ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL DO MODELO DE INTEGRAÇÃO DE...

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FLAVIO MARQUES AZEVEDO ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL DO MODELO DE INTEGRAÇÃO DE RECURSOS ENERGÉTICOS: APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA OLAP Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Mestre em Engenharia. São Paulo 2005

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FLAVIO MARQUES AZEVEDO

ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL DO MODELO DE INTEGRAÇÃO DE RECURSOS ENERGÉTICOS:

APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA OLAP Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Mestre em Engenharia.

São Paulo

2005

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FLAVIO MARQUES AZEVEDO

ANÁLISE MULTIDIMENSIONAL DO MODELO DE INTEGRAÇÃO DE RECURSOS ENERGÉTICOS:

APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA OLAP

Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do Título de Mestre em Engenharia.

Área de Concentração: Sistemas de Potência

Orientador: Prof. Dr. José Aquiles Baesso Grimoni

São Paulo

2005

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FICHA CATALOGRÁFICA

Azevedo, Flavio Marques Análise Multidimensional do Modelo de Integração de Recursos

Energéticos: aplicação da tecnologia OLAP, São Paulo, 2005. 97p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São

Paulo. Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas. 1.Planejamento Energético 2.Planejamento Integrado de Recursos

3.OLAP 4.Data Warehouse – Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas.

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AGRADECIMENTOS

Aos Prof. Dr. Miguel Edgar Morales Udaeta e Prof. Dr. André Luiz

Veiga Gimenes, responsáveis pelo delineamento e escopo do presente

trabalho, fruto de muitas conversas e questionamentos.

Ao Prof. Dr. José Aquiles Baesso Grimoni, orientador e responsável

direto pelo desenvolvimento e estrutura desta dissertação.

Aos Prof. Dr. José Roberto Cardoso e Prof. Dr. Nelson Kagan, pelo

apoio dado diante das dificuldades apresentadas durante o desenvolvimento

final da dissertação.

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo central a sistematização de dados,

tendo-se como ponto de partida a metodologia de Integração dos Recursos,

considerada uma das etapas do Planejamento Integrado de Recursos – PIR. Bem

fundamentada tecnicamente através da aplicação de conceitos de depósito de dados

(data warehouse), tal sistematização viabiliza a análise multidimensional das

informações, característica essencial da tecnologia OLAP (On Line Analytical

Processing).

A aderência da tecnologia OLAP ao PIR é nitidamente consolidada através do

Estudo de Caso apresentado no decorrer dos capítulos, principalmente no

estabelecimento de alguns parâmetros e padrões que podem ser utilizados por

diversos pesquisadores ou com ferramentas já existentes, dentro de outras

metodologias que já incorporam as características regionais intrínsecas do

planejamento.

Sem perder o foco, é dado igual teor e grau de importância tanto à tecnologia

quanto ao tema central de Integração dos Recursos, por tratar-se de uma

consolidação de metodologia baseada na implementação de uma ferramenta

(software).

Deve-se deixar explícito que a ferramenta não realiza as etapas do modelo de

integração, e sim possibilita uma análise da evolução dos processos, criando-se uma

base de conhecimento histórica muito rica e de vital importância para a validação

desse modelo. A ferramenta em questão irá proporcionar a análise de informações

previamente consolidadas, isto é, obtidas através de outras fontes tais como planilhas

de cálculo, sendo devidamente inseridas e tratadas visando atender o modelo

multidimensional do banco de dados, proporcionando condições de análise após a

integração de recursos ser efetuada.

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ABSTRACT

The main purpose of this work is the data systematization, and its Resources

Integration Model, being one of the steps to the Integrated Resource Planning – IRP.

With a good technical basis, by application of Data Warehouse concepts, this

systematization provides a multidimensional information analysis, an essential

characteristic of the OLAP (On line Analytical Processing) technology.

The OLAP technology adherence to IRP is plainly consolidated through

Case Study presented during the chapters, mainly in the some parameters and

standards establishment witch can be useful for many researches or with tools that

already exist, inside other methodologies which are part of the planning inherent

regional characteristics.

Keeping the focus on this, is conferred as the technology as the mainly

Resources Integration subject the same percentage and relevance, because the

methodology consolidation based on a tool improvement (software).

It must be clear that this tool does not accomplish the integration model

stages, but enables the process analysis evolution, by creating a very rich and

important historical knowlegment basis to validate this model. This tool will provide

an information analysis previously consolidated, this is, acquired through another

resources like spread sheets, properly inserted to attend the databases

multidimensional model, offering ways to analysis after the resources integration.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1

1.1. O Planejamento Integrado de Recursos Energéticos ................................... 2

1.2. Modelo de Integração dos Recursos ............................................................ 3

1.3. Abordagem Tecnológica .............................................................................. 7

1.4. Roteiro do Trabalho ..................................................................................... 8

2. CONCEITUAÇÃO DE OLAP.......................................................................... 9

2.1. Necessidade de um Data Warehouse ......................................................... 10

2.2. Arquitetura do Data Warehouse................................................................. 11

2.3. Dimensionalidade e Processamento Analítico ........................................... 11

2.3.1. A questão das Dimensões .................................................................. 11

2.3.2. Dimensões e Bancos de Dados Relacionais....................................... 14

2.3.3. Esquemas do tipo ESTRELA e FLOCO DE NEVE.......................... 14

2.3.4. Desenvolvendo um Data Warehouse ................................................. 16

2.4. Extraindo Informações de um DW ............................................................. 19

3. FASES DO PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO ........................................ 20

3.1. Requisitos do Usuário ................................................................................ 20

3.2. Projeto da Solução ..................................................................................... 20

3.3. Agregações e análise mais complexa......................................................... 23

3.4. Indicadores de Sustentabilidade................................................................. 24

4. METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO ........................................... 25

4.1. O que podemos chamar de Esquema ?....................................................... 25

4.2. Modelo Lógico........................................................................................... 26

4.2.1. Cubo ................................................................................................... 27

4.2.2. Medidas .............................................................................................. 28

4.2.3. Dimensões .......................................................................................... 28

4.2.4. Dimensões Compartilhadas................................................................ 31

4.2.5. Elementos XML utilizados no Esquema............................................ 31

4.3. Descrição dos Elementos ........................................................................... 32

4.3.1. Etapa 1: Mapeamento Regional ......................................................... 35

4.3.2. Etapa 2: Determinação de Recursos e Demandas Regionais ............. 45

4.3.3. Etapa 3: Participação dos Envolvidos-Interessados........................... 48

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4.3.4. Etapa 4: Determinação de Critérios e Elementos de Análise............. 49

4.3.5. Etapa 5: Avaliação dos Custos Completos - ACC............................. 50

4.3.6. Etapa 6: Alocação Temporal de Recursos para o Plano Preferencial 51

4.3.7. Etapa 7: Composição de Cenários...................................................... 53

4.3.8. Etapa 8: Análise Socioeconômica do Plano....................................... 53

4.3.9. Etapa 9: Análise das Iterações............................................................ 53

4.4. Considerações acerca do Modelo............................................................... 54

5. ESTUDO DE CASO......................................................................................... 55

5.1. Introdução .................................................................................................. 55

5.2. A Integração de Recursos........................................................................... 57

5.2.1. Detalhes da ferramenta utilizada........................................................ 57

5.2.2. Etapa 1: Mapeamento Regional ......................................................... 59

5.2.3. Etapa 2: Determinação de Recursos e Demandas Regionais ............. 65

5.2.4. Etapa 3: Participação dos Envolvidos-Interessados........................... 67

5.2.5. Etapa 4: Determinação de Critérios e Elementos de Análise............. 67

5.2.6. Etapa 5: Avaliação dos Custos Completos - ACC............................. 69

5.2.7. Etapa 6: Alocação Temporal de Recursos para o Plano Preferencial 71

5.2.8. Etapa 7: Composição de Cenários...................................................... 73

5.2.9. Etapa 8: Análise Socioeconômica do Plano....................................... 73

5.2.10. Etapa 9: Análise das Iterações............................................................ 73

6. RESULTADOS..................................................................................................... 79

7. CONCLUSÕES .................................................................................................... 80

7.1. Desenvolvimentos Futuros......................................................................... 81

ANEXO A – Método da Avaliação dos Custos Completos................................... 83

ANEXO B – Determinação de Critérios e Elementos de Análise ....................... 90

ANEXO C – Estrutura Física do Data Warehouse............................................... 94

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 95

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LISTA DE FIGURAS Figura 1.1: Diagrama do Processo de Integração (GIMENES, 2004) ........................ 6

Figura 1.2: Processos do KDD..................................................................................... 7

Figura 2.1: Dimensões e seus Níveis hierárquicos .................................................... 13

Figura 2.2: Modelo Estrela / Esquema Estrela........................................................... 15

Figura 2.3: A Dimensão Região Normalizada ........................................................... 15

Figura 3.1: Representação da Estrutura do Servidor OLAP ...................................... 22

Figura 4.1: Representação do Cubo MR_SOCIAL.................................................. 35

Figura 4.2: Modelo lógico do cubo MR_SOCIAL .................................................... 36

Figura 4.3: Representação do Cubo MR_ECON_ATV............................................. 37

Figura 4.4: Modelo lógico do cubo MR_ECON_ATV.............................................. 38

Figura 4.5: Representação do Cubo MR_ECON_DESPESA.................................... 38

Figura 4.6: Modelo lógico do cubo MR_ECON_ATV.............................................. 39

Figura 4.7: Representação do Cubo MR_INFRA_ESTRUTURA ............................ 39

Figura 4.8: Modelo Lógico do Cubo MR_INFRA_ESTRUTURA........................... 40

Figura 4.9: Representação do Cubo MR_AMBIENTAL .......................................... 41

Figura 4.10: Modelo Lógico do Cubo MR_AMBIENTAL....................................... 42

Figura 4.11: Representação do Cubo BEN_CFINAL................................................ 42

Figura 4.12: Modelo Lógico do Cubo BEN_CFINAL .............................................. 43

Figura 4.13: Representação do Cubo BEN_OFERTA............................................... 44

Figura 4.14: Modelo Lógico do Cubo BEN_OFERTA ............................................. 45

Figura 4.15: Representação do Cubo MR_DEMANDA ........................................... 46

Figura 4.16: Modelo Lógico do Cubo MR_DEMANDA .......................................... 47

Figura 4.17: Representação do Cubo MR_OFERTA ................................................ 47

Figura 4.18: Modelo Lógico do Cubo MR_OFERTA............................................... 48

Figura 4.19: Representação do Cubo PART_EN_IN ................................................ 49

Figura 4.21: Representação do Cubo ACC................................................................ 50

Figura 4.22: Modelo Lógico do Cubo ACC .............................................................. 51

Figura 4.23: Representação do Cubo ALOC_TEMPORAL...................................... 52

Figura 4.24: Modelo Lógico do Cubo ALOC_TEMPORAL .................................... 53

Figura 5.1: Estrutura física na RDSM (MAMIRAUA, 2004) ................................. 56

Figura 5.2: Menu de Navegação ................................................................................ 58

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Figura 5.3: Visualização dos Dados Sociais por ano - região.................................... 60

Figura 5.4: Gráfico comparativo entre as regiões ...................................................... 61

Figura 5.5: Visualização Gráfica das Despesas ......................................................... 63

Figura 5.6: Gráfico com os Dados Ambientais.......................................................... 64

Figura 5.7: Gráfico da Demanda Atual ...................................................................... 65

Figura 5.8: Custo do Combustível / Custo Atual da Energia..................................... 66

Figura 5.9: Evolução das Demandas Atual e Incremental ........................................ 68

Figura 5.10: Classificação dos Recursos – Momento Inicial..................................... 71

Figura 5.11a: Evolução da Energia Elétrica ao longo do Período ............................. 77

Figura 5.11b: Evolução da Energia Elétrica ao longo do Período ............................. 77

Figura 5.12a: Evolução da Capacidade Instalada ao longo do Período ..................... 78

Figura 5.12b: Evolução da Capacidade Instalada ao longo do Período..................... 78

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LISTA DE TABELAS Tabela 4.1: Apresentação dos Dados de um Cubo hipotético.................................... 27

Tabela 4.2: Elementos XML utilizados no Esquema................................................. 32

Tabela 5.1: Dados Sociais – Medidas ........................................................................ 59

Tabela 5.2: Comparativo percentual por região......................................................... 60

Tabela 5.3: Dados Econômicos – Despesas da População ....................................... 62

Tabela 5.4: Dados Ambientais ................................................................................... 64

Tabela 5.5: Caracterização da Demanda Atual .......................................................... 65

Tabela 5.6: Peso do Preço do Combustível no Valor Final da Energia ..................... 66

Tabela 5.7: Participação do Envolvidos-Interessados................................................ 67

Tabela 5.8: Caracterização das Demandas Atual e Incremental ................................ 68

Tabela 5.9: Elementos de Análise em Termos Percentuais ....................................... 69

Tabela 5.10: ACC – Avaliação para o Momento Inicial........................................... 69

Tabela 5.11: ACC – Classificação dos Recursos para o Momento Inicial ................ 70

Tabela 5.12: Alocação Temporal dos Recursos......................................................... 72

Tabela 5.13: Evolução dos Pesos - Dimensão Técnico-Econômica .......................... 75

Tabela 5.14: Evolução dos Pesos - Dimensão Ambiental.......................................... 76

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACC - Avaliação dos Custos Completos

DW - Data Warehouse (Depósito de Dados)

FMO - Funções Multiobjetivo

GEPEA - Grupo de Energia do Departamento de Energia e Automação

Elétricas da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

GLD - Gerenciamento pelo Lado da Demanda

GLP - Gás Liquefeito de Petróleo

GN - Gás Natural

GNL - Gás Natural Liquefeito

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDSM - Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá

KDD - Knowledge Discovery in Database

LEAP - Low Range Energy Alternatives Planning System

OLAP - On line Analytical Processing (Processamento Analítico On Line)

PIR - Planejamento Integrado de Recursos

RDSM - Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá

SQL - Structured Query Language

TED - Technological and Environment Database (LEAP)

TEP - Tonelada Equivalente de Petróleo

XML - Extensible Markup Language

XSLT - Extensible Stylesheet Language Transformation`

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1. INTRODUÇÃO

O aplicativo a ser implementado, uma das vertentes principais do trabalho,

fornecerá elementos para a aplicação das metodologias existentes, além de contribuir

para que novas sejam desenvolvidas.

A fundamentação do Planejamento Integrado de Recursos - PIR, embora

tratada de forma abrangente e superficial, é extremamente importante, pois a

implementação é baseada na Metodologia de Integração dos Recursos, elaborada por

(GIMENES, 2004). Recorrer-se-á a bibliografia existente para apresentar os

conceitos abordados , mas que porventura necessitem de maiores esclarecimentos.

Devido à complexidade do problema, será necessário a criação de um

procedimento para implementação, iniciando-se através de um modelo, no qual a

estrutura de dados deve ser consistente a ponto de proporcionar informações

precisas, não importando o tipo de consulta ou o tamanho do banco de dados

utilizado. O modelo será construído segundo os conceitos de modelagem

multidimensional, através da tecnologia OLAP - On-Line Analytical Processing

(Processamento Analítico On-Line), tendo um capítulo dedicado à mesma devido a

importância.

De um ponto de vista prático, OLAP sempre “envolve consultas interativas

aos dados”, seguindo um caminho de análise através de múltiplos passos, como, por

exemplo, aprofundar-se sucessivamente por níveis mais baixos de detalhe de um

quesito de informação específico. OLAP envolve capacidades analíticas, incluindo a

derivação de taxas, variâncias, etc., e envolvendo medidas ou dados numéricos

através de muitas dimensões, devendo suportar modelos para previsões, análises

estatísticas e de tendências.

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1.1. O Planejamento Integrado de Recursos Energéticos

Em poucos parágrafos, (UDAETA, 1997) consegue abstrair as principais

características do Planejamento Integrado de Recursos - PIR:

“O PIR, mais do que uma metodologia ou simples busca de solução, é um

processo que permite encontrar a realização continuada e monitorada do ótimo ao

longo do tempo no curto e longo prazo. Como conseqüência traz, no contexto do seu

desenvolvimento, a facilidade de se adaptar e complementar à realidade energética

local e global. Daí a dinâmica da sua implementação deverá necessariamente seguir

uma abordagem progressiva, não como algo inédito ou novo, mas a partir de uma

base de sustentação formada pela instrumentação e concatenação dos modelos,

métodos e sistemas hoje existentes.

As estratégias de produção, transmissão, distribuição e uso da energia tem

um papel preponderante na busca do desenvolvimento sustentado. As necessidades

de uma visão completa do problema e de métodos de avaliação que ponderem

completa e complementarmente os diversos aspectos técnicos, ambientais, sócio-

econômicos e sócio-políticos envolvidos requerem modificações na forma

tradicional de estudar e planejar tais estratégias. Pelo que as abordagens,

metodologias e técnicas de planejamento do Setor Elétrico devem incorporar

aspectos globais e particulares (convencionais e não), enfatizar alternativas não

tradicionais, e permitir participação dos Envolvidos-Interessados de uma forma ou

outra no processo. O PIR diferencia-se do planejamento tradicional na classe e na

abrangência dos recursos considerados, na participação real dos proprietários e

não proprietários dos recursos, dos organismos envolvidos no plano de recursos, e

nos critérios da seleção das alternativas.”

O estabelecimento da melhor alocação ótima dos recursos ao longo do tempo,

objetivo do PIR, implica em: procurar o uso racional dos serviços de energia,

considerar a conservação de energia como recurso energético, utilizar o enfoque

“usos finais” para determinar o potencial de conservação e os custos e benefícios

envolvidos na sua implementação, promover o planejamento com maior eficiência

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energética e adequação ambiental e realizar a análise das incertezas associadas com

os diferentes fatores externos e as opções de recursos.

Através desse processo, trata-se de atender os requerimentos de energia por

“serviços energéticos”, ou seja, força motriz, iluminação, cocção, condicionamento

ambiental, entre outros, mantendo-se o mesmo nível de conforto e bem estar e o

mesmo nível de atividades produtivas da sociedade, em seus segmentos domiciliar,

comercial e industrial, com redução no consumo de energia e nos custos.

O distanciamento do PIR diante do Planejamento Tradicional, alavancou o

desenvolvimento do modelo de Integração dos Recursos, o qual, segundo

(GIMENES, 2004), permite a efetiva inserção das dimensões sociais, político e

ambientais, além da técnico-econômica, no processo de planejamento, de forma

balanceada e com o mesmo grau de importância.

A Integração dos Recursos, uma etapa já prevista dentro do PIR, torna-se

então o objeto de estudo deste trabalho. Não a metodologia propriamente dita, e sim

a sistematização da mesma, segundo princípios tecnológicos bem fundamentados.

1.2. Modelo de Integração dos Recursos

Segundo (GIMENES,2004), o processo de Integração de Recursos pode ser

descrito por 9 (nove) etapas principais:

“Etapa 1: Mapeamento Regional, onde são levantados os dados (históricos

e atuais) sociais, econômicos, ambientais e de infra-estrutura da região de estudo.

Também são identificados e alistados aspectos dos usos múltiplos dos recursos

naturais.

O objetivo principal desta etapa é possibilitar a identificação de

potencialidades e limitações relativas ao planejamento energético de determinada

localidade.

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Etapa 2: Determinação de Recursos e Demandas Regionais, no qual são

levantados e sistematizados dados referentes a todo tipo de demanda regional que

possa influenciar o processo de planejamento energético e de desenvolvimento

regional. Para tanto, são utilizadas técnicas já consolidadas de previsão da

demanda.

É também na Etapa 2 que os recursos energéticos, tanto de oferta como de

demanda, serão caracterizados segundo seus aspectos técnicos e de impactos

sociais, ambientais e políticos.

Dessa forma, ter-se-á, ao final da Etapa 2 uma quantificação das demandas

usual e reprimida e também uma caracterização detalhada dos recursos energéticos

possíveis para a região.

Etapa 3: Participação dos Envolvidos-Interessados - En_In, que envolve a

aplicação de metodologias para levantamento e participação dos Envolvidos-

Interessados no processo de planejamento.

Como resultado desta etapa, ter-se-á a identificação de metas e objetivos dos

En_In, bem como parâmetros balizadores da ACC - Avaliação dos Custos

Completos.

Etapa 4: Determinação de Critérios e Elementos de Análise, que envolverá

a identificação das Funções Multiobjetivo - FMO mais importantes e seu tratamento

para inserção como elemento de análise do processo de planejamento. Além de

identificar as FMO iniciais, esta etapa envolve a identificação da evolução destas

FMO ao longo do tempo, através da repetição da Etapa 3, quando necessário.

Dessa maneira, como resultado da Etapa 4 ter-se-á a caracterização das

Funções Multiobjetivo em cada intervalo considerado e a determinação de

parâmetros para realização da ACC e balizamento da Integração de Recursos em si.

Etapa 5: Avaliação dos Custos Completos - ACC, que envolve a aplicação

da metodologia de ACC. Como resultado desta etapa, ter-se-á uma classificação dos

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recursos energéticos disponíveis na região segundo os critérios econômico, social e

ambiental, compostos de diversos elementos de análise, conforme o grau de

refinamento que se queira, mas sempre refletindo as prioridades dos Envolvidos-

Interessados do processo.

Etapa 6: Alocação Temporal de Recursos para o Plano Preferencial, que

envolve a busca, dentre os recursos classificados na ACC e segundo condicionantes

identificados na Etapa 4, do melhor mix de recursos em cada intervalo de

discretização do período de planejamento.

Como resultado desta etapa ter-se-á o Plano Preferencial do momento

considerado (i).

Etapa 7: Composição de Cenários, se compõe da realização de estudos de

cenários para o Plano Preferencial do momento (i) realizado na Etapa 6.

Como resultado da Etapa 7 ter-se-ão as condições energéticas e ambientais

para o momento i+1. Estes dados serão utilizados para atualizar uma nova iteração

do processo.

Etapa 8: Análise Socioeconômica do Plano, que se refere a análises

suplementares às realizadas na Etapa 7, de forma a abranger a consideração da

dinâmica socioeconômica do plano.

Etapa 9: Iterações, nesta etapa serão analisados os aspectos mais relevantes

a serem considerados no processo iterativo de composição do Plano Preferencial.

Nela também serão explicitadas as premissas adotadas para este processo.

O processo de Integração de Recursos estará completo ao se concluir as n

iterações segundo o número n com o qual se discretizou o período de planejamento

desejado.”

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A Figura 1.1 representa o Modelo de Integração através de um fluxograma,

especificando os processos de entrada e saída, além dos produtos resultantes de cada

Etapa.

Figura 1.1: Diagrama do Processo de Integração (GIMENES, 2004)

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1.3. Abordagem Tecnológica

Antes de serem apresentados detalhamentos da tecnologia utilizada, devem-se

caracterizar as possibilidades que a utilização da mesma irá proporcionar ao objeto

de estudo: a Integração de Recursos.

A estrutura tecnológica utilizada está situada dentro do processo conhecido

como KDD (Knowledge Discovery in Database), considerada por

(BRACHMAN,1996) como “uma tarefa cujo uso de conhecimento é intensivo,

consistindo de complexas interações, prolongadas no tempo , entre uma pessoa e

um banco de dados, possivelmente suportada por um conjunto heterogêneo de

ferramentas.”

No presente trabalho, será utilizado como técnica de manipulação de dados o

Processamento Analítico On-Line - OLAP, deixando-se a aplicação de técnicas de

Mineração de Dados como parte de Desenvolvimentos Futuros, principalmente

quando aspectos subjetivos forem analisados conjuntamente com suas respectivas

complexidades. A Figura 1.2 ilustra bem o posicionamento da tecnologia utilizada

diante do processo de aquisição de conhecimento.

Figura 1.2: Processos do KDD

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1.4. Roteiro do Trabalho

Este trabalho será constituído por 7 capítulos, contando com este de

introdução, os quais serão desenvolvidos seguindo-se os critérios:

Capítulo 2, tratando conceitualmente da tecnologia OLAP, inserindo-a no

contexto do planejamento de recursos no setor elétrico. Serão apresentados neste

capítulo todos os termos utilizados na etapa de implementação do modelo de

integração, para que o leitor fique habituado com as denominações de caráter

tecnológico, que servirão para fundamentar a aplicação proposta.

Capítulo 3, onde se tem início a concretização da metodologia, apresentando

todos os passos e procedimentos para o desenvolvimento de uma ferramenta OLAP e

reunindo todos os princípios básicos inerentes à mesma, desde os requisitos do

usuário até a determinação da estrutura que fará parte da análise.

Capítulo 4, destinado à implementação da Metodologia de Integração dos

Recursos, tomando-se como ponto de partida o trabalho desenvolvido por

(GIMENES, 2004), essencial para a sistematização.

Capítulo 5, especial e de suma importância para a consolidação das

informações geradas pela ferramenta, as quais deverão contar com a validação e

apreciação dos Envolvidos-Interessados – En-In na área. Será utilizado o Estudo de

Caso de Mamirauá , conforme exemplificado por (GIMENES,2004).

Capítulo 6, sumariza a obtenção dos resultados após a aplicação da tecnologia

no Modelo de integração de Recursos.

Capítulo 7, dedicado única e exclusivamente às considerações finais do

trabalho, comparando-se tudo o que foi proposto diante do que realmente foi obtido,

indicativo do nível de contribuição do presente trabalho.

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2. CONCEITUAÇÃO DE OLAP

As organizações, após investirem tempo e recursos financeiros no

desenvolvimento de sistemas de informação e seus respectivos bancos de dados,

buscam suporte para analisar os dados provenientes de tais sistemas, e obter

informações úteis para auxiliar nos processos de planejamento e tomada de decisão.

A partir desse momento, torna-se claro que o processamento das informações

é a peça fundamental para toda e qualquer atividade realizada. Isso inclui coleta de

dados, armazenamento, transporte, manipulação e recuperação, utilizando-se ou não

a ajuda de computadores.

A informação produzida através de processos de alto nível como o PIR, é

baseada em análise, visto que , em algum momento, como o cálculo de indicadores

de sustentabilidade e até mesmo a classificação dos recursos energéticos, deve

ocorrer uma análise de dados como parte do mesmo. A informação também é

orientada à decisão, pois apresenta-se de uma forma que a torna imediatamente útil

para a tomada de decisão.

Neste contexto passamos a introduzir alguns conceitos do que chamamos de

OLAP – On-Line Analytical Processing, na Integração dos Recursos Energéticos,

pelo fato de ambos terem como pilar de sustentação o processamento de informações

orientado a decisão e por meio de análise.

Segundo o “OLAP Council” (OLAP, 1997), OLAP é uma categoria de

software que possibilita, aos especialistas, gerentes e executivos, o acesso a

diferentes visões da informação, devendo essa interação ser rápida, consistente e

amigável.

Será visto mais adiante que existem requisitos essenciais que devem ser

observados e respeitados quando se propõe a utilização da tecnologia OLAP:

estrutura dimensional rica com referência hierárquica, especificação eficiente de

dimensões e cálculos, flexibilidade, separação de estrutura e representação,

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velocidade suficiente para oferecer suporte à analise ocasional e suporte para multi-

usuários (vários usuários podem ter acesso simultaneamente).

Em ambientes de suporte à tomada de decisão, o processamento analítico é,

geralmente, realizado em ferramentas OLAP, onde os dados são organizados em

cubos (ou hipercubos) formados por várias dimensões, sendo cada dimensão uma

perspectiva diferente de análise dos dados, possibilitando ao usuário ter uma visão

multidimensional dos dados. Cada dimensão compreende um conjunto de níveis de

agregação de dados (THOMSEN, 1997). Operações típicas de OLAP incluem a

agregação (roll-up) ou a desagregação (drill-down) de informações em uma

dimensão, a seleção de partes específicas de um cubo (slicing) e a reorientação de

visões multidimensionais dos dados na tela (pivoting) . A organização dos dados em

cubos colabora para que o acesso às informações seja rápido (pois os dados estão

agregados) e ao mesmo tempo favorece a visualização dos dados, sendo esta bastante

intuitiva (de acordo com as dimensões que definem o cubo).

O aspecto “informações consistentes”, no entanto, está muito mais

relacionado ao processo de extração e tratamento dos dados oriundos das fontes

operativas, do que com as características das ferramentas OLAP. Por essa razão,

geralmente, as aplicações OLAP são desenvolvidas em ambientes de Data

Warehousing (Depósito de Dados), onde o principal objetivo é disponibilizar dados

confiáveis e consistentes de maneira integrada.

2.1. Necessidade de um Data Warehouse

Nos últimos anos, o conceito de “Data Warehouse” - DW evoluiu

rapidamente de um considerável conjunto de idéias relacionadas para uma

arquitetura voltada para a extração de informação especializada e derivada a partir

dos dados operacionais da empresa. O estudo de uma arquitetura descrevendo o

ambiente de DW permite compreender melhor a estrutura geral de armazenamento,

integração, comunicação, processamento e apresentação dos dados que servirão para

subsidiar o processo de tomada de decisão nas empresas.

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Inmon é responsável pela definição clássica de data warehouse (INMON,

1992):

“Data warehouse é uma coleção de dados orientada por assunto, integrada,

variante no tempo e não volátil que tem por objetivo dar suporte aos processos de

tomada de decisão”.

2.2. Arquitetura do Data Warehouse

Para ser útil, o DW deve ser capaz de responder a consultas avançadas de

maneira rápida, sem deixar de mostrar detalhes relevantes à resposta. Portanto, deve

possuir uma arquitetura que lhe permita coletar, manipular e apresentar os dados de

forma eficiente e rápida. Todavia, construir um DW eficiente, que servirá de suporte

a decisões para a empresa, exige mais do que simplesmente descarregar ou copiar os

dados dos sistemas atuais para um banco de dados maior. Deve-se considerar que os

dados provenientes de vários sistemas podem conter redundâncias e diferenças, então

antes de passá-los para o DW é necessário aplicar filtros sobre eles.

O estudo de uma arquitetura permite compreender como o DW faz para

armazenar, integrar, comunicar, processar e apresentar os dados que os usuários

utilizarão em suas decisões. Um DW pode variar sua arquitetura conforme o tipo de

assunto abordado, pois as necessidades também variam de empresa para empresa. É

possível definir uma arquitetura genérica onde praticamente todas as camadas

necessárias são apresentadas, ou arquiteturas que utilizam somente algumas das

camadas definidas, como as arquiteturas em duas e três camadas.

2.3. Dimensionalidade e Processamento Analítico

2.3.1. A questão das Dimensões

Obter respostas a questões típicas de análise dos negócios de uma empresa

geralmente requer a visualização dos dados segundo diferentes perspectivas.

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Como exemplo, dentro do contexto do Balanço Energético, tem-se que uma

parcela de energia primária é consumida diretamente nos diversos setores da

economia, sendo este consumo designado por consumo final. Caso queira-se efetuar

uma análise do consumo final ao longo dos anos, é necessário inicialmente examinar

os dados sobre o Balanço Energético disponíveis. Uma avaliação deste tipo requer

uma visão histórica do consumo energético sob múltiplas perspectivas, como: a

evolução do consumo final por fonte energética ou por setor econômico e a

composição setorial do consumo final de eletricidade. Uma análise superficial do

volume de dados, utilizando uma ou mais destas perspectivas, permitiria responder

questões do tipo:

Qual a fonte energética de maior consumo final considerando-se o período

de 1973 à 2000, dentro do setor de transportes e residencial para a Região Sudeste

do Brasil ?

A capacidade de responder a este tipo de questão é o que permite aos gerentes

e altos executivos das empresas formular estratégias efetivas, identificar tendências e

melhorar sua habilidade de tomar decisões de negócio. O ambiente tradicional de

bancos de dados relacional certamente pode atender a este tipo de consulta. No

entanto, usuários finais que necessitam de consultas deste tipo via acesso interativo

aos bancos de dados, mostram-se seguidamente frustrados por tempos de resposta

ruins e pela falta de flexibilidade oferecida por ferramentas de consulta baseadas em

Linguagem de Consulta Estruturada (Structured Query Language - SQL). Daí a

necessidade de utilizar abordagens específicas para atender a estas consultas.

Para compreender melhor os conceitos envolvidos, o exemplo acima será

analisado em maior detalhe. Chama-se de dimensões as diferentes perspectivas

envolvidas; no caso, recurso, região, setor da economia e tempo. Estas dimensões

usualmente correspondem a campos não numéricos em um banco de dados.

Consideremos também um conjunto de medidas, tal como consumo final de energia.

Estas medidas correspondem geralmente a campos numéricos em um banco de

dados. Dentro deste contexto, podem ser avaliadas agregações das medidas segundo

as diversas dimensões. Por exemplo, calcula-se a média de consumo de todos os

recursos por todos os meses por região. A forma como estas agregações são

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armazenadas pode ser caracterizada em termos de dimensões e coordenadas, dando

origem ao termo multidimensional.

Ao contrário de aplicações convencionais como folha de pagamento ou

inventário, a classificação de instâncias em problemas multidimensionais é uma

questão de perspectiva, sendo dependente do objetivo da análise do usuário, ao invés

de considerar propriedades inerentes das entidades ou eventos envolvidos. Os tipos

de classificação usados fazem surgir as dimensões descritivas, segundo as quais

observações dos objetos ou eventos são vistos e mensurados.

Intuitivamente, cada eixo no espaço multidimensional é um campo/coluna de

uma tabela relacional e cada ponto um valor correspondente à interseção das colunas.

A Figura 2.1 mostra como os dados podem ser apresentados e visualizados

dentro de uma estrutura multidimensional.

Figura 2.1: Dimensões e seus Níveis hierárquicos

Teoricamente, quaisquer dados podem ser considerados multidimensionais.

Entretanto, o termo normalmente se refere a dados representando objetos ou eventos

que podem ser descritos, e portanto, classificados, por dois ou mais de seus atributos.

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2.3.2. Dimensões e Bancos de Dados Relacionais

Estruturas relacionais podem ser usadas para a representação e o

armazenamento de dados multidimensionais. Neste caso, as abordagens encontradas

incluem desde a adoção de formas específicas de modelagem (os chamados

esquemas estrela e floco de neve) até mecanismos sofisticados de indexação.

2.3.3. Esquemas do tipo ESTRELA e FLOCO DE NEVE

Em um esquema do tipo estrela ou "star" as instâncias são armazenadas em

uma tabela contendo o identificador de instância, valores das dimensões descritivas

para cada instância, e valores dos fatos, ou medidas, para aquela instância (tabela de

fatos). Além disso, pelo menos uma tabela é usada, para cada dimensão, para

armazenar dados sobre a dimensão (tabela de dimensão). No caso mais simples, a

tabela de dimensão tem uma linha para cada valor válido da dimensão. Esses valores

correspondem a valores encontrados na coluna referente àquela dimensão na tabela

de fatos.

Este esquema é chamado de estrela, por apresentar a tabela de fatos

"dominante" no centro do esquema e as tabelas de dimensões nas extremidades. A

tabela de fatos é ligada às demais tabelas por múltiplas junções, enquanto as tabelas

de dimensões se ligam apenas à tabela central por uma única junção. A Figura 2.2

mostra um exemplo de um modelo tipo estrela.

A tabela de fatos é onde as medidas numéricas do fato representado estão

armazenadas. Cada uma destas medidas é tomada segundo a interseção de todas as

dimensões. No caso do exemplo, uma consulta típica selecionaria fatos da tabela

consumo a partir de valores fornecidos relativos a cada dimensão.

A Figura 2.2 ilustra o Esquema Estrela, baseando-se no exemplo mencionado

anteriormente.

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Figura 2.2: Modelo Estrela / Esquema Estrela

Outro tipo de estrutura bastante comum é o esquema do tipo floco de neve ou

"snowflake", que consiste em uma extensão do esquema estrela onde cada uma das

"pontas" da estrela passa a ser o centro de outros estrelas. Isto porque cada tabela de

dimensão seria normalizada*, "quebrando-se" a tabela original ao longo de

hierarquias existentes em seus atributos. No caso do exemplo, a dimensão região

possui uma hierarquia definida onde País se divide em Estado e Estado se divide em

Município (Figura 2.3). Da mesma forma, a dimensão tempo inclui ano que contem

mês e mês que contem dia-do-mês. Cada um destes relacionamentos muitos-para-1

geraria uma nova tabela em um esquema floco de neve.

Figura 2.3: A Dimensão Região Normalizada

Kimball (KIMBALL, 1996) aconselha os projetistas "bem-intencionados" a

resistirem à tentação de transformar esquemas estrela em esquemas floco de neve,

devido ao impacto da complexidade deste tipo de estrutura sobre o usuário final,

enquanto que o ganho em termos de espaço de armazenamento seria pouco relevante.

----------------------------------- *A normalização de tabelas tem por objetivo principal resolver problemas de atualização de bases de dados, minimizando redundâncias.

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2.3.4. Desenvolvendo um Data Warehouse

A extração, limpeza, transformação e migração de dados dos sistemas

existentes na empresa para o DW constituem tarefas críticas para o seu

funcionamento efetivo e eficiente. Diversas técnicas e abordagens têm sido

propostas, algumas bastante genéricas e outras especialmente voltadas para a

manutenção de integridade dos dados num ambiente caracterizado pela derivação e

replicação de informações.

Os produtos oferecidos no mercado procuram automatizar processos que

teriam de ser feitos manualmente ou utilizando ambientes de programação de mais

baixo nível. De fato, não existe uma ferramenta única capaz de oferecer suporte aos

processos de extração, limpeza, transformação e migração dos dados: diferentes

ferramentas especializam-se em questões específicas.

O grande desafio por trás da alimentação de dados das fontes para o DW não

é técnico, mas gerencial. Muitos dos processos envolvidos - como mapeamento,

integração e avaliação de qualidade - ocorrem de fato durante a fase de análise e

projeto do DW. Especialistas afirmam que identificar fontes, definir regras de

transformação e detectar e resolver questões de qualidade e integração consomem

cerca de 80% do tempo de projeto. Infelizmente, não é fácil automatizar estas tarefas.

Embora algumas ferramentas possam ajudar a detectar problemas na

qualidade dos dados e gerar programas de extração, a maioria das informações

necessárias para desenvolver regras de mapeamento e transformação existem apenas

na cabeça dos analistas e usuários. Fatores que certamente influem na estimativa de

tempo para estas tarefas são o número de fontes e a qualidade dos metadados*

mantidos sobre estas fontes.

------------------------------------------ * Metadados são normalmente definidos como "dados sobre os dados". Talvez uma definição mais exata seja a de que metadado é uma abstração dos dados, ou ainda, dados de mais alto nível que descrevem dados de um nível inferior. Sem metadados, os dados não têm significado.

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As regras de negócio associadas a cada fonte - tais como validação de

domínios, regras de derivação e dependências entre elementos de dados, são outra

fonte de preocupações. Se estas regras tiverem de ser extraídas do código fonte das

aplicações, o tempo para mapeamento e integração pode dobrar. Os processos

associados com a migração de dados das fontes para o DW incluem extração de

dados, limpeza, transformação e carga.

Segundo (KIMBALL, 1996), desenvolver um DW é uma questão de casar as

necessidades dos seus usuários com a realidade dos dados disponíveis. Aponta um

conjunto de nove pontos fundamentais no projeto da estrutura de um data warehouse.

São os seguintes os chamados pontos de decisão, que constituem definições a serem

feitas e correspondem, de fato, a etapas do projeto:

• os processos, e por conseqüência,

• a identidade das tabelas de fatos;

• a granular idade de cada tabela de fatos;

• as dimensões de cada tabela de fatos; aos fatos, incluindo fatos pré-

calculados;

• os atributos das dimensões;

• como acompanhar mudanças graduais em dimensões;

• as agregações, dimensões heterogêneas, mini-dimensões e outras decisões

de projeto físico;

• duração histórica do banco de dados;

• a urgência com que se dá a extração e carga para o data warehouse.

2.3.4.1. Extração

As várias alternativas para extração permitem balancear desempenho,

restrições de tempo e de armazenamento. Por exemplo, se a fonte for um banco de

dados on-line, pode-se submeter uma consulta diretamente ao banco para criar os

arquivos de extração. O desempenho das aplicações ligadas às fontes pode cair

consideravelmente se transações on-line e as consultas para extração competirem

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entre si. Uma solução alternativa é criar uma cópia corrente dos dados das fontes a

partir da qual se fará então a extração. Como desvantagem desta solução, podemos

citar o espaço adicional de disco necessário para armazenar a cópia.

Outra alternativa é examinar o ciclo de processamento de algumas transações

off-line que atuem nas fontes. Os programas que criam os arquivos de extração para a

carga do DW podem ser incorporados a um ponto apropriado deste esquema de

processamento.

2.3.4.2. Transformação e Filtros

Os processos de transformação invocam as regras que convertem valores de

dados das fontes para valores do ambiente global e integrado do DW. Algumas

ferramentas permitem ao usuário controlar a maioria das atividades de exportação e

transformação através de parâmetros e "scripts"*, constituindo uma filtragem

avançada. Outras ferramentas atuam como "shells"** onde programas específicos de

extração e filtragem escritos, por exemplo, em linguagem de programação C, são

inseridos.

A maioria das ferramentas comerciais oferecem alguma maneira de filtrar

dados para garantia de qualidade, durante os processos de extração e transformação.

Entretanto, ferramentas específicas para limpeza de dados oferecem mecanismos

bem mais sofisticados.

------------------------------------

* Scripts: considerada uma linguagem de programação em tempo real

** Shells: linguagens de script embutidas

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2.4. Extraindo Informações de um DW

Mesmo sabendo que a informação sobre o perfil do cliente típico ou do

produto de sucesso de uma empresa encontra-se de alguma forma entre os muitos

gigabytes de dados de consumo e de recursos energéticos armazenados nos bancos

de dados, ainda pode existir um longo caminho a ser percorrido até que esta

informação esteja de fato disponível. A sua "extração" eficaz, de modo a poder

subsidiar decisões, depende da existência de ferramentas especializadas que

permitam a captura de dados relevantes mais rapidamente e a sua visualização

através de várias dimensões. O termo "extração" neste contexto não deve ser

confundido com a extração dos dados das fontes para posterior alimentação do DW.

As ferramentas não devem apenas permitir o acesso aos dados, mas também

permitir análises de dados significativas, de tal maneira a transformar dados brutos

em informação útil para os processos estratégicos da empresa. O sucesso de um DW

pode depender da disponibilidade da ferramenta certa para as necessidades de seus

usuários.

No presente trabalho, a ferramenta a ser desenvolvida atua diretamente na

fase de extração de informações de uma DW, não havendo a preocupação com a

limpeza e aplicação de filtros durante a etapa de migração dos dados, fato que irá

compor um dos itens dentro de Desenvolvimentos Futuros.

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3. FASES DO PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO

3.1. Requisitos do Usuário

Todos os projetos de aplicação devem ter alguma forma de documentação dos

requisitos do usuário. Os requisitos do usuário, ou simplesmente requisitos,

representam uma descrição daquilo que qualquer modelo precisa fazer, em termos de

capacidades lógicas ou físicas, a fim de solucionar os problemas identificados com

sucesso.

Os requisitos do usuário são ferramentas indispensáveis para a comunicação

entre os usuários, desenvolvedores e especialistas, não importa se essa comunicação

ocorre antes, durante ou depois do desenvolvimento.

3.2. Projeto da Solução

Com o conhecimento da situação atual, dos problemas relacionados, dos

requisitos do usuário e das restrições para uma solução, a primeiro passo é projetar o

cubo lógico e a estrutura de dimensão para o modelo. O benefício de se ver a

estrutura lógica é que ela revela mais sobre a representação, transformação e

visualização dos dados que qualquer estrutura física.

Os conteúdos de um banco de dados OLAP são tipicamente coletados de

outros repositórios, como os bancos de dados operacionais. Para uma melhor

definição do sistema, onde as informações precisam ser bem conhecidas, ele precisa

ser objetivo a coletar os dados corretos, na hora correta. Entretanto, há mais e mais

dados geralmente avaliados, e também informações que precisam ser desenvolvidas.

Conseqüentemente, cria-se maiores dificuldades para antecipar as necessidades dos

usuários de OLAP, conduzindo a uma situação que está progressivamente

dificultando o conhecimento avançado, quais dados são requisitados e quando usar

os dados desejados nas tarefas. Às vezes isto pode acontecer quando uma parte dos

dados são necessários ocasionalmente.

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Em virtude do enorme volume de dados, é muito difícil e caro preparar

avanços potenciais no campo de seleções OLAP. Isto mostra que coletando os dados

corretos na demanda poderia ser a melhor alternativa para algumas aplicações. Deste

modo, os dados seriam atualizados e coletados quando necessários.

Um problema que pode surgir num futuro bem próximo está relacionado com

o volume de dados e heterogeneidade na coleta de dados, ainda que suas informações

devam ser integradas em um banco de dados OLAP. O formato XML (Extensible

Markup Language) de arquivo aparece para ser a solução adequada deste problema.

Por exemplo, dados relativos ao Estudo de Caso que será apresentado no Capítulo 5

podem ser facilmente transformados em formato XML e uma sub-linguagem XML

pode ser traduzida a outras sub-linguagens usando o conceito de XSLT (Extensible

Stylesheet Language Transformation), uma linguagem que é usada para transformar

documentos XML em algum outro formato, como por exemplo HTML. Da mesma

forma, os dados OLAP podem ser facilmente transformados de uma forma adequada

para um servidor OLAP, capacitando a utilização de diferentes servidores para

análise de dados, desde que eles sejam capazes de ler os dados num formato XML.

Os cubos, dentro do modelo a ser criado, são representados em formato XML

(através do qual outras formas de coleta de dados podem também ser utilizadas). Isto

significa que um banco de dados OLAP pode ser “costurado” para satisfazer as

necessidades dos usuários. A construção de um novo cubo não é tão imediata quanto

as respostas das consultas OLAP. Entretanto, acredita-se que a construção de um

novo cubo capacita o sistema a responder muito mais rápido às atuais consultas dos

usuários.

Às vezes, os usuários são capazes de expressar diretamente a estrutura

desejada do banco de dados OLAP, mas não é geralmente uma situação a qual estão

preparados. Todavia, o sistema tem a facilidade de acordo com a forma que o

usuário pode propor a consulta em linguagem MDX (MultiDimensional Expressions)

contra o virtual e “universal” esquema de cubo OLAP, e o sistema irá analisar tais

consultas e encontrar a estrutura obrigatória do banco de dados OLAP e o que ele

precisa coletar. Desta forma, está apto a realizar a coleta de dados para construir o

banco de dados OLAP desejado.

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A linguagem multidimensional MDX torna-se ponto crucial para a

modelagem, pois a sua utilização permite a análise dos cubos multidimensionais de

uma forma abstrata e abrangente, fornecendo visões configuráveis dos dados em

diferentes ângulos e níveis de agregação

A Figura 3.1 apresenta a estrutura física do modelo a ser implementado, numa

visão macro, desde a requisição do usuário até o momento em que o mesmo

consegue obter a informação desejada através do Servidor OLAP.

Figura 3.1: Representação da Estrutura do Servidor OLAP

No presente trabalho, o uso do XML está confinado a descrever a estrutura

dos cubos, além do fornecimento do mecanismo para a transmissão da consulta e os

resultados para o usuário final.

De acordo com o modelo formal, um cubo OLAP é estruturalmente uma

relação convencional, onde a série de atributos dimensionais formam uma chave para

a relação. E ainda que o modelo formal seja baseado em um modelo relacional, uma

linguagem XML é usada para representar dados atuais.

A relação do cubo OLAP pode ser apresentada como um documento XML

em que cada conjunto de variáveis da relação corresponderia a uma ordem em um

documento XML. Entretanto, este tipo de documento poderia conter grandes

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redundâncias, visto que as informações em hierarquias dimensionais são repetidas

em todos os conjuntos. Portanto, parcialmente a relação OLAP é normalizada e

passa a ser utilizado o que chamamos de esquema estrela XML, formalizado para

representar o esquema cubo OLAP e para armazenar os dados do cubo.

Um esquema estrela XML contém uma tabela fato com valores mencionados,

os “IDs” (colunas de uma tabela que representam um registro único e exclusivo

dentro dimensão), as chaves dimensionais, e as muitas tabelas dimensionais contendo

dimensões hierárquicas. Este modelo não só assegura usos mais econômicos de

espaço para armazenamento, mas também nos capacita a trabalhar a dimensão da

informação separadamente. Por exemplo, em nossa aplicação de dados, a dimensão é

classificada de acordo com os fatos geográficos. Entretanto, o sistema capacita

alcançar a hierarquia das dimensões de alguma pesquisa externa de dados. Por

exemplo, seria possível classificá-los de acordo com o padrão de estatísticas que são

avaliadas em diferentes bancos de dados, demonstrando-se a estrutura genérica da

aplicação, a qual pode se amoldar de acordo com a padronização existente.

3.3. Agregações e análise mais complexa

Ao criar um modelo lógico, é necessário identificar todas as dimensões que

são utilizadas, principalmente para agregação. Com pouquíssimas exceções, a

maioria das dimensões, como recursos, tempo e região, é hierárquica e responsável

por gerar agregações simples.

Quando houver a certeza de que as funções de agregação básicas estão

funcionando, é hora de incluir quaisquer outras fórmulas que façam parte do modelo

básico. O modelo básico, neste sentido, significa quaisquer dados que :

• a maioria dos usuários queira examinar;

• sejam consultados com mais freqüência;

• sejam uma parte de sua primeira entrega;

• possam alimentar mais análise.

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3.4. Indicadores de Sustentabilidade

Os indicadores serão obtidos a partir da derivação dos dados básicos

existentes nos cubos, de forma trivial ou até mesmo complexa, de acordo com as

fórmulas e cálculos utilizados para obtê-los. Terão papel fundamental para a decisão

final do analista (Envolvidos-Interessados -En-In) diante da visualização analítica

proporcionada pela ferramenta OLAP.

Pode-se ter como exemplos de indicadores, a taxa de emissão de poluentes, o

índice de analfabetismo, a taxa de mortalidade, a renda per capita e uma infinidade

de características inerentes ao processo de Integração de Recursos e tidas como

essenciais pelos En-In.

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4. METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO

A partir do conhecimento do problema, que é a sistematização dos dados que

compõem as etapas da Integração dos Recursos, passa-se a partir deste momento à

construção do modelo que representará a estrutura da ferramenta de forma genérica e

completa.

Para realização do presente trabalho, foi utilizado o aplicativo Mondrian

(MONDRIAN), um servidor OLAP gratuito e de código aberto, sob licença

GNU/GPL, o qual pode ser utilizado e modificado livremente. Além disso foi

utilizado para estruturação do DW o Banco de Dados MySQL (MYSQL) e como

Servidor Web o software Tomcat (TOMCAT).

Inicialmente serão apresentadas as Dimensões que fazem parte do modelo

como um todo, e na seqüência os Cubos, delineados conjuntamente com suas

respectivas Medidas. Devido à complexidade tecnológica a qual o leitor está

submetido, a implementação será dirigida na condição de um tutorial, consolidado-se

o modelo a partir do Estudo de Caso do capítulo a seguir.

Alguns termos ainda precisam ser melhor elucidados antes que se principie de

maneira densa a apresentação da estrutura a ser implementada, ficando o leitor mais

familiarizado com os termos, e principalmente, com os conceitos do que são

fisicamente Esquemas e Cubos, e como estes são representados.

4.1. O que podemos chamar de Esquema ?

Um esquema define um banco de dados multidimensional. Contem um

modelo lógico, consistindo de cubos, hierarquias e membros, além de mapear este

modelo para o modelo físico.

O modelo lógico consiste das construções usadas para escrever consultas em

linguagem MDX: cubos, dimensões, hierarquias, níveis e membros.

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O modelo físico é a fonte dos dados, os quais são apresentados através do

modelo lógico. Tipicamente utiliza-se um esquema do tipo “Estrela”, que é um

conjunto de tabelas em um banco de dados relacional.

Os esquemas são representados em arquivos no formato XML. Podem ser

criados diretamente utilizando-se um editor de textos ou através de uma interface

gráfica, sendo que neste trabalho utiliza-se a ferramenta Eclipse (ECLIPSE).

4.2. Modelo Lógico

Os itens mais importantes dentro de um esquema são os cubos, medidas e

dimensões:

● Cubo é uma coleção de dimensões e medidas dentro de um determinado

assunto;

● Medida é uma quantidade na qual há interesse em se mensurar, como por

exemplo, consumo de energia por região;

● Dimensão é um atributo, ou um conjunto de atributos, pelos quais pode

se dividir as medidas em subcategorias. Por exemplo, seria possível dividir os

Recursos Energéticos em categorias, saber quais são fontes primárias ou secundárias.

Observe as definições em formato XML de um simples esquema:

<Schema>

<Cube name="BEN_CFINAL">

<Table name="ben_cfinal"/>

<DimensionUsage name="TEMPO" source="TEMPO" foreignKey="id_tempo"/>

<DimensionUsage name="REGIAO" source="REGIAO" foreignKey="id_regiao"/>

<DimensionUsage name="SETOR" source="SETOR" foreignKey="id_setor"/>

<Measure name="CONSUMO" column="consumo" aggregator="sum"/>

</Cube>

</Schema>

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Este esquema contem um único cubo, chamado “BEN_CFINAL" (Balanço

Energético – Consumo Final), o qual apresenta três dimensões, “TEMPO”,

“REGIÃO” e “SETOR”, e uma medida, “CONSUMO”

Como exemplo, poder-se-ia escrever a seguinte consulta em MDX neste

esquema:

SELECT

{[MEASURES].[CONSUMO] } on columns, {([REGIAO].[>>], [SETOR].[>>])} ON rows

FROM BEN_CFINAL

WHERE [TEMPO].[1998]

Esta consulta se refere ao cubo BEN_CFINAL , a cada uma das dimensões

[Measures], [TEMPO], [REGIÃO] e [SETOR], e vários membros dessas dimensões.

Um resultado típico é apresentado na Tabela 4.1 a seguir, apresentando-se

claramente dados hipotéticos:

[REGIAO] [SETOR]. [Measures].[CONSUMO] (tep)

[BRASIL].[>>] [RESIDENCIAL] 1200

[BRASIL].[AM] [RESIDENCIAL] 100

[BRASIL].[SP] [RESIDENCIAL] 600

[BRASIL].[RJ] [RESIDENCIAL] 500

Tabela 4.1: Apresentação dos Dados de um Cubo hipotético

4.2.1. Cubo

Um cubo (<Cube>) é um pouco mais do que uma coleção de medidas e

dimensões. A única coisa que as medidas e dimensões têm em comum é a tabela fato,

aqui denominada "ben_cfinal". Como podemos ver, a tabela fato possui as colunas a

partir das quais as medidas são calculadas, e contem referências às tabelas que

armazenam as dimensões.

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<Cube name="BEN_CFINAL"> <Table name="ben_cfinal"/> .... </Cube>

A tabela fato é definida usando-se o elemento <Table>. Se a tabela fato não

se encontra no esquema padrão, pode ser fornecido um esquema explícito através do

atributo “schema” , como por exemplo:

<Table schema="ben" name="ben_cfinal"/>

4.2.2. Medidas

O cubo “BEN_CFINAL” define a medida “CONSUMO” :

<Measure name="CONSUMO" column="consumo" aggregator="sum"/>

Cada medida (<Measure>) tem um nome, uma coluna em uma tabela fato, e

uma função de agregação (usualmente “sum”, oriundo de somatório). Um elemento

opcional “formatString” especifica como o valor é exibido para o usuário. Pode-se

por exemplo ser escolhida uma saída com formato decimal e com o número de casas

pré-determinados.

4.2.3. Dimensões

A dimensão REGIÃO consiste de uma hierarquia com os seguintes níveis:

PAÍS, ESTADO e MUNICÍPIO.

<Dimension name="REGIAO" foreignKey="id_regiao">

<Hierarchy hasAll="true" allMemberName=">>" primaryKey="id_regiao">

<Table name="regiao"/>

<Level name="PAIS" column="pais" uniqueMembers="true">

<Property name="REGIAO" column="regiao"/>

</Level>

<Level name="ESTADO" column="estado" uniqueMembers="true"/>

<Level name="MUNICIPIO" column="municipio" uniqueMembers="false"/>

</Hierarchy>

</Dimension>

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Dentro de todo e qualquer cubo no qual a dimensão REGIÃO for utilizada, a

mesma apresenta o nome do região que participa do conjunto de dados obtidos pela

consulta em MDX. Isto é expressado através da junção da tabela fato

“ben_cfinal.id_regiao" com a tabela de dimensão "regiao.id_regiao", evidenciado

pelos elementos chave das tabelas de dimensões com as tabelas fato (onde se

encontram as medidas).

A coluna "pais" pode conter valores variados, mas para efeito de análise será

considerado apenas [BRASIL], portanto a dimensão REGIAO possui os membros

[REGIAO].[BRASIL].

Uma dimensão pode conter mais de uma hierarquia, como pode ser visto a

seguir:

<Dimension name="Tempo" foreignKey="time_id">

<Hierarchy hasAll="false" primaryKey="tempo_id">

<Table name="tempo_por_dia"/>

<Level name="Ano" column="ano" type="Numeric" uniqueMembers="true"/>

<Level name="Quadrimestre" column="quarter" uniqueMembers="false"/>

<Level name="Mes" column="mes_do_ano" type="Numeric" uniqueMembers="false"/>

</Hierarchy>

Hierarchy name="Tempo por Semana" hasAll="false" primaryKey="tempo_id">

<Table name="tempo_por_semana"/>

<Level name="Ano" column="ano" type="Numeric" uniqueMembers="true"/>

<Level name="Semana" column="semana" uniqueMembers="false"/>

<Level name="Dia" column="dia_da_semana" type="String" uniqueMembers="false"/>

</Hierarchy>

</Dimension>

Observe que a primeira hierarquia não possui um nome. Devido à uma

padronização a hierarquia tem o mesmo nome de sua respectiva dimensão, portanto a

primeira hierarquia é denominada “Tempo”.

Estas hierarquias não têm muito em comum, e podem às vezes pertencer à

tabelas diferentes, exceto aquelas que são unidas pela mesma coluna na tabela fato,

"id_tempo". O principal motivo em se colocar duas hierarquias na mesma dimensão

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é porque faz mais sentido ao usuário final: usuários finais sabem que não há sentido

algum em termos em um dos eixos a hierarquia “Tempo” e no outro a hierarquia

"Tempo Semanal". Se duas hierarquias estão na mesma dimensão, a linguagem

MDX conduz a um senso comum, e não permite que ambos sejam utilizados na

mesma consulta.

A seguir são apresentadas algumas novas, também de considerável

importância para entendimento do modelo:

Membro: é um ponto no interior de uma determinada dimensão por um

conjunto particular de valores de atributos. A hierarquia sexo tem dois membros 'M'

e 'F'. 'Hidrelétrica', 'Termelétrica' e 'Biomassa' são membros da hierarquia da

Dimensão de Recursos Energéticos.

Hierarquia: é um conjunto de atributos próximos (ou níveis) que

coletivamente constituem uma dimensão. Por exemplo, podemos ter uma hierarquia

loja consistindo de nome da loja, Cidade, Estado e País. A hierarquia permite que

hajam subtotais intermediários: o subtotal para um Estado é a soma dos subtotais de

todas as Cidades naquele Estado, cada uma das quais possuindo o subtotal por lojas

pertencentes às respectivas Cidades.

Por razões de uniformidade, as medidas são tratadas como membros de uma

dimensão especial, chamada Measures.

A maioria das dimensões têm apenas uma hierarquia, porém ocasionalmente

uma dimensão pode possui mais do que uma. Por exemplo, é possível agregar os

dias, a partir da dimensão Tempo, em meses, quadrimestres e anos; ou em semanas e

anos. Ambas as hierarquias começam com dias e terminam em anos, mas agregadas

usando-se diferentes caminhos.

A maior parte das hierarquias têm um membro denominado “todos os

membros”, que é considerado o “pai” de todos os demais membros da hierarquia, e

portanto representa o grande total. É comumente definido como “Todos os

Membros”, como por exemplo “Todas as Regiões”.

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4.2.4. Dimensões Compartilhadas

Pelo motivo de que as dimensões compartilhadas não pertencem ao cubo,

torna-se necessário dar ao mesmo um tabela explícita (ou outra fonte de dados). O

exemplo a seguir demonstra uma junção da dimensão “REGIAO” ao cubo

“BEN_CFINAL” usando como chave estrangeira (foreign key) a coluna

ben_cfinal.id_regiao:

<Cube name="BEN_CFINAL">

<Table name="ben_cfinal"/>

<DimensionUsage name="TEMPO" source="TEMPO" foreignKey="id_tempo"/>

.........

</Cube>

4.2.5. Elementos XML utilizados no Esquema

A Tabela 4.2 sumariza todos os termos usados dentro de um Esquema que

representa os hipercubos do modelo, localizados fisicamente em arquivos no formato

XML .

Elemento Descrição

<Schema> Coleção de Cubos, Cubos Virtuais, Dimensões

Compartilhadas e Regras.

Elementos Lógicos

<Cube> Coleção de dimensões e medidas, todos centrados

na tabela fato

<VirtualCube> Um cubo definido pela combinação das dimensões

e medidas de um ou mais cubos

<Dimension> Definição e descrição das características da

dimensão

<DimensionUsage> Utilização de uma dimensão compartilhada por

um cubo.

<Hierarchy> Representa os níveis hierárquicos da Dimensão

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Elemento Descrição

<Level> Representa cada nível hierárquico de uma

Dimensão

<Property>

Um nível hierárquico pode ser agrupado segundo

algumas propriedades, para a facilidade e

flexibilidade das agregações

Elementos Físicos

<Table> Fato – ou tabela dimensão.

<View>

Define uma tabela usando uma consulta SQL, a

qual pode ter diferentes variantes para diferentes

formatos de banco de dados

Tabela 4.2: Elementos XML utilizados no Esquema Após o detalhamento de todos os conceitos e recursos utilizados, dá-se início

à implementação do modelo propriamente dito.

4.3. Descrição dos Elementos

Foi visto que um Cubo é composto por Dimensões (tabelas dimensão) e

Medidas (tabelas fato). Devido à constatação de que as dimensões são

compartilhadas por diversos cubos, torna-se mais produtivo uma breve descrição de

cada uma delas, facilitando o entendimento do modelo.

Dimensão Atividade Econômica: caracterização das atividades econômicas

existentes, como por exemplo a produção extrativa de madeira, a pesca e agricultura.

Apresenta na modelagem apenas um nível hierárquico, a própria descrição da

atividade, mas poderia contemplar o nível hierárquico superior de Setores, agrupando

as atividades em: agropecuária, extrativismo vegetal, serviços, comércio, etc. .

Dimensão Atividade Econômica-Despesa: responsável pela descrição de

todos os itens considerados como despesas pela população, desde alimentação e

vestuário até gastos com o consumo de energia elétrica.

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Dimensão Demanda: os recursos de demanda estão estruturados

hierarquicamente em três níveis: classe ( pesca, domicílio eletrificado, escola, etc..),

pela demanda propriamente dita (iluminação, refrigeração, bombeamento, etc..) e o

nível mais baixo caracterizando o uso final (ventilador, forno a lenha, TV, som,

etc..).

Dimensão Infra-Estrutura: armazena informações relacionadas com a infra-

estrutura da localidade, organizada hierarquicamente por setores, seguida de suas

respectivas unidades de medida.

Dimensão Elemento: os elementos de análise, utilizados essencialmente na

Análise dos Custos Completos – ACC , possuem uma hierarquia simples, contando

apenas com a descrição dos mesmos.

Dimensão En-In: esta dimensão apenas contempla a descrição dos possíveis

Envolvidos-Interessados responsáveis por algumas das etapas do processo de

integração.

Dimensão Fator: todos os fatores, ou mesmo dimensões de análise utilizadas

dentro da ACC, são aqui definidas e caracterizadas por um único e simples nível

hierárquico, a própria descrição do fator, como por exemplo os fatores Ambiental e

Político.

Dimensão Poluente: os poluentes merecem destaque dentro do modelo,

sendo requisitados diante da necessidade de análise das emissões ocasionadas pela

utilização de recurso energéticos, sendo que as emissões podem ser aéreas, terrestres

ou aquáticas, influenciando na estrutura hierárquica apresentada.

Dimensão Recurso: a caracterização dos recursos energéticos mostra-se de

vital importância para a realização de algumas etapas do modelo. Segundo sua

estrutura, apresenta dois níveis na hierarquia, a categoria e a própria identificação do

recurso.

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Dimensão Região: responsável pela caracterização da posição geográfica do

local no qual a Integração será efetuada. Possui os seguintes níveis hierárquicos:

País, Estado, Município.

Dimensão Setor: os setores da economia são muito importantes para a

análise do balanço energético, apresentado dois níveis de agregação: o tipo

(energético e não energético), o setor e por fim o seu respectivo subsetor , caso

exista.

Dimensão Tecnologia: representa todas as tecnologias de oferta, tendo uma

utilização muito importante na caracterização da ACC. Possui um único nível

hierárquico, o da própria descrição da tecnologia.

Dimensão Tempo: como o próprio nome diz, efetua uma discretização

temporal da análise, propiciando a criação de uma base temporal. Neste trabalho, a

dimensão temporal possui apenas o nível de hierárquico de Ano, o qual pode ser

estendido facilmente para meses e dias, dependendo do nível de detalhamento

desejado.

As dimensões utilizadas no modelo, agora caracterizadas convenientemente,

fornecem subsídios para que a representação das Etapas sejam concretizadas. Cada

uma delas será caracterizada por um ou mais cubos, estes sendo apresentados através

da utilização de uma outra ferramenta denominada Eclipse (ECLIPSE),

proporcionando a apresentação dos cubos de uma maneira gráfica (visualização em

forma de gráficos e tabelas) e não textual (o próprio arquivo XML).

A descrição das Medidas, termos essenciais para o instrumento de análise,

passam a ser descritas, tornando claro aquilo que está sendo mensurado.

O Modelo Lógico (indicativo de como os dados se inter-relacionam e são

armazenados no banco de dados) de cada Cubo, é também apresentado

graficamente, finalizando o processo de implementação proposto para o Modelo de

Integração de Recursos.

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Destina-se o restante do capítulo à representação de cada Etapa do processo

de Integração, seguindo-se a estrutura proposta.

4.3.1. Etapa 1: Mapeamento Regional

A-) Dados Sociais

Cubo MR_SOCIAL: segundo (GIMENES, 2004), “os dados sociais têm um papel

fundamental na análise de um planejamento integrado de recursos, pois caracterizam

a região quanto à suas necessidades, carências, potencialidades, dificuldades, etc. ”.

A Figura 4.1.representa como o os dados sociais serão caracterizados na visão

multidimensional.

Figura 4.1: Representação do Cubo MR_SOCIAL

Dimensões Utilizadas: REGIÃO, TEMPO, INFRA-ESTRUTURA

Descrição das Medidas: as informações são oriundas de pesquisas e levantamentos

correntes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e dados de outras

instituições, como Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas, Ministério da Educação

e do Desporto - INEP/MEC; Departamento de Informática do Sistema Único de

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Saúde, Ministério da Saúde - DATASUS/MS; Tribunal Superior Eleitoral - TSE;

Banco Central do Brasil - BACEN/MF, Secretaria do Tesouro Nacional, Ministério

da Fazenda - STN/MF e Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN/MJ.

• POPULACAO: Pessoas Residentes - Total

• INSTRUCAO: Pessoas Residentes - 10 anos ou mais de idade - Sem

instrução ou menos de 1 ano de estudo

• OBITO H: Óbitos hospitalares - Homens

• OBITO M: Óbitos hospitalares - Mulheres

• MATR EF: Matrículas - Ensino Fundamental

• MATR EM: Matrículas - Ensino Médio

• DOCENTE EF: Docentes - Ensino Fundamental

• DOCENTE EM: Docentes - Ensino Médio

• NASC.: Nascimentos registrados no ano

• CASAMENTO: Casamentos registrados no ano

• SEPARACAO: Separações judiciais registradas no ano

Modelo Lógico: apresentado na Figura 4.2.

Figura 4.2: Modelo lógico do cubo MR_SOCIAL

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B-) Dados da Atividade Econômica

Cubo MR_ECON_ATV: o levantamento de dados e índices econômicos facilita a

identificação de potenciais de desenvolvimento regional, demandas reprimidas de

energia e infra-estrutura. O cubo é apresentado visualmente através da Figura 4.3.

Figura 4.3: Representação do Cubo MR_ECON_ATV

Dimensões Utilizadas: REGIÃO, TEMPO, ATIVIDADE ECONOMICA

Descrição das Medidas: a estrutura dos dados foi obtida a partir de inquéritos

questionários e de monitoramento socioeconômico domiciliar – IDSM.

• PROD ANUAL MEDIA: produção anual média por domicílio (kg)

• PRECO MEDIO: preço médio unitário (US$)

• VOL TOTAL: volume total anual da produção dos moradores (kg)

• VOL TOTAL GERAL: volume total da produção de moradores e usuários

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Modelo Lógico: apresentado na Figura 4.4.

Figura 4.4: Modelo lógico do cubo MR_ECON_ATV

Cubo MR_ECON_DESPESA: numa iniciativa de mostrar quais são os itens são

mais consumidos pela população, foi originado o cubo em questão, representado na

Figura 4.5.

Figura 4.5: Representação do Cubo MR_ECON_DESPESA

Dimensões Utilizadas: ECON_DESPESA,REGIÃO, TEMPO

Descrição das Medidas: remete-se à (MAMIRAUA, 2004) para a obtenção das

medidas consideradas.

• CONSUMO %: dado percentual relacionando aos bens de consumo da

população.

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Modelo Lógico: apresentado na Figura 4.6.

Figura 4.6: Modelo lógico do cubo MR_ECON_ATV

C-) Dados da Infra-Estrutura

Cubo MR_INFRA_ESTRUTURA: os dados de infra-estrutura são importantes

para balizar o desenvolvimento energético. Na Figura 4.7 tem-se a representação do

cubo.

Figura 4.7: Representação do Cubo MR_INFRA_ESTRUTURA

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Dimensões Utilizadas: REGIÃO, TEMPO, INFRA-ESTRUTURA

Descrição das Medidas: remete-se à (IBGE, 2004).para descrição e obtenção da

estrutura dos dados.

• AREA URB.: Pessoas Residentes - Área Urbana

• ESGOTO: Domicílios particulares permanentes com banheiro ligado à rede

geral

• ABST. AGUA: Domicílios particulares permanentes com abastecimento

ligado à rede geral

• LIXO: Domicílios particulares permanentes com lixo coletado

• ELEITOR: Eleição Municipal - Número de eleitores

• EST. SAUDE / EST. SAUDE SUS: Estabelecimentos de saúde – Total /

Estabelecimentos de saúde - Prestadores de serviços ao SUS

• LEITO / LEITO SUS: Leitos hospitalares / Leitos hospitalares disponíveis ao

SUS

• ITR: Valor do Imposto Territorial Rural

• AREA: Área da unidade territorial

Modelo Lógico: apresentado na Figura 4.8.

Figura 4.8: Modelo Lógico do Cubo MR_INFRA_ESTRUTURA

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D-) Dados do Meio-Ambiente

Cubo MR_AMBIENTAL: os dados sobre o meio-ambiente referem-se,

inicialmente, à caracterização da região estudada quanto às concentrações de

poluentes em cada um de seus meio: aéreo, terrestre e aquático. Observe a estrutura

do cubo apresentado na Figura 4.9.

Figura 4.9: Representação do Cubo MR_AMBIENTAL

Dimensões Utilizadas: POLUENTE, REGIÃO, TECNOLOGIA e TEMPO

Descrição das Medidas: como no Caso de Estudo somente será caracterizado o tipo

de poluente aéreo, será mensurada apenas o nível de emissão dos poluentes aéreos.

• EMISSAO: refere-se ao nível de concentração dos poluentes na região

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Modelo Lógico: apresentado na Figura 4.10.

Figura 4.10: Modelo Lógico do Cubo MR_AMBIENTAL

E-) Dados de Recursos Naturais: Balanço Energético

Cubo BEN_CFINAL: na Figura 4.11 temos representada através do cubo, a energia

que movimenta a indústria, o transporte, o comércio e demais setores econômicos do

País, a qual recebe a denominação de Consumo Final no Balanço Energético

Nacional.

Figura 4.11: Representação do Cubo BEN_CFINAL

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Esta energia para chegar ao local de consumo é transportada por gasodutos,

linhas de transmissão, rodovias, ferrovias, etc, processos que demandam perdas de

energia.

Dimensões Utilizadas: REGIÃO, SETOR e TEMPO,

Descrição das Medidas: seguindo-se a estrutura proposta por (BEN, 2003), será

caracterizada a seguinte medida:

• CONSUMO: contabilização de energia em tep* – tonelada equivalente de

petróleo

Modelo Lógico: apresentado na Figura 4.12.

Figura 4.12: Modelo Lógico do Cubo BEN_CFINAL

Cubo BEN_OFERTA: contabilização, por fonte de energia primária e secundária,

da produção, importação, exportação, variação de estoques, perdas, ajustes e

consumo total desagregado por setores da economia. Está representado pela

Figura 4.13. ----------------------------------- * Quando se quer a contabilização de energia em tep – tonelada equivalente de petróleo, calculam-se os fatores de conversão pela relação entre o poder calorífico de cada fonte e o poder calorífico do petróleo adotado como referência. Os quantitativos em unidades comerciais são convertidos a tep quando multiplicados por estes fatores.

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Figura 4.13: Representação do Cubo BEN_OFERTA

Dimensões Utilizadas: RECURSO, REGIÃO e TEMPO

Descrição das Medidas: utilizando-se da estrutura de dados do Balanço Energético

Nacional (BEN, 2003), tem-se as seguintes medidas:

• PRODUCAO: energia primária que se obtém de recursos minerais, vegetais e

animais (biogás), hídricos, reservatórios geotérmicos, sol, vento, marés. Tem

sinal positivo.

• IMPORTACAO: quantidade de energia primária e secundária proveniente do

exterior, que entra no País e constitui parte da oferta no balanço. Tem sinal

positivo.

• VAR_ESTOQUE: diferença entre o estoque inicial e final de cada ano. Um

aumento de estoques num determinado ano significa uma redução na oferta

total no balanço. Tem sinal negativo as entradas e positivo as saídas.

• EXPORTACAO: quantidade de energia primária ou secundária que se envia

do País ao exterior. É identificada com sinal negativo.

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• N_APROVEITADA: quantidade de energia que, por condições técnicas ou

econômicas, atualmente não está sendo utilizada. É caracterizada com sinal

negativo.

• REINJECAO: quantidade de gás natural que é reinjetado nos poços de

petróleo para melhor recuperação deste hidrocarboneto. Tem sinal negativo.

Modelo Lógico: apresentado na Figura 4.14.

Figura 4.14: Modelo Lógico do Cubo BEN_OFERTA

4.3.2. Etapa 2: Determinação de Recursos e Demandas Regionais

A-) Caracterização das Demandas

Cubo MR_DEMANDA: neste cubo, procura-se quantificar potenciais e sua

disponibilidade, bem como seu acesso pólos Envolvidos-Interessados – En-In,

segundo (GIMENES, 2004). O cubo está devidamente representado pela Figura 4.15.

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Figura 4.15: Representação do Cubo MR_DEMANDA

Dimensões Utilizadas: REGIÃO, TEMPO, DEMANDA

Descrição das Medidas: remete-se ao trabalho de (GIMENES, 2004) para a

caracterização das medidas apresentadas:

• DEMANDA ATUAL: caracterização da necessidade atual de suprimento de

energia elétrica

• DEMANDA INCR: caracterização da necessidade de suprimento da demanda

incremental de energia elétrica na região

• COBERTURA: percentual no qual o recurso/tecnologia abrange dentro da

região

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Modelo Lógico: apresentado na Figura 4.16.

Figura 4.16: Modelo Lógico do Cubo MR_DEMANDA

B-) Caracterização dos Recursos de Oferta

Cubo MR_OFERTA: apresentado na Figura 4.17, este cubo tem a função de

estruturar a caracterização técnica dos recursos de oferta

Figura 4.17: Representação do Cubo MR_OFERTA

Dimensões Utilizadas: REGIÃO, TECNOLOGIA, TEMPO e OFERTA

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Descrição das Medidas: os valores a serem mensurados referem-se aos custos das

tecnologias adotadas dentro do planejamento.

• EFICIENCIA: eficiência energética do recurso/tecnologia (%)

• TURNKEY: custo relacionado à implantação da tecnologia (US$/kW)

• CUSTO ATUAL: custo atual da energia elétrica produzida (c/kWh)

• CUSTO COMB: participação de cada combustível no custo da energia final

consumida (c/kWh)

Modelo Lógico: apresentado na Figura 4.18.

Figura 4.18: Modelo Lógico do Cubo MR_OFERTA

4.3.3. Etapa 3: Participação dos Envolvidos-Interessados

Esta etapa será modelada de forma abrangente, apenas com o intuito de

estruturar e listar os possíveis entes que podem influenciar ou serem influenciados

pelo processo de planejamento.

Cubo PART_EN_IN: caracteriza a participação dos Envolvidos-Interessados no

contexto do PIR. É representado pela Figura 4.19 .

Dimensões Utilizadas: REGIÃO, TEMPO, EN_IN

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Figura 4.19: Representação do Cubo PART_EN_IN

Descrição das Medidas: apenas é apresentada uma medida - QUANTIDADE com o

intuito de se contabilizar o número de En_In participantes do processo de

planejamento.

Modelo Lógico: devido ao fato deste cubo não fazer parte da análise, o modelo

lógico pode ser desconsiderado

4.3.4. Etapa 4: Determinação de Critérios e Elementos de Análise

Os elementos de análise serão referenciados como Indicadores de

Sustentabilidade, fundamentais ao suporte para a tomada de decisão do

“especialista”. Utilizando-se das propriedades intrínsecas ao OLAP, estes valores

serão obtidos através de fórmulas, complexas ou não, envolvendo dimensões e

medidas provenientes essencialmente do Mapeamento Regional.

Esta é uma etapa que será evidenciada no Estudo de Caso, visto que alguns

componentes já foram mencionados anteriormente, sendo que os restantes têm uma

aderência maior quando relacionados juntamente com a etapa de Avaliação dos

Custos Completos, não havendo a necessidade de serem duplamente detalhados.

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4.3.5. Etapa 5: Avaliação dos Custos Completos - ACC

Aproveitando-se da facilidade que uma ferramenta OLAP tem em efetuar

cálculos complexos com dados multidimensionais, esta etapa apresenta-se bem

estruturada, chegando-se ao nível de discretizar a análise utilizando-se a variável

temporal, com a distribuição dos recursos ao longo do tempo, podendo ser analisado

a evolução temporal pesos dos elementos de analise, a classificação dos recursos.

No Anexo A encontra-se a conceituação da ACC, com detalhes de como foi

obtido o cálculo das medidas derivadas necessárias dentro da etapa.

Cubo ACC: apresentado na Figura 4.21.

Figura 4.21: Representação do Cubo ACC

Dimensões Utilizadas: REGIÃO, TEMPO, ELEMENTO, FATOR e

TECNOLOGIA

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Descrição das Medidas: dentro desta etapa, as medidas fundamental a classificação

dos recursos a cada iteração do processo de planejamento, segundo a discretização

temporal adotada.

• PESO_SUM / PESO_CNT: contabilizam os valores dos pesos atribuídos à

cada Elemento de análise, assumindo valores diferentes de acordo com a

Dimensão- Fator e Tecnologia empregada.

• ALT_SUM / ALT_CNT: representam os valores percentuais das alternativas

atribuídas aos Elementos de análise

• K: constante da Dimensão - Fator

Modelo Lógico: apresentado na Figura 4.22.

Figura 4.22: Modelo Lógico do Cubo ACC

4.3.6. Etapa 6: Alocação Temporal de Recursos para o Plano Preferencial

De acordo com a classificação dos recursos obtida na etapa 5, passe-se à

análise da alocação dos recursos ao longo do tempo.

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Cubo ALOC_TEMPORAL: o cubo permitirá a caracterização do Plano

Preferencial de Recursos do PIR ao longo do tempo. Está representado através da

Figura 4.23.

Figura 4.23: Representação do Cubo ALOC_TEMPORAL

Dimensões Utilizadas: REGIÃO, TEMPO e TECNOLOGIA

Descrição das Medidas: os valores a serem mensurados referem-se aos custos das

tecnologias adotadas dentro do planejamento. Observa-se uma aderência e

interdependência muito grande deste cubo com o cubo MR_OFERTA, o que deveria

ocorrer pelo fato de utilizarem as mesmas Dimensões e praticamente as mesmas

Medidas:

• kWh: energia elétrica disponibilizada

• kW: representa a capacidade instalada ao longo do período

• IMPLANTACAO: custo relacionado à implantação da tecnologia

(USD/ano)

• CUSTO COMB: participação de cada combustível no custo da energia

final consumida (USD/ano)

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Modelo Lógico: apresentado na Figura 4.24.

Figura 4.24: Modelo Lógico do Cubo ALOC_TEMPORAL

4.3.7. Etapa 7: Composição de Cenários

Esta etapa depende de outras ferramentas, como o LEAP (LEAP) e

POLESTAR (POLESTAR), para que os mesmos forneçam subsídios para o

estabelecimento do que chamamos de Plano Preferencial, também discretizado no

tempo. Portanto esta Etapa será desconsiderada dentro do processo de

implementação, ficando como parte integrante de Desenvolvimentos Futuros.

4.3.8. Etapa 8: Análise Socioeconômica do Plano

Por se tratar de uma etapa subjetiva do processo, não há uma forma concreta

de modelagem, apenas o fornecimento de elementos que proporcionam a análise

socioeconômica para os En-In.

4.3.9. Etapa 9: Análise das Iterações

Como o modelo foi projetado para possibilitar uma análise da projeção

efetiva do processo de Integração, é uma etapa que torna-se conseqüência das

demais, principalmente por ser discretizada ao longo da dimensão temporal.

No Estudo de Caso ter-se-á uma visão muito esclarecedora e prática de como

a etapa ficou bem estruturada.

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4.4. Considerações acerca do Modelo

Apresentando-se as Etapas de Integração dos Recursos, percebe-se que

algumas delas têm uma aderência muito ampla dentro da modelagem proposta, e

quanto menos independente de fatores ou condições subjetivas, a aproximação torna-

se mais nítida.

Conforme mencionado inicialmente, não é escopo do presente trabalho a

identificação do Plano Preferencial, muito menos na realização da Integração dos

Recursos ou até mesmo o PIR em sua plenitude, e sim apresentar subsídios para que

isso seja factível .

No ANEXO C é mostrada a Estrutura Física do Banco de Dados por

completo, caso o leitor deseje ter uma visualização de todos as Etapas sistematizadas.

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5. ESTUDO DE CASO

5.1. Introdução

Para que haja a visualização analítica da informação relacionada com o

processo de integração, de uma maneira que reflita a realidade, será necessário dispor

de uma “massa de dados”, escolhendo-se inicialmente para tal a Reserva de

Desenvolvimento Sustentável Mamirauá - RDSM, localizada no Estado do

Amazonas, um Estudo de Caso apresentado por (GIMENES, 2004).

As informações apresentadas a seguir, caracterizando a região da reserva

sustentável, foram obtidas a partir de (MAMIRAUA, 2004).

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – RDSM está situada

na confluência dos rios Solimões e Japurá. Sua porção mais a leste fica nas

proximidades da cidade de Tefé, no Estado do Amazonas. Esta é a maior reserva

existente dedicada exclusivamente a proteger a várzea amazônica. Como é

considerada uma área alagada de importância internacional, ela é inscrita como um

sítio da Convenção Ramsar, das Nações Unidas, que protege áreas deste tipo em todo

o mundo. Observe a partir da Figura 5.1 a distribuição da estrutura física na reserva.

O alagamento sazonal do Rio Solimões causa uma elevação do nível d'água

de 10 a 12 metros da estação seca para a cheia, todos os anos. Esta incrível dinâmica

da água é causada pelas chuvas nas cabeceiras dos rios da região, associadas ao

degelo anual do verão andino. Quando a alagação do ano é excepcionalmente alta,

virtualmente toda a reserva, ou mais de um milhão de hectares, fica submersa.

A enchente traz consigo uma gigantesca quantidade de sedimentos dos sopés

dos Andes, um enorme concentração de nutrientes associadas às argilas em

suspensão. Este é o principal causador da enorme produtividade das várzeas

amazônicas, tanto nos sistemas aquáticos quanto terrestres. Estas alagações, e a

conseqüente deposição anual dos sedimentos define a geomorfologia da várzea, a sua

fauna e flora, a sua biogeografia e mesmo os seus padrões de ocupação humana.

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A parte aquática da flora de Mamirauá se sobrepõem consideravelmente com

a flora terrestre, como em outras partes da Amazônia. Ao menos em tese, todas as

plantas lenhosas da Reserva poderiam ser consideradas macrófitas aquáticas, já que

toda a área é alagada por longos períodos. Entretanto, se nos mantivermos nos limites

das definições mais clássicas, mesmo assim a diversidade do grupo das macrófitas

aquáticas é relativamente alta em Mamirauá.

Figura 5.1: Estrutura física na RDSM (MAMIRAUA, 2004)

A fauna encontrada em Mamirauá apresenta um alto grau de endemismo. As

difíceis condições criadas pelas enchentes prolongadas a cada ano por um lado limita

o número de espécies que consegue sobreviver a tão dramática dinâmica, mas por

outro lado propicia o surgimento de adaptações únicas que podem definir

especiações e endemismos neste ambiente. Há, também, grupos taxonômicos

particularmente distintos, como os peixes, com uma fauna mais diversa que nas áreas

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circundantes. A presença de importantes espécies de vertebrados ameaçados de

extinção também é um fator relevante na fauna de Mamirauá.

Boa parte destas espécies são exploradas pelas populações amazônicas em

muitos locais, mas, em Mamirauá, elas continuam existindo em níveis satisfatórios

(com algumas poucas exceções). Neste sentido, a Reserva cumpre um papel de

berçário para vários recursos naturais que lá nascem e amadurecem antes de partir

para aqueles pontos externos onde serão captados. As várzeas de Mamirauá

funcionam também como um grande depósito de nutrientes, que são paulatinamente

exportados às regiões vizinhas por meio das mais distintas formas de carreamento.

A ocupação humana atual da área da Reserva data do início do século XX.

Antes desta ocupação, a região era habitada principalmente por vários grupos

nativos, com predominância Omágua, e poucos assentamentos brancos. A população

ameríndia foi dizimada pelas guerras e doenças introduzidas pela colonização, e os

povos indígenas remanescentes foram incorporados à sociedade colonial numa

miscigenação patrocinada pelo Governo Português desde o século XVII. Atualmente,

mesmo as poucas comunidades indígenas que vivem na região de Mamirauá

apresentam alto grau de miscigenação tanto cultural quanto biológica.

5.2. A Integração de Recursos

5.2.1. Detalhes da ferramenta utilizada

A seguir serão apresentadas etapas do processo de Integração de Recursos,

mas para tal é preciso tecer algumas considerações acerca da ferramenta utilizada.

Tratando-se de uma interface que pode ser considerada “amigável”, por

apresentar ao usuário final todas as opções de forma clara, o mais importante é

descrever o menu de navegação, o que será feito a seguir, como pode ser visto na

Figura 5.2. É a partir do Menu de Navegação que o usuário pode acessar toda e

qualquer informação gerada pela ferramenta.

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Figura 5.2: Menu de Navegação Descrição do Menu de Navegação:

1- Detalhamento do cubo, onde é possível selecionar exatamente as

dimensões e medidas desejadas, própria para a melhoria da visualização;

2- Linguagem MDX, para usuários mais avançados e que desejam analisar ou

modificar a linguagem de acesso ao cubo;

3- Configuração do modo de ordenação das consultas

4- Mostra ou não os membros superiores, considerados “pais” dentro da

estrutura hierárquica;

5- Oculta registros vazios;

6- Mostra as propriedades das dimensões do cubo, caso existam;

7- Suprime colunas ou linhas vazias;

8- Inversão de eixos, comumente chamado de pivoteamento;

9- Drill Member: Abre todas as ocorrências daquele item na arvore;

10- Drill Position: Abre apenas a ocorrência selecionada daquele item na

árvore;

11- Drill Replace: Substitui a raiz da dimensão atual pelo item selecionado;

12- Drill Through: explica de onde foi que aquele dado foi calculado;

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13- Mostrar Gráfico:exibe ou não o gráfico dos dados que estão sendo

exibidos para o usuário;

14- Configuração do Gráfico: tipo (linhas, barra vertical , barra horizontal

3D, etc.), altura e largura, título e demais opções.

5.2.2. Etapa 1: Mapeamento Regional

A) Dados Sociais

Situação1: visualização de todas as medidas que representam as

características sociais da região analisada. Observa-se que o cubo está “fatiado” para

o período de 2003 e para a região do Estado do Amazonas, especificamente para as

cidades que envolvem a RSDM. Observe a Tabela 5.1, resultado extraído da

ferramenta.

Tabela 5.1: Dados Sociais – Medidas

Análise: pelo gráfico da Figura 5.3, é nítido que a cidade de Tefé, tem uma

concentração populacional bem maior que as demais cidades, fato relacionado com o

percentual de área urbana na região. Além disso deixa-se claro que o maior número

de pessoas sem Instrução também é maior nessa cidade.

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Figura 5.3: Visualização dos Dados Sociais por ano - região

Situação 2: comparativo percentual de algumas medidas com relação às suas

respectivas totalidades . Os dados são apresentados na Tabela 5.2.

Tabela 5.2: Comparativo percentual por região

Análise: utilizando-se do recurso de inversão dos eixos, pode-se obter o

gráfico da Figura 5.4 . Através do mesmo pode ser observado que a cidade de Tefé,

tendo o percentual populacional maior comparando-se com as demais cidades, possui

os maiores valores em todas as medidas, características de centros urbanos. A cidade

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de Maraã apresenta medidas um tanto discrepantes, quando comparados o percentual

de pessoas sem instrução com o percentual populacional.

Figura 5.4: Gráfico comparativo entre as regiões

B) Dados Econômicos

Situação: apresentação de todas as medidas referentes às despesas em termos

percentuais, ao longo de três anos não consecutivos. Os dados são apresentados na

Tabela 5.3 a seguir. Embora a região analisada seja a de Mamirauá, a análise

concentra-se no Município de Uarini, o qual representa a RDSM como um todo para

efeito de análise.

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Tabela 5.3: Dados Econômicos – Despesas da População

Análise: segundo (MAMIRAUA, 2004), a "cesta básica" dos moradores tem

um custo médio mensal de U$50.00, e é composta por artigos essenciais como

açúcar, café, sabão em barra, óleo de cozinha, leite em pó e sal. O consumo de

mercado é fundamentalmente direcionado à alimentação, que constitui 53% do total

gasto. Os gastos com energia e instrumentos de produção representam apenas 14%

do consumo. A Figura 5.5 apresenta os dados agrupados por ano e por região. Nota-

se que o gráfico sofreu uma mudança de eixo, proporcionada pela ferramenta OLAP,

utilizando-se a propriedade de pivoteamento, utilizando o Menu de Navegação

descrito anteriormente.

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Figura 5.5: Visualização Gráfica das Despesas

C) Dados de Infra-Estrutura

Situação: para este caso, será apresentado não o cubo propriamente dito e sim

a linguagem MDX que efetua a consulta ao mesmo, determinando qual a “fatia” a ser

exibida para o usuário final.

SELECT

{ [MEASURES].[ABST. AGUA], [MEASURES].[ESGOTO], [MEASURES].[LIXO],

[MEASURES].[LEITO] } ON COLUMNS,

{( [TEMPO].[2003], [REGIAO].[BRASIL].[AMAZONAS].[MAMIRAUA])} ON ROWS

FROM MR_INFRA_ESTRUTURA

Análise: a partir da utilização dessa consulta torna-se possível a obter as

medidas distribuídas horizontalmente, para o ano de 2003 e dentro da região de

Mamirauá.

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D-) Dados Ambientais

Situação: as concentrações dos poluentes são apresentadas na Tabela 5.4

dentro do período de 2003 para a região de Mamirauá, sendo os poluentes apenas

aéreos, conforme definido anteriormente. A unidade de medida para concentração

dos poluentes é a CO2/c.

Tabela 5.4: Dados Ambientais

Análise: observa-se na Figura 5.6 que os recursos Solar fotovoltaico, Eólico e

Célula Combustível para Gás Natural não apresentam emissões. Comprovadamente

os recursos derivados do petróleo são os grandes responsáveis pela emissão de

poluentes, como era de se esperar.

Figura 5.6: Gráfico com os Dados Ambientais -

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5.2.3. Etapa 2: Determinação de Recursos e Demandas Regionais

A-) Caracterização das Demandas

Situação: composição da demanda atual de energia, utilizando-se uma

subdivisão por setores da economia. Os dados são apresentados através da

Tabela 5.5. A unidade da Medida de Demanda Atual é de kWh/ano.

Tabela 5.5: Caracterização da Demanda Atual

Análise: observa-se pela Figura 5.7 que a demanda de energia em domicílios

eletrificados é praticamente três vezes maior do que em não eletrificado. Para as

escolas, a demanda é baixa devido ao fato da utilização não se estender durante o

período noturno, além do fato de haver utilização de energia solar.

Figura 5.7: Gráfico da Demanda Atual

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B-) Caracterização dos Recursos de Oferta

Situação: são considerados para efeito de análise alguns dos recursos

possíveis de utilização, tanto do ponto de vista energético como tecnológico,

caracterizando os recursos de oferta atuais para a região. Os dados obtidos pela

ferramenta são apresentados na Tabela 5.6.

Tabela 5.6: Peso do Preço do Combustível no Valor Final da Energia

Análise: observa-se pelo gráfico da Figura 5.8 que os combustíveis

derivados do petróleo têm um peso considerável na formação do preço da energia ao

consumidor.

Figura 5.8: Custo do Combustível / Custo Atual da Energia

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As tecnologias alternativas, eólica e solar, embora com o custo tendendo a

zero com relação ao combustível, possuem um custo de investimento muito grande

na tecnologia, fazendo com que o Biodiesel apareça como boa opção para a geração

de energia, pensando-se em subsídios ou trabalho cooperativo caso esta solução seja

adotada.

5.2.4. Etapa 3: Participação dos Envolvidos-Interessados

Situação: com o objetivo de sistematizar também esta etapa, os possíveis En-

In são armazenados de forma simples e objetiva. A Tabela 5.7 apresenta os dados

obtidos pela ferramenta.

Análise: os Envolvidos-Interessados foram devidamente cadastrados,

observando-se um total de 12 para a região da RDSM.

Tabela 5.7: Participação do Envolvidos-Interessados

5.2.5. Etapa 4: Determinação de Critérios e Elementos de Análise

Situação: apresentam-se discretizadas no tempo as demandas atual e

incremental, resultado das Iterações ocorridas no Modelo de Integração de Recursos.

A unidade de medida utilizada para a obtenção da Tabela 5.8 é kWh/ano.

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Tabela 5.8: Caracterização das Demandas Atual e Incremental

Análise: nota-se pelo gráfico da Figura 5.9 que a demanda incremental tem

um crescimento que acompanha a evolução da demanda da região, sendo mais

acentuada partir de 2014, com uma projeção que leva em consideração o alcance de

tecnologias de oferta para a quase totalidade da população. A caracterização desta

Etapa fica melhor explicitada no ANEXO B , que apresenta um detalhamento para

cada elemento de análise no seu respectivo período de projeção. Este detalhamento

foi obtido a partir de (GIMENES,2004).

Figura 5.9: Evolução das Demandas Atual e Incremental

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5.2.6. Etapa 5: Avaliação dos Custos Completos - ACC

Situação1: disposição dos pesos dos elementos de análise em termos

percentuais para o ano de 2005, considerando-se apenas o fator Técnico-Econômico,

devidamente representados através da Tabela 5.9.

Tabela 5.9: Elementos de Análise em Termos Percentuais

Análise: observa-se o Fator Técnico-Econômico em evidência, mas com

possibilidade concreta de visualização dos demais fatores, os quais foram suprimidos

com o intuito de facilitar a leitura. Um detalhe que aparece constantemente nas

tabelas originadas pela ferramenta é o fato de apresentar os valores agregados,

sumarizados em colunas e linhas, representando o elemento “pai”, mencionado na

fase de desenvolvimento da metodologia.

Para ilustrar esta etapa, apresenta-se a Tabela 5.10, a qual contém as médias

calculadas segundo a metodologia da ACC para o momento inicial de 2005,

considerada a primeira Iteração do Modelo. Esta metodologia está descrita com

riqueza de detalhes no ANEXO A.

Tabela 5.10: ACC – Avaliação para o Momento Inicial

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Situação2: apresentação da Classificação dos Recursos para Momento

Inicial. O cálculo percentual apresentado na Tabela 5.11 é obtido de forma

transparente pela ferramenta OLAP e considera todos os fatores com pesos iguais.

Trata-se da visualização da Tabela anterior de modo que a Medida PESO apresenta-

se no formato de porcentagem, além do fato de que os fatores foram suprimidos,

para caracterizar o somatório dos pesos de todas as tecnologias dentro de todos os

fatores para o Momento Inicial - 2005. Mais uma vez a região de Uarini representa a

região da RDSM na sua totalidade para efeito de análise.

Análise: através da Tabela 5.11 pode ser observado que as tecnologias Solar

e GLD Iluminação são as mais apropriadas segundo a classificação obtida pela

ferramenta. Deixa-se claro foram atribuídos pesos iguais a todos os fatores. Observe

como a ferramenta é capaz de efetuar medidas derivadas, pois apenas tendo-se o

peso- PESO_SUM, a alternativa – ALT_SUM e a constante do fator – K, foi possível

a obtenção do PESO % , o qual se refere à importância de cada Tecnologia já

incorporando os Elementos de Análise e agregados segundo os seus respectivos

Fatores – Dimensões de Análise.

Tabela 5.11: ACC – Classificação dos Recursos para o Momento Inicial

O gráfico da Figura 5.10 consolida a Classificação dos Recursos para o

Momento Inicial. Esta análise poderia ser estendida para as demais Iterações do

modelo, porém neste trabalho será realizado apenas para o Momento Inicial – 2005.

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Figura 5.10: Classificação dos Recursos – Momento Inicial

5.2.7. Etapa 6: Alocação Temporal de Recursos para o Plano Preferencial

Situação: após a classificação dos Recursos segundo a ACC, torna-se

necessário caracterizar o Plano Preferencial de Recursos do PIR, o que é feito através

desta etapa. Considera-se uma etapa muito complexa, envolvendo características

subjetivas e a presença das Funções Multiobjetivo – FMO, consideradas como metas

de planejamento.

Análise: os dados relacionados com a Alocação Temporal de Recursos foram

obtidos a partir do trabalho de (GIMENES, 2004), e estão resumidas na Tabela 5.12.

Observa-se a grande importância dada às tecnologias Solar e Eólica, principalmente

a partir de 2014, pois a escolha de geração Diesel estaria contra as premissas do PIR

(FMO’s ) para o período, direcionando para a utilização de alternativas renováveis

e/ou menos poluentes. O biodiesel, que num primeiro momento tem grande

participação, mostra-se insustentável, dadas as características do local, pois o cultivo

destinado à produção do mesmo requer o desmatamento, inviável a longo prazo.

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A participação do GLD mostrou-se significativa para o período o período de

2009, fruto principalmente de um plano relacionado com a iluminação residencial,

trocando-se as lâmpadas incandescentes por fluorescentes.

Remete-se ao trabalho de (GIMENES, 2004) para um maior aprofundamento

da análise, haja visto que esta breve descrição serve apenas para caracterizar a

sistematização da Etapa, fornecendo subsídios para que a análise seja efetuada.

Tabela 5.12: Alocação Temporal dos Recursos

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5.2.8. Etapa 7: Composição de Cenários

Conforme explicitado pelo trabalho de (GIMENES, 2004) , “o Plano

Preferencial gerado na Etapa 6 deverá ser analisado segundo sua consistência

temporal e geográfica no atendimento da demanda, das restrições ambientais e dos

recursos naturais. Para este fim, já se dispõem de diversas ferramentas para análise

de cenários energéticos, como exemplo, pode-se citar o LEAP – Long Range Energy

Analysis System (LEAP) ”

Devido aos fatos apresentados, esta Etapa será desconsiderada dentro do

Estudo de Caso

5.2.9. Etapa 8: Análise Socioeconômica do Plano

Esta etapa conforme explicitado por (GIMENES, 2004) “envolve análises

multidisciplinares que vão além do espectro do especialista do setor elétrico, uma

vez que se pretende estimar a evolução de indicadores de caráter socioeconômico a

partir da disponibilização de energia elétrica para satisfação das necessidades da

atividade socioeconômica”.

Por referir-se à características que estão fora do escopo do presente trabalho,

esta etapa do Estudo de Caso será desconsidera diante do processo de

sistematização.dos dados.

5.2.10. Etapa 9: Análise das Iterações

Situação: as iterações conferem maior grau de refinamento da metodologia e

devem ser estabelecidas de acordo com a abrangência e precisão necessárias ao

processo de planejamento. Nas tabelas a seguir são apresentados de forma ilustrativa

a Evolução dos pesos relativos aos Elementos de Análise, de forma a demonstrar

como a ferramenta pode ser utilizada para caracterizar esta etapa.

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Análise: a Tabela 5.13 proporciona a seguinte tipo análise, extraída de

(GIMENES, 2004):

“1- O custo unitário de geração tem importância máxima, devido ao grande

impacto que exerce sobre a disponibilização de energia, em qualquer momento do

período em estudo

.

2- O tempo de construção tem impacto um pouco maior em um primeiro

momento, devido ao grande lapso no atendimento das comunidades locai.s

Posteriormente, por se tratar de uma região pequena e a ser atendida de forma

descentralizada, os tempos de construção exercerão pouco impacto econômico na

disponibilização de energia

.

3- O suprimento da energia primária é determinante da disponibilidade de

energia nos 2 primeiros períodos de planejamento, mas deve exercer menor impacto

em um momento de maior renda per capita, o que é esperado para o período de

2014 a 2019.

4- O financiamento foi colocado como sendo de menor importância pois,

dadas as características descritas da região, esta pode contar com financiamento de

fundo perdido e doações, minimizando o impacto econômico deste fator, que, no

entanto, deve ganhar importância no futuro.

5- A poluição atmosférica é pensada em termos de bônus de carbono, que

serão mais importantes no terceiro período, de consolidação do plano.

6- Obras adicionais referem-se à possibilidade de aumento de custos

inesperados devido a obras não previstas. Além disso, para biomassa pode-se referir

a implantação de novas áreas de cultivo ou uma unidade de esterificação de óleos

vegetais. Para o gás natural, pode-se referir a uma unidade para recebimento de gás

natural comprimido. Este fator deverá ter mais impacto em um primeiro momento de

poucos recursos e deverá ter sua importância diminuída ao longo do tempo

conforme a infra-estrutura de energia se consolide na região.

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Tabela 5.13: Evolução dos Pesos - Dimensão Técnico-Econômica

Análise: os pesos relativos dos elementos de analise, agora relacionados com

a Dimensão Ambiental, proporcionam a seguinte análise, também extraída a partir de

(GIMENES, 2004). Observe os dados obtidos na Tabela 5.14.

“1- A alteração da qualidade da água tem importância relativa pequena,

dado o grande volume dos rios regionais e o pouco impacto das tecnologias de

pequena escala.

2- A natureza do combustível, renovável ou não, começa baixa, dada a pouca

importância em um primeiro momento, de necessidade preemente de

disponibilização energética, e deve adquirir a importância devida ao longo do

horizonte de planejamento, até atingir o máximo, no terceiro período.

3- Analogamente ao anterior, o desmatamento deve adquirir importância ao

longo do período, uma vez que, atualmente, a área desmatada não é significativa.

4- Os poluentes atmosféricos têm menos importância inicial em função de

não haver concentração destes no atual momento e devem ganhar importância

futura em função da necessidade de se manter o modelo de desenvolvimento

desejado para a região.

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5- A emissão de CO2 deve ganhar influência na análise ao longo do período,

conforme se consolidem os mecanismos de desenvolvimento limpo.

6- A poluição sonora tem pouco efeito no meio ambiente da região, dadas as

grandes áreas e o fato das comunidades serem rodeadas pela vegetação, que atua

como barreira natural

.

7- A fauna local é protegida por lei e deve ser preservada em qualquer

situação”

Tabela 5.14: Evolução dos Pesos - Dimensão Ambiental

Para finalizar o Estudo de Caso, serão apresentados alguns gráficos que

caracterizam o Plano Preferencial 2005 – 2019.

O plano preferencial para o período é a composição entre os montantes de

capacidade a ser instalada em cada momento e a energia gerada segundo cada tipo

escolhido.

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Figura 5.11a: Evolução da Energia Elétrica ao longo do Período

Figura 5.11b: Evolução da Energia Elétrica ao longo do Período

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Figura 5.12a: Evolução da Capacidade Instalada ao longo do Período

Figura 5.12b: Evolução da Capacidade Instalada ao longo do Período

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6. RESULTADOS

Um passo inicial foi dado rumo à consolidação do Modelo de Integração de

Recursos, o qual teve na quase totalidade das etapas sendo abordadas, e aquelas que

dependiam de outros aplicativos ou com características muito subjetivas não foram

consideradas.

A partir do Estudo de Caso, pôde-se demonstrar como o modelo proposto

torna-se aderente à Integração de Recursos, proporcionando ao usuário final, uma

visualização clara e nítida de como cada processo está sendo conduzido. Além disso,

o modelo pode ser generalizado para uma análise em qualquer região e para todo e

qualquer período, possibilitando também uma análise comparativa das etapas entre

diversas regiões dentro do mesmo período, mostrando-se uma ferramenta que

realmente proporciona a criação de uma base de conhecimento histórica dos

processos ao longo dos tempos, aumentando-se quantitativa e qualitativamente o

desenvolvimento do PIR.

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7. CONCLUSÕES

O detalhamento e análise consistente de uma das principais etapas do PIR, a

Integração de Recursos, proporcionou o avanço na consolidação da metodologia de

Integração de Recursos proposta por (GIMENES, 2004).

Devido à aplicação ampla de modelos multidimensionais sob a ótica do

planejamento integrado de recursos, notou-se a grande aderência da utilização de tal

tecnologia para a resolução dos problemas, de uma forma diferenciada e substancial.

Através da visualização analítica propiciada pela ferramenta, poderão ser

analisados e comparados diversos Estudos de Caso, de uma forma generalizada.

Expandindo-se o que foi realizado durante o trabalho com a massa de dados da

Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.é possível visualizar e comparar

com a Integração dos Recursos realizada em outras regiões.

A comparação entre diferentes regiões é importante, mas não é a única

possibilidade da aplicação da tecnologia OLAP. Podem ser efetuadas análises que

relacionam o uso final de determinadas tecnologias com a tendência e projeção de

utilização das mesmas ao longo do tempo, proporcionando a tomada de decisão

adequada, tanto para o lado da demanda, através de planos de Gerenciamento do

Lado da Demanda – GLD, como para o lado da oferta, procurando-se alternativas

energéticas para atender as necessidades da própria região.

Um fator importante que deve ser mencionado, é a facilidade da utilização da

ferramenta de análise feita pelos usuários finais (En_In), pois os mesmos não

precisam ter conhecimentos técnicos sobre o modelo de dados ou linguagem de

consulta, ou de um profissional de tecnologia que entenda seus requerimentos e

produza a informação desejada. O acesso aos dados passa a ser transparente através

do “Menu de Navegação”. Os usuários têm apenas que lidar com termos de negócio

aos quais já estão habituados, organizados sob a forma de dimensões e medidas.

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A utilização de ferramentas OLAP aliadas à filosofia de data warehouse

mostrou-se muito produtiva na aplicação dentro do planejamento energético,

proporcionando agilidade e flexibilidade nas investigações e análise de dados para os

usuários finais, isto é, aqueles que realmente fazem parte do processo de tomada de

decisões.

7.1. Desenvolvimentos Futuros

Resolução de aspectos subjetivos da análise: o desenvolvimento de um Data

Warehouse juntamente com a aplicação da tecnologia OLAP não foram notadamente

suficientes para a solução de problemas subjetivos. Na tentativa de solucioná-los,

podem ser utilizadas técnicas de Mineração de Dados - Data Mining, principalmente

quando se tratam das Funções Multiobjetivos – FMO’s.

Integração com outras Ferramentas, como por exemplo o LEAP ou planilhas de

cálculo, ficando transparente para o usuário final o uso de qualquer ferramental

proposto.

Extensão do Repositório de Dados: alguns elementos de um modelo dimensional

não são representados no repositório de dados. Tabelas de fatos e suas classificações,

e atributos de tabelas de dimensão que não compõem hierarquias são exemplos

desses elementos. Um trabalho possível seria o estudo e a implementação de novos

elementos, estendendo a capacidade do repositório de dados de representar o modelo

dimensional. É importante destacar que algumas dessas limitações se devem ao fato

de o repositório ser atualizado pelo próprio usuário, o que dificulta a incorporação de

aspectos técnicos na ferramenta. Uma alternativa seria a divisão da ferramenta em

dois módulos: o primeiro, a ser utilizado pelo usuário para modelar a estrutura dos

dados e suas necessidades de análise, e o segundo para que um profissional de

tecnologia da informação acrescente os detalhes técnicos ao repositório de dados.

Utilização de um Sistemas de Informação Georeferenciada – SIG, o que traria

uma contribuição inigualável somado à presença da tecnologia OLAP, visto que os

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aspectos “georeferenciais” possibilitam a integração, numa única base de dados, de

informações geográficas provenientes de fontes diversas tais como dados

cartográficos, dados de censo e cadastro urbano e rural, imagens de satélite e modelo

numéricos de terreno. No âmbito do PIR, pode ser utilizado o SAGe, o qual vem

sendo desenvolvido pelo Grupo de Energia do Departamento de Energia e

Automação Elétricas da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – GEPEA.

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ANEXO A – Método da Avaliação dos Custos Completos

A Avaliação dos Custos Completos permite que se avalie diferentes

alternativas considerando-se com pesos iguais os critérios Econômico, Social e

Ambiental.

Este método será descrito de maneira resumida a seguir e, para um maior

aprofundamento, remete-se às (BOARATI,2003).

A- Definição de Avaliação dos Custos Completos

É um meio pelo qual considerações ambientais e sociais podem ser integradas

nas decisões de um determinado negócio. Ela é uma ferramenta que incorpora custos

ambientais e sociais e custos internos com dados de impactos externos e

custos/benefícios de atividades sobre o meio-ambiente e na saúde humana. Nos casos

onde os impactos não podem ser monetarizados, são usadas avaliações qualitativas.

Trata-se então de uma ferramenta para auxiliar a tomada de decisão. A abordagem da

ACC consiste em internalizar ou incorporar os custos externos buscando também

definir e alocar melhor os custos internos.

A1- Custos Internos

Os custos internos podem ser calculados segundo as metodologias usuais de

avaliação técnico-econômica de recursos energéticos.

A1.1- Custos Externos - Metodologia

A seguir, é descrita a metodologia utilizada para se considerar esses custos na

avaliação, bem como os resultados obtidos.

Para a avaliação dos custos externos é adotada uma abordagem quantitativa

ou qualitativa. Dessa forma, o que se busca nesta fase é evidenciar as externalidades

associadas a cada recurso.

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As etapas de avaliação são as seguintes:

1. Estudo dos possíveis impactos de cada recurso;

2. Montagem de uma Matriz de Avaliação de Impactos através de tabelas de

análise;

3. Definição de Pesos e Significâncias para cada impacto;

4. Aplicação das tabelas de análise;

5. Discussão dos resultados.

A) Análise das Alternativas

A metodologia a seguir está referenciada a um exemplo de aplicação baseado

na comparação de usinas hidro e termelétricas.

Segundo (BOARATI,2003), a partir da identificação dos vários elementos

que caracterizam as alternativas energéticas pode-se estabelecer a base de valoração

para aplicação da metodologia dos Custos Completos. Novos elementos podem ser

inseridos na análise, melhorando a precisão da avaliação. São apresentados diversos

elementos listados nas Tabelas de Análise que serão valorados a partir de dois tipos

de ponderação: Alternativas de cada Elemento de Análise e Peso de cada Elemento

de Análise. Estes dois critérios permitem que cada elemento de análise seja avaliado

de acordo com as 4 opções disponíveis (que podem ser ampliadas), sendo que cada

opção varia da melhor à pior alternativa em cada elemento presente nos Fatores

descritos. A seguir, tem-se a descrição dos tipos de ponderação a serem utilizados.

B-) Alternativas de cada Elemento de Análise

Cada elemento de análise considerado dentro dos Fatores Técnico-

Econômico, Ambiental, Social e Político apresenta neste trabalho quatro (ou menos)

opções que chamaremos de Alternativas, pois as mesmas caracterizam as diferentes

possibilidades que cada elemento de análise pode apresentar. Estas alternativas serão

caracterizadas por valores percentuais exemplificados na Tabela A1 que variam da

melhor (100%) à pior (25%) alternativa.

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Alternativa

Insatisfatória

Alternativa

Regular

Alternativa

Satisfatória

Alternativa

Excelente

Valoração

Percentual 25% 50% 75% 100%

Tabela A1 - Alternativas de cada Elemento de Análise

O Valor percentual acima define quatro estágios para cada elemento contido

nos Fatores considerados, sendo que a escolha da melhor alternativa resulta em uma

maior valoração do Elemento de Análise e por conseqüência a maior pontuação da

usina hidrelétrica ou termelétrica com gás natural que está sendo avaliada segundo os

Custos Completos.

C-) Peso de cada Elemento de Análise

Os diferentes Elementos de Análise considerados em cada Fator são

utilizados para caracterizar os aspectos mais importantes de cada tipo de geração

tratado neste trabalho, para que seja possível efetuar uma valoração numérica e

conseqüente análise das alternativas através dos Custos Completos. Os Elementos de

Análise são apresentados em cada Fator e devido às inúmeras diferenças entre os

mesmos, não recebem o mesmo grau de valoração dentro da análise quantitativa. A

diferenciação é necessária para serem evitadas distorções que afetem a valoração dos

elementos utilizados e como exemplo podemos citar que o peso do Elemento de

Análise “Características da área alagada” (A) é maior que o do Elemento “Alteração

da Qualidade da Água” (B), pois ao analisarmos o Fator Ambiental, notamos que o

efeito do primeiro Elemento de Análise citado é maior no meio ambiente. Devido ao

exposto acima serão definidos na Tabela A.2 abaixo, diferentes pesos para

caracterização dos Elementos de Análise.

Peso A (padrão) Peso B Peso C

Valoração do

Elemento A B 2

3A C 1

3A

Tabela A2 – Pesos dos Elementos de Análise

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A avaliação dos Fatores Técnico-Econômico, Ambiental, Social e Político

são considerados neste trabalho através da perspectiva da metodologia dos Custos

Completos que considera que os diferentes Fatores considerados possuem a mesma

importância no processo de análise. Isto significa que os Fatores citados exercem o

mesmo grau de influência no processo de análise das alternativas de geração. Para

que sejam possíveis as valorações dos Fatores com a mesma importância de um

perante o outro, consideramos que cada Fator obterá a valoração máxima de 100

pontos e a partir da soma dos quatro Fatores haverá teoricamente uma valoração

máxima de 400 pontos para a Usina avaliada. Os 100 pontos serão rateados entre os

vários Elementos de Análise contidos em cada Fator com o devido tratamento dos

níveis de ponderação. A partir dessa consideração cria-se uma dificuldade oriunda da

diferença entre o número de elementos de análise em cada fator. Como exemplo

numérico podemos afirmar que o Fator Ambiental pode conter 12 Elementos de

Análise enquanto o Fator Social pode conter 10 Elementos de Análise o que indica

que os parâmetros “A”, “B” e “C” receberão diferentes valorações dentro de cada

Fator considerado, pois quando compararmos o Fator Ambiental com Social, os

mesmos devem possuir a mesma importância. A formulação a seguir permitirá o

esclarecimento desta metodologia de valoração.

D-) Determinação Numérica dos Parâmetros A, B e C

Como citado acima, os Fatores analisados receberão pontuação máxima igual

a 100 e a forma de rateio desta pontuação é obtido a partir da eq. (1) abaixo:

X A Y B Z C 100 (1)

X Y Z Fn (2)

Onde:

100 : Valoração máxima atribuída a cada Fator Considerado

A, B e C : Valoração de cada Elemento de Análise – Depende da importância

atribuída ao Elemento de Análise dentro do Fator considerado

X, Y e Z : Número de ocorrência dos Elementos de Análise com a valoração A, B

ou C respectivamente

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Fn: Número total de Elementos de Análise contidos em cada Fator

A partir da Tabela A.2 temos que:

B 23A

C 13A

A eq. (1) fica:

X A Y B Z C 100

X A Y 23A Z 1

3A 100

X A Y 23A Z 1

3A 3 100 3

3 X A 2 Y A Z A 300

3 X 2 Y Z A 300

A 3003 X 2 Y Z (3)

O que resulta em:

B 2003 X 2 Y Z (4)

C 1003 X 2 Y Z (5)

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Fazendo:

3 X 2 Y Z KFCi (6)

Onde KFCi = Constante do Fator Considerado – A partir da definição dos

Elementos de Análise e de seus respectivos pesos (A, B ou C) obtemos quatro

constantes deste tipo para que seja efetuada a análise dos custos completos:

KFCte = Constante do Fator Técnico-Econômico (7)

KFCam = Constante do Fator Ambiental (8)

KFCso = Constante do Fator Social (9)

KFCpo = Constante do Fator Político (10)

B- Valoração Final de cada Elemento da Análise

A partir da apresentação da formulação acima, iremos obter a valoração final

de cada elemento de análise a partir da expressão abaixo:

(11)

C- Valoração do Fator considerado: Técnico-Econômico, Ambiental,

Social ou Político

A partir da valoração de cada Elemento de Análise, obteremos a valoração de

cada Fator considerado:

(12)

D- Valoração da Usina considerada: Hidrelétrica ou Termelétrica com

gás natural

Finalmente obtemos a valoração total da usina que considera os Custos

Completos do empreendimento e permite avaliar diferentes configurações.

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(13)

A partir da valoração dos empreendimentos hidrelétricos e termelétricos com

gás natural com capacidade de geração semelhantes, podemos avaliar de forma

ampla os dois tipos de empreendimentos, sendo buscadas soluções para a redução

dos custos (completos) de cada tipo de usina.

Valoração_Usina => Ações de redução dos Custos Completos => Ganhos

para a sociedade

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ANEXO B – Determinação de Critérios e Elementos de Análise

A Etapa 4, além dos dados fornecidos na Etapa 3, deve atender às

determinações do PIR propriamente dito. É dele que virão elementos estratégicos

concretos para determinação das variáveis quantitativas do planejamento, que serão

trabalhadas no processo de Integração de Recursos.

Os demais elementos serão obtidos da análise dos dados da região e da

participação dos Envolvidos-Interessados.

As diretrizes assumidas para o PIR da região orientam para as seguintes

metas:

• 5 anos: fornecimento de energia elétrica 24 h/dia a todas as comunidades para

100% dos domicílios;

• 10 anos: incremento do consumo pela utilização de usos finais que agreguem

valor às atividades produtivas dos comunitários;

• 15 anos: manutenção sustentável da satisfação às necessidades energéticas.

A estes elementos-chave somam-se os identificados como objetivos da Etapa

3:

• Aumento da renda;

• Melhoria do acesso a bens de consumo, com destaque ao freezer;

• Melhoria da saúde;

• Fornecimento de água potável na seca;

• Educação.

A partir destes objetivos serão levantados os elementos de análise para os

períodos previstos.

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A) Elementos para Análise do Período de 2005 a 2009

O crescimento populacional vigente neste período será de 5% aa. Neste

período, a meta principal deverá ser o fornecimento de energia de forma ininterrupta

às comunidades para 100% dos domicílios.

Este fator é preponderante pelo fato de que, antes que isso aconteça, a

atividade de armazenamento de peixes torna-se impossível. Essa atividade poderia

ser pensada em termos de frízeres individuais de 220 l e 450 l, onde poderiam ser

armazenados, respectivamente, 200 e 400 kg de peixe pescado na safra para revenda

na entressafra.

Essa possibilidade agregaria uma renda adicional de 1600 a 3200 R$/ano por

família que se dedica à pesca.

Além disso, a disponibilidade de energia elétrica durante o dia permite que a

mandioca seja trabalhada através de motores elétricos (de baixo custo) e deixe de ser

trabalhada manualmente. Atualmente, esta etapa de produção só é mecanizada nas

famílias que podem pagar por um motor a gasolina. Essa diferença representa ganhos

essencialmente sociais, pois as famílias, além de aumentarem sua renda pela maior

produtividade, ganham em qualidade de vida e saúde. O ganho de produtividade com

uso de motores elétricos em relação aos manuais foi estimado em 30%, por ser a

“ceva” (processo de ralar a mandioca) uma das etapas mais desgastantes do processo

de fabrico da farinha.

O plano prevê que as 24 h de atendimento em todas as comunidades sejam

atingidas ao fim de 5 anos. Neste período, espera-se que 50% das famílias que se

dedicam ao fabrico de mandioca adquiram motores para tal e 25% das que se

dedicam à pesca adquiram frízeres, por ser este último de preço elevado para os

padrões locais. Nas famílias que vivem da farinha, esse percentual seria de 10% para

os frízeres, pela menor renda que a farinha proporciona, dificultando a compra destes

equipamentos.

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Também nestes 5 anos, deverão ser previstos os suprimentos necessários à

satisfação das demandas dos sistemas de bombeamento de água para consumo

humano. Neste caso, utilizou-se a média de 0,3 Wh/l de água bombeada, para uma

necessidade média de 20 l/pessoa/dia.

Para as escolas, projeta-se a instalação de sistemas solares para atendimento

de todas no período noturno e uso de tecnologia de informação, que vem sendo

inserida nas comunidades através de usos de computadores e acesso à internet. Para

atendimento das demandas de eletricidade escolar será dada prioridade aos sistemas

solares fotovoltaicos, pelas razões anteriormente descritas.

Para os demais usos finais será utilizada uma taxa de crescimento de 10% aa.

B) Elementos para Análise do Período de 2010 a 2014

Neste período, considera-se que o papel da disponibilidade de energia como

elemento agregador de valor à atividade produtiva já esteja consolidado entre os

ribeirinhos.

O crescimento populacional vigente neste período será assumido como 3%

aa.

Espera-se que, com o aumento das áreas com permissão para pesca, o

percentual de famílias que se dedicam a esta atividade passe de 20 para 30% e que

50% delas possuam frízeres para armazenamento. Nas famílias que vivem da farinha,

o percentual seria de 25% passaria a possuir estes equipamentos.

O percentual de domicílios que trabalham com a farinha passaria de 90 para

80%. Neste período, estima-se que o percentual de famílias com motores elétricos

para o fabrico de mandioca saltará de 50 para 75%. Os demais usos finais mantêm a

taxa de 10% aa, até atingirem 100%.

Com o aumento da renda, o percentual de famílias que tem acesso a outros

usos finais deverá aumentar, por esta razão, foi considerada uma taxa de 10% aa.

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C) Elementos para Análise do Período de 2015 a 2019

Neste período, considera-se que haverá uma consolidação do plano de

energização local, com 80% das casas possuindo frízeres, no caso da pesca, e 50%

nas dedicadas à farinha.

O crescimento populacional vigente neste período seria de 2% aa.

O percentual de domicílios que trabalham com a farinha passaria de 80 para

70% e haveria, concomitantemente, um aumento no percentual de famílias dedicadas

à pesca, passando de 30 para 50%.

No caso do fabrico da farinha de mandioca, 100% das famílias passariam a

possuir motores elétricos para esta finalidade.

Neste momento, opções mais poluentes e baratas deverão ir cedendo lugar

para as sustentáveis, já que se trata de uma obrigação legal da reserva a busca do

desenvolvimento sustentável.

Além da demanda, a evolução dos parâmetros das alternativas energéticas,

aliadas à evolução das condições de vida dos habitantes, deverão afetar a Avaliação

dos Custos Completos - ACC. Os pesos relativos dos elementos de análise da ACC

serão alterados conforme as condições locais se alterem como resultado do plano.

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ANEXO C – Estrutura Física do Data Warehouse

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOARATI, J.H.; “Um modelo para Avaliação Ponderada da Hidreletricidade e

Termeletricidade com Gás Natural Através dos Custos Completos”. Dissertação

apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do

título de Mestre em Engenharia. São Paulo,2003.

BRACHMAN, R. J. The Process of Knowledge Discovery in Databases. Advances

in Knowledge Discovery and Data Mining 1996: 37-57.

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