Análise Textual - Aula 6

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Aula 6: Tipologia textual e gêneros textuais - parte 2 Ao final desta aula, você será capaz de: 1) Reconhecer diferentes organizações discursivas em diferentes tipos de texto; 2) Identificar as características discursivas de diversos textos; 3) Recuperar a informação do texto através de habilidades específicas. 4) Praticar as habilidades de fala com diferentes tipos de texto. Veja agora um conto e uma crônica, textos que trazem, basicamente, os mesmos elementos - personagens, acontecimentos, local, tempo -, mas que pertencem a gêneros textuais diferentes. Por isso, particularizam-se por alguns detalhes. Leia os textos e depois veia os comentários. A cartomante Machado de Assis (fragmento) A cartomante fê-lo sentar diante da mesa, e sentou-se do lado oposto, com as costas para a janela, de maneira que a pouca luz de fora batia em cheio no rosto de Camilo. Abriu uma gaveta e tirou um baralho de cartas compndas e enxovalhadas. Enquanto as baralhava, rapidamente, olhava para ele, não de rosto, mas por baixo dos olhos. Era uma mulher de quarenta anos, italiana, morena e magra, com grandes olhos sonsos e agudos. Voltou três cartas sobre a mesa, e disse-lhe: — Vejamos pnmeiro o que é que o traz aqui. O senhor tem um grande susto... Camilo, maravilhado, fez um gesto afirmativo. — E quer saber, continuou èla, se lhe acontecerá alguma coisa ou não... —A mim e a ela, explicou vivamente ele. A cartomante não sorriu; disse-lhe só que esperasse. Rápido pegou outra vez as cartas e baralhou-as, com os longos dedos finos, de unhas descuradas; baralhou-as bem, transpôs os maços, uma, duas, três vezes; depois começou a estendê-las. Camilo tinha os

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Estácio

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Aula 6: Tipologia textual e gneros textuais - parte 2

Ao final desta aula, voc ser capaz de:1) Reconhecer diferentes organizaes discursivas em diferentes tipos de texto;2) Identificar as caractersticas discursivas de diversos textos;3) Recuperar a informao do texto atravs de habilidades especficas.4) Praticar as habilidades de fala com diferentes tipos de texto.

Veja agora um conto e uma crnica, textos que trazem, basicamente, os mesmos elementos - personagens, acontecimentos, local, tempo -, mas que pertencem a gneros textuais diferentes. Por isso, particularizam-se por alguns detalhes.Leia os textos e depois veia os comentrios.

A cartomanteMachado de Assis (fragmento)

A cartomante f-lo sentar diante da mesa, e sentou-se do lado oposto, com as costas para a janela, de maneira que a pouca luz defora batia em cheio no rosto de Camilo. Abriu uma gaveta e tirou um baralho de cartas compndas e enxovalhadas. Enquanto asbaralhava, rapidamente, olhava para ele, no de rosto, mas por baixo dos olhos. Era uma mulher de quarenta anos, italiana, morenae magra, com grandes olhos sonsos e agudos. Voltou trs cartas sobre a mesa, e disse-lhe: Vejamos pnmeiro o que que o traz aqui. O senhor tem um grande susto...Camilo, maravilhado, fez um gesto afirmativo. E quer saber, continuou la, se lhe acontecer alguma coisa ou no...A mim e a ela, explicou vivamente ele.A cartomante no sorriu; disse-lhe s que esperasse. Rpido pegou outra vez as cartas e baralhou-as, com os longos dedos finos,de unhas descuradas; baralhou-as bem, transps os maos, uma, duas, trs vezes; depois comeou a estend-las. Camilo tinha osolhos nela, curioso e ansioso.As cartas dizem-me...(ASSIS, Machado de. Contos: Uma Antologia. So Paulo: Companhia das Letras, 1998.)

No conto de Machado de Assis, podemos contextualizar asituao apresentada, pois o autor apresenta elementos quepossibilitam que o leitor constitua a cena: os personagens(como se posicionam, os objetivos de cada um, os gestosetc o local e o tempo.)

O vulto na janela(Domingo, 20 de abril de 2008)

Olhava aquele vulto pela janela.Com a bruma que vinha ao mar naquela tarde de plmbeos cus, no conseguia distinguiras feies.Estava sentado a uma mesa. S. Uma mesa encostada vidraa daquele caf sobre o mar.A umidade daquele mar tormentoso, o ligeiro embaar do vidro mostrando que a temperatura ali dentro era bem superior do ventofrio que soprava do norte davam uma opacidade mgica ao vidro, que tornava o seu interior mais confortvel e acolhedor do que oseu barco atracado na praia.Olhava aquele vulto sentado junto janela. No podia aperceber-se do que estava pousado na mesa. Um caf quente, uma guarefrescante, um simples sumo de laranja ou um extico sumo de frutos raros. Podia ser ainda um sensual copo de vinho tinto.No sabia se era homem ou mulher, novo ou velho. Era adulto, sim, tinha a estatura e postura de adulto.Parecia-lhe feliz. Um vulto afortunado que numa tarde invemosa relaxava com uma bebida num caf sobre o mar. Enquanto eleatracava o barco na praia, ao sabor do frio e do vento de norte no meio das to famosas brumas que o Atlntico empresta, porvezes, ao final da tarde.Ficou feliz por saber que h gente que pode passar uma tarde no caf sobre o mar enquanto ele ganha a vida, aniscando-a naquelepequeno barco, agora atracado na praia.Sentiu inveja, uma inveja saudvel daquele vulto, que parecia feliz e confortvel, que desfrutava de uma bebida numa janela sobre omar. S no sabia que esse vulto chorava.

Reconhecemos o contedo como um conto, uma narrativa, porque localizamos personagens, fatos, local e tempo. Esses elementos nos remetem a um contexto tal que podemos refazer mentalmente o cenrio da histria e construirmos o entendimento ou no do que estamos lendo.O entendimento no ser bom se no pudermos refazer mentalmente essa histria, Outro aspecto, at curioso, o fato de podermos contar esta histria em qualquer poca. O tempo de ocorrncia j estar inscrito na narrativa, no preciso se recorrer a um tempo real.Voc deve estar se perguntando se no se pode construir contos com fatos reais. Sim, claro que isso possvel! Porm o conto, como tem a funo fundamental de contar uma histria que poder ser situada num tempo especfico, vai criar uma realidade. Por isso possvel o leitor poder contar a histria em qualquer poca, porque ela tem contexto prprio.

Almoo de domingoPor Kassia CNo ltimo domingo o povo aqui em casa me pediu pra fazer nhoque. Ento vamos a ele! Estava passando as batatas peloespremedor e me lembrei da primeira vez que fiz moque pra minha filha. Ela era ainda bem pequena, ainda nem falavadireito. E foi uma ferra. Ela achou muito divertido esse negcio de fazer rolinhos finos e compridos e depois cort-los emumas quase "boinhas".Eu cortava e ela espalhava sobre a mesa bem enfarinhada, matracando o tempo todo.Quando acabamos, cobri tudo com um pano bem limpo e fui fazer sei l o que. Depois de um tempinho me toquei que aBeatriz tava muuuuito quieta:- Biaaaa....que t fazendo?-T bincando!Segui a vozinha que vinha da cozinha e quando l cheguei:- Jesus! Que que ce t fazendo...?- To amassando as boinhas...Comemos espaguete!

O texto "Almoo de Domingo", por ser uma crnica, conta fatos do cotidiano, fatos reais: necessita que o tempo, as personagens e o local sejam esclarecidos, porque no traz um contexto pronto. Logo. precisa do contexto da situao, exatamente por lidar com fatos do cotidiano. As crnicas tambm apresentam outro aspecto, como o de analisar, comentar, argumentar, criticar determinadas situaes. Assim, um grande propsito do texto da crnica aproveitar o fato para fazer comentrios e at apresentar aspectos divertidos da situao.

A outra norteRubem BragaVOLTAROutro dia fui a So Paulo e resolvi voltar noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto l como aqui. Quando vinha para casa de txi,encontrei um amigo e o trouxe at Copacabana; e contei a ele que l em cima, alm das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; eque as nuvens feias que cobriam a doade eram, vistas de cima, enluaradas, colches de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depoisque o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para vortar-se para mim: 0 senhor vai desculpar, euestava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar l em cima? Confirmei: sim, aama da nossa noite preta e enlamacada e torpehavia uma outra pura, perfeita e linda. Mas, que coisa... Ele chegou a pr a cabea fora do carro para olhar o cu fechado ciechuva. Depois continuou guiando mais lentamente. No se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. Ora, sim senhor...E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao senhor" to sinceros, to veementes,como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.(BRAGA. Rubem. Ai de ti. Copacabana. Rio de Janeiro: Editora do Autor. 1960)

Podemos observar que. na crnica de Rubem Braga, no hum contexto que possa esdarecer o leitor sobre a situaoretratada. Assim, o autor apresenta os personagens e osfatos de maneira que sejam facilmente identificados.Os elementos do texto so apresentados de forma clara, afim de que o leitor no tenha dificuldades em contextualizara situao apresentada.O texto apresenta uma situao cotidiana. A narrativa informal e a linguagem utilizada coloquial.

Atividade Proposta:Faa uma leitura atenta do texto a seguir, exercitando a habilidade de localizarinformaes relevantes para solucionar determinado problema apresentado. Talhabilidade se reflete na identificao dos objetrVos do texto, os possveis leitores etcAps esse entendimento, possvel identificar o gnero e que aspectos relevantesexistem para identific-lo. Esta ser a sua tarefa: identificar o gnero e justificar suaescolha.

Sinceridade de crianaEra uma poca de "vacas magias". Morava s com meu filho, pagando aluguel,ganhava pouco e fui convidada pata a festa de aniversrio de uma grande amiga.0 problema que no tinha dinheiro messmoooooo.Fui a uma relojoaria procura de uma pequena joia. ou bijuteria mesmo, algo assim,e pedi balconista- Queria ver alguma coisa bonita e barata, para uma grande amiga!Ela me mostrou algumas pecas realmente caras, que na poca eu no podia pagar.Ento eu pedi:- Posso vero que vc tem, assim... alguma coisa mais baratinha? - e a moa metrouxe um pingente folheado a ouro... bonito e barato.Eu gostei e levei.Quando chegamos ao aniversrio (eu e meu filho), fomos cumprimentar minhaamiga, que ao abrir o presente disse:- Nossa, muito obrigada!!!!! Que coisa I inda!!!!!E meu filho na sua inocncia de criana bem pequena, sem saber bem o quesignificava a expresso "baratinha", completou:-E era a mais baratinha que tinha!!!.:-((

Qual o gnero textual de Sinceridade de criana: um conto ou uma crnica?Gabarito A: CrnicaQue caractersticas determinaram sua escolha?Gabarito B: As caractersticas gerais de uma crnica so: a) Relao com a vida cotidiana; b) Narrativa informal, familiar, intimista; c) Uso da oralidade na escrita: linguagem coloquial; d) Uso do humor.

Na aula anterior, tratamos de alguns textos argumentativos. Textos desse tipo tm um objetivo principal: convencer o outro de que seu ponto de vista est correto. Isto pode ser feito de vrias maneiras. Porm, existe um ambiente de extrema formalidade em que o autor do texto precisa convencer, persuadir o outro a pensar como ele, pois, assim, ele ganhar a causa. Esse o ambiente jurdico. Apresentaremos, a seguir, um texto tpico do mundo jurdico: a petio, uma forma de pedir, de reivindicar atravs da fundamentao na lei.

Cabealho:

EXMO. SR. DR. JUIZ DA VARA DO TRABALHO DO TRT DA 1a REGIO - RIO DE JANEIRO/RJMARIA DAS DORES, brasileira, casada, atendente, portadora da carteira de identidade n _ _ e CTPS n._, srie__inscrita no CPF n_e PIS__.. filha de_residente e domiciliada na_, CEP:_, vem por seu advogado, comendereo profissional_, propor a presenteRECLAMAO TRABALHISTApelo rito_, em face de_, inscrita no CNPJ sob o n._estabelecida na_CEP:_, pelos fatos e fundamentos que se seguem:

Dos fatos:DA COMISSO DE CONCILIAO PRVIACompareceu a Reclamante ao sindicato de sua categoria profissional, no tendo sido realizadatentativa de acordo em razo de no ter sido instituda a Comisso de Conciliao prvia no mbitodaquele rgo.DOS FATOSA Reclamante foi admitida pela Reclamada, em_, para exercer a funo de atendente,recebendo como ltima e maior remunerao o valor de_, sem anotao em sua CTPS, vindo aser demitida sem justa causa em_, sem que lhe fossem pagas as verbas rescisrias a que faziajus.Sua jornada de trabalho era de segunda a segunda de 09:00h at as 17:00h, com uma folga semanal,sendo uma destas um domingo ao ms.

Dos fundamentos:DOS FUNDAMENTOSDO VINCULO EMPREGATCIO:A Reclamante exercia suas funes de forma subordinada pata a Reclamada, com pessoalidade, recebendo como contraprestao salrio, preenchendo todos os requisitospara a configurao do vnculo empregatcio.A relao empregatcia e a figura do empregado emergem como resultado da combinao, em um certo contexto sociojurdico. dos cinco elementos ftico-jurdicos: a)prestao de trabalho por pessoa fsica a um tomador qualquer; b) prestao efetuada com pessoalidade pelo trabalhador; c) tambm efetuada com no eventualidade; d)efetuada ainda com subordinao ao tomador dos servios e) prestao de trabalho efetuada com onerosidade.A CLT aponta esses elementos em seu art. 3o:ART. 3o - Considera-se empregado toda pessoa fsica que prestar servio de natureza no eventual a empregador, sob a dependncia deste e mediante salrio.J no art. Z" do mesmo diploma legal, define a figura do empregador comoART. 2o - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que. assumindo os riscos da atividade econmica, admite, assalaria e dirige a prestao de servios.Logo, temos que empregado todo trabalhador no eventual, cujo trabalho prestado intuitu personae (pessoalidade) por pessoa fsica, em situao de subordinao,com onerosidade.Pelo exposto acima, demonstrado est que a Reclamante sempre atuou como empregada da Reclamada, preenchendo todos os requisitos necessrios para a determinaodo vnculo empregatcio.

Do valor a ser pago:DO SALDO SALARIAL NAO PAGOExiste saldo salarial inadimplido correspondente ao ms de_, no montante de_, valor este que no foi pago reclamante, devendo a reclamada proceder aoseu pagamento na audincia inaugural, sob pena de pagamento do valor em dobro conforme impe o art. 467 da CLTDO AVISO PRVIO E DO FGTSNo houve comunicao de aviso prvio e no lhe foram pagas as verbas rescisrias a que fazia jus, como previa o art. 477, 6" da CLT, sendo certo que a reclamada, durantetodo o pacto laboral, no efetuou nenhum depsito sob tal rubrica em conta fundiria da reclamante.Deste modo. aplicvel no s a multa devida pelo retardo no pagamento das verbas rescisrias, conforme determina o art. 477, 8, da CLT, mas tambm o pagamento dasverbas atinentes ao aviso prvio e FGTS, neste ltimo caso incidindo inclusive sobre o perodo de aviso prvio devido, tudo na forma do art. 437 do mesmo diploma legal e doEnunciado n 305 do TST, importncias que devem ser acrescidas da multa de 40% em razo da demisso imotivada.DA GRATIFICAO NATALINATrata-se de gratificao natalina aquela correspondente a 1/12 da remunerao devida em dezembro, por ms de servio ou frao de 15 dias trabalhados a ser paga at odia 20 de dezembro, independente da remunerao a que o empregado fizer jus, conforme dispe o art. 7, VIII da CRFB.Sendo assim, faz jus a Reclamante gratificao natalina proporcional, na razo de 7/12 do ano de_e na razo de 3/12 do ano de_, devido projeo do avisoprvio.DAS FRIAS0 descanso anual remunerado consagrado em todas as legislaes por questes mdicas, familiares e sociais, previsto na CRFB no seu art. 7, XVII e na CLT em seu art. 129Desta forma, faz jus a Reclamante a receber os valores referentes s frias proporcionais (_/12) acrescidas de 1/3 constitucional referente ao perodo_, com a

Do pedido:DO PEDIDODiante do exposto, requer a V L~x.: a procedncia dos pedidos elencados, aplicando-se o art. 467. no que couber:1 .A concesso do beneficio da Gratuidade de Justia;2.0 reconhecimento do vnculo empregatcio entre a reclamante e a reclamada, no perodo de_, com a devida anotao naCTPS da Reclamante;3.0 pagamento das seguintes verbas, corrigidas monetariamente, aplicando-se o artigo 467 da CLT no que couber:a. Saldo salarial do ms_, no valor de_;b. Aviso Prvio no valor de_, acrescido do FGTS sobre ele incidente, no valor de_na forma do Enunciado n 305 do TST,totalizando_;c. Dcimo terceiro salrio proporcional de_(_/12) no valor de_, acrescido do FGTS sobre ele incidente, no valor de_totalizando_;d. Frias proporcionais {_/12), no valor de_, conforme disposto no Enunciado n 171 do TST, acrescido de 1/3 (R$_), conforme artigo 7o, inciso XVII da CRF/88. no valor total de_;e. A entrega das Guias do FGTS referente a todo o perodo laborado, ou pagamento do mesmo diretamente Reclamante, na importnciade_, importncia a ser atualizada monetariamente e acrescida de juros;f. Entrega das Guias do Seguro Desemprego ou indenizao equivalente, no valor de_;g. Pagamento de 40% (quarenta por cento) sobre o montante total devido a ttulo de FGTS, no valor de_;h. A aplicao da multa pelo retardo no pagamento das verbas rescisrias, no valor de_, prevista no art. 477, 8" da CLT.4.0 pagamento de honorrios advocatcios na razo de 10% sobre o valor da condenao;5. A atualizao monetria e adio de juros legais a todo o quantum condenatrio;6. A exoedico de ofcio DRT. CEF e INSS.

Concluso:Isto posto, requer a Reclamante que se digne V. EX" determinar a notificao da Reclamada, para contestar a presente, sob pena derevelia e confisso da matria de fato. esperando ao final ver julgados procedentes os pedidos formulados na presente Reclamatria.A intimao do INSS para verificar o recolhimento previdncia rio sobre todas as verbas rescisrias ora pleiteadas.DAS PROVASRequer, ainda, a produo de todos os meios de prova em direito admissveis, especialmente documental, testemunhal e depoimentopessoal da Reclamada, sob pena de confisso.DO VALOR DA CAUSAD-se presente causa o valor de_.Nestes Termos,Pede deferimento.Rio de Janeiro,_/_/_.Assinatura do AdvogadoOAB

Comentrio do professor:O texto mostrado pode ser identificado como "a forma de pedir", de reivindicar atravs da lei. Claro que para ser legtima estaforma de reivindicao, seus motivos e fatos devem possibilitar a ao. Caso contrrio, o "pedido", a petio, no serconsiderado.Podemos deduzir alguns pontos: Este texto constitui uma forma de reivindicar direitos; Claro que uma reivindicao no feita somente atravs de textos dessa natureza; Esta forma de reivindicao de direitos utilizada na rea jurdica. Lida com os direitos legais das pessoas e apresenta um texto extremamente formal.Note que toda petio, como a maioria dos textos, formada de vrias partes, para que fique bastante claro.O autor da petio, o advogado, identifica as partes faro parte do texto, narra os fatos e argumenta, deixando claro que o direitode algum foi violado e que o fato necessita ser reparado.O juiz de direito julgar todo o pedido e declarar quem o vencedor, pois um processo aberto requer algumas peties: ainicial, a contestao da outra parte etc.Para ns, o que relevante o fato de se poder articular uma estratgia de convencimento organizada atravs do texto argumentativo. Se algum reclama que seu direito foi violado e quer reparao, quem est sendo acusado tambm pode querer mostrar que inocente. Na verdade, isso confiqura uma espcie de "ioqo" em que muitos querem qanhar.

Em entrevista ao Terramrica, o escritor portugus Jos Saramago afirmou:As tragdias ecolgicas so importantssimas, mas as humanas talvez sejam mais.Uma rvore pode, mais ou menos, ressuscitar, uma floresta, um bosque, se cuidarmos deles. Mas osmortos no ressuscitam, no h maneira de devolv-los vida. Se verdade que devemos nos preocuparcom a catstrofe ecolgica, no menos certo que se deve pensar, sobretudo, na catstrofe que ser amorte de uma quantidade de seres humanos, que nem podemos imaginar.O meio ambiente muito importante, mas vamos nos preocupar com algo mais. Tenho um jardim e cuido muito de minhas rvores. Entretanto, estou mais preocupado com as pessoas que vivem dentro de minha casa.

No primeiro pargrafo do texto, o autor lana sua tese (as tragdias humanas so mais importantesque as ecolgicas). Por se tratar de uma posio polmica, principalmente em meio s discussessobre ecologia, ele ir justificar o porqu de pensar assim.

Para justificar sua tese, o autor abre mo de um argumento (as rvores podem ser recuperadas, masa vida humana no). Provavelmente o autor se refere s diversas campanhas (e o dinheiroarrecadado) para "salvar o planeta", embora haja pouco dinheiro para salvar as tragdias humanascomo a epidemia de AIDS na frica, por exemplo).

O terceiro pargrafo do texto serve para ratificar a tese apresentada pelo autor no primeiropargrafo. Para tal, ele usa de uma analogia (comparao), que um poderoso recurso lingustico-discursivo na construo da argumentao.

Como vimos, os gneros textuais surgem em decorrncia da necessidade que o homem tem de se comunicar de acordo com as circunstncias em que se encontra. Assim, ele no pode levar apenas em considerao a modalidade lingustica, deve adequar o seu texto ao receptor, ao contedo de sua mensagem, ao objetivo que pretende alcanar e mesmo ao veculo que servir de canal de comunicao.Se o meio a msica, ao elaborar a mensagem, o autor empregar recursos como ritmo, rima, refro, entre outros, para transmitir suas idias ou sentimentos.

Na publicidade, por exemplo, observam-se vrios tipos de suporte paradivulgar um produto ou servio: a televiso, o outdoor, o busdoor, o rdio,o cinema, a revista, o jornal e a internet, entre outros.

Para tornar-se mais eficiente, o gnero se adapta ao veculo procurandoaproveitar os recursos que cada um fornece; como o som, a imagem ou avelocidade de transmisso, por exemplo.

Na propaganda do Ministrio da Sade contra o hbito de fumar, podemos perceber a inteno de convencer o receptor a parar de fumar. Para atingir o seu objetivo, o emissor empregou a ambiguidade, ou duplo sentido, da palavra droga, pois estamos acostumados a associar o seu significado s drogas ilcitas, e no s substncias qumicas. Ao enfatizar o significado com o qual no estamos habituados, o emissor pretendeu provocar uma sensao de estranhamento diante da mensagem e, consequentemente, captou a ateno do receptor.

Serenou na madrugadaFagnerComposio: Folclore - Adaptao de raimundo Fagner

A minha amada me mandou um bilhetinhoS pra ver se eu conhecia a letra dela. A letra dela j era conhecidaEla me amava, eu tambm amava elaMandei fazer um buqu pra minha amadaDe bonita ful mais disfaradaO nome dela era estrela matutinaAdeus menina, serenou na madrugada

Na msica folclrica, "Serenou namadrugada", o "eu-lrico" conta querecebeu uma mensagem de suaamada; mas, na verdade, ela queriasaber se ele conhecia a letra dela.No tempo em que se enviavambilhetes e cartas, as mensagensdemoravam dias e at semanas parachegar aos seus destinatrios.

A rapidez na transmisso de contedos propiciada pela internet deu origem a gneros adaptados especificidade do espao ciberntico. O e-mail um bom exemplo de um novo gnero e de suporte, pois podemos enviar uma mensagem via e-mail ou enviar um e-mail. Qual a diferena? simples: o correio eletrnico o meio pelo qual enviamos mensagens e tambm d nome ao tipo de mensagem que se envia por correio eletrnico. Para Luiz Marcuschi, um estudioso de gneros textuais, o e-mail muito semelhante carta, no entanto pode levar, em anexo ou em seu corpo, outros textos de gneros variados como noticias, currculos, oficios, receitas e fotos.Como vimos, os gneros textuais so dinmicos porque tambm a realidade e os meios de comunicao so aperfeioados constantemente pelos avanos tecnolgicos. Hoje, conviver em sociedade exige atualizao, assimilao e uso dos novos meios para a participao efetiva.

Habilidades de FalaTo importante quanto escrever com facilidade em diversas situaes, falar com facilidade, ter boa articulao discursiva, at porque, quando nos apresentamos, em qualquer situao, fazemos isso atravs da fala. Logo, ter um bom vocabulrio fundamental, pois as palavras no podem nos faltar, no mesmo? Uma boa dica para aumentar cada vez mais o vocabulrio ler, pois assim estaremos em intimidade com as palavras.Outra dica praticar as habilidades de fala, depois da uma leitura, principalmente de texto pequeno, tentar reproduzir com a fala o que foi lido e entendido, inclusive com gestos. Este um timo exerccio para a memria e para a articulao da fala.Voc sabe que quem fala com boa articulao e facilidade bem visto socialmente, no ?Pois ento, bom praticar.