Anatomia Artistica

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A Albuquerque e Lima é uma sociedade comercial, por quotas, contribuinte número 507154509, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Coimbra sob o número 10226/20041112. Com um capital social de 15.500 Euros, tem interesses nas áreas da Saúde Humana e na Arte. Na Arte o seu objecto social consiste em promover, comercializar e divulgar obras de arte nos domínios da pintura, da escultura e do design. Na Saúde o seu objecto social consiste em promover actividades relacionadas com a medicina humana.

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Aulas de anatomia artistica

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A Albuquerque e Lima é uma sociedade comercial, por quotas, contribuinte número 507154509, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Coimbra sob o número 10226/20041112.

Com um capital social de 15.500 Euros, tem interesses nas áreas da Saúde Humana e na Arte. Na Arte o seu objecto social consiste em promover, comercializar e divulgar obras de arte nos domínios da pintura, da escultura e do design. Na Saúde o seu objecto social consiste em promover actividades relacionadas com a medicina humana.

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Na área da Medicina a firma tem interesses na Ortopedia, na Peritagem Médica da Segurança Social e na Avaliação do Dano Corporal. As suas actividades médicas decorrem na Rua de Tomar, nº 2 - Coimbra (Centro de Perícias e Consultório Médico).

Com sede social na Rua de Gil Vicente 86-A – Coimbra, a Albuquerque e Lima, desenvolve, no referido local, a maioria das actividades relacionadas com as artes (Galeria de Exposições Temporárias e Atelier Privativo).

Page 3: Anatomia Artistica

CONFERÊNCIAS

 Para além da actividade expositiva incluída nos objectivos do pacto social da firma, na área da divulgação da arte, a Albuquerque e Lima mantém actividades de formação colaborando em work-shops de formação em figura humana, para artistas.

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Sede – Rua de Gil Vicente, nº 86-A Coimbra Tel 239 781486

APARTADO 4090 – 3031/901 Coimbra Tel 239 781486

Ciclo de Conferências de Anatomia Teórica Professor Doutor Mamede de Albuquerque

ANATOMIA DA FIGURA HUMANA

Page 5: Anatomia Artistica

A anatomia continua a ser uma disciplina essencial e de indiscutível utilidade na formação de qualquer artista.

É evidente que a figura humana já não é o centro temático da criação artística actual. Mas muitos artistas das correntes vanguardistas continuam a trabalhar a partir do nu e levaram este tema para campos distintos dos tradicionais. O tema da figura humana continua a mobilizar as energias criativas da arte moderna. Surgem no entanto novas abordagens que, libertas de algum academismo restritivo, constituem ferramentas para inovar, inventar novas representações e realizar obras mais arrojadas e pessoais fora das limitações das escolas da anatomia artística tradicional.

Nalgumas obras de arte moderna o conhecimento perfeito da anatomia esconde-se atrás de exageros intencionais, distorções voluntárias, disfunções só aparentemente arbitrárias, evidenciados na representação da figura humana. Tais representações traduzem-se cada vez mais por contrastes cromáticos representativos de formas anatómicas e por novidades compositivas em que se transfiguram e realçam os velhos e clássicos conhecimentos anatómicos.

Como professor de anatomia teórica de uma Escola Universitária de Artes tais soluções não deixam de me surpreender. São prova que nas mãos do artista moderno, o conhecimento da anatomia humana pode ser uma ferramenta expressiva ao serviço da criatividade e da sensibilidade pessoal.

MAMEDE DE ALBUQUERQUE

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TRONCO E COLUNA Professor Dr Mamede de Albuquerque

ANATOMIA DA FIGURA HUMANA

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O TRONCO

No nosso estudo de anatomia artística começaremos por nos ocupar do tronco, segmento do corpo humano constituído pelo tórax e pelo abdómen.  

O TRONCOO TRONCO

ToraxTorax 12 pares de costelas 12 pares de costelas 7 verdadeiras7 verdadeiras3 falsas3 falsas2 flutuantes2 flutuantes

Esterno Esterno -- manúbriomanúbriocorpocorpoapêndice apêndice xifoideuxifoideu

AbdomenAbdomen

A cabeça, o tronco e a bacia encontram-se ligadas entre si pela coluna vertebral que fica situada no eixo central do corpo humano.

Page 8: Anatomia Artistica

Existe uma grande variedade de tamanhos e configurações das diversas caixas torácicas, mas em todas elas o manúbrio, o apêndice xifoide e os arcos costais são marcos figurativos

importantes a partir dos quais se pode representar, de forma proporcionada, o tronco humano.

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MÚSCULOS DO TRONCOMÚSCULOS DO TRONCO

Grande peitoralGrande peitoralGrande dentadoGrande dentadoTrapézioTrapézioGrande dorsalGrande dorsalRombóideRombóideAngular da omoplataAngular da omoplataMúsculos das goteiras vertebraisMúsculos das goteiras vertebraisPequenos dentados Pequenos dentados Quadrado lombarQuadrado lombar

Page 10: Anatomia Artistica

Servem Servem

O TRONCO (cont.)

MÚSCULOS DA FACE ANTERIOR DO TÓRAX

GRANDE PEITORAL

O grande peitoral é um amplo músculo em forma de leque que domina a face anterior do tórax.

Possui ampla área insercional distal na clavícula, esterno e costelas. A inserção clavicular ocupa aproximadamente a metade interna da face anterior da clavícula. A inserção esternal verifica-se na face anterior da articulação esterno-clavicular e do esterno. A inserção costal acontece na face anterior da quinta e sexta cartilagens costais.

O músculo termina proximalmente no bordo externo da goteira bicipital do úmero.

Quando o peitoral se contrai o úmero aproxima-se do tórax. Assim, a sua principal acção é a de adução do braço (aproximação da linha média do corpo).

A inserção umeral do peitoral tem uma configuração especial, entrançada quando o úmero está caído e encostado ao tórax. Quando o braço está levantado o peitoral desentrança-se e o seu bordo inferior pode fácilmente ser agarrado com a mão. É ele que forma a parede anterior da cavidade axilar que é sempre visível.

PEQUENO PEITORAL

O pequeno peitoral tem a sua origem na terceira, quarta e quinta costelas e insere-se junto à extremidade da apófise coracóide. Situa-se por baixo do grande peitoral e não é uma forma superficial, embora seja importante no movimento porque ajuda a puxar a omoplata para a frente em torno da parede torácica.

 

GRANDE PEITORALGRANDE PEITORAL

Forma Forma -- triangular, em lequetriangular, em leque

InsIns. torácica . torácica -- dois terços internos da clavícula, face dois terços internos da clavícula, face ant. do esterno e seis primeiras cartilagens ant. do esterno e seis primeiras cartilagens costaiscostais..

InsIns.. umeralumeral -- bordo externo da goteira bicipitalbordo externo da goteira bicipital

Feixes Feixes -- Superior Superior -- clavicularclavicularMédio Médio -- esternoesterno costalcostal altoaltoInferior Inferior -- esternoesterno costalcostal baixobaixo

Acção Acção -- Adutor do braçoAdutor do braço

Page 11: Anatomia Artistica

A inserção umeral do peitoral tem uma configuração especial, entrançada quando o úmero está caído e encostado ao tórax. Quando o braço está levantado o peitoral desentrança-se e o

seu bordo inferior pode fácilmente ser agarrado com a mão. É ele que forma a parede anterior da cavidade axilar que é sempre visível.

Page 12: Anatomia Artistica

Servem Servem

O TRONCO (cont.)

MÚSCULOS DA FACE POSTERIOR DO TRONCO

TRAPÉZIO

O trapézio é um músculo posterior do tronco, com a forma de losango, que cobre a parte de cima da omoplata, a parte de trás do pescoço e a zona interescapular (interna e posterior do tórax). Insere-se proximalmente no terço interno da linha occipital superior (na parte de trás do crânio), no ligamento da nuca e nas apófises espinhosas das vértebras torácicas. Os seus feixes musculares orientam-se segundo três direcções distintas. Os de cima estão dispostos obliquamente para baixo e para fora e inserem-se distalmente no terço externo da clavícula. Os do meio orientam-se quase horizontalmente, indo inserir-se distalmente no bordo superior da espinha da omoplata e na porção interna do acrómio. Os feixes musculares inferiores dispõem-se em sentido ascendente e vão inserir-se no bordo inferior da espinha da omoplata por meio de uma aponevrose.

O trapézio suspende a cintura escapular e eleva-a quando se transportan um peso na mão. Em muitos movimentos complexos da omoplata, quando os feixes inferiores estão distendidos os feixes superiores são contraídos e vice-versa. Em tais situações as duas partes do mesmo músculo podem ter acções completamente opostas.

TRAPÉZIO Forma TRAPÉZIO Forma -- losango, capuzlosango, capuz

InsIns. sobre a. sobre a aponevroseaponevrose mediana mediana -- da linha occipital superior, da linha occipital superior, prot. occipital externa +prot. occipital externa + aponevroseaponevrose mediana cervical +mediana cervical +aponevroseaponevrose mediana dorsal e apófises espinhosas das vértebras mediana dorsal e apófises espinhosas das vértebras dorsais.dorsais.

InsIns. na omoplata . na omoplata -- terço externo da clavícula (fibrasterço externo da clavícula (fibras desdes--cendentescendentes), espinha da omoplata e), espinha da omoplata e acrómioacrómio (fibras horizontais) (fibras horizontais) ee aponevroseaponevrose de inserção no bordo inferior da espinha da de inserção no bordo inferior da espinha da omoplata (fibras ascendentes)omoplata (fibras ascendentes)Acção Acção -- Parte cervical Parte cervical -- mobiliza a omoplata para cima e para mobiliza a omoplata para cima e para

trás trás -- elevação eelevação e retropulsãoretropulsão do ombrodo ombro-- Parte média Parte média -- aproxima a omoplata para coluna veraproxima a omoplata para coluna ver--

tebraltebral -- retropulsãoretropulsão do ombrodo ombro-- Parte inferior Parte inferior -- puxa a omoplata para baixo e para trás puxa a omoplata para baixo e para trás

-- abaixamento eabaixamento e retropulsãoretropulsão do ombrodo ombro

Page 13: Anatomia Artistica

Em muitos movimentos complexos da omoplata, quando os feixes inferiores do trapézio estão distendidos os feixes superiores são

contraídos e vice-versa. Em tais situações as duas partes do mesmo músculo podem ter acções completamente opostas.

Page 14: Anatomia Artistica

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MÚSCULOS DA FACE POSTERIOR DO TRONCO (cont.)

GRANDE DORSAL

O grande dorsal tem a forma de “écharpe” e insere-se no tronco através de uma vasta origem aponevrótica que se estende desde a sétima vértebra torácica (por baixo do trapézio) e as apófises espinhosas das vértebras lombares e sagradas, até ao rebordo externo da crista ilíaca. Também tem origem nas três costelas inferiores. Esta ampla faixa insercional converge para cima, dando uma meia volta ao tronco postero-inferior e indo inserir-se no lábio interno da goteira bicipital do úmero. Tal como no caso do grande peitoral, existe um espécie de enrolamento das suas fibras musculares, sendo os feixes musculares com origem distal mais inferior que têm inserção proximal mais acima. Este músculo é o principal responsável pela massa muscular da parede posterior da axila. A sua espessa orla enrolada é sempre visível na zona em que os músculos deixam a área do tronco em direcção ao braço.

O grande dorsal participa em todos os movimentos em que o braço é puxado para trás. Faz rodar o úmero para a frente na respectiva cavidade articular e aproxima o braço do corpo. Quando se está suspenso pelas mãos, o grande dorsal é o principal músculo que permite erguer o tronco. O ângulo inferior da omoplata fica contido sob o grande dorsal e é controlado pela contracção deste músculo que aproxima o ângulo inferior da omoplata do plano da caixa torácica.

GRANDE DORSALGRANDE DORSAL

Forma Forma -- écharpeécharpe muscular envolvendo a parte inferior muscular envolvendo a parte inferior do do troncotronco

OrigemOrigem aponevróticaaponevrótica -- desde as apófises espinhosas da sétima desde as apófises espinhosas da sétima vertebravertebra dorsal, ligamentosdorsal, ligamentos interinter--espinhosas e apófises espinhosas e apófises espinhosas das vértebras lombares, crista do sacro, terço espinhosas das vértebras lombares, crista do sacro, terço posterior da crista ilíaca e últimas costelas.posterior da crista ilíaca e últimas costelas.

InsIns.. umeralumeral -- bordo interno da goteira bicipitalbordo interno da goteira bicipital

Acção Acção -- Integra a parede posterior da axilaIntegra a parede posterior da axila-- Rotação interna do úmeroRotação interna do úmero-- Abaixamento eAbaixamento e retropulsãoretropulsão dada cintcint.. escapularescapular

Page 15: Anatomia Artistica

O grande dorsal tem a forma de uma “écharpe” que se estende

desde a parte postero-inferior do tronco para a raiz do braço

Page 16: Anatomia Artistica

O ângulo inferior da omoplata fica contido sob o grande dorsal e é

controlado pela contracção deste músculo que aproxima o ângulo inferior da omoplata do plano da

caixa torácica.

Page 17: Anatomia Artistica

Servem Servem MÚSCULOS DA FACE POSTERIOR DO TRONCO (cont.)

GRANDE DENTADO

O grande dentado é uma lâmina muscular achatada, com digitações separadas, situada entre a superfície anterior (ventral) da omoplata e a caixa torácica. A sua origem (inserção distal) realiza-se por meio de inserções carnudas em forma de dedos (cada digitação inserida em cada uma das oito ou nove costelas superiores), constituindo os pontos de fixação do músculo no tórax. O grande dentado termina numa inserção proximal ao longo da face anterior do bordo vertebral da omoplata. As digitações das cinco costelas inferiores convergem para a face anterior do ângulo inferior da omoplata e são de maior interesse para o artista, na medida em que se vêem frequentemente. Têm a aparência de pequenos dedos esticados e abertos, dispondo-se num ângulo ligeiramente diferente do das costelas, e terminam onde se iniciam as digitações insercionais dos músculos abdominais.

O grande dentado é o principal músculo responsável por acções como empurrar e socar e é um importante estabilizador da omoplata no levantamento do braço acima da cabeça. Quando este músculo se contrai, a omoplata, é impelida para diante deslizando de forma estável em torno da caixa torácica.

GRANDE DENTADOGRANDE DENTADO

Forma Forma -- digitadigitaçções irradiadas divergentesões irradiadas divergentes

InsIns. omoplata . omoplata -- bordo interno da omoplatabordo interno da omoplata

Ins.torIns.toráácicacica -- arco anterior das dez primeiras costelasarco anterior das dez primeiras costelasFeixes Feixes -- Superior Superior -- ângulo ângulo supsup da omoplatada omoplata-- duas duas pripri--

meirasmeiras costelascostelasMMéédio dio -- bordo interno da omoplata bordo interno da omoplata -- terceira terceira

e quarta costelase quarta costelasInferior Inferior -- ângulo inferior da omoplata ângulo inferior da omoplata -- da da

quinta quinta àà ddéécima costelas cima costelas

AcAcçção ão -- Mobiliza a omoplata para diante e para baixoMobiliza a omoplata para diante e para baixo-- Amarra a Amarra a omplataomplata contra as costelascontra as costelas

Page 18: Anatomia Artistica

Os feixes do grande dentado convergem para a face anterior do ângulo inferior da omoplata. Têm a aparência de pequenos dedos esticados e abertos, dispondo-se num ângulo ligeiramente diferente do das costelas, e terminam onde se iniciam as digitações insercionais dos músculos abdominais.

O grande dentado é o principal músculo estabilizador da

omoplata no levantamento do braço

acima da cabeça. Quando este músculo se contrai, a omoplata, é impelida para diante deslizando de forma estável em torno da

caixa torácica.

Page 19: Anatomia Artistica

Localização do mamiloa 45o de uma linha ideal

com início na fúrcula esternal

Page 20: Anatomia Artistica

MÚSCULOS DO ABDÓMENMÚSCULOS DO ABDÓMEN

Recto anterior e piramidalRecto anterior e piramidal

Grande oblíquoGrande oblíquo

Pequeno oblíquoPequeno oblíquo

Transverso doTransverso do abdomenabdomen

Page 21: Anatomia Artistica

RECTO ANTERIORRECTO ANTERIOR

Forma - duas longas faixas verticaisForma - duas longas faixas verticais

Ins. torácica - cartilagens costais da quinta, sexta e Ins. torácica - cartilagens costais da quinta, sexta e sétima costelas e face anterior do esterno.sétima costelas e face anterior do esterno.

Ins. Púbica - entre a sínfise e espinhaIns. Púbica - entre a sínfise e espinha

Linha brancaLinha branca

Acção - Aproxima a caixa torácica da baciaAcção - Aproxima a caixa torácica da bacia

Page 22: Anatomia Artistica

GRANDE RECTOGRANDE RECTO DO ABDOMENDO ABDOMEN

Por cima do umbigo as duas faixas do recto anterior separam-se, formando um sulco mediano chamado linha branca abdominal.

Page 23: Anatomia Artistica

GRANDE RECTOGRANDE RECTO DO ABDOMENDO ABDOMEN

ESTERNO - CLEIDOESTERNO - CLEIDO MASTOIDEUMASTOIDEU

O músculo grande recto do abdómen tem intersecções tendinosas horizontais que se situam ao nível do apêndice xifóide, do umbigo, e a meio caminho entre ambos.

Page 24: Anatomia Artistica

GRANDE RECTOGRANDE RECTO DO ABDOMENDO ABDOMEN

GRANDE OBLÍQUOGRANDE OBLÍQUO DO ABDOMENDO ABDOMEN

GRANDE DENTADOGRANDE DENTADO

GRANDE DORSALGRANDE DORSAL

A parede abdominal é formada por músculos achatados. Estão dispostos em várias camadas, com os respectivos feixes musculares orientados em direcções ortogonais. Trata-se de uma disposição robusta e flexível, quer para o movimento quer para a ligação entre a caixa torácica (arco costal) e a bacia.

Page 25: Anatomia Artistica

GRANDE RECTOGRANDE RECTO DO ABDOMENDO ABDOMEN

GRANDE DORSALGRANDE DORSAL

GRANDE OBLÍQUOGRANDE OBLÍQUO DO ABDOMENDO ABDOMEN

Os músculos abdominais mantêm as vísceras abdominais no seu lugar e são usados para curvar o tronco para a frente

Page 26: Anatomia Artistica

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ABDÓMEN (cont.)

GRANDE OBLÍQUO

O grande oblíquo é a camada muscular situada mais externamente e tem origem nas sete costelas inferiores da face antero-externa da caixa torácica. Estas digitações carnudas da sua origem engrenam com as digitações do grande dentado e do grande dorsal. Os feixes musculares inferiores inserem-se na crista ilíaca entre o seu ponto médio e a espinha ântero-superior. O resto da inserção faz-se na aponevrose que cobre a frente do abdómen. A orla inferior desta aponevrose é considerada «livre» entre a espinha ântero-superior e o tubérculo púbico. Cria uma tensão linear entre estes dois pontos, marco bem definido para o artista, e constitui o que os anatomistas chamam “ligamento inguinal”. Curva para baixo na direcção do membro inferior, pelo facto de a bainha que cobre os músculos da coxa lhe estar ligada repuxando-o ligeiramente. Os grandes vasos sanguíneos que se dirigem para os membros inferiores passam-lhe por baixo, no seu trajecto do abdómen para a coxa. A aponevrose contribui para a parte da frente da bainha do recto abdominal inserindo-se na linha branca abdominal.

 

GRANDE OBLÍQUOGRANDE OBLÍQUO

Forma Forma -- lâmina muscular oblíqua ext. dolâmina muscular oblíqua ext. do abdomenabdomen

InsIns. Torácica . Torácica -- face externa das últimas sete costelas.face externa das últimas sete costelas.

InsIns. Pélvica . Pélvica -- crista ilíaca mais anterior,crista ilíaca mais anterior, aponevroseaponevrose do grande do grande oblíquo oblíquo -- linha branca e o ligamento inguinal (EIASlinha branca e o ligamento inguinal (EIAS--Púbis) Púbis) --arcadaarcada cruralcrural..

Parede anterior da bainha dos rectosParede anterior da bainha dos rectos

Acção Acção -- AbaixadoresAbaixadores das costelasdas costelas

TorsãoTorsão do troncodo tronco

Page 27: Anatomia Artistica

GRANDE RECTOGRANDE RECTO DO ABDOMENDO ABDOMEN

TRANVERSOTRANVERSODO ABDOMENDO ABDOMEN

GRANDE OBLÍQUOGRANDE OBLÍQUO DO ABDOMENDO ABDOMEN

O grande oblíquo é a camada muscular situada mais externamente no complexo muscular abdominal

Page 28: Anatomia Artistica

As digitações carnudas do grande obliquo engrenam na sua origem com as digitações do grande dentado e do grande dorsal.

Page 29: Anatomia Artistica

GRANDE DORSALGRANDE DORSAL

Ligamento inguinalLigamento inguinal

Espinha ilíaca antero-superiorEspinha ilíaca antero-superior

Crista ilíacaCrista ilíaca

Linha brancaLinha branca GRANDE OBLÍQUO GRANDE OBLÍQUO DO ABDOMENDO ABDOMEN

GRANDE DENTADOGRANDE DENTADOGRANDE RECTOGRANDE RECTO

Arco costalArco costal

PúbisPúbis O “ligamento inguinal”cria uma tensão linear curva para baixo na direcção do membro inferior, pelo facto de a bainha que cobre os músculos da coxa lhe estar ligada repuxando-o ligeiramente.

Page 30: Anatomia Artistica

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PEQUENO OBLÍQUO

O pequeno oblíquo tem a sua origem nos dois terços anteriores da crista ilíaca e em mais de metade do ligamento inguinal. Insere-se nas quatro costelas inferiores e na linha branca abdominal e contribui para a bainha do recto abdominal.

PEQUENO OBLÍQUOPEQUENO OBLÍQUO

Forma Forma -- lâmina muscular oblíqua int. dolâmina muscular oblíqua int. do abdomenabdomen

InsIns. pélvica . pélvica -- dois terços anteriores da crista ilíaca e ligamento dois terços anteriores da crista ilíaca e ligamento inguinalinguinal

InsIns. torácica . torácica -- quatro costelas inferiores e linhaquatro costelas inferiores e linha albaalba

Parede anterior da bainha dos rectosParede anterior da bainha dos rectos

Acção Acção -- Depressores da parede abdominalDepressores da parede abdominalFleteFlete o troncoo tronco para a frentepara a frente

Page 31: Anatomia Artistica

Servem Servem  

PEQUENO OBLÍQUO

O pequeno oblíquo tem a sua origem nos dois terços anteriores da crista ilíaca e em mais de metade do ligamento inguinal. Insere-se nas quatro costelas inferiores e na linha branca abdominal e contribui para a bainha do recto abdominal.

PEQUENO OBLÍQUOPEQUENO OBLÍQUO

Forma Forma -- lâmina muscular oblíqua int. dolâmina muscular oblíqua int. do abdomenabdomen

InsIns. pélvica . pélvica -- dois terços anteriores da crista ilíaca e ligamento dois terços anteriores da crista ilíaca e ligamento inguinalinguinal

InsIns. torácica . torácica -- quatro costelas inferiores e linhaquatro costelas inferiores e linha albaalba

Parede anterior da bainha dos rectosParede anterior da bainha dos rectos

Acção Acção -- Depressores da parede abdominalDepressores da parede abdominalFleteFlete o troncoo tronco para a frentepara a frente

Page 32: Anatomia Artistica

GRANDE RECTOGRANDE RECTO DO ABDOMENDO ABDOMEN

TRANVERSOTRANVERSODO ABDOMENDO ABDOMEN

PEQUENO OBLÍQUOPEQUENO OBLÍQUO DO ABDOMENDO ABDOMEN

O pequeno oblíquo tem as fibras orientadas perpendicularmente às fibras do grande oblíquo e contribui para a bainha do recto abdominal.

Page 33: Anatomia Artistica

GRANDE DORSALGRANDE DORSAL

Ligamento inguinalLigamento inguinal

Espinha ilíaca antero-superiorEspinha ilíaca antero-superior

Crista ilíacaCrista ilíaca

Linha brancaLinha branca

PEQUENO OBLÍQUO PEQUENO OBLÍQUO DO ABDOMENDO ABDOMEN

O pequeno oblíquo tem a sua origem nos dois terços anteriores da crista ilíaca e em mais de metade do ligamento inguinal e termina nas quatro costelas infe-riores e na linha branca abdominal

Page 34: Anatomia Artistica

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ABDÓMEN (cont.)

TRANSVERSO DO ABDÓMEN

O transverso do abdómen tem a sua origem no ligamento inguinal, na crista ilíaca, nas apófises transversas das vértebras lombares e, através das inserções costais, na superfície interior das seis cartilagens costais inferiores. Cinge completamente o tronco, na medida em que a sua aponeurose contribui para a bainha do recto abdominal, e insere-se na linha branca abdominal.

 

 TRANSVERSO DO ABDÓMENTRANSVERSO DO ABDÓMEN

Forma Forma -- lâmina muscular transversallâmina muscular transversal

InsIns.. vertebrovertebro--pélvica pélvica -- ligamento inguinal, crista ilíaca e apófisesligamento inguinal, crista ilíaca e apófisestranversastranversas das vértebras transversas e seis cartilagensdas vértebras transversas e seis cartilagens costaiscostaisinferiores.inferiores.

InsIns.. aponevróticaaponevrótica -- linhalinha albaalba..

Parede posterior da bainha dos rectosParede posterior da bainha dos rectos

Acção Acção -- Depressor da parede abdominal na flexão do tronco Depressor da parede abdominal na flexão do tronco

para a frentepara a frente

GRANDE RECTOGRANDE RECTODO ABDOMENDO ABDOMEN

TRANVERSOTRANVERSODO ABDOMENDO ABDOMEN

Page 35: Anatomia Artistica

A disposição ortogonal dos diversos sistemas de

fibras musculares abdominais confere à

cintura abdominal a sua forma em ampulheta e a

sua elasticidade

Page 36: Anatomia Artistica

A coluna vertebral é o

eixo central do esqueleto e a haste móvel e flexível que

condiciona as posturas e atitudes da

figura humana

Page 37: Anatomia Artistica
Page 38: Anatomia Artistica

COLUNA VERTEBRAL (33 vértebras)COLUNA VERTEBRAL (33 vértebras)

MóvelMóvel

Cervical - 7 vértebras muito móveisCervical - 7 vértebras muito móveisDorsal - 12 vértebras semi-móveisDorsal - 12 vértebras semi-móveisLombar - 5 vértebras muito móveisLombar - 5 vértebras muito móveis

FixaFixaSacro - 5 vértebras unidasSacro - 5 vértebras unidasCoccix - 4 vértebras unidasCoccix - 4 vértebras unidas

Page 39: Anatomia Artistica

Servem Servem

COLUNA VERTEBRAL(cont.)

Há quatro apófises articulares em cada vértebra. Duas para articulação com a vértebra situada acima e outras duas para articulação com a vértebra colocada abaixo. Tais articulações servem essencialmente de fulcro para os movimentos possíveis entre vértebras e evitam eventuais deslizamentos descontrolados dos corpos vertebrais empilhados uns sobre os outros.

COLUNA VERTEBRAL (PORÇÕES)COLUNA VERTEBRAL (PORÇÕES)

ANTERIOR (de apoio)ANTERIOR (de apoio)

Corpo vertebralCorpo vertebral

Disco Disco intervertebralintervertebral

POSTERIOR (dinâmica)POSTERIOR (dinâmica)

Apófises Apófises -- espinhosa espinhosa -- uma por vértebrauma por vértebra

-- transversas transversas -- duas por vértebraduas por vértebra

-- articulares articulares -- quatro por vértebraquatro por vértebra

Page 40: Anatomia Artistica

Servem Servem

COLUNA VERTEBRAL(cont.)

Há quatro apófises articulares em cada vértebra. Duas para articulação com a vértebra situada acima e outras duas para articulação com a vértebra colocada abaixo. Tais articulações servem essencialmente de fulcro para os movimentos possíveis entre vértebras e evitam eventuais deslizamentos descontrolados dos corpos vertebrais empilhados uns sobre os outros.

COLUNA VERTEBRAL (PORÇÕES)COLUNA VERTEBRAL (PORÇÕES)

ANTERIOR (de apoio)ANTERIOR (de apoio)

Corpo vertebralCorpo vertebral

Disco Disco intervertebralintervertebral

POSTERIOR (dinâmica)POSTERIOR (dinâmica)

Apófises Apófises -- espinhosa espinhosa -- uma por vértebrauma por vértebra

-- transversas transversas -- duas por vértebraduas por vértebra

-- articulares articulares -- quatro por vértebraquatro por vértebra

Page 41: Anatomia Artistica

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CABEÇA

Professor Dr Mamede de Albuquerque

ANATOMIA DA FIGURA HUMANA

Page 42: Anatomia Artistica

CABEÇACABEÇA

CrânioCrânio

FaceFace

A cabeça humana é formada por duas massas de grande solidez embora de formas diferentes - o crânio e a face

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O crânio é uma estrutura praticamente esférica ou ovoide na parte inferior e anterior da qual se insere uma pirâmide quadrangular que é a face. A massa da cabeça termina à frente por uma crista curva de osso, logo acima dos olhos – os supracílios, e atrás, numa linha ideal que reune as duas apófises mastoideias.

A forma do ovoide craniano é mais alongada na cabeça dolicocéfala e apresenta uma forma mais redonda na cabeça mesocéfala. Na cabeça curta ou braquicéfala o ovoide craniano têm a forma mais achatada no sentido antero-posterior.

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1- a cunha afunilada do nariz;

2 - as maçãs do rosto;

3 - as arcadas zigomáticas;

4 - o pavilhão auricular (orelha);

5 - a saliência da boca (em barril);

6 - o ângulo do maxilar inferior;

7 - o queixo.

 

A face constitui uma pirâmide quadrandular, assente pela base no ovoide craneano que intersecta na sua porção anterior e inferior. O apex da pirâmide facial é a ponta do queixo. Sob o aspecto figurativo há saliências importantes na face humana que interessa referir:

Page 45: Anatomia Artistica

CRÂNIO - Ossos imparesCRÂNIO - Ossos impares

Frontal - Arcadas orbitáriasFrontal - Arcadas orbitárias - Arcadas supraciliares- Arcadas supraciliares - Bossas frontais- Bossas frontais

Occipital - Buraco occipitalOccipital - Buraco occipital - Protuber. occ. externa- Protuber. occ. externa

Etmóide - Entre frontal e esfenóideEtmóide - Entre frontal e esfenóide - Porção anterior da base do crânio- Porção anterior da base do crânio - Separa as cavidades orbitárias- Separa as cavidades orbitárias

Esfenóide - Porção média da base do crânioEsfenóide - Porção média da base do crânio

Page 46: Anatomia Artistica

CRÂNIO - Ossos imparesCRÂNIO - Ossos impares

Frontal - Arcadas orbitáriasFrontal - Arcadas orbitárias - Arcadas supraciliares- Arcadas supraciliares - Bossas frontais- Bossas frontais

O frontal ajuda a definir duas estruturas extremamente

importantes que são as arcadas orbitárias e supraciliares.

Page 47: Anatomia Artistica

De anatomia extremamente variável, o frontal pode ser alto e plano nas chamadas frontes olímpicas ou, pelo contrário, curto e inclinado nos rostos de aspecto rude e primitivo.

Page 48: Anatomia Artistica

CRÂNIO - Ossos imparesCRÂNIO - Ossos impares

Occipital - Buraco occipitalOccipital - Buraco occipital - Protuber. occ. externa- Protuber. occ. externa

O occipital está perfurado pelo buraco occipital e apresenta uma saliência, chamada protuberância occipital externa, que representa um marco palpável do início da nuca.

Page 49: Anatomia Artistica

O esfenoide constitui a porção média da base do crânio e apresenta a forma de um morcego.

Page 50: Anatomia Artistica

CRÂNIO - Ossos paresCRÂNIO - Ossos pares

Parietal - Bossas parietaisParietal - Bossas parietais

TemporalTemporal - Escama - Apófise zigomática- Escama - Apófise zigomática

- Cavidade glenóide- Cavidade glenóide

- Rochedo - Orifício de entrada do canal auditivo externo- Rochedo - Orifício de entrada do canal auditivo externo

- Apófise estilóide- Apófise estilóide

- Mastóide - Apófise mastóideia- Mastóide - Apófise mastóideia

Page 51: Anatomia Artistica

PARIETAL Os parietais são duas amplas placas curvas que definem, pelas bossas parietais, a forma da parte posterior e superior da abóbada craniana. Eles variam de amplitude consoante o tipo de cabeça (dolicocéfala, mesocéfala ou braquicéfala).

 PARIETAL

Page 52: Anatomia Artistica

CRÂNIO - Ossos paresCRÂNIO - Ossos pares

TemporalTemporal - Escama - Apófise zigomática- Escama - Apófise zigomática - Cavidade glenóide- Cavidade glenóide

- Rochedo - Orifício de entrada do canal aud. ext.- Rochedo - Orifício de entrada do canal aud. ext. - Apófise estilóide- Apófise estilóide

- Mastóide - Apófise mastóideia- Mastóide - Apófise mastóideia

Os temporais apresentam um prolongamento em forma de crista (chamada apófise zigomática do temporal), que termina no malar, formando a arcada zigomática. Logo atrás da articulação temporo-mandibular existe um orifício, chamado canal auditivo externo, que constitui o início de um túnel que conduz ao ouvido médio e interno. Atrás do ouvido existe uma protuberância óssea chamada apófise mastoideia

Page 53: Anatomia Artistica

Visto de lado, o temporal constitui o afundamento que subitamente se desenha atrás do rebordo externo da cavidade orbitária e se chama fossa temporal. Estas duas estruturas anatómicas (cavidade orbitária e fossa temporal) são separadas por uma verdadeira aresta (A) perpendicular ao arco zigomático.

Page 54: Anatomia Artistica

FACEFACE

Maxilar superior - 12 ossos pares e 1 ímparMaxilar superior - 12 ossos pares e 1 ímparMaxilar superiorMaxilar superiorMalaresMalaresOssos própios do nariz, etc.Ossos própios do nariz, etc.

Maxilar inferior - MentoMaxilar inferior - Mento - Ângulo do maxilar- Ângulo do maxilar - Côndilo do maxilar- Côndilo do maxilar

Page 55: Anatomia Artistica

MALAR

O malar é uma estrutura óssea marcante da face. Colocado imediatamente abaixo da cavidade orbitária, sobressai em relação à mandíbula. Para trás prolonga-se pelo arco zigomático e para cima ajuda a definir a aresta de transição entre a cavidade orbitária e a fossa temporal. Existe um espaço vazio ou depressão por baixo do malar.

Page 56: Anatomia Artistica

Maxilar inferior - MentoMaxilar inferior - Mento - Ângulo do maxilar- Ângulo do maxilar - Côndilo do maxilar- Côndilo do maxilar

O maxilar inferior ou mandíbula é constituído por uma porção horizontal ou corpo e por uma porção vertical, os ramos ascendentes da mandíbula. O corpo é curvo, tem forma de ferradura e apresenta na parte média e inferior uma eminência mentoniana (ponta do queixo). As porções ascendentes da mandíbula formam com o corpo um ângulo recto cujo vértice se chama ângulo do maxilar inferior.

Page 57: Anatomia Artistica

CAVIDADES DO MASSIÇO FACIALCAVIDADES DO MASSIÇO FACIAL

Cavidades Cavidades orbitáriasorbitárias

Fossas nasaisFossas nasais

Os ossos do crânio e da face constituem uma sólida estrutura óssea que circunscreve três importantes cavidades

Page 58: Anatomia Artistica

CAVIDADES DO MASSIÇO FACIALCAVIDADES DO MASSIÇO FACIAL

Cavidades Cavidades orbitáriasorbitárias

As cavidades orbitárias estão situadas

simetricamente na parte superior da face e por baixo do osso frontal. Têm a forma de uma pirâmide quadrangular, com o vértice superior dirigido para trás e ligeiramente para dentro e a sua base voltada para a frente, constituindo a abertura orbitária.

Page 59: Anatomia Artistica

CAVIDADES DO MASSIÇO FACIALCAVIDADES DO MASSIÇO FACIAL

Fossas nasaisFossas nasais

As fossas nasais são cavidades situadas no centro do esqueleto da face (separadas por um septo de direcção sagital) que se prolongam na espessura dos ossos do maciço facial até à base do crânio.

Page 60: Anatomia Artistica

A pálpebra superior tem uma curva mais ampla, acompanhando a circunferência do olho, enquanto a pálpebra inferior descreve um arco mais pequeno em torno da base. Vista de lado, a pálpebra inferior está inclinada para baixo um ângulo de quase 45 graus com a superior.

Page 61: Anatomia Artistica

O nariz pode ser dividido em quatro massas diferentes: a massa nasal superior, que se afunila e se encaixa em forma de cunha na ponta cartilaginosa arredondada do nariz, a ponta do nariz e as duas narinas. A ponta do nariz termina em forma de gancho (septo) sob a base prolongando-se pelas pregas do lábio superior. As narinas alargam-se para os lados numa distância igual à largura de um olho.

Page 62: Anatomia Artistica

O lábio superior é maior do que o inferior tendo a forma de um «M» achatado. O sulco central saliente do «M» (filtrum) avança um pouco como a proa de um barco (tubérculo). O lábio inferior é como um «W» largo. O sulco central reentrante do W envolve o tubérculo do lábio superior e as hastes laterais do «W» delimitam dois lóbulos elípticos.

Page 63: Anatomia Artistica

A expressividade do rosto reside

fundamentalmente nos olhos e na boca.

Nesta foto-montagem as cavidade orbitárias são preenchidas por bocas que gritam em sintonia com a boca

verdadeira.

Page 64: Anatomia Artistica

A boca, enquanto objecto figurativo com valor estético, foi sempre uma constante no mundo pictórico de Salvador Dali

DALI LIPS

Page 65: Anatomia Artistica

A orelha subdivide-se em quatro formas principais: o

rebordo exterior mais largo (hélice); o rebordo interior

(anti-hélice), a parte que protege o

canal auditivo (trago) e o lóbulo.

Page 66: Anatomia Artistica

Em altura podemos considerar a orelha dividida em três partes iguais: o terço superior - porção mais larga do pavilhão auricular acima do trago - em forma de concha; o terço médio correspondente ao trago; o terço inferior constituído pelo lóbulo carnudo da orelha. O rebordo interior (anti-hélice) divide-se, em cima, em dois, aparentando um «Y» arqueado de concavidade anterior.

Page 67: Anatomia Artistica

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EXPRESSÃO E MÍMICA

Professor Dr Mamede de Albuquerque

ANATOMIA DA FIGURA HUMANA

Page 68: Anatomia Artistica

Fr

TpSc

Op

Ol

ElsPz

Gz

MasBR

TlM

Músculosda cabeça humana

MIOLOGIA DA CABEÇA

Os músculos da cabeça humana são, na sua grande maioria, pares e simétricos e

dividem-se em duas classes:

os músculos da mastigação; os músculos da expressão.

Page 69: Anatomia Artistica

Músculosda cabeça humana

Masséter

Os músculos da mastigação

(temporal, masséter e

pterigoideus), como o próprio

nome indica, destinam-se

principalmente à mastigação.

São músculos de inserção

óssea e encontram-se nas

partes laterais da cabeça.

Temporal

Page 70: Anatomia Artistica

Músculosda cabeça humana

Fr

Op

Ol

ElsPz

Gz

R

TlM

B

Temporal

Masséter

Músculos da expressão Os músculos da expressão ou mímicos permitem os movimentos faciais, as pregas ou rugas de expressão (preocupação, pena, dor, riso, etc.). Têm normalmente uma inserção cutânea (face profunda da pele), por vezes entrelaçados com outros músculos. Deslocam a pele modificando os traços do rosto em caretas expressivas de diversos estados de alma. Contraem-se ou relaxam-se em complexos jogos de agonistas e antagonistas em fácies e expressões múltiplas e variadas.

Page 71: Anatomia Artistica

Músculosda cabeça humana

ORBICULARESCINÉTICA MUSCULAR DA EXPRESSÃO

No rosto humano, no estudo da Anatomia Artistica, destacam-se os dois músculos orbiculares (das pálpebras e dos lábios). Estes dois músculos tem uma função esfíncteriana porque quando se contraem fecham a abertura palpebral ou bucal. À volta dos orbiculares das pálpebras organizam-se o frontal, o supraciliar, o piramidal e o elevador do lábio e da asa do nariz. Á volta do orbicular dos lábios gravitam o elevador do lábio superior, o elevador do ângulo da boca, o pequeno zigomático, o grande zigomático, o bucinador, o risório e os músculos do mento. Estes músculos funcionam em relação aos orbiculares como as amarras à volta de uma jangada. Vamos estudá-los um por um, com alguma atenção, já que deles depende em grande parte o conhecimento teórico subjacente à capacidade técnica de desenhar perfeitamente a expresssão do rosto humano.

Page 72: Anatomia Artistica

O frontal é um músculo delgado, liso, que cobre o osso frontal, tendo os

seus feixes uma direcção vertical e misturando-se com o orbicular dos

olhos ao nível das sobrancelhas e com a aponevrose que cobre o crânio.

Page 73: Anatomia Artistica

O supraciliar é um pequeno músculo, de forma cónica, junto à

extremidade interna da sobrancelha, situando-se entre os dois frontais.

Está ligado ao osso frontal na sua extremidade interna e os seus feixes de

músculos sobem através do músculo frontal indo ligar-se à pele.

Page 74: Anatomia Artistica

Músculos da cabeça humana

PIRAMIDAL

Entre os dois supraciliares, na raiz do nariz, encontra-se um pequeno músculo chamado piramidal. Insere-se, em baixo, sobre o bordo inferior dos ossos próprios do nariz e sobre as cartilagens laterais. As suas fibras sobem daí para terminar na pele da região intersupraciliar, intrincando-se com as fibras do frontal. Antagonista deste, abaixa a pele desta região, levando à aproximação e ao abaixamento da cabeça das sobrancelhas dando ao rosto um carácter de grande dureza e tornando o fácies ameaçador.

Page 75: Anatomia Artistica

O frontal franze a testa em rugas horizontais e levanta as sobrancelhas e as pálpebras

superiores. O supraciliar contraído aproxima os sobrolhos e franze a pele na linha

média originando rugas verticais que aparecem na parte média da testa e no topo do

nariz.

Page 76: Anatomia Artistica

Os orbiculares das pálpebras enchem a frente da cavidade

orbitária e estão ligados à sua orla óssea.

À volta dos orbiculares das pálpebras

organizam-se o frontal, o supraciliar, o piramidal e o elevador do lábio e da

asa do nariz.

Page 77: Anatomia Artistica

Os orbiculares das pálpebras para além de abrir e fechar os olhos, movimento

que fazem sempre que necessário por reflexo, de maneira instintiva, intervêm em

quase todas as expressões do rosto humano. Estes músculos semicerram os olhos

no riso e na gargalhada, e enrugam as comissuras, acentuando os pés de galinha,

no sorriso.

Page 78: Anatomia Artistica

O Orbicular dos lábios é o centro do complexo mio-cutâneo

organizado à volta da boca que intervém em quase todas as

formas de expressão.

Lateralmente as suas fibras comissurais confundem-se com a extremidade anterior dos músculos bucinadores. Como esfíncter que é da cavidade bucal é antagonista de todos os músculos que tendem a afastar os lábios (bucinadores, zigomáticos, rizórios, musculos do mento, etc.).

Page 79: Anatomia Artistica

O Orbicular dos lábios é muito importante funcio-nalmente devido à sua capacidade de abrir e de fechar os lábios,

Page 80: Anatomia Artistica

Quando a parte mais interna do orbicular dos lábios se contrai isoladamente estreita o orifício bucal fazendo a "boca pequena".

Page 81: Anatomia Artistica

Quanto a parte mais externa do orbicular dos lábios se contrai os lábios são projectados para fora na acção de “fazer beicinho”.

Page 82: Anatomia Artistica

O elevador comum da asa do nariz e do lábio superior insere-se proximalmente no bordo interno da órbita e depois desce bifurcando-se, terminando distalmente na asa do nariz e na parte profunda do hemi-lábio superior perto da sua porção mediana.

Page 83: Anatomia Artistica

O elevador comum da asa do nariz e do lábio superior puxa para cima o lábio superior, dilatando e elevando ao mesmo tempo, a asa do nariz. A sua contracção eleva a parte mediana do hemi-lábio, enquanto as comissuras se conservam fixas. Eleva ainda a parte supero-externa do sulco naso-labial, rectificando-o.

Page 84: Anatomia Artistica

O elevador próprio do lábio superior puxa para cima a porção média do lábio superior. Funciona em sinergia com o elevador comum da asa do e do lábio superior nas expressões de aflição, de desgosto e de pranto.

Page 85: Anatomia Artistica

O grande zigomático estende-se da maçã do rosto (parte postero-externa da região malar) e avança em diagonal até aos cantos da boca.

É o músculo elevador oblíquo

externo da comissura labial

Page 86: Anatomia Artistica

O grande zigomático ao contrair-se aumenta a abertura bucal, repuxa a comissura labial para cima e para trás assim como o sulco naso-labial. Isto é, alarga a boca e eleva os seus ângulos, arrepanhando a bochecha que se torna mais subida e saliente. A juntar a tudo isto, acentua as rugas ou pés-de-galinha debaixo e nos cantos dos olhos o que completa a expressão hilariante da fisionomia. É o músculo do riso.

Page 87: Anatomia Artistica

O pequeno zigomático insere-se em cima, sobre a face externa do osso malar (algumas das suas fibras entrecruzam-se com as do orbicular das pálpebras) e vem terminar na espessura do hemi-lábio superior correspondente.

Este elevador do lábio superior é o

músculo do choro.

Page 88: Anatomia Artistica

O pequeno zigomático quando se contrai puxa para cima e para fora o meio do

hemi-lábio superior, modificando a sua curvatura

para expressar choro ou sentimentos de preocupação ou de dor (a sua contracção

eleva o hemi-lábio obrigando-o a descrever uma curva inversa da produzida pelo grande zigomático). De

igual modo o sulco naso-labial descreve, pela sua

acção, uma curva inversa da produzida pe1o grande

zigomático.

Page 89: Anatomia Artistica

O bucinador é um músculo chato, situado na espessura das bochechas e que continua lateralmente o orbicular dos lábios. Forma as paredes laterais da cavidade bucal. As suas fibras raiadas partem do ligamento pterigo-maxilar, rebordos alveolares superiores e inferiores (molares), para virem terminar, convergindo, na face profunda da pele da comissura dos lábios.

Page 90: Anatomia Artistica

A contracção do bucinador expulsa da boca o ar que enche as bochechas. Tal como o orbicular, o bucinador é mobilizado em actos funcionais, tais como soprar, assobiar, tocar instrumentos de sopro.

Page 91: Anatomia Artistica

O risório é um pequeno músculo que começa nas bochechas e vai acabar, horizontalmente, nos cantos da boca, puxando-os para fora quando entra em acção

Page 92: Anatomia Artistica

O triangular dos lábios está localizado nos dois lados da boca e tem a forma de um triângulo, cujo vértice superior se inicia quase nos cantos da boca. A sua base fixa-se ao

maxilar inferior, (terço anterior) um pouco mais abaixo que o quadrado do mento.

Page 93: Anatomia Artistica

O triangular dos lábios é um depressor do ângulo da boca puxando, quando se contrai, os cantos da boca para baixo, tornando a linha dos lábios côncava para baixo. A sua contracção puxa também para baixo a extremidade inferior do sulco naso-labial. Destas modificações faciais resulta uma expressão de tristeza, de desdém, de desprezo, ou até de desgosto

Page 94: Anatomia Artistica

O quadrado do mento insere-se na parte anterior do ramo horizontal do maxilar inferior. De lá, as suas fibras dirigem-se para cima para a face profunda da pele do lábio inferior.

Page 95: Anatomia Artistica

O quadrado do mento é um depressor do hémi-lábio inferior. É uma estrutura muscular

sinérgica do músculo triangular dos lábios nas expressões de tristeza, de

medo, de pena e de aflição.

Page 96: Anatomia Artistica

O músculo da borla do mento é um pequeno músculo que vai da fosseta do maxilar inferior à face profunda da pele do mento.

Page 97: Anatomia Artistica

A contração dos músculos do mento associada à contracção do piramidal, do tansverso do

nariz e do subcutâneo do pescoço exagera o carácter de ameaça dado por expressõesfaciais de raiva ou de cólera

intensas.

Page 98: Anatomia Artistica

O subcutâneo do pescoço é uma ampla estrutura muscular que está situada sobre as partes antero-laterais do pescoço. As suas fibras fixam-se, em baixo, na face profunda da pele que recobre o deltóide e a parte superior do grande peitoral. Elas dirigem-se para cima e para a frente para o maxilar inferior e vão fixar-se à pele que recobre o mento, o lábio inferior, a comissura dos lábios e a bochecha, entrecruzando-se sobre a linha mediana com as do subcutâneo do lado oposto, assim como com os músculos subcutâneos situados na parte inferior do rosto.

Page 99: Anatomia Artistica

O subcutâneo do pescoço é uma ampla estrutura muscular que está situada sobre as partes antero-laterais do pescoço. As suas fibras fixam-se, em baixo, na face profunda da pele que recobre o deltóide e a parte superior do grande peitoral. Elas dirigem-se para cima e para a frente para o maxilar inferior e vão fixar-se à pele que recobre o mento, o lábio inferior, a comissura dos lábios e a bochecha, entrecruzando-se sobre a linha mediana com as do subcutâneo do lado oposto, assim como com os músculos subcutâneos situados na parte inferior do rosto.