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1 MESTRADO PSICOLOGIA Efeito da aprendizagem de uma mnemónica na evocação imediata serial de palavras em adultos de meia-idade e idosos Andreia Rodrigues M 2020

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MESTRADO

PSICOLOGIA

Efeito da aprendizagem de uma

mnemónica na evocação imediata serial de

palavras em adultos de meia-idade e idosos

Andreia Rodrigues

M 2020

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Universidade do Porto

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

EFEITO DA APRENDIZAGEM DE UMA MNEMÓNICA NA EVOCAÇÃO

IMEDIATA SERIAL DE PALAVRAS EM ADULTOS DE MEIA-IDADE E IDOSOS

Andreia Rodrigues

Novembro 2020

Dissertação apresentada no Mestrado Integrado de Psicologia,

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade

do Porto, orientada pelo Professor Doutor Nuno Gaspar (FPCEUP)

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AVISOS LEGAIS

O conteúdo desta dissertação reflete as perspetivas, o trabalho e as interpretações do autor

no momento da sua entrega. Esta dissertação pode conter incorreções, tanto conceptuais

como metodológicas, que podem ter sido identificadas em momento posterior ao da sua

entrega. Por conseguinte, qualquer utilização dos seus conteúdos deve ser exercida com

cautela.

Ao entregar esta dissertação, o autor declara que a mesma é resultante do seu próprio

trabalho, contém contributos originais e são reconhecidas todas as fontes utilizadas,

encontrando-se tais fontes devidamente citadas no corpo do texto e identificadas na secção

de referências. O autor declara, ainda, que não divulga na presente dissertação quaisquer

conteúdos cuja reprodução esteja vedada por direitos de autor ou de propriedade industrial.

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Agradecimentos

Em primeiro lugar agradeço a Deus e a todos os seres que são imprescindíveis na

minha vida.

Em segundo lugar ao Doutor Nuno Gaspar por todo o apoio concedido.

À minha família, especialmente aos meus dois filhos, que enriquecem a minha vida

todos os dias e me fazem crescer a todos os níveis.

A todos aqueles que em contexto de pandemia possibilitaram-me a realização da tese.

À Dr.ª Isabel Sousa, formadora, educadora social e diretora do Lar “Quinta das

Feiteiras” que me possibilitou a recolha de dados a idosos institucionalizados, quando todos

os outros lares me barraram a entrada, pela recolha de dados também com adultos, pela

simpatia, hospitalidade, prestabilidade, por todo o bem-estar e conhecimento que transmite.

À Sócia Gerente Doroteia, não só pela aprovação da recolha no seu lar, como pela

simpatia e disponibilidade com que me recebeu.

Aos verdadeiros amigos que reuniram com a brevidade possível, participantes das

diferentes faixas etárias, durante o Verão. Nomeadamente: Ana Castro, Denise Correia,

Mariana Esmeriz, Teresa Soares, Vânia Rodrigues.

Um especial agradecimento à Ana Castro e Bruno Silva pelo apoio imprescindível.

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Resumo

A memória episódica deteriora-se ao longo da vida adulta (Salthouse, 1991; Zacks,

Hasher & Li, 2000 citado por Derwinger et al.,2005).

Têm-se investigado meios de melhorar o desempenho de memória (Hill, Backman &

Neely, 2000).

Yesavage, Sheikh, Friedman e Tanke (1990), indiciaram melhorias no desempenho

da memória em idosos após aprendizagem de mnemónicas visuais.

Com o objetivo de estudar o impacto na memória, de uma estratégia de mnemónica

visuoespacial e a influência da depressão e do declínio cognitivo foi analisada uma amostra

por conveniência composta por 60 participantes: (28) adultos na meia-idade (M = 49,11; SD

= 7,30) e (32) idosos (M = 77,31; SD = 8,28). O estudo tem caracter quasi-experimental

envolvendo duas estratégias: sem e com mnemónica. O IACLIDE (Vaz Serra, 1994) foi

usado para autoavaliação da depressão; o MMSE (Folstein, Folstein, & McHugh, 1975;

Versão portuguesa de Guerreiro, Silva, Botelho, Leitão, Castro-Caldas, & Garcia, 1993) e o

MOCA (Nasreddine et al., 2005) como instrumentos de rastreio do défice cognitivo.

Os resultados indicam que os idosos têm níveis mais baixos de evocação que os

adultos de meia-idade, como o estudo de Dretzke (1993) Demonstrou-se a mais valia da

estratégia com mnemónica, Método de Loci, em ambos os grupos etários, inclusive em

participantes que apresentem défice cognitivo leve, conforme estudo de Hampstead et al.

(2014).

Relativamente à capacidade de evocação, tanto o défice cognitivo quanto a depressão

influenciam, apoiando Hermann e Searleman (1992) e Ide e McDougall (2000)

respetivamente.

Palavras-chave: memória; idosos; mnemónica; Método de Loci; depressão

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Abstract

Episodic memory deteriorates throughout adulthood (Salthouse, 1991; Zacks, Hasher

& Li, 2000 quoted by Derwinger et al., 2005).

Ways to improve memory performance have been investigated (Hill, Backman &

Neely, 2000).

Yesavage, Sheikh, Friedman and Tanke (1990) indicated improvements in memory

performance in the elderly after learning visual mnemonics.

In order to study the impact on memory, a visuospatial mnemonic strategy and the

influence of depression and cognitive decline, a convenience sample composed of 60

participants was analyzed: (28) adults in middle age (M = 49.11; SD = 7.30) and (32) elderly

(M = 77.31; SD = 8.28). The study has a quasi-experimental characteristic involving two

strategies: without and with mnemonics. IACLIDE (Vaz Serra, 1994) was used for self-

assessment of depression; the MMSE (Folstein, Folstein, & McHugh, 1975; Portuguese

version of Guerreiro, Silva, Botelho, Leitão, Castro-Caldas, & Garcia, 1993) and MOCA

(Nasreddine et al., 2005) as instruments for tracking cognitive deficit.

The results indicate that the elderly have lower levels of evocation than middle-aged

adults, as the study by Dretzke (1993) The added value of the mnemonic strategy, the Loci

Method, in both age groups, including in participants with mild cognitive impairment,

according to a study by Hampstead et al. (2014).

Regarding evocation capacity, both cognitive deficit and depression influence,

supporting Hermann and Searleman (1992) and Ide and McDougall (2000) respectively.

Keywords: memory; mnemonic; loci method; elderly; depression

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Índice

1.Introdução, 1

2. Enquadramento Teórico, 2

2.1. Memória e Envelhecimento, 2

2.2. Intervenções Cognitivas, 2

2.2.1. Programas De Intervenção Cognitiva, 3

2.2.2. Avaliação do programa de memória, 4

2.3. Queixas subjetivas de memória e Depressão, 4

2.4. Crenças e expectativas, 5

2.5. Estratégias Mnemónicas, 5

2.5.1. Transferência da aprendizagem de mnemónicas para outros contextos, 6

2.6. Método de Loci, 7

2.6.1. Benefícios do Método de Loci, 8

2.6.2. Limitações Método de Loci, 9

3.1. Objetivo do Estudo, 11

3.2. Participantes, 12

3.3. Materiais, 14

3.3.1. Questionário Sociodemográfico, 14

3.3.2. IACLIDE -Inventário de Avaliação Clínica da Depressão, 14

3.3.3. MMSE -Mini Mental State Examination, 15

3.3.4. MOCA- Montreal Cognitive Assessment, 15

3.3.5. Estratégia de Memória Sem Mnemónica, 16

3.3.6. Método de Loci, 16

3.4. Procedimento, 17

3.Método, 11

4.1. Efeito da Idade na Aprendizagem das Estratégias (com mnemónica e sem

mnemónica), 19

4.2. Efeito do défice cognitivo dos idosos nas estratégias de memória, 20

4.3 Efeito de estratégias de evocação nos participantes indiciados com MCI, 21

4.4 Relação entre depressão e estratégias de memorização, 22

5.Discussão, 23

6.Limitações e Investigação Futura, 25

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7.Referências, 27

8.Anexos, 42

Anexo 1 – Consentimento Informado, 42

Anexo 2 – Questionário Sociodemográfico, 43

Anexo 3- Ensino da Mnemónica de Lugares, 48

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1.Introdução

Os países em desenvolvimento e desenvolvidos caracterizam-se por um

envelhecimento demográfico sendo previsível que a percentagem de indivíduos com mais

de setenta anos e com doença de Alzheimer aumente exponencialmente nas próximas

décadas (Ferri et al., 2005).

De acordo com Craik e Salthouse (2008), a memória é uma das habilidades mentais

mais afetadas pela idade. São habituais as queixas de memória nos idosos, seja na dificuldade

em lembrar nomes de pessoas, datas de consultas médicas ou mesmo nos horários da toma

de medicamentos prescritos. A nível psicológico, as dificuldades de memória traduzem-se

frequentemente em perda de auto-estima. A depressão no idoso, acompanhada de alterações

cognitivas, pode originar comprometimentos cognitivos mais complexos, aumentando o

risco de desenvolver outras doenças (Alexopoulos et al., 2002).

Ao longo do tempo, têm sido realizados estudos que, relacionam a memória ao

envelhecimento, com vista a encontrar as melhores estratégias de intervenção, para recuperar

competências (Cavallini et al.,2003), ou retardar o processo de declínio cognitivo, para

aplicar no quotidiano. (Mc Dougall, 1995).

As intervenções cognitivas podem ser realizadas através da aprendizagem de

estratégias simples de memória, como memorizar nomes e rostos (McEvoy & Moon, 1988

citado por Bottiroli, S.,et al., 2008) e por técnicas mnemónicas específicas (Yesavage &

Rose, 1983; Yates, 1999; Gross et al.,2014 ) que podem beneficiar tanto os jovens como os

idosos (Verhaegen & Marcoen, 1996; Verhaeghen et al., 1992). As técnicas de mnemónicas

especificas têm crescido exponencialmente (Camp, Markley & Kramer, 1983), destacando-

se o papel da estratégia denominada “Método de Loci” que, se caracteriza pela evocação

serial aprimorada (Baltes & Kliegl, 1992; Kliegl et al., 1989, 1990; Singer, Lindenberger, &

Baltes, 2003). O “Método de Loci” tem sido alvo de estudo há várias décadas.

É de salientar a importância do tema no campo da Gerontologia, visto que, o bom

funcionamento cognitivo está diretamente relacionado à autonomia do idoso (Willis et al.,

2006; Yassuda et al., 2006).

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2. Enquadramento Teórico

2.1. Memória e Envelhecimento

Durante o processo de envelhecimento, os idosos apresentam maior vulnerabilidade

a doenças, e uma parcela significativa é acometida por alterações cognitivas. Essas

alterações variam em sua forma e intensidade, de indivíduo para indivíduo, devido a

diferenças no estilo de vida, condições de saúde, alimentação, prática de atividades físicas,

entre outros fatores (Newson & Kemps, 2005).

A memória é uma das alterações cognitivas que, merece mais atenção, na terceira

idade, visto que, é fundamental para o exercício das atividades diárias (Verhaeghen,

Geraerts, & Marcoen, 2000; Craik & Salthouse, 2008).

A perda de memória é uma queixa frequente de pessoas de meia-idade (40-65) e de

adultos idosos (Poon,1985 citado por Larry et al., 1987). Apesar de ser associada ao processo

de envelhecimento, pode ser um sinal de declínio cognitivo (Petersen et al., 1999).

Associados às queixas de memória/declínio cognitivo estão também, os sintomas

depressivos, de acordo com, vários estudos longitudinais e transversais (Dotson, Resnick, &

Zonderman, 2008; Minett, Silva, Ortiz, & Bertolucci, 2008) que podem, inclusive, estarem

relacionados com o aparecimento de Alzheimer (Butters et al., 2008).

2.2. Intervenções Cognitivas

Há um interesse crescente em terapêuticas não farmacológicas (Belleville, Chertkow,

& Gauthier, 2007), devido ao reconhecimento de que as intervenções cognitivas podem

promover a plasticidade cerebral e reduzir o comprometimento cognitivo ( McKitrick et al.,

1999; Yesavage & Rose, 1983; Gross et al., 2012; Rebok, Carlson, & Langbaum, 2007;

Verhaeghen, Marcoen, & Goossens, 1992; Cavallini et al., 2003; Reijnders, Heugten, &

Boxtel, 2013; Tardif & Simard, 2011), além dos benefícios limitados dos agentes

farmacológicos em retardar o declínio cognitivo, ou atuar no MCI (McGhee et al., 2016).

O MCI (défice cognitivo leve, do inglês mild cognitive impairment) é considerado o

estágio de transição entre o envelhecimento normal e a demência (Peterson et al., 2001,

2014). A perda de memória é um dos critérios (Petersen et al., 1999) assim como, as

deficiências na memória episódica, as limitações no controlo da atenção (Belleville,

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Chertkow & Gauthier, 2007) e o desempenho prejudicado em tarefas objetivas (Petersen &

Morris, 2003). São comuns ao MCI e à doença de Alzheimer, as mudanças da memória

episódica (Oedekoven et al., 2005; Sperling et al., 2010), especificamente, no lobo médio

temporal onde estão incluídos os hipocampos, a amígdala, e alguns córtices, que se

deterioram ao longo da vida adulta (Zacks, Hasher & Li, 2000 citado por Derwinger et al.,

2005). As queixas subjetivas de memória são também, um critério de diagnostico clínico de

MCI e possível preditor de progressão futura para a doença de Alzheimer (Reid & Maclullich,

2006). Os défices de memória diários no MCI envolvem dificuldades em recordar

informações recentes, como nomes e localização de objetos pessoais (Irish et al., 2011 &

Yanhong et al., 2013).

As intervenções cognitivas promovem a autonomia do idoso (Willis et al., 2006;

Yassuda et al., 2006). Através da instrução e prática podem melhorar o seu desempenho de

memória (Rebok, Carlson, & Langbaum, 2007; Buiza et al.,2008) assim como, reduzir o

risco de declínio cognitivo e demência (Verghese et al., 2003; Barnes & Yaffe,2011; Marioni

et al., 2012). A literatura também apresenta melhorias consideráveis, pelo treino cognitivo,

nos pacientes indiciados com Alzheimer (Cahn-Weiner, Malloy, Rebok, & Ott, 2003). Vários

estudos demonstram também que, os programas que envolvem as estratégias de treino de

memória, permitem aos idosos melhorar a sua capacidade de adquirir novas informações e

recuperar as que estão armazenadas na memória a longo prazo (Rebok, Carlson &

Langbaum, 2007; Cavallini et al., 2003).

2.2.1. Programas de Intervenção Cognitiva

Os programas de intervenção cognitiva têm crescido exponencialmente nos últimos

anos e apresentam várias características. Frequentemente, assumem a forma de uma aula ou

workshop, em que, entre quinze a dezassete idosos saudáveis, participam de uma ou duas

sessões semanais, de 5 a 12 semanas; são programas de treino de memória, em oposição a

programas de estimulação cognitiva e reabilitação (Clare, et al., 2003). Os programas de

treino de memória diferem nas estratégias (Rebok, Carlson, & Langbaum, 2007).

As estratégias são mecanismos cognitivos que, permitem aos indivíduos processar

melhor informação, poupando tempo e recursos mentais (Bruner et al., 1957). O objetivo

final é a transferência da aplicação no quotidiano, portanto, é essencial, encontrar estratégias

que os idosos utilizem eficazmente. Não se limita a uma característica específica de

memória, permitindo ensinar aos idosos, estratégias diversificadas que podem ser menos ou

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mais eficazes para determinada tarefa e receber informações sobre funções da memória e do

declínio, aquando do envelhecimento.

2.2.2. Avaliação do programa de memória

É possível avaliar a eficácia de um programa de memória, não só, pelas evidências

objetivas de memória, mas também, por meio de queixas subjetivas sobre as memórias

quotidianas. Uma diminuição destas queixas pode ser um indicador dos benefícios do treino

cognitivo (Preiss; Lukavsky, & Steinova, 2010).

Alguns estudos demonstram evidência de neuroplasticidade nos programas de

memória, especialmente no estágio MCI. Belleville et al. (2011) constatou o aumento de

ativação relacionado a treino no lóbulo parietal inferior direito após exercitar várias

estratégias de memória. Balardin et al. (2015) constatou o aumento da ativação nos giros

pré-frontal ventromedial e frontal superior direito após ensinar uma estratégia semântica

específica. Em relação ao programa de memória focado na associação nome-rosto,

Hampstead et al. (2011) descreveu um aumento da atividade em uma rede cerebral

generalizada envolvendo as regiões frontal, medial, parietal e occipital e o córtex temporal

lateral esquerdo. Hampstead et al. (2012) demonstraram um efeito parcialmente restaurador

na ativação do hipocampo em indivíduos com MCI.

Os participantes que, inicialmente, apresentaram queixas de memória, após

participarem em programas de treino de memória que envolvem aprendizagem de estratégias

apresentam ganhos subjetivos de memória, menos stress e ansiedade sobre o funcionamento

da mesma (Valentijn et al., 2005).

2.3. Queixas subjetivas de memória e Depressão

Os idosos apresentam muitas queixas subjetivas de memória (Park et al., 2007).

Constatou-se que as queixas subjetivas de memória estão relacionadas com sintomas

depressivos (Kahn, Zarit, Hilbert & Niederehe, 1975; Pearman, Hertzog & Gerstorf, 2014).

Quanto mais os idosos apresentem sintomas depressivos, ou pior desempenho de memória,

mais se queixam da mesma, maior percepção negativa têm sobre o funcionamento da mesma,

(Hulur, Hertzog, Pearman, Ram & Gestorf 2014; Zelinski et al., 1990,2004) e maior a

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probabilidade de desenvolver demência (Mitchell, Beaumont, Ferguson, Yadegarfar, &

Stubbs, 2014).

2.4. Crenças e expectativas

A crença na eficácia das estratégias de memória, interfere no desempenho. Difere

quanto à idade, visto que, idosos têm menos probabilidade de acreditar que o uso de

estratégia intencional irá beneficiar os resultados da memória em comparação com adultos

de meia-idade (Hertzog, McGuire, Horhota, & Joop, 2010). Estas crenças por sua vez,

conduzem a pior reconhecimento de memória (Bender & Raz 2012; Daugherty & Ofen,

2015). Ainda assim, há evidência de que, as mesmas, podem ser modificadas mais tarde

(Lachman, 2006), justificando a necessidade de refletir sobre as crenças e expectativas

baixas, ou seja, de que a memória pode e deve ser exercitada. As expectativas negativas

podem conduzir a menor utilização da memória, contribuindo para o seu declínio, enquanto

as expectativas positivas podem levar ao oposto (LevyCushman & Abeles, 1998). O

feedback positivo associado às estratégias de sucesso pode conduzir a crenças mais positivas

nos idosos (Lachman, 2000).

É essencial trabalhar as crenças/expectativas pessoais, visto que, os indivíduos ao

participar dos ensaios associados às estratégias de memória, tornam-se mais conscientes das

suas falhas, reforçam as crenças e fazem uma avaliação subjetiva da memória mais negativa

(Zarit, Cole & Guider, 1981). Um estudo de aprimoramento de estratégias de memória

incluiu atividades de reflexão e análise das mudanças relacionadas à idade no desempenho

da memória que, demonstrou redução na ocorrência de queixas de memória, após a mudança

de expectativa (Best, Hamlett & Davis, 1992).

2.5. Estratégias de memorização: mnemónicas

A literatura científica evidencia que, os idosos beneficiam mais da utilização das

estratégias de mnemónicas do que, de outras estratégias (Verhaeghen, Marcoen & Goossens,

1992). Primeiro, porque facilitam a organização e associação de novas informações

(Hampstead et al., 2014), visto que, pressupõe uma estrutura (mnemónicas da primeira letra,

categorização e histórias descritivas) e, não se, reduzem a palavras simplesmente ensaiadas;

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(Neely & Backman, 1995; Hill et al., 1990; Dunlosky & Hertzog, 1998) tornando a

memorização e evocação de novas informações mais eficaz (Yassuda, Batistoni, Fortes &

Neri, 2006).

A literatura demonstra, ainda que, o treino de estratégia mnemónica pode ser eficaz

em pacientes com MCI, levando a melhorias em diferentes domínios cognitivos (Simon et

al., 2012; Huckans et al., 2013; Hampstead et al., 2014; Chandler et al., 2016; Mewborn et

al., 2017).

Tal como CaleroGarcia & Navarro-González (2007), também o estudo de Roda et al.

(2010) apresenta resultados que, demonstram que, a utilização de estratégias de mnemónicas

é facilitadora da memorização e que, sucessivos ensaios podem intensificar a associação

entre desempenho e uso da estratégia. Intervenções de memória, com o objetivo de

intensificar o desempenho em tarefas de mnemónicas, são importantes para a manutenção

da independência no idoso, diminuindo o risco de institucionalização.

A literatura sustenta que, a recordação é facilitada se imagens mentais forem usadas,

ou seja, palavras que criem mais vivacidade de imagem, mais facilidade em criar imagem

mentais e mais fácil a sua evocação (Holmes & Mathews 2010). Os participantes instruídos

a formar imagens mentais têm a tarefa mais facilitada pelo uso de palavras concretas ou com

alta pontuação em imageabilidade (Paivio 1979,1986,1991 citado por Campos et al., 2011).

Estudos apontam que participantes que foram instruídos a não usar imagens mentais tiveram

níveis mais baixos de recordação demonstrando que, tanto as, mnemónicas com ilustrações,

assim como, as mnemónicas criadas a partir da imaginação, facilitam significativamente o

acesso à memória. No entanto, os benefícios associados às mnemónicas com ilustrações

eram maiores, do que aquelas em que, teriam de criar uma imagem a partir das palavras

dadas (Campos et al., 2004; Dretzke, 1993).

2.5.1. Transferência da aprendizagem de mnemónicas para outros contextos

De acordo com Verhaeghen, Marcoen e Goossens (1992), o ensino de mnemônica

baseia-se no pressuposto de que a aquisição de uma técnica específica, permite ao individuo

adquirir um conhecimento estratégico geral, que lhe, permite generalizar a aprendizagem

num contexto particular para outros contextos da vida quotidiana (memorizar uma lista de

compras).

Há diversos estudos (Bottiroli et al., 2008; Kliegl et al.,1990; Derwinger et al., 2005;

Willis, Tennstedt, & Marsiske, 2006) que, demonstram efeitos a longo prazo dando suporte

à noção de plasticidade no envelhecimento.

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Ainda assim, a literatura não é clara, quanto aos benefícios que, as estratégias possam

trazer a longo prazo pois, estudos como Yesavage et al. (1983) e Scogin et al. (1985) só

revelam efeitos a curto prazo. A título de exemplo, também, Scogin e Bienias (1988)

constataram que, após 3 anos de sessões de treino de memória, tendo em consideração o

desempenho e as queixas de memória, o desempenho dos idosos voltou aos níveis basais e

as queixas de memória não mudaram ao longo deste período.

Parecem existir várias explicações possíveis. De acordo com Herrmann e Searleman

(1992), os participantes podem ter dificuldade em reutilizar estratégias apreendidas na vida

quotidiana. No caso particular dos idosos, a não aplicação das estratégias aprendidas poderá

dever-se ao elevado nível de exigência de prática e exercício na vida quotidiana (McEvoy &

Moon,1988 citado por Bottiroli et al., 2008) que pode agravar se estes tiverem recursos

cognitivos reduzidos (Herrmann,& Searleman, 1992; Daugherty & Ofen, 2015). Outra

explicação sugere que os mesmos possam alteram as estratégias aprendidas dando-lhe um

cunho pessoal (Anschutz et al., 1985,1987).

Dessa forma, apenas os sujeitos que incorporaram devidamente as instruções

associadas às estratégias e as utilizaram no dia-a-dia apresentaram efeitos benéficos a longo

prazo e menos queixas de memória (Anschutz et al.,1985; Bottiroli et al., 2008).

É importante também referir que não há ainda evidência científica que, apresente

conquistas no desempenho a longo prazo para idosos com menor capacidade de memória

(Rebok, Carlson & Langbaum 2007).

Assim sendo, a literatura científica pede alguma cautela na generalização e

manutenção dos efeitos dos programas de treino de memória (Verhaeghen, Marcoen, &

Goossens, 1992).

2.6. Método de Loci

O Método de Loci é uma estratégia mnemónica antiga e célebre da história moderna

(Worthen & Hunt, 2011 & Yates, 1999). A sua primeira descrição, aparece com Cícero, que

aconselha num tratado romano a utilizar esta estratégia para facilitar a memorização,

conforme refere Dalgleish et al. (2013).

É também muito conceituado, sendo utilizado por várias personalidades, tais como,

Lu Chao, que recorreu a este método para recordar π (a razão entre a circunferência de um

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círculo e seu diâmetro) para sessenta e sete mil e oitocentas e noventa casas decimais sem

erro em 2006 (Raz et al., 2009).

O Método de Loci é uma estratégia de mnemónica que, se baseia em associações a

locais ou espaços, objetos pessoais e familiares para organizar e recordar o conteúdo a

memorizar. O método comum, utiliza imagens visuais, para associar cada evento ou

informação a ser lembrado com um dos ‘loci’ (lugares, em latim). Os “objetos” a memorizar

podem ser evocados recordando mentalmente o trajeto em torno dos lugares e utilizando a

imagem desse loci como pista.

Esta sequência estruturada de imagens, que, todavia, envolve mnemónicas

visuoespaciais complexas para lembrar informações (Bower, 1970 & Yates, 1999) fornece

pistas de memória para facilitar a recordação, conduzindo a um melhor de desempenho de

memória nos idosos (Hill, Allen, & McWhorter, 1991; Kliegl, Smith, & Baltes, 1989, 1990;

Rebok & Balcerak, 1989; Verhaeghen & Marcoen, 1996; Yesavage & Rose, 1983).

2.6.1. Benefícios do Método de Loci

O Método de Loci tem sido alvo de estudo há várias décadas por diversos motivos.

De acordo com Anschutz (1987) e Gross (2014) o Método de Loci, revelou-se útil no

armazenamento temporário (ex: lista de compras), assim como, a longo prazo de

informações (Yates, 1999).

É consistente em melhorar o desempenho da memória (Groninger, 1971; Belezza &

Reddy, 1978).

Evidenciou que, os idosos ganham benefícios resultantes das instruções iniciais

associadas (Brehmer et al., 2007), o que vai ao encontro de outros estudos que demonstram

a importância da instrução em estratégias de memorização (Devolder & Pressley, 1992;

Dunlosky & Hertzog,1998; Treat & Reese, 1976).

Demonstrou que, melhora a acessibilidade das memórias por possuir componente de

imagens (Groninger, 1971).

Facilita o acesso quotidiano a memórias de experiências positivas e auto-afirmativas

depois de identificadas (Erber & Erber, 1994; Rusting & DeHart, 2000; Dalgleish et al.,

2013), inclusivamente, em indivíduos com histórico de depressão (Dalgleish et al., 2013;

Werner-Seidler & Dalgleish, 2016), que tendem a apresentar dificuldades em aceder às

memórias, por elas se apresentarem enviesadas por eventos autodepreciativos, negativos

(Gotlib & Joormann, 2010) e em excesso (Dalgleish & Werner-Seidler, 2014). Quando

comparado, com, outras estratégias para aceder a memórias positivas, tais como,

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9

categorização e ensaio apresentam potencial clinico superior (Dalgleish et al., 2013), que,

pode adver-se, ao facto de, o Método de Loci instruir os participantes, com histórico de

depressão, a se concentrarem em aspetos concretos (informação sensorial e afetiva das

memórias positivas), que concede um impacto positivo no humor destes (Werner-Seidler &

Molds, 2012) e diminui o afeto negativo (Josephson, Singer, & Salovey, 1996; Rusting &

DeHart, 2000). É de realçar, o facto de que, pesquisas anteriores apontaram que, indivíduos

em remissão da depressão, consideram difícil experimentar uma melhoria de humor, em

consequência de recordação de memórias (Joormann et al., 2007). Porém, dois estudos

mostraram, até que, o Método de Loci, pode ser utilizada por estes, de forma, a neutralizar

as quedas de humor (Werner-Seidler & Molds, 2012). E que, inclusivamente, pode aumentar

a retenção a longo prazo de memórias positivas (Dalgleish et al., 2013; Werner-Seidler &

Dalgleish, 2016).

Segundo o estudo de Gross et al. (2014), é utilizada por 25 % dos idosos, após todos

os ensaios. Aumenta a velocidade de processamento, que, é responsável pela plasticidade da

memória (Kliegl et al., 1990; Singer, Linderberger & Baltes, 2003) e junto com a capacidade

de memória de trabalho são fatores centrais no processamento de recursos de défices de

memória associados à idade (Park et al., 2002; Salthouse, 1996; Hedden et al., 2005).

Promove a plasticidade do cérebro na terceira idade. Após a utilização do Método de

Loci, os idosos apresentaram mudanças neuro-químicas, ativação cerebral e até aumentos

macroestruturais na espessura cortical (Engvig et al., 2010; Kondo et al., 2005; Nyberg et

al., 2003; Dimitriadis et al., 2016). Outro estudo realizado por Nyberg et al. (2003),

demonstrou que o uso desta estratégia em ambientes experimentais está associado ao

aumento da região occipital do cérebro. Num estudo de Engviv et al. (2010), após um

programa de 8 semanas, com o Método de Loci, observou-se o espessamento cortical nos

córtices fusiformes e orbitofrontal que são áreas do cérebro utilizadas para a codificação da

memória visual (Stern et al., 1996) e da memória episódica (Rugg, Otten, & Henson, 2002;

Wagner et al., 1998).

2.6.2. Limitações Método de Loci

O Método de Loci, não apresenta resultados de desempenho a nível de memória

equitativos, entre as várias faixas etárias (Saczynski, Willis, & Schaie, 2002; Verhaegen &

Marcoen, 1996; Verhaeghen, Marcoen, & Goossens, 1992). Adultos e jovens apresentam

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10

melhores resultados, quando, comparados com idosos o que pode ter várias causas

associadas.

Alguns estudos indicam que, existe preferência, por parte dos idosos, por estratégias

mais simples, como o agrupamento semântico ou a mnemónica de história, apesar de,

aprenderem e treinarem outros métodos. (Nyberg et al., 2003; Singer, Lindenberger &

Baltes, 2003; Verhaegen & Marcoen, 1996).

A execução de estratégias complexas ou que exigem atenção diminuem com a idade

(Allen, Ashcraft, & Weber, 1992; Arnaud, Lemaire, Allen & Michel, 2008; Dunlosky &

Hertzog, 1998; Dunlosky, Hertzog, & Powell-Moman, 2005; Geary & Wiley, 1991; Geary,

French, & Wiley, 1993; St. Clair-Thompson, 2007).

Tem instruções específicas, o que impede a medição da produção pura utilizada pelos

participantes. É importante perceber, em que condições os participantes são capazes de

descrever a/ou as estratégias, que utilizaram de forma espontânea na mesma tarefa de

memória (Saczynski et al., 2007). É comum, na análise às estratégias utilizar-se as seguintes

condições: autorrelato, que é a descrição das estratégias utilizadas pelo participante sem

qualquer instrução prévia, portanto autogerada (Devolder & Pressley, 1992; Hill , Allen, &

Gregory, 1990), ou, mediante uma lista apresentada, escolher as estratégias que possam ter

sido utilizadas ( Dunlosky & Hertzog, 1998; Rankin et al., 1984).

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11

3.Método

3.1. Objetivo do Estudo

O objetivo deste estudo, centra-se, na avaliação das diferenças do uso de estratégias

cognitivas diferenciadas e pesquisa a influência do declínio cognitivo e da depressão, em

adultos de meia idade e idosos.

Assim, em conformidade com a literatura apresentada e os resultados de diversos

estudos, surgiram as seguintes questões de investigação:

Questão 1: A literatura evidencia que, os idosos beneficiam mais da utilização das

estratégias de mnemónicas, do que de outras estratégias, devido à estrutura, organização

(Verhaeghen, Marcoen & Goossens, 1992; Hampstead et al., 2014; Neely & Backmann,

1995; Hill et al., 1990; Dunlosky & Hertzog, 1998; Yassuda et al., 2006; CaleroGarcia &

Navarro González, 2007; Roda et al., 2010) e, especialmente, por recorrerem a imagens

mentais na sua evocação (Holmes & Mathews, 2010; Paivio, 1979, 1986, 1991 citado por

Campos et al., 2011). É relevante, compreender se o Método de Loci, é mais eficiente que a

primeira estratégia sem mnemónica, por possuir estas características.

A literatura indicia também que há pior desempenho em idosos comparativamente a

adultos de meia-idade (Dretzke, 1993). Será que os idosos revelam pior aprendizagem na

técnica de mnemónica comparativamente a adultos de meia-idade?

Questão 2: Segundo Hermann, Weingartner, Searleman, McEvoy (1992); Daugherty

e Ofen (2015), é mais difícil, por parte dos idosos, utilizar estratégias, quando estes

apresentam recursos cognitivos reduzidos. Sendo assim, é pertinente perceber se o défice

cognitivo influencia a capacidade de recordação. Deste modo, será que os idosos (mais de

65 anos) revelam maior dificuldade de evocação, quando apresentam défice cognitivo?

Questão 3: Vários estudos sugerem que, o treino de estratégia mnemónica pode ser

eficaz em pacientes com MCI (Simon et al., 2012; Huckans et al., 2013; Hampstead et al.,

2014; Chandler et al., 2016; Mewborn et al., 2017) assim como com pacientes com

Alzheimer (CahnWeiner, Malloy, Rebok, & Ott, 2003). O objetivo é, perceber se os

participantes que apresentaram resultados nos testes de declínio cognitivo com indícios de

MCI, tiveram melhor desempenho com o Método de Loci, que é uma estratégia mnemónica,

em contraponto com um método sem mnemónica. Assim sendo, será que o Método de Loci

é mais eficaz em participantes com indício de MCI do que outra estratégia sem mnemónica?

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Questão 4: De acordo com um estudo de Ide e McDougall (2000), que analisou uma

amostra de 117 idosos, quanto à influência do declínio cognitivo e sintomatologia

depressiva, apresentou resultados diferenciados na aprendizagem de uma estratégia

cognitiva. Desta forma, é pertinente perceber se os participantes que apresentam

sintomatologia depressiva apresentam mais dificuldade que os outros na aprendizagem de

uma estratégia com mnemónica como o Método de Loci. Deste modo, será que os indivíduos

com sintomatologia depressiva têm mais dificuldade em utilizar o Método de Loci em

contraponto com o método sem mnemónica?

3.2. Participantes

A amostra, de conveniência, para o presente estudo, é constituída por 60 participantes

divididos em dois grupos etários. O primeiro grupo (controlo) é, constituído por adultos de

meia-idade (40-65 anos) e o segundo grupo (“idosos”) é, constituído por idosos (+ de 65

anos). Os participantes do grupo experimental foram recrutados, com a colaboração de várias

instituições (e.g. centros de dia e lares). Devido às restrições impostas pela pandemia de

Covid-19, o processo foi dificultado. Ainda assim, foi possível realizar a recolha de dados

num lar em Vila Nova de Gaia. Assim, 17 idosos (5 do sexo masculino) foram testados entre

agosto e inícios de setembro de 2020 (idades compreendidas entre os 68 e os 91 anos de

idade, M = 82.94 e DP = 6.90). A título de nota é de referir que entre estes, já estavam

referenciados, dois dos idosos participantes com sintomatologia de Alzheimer, quatro com

várias dificuldades auditivas e um com esquizofrenia. As suas respostas foram consideradas

para efeitos de estudo, visto que, era intenção avaliar o benefício das estratégias nestes

participantes, assim como, evitar o ressentimento por apenas alguns participarem. Os idosos,

que não estão institucionalizados (15), têm idades compreendidas entre os 65 e os 77 anos

(M = 70.93; DP = 3.90), sendo 5 do sexo masculino e 10 do sexo feminino. No total, o grupo

experimental foi composto por 32 idosos (M = 77.3; DP = 8.28). De entre esses, 10 eram do

sexo masculino e os restantes 22 do sexo feminino.

Quanto ao grupo de controlo, é representado por 28 adultos, com idades entre os 40

e os 64 (M = 49.11; DP = 7.30), sendo 20 do sexo feminino e 8 do sexo masculino.

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Apresenta-se, na tabela 1, a caracterização dos dois grupos quanto: ao sexo; à idade;

ao estado civil; à institucionalização; à situação profissional; às limitações físicas e á escala

de Graffar.

Tabela 1. Caracterização sociodemográfica da amostra.

Idosos Adultos Meia-Idade

Sexo 31,3% sexo masculino

68,8% sexo feminino

28,6% sexo masculino

71,4% sexo feminino

Idade

1,7% 65 anos

3,3% 66 anos

6,7% 68 anos

1,7% 70 anos

1,7% 71 anos

3,3% 72 anos

3,3% 73 anos

3,3% 74 anos

1,7% 75 anos

5% 77 anos

1,7% 80 anos

1,7% 82 anos

3,3% 83 anos

1,7% 84 anos

3,3% 87 anos

5% 88 anos

1,7% 89 anos

1,7% 90 anos

1,7% 91 anos

6,7% 40 anos

3,3% 41 anos

1,7% 42 anos

5% 44 anos

3,3% 45 anos

3,3% 46 anos

1,7% 50 anos

1,7% 51 anos

3,3% 52 anos

1,7% 53 anos

1,7% 54 anos

1,7% 55 anos

3,3% 56 anos

5% 57 anos

1,7 % 63 anos

1,7% 64 anos

Estado Civil

18,8% Solteiros

40,6% Casados ou em

União de Facto

6,3% Divorciados ou

Separados

34,4% Viúvos

14,3% Solteiros

71,4% Casados ou em

União de Facto

14,3% Divorciados ou

Separados

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14

Situação Profissional 3,1% Empregados

96,9% Reformados

78,6% Empregados

17,9% Desempregados

3,6% Reformados

Limitações Físicas

62,5% Ausência

12,5% Cadeira de Rodas

6,3% Andarilho

9,4% Bengala

9,4% Canadiana

Não se Aplica

Escala de Graffar

21,9% Classe Alta

37,5% Classe Média Alta

40,6% Classe Média

25% Classe Alta

46,4% Classe Média Alta

28,6% Classe Média

3.3. Materiais

3.3.1. Questionário Sociodemográfico

Com o intuito de aceder a dados pessoais, sociais e demográficos da amostra, foi

aplicado o questionário sociodemográfico de Graffar, que, apresenta as seguintes

características: sexo, idade e nível socioeconómico. Relativamente a este, foi utilizada a

Classificação Social Internacional de Graffar que, analisa as cinco dimensões: profissional,

nível de instrução, fonte de rendimento familiar, conforto da habitação e do local de

residência (Trincão, 2009). A cada uma, destas categorias, é atribuída uma pontuação, que

se define num escalão/classe ocupada na sociedade.

3.3.2. IACLIDE -Inventário de Avaliação Clínica da Depressão

Vaz Serra (1994) desenvolveu o Inventário de Avaliação Clínica da Depressão numa

escala de Lickert, a partir de amostras de participantes portugueses. Este inventário tem como

objetivo, avaliar a intensidade da sintomatologia clínica depressiva. É um instrumento de

auto-avaliação que permite ao individuo expressar como se sente.

O inventário é formado por vinte e três questões distintas, organizadas em cinco

opções de resposta que apresentam gravidade gradual. O inquérito assume especial

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15

importância, tendo em conta que, avalia como o estado depressivo relaciona-se com o grau

de incapacidade que o participante sente com a vida em geral, ou numa área específica

(perturbação biológica, cognitiva, interpessoal e desempenho da tarefa). No que diz respeito

a valores, estes podem ir do 0 (completa ausência de sintomas) a 92 (intensidade máxima de

todos os sintomas), estabelecendo-se que a pontuação inferior a 20 refere ausência de

depressão; entre 20 e 34 indicia depressão leve; entre 35 e 52 aponta para depressão

moderada e igual ou superior a 53 indica depressão grave.

3.3.3. MMSE -Mini Mental State Examination

O Mini Mental State Examination - MMSE (Folstein, Folstein, & McHugh, 1975;

Versão portuguesa de Guerreiro, Silva, Botelho, Leitão, Castro-Caldas, & Garcia, 1993)

consiste num instrumento de rastreio do défice cognitivo geral que inclui vários domínios

cognitivos: orientação temporal e espacial; retenção; linguagem (evocação, nomeação,

repetição, compreensão escrita ou verbal e escrita); atenção e cálculo e capacidade

visuoconstrutiva. A pontuação é de 0 a 30 pontos, sendo atribuído 1 ponto por cada resposta

correta e 0 por cada resposta incorreta. Este teste, tem como objetivo despistar o défice

cognitivo e é, especialmente, adequado a idosos com níveis de escolaridade reduzidos.

Por outro lado, apresenta bastantes limitações, nomeadamente, a baixa sensibilidade

a estados de declínio cognitivo ligeiro, a reduzida complexidade das tarefas e a ausência

relativa ao funcionamento executivo.

3.3.4. MOCA- Montreal Cognitive Assessment

O MOCA (Nasreddine et al., 2005) é um instrumento de rastreio de défice cognitivo

que, permite diagnosticar e avaliar vários domínios cognitivos agrupados em oito categorias:

Memória (evocação diferida de palavras); Capacidades Visuoespaciais (cópia do cubo;

desenho do relógio); Função Executiva (Trail Making Test B: fluência verbal fonémica;

abstração verbal); Atenção; Concentração; Memória de Trabalho, englobadas no mesmo

domínio (tarefa de atenção sustentada - deteção do alvo; subtração em série; memória de

dígitos, no sentido direto e inverso); Linguagem (nomeação; repetição de frases complexas)

e Orientação Temporal e Espacial (Mickes et al., 2010)

O teste é uma ferramenta de despiste cognitivo, útil para muitas doenças: Alzheimer;

parkinson; demência de corpos de Lewy; AVC; demência frontotemporal; metástase cerebral;

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16

distúrbio de comportamento do sono; tumores cerebrais; esclerose múltipla; depressão;

esquizofrenia; insuficiência cardíaca; abuso de substância; HIV…

Este teste apresenta várias modalidades. O teste completo, tem como objetivo testar

indivíduos com deficiência cognitiva leve. Tem disponível três versões, com vista a diminuir

os possíveis efeitos de aprendizagem, quando o MOCA é aplicado a cada três meses ou

menos. O teste básico visa testar participantes analfabetos ou com baixa escolaridade

(inferior a cinco anos) O teste MOCA Blind/Telefone, tem por objetivo testar participantes

com deficiência visual , contendo todas as tarefas do teste completo, excepto os itens visuais.

O teste MOCA cinco minutos/telefone, é um teste mais curto, que visa avaliar os

participantes em cinco minutos, por telefone ou pessoalmente. O MOCA Audiovisual é uma

versão que, permite ser administrada, por videoconferência. Existe também, a aplicação

MOCA, que é uma réplica da versão em papel.

Quanto à sua pontuação, é de 0 a 30 pontos. O ponto de corte obtido, pela sua

validação portuguesa foi de 26 pontos, pelo que consideramos a existência de defeito

cognitivo para pontuações inferiores a este valor (Paulsen, 2011) No entanto a pontuação de

corte para MCI (comprometimento cognitivo leve) é de 18 a 25. E inferior a 18 pode indiciar

doença de Alzheimer. No entanto, por vezes, há sobreposição nas pontuações, uma vez que,

por definição, a doença de Alzheimer é determinada pela presença de comprometimento

cognitivo, além da perda da autonomia.

O MOCA foi validado para pessoas de 55 a 85 anos, e de acordo com Mazancova et

al. (2020), apresenta-se como uma das ferramentas mais poderosas, na detecção do

comprometimento cognitivo leve.

3.3.5. Estratégia de Memória Sem Mnemónica

Foi aplicado um pré-teste envolvendo a aprendizagem e evocação imediata serial de

vinte palavras. Nesta estratégia de memória, sem mnemónica, é pedido aos participantes que

prestem atenção ao conjunto de pares de palavras apresentados no Microsoft PowerPoint,

que devem memorizar e evocar de imediato por escrito no final. É realizado um exercício de

treino inicial para clarificar o objetivo.

3.3.6. Método de Loci

O Ensino da Mnemónica de Lugares caracteriza-se pela aprendizagem de uma

estratégia de memória com mnemónica, que, obedece a instruções claras associadas à

memorização visual e espacial (Brehmer et al., 2017). O Método de Loci, conforme descrito

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17

anteriormente, utiliza imagens visuais, para associar a informação a ser lembrada através de

locais. Nesta amostra específica, foi pedido aos participantes, que associassem os pares de

palavras a serem evocados, através da associação visual a locais pelos quais realizam o

trajeto desde que acordam. A título de exemplo, se o primeiro par de palavras apresentado

for: brincos e mala, o participante pode imaginar no “quarto” (lugar) uma pessoa a colocar

os seus brincos e a mala e a sair do mesmo. Neste caso específico, as palavras apresentadas,

são concretas, mas nem sempre é assim. Poderão aparecer palavras, que criem e suscitem

uma imagem interativa mental bizarra. Em termos de evocação, é pedido ao participante,

que “percorra” mentalmente o trajeto, que faz diariamente, com o que criou com a associação

de palavras.

3.4. Procedimento

Cada participante foi testado individualmente, em salas reservadas, oferecendo

condições ambientais semelhantes a todos, com o intuito de eliminar qualquer efeito do

contexto, que pudesse interferir nos resultados. Inicialmente, os participantes foram

informados que iriam participar num estudo relativo a estratégias de memorização. Foram

também esclarecidos que a participação era voluntária, podendo desistir a qualquer altura

sem consequências dessa decisão.

Em seguida, os participantes assinaram o consentimento informado (1) e

preencheram o questionário sóciodemográfico (2) seguindo-se o inventário de avaliação

clínica da Depressão, o Montreal Cognitive Assessment e o Mini-Exame do Estado Mental.

Por fim, realizaram-se duas estratégias de memória (3). Na primeira estratégia, sem

mnemónica, é apresentado uma sequência de vinte palavras, apresentadas aos pares, e, no

final, é pedido o registo serial imediato em papel das palavras recordadas.

Depois desta estratégia, é explicada a utilidade da mnemónica dos lugares (Método

de Loci), envolvendo a apresentação de um vídeo ilustrativo e exercícios de prática e

explicações. Recorrendo a uma estratégia equivalente à usada na estratégia sem mnemónica,

desta vez com mnemónica (Método de Loci), é avaliado o desempenho, na aprendizagem de

uma lista de pares de palavras, seguindo-se, o imediato registo em papel das palavras

recordadas. Ambas as estratégias, consistem na apresentação de uma lista de vinte palavras,

organizadas aos pares, a um ritmo de cinco segundos. As palavras, foram escolhidas, do

artigo “Avaliação da Valência e familiaridade de 270 nomes comuns e adjetivos da língua

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18

portuguesa”, de Gaspar (2009), com os seguintes critérios: palavras neutras quanto à sua

valência, situando-se na média da escala, em que 1 representa muito desagradável e 7 muito

agradável. As listas foram visualizadas pelos participantes no ecrã de computador, através

do Microsoft PowerPoint, sendo os slides com fundo azul e os pares de palavras escritas a

amarelo, uma no canto superior direito e outra no canto inferior esquerdo. Por fim,

agradeceu-se a disponibilidade dos participantes. O tempo total de recolha de dados, por

participante, foi diferente nas duas faixas etárias, sendo que, os adultos na meia idade,

demoraram em média 30 minutos e os idosos 55 minutos.

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4.Resultados

4.1. Efeito da Idade na Aprendizagem das Estratégias (com mnemónica e sem

mnemónica)

São apresentados resultados relativos às variáveis grupo etário e aprendizagem da

mnemónica (Questão 1).

Tabela 2. Sumário dos resultados principais do estudo.

Foi realizada uma ANOVA de medidas repetidas com a variável Grupo etário

intersujeitos e Mnemónica (intrasujeitos). O factor Grupo etário teve um efeito

significativos, com os mais jovens a recordar mais palavras antes e depois da aprendizagem

da mnemónica, F (1, 58) = 32,57, p<.0001.

O factor intrasujeitos (Mnemónica) teve um efeito significativo com os resultados a

serem superiores após a aprendizagem da mnemónica, F (1, 58) = 38,25, p<.0001.

A interação do Grupo etário com a aprendizagem da mnemónica foi significativa,

sugerindo que o grupo etário dos idosos tirou menos partido da mnemónica que os

participantes de meia idade, F (1, 58) = 5,15, p<.027.

A Figura 1 apresenta um sumário dos resultados apresentados.

Estatísticas descritivas principais do estudo

Mnemónica Grupo etário Média DP N

Meia idade 6,29 2,29 28

Idosos 2,94 2,95 32

Total 4,50 3,13 60

Meia idade 9,93 4,03 28

Idosos 4,63 3,88 32

Total 7,10 4,74 60

Sem

Com

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4.2. Efeito do défice cognitivo dos idosos nas estratégias de memória

De modo a analisar, os resultados obtidos, pelo grupo dos idosos, com défice

cognitivo, quanto às duas estratégias de memória, sem mnemónica e com mnemónica, foram

selecionados os casos a analisar, limitando-os ao grupo dos idosos que apresentaram défice

cognitivo no MMSE. Este grupo foi analisado através de um teste de T de Student.

Nos idosos, com défice cognitivo (avaliado pelo MMSE), observaram-se diferenças

significativas, relativamente à média de desempenho de memória. Os idosos com défice

cognitivo, evidenciaram na estratégia sem mnemónica (M = 1,00; DP = 1,265) t (10) = 2.622,

p = 0.026), assim como na estratégia com mnemónica (M = 1,18; DP = 0.874) t (10) = 4.485,

p= 0,001. Deste modo concluiu-se que, os resultados, apoiam a segunda questão de

investigação.

A tabela 3, mostra os resultados obtidos pelo efeito do défice cognitivo nos idosos,

apurados pelo MMSE nas estratégias de memória (N=11).

Tabela 3. Efeito do défice cognitivo dos idosos nas estratégias de memória (N=11)

Variável

Idosos c/Défice

Cognitivo

MMSE

M(DP)

t p

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

Pal

avra

s E

voca

das

Meia Idade Idosos

Médias marginais estimadas

Sem mnemónica

Com mnemónica

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21

Sem

Mnemónica 1 (1,265) 2,622 0.026

Com

Mnemónica 1,18 (0.874) 4,485 0.001

4.3 Efeito de estratégias de evocação nos participantes indiciados com MCI

Para efetuar a comparação entre as estratégias de evocação em participantes com

indício de MCI, realizou-se, inicialmente, a divisão em três grupos, sendo um constituído

pelos participantes que demonstraram défice cognitivo ligeiro no MOCA. De seguida, foram

analisados, através de um teste de t de Student, para amostras emparelhadas, comparando as

duas tarefas de evocação, ou seja, a estratégia sem mnemónica e a estratégia com

mnemónica.

A tabela 4, mostra os resultados obtidos, pelo efeito das duas estratégias de memória,

nos participantes com indícios de MCI (N = 21), que foram analisados, mediante comparação

entre o desempenho da estratégia sem mnemónica com o desempenho da estratégia com

mnemónica.

Tabela 4. Efeito de estratégias de evocação nos participantes indiciados de MCI (N = 21)

Variável Participantes MCI: M (DP)

Sem Mnemónica 5.29 (2.348)

Com Mnemónica 8.10 (3.064)

Os resultados dos participantes, com indício de MCI, relativamente às duas condições

experimentais, sem mnemónica (M = 5.29, DP = 2,348) e com mnemónica (M = 8.10, DP =

3.064), concluiu-se a existência de diferenças significativas entre as condições experimentais

sugeridas; t (20) = -4,079, p = 0.001. Estes resultados, permitem-nos assim concluir, que a

estratégia com a mnemónica permite melhor evocação, comparativamente com, a primeira

estratégia sem mnemónica, o que vai ao encontro da literatura evidenciada.

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22

4.4 Relação entre depressão e estratégias de memorização

Para analisar a relação entre os participantes com depressão e a utilização das

estratégias de evocação, realizou-se, inicialmente, a divisão em dois grupos, sendo um

constituído pelos participantes que, apresentaram quadro depressivo nos resultados do

IACLIDE e outro, pelos participantes que demonstraram ausência de sintomatologia

depressiva.

Foi então realizado um teste T de Student com amostras independentes. A tabela 5

apresenta, os resultados obtidos, através da utilização da estratégia sem mnemónica e do

Método de Loci (estratégia com mnemónica) por participantes com (N = 24) e sem

sintomatologia depressiva (N = 34).

Tabela 5. Relação entre depressão e estratégias de evocação

Variável

Participantes

c/Sintomatologia

Depressiva M

(DP)

Participantes

s/Sintomatologia

Depressiva M

(DP)

T p

Sem

Mnemónica 3,21 (2.889) 5.53 (3.028) 2.930 0.005

Com

Mnemónica 5,33 (4.824) 8.59 (4.279) 2.706 0.009

Existem diferenças significativas, em ambos, as estratégias de evocação, quanto à

influência da sintomatologia depressiva nas estratégias de evocação, o que vai ao encontro

da última questão de investigação. Sem mnemónica, os participantes com sintomatologia

depressiva (M = 3.21; DP = 2.889) e os participantes sem presença de sintomatologia

depressiva (M = 5.33; DP = 4.824) apresentaram diferenças significativas, t (56) = 2.930, p

= 0.005. O mesmo sucede na estratégia com mnemónica, apresentando os participantes com

sintomatologia depressiva (M = 5.53; DP = 3.028) e os participantes que não exibem quadro

depressivos (M = 8.59; DP = 4.279) diferenças significativas, t (56) = 2.706, p = 0.09 com

sintomatologia depressiva têm mais dificuldade em utilizar o Método de Loci (estratégia com

mnemónica) que a estratégia sem mnemónica.

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23

5.Discussão

Relativamente à primeira questão de investigação, os resultados indicam que o fator

grupo etário teve um efeito significativo, com os adultos de meia idade a recordar mais

palavras antes e depois da aprendizagem da mnemónica o que apoia o estudo de Dretzke

(1993). Os resultados apresentam também que a aprendizagem da mnemónica foi

significativamente superior para ambos os grupos etários indo ao encontro do que a literatura

tem evidenciado. Isto é, que há um beneficio associado a mnemónicas, devido à sua

estrutura, organização (Verhaeghen, Marcoen & Goossens, 1992; Hampstead et al., 2014;

Neely & Backmann, 1995; Hill et al., 1990; Dunlosky & Hertzog, 1998; Yassuda et al.,

2006; CaleroGarcia & Navarro González, 2007; Roda et al., 2010) especialmente quando

estão associados a recursos visuais (Holmes & Mathews, 2010; Paivio, 1979,1986,1991

citado por Campos et al., 2011) e espaciais (Bower, 1970; Yates, 1999) levando a um

desempenho de memória mais eficaz (Hill, Allen, & McWhorter, 1991; Kliegl, Smith, &

Baltes, 1989, 1990; Rebok & Balcerak, 1989; Verhaeghen & Marcoen, 1996; Yesavage &

Rose, 1983).

Quanto à segunda questão de investigação, segundo a amostra em questão, apoia que

o défice cognitivo nos idosos, influencia a capacidade de recordação, o que vai ao encontro

dos estudos realizados por Hermann, Weingarter, Searleman, McEvoy (1992); Daugherty e

Ofen (2015), que indiciam que idosos com recursos cognitivos reduzidos, têm mais

dificuldade em utilizar estratégias de memória.

Relativamente à terceira questão de investigação, os participantes que apresentaram

défice cognitivo leve, tiveram melhor desempenho, quando usaram o Método de Loci, em

contraponto à estratégia sem mnemónica. Assim sendo, os dados oferecem suporte a esta

questão de investigação, estando de acordo com a literatura existente (Simon et al., 2012;

Huckans et al., 2013; Hampstead et al., 2014; Chandler et al., 2016; Mewborn et al., 2017)

Por último, foi analisada a quarta questão de investigação: a influência da depressão

na evocação imediata serial de palavras. Esta questão recebeu apoio empírico, em ambos os

momentos de evocação (pré-mnemónica e pós-mnemónica). A diminuição do desempenho

nos deprimidos, observou-se em ambos os momentos. Esta observação, vai ao encontro do

estudo de Ide e McDougall (2000) ,e também, do que é vinculado no Manual Diagnóstico e

Estatístico de Transtornos Mentais (5ªEdição), que afirma que entre os vários sintomas

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24

provocados pela depressão, a diminuição da capacidade de pensar e de concentração,

reflete-se na dificuldade em memorizar palavras.

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1

6.Limitações e Investigação Futura

No processo de recolha individual com os participantes, verificou-se particularmente

difícil, a realização do Inventário de Avaliação Clínica de Depressão – IACLIDE, por quase

todos os séniores institucionalizados, inclusivamente, sendo absolutamente necessário,

dividir o estudo em dois momentos, para estes participantes, visto que, os mesmos acusavam

indisposição cognitiva, para continuar. Desde difícil compreensão, que pode estar associado

à baixa escolaridade dos mesmos, ao conjunto extenso de alíneas (vinte e sete) com várias

escolhas múltiplas que conduzia à fadiga. É de referir, que, entre os dezassete participantes,

que, correspondem a séniores institucionalizados, seis deles não responderam por completo

a todo o teste. Nomeadamente, três não responderam a uma alínea, e um não respondeu a

três questões, que após análise, mesmo que respondessem, não alterava a categoria onde

ficaram classificados. Infelizmente o mesmo não aconteceu com dois destes participantes,

que não responderam a uma grande parte das alíneas do teste. Apesar destas dificuldades, é

de referir que o teste é extremamente pertinente na medição da sintomatologia depressiva.

O questionário de Graffar apresentou-se, no que diz respeito ao grupo de adultos na

meia-idade, descontextualizado face à classificação de classes socioeconómicas. A título de

exemplo, no nível de instrução, a opção considerada mais elevada não discrimina o 12º ano

de uma licenciatura, de um mestrado, ou de qualquer outro grau superior encerrando-os na

mesma categoria.

Devido ao contexto de pandemia SARS-Cov-2, para além da dificuldade em obter a

recolha da amostra, não me foi possível, como gostaria, de aplicar em mais de um momento

a estratégia do Método de Loci, devido à dificuldade em estar presencialmente com os

participantes mais que uma vez, especialmente, com os que estão institucionalizados. Seria

de todo importante avaliar esta estratégia com mnemónica ou outras estratégias em vários

momentos. Dessa forma, talvez fosse exequível realizar estudos que avaliassem a

transferência do efeito de treino de aprendizagem de estratégia para as tarefas do quotidiano

e da inclusão de medidas de manutenção dos efeitos do treino através de follow-ups. Para

além disso, seria também importante analisar o efeito do treino de mnemónica em sub-

grupos com outras patologias associadas, tais como Alzheimer ou esquizofrenia. Tal não foi

possível com esta amostra devido ao número insuficiente de casos.

Aquando da realização da primeira estratégia de memória, que se carateriza pela

ausência de mnemónica, observou-se que, alguns participantes da faixa etária “adultos de

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26

meia-idade”, recorreram por sua iniciativa, à utilização de mnemónicas por eles conhecidas.

Seria importante, perceber quais as estratégias os participantes utilizaram na primeira tarefa,

sem mnemónica de forma espontânea (Saczynski et al, 2007), através de auto-relato,

(Devolder & Pressley,1992) ou, a partir de uma lista de estratégias apresentada (Dunlosky

& Hertzog, 1998).

Outro aspeto importante, deste estudo, diz respeito, aos participantes que não

mostraram interesse na utilização do Método de Loci, que, não sendo, por falta de

compreensão, por parte dos mesmos, não significa que o mesmo seja inadequado ou ineficaz.

A selecção e utilização das estratégias de memória, são influenciadas por preferências e

aptidões pessoais (Brown, Bransford, Ferrara & Campione, 1983).

Relativamente, ao estudo e à amostra apresentada, era importante, perceber através

de escalas que avaliam as crenças/expectativas de cada participante, em relação à

aprendizagem de estratégias de memória, visto que, vários estudos, indicam que as mesmas

influenciam a predisposição para adesão à mesma. De acordo com Best, Hamlett e Davis

(1992), é importante, num estudo que pretende avaliar o impacto das estratégias de memória,

ter atividades reflexivas, das mudanças associadas ao desempenho da memória, visto que há

uma relação com a diminuição das queixas de memória, após modificação de expectativas.

Por outro lado, também, as queixas subjetivas de memória, deveriam ser consideradas, visto

que, vários estudos, as associam a perdas de memória, sugerindo serem fator de risco no

desenvolvimento do MCI, da doença de Alzheimer entre outros (Abdulrab & Heun, 2008;

Mendonça et al., 2016; Verdelho et al., 2011). É importante estudar, mais

pormenorizadamente, os participantes institucionalizados, treinar e avaliar estratégias

cognitivas com os que evidenciassem sintomatologia da doença de Alzheimer visto que Cahn

Weiner, Malloy, Rebok e Ott (2003), apresentam no seu estudo, melhorias consideráveis.

Outro aspeto, prende-se com o facto de, a amostra, ser assimétrica, em termos de

género, constituída, maioritariamente, por mulheres (70%) e reduzida (N = 60), sendo, difícil

ter confiança nos resultados obtidos.

As intervenções farmacológicas, já mostraram, limites na atuação do declínio

cognitivo (McGhee et al., 2016), pelo que, é importante, a continuidade do estudo das

intervenções cognitivas (não farmacológicas).

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197–203. https://doi.org/10.1093/geronj/38.2.197

Zarit, S. H., Cole, K. D., & Guider, R. L. (1981). Memory training strategies and subjective

complaints of memory in the aged. Gerontologist, 21(2), 158–164.

https://doi.org/10.1093/geront/21.2.158

Zelinski, E. M., & Gilewski, M. J. (2004). A 10-item Rasch modeled memory self-efficacy

scale. Aging & Mental Health, 8(4) , 293–306. doi:10.1080/13607860410001709665

Zelinski, E. M., Gilewski, M. J., & Anthony-Bergstone, C. R. (1990). Memory Functioning

Questionnaire: Concurrent validity with memory performance and self-reported

memory failures. Psychology and Aging, 5(3), 388-399 doi:10.1037/0882-

7974.5.3.388

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1

8.Anexos

Anexo 1 – Consentimento Informado

O presente trabalho intitulado “O efeito da formação de imagens no grau de retenção:

efeitos da aprendizagem de uma estratégia de memorização na evocação serial de listas de

palavras, insere-se num estudo que decorre no âmbito da dissertação de mestrado em

Psicologia das Organizações, Social e do Trabalho da Faculdade de Psicologia e Ciências da

Educação da Universidade do Porto, sob orientação do Professor Nuno Gaspar. Este

trabalho tem como objetivo avaliar o impacto positivo da utilização de mnemónicas

(estratégias de memorização) em função da idade, declínio cognitivo e depressão.

Este estudo não acarreta qualquer despesa, sendo as informações recolhidas através de um

conjunto de questionários e da participação num estudo de ensino da mnemónica dos lugares.

A informação é confidencial e utilizada somente para fins estatísticos. A sua participação no

estudo é voluntária e pode retirar-se a qualquer altura ou recusar participar, sem qualquer

consequência decorrente dessa decisão. Caso sejam detetados casos de depressão ou

limitações graves de desempenho cognitivo, será aconselhado a consultar o seu médico no

sentido de obter ajuda especializada para as suas dificuldades. Esta informação será

comunicada numa entrevista a sós. Se pretender ter acesso aos resultados obtidos basta

contactar a responsável para o email: [email protected] ou para o número de

telemóvel XXX XXX XXX.

Depois de tomar conhecimento das explicações acima referidas eu,

_____________________________________________________________

declaro que compreendi os objetivos deste estudo e que aceito participar nesta investigação.

_,___________________________,2020

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Anexo 2 – Questionário Sociodemográfico

Sexo: Masculino_____________ Feminino_________________

Estado Civil: Solteiro___ Casado/União de Facto____ Divorciado/Separado___ Viúvo____

Zona de Residência: Cidade____________ Concelho_________ Freguesia__________

Situação Profissional: Empregado (a)____ Desempregado (a)___ Reformado (a)____

Estudante_____

Qual a última/atual profissão exercida:_______

Indique se sofre ou sofreu de alguma doença:________________________________

Escala de Graffar

Profissão

1. Diretores de bancos, diretores técnicos de empresas, licenciados, engenheiros,

profissionais com títulos universitários ou de escolas especiais e militares de alta

patente_______

2. Chefes de secções administrativas ou de negócios de grandes empresas, subdiretores

de bancos, peritos, técnicos e comerciantes _______

3. Ajudantes técnicos, desenhadores, caixeiros, contramestres, oficiais de primeira,

encarregados, capatazes e mestres-de-obra _______

4. Operários especializados com ensino primário completo (ex. motoristas, polícias,

cozinheiros…) _______

5. Trabalhadores manuais ou operários não especializados (ex: jornaleiros, mandaretes,

ajudantes de cozinha, empregados de limpeza…) _______

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Nível de Instrução

1. Ensino universitário ou equivalente (12 ou mais anos). Por ex., catedráticos, doutores

ou licenciados, economistas, notários, juízes, magistrados, agentes do Ministério Público,

militares da Academia _______

2. Ensino médio ou técnico superior (10 a 11 anos). Por exemplo, técnicos e peritos

_______

3. Ensino médio ou técnico inferior (8 a 9 anos). Por exemplo, indivíduos com cursos de

liceu, industrial ou comercial, militares de baixa-patente ou sem Academia _______

4. Ensino primário completo (4 anos) ______

5. Ensino primário incompleto (com um ou dois anos de escola primária, que sabem ler)

ou nulo (analfabetos) _______

Fontes de Rendimento Familiar

1. A fonte principal é fortuna herdada/adquirida (ex. pessoas que vivem de rendimentos,

proprietários de grandes indústrias ou grandes estabelecimentos comerciais) ______

2. Os rendimentos consistem em lucros de empresas, altos honorários, lugares bem

remunerados, etc. (ex. encarregados e gerentes, representantes de grandes firmas comerciais,

profissões liberais com grandes vencimentos) ______

3. Os rendimentos correspondem a um vencimento mensal fixo, tipo funcionário (ex.

empregados de Estado, Governos Civis ou Câmaras Municipais, cargos de responsabilidade

em grandes empresas) ______

4. Os rendimentos resultam de salários, ou seja, remuneração por semana, por jornal, por

horas ou à tarefa ______

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5. O indivíduo ou a família são sustentados pela beneficência pública ou privada (ex.

indivíduos sem rendimentos). Não se incluem neste grupo as pensões de desemprego ou de

incapacidade para o trabalho ______

Conforto do alojamento

1. Casas ou andares luxuosos e muito grandes, oferecendo aos seus moderadores o máximo

conforto ______

2. Casas ou andares que, sem serem tão luxuosos como os da categoria precedente, são,

não obstante, espaçosas e confortáveis ______

3. Casas ou andares modestos, bem construídos e em bom estado de conservação, bem

iluminadas e arejadas, com cozinha e casa de banho ______

4. Categoria intermédia entre 3 e 5 ______

5. Alojamentos impróprios para uma vida decente, choças, barracas ou andares

desprovidos de todo o conforto, ventilação, iluminação ou também aqueles onde moram

demasiadas pessoas em promiscuidade ______

Aspeto do bairro onde habita

1. Bairro residencial elegante, onde o valor do terreno ou os alugueres são elevados

______

2. Bairro residencial bom, de ruas largas com casas confortáveis e bem conservadas

______

3. Bairro em ruas comerciais ou estreitas e antigas, com casas de aspeto geral menos

confortável ______

4. Bairro operário, populoso, mal arejado ou bairro em que o valor do terreno está

diminuído como consequência da proximidade de oficinas, fábricas, estações de

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caminhos de ferro, etc ______

5. Bairros de lata ______

Aplica-se somente se tiver mais de 65 anos:

Institucionalizado: _______

Não Institucionalizado: _______

Centro de dia: _______

Indique se sofre de alguma limitação física:

Cadeira de rodas _______

Andarilho _______

Bengala _______

Canadiana _____

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Anexo 3- Mnemónica de Lugares, lista de estímulos

Pré-teste: Tarefa de memória, envolvendo a aprendizagem e evocação imediata serial de 20

pares de palavras, seguida de explicação da utilidade da mnemónica dos lugares através da

apresentação de um vídeo ilustrativo e exercícios de prática e explicações da estratégia.

Lista de estímulos do pré-teste

Caixa Pastel Rocha Barro Cola

Porta Bife Gola Talher Ramo

Pulso Teto Lata Salsa Brinco

Doutor Costa Mola Bilhar Cana

Pós-teste: Recorrendo a uma tarefa equivalente à usada no pré-teste associando a estratégia

de mnemónica de lugares, de forma a avaliar o desempenho na aprendizagem de uma lista

de 20 palavras (pares).

Lista de estímulos do pós-teste

Dado Montra Colher Raiz Raio

Pano Vela Fita Quadro Globo

Tambor Bata Saco Pastor Broa

Bota Jarra Jornal Painel Osso