ANARQUISMO - Roteiro da Libertação Social (EDGARD LEUENROTH) - 1963

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    EDGARD LEUENROTH

    ANARQUISMO -Roteiro daLibertao SocialANTOLOGIA DE DOUTRINA

    CRTICA - HISTRIA - INFORMAES

    No reino da fbula, todos os jardins ma-ravilhosos, todos os palcios encantados,so guardados por drages ferozes. Odrago que est porta do palcio daanarquia nada tem de terrvel: apenasuma palavra.

    ELISEU RECLUS.

    CAPA DE MANOEL J. MATTOS

    EDITORA MUNDOLIVRE

    CAIXA POSTAL, 1 (Agncia da Lapa)

    Rio de JaneiroEditora

    MUNDO LIVRE

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    O Porque Deste Livro

    Neste momento de efervescncia poltico-social torna-se precisodefinir princpios como base de ao que objetive a soluo dos pro-blemas que ai esto solicitando todas as atenes e que vo surgindono turbilho dos acontecimentos. Sujeitar o estudo e a soluo dosproblemas sociais direo de homens providenciais, de messias

    envolvidos por aurolas de oniscincia contribuir para alimentarno povo a mentalidade mstica que tem servido de base aos regimestotalitrios, contra os quais os povos livres vm lutando.

    O movimento revolucionrio social de todo o mundo est sendoposto a prova pela situao convulsiva conseqente do perodo agnicoda organizao capitalista. E os anarquistas sentem-se autorizados,pelo exame dos acontecimentos, a afirmar que nada h nos seus prin-cpios que carea de reviso. Mantm-se ntegra, agora como sem-pre, a estrutura poltico-econmica, social, filosfica e moral do anar-quismo, bem como seu mtodo de ao direta na luta destinada aacabar com o domnio do capitalismo e do Estado, para a implantaodo regime libertrio, nica forma social que poder proporcionar humanidade o bem-estar e a liberdade que vem buscando atravs dossculos. Da mesma forma, ainda se mantm de p toda a sua crticas instituies dominantes do capitalismo e atuao dos movimen-tos poltico-sociais desviados da luta pela vitria do socialismo inter-pretado em toda a inteireza de sua origem histrica.

    Animado por essa convico, decidimos preparar e lanar estelivro. So aqui examinados, de maneira a mais completa possvel

    e dentro dos limites das pginas que lhe so destinadas, os problemasque empolgam o povo brasileiro e, com as variantes devidas, todos ospovos do mundo.

    No falta quem indague sobre a atitude dos anarquistas. Comoencaram os problemas em debate e como poderiam ser solucionadosde acordo com os princpios que norteiam o programa do anarquismo.

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    P r e f c i o

    fato comum de cada dia encontrar-se em discursos de po-

    lticos, como na imprensa e em livros a palavra anarquia comoqualificativo de uma situao de desordem, o que demonstra a igno-rncia em matria de etimologia e filosofia desses oradores, jor-nalistas e escritores. Nunca se diz que anarquia significa liber-dade e justia para todos.

    Em rigosa anlise, o ideal de uma verdadeira democracia, aque aspira, em nossos dias, a maioria da humanidade, s se po-der realizar com a ausncia da coao econmica e poltica.

    Se o povo resolve seus problemas sociais sem a interveno de

    pol ticos profissionais, evitando rigorosamente, ao mesmo tempo, acorruptora burocracia administrativa, ento o regime ser verda-deiramente democrtico, e, portanto, crata, isto , anarquista. Emtal regime existir a anelada felicidade social. A doutrina anar-quista nos apresenta o ideal de uma ordem social sem exploraopri vada ou estata l, no qual a administrao das coi sas acabar com adominao do homem. Esta definio no nova, mas tem deser repetida, porque a mentira tambm se repete sempre.

    O grande lema do movimento social surgido no sculo passado era

    PO E LIBERDADE PARA TODOS. Nos ltimos decnios do sculopa ssa do e no sculo at ual, sustentaram- se duras lu ta s para aconquista do po. Graas a essas lutas e tambm devido ao progressotcnico e, conseqentemente, ao aumento da produo de artigos deconsumo, a situao material de uma parte dos povos no toalarmante hoje como era anteriormente. O fascismo, o nazismo, operonismo, assim como, igualmente, o bolchevismo, pretenderamassegurar a satisfao das necessidades materiais das grandesmassas. Serviram-se, com esse propsito, da antiga divisa PO ECIRCO. O bolchevismo ps em lugar da diverso a iluso

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    1. Umbral de um Mundo Novo

    A C A V A L G A D A D O I D E A L

    Do fundo das idades: ora fio de gua cantando, ora torrenterugidora, a Idia rola. E avassala. E domina.

    Foi virtude com Buda; amor com Jesus. Na Grcia, chamaram-lhe filosofia e era o conhecimento da causa; em Roma, foi f e viveunas catacumbas.

    Foi sonho em todos os ergstulos, e nos postos de ignomnia refrigrio.

    Foi revolta!

    Inspirou Spartacus e os escravos; era a seiva das "jacqueries"medievais; esteve na tomada da Bastilha. Moldou rudemente, aindagrosseiramente, que a argila dura a Rssia. Ditou a Enciclop-dia e tinha ento punhos de renda; e ainda ontem passou por aqui,erguida no alto, como uma bandeira, pelo povo que tinha fome.

    A Idia, a nica capaz de se personificar assim, gera-se notinir das gargalheiras, nutre-se da dor. Onde esto um escravo eum faminto e um incompreendido ela est velando. s vezes, noa sentem os tristes e morrem sem a conhecer.

    Enceguecidos pela ambio, pelo orgulho, os poderosos fingemno a ver e quando ela, vestida a tnica inconstil da verdade lhesaparece em sonhos, correm, doidos, a apunhalar fantasmas.

    Mas ela reina no mundo. No h imprio que tenha tantos sdi-tos, nem religio com tantos adeptos.

    A sua ronda vai do Oriente ao Ocidente e de plo a plo. Levan_tam-se muralhas, acendem-se fogueiras, fecham-se portos, erguem-secadafalsos para lhe impedir a marcha. E ela passa. Cavalgadafantstica, quanto no dariam os reis para a terem como escolta!

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    Reclus: O drago que est porta da Anarquia nada tem de terr-vel: uma palavra apenas!"ACRACIA outra desginao de Anarquia, usada principalmente

    entre libertrios de lngua castelhana. Na imprensa anarquista daEspanha figuram publicaes assim intituladas. Em dicionrios figuracomo neologismo, significando o mesmo que anarquia, ausncia deautoridade. Do grego: A (Ausncia) + Kratos (Fora, Poder).

    G. CELLO

    5. Bases ticas do Anarquismo

    A MORAL ANARQUISTA

    Quando dizemos: "Tratemos os outros como queremos ser trata-dos", recomendamos egosmo ou altrusmo?

    Quando vendo a questo de mais alto, dizemos: "A felicidade decada um est intimamente ligada felicidade dos que o rodeiam.Pode-se ter por acaso alguns anos de felicidade relativa numa socie-dade baseada na infelicidade dos outros; mas essa felicidade cons-truda sobre areia, no pode durar; para destru-la, basta o maispequeno abalo; e de uma pobresa miservel comparada com a feli-cidade possvel numa sociedade de iguais. Assim, sempre que visa-res ao bem de todos, proceders bem". Quando dizemos isso, pre-gamos altrusmo ou egosmo? Constatamos simplesmente um fato.

    E, quando acrescentamos parafraseando algumas palavras deGuyau: "S forte; s grande em todos os teus atos, desenvolve atua vida em todas as direes; s o mais rico possvel em energiae por isso, o ser mais socivel e fecundo. Guiado sempre por umainteligncia ricamente desenvolvida, luta, expe-te a audcia temos seus gozos lana as tuas foras sem as medir, enquanto as tive-res, em tudo o que sentires de belo e grande, e ento ters gozado a

    maior soma possvel de felicidade. Identifica-te com as massas, eento, acontea o que acontecer em tua vida, sentirs bater contigo,precisamente, os coraes que estimas, e bater contra ti os que des-prezas!" Quando assim falamos .ensinamos altrusmo ou egosmo?

    Lutar, afrontar o perigo; atirar-se gua para salvar no sum homem, mas um simples gato; comer po seco para pr fim siniquidades que vos revoltam; sentir-se de acordo com os que mere-cem ser amados, sentir-se amado por eles, tudo isso, para umfilsofo enfermo, , talvez, um sacrifcio. Mas ara o ser humano

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    pela ao direta dos capitalistas e dos governantes, todos os melho-ramentos poltico-sociais e econmicos que possam criar um ambientecada vez mais favorvel para o desenvolvimento da luta libertria epermitir o aumento do nmero daqueles que, conscientemente, selanam nessa luta. preciso, entretanto, que os meios empregadospara a obteno dessas melhorias no estejam em contradio coma sua finalidade, isto , que no impliquem, nem indiretamente, noreconhecimento da presente ordem de coisas por ns condenada epossam preparar a estrada do futuro.

    Cabe-nos propagar o sentimento do dever e o esprito de sacrifcio,mas no nos esqueamos de que o exemplo a melhor das propagandase que no se pode pretender dos demais aquilo que ns mesmos nofazemos.

    ERRICO MALATESTA

    6. Mtodos de Ao, Meios e Fins

    MT OD O DE A O

    Concepo integral, o anarquismo tem um mtodo prprio deao, baseado na livre iniciativa e na solidariedade.

    Os poderes pblicos cedem apenas as liberdades j tomadas. Alei intil, quando no nociva; fica letra morta, quando registrauma liberdade que o povo defende e usa. Repudiamos, portanto, aao eleitoral e parlamentar, que s serve para reforar o Estado, darprestgio s velhas instituies autoritrias e adormecer as energiaspopulares.

    O nosso mtodo a ao direta, que, desde j, na conquista de

    pequenos melhoramentos atuais, tende a despertar a iniciativa, o esp-rito de espontaneidade, a deciso, a coragem, ensinando a massa po-pular a agir por conta prpria, a unir-se e viver em luta. Hoje, maisdo que nunca, ao direta, o processo exato de rebelio proletria.Fora da ao direta, s um mtodo existe: o colaboracionismo,o reformismo, as eleies com vistas ao poder numa palavra, aoindireta.

    Todos os partidos pseudo-revolucionrios, ou da esquerda, pormais sinceros e competentes que sejam os seus chefes, tm-se atolado

    e sucumbido no brejo parlamentar, incapazes de resolver o problemasocial. E por qu? Porque, em vez de dinamitarem a tremendamquina de represso que o Estado e, no campo livre, ergueremas livres Comunas, dela se fazem maquinistas ou foguis-tas. Evidentemente, e a jigajoga foi feita especialmente para forjarleis, seus novos guieiros no podem seno tirar leis. Mas quem dizleis, diz delimitaes, obrigaes, cerceamento forado; homens que asditam e homens que as cumprem; oburgus, autor; e o povo, obede-cedor.

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    SEM ESTADO

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    se transforma em organismo de reao sistemtica, quer contra os

    elementos da direita, quer contra os da esquerda que trabalharampara efetivar a obra de transformao social.O objetivo da revoluo em todo o mundo um s: a queda do

    capitalismo com todas as suas instituies draconianas. Julgam osanarquistas, entretanto, que a ao transformadora da sociedadeter naturalmente de se desenvolver, no em obedincia a um padrouniforme, como a ditadura do proletariado ou de um partido, masde acordo com as exigncias, cheias de modalidades diversas emcada pas, obedecendo s caractersticas prprias de cada povo e stendncias histricas do seu movimento revolucionrio.

    Depois, h, ainda, a considerar uma questo de lgica. Ditadu-ra do proletariado mentira convencional e paradoxo. Ditadura, como se define em direito, o poder exercido por uma minoria sobraa maioria. Ora, o proletariado a maioria. Como se podem con-ciliar, pois, esses dois termos antinmicos?

    EDGARD LEUENROTH

    8. As Escolas do Socialismo

    ESTRUTURA POLTICA DO SOCIALISMO

    TOTALITRIO

    COM ESTADO

    DEMOCRTICO

    LIBERTRIO OUANARQUISTA

    DENIFIES:

    Socialismo o sistema de organizao da sociedade que tem porbase a substituio do regime capitalista fundamentado no do-mnio da propriedade privada e do salariato, instrumento da explo-

    rao do homem pelo homem por um regime cujo princpio fun-damental socializar, isto , por em comum os bens sociais, em funodos interesses da coletividade, como produtos que so dos esforos detodas as geraes.

    Socializar quer dizer tornar social a propriedade hoje em poderdo capitalismo. A riqueza existente, que em sua origem social (obrade todos), passa a ser tambm social no seu destino, para ser de

    SOCIALISMO

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    SNTESE FUNDAMENTAL DAS BASES DO ANARQUISMO

    SOCIALISMO

    Estado+ Organizao livre Autoridade+ Livre acordo Coao+ Liberdade Propriedade privada

    + Socializao dos bens sociaisSalariato+ Comunismo Concorrncia+ Apoio mtuo Centralismo+ FederalismoDogmatismo

    + Livre exame

    EDGARD LEUENROTH

    9. Origem e Desenvolvimento doAnarquismo

    P R I M R D I O S

    Quando, onde e como surgiu o anarquismo na arena das cogita-es, das pesquisas, das formulaes, dos embates sobre as normasde convivncia social das comunidades humanas?

    Essa indagao, assim formulada, abriga uma responsabilidadecom tal amplitude que foge ao mbito sinttico deste livro e a capa-cidade do autor. A resposta satisfatria deve ser buscada na obrapaciente, escrupulosa e orientadora da inolvidvel personalidade quefoi a do dr. Max Netlau, o grande libertrio nascido na ustria, inega-

    velmente o maior historiador do socialismo em sua verdadeira ex-preso.

    O intuito desta obra apenas servir de estmulo e modesta ten-tativa de indicar um roteiro para a busca das fontes onde os estu-diosos possam encontrar elementos de orientao sobre o anarquismo.Esta parte do livro destina-se ao registro de dados necessaria-mente sumrios sobre o movimento anarquista em todo o mundo,dentro dos limites de suas atividades.

    Uma coisa, porm, no temos hesitao em consignar numa

    afirmao categrica: a essncia do anarquismo no produto deum esquema resultante das lucubraces de catedrticos de sociologiaou de deliberaes de congressos determinativos, na base de progra-mas de formulaes dogmticas.

    No, nada disso, o anarquismo, em seu elemento propulsor, a emanao da personalidade humana no seu sempiterno esforopara uma perene superao no sentido de tudo quanto na vida hde grandioso, de justo e de belo.

    ANARQUIA

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    greves ou outras circunstncias estejam desempregados, mesmo em

    pocas em que o trabalho se torna escasso para eles mesmos.

    Em tais casos quando h falta de trabalho executam os parti-

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    Em tais casos, quando h falta de trabalho, executam os participantes da Cooperativa, pelo processo rotativo, os trabalhos quese apresentam, sendo os resultados desse esforo distribudos eqita-tivamente entre todos.

    "Tierra y Libertad", Mxico

    11. Situando o Roteiro da Libertao

    DEMOCRACIA LIBERTRIA E NAO CORRIDA AOSPOSTOS DE MANDO E REPRESENTAO

    No que se refere democracia, cabe aqui a velha imagem da

    ave que ressurgia das prprias cinzas para nova vida. De fato, ademocracia emerge dos destroos do fascismo e, irrompendo atravsda esterqueira das derrocadas reacionrias, apresenta-se no cenrioda vida brasileira para se impor como preocupao de todas as cons-cincias que no sofreram a corroso da tirania. Por toda partee por todos os meios possveis, reclama-se o retorno da democracia,sobre cujo cadver o fascismo se vangloriou de ter feito passar assuas hordas de bandidos. To premente essa conclamao quese confunde nela o vozerio de elementos que ainda ontem, direta ouindiretamente, faziam coro com os asseclas do totalitarismo!...

    Tal movimento no nos vem surpreender. E no seremos, porcerto, ns, os anarquistas, que lhe teremos de dar adeso. Encon-trou-nos na estrada, atentos e operantes, em nosso posto de combate,na mesma trincheira de sempre, lutando contra todas as opresses,na defesa de todas as liberdades que a democracia deve condensar,alimentar e impor ao respeito geral.

    Mas, para que espcie de democracia conclamado o povo bra-sileiro?

    Ser para a democracia de concepo eleitoral, de pessoas que

    se utilizam dela por esprito de vaidade pessoal ou para a conquistade postos de mando? Daqueles que, invocando os interesses dopovo, se locupletam com os dinheiros pblicos, exercem advocaciaadministrativa e se envolvem em mil negociatas, almejando apenaso seu prprio bem-estar?

    Para a democracia que cria e alimenta o burocratismo corruptorou que serve de elemento de domnio de partidos sem outra finali-

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    Quando os maus pastores sentirem isso, ento o povo se frater-

    nizar e esse entendimento ser o fim do domnio da reao e o

    comeo de uma vida nova.

    A salvao est hoje no reconhecimento de nossas reivindica-

    es fundamentais e imediatas: a supresso de aparelho estatal, a

    abolio da propriedade privada e a reorganizao da vida econ-

    mica e social sobre novas bases de justia, de trabalho, de livre de-

    15 Ainda a Caminho para um

    Mundo LivreUM APELO E UMA AFIRMAO

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    senvolvimento de todas as atividades teis vida de cada um e detoda a coletividade produtora".

    DIEGO A. DE SANTILHN

    Ai ficam, em largos traos, o que um militante anarquista tema dizer quanto hora que passa. No mais um manifesto parti-drio a ser somado aos muitos que, nos momentos de disputa devotos., enchem paredes e muros, ocupam colunas e pginas de jor-nais e revistas e so gritados pelas ondas hertzianas.

    Nada disso. No vimos pedir que o povo nos eleva s sine-curas legislativas e governamentais. Nunca pedimos votos e jamaisos pediremos. E, se no pedimos, tambm nada oferecemos. Empoca alguma os anarquistas se ofereceram para representar o povo,porque entendem que ao povo cabe cuidar de seus direitos. Nuncanos arvoramos em mentores do povo, porque ao povo pertencemose com ele lutamos.

    Este documentrio reflete uma afirmao de conscincia alimen-tada por princpios bem sentidos e bem pensados, uma afirmao

    de propsitos de ao, serena mas decidida, contra todas as formasde tirania, de explorao e de embrutecimento exercidas contra opovo e de luta em prol da liberdade e bem-estar para todos.

    Estamos convencidos de que os ideais condensados nas sublimesconcepes de crebros privilegiados e quinta-essenciados na odis-seia empolgante de geraes de lutadores abnegados, atingiram oseu mximo grau de maturao e reclamam o lugar que lhes com-pete na histria da vida humana.

    a derrocada final dos anacronismos que, em mil formas pol-

    tico-sociais, entravam o desenvolvimento do progresso, sacrifican-do a Humanidade em proveito de uma minoria parasitria.

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    Composto e impresso nas oficinas da

    CIA. BRASILEIRA DE ARTESGRFICAS, rua Riachuelo, 128 Rio (GB), em agosto de 1963, para aEDITORA MUNDO LIVRE.

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