Anatomia e Biomecânica Da Articulação Do Joelho

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1.1 ANATOMIA E BIOMECNICA DA ARTICULAO DO JOELHOSegundo Dngelo e Fattini (2000) e Hoppenfeld (2001) a articulao do joelho, considerada uma das maiores e mais complexas estruturas da anatomia humana e segundo Magee (2002), suscetvel leso traumtica devido a sua localizao nas extremidades de dois longos braos de alavancas, a tbia e o fmur, que originam as articulaes tibiofemoral e patelofemoral, sendo que dependem dos ligamentos e msculos que o rodeiam para sua resistncia e estabilidade e no da sua configurao ssea.A articulao do joelho envolve trs ossos, o fmur, a tbia e a patela, onde oscndilos femorais se articulam com os da tbia e a face patelar recebe a patela quandomembro est fletido (DANGELO; FATTINI, 2000, p. 192).Kapandji (2000), descreve o joelho com uma articulao intermdia domembro inferior. , principalmente, uma articulao com s um grau de liberdade a flexo -extenso , que lhe permite aproximar ou afastar, mais ou menos, a extremidade do membro sua raiz, ou seja, regular a distncia do corpo com relao ao cho. O joelho trabalha,essencialmente, em compresso, pela ao da gravidade.Segundo o mesmo, o joelho possui um grau de liberdade, , e um grau acessrio, apresentando uma rotao sobre o eixo longitudinal da perna, que s ocorre quando a articulao est fletida. Quando o joelho est em extenso mxima possui grande estabilidade, sendo mais vulnervel a fraturas e rupturas ligamentares. Por outro lado, quando se encontra em flexo adquire grande mobilidade, o que importante na corrida e na orientao do p em relao a irregularidades do solo. Nesta posio torna-se mais suscetvel s leses ligamentares e meniscais.Segundo Tria (2002), os quatro ligamentos importantes no joelho so os dois colaterais e os dois cruzados. Os colaterais so particularmente importantes para a estabilidade medial e lateral do joelho, e os ligamentos cruzados esto localizados no centro da articulao do joelho e so importantes para a estabilidade ntero-posterior (AP) e rotacional do joelho.Conforme TRIA (2002), o ligamento colateral lateral muito menor e mais curto que o medial. Origina-se do cndilo femoral lateral na linha mdia do plano coronal dois e meio centmetro da linha articular e se dirige distal e posteriormente para a face posterior da poro proximal da cabea da fbula. O ligamento colateral medial o principal estabilizador da face medial do joelho. Este se origina do cndilo femoral medial no tubrculo adutor. STROBEL escreve no ano de 2000, que o ligamento colateral lateral um cordo redondo de cinco a sete centmetros de comprimento, que corre do cndilo femoral lateral em direo obliqua, caudal e posteriormente para a cabea da fbula. O ligamento colateral lateral tem exatamente a mesma orientao que o ligamento cruzado posterior, enquanto o trajeto ligamento colateral medial correspondente ao do ligamento cruzado anterior. Os ligamentos cruzados esto localizados no centro da articulao do joelho e so importantes para estabilidade antero-posterior(AP) e rotacional do joelho.Macnicol (2002, pg. 2) diz que a articulao do joelho sustentada por sua cpsula, pelos ligamentos e msculos circunjacentes, com a ajuda dos meniscos e da articulao patelofemoral. A configurao das superfcies articulares femoral e tibial est voltada principalmente para a sustentao do peso e o movimento de charneira (dobradia).De acordo com Palastanga, Field e Soames (2000,)No joelho, ambas as funes so executadas pela interao de ligamentos, msculos e movimentos complexos de deslizamento e rolamento nas superfcies articulares, no entanto, o grau relativamente pequeno de encaixamento das superfcies articulares que essencial para grande mobilidade, torna-se propenso a entorses e luxaes.A articulao do joelho permite a flexo e extenso no plano sagital com valor normal de 0o a 140o e algum grau de rotao interna e externa quando a articulao estflexionada, no sendo permitida qualquer rotao quando a articulao est em extensocompleta. Assim, as estruturas que no permitem essa rotao so a configurao ssea, a tenso dos ligamentos de sustentao e os meniscos. (CAMPBELL, 1996, p.1601).A patela um osso pequeno localizado dentro do tendo do quadrceps, apresentando sua face posterior articulada a trclea femoral. A patela apresenta duas facetas separadas por uma crista saliente que corresponde as vertentes da trclea femoral, sendo fixada aos cndilos femorais e tibiais atravs do retinculo lateral e mediais do tendo do quadrceps, e ligando o quadrceps tbia atravs do ligamento patelar localizado em sua poro infra-patelar.Calais-Germain (1992, p. 224),Segundo Lippert (2003, p.206), a patela tem como principais funes: aumentar a vantagem mecnica do msculo quadrceps e proteger a articulao do joelho.Durante a flexo do joelho, a patela desliza caudalmente ao longo da linha intercondiliar, com a extenso ocorre deslizamento no sentido cranial. A restrio domovimento patelar interfere na amplitude de movimento da articulao (KISNER;COLBY, 1998, p. 408).Nos primeiros 20 de flexo de joelho no h contato entre a patela e o fmur, entoo tero distal da patela faz contato entre 20 e 30. Aos 45 o tero mdio da patela contata com o fmur e em 90 a poro proximal da patela faz contato. Finalmente em flexo completa as facetas irregulares se comunicam (PLACZEK; BOYCE, 2004, p.495)

1.1.1 Estruturas Musculares Os msculos que passam pela articulao do joelho podem ser divididos nos que atravessam a articulao anterior e posteriormente. Os msculos anteriores so: o sartorio que atua na flexo de joelho e promove a rotao medial da perna; quadrceps femoral que e composto pelo reto femoral, vasto medial, vasto lateral e vasto intermdio, que atuam na extenso do joelho e msculo articular do joelho que tem funo de puxar a cpsula durante a movimentao do joelho para evitar seu pinamento entre os ossos. Os msculos posteriores so: o bceps femoral que atua na flexo do joelho; semitendneo, semimembranaceo, gracil e poplteo que promovem a flexo de joelho e a rotao medial da perna; tensor da fascia lata que atua na extenso do joelho enquanto o trato se encontrar anterior ao condilo femoral lateral (10o a 15 o de flexo), apos o trato passar para a posio posterior ao condilo femoral lateral (alem de 10o a 15o) torna-se um flexor da articulao do joelho; gastrocnemio que atua na flexo de joelho e com o p apoiado atua como extensor do joelho e plantar que auxilia durante a flexo do joelho (BEHNKE, 2004).Segundo Kapandji (2000, p.146), o quadrceps trs vezes mais potente que seuantagonista devido necessidade da sua interveno enrgica durante a flexo da pernaapoiada ao solo. Alm disso, afirma que o vasto medial mais potente que o lateral para se opor tendncia que a patela tem de luxar-se para fora. E ainda, coloca que o reto anterior da coxa devido ao fato de ser um msculo biarticular tem sua eficcia como extensor do joelho dependente do posicionamento do quadril. O tensionamento dos isquitibiais pela flexo de quadril aumenta a sua eficcia como flexor do joelho, e que durante a extenso do quadril os isquiotibiais vo perdendo a sua eficcia, sendo auxiliados pelos msculos monoarticulares do joelho, que conservam a mesma eficcia independentemente da posio do quadril.

1.1.2 MeniscosOs meniscos so estruturas constitudas por fibras colgenas, o medial em forma de C e o lateral em forma de O, esto dispostas longitudinalmente na periferia meniscal que se ancora na tibia, e, de forma radial que partem do rim meniscal se estendendo da zona livre do menisco ate sua margem central (HEBERT, 2003).Os meniscos so compostos de celulas e matriz extracelular de colgeno,proteoglicanos, glicoproteinas e elastina (BOYCE, 2004).Os meniscos tem como funo: Aumentar a congruncia entre as superfcies articulares do fmur e da tibia. Participar na sustentao de peso atravs da articulao. Atuar como amortecedor; ajudar na lubrificacao e participar no mecanismo destrancamento.Os meniscos so responsveis por carregar 50 a 60% da carga compressiva atravs do joelho. Em 90 o de flexo do joelho, a porcentagem de carga que os meniscos aguentam aumenta para 85% (PLACZEK E BOYCE, 2004). Do mesmo modo que os meniscos acompanham o movimento do femur em relao a tbia, eles tambm sofrem considervel distoro durante seu movimento (PALASTANGA, FIELD E SOAMES,2000).

1.3 LIGAMENTOS EXTRACAPSULARES De acordo com Dngelo e Fattini (2000), os ligamentos extracapsulares so os ligamentos colaterais mediais e laterais. O ligamento colateral medial se origina no epicndilo medial do fmur e se insere na face ntero medial da tbia, e sua superfcie profunda esta contactada a cpsula articular e menisco medial. O ligamento colateral lateral se origina no epicndilo lateral do fmur estendendo-se at a cabea da fbula.