energia da fonte quente da planta que é proveniente do bagaço. Assim, pode-se
definir a eficiência global da planta, pela primeira lei, da seguinte maneira:
ηGlobal Planta1 ª Lei=W Totalturbinas−W Total bombas+Qprocesso−QTotal transferido
(m . PCI )combustível (26)
Segunda LOPES (2009), a avaliação da planta, pela segunda lei, considera-
se o máximo calor que pode ser transferido, através do fator de Carnot, da potência
gerada na planta e da exergia do combustível disponível. Considera-se as
temperaturas mínimas e máximas do processo, respectivamente, a temperatura de
entrada e saída do caldo açucarado, que depende das características do produto.
Onde a temperatura de entrada do caldo é igual a temperatura ambiente e a
temperatura de saída do caldo é desconhecida, mas geralmente é por volta de 100
ºC.
ψGlobal Planta2 ª Lei=WGerado+∑ [Qprocesso .(1−T 0T )
processo](m . b )combustível
(27)
Como neste estudo não há à especificação de qual é a temperatura de saída
do caldo açucarado, que pode variar de produto para produto, utiliza-se os dados de
14
exergia de entrada e saída de vapor no processo (estado 10 e 11). E assim, a
eficiência exergética será:
ψGlobal Planta2 ª Lei=(W TotalTurbinas−W Total Bombas )−∑ (me . be−ms. bs )
(m. b )combustível (28)
2. METODOLOGIA
Nesse item serão apresentados os métodos e metodologia utilizados para a
realização do estudo. E o estado do meio ambiente considerado, é uma pressão
atmosférica de P0=1,01325 ¿, à uma temperatura de T 0=298,15 [ ºC ] .
Serão analisados em bases energéticas e exergéticas os componentes de
uma planta de co-geração de uma usina sucroalcooleira existente.
A planta, é de uma planta real de uma usina sucroalcooleira do oeste paulista,
descrita no trabalho de MURTA (2013) e PASSOLONGO (2011). Serão realizados
análises energéticas e exergéticas de todos os componentes da planta de co-
geração, comparando-se resultados de eficiências global e de cada componente,
utilizando-se a primeira e segunda lei da termodinâmica. Assim, identificando quais
equipamentos são mais ineficientes e a diferença dos resultados.
Os parâmetros de operação (vazão mássica, temperatura e pressão) da
usina, da Tabela 2, foram obtidas nos trabalhos de MURTA (2013) e PASSOLONGO
(2011), e as propriedades de entalpia, entropia e exergia específica, foram obtidas
no Software EES. Deve-se observar, de maneira geral, que os valores de entropia e
entalpia é facilmente encontrados em tabelas de propriedades termodinâmicas de
vapor e a exergia específica, é obtida através das equações (9), (6) e (5).
15
Outra importante observação, para este estudo, é que no cálculo da exergia
específica do vapor, não fora considerado a exergia química molar da água
(equação 6), pois o objetivo da Tabela 2 é utilizar os valores nos balanços de
exergia de cada componente. Desta forma, como a composição e a concentração de
componentes, são as mesmas na entrada e saída, o termo de exergia química molar
da água se cancelam.
Figura 1: Planta de Vapor de uma Usina Sucroalcooleira
Fonte: Adaptado de (MURTA, 2013) e (PASSOLONGO, 2011).
16
Tabela 2: Parâmetros de Operação da Usina e suas respectivas propriedades termodinâmicas.
Fonte: Adaptado de (MURTA, 2013) e (PASSOLONGO, 2011).
3. ANÁLISE ENERGÉTICA E EXERGÉTICA DOS COMPONENTES DA PLANTA
3.1 Turbina de Extração-Condensação
Figura 2: Turbina de Extração-Condensação.
Fonte: Autor.
17
A aplicação da primeira e segunda lei da termodinâmica, pelas equação (2) e
(4), respectivamente, e posteriormente utilizando-se a equação (13), obtêm-se o
trabalho real realizado e a exergia destruída no processo:
W real=(m2 . h2 )−[ ( m3 . h3 )+(m4 . h4 ) ]=25,922 [MW ]
SGeradaV .C=[ (m3 . s3 )+(m4 . s4 ) ]−( m2 . s2)=19,44 [ kWK ] bdestruído=T 0 . SGeradaV .C=5,796 [MW ]
Aplicando o balanço exergético no volume de controle, da equação (11),
obtêm-se a exergia útil no processo:
bútil=m2. (h2−T0 . s2 )−[ m3 . (h3−T 0 . s3 )+ m4 . (h4−T0 . s4 ) ]−T 0. SGeradaV .C
bútil=25,922 [MW ]
As eficiências energéticas e exergéticas, são dadas respectivamente, pelas
equações (14) e (19) e as entalpias isentrópicas pelas equações (16) e (17):
h3( isentrópico )=2652[ kJkg ]eh4 (isentrópico )=2143[ kJkg ]ηTURBINA1 ª Lei=
W real
( m2 . h2 )−[ (m3 . h3isentrópico )+ (m4 . h4isentrópico ) ]=0,7895=78,95%
ψTURBINA2 ª Lei=bútilbe−bs
=bútil
b2−(b3+b4 )=0,8171=81,71%
18
3.2 Turbina de Extração-Condensação
Figura 3: Turbina de Contrapressão.
Fonte: Autor.
A aplicação da primeira e segunda lei da termodinâmica, pelas equação (2) e
(4), respectivamente, e posteriormente utilizando-se a equação (13), obtêm-se o
trabalho real realizado e a exergia destruída no processo:
W real=(m6 . h6 )− (m7 . h7 )=8,186 [MW ]
SGeradaV .C=[ (m7 . s7 ) ]−(m6 . s6 )=1,497[ kWK ] bdestruído=T 0 . SGeradaV .C=0,4464 [MW ]
Aplicando o balanço exergético no volume de controle, da equação (11),
obtêm-se a exergia útil no processo:
bútil=m6 . (h6−T 0 . s6 )−[m7 . (h7−T 0 . s7 ) ]−T 0. SGeradaV .C=8,633 [MW ]
19
As eficiências energéticas e exergéticas, são dadas respectivamente, pelas
equações (14) e (19) e a entalpia isentrópica, pelas equações (16) e (17). Assim:
h7( isentrópico )=2721[ kJkg ]ηTURBINA1 ª Lei=
W real
( m6. h6 )−(m3 . h7isentrópico )=0,9292=92,92%
ψTURBINA2 ª Lei=bútilbe−bs
=bútil
(b6−b7 )=0,9482=94,82%
20
3.3 Bomba de Condensados
Figura 4: Bomba de Condensados.
Fonte: Autor.
A aplicação da primeira e segunda lei da termodinâmica, pelas equação (2) e
(4), respectivamente, e posteriormente utilizando-se a equação (13), obtêm-se o
trabalho real realizado e a exergia destruída no processo:
W real=(m12 . h12 )−(m5 . h5 )=1,55 [kW ]
SGeradaV .C=[ (m12 . s12) ]−(m5 . s5 )=0,775[WK ] bdestruído=T 0 . SGeradaV .C=231,1 [W ]
Aplicando o balanço exergético no volume de controle, da equação (11),
obtêm-se a exergia útil no processo:
bútil=m5 . (h5−T 0 . s5 )−m12 . (h12−T 0 . s12 )−T 0 . SGerada V .C=1,55 [kW ]
As eficiências energéticas e exergéticas, são dadas respectivamente, pelas
equações (15) e (20) e para a entalpia isentrópica, pode-se calcular pelas equações
(16) e (17). Assim:
h12(isentrópico )=159,1426 [ kJkg ]
21
ηBOMBA1ª Lei=(m12 . h12isentrópico )−(m5 . h5 )
W real=0,7867=78,67%
ψBOMBA2 ª Lei={1−{ bdestruída[ m12 . (h12−T0 . s12)−m5 . (h5−T 0. s5 ) ] }}=0,8703=87,03%
22
3.4 Bomba de Alimentação da Caldeira
Figura 5: Bomba de Alimentação da Caldeira.
Fonte: Autor.
A aplicação da primeira e segunda lei da termodinâmica, pelas equação (2) e
(4), respectivamente, e posteriormente utilizando-se a equação (13), obtêm-se o
trabalho real realizado e a exergia destruída no processo:
W real=(m18 .h18)−(m17 . h17 )=533,3 [kW ]
SGeradaV .C=[ (m18 . s18 ) ]−( m17 . s17)=0,4444 [ kWK ] bdestruído=T 0 . SGeradaV .C=132,5 [kW ]
Aplicando o balanço exergético no volume de controle, da equação (11),
obtêm-se a exergia útil no processo:
bútil=m17 . (h17−T0 . s17 )−m18 . (h18−T0 . s18 )−T 0 . SGerada V .C=268,3 [kW ]
As eficiências energéticas e exergéticas, são dadas respectivamente, pelas
equações (18) e (20). Assim:
v17=0,001066[m3kg ] e v18=0,001063[m3kg ]ηBOMBA1ª Lei=
(ms . vs .P s )−( me . ve . Pe )W real
=(m18 . v18 .P18 )−( m17 . v17 .P17 )
W real=0,6748=67,48%
23
ψBOMBA2 ª Lei={1−{ bdestruída[ m18 . (h18−T 0 . s18 )−m17 . (h17−T 0 . s17 ) ] }}=0,6694=66,94%
3.5 Caldeira
Figura 6: Caldeira.
Fonte: Autor.
A aplicação da primeira e segunda lei da termodinâmica, pelas equação (2) e
(4), respectivamente, e posteriormente utilizando-se a equação (13), obtêm-se a
taxa de calor transferido e a exergia destruída no processo:
QV . C=(m1 .h1)−(m18 . h18 )=130,689 [MW ]
SGeradaV .C=( m1 . s1 )−(m18 . s18 )=235,2[ kWK ] bdestruído=T 0 . SGeradaV .C=70,125 [MW ]
Para componentes que não realizam trabalho, o balanço exergético no
volume de controle, da equação (11), não é usual e logo não será apresentada:
As eficiência energética é dada pela equação (21), o PCI do combustível é
fornecido na tabela 1, sendo a massa do combustível igual à 75,2 [ton/h]. Assim:
ηCALDEIRA1 ª Lei=Evapor
PCIcombustível=
(m1 .h1 )−(m18 . h18 )(m .PCI )combustível
=0,8086=80,86%
24
Para a eficiência exergética, primeiramente determina-se a exergia do
combustível através das equações (7) e (8), onde os dados encontra-se na tabela 1.
Posteriormente aplica-se o resultado, na equação da eficiência pela segunda lei,
(23).
β=
1,0412+0,2160 .(ZH 2
ZC )−0,2499 .(ZO2ZC ) .[1+0,7884 .( ZH 2
ZC )]−0,0450 .(ZN 2
ZC )1−0,3035 .( ZO 2
ZC )=1,134
bcombustível=bbagaço=β . (PCIbagaço+hágua .Zágua)+bch(água ) .Zágua=2288,9[ kJkg ]
ψCALDEIRA2ª Lei=mvapor .(bph( vapor )−b ph( água ) )mcombustível . bcombustível
=(h1−T 0. s1 )−(h18−T 0 . s18 )
(m . b )combustível=25,08%
25
3.6 Desaerador
Figura 7: Desaerador.
Fonte: Autor.
A aplicação da primeira e segunda lei da termodinâmica, pelas equação (2) e
(4), respectivamente, e posteriormente utilizando-se a equação (13), obtêm-se a
taxa de calor transferido e a exergia destruída no processo:
QV . C={(m17 . h17 )− [ (m15 . h15 )+(m16 . h16 ) ]}=−23599 [KW ]
SGeradaV .C= {(m17 . s17 )−[ (m15 . s15 )+(m16 . s16 ) ]}=0,0277 [ kWK ] bdestruído=T 0 . SGeradaV .C=8,259 [kW ]
A eficiência exergética é dada pela equação (25). Assim:
ψTrocador deCalor2 ª Lei=(ms .bs )( me .be )
=( m17 . b17 )
( m15 .b15 )+ (m16 . b16 )=0,9778=97,78%
26
3.7 Dessuperaquecedor
Figura 8: Dessuperaquecedor.
Fonte: Autor.
A aplicação da primeira e segunda lei da termodinâmica, pelas equação (2) e
(4), respectivamente, e posteriormente utilizando-se a equação (13), obtêm-se a
taxa de calor transferido e a exergia destruída no processo:
QV . C={(m10 . h10 )−[ (m13 . h13 )+(m9 .h9 ) ]}=−8300 [KW ]
SGeradaV .C= {(m10 . s10 )− [ (m13 . s13 )+(m9 . s9 ) ]}=21,29[ kWK ] bdestruído=T 0 . SGeradaV .C=6349 [kW ]
A eficiência exergética é dada pela equação (25). Assim:
ψTrocador deCalor2 ª Lei=(ms .bs )( me .be )
=(m10 . b10 )
( m13 .b13 )+ (m9 . b9 )=0,9183=91,83%
27
3.8 Condensador
Figura 8: Condensador.
Fonte: Autor.
Em um trocador de calor desse tipo, pode-se determinar o calor do fluido
quente (vapor) e do fluido frio (água líquida), conforme as expressões abaixo. Para a
água utilizada no condensador, seria melhor, se água fosse proveniente do processo
de evaporação do caldo, conforme será explicado posteriormente no item 3.9. Essa
água poderia ser extraída do pré-evaporador ou da primeira caixa de evaporador e
bombeada até o condensador. A Figura 9, mostra um esquema de Evaporadores de
Múltiplos Estágios ou Efeitos.
q fluido quente=C . (THi−T Hf )
q fluido frio=C . (T Cf−T Ci )
No equilíbrio térmico, terá transferido todo o calor disponível dos dois fluidos e
seus valores em módulos, serão iguais. Assim, pode-se determinar a temperatura
final do ar aquecido:
q fluido quente=q fluido frio→Cpvapor . (T 4−T5 )=Cpágua . (T 20−T 19)→
28
T 20=C pvaporC págua
. (T 4−T5 )+T 19→ C pvapor≅ Cp(água )300 K=1,8723[ kJkg .K ]→
T 20=(T 4−T 5 )+T 19=26,0 [ºC ]
Fazendo-se o mesmo procedimento para a vazão mássica necessária para o
água líquida, utilizada no condensador, tem-se:
mvapor=mágua=7,75 [ kgs ]Vamos considerar que a pressão da água bombeada para o condensador,
seja a mesma pressão do processo que ocorre no evaporador, ou seja:
P=2,45 ¿
Assim as propriedades dos estados 19 e 20 serão:
Tabela 3: Propriedade da Água Líquida utilizada no Condensador.
Fonte: Autor.
A aplicação da primeira e segunda lei da termodinâmica, pelas equação (2) e
(4), respectivamente, e posteriormente utilizando-se a equação (13), obtêm-se a
taxa de calor transferido e a exergia destruída no processo:
QV . C=[ ( m5 . h5 )+(m20 . h20 ) ]−[ (m4 . h4 )+(m19 . h19 ) ]=−18691 [KW ]
SGeradaV .C=[ (m4 . s4 )+(m19 . s19 ) ]−[ (m5 . s5 )+( m20 . s20) ]=59,79[ kWK ] bdestruído=T 0 . SGeradaV .C=17826 [kW ]
A eficiência exergética é dada pela equação (24). Assim:
ψTrocador deCalor2 ª Lei=[me . (bs−be ) ]fluido queentra frio
[ me . (be−bs ) ]fluido queentra quente→ mvapor=mágua→
29
ψTrocador deCalor2 ª Lei=(bs−be )fluido queentrafrio
(be−bs )fluido queentraquente=
(b20−b19 )(b4−b5 )
=0,0002384=0,02384%
3.9 Evaporador do Caldo (processo)
O processo de evaporação do caldo são compostos por evaporadores de
múltiplo efeito, que tendem a aumentar a concentração do xarope ou caldo
açucarado, através do aquecimento e evaporação da água presente no xarope. A
Figura 9, apresenta a configuração de evaporadores de múltiplo efeito neste
processo.
Figura 9: Evaporador de Múltiplo Efeito.
Fonte: MACHADO (2012) e <http://www.centerquimica.com/clariant.html>
Como não é conhecido os parâmetros de operação dentro desse
equipamento (estados 21 e 22), como temperatura e pressão, este estudo tratará
este processo como um equipamento que entra vapor à um determinado estado
(estado 10) e sai líquido saturado à um determinado estado (estado 11). Conforme
Figura 10.
30
Figura 10: Evaporador do Caldo.
Fonte: Autor.
A aplicação da primeira e segunda lei da termodinâmica, através das equação
(2) e (4), respectivamente, e posteriormente utilizando-se a equação (13), obtêm-se
a taxa de calor transferido e a exergia destruída no processo. Considerando
somente os estados 10 e 11, tem-se:
QV . C=[ ( m11 . h11)−(m10 . h10 ) ]=−79813 [KW ]
QV . C=Q processo=79813 [KW ]
SGeradaV .C=( m10 . s10)−(m11 . s11)=199,5 [ kWK ] bdestruído=T 0 . SGeradaV .C=59485 [kW ]
Aplicando o balanço exergético no volume de controle, da equação (11),
obtêm-se a exergia útil no processo:
bútil=m10 . (h10−T 0 . s10)−m11 . (h11−T 0 . s11)−T 0 . SGeradaV .C=−39157 [kW ]
As eficiências exergética é dada pelas equação (24). Assim:
ψTrocador deCalor2 ª Lei=(ms .bs )( me .be )
=(m11 . b11)( m10 . b10 )
=0,093=0,9%
Se fosse considerado as exergias de entrada e saída do caldo açucarado
(estados 21 e 22), a eficiência exergética seria dada pela equação (25) e teríamos:
31
ψTrocador deCalor2 ª Lei=[me . (bs−be ) ]fluido queentra frio
[ me . (be−bs ) ]fluido queentra quente=mcaldo . (b22−b21)mvapor . (b10−b11)
3.10 Eficiência da Planta
A eficiência da planta, pela primeira lei, é dada pela equação (26):
ηGlobal Planta1 ª Lei=W Totalturbinas−W Total bombas+Qprocesso−QTotal transferido
(m . PCI )combustível
ηGlobal Planta1 ª Lei=0,3835=38,35%
A eficiência da planta, pela segunda lei, é dada pela equação (28):
ψGlobal Planta2 ª Lei=(W TotalTurbinas−W Total Bombas )−∑ (me . be−ms. bs )
(m. b )combustível
Onde o termos associado as exergias de entrada e saída, é dos componentes
que trocam calor, que são: Desaerador, processo no evaporador, condensador e o
dessuperaquecedor. Assim, tem-se:
(me . be−ms .bs )desaerador=(m15 . b15+m16 . b16)−(m17 . b17)=55,7319 [kW ]
(me . be−ms .bs )dessuperaquecedor=(m9 . b9+ m13 . b13 )−( m10 .b10 )=59,5822 [kW ]
(me . be−ms .bs )condensador=(m4 . b4+ m19 .b19)−(m5 .b5+ m20 . b20 )=841,8191 [kW ]
(me . be−ms .bs )evaporador=(m10 . b10 )−(m11 . b11)=20327,7418 [kW ]
Se fosse conhecido as exergias de entrada e saída do caldo açucarado (estados 21 e 22),
teríamos:
(me . be−ms .bs )evaporador=(m10 . b10+m21 . b21)−(m5 . b5+ m20 . b20 )
Assim o resultado será:
ψGlobal Planta2 ª Lei=0,2570=25,70%
32
4. ANÁLISE E CONCLUSÕES DOS RESULTADOS
Após obtidos os resultado, identifica-se quais equipamentos são os mais
ineficientes. Os resultado dos componentes encontra-se na tabela 4:
Tabela 4: Resultados da análise dos componentes da planta da usina.
Fonte: Autor.
Repare na tabela 4, que de acordo com a análise da primeira lei identifica-se
o componente mais ineficiente, sendo a bomba de condensados e pela análise da
segunda lei, identifica-se que trata-se da caldeira.
Um importante fator que deve ser considerado para identificação de
equipamentos ineficientes é a informação de sua exergia destruída. Pois trata-se da
perda de potencial de trabalho, gerado pelas irreversibilidades do componente.
Mesmo sendo muito difícil definir com precisão as irreversibilidades de um processo,
é possível buscar uma melhoria no equipamento, estudando-se a diminuição das
irreversibilidades do processo. Na coluna de exergia destruída, observa-se um
ranking dos componentes que apresentam um maior valor.
Para a caldeira, por exemplo, seria o primeiro alvo para buscar uma melhoria
no processo, onde por exemplo, pode-se buscar meios de diminuir a úmidade no
bagaço da cana, com o objetivo de evitar a combustão incompleta, que é uma
irreversibilidade de um processo de combustão. Uma outra irreversibilidade do
33
processo de combustão é a perda de calor, devida a alta temperatura do processo
que inevitavelmente, trocará calor com o meio. E por último a irreversibilidade
gerada pelas gases de exaustão, que apesar de ser possível tratar uma parte, deve-
se considerar que gastará exergia para tal recuperação.
Repare que mesmo sendo difícil, evitar ou diminuir as irreversibilidades dos
processos, deve-se considerar de fato que uma análise exergética é uma ferramenta
que deve ser considerada junto com o nascimento do projeto da planta, pois assim é
possível analisar a melhor configuração, tendo em vista sua eficiência real, custo
benefício e sustentabilidade.
34
5. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024: Numeração Progressiva das Seções de um Documento. Rio de Janeiro, 2003.
______. NBR 6023: Referências Bibliográficas. Rio de Janeiro, 2002.
______. NBR 6028: Resumos. Rio de Janeiro, 1990.
______. NBR 6027: Sumário. Rio de Janeiro, 1990.
______. NBR 10520: Apresentação de Citações em Documentos. Rios de
Janeiro, 2002.
______. NBR 10719: Apresentação de Relatórios Técnico-Científicos. Rio de
Janeiro, 1989.
______. NBR 14724: Apresentação de Trabalhos Acadêmicos. Rio de Janeiro,
2002.
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1995.
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(Bacharelado em Engenharia Mecânica) – Escola Politécnica da Universidade de
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35
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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Inhumas, GO, Brasil.
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UNESP, Ilha Solteira, SP, Brasil.
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(Mestrado em Engenharia Mecânica) – UNESP, Ilha Solteira, SP, Brasil.
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http://www.centerquimica.com/clariant.html