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DISCIPLINA DE FARMACOGNOSIA II PROF. PATRICIA BAIER KREPSKY ANÁLISE FITOQUÍMICA PRELIMINAR Extrato: macerado, preparado ao abrigo da luz (frasco âmbar), com agitações ocasionais, durante 4 dias, empregando uma mistura hidroalcoólica (etanol:água, 1:1) como extrator. # Anotar os caracteres organolépticos do extrato: Cor: Odor: # Realizar as seguintes reações químicas. AULA 1: DIA 04 DE DEZEMBRO 1. Reação com cloreto férrico - reação geral para polifenólicos Transferir 1 ml do extrato bruto filtrado para um tubo de ensaio. Adicionar 1-2 gotas de solução de cloreto férrico a 2,5%. Verificar se há desenvolvimento de cor (verde musgo). Se necessário, diluir com água para melhor visualização da cor desenvolvida. 2. Reação da cianidina ou de Shinoda - reação para flavonóides Transferir 5 ml do extrato bruto filtrado para cápsula de porcelana e aquecer até secura em banho-maria, cuidando para que não haja carbonização do resíduo. A evaporação do solvente também pode ser efetuada em evaporador rotatório. Retomar o resíduo em 1,5 ml de etanol e verter para um tubo de ensaio. Adicionar “cuidadosamente” 1-2 fragmentos de magnésio (ou uma pitada de magnésio em pó). Verter cuidadosamente, pelas paredes do tubo de ensaio, cerca de 0,5 ml de HCl conc. - CUIDADO COM POSSÍVEIS PROJEÇÕES!. Observar a coloração. A maioria dos flavonóides, na presença de magnésio e ácido clorídrico, reage desenvolvendo colorações variáveis em função de suas estruturas químicas, conforme a descrição abaixo: Flavona - amarelo a vermelho Flavonol e Diidroflavonol - vermelho a vermelho-sangue Flavanona - vermelho a violeta Derivados antociânicos - vermelho tornando-se rosa

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DISCIPLINA DE FARMACOGNOSIA IIPROF. PATRICIA BAIER KREPSKY

ANÁLISE FITOQUÍMICA PRELIMINAR

Extrato: macerado, preparado ao abrigo da luz (frasco âmbar), com agitações ocasionais, durante 4 dias, empregando uma mistura hidroalcoólica (etanol:água, 1:1) como extrator.

# Anotar os caracteres organolépticos do extrato:Cor: Odor:

# Realizar as seguintes reações químicas.

AULA 1: DIA 04 DE DEZEMBRO

1. Reação com cloreto férrico - reação geral para polifenólicos

Transferir 1 ml do extrato bruto filtrado para um tubo de ensaio. Adicionar 1-2 gotas de solução de cloreto férrico a 2,5%. Verificar se há desenvolvimento de cor (verde musgo). Se necessário, diluir com água para melhor visualização da cor desenvolvida.

2. Reação da cianidina ou de Shinoda - reação para flavonóides

Transferir 5 ml do extrato bruto filtrado para cápsula de porcelana e aquecer até secura em banho-maria, cuidando para que não haja carbonização do resíduo. A evaporação do solvente também pode ser efetuada em evaporador rotatório. Retomar o resíduo em 1,5 ml de etanol e verter para um tubo de ensaio. Adicionar “cuidadosamente” 1-2 fragmentos de magnésio (ou uma pitada de magnésio em pó). Verter cuidadosamente, pelas paredes do tubo de ensaio, cerca de 0,5 ml de HCl conc. - CUIDADO COM POSSÍVEIS PROJEÇÕES!. Observar a coloração.

A maioria dos flavonóides, na presença de magnésio e ácido clorídrico, reage desenvolvendo colorações variáveis em função de suas estruturas químicas, conforme a descrição abaixo:

Flavona - amarelo a vermelhoFlavonol e Diidroflavonol - vermelho a vermelho-sangueFlavanona - vermelho a violetaDerivados antociânicos - vermelho tornando-se rosaChalconas, auronas, diidrochalconas, isoflavonas, isoflavanonas - reação negativa, sem coloração

3. Reação da gelatina - detecção de taninos

Transferir 2 ml do extrato para uma cápsula de porcelana e evaporar o etanol. Transferir o restante para um tubo de ensaio e adicionar uma solução de gelatina a 2,5%, gota a gota.

A formação de precipitado indica reação positiva para taninos.

4. Reação de Stiasny - diferenciação de taninos hidrolisáveis e condensados

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Submeter a refluxo por 30 minutos, 5 ml do extrato + 40 ml de água + 5 ml do reativo de Stiasny*. Os taninos condensados originam um precipitado vermelho (flabafenos).

Os taninos hidrolisáveis permanecem em solução e podem ser assim detectados: Filtrar na capela (por causa do formol) e colocar 5 ml do filtrado em tubo de ensaio + acetato de sódio em excesso + 1-2 gotas da solução de FeCl3 a 2,5%.

Reação positiva: coloração azul-acinzentado escuro.

* Reativo de Stiasny - PREPARAR NO MOMENTO DE USO - 1,5 ml de HCl conc. + 3,5 ml de formol.

5. Reação de Bornträger - detecção de antraquinonas

Em um balão de fundo redondo de 100 ml, colocar 5 ml do extrato + 30 ml de HCl 2N + 2 ml de uma solução de FeCl3. Montar o balão no sistema de refluxo, adicionar pedras de porcelana, e manter sob ebulição durante 15 minutos. Deixar esfriar e filtrar para uma ampola de decantação. Desprezar o resíduo sólido. Extrair o hidrolisado (fase aquosa) com 10 ml de hexano. Concentrar o extrato hexânico, verter para tubo de ensaio e adicionar 2 ml de uma solução de NH4OH 50%. Agitar e observar a cor na fase aquosa.

#. Para as reações 6, 7, 8 e 9, proceder da seguinte forma:

Evaporar em cápsula 6 ml do extrato.

AULA 2: DIA 11 DE DEZEMBRO

Continuação: Retomar o resíduo em 1 ml de MeOH e diluir com + 4 ml de diclorometano. Distribuir este extrato em 4 tubos de ensaio. Evaporar o solvente em banho-maria.

6. Reação de Liebermann-Burchard - detecção de núcleos triterpênicos e esteróides

Adicionar pelas paredes do tubo 1, o reativo de Liebermann-Burchard (= 1 ml de anidrido acético e gotas de ácido sulfúrico concentrado). Observar o aparecimento de coloração, após 10 a 15 minutos de repouso.

Cor azul ou verde: provavelmente núcleo esteroidal.Cor vermelha, rosa, púrpura ou violeta: provavelmente núcleo triterpênico.

Provável fundamento da reação de Liebermann-Burchard: esta reação particular dos compostos esteróides e triterpênicos, explica-se pelo fato do reagente de Liebermann-Burchard promover desidratação e desidrogenação no núcleo fundamental, formando derivados corados com duplas conjugadas. No entanto, este mecanismo ainda não foi totalmente comprovado. Nos esteróides: 2 ligações duplas conjugadas no anel B ou 1 ligação dupla e um grupo metileno desimpedido no C7 (podendo sofrer oxidação e desidratação) seriam essenciais para a reação. Nos triterpenóides: parece que o responsável pela reação é o grupo metileno do C11 (anel C).

7. Reação de Salkowsky - detecção de esteróides

Adicionar pelas paredes do tubo 2, 1 ml do reativo de Salkowsky (= H2SO4

concentrado). Observar o aparecimento de coloração.Cor castanho-escuro-avermelhado: núcleo esteroidal.

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8. Reação de Keller-Killiani - detecção de desoxioses em extremidades livres dos heterosídeos cardiotônicos

Adicionar ao tubo 4, 0,5 ml do reativo de Keller-Kiliani para dissolver o resíduo clorofórmico. Verter lentamente esta solução para um outro tubo de ensaio que já contenha 3 ml de H2SO4 conc., de modo que não se misturem os dois líquidos.

Heterosídeos com desoxiaçúcares nos extremos da cadeia formam um anel marrom-avermelhado no nível de separação dos dois líquidos e a fase acética cora-se lentamente de azul-esverdeado.

Reativo de Keller-Kiliani: misturar, no momento de usar, 1,5 ml de ácido acético glacial + 1 gota da solução de cloreto férrico ácida (1g de FeCl3 + 10 ml de H2O destilada + 0,2 ml de HCl conc.).

9. Reação de Kedde - caracterização do anel lactônico pentagonal insaturado dos cardenolídeos (não será realizada)

Adicionar ao tubo 3, 1 ml de etanol a 50% + 1 ml do reativo de Kedde.Se a solução corar-se, em 5 minutos, de castanho-avermelhado a vermelho-violeta -

reação positiva.Reativo de Kedde: misturar, no momento de usar, 0,4 ml (8 gts.) da solução

metanólica do ácido 3,5 - dinitrobenzóico a 2% (solução recente) + 0,6 ml (12gts.) da solução metanólica de KOH 1N.

10. Teste de formação de espuma

Transferir 10 ml do extrato aquoso para uma cápsula de porcelana ou balão de fundo redondo e evaporar o etanol, em banho-maria ou evaporador rotatório. Transferir o extrato restante para um tubo de ensaio grande e agitar vertical e fortemente o tubo, durante 1 minuto. Deixar repousar e observar o aparecimento de espuma. Em caso afirmativo, adicionar 1 ml de HCl 2N e observar se a espuma persiste.