Análise experimental estática e dinâmica da rigidez de ligações viga

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  • Sandra Freire de Almeida

    AAnnlliissee eexxppeerriimmeennttaall eessttttiiccaa ee ddiinnmmiiccaa ddaa rriiggiiddeezz ddee lliiggaaeess vviiggaa--

    ppiillaarr ddee ccoonnccrreettoo pprr--mmoollddaaddoo Tese apresentada Escola de Engenharia de So Carlos, da Universidade de So Paulo, como parte dos requisitos para obteno do ttulo de Doutor em Engenharia de Estruturas. rea de concentrao: Engenharia de Estruturas. Orientador: Prof. Titular Joo Bento de Hanai.

    So Carlos 2010

  • AAooss mmeeuuss ppaaiiss JJoooo ee MMaarriiaa BBeerrnnaaddeettee ee mmiinnhhaa iirrmm PPaattrrcciiaa,,

    ppeessssooaass eesssseenncciiaaiiss nnaa mmiinnhhaa ttrraajjeettrriiaa..

  • Agradecimentos

    Agradeo a Deus por tudo.

    minha famlia pelo constante apoio, compreenso, amor e incentivo.

    Ao meu orientador, Prof. Joo Bento de Hanai, pelos desafios lanados, pela confiana depositada, pelos ensinamentos e pelo apoio incondicional.

    Aos professores Jos Samuel Giongo e Roberto Chust Carvalho pelas valiosas contribuies no Exame de Qualificao. Aos professores da USP, Toshiaki Takeya e Mounir Khalil El Debs, pelo auxlio nos ensaios experimentais e ao professor da UFSCar, Marcelo de Arajo Ferreira, pela contribuio com as idias e equipamentos.

    Ao Prof. Dr. Petrus Nbrega pela motivao inicial, que me inseriu nos estudos da rea de Dinmica Experimental.

    Eng Tatiana Fonseca, pela colaborao nos ensaios, auxlio nas anlises e, sobretudo, pela indispensvel amizade e enorme pacincia.

    Ao Dr. Adilson Takeuti e Eng Janana Tobias pelo apoio e incentivo na fase final da pesquisa.

    Aos funcionrios do Laboratrio de Estruturas: Amaury, Romeu, Fabiano, Mrio, Rodrigo, Eduardo, Caio, Mauri e Valdir pela colaborao e cordialidade durante os ensaios. Em especial, ao Eng. Luiz Vicente Vareda pela amizade e inmeras contribuies tcnicas.

    Ao Prof. Roberto Gonalves e seus orientados William, Bruno e Calil e ao Prof. Mounir El Debs e sua orientada Alice Baldissera pela cooperao com os ensaios-piloto. Aos pesquisadores do LaMEM, Pedro e Marcelo, pelo auxlio nos ltimos ensaios dinmicos.

    Aos amigos: Ana Elisa, Claudius, Daniela, Eduardo Barros, Eduardo Toledo, Fabiana, Fabiano, Fernanda, Hidelbrando, sis, Janana, Jefferson, Jlio, Larissa, Lezzir, Luciana, Marta, Michel, Naja, Pedro, Rafael, Sandra Lima, Saulo, Sudano, Suzana, Tamara, Walter e Wesley, pelo companheirismo, carinho, incentivo e por compartilharem todos os momentos.

    Companhia do Metropolitano de So Paulo, especialmente GCI, por permitir e incentivar o desenvolvimento e a concluso desta pesquisa. Aos amigos e colegas de trabalho, especialmente do CIV, pela compreenso e estmulo em todas as horas.

    Aos funcionrios do Departamento de Estruturas, em especial Rosi, Nadir, Eli, Masaki, Toninho e Sylvia, pela constante disposio e pacincia.

    CAPES pela bolsa de estudos no perodo inicial do doutorado e FAPESP pela concesso da bolsa de doutorado e dos recursos do Projeto Temtico, que possibilitaram a realizao desta pesquisa.

  • SSoouu uumm ppoouuccoo ddee ttooddooss qquuee ccoonnhheeccii,, uumm ppoouuccoo ddooss lluuggaarreess qquuee ffuuii,,

    uumm ppoouuccoo ddaass ssaauuddaaddeess qquuee ddeeiixxeeii,, ssoouu mmuuiittoo ddaass ccooiissaass qquuee ggoosstteeii..

    EEnnttrree uummaass ee oouuttrraass eerrrreeii,, eennttrree mmuuiittaass ee oouuttrraass ccoonnqquuiisstteeii..

    ((RRaammoonn HHaassmmaann))

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    Resumo

    ALMEIDA, S. F. Anlise experimental esttica e dinmica da rigidez de ligaes viga-pilar de concreto pr-moldado. 2010. Tese (Doutorado) Escola de Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo, So Carlos, 2010.

    Em estruturas de concreto pr-moldado, as ligaes usualmente apresentam comportamento semi-rgido, apesar desse tipo de vinculao no ser sempre considerado no projeto e anlise das estruturas. Ensaios dinmicos para a determinao da rigidez da ligao apresentam a vantagem de serem no-destrutivos e a possibilidade de serem utilizados na verificao das condies reais de vnculo ou para a avaliao da necessidade de um eventual reforo estrutural. Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um mtodo para a anlise da deformabilidade de estruturas de concreto baseado em ensaios dinmicos, focalizando a semi-rigidez das ligaes de elementos pr-moldados. Os objetos de estudo especficos so as ligaes viga-pilar com capacidade de transmisso de foras e momentos. Em uma etapa preliminar desta pesquisa, realizaram-se ensaios-piloto em diferentes modelos de estruturas de concreto e de ao, em tamanho real e reduzido, com diferentes condies de contorno, para avaliar os instrumentos, equipamentos e sensores disponveis. A partir da verificao da metodologia experimental proposta, realizou-se um estudo comparativo dos resultados obtidos com ensaios estticos e dinmicos em um modelo reduzido de prtico de concreto pr-moldado, utilizando mtodos diretos na obteno da rigidez da ligao entre os elementos. Na confeco das ligaes viga-pilar, foram empregados dispositivos usuais, tais como: dente e consolo, chumbador, almofada de apoio e preenchimento com graute e, posteriormente, aplicados reforos por insero de laminado de PRFC inseridos no concreto de cobrimento, que permitiu o incremento da resistncia e da rigidez flexo das ligaes. A metodologia experimental para determinar a rigidez da ligao viga-pilar envolveu procedimentos diretos, com ensaios dinmicos de vibrao forada e sinais medidos por acelermetros, e ensaios estticos usuais em que se utilizam transdutores de deslocamento e clinmetros. Os resultados dos ensaios com os modelos de concreto, corroborados pelos resultados dos modelos metlicos, demonstram a validade da utilizao da metodologia experimental dinmica para determinao direta da rigidez de ligaes. As concluses obtidas aplicam-se diretamente ao projeto das estruturas e prtica da investigao estrutural, dentro do ambiente acadmico e da indstria. Palavras-chave: estruturas de concreto pr-moldado, ligaes semi-rgidas, anlise dinmica experimental.

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    Abstract

    ALMEIDA, S. F. Static and dynamic experimental analysis of precast concrete beam-to-column connection stiffness. 2010. PhD Thesis Escola de Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo, So Carlos, 2010.

    Usually precast concrete connections are considered as perfect joints (pinned or rigid), however the real behavior can be intermediate what is called semi-rigid. The use of dynamic tests is an advantage to obtain stiffness values without damaging the structure and can be used to assess the real boundary conditions or verify the need for structural strengthening. This research aims to develop a dynamic experimental procedure to determine the beam-to-column connection stiffness of precast concrete structures directly from accelerometer measured data. The preliminary tests were carried on specimens of real size or reduced scale, as well as concrete or steel connection specimens with different boundary conditions. The experimental tests were conducted in a reduced scale concrete frame composed of precast columns and beam. The frame was tested through dynamic and static methods in order to obtain the beam-to-column stiffness value directly. The beam was connected to the columns by pinned connections, formed by support cushions and dowels. In addition, the connections were strengthened by embedding CFRP strips in the lateral concrete cover, according to NSM technique (Near-Surface Mounted). Experimental static and dynamic tests were done at different loading steps. The results obtained with concrete and steel models show good agreement between static and dynamic tests.

    Keywords: precast concrete structures, semi-rigid connections, experimental dynamic analysis.

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    Lista de figuras

    Figura1Tiposdediagramamomentorotaodasligaes.Fonte:ElDebs(2000).____________________33Figura2Ligaesvigapilararticuladas.Fonte:ElDebs(2000).____________________________________34Figura3Exemplosdeligaesvigapilarrgidas.Fonte:ElDebs(2000). _____________________________34Figura4Deformabilidadeaomomentofletoreforanormalemligaovigapilar.Fonte:ElDebs(2000).35Figura5Deformabilidadedeprticos.Fonte:ElDebs(2000).______________________________________36Figura6Representaodasdeformabilidadescomesquemademolas.Fonte:ElDebs(2000).___________36Figura7Diagramamomentorotao().Fonte:Soares(1998).________________________________37Figura8Propostadeclassificaoparaligaessemirgidas.Fonte:Ferreira(2002).__________________39Figura9Exemplosdeposiodeformadadealgumasligaessubmetidasamomentofletor.Fonte:ElDebs(2000).___________________________________________________________________________________40Figura10LigaovigapilarestudadaporMiotto(2002)._________________________________________45Figura11LigaovigapilarestudadaporBaldissera(2006):a)pilarintermedirio;b)pilardeextremidade.46Figura12FotosdaligaovigapilarestudadaporBaldissera(2006)._______________________________46Figura13Ensaiosdinmicosexperimentaisdeprticosdeconcreto(NBREGA,2004):a)Diferentesprticosnalajedereao;b)Prticosubmetidoaodeumexcitadoreletromagntico. ______________________47Figura14Ensaiodinmicoparaobterarigidezdeligaessemirgidas(NBREGA,2004):a)Acelermetrosnaslateraisdopilar;b)Respostadosacelermetros(emm). _______________________________________48Figura15Exemplodeestruturaprmoldadapainelalveolardegrandevo.________________________54Figura16Exemplodeestruturaprmoldadapainislevesdepisodeestdio._______________________54Figura17Ensaiosestticosedinmicosemprismasdeconcretosimples(ALMEIDA,2005):a)Aplicaodocarregamentoestticofissurao;b)Ensaiodinmicocomprismassobremolascondiolivrelivre. ____56Figura18Ensaiosestticosedinmicosemvigasdeconcretoarmado(ALMEIDA,2005):a)Aplicaodocarregamentoestticodeflexo;b)Ensaiodinmicodevibraolivre._______________________________57Figura19IlustraodeumaFRFedomtododopicodeamplitude(peakamplitude).__________________60Figura20RespostadosistemaavibraolivreClculododecrementologartmico.___________________61Figura21Arranjoparamediodarespostarotacional.Fonte:AdaptadodeMaiaetal.(1997).__________63Figura22Fixaodosacelermetrospararealizaodeensaiosdinmicospelomtododireto.__________63Figura23Prottiposutilizadosnosensaiospiloto(BALDISSERA,2006).______________________________68Figura24Modelosutilizadosnosensaiospiloto:emescalareduzida(FONSECA,2007)._________________68Figura25Modelosutilizadosnosensaiospiloto:estruturametlica.________________________________68Figura26ProttipoestudadoporBaldissera(2006)._____________________________________________69Figura27Esquemadecarregamentodoensaioesttico.Fonte:AdaptadodeBaldissera(2006). _________71Figura28Esquemadecarregamentodoensaiodinmico. ________________________________________71Figura29ColocaodecalossobopilarTransioentreensaioestticoedinmico._________________72Figura30RetiradadosapoiossobasvigasTransioentreensaioestticoedinmico. _______________72Figura31EnsaiodinmicoPosicionamentodosequipamentos:a)Ensaiodevarreduradefreqncia;b)VistageraldoprottipoI,comexcitadorinstaladonaextremidadedireita.____________________________73Figura32Ensaiodinmico:a)Excitadorcomchapasmetlicasadicionais;b)Arranjodemontagemdoexcitador;Fonte:AdaptadodeEwins(2000). ____________________________________________________74Figura33Posicionamentodosacelermetrosnoensaiodinmico:a)Acelermetrofixadonalaje;b)Acelermetrosposicionadosnodentedavigaenoconsolodopilar;c)Acelermetrosposicionadosnaviga. _75Figura34TentativadeobterosmodosdevibraoEnsaiodinmico.______________________________76Figura35ResultadosdosensaiosdinmicosProttipoIEstadontegro:a)FRF(acelerncia);b)Espectrodosinaldeaceleraomdulo.______________________________________________________________77

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    Figura36ResultadosdosensaiosdinmicosProttipoIApsaruna:a)FRF(acelerncia);b)Espectrodosinaldeaceleraomdulo. _____________________________________________________________77Figura37ResultadosdosensaiosdinmicosProttipoEEstadontegro:a)FRF(acelerncia);b)Espectrodosinaldeaceleraomdulo. _____________________________________________________________78Figura38ResultadosdosensaiosdinmicosProttipoEApsaruna:a)FRF(acelerncia);b)Espectrodosinaldeaceleraomdulo. _____________________________________________________________78Figura39Armaduras:a)vigaedente;b)instrumentaodotrechodepilarcomconsolos;ec)posicionamentonafrma.___________________________________________________________________82Figura40Preparodasfrmaseconcretagemdoselementos. _____________________________________82Figura41Ajustesnamontagemdomodelopiloto.______________________________________________83Figura42Preparodasuperfcie,colocaodaresinaeinserodolaminado. ________________________83Figura43Desenhoesquemticodoensaiodevibraolivrecondiodecontornolivrelivre.___________88Figura44Ensaiosdinmicosdevibraolivrecondiodecontornolivrelivrecommodelosuspensoporfiosdenylon._________________________________________________________________________________88Figura45Desenhoesquemticodainstrumentaoedaaplicaodocarregamentodoensaiodinmicodevibraoforada.__________________________________________________________________________90Figura46Extremidadelivredaviga.Excitadoreletrodinmico.____________________________________91Figura47Posiodoexcitadoredacluladefora._____________________________________________91Figura48Extremidadedavigaembalano. ___________________________________________________91Figura49Acelermetrosposicionadosnodentedavigaenoconsolodopilar.________________________91Figura50Vistadarealizaodoensaiodinmico. ______________________________________________92Figura51Ensaiodevibraoforadaparaobtenodosmodos.___________________________________92Figura52Configuraoesquemticadeensaioestticocomsolicitaodaligaoreforadaamomentofletornegativoepositivo(medidasemmilmetros)._______________________________________________92Figura53FRF(acelerncia)EnsaiodevibraolivreModelontegro._____________________________95Figura54GrficodaaceleraonotempoEnsaiodevibraolivreModelontegro._________________95Figura55FRF(acelerncia)EnsaiodevibraoforadaModelontegro.__________________________97Figura56MdulodaFRF(acelerncia)EnsaiodevibraoforadaModelorompido.________________97Figura57ForanotempoEnsaiodevibraoforadaModelontegro.___________________________99Figura58ForanotempoEnsaiodevibraoforadaModelorompido.__________________________99Figura59AceleraonotempoEnsaiodevibraoforadaAcelermetro01._____________________100Figura60AceleraonotempoEnsaiodevibraoforadaAcelermetro02._____________________100Figura61ModelodeestruturametlicaLigaosoldada.______________________________________102Figura62ModelodeestruturametlicaLigaoparafusada.___________________________________102Figura63FRF(acelerncia)obtidanoensaiodinmicodomodelocomligaosoldada._______________103Figura64GrficomomentorotaoEnsaioesttico,ligaosoldada.____________________________104Figura65GrficomomentorotaoEnsaioesttico,ligaoparafusada._________________________104Figura66Ensaiodinmicomodelosoldado._________________________________________________105Figura67EnsaiodinmicomodelosoldadoAcelermetrosobreaviga.__________________________105Figura68EnsaiodinmicomodelosoldadoExcitadorecluladefora.__________________________105Figura69EnsaiodinmicomodeloparafusadoAcelermetros. ________________________________105Figura70Caractersticasbsicasdoprticodeconcretoarmado._________________________________114Figura71Chapasdebasedospilares._______________________________________________________114Figura72Desenhoesquemticodosdispositivosparafixaodasbasesdospilares.__________________116Figura73Dispositivosmetlicosparafixaodasbasesdospilares._______________________________116Figura74MquinadeensaioELEutilizadaparacaracterizaodoconcreto.________________________118Figura75Ensaioderesistnciacompressoetrao,realizadosnamquinaELE._________________118Figura76EnsaiodomdulonamquinaInstron.______________________________________________118Figura77Exemplodegrficotensodeformaoutilizadonoclculodomdulodeelasticidadedoconcreto:a)grficocompletoeb)detalhedotrecholinear. _______________________________________________120Figura78Ensaiosdecaracterizaodograute:determinaodomdulodeelasticidade.______________121Figura79Almofadadeapoiodeborrachanatural(dimensesemcm)._____________________________123Figura80Detalhamentodasarmadurasdavigaedentes._______________________________________125Figura81Detalhamentodasarmadurasdospilareseconsolos.___________________________________126Figura82Frmaearmaduradospilareseconsolo._____________________________________________127Figura83Frmaearmaduradavigaedentes.________________________________________________128Figura84Seqnciadeprocedimentosparaamontagemdomodelo(1/2)._________________________130

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    Figura85Seqnciadeprocedimentosparaamontagemdomodelo(2/2). _________________________131Figura86ConfiguraodoensaioestticoeposicionamentodossensoresForanadireovertical.____134Figura87ConfiguraodoensaioestticoeposicionamentodossensoresForanadireohorizontal.__135Figura88Instrumentaoutilizada:a)extensmetroseltricosnoconcretodafacesuperiordaviga;b)clinmetrosec)transdutoresdedeslocamento._________________________________________________137Figura89InstrumentaoutilizadaTransdutoresdedeslocamento:aeb)utilizadosparamedirosdeslocamentosdoslaminadosemrelaoaospilares;c)utilizadosparamedirarotaodoprtico._______137Figura90Vistageraldomodeloinstrumentado:a)faceposterior;b)faceanterior.___________________137Figura91Vistageraldomodeloinstrumentadonoensaiodaterceiraetapa,comaplicaodeforahorizontal:a)vistageral;b)detalhedoatuadorhidrulico. _______________________________________138Figura92Numeraoeposicionamentodosextensmetros._____________________________________139Figura93Desenhoesquemticodainstrumentaoedaaplicaodocarregamentonadireoverticaldoensaiodinmicodevibraoforada._________________________________________________________140Figura94Desenhoesquemticodainstrumentaoedaaplicaodocarregamentonadireohorizontaldoensaiodinmicodevibraoforada._________________________________________________________141Figura95Ensaiosdinmicosdevibraoforadadireovertical:a)shaker;b)acelermetroecluladefora.___________________________________________________________________________________142Figura96Ensaiosdinmicosdevibraolivre,dir.vertical._______________________________________142Figura97Ensaiosdinmicosdevibraoforadadireohorizontal(x):a)shaker;b)acelermetroecluladefora.___________________________________________________________________________________143Figura98Ensaiosdevibraoforadadir.z._________________________________________________143Figura99Acelermetrosposicionados:a)nodentedavigaenoconsolodopilar;b)napartesuperiorenainferiordaviga.___________________________________________________________________________144Figura100Acelermetrosinstaladosnasbasesmetlicas._______________________________________144Figura101Rotaodaligaoobtidaapartirdasleiturasdostransdutoresdedeslocamento.__________148Figura102Rotaodaligaoobtidaapartirdasleiturasdosclinmetros. _________________________148Figura103GrficoforacurvaturanomeiodovodavigaEquivalnciaentre1e2etapasat41kN. _______________________________________________________________________________________149Figura104GrficoforacurvaturanomeiodovodavigaEquivalnciaentre1e2etapasataruptura._________________________________________________________________________________149Figura105Esquemaestticoediagramademomentofletordavigacomligaessemirgidas._________150Figura106GrficoforarotaoTDensaioat35kN1etapa.________________________________151Figura107GrficoforarotaoglobalCLensaioat35kN1etapa.___________________________151Figura108GrficoforarotaoTDensaioat56kN1etapa.________________________________152Figura109GrficoforarotaoglobalCLensaioat56kN1etapa.___________________________152Figura110GrficoforarotaoTDensaioat41kN2etapa(modeloreforado).________________152Figura111GrficoforarotaoglobalCLensaioat41kN2etapa(modeloreforado). __________152Figura112GrficoforarotaoTDensaioataruptura2etapa(modeloreforado)._____________153Figura113GrficoforarotaoglobalCLensaioataruptura2etapa(modeloreforado). _______153Figura114GrficoforarotaoTDeCL1etapa(ensaioat35kN).____________________________154Figura115GrficoforarotaoTDeCL1etapa(ensaioat56kN).____________________________154Figura116GrficoforarotaoTDeCL2etapa(ensaioat41kN).____________________________154Figura117GrficoforarotaoTDeCL2etapa(ensaioataruptura)._________________________154Figura118Grficoforadeslocamentonomeiodovo,ensaioat35kN1etapa. _________________155Figura119Grficoforadeslocamentonomeiodovo,ensaioat56kN1etapa. _________________155Figura120Grficoforadeslocamentonomeiodovo,ensaioat41kN2etapa(modeloreforado)._156Figura121Grficoforadeslocamentonomeiodovo,ensaioataruptura2etapa(modeloreforado). _______________________________________________________________________________________156Figura122GrficosforadeformaomedidaporextensmetrosnasarmadurasenoconcretodaVIGAedosPILARES:a)ensaioat35kN,b)ensaioat56kN.1etapa._______________________________________157Figura123GrficosforadeformaomedidaporextensmetrosnasarmadurasenoconcretodaVIGAedosPILARES:a)ensaioat41kN,b)ensaioataruptura2etapa(modeloreforado).___________________157Figura124GrficosforadeformaomedidaporextensmetrosnasprincipaisarmadurasdaLIGAO:a)ladoA,b)ladoB.Ensaioat35kN1etapa.__________________________________________________158Figura125GrficosforadeformaomedidaporextensmetrosnasprincipaisarmadurasdaLIGAO:a)ladoA;b)ladoB.Ensaioat56kN1etapa.__________________________________________________158

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    Figura126GrficosforadeformaomedidaporextensmetrosnasprincipaisarmadurasdaLIGAO:a)ladoA;b)ladoB.Ensaioat41kN2etapa(modeloreforado).__________________________________159Figura127Grficosforadeformaomedidaporextensmetrosnasprincipaisarmadurasdaligao:a)ladoA;b)ladoB.Ensaioataruptura2etapa(modeloreforado).___________________________________159Figura128Grficoforadeformaodolaminadoinserido,ensaioat41kN2etapa(modeloreforado)._______________________________________________________________________________________160Figura129Grficoforadeformaodolaminadoinserido,ensaioataruptura2etapa(modeloreforado).______________________________________________________________________________160Figura130Grficoforadeformaodolaminadoinserido,ensaioat80kN3etapacomforaaplicadanadireohorizontal. _____________________________________________________________________161Figura131Grficomomentorotaoensaioat41kNmodeloreforado(2etapa).______________162Figura132Grficomomentorotaoensaioat41kNmodeloreforado(2etapa)Rigidezobtidanotrecholinear. ____________________________________________________________________________162Figura133Grficomomentorotaoensaioatarupturamodeloreforado(2etapa).___________162Figura134Grficomomentorotaoensaioatarupturamodeloreforado(2etapa)Rigidezobtidanotrecholinear.__________________________________________________________________________162Figura135Forahorizontaldeslocamento3etapa._________________________________________163Figura136ForahorizontaldeslocamentoTrechoinicialdodiagrama. __________________________163Figura137ExemplodegrficodeFRF(acelerncia)obtidonoensaiodevibraoforada._____________164Figura138DetalhedogrficodaFRF(acelerncia)paraclculodoamortecimento.__________________164Figura139PrticomonolticoModosdevibraoAnlisenumrica.____________________________168Figura140PrticocomvigaarticuladaModosdevibraoAnlisenumrica. ____________________169Figura141PrticocomligaosemirgidaModosdevibraoAnlisenumrica._________________170Figura142ExemplodegrficodaFRF(acelerncia)obtidonoensaiodevibraoforadaDireox.____171Figura143Grficodasaceleraesmedidasnodomniodotempo(X1naposioAC1eX2naposioAC2)._______________________________________________________________________________________171Figura144ExemplodegrficodaFRF(acelerncia)obtidonoensaiodevibraolivreDireoySistemadoLE(SET).______________________________________________________________________________172Figura145ExemplodegrficodaFRF(acelerncia)obtidonoensaiodevibraolivreDireoySistemadoLaMEM(SET). _________________________________________________________________________172Figura146AjustedacurvaforamomentonaligaoEnsaioat41kN.__________________________173Figura147AjustedacurvaforamomentonaligaoEnsaioataruptura._______________________173Figura148ExemplodegrficodeslocamentotempoEnsaiodevibraoforada.___________________175Figura149ExemplodegrficoaceleraotempoEnsaiodevibraoforada. _____________________175Figura150Ensaioesttico1etapa,semreforoFissurao.__________________________________177Figura151Ensaioesttico1etapa,semreforoFissuraoladoA.___________________________177Figura152Ensaioesttico1etapa,semreforoFissuraoladoB.___________________________177Figura153Ensaioesttico1etapa,semreforoFissurao.__________________________________177Figura154Ensaiodinmico1etapa,semreforoDistnciaentreacelermetrosladoB.__________177Figura155Ensaioesttico2etapa,comreforoladoB._____________________________________177Figura156Ensaioesttico2etapa,comreforoEscorregamentodolaminadoladoA.___________178Figura157Ensaioesttico2etapa,comreforoladoB._____________________________________178Figura158Ensaioesttico2etapaRupturadopilarnaregiodoreforoladoA.________________178Figura159Ensaioesttico2etapa.RupturadopilarnaregiodoreforoladoA._______________178Figura160Ensaioesttico3etapaRupturanaregiodoreforoladoB. ______________________178Figura161Ensaioesttico3etapaRupturanaregiodoreforoladoB. ______________________178Figura162Ensaioesttico3etapaFissuraonabasedospilaresladoA. _____________________179Figura163Ensaioesttico3etapaFissuraonabasedospilaresladoB. _____________________179Figura161Tabeladosvaloresdefreqncianaturalparavigascomapoiossemirgidos.Fonte:Blevins(1984). _________________________________________________________________________________204

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    Lista de quadros

    Quadro1Caractersticasdomodelodoprogramaexperimental.__________________________________115Quadro2Seqnciadeensaiosestticosedinmicos. __________________________________________133

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    Lista de tabelas

    Tabela1Comparaodarigidezcalculadadireta(ensaio)eindiretamente(NOBREGA,2004).___________48Tabela2CaractersticasprincipaisdosprottiposBaldissera(2006). ______________________________70Tabela3Informaessobreosensaiosdinmicos.______________________________________________71Tabela4Freqncianaturaleaceleraoprottipos. __________________________________________77Tabela5ValordarigidezdaligaoProttipoIApsaruna._________________________________79Tabela6ValordarigidezdaligaoProttipoEEstadontegro._______________________________79Tabela7ValordarigidezdaligaoProttipoEApsaruna. ________________________________80Tabela8CaractersticasprincipaisdosmodelosFonseca(2007).__________________________________82Tabela9Caractersticasdosmodelosdeligaoemescalareduzida. _______________________________84Tabela10Informaessobreosensaiosdinmicos._____________________________________________87Tabela11Resultadosdosensaiosdevibraolivremodelosnoestadontegro.______________________94Tabela12Resultadosdosensaiosdevibraolivremodelosapsaruna.__________________________94Tabela13Foraestticaderunadosmodelos._________________________________________________96Tabela14Resultadosdosensaiosdevibraoforadafreqncianatural. _________________________96Tabela15Valoresdaforadinmicaaplicadapeloexcitador._____________________________________98Tabela16ValoresdarigidezdaligaoEnsaiosdinmicos._____________________________________100Tabela17ValoresdarigidezdaligaoEnsaiosestticosedinmicos.____________________________101Tabela18Resultadosdosensaiosdinmicosfreqncianaturalefatordeamortecimento.___________103Tabela19ValoresdeforaemomentoModelosdeestruturasmetlicas. _________________________104Tabela20RigidezdaligaoflexoEstruturasmetlicas._____________________________________104Tabela21Faixadefreqnciadosensaiosdinmicos. __________________________________________108Tabela22Caractersticasdosmateriaisempregadosnaconcretagemdoselementos._________________117Tabela23Detalhesdosensaiosdecaracterizaodoconcreto.___________________________________119Tabela24Resultadosdosensaiosdecaracterizaodoconcreto._________________________________119Tabela25Caractersticasdosmateriaisempregadosnograuteamento.____________________________121Tabela26Detalhesdosensaiosdecaracterizaodograute._____________________________________122Tabela27Resultadosdosensaiosdecaracterizaodograute.___________________________________122Tabela28Detalhesdosensaiosdecaracterizaodoao._______________________________________124Tabela29Resultadosdosensaiosdecaracterizaodoao. _____________________________________127Tabela30Caractersticasdosmateriaisempregadosnoreforo.__________________________________128Tabela31Caractersticasdosinstrumentosutilizadosnosensaiosestticos._________________________136Tabela32Direodossensoresedaforaaplicadanoensaiodinmicoterceiraetapa.______________142Tabela33Informaessobreosensaiosdinmicos.____________________________________________145Tabela34RigidezdaligaoflexoEnsaioesttico._________________________________________162Tabela35Resultadosdosensaiosdinmicosfreqncianatural. ________________________________164Tabela36ResultadosdaanlisesimplificadaModelonumricoPrticomonoltico.________________166Tabela37ResultadosdaanlisesimplificadaModelonumricoPrticocomvigaapoiada.__________167Tabela38ResultadosdaanlisesimplificadaModelonumricoPrticocomligaosemirgida._____167Tabela39ValoresdeforaemomentoEnsaiodinmico._______________________________________174Tabela40RigidezdaligaoflexoEnsaiodinmico.________________________________________176Tabela41Comparaodasfreqnciasexperimentaiseanalticas(Hz).____________________________181

  • 19

    Lista de smbolos

    Letras Romanas Maisculas:

    D fator de amplificao dinmica

    Dm deformabilidade ao momento fletor

    E mdulo de elasticidade do material ou mdulo de Young

    EI rigidez flexo de uma barra

    H() funo de resposta em freqncia (FRF)

    I momento de inrcia

    K, Km rigidez flexo

    KS rigidez secante da ligao (KS = Klig, neste estudo)

    M, M momento fletor

    Mdin momento dinmico

    Letras Romanas Minsculas:

    a distncia

    d altura til; deslocamento

    h altura; distncia

    vo entre apoios; comprimento da viga

    m massa

    1/r curvatura da seo

    q carregamento distribudo

    s distncia

    x deslocamento

  • 20

    x acelerao translacional

    Letras Gregas Minsculas:

    r fator de rigidez ou fator de restrio rotao (parmetro r)

    decremento logartmico; deslocamento; flecha

    c deformao do concreto

    y deformao do ao

    rotao

    k modo de vibrao

    fator de rigidez ou fator de restrio rotao (parmetro r)

    rotao

    acelerao rotacional

    freqncia natural, em radianos/s

    fator de amortecimento modal

  • 21

    Lista de abreviaturas e siglas

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    ASTM American Society for Testing and Materials

    CAPES Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior

    CEB Comit Euro-Internacional du Bton

    EESC Escola de Engenharia de So Carlos

    FAPESP Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo

    FIB Fdration Internationale du Bton (resultante da fuso do CEB e da FIP)

    FIP Fdration Internationale du Prcontrainte

    FFT Fast Fourier Transform (Transforma Rpida de Fourier)

    FRF Funo de Resposta em Freqncia

    GDL Grau de Liberdade

    LaMEM Laboratrio de Madeira e de Estruturas de Madeira do Departamento de Engenharia de Estruturas

    LE Laboratrio de Estruturas do Departamento de Engenharia de Estruturas

    MC-CEB-90 Cdigo modelo do CEB-FIP de 1990

    MGDL Mltiplos Graus de Liberdade

    NBR Norma Brasileira Registrada

    NET-PR Ncleo de Estudos e Tecnologia em Pr-moldados de Concreto, da Universidade Federal de So Carlos

    NSM Near-surface-mounted

    PCA Portland Cement Association

    PCI Prestressed / Precast Concrete Institute

    PRFC Polmero Reforado com Fibra de Carbono

    SET Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de So Carlos

    USP Universidade de So Paulo

  • 22

    Siglas utilizadas nos ensaios experimentais:

    CP Corpo-de-prova

    CL Clinmetro

    EX Extensmetro eltrico de resistncia

    LR Linha de referncia; eixo de referncia

    TD Transdutores de deslocamento

  • 23

    Sumrio

    Agradecimentos ........................................................................................................................ 7Resumo .................................................................................................................................... 11Abstract ................................................................................................................................... 12Lista de figuras ....................................................................................................................... 13Lista de quadros ..................................................................................................................... 17Lista de tabelas ....................................................................................................................... 18Lista de smbolos ..................................................................................................................... 19Lista de abreviaturas e siglas ................................................................................................. 21Sumrio ................................................................................................................................... 231 Introduo 11 .................................................................................................................... 25

    1.1. Generalidades ........................................................................................................... 251.2. Objetivo .................................................................................................................... 271.3. Justificativa ............................................................................................................... 281.4. Metodologia da pesquisa .......................................................................................... 291.5. Apresentao da tese ................................................................................................ 30

    2 Estruturas de Concreto Pr-moldado 22 ........................................................................ 312.1. Generalidades ........................................................................................................... 312.2. Ligaes .................................................................................................................... 322.3. Deformabilidade das ligaes ................................................................................... 352.4. Pesquisas sobre ligaes ........................................................................................... 41

    3 Anlise Dinmica 33 ......................................................................................................... 513.1. Generalidades ........................................................................................................... 513.2. Anlise Modal .......................................................................................................... 57

    3.2.1. Mtodo do pico de amplitude (peak-amplitude) Ewins (1984) e Inman (1994) 593.2.2. Mtodo do decremento logartmico .................................................................... 61

    3.3. Mtodo direto (procedimento utilizado por Nbrega, 2004) .................................... 624 Ensaios-piloto 44 ............................................................................................................... 67

    4.1. Generalidades ........................................................................................................... 674.2. Ensaios dinmicos nos prottipos de ligao ........................................................... 69

    4.2.1. Descrio dos prottipos de ligao ................................................................... 694.2.2. Descrio dos ensaios dinmicos ....................................................................... 704.2.3. Resultados ........................................................................................................... 76

    4.3. Ensaios dinmicos em modelos em escala reduzida ................................................ 814.3.1. Descrio dos modelos ....................................................................................... 814.3.2. Descrio dos ensaios dinmicos ....................................................................... 874.3.3. Resultados ........................................................................................................... 93

    4.4. Ensaios dinmicos em modelos de estrutura metlica ........................................... 1014.4.1. Generalidades ................................................................................................... 1014.4.2. Descrio dos ensaios dinmicos ..................................................................... 102

  • 24

    4.4.3. Resultados dos ensaios dinmicos ................................................................... 1034.5. Consideraes finais sobre os ensaios-piloto ......................................................... 106

    5 Programa Experimental 55 ........................................................................................... 1115.1. Generalidades ......................................................................................................... 1115.2. Descrio do modelo .............................................................................................. 1135.3. Materiais................................................................................................................. 117

    5.3.1. Concreto ........................................................................................................... 1175.3.2. Graute ............................................................................................................... 1205.3.3. Almofada de apoio ........................................................................................... 1235.3.4. Armaduras ........................................................................................................ 1235.3.5. Frmas .............................................................................................................. 1275.3.6. Reforo com laminado de PRFC e adesivo epxi............................................ 128

    5.4. Construo e montagem dos modelos .................................................................... 1295.5. Procedimento de Ensaio ......................................................................................... 132

    5.5.1. Configurao dos ensaios estticos .................................................................. 1335.5.2. Instrumentao utilizada no ensaio esttico ..................................................... 1355.5.3. Configurao dos ensaios dinmicos ............................................................... 1405.5.4. Instrumentao utilizada nos ensaios dinmicos ............................................. 145

    6 Resultados Experimentais 66 ........................................................................................ 1476.1. Determinao da rigidez flexo Ensaio esttico .............................................. 147

    6.1.1. Ensaio com fora na direo vertical ............................................................... 1476.2. Resultados dos ensaios estticos ............................................................................ 151

    6.2.1. Fora-rotao ................................................................................................... 1516.2.2. Fora-deslocamento no meio do vo ............................................................... 1556.2.3. Fora-deformao ............................................................................................ 1566.2.4. Momento-rotao e rigidez flexo da ligao ............................................... 1616.2.5. Fora horizontal-deslocamento ........................................................................ 163

    6.3. Resultados dos ensaios dinmicos ......................................................................... 1636.3.1. Freqncia natural e fator de amortecimento ................................................... 1646.3.2. Fora dinmica e momento dinmico na ligao ............................................. 1726.3.3. Amplitudes de vibrao Acelerao e deslocamento .................................... 1746.3.4. Rigidez flexo Ensaio dinmico ................................................................. 1756.3.5. Fissurao e modo de runa .............................................................................. 176

    6.4. Consideraes finais sobre os ensaios do prtico .................................................. 1807 Concluso 77 ................................................................................................................... 183

    Sugestes para pesquisas futuras ....................................................................................... 185Referncias Bibliogrficas ................................................................................................... 187Apndice A Dimensionamento dos Elementos de Concreto Empregados no Prtico Pr-moldado ......................................................................................................................... 193Apndice B Dimensionamento dos Elementos das Ligaes Viga-Pilar do Prtico Pr-moldado ................................................................................................................................. 197Apndice C Mquinas, Sistemas e Instrumentos Detalhes e caractersticas ............ 199Apndice D Tabela dos valores de freqncia natural para vigas com apoios semi-rgidos .................................................................................................................................... 204

  • Captulo 1 Introduo 25

    1 Introduo 11 1.1. Generalidades

    O desenvolvimento econmico dos pases provoca um aumento na quantidade de

    construes civis, o que pode motivar o avano da tecnologia nos canteiros de obra e nas

    indstrias do setor. Destaca-se nesse contexto a crescente implantao de novas indstrias,

    cuja construo facilitada pela utilizao de estruturas de concreto pr-moldado, por conta

    da vantagem inerente da rapidez de montagem e execuo. Com a melhora do cenrio

    econmico, h tambm a demanda para outros tipos de construo nos quais o emprego do

    pr-moldado se apresenta como uma boa alternativa, tais como: pontes, viadutos, shopping

    centers, escolas, hospitais, edifcios, hotis, redes de transporte de massa etc.

    Os elementos pr-moldados de concreto caracterizam-se por apresentar facilidades de

    execuo, permitindo: a mecanizao da produo, um maior controle da qualidade dos

    elementos estruturais, uma maior produtividade e a adoo de estratgias mais flexveis e

    rpidas de produo. Por outro lado, a necessidade de realizar as ligaes entre esses

    elementos representa uma desvantagem desse sistema construtivo, podendo mesmo configurar

    como uma limitao sua adoo.

    Em geral, as ligaes so os itens mais importantes no projeto de estruturas de concreto

    pr-moldado e mistas, tanto no que se refere produo, como para o comportamento da

    estrutura montada. Contudo existem dificuldades durante a fase de execuo das ligaes,

    principalmente daquelas que transmitem esforos e procuram reproduzir um comportamento

    similar ao de uma estrutura monoltica. Alm disso, tambm permanecem algumas dvidas

    sobre esse tipo de estrutura no que diz respeito: ao seu comportamento em servio, na

    determinao dos valores reais dos parmetros de projeto e na confirmao das hipteses e

    modelos de clculo adotados, como por exemplo, a determinao do valor da rigidez ou semi-

    rigidez. O desconhecimento ou a incerteza dos valores de deformabilidade das ligaes pode

    Cap

    tulo

  • 26 Captulo 1 Introduo

    gerar diferenas na idealizao do comportamento estrutural e, consequentemente, provocar

    erros no clculo da distribuio dos esforos solicitantes, afetando a rigidez e a estabilidade

    global da estrutura.

    A pesquisa na rea de pr-moldados tem crescido significativamente nos ltimos anos.

    No que concerne a rea de ligaes, percebe-se que os objetivos dos estudos realizados

    enfatizaram o desenvolvimento de novos materiais, fixaes, tecnologias, recomendaes

    para projeto e estudos sobre a distribuio dos esforos internos na estrutura. Existe ainda a

    necessidade de examinar a rigidez, ou outros parmetros da ligao, nas condies de servio

    e, com isso, fazer uma melhor previso do comportamento futuro da estrutura a partir do

    estado de danificao atual. Apesar de existirem pesquisas cujo objetivo foi a determinao

    experimental da deformabilidade da ligao, observa-se que o resultado s pode ser aplicado

    em ligaes idnticas ou bastante similares s estudadas em laboratrio, em termos de

    materiais empregados, geometria e dimensionamento.

    Adicionalmente, novos conceitos tm sido introduzidos nos projetos de concreto pr-

    moldado, como por exemplo, o fator de rigidez (ou parmetro r ou fator de restrio

    rotao) e poucos estudos foram realizados para comparar o dimensionamento terico com

    resultados de ensaios em modelos fsicos e validar as inovaes tcnicas propostas,

    especialmente para ligaes usualmente empregadas no Brasil. No caso do fator de rigidez, a

    aplicao prtica seria a considerao do comportamento semi-rgido na fase de projeto, caso

    os valores analticos fossem confirmados em laboratrio, ou mais adequadamente, em

    estruturas reais.

    A anlise dinmica, por sua vez, tem se tornado mais usual e necessria nos projetos de

    estruturas civis, pois alm de fornecer informaes a respeito do estado de integridade dos

    seus elementos, imprescindvel nas verificaes dos parmetros dinmicos, tais como

    freqncia natural e amortecimento. Sua aplicao tem sido cada vez mais relevante, pois as

    estruturas esto mais esbeltas, mais leves e resistentes, ou so localizadas em regies sujeitas

    a sismos ou aos efeitos excepcionais do vento, sendo necessrio evitar vibraes excessivas

    que possam causar desconforto aos usurios ou danos estrutura.

    A anlise dinmica oferece recursos complementares anlise esttica usual no campo

    da Engenharia Civil. Na anlise experimental de estruturas inclusive as de concreto pr-

    moldado e suas ligaes os ensaios usuais de investigao fsica e os procedimentos da

    anlise esttica podem ser complementados com ensaios dinmicos de vibrao livre ou

    forada e subseqente anlise modal, que so tcnicas experimentais e computacionais que

  • Captulo 1 Introduo 27

    podem quantificar mais precisamente as aes e seus efeitos, verificar as solicitaes na

    estrutura e a sua resposta, avaliar o conforto humano frente s vibraes comparando as

    respostas com os limites estabelecidos em normas e determinar a integridade estrutural. Estes

    ensaios no-destrutivos tambm apresentam a vantagem de fornecer informaes integradas e

    globais da estrutura a respeito da rigidez e do amortecimento, podendo ser repetidos e

    comparados ao longo do tempo.

    Um dos aspectos de interesse, relacionado ao comportamento dinmico da estrutura, a

    questo da danificao progressiva de elementos de concreto armado. Com o aumento

    gradual do carregamento e a evoluo da fissurao, existe uma diminuio no valor da

    freqncia natural e um aumento no fator de amortecimento. Essa variao dos parmetros

    permite obter os valores de rigidez equivalente para os diversos estgios de fissurao da

    pea, o que talvez possa indicar a proximidade da runa.

    A utilizao de ensaios no-destrutivos dinmicos pode representar uma vantagem na

    obteno dos valores de deformabilidade, pois no necessrio levar o modelo fsico runa.

    Alm disso, importante ressaltar que existe um custo elevado na confeco de modelos

    idealizados para tentar reproduzir em laboratrio as condies de contorno supostamente

    reais. Assim sendo, ensaios de vibrao podem ser utilizados na anlise e verificao das

    condies de vnculo de estruturas pr-moldadas reais para avaliar a necessidade de uma

    interveno, reforo ou reparo.

    1.2. Objetivo

    Esta pesquisa visa o desenvolvimento de mtodos e tcnicas de anlise da

    deformabilidade de estruturas de concreto e suas ligaes em funo de nveis crescentes de

    danificao do material, focalizando a semi-rigidez das ligaes de elementos pr-moldados.

    Pretende-se desenvolver um mtodo experimental simplificado para obteno do valor da

    rigidez da ligao viga-pilar de concreto pr-moldado, por meio da utilizao de ensaios

    estticos e dinmicos. Os objetivos especficos que nortearam o andamento da pesquisa

    foram:

    Determinar o amortecimento e os modos de vibrao, alm da freqncia natural, de

    modelos fsicos de elementos e ligaes estruturais, de forma a estabelecer critrios

    dinmicos para avaliao do estado de deteriorao do material;

  • 28 Captulo 1 Introduo

    Realizar a anlise modal completa de elementos estruturais simples e, posteriormente,

    de uma estrutura de tamanho reduzido composta por tais elementos. Alm dos

    dispositivos usuais de ligao viga-pilar, estuda-se a possibilidade de utilizao de

    elementos de ligao constitudos por compsito de fibra de carbono. Neste caso, a

    tcnica inovadora permitiria tanto a execuo de ligaes mais rgidas em estruturas

    pr-moldadas novas como a reabilitao de estruturas existentes;

    Determinar a rigidez de diversos tipos de ligao pelo mtodo direto em diferentes

    sistemas estruturais, variando o tipo de material e os tipos de vnculo.

    1.3. Justificativa

    Esta pesquisa d continuidade implementao de novas linhas e metodologias de

    pesquisa no mbito das atividades acadmicas do Departamento de Engenharia de Estruturas

    da EESC-USP, especialmente junto ao Laboratrio de Estruturas. Em particular, refere-se ao

    aprendizado, consolidao e aplicao corrente de tcnicas do campo metodolgico da

    Anlise Dinmica Experimental, cujos resultados recentes mostraram-se promissores no

    desenvolvimento de pesquisas sobre o comportamento de estruturas de concreto.

    A metodologia de anlise dinmica experimental, alm de prestar-se ao estudo do

    comportamento dinmico de estruturas como um todo e calibrao de modelos tericos,

    mostra-se tambm como um instrumento valioso para a interpretao e a quantificao de

    parmetros sobre o estado de integridade do concreto. Igualmente, presta-se anlise de

    regies singulares das estruturas, como por exemplo, no estudo da deformabilidade das

    ligaes entre elementos.

    Este trabalho integra o Projeto Temtico da FAPESP intitulado Nucleao e

    incremento da pesquisa, inovao e difuso em concreto pr-moldado e estruturas mistas para

    a Modernizao da Construo Civil, que est sendo desenvolvido no Departamento de

    Engenharia de Estruturas da EESC-USP. O Projeto Temtico trata dos aspectos tcnico-

    cientficos particulares que, nas devidas propores, so potencial e efetivamente capazes de

    contribuir Modernizao da Construo Civil. Os temas abordados so as estruturas pr-

    moldadas de concreto e as estruturas mistas, ora pendendo ao desenvolvimento de produtos,

    ora ao de processos. Os temas especficos enfatizam o problema crucial enfrentado no

  • Captulo 1 Introduo 29

    tratamento desses tipos de estruturas: o comportamento fsico e a modelagem terica das

    ligaes entre elementos estruturais.

    Portanto, entende-se que esta pesquisa, alm de ser fundamental na estratgia de

    ampliao do campo de atuao do Laboratrio de Estruturas da EESC-USP, tem papel

    importante no contexto de um projeto de equipe sobre uma temtica bem caracterizada.

    1.4. Metodologia da pesquisa

    A metodologia adotada nesta pesquisa consistiu na realizao das seguintes atividades:

    Reviso bibliogrfica sobre temas relativos pesquisa: estruturas de concreto pr-

    moldado, ligaes semi-rgidas, anlise dinmica experimental e anlise modal;

    Realizao de ensaios-piloto no LE-EESC-USP em modelos reduzidos e em prottipos

    em escala real, com diferentes configuraes, para a verificao dos procedimentos a

    serem adotados nos ensaios definitivos. Esses procedimentos incluem a avaliao da

    eficincia dos sistemas de aquisio de dados, das mquinas e equipamentos e dos

    sensores disponveis;

    Definio dos procedimentos experimentais e das caractersticas do modelo e das

    ligaes: prtico de concreto pr-moldado de tamanho reduzido, composto por dois

    pilares e uma viga, cuja ligao formada por dente e consolo, chumbador e

    preenchimento com graute nos vazios entre os elementos e com laminados de PRFC

    inseridos no concreto de cobrimento;

    Realizao de ensaios experimentais dinmicos no modelo fsico, para determinao

    das propriedades modais e determinao da rigidez pelo mtodo direto;

    Realizao de ensaios experimentais estticos no modelo fsico, para determinao da

    rigidez da ligao com o emprego de mtodos usuais, para causar a danificao e obter

    o valor da fora de runa;

    Avaliao dos resultados e redao das concluses.

  • 30 Captulo 1 Introduo

    1.5. Apresentao da tese

    O contedo de cada captulo e a ordem de apresentao so os seguintes:

    Captulo 1: Introduo introduo aos aspectos gerais relacionados ao tema,

    apresentao da motivao para o estudo das ligaes entre elementos pr-moldados, dos

    objetivos, da justificativa e o resumo da metodologia adotada neste trabalho.

    Captulo 2: Estruturas de Concreto Pr-Moldado reviso bibliogrfica sobre

    estruturas de concreto pr-moldado, com nfase no estudo da deformabilidade das ligaes

    semi-rgidas.

    Captulo 3: Anlise Dinmica apresentao simplificada dos conceitos tericos

    fundamentais e alguns dos mtodos de Anlise Modal Experimental, com nfase na obteno

    de parmetros da estrutura por meio de ensaios experimentais dinmicos.

    Captulo 4: Ensaios-piloto descrio dos ensaios-piloto, com detalhes, informaes e

    resultados obtidos em modelos fsicos, que foram desenvolvidos juntamente com outras

    pesquisas em andamento no Laboratrio de Estruturas. So descritos os ensaios realizados

    em prottipos em escala real e em modelos reduzidos de ligao viga-pilar de concreto pr-

    moldado e em modelos de estrutura metlica. Foram analisadas as condies de contorno e os

    procedimentos adequados para a utilizao dos sistemas de aquisio de dados, dos

    instrumentos e dos sensores disponveis.

    Captulo 5: Programa Experimental descrio do modelo de prtico pr-moldado e

    dos procedimentos experimentais adotados na pesquisa.

    Captulo 6: Resultados Experimentais anlise dos resultados obtidos nos ensaios do

    prtico de concreto pr-moldado.

    Captulo 7: Concluses apresentao das concluses e das sugestes para trabalhos

    futuros.

    Referncias bibliogrficas relao dos livros, artigos e normas citados neste trabalho.

    Apndice A Dimensionamento dos elementos de concreto.

    Apndice B Dimensionamento dos elementos da ligao.

    Apndice C Mquinas, sistemas e instrumentos utilizados Detalhes e caractersticas.

    Apndice D Tabela dos valores de freqncia natural para vigas com apoios semi-

    rgidos.

  • Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-moldado 31

    2 Estruturas de Concreto Pr-moldado 22 2.1. Generalidades

    Os elementos pr-moldados apresentam vantagens para a execuo de estruturas de

    concreto armado, pois existe uma racionalizao do processo construtivo posto que as peas

    so moldadas fora da sua posio definitiva. O uso de pr-moldados facilita a mecanizao

    da produo, favorece uma reduo de custos (principalmente com frmas e cimbramentos),

    possibilita o melhor controle da qualidade, tanto dos materiais empregados como na

    fabricao das peas, permite a valorizao e uma maior produtividade da mo-de-obra e

    tambm a adoo de estratgias mais flexveis de produo da obra como um todo.

    Destacam-se algumas caractersticas importantes das estruturas de concreto pr-

    moldado:

    so estruturas com muitos elementos conectados uns aos outros por ligaes, cuja

    funo a transmisso de esforos: momentos fletores e de toro, foras de trao, de

    compresso e cortante;

    a distribuio de foras e as deformaes resultantes dependem da deformabilidade das

    ligaes e do processo de montagem, e

    a resistncia dos componentes da ligao (chumbadores, juntas de argamassa, aparelho

    de elastmero etc.) causa influncia na capacidade global da estrutura.

    No Brasil, os avanos na utilizao do concreto pr-moldado ainda so pequenos,

    quando comparados aos pases da Europa e aos Estados Unidos. Algumas das razes para

    esse cenrio, citadas por El Debs (2000), so: a instabilidade econmica que dificulta o

    planejamento e os investimentos a longo prazo, o conservadorismo na Construo Civil, a

    falta de conhecimento de alternativas em concreto pr-moldado, a falta de dispositivos

    auxiliares para realizar as ligaes etc. O autor alerta que, apesar da existncia de condies

    Cap

    tulo

  • 32 Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-Moldado

    desfavorveis, algumas de natureza cultural, o emprego do concreto pr-moldado tende a

    crescer medida que aumenta o desenvolvimento tecnolgico e social do pas.

    Quanto anlise estrutural, as diferenas bsicas entre os projetos de estruturas de

    concreto pr-moldado e de concreto moldado no local so: a verificao da estrutura para as

    etapas transitrias de construo, tais como transporte e montagem, e as particularidades das

    ligaes entre os elementos. A necessidade de realizar as ligaes, que so pontos de

    descontinuidade da estrutura, uma das principais dificuldades a serem enfrentadas no

    emprego da pr-moldagem.

    2.2. Ligaes

    As ligaes entre os elementos pr-moldados podem ser consideradas como uma das

    principais diferenas entre as estruturas de concreto pr-moldado e as de concreto moldado no

    local e, por isso, um dos aspectos mais importantes a serem considerados no projeto de pr-

    moldados. Elas so de fundamental importncia tanto no que se refere sua produo

    (execuo de parte dos elementos adjacentes s ligaes, montagem da estrutura, execuo

    das ligaes propriamente ditas e servios complementares no local) como para o

    comportamento geral da estrutura.

    As ligaes mais simples, normalmente articulaes, acarretam elementos mais

    solicitados flexo, quando comparados a similares de concreto moldado no local, bem como

    compem estruturas com pouca capacidade de redistribuio de esforos (EL DEBS, 2000).

    Por outro lado, as ligaes rgidas, que procuram reproduzir o comportamento monoltico das

    estruturas de concreto moldado no local, possibilitando a transmisso de momentos fletores

    entre os elementos, so mais caras, de difcil execuo, o que pode reduzir a rapidez da

    construo, que uma das principais vantagens da pr-moldagem. As dificuldades da

    execuo deste tipo de ligao surgem por causa da necessidade de fazer a ligao tanto do

    concreto como do ao, de ter que acomodar as tolerncias que intervm nas vrias fases e

    tambm por causa do fato do concreto ser um material quase-frgil.

    Usualmente na anlise estrutural, as ligaes so concebidas com vinculao ideal

    (articuladas que no transmitem momento fletor, ou rgidas que transmitem momento

    fletor), porm o comportamento real pode ser considerado como intermedirio entre esses

    extremos, ou seja, que existe deformabilidade das ligaes, transmisso parcial de momentos

  • Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-moldado 33

    e alguma possibilidade de deslocamento relativo entre os elementos, portanto existindo as

    ligaes semi-rgidas (Figura 1).

    Caso a deformao da ligao no seja considerada, podem ocorrer diferenas

    significativas na distribuio dos esforos solicitantes. A deformabilidade de uma ligao

    provoca a liberao dos deslocamentos nas extremidades das barras, ocasionando perda de

    rigidez da estrutura, redistribuio de esforos e modificao nos deslocamentos da estrutura.

    Figura 1 Tipos de diagrama momento-rotao das ligaes. Fonte: El Debs (2000).

    Segundo o MC-CEB (19901, apud EL DEBS, 2000), alguns princpios gerais para a

    realizao do projeto so: as ligaes devem assegurar a rigidez e a estabilidade global da

    estrutura; as tolerncias de fabricao e montagem devem ser consideradas; a anlise das

    ligaes se estende s extremidades dos elementos que nelas concorrem e as acomodaes da

    ligao devem ser previstas at ela atingir sua capacidade. Os princpios do dimensionamento

    do concreto armado so, em geral, aplicados tambm para as ligaes, como por exemplo: a

    no considerao da resistncia trao do concreto e a verificao da ancoragem e emendas

    das armaduras.

    As ligaes tambm podem ser classificadas como: ligaes em elementos tipo barra

    (pilares e vigas) e ligaes em elementos tipo folha (lajes e paredes) (EL DEBS, 2000).

    Dentre essas categorias, sero comentados a seguir alguns aspectos das ligaes em elementos

    tipo barra, especialmente aquelas utilizadas para conectar pilares e vigas.

    Nas ligaes articuladas entre vigas e pilares, utiliza-se geralmente chumbadores ou

    chapa metlica soldada no topo, de forma a promover a segurana em relao estabilidade

    lateral da viga (Figura 2). As ligaes rgidas podem ser feitas com a utilizao de conectores

    metlicos e solda, com emenda das armaduras da viga e do pilar ou com cabos de protenso

    1 COMITE EURO-INTERNACIONAL DU BETON (1991). CEB-FIP model code 1990. Bulletin dInformation (MC-CEB/90).

  • 34 Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-Moldado

    (Figura 3). Em alguns casos, para que a ligao viga-pilar tenha propriedades similares a de

    uma ligao monoltica (estrutura de concreto moldado no local), utilizam-se pilares com

    estrangulamentos na posio da viga ou da laje.

    Figura 2 Ligaes viga-pilar articuladas. Fonte: El Debs (2000).

    Figura 3 Exemplos de ligaes viga-pilar rgidas. Fonte: El Debs (2000).

    Como a ligao viga-pilar utilizada em grande nmero e tem grande importncia na

    montagem e no aspecto esttico, ela tem sido bastante investigada no sentido de buscar novos

    dispositivos que acelerem a montagem e tentem encobrir o consolo.

    Uma ligao viga-pilar bastante empregada a que utiliza almofada de elastmero e

    chumbadores, pois no necessita de solda, o que simplifica o processo de montagem. Os

    chumbadores asseguram o equilbrio da viga contra o tombamento e a instabilidade lateral

  • Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-moldado 35

    (no sendo necessrios no caso de vigas largas e de pequenas alturas, ou quando no houver

    risco de tombamento). O preenchimento do furo da viga aps a colocao do chumbador

    feito com graute auto-adensvel, asfalto ou mastique, de forma a proteger o chumbador contra

    a corroso. Esse tipo de ligao geralmente transmite pouco momento em situaes de

    servio, pois ocorre grande deformao do elastmero.

    2.3. Deformabilidade das ligaes

    A deformabilidade de uma ligao definida como a relao do deslocamento relativo

    entre os elementos que compem a ligao e o esforo solicitante unitrio atuante na direo

    desse deslocamento e corresponde ao inverso da rigidez (EL DEBS, 2000).

    Figura 4 Deformabilidade ao momento fletor e fora normal em ligao viga-pilar.

    Fonte: El Debs (2000).

    Existem diferentes maneiras de considerar a deformabilidade das ligaes na anlise da

    estrutura: a) diretamente na modelagem da regio (como por exemplo, utilizando o Mtodo

    dos Elementos Finitos); b) introduzindo elementos fictcios (associao de barras reais ou

    fictcias), ou c) incorporando a deformabilidade nos elementos adjacentes ligao (pela

    modificao da rigidez desses). Normalmente na modelagem estrutural, as ligaes so

    consideradas como elsticas e lineares (rigidez com valor constante) e seus valores de

    deformabilidade podem ser introduzidos de forma discreta ou contnua. Nos casos mais

    comuns de elementos de barra prtico plano e grelha existem trs deformabilidades

  • 36 Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-Moldado

    (Figura 5). O esquema de molas usualmente utilizado para representar a deformabilidade

    com constantes elsticas correspondentes (Figura 6).

    Figura 5 Deformabilidade de prticos. Fonte: El Debs (2000).

    Figura 6 Representao das deformabilidades com esquema de molas. Fonte: El Debs (2000).

    Em funo do esforo atuante na ligao, tem-se deformabilidade ao momento fletor e

    fora normal. Em algumas situaes especficas de projeto, podem ser consideradas

    deformabilidade na direo das foras que provocam tenses de cisalhamento e do momento

    de toro. A deformabilidade flexo de uma ligao a rotao relativa entre os elementos

    da estrutura que concorrem nessa ligao causada pela ao de um momento fletor unitrio,

    cujo valor pode ser expresso pela seguinte relao:

    Deformabilidade ao momento fletor: M

    Dm

    (Eq. 1)

    sendo que:

    a rotao relativa entre os elementos que concorrem na ligao;

    M o momento aplicado na ligao.

    Tomando a deformabilidade como o inverso da rigidez, tem-se que:

    Rigidez ao momento fletor:

    MKm (Eq. 2)

    Uma ligao resistente a momento fletor pode ser classificada como rgida, semi-rgida

    ou articulada de acordo com a relao momento-rotao (Equao 2) e as caractersticas do

    elemento estrutural adjacente. Para o caso de deformabilidade ao momento fletor de viga de

  • Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-moldado 37

    estruturas contraventadas, existe uma recomendao simplificada para a classificao da

    ligao (EL DEBS, 2000):

    ligao rgida: EI8

    Dm

    ou

    EI8K m (Eq. 3)

    ligao semi-rgida: EI8

    DEI2

    m

    ou

    EI8K2EI

    m (Eq. 4)

    ligao articulada: EI2Dm

    ou 2

    EIKm (Eq. 5)

    sendo que:

    EI a rigidez flexo da barra;

    o vo da viga.

    A partir de ensaios experimentais, podem ser obtidos os valores de deformabilidade das

    ligaes com a utilizao do diagrama momento-rotao, que representa a relao entre o

    momento fletor (M) aplicado na ligao e a rotao relativa () entre os elementos da

    estrutura que concorrem nessa ligao. No diagrama experimental, similar ao apresentado na

    Figura 7, o eixo das abscissas representa as ligaes perfeitamente articuladas e o eixo das

    ordenadas representa as ligaes perfeitamente rgidas. As ligaes parcialmente rgidas

    apresentam comportamento no-linear, como pode ser visto na curva indicada na Figura 7.

    Figura 7 Diagrama momento-rotao (). Fonte: Soares (1998).

    Em sistemas estruturais formados por prticos com ligaes viga-pilar, pode ser

    utilizado o fator de rigidez para avaliar a restrio rotao nas extremidades das vigas. O

    fator de rigidez ou fator de restrio, dado pela equao 6, relaciona a rigidez da ligao com

    a rigidez da viga, cujas extremidades possuem o mesmo tipo de ligao, e varia entre 0 e 1,

  • 38 Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-Moldado

    indicando respectivamente a existncia de uma articulao ou de um engaste (FERREIRA &

    EL DEBS, 2003).

    1

    S

    sec

    KEI31

    , sendo que: (Eq. 6)

    KS a rigidez secante da ligao. Neste estudo; KS= Klig;

    ccisec IE4,0EI , sendo: Eci o mdulo de elasticidade tangente inicial do material e Ic o momento de inrcia da seo de concreto;

    o vo entre apoios.

    Ferreira (2002) props uma classificao para ligaes semi-rgidas em estruturas de

    concreto pr-moldado, considerando a resistncia e a rigidez flexo da ligao, conforme a

    Figura 8. Utilizando a combinao dos valores do fator de rigidez e das equaes 7 a 10,

    Ferreira (2002) estabeleceu diferentes zonas para caracterizar o desempenho das ligaes:

    zona I: ligao articulada;

    zona II: ligao semi-rgida com baixa resistncia flexo;

    zona III: ligao semi-rgida com resistncia mdia flexo;

    zona IV: ligao semi-rgida com alta resistncia flexo; e

    zona V: ligao rgida.

    As frmulas da classificao proposta por Ferreira (2002) so:

    23

    MM

    R

    E , sendo que: (Eq. 7)

    ME o momento modificado na extremidade de uma viga (devido ligao

    semi-rgida) submetida a um carregamento uniforme (q) e de comprimento ();

    MR o momento de engastamento no apoio ( 12qM 2R ).

    2

    5,13MM

    R

    MS , sendo que: (Eq. 8)

    MMS o momento modificado no meio do vo.

  • Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-moldado 39

    231

    R

    E , sendo que: (Eq. 9)

    E a rotao efetiva na extremidade da viga;

    R a rotao livre na extremidade de uma viga bi-apoiada e EI2MRR .

    24,12

    R

    MS , sendo que: (Eq. 10)

    MS o deslocamento efetivo no meio do vo (flecha);

    R o deslocamento inicial para a condio de uma viga simplesmente apoiada

    ( EI384q5 4R ).

    Figura 8 Proposta de classificao para ligaes semi-rgidas. Fonte: Ferreira (2002).

    Segundo Soares (1998), a complexidade do comportamento das ligaes devido no-

    linearidade tem sido um obstculo para o desenvolvimento de um simples mtodo de anlise

    das estruturas semi-rgidas. Como na prtica dos projetos quase impossvel analisar o

    comportamento no-linear das ligaes de forma iterativa, foram desenvolvidas

    representaes simplificadas da relao momento-rotao. Uma dessas simplificaes

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1,0

    1,1

    1,2

    1,3

    1,4

    1,5

    0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

    Fator de Rigidez

    Val

    ores

    Nor

    mal

    izad

    os

    Zona I Zona II Zona III Zona IV Zona V

    LEI5.0 LEI2 LEI6 LEI25

    Rigidez Flexo da Ligao K

    EC3

    EC3

    23

    R

    E

    MM

    25.13

    R

    MS

    MM

    231

    R

    E

    24.12

    R

    MS

    0,0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1,0

    1,1

    1,2

    1,3

    1,4

    1,5

    0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

    Fator de Rigidez

    Val

    ores

    Nor

    mal

    izad

    os

    Zona I Zona II Zona III Zona IV Zona VZona I Zona II Zona III Zona IV Zona V

    LEI5.0 LEI2 LEI6 LEI25

    Rigidez Flexo da Ligao K

    EC3

    EC3

    23

    R

    E

    MM

    25.13

    R

    MS

    MM

    231

    R

    E

    24.12

    R

    MS

  • 40 Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-Moldado

    (BJORHOVDE, 19842 apud SOARES, 1998) a utilizao da rigidez tangente, que

    representa uma aproximao inicial linear da relao momento-rotao para solicitaes de

    servio. Porm, como este valor superestima a rigidez da ligao, Gibbons et al. (19963, apud

    SOARES, 1998) determinaram uma rigidez secante.

    A avaliao analtica contm aproximaes e pode se tornar trabalhosa, principalmente

    no caso de ligaes mais complexas. Analiticamente, a ligao pode ser idealizada mediante

    mecanismos bsicos de deformao, que correspondem deformao especfica de cada um

    dos componentes da ligao. Nesse tipo de anlise, feita uma idealizao da posio

    deformada (Figura 9) para ento associar mecanismos bsicos de deformao em srie ou em

    paralelo.

    Figura 9 Exemplos de posio deformada de algumas ligaes submetidas a momento

    fletor. Fonte: El Debs (2000).

    Os programas computacionais baseados nos mtodos numricos, como o Mtodo dos

    Elementos Finitos, tornaram-se uma importante ferramenta para a anlise das ligaes entre

    elementos pr-moldados, que so regies complexas e com elevada concentrao de tenses.

    possvel discretizar a estrutura de forma precisa e simular condies de contorno bastante

    2 BJORHOVDE, R. Effect of end restraint on column strength - practical applications. AISC Engineering Journal, v. 20, n. 1, p. 1-13, 1984. 3 GIBBONS, C.; KIRKY, P.A.; NETHERCOT, D.A. Calculation of serviceability deflections for non-sway frames with semi-rigid connections. Proc. Instn. Civ. Structs. & Bldgs, v. 116, p. 186-193, 1996.

  • Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-moldado 41

    prximas da real. Com isso, a avaliao da deformabilidade por meio de modelagem

    numrica complementa, expande ou at substitui, o mtodo analtico simplificado e/ou a

    anlise realizada por meio de ensaios em modelos fsicos, que usualmente so feitos em escala

    real.

    A utilizao de ensaios no-destrutivos dinmicos pode representar uma vantagem na

    obteno dos valores de deformabilidade por dois motivos. Primeiro, porque no necessrio

    levar o modelo fsico runa, ou seja, podem ser ensaiadas estruturas de grande porte em

    situao de servio. Segundo, como o comportamento dinmico dos sistemas direcionado

    principalmente pelas caractersticas dos elementos estruturais e pelas ligaes entre eles,

    qualquer alterao ocorrida nos elementos, ou variao das condies das ligaes, provoca

    um efeito direto nas propriedades dinmicas do sistema como um todo. Assim sendo, ensaios

    de vibrao podem ser utilizados na anlise e verificao das condies de vnculo de

    estruturas pr-moldadas reais que talvez necessitem de uma interveno, reforo ou reparo.

    2.4. Pesquisas sobre ligaes

    Pelo que se tem conhecimento, o primeiro estudo sistematizado sobre a investigao

    experimental em ligaes de elementos em concreto pr-moldado iniciou-se na dcada de 60

    pela Portland Cement Association (PCA), cujo programa abrangeu estudos sobre a

    continuidade em elementos do tipo duplo T, a resistncia do apoio no topo de pilares e vigas,

    ligaes viga-viga e viga-pilar com fixao por meio de parafusos em dentes rebaixados e a

    resistncia de consolos e ligaes constitudas por chapas metlicas em bases de pilares.

    Outro programa de pesquisa denominado Moment Resistant Connections and Simple

    Connections do projeto PCI-SFRAD (Specially Funded Research and Development Programs

    1 and 4 PCI 1/4), fundado nos Estados Unidos em 1986, abordou o estudo experimental de

    vrios tipos de ligao viga-pilar, cujos resultados, programa de ensaio, descrio dos

    modelos e concluses so encontrados em Dolan et al. (1987).

    Em 1990, a indstria de pr-moldados da Frana (French Precast Concrete Industry)

    iniciou um programa de pesquisa intitulado Investigation of the Behaviour of the Semi-rigid

    Connections, com o objetivo de estudar a semi-rigidez das ligaes: viga-pilar, viga-viga e

    pilar-fundao (SOARES, 1998).

  • 42 Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-Moldado

    Merecem destaque dois programas de pesquisa dentro desse tema: o PRESSS e o COST

    C1. O PRESSS (PREcast Seismic Structural Systems) foi um programa conjunto dos EUA e

    do Japo. Esse programa iniciou-se em 1990 e os objetivos eram: a) desenvolver

    recomendaes de projeto para construes de concreto pr-moldado em diferentes zonas

    ssmicas e b) desenvolver novos materiais, conceitos e tecnologias para construes pr-

    moldadas em diferentes zonas ssmicas (PRISTLEY, 1991). A parte do projeto desenvolvida

    nos EUA reuniu uma srie de grupos de pesquisa de universidades americanas e teve o apoio

    da indstria por meio do PCI (Prestressed/Precast Concrete Institute). A fase I reuniu os

    projetos para definio de critrios e diretrizes bsicas e na fase II foram desenvolvidos

    projetos relacionados com o comportamento e ensaios de ligaes. A fase III foi mais

    direcionada realizao de ensaios de estruturas de edifcios (PRISTLEY, 1996). O COST

    C1 foi um programa da comunidade europia, chamado Control of the Semi-Rigid Behaviour

    of Civil Engineering Structural Connections, desenvolvido entre 1991 e 1998, com o objetivo

    de fomentar a formao de grupos de pesquisas na rea de ligaes semi-rgidas. Este

    programa reuniu sete grupos de trabalho nos seguintes assuntos: ligaes em estruturas de

    concreto armado e protendido, ligaes em estruturas de ao e compostas ao-concreto,

    ligaes em estruturas de madeira, base de dados de resultados, ao ssmica, simulaes

    numricas para anlise do comportamento e ligaes em estruturas de compsitos de

    polmeros.

    Muitos estudos sobre ligaes entre elementos de concreto foram desenvolvidos a partir,

    ou concomitantemente, com as pesquisas realizadas sobre ligaes em estruturas metlicas.

    Analisando as pesquisas encontradas no mundo na rea de concreto pr-moldado percebe-se

    que elas podem ser divididas em dois grupos: a) estudos objetivando melhorias de

    desempenho das ligaes, tanto no que se refere ao comportamento estrutural quanto s

    facilidades de execuo e montagem; e b) estudos direcionados para prever melhor o

    comportamento das ligaes e das estruturas.

    No primeiro grupo, merecem destaque as pesquisas relacionadas com:

    o desenvolvimento de dispositivos metlicos, como por exemplo, as de Reinhardt &

    Stroband (1978), El-Ghazaly & Al-Zamel (1991), Walraven (1991) e Englekirk

    (1995);

    o uso de armadura protendida no aderente, como por exemplo, em Priestley &

    MacRae (1996) e Stanton et al. (1997); e

  • Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-moldado 43

    a melhoria do concreto junto ligao, como por exemplo, com o emprego de fibras

    nos trabalhos desenvolvidos por Soubra et al. (1993) e Vasconez et al. (1998).

    No segundo grupo, tm merecido maior ateno os estudos direcionados previso da

    resistncia, ductilidade e deformabilidade das ligaes. Cabe registrar alguns dos trabalhos

    desenvolvidos na Universidade de Nottingham na Inglaterra, (ELLIOTT et al., 1992 e

    ELLIOTT et al., 1998), na Universidade Tecnolgica de Tampere da Finlndia (LINDBERG

    & KERONEN, 1992 e KERONEN & HIETALA, 1998) e no CERIB (Centre dEtudes et de

    Recherches de lIndustrie du Bton) da Frana (CHEFDEBIEN & DALDARE, 1994 e

    CHEFDEBIEN, 1998). Merecem ainda registro dois trabalhos sobre ligaes semi-rgidas

    (ELLIOT et al., 2003a e ELLIOT et al., 2003b).

    Lionberger & Weaver (19694, apud SOARES, 1998) estudaram o desempenho de

    estruturas com ligaes semi-rgidas, quando submetidas a carregamentos dinmicos, usando

    um modelo bi-linear para a relao momento-rotao.

    Lindberg & Keronen (1992) desenvolveram um estudo sobre a estabilidade de prticos

    pr-moldados de concreto (constitudos por dois pilares e uma viga) comumente utilizados

    para a execuo de indstrias e galpes comerciais, cujas ligaes viga-pilar so executadas

    com aparelhos de apoio de elastmero e so consideradas articulaes.

    Elliott et al. (1992) realizaram 14 ensaios, em escala natural, em ligaes laje-viga-pilar

    para obter seus diagramas momento-rotao. Observa-se que nesse caso, as ligaes foram

    ensaiadas com carregamento horizontal reversvel, diferente dos estudos anteriores que

    analisaram o comportamento destas ligaes sob a ao de carregamentos estticos. Com a

    rigidez parcial das ligaes determinada, desenvolveu-se um estudo terico para avaliar a

    influncia da semi-rigidez das ligaes na estabilidade da estrutura. Os autores concluram

    que todas as ligaes ensaiadas so, em maior ou menor grau, semi-rgidas e que esta semi-

    rigidez deve ser considerada na determinao dos parmetros relativos estabilidade da

    estrutura, uma vez que tal considerao aumenta a rigidez da estrutura, que normalmente

    pr-concebida considerando ligaes viga-pilar articuladas.

    Virdi & Ragupathy (19925, apud SOARES, 1998) desenvolveram um programa

    computacional para estudar o efeito das ligaes semi-rgidas na estabilidade de estruturas

    4 LIONBERGER, S.R.; WEAVER, W. Dynamic response of frames with nonrigid connections. Journal of the Engineering Mechanics Division, ASCE, v. 95, n. EM1, p. 95-114, 1969. 5 VIRDI, R. S.; RAGUPATHY P. Analysis of precast concrete frames with semi-rigid joints. In: Workshop on semi-rigid behaviour of Civil Engineering structural connections. Cost C1: Proceedings. Strasbourg, France. p.296-306, 1992.

  • 44 Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-Moldado

    pr-moldadas de concreto. O programa, intitulado SWANSA, analisa estruturas pr-moldadas

    espaciais, levando em considerao a no-linearidade fsica e geomtrica e a deformabilidade

    das ligaes. Os resultados obtidos com a utilizao do programa foram comparados com

    resultados experimentais e mostraram uma grande semelhana a esses.

    Chikho & Kirby (19956, apud SOARES, 1998) propuseram um mtodo aproximado

    para a obteno do momento fletor em ligaes semi-rgidas para prticos nos quais as vigas

    possuem ligaes idnticas em ambas as extremidades. Os autores determinaram fatores de

    correo, em funo da rigidez da ligao, para o momento fletor nas extremidades dos

    elementos. Desta forma, a estrutura calculada considerando que suas ligaes so

    perfeitamente rgidas e os momentos obtidos desta anlise so multiplicados pelos fatores de

    correo.

    No Brasil, a quantidade de estudos sobre estruturas de concreto pr-moldado,

    especialmente sobre a semi-rigidez das ligaes, ainda limitada. Na EESCUSP, alguns

    trabalhos tm sido desenvolvidos nesta rea. Soares (1998) analisou a deformabilidade de

    uma das ligaes usualmente empregadas em estruturas de galpes: a ligao viga-pilar

    constituda por consolo e chumbador e a sua influncia na distribuio dos esforos

    solicitantes destas estruturas. Foram realizadas simulaes numricas e tambm ensaios em

    modelos fsicos, sendo possvel determinar sua deformabilidade flexo e observar seu modo

    de runa.

    Ferreira (1993) desenvolveu um programa para anlise de prticos planos com ns

    semi-rgidos, considerando inclusive a deformabilidade a fora axial. Baseado nos resultados

    fornecidos pelo programa, o autor recomenda que na determinao dos deslocamentos das

    extremidades das barras seja tambm considerada a parcela correspondente ao deslocamento

    da ligao. Os deslocamentos das ligaes so obtidos pela associao dos esforos nas

    extremidades das barras com rigidez modificada s deformabilidades das ligaes das

    respectivas extremidades.

    Ferreira (1999) desenvolveu uma metodologia para o clculo da deformabilidade de

    ligaes tpicas de concreto pr-moldado, considerando os mecanismos bsicos de

    deformao. Para isso, foram estudados dois tipos de ligao viga-pilar: uma com almofada

    de elastmero e chumbador e outra com chapas soldadas. Para o primeiro caso, foram

    realizados ensaios de cisalhamento, flexo e toro nos modelos, variando a geometria da

    6 CHIKHO, A.H.; KIRBY, P.A. An approximate method for estimation of bending moments in continuous and semi-rigid frames. Canadian Journal of Civil Engineering, v. 22, p. 1120-1132, 1995.

  • Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-moldado 45

    almofada e o dimetro do chumbador. O segundo caso, ligao resistente flexo com

    chapas soldadas, foi analisado por meio de ensaios de flexo alternada em prottipos. A partir

    dos resultados experimentais, o autor avaliou os parmetros que esto associados

    deformabilidade da ligao, com a medio da parcela de cada um dos mecanismos de

    deformao no valor global da deformabilidade.

    Miotto (2002) estudou a deformabilidade ao momento fletor de dois tipos de ligao

    viga-pilar. A primeira ligao, que muito utilizada em galpes, composta por consolo com

    chumbadores e a segunda empregada em estruturas com mais de um pavimento. No segundo

    caso (Figura 10), a ligao caracterizava-se por possuir armadura longitudinal passando

    dentro e ao redor do pilar e com preenchimento de concreto, o que garantiu a transmisso

    parcial de momento fletor. Os resultados dos ensaios experimentais dessa pesquisa foram

    empregados em um modelo analtico proposto e tambm utilizados para calibrar os modelos

    numricos. Assim, foi possvel comparar as curvas momento-rotao obtidas pelos diferentes

    mtodos (experimental, analtico e numrico) e estudar os mecanismos de deformao e

    resistncia das ligaes. Com a anlise destes dados, a autora props modelos analticos para

    a determinao da relao momento-rotao e da resistncia das ligaes.

    Figura 10 Ligao viga-pilar estudada por Miotto (2002).

    Baldissera (2006) deu prosseguimento pesquisa desenvolvida por Miotto (2002). Foi

    estudado o comportamento de uma ligao viga-pilar parcialmente resistente a momento

    fletor, porm nesse caso, foram utilizados dois chumbadores inclinados fixados viga por

  • 46 Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-Moldado

    meio de chapas metlicas, porcas e arruelas (Figura 11 e Figura 12). A armadura longitudinal

    da capa de concreto tambm passava por dentro do pilar. Foram ensaiados dois modelos

    fsicos: um com pilar intermedirio e outro com pilar de extremidade. Foram aplicados

    carregamentos alternados, em ciclos, de curta durao, de forma que na ligao atuassem

    momentos fletores positivos e negativos. Foi verificado um aumento significativo nos valores

    de momento de plastificao e de rigidez, quando comparados aos modelos com chumbadores

    retilneos.

    Figura 11 Ligao viga-pilar estudada por Baldissera (2006): a) pilar intermedirio; b) pilar de extremidade.

    Figura 12 Fotos da ligao viga-pilar estudada por Baldissera (2006).

    Nbrega (2004) analisou o comportamento de estruturas pr-moldadas de concreto, por

    meio de ensaios experimentais e computacionais, estticos e dinmicos, em prticos de

  • Captulo 2 Estruturas de Concreto Pr-moldado 47

    tamanho reduzido, com diferentes caractersticas: no estado ntegro, com dano localizado,

    com dano generalizado e com ligao viga-pilar semi-rgida (Figura 13-a). Avaliou-se a

    condio real das ligaes e a sua influncia nas propriedades modais do sistema. Alguns

    aspectos desta pesquisa que merecem destaque so: a elaborao de uma metodologia

    experimental dinmica para determinar a rigidez da ligao pilar-fundao diretamente pelos

    sinais medidos (Figura 14) e a estimativa do dano provocado pela fissurao. Os resultados

    experimentais foram comparados aos obtidos em simulao numrica com programas

    baseados no Mtodo dos Elementos Finitos, com modelos fundamentados na Teoria da

    Elasticidade e na Mecnica do Dano.

    Figura 13 Ensaios dinmicos experimentais de prticos de concreto (NBREGA, 2004): a) Diferentes prticos na laje de reao; b) Prtico submetido ao de um

    excitador eletromagntico.

    A ligao pilar-fundao estudada por Nbrega (2004) do tipo chapa de base com

    parafusos, soldada s barras da armadura do pilar. A ligao viga-pilar semi-rgida foi

    constituda por almofada de elastmero e chumbador. Neste caso, no foi feito

    preenchimento com graute, pois havia a necessidade de desmontar o prtico para substituir a

    almofada de apoio. Com isso, pode-se avaliar o comportamento da ligao com a utilizao

    de almofadas de diferentes espessuras. Os resultados dos ensaios dinmicos para os valores

    de rigidez da