ANÁLISE TEÓRICA E EXPERIMENTAL DO...

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INPE-15172-TDI/1289 ANÁLISE TEÓRICA E EXPERIMENTAL DO DESEMPENHO DE UM ESTATO-REATOR A COMBUSTÍVEL SÓLIDO UTILIZANDO POLIBUTADIENO HIDROXILADO Gabriela Silva Moura Dissertação de Mestrado do Curso de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia Espaciais/Combustão e Propulsão, orientada pelo Dr. José Gobbo Ferreira, aprovada em 1º de março de 2007. INPE São José dos Campos 2008

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INPE-15172-TDI/1289 ANÁLISE TEÓRICA E EXPERIMENTAL DO DESEMPENHO DE

UM ESTATO-REATOR A COMBUSTÍVEL SÓLIDO UTILIZANDO POLIBUTADIENO HIDROXILADO

Gabriela Silva Moura

Dissertação de Mestrado do Curso de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia Espaciais/Combustão e Propulsão, orientada pelo Dr. José Gobbo Ferreira, aprovada em

1º de março de 2007.

INPE São José dos Campos

2008

621.313.53 Moura, G. S. Análise teórica e experimental do desempenho de um estato-reator a combustível sólido utilizando polibutadieno hidroxilado / Gabriela Silva Moura. - São José dos Campos: INPE, 2007. 156 p. ; (INPE-15172-TDI/1289) 1. Estato-reator. 2. Polibutadieno hidroxilado. 3. Gerador de ar viciado. 4. Teoria de regressão. 5. Impulsão específica. I. Título.

“Viver não é necessário: o que é necessário é criar.

Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.

Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser

o meu corpo (e a minha alma) a lenha desse fogo.”

Fernando Pessoa

A meus pais, ANTÔNIO LUÍS MOURA e

MARIA TEREZA SILVA MOURA.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que me ajudaram a vencer mais esta etapa da vida. À Fundação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES,

pelo auxílio financeiro de dois anos de bolsa de mestrado e pelas viagens a congressos nacionais.

Ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, pela oportunidade

de estudos. Ao Banco de Testes em Condições Atmosféricas – BTCA, pela utilização

de suas instalações e grande apoio. Aos professores do INPE pelo conhecimento compartilhado. Ao meu orientador Prof. Dr. José Gobbo Ferreira, pelo conhecimento

passado e pela orientação na realização deste trabalho. À Oficina Mecânica, pela orientação e apoio nas instalações da parte

experimental. Aos meus amigos do curso pelo estímulo.

RESUMO

Os estato-reatores, também conhecidos como estato-jatos, constituem um meio atraente de propulsão e seu estudo merece considerável interesse, tanto no campo experimental quanto no teórico. A grande utilização dos polibutadienos em foguetes, principalmente do polibutadieno hidroxilado, conhecido na literatura como hydroxyl terminated polybutadiene (HTPB), estimula a realização deste trabalho que visa à análise teórica e experimental do desempenho de um estato-reator subsônico, quando esse tipo de polímero é utilizado como combustível sólido. Os experimentos foram realizados utilizando-se um gerador de ar viciado do tipo tubo conectado, capaz de simular as condições do ar encontradas durante vôos supersônicos. O trabalho foi dividido em 3 etapas: avaliação teórica do polibutadieno hidroxilado utilizando-se modelagens matemáticas e códigos computacionais, recuperação e dimensionamento do equipamento, utilizando-se um modelo teórico para a queima do combustível e definição / instalação da instrumentação mais adequada para os testes experimentais de forma a adquirir e armazenar os parâmetros relevantes obtidos nos ensaios. Os seguintes passos foram seguidos na realização dos estudos: levantamento das características físicas e químicas do polibutadieno hidroxilado; avaliação teórica da combustão do polibutadieno hidroxilado utilizando-se modelagens matemáticas e códigos computacionais; recuperação e aperfeiçoamento do conjunto sistema gerador de ar viciado / estato-reator; análise teórica do desempenho do estato-reator utilizando o polibutadieno hidroxilado como combustível; dimensionamento de partes do sistema (dimensões do estojo do grão, das tubeiras, das câmaras de mistura) para os ensaios com o novo combustível; determinação da formulação do aglutinante (pré-polímero + agente de cura) com as melhores propriedades mecânicas para o emprego no estato-reator; estudo dos efeitos da câmara de mistura intermediária no desempenho do sistema; avaliação do modelo teórico obtido, através da comparação com os resultados experimentais.

THEORETICAL AND EXPERIMENTAL ANALYSIS OF THE RAMJET PERFORMANCE USING POLYBUTADIENE AS SOLID FUEL

ABSTRACT

Solid fuel ramjets (SFR´s) constitute an important subject in the current stage of propulsion research. These systems can incorporate the high performance achieved by conventional liquid fuel ramjets to the simplicity of solid fuel motors, leading to significant advantages related to fabrication and operation costs. A ramjet is an air-breathing propulsion device. As it flies at a certain speed and altitude, the air captured from the atmosphere is heated and compressed as it passes through the shock wave established in the air intake entrance section. Air pressure is additionally increased as it traverses the diffusion zone of the engine and, in the combustion section, this hot, high-pressure air stream is put in contact with some fuel, that can be liquid or solid. The resulting combustion gases are then expanded in a nozzle to produce thrust. The operational conditions during supersonic flights were emulated by the use of a vitiated air generator, connected-pipe type. Hydroxyl terminated polybutadiene is the fuel used in this research. It is the most commonly used binder for composite propellants. Its combustion properties are a matter of great interest in propulsion field. The ramjet combustion conditions allow the study of these properties, providing a means to evaluate its linear regression rate, a procedure which is otherwise hard to perform. The following steps were followed: review of HTPB physical and chemical characteristics; theoretical analysis of HTPB combustion using mathematical models and computational codes; theoretical analysis of the ramjet performance when using HTPB as fuel; definition of the system dimensions (grain case, nozzles throats and area ratios, and chambers) for use with HTPB; rebuild and updating of the existing vitiated air generator / ramjet engine set; determination of the best formula for the fuel (polymer + cure agent) as far as mechanical and propulsive properties are concerned; analysis of an intermediate mixture chamber and an extended recirculation zone influences on the system performance, and, comparison between theoretical and experimental results.

SUMÁRIO

Pág.

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE SÍMBOLOS

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CAPÍTULO 1 - O ESTATO-REATOR1 ......................................................................V 27

CAPÍTULO 2 - O POLIBUTADIENO HIDROXILADOV........................................V 35

CAPÍTULO 3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................V 41 3.1 Taxa de Regressão Teórica do HTPBc...............................................................h 41

3.2 Configuração do Grãoc ..........................................................................................h 44

3.3 Processo Termodinâmicoc ....................................................................................h 46

3.4 Parâmetros do Desempenhoc ..............................................................................h 51

3.5 Sistema de Ignição do Estato-Reatorc ................................................................h 59

CAPÍTULO 4 - FUNCIONAMENTO DO SISTEMA EXPERIMENTAL E DETERMINAÇÃO DE SEUS PARÂMETROS RELEVANTESV ...........................V 65 4.1 Análise do Sistema Gerador de ar Viciadoc.......................................................h 68

4.1.1 Saída do Módulo Gerador de Ar Viciadoc .......................................................h 69

4.1.2 Vazões do Ar, O2 e H2 no Módulo Gerador de Ar Viciadoc ..........................h 73

4.1.3 Tubeiras de H2 e O2c

..........................................................................................h 75

4.1.4 Entrada do Módulo Gerador de Ar Viciadoc....................................................h 77

4.1.5 Módulo Expansorc ...............................................................................................h 80

4.2 Taxa de Regressão Teórica – cr&.........................................................................h 83

4.2.1 Cálculo do Fluxo de Calor para a Superfície do Grão ( sq& )c........................h 84

4.2.2 Cálculo do Diâmetro Interno do Grão, dic

........................................................h 84

4.2.3 Cálculo da Condutividade Térmica do Ar, karc

................................................h 85

4.2.4 Cálculo do Fluxo de Massa do Ar através do Grão, Garc

..............................h 86

4.2.5 Cálculo da Viscosidade do Ar, µarc

...................................................................h 87

4.3 Módulo Combustorc................................................................................................h 89

4.3.1 Simulação do Desempenhoc.............................................................................h 89

4.3.2 Comprimento da Câmara de Mistura Posteriorc ............................................h 92

4.3.3 Localização do Ponto de Reatamentoc ...........................................................h 97

4.4 Parâmetros do Desempenho Teóricosc..............................................................h 98

CAPÍTULO 5 - TRABALHO EXPERIMENTAL1 ......................................................V 99 5.1 Arranjo do sistemac ................................................................................................h 99

CAPÍTULO 6 - CONCLUSÕES...............................................................................V 111

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1......................................................................V 113

APÊNDICE A1 .............................................................................................................V 115

APÊNDICE B1 .............................................................................................................V 137

APÊNDICE C1 .............................................................................................................V 139

APÊNDICE D1 .............................................................................................................V 153

APÊNDICE E1..............................................................................................................V 155

LISTA DE FIGURAS

1.1 - Diagrama esquemático de um estato-reator sólido. ..................................... 29 1.2 - Aspectos da queima de um combustível sólido em um estato-reator ....... 30 2.1 - Comparação do desempenho de um estato-reator utilizando diferentes

combustíveis sólidos ........................................................................................... 36 2.2 - Fórmula molecular básica do polibutadieno hidroxilado .............................. 36

2.3 - Estrutura molecular (a)isômero 2,4 e (b) isômero 2,6 .................................. 37 2.4 - Estrutura molecular do IPDI .............................................................................. 38 2.5 - Esquema da formação de poliuretano a partir de PBLH e diisocianato. ... 38 3.1 - Desenho esquemático da câmara de combustão. ........................................ 44 3.2 - Desenho esquemático de um estato-reator. .................................................. 47 3.3 - Volume de controle de um estato-reator. ....................................................... 52 3.4 - Empuxo e consumo de combustível de um estato-reator ideal ................. 58 3.5 - Empuxo e eficiências de um estato-reator ideal............................................ 58 4.1 - Desenho esquemático do sistema operacional ............................................. 65 4.2 - Diagrama do comportamento da temperatura e entropia no equipamento

................................................................................................................................ 67

4.3 - Esquema das condições a serem simuladas na saída do módulo gerador de ar viciado (resultados dos cálculos já adicionados na figura)................. 69

4.4 - Esquema das condições a serem simuladas na entrada do módulo gerador de ar viciado (resultados dos cálculos já adicionados)................... 77

4.5 - Esquema das condições a serem simuladas no módulo expansor (resultados dos cálculos já adicionados) ......................................................... 81

4.6 - Esquema do combustor..................................................................................... 83 4.7 - Esquema das condições a serem simuladas no módulo combustor

(resultados dos cálculos já adicionados) ......................................................... 89 4.8 - Gráficos de simulação dos parâmetros Isp, c* e Tc em função da razão de

equivalência. ......................................................................................................... 91 5.1 – Estato-reator recuperado, posicionamento horizontal ................................. 99 5.2 – Estato-reator recuperado, posicionamento vertical.................................... 100 5.3 - Desenho esquemático do sistema de fornecimento de ar......................... 101 5.4 – Pontos de medição ao longo do equipamento. (P = pressão, T =

temperatura, E = empuxo)................................................................................ 102 5.5 - Desenho esquemático da câmara de combustão com zona de

recirculação anterior.......................................................................................... 103 5.6 – Posicionamento dos cilindros H2 e N2 .......................................................... 104

5.7 – Posicionamento dos cilindros ar e O2 (a seta indica a válvula manual) . 104 5.8 - Desenho esquemático do sistema de fornecimento de ar......................... 105 5.9 – Comportamento da pressão, temperatura e empuxo durante ensaios sem

câmera de mistura intermediária..................................................................... 107 5.10 – Superfície interna do grão após queima .................................................... 108 B.1- Curva característica da válvula reguladora de pressão do ar.................... 137 C.1 - Esquema do sistema gerador de ar viciado / estato-reator ...................... 139

C.2 - Módulo combustor...................................................................................140 C.3 - Módulo combustor...................................................................................141 C.4 - Placa adaptadora............................................................................... ... 142 C.5 - Placa adaptadora....................................................................................143 C.6 - Estojo do grão........................................................................................ 144 C.7 - Câmara de mistura intermediária............................................................145 C.9 - Estojo do grão.........................................................................................146 C.10 - Câmara de mistura posterior.................................................................147 C.11 - Câmara de mistura posterior.................................................................148 C.12- Tubeira de ar frio....................................................................................149 C.13 - Tubeira de ar quente.............................................................................150

LISTA DE TABELAS

5.1 – Resultados dos ensaios sem câmara de mistura intermediária............... 106 5.2 – Resultados dos ensaios com câmara de mistura intermediária após ponto

de reatamento .................................................................................................... 109

5.3– Resultados dos ensaios com câmara de mistura intermediária na metade do comprimento do polímero ........................................................................... 109

5.4 – Comparação dos resultados dos ensaios com diferentes tipos de polímero.............................................................................................................................. 110

D.1– Lista de materiais ............................................................................................. 153 E.1– Procedimentos para a execução dos ensaios ............................................. 155

LISTA DE SÍMBOLOS

A* - menor área da tomada de ar [m2]

a - velocidade sônica na região [m/s]

A∞ - área real de captação do ar [m2]

Cp - calor específico à pressão constante [cal kg-1K-1]

Cv - calor específico à volume constante [cal kg-1K-1]

D - arrasto de compressão [N]

de - diâmetro externo do grão [m]

di - diâmetro interno do grão [m]

F - empuxo bruto do motor [N]

FER - empuxo do estato-reator [N]

FD - fator de depolimerização

f - razão mássica combustível / ar

fest - razão mássica combustível / ar estequiométrica

freal - razão mássica combustível / ar real

Gar - fluxo de massa do ar através orifício do grão [kg m-2s-1]

h - coeficiente de transferência de calor por convecção [cal m-2 s-1 K-1]

h - degrau de recirculação [m]

h0 - entalpia de estagnação [kcal / mol]

∆Hºf - entalpia de formação padrão [kcal / mol]

Hd - calor de depolimerização [J/g]

Hv,

- calor efetivo de vaporização [J/g]

Isp - impulsão específica [m/s]

Isp,c - impulsão específica por unidade de massa de combustível do estato reator [m/s] Isp,f - impulsão específica para motores foguete obtido do código computacional [m/s] κ ar - condutividade térmica do ar [cal m-1s-1K-1]

Lc - comprimento do grão combustível [m]

LCM - comprimento da câmara de mistura [m]

M - massa molecular [g/mol]

m& - vazão total (ar + combustível) [kg/s]

m&ar - vazão mássica do ar [kg/s]

m&c - vazão mássica do combustível [kg/s]

Me - número de Mach na região “e”

Mn - massa molar média do HTPB [g/mol]

M∞ - número de Mach na entrada do ar

Nu - número de Nusselt = hd/λ

P0,∞ - pressão de estagnação na entrada do ar [atm]

Par - pressão do ar

Pr - número de Prandtl = µCp/λ

P∞ - pressão na entrada do ar [atm]

Qr - entalpia de reação do combustível [kcal / mol]

sq& - fluxo de calor para a superfície do grão [cal m-2 s-1]

r& - taxa de regressão [mm/s]

R - constante do gás [Nm/kg/K]

Re - número de Reynolds =ρvd/µ

Sc - superfície de queima do grão combustível [m]

Ti - valor inicial da temperatura do polímero [K]

T0 - temperatura de estagnação [K]

T0,∞ - temperatura de estagnação na entrada do ar [K]

Tam - temperatura de amolecimento [K]

Tar - temperatura do ar [K]

Tc - temperatura adiabática da chama [K]

tres - tempo de residência [s]

Ts - temperatura da superfície do combustível [K]

Tv - temperatura de vaporização

T∞ - temperatura na entrada do ar [K]

var - velocidade do ar [m/s]

v∞ - velocidade de captação do ar [m/s]

Wn - Peso molecular médio

µs - viscosidade do ar à temperatura da superfície do polímero [kg m-1s-1]

µar - viscosidade do ar a uma temperatura média [kg m-1s-1]

ρar - massa específica do ar [kg m-3]

ρc - massa específica do combustível condensado [kg m-3]

γ - Cp/Cv

σ - diâmetro efetivo de colisão entre duas moléculas [Å]

Ωu - integral de colisão para a viscosidade

Ωk - integral de colisão para a condutividade térmica

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

DBO - dibutil ftalato TDI - diisocianato de tolueno PBLH - polibutadieno líquido hidroxilado IPDI - diisocianato de isoforona HTPB - polibutadieno hidroxilado

27

CAPÍTULO 1

O ESTATO-REATOR

O estato-reator é um dispositivo de propulsão aeróbica feito para atuar

quando a aeronave já possui uma velocidade inicial. Consiste basicamente de

um duto, dotado de uma tomada de ar com uma seção em forma de difusor

onde o ar capturado é comprimido e aquecido até níveis dependentes do

regime de trabalho do engenho. Na seção que funciona como câmara de

combustão o oxigênio do ar reage com um combustível, que pode ser líquido

ou sólido. Conforme o estado físico do combustível os artefatos são chamados

estato-reatores líquidos ou sólidos.

No primeiro caso, o combustível líquido é armazenado a bordo em

tanques adequados e introduzido na câmara de combustão através de

injetores. São engenhos de funcionamento mais flexível, permitindo uma

manutenção da razão de mistura ótima em diferentes regimes de vôo, através

da adaptação do escoamento de combustível líquido à quantidade de ar

capturada, que é função principalmente da velocidade de vôo. Obviamente,

permite ainda múltiplas interrupções e retomadas do funcionamento do

propulsor. Por outro lado, introduz uma complexidade crescente no conjunto,

necessitando de tanque, válvulas, sensores, comandos e controle,

normalmente computacional, em circuito fechado.

No estato-reator sólido, o duto é preenchido quase totalmente por um

combustível cilíndrico, mono ou multiperfurado. A reação entre o oxigênio e o

combustível ocorre no interior dessas perfurações. Entre os sistemas

propulsivos que utilizam o ar atmosférico como agente oxidante, o estato-reator

sólido é considerado o mais simples de todos. Essa simplicidade advém da

ausência total de partes móveis e de acessórios suplementares. Em

compensação, seu funcionamento não permite ajustes, pois a vazão mássica

28

de combustível é controlada pela área de queima instantânea disponível nas

perfurações e é aproximadamente constante. Essa aproximação é tanto mais

adequada quanto maior for o número de perfurações. Além disso, uma vez

disparado, funcionará ininterruptamente até a consumação completa do grão

combustível.

O estato-reator enquadra-se em uma das categorias dos sistemas de

propulsão por reação. O esforço propulsivo (empuxo) é obtido pela diferença

entre a quantidade de movimento linear do ar de entrada e aquela dos gases

de combustão na saída da tubeira. Tais sistemas dependem diretamente dos

processos termodinâmicos que ocorrem em seu interior.

Neste trabalho somente será estudado o estato-reator a combustível

sólido. O adjetivo “sólido” está, portanto, implícito, sempre que houver

referência àquele engenho.

O estato-reator pode ser dividido em três partes, como apresentado na

Figura 1.1 :

- difusor;

- câmara de combustão;

- tubeira.

O estato-reator é classificado como supersônico ou subsônico devido ao

tipo de combustão que se estabelece em sua câmara de combustão. Ele é

denominado subsônico, em inglês ramjet, se a combustão em sua câmara for

subsônica, e supersônico ou scramjet (acrônimo para supersonic combustion

ramjet), caso seja supersônica.

A Figura 1.1 esquematiza o funcionamento de um estato-reator subsônico

sólido. O ar atmosférico penetra no sistema através de uma tomada de ar e o

difusor que se segue estabelece um trem de ondas de choque onde o ar

29

incidente com velocidade v∞ é desacelerado até v1, convertendo energia

cinética em energia térmica de modo que T1>T∞ enquanto a pressão aumenta

de P∞ a P1. Na câmara de combustão o ar reage com o combustível sólido em

uma reação exotérmica praticamente à pressão constante já que a velocidade

v1 é pequena comparada com a velocidade do som. O resultado líquido do

processo é o aumento da energia térmica do fluido e o decréscimo da massa

específica. Ao final da combustão, grande parte das energias de pressão e

térmica é convertida em energia cinética por meio da tubeira, na qual o

escoamento é acelerado e expandido com a conseqüente queda na

temperatura de Tf até Ts. No caso ideal essa expansão chega até a pressão

ambiente. A diferença entre as energias de pressão e térmica das seções f e s

é maior do que aquela obtida entre as seções 1 e 2, portanto a variação na

energia cinética é maior na tubeira do que no difusor e vs é maior que v∞. Essa

mudança na quantidade de movimento da massa (m&svs –m&∞v∞) fornece o

empuxo.

FIGURA 1.1 - Diagrama esquemático de um estato-reator sólido.

Como o estato-reator não dispõe de meios próprios para a partida, deve

ser lançado do solo por catapultas ou foguetes, ou lançado ao ar por um avião

viajando em velocidades de vôo na faixa de números de Mach entre 2 e 5.

Portanto, embora possam operar em velocidades de vôo subsônicas, a razão

do aumento de pressão relacionada a altas velocidades de vôo torna o estato-

reator mais adequado para vôos supersônicos.

30

Em regimes de vôo hipersônico, a desaceleração até velocidades

subsônicas não é conveniente, pois implica em um incremento excessivo na

pressão, acarretando problemas estruturais no combustor, e em um grande

incremento da temperatura. A temperatura após o trem de ondas de choque

pode se tornar muito próxima à temperatura de chama adiabática, o que

resultaria na dissociação do combustível sem que uma força propulsiva fosse

produzida. Daí a necessidade de manter o regime em escoamento supersônico

no interior da câmara de combustão (scramjets).

A combustão do polímero em estato-reatores a combustível sólido

processa-se no interior da câmara do modo sugerido na Figura 1.2:

FIGURA 1.2 - Aspectos da queima de um combustível sólido em um estato- reator

Segundo Migueis (1986), na primeira zona de combustão, anterior ao

ponto de reatamento, o suporte de chama é criado pela diferença entre os

diâmetros da entrada de ar e interno do grão. Essa zona é caracterizada pela

grande turbulência, elevada taxa de transferência de calor e uma mistura

bastante efetiva entre o ar, os produtos quentes da combustão e os vapores

provenientes da pirólise do combustível. A queima dentro dessa região rica em

combustível é responsável pela difusão da combustão ao longo da câmara e a

energia liberada, dentro ou ao longo da fronteira dessa zona, tem que ser

suficiente para sustentar a combustão no restante da câmara. Existe uma

31

altura “ha” mínima do suporte de chama para que ela seja estável e se auto-

sustente que é essencialmente dependente do fluxo e da temperatura do ar.

Cada tipo de combustível sólido em particular exige uma altura mínima para

que a estabilização da chama ocorra.

A segunda importante zona de combustão ocorre após o reatamento do

escoamento de ar à parede do combustível. Nessa região existe uma chama

difusiva turbulenta dentro da camada limite, que é sustentada pelos produtos

quentes oriundos da região recirculante. Na camada limite, os vapores da

pirólise do combustível vindos da superfície são misturados com os produtos

ricos em oxigênio do escoamento central. A quantidade do vapor de

combustível depende do mecanismo de transferência de calor por radiação e

convecção existente entre a chama e a superfície. A pirólise do polímero é

assegurada pela transferência de calor por convecção e radiação através da

chama.

Segundo Veras (1991), após a segunda zona de combustão, encontra-se

a região da câmara de mistura, onde a expansão súbita dos produtos oriundos

da câmara de reação promoverá a mistura e queima de uma parcela de gases

combustíveis remanescentes com o oxigênio ainda disponível no escoamento

central. Esse processo aumenta a eficiência da combustão.

Comparando-se os estato-reatores com os sistemas normalmente

utilizados na propulsão de foguetes e mísseis, o tempo de queima e o alcance

obtido durante a fase propulsada podem ser maiores, pois o primeiro método

não necessita levar consigo a quantidade elevada de oxidante empregada nos

propelentes.

O primeiro modelo de estato-reator foi apresentado pelo engenheiro

francês René Leduc no salão parisiense de aviação em 1938. A partir da

Segunda Guerra Mundial foram propostos modelos de mísseis utilizando o

estato-reator, contudo o seu desenvolvimento foi adiado por limitações dos

materiais da câmara de combustão e devido ao inconveniente de o estato-

32

reator ter que operar a uma determinada velocidade inicial. No início da década

de 90, os estudos concernentes a esse sistema de propulsão foram reiniciados

e atualmente há mísseis com avançados mecanismos de propulsão mista

foguete e estato-reator. Outras tecnologias, como o controle inteligente do

escoamento na tomada de ar do estato-reator, contribuíram para aumentar o

rendimento e principalmente a confiabilidade nos foguetes propelidos por esse

sistema. Há projetos de aeronaves propelidas com combinações de turbo-jatos,

foguetes e estato-reatores subsônicos e supersônicos, capazes de operar do

nível do mar até a órbita. De acordo com Romero (2004), compostos cerâmicos

avançados estão sendo pesquisados para permitir que estato-reatores operem

em temperaturas externas bastante elevadas, em velocidades hipersônicas

acima de Mach 6.

No Brasil, dentre os principais estudos realizados, citam-se os de Migueis

(1986), Ronzani (1989), Veras (1991) e Silva (1995), onde constam análises

teóricas e experimentais de estato-reatores utilizando-se diferentes

combustíveis sólidos: poliéster, poliéster + perclorato de amônio e polietileno de

alta densidade (PEAD). Migueis projetou, construiu e testou um gerador de ar

viciado para simular as condições de vôo do estato-reator utilizando como

combustível sólido o poliéster, às vezes enriquecido com até 25% de perclorato

de amônio. Ronzani estabeleceu modelos simplificados dos processos

característicos de um estato-reator, principalmente para a região da câmara de

combustão, determinando uma solução analítica para a taxa de regressão do

propelente sólido. Veras realizou pesquisa experimental de um estato-reator

utilizando o polietileno e a modelagem teórica de Ronzani como base de

trabalho. Silva forneceu um melhor entendimento do processo de queima do

polietileno frente à variação dos parâmetros termodinâmicos relacionados com

o veículo em vôo.

Esse trabalho tem como objetivo a análise experimental e teórica de um

estato-reator utilizando o polibutadieno hidroxilado como combustível sólido, a

33

partir de um gerador de ar viciado recuperado e redimensionalizado

anteriormente projetado por Migueis (1986).

34

35

CAPÍTULO 2

O POLIBUTADIENO HIDROXILADO

De acordo com Cordeiro (2000), uma grande variedade de combustíveis

sólidos já foi testada até hoje. A sua seleção deve levar em conta os requisitos

de cada missão em particular, o que determina a quantidade de calor liberado

por volume ou massa do combustível durante o processo de combustão. O

combustível sólido deve ter boas qualidades físicas e mecânicas, necessárias

para manter a integridade física do grão e o desempenho do sistema quando

sujeito a grandes variações nas condições do meio.

Segundo Manjari (1993), o polibutadieno hidroxilado ou HTPB (hydroxyl

terminated polybutadiene) é um poliuretano formado a partir de polibutadieno

líquido hidroxilado (PBLH) e isocianatos orgânicos que funcionam como agente

de cura promovendo a solidificação da mistura.

A Figura 2.1 apresenta a comparação do desempenho teórico de um

estato-reator utilizando um propelente sólido - 75% poliéster (PS) + 25%

perclorato de amônio (AP) - e os polímeros polietileno (PE) e polibutadieno

hidroxilado (HTPB) como combustíveis, mostrando que a impulsão específica

por unidade de massa de combustível do HTPB é próximo do PE.

36

FIGURA 2.1 - Comparação do desempenho de um estato-reator utilizando diferentes combustíveis sólidos

Segundo Paterlini et al. (2002), o PBLH, cuja fórmula estrutural básica é

apresentada na Figura 2.2, é considerado um pré-polímero líquido de massa

molar média da ordem de 2.800 g/mol, contendo grupos hidroxilas terminais e

reativos.

FIGURA 2.2 - Fórmula molecular básica do polibutadieno hidroxilado

Os isocianatos orgânicos utilizados na síntese dos poliuretanos podem

ser representados pela fórmula química geral R(-NCO)n onde:

• R é principalmente um composto orgânico aromático ou alifático;

37

• n é a funcionalidade, que normalmente é igual (diisocianatos) ou superior

a 2 (poliisocianatos).

De acordo com Wakim (1985), a seleção dos isocianatos baseia-se nos

seguintes fatores: funcionalidade, estrutura química, peso molecular e

reatividade. Como exemplo dos isocianatos mais utilizados na síntese de

poliuretanos, podem ser citados:

• Diisocianato de tolueno (TDI) – C9H6O2N2: isocianato aromático,

comercializado como uma mistura de isômeros 2,4 e 2,6 (representados na

Figura 2.3 ) nas proporções 80:20, 65:35 ou puro. Apresenta maior reatividade

no grupamento NCO localizado na posição 4 do anel aromático em relação aos

grupamentos 2 e 6.

FIGURA 2.3 - Estrutura molecular (a)isômero 2,4 e (b) isômero 2,6

• Diisocianato de isoforona (IPDI) – C12H18O2N2: isocianato alifático,

representado na Figura 2.4. Como não possui o efeito ativador do anel

aromático ligado ao grupo NCO, é menos reativo do que o TDI. Substituintes

volumosos próximos ao sítio de reação diminuem a velocidade de reação.

Assim, os grupos NCO do IPDI que são ligados a átomos de carbono primário

e secundário, possuem reatividades diferentes.

38

FIGURA 2.4 - Estrutura molecular do IPDI

Durante o processamento da formulação do poliuretano à base de PBLH,

o mesmo apresenta-se líquido até a adição do agente de cura. Inicia-se então a

reação de cura, aumentando a viscosidade da mistura até transformá-la em um

produto sólido. O processo consiste na reação entre as hidroxilas do PBLH e

os grupos isocianatos do agente de cura, levando à formação do poliuretano,

como esquematizado na Figura 2.5.

FIGURA 2.5 - Esquema da formação de poliuretano a partir de PBLH e diisocianato.

Logo após a adição do agente de cura, é desejável que a velocidade da

reação seja lenta o suficiente para manter a viscosidade da mistura em valores

adequados durante o tempo necessário para o carregamento da câmara de

combustão. Esse tempo é classicamente denominado Pot life. Por outro lado,

após o carregamento é desejável que a reação de cura não seja tão lenta, a

ponto de acarretar um tempo de cura prolongado. O ajuste da velocidade de

cura para satisfazer essas duas condições tem sido realizado pelo uso de

catalisadores, sendo que os mais utilizados são complexos de metais de

transição como dibutil dilaurato de estanho, octoato de chumbo, acetilacetonato

de cobre e acetilacetonato férrico, sendo esse último o mais empregado.

39

Além do bom desempenho do HTPB, a sua grande utilização em

foguetes, facilidade de manipulação/processamento e disponibilidade justificam

o seu uso no presente trabalho.

Propriedades Físicas e Termodinâmicas dos Reagentes

De acordo com dados de Cordeiro (2000):

HTPB (Polibutadieno hidroxilado)

∆Hºf = 4,11 Kcal /mol

ρc = 0,92 g/cm3

M n = 2248 g/mol

Tam = 418 K

Hv,ef = 1563 J/g = 373,923 cal/g

Tv ≥773,15K

IPDI (Diisocianato de isoforona)

∆ Hºf = -104,89 Kcal/mol

M = 222 g/mol

DBO (Dibutil Ftalato) – plastificante utilizado em seu processamento

∆ Hºf = -200,99 Kcal/mol

M = 278 g/mol

40

41

CAPÍTULO 3

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Taxa de Regressão Teórica do HTPB

Alguns aspectos fundamentais da câmara de combustão de um estato-

reator a combustível sólido podem ser esclarecidos por uma análise

simplificada que resulta em uma correlação para a taxa de regressão teórica.

Essa taxa de regressão foi encontrada utilizando-se o modelo sugerido por

Hadar e Gany (1992) que consiste da inspeção dos diferentes fenômenos da

combustão (cinética química e transferência de calor, por exemplo) que

interferem na pirólise do combustível.

Várias hipóteses são utilizadas para a simplificação do modelo. Primeiro,

o escoamento sobre o combustível é caracterizado por uma camada limite

completamente desenvolvida. Segundo, a força atuante no mecanismo de

transferência de calor é a diferença de temperatura entre a chama e a

superfície do polímero, sendo que a transferência de calor radiativa da chama

para a superfície é a única fonte de energia na superfície do combustível e é

totalmente aplicada ao processo exotérmico da pirólise do combustível.

Terceiro, a temperatura da chama pode ser aproximada ao seu valor adiabático

à razão estequiométrica combustível / ar. Quarto, a temperatura da superfície

do polímero é praticamente constante e igual a 700K segundo dados

experimentais da literatura. Portanto, basicamente, em regime permanente a

taxa de regressão pode ser calculada pela seguinte equação:

)ef,vHc/(qr ρ= && (3.1)

Sendo:

42

s

.q = fluxo de calor para a superfície do grão,

ρc = massa específica do combustível condensado,

Hv, ef = calor efetivo de vaporização do combustível.

A taxa de regressão resulta, então, em um processo de quase-equilíbrio

controlado pela transferência de calor para a superfície do grão, com um valor

praticamente constante do calor efetivo de vaporização do combustível.

Da primeira hipótese, a correlação de Sieder e Tate do número de

Nusselt, Nu, para escoamento altamente turbulento, pode ser utilizada:

14,0

s

ar3/1Pr8,0Re026,0Nu

µµ

= (3.2)

Sendo:

Re = número de Reynolds,

Pr o=número de Prandtl,

µar = viscosidade do ar à uma temperatura média,

µs = viscosidade do ar à temperatura da superfície do polímero.

Da segunda hipótese, o fluxo do calor convectivo para a superfície do

combustível pode ser representado pela equação a seguir:

)sTch(T.

sq −= (3.3)

Sendo:

43

h é o coeficiente de transferência de calor,

Tc é a temperatura da chama adiabática,

Ts é a temperatura da superfície do polímero.

A chama difusiva é estabelecida numa localização onde os combustíveis

vaporizados que emergem da superfície e o ar encontram-se em proporção

estequiométrica. Conseqüentemente, é esperada temperatura de chama

constante. Embora existam algumas perdas de calor, a temperatura de chama

adiabática é usada como boa aproximação.

O calor efetivo de vaporização do combustível polimérico, Hv, ef, é

composto de duas contribuições. Primeiro, o calor sensível associado à

elevação da temperatura do polímero do seu valor inicial T0 até o valor da

temperatura da superfície Ts. Segundo, o calor da decomposição do polímero

em monômeros ou pequenos fragmentos de cadeia, incluindo o calor

necessário para vaporizar esses ingredientes da decomposição.

As seguintes hipóteses são usadas para definir e calcular o calor de

decomposição dos polímeros, Hd,m:

• O calor exigido para decompor uma unidade de massa de polímero

sólido (à temperatura da parede Ts) em monômeros gasosos (calor de

depolimerização Hd) é igual ao calor necessário para polimerizar os

monômeros em seus polímeros nas mesmas condições;

• A integral do calor específico Cp com a temperatura em faixas onde não

haja dados disponíveis pode ser calculada por extrapolação.

Assim, o calor de decomposição dos polímeros em monômeros pode ser

calculado como:

44

dHsT

0T

dTpCd.mH +∫= (3.4)

De acordo com Cordeiro (2000), a comparação entre os valores de Hd,m

obtidos utilizando-se a equação acima e dos valores de He,v obtidos

termogravimetricamente, leva a um fator de correção denominado FD (fator de

depolimerização). Portanto:

FD

dHsT

0T

dTpCefv,H +∫= (3.5)

3.2 Configuração do Grão

A partir do valor do diâmetro externo do grão, de, o diâmetro interno, di, é

calculado observando-se a sua razão mínima com a altura do degrau de

recirculação, ha, que permita uma combustão auto-sustentada: (ha/di). Essa

razão pode ser encontrada em literatura, ou obtida por tentativas, a partir das

condições do processo.

FIGURA 3.1 - Desenho esquemático da câmara de combustão.

Pela análise da Figura 3.1 , o degrau de recirculação “ha” formado é:

ha= 0,5(di – d1) (3.6)

Sendo:

45

di = diâmetro interno do grão,

d1 = diâmetro de entrada do ar.

O comprimento do grão é calculado posteriormente objetivando uma

razão de equivalência que proporcione o melhor desempenho teórico do motor.

Pode ser obtido da seguinte relação:

(3.7)

Sendo:

freal = razão combustível/ar real,

Sc = área da superfície do grão,

ρc = massa específica,

dc = diâmetro,

r& = taxa de regressão,

Lc = comprimento do grão combustível,

Gar = fluxo de massa do ar,

Ai = área de passagem do ar no grão.

Durante a queima radial, de dentro para fora, de grãos cilíndricos

monoperfurados, Ai aumenta com o tempo. Em conseqüência o fluxo mássico

Gar diminui e a superfície de queima aumenta. Ainda, conforme observado nos

experimentos deste trabalho e em concordância com os resultados de Silva

(1995), a taxa de regressão r& diminui com o tempo de queima. Esse fenômeno

i A . ar G

. rc L i πd c ρ

ar . m

. r c S c ρ

real ar. m

c . m

real f = =

=

46

é bem similar à conhecida combustão erosiva dos propelentes sólidos. No

início do ensaio, o fluxo mássico é máximo, fazendo com que a espessura da

camada limite seja mínima e transmissão de calor para a superfície máxima. À

medida que Ai aumenta, a ação do fluxo sobre a camada limite vai diminuindo,

sua espessura aumenta e a transmissão de calor diminui, diminuindo em

conseqüência a taxa de regressão. Portanto, a expressão 3.7 demonstra que a

razão combustível/ar mantém-se aproximadamente constante.

Segundo Jensen e Netzer (1986), o comprimento da câmara de mistura

posterior, LCM, necessário para um tempo de residência mínimo, tres, pode ser

calculado através de uma estimativa do número de Mach na região:

LCM = Me. ae . tres (3.8)

Sendo:

Me = número de Mach na região “e”,

ae = velocidade sônica na região “e”.

3.3 Processo Termodinâmico

De acordo com Sutton (1992), as relações termodinâmicas dos processos

que ocorrem na tubeira ou na câmara de um estato-reator fornecem as

ferramentas matemáticas necessárias para calcular o desempenho e

determinar os parâmetros para o projeto de seu sistema de propulsão.

O meio mais simples de se estudar o processo termodinâmico que

envolve o funcionamento de um estato-reator é admitir que este seja isento de

irreversibilidades. Apesar do afastamento da realidade quando se escolhe essa

hipótese, obtém-se o limite superior de desempenho que este sistema pode

alcançar. Assim é possível estabelecer um critério inicial de projeto,

conhecendo-se os principais parâmetros que afetam sua operação.

47

Simplificando então o processo real de funcionamento, adotam-se as

seguintes hipóteses para o que se denomina de estato-reator ideal:

1) O escoamento de ar está em regime permanente;

2) O ar comporta-se como gás ideal;

3) Os processos de compressão e expansão são isentrópicos;

4) O estato-reator funciona em operação crítica, ou seja, a área de

captação é igual à área da tomada de ar;

5) O escoamento é expandido na tubeira até a pressão ambiente;

6) O processo de combustão ocorre à pressão constante.

A Figura 3.2 representa o esquema do escoamento de ar em um estato-

reator subsônico. No difusor representado, o ar é desacelerado e comprimido

da pressão ambiente até próximo da pressão de estagnação, sem formação de

onda de choque, passando de regime supersônico a subsônico por difusão

isentrópica através de área convergente-divergente. Na câmara de combustão,

calor e massa são transferidos em processo à pressão constante, sendo que o

aumento da entropia deve-se à elevação da temperatura de T1 a Tf,, e na

tubeira os produtos da combustão são expandidos até a pressão ambiente sem

que ocorram perdas.

FIGURA 3.2 - Desenho esquemático de um estato-reator.

48

No difusor, a vazão admitida pelo veículo pode ser determinada pela

equação abaixo:

1)2(γ

2

R

γ

0,T

*2A0,P

ar

.m

−+

+∞

∞= (3.9)

Sendo:

P0,∞ = pressão de estagnação na entrada do ar,

A2* = a menor área da tomada de ar,

T0,∞ = temperatura de estagnação na entrada do ar,

γ=Cp/Cv,

R é a constante específica do gás.

Segundo Hill e Peterson (1992), sendo a área A2*a menor área da tomada

de ar, seu escoamento é dito saturado sonicamente e o número de Mach na

região é igual a 1, sendo então determinada pela relação abaixo:

1)(γ

2

1γ1

2M2

1γ1

M

1

*2A

A−+

−+

∞−

+

∞=∞ (3.10)

Sendo:

A∞ = área real de captação do ar,

M∞ = número de Mach de entrada do ar.

As condições de estagnação do escoamento uniforme são dadas pelas

equações em função do número de Mach de vôo a seguir:

49

γ

)2M2

1γ(1

P

0,P −∞

−+=

∞∞ (3.11)

2M2

1γ1

T

0,T∞

−+=

∞∞ (3.12)

Sendo:

P∞ = pressão na entrada do ar,

T∞ = temperatura na entrada do ar.

Após a passagem pelo difusor, a pressão e a temperatura na região 1, P1

e T1, são calculadas aplicando-se as equações 3.11 e 3.12 a essa seção.

Como não são consideradas as irreversibilidades neste processo, as condições

de estagnação ao longo do motor são as mesmas do escoamento à frente do

veículo e o número de Mach M1 é obtido resolvendo-se a relação 3.10 para a

razão A1/A2*.

Utiliza-se a equação de conservação de energia em regime permanente

entre as regiões 1 e f, considerando-se a adição de massa:

f0)hc

.mar

.m(c

.mrQ0chc

.m

10har

.m +=++ (3.13)

Sendo:

ar

.m = vazão mássica do ar,

h0,1 = entalpia de estagnação por unidade de massa na região 1,

cm& = vazão mássica de combustível,

h0,c= entalpia de estagnação por unidade de massa do combustível,

50

Qr = entalpia de reação do combustível,

h0,f = entalpia de estagnação por unidade de massa na região f.

O termo 0cc

.

hm pode ser desprezado, pois sua ordem de grandeza é muito

inferior. Dividindo-se a expressão acima por ar

.

m e sabendo que arm/cmf &&= ,

encontra-se a temperatura de estagnação na região f, T0f:

+

+=

pC

rfQ

10T

f1

1f0

T (3.14)

Sendo:

f a razão combustível / ar,

Cp o calor específico do ar,

Qr a entalpia de reação do combustível.

Com a hipótese de isentropia e de expansão perfeita na tubeira, tem-se:

Ps

s0P

P

0P=

∞∞ (3.15)

Sendo:

P0,s = pressão de estagnação na região s,

Ps = pressão na região s.

Como conseqüência, o número de Mach do jato de saída, região s, é igual

ao valor do escoamento uniforme, ou seja:

M∞ = Ms (3.16)

51

Portanto, como resultado da equação acima e utilizando a definição do

número de Mach = v / a (velocidade do projétil / velocidade do som), encontra-

se a velocidade de saída:

∞∞=

0T

f0T

vsv (3.17)

Das equações 3.14 e 3.17, é obtida uma nova expressão da velocidade

“vs” em função do combustível usado:

2/1

0TpC

RfQ1

f1

vsv

∞+

+∞= (3.18)

Os valores obtidos através das equações descritas devem ser

interpretados como resultados ótimos que não são encontrados na prática. A

hipótese de que a pressão de estagnação mantém-se constante ao longo de

todo processo apenas simplifica os cálculos, produzindo um afastamento da

realidade. O grau de desvio do processo ideal pode ser estimado, em parte, por

meios analíticos ou, com base em ensaios experimentais, é possível

determinar as quedas reais na pressão de estagnação nas três principais

regiões do estato-reator.

3.4 Parâmetros do Desempenho

A Figura 3.3 representa o volume de controle de um estato-reator,

desprezando-se o modo como o calor é transferido ao escoamento. O ar entra

na região “∞” e os produtos da combustão saem pela estação “s”.

52

FIGURA 3.3 - Volume de controle de um estato-reator.

A área de captação do ar Ac geralmente é igual à área de entrada do

estato-reator, A2, mas como pode haver condições subcríticas de operação,

admite-se Ac<A2. Portanto, a vazão mássica na região Ac é dada por:

cAvar

.m ∞∞ρ= (3.19)

Admitindo-se movimento retilíneo uniforme, utiliza-se a equação integral

da conservação da quantidade de movimento para o escoamento em regime

permanente:

∫ ρ=Σ )d.(v SvFFFF (3.20)

O vetor dS pode ser escrito como N.dS, sendo dS um elemento diferencial

de área e cujo vetor unitário normal é N. Considerando que a direção do

escoamento e o eixo axial do corpo estão alinhados com a abscissa do sistema

de coordenadas, o empuxo bruto é colinear a essa direção, cujo vetor unitário é

i. Portanto, desprezando as forças de corpo e viscosidade, tem-se:

∫−=Σ xdS.PiFFFF (3.21)

Integrando-se a equação 3.21 entre as áreas Ac e As, tem-se:

53

(3.22)

A integral está relacionada às forças de pressão que atuam sobre as

paredes internas do volume de controle, com exceção das áreas Ac e As. O

termo dAi,x corresponde ao elemento de área dentro desse volume de controle,

perpendicular à direção “x”.

O empuxo do estato-reator, FER, é a diferença entre as forças devido à

pressão interna e externa entre as áreas Ac e As:

(3.23)

(3.24)

Substituindo 3.24 em 3.22 :

FER = ρsv2sAs - ρ∞v

2∞Ac + As(Ps - P∞) (3.25)

A partir da equação da continuidade:

(3.26)

Tem-se:

(3.27)

Escrevendo a equação 3.27 em função da razão combustível/ar:

s A ) P sP ( s v ) s

. mar

. m( v ar

. mER F ∞ − + + + ∞ −=

s A s v s s

. m c

. m ar

. m ρ == +

o c A ) 2 v P ( s A ) 2 s

v s s P ( s A

c A xi

PdA = ∞ ∞ ρ + ∞ + ρ + − ∫ −

∫ ∞ − ∫ =s A

c A

dA P s A

c A xi

PdA ER F

) c A s A ( Ps A

c A xi

PdAER F −∞ − ∫ =

54

(3.28)

Devirando-se a equação 3.28 em relação a As, tem-se:

(3.29)

A equação 3.29 comprova que o empuxo máximo é obtido quando o

escoamento é perfeitamente expandido na tubeira, Ps=P∞.

Portanto, para um estato-reator ideal o empuxo é calculado por:

(3.30)

A equação 3.30 combinada com a equação 3.17 reescrita abaixo, fornece

o empuxo por unidade mássica do escoamento do ar:

(3.17)

(3.31)

Como apresentado na equação 3.27, por serem alimentados pelo ar, os

estato-reatores incorporam ao seu empuxo, FER, um termo de arrasto de

compressão, D, correspondente à taxa de quantidade de movimento do ar

incidente.

FER = – D + F (3.32)

ar

. m]s v ) f 1 ( v [(ER F + + ∞ −=

Ps - P∞

s dA

ER dF =

s A ) Ps P ( ar

. m ]s v ) f 1 ( v [( ER F ∞ − +++ ∞ − =

∞ ∞ =

, 0 T 4 , 0 T

v sv

−γ +

∞ + ∞ γ = 1

2 / 1 2

M∞2

1 1

T

4 , 0 T ) f 1 ( RTM∞

ar

. m

ER F

55

Ou seja:

F.var

.mERF +∞−= (3.33)

Geralmente, os sistemas propulsivos são comparados entre si com base

em um ou mais parâmetros que são função do desempenho obtido. Um dos

parâmetros mais comuns é a impulsão específica, Isp. A impulsão específica

pode ser obtida diretamente por códigos computacionais. Porém, o valor

calculado refere-se à impulsão específica de motores foguete que não se

alimentam do ar atmosférico.

De acordo com Migueis (1986), relaciona-se a impulsão específica obtida

por um código computacional, ou seja, para motores foguetes, Isp,f, com a

impulsão específica por unidade de combustível para os estato-reatores, Isp,c,

utilizando-se as seguintes expressões:

.mF/fsp,I = (3.34)

Definindo:

c

.m/ERFcsp,I = (3.35)

Substituindo-se a equação 3.33 em 3.35 e rearranjando, obtém-se:

∞+= var

.mc

.mcsp,IF (3.36)

Fazendo .

m = arm

.

+ cm

.

, substituindo a equação 3.34 em 3.36 e

rearranjando:

c

ar

cf,spar

c,spm

vm

m1Im

I&

&&

&

+

=∞

(3.37)

56

Usando-se a definição combustível / ar, obtém-se a seguinte relação:

realf

v)realf(1fsp,Ic,spI

∞−+= (3.38)

Sendo:

.m= vazão total (ar + combustível),

ar

.m = vazão de ar,

c

.m = vazão de combustível,

FER = empuxo do estato-reator,

F = empuxo bruto do motor,

D = arrasto de compressão,

Isp,f = impulsão específica para motor foguete obtido do código computacional,

Isp,c = impulsão específica por unidade de massa de combustível do estato

reator,

freal = razão de mistura utilizada,

v∞ = velocidade de captação do ar.

O empuxo desenvolvido pelo estato-reator pode ser determinado

aplicando-se a definição de f na equação 3.35:

.far

.m.csp,IERF = (3.39)

57

A Figura 3.4 representa qualitativamente o mesmo comportamento de um

estato-reator real, que requer velocidade supersônica de vôo para obtenção de

um valor de impulsão específica satisfatória e consumo específico de

combustível, SPC, razoavelmente baixo.

Na Figura 3.5 nota-se que embora o valor mais alto de impulsão

específica está associado a Mach 2,6, números de Mach acima de 3 fornecem

um conjunto melhor de resultados. Os valores de eficiência total, propulsiva e

térmica (η0, ηp e ηt respectivamente) aumentam bruscamente, enquanto os

valores de impulsão específica diminuem com o aumento do número de Mach.

Segundo Hill e Peterson (1992):

ERF

.m

SPC =

t.po ηη=η

s v /v 1

s v / v 2 p

∞ + ∞ = η

r fQ

]2 / 2 v ) 2 /2 s

v )( f 1 [(

t∞ −+

= η

58

FIGURA 3.4 - Empuxo e consumo de combustível de um estato-reator ideal

FIGURA 3.5 - Empuxo e eficiências de um estato-reator ideal

59

Uma vez que o oxigênio do ar é utilizado na combustão, o limite de

operação do estato-reator está próximo dos 30 Km de altitude, onde a massa

específica do ar cai para valores 70 vezes menores em comparação com os

valores ao nível do mar. Conseqüentemente, há a redução do oxigênio

disponível para a combustão e da pressão recuperada a patamares onde a

queima é instável e/ou a razão empuxo/peso inviabiliza a operação do motor. O

regime de vôo (altitude e número de Mach) estabelece a pressão de

estagnação disponível cuja recuperação pelo difusor é função de sua

eficiência.

3.5 Sistema de Ignição do Estato-Reator

De acordo com Veras (1991), uma fase crítica na operação de estato-

reatores a combustível sólido é a ignição, principalmente quando o grão não

possui um oxidante auxiliar na matriz.

Segundo Lips et al. (1978), a reação entre o combustível sólido e o ar

pode necessitar eventualmente de um sistema de ignição auxiliar. A superfície

do grão do combustível em contato com o ar escoando deve ser aquecida até

sua temperatura de ignição para que a pirólise resultante produza reagentes

suficientes para reagir com o ar disponível e sustentar a combustão.

Uma visão simplificada do fenômeno de ignição consiste dos seguintes

passos:

a) inicialmente um fluxo de gases quentes, constituído pelo ar capturado da

atmosfera ou proveniente, seja do gerador de ar viciado ou de um sistema de

ignição, varrendo a superfície do propelente, transfere parte de sua energia

térmica por convecção;

b) devido à alta temperatura em que se encontra o fluxo gasoso, energia

também é transferida para a superfície do propelente por radiação;

60

c) caso seja utilizado um ignitor e dependendo de sua natureza, partículas

sólidas incandescentes, que constituem uma fase condensada, transferem

energia para o propelente por simples contato, ou seja, por condução de calor.

Segundo Kuo (1986), o fenômeno da ignição, na forma mais geral, está

subordinado a três fatores fundamentais:

• Temperatura: deve ser alta o suficiente para causar reações químicas e /

ou pirólise em taxas significativas;

• Turbulência: deve ser de grande intensidade para promover um mistura

eficiente entre os gases oriundos do combustível e o oxidante e

transferir energia do meio reagente para o combustível ainda não

decomposto;

• Tempo de residência: deve ser tal que permita ao calor introduzido ser

absorvido pelos reagentes, estabelecendo os processos termoquímicos

inerentes ao fenômeno.

Para casos específicos, existem alguns parâmetros que afetam de

maneira significativa a ignição. Em se tratando de estato-reatores, devem-se

considerar a influência da pressão, da taxa de pressurização e da

concentração de oxigênio no ambiente. Acrescentam-se a isso a geometria, o

tipo de material reagente e as condições operacionais em que se realizará o

fenômeno.

Existem dois mecanismos físicos que estão envolvidos no processo de

ignição de superfícies combustíveis no estado sólido submetidas a um

escoamento paralelo de gás oxidante em altas temperaturas: (a) uma reação

exotérmica na fase gasosa no interior de uma camada limite, e (b) uma reação

heterogênea na superfície sólida (fase condensada). Analisando uma amostra

de PBAA (polybutadiene acrylic acid) ignitada por escoamento de oxigênio-

nitrogênio altamente aquecido (T = 1620 K), o fenômeno caracterizou-se

61

predominantemente pelo mecanismo (a). Partindo para uma formulação

teórica, chegam-se a algumas conclusões importantes:

1) tempo de ignição é bastante reduzido quando a energia disponível é

utilizada, na maior parte, para decompor o combustível sólido em detrimento da

utilizada na ativação das reações da fase gasosa;

2) energia disponível deve ser concentrada, inicialmente, para a pirólise

do combustível, fornecendo moléculas em estado gasoso;

3) O tempo de ignição diminui quando se aumenta a pressão do

escoamento dos gases. Sendo evidente que a mais provável explicação para o

fato é o aumento da taxa de transferência de calor para a superfície do

combustível sólido.

Um estato-reator naturalmente não opera em condições que permitam ao

ar, na entrada da câmara de combustão, atingir temperaturas da ordem de

grandeza de 1620 K. Portanto, os resultados obtidos a partir do PBAA não

podem ser aplicados diretamente ao processo de ignição de estato-reatores.

Entretanto, podem-se utilizar essas informações como subsídios no eventual

dimensionamento de um meio de ignição auxiliar eficaz.

Dessa forma, caso seja necessário utilizar um sistema auxiliar de ignição

em aplicações reais de um estato-reator que utilize matriz sem oxidante

auxiliar, recomenda-se uma estimativa adequada do calor a ser fornecido e

principalmente, que ele propicie um suprimento extra de oxidante, a fim de que

o ar oriundo do módulo gerador seja introduzido na câmara somente depois

que as primeiras reações químicas estabeleceram-se. De outra forma, corre-se

o risco do próprio ar resfriar a superfície interna do grão antes que ocorra

algum tipo de reação. Finalmente, o calor fornecido pelo ignitor deve estar

concentrado na região próxima da entrada do ar, pois ela é a responsável pela

propagação da queima ao longo do combustível sólido, após a fase de ignição.

62

Para contornar a dificuldade de ignição no estato-reator, Migueis (1986)

utilizou uma película constituída de uma pasta de mistura inflamável aplicada

sobre a superfície interna do polímero. O ar quente ao passar pelo grão inicia a

queima dessa pasta liberando a energia de ativação necessária para o rápido

acendimento do combustível. No caso específico da referência, a pasta

inflamável era uma mistura de pólvora de base dupla dissolvida em acetona

pura, contendo sulfeto de magnésio e perclorato de amônio para a melhoria do

desempenho. O grão utilizado nesse caso foi o poliéster.

A ignição do grão de polietileno no trabalho de Veras (1991) foi

conseguida diretamente através da passagem pela câmara de combustão do

estato-reator dos gases altamente aquecidos provenientes do gerador de ar

viciado dimensionado para o regime de vôo previsto. O oxigênio presente

naqueles gases combinava-se com os gases combustíveis oriundos da pirólise

do polímero, provocando o início da queima, ainda que com maior ou menor

retardo.

Silva (1995) desenvolveu um sistema de ignição a gás baseando-se na

temperatura de ignição do polietileno. Foi utilizada chama iniciadora de

oxigênio e hidrogênio, originada de um ignitor na entrada da câmara de

combustão.

Todos os trabalhos anteriores consultados reportam dificuldades para a

ignição do grão combustível. Assumiu-se no presente trabalho que isso ocorre,

porque o grão ainda se encontra à temperatura ambiente quando o ar aquecido

é admitido em seu orifício, ali escoando durante algum tempo, até que a

temperatura na superfície atinja o valor suficiente para o início da pirólise do

material. Uma quantidade ponderável de ar tem que ser consumida até que as

condições de ignição sejam atingidas.

Para evitar esse problema, o esquema de aquecimento do grão foi

modificado. Em um primeiro passo, o hidrogênio e o oxigênio foram admitidos

no gerador de ar viciado em proporções estequiométricas, já com a vela de

63

ignição centelhando. A reação tem início imediatamente e o vapor d´água

superaquecido resultante escoa durante cerca de 15 s através do grão

combustível, elevando a temperatura de sua superfície até valores adequados

à sua ignição. Somente então o ar é introduzido no aquecedor, provocando a

ignição imediata do polímero, sem necessidade do emprego de qualquer

recurso adicional (adição de perclorato de amônio à massa e emprego de uma

película de propelente na superfície do grão, no caso de Migueis, utilização de

um dispositivo aquecedor na entrada da seção estato-reator no caso de Silva,

etc).

Essa modificação em nada prejudica a simulação desejada, uma vez

que um pequeno retardo de iniciação é perfeitamente aceitável nas condições

de vôo real. Além disso, sendo a reação hidrogênio-oxigênio estequiométrica,

nenhuma parcela do oxigênio contido no ar é consumida no aquecedor, e o ar

viciado resultante mantém constante a relação entre aqueles dois

componentes, dispensando a adição complementar de oxigênio.

64

65

CAPÍTULO 4

FUNCIONAMENTO DO SISTEMA EXPERIMENTAL E DETERMINAÇÃO DE

SEUS PARÂMETROS RELEVANTES

A fim de se estudar o funcionamento do sistema de Migueis (1986), pode-

se dividi-lo, de maneira esquemática conforme Figura 4.1:

FIGURA 4.1 - Desenho esquemático do sistema operacional

66

1) Módulo expansor (entre as regiões 7 e 4): o ar é fornecido por um

cilindro de alta pressão. Na saída do cilindro uma válvula reguladora mantém a

pressão no valor pré-determinado. Uma mangueira de borracha sintética

conduz o ar dos cilindros até a entrada do expansor. As dimensões do

expansor foram calculadas de maneira a haver uma diminuição da velocidade

do ar e o realinhamento das linhas de corrente à parede interna, tornando o

fluxo virtualmente axial antes da entrada no módulo gerador de ar viciado. A

liberação do escoamento de ar comprimido é feita por uma válvula solenóide,

instalada na saída de sua válvula reguladora de pressão.

2) Módulo gerador de ar viciado (entre as regiões 4 e 1): tem a finalidade

de simular as condições de estagnação observadas em regime de vôo real.

Nesse módulo, são introduzidos ar vindo do módulo expansor e os gases

hidrogênio e oxigênio. O esquema de escoamento desses últimos é

semelhante ao do ar comprimido, ou seja, são armazenados em cilindros de

alta pressão, e suas pressões de saída são controladas por válvulas

reguladoras adequadamente ajustadas. O escoamento é liberado por válvulas

solenóides, e os gases são conduzidos ao módulo por mangueiras de borracha

sintética. Uma vela de ignição de motocicletas alimentada por um centelhador,

provoca a ignição da mistura ar e hidrogênio, que reagem à pressão constante.

O oxigênio é adicionado ao ar antes da combustão para assegurar que sua

composição padrão seja restabelecida após a reação com o hidrogênio. O

produto final é uma mistura gasosa a 586K e sua composição química é bem

semelhante àquela do ar atmosférico, a menos da presença do vapor d’água

formado pela reação.

3) Módulo combustor (entre as regiões 1 e s): compreende a câmara de

combustão, a câmara de mistura intermediária e a câmara de mistura posterior.

É este módulo que constitui o estato-reator propriamente dito.

O processo termodinâmico que o ar sofre ao longo do equipamento é

apresentado na Figura 4.2, adotando-se as seguintes hipóteses:

67

- o ar comporta-se como gás ideal;

- escoamento invíscido e unidimensional;

- a adição de O2 e H2 é desprezível;

- aquecimento isobárico;

- compressão e expansão isentrópicas;

- válvulas solenóides e conexões não produzem cargas.

FIGURA 4.2 - Diagrama do comportamento da temperatura e entropia no

equipamento

Região 7 a 6: o escoamento de ar passa por processo isoentálpico de

redução de pressão.

Região 6 a 5: aceleração isentrópica do escoamento.

Região 5 a 4: a onda de choque que ocorre na tubeira provoca aumento

da entropia devido à queda de pressão de estagnação. O número de Mach a

68

montante do choque igual a 1,6 é especificado de acordo com Migueis (1986),

com objetivo de minimizar a queda da pressão de estagnação em apenas

11,5%.

Região 4 a 3: aumento de entropia devido ao aquecimento isobárico do ar

até a temperatura de estagnação desejada.

Região 3 a 2: o ar é novamente acelerado isentropicamente e as

condições na região 2 são as do vôo real de um estato-reator que se deseja

simular.

Região 2 a i: : as condições relativas ao ponto 2 são justamente as

encontradas durante vôo real, na velocidade requerida. A onda de choque que

se segue à jusante da garganta da tubeira causada pela diferença de pressão

entre as seções 2 e 1, é função do número de Mach M∞. Através dela ocorre a

compressão do ar até a entrada da câmara de combustão, representa pela

região “i”.

4.1 Análise do Sistema Gerador de ar Viciado

Considerando-se o vôo ideal de um estato-reator utilizando o

polibutadieno hidroxilado como combustível sólido e adotando-se o diâmetro da

entrada do ar igual a 9,0 mm, conforme sugerido por Migueis (1986), tem-se

como condições na região 2 do novo esquema ilustrado na Figura 5.3:

- M2 = 2,2 (ao nível do mar)

- T2 = 298,15 K

- P2 = 1 atm

- d2 = 9,0 mm

69

Dadas as condições especificadas acima, calculam-se os valores que os

diferentes parâmetros devem assumir ao longo do sistema.

4.1.1 Saída do Módulo Gerador de Ar Viciado

FIGURA 4.3 - Esquema das condições a serem simuladas na saída do módulo

gerador de ar viciado (resultados dos cálculos já adicionados na figura).

Portanto, seguem-se os seguintes cálculos:

Região 2

Utilizando tabelas de Saad (1993) para escoamento isentrópico:

M2 = 2,2, P2= 1 atm → P02/P2 = 10,69 T02/T2 = 1,698 A2/A*=2,005

Portanto: P02 = 10,69 atm, T02 = 586,759 K

Da equação para gases ideais pode-se encontrar a massa específica do

ar na região:

P2 = ρ2RarT2

70

P2 = 1 atm = 101325 Pa

Rar = 287 Nm/kg/K

T2 = 298,15 K

Portanto: ρ2 = 1,18 Kg/m3

A velocidade na região foi calculada da seguinte maneira:

v2=a2M2

a2= (γarRarT2)1/2

γar = 1,4

Rar = 287 Nm/kg/K

T2 = 298,15 K

M2 = 2,2

Portanto: v2 = 761,456m/s

Cálculo da vazão mássica:

.

m ar = ρ2v2A2

ρ2 = 1,18 kg/m3

v2 = 761,456m/s

A2 = πd22/4 = 6,362 x 10-5 m2

d2 = 9 mm

Portanto: .m ar = 0,0572 kg/s = 57,2 g/s

71

Região da tubeira

Para uma vazão mássica de 57,2 g/s de ar nas condições de estagnação

na região 2 já calculadas, encontra-se a área da garganta da tubeira a partir da

equação abaixo:

1arγ

1arγ

1arγ

2

arR

arγ

20T

20P*A

ar

.m

−+

+=

.m ar = 0,0572 kg/s

P02 = 10,69 atm

T02 = 586,759 K

γar = 1,4

Rar = 287 Nm/kg/K

Portanto: A*=3,17x10-5m2

Portanto, calculando-se o diâmetro da garganta da tubeira:

A*=πd*2/4

A* = 3,17x10-5m2

d*=0,00625m

Região 3

A partir do diâmetro do projeto da região 3 fornecido por Migueis (1986),

d3,projeto= 0,122 m, calcula-se a área:

4/2projeto 3,

πd3A =

72

Portanto: A3 = 0,0117m2

Sendo a temperatura fornecida pela reação H2/O2 na região 3 igual a T3 ≈

600 K, tem-se:

T03 = T02= 586,759 K (escoamento isentrópico)

T03/T3 ≈ 1

Portanto: M3 = 0,02

E finalmente, a pressão na região 3:

P03= P02 = 10,69 atm (escoamento isentrópico)

P03/P3= 1

Portanto: P3=10,69 atm

Região 1

A partir do diâmetro do projeto da região 1, d1, projeto= 0,023 m, calcula-se

a área:

/421

πd1A = A1= 4,155x10-4 m2

Utilizando tabelas de Saad (1993) para escoamento com onda de choque

normal, encontra-se:

M2 = 2,2 → Mb = 0,547 Pob/P02 = 0,6281 = P01/P03

Portanto: P0b = 6,714 atm

M1 é calculado pela seguinte equação, segundo Hill e Peterson (1992):

)1(2/)1(2

1

)1(2/)1(2

b

b

1

1

b

]M2/)1(1[

]M2/)1(1[

M

M

A

A−γ+γ

−γ+γ

−γ+

−γ+=

73

Ab=A2= 6,362 x 10-5 m2

A1= 4,155x10-4 m2

Mb = 0,547

γ = 1,4

Portanto: M1 = 0,07

Cálculo de T1:

21

M2

1arγ1

1T

10T −

+=

T01 = T02 = 586,759 K (condições para onda de choque normal)

T1 = 586,184 K

Tornando-se agora possível o cálculo da pressão na região 1:

1arγarγ

)21

M2

1arγ(1

1P

b0P −−

+=

P0b=6,714 atm

γar = 1,4

M1=0,07

Portanto: P1=6,691 atm

4.1.2 Vazões do Ar, O2 e H2 no Módulo Gerador de Ar Viciado

A combustão dentro do módulo gerador de ar viciado é praticamente

isobárica, já que as perdas de pressão devido ao aquecimento são

74

desprezíveis, pois a velocidade de escoamento no módulo é muito pequena.

Portanto, a quantidade de ar, H2 e O2 a serem introduzidas no módulo foram

calculadas de maneira a reproduzir um escoamento de produtos da combustão

com características expressas na região 3 calculadas anteriormente, com um

mínimo de produção de vapor d’água e a fração molar do oxigênio na mistura

próxima dos 21% (fração molar do ar puro).

Considerando-se que a composição de equilíbrio do ar viciado é

composta de O2, N2 e H2O, admite-se a reação com mecanismo de etapa

única:

x1H2 + x2O2 + x3Ar → x4N2 + x5O2 + x6H2O

Admitindo-se a fração molar desejada de oxigênio nos produtos, a

primeira lei da Termodinâmica, a lei de conservação das massas e que a

composição do ar seja de 79% N2 e 21% O2, tem-se:

x1 = x6 (4.1)

2x2 + 0,42x3 = 2x5+ x6 (4.2)

0,79x3 = x4 (4.3)

x5 = 0,21xT (4.4)

K]_∆h

6

4K

_0

fh[KxJ]_∆h

3

1J

_0

fh[jx +∑=

=+∑=

(4.5)

∑ ==J

g/s57,2.mJxJm (4.6)

xT = x4 +x5 +x6 (4.7)

Utilizando dados de Van Wiley (1994) , Tprodutos = 586,759K, e substituindo

em 4.5:

75

0=0,79x3[0+8513,98] +x5[0+8830,942]+x1[-241826+10057,811] (4.8)

Substituindo 4.1 em 4.2:

2x2+0,42x3-x1 = 2x5 (4.9)

Substituindo 4.7, 4.3 e 4.1 em 4.5:

x5=0,21(0,79x3+x5+x1) (4.10)

Da equação 4.6:

2x1+32x2+28,97x3=57,2 (4.11)

Resolvendo o sistema de equações 4.8, 4.9, 4.10, 4.11, tem-se:

x1 = 0,0722 mol/s

x2 = 0,034 mol/s

x3= 1,93 mol/s

Portanto, devem ser introduzidas no módulo gerador de ar viciado as

seguintes vazões:

g/s0,14412.x2H

.m ==

g/s1,088232.x2O

.m ==

g/s55,912328,97.xar

.m ==

4.1.3 Tubeiras de H2 e O2

Foram calculadas as dimensões das tubeiras que garantam as vazões

mássicas dos gases na entrada do módulo:

76

Tubeira do H2 - a seguinte expressão foi utilizada para o cálculo da garganta da

tubeira:

12Hγ

12Hγ

12Hγ

2

2HR

2Hγ

0T

0P*A

2H

.m

+

+=

Sendo:

skg/4101,44g/s0,1442H

.m −×==

P0 = 18 atm=18x105 Pa

T0 = 298,15 K

γH2 = 1,409

RH2= 41244,18 J/kg-K

Portanto: A*=1,291x10-7 m2

Cálculo do diâmetro da garganta da tubeira:

/4πdA2** = d*=4,55x 10-4 m ≈ 0,4 mm

Tubeira do O2 - a seguinte expressão foi utilizada para o cálculo da garganta da

tubeira:

1

2Oγ

12Oγ

12Oγ

2

2OR

2Oγ

0T

0P*A

2O

.m

+

+=

skg/3101,088g/s088,12O

.m −×==

77

P0 = 14 atm = 14x105 Pa

T0 = 298,15 K

γO2 = 1,393

RO2= 259,83 J/kg-K

Portanto: A*=1,291x10-7 m2

Cálculo do diâmetro da garganta da tubeira:

/4πdA2** = d*=6,345x 10-4 m ≈ 0,6 mm

4.1.4 Entrada do Módulo Gerador de Ar Viciado

De acordo com cálculos apresentados a seguir, as condições encontradas

no aquecedor são as seguintes:

FIGURA 4.4 - Esquema das condições a serem simuladas na entrada do módulo gerador de ar viciado (resultados dos cálculos já adicionados)

78

Utilizando equação da continuidade, admitindo gás ideal e propriedades

constantes do escoamento:

D

.

3

.

mm =

ρ3A3v3 = ρDADvD (4.12)

ρ3=P3/RT3; ρD=PD/RTD (4.13)

v=M(γarRarT)1/2 (4.14)

Dados (anteriormente calculados):

PD=P3=10,69 atm

TD=298,15 K

T3 = 600 K

AD=A3 = 0,0117 m2

M3=0,02

γar=1,4

Rar=287 Nm/kg/K

dC, projeto= 15 mm

Substituindo 4.14, 4.13 em 4.12:

P3/RarT3. A3. M3(γarRarT3)1/2

= PD/RarTD. AD. MD (γarRarTD)1/2

Portanto: MD=0,0141

Balanço de massa e de momento entre as seções C e D, considerando

escoamento incompressível, pois número de Mach é muito pequeno:

79

D

.

C

.

mm =

ρCACvC = ρDADvD

AC / AD = VD / VC = β (4.15)

-PC(AD-AC) – ρC(-vCAC) vC + ρD(vDAD) vD = - (-PCAC + PDAD)

-PCAD – ρvDAD (vD –vC) = - PDAD (4.16)

Rearranjando 4.16 e substituindo 4.15 em 4.14 :

ρvD2[(β -1)/β]= PD - PC (4.17)

Calculando-se a área na região C:

/42projeto C,

πdCA =

Portanto: AC= 1,767x10-4 m2

Portanto, calcula-se a partir dos dados obtidos:

- da equação 4.15:

β=0,0151

- da equação 4.14:

vD= 4,88 m/s

- da equação 4.17:

PC=10,88 atm

Cálculo do número de Mach na região C a partir dos dados já obtidos:

80

CACTarRarγCMCTarR

CParAarvarρar

.m ==

Sendo:

g/s55,912ar

.m = (obtido no item 4.1.2)

PC = 10,88 atm

Rar = 1,4

Tc = 298,15K

γar = 1,4

AC= 1,767x10-4 m2

Portanto: MC = 0,0723

4.1.5 Módulo Expansor

De acordo com cálculos apresentados a seguir, as condições encontradas

no expansor são as seguintes:

81

FIGURA 4.5 - Esquema das condições a serem simuladas no módulo expansor (resultados dos cálculos já adicionados)

A partir do diâmetro do projeto, calcula-se a área na região E:

dE projeto= 52 mm → AE=πd2/4=0,00212m2

Utilizando tabelas de Saad (1993) para escoamento com onda de choque

normal entre as regiões F e G, sendo MF especificado por Migueis (1986) -

número de Mach adotado de maneira a diminuir o aumento da entropia

causada pela queda da pressão de estagnação:

MF= 1,6 → MG = 0,668 - PG/PF =2,82 - TG/TF = 1,388 - P0G/P0F =0,8952 - P0G/PF

=3,805

Utilizando tabelas de Saad (1993) para escoamento isentrópico entre as

regiões G e H, encontram-se as pressões de estagnação e diâmetro da tubeira

na região:

MG = 0,668 → P0 /PG = 1,363 T0/TG = 1,092

82

MH = 0,0723 → P0H /PH = 1,004

PH = PC

Portanto : PoH = 10,729 atm

PoH = PoG → PoG / PoF =0,8952 PoF=11,985 atm = P0E

AH/A*=8,188

AH = Ac

Portanto: A*=2,158x10-5 m2

A*=πd*2/4 → d*=5mm

Portanto, pode-se calcular o número de Mach, temperatura de

estagnação e pressão na região “E” pelas seguintes expressões:

1)ar2(γ

1arγ

2EM

2

1arγ1

1arγ

2

EM

1

*A

EA −+

−+

+=

Sendo:

AE=πd2/4=0,00212m2

A*=2,158x10-5 m2

γar = 1,4

Portanto: ME = 0,00588

2E

M2

1arγ1

ET

0T −+=

Sendo:

83

TE = 298,15 K (nesta região a temperatura é ambiente)

γar = 1,4

ME = 0,00588

Portanto: T0 = T0F = 298,152K

1)2E

M2

1ar1(EP

E0P −γγ

−γ+=

Sendo:

PoE=11,985 atm

γar = 1,4

ME = 0,00588

Portanto: PE=11,985 atm

4.2 Taxa de Regressão Teórica – r&

Em uma combustão em regime permanente em um combustor

esquematizado pela Figura 4.6, a taxa de regressão do combustível pode ser

calculada pela equação a seguir:

FIGURA 4.6 - Esquema do combustor

84

efg,Hcρ

sqr&

&= (4.18)

4.2.1 Cálculo do Fluxo de Calor para a Superfície do Grão ( sq& )

O primeiro passo é o cálculo sq& utilizando-se a equação a seguir:

)sTch(Tsq −=& (4.19)

O coeficiente de transferência de calor por convecção, h, pode ser

extraído da expressão para o número de Nusselt e, a partir dela, por

substituições, sq& pode ser encontrado facilmente como demonstrado a seguir:

14,0

0

ar4,0Pr

8,0Re.026,0Nu

µ

µ= (4.20)

0,14

arµ0,4

arκ

arp,Carµ0,8

arµ

arρarvid0,026Nuarκ

ih.d

== (4.21)

Substituindo 4.19 em 4.21 e sabendo-se que Gar = var ρar

0,14

arµ4,0

ark

ar,pCarµ0,8

arµ

idarG0,026

)sTc(Tark

.

sqid

=

− (4.22)

4.2.2 Cálculo do Diâmetro Interno do Grão, di

Da equação abaixo, tem-se para a altura do degrau de recirculação:

ha = 0,5(di – d1, projeto) (4.23)

A partir das condições de vôo a serem simuladas, estimou-se ha/di = 0,17

para o polibutadieno hidroxilado, segundo dados de Zvuloni (1989). O valor de

d1 é dado pelas dimensões do projeto de Migueis (1986). Portanto substituindo

em 4.23:

85

0,17.di = 0,5(di – d1, projeto)

0,17.di = 0,5(di – 0,023)

di = 0,0348 m ~35 mm

4.2.3 Cálculo da Condutividade Térmica do Ar, kar

De acordo com Bird (1960), a condutividade do ar, k, pode ser calculada

pela seguinte expressão:

k = 1,9891x10-4[(T/M)1/2/ σ2 Ωk] (4.24)

M = massa molecular do ar,

T = temperatura do ar,

σ = diâmetro efetivo de colisão entre duas moléculas,

Ωk = integral de colisão para a condutividade térmica = Ωu = f (T/Tε),

Tε = temperatura característica obtida a partir do potencial intermolecular

especificado.

Para P=6,705 atm, T=586,529K, M ar = 28,97 g/mol:

σar = 3,418Å

Tε = 124 K

T/ Tε = 4,73 ~ 4,7 → Ωu = 0,9343

kar = 0,82 x 10-4 cal cm-1s-1 K = 0,0082 cal m-1s-1K-1

86

4.2.4 Cálculo do Fluxo de Massa do Ar através do Grão, Gar

Encontra-se Gar através da seguinte equação:

Gar = ρarvar (4.25)

Sendo:

ρar = massa específica do ar,

var = velocidade do ar.

A massa específica do ar (ρar) é encontrada a partir da equação de gás

ideal:

Par=ρarR0Tar

Sendo:

Par = 6,691 atm

R = 287 Nm/kg/K

Tar = 586,184 K

Temos: ρar = 4,034 kg m-3

A velocidade do ar é encontrada pela seguinte equação:

Mar = var/ aar = M1 = v1/ a1

Sendo:

M1 = número de Mach na região 1 = M1 = 0,07

a1 = velocidade do som = γarRarT1 = (1,4.287.586,184)1/2 = 485,551 m/s

Portanto: var = v1 = 33,988 m/s

87

Substituindo-se os valores em 4.25 , tem-se:

Gar = 137,109 kg m-2s-1

4.2.5 Cálculo da Viscosidade do Ar, µar

De acordo com Bird (1960), a viscosidade do ar, µ, pode ser calculada

pela seguinte expressão:

µ = 2,6693x10-5[(TM)1/2/ σ2 Ωu] (4.26)

Sendo:

M = massa molecular do ar,

T = temperatura do ar,

σ = diâmetro efetivo de colisão entre duas moléculas,

Ωu = integral de colisão para a viscosidade = f (T/Tε),

Tε = temperatura característica obtida a partir do potencial intermolecular

especificado.

Para P = 6,691 atm, T = 586,184K, M ar = 28,97 g/mol e de acordo com tabelas

de Bird (1960):

σar = 3,418Å

Tε = 124 K

T/ Tε = 586,529/ 124= 4,73 ~ 4,7 → Ωu =

0,9343

Substituindo em 4.26:

88

µar = 31,884x10-5 g cm-1s-1 = 3,188 x10-5 kg m-1s-1

Para P = 6,691 atm, T = 700 K, M ar = 28,97 g/mol:

σar = 3,418Å

Tε = 124 K

T/ Tε = 5,645 → Ωu = 0,8963

Substituindo em 4.26:

µar = µ0 = 36,301x10-5 g cm-1s-1 = 3,63 x10-5 kg m-1s-1

Portanto, temos como dados e condições na entrada do combustor:

di = 35mm = 0,035 m

µar (T=586,529K; P=6,705 atm )= 3,188 x10-5 kg m-1s-1

Gar = 137,109 kg m-2s-1

Cpar = 240,4 cal kg-1K-1

kar = 0,0082 cal m-1s-1K-1

µ0 (T = 700 K; P = 6,705 atm) = 3,63 x10-5 kg m-1s-1

Tc (Ф=1 ) = 2494,80 K (valor encontrado com auxílio do CEA, rotina ROCKET,

Anexo A)

Ts = 700 K - segundo Hadar e Gany (1992)

Substituindo os valores na equação 4.22, tem-se:

1−−= smcal101000,846q 2.

s

89

De acordo com Hadar e Gany (1992), Hv,ef = 373,923 Cal g-1 para o

polibutadieno hidroxilado, ρc = 0,92 g/cm3. Portanto, substituindo em 4.18 , tem-

se:

mm/s294,0m/s1094,273,923)/(920000.3101000,846r 4.

====××××======== −−−−

Pode-se agora calcular tempo de queima do combustível:

tq = 0,5(de, projeto – di)/r= 0,5(66-35)/0,294= 52,7 s

4.3 Módulo Combustor

De acordo com cálculos apresentados a seguir, as condições encontradas

no combustor são as seguintes:

FIGURA 4.7 - Esquema das condições a serem simuladas no módulo

combustor (resultados dos cálculos já adicionados)

4.3.1 Simulação do Desempenho

Através do programa CEA rotina ROCKET, Frozen Composition, anexo A,

estimaram-se os parâmetros do desempenho para motor-foguete: impulsão

específica (Isp), velocidade característica de exaustão (c*) e temperatura da

90

câmara (Tc) em relação à razão de equivalência. Os resultados são

apresentados nos gráficos a seguir:

FIGURA 4.8 - Gráficos de simulação dos parâmetros Isp, c* e Tc em função da

razão de equivalência (continua).

91

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 0,5 1 1,5 2

Razão de equivalência

Tc (K)

FIGURA 4.9 - Conclusão.

Com base no programa CEA, avalia-se que a razão de equivalência com

melhor desempenho teórico é de Ф= 1,1 (mistura ligeiramente rica em

combustível) e que a razão de combustível/ar estequiométrica é fest = 0,077.

Assim, obtém-se a razão combustível/ar real:

Ф= freal / f esteq

1,1=f/0,077

Portanto: freal = 0,085

O comprimento do grão foi calculado pela equação a seguir:

57,2

.r.L.i.r.2cρ

57,2

.r.c.Scρ

ar

.m/c

.mrealf

π===

Sendo:

.r =0,294 mm/s

ρc = 0,92 g/cm3

92

ri = di /2= 35/2 = 17,5 mm

Portanto: LC =164 mm

4.3.2 Comprimento da Câmara de Mistura Posterior

O comprimento da câmara de mistura posterior, LCM, foi calculado de

acordo com a equação abaixo:

LCM = Me.ae.tr (4.27)

Sendo:

Me = número de Mach na região “e”,

ae = velocidade sônica na região “e”,

tr = tempo de residência.

Os valores de tempo de residência são tipicamente 2-4 ms. Estimou-se

tr=4ms. A velocidade sônica na região “e” é fornecida pelo CEA, Ф= 1,1.

Portanto:

ae = 930,1 m/s

tr = 4 ms

Para o cálculo do número de Mach na região “e”, região da câmara de

mistura posterior, foi utilizada a seguinte equação:

1)c2(γ

1cγ

2eM

2

1cγ11cγ

2

eM

1

*GA

eA −+

−+

+= (4.28)

93

Sendo:

Ae = área da região “e”,

A*G = área da garganta da tubeira do estato-reator,

Me = número de Mach na região “e”,

γc = razão dos calores específicos na câmara.

- Cálculo da área na região e:

/4πdA 2

ee =

de = de = 66 mm

Portanto: Ae = 0,00342 m2

- Cálculo da área da garganta da tubeira da câmara:

Utilizou-se a seguinte equação:

)realf(1

20T

i0T

i*c

2*c

.*GA

*2A

02P

0iP++

= (4.29)

Sendo:

Poi = pressão de estagnação na região “i”,

Po2 = pressão de estagnação na região “2”,

A*2 = área da tubeira na região 2,

AG* = área da garganta da tubeira do estato-reator,

c*2 = velocidade característica de exaustão na região 2,

c*i = velocidade característica de exaustão na região “i”,

94

T0i = temperatura de estagnação na região “i”,

T02 = temperatura de estagnação na região “2”,

freal = razão combustível-ar real.

Segundo Jensen e Netzer (1986), o valor da pressão de estagnação na

região i, Poi, pode ser calculado da expressão:

γ−=

2

ar21

M.PLCexp

10P

i0P

(4.30)

Sendo:

P01 = pressão de estagnação na região 1,

PLC = fator empírico que descreve o efeito das perdas associadas à geometria

utilizada,

M1 = número de Mach na região 1,

γar = razão dos calores específicos.

Sabe-se que:

6

1

2

1 11

−+

−=

iiA

A

A

APLC (4.31)

A1 = 4,155x10-4 m2

/4πdA 2

ii = → Ai = 962,115 mm2 = 0,000962 m2

Portanto: PLC = 0,357

Substituindo em 4.30:

95

P01 = 6,691 atm

PLC = 0,357

M1 = 0,07

γar = 1,4

Tem-se: P0i = 6,707 atm

Uma vez que Mi é muito pequeno, o cálculo da queda de pressão devido

ao degrau de circulação, hb, pode ser desprezado, portanto:

P0i = 6,707 atm = P0e

Cálculo da velocidade característica na região 2, c*2, e da garganta da

tubeira da câmara, c*G:

arar

ar2

*ar

ar

2

R

γc

+

+= (4.32)

Sendo:

γar = 1,4

Rar = 287 Nm/kg/K

Portanto: c*2 = 0,0404 m/s

cc

cG

c

c

2

R

γ*c

+

+= (4.33)

Sendo os dados abaixo obtidos pelo CEA, Ф= 1,1:

γc = razão dos calores específicos na câmara = 1,252

96

Pc= ρcRcTc

Pc= pressão do gás na câmara= 6,793 atm

ρc = massa específica do gás na câmara = 0,934 kg/cu M

Tc = temperatura do gás na câmara = 2508,20 K

Rc = 290,382 Nm/kg/K

Portanto: cG = 0,0375

Com esses dados foi possível calcular a área da garganta do estato-retor

utilizando-se a equação 4.30:

Sendo:

P0i = 6,707 atm

P02 = 10,69 atm

A*2 = 3,15 x 10

-5 m2

c2 = 0,0404

ci = 0,0375

T0i = 2508,20 K (dado obtido por CEA)

T02 = 586,759 K

freal = 0,085

Portanto: AG* = 1,211x104 m2

Assim, pode-se também calcular o diâmetro da garganta da tubeira do

estato-reator:

97

/4πdA*

G

*

G = → dG*=0,0124 m = 12,4 m

Para o cálculo do diâmetro de saída da tubeira, ds, temos:

As/A*=1,6923 (dado obtido do CEA) As = 0,000205 m

2= 205 mm2

/4πdA ss = Portanto: ds = 16,155 mm

Calcula-se agora, Me substituindo-se os dados obtidos em 4.28:

Sendo:

Ae = 0,00342 m2

Ag* = 1,211 x 104 m2

γc = 1,252

Portanto: Me = 0,0209

Finalmente, substituindo os dados em 4.27:

LCM = 0,0783 m = 7, 83 cm

4.3.3 Localização do Ponto de Reatamento

De acordo com Figura 4.7, tem-se:

hb = (de – di)/2

de=66 mm

di=35mm

Portanto: hb= 15,5mm

98

De acordo com Jensen e Netzer (1986), o ponto de reatamento está entre

6 e 9 vezes a altura de hb. Admitindo fator 7, tem-se:

LPR≈7.15,5 = 108, 5 mm

4.4 Parâmetros do Desempenho Teóricos

A impulsão específica por unidade de massa de combustível do estato-

reator foi obtida pela equação a seguir:

realf

v)realf(1fsp,Ic,spI

∞−+=

Dados:

Isp,f = impulsão específica para motores foguete = 1530,5 m/s (dado obtido do

CEA)

f real= 0,085

v00 = v2 = 761,456m/s

Portanto: Isp,c = 10578,076 m/s

O empuxo desenvolvido pelo estato-reator foi determinado aplicando-se a

equação abaixo:

real.far

.m.csp,IERF =

Isp,c = 10678,076 m/s

arm& = 0,0572 kg/s

freal =0,085

FER = 51,431 N

99

CAPÍTULO 5

TRABALHO EXPERIMENTAL

5.1 Arranjo do sistema

O sistema já existente foi recuperado e adaptado para o atual combustível

utilizando os resultados do capítulo anterior, conforme figuras a seguir. Para

eliminar as variações de massa fornecidas a cada ensaio pelas mangueiras,

transdutores, termopares e grãos de polibutadieno hidroxilado, o sistema foi

colocado na posição horizontal, possibilitando a zeragem da célula de carga

em novos ensaios.

FIGURA 5.1 – Estato-reator recuperado, posicionamento horizontal

100

FIGURA 5.2 – Estato-reator recuperado, posicionamento vertical

Uma mangueira foi conectada à entrada do módulo combustor para

conduzir nitrogênio à temperatura ambiente diretamente de um cilindro

pressurizado. O gás é liberado por uma válvula solenóide exatamente ao final

do tempo estabelecido para o teste, a fim de congelar instantaneamente a

combustão do polímero, permitindo assim uma medida precisa de sua taxa de

regressão.

101

FIGURA 5.3 - Desenho esquemático do sistema de fornecimento de ar.

Os parâmetros medidos foram temperaturas, pressões e empuxo

conforme Figura 5.4. Os valores de pressão estática medidos são muito

próximos à pressão de estagnação já que a velocidade do escoamento é muito

baixa.

102

FIGURA 5.4 – Pontos de medição ao longo do equipamento. (P = pressão, T = temperatura, E = empuxo)

A região de maior consumo de combustível na câmara de combustão é a

região de recirculação, pois apresenta um escoamento bastante turbulento, rico

em gases combustíveis e com variações violentas de temperatura. Portanto,

com o objetivo de se obter um escoamento com maior temperatura e de se

investigar o efeito sobre o desempenho, também foram feitos ensaios com uma

câmara de mistura intermediária após o ponto de reatamento, anexo C, e na

metade do comprimento do grão.

Uma vez que é necessário que exista um degrau de recirculação para

provocar turbulência suficiente para promover a mistura eficaz dos reagentes

dentro do grão, parece interessante estudar a influência do aumento desse

degrau. Ele é máximo quando ocupa todo o diâmetro interno da câmara de

combustão, criando na realidade não um degrau, mas uma zona de

recirculação, conforme figura a seguir. Foram realizados então ensaios

criando-se essa zona após a entrada do ar, com o objetivo de comparar a

queima do grão na entrada do polímero com o degrau original e com a zona.

103

FIGURA 5.5 - Desenho esquemático da câmara de combustão com zona de recirculação anterior.

Os testes requerem uma grande vazão, portanto a válvula reguladora de

pressão utilizada deve ser a adequada para fornecer as condições desejadas

no módulo expansor, anexo B, assegurando o correto andamento do processo

nos outros módulos do sistema. Outro ponto importante foi a utilização de

mangueira apropriada para o ar, de superfície interna lisa e diâmetro interno

maior que 6 mm, impedindo assim grandes perdas de carga. A entrada do ar

no sistema foi feita manualmente devido à falta de válvula solenóide que

apresentasse baixa perda de carga, como apresentado na Figura 5.7, sendo

necessário regular o manômetro do ar em 15 atm para a obtenção da pressão

correta de 12 atm no expansor. A pressão interna mínima no cilindro de ar para

o alcance das vazões e pressões desejadas no sistema deve ser de 75

kgf/cm2.

104

FIGURA 5.6 – Posicionamento dos cilindros H2 e N2

FIGURA 5.7 – Posicionamento dos cilindros ar e O2 (a seta indica a válvula

manual)

Execução dos Testes

Os grãos combustíveis são inicialmente trazidos às dimensões

determinadas pelos cálculos anteriores, pesados com precisão e em seguida

alojados no módulo combustor. A vela de ignição é colocada em funcionamento

105

e o O2 e o H2 são introduzidos no módulo aquecedor obtendo-se uma ignição

instantânea. O gás oriundo da reação escoa pelo interior do orifício central do

grão durante 20 s a fim de elevar suficientemente a temperatura em sua

superfície. Em seguida, o ar é admitido. A ignição do grão dá-se

imediatamente, conforme figura a seguir, e a combustão é mantida durante

tempo pré-estabelecido, após o qual o módulo combustor é desmontado e o

remanescente do grão é pesado e medido novamente.

FIGURA 5.8 - Desenho esquemático do sistema de fornecimento de ar.

Para a determinação da taxa de regressão, foi utilizada a seguinte

equação citada por Veras (1991):

qt2

imdfmdm

.r

−=

Sendo:

2im

dL

w4fmd +

ρπ∆

=

106

∆w = variação de massa [g]

L = comprimento do grão [cm]

ρ = massa específica do grão [g/cm3]

dim = diâmetro inicial médio [cm]

dfm = diâmetro final médio [cm]

tq = tempo de queima [s]

Foram obtidos os seguintes resultados experimentais para 10 ensaios

sem a câmara de mistura intermediária. Valores esperados (teóricos): r&m =

0,294 mm/s, F = 51,431 N, Isp,c = 10578,076 m/s.

TABELA 5.1 – Resultados dos ensaios sem câmara de mistura intermediária Ensaio r&m (mm/s) ∆ r&m% F (N) ∆F%

1 0,614 + 108,8 não medido - 2 0,434 + 47,6 não medido - 3 0,325 + 10,5 53,955 + 4,9 4 0,324 + 10,2 49,05 - 4,6 5 0,321 + 9,1 89,271 + 73,6 6 0,322 + 9,5 56,86 + 10,5 7 0,0374 -87,2 16,677 - 67,5 8 0,311 5,8 49,05 - 4,6 9 0,321 + 9,2 53,955 + 4,9 10 0,452 + 53,7 - -

Consideraram-se os ensaios 3, 4, 6, 8 e 9 como válidos, encontrando-se

como valor médio Isp = 10813,245 m/s , ∆Isp = 2,22%. O comportamento da

pressão e temperatura típico desses ensaios é apresentado na Figura 5.9.

107

FIGURA 5.9 – Comportamento da pressão, temperatura e empuxo durante ensaios sem câmera de mistura intermediária

108

As diferenças entre os resultados teóricos e experimentais podem ser

explicadas pela combustão incompleta, comprovada pela característica

radiante da chama e depósito de carbono negro na câmara de mistura, e pela

expansão imperfeita dos gases na tubeira. A Figura 5.10 representa o perfil da

superfície interna do grão após a queima.

FIGURA 5.10 – Superfície interna do grão após queima

Observaram-se os seguintes problemas na realização dos ensaios 1, 2,

5, 7 e 10:

- Ensaio 1: entrada tardia do ar, permitindo parte da evaporação do polímero

sem ocorrência da combustão.

- Ensaio 2: foram encontrados valores baixos de temperatura e pressão na

entrada do estato-reator, não permitindo que as condições de vôo sejam de

Mach 2,2.

- Ensaio 5: a pressão no cilindro em uso caiu abaixo do necessário. Constatou-

se que sua substituição por um novo cilindro com pressão de estagnação bem

maior, associada à baixa confiabilidade da válvula reguladora, provoca o

aumento da vazão de ar no sistema, ocorrendo , portanto, o aumento do

empuxo obtido.

- Ensaio 7: apesar de todas as demais condições favoráveis, a quantidade de

água formada durante os ensaios anteriores impediu a ignição do grão. Foram

necessárias uma manutenção do sistema para retirada da água formada e uma

inspeção nas tubeiras, para assegurar a ausência de entupimentos.

109

- Ensaio 10: Nesse ensaio o grão foi queimado quase completamente.

Verificou-se que essa queima torna-se cada vez mais irregular, implicando em

uma diminuição progressiva do comprimento. Uma das conseqüências é a

diminuição da pressão de câmara. Esses desvios da idealidade fazem com que

os resultados do teste não devam ser levados em consideração.

Foram obtidos os seguintes resultados experimentais para 6 ensaios com

câmara de mistura intermediária. Valores esperados: r&m = 0,294 mm/s, F =

51,431 N, Isp,c = 10578,076 m/s.

TABELA 5.2 – Resultados dos ensaios com câmara de mistura intermediária após ponto de reatamento

Ensaio r&m (mm/s) F (N) 1 0,503 81 2 0,488 79 3 0,510 81

TABELA 5.3– Resultados dos ensaios com câmara de mistura intermediária na metade do comprimento do polímero

Ensaio r&m (mm/s) F (N) 1 0,516 81 2 0,560 83 3 0,538 81

Os ensaios realizados comprovaram a melhora de desempenho

utilizando-se a câmara de mistura intermediária, sendo que sua localização

teve pouca influência nos valores de taxa de regressão e empuxo obtidos.

Observou-se nos grãos maior consumo de combustível após a câmara de

mistura intermediária, confirmando que a segunda região de recirculação

apresenta temperaturas mais elevadas e escoamento mais turbulento que a

primeira. Obteve-se, a partir dos ensaios, Isp = 16141,505 m/s.

Para tornar coerente a comparação dos resultados dos ensaios com uma

zona de recirculação anterior à entrada do grão(sistema com a mesma massa)

foi utilizada a mesma configuração câmara de combustão + câmara de mistura

posterior dos primeiros ensaios, sendo que o polímero ficou a uma distância de

110

33 mm da entrada do ar (20 % do seu comprimento), diminuindo-se assim 33

mm do comprimento da câmara de mistura posterior. Além da superfície do

grão apresentar uma queima mais uniforme, houve também aumento da taxa

de regressão, r& = 0,466 mm/s, e do empuxo, F= 61 N.

A inclusão da câmara intermediária aumenta a massa do sistema. Esse

aumento porém é bem menor que o aumento no empuxo. Portanto conclui-se

que o sistema com câmara de mistura intermediária é mais vantajoso.

Foi possível a comparação do desempenho do polibutadieno com outros

polímeros a partir de trabalhos anteriores realizados por Migueis (1986) e Silva

(1995):

TABELA 5.4 – Comparação dos resultados dos ensaios com diferentes tipos de polímero

Valores Médios Polibutadieno hidroxilado

Polietileno Poliéster + 25% de perclorato de

amônio Hv,ef [J/g] 1563 2322 1580 F (N) 53,95 80 45

r& (mm/s) 0,35 0,25 0,3

Os valores de empuxo obtidos estão de acordo com os valores teóricos

para os diferentes polímeros conforme figura 2.1, sendo importante lembrar

que o trabalho de Silva (1995) é mostrado apenas como ilustração, já que as

condições dos ensaios utilizadas neste são diferentes.

111

CAPÍTULO 6

CONCLUSÕES

O modelo escolhido para o cálculo dos valores teóricos apresentou

valores bastante satisfatórios tanto do dimensionamento do projeto quanto do

desempenho do sistema. Pode-se relacionar o aumento da energia radiante,

devido à formação de fuligem observada, ao aumento da taxa de regressão

experimental em relação à teórica.

Observou-se acerto na estimativa da relação ha/di, devido à boa

estabilização da chama após a ignição. Houve a formação da região de

recirculação, permitindo que as reações ocorressem e fornecessem calor para

a propagação da queima ao longo da câmara.

Para o caso do polibutadieno hidroxilado, há a possibilidade do uso de

uma zona de recirculação antes da entrada do grão em sistemas câmara de

combustão + câmara de mistura posterior, uniformizando a combustão do grão

e aumentando o desempenho.

Foi comprovada a vantagem da utilização de uma câmara de mistura

intermediária pelo aumento do desempenho do sistema, devido ao aumento da

turbulência do escoamento promovida pela segunda região de recirculação e,

como conseqüência, uma mistura mais eficiente dos vapores provenientes da

pirólise e aumento da temperatura da câmara, promovendo maior transferência

de calor na superfície do grão.

Dos resultados de desempenhos obtidos em trabalhos anteriores para os

diferentes polímeros, pode-se concluir que quanto menor a temperatura de

decomposição do polímero, maior a sua taxa de regressão.

112

Verificou-se nos ensaios que não há diferença entre os desempenhos do

HTPB utilizando IPDI ou TDI como agentes de cura, comprovando-se que a

escolha de um ou outro desses isocianatos não tem influência perceptível na

combustão.

113

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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115

APÊNDICE A

Resultados obtidos pelo CEA

*******************************************************************************

NASA-GLENN CHEMICAL EQUILIBRIUM PROGRAM CEA2, MAY 21, 2004

BY BONNIE MCBRIDE AND SANFORD GORDON

REFS: NASA RP-1311, PART I, 1994 AND NASA RP-1311, PART II, 1996

*******************************************************************************

problem case=HTPBcea phi,eq.ratio=0.1,0.2,0.3,0.4,0.5,0.6,0.7,0.8,0.9,1,1.1,1.

2,1.3,1.4,1.5,1.6,

rocket equilibrium frozen nfz=1 t,k=

p,atm=6.705,

pi/p=6.705,

WARNING!! DID NOT RECOGNIZE t,k (INPUT)

react

oxid=Air wt=1 t,k=586.759

fuel=HTPB wt=0.906

h,kj/mol=17.18 C 164 H 248 O 2

fuel=IPDI wt=0.082

h,kj/mol=-438.44 C 12 H 18 O 2 N 2

fuel=DBP wt=0.012

h,kj/mol=-840.138 C 16 H 22 O 1

output massf

plot p t rho h s cp gam son pip mach aeat cf ivac isp cond condfz %f o/f phi

,eq.ratio

end

OPTIONS: TP=F HP=F SP=F TV=F UV=F SV=F DETN=F SHOCK=F REFL=F INCD=F

RKT=T FROZ=T EQL=T IONS=F SIUNIT=T DEBUGF=F SHKDBG=F DETDBG=F TRNSPT=F

TRACE= 0.00E+00 S/R= 0.000000E+00 H/R= 0.000000E+00 U/R= 0.000000E+00

Pc,BAR = 6.793841

Pc/P = 6.7050

SUBSONIC AREA RATIOS =

SUPERSONIC AREA RATIOS =

NFZ= 1 Mdot/Ac= 0.000000E+00 Ac/At= 0.000000E+00

REACTANT WT.FRAC (ENERGY/R),K TEMP,K DENSITY

EXPLODED FORMULA

O: Air 1.000000 0.101224E+04 586.76 0.0000

116

N 1.56168 O 0.41959 AR 0.00937 C 0.00032

F: HTPB 0.906000 0.206627E+04 0.00 0.0000

C ******** H ******** O 2.00000

F: IPDI 0.082000 -0.527319E+05 0.00 0.0000

C 12.00000 H 18.00000 O 2.00000 N 2.00000

F: DBP 0.012000 -0.101045E+06 0.00 0.0000

C 16.00000 H 22.00000 O 1.00000

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING EQUILIBRIUM

COMPOSITION DURING EXPANSION FROM INFINITE AREA COMBUSTOR

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 26.91994 %FUEL= 3.581670 R,EQ.RATIO= 0.502793 PHI,EQ.RATIO= 0.500000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8208 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7312 1.0132

T, K 1761.59 1548.29 1154.53

RHO, KG/CU M 1.3525 0 8.4518-1 3.0780-1

H, KJ/KG 273.05 -9.4524 -508.87

U, KJ/KG -229.26 -450.92 -838.06

G, KJ/KG -14503.1 -12996.5 -10193.1

S, KJ/(KG)(K) 8.3880 8.3880 8.3880

M, (1/n) 29.159 29.160 29.161

(dLV/dLP)t -1.00002 -1.00001 -1.00000

(dLV/dLT)p 1.0009 1.0002 1.0000

Cp, KJ/(KG)(K) 1.3464 1.3046 1.2311

GAMMAs 1.2692 1.2798 1.3014

SON VEL,M/SEC 798.5 751.7 654.5

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.911

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6505

CSTAR, M/SEC 1069.4 1069.4

CF 0.7029 1.1694

Ivac, M/SEC 1339.0 1513.8

117

Isp, M/SEC 751.7 1250.5

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING FROZEN COMPOSITION

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 26.91994 %FUEL= 3.581670 R,EQ.RATIO= 0.502793 PHI,EQ.RATIO= 0.500000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8237 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7254 1.0132

T, K 1761.59 1543.67 1149.08

RHO, KG/CU M 1.3525 0 8.4635-1 3.0924-1

H, KJ/KG 273.05 -9.7385 -506.56

U, KJ/KG -229.26 -449.91 -834.22

G, KJ/KG -14503.1 -12958.0 -10145.0

S, KJ/(KG)(K) 8.3880 8.3880 8.3880

M, (1/n) 29.159 29.159 29.159

Cp, KJ/(KG)(K) 1.3085 1.2859 1.2276

GAMMAs 1.2787 1.2849 1.3025

SON VEL,M/SEC 801.4 752.1 653.3

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.911

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6483

CSTAR, M/SEC 1067.4 1067.4

CF 0.7046 1.1699

Ivac, M/SEC 1337.3 1511.1

Isp, M/SEC 752.0 1248.7

MASS FRACTIONS

*Ar 0.01245 *CO 0.00001 *CO2 0.11275

H2O 0.03463 *NO 0.00254 NO2 0.00002

*N2 0.72732 *O 0.00001 *OH 0.00014

*O2 0.11013

118

* THERMODYNAMIC PROPERTIES FITTED TO 20000.K

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING EQUILIBRIUM

COMPOSITION DURING EXPANSION FROM INFINITE AREA COMBUSTOR

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 22.43328 %FUEL= 4.267435 R,EQ.RATIO= 0.602558 PHI,EQ.RATIO= 0.600000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8133 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7467 1.0132

T, K 1952.28 1726.01 1298.52

RHO, KG/CU M 1.2218 0 7.6225-1 2.7403-1

H, KJ/KG 269.69 -41.768 -601.95

U, KJ/KG -286.38 -533.30 -971.72

G, KJ/KG -16406.5 -14785.2 -11693.8

S, KJ/(KG)(K) 8.5419 8.5419 8.5419

M, (1/n) 29.191 29.196 29.198

(dLV/dLP)t -1.00009 -1.00002 -1.00000

(dLV/dLT)p 1.0032 1.0009 1.0000

Cp, KJ/(KG)(K) 1.4088 1.3524 1.2708

GAMMAs 1.2553 1.2673 1.2888

SON VEL,M/SEC 835.5 789.3 690.3

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.913

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6628

CSTAR, M/SEC 1129.3 1129.3

CF 0.6989 1.1692

Ivac, M/SEC 1412.0 1600.4

Isp, M/SEC 789.3 1320.3

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING FROZEN COMPOSITION

119

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 22.43328 %FUEL= 4.267435 R,EQ.RATIO= 0.602558 PHI,EQ.RATIO= 0.600000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8179 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7371 1.0132

T, K 1952.28 1717.54 1288.10

RHO, KG/CU M 1.2218 0 7.6391-1 2.7617-1

H, KJ/KG 269.69 -42.316 -597.73

U, KJ/KG -286.38 -531.53 -964.63

G, KJ/KG -16406.5 -14713.4 -11600.6

S, KJ/(KG)(K) 8.5419 8.5419 8.5419

M, (1/n) 29.191 29.191 29.191

Cp, KJ/(KG)(K) 1.3391 1.3184 1.2638

GAMMAs 1.2702 1.2756 1.2910

SON VEL,M/SEC 840.4 790.0 688.2

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.914

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6589

CSTAR, M/SEC 1125.8 1125.8

CF 0.7016 1.1699

Ivac, M/SEC 1409.2 1595.7

Isp, M/SEC 789.9 1317.1

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING EQUILIBRIUM

COMPOSITION DURING EXPANSION FROM INFINITE AREA COMBUSTOR

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

120

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 19.22853 %FUEL= 4.943514 R,EQ.RATIO= 0.702161 PHI,EQ.RATIO= 0.700000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8058 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7622 1.0132

T, K 2129.04 1894.70 1437.50

RHO, KG/CU M 1.1211 0 6.9803-1 2.4785-1

H, KJ/KG 266.38 -71.742 -690.45

U, KJ/KG -339.61 -610.72 -1099.27

G, KJ/KG -18210.3 -16514.7 -13165.7

S, KJ/(KG)(K) 8.6784 8.6784 8.6784

M, (1/n) 29.211 29.229 29.236

(dLV/dLP)t -1.00032 -1.00008 -1.00000

(dLV/dLT)p 1.0103 1.0031 1.0001

Cp, KJ/(KG)(K) 1.5022 1.4093 1.3085

GAMMAs 1.2392 1.2547 1.2778

SON VEL,M/SEC 866.6 822.3 722.8

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.914

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6742

CSTAR, M/SEC 1183.6 1183.6

CF 0.6948 1.1688

Ivac, M/SEC 1477.8 1678.9

Isp, M/SEC 822.3 1383.4

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING FROZEN COMPOSITION

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 19.22853 %FUEL= 4.943514 R,EQ.RATIO= 0.702161 PHI,EQ.RATIO= 0.700000

121

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8132 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7469 1.0132

T, K 2129.04 1879.25 1418.31

RHO, KG/CU M 1.1211 0 7.0050-1 2.5099-1

H, KJ/KG 266.38 -72.687 -682.96

U, KJ/KG -339.61 -607.58 -1086.65

G, KJ/KG -18210.3 -16381.6 -12991.6

S, KJ/(KG)(K) 8.6784 8.6784 8.6784

M, (1/n) 29.211 29.211 29.211

Cp, KJ/(KG)(K) 1.3666 1.3475 1.2961

GAMMAs 1.2631 1.2678 1.2814

SON VEL,M/SEC 874.9 823.5 719.2

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.916

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6679

CSTAR, M/SEC 1177.7 1177.7

CF 0.6992 1.1700

Ivac, M/SEC 1473.0 1670.9

Isp, M/SEC 823.5 1377.9

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING EQUILIBRIUM

COMPOSITION DURING EXPANSION FROM INFINITE AREA COMBUSTOR

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 16.82496 %FUEL= 5.610111 R,EQ.RATIO= 0.801602 PHI,EQ.RATIO= 0.800000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.7968 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7810 1.0132

T, K 2286.94 2053.57 1572.18

RHO, KG/CU M 1.0435 0 6.4773-1 2.2690-1

H, KJ/KG 263.12 -98.587 -774.24

122

U, KJ/KG -387.96 -682.31 -1220.81

G, KJ/KG -19863.3 -18171.3 -14610.3

S, KJ/(KG)(K) 8.8006 8.8006 8.8006

M, (1/n) 29.205 29.251 29.272

(dLV/dLP)t -1.00098 -1.00029 -1.00001

(dLV/dLT)p 1.0287 1.0098 1.0004

Cp, KJ/(KG)(K) 1.6738 1.4987 1.3455

GAMMAs 1.2181 1.2393 1.2679

SON VEL,M/SEC 890.5 850.5 752.5

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.914

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6857

CSTAR, M/SEC 1233.2 1233.2

CF 0.6897 1.1680

Ivac, M/SEC 1536.8 1750.4

Isp, M/SEC 850.5 1440.4

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING FROZEN COMPOSITION

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 16.82496 %FUEL= 5.610111 R,EQ.RATIO= 0.801602 PHI,EQ.RATIO= 0.800000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8093 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7549 1.0132

T, K 2286.94 2024.05 1535.48

RHO, KG/CU M 1.0435 0 6.5162-1 2.3179-1

H, KJ/KG 263.12 -100.35 -760.42

U, KJ/KG -387.96 -676.59 -1197.57

G, KJ/KG -19863.3 -17913.2 -14273.6

S, KJ/(KG)(K) 8.8006 8.8006 8.8006

M, (1/n) 29.205 29.205 29.205

Cp, KJ/(KG)(K) 1.3911 1.3733 1.3246

123

GAMMAs 1.2573 1.2615 1.2738

SON VEL,M/SEC 904.8 852.6 746.2

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.917

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6753

CSTAR, M/SEC 1222.8 1222.8

CF 0.6972 1.1700

Ivac, M/SEC 1528.5 1736.3

Isp, M/SEC 852.6 1430.8

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING EQUILIBRIUM

COMPOSITION DURING EXPANSION FROM INFINITE AREA COMBUSTOR

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 14.95552 %FUEL= 6.267424 R,EQ.RATIO= 0.900882 PHI,EQ.RATIO= 0.900000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.7829 6.7050

P, BAR 6.7938 3.8105 1.0132

T, K 2414.79 2197.23 1703.84

RHO, KG/CU M 9.8603-1 6.0993-1 2.0961-1

H, KJ/KG 259.91 -119.93 -852.09

U, KJ/KG -429.10 -744.67 -1335.49

G, KJ/KG -21257.4 -19698.7 -16034.4

S, KJ/(KG)(K) 8.9107 8.9107 8.9107

M, (1/n) 29.140 29.242 29.306

(dLV/dLP)t -1.00243 -1.00098 -1.00004

(dLV/dLT)p 1.0675 1.0301 1.0015

Cp, KJ/(KG)(K) 1.9833 1.6892 1.3863

GAMMAs 1.1927 1.2160 1.2582

SON VEL,M/SEC 906.5 871.6 779.9

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.912

PERFORMANCE PARAMETERS

124

Ae/At 1.0000 1.7007

CSTAR, M/SEC 1278.0 1278.0

CF 0.6820 1.1669

Ivac, M/SEC 1588.4 1815.5

Isp, M/SEC 871.6 1491.3

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING FROZEN COMPOSITION

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 14.95552 %FUEL= 6.267424 R,EQ.RATIO= 0.900882 PHI,EQ.RATIO= 0.900000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8066 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7606 1.0132

T, K 2414.79 2141.31 1630.50

RHO, KG/CU M 9.8603-1 6.1551-1 2.1780-1

H, KJ/KG 259.91 -124.11 -825.99

U, KJ/KG -429.10 -735.08 -1291.22

G, KJ/KG -21257.4 -19204.6 -15354.8

S, KJ/(KG)(K) 8.9107 8.9107 8.9107

M, (1/n) 29.140 29.140 29.140

Cp, KJ/(KG)(K) 1.4123 1.3954 1.3487

GAMMAs 1.2532 1.2570 1.2683

SON VEL,M/SEC 929.2 876.4 768.2

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.918

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6806

CSTAR, M/SEC 1259.5 1259.5

CF 0.6958 1.1701

Ivac, M/SEC 1573.5 1789.4

Isp, M/SEC 876.4 1473.7

125

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING EQUILIBRIUM

COMPOSITION DURING EXPANSION FROM INFINITE AREA COMBUSTOR

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 12.98797 %FUEL= 6.915645 R,EQ.RATIO= 1.000000 PHI,EQ.RATIO= 1.000000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.7662 6.7050

P, BAR 6.7938 3.8465 1.0132

T, K 2494.80 2298.00 1830.03

RHO, KG/CU M 9.4896-1 5.8649-1 1.9523-1

H, KJ/KG 256.74 -133.36 -916.34

U, KJ/KG -459.19 -789.23 -1435.35

G, KJ/KG -22221.4 -20838.4 -17405.0

S, KJ/(KG)(K) 9.0100 9.0100 9.0100

M, (1/n) 28.974 29.132 29.317

(dLV/dLP)t -1.00401 -1.00234 -1.00031

(dLV/dLT)p 1.1088 1.0690 1.0117

Cp, KJ/(KG)(K) 2.3003 2.0171 1.5104

GAMMAs 1.1756 1.1896 1.2374

SON VEL,M/SEC 917.4 883.3 801.4

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.911

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.7324

CSTAR, M/SEC 1311.5 1311.5

CF 0.6735 1.1679

Ivac, M/SEC 1625.8 1870.6

Isp, M/SEC 883.3 1531.7

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING FROZEN COMPOSITION

126

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 12.98797 %FUEL= 6.915645 R,EQ.RATIO= 1.000000 PHI,EQ.RATIO= 1.000000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8053 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7633 1.0132

T, K 2494.80 2214.28 1689.07

RHO, KG/CU M 9.4896-1 5.9225-1 2.0904-1

H, KJ/KG 256.74 -141.97 -872.94

U, KJ/KG -459.19 -777.39 -1357.65

G, KJ/KG -22221.4 -20092.7 -16091.5

S, KJ/(KG)(K) 9.0100 9.0100 9.0100

M, (1/n) 28.974 28.974 28.974

Cp, KJ/(KG)(K) 1.4293 1.4127 1.3668

GAMMAs 1.2512 1.2549 1.2658

SON VEL,M/SEC 946.5 893.0 783.3

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.919

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6831

CSTAR, M/SEC 1284.6 1284.6

CF 0.6951 1.1701

Ivac, M/SEC 1604.6 1825.6

Isp, M/SEC 893.0 1503.1

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING EQUILIBRIUM

COMPOSITION DURING EXPANSION FROM INFINITE AREA COMBUSTOR

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

127

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 12.23633 %FUEL= 7.554962 R,EQ.RATIO= 1.098958 PHI,EQ.RATIO= 1.100000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.7875 6.7050

P, BAR 6.7938 3.8007 1.0132

T, K 2508.20 2280.89 1757.21

RHO, KG/CU M 9.3390-1 5.7666-1 1.9983-1

H, KJ/KG 253.61 -149.20 -917.62

U, KJ/KG -473.86 -808.28 -1424.68

G, KJ/KG -22569.8 -20904.2 -16907.4

S, KJ/(KG)(K) 9.0995 9.0995 9.0995

M, (1/n) 28.667 28.774 28.814

(dLV/dLP)t -1.00292 -1.00086 -1.00001

(dLV/dLT)p 1.0798 1.0260 1.0004

Cp, KJ/(KG)(K) 2.0881 1.6645 1.3963

GAMMAs 1.1891 1.2223 1.2607

SON VEL,M/SEC 930.1 897.6 799.5

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.914

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6923

CSTAR, M/SEC 1312.6 1312.6

CF 0.6838 1.1660

Ivac, M/SEC 1631.9 1861.8

Isp, M/SEC 897.6 1530.5

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING FROZEN COMPOSITION

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 12.23633 %FUEL= 7.554962 R,EQ.RATIO= 1.098958 PHI,EQ.RATIO= 1.100000

128

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8058 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7623 1.0132

T, K 2508.20 2225.39 1696.39

RHO, KG/CU M 9.3390-1 5.8290-1 2.0594-1

H, KJ/KG 253.61 -151.64 -893.75

U, KJ/KG -473.86 -797.09 -1385.77

G, KJ/KG -22569.8 -20401.6 -16330.1

S, KJ/(KG)(K) 9.0995 9.0995 9.0995

M, (1/n) 28.667 28.667 28.667

Cp, KJ/(KG)(K) 1.4410 1.4242 1.3774

GAMMAs 1.2520 1.2557 1.2667

SON VEL,M/SEC 954.4 900.3 789.5

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.919

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6822

CSTAR, M/SEC 1294.6 1294.6

CF 0.6954 1.1701

Ivac, M/SEC 1617.2 1839.6

Isp, M/SEC 900.3 1514.8

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING EQUILIBRIUM

COMPOSITION DURING EXPANSION FROM INFINITE AREA COMBUSTOR

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 11.21664 %FUEL= 8.185557 R,EQ.RATIO= 1.197755 PHI,EQ.RATIO= 1.200000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8008 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7727 1.0132

T, K 2463.34 2207.21 1687.05

RHO, KG/CU M 9.3704-1 5.8169-1 2.0450-1

H, KJ/KG 250.52 -153.39 -901.85

129

U, KJ/KG -474.51 -801.97 -1397.33

G, KJ/KG -22362.5 -20415.2 -16388.6

S, KJ/(KG)(K) 9.1798 9.1798 9.1798

M, (1/n) 28.249 28.296 28.310

(dLV/dLP)t -1.00124 -1.00027 -1.00001

(dLV/dLT)p 1.0343 1.0083 1.0002

Cp, KJ/(KG)(K) 1.7375 1.5132 1.4020

GAMMAs 1.2195 1.2455 1.2651

SON VEL,M/SEC 940.3 898.8 791.7

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.917

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6840

CSTAR, M/SEC 1299.5 1299.5

CF 0.6917 1.1683

Ivac, M/SEC 1620.4 1844.5

Isp, M/SEC 898.8 1518.1

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING FROZEN COMPOSITION

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 11.21664 %FUEL= 8.185557 R,EQ.RATIO= 1.197755 PHI,EQ.RATIO= 1.200000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8078 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7581 1.0132

T, K 2463.34 2182.49 1659.18

RHO, KG/CU M 9.3704-1 5.8504-1 2.0749-1

H, KJ/KG 250.52 -153.85 -890.87

U, KJ/KG -474.51 -796.22 -1379.21

G, KJ/KG -22362.5 -20188.7 -16121.8

S, KJ/(KG)(K) 9.1798 9.1798 9.1798

M, (1/n) 28.249 28.249 28.249

Cp, KJ/(KG)(K) 1.4483 1.4306 1.3818

GAMMAs 1.2551 1.2590 1.2707

130

SON VEL,M/SEC 953.9 899.3 787.7

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.918

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6783

CSTAR, M/SEC 1291.3 1291.3

CF 0.6964 1.1701

Ivac, M/SEC 1613.6 1834.1

Isp, M/SEC 899.3 1510.9

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING EQUILIBRIUM

COMPOSITION DURING EXPANSION FROM INFINITE AREA COMBUSTOR

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 10.35382 %FUEL= 8.807607 R,EQ.RATIO= 1.296393 PHI,EQ.RATIO= 1.300000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8060 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7618 1.0132

T, K 2394.48 2130.85 1621.83

RHO, KG/CU M 9.4861-1 5.9073-1 2.0911-1

H, KJ/KG 247.48 -152.15 -883.73

U, KJ/KG -468.71 -788.95 -1368.29

G, KJ/KG -21906.7 -19867.2 -15889.2

S, KJ/(KG)(K) 9.2522 9.2522 9.2522

M, (1/n) 27.798 27.822 27.829

(dLV/dLP)t -1.00059 -1.00014 -1.00000

(dLV/dLT)p 1.0162 1.0040 1.0001

Cp, KJ/(KG)(K) 1.5958 1.4812 1.4102

GAMMAs 1.2391 1.2551 1.2689

SON VEL,M/SEC 942.0 894.0 784.1

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.918

131

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6791

CSTAR, M/SEC 1286.4 1286.4

CF 0.6950 1.1693

Ivac, M/SEC 1606.3 1826.3

Isp, M/SEC 894.0 1504.1

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING FROZEN COMPOSITION

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 10.35382 %FUEL= 8.807607 R,EQ.RATIO= 1.296393 PHI,EQ.RATIO= 1.300000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8104 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7526 1.0132

T, K 2394.48 2117.57 1604.15

RHO, KG/CU M 9.4861-1 5.9249-1 2.1118-1

H, KJ/KG 247.48 -152.59 -877.29

U, KJ/KG -468.71 -785.96 -1357.09

G, KJ/KG -21906.7 -19744.7 -15719.2

S, KJ/(KG)(K) 9.2522 9.2522 9.2522

M, (1/n) 27.798 27.798 27.798

Cp, KJ/(KG)(K) 1.4538 1.4350 1.3835

GAMMAs 1.2590 1.2633 1.2758

SON VEL,M/SEC 949.6 894.5 782.4

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.917

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6733

CSTAR, M/SEC 1281.9 1281.9

CF 0.6978 1.1700

Ivac, M/SEC 1602.6 1819.7

Isp, M/SEC 894.5 1499.8

132

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING EQUILIBRIUM

COMPOSITION DURING EXPANSION FROM INFINITE AREA COMBUSTOR

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 9.61426 %FUEL= 9.421286 R,EQ.RATIO= 1.394871 PHI,EQ.RATIO= 1.400000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8095 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7546 1.0132

T, K 2320.06 2056.58 1560.03

RHO, KG/CU M 9.6334-1 6.0088-1 2.1381-1

H, KJ/KG 244.48 -149.57 -865.12

U, KJ/KG -460.76 -774.41 -1339.01

G, KJ/KG -21373.5 -19312.5 -15401.2

S, KJ/(KG)(K) 9.3179 9.3179 9.3179

M, (1/n) 27.353 27.366 27.371

(dLV/dLP)t -1.00034 -1.00008 -1.00000

(dLV/dLT)p 1.0091 1.0024 1.0001

Cp, KJ/(KG)(K) 1.5432 1.4728 1.4189

GAMMAs 1.2504 1.2613 1.2725

SON VEL,M/SEC 939.1 887.8 776.5

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.918

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6748

CSTAR, M/SEC 1273.6 1273.6

CF 0.6970 1.1697

Ivac, M/SEC 1591.6 1807.8

Isp, M/SEC 887.8 1489.7

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING FROZEN COMPOSITION

133

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 9.61426 %FUEL= 9.421286 R,EQ.RATIO= 1.394871 PHI,EQ.RATIO= 1.400000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8132 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7469 1.0132

T, K 2320.06 2047.75 1545.51

RHO, KG/CU M 9.6334-1 6.0194-1 2.1568-1

H, KJ/KG 244.48 -150.12 -860.29

U, KJ/KG -460.76 -772.59 -1330.08

G, KJ/KG -21373.5 -19230.8 -15261.1

S, KJ/(KG)(K) 9.3179 9.3179 9.3179

M, (1/n) 27.353 27.353 27.353

Cp, KJ/(KG)(K) 1.4586 1.4387 1.3846

GAMMAs 1.2633 1.2679 1.2813

SON VEL,M/SEC 943.9 888.4 775.9

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.916

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6680

CSTAR, M/SEC 1270.5 1270.5

CF 0.6992 1.1700

Ivac, M/SEC 1589.1 1802.5

Isp, M/SEC 888.4 1486.5

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING EQUILIBRIUM

COMPOSITION DURING EXPANSION FROM INFINITE AREA COMBUSTOR

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

134

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 8.97331 %FUEL= 10.026760 R,EQ.RATIO= 1.493190 PHI,EQ.RATIO= 1.500000

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8125 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7484 1.0132

T, K 2245.54 1984.92 1501.04

RHO, KG/CU M 9.7961-1 6.1165-1 2.1866-1

H, KJ/KG 241.52 -146.52 -846.36

U, KJ/KG -452.00 -759.36 -1309.76

G, KJ/KG -20816.7 -18760.6 -14922.8

S, KJ/(KG)(K) 9.3778 9.3778 9.3778

M, (1/n) 26.921 26.930 26.933

(dLV/dLP)t -1.00022 -1.00005 -1.00000

(dLV/dLT)p 1.0057 1.0015 1.0000

Cp, KJ/(KG)(K) 1.5213 1.4717 1.4274

GAMMAs 1.2581 1.2664 1.2760

SON VEL,M/SEC 934.1 881.0 768.9

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.918

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6706

CSTAR, M/SEC 1260.8 1260.8

CF 0.6987 1.1699

Ivac, M/SEC 1576.6 1789.2

Isp, M/SEC 881.0 1475.0

THEORETICAL ROCKET PERFORMANCE ASSUMING FROZEN COMPOSITION

Pin = 98.5 PSIA

CASE = HTPBcea

REACTANT WT FRACTION ENERGY TEMP

(SEE NOTE) KJ/KG-MOL K

OXIDANT Air 1.0000000 8416.263 586.759

FUEL HTPB 0.9060000 17180.000 0.000

FUEL IPDI 0.0820000 -438440.000 0.000

FUEL DBP 0.0120000 -840138.000 0.000

O/F= 8.97331 %FUEL= 10.026760 R,EQ.RATIO= 1.493190 PHI,EQ.RATIO= 1.500000

135

CHAMBER THROAT EXIT

Pinf/P 1.0000 1.8160 6.7050

P, BAR 6.7938 3.7411 1.0132

T, K 2245.54 1978.09 1487.41

RHO, KG/CU M 9.7961-1 6.1236-1 2.2057-1

H, KJ/KG 241.52 -147.17 -842.15

U, KJ/KG -452.00 -758.09 -1301.52

G, KJ/KG -20816.7 -18697.3 -14790.7

S, KJ/(KG)(K) 9.3778 9.3778 9.3778

M, (1/n) 26.921 26.921 26.921

Cp, KJ/(KG)(K) 1.4634 1.4423 1.3855

GAMMAs 1.2675 1.2725 1.2868

SON VEL,M/SEC 937.6 881.7 768.9

MACH NUMBER 0.000 1.000 1.915

PERFORMANCE PARAMETERS

Ae/At 1.0000 1.6627

CSTAR, M/SEC 1258.3 1258.3

CF 0.7007 1.1700

Ivac, M/SEC 1574.6 1784.2

Isp, M/SEC 881.7 1472.2

136

137

APÊNDICE B

FIGURA B.1- Curva característica da válvula reguladora de pressão do ar

138

139

APÊNDICE C

Desenhos das partes aperfeiçoadas do sistema

FIGURA C.1 - Esquema do sistema gerador de ar viciado / estato-reator

140

FIGURA C.2 – Módulo combustor

141

FIGURA C.3 – Módulo combustor

142

FIGURA C.4 – Placa adaptadora

143

FIGURA C.5 – União Aquecedor/Estato-reator

144

FIGURA C.6 – Placa adaptadora

145

FIGURA C.7 – Estojo do grão

146

FIGURA C.8 – Câmara de mistura intermediária

147

FIGURA C.9 – Estojo do grão

148

FIGURA C.10 – Câmara de mistura posterior

149

FIGURA C.11 – Câmara de mistura posterior

150

FIGURA C.12 – Tubeira de ar frio

151

FIGURA C.13 – Tubeira de ar quente

152

153

APÊNDICE D

TABELA D.1– Lista de materiais Equipamento de teste estático de estato-reatores

Ref. Localização Descrição Qtd Material 01 Vela de ignição para moto 01

02

Ignição do Aquecedor

Sistema eletrônico de

centelhamento

01

03 União aquecedor estato-

reator

União aquecedor estato-reator 01 Desenho nº ER-07

04 Placa adaptadora

aquecedor/câmara de combustão

01 Desenho nº ER03-98

05 Envelope do grão 01 Desenho nº ER08-A1 e

ER08-A3

06 Câmara de mistura intermediária 01 Desenho nº ER08-A2

07

Câmara de combustão

Câmara de mistura posterior 01 Desenho nº ER08-A4 e

ER08-A5

08 Tubeira do ar quente 01 Desenho nº ER-11

09 Válvula reguladora de pressão

(ar)

01 S.A. White Martins R-

102

10 Válvula reguladora de pressão

(O2)

01 Air Liquide 46434

11 Válvula reguladora de pressão

(H2)

01 Air Liquide 46434

12 Válvula reguladora de pressão

(N2)

01 Air Liquide 46434

13 Válvula solenóide (O2) 01 Parker

cód.20BF05DNYTE8-

Função F

14 Válvula solenóide (H2) 01 Parker

cód.20BF05DNYTE8-

Função F

15 Válvula solenóide (N2) 01 Parker

cód.20BF05DNYTE8-

Função F

16 Mangueira (ar) 01 Togawa MF 12

8030300037

17 Mangueira (O2) 01 Afa Pneumático 6,4 mm

PT 500 Psi

18 Mangueira (H2) 01 Afa Pneumático 6,4 mm

PT 500 Psi

19 Mangueira (N2) 01 Afa Pneumático 6,4 mm

PT 500 Psi

20 Cilindro de O2 01 V = 10 m3

21 Cilindro de H2 01 V = 10 m3

22 Cilindro de N2 01 V = 10 m3

23 Cilindro de ar 01 V = 10 m3

24 Transdutor de pressão do tipo

“Strain-gage”

03

25

Termopar do tipo K 01

154

155

APÊNDICE E

TABELA E.1– Procedimentos para a execução dos ensaios Procedimentos de execução de testes de estato-reatores

Operação Detalhes de operação Fatores de segurança

1-Medições

prévias

A - Medir a temperatura de parede dos cilindros de

ar, O2, H2.

B - Medir a temperatura ambiente.

C - Medir a pressão atmosférica local.

2- Verificação do

equipamento

A - Acionar O2, verificando através de ruído

provocado o seu funcionamento.

A.1- Repetir o processo acima para o ar, H2, N2.

B - Acionar a ignição do aquecedor, verificando

através de ruído o seu funcionamento.

Abrir os registros dos

cilindros.

Somente o auxiliar fica na

frente dos cilindros.

3- Procedimentos

pré-teste

A - Liberar COMPLETAMENTE o registro do

cilindro de ar.

A.1- Verificar a regulagem da válvula reguladora de

pressão até a obtenção do valor desejado, indicado

no manômetro (P0H2= 18 bar).

B - Repetir os itens A e A.1 para o O2 (P0O2= 14

bar). C - Repetir os itens A e A.1 para o Ar (P0ar= 15 bar).

D – Repetir os itens A e A.1 para o N2 (P0N2= 20

bar).

Certificar se há algum

vazamento, em caso

positivo, fechar todos os

registros e providenciar o

reparo da válvula danificada.

4- Teste

A - Acionar o O2.

B – Acionar a ignição eletrônica do aquecedor.

C - Acionar o H2.

D – Quando a temperatura do aquecedor for maior

que 500ºC, acionar o ar, cronometrando o tempo de

teste a partir desse ponto.

E - Após 15 s, interromper H2, ignição, O2, ar e

acionar imediatamente o N2 por 10 s

aproximadamente.

Não permitir aproximação

do equipamento.

Acionar sirene de aviso do

teste.

5- Pós-teste

A - Fechar o registro do H2 e zerar calibração da

válvula reguladora.

B - Repetir o item A para o O2, ar, N2.

C - Permitir a aproximação do pessoal.

Somente o auxiliar deve

proceder as instruções ao

lado.

6- Inspeção

A- Limpar a câmara de combustão.

B - Após 4 testes o aquecedor deve ser aberto para

inspeção dos furos de injeções de H2.

C- Escoar água formada.

156