ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS · 2018-07-28 · tenacidade (LIBERATO, 1914, Vol. II, p. 32-34). A data...

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1 ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR Herói Nacional André Vidal de Negreiros (TAVARES, 1910). [...] Religioso como um santo instituio perto de Guayanna a capella da Senhora do Desterro, attribuindo a intercessão dessa santa as victorias alcançadas contra os hollandezes. [...]. (MOREIRA DE AZEVEDO, 1861, p.9). Os nossos pais e bem assim os nossos professores falavam sobre a figura histórica de André Vidal de Negreiros, nascido em 1606, natural do Engenho São João (um antigo engenho construído em terras da atual Usina São João Santa Rita e atualmente só restam às ruínas do engenho e sua capela conhecida como a “capela do barão”), Capitania da Paraíba, filho de Francisco Vidal de Negreiros e de Catarina Ferreira, considerado um dos principais lideres da restauração das capitanias do Rio Grande do Norte, da Paraíba e Pernambuco, dentre outras que ficaram sujeitas ao domínio

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ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

Herói Nacional

André Vidal de Negreiros (TAVARES, 1910).

[...] Religioso como um santo instituio perto de Guayanna a capella da Senhora do Desterro, attribuindo a intercessão dessa santa as victorias alcançadas contra os hollandezes. [...]. (MOREIRA DE AZEVEDO, 1861, p.9).

Os nossos pais e bem assim os nossos professores falavam sobre a

figura histórica de André Vidal de Negreiros, nascido em 1606, natural do

Engenho São João (um antigo engenho construído em terras da atual Usina

São João – Santa Rita e atualmente só restam às ruínas do engenho e sua

capela conhecida como a “capela do barão”), Capitania da Paraíba, filho de

Francisco Vidal de Negreiros e de Catarina Ferreira, considerado um dos

principais lideres da restauração das capitanias do Rio Grande do Norte, da

Paraíba e Pernambuco, dentre outras que ficaram sujeitas ao domínio

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holandês, bem como é considerado como a alma da restauração, tendo em

vista ser o homem que jamais se curvou ao medo e muito menos as

conveniências, nunca correu mesmo diante do poderio inimigo apesar de que

muitas vezes foi quase esmagado, conforme Pinto citado por Silva (2006, p.

160). Sua bravura e ou fama correu mundo e é reconhecida no texto da carta

do Padre Antônio Vieira enviada ao Rei D. João IV, escrita na Capitania do

Pará em, 6 de dezembro de 1655, onde afirma que tem V. M. mui poucos nos

seus reinos que sejam como André Vidal; eu o conhecia pouco mais que de

vista e fama [...] pelo que toca ao serviço de V. M. (de que nem ainda cá me

posso esquecer) digo a V.M. que está André Vidal perdido no Maranhão, e que

não estivera a Índia perdida se V.M. lha entregara.(VIEIRA, 2003, p. 455-456).

Portanto, sem sombra de dúvidas ele é considerado a alma da

restauração do Brasil no enfrentamento e expulsão dos holandeses e nasceu

no Engenho São João (nas imediações do Engenho Central e atual Usina São

João, cujas terras eram de seus pais), de onde partiu no século XVII na então

Parahyba do Norte para transformar-se no herói nacional de nossos dias. É um

dentre os grandes filhos do solo santaritense, paraibano e brasileiro. É

importante mencionar de que o Herói brasileiro e súdito português nascido no

engenho São João, Capitania da Paraíba, Brasil, chefe e inspirador da

insurreição pernambucana contra a colonização holandesa no Brasil (1624-

1654). Alistou-se para combater os holandeses e lutou contra esses europeus

quando da invasão de Salvador na Bahia (1624). Após oito anos em Portugal e

Espanha, voltou ao Brasil para lutar contra o governo do príncipe holandês

Maurício de Nassau, instalado em Pernambuco e capitanias vizinhas. Voltou a

se envolver no conflito participando de todas as fases da Insurreição

Pernambucana (1645-1654), quando mobilizou tropas e meios nos sertões

nordestinos. Considerado um dos melhores soldados de seu tempo, tomou

parte, com grande bravura, em quase todos os combates contra os

holandeses. Foi nomeado Mestre-de-Campo, notabilizando-se no comando de

um dos Terços do Exército Patriota, nas duas batalhas dos Guararapes (1648 /

1649) ao lado de João Fernandes Vieira, Henrique Dias e Filipe Camarão.

Nassau ofereceu dois mil florins por sua cabeça, e ele respondeu com uma

oferta de seis mil cruzados pela cabeça do conde holandês. Herói do combate

da Casa Forte, entrou em Recife com seus companheiros e, após a rendição

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final dos holandeses (1654), foi escolhido para levar a Lisboa a notícia da

vitória e expulsão dos holandeses ao rei D. João IV (1640-1656). Foi

condecorado e nomeado governador-geral e Capitão-Geral da Capitania do

Maranhão e do Grão-Pará (1655-1657). Depois foi governador da Capitania de

Pernambuco (1657-1661 / 1667) e de Angola, na África (1661-1666). Morreu no

Engenho Novo da Vila de Goiana, Pernambuco, atual Estado de Pernambuco.

Na verdade, a alegada expulsão definitiva dos holandeses de Pernambuco

(1654), que fora a região mais rica do mundo colonial português com sua

exportação de centenas de milhares de arrobas de açúcar, não terminou com

esta pontual vitória militar. Para que os holandeses não retomassem suas

idéias colonizadoras no território brasileiro, foi assinado um tratado de paz

bilateral em Haia (1661), em que Portugal teve que pagar à Holanda, 4 milhões

de cruzados de indenização, além de entregar o Ceilão e as ilhas Molucas para

o governo holandês. (BIOGRAFIA(S), 2016).

O certo é que em 1637, em excursão contra os holandeses na

Parahyba, ele foi ferido no peito por uma chuchada, contando então com trinta

(30) anos de idade. Vale salientar de que abraçou a carreira das armas, não

por interesse meramente material, mas por acendrado patriotismo, em 1625,

justamente, quando se deu o primeiro assalto dos holandeses à Bahia ele foi

elevado de simples soldado recruta ao posto de alferes, exercendo, porém, a

profissão militar a sua própria custa. Os historiadores afirmam que ele era um

homem rico. A história pátria menciona de que na heróica resistência de

Pernambuco, chefiada por Martins de Albuquerque, sem felicidade, distinguiu-

se como capitão ajudante, sempre foi grande na bravura e invencível na

tenacidade (LIBERATO, 1914, Vol. II, p. 32-34).

A data certa do nascimento de André Vidal de Negreiros é incerta,

havendo portanto, divergências neste sentido. Quanto ao fato da história

mencionar de que ele era filho do Engenho São João, na Capitania da Paraíba,

tal afirmativa é contestada porque

André Vidal de Negreiros apareceu em Recife, sob o pretexto

transparentemente frágil de dizer adeus ao velho pai, que era

um pobre carpinteiro da Paraíba, a quem estava ele tão

ansioso de rever quanto eu estaria de ver o rei do Congo.

(BOXER, 1961, p. 228).

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A sociedade no século XVII, época do nascimento, epopeia e falecimento

de André Vidal de Negreiros não era diferente da atual em termos de classes

sociais e preconceitos diversificados, de modo que a fonte histórica

mencionada nos informa que o pai dele era um velho carpinteiro e morador da

Paraíba, todavia existem relatos que o pai dele tinha um engenho e o titulo de

nobreza de cavaleiro da Ordem de Cristo e vinte mil réis de pensão (COSTA,

1952, vol.3, p.447). Portanto, assim sendo, cai por terra o argumento do

mesmo ser pobre carpinteiro e sem posses, tendo em vista que pertence a

classe social dominante. Assim sendo, o confronto historiográfico sobre o fato

de ser nobre e ou não a família paterna do herói mencionado ainda não se

esgotou e que poderá voltar à tona a qualquer instante dependendo, sic,

sempre de fonte ainda não conhecida e por isso não pesquisada. A dúvida

continua para se saber quem estar falando a verdade e ou não.

A fonte histórica, sic, procura assim desqualificar os seus vencedores na

paz e na guerra, tendo em vista que André Vidal de Negreiros e seus

companheiros não aceitaram o perdão e a rendição oferecida pelo domínio da

Holanda, o que se comprova com a edição da

“Carta dos holandeses, oferecendo o perdão a todos os rebeldes que se renderem a seu domínio e respostas dos brasileiros, João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Antônio Felipe Camarão e Henrique Dias, em nome de todos os defensores do Brasil na luta contra a Holanda” (CARTA DOS HOLANDESES, 1648).

O que é muito natural ainda nos dias atuais. E até porque ninguém deve

pagar pelo passado de seus familiares. A pobreza não é um câncer que se

nasce, vive e morre com ele. A classe social em que nasceu o grande herói

não importa para sua ascensão na vida pública, não existe demérito em ele ter

nascido filho de senhor de engenho e ou filho de um modesto carpinteiro e ou

cortador de cana. A dignidade não tem preço em qualquer situação. Importa

sim não ser corrupto e muito menos corruptor, é justamente o que deduzimos

da figura do herói André Vidal de Negreiros e seus companheiros, haja vista

que todas as cartas recebidas por eles, in loco foram encaminhadas ao rei

lusitano para que delas ele tivesse conhecimento e ciência própria, conforme

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Parecer do Conselho Ultramarino ao rei de Portugal a respeito

das cartas enviadas a André Vidal de Negreiros e João

Fernandes Vieira.

Lisboa,24/10/1647.(ALBUQUERQUE,CASTILHO,MONTALVÃO

, 1647).

Assim sendo, importa em ele ser um homem livre e de bons costumes da

Capitania da Paraíba e com atuação praticamente em todo o nordeste do Brasil

no século XVII, homem de fibra, bravo e ostentador de “sucesso da guerra dos

portugueses, levantados em Pernambuco contra os holandeses”

(NEGREIROS; SOARES, 1646), daí vem o argumento historiográfico holandês

de que ele era capitão-do-mato, filho de pai carpinteiro, pobre na forma da lei,

querendo com isso dizer que ele servia a uma classe social a qual ele próprio

não pertencia. Esse argumento é falso em sua essência epistemológica e

desprovida de qualquer amparo documental. É o fato dito porque quem disse

queria dizer que ele era assim e ou assado, Deus e ou o Diabo na terra da lua

e ou sol. Isso é mera ilação e ou lenda de quem não tem o que dizer a favor e

ou contra uma pessoa que viveu com dignidade e honradez, conforme sua

biografia escrita em 1861, portanto no século XIX, que

Hoje, que três séculos nos separam de André Vidal de

Negreiros, vemos o seu nome cercado cada anno, cada século,

de mais fama e gloria; parece que cada dia torna-se mais

verde, mais bella, a coroa immortal que lhe cinge a fronte

[...]Isso é fato e contra fato não se tem argumento, pois “desde

então tornou-se elle o guia de todos, o chefe dos seus, o heroe

desse punhado de guerreiros, que se levantara contra os

inimigos da sua terra. (MOREIRA DE AZEVEDO, 1861, p. 6-7).

Nem por isso se pode tirar sua valentia, nativismo e heroísmo de caráter

nacionalista da futura nação brasileira, cujo nativismo nasceu de sua lealdade e

de seus honrados comandantes e comandados, é por isso que ele é acima de

tudo e de todos um dentre os demais heróis na construção da Pátria que ele

não a conheceu em vida, tendo em vista que nossa terra naquele tempo

pertencia ao domínio lusitano, de modo que

O ajudante André Vidal de Negreiros [...] com esforço singular

e singular fortuna, principiando a crescer nos postos por que foi

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subindo a mestre-de-campo e aos governos do Maranhão,

Pernambuco e Angola, não teve pequena parte, assim no

trabalho como na glória de quanto se foi obrando na guerra e

na restauração do Brasil. (FREIRE, 2001, p. 236-237).

E isso é fato histórico. Sabe-se que ele foi um dos maiores intrépidos

defensores da Capitania da Bahia. É importante mencionar de que revoltado

contra o domínio batavo, João Fernandes Vieira agita um dia Pernambuco

contra os holandeses chefiados pelo Conde Mauricio de Nassau, e André Vidal

de Negreiros, tomou conhecimento do fato, resolveu entrar em território

pernambucano, fingindo nada ter com o governo português, toma a chefia

militar da revolução, ganha a batalha de Casa Forte, no Recife, mostrando-se

mais uma vez inimitável na bravura de guerra, na abnegação e na tenacidade.

Foi aconselhado por D. João IV a abandonar Pernambuco ao domínio

holandês, não conhecia então obediência, mandado, porém, um outro general,

Barreto de Menezes, contra um tal domínio, e o heróico lidador era todo

obediência. Queria a independência e grandeza da Pátria do Brasil. Distinguiu-

se na batalha dos Guararapes, como na tomada de Recife, sua presença foi

marcante. Foi, em fim, o principal elemento de expulsão dos holandeses do

Brasil como um todo. Encarregado de levar a grata noticia a Lisboa, aí chegou

a 19 de março de 1654, sendo recebido com grandes honrarias pela Corte

Portuguesa. Ganhou então foro de grande fidalgo da casa real, do conselho de

guerra e a de Cristo, as alcaidarias móres das vilas de Marialva e de Moreira,

foi confirmado no posto de capitão general e governador do Maranhão. Mais

tarde foi governador de Pernambuco e finalmente de Angola. Dotado de grande

inteligência e de superiores qualidades morais, de um verdadeiro homem de

guerra, Vidal de Negreiros foi sem questão um dos mais hábeis generais do

seu tempo, e, no dizer insuspeito do celebre Padre Antonio Vieira, havia ele

todas as virtudes e habilidades, só lhe faltando fazer versos. O certo é que ele

viveu no mundo dos engenhos na várzea do Paraíba, participando direta e

indiretamente da fundação de vários deles, dentro da incerteza sempre

presente, envolvendo terras férteis para o plantio da cana-de-açúcar e a mão

de obra escrava no século XVII, poucas décadas após a fundação de Filipéia

de Nossa Senhora das Neves em, 5 de agosto de 1885, inclusive das

incursões dos índios contra os colonos e vice versa, bem assim das invasões

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de corsários europeus, dentre os quais podemos citar o caso da invasão

holandesa no Brasil. E não foi diferente os conflitos envolvendo as ordens

religiosas, dentre as quais a Companhia de Jesus contra os próprios colonos e

selvagens no processo de catequização, sem dispensar o controle da mão-de-

obra indígena, com força regimental, onde

[...] favorecereis muito aos Religiosos e Pregadores, e a todas

as outras pessoas Eclesiásticas que nele hão de tratar da

conversão dos Infiéis, procurando que sejam muito respeitados

dos Portugueses, e de toda a outra gente [...]. (MENDONÇA,

1972, p.700).

A principal meta da igreja através de seus religiosos era promover a

conversão dos infiéis ao catolicismo sem abrir mão do trafico negreiros da

África para o Brasil, na época comercio que garantia grandes lucros, tendo em

vista o uso da mão-de-obra dos escravos negros na plantação e coleta da

cultura da cana-de-açúcar. E foram muitos os conflitos que tiveram a

participação direta e indireta de André Vidal de Negreiros e da Companhia de

Jesus, de modo que ano de 1661, a referida ordem religiosa foi expulsa do

Maranhão pelos colonos descontentes, época em que o mesmo já estava

sendo governador da Capitania de Pernambuco, desde 1657, representando a

política dos senhores de engenhos e tentando recuperar a economia da

açucarocracia naquela importante capitania do império lusitano. Tanto é assim

que foi enviada a “Carta ao rei de Portugal tratando dos abusos cometidos por

André Vidal de Negreiros no governo de Pernambuco” (MENESES, 1658).

Em 1765 André Vidal de Negreiros se encontra em Luanda e continua

tendo como ideologia e ou política o pensamento do Padre Antônio Vieira, o

que serviu para enfrentar o pensamento do governo do Rei Dom Antônio I, do

Congo, o Mani Maluza, que vivia submetendo a população que discordasse de

sua orientação, tal como lealdade obrigatória aos chefes aliados e submissão a

ferro e a fogo os inimigos seus. O referido rei foi derrotado e assassinado por

Vidal de Negreiros e suas tropas na Batalha de Ambuila, através da anuência

religiosa o que viabilizou a acusação de caráter cismático e idolatra, o justificou

a invasão contra o referido rei. Assim sendo, depois de Ambuila o reino do

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Congo foi literalmente divido por lutas e ou questões intestinais, onde

prevaleceu os interesses dos mercadores de escravos (ALENCASTRO, 2000).

E assim sendo, diante da conclusão de sua missão do outro lado do

Oceano Atlântico, regressou ao Brasil, desembarcando na Capitania de

Pernambuco em 1667, em cuja capitania os senhores de engenhos tinha

prendido em 1666 o governador Jerônimo de Mendonça Furtado, e bem assim

mandado o mesmo de volta para Portugal com um rosário de queixas ao rei

Afonso III, segundo consta da

“[Consulta do Conselho Ultramarino ao rei de Portugal, á respeito da representação de Jerônimo de Mendonça Furtado, contra os oficiais da Câmara, que o expulsaram do governo]”. (CONSULTA DO CONSELHO ULTRAMARINO, 26/10/1667).

A aristocracia e ou açucarocracia nordestina nunca brincou contra seus

algozes, toda vida defenderam seus interesses empresarias e sociais, tanto é

assim que escolheram livremente André Vidal de Negreiros para assumir o

governo da Capitania de Pernambuco, para evitar maiores prejuízos com a

tensão política e administrativa gerada com a coroa lusitana. Governou

Pernambuco pela segunda vez e por pouco tempo até o rei de Portugal nomear

o seu sucessor sem causar-lhe qualquer tipo de constrangimento, levando em

consideração o fato do mesmo representar a aristocracia dominante.

Terminada a referida gestão, recolheu-se ao seu Engenho Novo de Goiana,

Estado de Pernambuco, de onde pessoalmente passou a administrar seu vasto

patrimônio particular, onde também escreveu seu testamento. Era religioso

como um santo e atribuía suas vitórias a Nossa Senhora do Desterro, motivo

pelo qual deixou parte do seu patrimônio para o morgado e capela que leva o

nome da referida senhora mãe de Jesus Cristo, atual padroeira da cidade de

Itambé, Estado de Pernambuco, cujo morgado ficou instituído a favor de seu

filho Matias Vidal de Negreiros, o único dentre os demais filhos naturais que

requereu judicialmente e obteve o reconhecimento oficial de sua paternidade

após a morte de André Vidal de Negreiros, motivo pelo qual foi anulado o

testamento e acendeu a luz da desavença com os demais herdeiros e

descendentes, motivo pelo qual o referido patrimônio aos poucos foi sendo

dilapidado e desapareceu completamente. A confusão envolvendo o herdeiro

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legítimo Matias Vidal de Negreiros e os herdeiros naturais, dentre outros,

chegou até o reino lusitano, a começar pelo

Recife, 15 de setembro de 1726 . 3147 - CARTA DO BISPO

DE PERNAMBUCO, [D. JOSÉ FIALHO], sobre ordem para

cobrar ao sargento-mor Matias Vidal de Negreiros os legados

que o governador André Vidal de Negreiros deixou em

testamento, e da obrigação que ele tem em reedificar o

engenho de São João na capitania da Paraíba.(ARQUIVO

HISTÓRICO ULTRAMARINO, 1726).

Onde denuncia que Matias Vidal de Negreiros não cumpriu a obrigação

de reedificar o engenho São João na Capitania da Paraíba, cujas ruínas

atualmente se encontra nas imediações da atual Usina São João que foi

construída em suas terras. Por outro lado o sargento-mor Matias Vidal de

Negreiros, requereu a D. João V, então imperador de Portugal,

641 – [ant. 1730, setembro, 19, Paraíba] - REQUERIMENTO

do sargento-mor Matias Vidal de Negreiros, ao rei [D. João V],

solicitando mandar que, pelo juízo secular competente, se tome

contas dos rendimentos e encargos da capela que seu pai,

André Vidal de Negreiros, instituiu de todos os bens em seu

testamento, dando-se ao suplicante os alimentos devidos; e

ordenar a devassa do caso de furto feito na sepultura de seu

pai. (ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO, 1730).

Denuncia assim ao soberano lusitano de que precisa receber os

alimentos devidos e instituídos por seu pai em seu testamento e bem assim

clama para que Sua Majestade ordene a devassa do caso de furto feito na

sepultura de seu genitor André Vidal de Negreiros, na Capela do Engenho

Novo, em Goiana, Pernambuco.

E até porque é bíblico todo reino dividido é destruído. Isso é fato e contra

fato não se tem argumento. E assim sendo, cai por terra o argumento histórico

holandês de que André Vidal de Negreiro era filho de um carpinteiro, que se

tornou capitão-do-mato, gente sem classe social, tudo isso porque

[...] Depois de ter derrotado os hollandezes no Rio Grande e na

Parahyba, coberto de gloria, e abençoado pelo povo, volta a

Pernambuco. Os perigos o esperam, mas sabe vencê-los; faz da

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guerra uma estrada de triumphos. Tomando o forte, seguio-se a

capitulação. Depois de ter conferenciado com o inimigo, fazendo

todos os esforços para incluir no tratado de paz a terra do seu

berço, a Parahyba, assigna o tratado de 1654, pelo qual os

hollandezes entregaram a praça do Recife com todas as suas

defensas, as capitanias de ltamaracá, Rio Grande e Parahyba

[...]. (MOREIRA AZEVEDO, 1861). (Transcrevemos com a

ortografia da época).

A conduta moral, nativista e nacionalista por si e seus comandados se

fazia presente em todos os seus planejamentos presentes e futuros sem

interesses materiais e passageiros a exemplo de conduta patrocinada por

delação premiada de nossos dias. Ao contrário o santaritense, paraibano e

brasileiro,

“André Vidal era homem tão superior que necessitara um

Plutarco para apreciá-lo. Enquanto empreendeu, sempre com

muito esforço e valor, não levara a mira no prêmio, nem talvez

nesse mesmo fantasma da glória que tantas vezes nos

embriaga; tudo fez pelo zelo e amor do Brasil, ou por caridade

cristã”. (VARNHAGEN, 1975, p. 94).

E recebeu o reconhecimento do Padre Antônio Vieira, homem religioso

da Companhia de Jesus e cheio de esperanças, ao mencionar que o território

indiano não estava perdido depois de conquistado por Portugal se lá existe

alguém da postura de André Vidal de Negreiros. É que o nosso herói governou

as Capitanias de Pernambuco (duas vezes), Maranhão e Angola, entre as

décadas de 1650 a 1667, do século XVII, trajetória voltada para a

reorganização da cultura da cana-de-açúcar, da questão indígena e disputas

diversas por jurisdição nas instancias do poder colonial lusitano. Faleceu em 3

de fevereiro de 1680, com 74 (setenta e quatro) anos de idade, no Engenho

Novo, em Goiana, Capitania de Pernambuco. Os seus últimos anos de vida foi

voltado para a prática de obras sociais e ou filantrópicas, inclusive mandou

construir a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, nos limites de Paraíba e

Pernambuco, atuais cidades de Pedras de Fogo e Itambé. Tendo em vista a

sua vida volta para a guerra ficou deficiente de uma de suas pernas em

combate. Declarava-se ser solteiro, sem herdeiros, porém, deixou grande parte

de seu patrimônio em testamento feito e assinado de próprio punho para sua

família, religiosos e agregados. Ao afirmar que era solteiro, não quer dizer que

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ele não tivesse filhos, porque para se ter filho não é preciso ser casado,

embora que seja filho natural e ou adulterino, não aceitos perante a doutrina da

Igreja Católica, pela própria sociedade e principalmente por ser ele um homem

de alta sociedade, muito religioso, o que o fez declarar em seu testamento que

não deixa herança de sangue diretamente, para poder manter sua casta,

família, ascendência, descendência e/ou parentesco arranjado fora do

casamento, dentro da visão social do século XVII. (BLUTEAU, 1733, vol.7,

p.473).

A história registra que os bens não se passavam apenas de pai para

filho, tendo em vista tais bens ficavam no circulo dos parentes, afilhados,

compadrios e outros conhecidos contemplados em testamento formal antes da

morte de seu instituidor. O sangue enquanto substancia nobre e liquida une o

corpo a alma. Isso significa afirmar de que

“a hereditariedade das qualidades supostamente assegurava a perenidade da ordem social”, uma vez que “todo nascimento comportava um risco: o de uma ruptura, do surgimento de um ser diferente do pai”, segundo Jouanna (2011,p.30-33).

Foi o herói nacional sepultado na capela do referido engenho até 4 de

agosto de 1942, quando os seus restos mortais foram transladados por

determinação da Arquidiocese de Oliveira e Recife, do Governo de

Pernambuco e do Comando da Sétima Região Militar no Nordeste, para a

Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, edificada nos históricos montes do

atual município de Jaboatão dos Guararapes, em cuja localidade foram

travadas as batalhas em 1648 e 1649, ambas decisivas para a rendição e

expulsão dos holandeses de Pernambuco em 1654.(BARBOSA, 2013).

E o Brasil através de Lei Federal nº 12.701, de 6 de agosto de 2012,

determina a inscrição do nome de André Vidal de Negreiros, dentre outros, no

Livro dos Heróis da Pátria, conforme a ementa da referida lei aprovada pelo

Congresso Nacional:

Inscreve os nomes de Francisco Barreto de Menezes, João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias, Antônio Filipe Camarão e Antônio Dias Cardoso no Livro dos Heróis da Pátria. (DOU, 07/08/2012).

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O testamento do patrimônio de André Vidal de Negreiros, obedeceu

todas as formalidades da legislação cartorial e religiosa, foi instituído no dia 14

de maio de 1678, onde existe o equilíbrio em sua distribuição hereditária entre

seus filhos naturais e ou adulterinos: Catarina Vidal de Negreiros; Matias Vidal

de Negreiros; Padre Manuel Vidal de Negreiros e Frei Francisco Vidal de

Negreiros (Frei Francisco da Madalena). Em observando pela simples leitura

do testamento verifica-se que todos os beneficiados de seu vasto patrimônio

não estão ali identificados como seus parentes e ou amigos, com exceção da

afilhada D. Catarina Vidal de Negreiros. Vale salientar de que apenas Matias

Vidal de Negreiros foi reconhecido como filho legítimo de André Vidal de

Negreiros (ORDENAÇÕES, 1870, livro 4, título 82-92).

E a negativa de tais paternidades estão presentes no testamento

mencionado, embora quando se refere a Frei Francisco Vidal de Negreiros

(Frei Francisco da Madalena, prior da Ordem Carmelita em Olinda), ao

mencionar que

“[...] quando ele nasceu, era eu Capitão de Infantaria na cidade da Bahia, e havia sido Alferes e Ajudante da mesma Infantaria muitos anos; além de eu ser nobre e viver sempre na Lei da

nobreza [...]”(ANTT, HOC, letra M, Mc, 48, doc. 19, sd).

Assim sendo, equivale dizer por dedução de que reconheceu Francisco

como filho legítimo, declarando sua paternidade para que o mesmo se

habilitasse na Ordem de Cristo como nobre e fidalgo, embora contestasse a

referida paternidade, algo parecido como uma máscara usual do seu tempo em

negar a paternidade aos filhos naturais ou fora do casamento.

Assim sendo, diante de tal reconhecimento de sua paternidade tornava-

se nulo o testamento que seu genitor fez e assinou, o qual passamos a

transcrevê-lo na íntegra:

“Declaro que sou natural da Cidade da Paraíba, filho de legítimo matrimônio de Francisco Vidal, natural da Cidade de Lisboa, e de Catarina Ferreira, natural de Porto Santos, os quais são falecidos da vida presente, e que sou solteiro, e nunca fui casado e nem fiz promessas de o ser.

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Declaro que não tenho herdeiro nenhum forçado que haja de herdar minha fazenda; pelo que instituo por minha herdeira universas a minha alma, de todos os meus bens que se acharem me pertençam líquido monte, cumprindo-se me tudo as dotações que tenho feito à minha Capela, invocação de N. S. do Desterro, sita nos meus Currais, à qual doei e dotei os bens nela declarados; e dos que se acharem fora das ditas doações, meus Testamenteiros disporão delas na forma que em meu Testamento ordeno; porque minha última vontade é que inteiramente se guarde as ditas doações e instituição da Capela; e se necessário é para sua validade por esta minha última vontade, confirmo tudo que nas ditas escrituras tenho posto, e no mais que parecer melhor a meus Testamenteiros que abaixo nomeio, os quais me farão os mais sufrágios que aqui nomear. Declaro que instituo por meus Testamenteiros os Revs. Padres Manuel Vidal de Negreiros e Antonio de Souza Ferraz, Sacerdotes do hábito de S. Pedro, e em sua ausência ao Procurador da S. Casa de Lisboa, a quem peço e rogo pelo amor de Deus queiram aceitar serem meus Testamenteiros, aos quais e a cada in solidum dou todo poder que em direito posso e for necessário, para dar dos meus bens, tomarem e acudirem o que necessário for para o meu enterramento e cumprimento dos meus legados e paga das minhas dívidas. Declaro que tenho cinco engenhos, quatro d'água com todas as terras, partidos, pastos, lenhas, escravos, cobres, bois e tudo o mais necessário; dois na Capitania da Paraíba, da invocação S. João Batista e Engenho Novo de S. Antonio; e assim mais outro Engenho Novo de S. Antonio em Goiana e o Engenho S. Francisco na Várzea de Capibaribe de Pernambuco, e assim mais um Molinote na ribeira de Goiana, invocação de N. S. da Conceição, que tenho arrendado ao sargento-maior Francisco Camelo Valcassar, por cada ano quatrocentos mil réis, pagos em açúcar posto no Recife e como valer na praça. Declaro mais que tenho vinte Currais de gado vacum com os escravos necessários nestas terras em que se podem pôr mais Currais, os quais comprei a Manuel Correia Pestana e ao Dr. Simão de Lapenha, como consta das escrituras e títulos; assim mais tenho as terras de Caricé que comprei aos Araújos, onde tenho eu mais Currais com escravos e bois necessários para serrarem caixões e lavrarem mantimentos para maneio dos Engenhos; assim mais tenho uma sorte de terras na ilha de Teriri em que tenho uma rede com um mulato e quatro ou cinco peças de escravos. Declaro que, além destes Currais, deixei mais um junto à Ermida de Nossa Senhora, que lhe dei quando levantei a dita Capela, para a fábrica da dita Igreja.

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Declaro que tenho comprado na ribeira de Mamanguape uma sorte de terras ao Capitão Duarte Gomes da Silveira, em que tenho uma serraria com escravos e bois. Declaro que tenho uns chãos no Recife, da banda do mar, junto às casas de Antônio Ferreira Rabelo, que comprei ao Capitão André Gomes Pena e a seu irmão o Cheira-dinheiro, por alcunha; e assim mais uma sorte de terras na praia da Barreta que houve de João de Mendonça Furtado; assim mais três braças de terra que comprei ao alferes Francisco Fernandes Beija e a sua cunhada. Junto às terras dos meus Currais comprei uma sorte de terras a Álvaro Teixeira de Mesquita, o Moçambique, junto ao seu açude, em que está um curral de gado com seus escravos, que dei ao Padre Manuel Vidal de Negreiros, para seu patrimônio. Tenho mais uma data de terras de dez léguas em quadro na Paraíba, dada pelo Conde de Atouguia, e outras datas mais, que partem com elas, que me deu o Capitão-mor que foi da Capitania da Paraíba, Luiz Nunes de Carvalho. Também tenho para a parte da Paraíba uma sorte de terras em Jurupiranga para gado que comprei com o Engenho Novo de Santo Antônio de Goiana, que pertence à Capela. Declaro que tenho na Cidade da Paraíba umas casas de sobrado e uns chãos juntos delas, e uma pedreira com um forno de cal com toda terra que vai correndo até o rio Paraíba. Declaro que destes bens que possuo tenho dado e vinculado à instituição da Capela de N. S . do Desterro dos meus Currais, onde me hei de recolher com alguns Sacerdotes, o Engenho Novo de S. Antônio de Goiana, com todas as suas terras, parte dos cobres, bois e peças de escravos, e tudo o mais pertencente ao dito Engenho; e assim mais terras do Caricé que comprei aos Araújos, onde tenho uma serraria e lavouras de roças com todas as peças d'escravos, bois e carros; e assim mais lhe doei os vinte Currais de gado vacum que nos limites de Terra Nova e Tirite na Capitania de Itamaracá e rio da Paraíba, com todos os escravos e terras em que se podem pôr mais Currais, como tudo se acha nas escrituras. Declaro que também tenho dado e doado à dita Capela o Engenho S. João, sito na Capitania da Paraíba, com todas as terras, partidos, cobres, escravos e bois, e tudo o mais pertencente a ele; e assim mais as terras de Mamanguape que comprei retro aberto ao Capitão Duarte Gomes da Silveira, onde tenho uma serraria com peças e bois para maneio dos ditos Engenhos doados à Capela. Declaro que tenho dado à minha afilhada D. Catarina Vidal de Negreiros o Engenho de S. Francisco, sito nesta Várzea de Capibaribe com todas as terras e partidos, cobres, bois e peças; e tudo o mais pertencente a ele; como também as terras que comprei ao Capitão Antônio Cavalcanti de Albuquerque, junto ao açude de Álvaro Teixeira; o que tudo lhe dou pelo amor de Deus, para bem de seu casamento, assim por ser

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minha afilhada de batismo, como pela ter criado; com as condições e cláusulas na escritura que lhe fiz da doação do dito Engenho de São Francisco. Declaro que, do dito Engenho, deixei que de seus reditos se dessem dois mil cruzados ao alferes Francisco de Freitas Vidal, pelo amor de Deus, os quais se lhe darão ainda que D. Catarina Vidal de Negreiros não case e nem seja Freira, de qualquer sorte ordeno aos meus Testamenteiros lhe dêem dois mil cruzados dos rendimentos do dito Engenho de S. Francisco; e no caso de que a dita D. Catarina não tome estado, porque tomando-o ela, ou seu marido lhe satisfarão a duzentos mil réis em cada ano, em açúcar e como valer nesta praça do Recife. Deixo duzentos mil réis em cada ano a Matias Vidal de Negreiros, enquanto for vivo, os quais lhe deixo pelo amor de Deus, e por se achar criado em minha casa; os quais duzentos mil réis pagarão meus Testamenteiros do rendimento do dito Molinote N. S. da Conceição. Deixo e ordeno ao Padre Manuel Vidal de Negreiros, como meu Testamenteiro, pelo trabalho que há de ter nas disposições dos meus legados, que tome para si duzentos mil réis em cada ano, enquanto ele viver, do rendimento do dito Molinote da invocação de N. S. da Conceição, os quais duzentos mil réis, além do seu trabalho, deixo pelo amor de Deus, pelo haver criado em minha casa; e por sua morte e de Matias Vidal de Negreiros, passará o dito Molinote à Capela que tenho instituído de N. S. do Desterro dos meus Currais, para o administrador da mesma Capela repartir o rendimento dele, na forma em que ordeno na escritura da instituição respectiva. Declaro que, sendo o caso que Deus faça de mim alguma coisa antes da minha afilhada D. Catarina Vidal de Negreiros tomar estado, ordeno que meus Testamenteiros lhe dêem todo o necessário dos rendimentos do Engenho S. Francisco, para seu sustento e vestir, até o tomar, com toda a largueza; e se Deus a tomar para si antes de o fazer, meus Testamenteiros lhe farão bem por sua alma, e darão a sua mãe Isabel Rodrigues, quatro peças de escravos pelo amor de Deus e pelos bons serviços que tenho recebido dela, além do negro Rodrigo Sapateiro, que lhe dei quando casou. Declaro que Fr. Francisco Vidal ou da Madalena, Religioso Carmelitano, que serviu de Prior no Convento do Carmo da Vila de Olinda, e agora está servindo de Provincial de sua Religião, é filho de Inês Barroso, pessoa que era naquele tempo casado com Gaspar Nunes, e quando nasceu era ainda vivo o dito Gaspar Nunes; e viveu ainda depois muitos anos, como consta das provações que da Majestade lhe mandasse tirar quando lhe fez mercê do hábito de Cristo, dizendo na Provisão que supria nos impedimentos dele Fr. Francisco Vidal, ser filho de mulher casada, como consta

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também por um sumário de testemunhas que a meu requerimento se tiraram ad perpetuam rei memoriam. Os meus Testamenteiros darão clareza de tudo, e suposto que se dizia que ele era meu filho, nunca o tive por esse; e se que fora, nunca podia ele nem a Ordem herdar de mim, assim por ser filho adulterino, como porque quando ele nasceu, era eu Capitão de Infantaria na cidade da Bahia, e havia sido Alferes e Ajudante da mesma Infantaria muitos anos; além de eu ser nobre e viver sempre na Lei da nobreza; mas por se haver criado em minha casa o dito Padre Fr. Francisco ordeno a meus Testamenteiros lhe dêem cem mil réis todos os anos enquanto ele for vivo somente; os quais lhe pagarão do rendimento do Engenho Novo de S. Antônio da Paraíba, que comprei ao Capitão Duarte Gomes da Silveira. Deixo ao meu sobrinho Antônio Curado Vidal, as Comendas que S. Majestade me tem dado, assim a de S. Pedro do Sul em que estou encartado, como as demais que tem feito mercê e promessa; e assim mais meus serviços, e peço a S. Alteza que, atendendo aos muitos e bons serviços que tenho feito à Coroa de Portugal, lhe faça todas estas mercês e o queira honrar com outras muitas mais avantajadas; e assim lhe deixo mais dois mil cruzados, que lhe pagarão da venda ou rendimentos do Engenho Novo de S. Antônio da Paraíba, que comprei a Duarte Gomes da Silveira, em açúcares a duzentos mil réis cada ano, e como valer na praça do Recife; e lhe deixo mais meu espadim de prata. Deste modo houve eu por acabado este Testamento, e esta é a última e verdadeira minha vontade; e revogo e hei por revogados quaisquer outros Testamentos e Codicílios que antes deste tenha feito, os quais não quero que tenham força ou vigor, e só este quero que valha; e peço e rogo às Justiças de S. Alteza, assim eclesiásticas como seculares, façam cumprir e guardar este meu Testamento, assim e da maneira que nele se contém, que fiz e assinei com a minha própria mão, sendo testemunhas as pessoas abaixo nomeadas, e assim em dia e ora acima. André Vidal de Negreiros. Declaro que tenho mais uma sorte de terras em Goiana, entre o Engenho do Jacaré e terras de João Pacheco, e que comprei aos Morenos, que também deixo à Capela. André Vidal de Negreiros.” (MACHADO, 1977,v.1, p. 313-322).

E além do mais o seu longo e judicioso testamento, escrito de próprio

punho, a 14 de maio de 1678, está publicado sob. o nº 14 da Revista do

Instituto Arquiológico Pernambucano.

Diante da transcrição do testamento de André Vidal de Negreiros, dele

constatamos e reprisamos que:

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[...] Declaro que Fr. Francisco Vidal ou da Madalena, Religioso Carmelitano, que serviu de Prior no Convento do Carmo da Vila de Olinda, e agora está servindo de Provincial de sua Religião, é filho de Inês Barroso, pessoa que era naquele tempo casado com Gaspar Nunes, e quando nasceu era ainda vivo o dito Gaspar Nunes; e viveu ainda depois muitos anos, como consta das provações que da Majestade lhe mandasse tirar quando lhe fez mercê do hábito de Cristo, dizendo na Provisão que supria nos impedimentos dele Fr. Francisco Vidal, ser filho de mulher casada, como consta também por um sumário de testemunhas que a meu requerimento se tiraram ad perpetuam rei memoriam. Os meus Testamenteiros darão clareza de tudo, e suposto que se dizia que ele era meu filho, nunca o tive por esse; e se que fora, nunca podia ele nem a Ordem herdar de mim, assim por ser filho adulterino, como porque quando ele nasceu, era eu Capitão de Infantaria na cidade da Bahia, e havia sido Alferes e Ajudante da mesma Infantaria muitos anos; além de eu ser nobre e viver sempre na Lei da nobreza; mas por se haver criado em minha casa o dito Padre Fr. Francisco ordeno a meus Testamenteiros lhe dêem cem mil réis todos os anos enquanto ele for vivo somente; os quais lhe pagarão do rendimento do Engenho Novo de S. Antônio da Paraíba, que comprei ao Capitão Duarte Gomes da Silveira. (MACHADO, 1977,v.1, p. 313-322). [...]

Assim sendo, o Engenho Novo de Santo Antônio da Paraíba, é o

mesmo engenho localizado entre a cidade de Cruz do Espírito Santo e Cobé,

cujas terras pertencera a André Vidal de Negreiros e por último ao Grupo

Ribeiro Coutinho e que foram desapropriadas pelo INCRA e implantado o

assentamento dona Helena na zona rural daquele município.

Em síntese, no centro da atual capital da Paraíba, o Poder Público fez

construir a Praça André Vidal de Negreiros, sonhado por Liberato Bittencourt

em 1914 e tantos outros defensores de que o nosso herói nacional deveria ser

sempre lembrado para as novas gerações, tendo em vista a rendição dos

holandeses em 1654, cuja noticia vitoriosa da expulsão dos holandeses do

Nordeste do Brasil foi levado por ele ao rei D. João IV, que o condecorou e

nomeou governador geral e capitão geral da Capitania do Maranhão e Grão-

Pará (1655-1657), em seguida foi governador da Capitania de Pernambuco, em

dois períodos (1657-1661 e 1667), bem como governador de Angola, na África

no período de 1661 a 1666. Para evitar nova invasão holandesa ao Brasil,

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Portugal assinou um tratado bilateral em Haia no ano de 1661 e pagou a

indenização de quatro milhões de cruzados, bem como entregou as Ilhas

Molucas e o Ceilão a Holanda, apesar da rendição e expulsão dos holandeses

de Pernambuco em 1654, que se diga de passagem que o nordeste brasileiro

foi à região mais rica do mundo colonial lusitano, em termos de produção e

exportação de milhares de arrobas de açúcar para o Continente Europeu e

outras partes do mundo. É esse o cenário onde nasceu, viveu, fez história e

faleceu em 3 de fevereiro de 1680, o herói brasileiro, paraibano e santaritense

André Vidal de Negreiro, no Engenho Novo de Santo Antônio de Goiana, em

cuja capela foi sepultado, na Vila de Goiana, Estado de Pernambuco

(BARBALHO, 1982, p. 25-31). A presente biografia é o inteiro teor do capítulo V

do livro: Santa Rita, Sua História, Sua Gente, porque sua vida serve de

exemplo para ser seguida por todo e bom brasileiro (AGUIAR, 2016,

p.472/484).

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resistência contra a invasão holandesa.Cópia. Ms. Coleção Pernambuco. I-32,17,013.

Acessível in.:

<http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1428626/mss142

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Gonçalves. (Org.). Ensaios sobre a América Portuguesa. 1 ed. João Pessoa: UFPB,

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VIEIRA, Padre Antônio (1608-1697). Cartas do Brasil. São Paulo: Hedra, 2003.

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ANEXO I

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Fonte.: Doc. 28 - Disponível In.:

<http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_manuscritos/mss1428634/mss1428634.pdf>.

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ANEXO II

CONSULTA AO CONSELHO ULTRAMARINO – 26/10/1667. In.: <http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_manuscritos/cmc_ms618_10_01/cmc_

ms618_10_01.pdf> . Página visitada em: 17. Jun.2016.

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Carta assinada por João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros

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Carta de Antonio Felipe Camarão – Governador dos Indios.

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Carta assinada por Henrique Dias, Governador dos Negros

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ICONOGRAGIA

Crédito: Autor desconhecido – Fotos 1,2 e 3 por

Milena Duarte, Acervo Arqueológico, Attribution,

In.:<https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curi

d=58253374>.

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Foto 1.: Capela de Santo Antônio do

Engenho Novo (Séc. XVI) é patrimônio

histórico nacional pelo IPHAN (1938) –

Goiana – Pernambuco.

Foto 2 .: Pedra sobre a sepultura do

General André Vidal de Negreiros (parte

interna da Capela de Santo Antônio do

Engenho Novo).

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Foto 3 .: A Capela de Santo Antônio do Engenho Novo

(restaurada) – Goiana – Pernambuco.

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Foto 4.: André Vidal de Negreiros

Batalha dos Guararapes (Pintura de Victor Meirelles)

Foto 5.: André Vidal de Negreiros

- Herói Nacional –

Retrato de autor anônimo. Século XVII

Museu do Estado de Pernambuco

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BIOGRAFIA DO AUTOR

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BIOGRAFIA

Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/5755291797607864

Francisco de Paula Melo Aguiar, nascido em 3 de abril de 1952, filho de

Sebastião José de Aguiar e Maria do Carmo Melo Aguiar, é paraibano

(sapeense, santaritense e pilarense), professor desde 12 anos de idade

quando fundou na casa de seus pais o atual COFRAG – Colégio Dr. Francisco

Aguiar, em 05 de janeiro de 1964; fundador e mantenedor do IESPA/FAFIL –

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em Santa Rita – Paraíba (1984 aos

dias atuais). É bacharel em Direito e em Teologia; Licenciado em Pedagogia;

Filosofia e em Educação Física; Mestre em Teologia; Psicanálise e em

Ciências da Educação; Doutor em Teologia; em Psicanálise e em Ciências da

Educação. É membro da Academia Paraibana de Poesia (Cadeira nº 7 desde

1986); e da Academia de Letras do Brasil (Cadeira nº 01/ALB/PB. In.:

<http://www.academialetrasbrasil.org.br/artfranaguiar.htm>. Advogado militante

e Professor de Educação Básica e de Educação Superior. Ex-Vereador (teve

quatro mandatos: 1973/76;1976/80; 1980/83; e 1989/1992); Presidente da

Câmara Municipal e da Assembleia Constituinte Municipal de Santa Rita/PB.

Ex-Secretário Municipal de Meio Ambiente (2005), ex-Secretário Municipal

Chefe de Gabinete/PMSR(2014); ex-Secretário Municipal de

Educação/PMSR(2015). Autor dos livros: Augusto dos Anjos e a realidade do

ser e do não ser; Santa Rita, Sua História, Sua Gente; O menor bóia fria;

Trapiá Poético; De educador para educador; Epítome literário latino;

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Genealogia, história e poesia; Santa Rita, vila centenária; Educação Física,

Mídia e Obesidade Infanto-juvenil; Plano Municipal de Educação/PMSR(2014-

2024) – Coautor/outros; O currículo escolar e o uso do vídeo em sala de aula.

ACADEMIA PARAIBANA DE POESIA CADEIRA 7 – PATRONO: CARLOS DIAS FERNANDES

REsp-1282265 PB (2011/0225111-0).:

https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=MON&sequencial=28033890&num_registro=201102251110&data=20130507

PDF.: https://ww2.stj.jus.br/websecstj/cgi/revista/REJ.cgi/MON?seq=28033890&tipo=0&nreg=2011

02251110&SeqCgrmaSessao=&CodOrgaoJgdr=&dt=20130507&formato=PDF&salvar=false

ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL Cadeira 01/ALB/PB ALB-PARAÍBA In.:

http://www.academialetrasbrasil.org.br/albparaiba.htm Nossos membros nos Estados do Brasil in.:

http://www.academialetrasbrasil.org.br/albestados.htm ALB-Artigos in.:

http://www.academialetrasbrasil.org.br/artfranaguiar.htm ALB/Cadeiras vitalícias/Brasil in.:

http://www.academialetrasbrasil.org.br/galeriaindicados.html

RECANTO DAS LETRAS Francisco Aguiar - Biografia in.:

http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=65161 Textos publicados in.:

http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=65161

O GUIA LEGAL = SITE DE PESQUISAS FRANCISCO AGUIAR in.:

http://www.oguialegal.com/08-historicodefavela.htm

http://www.oguialegal.com/08-favelaontemehoje.htm

http://www.oguialegal.com/08-favelaemespanhol.htm

http://www.oguialegal.com/08-palavrafavela.htm