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Vitaminas: Vitamina E: Principal antioxidante lipossolúvel no organismo, a vitamina E está relacionada com a resposta imunológica. Reduz a liberação de PGE2 e modula a produção de citocinas, auxiliando a imunidade humoral e celular. Vitamina C: Influencia o Sistema Imunológico por meio da estimulação da atividade leucocitária, da produção de Interferon, da integridade das mem- branas e da população de linfócitos. Os glóbulos brancos são responsáveis por eliminar microrganismos invasores, preci- sando de concentrações altas de vitamina C para seu funcio- namento adequado. Assim como a Vitamina E, possui amplo poder neutralizador de radicais livres. Ácido fólico: Sua deficiência afeta a resposta celular (produção de linfócitos T e B) e humoral (imunoglobulinas). Extratos Vegetais Específicos: Existem diversas substâncias oriundas de plantas que combinam dife- rentes princípios ativos e promovem função de imunomodulação, antioxidante, anticancerígena e outras (TURNER et al., 2002; MILLER, 2005). Segundo FORLENZA (2003), a ação combinada de princípios ati- vos específicos presentes em extratos vegetais podem promover o incremento do suprimento sangüíneo cerebral pela vasodilatação e redução da viscosidade do sangue, além de reduzir a densidade de radicais livres de oxigênio nos tecidos nervosos. Os extratos de plantas podem apresentar pigmentos que inibem a formação de colônias de câncer, ou podem possuir ação antiviral, hipocolesterolêmica, antioxidante, hepa- toprotetora, antialérgica e imunorreguladora, melhorando a função do macrófago (ZHANG et al., 2001). Conclusão Pode-se afirmar, assim, que a nutrição afeta diretamente o funcionamento do sistema imune. A produção de linfócitos B e T, macrófagos, células NK, neutrófilos e mastócitos está intrinsecamente relacionada com o aporte dietético de certos nutrientes. Já os anticorpos (imunidade humoral), que são produzidos pelos linfócitos B, também podem ter sua produção incrementada de acordo com os nutrientes provenientes da dieta; são eles os compostos que protegem o organismo contra doenças infecciosas após as vacinações. Ainda, há de se ressaltar a forte ação antioxidante de determinados componentes que, além de interferirem positivamente na resposta imune, promovem a neutralização dos radicais livres, os quais estão envolvidos com envelhecimento, dano e morte celular. Boletim Técnico Versão: Março/08 A complexidade do sistema imunológico mostra que uma variedade de nutrientes são essenciais para que este sistema trabalhe de forma eficaz. Pesquisas de- monstram que os nutrientes exercem seus efeitos influenciando células individuais do sistema imuno- lógico a responder de maneira adequada aos desa- fios impostos aos organismos por diversos fatores. Segundo FERREIRA & SOUZA (2005), o conceito de Imunonutrição, onde suplementos com nutrientes es- peciais ou em doses diferenciadas influenciam fun- ções orgânicas como imunidade, reprodução e fun- ção cardíaca, entre outras, tem sido estudado já há algum tempo. SPINOSA et al. (1999) relatam que desnutrição, defi- ciências ou carências nutricionais são responsáveis pelo enfraquecimento do Sistema Imunológico. Isso ocorre devido à diminuição da secreção e afinidade dos anticorpos por seus antígenos; diminuição da imunidade mediada por células; diminuição na pro- dução de diversos tipos de linfócitos; diminuição da síntese de proteínas do sistema complemento; e da diminuição da função fagocitária. Além das ações di- retas de células especializadas e anticorpos, as de- fesas do organismo também são influenciadas pela ação de substâncias com ação antioxidante, as quais são extremamente dependentes do funcionamen- to metabólico e da alimentação. Estas substâncias antioxidantes têm a função de neutralizar o estres- se oxidativo gerado durante exercícios, ferimentos, doenças, presença de alérgenos, etc, bloqueando a oxidação dos fosfolipídeos e proteínas essenciais às membranas celulares. Segundo KUSS (2005), os antioxidantes representam a defesa dos organismos contra as espécies reativas de oxigênio, podendo ser divididos em dois tipos prin- cipais: os não enzimáticos e os enzimáticos. Danos no DNA (unidades arbitrárias) Controle Complexo de antioxidantes Endógeno Exógeno 400 300 200 100 Cães suplementados com vários antioxidantes por 2 meses, mostrando uma diminuição dos danos causados pelo estresse oxidativo (HEATON et al, 2000). Nutrientes e o sistema imune B o l e t i m T é c n i c o Referências Bibliográficas: BENGMARK, S. Prospect for a new and rediscovered form of therapy: Probiotics and phage. In: Fighting infection. Blackwells, London, pp 97-132, 2000. CRISPIM, J.C.O; MEDEIROS, A.C; SALES, V.S.F. Proteção pela glucana em modelo experimental de sepse. Acta Cir Bras [serial online] 2004 Maio- Jun;19(3). Disponível em URL: http://www.scielo.br/acb. DE SÁ, R.M. Concentração de beta-glucanas nas diferentes etapas do processamento da aveia. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, SP, 18(4): 425-427, 1998. FORLENZA, O.V. Ginkgo biloba e memória: mito ou realidade? Rev. psiquiatr. clín. vol.30 no.6 São Paulo 2003. GRIMBLE, R.F. Immunonutrition. Curr Opin Gastroentero 21(2):216-22, 2005. HEATON, P.R ; REED, C.F; MANN, S.J; RANSLEY, R; STEVENSON, J; CHARLTON, C.J; SMITH, B.H.E; HARPER, J; RAWLINGS, J.M. Role of Dietary Antioxi- dants to Protect against DNA Damage in Adult Dogs. American Society for Nutritional Sciences, 2000. KIMURA, Y. Antitumor and antimetastatic actions of eicosapentaenoic acid ethylester and its by-products formed during accelerated stability testing. Cancer Sci. v. 7, n. 96, p. 441-450, 2005. KUSS, F. Agentes oxidantes e Antioxidantes. Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no primeiro semestre de 2005. MILLER, S.C. Echinacea: a Miracle Herb against Aging and Cancer? Evidence In vivo in Mice. Department of Anatomy and Cell Biology, McGill University Montreal, Quebec, Canada. Pp. 309-314. eCAM 2005 2(3):309-314. TAKAHASHI, H. Association of immunological disorders in lethal side effect of NSAIDs on beta-glucan-administered mice. FEMS Immunol Med Microbiol. 2001. TURNER, J.L; DRITZ, S.S. Effects of a Quillaja saponaria extract on growth performance and immune function of weanling pigs challenged with Salmonella typhimurium. Journal of Animal Science, 2002. 80:1939-1946. SENA, K.C.M; PEDROSA, L.F. Efeitos da suplementação com zinco sobre o crescimento, sistema imunológico e diabetes. Rev. Nutr, Campinas, 18(2): 251-259, mar./abr., 2005. SANTOS, A.S.S. Nutrição e sistema imunológico. Disponível em URL: http://www.nutrociencia.com.br. SWANSON, K.S ; GRIESHOP, C.M; FLICKINGER, E.A; BAUER, L.L; HEALY, H.P; DAWSON, K.A; MERCHEN, N.R; FAHEY, G.C. Supplemental Frutooligosa- charides and Mannaologosaccharides Influence Immune Function, Ileal and Total Tract Nutrient Digestibilities, Microbial Populations and Concentrations of Protein Catabolites in the large bowel of dogs. The American Society for Nutritional Sciences J. Nutr. 132:1717S-1719S, June 2002. ZHANG, H.Q.; LIN, A.P.; SUN, Y.; DENG, Y.M. Chemo- and radio-protective effects of polysaccharide of Spirulina platensis on hemopoietic system of mice and dogs. Acta Pharmacology Science. 2001 Dec;22(12):1121-4. Apoio Anclivepa_2008_Nutralogic.indd 1 16/4/2008 19:24:09

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Vitaminas:

• Vitamina E: Principal antioxidante lipossolúvel no organismo, a vitamina E está

relacionada com a resposta imunológica. Reduz a liberação de PGE2 e modula a

produção de citocinas, auxiliando a imunidade humoral e celular.

• Vitamina C: Influencia o Sistema Imunológico por

meio da estimulação da atividade leucocitária, da

produção de Interferon, da integridade das mem-

branas e da população de linfócitos. Os glóbulos brancos são

responsáveis por eliminar microrganismos invasores, preci-

sando de concentrações altas de vitamina C para seu funcio-

namento adequado. Assim como a Vitamina E, possui amplo

poder neutralizador de radicais livres.

• Ácido fólico: Sua deficiência afeta a resposta celular (produção

de linfócitos T e B) e humoral (imunoglobulinas).

• Extratos Vegetais Específicos: Existem diversas substâncias oriundas de plantas que combinam dife-

rentes princípios ativos e promovem função de imunomodulação, antioxidante, anticancerígena e outras

(TURNER et al., 2002; MILLER, 2005). Segundo FORLENZA (2003), a ação combinada de princípios ati-

vos específicos presentes em extratos vegetais podem promover o incremento do suprimento sangüíneo

cerebral pela vasodilatação e redução da viscosidade do sangue, além de reduzir a densidade de radicais

livres de oxigênio nos tecidos nervosos. Os extratos de plantas podem apresentar pigmentos que inibem a

formação de colônias de câncer, ou podem possuir ação antiviral, hipocolesterolêmica, antioxidante, hepa-

toprotetora, antialérgica e imunorreguladora, melhorando a função do macrófago (ZHANG et al., 2001).

ConclusãoPode-se afirmar, assim, que a nutrição afeta diretamente o funcionamento do sistema imune. A produção

de linfócitos B e T, macrófagos, células NK, neutrófilos e mastócitos está intrinsecamente relacionada com

o aporte dietético de certos nutrientes. Já os anticorpos (imunidade humoral), que são produzidos pelos

linfócitos B, também podem ter sua produção incrementada de acordo com os nutrientes provenientes da

dieta; são eles os compostos que protegem o organismo contra doenças infecciosas após as vacinações.

Ainda, há de se ressaltar a forte ação antioxidante de determinados componentes que, além de interferirem

positivamente na resposta imune, promovem a neutralização dos radicais livres, os quais estão envolvidos

com envelhecimento, dano e morte celular.

Boletim Técnico

Vers

ão: M

arço

/08

A complexidade do sistema imunológico mostra que

uma variedade de nutrientes são essenciais para que

este sistema trabalhe de forma eficaz. Pesquisas de-

monstram que os nutrientes exercem seus efeitos

influenciando células individuais do sistema imuno-

lógico a responder de maneira adequada aos desa-

fios impostos aos organismos por diversos fatores.

Segundo FERREIRA & SOUZA (2005), o conceito de

Imunonutrição, onde suplementos com nutrientes es-

peciais ou em doses diferenciadas influenciam fun-

ções orgânicas como imunidade, reprodução e fun-

ção cardíaca, entre outras, tem sido estudado já há

algum tempo.

SPINOSA et al. (1999) relatam que desnutrição, defi-

ciências ou carências nutricionais são responsáveis

pelo enfraquecimento do Sistema Imunológico. Isso

ocorre devido à diminuição da secreção e afinidade

dos anticorpos por seus antígenos; diminuição da

imunidade mediada por células; diminuição na pro-

dução de diversos tipos de linfócitos; diminuição da

síntese de proteínas do sistema complemento; e da

diminuição da função fagocitária. Além das ações di-

retas de células especializadas e anticorpos, as de-

fesas do organismo também são influenciadas pela

ação de substâncias com ação antioxidante, as quais

são extremamente dependentes do funcionamen-

to metabólico e da alimentação. Estas substâncias

antioxidantes têm a função de neutralizar o estres-

se oxidativo gerado durante exercícios, ferimentos,

doenças, presença de alérgenos, etc, bloqueando a

oxidação dos fosfolipídeos e proteínas essenciais às

membranas celulares.

Segundo KUSS (2005), os antioxidantes representam

a defesa dos organismos contra as espécies reativas

de oxigênio, podendo ser divididos em dois tipos prin-

cipais: os não enzimáticos e os enzimáticos.

Dano

s no

DNA

(uni

dade

s ar

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rias)

Controle

Complexo de antioxidantes

Endógeno Exógeno

400

300

200

100

Cães suplementados com vários antioxidantes por 2 meses, mostrando uma diminuição dos danos causados pelo estresse oxidativo (HEATON et al, 2000).

Nutrientes e osistema imune

B o l e t im Técn i co

meio da estimulação da atividade leucocitária, da

produção de Interferon, da integridade das mem-

• Vitamina C

meio da estimulação da atividade leucocitária, da

produção de Interferon, da integridade das mem-

• Ácido fólico

de linfócitos T e B) e humoral (imunoglobulinas).

Referências Bibliográficas:

BENGMARK, S. Prospect for a new and rediscovered form of therapy: Probiotics and phage. In: Fighting infection. Blackwells, London, pp 97-132, 2000.

CRISPIM, J.C.O; MEDEIROS, A.C; SALES, V.S.F. Proteção pela glucana em modelo experimental de sepse. Acta Cir Bras [serial online] 2004 Maio-Jun;19(3). Disponível em URL: http://www.scielo.br/acb.

DE SÁ, R.M. Concentração de beta-glucanas nas diferentes etapas do processamento da aveia. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, SP, 18(4): 425-427, 1998.

FORLENZA, O.V. Ginkgo biloba e memória: mito ou realidade? Rev. psiquiatr. clín. vol.30 no.6 São Paulo 2003.

GRIMBLE, R.F. Immunonutrition. Curr Opin Gastroentero 21(2):216-22, 2005.

HEATON, P.R ; REED, C.F; MANN, S.J; RANSLEY, R; STEVENSON, J; CHARLTON, C.J; SMITH, B.H.E; HARPER, J; RAWLINGS, J.M. Role of Dietary Antioxi-dants to Protect against DNA Damage in Adult Dogs. American Society for Nutritional Sciences, 2000.

KIMURA, Y. Antitumor and antimetastatic actions of eicosapentaenoic acid ethylester and its by-products formed during accelerated stabilitytesting. Cancer Sci. v. 7, n. 96, p. 441-450, 2005.

KUSS, F. Agentes oxidantes e Antioxidantes. Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no primeiro semestre de 2005.

MILLER, S.C. Echinacea: a Miracle Herb against Aging and Cancer? Evidence In vivo in Mice. Department of Anatomy and Cell Biology, McGill University Montreal, Quebec, Canada. Pp. 309-314. eCAM 2005 2(3):309-314.

TAKAHASHI, H. Association of immunological disorders in lethal side effect of NSAIDs on beta-glucan-administered mice. FEMS Immunol Med Microbiol. 2001.

TURNER, J.L; DRITZ, S.S. Effects of a Quillaja saponaria extract on growth performance and immune function of weanling pigs challenged with Salmonella typhimurium. Journal of Animal Science, 2002. 80:1939-1946.

SENA, K.C.M; PEDROSA, L.F. Efeitos da suplementação com zinco sobre o crescimento, sistema imunológico e diabetes. Rev. Nutr, Campinas, 18(2): 251-259, mar./abr., 2005.

SANTOS, A.S.S. Nutrição e sistema imunológico. Disponível em URL: http://www.nutrociencia.com.br.

SWANSON, K.S ; GRIESHOP, C.M; FLICKINGER, E.A; BAUER, L.L; HEALY, H.P; DAWSON, K.A; MERCHEN, N.R; FAHEY, G.C. Supplemental Frutooligosa-charides and Mannaologosaccharides Influence Immune Function, Ileal and Total Tract Nutrient Digestibilities, Microbial Populations and Concentrations of Protein Catabolites in the large bowel of dogs. The American Society for Nutritional Sciences J. Nutr. 132:1717S-1719S, June 2002.

ZHANG, H.Q.; LIN, A.P.; SUN, Y.; DENG, Y.M. Chemo- and radio-protective effects of polysaccharide of Spirulina platensis on hemopoietic system of mice and dogs. Acta Pharmacology Science. 2001 Dec;22(12):1121-4.

Apoio

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Boletim Técnico

• Antioxidantes Não Enzimáticos são os compostos exógenos normalmente provenientes da alimentação. Seus principais representantes incluem as vitaminas A e E, Beta-caroteno, vitamina C, zinco, cobre, selênio, magnésio, e bioflavonóides (derivados de extratos de plantas).• Antioxidantes Enzimáticos são substâncias produzidas pelo próprio organismo animal e encontram-se presentes em pequenas quantidades, inibindo ou retardando o processo de oxidação. Estas substâncias estão representadas por Superóxido dismutase, Catalase e Glutationa Peroxidase.Em estudo realizado por HEATON et al. (2000), ficou demonstrado que o uso oral de substâncias antioxidantes em animais (Gráfico 1) é capaz de reduzir os efeitos oxidativos endógenos e exógenos sofridos pelo DNA celular.

• Ácido Linolênico (Ω3) e Ácido Linoleico (Ω6): KIMURA (2005)

mostra que a ação destes ácidos graxos pode reverter quadros de reci-

divas e ações de radicais livres, pois apresentam propriedades anti-me-

tastáticas e antiinflamatórias devido à inibição da angiogenêse e estímulo de

vários componentes do sistema imunológico.

• Beta-caroteno: é também designado pró-Vitamina A, por ser um dos muitos ca-

rotenóides precursores da mesma. Segundo DE SÁ (1998), há evidências de que

o beta-caroteno influencia positivamente a proliferação e a atividade de células

do sistema imunológico, atuando como antioxidante e protegendo a membrana

celular contra o ataque de radicais livres e de peróxidos, além de regular a

imunidade celular e humoral.

Em outro estudo, cujo objetivo era verificar a função do beta-caroteno como

imunoestimulante através de análises da proliferação de linfócitos, subpopulações

de leucócitos, concentração de interleucina-2 e imunoglobulinas IgG e IgM, CHEW et al.

(2000) demonstraram que os animais suplementados com beta-caroteno inicialmente tiveram as concentrações

plasmáticas de imunoglobulinas elevadas e apresentaram maiores taxas de células CD4+, assim como a con-

Boletim Técnico

Entre as substâncias com atividades antioxidantes e imunomoduladoras, podemos destacar:

• Beta-Glucano: CRISPIM et al. (2004) têm descrito que o Beta-Glucano é uma substância imunoestimulante,

um polissacarídeo composto de unidades de glicopiranoses unidas por ligações glicosídicas de alto peso mo-

lecular, extraído da parede celular interna do fungo Saccharomyces cerevisiae. Este polissacarídeo apresenta

uma ampla e potente atividade sobre o sistema reticuloendotelial (SRE). Sua administração está associada a um

estado de hiperfagocitose e hipertrofia de órgãos reticuloendoteliais, devido ao aumento no tamanho e número

dos macrófagos. Em outro estudo, TAKAHASHI (2001) mostrou que o Beta-Glucano modula a resposta imune,

especialmente a quimiotaxia dos macrófagos e neutrófilos, sem apresentar efeito tóxico para os animais envol-

vidos.

• Arginina: A arginina é um importante imunonutriente, apresentando tanto efeito benéfico como efeitos ad-

versos. O efeito benéfico é obtido na enterocolite necrótica, enquanto que o efeito adverso é observado em

pacientes com septicemia. Arginase e ácido nítrico sintetase competem pela arginina dentro da célula imune e

desempenham um papel pivô durante a infecção clínica (GRIMBLE, 2005). Segundo SANTOS (2003), a arginina

também tem papel importante no crescimento e na função dos linfócitos T. Além disso, uma substância formada

a partir da arginina, o óxido nítrico (NO), induz a ação de várias células de defesa, combatendo infecções cau-

sadas por vírus, bactérias, fungos, protozoários e vermes.

Minerais:

• Selênio: Importante antioxidante, atua no metabolismo de energia das cé-

lulas fagocitárias. Possui ação imunorregulatória, induzindo a produção

de Interferon (IFN), Fator de Necrose Tumoral (TNF) e Interleucinas,

além de elevar a atividade citotóxica das células NK.

• Zinco: Sua deficiência pode atrofiar o timo, elevar a frequ-

ência de infecções virais, bacterianas e fúngicas, reduzir a

atividade das células NK, reduzir a atividade fagocitária de

macrófagos e as funções dos neutrófilos (SENA & PEDRO-

SA, 2005).

• Cobre: Está envolvido na estrutura das imunoglobulinas

(Ig). Sua deficiência pode causar um defeito básico em Lin-

fócitos-T, o qual eleva a suscetibilidade a infecções.

Boletim Técnico

Tabela 1: Características imunológicas dos cães suplementados com MOS e/ou FOS (SWANSON et al., 2002).

1. Values are means. n = 42. Only one comparison was statistically significant: MOS vs. C for lyinphocyte, % P = 0.049.3 SEM, pulled SEM.4. WBC, white blood cell.5. Percentage of total white blood cells.6. IgA, immunoglobulin A.7. IgG, immunoglobulin G.8. IgM, immunoglobulin M.9. Milligrams IgA/g Ileal dry matter.10. Milligrams IgA/g Ileal crude protein.

Immune characteristiques of dogs suplemented whithfructooligosaccharides (FOS) and/or mannanoligosaccharides (MOS)1,2

Iten Control FOS MOS F+M SEM3

Total WBC, 4 103/ µl 12.09 11.91 11.05 11.16 1.04Neutrophil, %5 70.13 66.98 66.03 70.00 2.63Lynphocyte %5 15.55 16.80 20.40 17.75 1.39Serum IgA,6 mg/dL 19.25 21.25 23.25 23.00 1.64 Serum IgG,7 mg/dL 1251.25 1106.00 1178.28 1174.25 75.59Serum IgG,8 mg/dL 79.75 86.25 81.00 87.00 5.25Ileal IgA, mg/g DM9 3,40 3.91 4.03 4.90 0.46Ileal IgA, mg/g CP10 8.22 9.74 9.77 12.22 1.17

Treatment

tastáticas e antiinflamatórias devido à inibição da angiogenêse e estímulo de

vários componentes do sistema imunológico.

é também designado pró-Vitamina A, por ser um dos muitos ca-

imunoestimulante através de análises da proliferação de linfócitos, subpopulações

CHEW et al

centração plasmática da imunoglobulina IgG, o que está de acordo com os resultados obtidos por MASSIMINO et al.

(2003) em estudos semelhantes.

• Manano-oligossacarídeos (MOS): Ingrediente alimentar não digerível que apresenta a capacidade de modular o

sistema imunológico e a microflora intestinal. Liga-se a uma ampla variedade de micotoxinas e preserva a integridade

da superfície de absorção intestinal, bloqueando a aderência das bactérias patogênicas ao ocupar os sítios das células

epiteliais da mucosa intestinal. SWANSON (2002) realizou um estudo com cães suplementados com MOS e/ou FOS e

provou que a introdução destes elementos na dieta tem a capacidade de aumentar os níveis de IgA ileal (Tabela 1), suge-

rindo uma maior capacidade imune no local e uma melhor proteção contra a ação de microorganismos patogênicos.

• Saccharomyces cerevisiae: Atua por competição no trato intestinal, favorecendo o au-

mento da população das bactérias benéficas presentes naturalmente no intestino dos ani-

mais e reduzindo o número de bactérias potencialmente patogênicas.

A parede celular da Saccharomyces cerevisiae contém altas concentrações de beta-1,3-

glucana disponível. A beta-1,3-glucana é de grande importância para o animal devido a

sua capacidade de proteção de bactérias benéficas, responsáveis pelo bom funcionamento

do intestino. Com isso, propicia um aumento da população desses microorganismos e evita

o surgimento de doenças relacionadas à fixação dos microorganismos potencialmente patogêni-

cos na mucosa intestinal. Este crescimento benéfico das bactérias é importante, pois, cerca de 70 a 80 % das células

produtoras de imunoglobulinas (Ig) estão no trato gastrintestinal e mais de 60% da produção diária total de imunoglo-

bulinas são de IgA intestinal (BENGMARK, 2002).

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