Analise financeira de balanços[1]

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“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira Curso Técnico em Administração de Empresa 1 PAGE ANÁLISE FINANCEIRA DE BALANÇOS OBJETIVO O objetivo da análise de balanços é produzir informações sobre a situação econômica e financeira de uma empresa para a tomada de decisões. SUMÁRIO REVISÃO GERAL DE CONTABILIDADE – RELEMBRANDO... .............................................................. INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE BALANÇOS .......................

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Analise Financeira de Banalanços ... bons estudos.

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ANÁLISE FINANCEIRA DEBALANÇOS

OBJETIVOO objetivo da análise de balanços é produzir

informações sobre a situação econômica e financeira deuma empresa para a tomada de decisões.

SUMÁRIO

REVISÃO GERAL DE CONTABILIDADE –RELEMBRANDO... ..............................................................INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE BALANÇOS.......................

COLEGIO NOVA ERA
Apostila padrão novo: 22/06/2001
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A Análise de Balanços começa onde termina aContabilidade.......................................................................................................................................... 5Linguagem Descomplicada .................................................................................................................... 6O Que Incluir no Relatório ...................................................................................................................... 6Metodologia de Análise .......................................................................................................................... 6Usos e usuários da análise de balanços: ............................................................................................... 7

Limitações da Análise de Balanço................................................................................................. 7 Precauções que devem ser tomadasvisando obter melhores conclusões daanálise ................................................................................................................................................ 7

CAPÍTULO I ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕESFINANCEIRAS ........................................................................................................................................... 8

O que mostram as demonstraçõesfinanceiras ............................................................................................................................................ 10

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARAANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕESFINANCEIRAS ......................................................................................................................................... 10

1.1 Balanço Patrimonial........................................................................................................................ 10 1.2 Demonstração do Resultado do Exercício(D.R.E)...................................................................................................................................................... 11

CAPÍTULO II A VALIAÇÃO DO DESEMPENHOEMPRESARIAL ........................................................................................................................................ 11

Técnicas de Análise..................................................................................................................... 11 Padronização das DemonstraçõesFinanceiras ........................................................................................................................................... 112.1 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL .......................................................................................... 14

2.1.1 Análise de Estrutura ou vertical ............................................................................................... 142.1.2 Análise de Evolução ou Horizontal .......................................................................................... 16

EXEMPLO DAS CONCLUSÕES DA ANÁLISEVERTICAL E HORIZONTAL DA CIA. TCN. ......................................................................................... 182.2 ÍNDICES ECONÔMICOS EFINANCEIROS ..................................................................................................................................... 19

2.2.1 Índices de Liquidez: ................................................................................................................. 202.2.2 índices de Estrutura de Capitais.............................................................................................. 212.2.3 Índices de Atividade:................................................................................................................ 222.2.4 Índices de Rentabilidade: ........................................................................................................ 23

3. LIQUIDEZ ............................................................................................................................................. 243.1 Liquidez Geral ................................................................................................................................ 243.2 Liquidez Corrente ........................................................................................................................... 253.3 Liquidez Seca ................................................................................................................................. 26

4. ESTRUTURA DE CAPITAIS ................................................................................................................ 264.1 Participação de Capitais de Terceiros: ........................................................................................... 274.2 Composição do Endividamento: .................................................................................................... 274.3 Imobilização do Patrimônio Líquido................................................................................................ 28

5. ATIVIDADE........................................................................................................................................... 285.1 Período médio de cobrança (recebimentode vendas): ........................................................................................................................................... 295.2 Período médio de pagamento das compras................................................................................... 295.3 Período médio de renovação dos estoques ................................................................................... 29

6. RENTABILIDADE (LUCRATIVIDADE OURESULTADO) ......................................................................

6.1 margem bruta.............................................................6.2 margem operacional ..................................................6.3 Margem Líquida ........................................................6.4 Rentabilidade do Patrimônio Líquido .........................6.5 Rentabilidade do Ativo: .............................................

7. COMO PREVER FALÊNCIAS PELOMÉTODO DE KANITZ..........................................................8. ÍNDICES-PADRÃO ..........................................................9. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA.............................

9.1 Introdução ..................................................................9.2 Áreas de influência direta...........................................9.3 Estrutura do preço......................................................9.4 Métodos de custeio ....................................................9.5 Métodos utilizados para formação do preçode venda ..........................................................................

9.5.1 Preço de Venda Baseado noInvestimento .................................................................9.5.2 Preços Baseados na maximização dosLucros...........................................................................

10. PREÇO BASEADO NO CUSTO ....................................10.1 Com base no Custeio por absorção.........................10.2 Com base no custeio direto .....................................10.3 Com base nos preços de transferência ...................10.4 Com base no custeio abc.........................................

11. PREÇO COM BASE NO MERCADO.............................11.1 Controlabiliadde dos custos .....................................11.2 Sobre a contribuição dos sistemas decustos na análise dos processos produtivos....................10. considerações finais...................................................

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REVISÃO GERAL DECONTABILIDADE –RELEMBRANDO...

01) Preencha as palavras-cruzadas:

1. Capital de terceiros2. Origem de recursos3. Aplicação de recursos4. Caixa, máquinas, veículos são sinônimos de ...5. Dupl. a receber, depósitos bancários, marcas e patentes

são sinônimos de ...6. Capital próprio7. Investimento inicial

02) Represente os seguintes elementos no gráfico em formade T, separando as contas em bens, direitos e obrigações.

Caixa, móveis, veículos, duplicatas a pagar, terrenos,duplicatas a receber, instalações, equipamentos deinformática, fornecedores, impostos a recolher, aluguéis apagar, estoque de mercadorias, empréstimos bancários,instalações.

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO

03) represente graficamente e apure a Situação Líquidaindicando se é positiva, negativa ou nula:

Caixa .......................................................... 1000Duplicata à pagar ....................................... 2500Salários à pagar ......................................... 900Equipamentos de informática .................... 4000Financiamentos Bancários ......................... 2000Duplicatas a receber .................................. 800

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

A situação líquida é

04) Relacione a coluna

65

4

1

2

3

7

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( AC )

( AP )

( PC )

( PL )

( D )

( R )

( ) Duplicatas a Receber

( ) Duplicatas a pagar

( ) INSS a recolher

( ) Compra de material de expediente

( ) Juros passivos

( ) Juros ativos

( ) Descontos obtidos

( ) Descontos concedidos( ) Salários e encargos sociais

( ) Salário a pagar

( ) Banco conta movimento

( ) Capital

( ) Lucros ou prejuízos acumulados

( ) Energia elétrica

( ) Vendas de mercadorias

( ) Fretes e carretos

( ) Venda de serviços

( ) Duplicatas descontadas

05) A Empresa Pica-Pau Ltda, apresentou os seguintesdados referentes ao balancete de verificação encerrado em31/12/X0. Apure o Balanço Patrimonial (observando cadagrupo de contas pelo grau de liquidez cfme. Lei das S.A) e aD.R.E

CONTAS EM MIL

Aplicações financeiras de curto prazo 470

Banco conta movimento 50Capital social 2.500Clientes 2.915Clientes a longo prazo 180Custos dos produtos vendidos 6.495Despesas 5.000Duplicatas descontadas 310Empréstimos bancários a curto prazo 765Empréstimos de sócios 85Encargos trabalhistas a recolher 25Estoque de matéria-prima 1.450Financiamentos de longo prazo 2.975Fornecedores 635Gastos pré-operacionais 165I.R. a pagar 375Impostos a recolher 385Investimentos 310Lucros acumulados 1.285Móveis e utensílios 5.745Receitas 12.190Reserva de capital 1.945

BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA PICA-PAU LTDA

ATIVO PASSIVO

Total do Ativo = Total do Passivo =

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Demonstrativo do resultado do exercício da EmpresaPica-Pau Ltda

Identifique no balanço da Empresa Pica-Pau e calcule:a) As origens e aplicações de recursosb) O capital próprio, o capital de terceiros e o capital fixo da

empresac) O capital circulante líquido

Cálculos:

INTRODUÇÃO À ANÁLISE DEBALANÇOS

A análise de balanços, objetiva extrair informações dasdemonstrações financeiras para a tomada de decisões eavaliações contínua do negócio.

FATOS OU EVENTOSECONÔMICOS-FINANCEIROS

DEMONSTRAÇÕESFINANCEIRAS

INFORMAÇÕES PARATOMADA DE DECISÕES

Dados são números ou descrição de objetos ou eventos que,isoladamente, não provocam nenhuma reação no leitor.

Informações representam, para quem as recebe, umacomunicação que pode produzir reação ou decisão,freqüentemente acompanhada de um efeito-surpresa.

Por exemplo, quando se diz que o Brasil tem 160milhões de habitantes, tem-se um dado. Quando se divide,porém, o produto Nacional por esse dado, encontra-se arenda per capita; quando se compara essa renda com a deoutros países e quando se constrói uma série histórica dessarenda, pode-se chegar à conclusão de que o Brasil é um paíspobre e que vem perdendo posição em relação a outrospaíses. Aí se tem informação.

As demonstrações financeiras mostram, por exemplo,que a empresa tem $ y milhares de dívida. Isto é um dado.A conclusão de que a dívida é excessiva ou é normal, de quea empresa pode ou não pagá-la é informação. O objetivo daAnálise de Balanços é produzir informação.

As demonstrações financeiras publicadas de umaempresa podem apresentar centenas de números, isto é, dedados. Vejamos: em média são 40 cifras no Balanço, 20 naDemonstração de Resultado, 20 na Demonstração deOrigens e Aplicação de Recursos e 40 na Demonstração dasMutações do Patrimônio Líquido, perfazendo 120importâncias. Nas companhias fechadas, passa-se para 240algarismos publicados em vista da comparação com oexercício anterior e das demonstrações com correçãointegral chega-se a 480 números. Convenhamos que éexcesso de valores para quem muitas vezes deseja apenassaber se a empresa pode ou não receber créditos.

Daí a importância de transformar-se, por exemplo, 400dados em uma informação.

A ANÁLISE DE BALANÇOS COMEÇAONDE TERMINA A CONTABILIDADE

Para o contador a preocupação básica são os registrosdas operações. Na aquisição de uma máquina, por exemplo,quais os custos que comporão o custo de aquisição, a taxa

ProcessoContábil

e EmpresaTécnicas deAnálise deBalanços

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de depreciação, qual será sua classificação no balanço e suaatualização monetária?

O contador procura captar, organizar e compilardados. Sua matéria-prima são fatos de significadoeconômico-financeiro expressos em moeda. Seu produtofinal são as demonstrações financeiras.

O analista de balanços preocupa-se com asdemonstrações financeiras que, por sua vez, precisam sertransformadas em informações que permitam concluir se aempresa merece ou não crédito, se vem sendo bem ou maladministrada, se tem ou não condições de pagar suasdívidas, se é ou não lucrativa, se vem evoluindo ouregredindo, se é eficiente ou ineficiente, se irá falir ou secontinuará operando.

O grau de excelência da Análise de Balanços é dadoexatamente pela qualidade e extensão das informações que

conseguir gerar.

LINGUAGEM DESCOMPLICADA

O produto da Análise de Balanços são relatóriosescritos em linguagem corrente. Na medida do possível,recomenda-se o uso de gráficos como auxiliares parasimplificar as conclusões mais complexas. Ao contrário dasdemonstrações financeiras, os relatórios de análise devemser elaborados como se fossem dirigidos a leigos, ainda quenão o sejam, isto é, sua linguagem deve ser inteligível paraqualquer mediano dirigente de empresa, gerente de bancoou gerente de crédito. É claro que isto não acontece com asdemonstrações financeiras, que, aliás, não têm nenhumapreocupação nesse sentido. As demonstrações financeiras

apresentam-se carregadas de termos técnicos e suas notasexplicativas são feitas exclusivamente para técnicos, a talponto que permitem freqüentemente manipulações eacobertamentos. Assim, a Análise de Balanços deve assumirtambém o papel de tradução dos elementos contidos nasdemonstrações financeiras.

Um relatório de análise de balanços que apresentassedados em vez de informações não poderia ser consideradoum bom relatório que se estendem em frases como:

“O índice de endividamento é de 220%; isto significaque para cada $100 de capital próprio existem $ 220 deterceiros. Esse índice mostra um crescimento de 10 % emrelação ao ano anterior que, por sua vez, já crescera 18%.Os recursos de terceiros são predominantes de curto prazo(85%).

Esse tipo de relatório transforma um tipo de dadoencontrado nas demonstrações financeiras em outros dados,o que para o leitor pouco ou nada vale.

O QUE INCLUIR NO RELATÓRIO

Em linhas gerais, podem-se listar as seguintesinformações produzidas pela Análise de Balanços:• Situação financeira.• Situação econômica.• Desempenho.• Eficiência na utilização dos recursos.• Pontos fortes e fracos.• Tendências e perspectivas.• Quadro evolutivo.• Adequação das fontes às aplicações de recursos.• Causas das alterações na situação financeira.• Causas das alterações na rentabilidade.• Evidência de erros da administração.• Providências que deveriam ser tomadas e não foram.• Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.

METODOLOGIA DE ANÁLISE

A Análise de Balanços baseia-se no raciocínio científico.

Na maioria das ciências, o processo de tomada de decisões obedece mais ou menos a seqüência da Figura abaixo:

Etapas: 1 2 34

ANÁLISE

Escolha deindicadores

Comparaçãocom padrões

Diagnóstico ouconclusões

Decisões

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Figura: Processo de tomada de decisão.

Na Medicina, por exemplo, em qualquer examepreliminar, o médico tira a temperatura, pressão, pulsação,etc. Esses são os indicadores (1). O médico compara entãocada indicador com um padrão próprio (2) desenvolvido eaprimorado e, em seguida, ponderando conjuntamente seusindicadores, elabora suas conclusões (3), mental ouformalmente, transmitindo-as ou não ao paciente de algumaforma que faz parte de sua técnica de trabalho. Em seguida,toma uma decisão (4), como internar o paciente, encaminhá-lo a outro especialista, receitar medicamentos ousimplesmente dizer que está tudo “OK”.

Se, se tratar de um exame especializado, como exameradiológico, a seqüência será a mesma. A etapa de decisãonem sempre estará imediatamente presente, pois poderá sertomada por outra pessoa.

As etapas 1, 2 e 3 devem ser feitas sempre emseqüência e estar perfeitamente coordenadas. Entretanto,cada uma se vale de técnicas próprias. Por exemplo, aescolha de indicadores pode recorrer a técnicas modernasde engenharia, como raio laser e ultra-som. Já acomparação com padrões se apóia na estatística, emexperimentos com cobaias etc. A elaboração dediagnósticos ou conclusões distingue-se perfeitamente daetapa comparação com padrões, pois é agora que serão

devidamente ponderadas, pesadas e medidas as informaçõesparciais obtidas nas duas etapas anteriores.

Em Direito, os elementos considerados representam osindicadores; a lei, a jurisprudência ou os comentários dejuristas representam os padrões; a ponderação pela vivênciae pelo conhecimento representa a etapa de elaboração deconclusões. A partir desta é que virão as decisões decondenar, absolver, entrar em acordo, etc.

Em Análise de Balanços aplica-se o mesmo raciocíniocientífico:

1. extraem-se índices das demonstrações financeiras;

2. comparam-se os índices com os padrões;

3. ponderam-se as diferentes informações e chega-sea um diagnóstico ou conclusões;

4. tomam-se decisões.

Quando esta seqüência não é levada em conta,fatalmente a Análise de Balanços fica prejudicada, às vezes,por falta de padrões ou por não se saber construí-los,deixam-se de fazer comparações. A qualidade da análiseentão fica comprometida, pois como se poderá fazerafirmativas sem os elementos de referência.

USOS E USUÁRIOS DA ANÁLISE DE BALANÇOS:

Usuários Usos

Fornecedores Liquidez, rentabilidade, endividamento

Clientes Segurança no fornecimento

Bancos Comerciais Liquidez, endividamento

Bancos de Investimentos Situação futura, tendências

Concorrentes Eficiência, pontos fortes e fracos

Governo Evolução setorial, tributação

Dirigentes Instrumento para tomada de decisões

Proprietários Crescimento do lucro, dividendos e valor do negócio

OS BANCOS SABEM QUE O GRAU DE ENDIVIDAMENTO É FORTE INDICADOR DE INSOLÊNCIA

LIMITAÇÕES DA ANÁLISE DE BALANÇO

• Existem limitações na análise das demonstraçõesfinanceiras decorrentes da própria fonte de que seutiliza.

• Para extrair informações confiáveis dos balanços éimprescindível conhecer os procedimentos contábeis, a

estrutura das demonstrações financeiras, além devivência prática.

PRECAUÇÕES QUE DEVEM SER TOMADASVISANDO OBTER MELHORES CONCLUSÕES DAANÁLISE

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• Certificar-se de que as demonstrações financeiras foramelaboradas segundo critérios contábeis homogêneos;

• Trabalhar com um grupo de índices compatível com afinalidade da análise;

• Inteirar-se das peculiaridades da empresa e do seu ramode negócios;

• Realizar comparações do tipo temporal (4 anos, porexemplo) e inter-empresarial (avaliação setorial) denegócios;

• Complementar e análise quantitativa com aspectosqualitativos, seja referente aos administradores, sejaquanto ao empreendimento.

CAPÍTULO I

ESTRUTURA DASDEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Através de uma abordagem resumida, apresenta-se oque revelam as demonstrações financeiras e cada uma dasprincipais contas que nela aparecem quando publicadas.

As principais partes dessas publicações são:

a. Relatório da Diretoria:Através desse relatório, a Diretoria presta informações

aos acionistas sobre diversos aspectos do desempenho e deperspectivas da sociedade relativas a estratégias de vendas,compras, produtos, expansão, efeitos conjunturais,legislação, política financeira, de recursos humanos,resultados alcançados, planos, previsões etc.

É uma forma de manter os acionistas e terceiros a par doque se realiza na empresa. O Relatório da Diretoria é umapeça em que se relata livremente aquilo que julgaimportante.

b. Demonstrações Financeiras:• Balanço Patrimonial• Demonstração ao Resultado do Exercício• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados,

que poderá ser substituída pela Demonstração dasMutações do Patrimônio Líquido (visto que estacontém aquela).

• Demonstração das Origens e Aplicações deRecursos.

c. Notas Explicativas:São dados e informações que ora complementam as

demonstrações financeiras – como, por exemplo, taxas dejuros, vencimentos e garantias de obrigações de longo prazo- , ora fornecem critérios contábeis, como os de avaliação deestoques, depreciação e demais provisões, ou aindaacrescentam informações, como garantias prestadas aterceiros, espécies de ações do capital social, eventossubseqüentes à data do balanço que tenham efeitosrelevantes sobre a situação financeira da companhia etc.

Enfim, as Notas Explicativas contêm um conjunto deelementos que auxiliam a fazer avaliação mais ampla daempresa.

d. Parecer dos Auditores:É obrigatório apenas para as companhias abertas, ou

seja, aquelas que têm papéis negociáveis – ações oudebêntures – colocados junto ao público.

Os auditores independentes são contadores que, semmanter vínculo empregatício, são contratados para emitiropiniões sobre a correção e veracidade das demonstraçõesfinanceiras. Verificam os controles internos da empresa,conferem lançamentos e conciliações contábeis e checam ossaldos com os bancos, clientes e fornecedores, tudo poramostragem. Em função disso, a opinião dos auditores temsatisfatória probabilidade de estar correta e pequenaprobabilidade de falhar.

As verificações por amostragem não necessariamentedetectam todos os erros e fraudes. Por isso, fala-se emParecer dos Auditores e não em Certificado dos Auditores.

EXERCÍCIOSColar, no espaço a seguir, as Demonstrações

Financeiras de uma empresa, publicadas em jornal decirculação local, que contenham todos os itens estudados.

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O QUE MOSTRAM ASDEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76)determina a estrutura básica das quatro demonstraçõesfinanceiras referidas anteriormente.

A legislação fiscal tornou essas determinaçõesobrigatórias também para os demais tipos de sociedades.Por essa razão, todas as empresas, no Brasil, divulgam suasdemonstrações financeiras sob a forma prevista na Lei dasS.A.

Essa lei trouxe consideráveis aperfeiçoamentoscontábeis em relação às práticas anteriormente vigentes etornou-se um marco na história da Contabilidade no Brasil,apesar de ainda não incorporar todos os aperfeiçoamentosque seriam possíveis.

Para efeito de Análise de Balanços, a Lei das S.A.representou notável avanço. O conteúdo e a forma deapresentação das demonstrações financeiras atendem, nogeral, às necessidades da Análise de Balanços.

Veja-se agora como se compõem essasdemonstrações.

ELEMENTOS FUNDAMENTAISPARA ANÁLISE DAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

1.1 BALANÇO PATRIMONIALÉ a demonstração que apresenta todos os bens e

direitos da empresa – Ativo – assim como as obrigações –

Passivo Exigível – em determinada data. A diferença entreAtivo e Passivo é chamada Patrimônio Líquido e representao capital investido pelos proprietários da empresa queratravés de recursos trazidos de fora da empresa, quergerados por esta em suas operações e retidos internamente.

ATIVOATIVO CIRCULANTE• Disponibilidades.• Direitos realizáveis no curso do exercício social

seguinte.• Aplicações de recursos em despesas do exercício

seguinte.ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO• Direitos realizáveis após o término do exercício

seguinte.• Direitos derivados de adiantamentos ou empréstimos a

sociedades coligadas ou controladas, diretores,acionistas ou participantes no lucro da companhia, quenão constituírem negócios usuais na exploração doobjeto da companhia.

ATIVO PERMANENTEInvestimentos• Participações permanentes em outras sociedades e

direitos de qualquer natureza, não classificáveis noAtivo Circulante, ou Realizável a Longo Prazo que nãose destinem à manutenção da atividade da companhia ouempresa.

Imobilizado• Direitos que tenham por objetivo bens destinados à

manutenção das atividades da companhia ou empresa,ou exercidos com essa finalidade, inclusive os depropriedade comercial ou industrial.

Diferido• Aplicações de recursos em despesas que contribuirão

para a formação do resultado de mais um exercíciosocial, inclusive juros pagos ou creditados aos acionistasdurante o período que anteceder o início das operaçõessociais.

PASSIVO

PASSIVO CIRCULANTE• Obrigações da companhia, inclusive financiamentos para

a aquisição de direitos do Ativo Permanente quandovencerem no exercício seguinte.

PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO• Obrigações vencíveis em prazo maior do que o exercício

seguinte.RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS• Receitas de exercícios futuros diminuídas dos custos e

despesas correspondentes.PATRIMÔNIO LÍQUIDOCapital Social• Montante do capital subscrito e, por dedução, parcela

não realizada.Reservas de Capital

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• Ágio na emissão de ações ou conversão de debêntures epartes beneficiárias.

• Produto da alienação de partes beneficiárias e bônus desubscrição.

• Prêmios recebidos na emissão de debêntures• Correção monetária do capital realizado, enquanto não

capitalizada.Reservas de Reavaliações• Contrapartida do aumento de elementos do Ativo em

virtude de novas avaliações, documentadas por laudotécnico.

Reservas de Lucros• Contas constituídas a partir de lucros gerados pela

companhia.Lucros ou Prejuízos Acumulados• Lucros gerados pela companhia, que ainda não

receberam destinação específica.

1.2 DEMONSTRAÇÃO DORESULTADO DO EXERCÍCIO (D.R.E)

A Demonstração do Resultado do Exercício é umademonstração dos aumentos e reduções causados noPatrimônio Líquido pelas operações da empresa. As receitasrepresentam normalmente aumento do Ativo, através deingresso de novos elementos, como duplicatas a receber oudinheiro proveniente das transações. Aumentando o Ativo,aumenta o Patrimônio Líquido. As despesas representamredução do Patrimônio Líquido, através de um entre doiscaminhos possíveis: redução do Ativo ou aumento doPassivo Exigível.

Enfim, todas as receitas e despesas se achamcompreendidas na Demonstração do Resultado, segundouma forma de apresentação que as ordena de acordo com asua natureza; fornecendo informações significativas sobre aempresa.

Segundo a Lei nº 6.404/76, a Demonstração doResultado do Exercício discriminará os seguinteselementos:

Demonstração do Resultado do ExercícioRECEITA BRUTA DAS VENDAS E SERVIÇOS( - ) Devoluções( - ) Abatimentos( - ) Impostos( =) Receita Líquida das Vendas e Serviços( - ) Custo das Mercadorias e Serviços Vendidos

(CPV/CMV/CSP)( =) Lucro Bruto( - ) Despesas com Vendas( - ) Despesas Financeiras (deduzidas das Receitas Financeiras)( - ) Despesas Gerais e Administrativas( - ) Outras Despesas Operacionais( +) Outras Receitas Operacionais( =) Lucro ou Prejuízo Operacional( +) Receitas não Operacionais( - ) Despesas não Operacionais( +) Saldo da Correção Monetária

( =) Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda econtribuição social

( - ) Imposto de Renda e Contribuição Social( - ) Participações de Debêntures( - ) Participação dos Empregados( - ) Participação de Administradores e Partes Beneficiárias( - ) Contribuições para Instituições ou Fundo de Assistência ou

Previdência de Empregados( =) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício( =) Lucro ou Prejuízo por Ação

CAPÍTULO IIAVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

EMPRESARIAL

TÉCNICAS DE ANÁLISE

2.1 Análise Vertical e Horizontal2.2 Análise Através de Índices2.3 Análise do Capital de Giro.2.4 Modelos de Análise e Rentabilidade

2.4.1 Análise do ROl (Retorno Operacional dosInvestimentos)2.4.2 Análise da “Alavanca Financeira”

2.5 Análise da Demonstração das Origens e Aplicações deRecursos e do Fluxo de Caixa.

Abordaremos, em nossos estudos, basicamente astécnicas de Análise Vertical, Horizontal e Análise atravésde Incides.

PADRONIZAÇÃO DASDEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Antes de iniciar a análise, deve-se examinardetalhadamente as demonstrações financeiras.

Este trabalho é chamado Padronização e consistenuma crítica às contas das demonstrações financeiras, bemcomo na transcrição delas para um modelo previamentedefinido como se acha reproduzido adiante.

A Padronização é feita pelos seguintes motivos:

• Simplificação: um balanço apresentado segundo a Leidas S.A., por exemplo, compreende cerca de 60 contas.Isso dificulta a visualização do balanço como um todo.Quando se colocam lado a lado três balanços com 60valores cada um se calculam os percentuais de variaçãode um ano para outro, bem como a composiçãopercentual de cada balanço (que é chamada análisevertical e horizontal), chega-se a 540 números, o quecomplica enormemente o trabalho de um analista. Omodelo de balanço do quadro adiante reduz para cercade 20 o número de contas do balanço.

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• Comparabilidade: com exceção das companhias queoperam em ramo onde existe um plano de contas legalobrigatório (como acontece com bancos, seguradorasetc.), toda empresa tem seu próprio plano de contas,com maior ou menor grau de detalhes e com títulos decontas em que é difícil descobrir a origem. Como aanálise se baseia em comparação, só faz sentidoanalisar um balanço após o seu enquadramento nummodelo que permita comparação com outros balanços.

• Adequação aos objetivos da análise: há pelo menosuma conta que deve sempre ser reclassificada:Duplicatas Descontadas; do ponto de vista contábil, éuma dedução de Duplicatas a Receber; do ponto devista de financiamentos, porém, é um recurso tomadopela empresa junto aos bancos, devido à insuficiênciade recursos próprios. Em nada se distingue deempréstimos bancários, do ponto de vista financeiro.Por isso, as Duplicatas Descontadas devem figurar noPassivo Circulante.

• Precisão nas classificações de contas: é freqüenteencontrarem-se balanços e demonstrações de resultadoscom falhas nas classificações de contas, como, porexemplo, certos investimentos de caráter permanenteque aparecem no Ativo Circulante, despesas do próprioexercício que figuram como Despesas do ExercícioSeguinte, gastos indevidamente lançados como AtivoDiferido quando deveriam fazer parte das despesas ouperdas do exercício, empréstimos de curto prazo queaparecem no Exigível a Longo Prazo; tudo isso visa

embelezar os balanços. Uma padronização rigorosadeve corrigir isso.

Se o analista conhecer os principais itens demanipulação dos balanços, desconfiará dasrubricas citadas e solicitará esclarecimentos àempresa em análise. Na dúvida, deveráreclassificá-las.

• Descoberta de erros: há casos de erros, intencionais ounão, verificados nas demonstrações financeiras.Exemplo:

a) Estoques finais ou iniciais da Demonstração doResultado do Exercício não coincidem com os estoquesdos balanços.

b) Impossível conciliar o Patrimônio Líquido Final com osresultados do exercício mais o Patrimônio LíquidoInicial.

Nesses casos, deve-se desconfiar da veracidade dasdemonstrações financeiras e suspender a análise até que seesclareçam as dúvidas.

Modelo de Padronização

Acha-se a seguir um modelo de padronização que serve aos propósitos deste livro:

Modelo de Padronização – Balanço Patrimonial

BALANÇOS EM:31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3

VA AV % AH% VA AV% AH% VA AV% AH%ATIVO

CIRCULANTE♦ Disponível♦ Aplicações Financeiras♦ Clientes♦ Estoque

TOTAL DO ATIVO CIRCULANTEREALIZÁVEL A LONGO PRAZOPERMANENTE

♦ Investimentos♦ Imobilizado♦ Diferido

TOTAL DO ATIVO PERMANENTETOTAL DO ATIVO

PassivoCIRCULANTE

♦ Fornecedores

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♦ Outras Obrigações♦ Empréstimo Bancário♦ Duplicatas Descontadas

TOTAL DO PASSIVOCIRCULANTEEXIGÍVEL A LONGO PRAZO

♦ Empréstimo♦ Financiamentos

TOTAL DO EXIGÍVEL A LONGOPRAZOCAPITAIS DE TERCEIROS

PATRIMÔNIO LÍQUIDO♦ Capital e Reservas♦ Lucros Acumulados

TOTAL DO PATRIMÔNIOLÍQUIDOTOTAL DO PASSIVO

Modelo de Padronização – Demonstração do Resultado do Exercício (D.R.E.)

31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3DEMONSTRAÇÃO DORESULTADO DO EXERCÍCIO

FINDA EM

VA AV% AH% VA AV% AH% VA AV% AH%RECEITA LÍQUIDA(-) Custos dos Produtos Vendidos(=) LUCRO BRUTO(-) Despesas Operacionais(±) Outras Rec./Desp. Operacionais(=) LUCRO OPERACIONAL

(antes dos Resultados Financeiros)(+) Receitas Financeiras(-) Despesas Financeiras(=) LUCRO OPERACIONAL(±) Resultado não Operacional(=) LUCRO ANTES I.R.LUCRO LÍQUIDO

Simbologia: VA = Valores Absolutos; AV = Análise Vertical; AH = Análise Horizontal.

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2.1 ANÁLISE VERTICAL EHORIZONTAL

2.1.1 ANÁLISE DE ESTRUTURA OU VERTICAL

Objetivo: Medir percentualmente cada componente emrelação ao todo do qual faz parte, e fazer as comparaçõescaso existam dois ou mais períodos.

EXEMPLOS: Medir percentual o valor do ativo circulanteem relação ao total do ativo:

Balanço Patrimonial

Ativo Dez/X0 A.V Dez/X1 A.V Passivo Dez/X0 A.V Dez/X1 A.V

Circulante 520 45% 612 40% Circulante 285 25% 330 22%Realizável LP 100 9% 80 5% Exigível LP 250 21% 220 14%Permanente 530 46% 840 55% R.E.F. - 20 1%

P.L. 615 54% 962 63%TOTAIS 1.150 100% 1.532 100% TOTAIS 1.150 100% 1.532 100%

AV = Análise Vertical

NOTAS:

a) O grupo no ativo que tem maior participação percentualé o permanente com (46% e 55%) enquanto no passivo éo Patrimônio Líquido (54% e 63%).

b) em 19X0 a empresa trabalha com 46% (25% +21%) decapital de terceiros e 54% de capital próprio. No ano de

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“NOVA ERA” Contab. Gerencial e Financeira

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19XI a situção melhorou, ou seja, trabalha com 36% decapital de terceiros e 64% de capital próprio;

c) poderíamos efetuar comparações entre os resultadosobtidos no ativo e no passivo. Exemplo em 19XI:

• O Ativo Circulante (bens e direitos de curto prazo)representa 40% do total do Ativo, enquanto que oPassivo Circulante (obrigações de curto prazo)representa 22% do total do Passivo.

d) poderíamos, também, destacar um grupo do ativo e fazera análise em separado.

EXEMPLO:

Ativo Permanente 31.12.X1 %Investimentos 190 23%Imobilizado 650 77%Diferido -o- -o-

Total 840 100%

NOTA:23% do total do ativo permanente estão aplicados eminvestimentos e 77% no imobilizado.

ANÁLISE VERTICAL (AV) DADEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO EM 31/12/x1

AVReceita de Vendas......................................................................................................................... 3.000 100,0%( - ) Custo das Vendas .................................................................................................................. (1.800) 60,0%

( =) Lucro Bruto (Lb).................................................................................................................... 1.200 40,0%( +) Outras Receitas Operacionais ................................................................................................ 20 0,7%( - ) Despesas Operacionais........................................................................................................... (950) 31,0%( - ) Depreciação............................................................................................................................ (100) 3,0%( =) Lucro Operacional.................................................................................................................. 170 5,0%( +) Receitas não Operacionais ..................................................................................................... 20 0,7%( - ) Despesas não Operacionais .................................................................................................... (30) 1,0%( - ) Saldo de Correção Monetária................................................................................................. (20) 0,7%( - ) Provisão para Imposto de Renda............................................................................................ (20) 0,7%

( =) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (LLE) 120 4,0%

NOTAS:a) o lucro líquido do exercício corresponde a 4% das receitas, logo 96% das vendas foram consumidas por custos e

despesas;b) o lucro bruto corresponde a 40% das vendas, enquanto as despesas operacionais consumiram 31% do total das

vendas;c) o lucro operacional líquido corresponde a 6% das vendas.

• Análise Vertical – Resumo

É a participação relativa de cada item no total, ou seja, a “composição” percentual de uma demonstração financeiradecorrentes da própria fonte de que se utiliza.

Mostra a importância percentual de cada conta em relação a demonstração financeira analisada.No Balanço

- base no valor total do Ativo Total para o valor do Ativo Circulante, Realizável Longo Prazo e AtivoPermanente.

- Verifica-se o percentual do Passivo Circulante, Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido em relação aoPassivo Total.

Na Demonstração do Resultado

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- base no valor das Vendas Líquidas, para a proporção nos principais itens da demonstração, como lucro bruto,despesas administrativas, e gerais, vendas, financeiras, depreciações, lucro operacional, receitas e despesasnão operacionais, etc. e lucro antes de impostos e lucro líquido.

2.1.2 ANÁLISE DE EVOLUÇÃO OU HORIZONTAL

Objetivo: Avaliar o aumento ou a diminuição dos valores que expressam os elementos patrimoniais ou do resultado,numa determinada série histórica de exercícios.

Atribuir a base 100% e verificar a variação percentual para os demais períodos, ou seja:

P E R Í O D O SDADOS X1 X2 X3 X4Valores 1,00 1,50 3,00 4,50- % (participação) 100% 150% 300% 450%- crescimento em relação a X1 (variação) - 50% 200% 350%

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EXEMPLOS BALANÇO PATRIMONIALAtivo Dez/X0 A.H. Dez/X1 A.H. ∆ Passivo Dez/X0 A.H. Dez/X1 A.H. ∆

Circulante 520 100% 612 118% 18% Circulante 285 100% 330 116% 16%Realizável LP 100 100% 80 (80%) (20%) Exigível LP 250 100% 220 88% (12%)Permanente 530 100% 840 158% 58% R.E.F. - 100% 20 (*)

P.L. 615 100% 962 156% 56%TOTAIS 1.150 100% 1.532 133% 33% TOTAIS 1.150 100% 1.532 133% 33%

AH = Análise Horizontal∆ = Variação (crescimento)

NOTAS:

a) No Ativo o grupo que teve:- maior crescimento foi o AP 58%- decréscimo ou involução foi o ARLP (20%)

b) No Passivo o grupo que teve:- maior crescimento foi o PL 56%- decréscimo ou involução foi o PELP (12%)

• Análise Horizontal – Resumo

Representa o comportamento dos valores das demonstrações financeiras. É a comparação das DemonstraçõesFinanceiras de dois ou mais períodos, mostrando a evolução, ou seja, os aumentos ou diminuições que ocorrem nosvalores.

Apresentam a indicação do rumo que a empresa está tomando, bem como, políticas financeiras que estão sendoutilizadas, ou seja, as possíveis tendências da empresa.

Repara-se que na construção dos percentuais para elaboração da Análise Horizontal se usa a técnica dos números-índices emque no primeiro ano, todos os valores são considerados iguais a 100. Através da regra de três, obtêm-se os valores dos anosseguintes; a variação é o que exceder a 100 ou o que faltar para 100.Por exemplo: os estoques apresentam índices 389 em 19X3; isto significa que cresceram 289%.

EXERCÍCIOS

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01) Faça os cálculos da Análise Vertical (AV) e Análise Horizontal (AH) da Cia TCN, e auxilie o Analista a concluir a Análisedos Balanços abaixo:

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO EMPRESARIALCIA TCN – BALANÇOS DE

31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3

ValorAbsoluto

AV AH ValorAbsoluto

AV AH ValorAbsoluto

AV AH

ATIVOCirculante

• Disponível 34.665 100 26.309 25.000• Aplicações Financeiras 128.969 100 80.915 62.000• Clientes 1.045.640 100 1.122.512 1.529.061

Total do Circulante 1.960.480 100 2.269.171 2.933.575PERMANENTE

• Investimento 72.250 100 156.475 228.075• Imobilizado 693.448 100 1.517.508 2.401.648• Diferido -.- 100 40.896 90.037

Total do Ativo Permanente 765.698 100 1.714.879 2.719.760TOTAL DO ATIVO 2.726.178 100 100 3.984.050 100 5.653.335 100

PASSIVOCIRCULANTE

• Fornecedores 708.536 100 639.065 688.791• Outras Obrigações 275.623 100 289.698 433.743• Empréstimo Bancários 66.165 100 83.429 158.044• Dupls. Descontadas 290.633 100 393.885 676.699

Total do Passivo Circulante 1.340.957 100 1.406.077 1.927.277EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

• Empréstimos 314.360 100 792.716 1.494.240• Financiamentos -.- 100 378.072 533.991

Total do Exigível a Longo PrazoTOTAL CAPITAL TERCEIROS

314.360 100 1.170.788 2.028.231

PATRIMÔNIO LÍQUIDO• Capital e Reservas 657.083 100 1.194.157 1.350.830• Lucros Acumulados 413.778 100 213.028 316.997

Total do Patrimônio Líquido 1.070.861 100 1.407.185 1.667.827TOTAL DO PASSIVO 2.726.178 100 100 3.984.050 100 5.653.335 100

CIA TCNDEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

Exercício Findo em 31.12.X1 31.12.X2 31.12.X3Valor

AbsolutoAV AH Valor

AbsolutoAV AH Valor

AbsolutoAV AH

RECEITA LÍQUIDA 4.793.123 100 100 4.425.866 100 5.851.586 100Custo dos Produtos Vendidos 3.621.530 100 3.273.530 4.218.671

LUCRO BRUTO 1.171.593 100 1.152.336 1.632.915Despesas Operacionais 495.993 100 427.225 498.025Outras Rec./Desp. Operacionais 8.394 - - 17.581 - - 27.777 -

LUCRO OPERACIONAL 683.994 100 742.692 1.162.671(antes dos Resultados Financeiros)Receitas Financeiras 10.860 - - 7.562 - - 5.935 -Despesas Financeiras 284.308 100 442.816 863.296

LUCRO OPERACIONAL 410.546 100 307.438 305.304Resultado não Operacional 1.058 - - -.- - - -.- -

LUCRO ANTES DO I.R. 411.604 100 307.438 305.304LUCRO LÍQUIDO 223.741 100 167.116 165.956

EXEMPLO DAS CONCLUSÕES DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL DA CIA. TCN.

O ativo total da empresa cresceu _____% de 31.12.X1 a 31.12.X3 em termos reais. Esse crescimento deveu-seprincipalmente ao Ativo Permanente que teve expansão de _____%. Já o Ativo Circulante apresentou crescimento de apenas

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_____%. Dessa forma, alterou-se a estrutura de ativo da empresa. Em 19X1, _____% dos recursos achavam-se investidos noAtivo Circulante, percentual esse que caiu para _____% em 19X3. Esse crescimento foi financiado basicamente por Capitaisde Terceiros de Longo Prazo que passaram, em 19X1, de _____% do Passivo Total para _____%, em 19X3, constituindo-se noprincipal grupo de financiamento neste último ano. O Patrimônio Líquido, que fornecia _____% dos recursos em 19X1, caiupara _____% em 19X3, enquanto o Passivo Circulante caiu nesse mesmo período de _____% para _____%. Tendo o PassivoCirculante crescido menos que o Ativo Circulante, a empresa financiou parte deste último com Exigível a Longo Prazo (o que,diga-se de passagem, é correto). Os Capitais de Terceiros tiveram crescimento superior ao do Ativo – ou seja, _____% contra_____% do Ativo – em virtude do terreno cedido pelo Patrimônio Líquido. Outro aspecto que se destaca é a alteração havidaem “Fornecedores”. Essa era a principal fonte de recursos da empresa, em 19X1, representando _____% do Passivo. Nesseano, “Fornecedores” financiavam quase totalmente os Estoques. Em 19X3 o percentual de “Fornecedores”sobre o PassivoTotal caiu para _____%, cobrindo apenas metade dos estoques mantidos pela empresa. Essa alteração é desfavorável, poisnormalmente “Fornecedores” representam uma fonte estável de recursos e freqüentemente mais barata.

Em resumo, a empresa investiu maciçamente no Ativo Permanente, fez ainda algum investimento no Ativo Circulante,financiou a maior parte dessa expansão com Capitais de Terceiros e aumentou o risco global. A situação financeira não ficousacrificada em virtude de a empresa ter-se valido de Exigíveis a Longo Prazo, tendo o Passivo Circulante crescido menos que oAtivo Circulante.Enquanto os investimentos tiveram grande impulso no período analisado, as vendas apresentaram pequena expansão. Ocrescimento real foi de _____% no período. A empresa teve bom desempenho no Custo dos Produtos Vendidos, os quaispassaram de _____% para _____% de absorção das vendas. Com isso, o Lucro Bruto que representava _____% das vendassubiu para _____%. Esse acréscimo de 4 pontos percentuais é extremamente significativo diante do fato de o Lucro Líquidorepresentar _____% das vendas em 19X1. Se tudo o mais se mantivesse constante, a empresa poderia alcançar a invejávelpercentagem de 8,66 % de Lucro Líquido sobre Vendas.Infelizmente para a empresa, porém , suas despesas financeiras explodiram, crescendo 204% e, portanto, muito mais do que asvendas. Essas despesas que consumiram _____% da Receita em 19X1 passaram a consumir _____% em 19X3, fazendo aempresa perder 9 pontos percentuais. Ao final o percentual de Lucro Líquido/Vendas desceu para _____%, ou seja, quasemetade daquele que havia alcançado em 19X1. As Despesas Operacionais mantiveram-se em proporções aceitáveis para aempresa.

2.2 ÍNDICES ECONÔMICOS E FINANCEIROS

• Os índices são relações que se estabelecem entre duas grandezas; facilitam sensivelmente o trabalho do analista, umavez que a apreciação de certas relações ou percentuais é mais significativa (relevante) que a observação de montantes, porsi só.

• Assim, se uma empresa tiver um Ativo Circulante de $396.420 e um Passivo Circulante de $ 198.210, fica um tanto difícilanalisar a exata capacidade de pagamento da empresa.Todavia, se dividirmos o AC pelo PC encontraremos um índice geral igual a 2,00, ou seja, para cada$1,00 de obrigação, há 2,00 de ativo circulante.

• Entretanto, deve-se tomar uma série de precauções quanto à interpretação dos índices. Muitas vezes, podem dar falsaimagem de uma situação

Este tópico trata dos seguintes índices:

1. Índices de Liquidez2. Índices de Estrutura de Capitais figura3. Índices de Atividade4. Índices de Lucratividade (ou Rentabilidade)

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2.2.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ:

São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se aempresa tem capacidade de saldar seus compromissos.

DENOMINAÇÃO OBJETIVOS E INTERPRETAÇÃO

1. LIQUIDEZ1.1. LIQUIDEZ GERAL

A.C. + R.L.P. PC + E.L.P.

OBJETIVO: Indicar quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a LongoPrazo p/ cada $1,00 de Dívida Total.

INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor.

1.2. LIQUIDEZCORRENTE

A.C P.C.

OBJETIVO: Indicar quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada $1,00 de Dívidasa Curto Prazo.

INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor

1.3. LIQUIDEZ SECA

A.C. – Est. – D.E.S. P.C.

OBJETIVO: Demonstrar quanto a empresa possui no Ativo Circulante Líquido para cada$1,00 de Passivo Circulante.

INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor

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2.2.2 ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAIS

É por meio desses indicadores que aprecia-se o nível de endividamento da empresa.Também nos informam se a empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou e recursos dos proprietários. Pode-se

saber ainda se os recursos de terceiros têm o seu vencimento em maior parte a Curto Prazo (Passivo Circulante) ou a LongoPrazo (Passivo Exigível a Longo Prazo).

DENOMINAÇÃO OBJETIVOS E INTERPRETAÇÃO

2. ENDIVIDAMENTO

2.1. PART. CAPITAL DE TERCEIROS(PC + E.L.P)

K.3os x 100 P.L.

OBJETIVO: Indicar quanto a empresa tomou de Capitais de Terceiros para cada$100 de Capital Próprio investido.

INTERPRETAÇÃO: quanto menor, melhor

2.2. COMPOSIÇÃO DOENDIVIDAMENTO

P.C. x 100 K.3os

OBJETIVO: Demonstrar quanto a empresa possui de Obrigações a Curto Prazopara cada $100 de Obrigações Totais (curto e longo prazo)

INTERPRETAÇÃO: quanto menor, melhor.

2.3. IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOSPERMANENTES

A.P. x 100P.L.

OBJETIVO: Indicar quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada$100 de Patrimônio Líquido (PL).

INTERPRETAÇÃO: quanto menor; melhor

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2.2.3 ÍNDICES DE ATIVIDADE:

Indicam como e qual o nível de deficiência que a empresa utiliza seus recursos.Neste grupo, estuda-se quantos dias a empresa demora, em média, para receber suas vendas, para apagar suas compras

e para renovar seus estoques.

DENOMINAÇÃO OBJETIVOS E INTERPRETAÇÃO

3. ATIVIDADE

3.1. PERÍODO MÉDIO DECOBRANÇA

Clientes x 360 dias Vendas Brutas

OBJETIVO: Apresentar a Prazo Médio que a empresa financias as Vendas

INTERPRETAÇÃO: quanto menor, melhor

3.2. PERÍODO MÉDIO DOS ESTOQUES

Estoques x 360 dias C.M.V.

OBJETIVO: indicar o Giro dos Estoques da empresa.Separar por tipo de Estoque

INTERPRETAÇÃO: quanto menor, melhor

3.3. PERÍODO MÉDIO DEPAGAMENTO

Fornecedores x 360 dias Compras média

OBJETIVO: Indicar Prazo Médio de Financiamento obtido nas Compras

INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor

3.4. GIRO DOS ATIVOS MÉDIO

V.L. A.T.

OBJETIVO: Determinar quanto a empresa vendeu para cada $1,00 deInvestimento total nos Ativos (médio)

INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor

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2.2.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE:

Medem a eficiência geral da administração em relação à venda e a investimentos. Qual o lucro bruto, operacional e lucrolíquido obtido sobre as vendas líquidas.

DENOMINAÇÃO OBJETIVOS E INTERPRETAÇÃO

4. LUCRATIVIDADE

4.1. MARGEM BRUTA

L.B. x 100 V.L.

OBJETIVO: Indicar quanto a empresa obteve de Lucro Bruto para cada $100 deVendas Líquidas.

INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor

4.2. MARGEM OPERACIONAL

L.O. x 100 V.L.

OBJETIVO: Indicar quanto a empresa obteve de Lucro Operacional para cada$100 de Vendas Líquidas.

INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor

4.3. MARGEM LÍQUIDA

L.L. x 100 V.L.

OBJETIVO: Indicar quanto a empresa obtem de Lucro Líquido para cada $100de Vendas Líquidas.

INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor

4.4. RETORNO SOBRE PATRIMÔNIOLÍQUIDO

L.L. x 100 P.L.

OBJETIVO: Indicar quanto a empresa obtem de Lucro Líquido para cada $ 100de Capital Próprio investido (médio).

IMTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor

4.5. RETORNO SOBREINVESTIMENTOS

L.L. x 100 A.T. .

OBJETIVO: Indicar a Taxa de Retorno obtida nos Investimentos Totais daEmpresa (ativo médios).

INTERPRETAÇÃO: quanto maior, melhor

LEGENDA:

A.C. = Ativo Circulante A.P. = AtivoPermanenteA.T. = Ativos Totais D.E.S. = Despesa ExercícioSeguinteE.L.P. = Exigível a Longo Prazo EST. = EstoquesE.T. = Exigível Total K.30s = Capital de TerceirosL.A.J.I.R. = Lucro antes de juros e I. renda L.L. = Lucro LíquidoL.O. = Lucro OperacionalP.C. = Passivo CirculanteP.+J = Principal + juros empréstimosP.L. = Patrimônio LíquidoR.L.P. = Realizável a Longo Prazo

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V.L. = Vendas Líquidas

Como Avaliar os Índices

Há três tipos básicos de avaliações de um índice:

a. pelo significado intrínseco;

b. pela comparação ao longo de vários exercícios;

c. pela comparação com índices de outras empresas – índices-padrão

EXERCÍCIOS01) Faça a Análise através de Índices para a Cia TCN para os anos de 19 x 1 a 19 x 3. Obs.: O Analista iniciou mas não concluias análises. Ajude-o.

3. LIQUIDEZ

3.1 LIQUIDEZ GERAL: LG

• Fórmula: Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

• Indica: Quanto a empresa possui no AC e ARLP para cada $ 1,00 de dívida total.

•Cálculo:

19X1 19X2 19X1Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077Exigível a Longo Prazo 314.360 1.170.788

Líquido Geral 1.960.480 = 1,18 2.269.171 = 0,881.655.317 2.576.865

•Análise:

O índice de Liquidez Geral de 19X1, igual a 1,18, indica que para cada $1,00 de dívida a empresa tem $1,18 deinvestimentos realizáveis a curto prazo, ou seja, consegue pagar todas as suas dívidas e ainda dispõe de uma folga, excedenteou margem, de 18% (ou de $0,18 para cada $1 de dívida). Esses 18% ocorrem graças ao Capital Circulante Próprio, como sepode ver no gráfico seguinte.

CIA TCN

19X1

1,18

AtivoCirculante

1,00

PassivoCirculante

Capital de Terceirosou

Exigível Total

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O gráfico mostra que:

1. os recursos do Passivo Circulante e do Exigível a Longo Prazo foram investidos no Ativo Circulante;

2. o Ativo Circulante é maior do que a soma do Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo;

3. esse excesso do Ativo Circulante (hachurado no gráfico) provém do Patrimônio Líquido e é justamente o CapitalCirculante Próprio, conforme já foi visto. Essa parte hachurada do Ativo Circulante representa os 18%.

3.2 LIQUIDEZ CORRENTE: LC

• Fórmula: Ativo Circulante Passivo Circulante

• Indica:

• Cálculo: 19X1 19X2 19X2Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077

Liquidez Corrente 1.960.480 = 1,46 2.269.171 = 1,611.340.957 1.406.077

Graficamente, esses índices podem ser assim visualizados:

CIA TCN

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• Análise

Nos dois exercícios, o Ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante, e isto significa que os investimentosno Ativo Circulante são suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo e ainda permitir uma folga, respectivamente, em 19X1e 19X2.

Veja-se a seguir por que o ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante.Todos os recursos do Passivo Circulante foram investidos no Ativo Circulante. Além disso, acha-se investido no

Ativo Circulante o Capital Circulante Líquido que, em 19X1, é constituído de todo o Exigível a Longo Prazo + CapitalCirculante Próprio; em 19X2, o Capital Líquido Circulante Líquido é formado com apenas uma parte do Exigível a LongoPrazo, já que a outra parte está investida no Ativo Permanente (devido à insuficiência do Patrimônio Líquido).

3.3 LIQUIDEZ SECA

• Fórmula: ________________

• Indica: Quanto a empresa possui de Ativo Líquido para cada $ 1,00 de Passivo Circulante (dívidas de curto prazo)

• Cálculo: 19x1 19x2 19x3

• Análise:

4. ESTRUTURA DE CAPITAL

Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras em termos de obtenção e aplicação derecursos.

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4.1 PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS:

• Indica: quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $ 100 de capital próprio investido

• Fórmula: Capitais de Terceiros x 100 Patrimônio Líquido

• Cálculo:19X1 19X2 19X3

Capitais de Terceiros 1.655.317 2.576.865Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.185Índice de Participação de Capitais de Terceiros 1.655.317 =___ % 2.576.665 = ___ %

1.070.861 1.407.185

• Análise:

Esses dois índices mostram que, em 19X1, para cada $100 de capital próprio (Patrimônio Líquido), a empresatomou $___ de Capitais de Terceiros e que, em 19X2, para cada $100 próprios, tomou $ ___ emprestados.

• Graficamente, esses índices podem ser visualizados da seguinte forma:

4.2 COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO: PC K 3OS

• Fórmula: Passivo Circulante Capitais de Terceiros x 100

• Indica: Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais, ou seja em relação ao total dasdívidas para com terceiros (PC + PELP).

• Cálculo:

19X1 19X2 19X3Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077Capitais de Terceiros 1.655.317 2.576.865

Composição do Endividamento 1.340.957 = ___% 1.406.077 = ___%1.655.317 2.576.865

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• Análise:

Tais índices indicam que em 19X1 a empresa tinha ___1% (mais de ¾) de sua dívidas vencíveis a curto prazo eque em 19X2 este percentual caiu para ___% (quase metade), melhorando aquilo que se pode chamar perfil de dívida.

• Graficamente, tem-se:

4.3 IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO: AP

PL• Fórmula: Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido

• Indica: Quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $ 1,00 de Patrimônio Líquido (Capital Próprio)

• Cálculo:

19X1 19X2 19X3Ativo Permanente 765.698 1.714.879Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.125

Imobilização do Patrimônio Líquido 765.698 = ___% 1.714.879 = ___% 1.070.861 1.407.185

• Análise:Estes índices mostram que, em 19X1 a empresa investiu no Ativo Permanente importância equivalente a ___% do

Patrimônio Líquido, em 19X2 esse percentual subiu para ___%.O índice de imobilização em 19X2 é de ___%. Isto significa que para cada $100 existentes de Patrimônio Líquido a

empresa aplicou $___ no Permanente, ou seja, imobilizou todo o Patrimônio Líquido mais recursos de terceiros, equivalentes a21% do Patrimônio Líquido. (Mesmo que o Patrimônio Líquido crescesse 21 %, ainda assim o Permanente o teria absorvidointeiramente.)

Nesse caso, o Ativo Circulante é totalmente financiado por Capitais de Terceiros, os quais financiam ainda uma parte doAtivo Permanente. Assim, a empresa está em mãos de terceiros para o financiamento de seu giro comercial (Ativo Circulante)e depende ainda desses mesmos terceiros para o financiamento de uma parte do seu parque industrial (Ativo Permanente).

5. ATIVIDADEEsse grupo objetiva medir a dinâmica da empresa. Os índices de prazos médios não devem ser analisados

individualmente, mas sempre em conjunto. Tal conjugação leva à análise do ciclo operacional, geralmente vital para adeterminação do fracasso ou sucesso de uma empresa.

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5.1 PERÍODO MÉDIO DE COBRANÇA (RECEBIMENTO DE VENDAS):

• Fórmula: Clientes x 360 Vendas Brutas

• Indica: O período médio em que a empresa vem recebendo suas vendas.

• Cálculo: 19X1 19X219X3

• Análise:

5.2 PERÍODO MÉDIO DE PAGAMENTO DAS COMPRAS

• Fórmula: Fornecedores x 360 Compras

• Indica: O prazo médio em que a empresa vem pagando seus fornecedores.

• Cálculo: 19X1 19X2 19X3

Relembrando: C.M.V. = EI + COMPRAS – EF

• Análise:

5.3 PERÍODO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DOS ESTOQUES

• Fórmula: Estoques x 360 C.M.V.

• Indica: O tempo médio de estocagem de mercadorias. Para quantos dias é suficiente o estoque.

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• Cálculo: 19X1 19X219X3

• Análise:

6. RENTABILIDADE (LUCRATIVIDADE OU RESULTADO)Os índices desse grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e,

portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa.

6.1 MARGEM BRUTA

• Fórmula: Lucro Bruto x 100 Vendas Líquidas

• Indica: Quanto a empresa obtém de lucro bruto para cada $ 100,00 vendidos

• Cálculo: 19X1 19X2 19X3

• Análise:

6.2 MARGEM OPERACIONAL

• Fórmula: Lucro Operacional x 100 Vendas Líquidas

• Indica: Quanto a empresa obtém de Lucro Operacional para cada $ 100,00 vendidos.

• Cálculo: 19X1 19X2 19X3

• Análise:

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6.3 MARGEM LÍQUIDA: LL VL

• Fórmula: Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas

• Indica: Quanto a empresa obtém de Lucro Líquido para cada $ 100,00 vendidos.

• Cálculo: 19X1 19X2 19X3

Vendas 4.793.123 4.425.866Lucro Líquido 223.741 167.116Margem Líquida 223.741 = ___% 167.116 = ___% = ___%

4.793.123 4.425.866

• Análise:

• Graficamente, esses índices podem ser assim visualizados:

6.4 RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO: LL PL

• Fórmula: Lucro Líquido x 100 Patrimônio Líquido Médio

• Indica: Quanto a empresa obteve de lucro para cada $ 100,00 de Capital Próprio (P.L.) investido.

• Cálculo: 19X1 19X219X3

Lucro Líquido 223.741 167.116Patrimônio Líquido Inicial 821.827 1.070.861Patrimônio Líquido Final 1.070.861 1.407.185Patrimônio Líquido Médio 946.301 1.239.023

Rentabilidade 223.741 = ___% 167.116 = ___% 4.793.123 4.425.866

• Análise:

Para cada $100,00 de Capital Próprio investido, a empresa conseguiu $___ de lucro em 19x1. A taxa de ___% é superior aoque oferecem os títulos de mercado, que oscilam em torno de 6%. Normalmente, espera-se das empresas rentabilidade superior

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à dos títulos de renda fixa, possui o investimento na empresa representa um capital de risco, ou seja, nada garante suarentabilidade, que poderá ser inclusive negativa.

Em 19x2, entretanto, ocorreu queda acentuada na rentabilidade da empresa.A rentabilidade empresarial, porém, é assim mesmo. Num ano acima das taxas de mercado, noutro abaixo e noutro em

torno delas.

6.5 RENTABILIDADE DO ATIVO: LL AT

• Fórmula: Lucro Líquido x 100 Ativo

• Indica: Quanto a empresa obtém de lucro líquido para cada $ 100 de investimento total ( ou seja, em relação ao Ativo ). Éuma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar-se.

• Cálculo: 19X1 19X2 19X3

Lucro Líquido 223.741 167.116Ativo 2.726.178 3.984.050

Rentabilidade 223.741 = ___% 167.116 = ___%2.726.178 3.984.050

• Análise:

Para cada $100 investimentos, a empresa ganhou $ ___ em 19x1 e $ ___ em 19x2. Houve, portanto, apreciávelqueda na rentabilidade do Ativo de um exercício para outro.

7. COMO PREVER FALÊNCIAS PELO MÉTODO DE KANITZDiversos estudiosos efetuaram, no Brasil, testes estatísticos sobre a previsão de insolvência com base na Análise

Discriminante.

• No Brasil, o Prof. Stephen Kanitz, desenvolveu um modelo de como prever falências, por meio de tratamento estatístico deíndices financeiros de algumas empresas que realmente faliram.

• O modelo consiste, em primeiro lugar, em encontrar o Fator de Insolvência da empresa em análise. A fórmula do Fator deInsolvência, nunca foi explicada pelo Prof. Kanitz, e é a seguinte:

X1 = Lucro Líquido x 0,05Patrimônio Líquido

X2 = Liquidez Geral x 1,65

X3 = Liquidez Seca x 3,55

X4 = Liquidez Corrente x 1,06

X5 = Exigível Total x 0,33Patrimônio Líquido

Fator de Insolvência = X1 + X2 +X3 - X4 - X5

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• Em segundo lugar, averigua-se em que intervalo recai o Fator de Insolvência no termômetro de insolvência, de acordo coma figura a seguir:

7������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������

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0

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����������������������������������������������������������������������������������������

����������������������������������������������������������������������������������������

-3

-7

EXEMPLO:Cia Falimentar apresenta os seguintes índices em se último balanço:

FATOR DE INSOLVÊNCIAX1 LL -0,20 -0,20 x 0,05 = (0,01)

PL

X2 LG 0,50 0,50 x 1,65 = 0,825

X3 LS 0,10 0,10 X 3,55 = 0,355

X4 LC 2,60 2,60 X 1,06 = 2,756

X5 ET 2,60 2,60 X 0,33 = 0,858PL

FI = - 0,010 + 0,825 + 0,355 - 2,756 - 0,858 FI = -2,444

• Alguns cuidados a serem tomados na aplicação do termômetro:

• O modelo é claramente destinado à Indústria e ao Comércio, não devendo ser aplicado indiscriminadamente emqualquer outro tipo. Ao contrário do que muitos analistas fazem, não devemos utilizá-lo para Bancos, Construtoras, etc.

• Há necessidade de que as Demonstrações Financeiras reflitam a realidade financeira da empresa. Isto nem sempreocorre nas pequenas empresas, até em médias. Nos casos em que a falência realmente ocorre após a previsão, constatou-se as demonstrações eram fidedignas.

• O modelo não deve ser considerado isolado, mas sim com outros indicadores que também deverão ser tomados emconsideração, para que haja maior eficiência da análise.

INTERVALO DE SOLVÊNCIA(Reduzidas possibilidades de falências)

PENUMBRA(Situação indefinida)

INSOLVÊNCIA(propensão à falência)

SituaçãoCrítica

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EXERCÍCIOS01) Calcular o Fator de Insolvência e aplicar o termômetro de Kanitz para o exercício da Cia TCN.

8. ÍNDICES-PADRÃOA Análise de Balanços através de índices só adquire consistência e objetividade quando os índices são comparados

com padrões.

- Como avaliar se os índices analisados são bons? Como estão os índices dos concorrentes? O endividamento da empresa emanálise é maior que o das outras empresas do mesmo ramos de atividade?

- Sem dúvida, só poderemos avaliar bem os índices de uma empresa se os compararmos com os índices de empresas domesmo ramo de atividade.

- Quando calculamos índices de demonstrações financeiras de empresas do mesmo ramo de atividade para servir de base decomparação para outras empresas daquele mesmo ramo, estamos calculando índices-padrão.

- Existem, várias tabelas estatísticas referentes aos índices-padrão:

• do SERASA;

• publicados na Revista Exame: “as Melhores e Maiores” (que são publicados anualmente);

• publicados através de estudos universitários (Livro Contabilidade Empresarial de José Carlos Marion), que, para finsdidáticos, serão apresentados, conforme tabela abaixo:

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9. FORMAÇÃO DO PREÇO DEVENDA

9.1 INTRODUÇÃO

A competitividade tem exigido das empresas a buscacontínua em aprimorar a qualidade em todos os processos eatividades que executam, buscando obter a aceitação dos

seus produtos e/ou serviços e alcançar não apenas apermanência no mercado que atuam, mas também, outrosobjetivos desejados.

Alguns dos aspectos que impactam fortemente aobtenção desses objetivos são aqueles que dizem respeito àanálise dos custos e suas influências nas decisões queimpactam a formação do preço de venda.

Estas decisões que objetivam a definição do preço devenda envolvem aspectos muitas vezes analisados de forma

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empírica, baseadas em dados e informações históricas ousubjetivas, apenas com alguma base científica.

Este tipo de análise e decisão não mais atende asnecessidades que a competitividade trouxe, principalmenteem períodos recessivos e de crise, quando a demanda cai deforma relevante, passando a dominar o ambiente a chamada“briga de preços”, fato que permite, por exemplo, aexistência de duas empresas com a mesma estrutura física ede recursos financeiros, praticando preços muito diferentes.

Percebe-se então que o preço de venda não pode maisser objeto de decisões empíricas, mas, sobretudo, objeto deestudo, o que torna necessário conhecer todos os elementosque o compõem, sejam internos ou externos.

Para conhecer esses elementos que compõem o preçode venda, são necessários procedimentos organizacionaisque informem sobre a estrutura patrimonial, assim como osrelacionamentos sistêmicos que as empresas estabelecemcom o ambiente no qual estão inseridas, pois, qualquerdecisão sobre preço de venda poderá provocar alterações emtodas as áreas das empresas e, conseqüentemente, nesterelacionamento.

Santos (1999, p.21) também acentua a importância,quando considera que “a formação do preço de venda dosprodutos e serviços nas empresas constitui-se numaestratégia competitiva de grande relevância para asorganizações”.

Em razão desses aspectos apresentados e, entretanto anecessidade de contribuir para uma melhor clareza por partedas empresas na análise dos custos e na formação do preçode venda, este artigo busca comentar sobre cada elemento,conceituando-o e buscando compreender seucomportamento nas operações comerciais.

De forma mais específica, são apresentados osdiferentes critérios utilizados na formação do preço devenda, a partir das diferentes ópticas de custos, e tambémaqueles baseados nos preços praticados pelo mercado e noretorno dos investimentos.

Juntamente com estes, são apresentados os conceitos eelementos básicos para a formação do preço de venda, taiscomo: mark-up, parâmetros externos, efeitos tributáriossobre as vendas e sobre a margem de lucro líquida desejadade tributos sobre o lucro.

Não é objetivo construir modelos de formação depreço de venda a serem praticados em regimesinflacionários ou mesmo na opção de compra ou venda aprazo.

9.2 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRETA

Os preços atuam mais diretamente sobredeterminadas áreas, quais sejam: compras, estoque, custos,marketing, vendas e finanças.

A capacidade em adquirir mercadorias, ou matériasprimas, com preços menores; na gestação dos estoques; aeficiência nos processos produtivos; as políticas naformação dos preços; os procedimentos para a colaboraçãodos produtos no mercado e a gerência dos recursosfinanceiros, são elementos/processos/atividades que, se não

agregam valor sob a ótica do cliente, também não deveriaimpactar negativamente os resultados.

Este impacto negativo fará com que as empresastentem obter mais recursos (lucros) através das operaçõescomerciais, fato que poderá influenciar na busca devantagem competitiva através de preços consideradosbaixos para o mercado que atua.

Para compreender como estes elementos impactam,será apresentada a estrutura genérica dos preços de vendas.

9.3 ESTRUTURA DO PREÇO

Entende-se como preço de venda o valor monetárioque a empresa cobra de seus clientes em uma transaçãocomercial. Este valor deverá ser suficiente para que aempresa cubra todos os gastos que foram necessários paracolocar o produto, mercadoria ou serviço, à disposição domercado, até a transferência da propriedade e da possedestes, incluindo o lucro desejado ou possível.

Estes gastos normalmente incluem a aquisição dematérias primas, mercadorias, serviços, como a mão-de-bradireta e indireta, além dos gastos com estocagem,financeiros, tributos e outros.

Para aglutinar estes gastos pode-se utilizar os seguinteselementos: preço de venda, custo, despesas variáveis,despesas fixas e margem de lucro.

Até decorrente da quantidade de estudos sobre o tema,o custo pode ser o principal elemento que impacta aformação do preço de venda, por isso no item 6 serárealizada a análise deste.

Despesas variáveis são entendidas como os gatosdecorrentes das vendas. Por exemplo: tributos diretos eindiretos, comissões, fretes, propagandas etc.

Despesas fixas são conceituadas como os gastosque obrigatoriamente existirão, mesmo que não haja vendas.Por exemplo: aluguéis das edificações, parte fixa dossalários dos vendedores, remuneração dos sócios gerentes,salários administrativos etc.

Margem de lucro é o valor que a empresa entende sersuficiente para atender as seguintes finalidades:remuneração do capital investido, revestimento na própriaempresa, outros investimentos de curto e longo prazo,distribuição aos sócios e empregados, a remuneração pelorisco do empreendimento, e também para compor opatrimônio da empresa.

Normalmente apenas os sócios, ou a altaadministração, e quem define esta margem de lucro.

Como custo poderá ser o primeiro elemento queimpacta o preço de venda, são apresentadas a seguiralgumas óticas e formas de influências.

9.4 MÉTODOS DE CUSTEIO

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Os métodos do custeio objetivam identificar os gastosinerentes ao processo produtivo, acumulando-os de formaorganizada aos produtos.

Estes custos podem ser aplicados a diferentes objetostais como produtos, departamentos, atividades, processos,ordem de produção, ou outras formas que o gestor possademonstrar interesse.

Os métodos existentes são: pleno, absorção,variável/direto e por atividade.

O custeio pleno, ou integral, é aquele que secaracteriza pela apropriação de todos os custos e despesasaos objetos.

O custeio por absorção objetiva a apropriação de todosos gastos decorrentes somente do processo produtivo aosprodutos, identificando os fixos, variáveis, diretos eindiretos.

O custeio variável, ou direto, tem o propósito de alocaraos produtos somente os custos identificados comovaráveis, normalmente compostos pela matéria-prima emão-de-obra direta, consumidos no processo produtivo.

O Custeio Baseado em atividades (ABC – ActivityBasead Costing) procura identificar quais os custos dasatividades e não dos produtos, pois defende a óptica de queos produtos consomem atividades e, são estas atividades, enão os produtos, que consomem recursos.

Além desses métodos, na formação de preço devenda também são utilizados os custos de transferências eos valores praticados no mercado. Os custos detransferência são aqueles utilizados nos relacionamentosentre as áreas de responsabilidade existentes nas empresas.Já os valores de mercado são aqueles praticados por outrasempresas no mesmo ramo.

9.5 MÉTODOS UTILIZADOS PARAFORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Devido à crescente competitividade, antes de formarpreço e definir suas políticas de vendas, as empresasdeverão fazer um diagnóstico, o mais completo possível,acerca do mercado que atuam, do ambiente externo que estáinserida, da concorrência, além de seus próprios pontosfortes e fracos existentes em sua estrutura patrimonial.

Além destes aspectos, deverá verificar quais osvalores que seus clientes atuais, e os clientes em potencial,estariam dispostos a pagar por seus produtos.

Os outros aspectos que deverão ser consideradossão aqueles referentes aos objetivos da empresa, os quaisbasearão as políticas de preços a serem adotadas.

Só após estas verificações e com enfoque de forapara dentro, é que as empresas deveriam, então, decidirquais os preços de vendas que poderão praticar.

Sobre esses aspectos a serem analisados, Santos(1999, p.22) apresenta o que denomina de EtapasOperacionais para a estruturação sistêmica do preço devenda, a partir do enfoque econômico. São elas:1. Avaliação estratégica das variáveis externas não-

controláveis;2. Caracterização do ambiente de competição de mercado;3. Projeção da demanda de mercado e do produto;

4. Projeção das vendas esperadas dos demais produtos daempresa;

5. Identificação dos objetivos globais e funcionais daempresa e estabelecimento dos objetivos de preço;

6. Identificação das políticas e diretrizes da empresa eestabelecimento das políticas e diretrizes de preço;

7. Identificação das estratégias de globais e funcionais daempresa e estabelecimento das estratégias de preço;

8. Projeção da estrutura de custos e despesas da empresa;9. Apuração do capital investido no negócio e do

respectivo custo de oportunidade;10. Aplicação do preço de simulação mais adequado;11. Obtenção da demonstração do resultado econômico;12. Avaliação e adequação do preço referencial às

condições de comercialização.O autor entende que os preços de vendas deverão

buscar a otimização da relação preço/custo/volume, a qual aempresa poderá obter do (1) fluxo de lucros contínuos alongo prazo, permitindo a otimização no uso da capacidadeinstalada, e (2) garantir um retorno satisfatório sobre oscapitais investidos no negócio.

Para Bernardi (1996, p.219), os preços de vendaspodem ser determinados a partir dos seguintes fatores: osobjetivos definidos, a demanda identificada e daconcorrência.

Bernardi (1996:221) ainda completa, afirmando que“estabelecer preços é uma decisão difícil e complexanotadamente quando o mesmo é estabelecido pela primeiravez, ou quando se objetiva mudar os preços. A formaçãodos preços, orientando-se pelo ponto de vista interno,poderão adotar os seguintes caminhos: Preços Baseados nosCustos, Retorno do Investimento e a Maximização dosLucros.”

Também Atksinson et al (2000) considera essasdificuldades, quando analisa as variáveis que atuam emdecisões sobre preço e mix de produtos, traçando parâmetrose apresentando casos em estabelecimento de preços paracurto e longo prazo.

A seguir são demonstradas definições de preço devenda com base no retorno do investimento e namaximização dos lucros.

9.5.1 PREÇO DE VENDA BASEADO NOINVESTIMENTO

Construído com base em percentual previamenteestabelecido no planejamento.

Para calcular o preço de venda são necessários osseguintes elementos:1. custos e despesas totais padronizados para o período; e,2. identificação do total investido para o período.

Utilizando elementos:

Despesas + (% Retorno x Capital Investido)Custo Total

Utilizando valores: despesas: $400.000,00 capital investido: $4.000.000,00

retorno definido: 20%

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custo total: $1.500.000,00

Então:400.000,00=(20% x 4.000.000,00)=0,80, ou 80%

1.500.000,00

Multiplicando 1,80 sobre os Custos Totais, têm-se:Vendas: $ 2.700.000,00Custos: $ 1.500.000,00Despesas: $ 400.000,00Lucro: $ 800.000,00, ou seja, 20% de $

4.000.000,00, ou ainda 29,62% das vendas.Obviamente que este percentual de 20%

deverá ser médio para toda a empresa, podendoalternar um percentual específico para cadaproduto.

9.5.2 PREÇOS BASEADOS NA MAXIMIZAÇÃO DOSLUCROS

Para identificar o preço de venda que alcance omaior lucro possível, Bernardi (1996,p.245) afirma quedevem ser considerados os seguintes fatores:

1. Estimativa das vendas totais possível e elasticidadedo preço: Para determinado preço base, estima-serealisticamente o potencial de volume de vendas e,simulando variações nos preços, observa-se oimpacto no volume.

2. Estimativa de Custos e Despesas: mesmos os fixospodem variar, conforme o volume vendido, assim,a empresa estima seus custos e despesas para ovolume estudado.

3. Localização do preço que maximiza: Através desimulação sobre um preço base e um volumeesperado de venda, juntamente com o custo busca-se encontrar em que preço e volume que o lucropode ser maximizado.

Como exemplo têm-se um preço base de R$ 40,00 eum volume esperado de 1.000 unidades. Simulando umavariação de 5% de forma gradual, obtém-se o quadro 01 aseguir:

Quadro 01 – Variação do lucro em função da variação do custo

Preço Unidade Vendas Totais Variação Custo Total Variação Lucro40,00 1.000 40.000 ----- ----- 400 4.00038,00 1.100 41.800 1.800 36.000 600 5.40036,00 1.200 43.200 1.400 36.400 800 6.20034,00 1.300 44.200 1.000 37.000 1.000 6.40032,00 1.400 44.800 600 37.800 1.200 6.00030,00 1.500 45.000 200 38.800 1.400 5.00028,00 1.600 44.800 (200) 40.000 41.400 3.400

Observa-se que os melhores preços de venda estão entre R$ 36,00 e R$ 34,00, para os volumes de 1.200 a 1.300unidades, capazes de gerar os lucros de R$ 6.200,00 e R$ 6.400,00 respectivamente.

O problema deste método se encontra na determinação dos volumes que serão ou não aceitos pelos clientes, fato queestudos estatísticos e comportamentais poderão contribuir.

10. PREÇO BASEADO NO CUSTONas empresas que possuem sistema de custos e,

adotando-os como base na formação dos preços de vendas,o processo desta formação poderá, se tornar prática esimples, evidenciando os seguintes aspectos: preço econtinuidade, rotinização das decisões e estrutura formal dopreço.

Nesse procedimento, o conhecimento da estrutura doprocesso produtivo poderá se concluir como vantagemcompetitiva.

Colocado em processos rotineiros, qualquer alteraçãopara reavaliação do preço de venda torna-se fácil eestruturada, economizando tempo e esforços.

A estruturação formal é simplificada, bastando apenasa definição de um mark-up (taxa de marcação).

Desta forma, quando os preços de venda utilizam ocusto como base de sua formação, o objetivo passa a serdefinição de um mark-up divisor ou multiplicador.

Esse mark-up é um valor ou percentual que aglutina oselementos que compõem o preço de venda, ou seja, o custo,as despesas e o lucro.

Supondo a seguinte estrutura de preço de venda, deforma percentual tem-se o quadro 02 a seguir

Quadro 02 – Formação percentual do preço de venda

Preço de venda 100,00%

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ICMS da venda 17,00%PIS/COFINS 3.65%Despesas 10,00%Lucro antes dos tributos 15,00%TOTAL 45,65%

O mark-up divisor será: 100% - 45,65% = 0,5435100

O mark-up divisor será: 1 = 1,8399264 0,5435

Como exemplo, têm-se o valor de $100,00como custo unitário e o preço de venda,utilizando o mark-up divisor, será $183,99, e pelomark-up multiplicador será também de$183,99, resultando em lucro de $ 27,60, ou seja,15% do preço de venda.

O exemplo citado não destaca qual ométodo de custo utilizado.

No entanto, existem discordâncias quanto àidentificação do custo unitário.

Em relação a estes custos unitários, váriosconceitos podem ser utilizados na fórmula paradeterminação de preços. Em geral, os custospodem ser: custo anual, custo previsto ou o custopadrão.

O custo atual refere-se aos valores históricosmais recentes.

O custo previsto é aquele que se refere avalor futuro, ou de reposição, para determinadoperíodo.

O custo padrão é o valor estimado para umdeterminado grau de eficiência, que poderá serum grau ótimo ou simplesmente normal.

Outro fator que impacta o custo unitárioutilizado na formação do preço de venda éacerca da metodologia utilizada.

Em razão disso, serão apresentadosexemplos de formação de preço de venda combase nos custeios por absorção, custeio variável,custeio ABC e os valores de transferência.

10.1 COM BASE NO CUSTEIO PORABSORÇÃO

O custeio por absorção define que o custodos produtos serão constituídos por todos osgastos no processo produtivo, desta forma, opreço de venda deverá cobrir os custos totais(somatória da matéria prima consumida, mão-de-obra direta e os custos indiretos alocados),obtendo-se o lucro bruto, e este deverá cobrir asdespesas fixas e variáveis, além de proporcionaro lucro líquido.

O objetivo deste cálculo é uma primeiraaproximação do preço: ele poderá sofrermodificações posteriores, decorrentes dasalterações no mercado.

Qualquer alteração nas condições demercado impactam este cálculo, forçando aempresa até a reprojetar o produto, adequandoseus custos aos preços aceitos.

A utilização do custeio por absorção é alvode críticas, tais como:

1. Ignora a procura por parte do mercado,atendo-se à estrutura interna da empresa,o que provoca uma certa omissão quantoaos procedimentos da concorrência e, porisso, poderão não auxiliar na obtenção devantagens em relação ao mercado queatua.

2. Baseando-se somente em custoshistóricos, o preço de venda encontradopoderá prejudicar a reposição dosestoques, alem de no longo prazo, agirnegativamente sobre os lucros.

3. Utilizando a absorção de todos os gastosno processo produtivo, não evidencia osdiferentes aspectos intrínsecos a cadaelemento dos custos, pois, acompreensão das diferenças existentesentre os vários tipos de custo, está, cadavez mais, sendo fator importante nesteprocesso.

Entendendo que poderá atender comeficiência as análises de custos e sua influênciana formação do preço de venda, têm-seprocurado utilizar outros métodos naidentificação dos custos.

10.2 COM BASE NO CUSTEIO DIRETO

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O quadro 03 abaixo demonstra, de forma simplificada, as diferenças entre o Custeio Direto e o Custeio por Absorção:

Quadro 03 – absorção x direto no preço de venda

Preço de venda Preço pelo absorção Preço pelo diretoPreço de venda 90,00 90,00Materiais 18,00 18,00Mão-de-obra 12,00 12,00CIF Total 30,00 10,00Identificação 10,00 10,00Não identificado 20,00 ---Custo de produção 60,00 40,00Margem de contribuição 30,00 50,00*Despesas fixas e variáveis 10,00 30,00Lucro presumido 20,00 20,00Mark-up multiplicador 1,50 2,25

* Acumula $20,00 dos CIF não identificado

Verifica-se que a definição do mark-up dependerá dométodo de custeio utilizado.

A forma que se demonstrou os custos diretos e suarelação com o preço de venda neste exemplo, indica comoas informações podem ser utilizadas como na formação dopreço de venda. É importante ressaltar que o mark-up ésomente um guia, não constituindo-se no único indicadorpara todos os produtos. É fato que as empresas nãopossuem, sempre, um só produto, sendo que, na formaçãodos preços e a avaliação da lucratividade por linha deproduto, não se deve trabalhar com um fator de mark-upúnico ou médio, e sim, com diversos fatores individuais, osmais adequados a cada um dos produtos.

Embora a utilização somente dos custos diretos“retrata de alguma forma a variação dos custos pelo volumede atividades” (Cia & Cia – 1998:289), a utilizaçãogerencial do Custeio Variável permite o destaque dos custosvariáveis, fato que contribui nas análises sobre odesempenho destes elementos quanto aos aspectosqualitativos e quantitativos obtidos no processo produtivo.

Por outro lado, a utilização somente do CusteioVariável faz com que sejam desconsideradas outrasatividades, as quais poderão estar ligadas aos custos fixos,como parâmetros de variação no custo unitário.

Para as empresas que descentralizadas suas fasesoperacionais, na forma de divisões distintas, ou mesmoconstituindo controladas ou coligadas, os chamados Preçosde Transferências é que deverão ser um dos fatores quemais impactam os preços de vendas de cada área deresponsabilidade.

10.3 COM BASE NOS PREÇOS DETRANSFERÊNCIA

Segundo Limberg et al (1997:69): “um preço detransferência é a quantia cobrada por uma companhia porum produto ou serviço que forneceu a uma companhiarelacionada, como uma transferência entre uma matriz e suafilial, ou subsidiária.”

Esta situação se aplica aos relacionamentos entre asáreas de responsabilidades.

Ele aparece quando uma empresa descentraliza suasoperações, segregando em unidades fisicamente separadas,embora possam, cada uma, realizar apenas uma das fases doprocesso produtivo.

De outro modo, a descentralização também poderáacontecer caso a empresa objetive atuar em outrossegmentos do mesmo mercado, ou até em outros mercados.

Normalmente quando uma área de responsabilidadenão for inteiramente independente e separável, os bens eserviços que produz serão transferidos pelo custo deprodução, podendo prejudicar uma análise mais eficiente doprocesso produtivo e o resultado geral desta área.

De outra forma, com as possibilidades de tecnologia deprocessamento de dados existentes, a identificação do preçode transferência ampliou-se para um conjunto complexo deprocedimentos.

Um destes procedimentos é aquele quebusca medir o desempenho dos segmentosdivisionais, através do relacionamento entre oCapital Investido e o Lucro obtido, fato queprovoca a compreensão e análise do conceito delucro por parte de todos os envolvidos,contribuindo para aumentar o interesse emalcançar uma adequada taxa de lucro.

Adotando-se o conceito de lucro nas transferências,torna necessária a definição da receita, sendo esta, então,parcela do custo da unidade receptora. Assim, o preço como qual se fazem as transferências obriga a análise periódicasobre todos os processos incorridos, o que pode revelarpontos fracos em algum processo que ocorra em alguma dasáreas que se relacionam.

Os métodos mais utilizados para adefinição dos preços de transferências são: custoreal, custo padrão, custo padrão mais margem,preço de mercado e preço administrado.

Aqueles baseados nos custos podem não contribuirpara empresas com estruturas descentralizada que precisammedir o desempenho de suas unidades, além dos fatores já

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citados quanto aos métodos de acumulação dos custos.Outro aspecto sobre custos é a responsabilidade, pois, acontrolabilidade destes custos causa alguma confusão entreos gestores divisionais e, entre estes e a Alta Administraçãoda empresa. Este aspecto será analisado no item 7.

Diante destes aspectos, a opção mais indicada porvários autores constantes na Bibliografia pesquisada para aformação dos preços de Transferência são os valorespraticados pelo mercado, desde que exista um mercadoexterno bem desenvolvido do produto que se procuratransferir. O principal obstáculo é que nem sempre estemercado existe, principalmente para produtosintermediários e os semi-acabados.

10.4 COM BASE NO CUSTEIO ABC

Através deste método, buscam-se as atividades quecontribuem, de forma específica e mais direta possível noprocesso produtivo.

Utilizando ferramentas próprias, procura identificartodos os gastos relacionados às atividades produtivas,transferindo os recursos consumidos nestas atividades parao produto.

A identificação das atividades pode ser a seguinte,apresentada no Quadro 04 a seguir, conforme apresentaAtkinson et al (2000, p.136):

Quadro 04 – categorias e direcionadores de custos das atividades

Categorias Atividades Representativas Direcionadores de Custos dasAtividades

Atividades de apoio às instalações Administração da fábrica Contabilidade epessoalLimpeza, iluminaçãoAluguel, depreciação

Metros quadrados de espaço Quantidadede funcionários

Atividades de apoio ao produto Projeto do produtoAdministração de peçasEngenhariaPedidos de expedição de produtos

Quantidade de produtosQuantidade de produtosQuantidade de Pedidos de Alteração deProjetos.

Atividades relacionadas com olote

Setup da máquinaInspeção do primeiro item. Pedido decompraMateriais manuseadosProgramação da produção

Horas de setupHoras de inspeçãoQuantidade de PedidosQuantidade de materiaisMovimentosQuantidade de turnos de produção

Atividades relacionadas com asunidades

Inspeção de cada item Supervisão damão-de-obra diretaConsumo d energia e óleo parafuncionamento das máquinas

Quantidade de unidades horas de mão-de-obra diretaHoras de máquina

(FONTE: Atkison et al 2000, p. 136)Também em Kaplan & Cooper (1998, p. 102) podem ser observadas a figura 01 a seguir, caracterizando as atividades

em um processo industrial:

Figura 01 – Identificação das atividades os recursos consumidos

Atividade Salários ebenefícios

(US$)

Ocupação(US$)

Equipamentos etecnologia (US$)

Materiais esuprimentos (US$)

Total (US$)

Processar pedidos declientes 31.000 5.300 12.600

800 49.700

Comprar materiais34.000 6.900 8.800

1.500 51.200

Programar ordens decompra 22.000 1.200 18.400

300 41.900

Transferir materiais13.000 2.100 22.300

3.600 41.000

Preparar máquinas42.000 700 4.800 200 47.700

Inspecionar itens19.000 13.000 19.700 800 52.500

Manter informações

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sobre produtos 36.000 2.800 14.500 400 53.700Executar mudanças deengenharia 49.000

32.000 26.900 2.400 110.300

Expedir pedidos14.000

900 700 500 16.100

Lançar novos produtos35.000

44.000 16.100 18.700 113.800

Solucionar problemasde qualidade 18.000

2.100 1.200 800 22.100

TOTAL 313.000 111.000 146.000 30.000 600.000

(FONTE: KAPLAN & COOPER, 1998, P. 102)

Atribuindo aos produtos os custos de cada atividade, o valor unitário pretende ser possível, contribuindo para que opreço de venda a ser formado guarde relação específica com o resultado deste produto.

Outro objetivo deste método e a identificação das atividades que agregavam valor, e as que não agregam, sob a ópticado mercado que atua.O cálculo para formação do preço de venda, utilizando o ABC, não será deferente, pois, o que irá mudar será o mark-up,conforme já verificado quando da comparação entre o Custeio por Absorção e o Custeio Direito.

O quadro 05 a seguir apresenta o estudo de Cia & Cia (1998:290), através da Tabela IX e apresentando o QuadroComparativo Custeio Variável x ABC X Lógica da TOC (Teoria das Restrições – outro conceito aplicado à acumulação doscustos (grifo nosso):

Quadro 05 – Comparação variável x ABC x TOC

MESES 1 2 3Variável $ 6.440 $ 7.080 $ 7.880ABC $ 3.761 $ 5.430 $ 6.923TOC $ 6.000 $ 6.000 $ 7.000

FONTE: Cia & CIA, 1998, p.290)

Cia & ainda complementam: “A, o total de custos edespesas projetados variam de acordo com a abordagemutilizada.”

Desta forma, quando a formação da variação damark-us baseia-se no custo, o percentual divisor ou o índicemultiplicador será diferente em decorrência da abordagemna acumulação dos custos

Embora o elemento Custo seja, normalmente, o quemais causa interferência, obviamente que, caso altere ovalor outro elemento componente no cálculo do mark-up,também será alterado o preço d venda encontrado.

Sobre a capacidade de análise proporcionada peloCusteio ABC, vê-se que, Identificando cada atividade, tornapossível um melhor entendimento do processo, a análise dastarefas, o fluxo dos recursos consumidos diretamente nasatividades primárias, e do apoio, auxiliando a detecção deproblemas existentes nas atividades nos recursosdesperdiçados, e as possibilidades de intervenção (tomadade decisão) na correção dos desvios (se houver comparaçãocom padrões preestabelecidos), ou nas reavaliaçõesperiódicas destas mesmas atividades.

Segundo Sakamoto et al (1997, p.400), pode-seobservar que o ABC proporciona condições para a obtençãodas seguintes informações de caráter gerencial:

1. Como reduzir custo:- Reduzindo o tempo e esforços.- Eliminando atividades desnecessárias.- Redistribuindo/ eliminando recursos nãoutilizados.- Identificando custos redundantes.

2. Passos para desenvolvimentos:- Determinação da missão.- Comunicação dos objetivos.- Desenvolvimento das medidas.

3. Como analisar atividades:- identificando atividades não essenciais.- Provendo formas de análise das atividadessignificantes.- Examinando ligações entre as atividades.- Analisando o custo da complexibilidade.

4. Direciona para a classe Mundial:- Gestão estratégica.- Apoio à Administração.- Análise do valor agregado da qualidade.- Orçamento baseado em atividades, Etc.

O autor considera que essas ferramentas utilizadaspelo ABC contribuem para que ele seja o sistema de custeiode que a empresa necessita para avaliar, através de análisese investigações paralelas, as decisões de corto prazo quepretende tomar.

De forma comparativa, pode-se considerar que osprocedimentos que o ABC proporciona sejam similares aos

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processos de auditoria, o qual objetiva guiar a empresaatravés de um processo lógico de identificação dosobjetivos, medição do desempenho atual, determinação doefeito das práticas atuais e identificação de onde asmudanças são necessárias.

Isso auxilia a empresa a priorizar ações, mas nãomodifica a necessária vinculação entre os processosoperacionais e as estratégias definidas pela AltaAdministração

11. PREÇO COM BASE NOMERCADO

Nos métodos de formação de preço de venda para omercado, a empresa poderá decidir pela fixação com basenos preços praticados pelo mercado, deixando, comoprioridade, uma menor atenção aos seus próprios custos ouà procura de seus produtos.

Desta forma, o preço de venda praticado pelaempresa poderá ser igual, menor ou maior do que opraticado no mercado, dependendo dos objetivos e dasinferências que produz sobre as possíveis influências quepodem lhe causar os componentes do sistema deinformações baseia-se apenas nos custos integrais ehistóricos em lugar dos custos incrementais (aumento devolume), ou futuros (derivados dos planos existentes).

Sobre a formação do preço baseado no mercado,Motta (1997:35), considera que:As preocupações seguintes sejam tomadas paracompatibilizar a formação de uma estratégia depreço, quais sejam:

1. Identificar os custos incrementais eevitáveis que são aplicáveis a umaalteração de vendas.

2. Calcular a margem de contribuição evariação das vendas em equilíbriorelativas à mudança de preço proposta.

3. Avaliar a sensibilidade ao preço por aparte doscompradores, com a finalidade de estimar aplausibilidade de eles alterarem suas comprasacima ou abaixo da variação das vendas emequilíbrio.

4. Identificar os concorrentes e avaliar suasprováveis reações.

5. Identificar compradores para os quais os custos,sensibilidade ao preço e concorrência sãosignificativamente diferentes, e segmentá-los combase no preço, onde for possível.

6. Calcular as conseqüências em termos de lucro,aritmética ou graficamente, para diversas eprováveis alterações das vendas.

7. Aceitar ou rejeitar as modificações de preçoproposta, considerando os benefícios de resultadosfavoráveis, em comparação com os riscospercebidos de conseqüências desfavoráveis.”

Quando formado com base no mercado, o preço devenda poderá ser determinado pelos seguintes fatores:

monopólios, oligopólios, convênios e concorrências(agressivos e/ou promocionais).

Existe também aquele que busca envolver tanto oscustos, as decisões de concorrência, e as características domercado, chamado de Método Misto, para o qual Santos(1991:125) chama a atenção, afirmando que “seria bastantetemeroso para a administração de uma empresa estabelecerpreços sem a combinação desses fatores. Cedo ou tarde elateria de arcar com as conseqü6encias de sérios erros quepoderiam deixar de ser cometidos.”

Outros fatores a serem considerados na formaçãode preços com base no mercado é que há setores em que ospreços são geralmente ditados apenas pelo mercado, taiscomo:- setores de alta tecnologia, devido aos curtos ciclos de vidados produtos.- setores em que os preços de mercado sejam facilmenteconhecidos, como no caso de commoditties; e,- setores em que os custos dos produtos são difíceis dedeterminar.

Entretanto é natural que os gestores dediquemmaiores atenções aos produtos que alcancem maiorlucratividade e é o sistema de custos que vai proporcionarinformações sobre as margens efetivamente obtidas, Nestesentido, o ABC se apresenta como um sistema que forneceinformações mais acuradas, isto é, mais isentas de errossistemáticos.

Além disso, há de se considerar que produtosfabricados sob encomenda geralmente não possuem preçosde mercado disponível, fato proporcionado pelaobrigatoriedade da análise de valor efetuada sobre asatividades.

Ampliando os aspectos acerca do método deacumulação.

Ampliando os aspectos acerca do método deacumulação de custos que a empresa opte por utilizar, umdestes aspectos e aquele que se refere à condição, ouautonomia descentralizada, do efetivo controle sobre osrecursos aplicados no processo produtivo, ou seja, acontrolabilidade, que será analisada no item 8.

11.1 CONTROLABILIADDE DOSCUSTOS

Sobre este aspecto, Horngren & Foster, apud Parisi(a995:60), ressaltam que “controlabilidade é o grau deinfluência que um gerente específico tem sobre os custos oureceitas ou outros itens em questão.”

Este aspecto é de suma importância em qualquerprocedimento que vise a análise dos custos, pois o grau deautonomia detido pelo gestor divisional impacta diretamentea capacidade de decidir sobre a utilização, ou não, dedeterminados recursos, fato que influencia diretamentesobre o desempenho obtido pelo gestor divisional.

Quando aos processos de controle, Arantes(1998:167-178) faz um estudo sobre eles destacando osseguintes aspectos:

a) O processo de controle:1. avaliação dos resultados.

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2. comunicação dos desvios.3. acompanhamento das correções.

b) A necessidade de parâmetros de avaliação:1. resultados previstos.2. resultados realizados.

c) Uniformidade de critérios de planejamento econtrole.

c) escopo do controle em todos os planos (globais edivisionais).

e) Papeis e responsabilidades no controle:1. disposição de bons instrumentos.2. responsabilidade de todos.

f) Ciclo do controle em todos os níveis gerenciais:1. freqüência.2. amplitude.3. nível de detalhe.

g) Os registros não constituem o controle.h) Os instrumentos não substituem a ação do controle.i) A necessidade de agilidade do controle.j) O controle para frente (prospectivo).l) Destaque apenas das exceções.

Martins (1994:259) acentua ainda que “pode-se dizerque a empresa tem controle dos seus Custos e Despesasquando conhece os que estão sendo incorridos verifica seestão dentro do que era esperado, analise as divergências etoma medidas para correção de tais desvios. Isto nospermite concluir que nenhum Sistema de Custo, por maiscompleto e sofisticado que seja, é suficiente para sedeterminar que a empresa tenha Controle deles.”

Rocha (1995:3) acompanha esta afirmação,comentando que “sistemas ideais são provavelmenteinatingíveis em organizações reais, pois cada uma tem seuspróprios objetivos e é diferente em termos de produtos,processo, cultura e condições atuais.”

Martins (1994:260) ainda defende que, “já oobjetivo em mira é Controle, não seria mais lógico fazermosas análises por Departamentos, já que sobre estes aidentificação da pessoa responsável é imediata, enquantoque normalmente não existe uma pessoa responsável peloProduto?“

Esta idéia de Martins, de forma geral, é discutidapelo Sistema ABC, no qual é possível delegar autonomias eresponsabilidades ao gestor de um produto, ou linha deprodutos, para que ele seja o responsável direto por todas asatividades ligadas à produção de determinado produto, oulinha de produtos.

11.2 SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DOSSISTEMAS DE CUSTOS NA ANÁLISEDOS PROCESSOS PRODUTIVOS

Existem vários questionamentos sobre acontribuição que os sistemas de custos por absorção evariável oferecem para a análise detalhada sobre a eficiência

de cada recurso consumido no processo produtivo e nosprocessos comerciais.

Estes sistemas tradicionais fornecem informaçõesque refletem o passado e, na maioria, contribuem apenaspara decisões que buscam solucionar problemas de curtoprazo (mesmo quando realizadas prospecções emorçamentos).

Ao fornecer as variações entre o custo real e oorçado, evidencia o que se gastou no período contra o quefoi orçado para este mesmo período.

Utilizando estas variações, possibilitam açõesapenas para os gestores divisionais, pouco contribuindo parao comprometimento dos funcionários que executam,efetivamente, as tarefas no processo produtivo (chamado de“chão da fábrica”).

Outro aspecto é o tratamento do Custo Fixo,arbitrariamente rateado (absorção) ou relegado a gastos doperíodo (variável).

O foco é direcionar os custos aos centros de custose, destes, para as áreas de responsabilidade, acompanhandoa premissa de que, alguém é responsável pelos recursosconsumidos naquela área e, por possuir um certo nível deautonomia sobre o controle destes recursos, deveráresponder pelos resultados ocorridos (accountability).

Em razão da constatação destes aspectos e,pressionadas pelo acirramento da concorrência, com aconseqüente diminuição dos lucros, as empresas buscaramconhecer seus pontos fracos e fortes, no sentido deredirecionarem ações que possibilitassem sua continuidadeno mercado.

Neste ambiente, surge, após maiores pesquisas, oCusteio, o qual apregoa que os custos devem sergerenciados e não simplesmente eliminados.

Para este gerenciamento deverá identificar osobjetivos da empresa, as funções que apóiam estesobjetivos, os processos que possibilitam a execução dasfunções, as atividades inseridas nestes processos, as tarefas,que fazem parte destas atividades e as operações executadaspara o cumprimento das tarefas.

Aliadas a estes aspectos, busca-se tambémidentificar os chamados direcionadores de custos, o quaissão entendidos como os fatores que provocam o consumo derecursos para a execução das atividades.

Identificando-se as atividades e os direcionadoresde custos, os recursos consumidos serão atribuídos aosprodutos que consumiram as atividades, o que proporciona aidentificação dos recursos, variáveis e fixos, sacrificadospela empresa no processo produtivo de determinadoproduto.

Também se insere neste método a analise de valorde cada atividade, buscando identificar aquelas que, sob aóptica do cliente, efetivamente agregar valo. Aquelas quenão agregam só continuam no processo, caso sejamimprescindíveis para o ramo de negócios da empresa, ouainda, que possam apoiar as atividades que agregam valor,

Cia & Cia (1998:280) sugerem a seguinteseqüência das fases na implantação do ABC: “A fim desimplificar a implementação do ABC, deve-se agrupar asatividades que tenham o mesmo direcionador em centros de

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atividades, reconhecendo quatro níveis de atividades: (1)algumas são proporcionais ao volume de produção; (2)outras independem do volume produzido e podem se alterara cada lote produzido; (3) outras alteram de acordo com aspeculiaridades de cada produto; (4) e finalmente existemaquelas que dão suporte a produção, ao nível da instalação.”

Keegan & Eiler (1996:13) referindo-se ao melhordesempenho para qualquer sistema de custos, afirma que“sintetize o ABC e reestruture seu sistema de contabilidadede custos. Isto não somente tornará o seu sistema maiseficiente mas seus esforços serão recompensados muitomais rapidamente do que você imagina.”

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nestes tempos de busca constante da vantagemcompetitiva através do preço de vendas, as empresas nãotêm mais como função apenas a geração de lucros eaumento de seu patrimônio. Mas, sobretudo, umcomprometimento com o ambiente em que está inserida,através das condições de trabalho, de transferência derecursos na forma de remunerações diversas, e outrosenvolvimentos sociais.

O fato de permitir a execução de atividades queapresentem ineficiências não contribui para a redução deseus custos, prejudicando a sociedade como um todo, pois,o conhecimento de quanto custa seu produto talvez seja ainformação mais importante que as empresas desejem.

Outra informação prioritária é o retorno que avenda de uma unidade poderá trazer, sobre a qual, talvez,também não tenha a segurança necessária.

Essa insegurança normalmente decorre de decisõestomadas de forma empírica, baseadas em dados históricos

ou avaliações subjetivas, ou ainda na dificuldade emidentificar um custo unitário exato.

Estes aspectos tornam primordial o conhecimentodos custos, bem como de todos os elementos que compõema formação do preço de venda, compreendidos pelos queexprimem a estrutura interna, e aqueles que procuramentender os impactos que o ambiente provoca nas operaçõesda empresa.

O sistema de custos que a empresa se utiliza deveráestar continuamente em análise quanto a sua capacidade degerar as informações sobre a estrutura interna, necessária aopelo conhecimento de seus pontos fracos e fortes,comparativamente àqueles observados na concorrência.

BIBLIOGRAFIA• MATARAZZO, Dante - Análise Financeira de Balanços - Abordagem Básica e Gerencial. Ed. Atlas - 1.995 - SP, 3ª

edição.

• IUDICIBUS, Sérgio - Análise de Balanços. Ed. Atlas. - 1992 - SP, 5ª edição.

• FRANCO, Hilário - Estrutura, Análise e Interpretação de Balanços - Ed. Atlas -1992 - SP, 15ª edição.

• Guia IOB de contabilidade, vol. I, II e III.