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    TIL JOSE DE ALENCAR

    I JOSE DE ALENCAR: cearense de Mecejana, nascido em 1829, Jos de Alencar o nosso primeiro grande

    romancista. Romntico de cunho nacionalista, Alencar logrou produzir uma obra que abarcasse os aspectos mais

    relevantes da jovem nao: do passado do pas, seus romances indianistas idealizam a pr-histria do Brasil, em seu

    perodo pr-cabralino comUbirajara, e os primeiros momentos do contato com Iracema e O Guarani; com seus

    romances histricos, compe narrativas cujo pano de fundo so episdios importantes da nossa Historia at o

    sculo XIX como As minas de prata e Guerra dos Mascates. J no presente, seus romances regionalistas

    abarcam o Brasil do interior, seus tipos e costumes como em Til (So Paulo), O Gacho (Sul), O Sertanejo

    (Nordeste), etc; o Brasil da corte retratado em seus romances urbanos, com a importao contnua de ideias e

    costumes estrangeiros como nos seus romances Senhora, Diva, Lucola, etc. Trata-se, portanto, de um projeto

    literrio de cunho nacionalista abrangente, dentro da ideia da construo das bases de uma literatura nacional.

    II ELEMENTOS ESTRUTURAIS

    IV PERSONAGENS, ENREDO E BREVE ANLISE

    Obra escrita dentro dos mais convencionais padres romnticos, Til foi publicada na forma de folhetins e

    ambientada no provinciano interior de So Paulo, numa fazenda de cana e caf s margens do Rio Piracicaba,

    prximo atual cidade de Santa Brbara do Oeste, em 1846. Escrita na perspectiva do regionalismo romntico de

    Alencar, traa um painel dos tipos e costumes do interior paulista, centrado na casa grande com sua famlia

    patriarcal e agregados, o universo dos trabalhadores livres e os escravos que compunham a paisagem social

    daquelas terras. A trama, composta dos ingredientes que tornavam os folhetins romnticos to saborosos ao gosto

    da poca (e ainda hoje, se tomarmos as telenovelas como folhetins romnticos), como sentimentalismo, ao,

    dinamismo, dramaticidade, mistrio, viles fascnoras e heris abnegados, estrutura-se em torno da personagemBerta (Til), cuja ao se orienta por uma imensa capacidade de amar. o amor romntico, abnegado e incondicional

    que a move.

    Berta ficou rf ainda beb depois que o pai assassinara sua me ao descobrir ser Berta filha de outro

    homem. Berta cresce ignorante de sua verdadeira origem, criada por Nh Tudinha junto com seu filho Miguel.

    Ambos eram amigos de Afonso e Linda, filhos de Lus Galvo e dona Ermelinda, ele poderoso dono da fazenda das

    Palmas, onde todos viviam. Linda era apaixonada por Miguel que, por sua vez, amava a linda menina Berta que

    tambm era desejada por Afonso, compondo dois tringulos amorosos bem ao gosto romntico. Embora soubesse

    do amor de Miguel e nutrisse igual sentimento por ele, Berta abdicava dessa condio e incentivava a aproximao

    de Miguel e Linda, pensando somente na felicidade da amiga, que vivia triste por no ser correspondida pelo rapaz.Vivia ainda com a famlia o menino Brs, sobrinho de Luis Galvo, deficiente fsico e mental, a quem somente Berta

    dava ateno. O menino detestava todos na casa e s dedicava carinho a Berta, que lhe ensinava, pacientemente, a

    escrever. Bras achava que o Til parecia com as sombrancelhas de Berta, passando a chama-la de Til.

    A ao efetivamente comea quanto Jo Fera contratado por Barroso para assassinar Luis Galvo. Jo Fera

    era o matador de aluguel mais temido da regio e sempre cumpria seus acordos. Aceitara matar Luis Galvo sem

    antes saber de quem se tratava o que o angustiava agora pois Luis Galvo crescera junto e havia sido amigo do

    fazendeiro. Tentou desfazer o acordo com Barroso, devolvendo o dinheiro pago por antecipao, mas este no

    aceitou. Jo resolve ento matar o fazendeiro e arma uma emboscada mas descoberto por Berta, que o enfrenta,

    acusando de querer matar o homem que o acolhera quando criana. Diante da frgil e bela Berta, a fera recua eparte sem executar o assassinato. Algo, que somente ser revelado mais adiante, conforme a boa tcnica

    folhetinesca, fazia o Jo recuar diante da moa, por quem parecia, inclusive, nutrir carinho e respeito. Depois desse

    acontecimento, Berta vai visitar a preta Zana, ex-escrava, cega e enlouquecida, faz uma estranha e misteriosa

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    mmica qua a menina no .compreende. Nessa ocasio, Berta flagra Barroso espreitando a casa da preta. Mais

    mistrio.

    Na sequncia, aparece na regio um sujeito chamado Gonalo que revela a Chico Tingu, dono da taberna

    frequentada por todos ali, que procurava por Jo Fera para mat-lo, a mando de um fazendeiro cujo pai o Fera havia

    assassinado. Ocorre que Ting era amigo de do fascnora e o deixa de sobreaviso. Nesse mesmo tempo Barroso

    aparece e cobra Jo Fera do trato de matar Luis Galvo. Jo ento diz que havia desistido do acordo e estava atrs

    do dinheiro para lhe devolver. Barroso o insulta e Fera promete vingar-se to logo restitusse lhe restitusse odinheiro. Jo, na verdade, desistira, em funo do pedido de Berta. Barroso, ento, se junta a Gonalo e suborna dois

    funcionrios da fazenda de Luis Galvo, Monjolo e Fastino, e traa um plano para matar o fazendeiro.Seria na noite

    da tradicional festa de So Joo. O plano envolvia incendiar a plantao como emboscada e quando Luis Galvo

    fosse, acompanhado de Faustino e Monjolo, at o local do fogo, seria morto por Gonalo. Mas qual a razo para

    Barroso querer a morte de Luis Galvo? Por qual razo Jo Fera nutria tal respeito por Berta? Nessa altura da trama,

    os mistrios comeas a ser revelados.

    A trama retorna a 1826, para que tudo comece a se esclarecer: Barroso na verdade chamava-se Ribeiro.

    Ocorre que ele e Luis Galvo disputaram a mesma mulher quando rapazes, mulher essa por quem Jo Fera, capanga

    de Luis Galvo, tambm era, mesmo sabendo da impossibilidade, apaixonado. Luis Galvo desejava Besita e elatambm se interessava por ele. Entretanto, Luis ele hesitava em despos-la quando aparece Ribeiro, um jovem

    fazendeiro que instalara na regio e se encantara pela moa. Ribeiro pede-a em casamento que, diante da hesitao

    de Ribeiro, aceita. No dia do casamento Ribeiro viaja a pretexto de negcios urgentes e no retorna. Dois meses

    depois, um homem dizendo-se Ribeiro, chega a casa de Besita. Zana, escrava da moa, permite sua entrada. O

    homem era Lus Galvo que invade seus aposentos e a possui. Ambos iniciam um caso, mesmo com Luis Galvo j

    noivo de D.Ermelinda. Besita engravida e da luz a uma menina, Berta, que batizada no mesmo dia em que Galvo

    se casa com Ermelinda, moa rica, filha de fazendeiros e com um belo dote. Depois de um tempo, Ribeiro retorna e

    descobrindo a traio de Besita que a ataca na presena da escrava Zana. Nesse momento, entra na casa Jo Fera

    que luta com Ribeiro para defender Besita. Ribeiro foge e Besita, muito ferida, morre agonizando nos braos de Jo

    que ao ver a amada morta, desmaia. A mmica que Zana repete corresponde a cena da morte da sua senhora. Poucodepois, Nha Tudinha passa pela casa, v Berta criana chorando e a leva consigo, criando-a junto a seu filho Miguel.

    Jo a visitava com frequncia, trazendo-lhe, inclusive, dinheiro para auxiliar nas despesas com a menina. Quinze

    anos depois do ocorrido Ribeiro retornou a regio e, com as feies e o nome mudado no reconheceu e nem fora

    reconhecido por Jo Fera. Contrata, ento, o fascnora, para assassinar Luis Galvo, vingando-se do homem que lhe

    engravidou a esposa.

    Chega a noite de So Joo e o plano de matar Luis Galvo posto em prtica. Incendeiam a plantao e,

    quanto Luis Galvo vai at o local atacado por Gonalo que o fere e, quanto o atiraria s chamas, impedido por

    Jo Fera que o joga no fogo, fazendo o mesmo com Monjolo e Faustino. Iria atrs de Barroso, mas foi impedido por

    Miguel. Jo Fera soubera do plano por intermdio do seu amigo Chico Tingu. Quando Luis Galvo se recuperoudeclarou dever a vida ao Fera que lhe respondeu ter feito aquilo pela lembrana de Besita e pela presena de Berta.

    Na sequencia, Jo Fera, se entrega a polcia em Campinas. Essa ao foi parte de um acordo feito com o fazendeiro

    Aguiar: Jo se entregaria e cumpriria pena pela morte do pai do fazendeiro, em troca receberia dinheiro, o que lhe

    permitiria saudar sua divida com Barroso e romper o acordo de matar Luis Galvo. Sabendo da priso de Jo, Ribeiro

    volta a regio e confirma que Berta era filha de Besita e Luis Galvo. Resolve, matar a menina que estava na casa de

    Zana. No momento em que ia atac-la interceptado por Jo Fera, que fugira da cadeia. Fera queria ver a menina e

    explicar-lhe as razes dos assassinatos por ele cometidos na noite de So Joo. A encontrar Ribeiro por l, domina-o,

    leva-o a um canto da mata e o trucida com as prprias mos. Berta, levada ao lugar por Brs, que seguira Jo Fera e

    conhecia seus enconderijos, assiste a horrvel cena. Diante da repugnncia que causa menina, Jo Fera resolve se

    entregar a polcia.

    Diante dos acontecimentos, Luis reconhece Berta como filha e a relaciona no seu testamento. Numa visita a

    cidade para assistir a festa do Congo, Berta vai at a cadeia e, passado o rancor, perdoa Jo. A famlia de Luis Galvo

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    tambm estava presente, assistindo s festividades. Afonso, ao ver Berta, junta-se a ela. Nisso aproxima-se deles um

    homem vestido de ndio caiap e diz a Afonso que o pai dele matara a me dela e ele queria matar a filha. Leva Berta

    at Luis Galvo e lhe diz que o sangue mau dele queria matar o sangue bom dela. O homem faz isso e desaparece. O

    homem era Jo Fera, que havia fugido da cadeia junto com outros presos. No caminho da fazendo Luis Galvo

    confessa a Dona Ermelinda seu passado com Besita. A senhora decide, ento acolher Berta como filha. Vai a casa e

    Nha Tudinha e revela toda a verdade menina, poupando-a dos detalhes mais srdidos. Mas Jo a procura,

    arrependido, e rogando o seu perdo, promete abandonar a vida de crimes. Conta-lhe, ento, toda a histria, sem,

    contudo, poupar detalhes. Berta o abraa e reconhece nele seu verdadeiro pai e protetor. Jo Fera ento, se tornaum trabalhador do eito, abandonado a vida de fascnora.

    Dona Ermelinda havia proibido o namoro de Linda e Miguel, cuja aproximao havia sido feita por Berta (at

    que Miguel se rende e passa a gostar de Linda) e determina que a filha viaje a corte para estudar. Berta se recusa a ir

    morar na fazenda das Palmas, mas pede que D Ermelinda permitisse o relacionamento de Miguel e Linda. A famlia,

    ento, resolve se mudar toda para So Paulo e junto com eles, Miguel, que completaria os estudos e se casaria com

    Linda. Berta se recusa a ir com eles, preferindo ficar com os seus

    Jo Fera um personagem muito importante na trama,pois ele no incio um bandido, assassino e cruel. No

    decorrer da novela, ele vai se revelando como um heri. Ele um guardio para Berta pois desde quando ficou rf,

    ele a defendera e continuava sempre por perto. Berta era muito amada por Miguel e Afonso; mas no se decidia por

    nenhum, pois Linda era apaixonada por Miguel e sua grande amiga. Berta chega a convencer Miguel a namorar

    Linda, embora sinta cime. Til, um apelido que a prpria Berta se d para facilitar o aprendizado de Brs, pois era o

    smbolo que ele mais gostava no alfabeto. Por ser deficiente, Brs no conseguia aprender com clareza e por isso

    apanhava de palmatria nas aulas, e s Berta conseguiu ensin-lo. Portanto eis o nome da obra. O romance no se

    enquadra na caracterstica linear ou progressivo e sim como vertical ou analtico, pois d maior nfase aos

    personagens e no drama que eles vivem. Exemplo: Berta to marcada por sua histria quando a descobre, que

    decide no aceitar a paternidade de Luiz Galvo e sua riqueza e fica com D.Tudinha, cuidando dos excludos a sua

    volta.

    Til,de Jos de Alencar, uma obra caracterizada como romance-novela;possui uma dramaticidade dinmica.Sua

    temtica baseada na poca do Brasil Colonial.Embora no tendo,uma sequncia cronolgica dos fatos, o romance

    possui coerncia e coeso que torna o drama compreensvel, porm exigindo do leitor muita ateno para no se

    perder no decorrer da narrao que torna o romance muito movimentado e em um pequeno espao de tempo cria

    inmeros acontecimentos envolvendo muitos personagens.H uma pequena intertextualidade com as tragdiasgregas ao narrar a Ave-Maria,muitas mortes e muitos rfos interligando assim vrios ncleos existentes no

    enredo: A famlia de Guedes,a famlia de D.Tudinha, Luiz Galvo, o Tingu e ainda os capangas : Jo Fera e Gonalo

    Pinta.

    2) Lugar

    Tudo acontece em um lugar chamado Santa Brbara, prximo a Campinas no estado de So Paulo, mas o romancefaz referncia tambm cidade de Itu; Vila de Piracicaba e fazenda do Limoeiro. A floresta, assim como o bar

    beira da estrada,o Bacorinho e o lugar chamado Ave-Maria so recursos particulares dentro do romance. Os

    sentimentos que o romance causa no leitor so: Piedade, indignao e choro e algumas vezes satisfao quando h

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    uma vingana. O autor se mostra um artista da palavra quando atravs dela utiliza de vrios adjetivos para reforar

    caracterstica das personagens e lugares fazendo o leitor viajar em imaginao na histria, e tambm quando toca

    o emocional do leitor.

    3) Tempo

    O narrador utiliza disfarces fsicos e mudana de nomes em seus personagens. De acordo com a chegada de cada

    personagem na trama, o tempo manejado pelo narrador que torna o tempo passado sempre presente. Portanto o

    tempo predominante o psicolgico.

    4) Personagens

    Personagens planas- No tem iniciativa,no tem ao significativa no romance.(Linda, Miguel, D. Ermelinda, Besita e

    D. Tudinha).

    Personagens redondas- Tudo gira em torno da personagem principal

    (Berta).

    Jo Fera- Ao de herosmo.

    5) Trama

    6) Verossimilhana

    A ao dos personagens tm grande importncia dentro do romance, pois so eles e principalmente Jo Fera,que faz

    a novela acontecer,ele possui um herosmo fantstico,exemplo: Consegue vencer uma manada de Caitetus comBerta sobre os ombros e ainda salva o Pai-Quic; se entrega priso e consegue sair livre. Por se tratar de

    fazendeiros,capangas, escravos, lavouras de cana e caf, a trama tem uma semelhana com a verdade, pois isso faz

    parte da histria do Brasil.

    7) Ponto de Vista

    A narrao do romance feita em terceira pessoa. O narrador onisciente; ele conhece, sabe todos os pensamentose planos dos personagens e os revela ao leitor. No um personagem e nem um simples espectador.

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    8) Romance fechado

    O romance no apresenta caractersticas para ser considerado fechado.

    9) Romance aberto

    A trama apresenta caractersticas de um romance aberto, Pois o narrador traz ao longo da histria, personagens

    prximos da realidade, por exemplo: Pessoas bondosas como Berta, D.Tudinha, e maldosas como Ribeiro e Gonalo

    Pinta, que retratam sentimentos e aes comuns de pessoas reais. O narrador faz com que o leitor tenha profundas

    reflexes sobre o preconceito,a excluso,a injustia,

    e permite ao leitor participar da trama, pois faz o leitor pensar,refletir pressupor o que ir acontecer em alguns

    captulos, ao mesmo tempo cria armadilhas durante seu percurso que pode confundir o leitor se no estiver

    atento. O leitor pode ainda continuar imaginando uma sequncia mesmo aps o final do romance.

    10) Romance monofnico

    No apresentado na novela caractersticas de um romance monofnico.

    11) Romance polifnico

    No apresentado na novela caractersticas de um romance polifnico.