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Andresa Patrícia Dias Gomes Avaliação e Gestão de Riscos em Sistemas de Saneamento Andresa Patrícia Dias Gomes dezembro de 2015 UMinho | 2015 Avaliação e Gestão de Riscos em Sistemas de Saneamento Universidade do Minho Escola de Engenharia

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Andresa Patrícia Dias Gomes

Avaliação e Gestão de Riscos emSistemas de Saneamento

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Universidade do MinhoEscola de Engenharia

dezembro de 2015

Dissertação de MestradoCiclo de Estudos Integrados Conducentes aoGrau de Mestre em Engenharia Civil

Trabalho efectuado sob a orientação doProfessor Doutor José Manuel Pereira Vieira

Andresa Patrícia Dias Gomes

Avaliação e Gestão de Riscos emSistemas de Saneamento

Universidade do MinhoEscola de Engenharia

iii

AGRADECIMENTOS

À minha família e amigos, ao meu orientador e todos os restantes professores deste curso muito

obrigada por me acompanharem e ajudarem neste longo percurso.

iv

v

RESUMO

A água é um bem essencial ao suporte da vida. O conceito de água segura e a crescente preocupação com

o meio ambiente conduz à adoção de políticas que promovem a proteção da qualidade deste bem.

Parte de todo este processo está centrado no correto tratamento das águas residuais, ponto fulcral

para a obtenção de uma água de qualidade disponível no meio ambiente.

A adoção de medidas preventivas revela-se, cada vez mais, uma política consciente e eficaz para a

resolução de possíveis problemas. Assim, seguindo o exemplo do plano de segurança da água para

consumo humano, chegou-se à necessidade de criar um documento idêntico para o saneamento, cuja

essência é a avaliação e gestão de riscos em sistemas de saneamento, tema abordado nesta

dissertação.

Para tal foi feito um estudo inicial desta problemática e das razões para a sua existência, seguida de

um levantamento das características dos sistemas de saneamento utilizados correntemente nos

aglomerados populacionais.

De seguida procedeu-se à aplicação da metodologia adotada no plano de segurança da água a estes

sistemas, identificando os eventos perigosos em cada componente dos mesmos, os seus efeitos, as

medidas de controlo e a monitorização de cada um desses riscos.

Finalmente compilou-se todo o trabalho executado até então numa base de dados de avaliação e

gestão de riscos em sistemas de saneamento, que servirá de base a conceção de um futuro plano de

segurança para saneamento.

Palavras-chave: Plano de Segurança, Avaliação e Gestão de Riscos, Saneamento, Estação de

Tratamento de Águas Residuais, Águas Residuais, Eventos Perigosos, Monitorização, Medidas de

Controlo.

vi

vii

ABSTRACT

Water is a fundamental good for the support of life. The concept of safe water and the growing concern

with the environment leads to the adoption of policies that promote the protection of the quality of this

good. Part of this process is centered on the correct waste water treatment, focal point to obtain quality

water available in the environment.

The adoption of preventive measures proves to be, increasingly, a conscious and effective policy for

solving possible problems. Thus, following the example of water safety plan for human consumption

appeared the need to create a similar document for sanitation, which essence is the risk evaluation and

management in sanitation systems, topic of this dissertation.

This is why it was made an initial study of this issue and the reasons for its existence, followed by a

survey of the characteristics of sanitation systems currently used in population areas.

Then it was followed by the application of the methodology adopted in the water safety plan for those

systems, identifying the hazardous events in each, their effects, the control measures and the

monitoring of each of those risks.

Finally all the work performed until then was piled up in a risk evaluation and management in sanitation

systems database, which will support the design of a future security plan for sanitation.

Keywords: Safety Plan, Risk Evaluation and Management, Sanitation, Wastewater Treatment Plant,

Sewage, Hazardous Events, Monitoring, Control Measures.

viii

ix

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO v

ABSTRACT vii

ÍNDICE ix

ÍNDICE DE FIGURAS xiii

ÍNDICE DE QUADROS xv

ABREVIATURAS xvii

INTRODUÇÃO 1

CAPÍTULO 1 - ESTADO DA ARTE

1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 3

1.2. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 6

1.2.1. O ciclo urbano da água 6

1.2.2. Tipos de sistemas de saneamento 7

1.2.3. Órgãos do sistema a estudar 8

1.2.4. Meios recetores 8

1.3. PLANO DE SEGURANÇA 9

1.3.1. O que é um plano de segurança 9

1.3.2. Objetivo de um Plano de Segurança para Saneamento 10

1.3.3. Metodologia do Plano de Segurança de Saneamento 10

1.4. IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE UM PLANO DE SEGURANÇA PARA SANEAMENTO 17

CAPÍTULO 2 - OS SISTEMAS DE SANEAMENTO

x

2.1. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 21

2.1.1. Tipos de sistemas de saneamento 22

2.1.2. Componentes dos sistemas de saneamento 23

2.2. ÓRGÃOS DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 25

2.2.1. Componente: Coleta ou Transporte 25

2.2.2. Componente: Tratamento 28

2.2.3. Componente: Meios recetores 40

CAPÍTULO 3 - EVENTOS PERIGOSOS E AVALIAÇÃO DE RISCOS

3.1. IDENTIFICAÇÃO DOS EVENTOS PERIGOSOS 43

3.1.1. Identificação de perigos na componente de coleta e transporte 43

3.1.2. Identificação de perigos na componente de distribuição 44

3.1.3. Identificação de perigos na componente do meio recetor 45

3.2. CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DE RISCOS 47

3.2.1. Priorização de riscos 47

3.3. PONTOS DE CONTROLO 50

CAPÍTULO 4 - MONITORIZAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS

4.1. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLO 53

4.1.1. Identificação e avaliação de medidas de controlo na distribuição 54

4.1.2. Identificação e avaliação de medidas de controlo no tratamento 54

4.1.3. Identificação e avaliação de medidas de controlo nos meios recetores 55

4.2. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL 56

xi

4.2.1. Estabelecimento de limites críticos 57

4.2.2. Estabelecimento de procedimentos de monotorização 58

4.2.3. Estabelecimento de ações corretivas 59

4.3. PLANOS DE GESTÃO 59

4.3.1. Estabelecimento de procedimentos para a gestão de rotina 60

4.3.2. Estabelecimento de procedimentos para a gestão em condições excecionais 61

4.3.3. Estabelecimento de documentação e protocolos de comunicação 61

CAPÍTULO 5 - AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

5.1. AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS 63

5.2. AVALIAÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA: COLETA 66

5.2.1. C1 Origem Da Água Residual 66

5.2.2. C2 Tipo De Rede De AR 67

5.3. AVALIAÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA: TRATAMENTO 68

5.3.1. T1 Pré-tratamento 68

5.3.2. T2 Tratamento Preliminar 69

5.3.3. T3 Tratamento Primário 70

5.3.4. T4 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Sistemas De Crescimento Em Suspensão:

Lamas ativadas 71

5.3.5. T5 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Sistemas De Crescimento Em Suspensão:

Lagoas De Estabilização 72

5.3.6. T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Crescimento Em Suporte Físico 73

5.3.7. T7 Tratamento Terciário e de afinação 74

xii

5.3.8. T8 Tratamento De Lamas 76

5.3.9. T9 Órgãos Acessórios 77

5.4. AVALIAÇÃO DO SISTEMA: MEIO RECETOR 78

5.4.1. M1 Meio Hídrico 78

5.4.2. M2 Solo 79

5.5. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL 80

5.6. PLANOS DE GESTÃO 80

CONCLUSÕES 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 85

WEBGRAFIA 87

ANEXO 89

xiii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Evolução histórica do saneamento 5

Figura 2 – Ciclo Urbano da Água 6

Figura 3 – Esquema simplificado de uma rede de saneamento 8

Figura 4 – Metodologia de um PSA 10

Figura 5 – Base de dados de risco 12

Figura 6 – Exemplo de escala de probabilidade de ocorrência 12

Figura 7 – Exemplo de escala de severidade das consequências 13

Figura 8 – Matriz de classificação de riscos 13

Figura 9 – Matriz de priorização qualitativa de riscos 14

Figura 10 – Esquema de um SS unitário vs SS separativo 23

Figura 11 – Componentes do sistema de saneamento 24

Figura 12 – Extrato do no Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto 28

Figura 13 – Esquema de tratamento secundário 32

Figura 14 – Esquema de tratamento com discos biológicos 35

Figura 15 – Tratamento avançado para remoção de fósforo 37

Figura 16 – Esquema concetual do tratamento de AR em ETAR 40

Figura 17 – Árvore de decisão da existência de um PCC 51

Figura 18 – Informação constituinte dos planos de monotorização 59

Figura 19 – Elementos de análise à aplicação de um plano de emergência 61

Figura 20 – Documentos constituintes de um plano de emergência 62

Figura 21 – Esquema conceptual dos sistemas de saneamento 64

Figura 22 – Esquema de organização da basse de dados 65

xiv

xv

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro1 – Componentes da rede de saneamento de AR domésticas 25

Quadro 2 – Componentes da rede de saneamento de AR pluviais 26

Quadro 3 – Componentes da rede de saneamento de um SS unitário 27

Quadro 4 – Órgãos do pré-tratamento 30

Quadro 5 – Órgãos do tratamento preliminar 30

Quadro 6 – Órgãos do tratamento primário 31

Quadro 7 – Órgãos do tratamento secundário: lamas ativadas 33

Quadro 8 – Órgãos do tratamento secundário: lagoas de estabilização 33

Quadro 9 – Órgãos do tratamento secundário: leitos percoladores 35

Quadro 10 – Órgãos do tratamento secundário: discos biológicos 36

Quadro 11 – Processos de tratamento terciário e avançado (fase líquida) 36

Quadro 12 – Tratamento de lamas 38

Quadro 13 – Características dos meios recetores 41

Quadro 14 – Eventos perigosos na coleta 44

Quadro 15 – Eventos perigosos no tratamento 45

Quadro 16 – Eventos perigosos no meio recetor 46

Quadro 17 – Escala de Probabilidade de Ocorrência 48

Quadro 18 – Escala de Severidade das Consequências 48

Quadro 19 – Matriz de Classificação de Riscos 49

Quadro 20 – Matriz de Priorização Qualitativa de Riscos 49

Quadro 21 – Medidas de controlo na coleta 54

Quadro 22 – Medidas de controlo no tratamento 55

Quadro 23 – Medidas de controlo no meio recetor 56

Anexo 89

xvi

A – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NA COLETA 89

B – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NO TRATAMENTO 98

C – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NO MEIO RECETOR 142

D – QUADRO DE MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL 155

E – QUADRO DE GESTÃO DE ROTINA 160

xvii

ABREVIATURAS

AR – Água residual.

SS – sistema de saneamento.

ETAR – estação de tratamento de águas residuais.

VLE - valor limite de emissão.

CBO - carência biológica de oxigénio.

OD – oxigénio dissolvido.

CO2 – Dióxido de carbono.

PSS – plano de segurança de saneamento.

PSA – plano de segurança da água.

PC – ponto de controlo.

PCC – ponto de controlo crítico.

LC – limite crítico.

xviii

1

INTRODUÇÃO

“At any given time, nearly half the population of the developing world will be affected by an illness or

disease directly linked to unsafe or too little water, poor or no sanitation, or poor management of water

resources.” (SSP, WHO 2015)

Esta citação integrante do planeamento de segurança do saneamento da Organização Mundial da

Saúde serve de mote para a criação de um Plano de Segurança de Saneamento (PSS) de modo a

reforçar o conceito de água segura, conceito esse que foi iniciado com a criação do Plano de

Segurança da Água. Adicionalmente o PSS visa também a proteção do meio ambiente.

A Avaliação e Gestão de Riscos em Sistemas de Saneamento insere-se no panorama do Plano de

Segurança de Saneamento (PSS) cujo objetivo é criar uma metodologia preventiva de ação sobre

incidentes nestes mesmos sistemas. Para tal vai-se recorrer a analogias com o Plano de Segurança da

Água (PSA), adotando a sua metodologia, aplicando-a aos sistemas de saneamento.

Paralelamente pretende-se explicar de que forma tudo isto se insere na problemática ambiental da

atualidade, pois ao contrário da água para consumo humano, que é exclusivamente um problema de

saúde pública, a conceção adotada para os sistemas de saneamento, tornam-nos também um

problema ambiental.

Trata-se de uma problemática atual, que se relaciona com a crescente consciência do Homem em

relação à proteção do meio ambiente e à gestão dos recursos naturais, que, ao longo dos anos, e, com

o crescimento exponencial da população mundial se vêm a esgotar, a uma velocidade estonteante. Por

outro lado com o desenvolvimento tecnológico e evolução da sociedade (que é cada vez mais uma

sociedade de consumo, com novas exigências a cada dia que passa) cresce também a preocupação

com as questões de reutilização de recursos.

Propõem-se assim a execução de um estudo exaustivo dos SS, enumerando os órgãos que os

constituem e para que servem, para que numa segunda fase se possam identificar os problemas que

neles podem surgir, os impactos que podem causar e as medidas corretivas e preventivas para atuar

sobre esses problemas.

O objetivo final é a criação de uma base de dados de avaliação e gestão de riscos para sistemas de

saneamento, o mais completa possível, para que, futuramente sirva de base à conceção de um Plano

de Segurança para Saneamento.

2

3

CAPÍTULO 1 - ESTADO DA ARTE

1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

Ao longo dos tempos os sistemas de recolha/tratamento de águas residuais foram evoluindo até

chegar à complexidade dos dias de hoje.

Os primeiros sistemas de águas residuais remontam ao ano 3000 AC, cujos responsáveis foram a

civilização Hindu de Mohengo-Doro, atualmente Pasquistão Ocidental. Esse sistema era constituído

essencialmente por uma rede de drenos e coletores principais que visava a condução das águas

pluviais que escorriam pelas vias de comunicação (Webster 1962).

A próxima referência a sistemas de saneamento aparece na antiga Mesopotânia, nas cidades de Ur e

Babilónia em 2500 AC (Maner 1966) cujo sistema incluía uma espécie de sargetas para recolha de

águas pluviais e posterior encaminhamento para coletores. Muitos outros sistemas de saneamento

semelhantes surgiram após estes, nomeadamente: Cnossos, Creta (3000 a 1000 AC), Nineveb, Assíria

(800 AC), Marzobotto, Itália central (600 AC) entre outras.

O grande expoente dos sistemas de saneamento da antiguidade deu-se com a construção da Cloaca

Máxima de Roma (significando a palavra Cloaca – condutor de drenagem urbana) que foi considerado

a primeira obra de dimensão relevante no que toca a um serviço público de drenagem.

Desde o Império Romano até ao século XVII não houve qualquer tipo de avanço tecnológico relevante

nesta área, havendo mesmo um grande retrocesso na Idade Média (período compreendido entre os

séculos V e XV) cujas preocupações com higiene e limpeza eram totalmente postas de parte pela

população, sendo os resíduos domésticos deitados em valas a céu aberto ao longo do eixo das ruas e

transportados para a linha de água mais próxima durante as chuvadas. Foi um período da História

caracterizado por inúmeras pestes e epidemias.

O ressurgimento das preocupações com a drenagem e evacuação de águas residuais dá-se nas

principais cidades Europeias nos séculos XV e XVI, com a proliferação das políticas neoclássicas, que

retomam as ideologias da Antiguidade Clássica.

4

No século XVII foi planeado o primeiro coletor enterrado em Londres, no entanto, não foi concretizado.

A partir do século XVIII, estar limpo passa a ser uma prioridade, e, com ela surgem os primeiros

sanitários públicos (dado que até então poucas casas estavam dotadas destes equipamentos) bem

como a reintegração dos hábitos de tomar banho. Isso leva a uma crescente preocupação com o

destino a dar às ‘águas sujas’.

Então, no século XIX, dá-se o grande crescimento nesta área juntamente com o aparecimento do

abastecimento e distribuição de água domiciliária. No final deste século começam-se a estabelecer

critérios como os de auto-limpeza e declive das redes de drenagem, bem como a utilização de novos

materiais, por exemplo o betão, em detrimento dos até aí utilizados. São desenvolvidas obras de

grande dimensão na construção de redes de drenagem de águas residuais nas cidades de Paris e

Londres. O mesmo acontece nas principais cidades dos Estados Unidos da América (Chicago, Nova

Iorque) baseados nas práticas europeias.

É aí, nos Estados Unidos, que se começa a recorrer a sistemas separativos, mas, no entanto, na

segunda metade do século XIX começam as discussões entre técnicos e cientistas entre as vantagens

e desvantagens de se recorrer a esse tipo de sistemas.

Apesar de todos os avanços nesta área da implementação de sistemas separativos, nas grandes

cidades europeias continua-se a recorrer aos tradicionais sistemas unitários, por 3 razões: não havia

experiência sobre o comportamento dos sistemas separativos, prevalecia a opinião que os sistemas

unitários eram mais económicos e a comunidade científica não estava convencida que as águas

residuais domésticas não podiam ser utilizadas na agricultura sem diluição.

Atualmente na Europa cerca de 70% dos sistemas de águas residuais são unitários enquanto nos EUA

apenas cerca de 15% são deste tipo (Saldanha Matos 2003).

Em Portugal os primeiros registos das redes de drenagem remontam ao reinado de D. João II no

século XV, mas a inexistência deste tipo de sistemas continua dos séculos XVI a XVII, até que, com o

terramoto de 1755 e a reconstrução da cidade de Lisboa se construíram coletores unitários em malha,

com ligação ao estuário do Tejo, que, em alguns casos, se encontram ainda hoje em utilização. Com o

passar dos anos foram sendo remodelados os sistemas mais antigos das grandes cidades, mantendo

os casos em que são unitários, mas construindo os novos separativos.

5

No final do século XX, e início do século XXI houve uma grande evolução no que corresponde ao

tratamento das águas residuais antes da descarga nos meios recetores, o que levou à construção de

várias Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) para evitar as descargas diretas em cursos

de água, que consequentemente provocavam a sua poluição. Até agora e com a evolução a nível

científico e tecnológico tem-se tornado essas estações cada vez mais eficientes na remoção de matéria

potencialmente poluente para os cursos de água.

A figura 1 representa um pequeno cronograma da evolução das políticas relacionadas com os sistemas

de saneamento a partir do século XIX.

Figura 1 – Evolução histórica do saneamento (adaptado de Burian, et al., 1999)

6

1.2. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

Os sistemas de saneamento são estruturas complexas e constituídas por um grande número de

órgãos. As características destas estruturas dependem de um variado conjunto de fatores tais como as

dimensões do aglomerado populacional, a sua localização e o tipo de água residual produzida, entre

outras.

1.2.1. O ciclo urbano da água

O ciclo urbano da água representa todos os processos pelos quais a água passa, num aglomerado

urbano, desde a sua captação até à sua devolução a um meio recetor.

Este ciclo pode ser visto na imagem seguinte.

Figura 2 – Ciclo Urbano da Água ( http://aguasdivertidas.ccems.pt/)

O ciclo urbano da água pode ser descrito muito sucintamente da seguinte forma:

1. A água bruta é recolhida de um meio hídrico (captação em rio, albufeira ou subterrânea, entre

outras) e encaminhada para a estação de tratamento de água.

2. Na estação de tratamento, esta vai passar por um conjunto de processos/operações que

visam atribuir-lhe a qualidade necessária para o consumo humano.

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3. Após o tratamento esta entra na rede de distribuição, que a irá levar até aos consumidores

finais, ou seja, até às habitações, estabelecimentos comerciais, indústrias, agricultura onde

será aplicada em diferentes usos.

4. Desses usos resultam águas residuais que podem ser divididas em dois tipos: domésticas, que

resultam essencialmente das atividades humanas, ou industriais que resultam das atividades

de produção industrial e de alguns serviços.

5. Adicionalmente a estes dois tipos, têm-se também as águas pluviais que resultam da recolha

das águas da chuva e das escorrências das áreas impermeabilizadas dos aglomerados

populacionais.

6. Esses três tipos de água residual são então encaminhados para a rede de águas residuais, que

as vão transportar até às estações de tratamento de águas residuais, usualmente conhecidas

como ETAR.

7. Na ETAR procede-se o tratamento destas águas de forma a conferir-lhe uma qualidade mínima,

através de operações/processos de tratamento, para que não provoquem poluição.

8. Por fim são devolvidas a um meio recetor, que pode ser variado, entre eles: rios, albufeiras e

oceanos ou podem, ainda, ser utilizadas para regadio agrícola.

A presente dissertação vai-se restringir apenas à fase do saneamento, ou seja, desde o consumo (que

pode ser doméstico ou industrial) até à fase de devolução ao meio recetor.

1.2.2. Tipos de sistemas de saneamento

O sistema de saneamento de um aglomerado urbano pode ser de quatro tipos: unitário, separativo,

pseudo separativo ou misto. A definição do tipo do sistema depende do esquema de

condução/tratamento das águas residuais. Assim sendo, tem-se que:

Sistema unitário: sistema de drenagem em que as águas residuais domésticas e industriais e as águas

residuais pluviais são recolhidas e tartadas na mesma estrutura. É um sistema em desuso mas que

ainda se verifica nos aglomerados com sistemas mais antigos.

Sistema separativo: é um sistema em que a recolha e tratamento das águas residuais domésticas e

industriais é feita, como o próprio nome indica, separadamente das águas residuais pluviais. É o

sistema mais utilizado nos dias de hoje.

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Pseudo separativo: é um sistema em que parte das águas pluviais são incorporadas no sistema de

águas domésticas.

Sistema misto: é a conjugação dos dois primeiros tipos, em que parte do sistema é separativo e outra

parte unitária.

1.2.3. Órgãos do sistema a estudar

Sendo o objetivo do trabalho em curso a elaboração de um Plano de segurança para saneamento,

todos os órgãos do sistema terão de ser objeto de estudo para a criação de uma base de dados de

possíveis problemas que possam ocorrer ao nível de cada um.

Para tal, é necessário identificar os órgãos que fazem parte dos sistemas de saneamento, que são

variados.

Figura 3 – Esquema simplificado de uma rede de saneamento (http://www.faroldanossaterra.net/)

Cada um destes órgãos têm, por sua vez um inúmero conjunto de fatores que poderão levar quer ao

seu mau funcionamento, quer ao mau funcionamento dos órgãos adjacentes. Na definição de um PSS

todos esses fatores/riscos têm de ser considerados aquando a análise do sistema e a criação da

matriz de riscos, pontos que serão definidos adiante.

1.2.4. Meios recetores

A primeira questão a referir quanto aos meios recetores é que após o tratamento da água residual, há

dois tipos de efluente a devolver ao meio ambiente: a água tratada e as lamas resultantes do

tratamento.

9

A água tratada, após passar por todos os processos de tratamento na ETAR será devolvida, geralmente

a um meio hídrico que pode ser um rio, uma albufeira, um estuário ou o oceano. Dependendo da

sensibilidade do meio recetor é que se estabelece o grau de tratamento a adotar para a água residual

que deve ser tanto mais completo, quanto mais sensível for o meio em que se efetuará a descarga,

sem nunca esquecer as normas que limitam os valores de poluentes desta.

Do tratamento da água residual, resultam as lamas, que por sua vez também são tratadas na ETAR e

que podem ter destinos variados, tais como a destruição por inceneração, a aplicação das mesmas na

execução de aterros e ainda a utilização como fertilizante para a agricultura.

Cada vez mais a reutilização de recursos está em discussão na sociedade levando a uma constante

política de mudança. O Saneamento é uma área que não foge à regra havendo um grande

investimento na melhoria e otimização dos processos de tratamento para que mais recursos, e, neste

caso, um bem tão essencial como é a água, sejam cada vez menos desperdiçados, aproveitando a

máxima de Lavoisier:

“Nada se perde, tudo se transforma.”

Com estas crescentes preocupações ambientais de reutilização de recursos é necessário que se

garantam as melhores condições de funcionamento e é exatamente aí que se verificará a utilidade de

um Plano de Segurança para Saneamento.

1.3. PLANO DE SEGURANÇA

1.3.1. O que é um plano de segurança

Um plano de segurança é um conjunto de medidas preventivas aplicado a um sistema, que visa a

rápida intervenção sobre o mesmo, aquando um acidente. Por outro lado é uma metodologia de

prevenção, aplicado a cada sistema e considerando as suas características específicas.

Especificamente, o Plano de Segurança para Saneamento é uma metodologia de ação sobre riscos e

prevenção dos mesmos, aplicado a um sistema de saneamento de um determinado aglomerado.

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1.3.2. Objetivo de um Plano de Segurança para Saneamento

Em analogia com o Plano de Segurança da Água (PSA), o Plano de Segurança de Saneamento (PSS)

tem por objetivo a criação de uma metodologia de identificação, intervenção e correção de

riscos/problemas que podem ocorrer nos sistemas de saneamento.

“Assegurar sistematicamente a segurança e a aceitabilidade do abastecimento de água para consumo

humano”, (AdP – Manual do PSA)

Da mesma forma um PSS tem por objetivo principal a constante manutenção da segurança em

sistemas de saneamento.

1.3.3. Metodologia do Plano de Segurança de Saneamento

A metodologia de um PSA pode ser vista na figura 3 e está dividida em 11 módulos de aprendizagem,

como exemplificado na figura 4:

Figura 4 – Metodologia de um PSA (PSA, Vieira et al. 2005)

Por sua vez, um PSA está dividido em 5 fases distintas, das quais fazem parte cada um dos módulos:

Fase de preparação;

Fase de avaliação do sistema;

Fase de monitorização operacional;

Fase de gestão e comunicação;

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Fase de revisão e melhoria.

A mesma metodologia será aplicada à criação do PSS tendo em conta as respetivas modificações a

efetuar. Para tal serão apresentados os pontos-chave a ter em conta no desenvolvimento de cada um

dos módulos.

MÓDULO 1 - Constituir a equipa do PSS:

O ponto fulcral deste módulo é a seleção de profissionais que detenham quer as qualificações, quer a

dedicação necessária para a elaboração e aplicação e manutenção do plano.

“A constituição de uma equipa qualificada e dedicada é um pré-requisito para assegurar a

especialização técnica necessária para desenvolver um Plano de Segurança da Água (PSA)” – (AdP –

Manual do PSA)

Esta equipa deve ser constituída por elementos da entidade gestora do sistema de saneamento bem

como por elementos fora desta, mas que sejam considerados parte interessada.

Este módulo, por si só constitui a fase de preparação de um PSS.

MÓDULO 2 – Descrever o sistema de saneamento:

Como referido anteriormente os sistemas de saneamento são sistemas muito complexos. Embora

todos tenham pontos em comum, cada um deles (cada sistema independente) tem particularidades

especiais, devendo ser analisados com cuidado devido a este facto.

Assim, antes de se iniciar a criação do Plano de segurança é necessário fazer um estudo cuidado de

cada sistema para que nada passe despercebido.

“A primeira tarefa da equipa do PSA é descrever todo o sistema de abastecimento de água.” – (AdP –

Manual do PSA)

Para tal é necessário estudar todos os pontos-chave do sistema, tais como:

A composição e a origem da água residual a tratar;

O traçado e especificidades da rede de drenagem e os materiais que a constituem;

O esquema de tratamento na ETAR, incluindo os processos de tratamento e os reagentes a

utilizar;

As características do meio recetor.

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Só com uma cuidada análise destes fatores se poderá implementar um PSS fidedigno.

MÓDULO 3 – Identificar os perigos e eventos perigosos e avaliar os riscos.

Este módulo tem dois pontos distintos que devem ser desenvolvidos em simultâneo: a identificação dos

perigos/eventos perigosos e a avaliação dos seus riscos.

No primeiro ponto é necessário criar uma base de dados de todas as possíveis ocorrências no sistema,

as suas características e estabelecer uma correlação com outros possíveis riscos a ocorrer,

nomeadamente implicações que estes possam ter a jusante no sistema, ou se pode ser um problema

causado por efeitos a montante.

Para tal pode-se aplicar o mesmo sistema utilizado no PSA:

Figura 5 – Base de dados de risco (PSA, Vieira et al. 2005)

No segundo ponto, deve-se iniciar pela criação de uma matriz de classificação de riscos como a

utilizada no PSA, para tal considera-se um peso crescente para cada risco ou ocorrência conforme a

probabilidade de isso acontecer ao longo de um dia.

Figura 6 – Exemplo de escala de probabilidade de ocorrência (PSA, Vieira et al. 2005)

De seguida cruzam-se estes dados com uma escala de severidade das consequências provocadas por

um acidente no sistema, o qual terá um peso crescente conforme a gravidade das consequências para

o próprio sistema e o meio envolvente.

13

Figura 7 – Exemplo de escala de severidade das consequências (PSA, Vieira et al. 2005)

Resultando assim, pelo cruzamento destas duas escalas, a matriz de Classificação de riscos.

Figura 8 – Matriz de classificação de riscos (PSA, Vieira et al. 2005)

Que será aplicada a cada um dos riscos identificados na primeira fase, concluindo-se assim este

módulo.

MÓDULO 4 – Determinar e validar as medidas de controlo, reavaliar e priorizar os riscos.

Para validar a aplicação do PSS é necessário que os métodos de controlo sejam apertados e

fidedignos.

“As medidas de controlo (também referidas como "barreiras" ou "medidas de mitigação de riscos")

são etapas no sistema de abastecimento de água para consumo humano que afetam diretamente a

sua qualidade e garantem que a água cumpre permanentemente as metas de qualidade estabelecidas.

São atividades e processos aplicados para reduzir ou diminuir os riscos.” – (AdP – Manual do PSA)

Se houver falhas na monitorização do sistema é impossível determinar se o plano está a ser aplicado

de forma eficaz. Logo um dos primeiros pontos deste módulo é garantir uma correta monitorização do

sistema.

14

A outra questão a ter em conta nesta fase é a reavaliação dos riscos, bem como a criação de uma

matriz de priorização qualitativa dos riscos que será obtida a partir da matriz de Classificação de riscos.

Figura 9 – Matriz de priorização qualitativa de riscos (PSA, Vieira et al. 2005)

Estes dois módulos deverão ser efetuados conjuntamente devido à sua interdependência.

MÓDULO 5 – Desenvolver, implementar e manter um plano de melhoria.

É importante que o PSS esteja em constante atualização e melhoria. Assim é necessário manter um

constante desenvolvimento do mesmo, mantendo-o o mais adequado possível a novos problemas a

ocorrer no sistema.

“Identificar no plano de melhoria a curto, médio e longo prazo as medidas de mitigação ou controlo

para cada risco significativo, reconhecendo que essas medidas podem controlar também outros riscos

menos significativos.” – (AdP – Manual do PSA)

Os módulos 2 a 5 constituem a fase de avaliação do sistema.

MÓDULO 6 – Definir a monitorização das medidas de controlo

“A monitorização operacional inclui a definição e validação da monitorização das medidas de controlo e

o estabelecimento de procedimentos para demonstrar que os controlos continuam a funcionar. Estas

ações devem ser documentadas nos procedimentos de gestão.

A definição da monitorização das medidas de controlo requer também a inclusão de ações corretivas

necessárias quando as metas operacionais não estão a ser alcançadas” – (AdP – Manual do PSA)

Neste módulo define-se e documentam-se quais as medidas de monitorização a adotar para que os

requisitos exigidos nos módulos anteriores sejam sempre cumpridos.

MÓDULO 7 - Verificar a eficácia do PSS

15

“A verificação deve demonstrar que a conceção global e a operação do sistema são capazes de

fornecer sistematicamente água de qualidade especificada para cumprir as metas de proteção da

saúde. Caso não cumpra essas metas, o plano de melhoria deve ser revisto e implementado.” – (AdP –

Manual do PSA)

No módulo 7 deve ser verificada a eficácia das medidas adotadas no PSS e se estas estão a ter os

resultados esperados na gestão de riscos para o sistema de saneamento.

Ao contrário do PSA em que este pode ser feito consultando os consumidores de água, no PSS é

necessário que haja um controlo apertado dos meios recetores das águas residuais tratadas e do meio

ambiente em que se inserem as condutas de drenagem de águas residuais, recorrendo a etapas de

monitorização periódicas previamente definidas.

Aquando a deteção de uma anomalia não considerada no plano de segurança deve-se proceder à

atualização do mesmo.

Com os módulos 6 e 7 conclui-se a fase de monitorização operacional do PSS.

MÓDULO 8 - Preparar os procedimentos de gestão

Todas as ações do PSS devem estar devidamente documentadas, quer para quando o sistema está a

funcionar na normalidade, quer para uma situação de acidente. Essas ações devem ainda ter em conta

diferentes medidas a adotar consoante a severidade e o tipo de acidente em causa.

Assim sendo, apenas com uma correta definição de medidas de ação, devidamente documentadas e

conhecidas por toda a equipa interveniente no PSS se poderá alcançar um eficaz Plano de Segurança

para Saneamento.

“A documentação de todos os aspetos do PSA é essencial. (…) Se a monitorização detetar que um

processo está a funcionar fora dos limites críticos ou operacionais especificados, é necessário agir para

restabelecer o funcionamento, corrigindo o desvio.” – (AdP – Manual do PSA)

MÓDULO 9 - Desenvolver programas de suporte

“Programas de suporte são atividades que suportam o desenvolvimento de competências e

conhecimentos dos colaboradores, o seu compromisso com a metodologia de PSA e a sua capacidade

para gerir sistemas de abastecimento para o fornecimento de água potável.” – (AdP – Manual do PSA)

16

Em analogia o mesmo ocorre para sistemas de saneamento. É necessário criar metodologias de

suporte à implementação do PSS, de forma direta ou indireta, entre as quais se verificam medidas que

possam colmatar a falta de conhecimentos em determinadas áreas, nomeadamente qual será a

resposta do meio ambiente a um acidente deste tipo.

Os módulos 8 e 9 compõem a fase de gestão e comunicação do Plano de Segurança de Saneamento.

Os dois últimos módulos constituem a fase de revisão e melhoria do mesmo.

MÓDULO 10 - Planear e executar a revisão periódica do PSS

Com já foi referido, o PSS necessita de estar em constante atualização para que seja possível combater

todos os possíveis riscos/problemas que podem ocorrer, quer na atualidade, quer no futuro.

Assim é de extrema importância que este acompanhe os desenvolvimentos científicos e tecnológicos

na área do saneamento, bem como a constante atualização das normas que regem estes sistemas.

Estas revisões devem ser executadas pela equipa responsável pelo PSS e efetuadas periodicamente ou

sempre que haja alterações ou avanços importantes para o mesmo. A periocidade das revisões deve

ser estabelecida por esta mesma equipa.

“A Equipa do PSA deverá reunir-se periodicamente para a revisão do plano como um todo e aprender

com as novas experiências e novos procedimentos (para além das revisões regulares do PSA através

da análise dos dados obtidos na monitorização).” – (AdP – Manual do PSA)

Este processo é fundamental para a correta aplicação do PSS.

MÓDULO 11 - Rever o PSS na sequência de um incidente

Da mesma forma que é necessário rever o PSS periodicamente, isto também deve ser feito na

sequência de um acidente/incidente no sistema, ou seja após a sua aplicação que resultou de uma

ocorrência deste tipo. Essa ocorrência introduzirá alterações no sistema, sendo, muitas vezes

necessária a sua remodelação e consequente atualização do PSS.

Por outro lado é importante que se faça uma análise cuidada da resposta do plano ao acidente, com

vista a melhorá-lo no futuro, de forma a que se evitem novos acidentes do género, ou ainda a deteção

de novos problemas, que só foi possível na sequência do ocorrido.

17

“Para além da revisão periódica acima mencionada, é também importante efetuar uma revisão do PSA

sempre que ocorram situações de emergência, incidentes ou eventos inesperados, independentemente

de serem identificados novos perigos, de maneira a assegurar que a situação não ocorra novamente e

verificar se a resposta foi suficiente ou se poderia ter havido uma resposta melhor.” – (AdP – Manual

do PSA)

A utilização desta metodologia visa a construção de um Plano de Segurança de Saneamento fidedigno,

cuja aplicação seja fácil e que contemple uma vasta gama de respostas a todas as possíveis

ocorrências num sistema de saneamento.

1.4. IMPORTÂNCIA DA CRIAÇÃO DE UM PLANO DE SEGURANÇA PARA

SANEAMENTO

O saneamento tem implicações a nível de duas grandes áreas, a problemática ambiental e a

problemática da saúde pública, que estão, de certa forma interligadas.

Problemática: ambiental

As questões ambientais são as primeiras que ocorrem quando se fala em acidentes em sistemas de

saneamento. As mais frequentes são a poluição imediata causada no meio recetor aquando uma

descarga poluente num meio aquático, quer seja deliberada ou não (acidental). As primeiras estão

devidamente regulamentadas por Lei. É nas segundas que se pretende que o PSS tenha ação,

menorizando os seus efeitos, diminuindo a frequência com que ocorrem e gerindo as consequências

quando não é possível evitá-las.

Essas alterações no meio recetor, traduzem-se geralmente em problemas na fauna e na flora desse

meio, tais como a morte de peixes ou de vegetação subaquática, problemas de eutrofização, alteração

da composição da água, aumentando os níveis de toxicidade da mesma e o seu aspeto.

Mas existe todo um conjunto de problemas ambientais que podem resultar de acidentes nos sistemas

de saneamento fora deste âmbito, que se prendem com acidentes que podem ocorrer a nível da rede

de drenagem de águas residuais como por exemplo a contaminação do solo aquando o rompimento de

uma conduta ou dos aquíferos subterrâneos da zona.

18

Outra questão a ter em conta é a possibilidade de acidentes numa dada secção do sistema, poder

causar uma deficiente resposta a jusante desta, afetando da mesma forma, o meio recetor.

Por fim, com a crescente valorização dos resíduos e a sua possível utilização como fertilizantes e para

irrigação na agricultura as abordagens preventivas têm uma crescente importância para a proteção

destes meios.

Problemática: saúde pública

Indiretamente um acidente nos sistemas de saneamento pode constituir um problema de saúde

pública, essencialmente devido à interligação que existe entre os pontos de rejeição de águas residuais

tratadas e pontos de captação de água para consumo humano a jusante desta, no mesmo curso de

água. Alterações na toxicidade do meio podem tornar o tratamento da água para consumo insuficiente,

dado que este é projetado para as ‘características normais’ dessa mesma água.

Outras questões resultantes de acidentes em sistemas de saneamento, que podem ter o mesmo efeito,

são descargas poluentes perto de zonas balneares, descargas poluentes que possam contaminar áreas

destinadas a pesca, que, posteriormente possam causar danos aos seres humanos que os consumam

ou ainda a poluição de aquíferos subterrâneos que possam ser utilizados como fonte de água para

consumo humano.

A criação de um PSS serve exatamente para a definição de medidas preventivas que possam evitar a

ocorrência destes acidentes, ou, em último recurso, o estabelecimento de um plano de ação que possa

minorar as consequências dos mesmos.

Segundo Maria Neira, diretora da OMS para Saúde Pública e Meio Ambiente:

“Os países têm a oportunidade de fazer progressos substanciais para a saúde pública através da

definição e aplicação de normas eficazes e adequadas para assegurar água potável”

Estas palavras foram proferidas no âmbito da criação do Plano de Segurança da Água, mas o mesmo

se pode aplicar ao PSS, que para além de assegurar melhores condições para obtenção de água

potável visa a proteção do meio ambiente. Adicionalmente, e, devido à interdependência entre a água

expelida nos meios hídricos e a captada para consumo, quanto melhor e mais eficaz for o tratamento

de AR, maior será a segurança da água pois a sua qualidade na fonte será superior.

19

A aplicação de medidas preventivas revela-se mais eficaz e económico em relação a medidas

corretivas, justificando-se assim a criação do PSS como ferramenta preventiva para os sistemas de

saneamento em particular e do meio ambiente e ser humano numa perspetiva mais geral.

20

21

CAPÍTULO 2 - OS SISTEMAS DE SANEAMENTO

2.1. CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

Os sistemas de saneamento são sistemas extremamente complexos responsáveis pela coleta,

transporte, tratamento e devolução ao meio ambiente de águas residuais provenientes de toda a ação

humana.

Água residual (AR) pode ser definida como uma água cujas características foram alteradas devido ao

seu uso em variadas atividades, ou seja, é uma água poluída por agentes físicos, químicos e biológicos.

Consequentemente foi necessário caracterizar cada uma das águas residuais de acordo com a sua

proveniência, atendendo ao facto que diferentes utilizações provocam tipos e níveis de poluição

diferentes. Assim chegou-se aos seguintes tipos de águas residuais:

Águas residuais domésticas – são águas provenientes de toda a atividade doméstica habitual,

tais como, águas provenientes de banhos, cozinhas e máquinas de lavar nas residências,

estabelecimentos comerciais e serviços;

Águas residuais pluviais – são águas provenientes das chuvas e/ou lavagem de pavimentos

impermeabilizados;

Águas residuais industriais – são águas provenientes de toda a atividade industrial e de

transformação de produtos ou matérias-primas que suportam toda a atividade humana.

Os sistemas de saneamento estão intrinsecamente ligados com o ciclo urbano da água que é todo o

percurso que a água faz, desde que é captada no meio hídrico, até ser devolvida ao meio ambiente,

como representado na figura 2, no capítulo anterior.

Seguidamente vai-se estudar todos os tipos de sistemas de saneamento e as suas características

principais.

22

2.1.1. Tipos de sistemas de saneamento

Os sistemas de saneamento estão divididos em quatro tipos diferentes: Sistemas de saneamento

unitários, separativos, mistos e pseudo separativos.

Os SS unitários recolhem todos os tipos de águas residuais acima apresentados num único sistema,

em que estas são misturadas nas condutas, encaminhadas para as estações de tratamento e tratadas

como um todo, antes de ser devolvida ao meio ambiente.

Já os SS separativos são constituídos por duas redes independentes, tal como o próprio nome indica.

Assim obtém-se uma rede de águas residuais pluviais destinada a recolher as águas provenientes da

precipitação (vulgarmente denominadas apenas como rede de águas pluviais) e uma segunda rede de

águas residuais domésticas (simplesmente conhecidas por rede de águas residuais), que englobam o

transporte e tratamento das águas residuais domésticas e industriais.

Os SS mistos são uma conjugação dos dois anteriores que pressupõem que parte da rede funciona

como um SS unitário e a restante como separativo. É uma situação muito comum em aglomerados

urbanos onde previamente existia uma rede de saneamento unitária, que foi alargada. A parte nova do

sistema é construída como separativa.

Por fim os sistemas pseudo separativos funcionam como sistemas separativos no geral, mas em

condições especiais, permite-se que partes do sistema que deveriam estar ligados à rede de águas

pluviais (como águas recolhidas em pátios interiores) estejam ligados à rede de AR domésticas.

Atualmente os sistemas unitários não se utilizam, optando-se por sistemas separativos pois estes

revelaram-se muito mais eficazes no correto tratamento das AR já que separam desde o início águas de

características muito diferentes, que necessitam, consequentemente, de tratamentos distintos. No

entanto, o estudo destes sistemas é necessário no âmbito desta dissertação pois está presente nas

cidades que possuem SS mais antigos.

Nos SS separativos há uma questão a salientar, estes misturam águas residuais domésticas com

industriais que apesar de muito distintas podem ser misturadas desde que asseguradas determinadas

condições. Habitualmente as AR industriais sofrem um pré-tratamento à saída das indústrias antes de

serem injetadas na rede pública. Esse pré-tratamento será objeto de estudo mais pormenorizado no

subcapítulo seguinte.

23

Quanto aos sistemas mistos, para o seu estudo, é necessário analisar cada uma das partes em

separado e os pseudo separativos, podem, por simplificação, ser encarados como um sistema

totalmente separativo, embora originem caudais superiores.

A figura 10 esquematiza os dois primeiros SS aqui referidos, na qual o primeiro esquema se refere a

um sistema unitário e a segunda a um sistema separativo.

Figura 10 – Esquema de um SS unitário vs SS separativo

2.1.2. Componentes dos sistemas de saneamento

Como já referido, os sistemas de saneamento são extremamente complexos e possuem um grande

número de órgãos na sua constituição. Para uma melhor compreensão dos SS deve-se dividi-los em

três componentes distintas:

Coleta e Transporte: esta fase inicia-se no coletor da rede pública onde a AR dá entrada no

sistema de saneamento até à entrega da mesma no primeiro órgão da fase seguinte. É a fase

AR pluviais

AR domésticas

Tratamento

(ETAR)

Transporte

AR pluviais

AR domésticas

Tratamento

(ETAR)

Transporte

Meio recetor

24

FONTE

ETAR (tratamento)

TRANSPORTE

MEIO RECETOR

mais crítica do sistema devido à dificuldade de identificação de problemas na mesma.

Normalmente só são identificados quando as suas consequências se manifestam.

Tratamento: esta é a fase de todo o sistema onde podem ocorrer um grande número de

problemas, no entanto também as suas consequências não são, por norma, muito graves

devido à permanente monitorização da mesma. Aqui a AR é submetida a um conjunto de

operações e processos que visam a remoção da grande maioria dos agentes poluentes da

água, para que esta atinja um mínimo de qualidade para ser devolvida ao meio ambiente. Esta

fase é toda concebida numa estação de tratamento de águas residuais (ETAR) e termina com a

devolução num meio recetor.

Meio recetor: é o meio que irá receber a água tratada, normalmente um meio hídrico

A figura 11 ilustra as três fases distintas que podemos verificar num sistema de saneamento.

Figura 11 – Componentes do sistema de saneamento

Vai-se agora proceder à descrição de todos os órgãos que compõem cada uma das fases dos SS para

que posteriormente se possam identificar os possíveis problemas a ocorrer em cada um deles. Visto

que os órgãos presentes nos sistemas unitários e separativos são os mesmos sendo a grande diferença

a constituição da AR o estudo de ambos os sistemas não será diferenciado de momento, exceto na

componente da distribuição ou transporte.

25

2.2. ÓRGÃOS DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO

Para cada componente vai-se agora proceder à identificação dos órgãos do sistema incluindo uma

pequena descrição dos mesmos e dos processos e operações que neles ocorrem.

2.2.1. Componente: coleta ou transporte.

Como referido anteriormente, apenas neste ponto se irá fazer a distinção dos órgãos que compõem os

sistemas de saneamento unitários e separativos. Para tal serão analisados os componentes da rede de

saneamento de águas residuais domésticas e de águas residuais pluviais em separado, as quais

compõem os SS separativos.

O quadro seguinte resume os órgãos da rede de saneamento de águas residuais domésticas. Esta

análise será feita de montante do sistema para jusante, ou seja desde o ponto em que a AR é

descarregada no sistema, à saída do edifício particular, até ao ponto de entrega na estação de

tratamento.

Quadro1 – Componentes da rede de saneamento de AR domésticas

Órgão Função

Água residual Identificar a fonte da água residual em causa (doméstica ou

industrial).

Ramal de ligação Proceder à descarga da AR na rede de drenagem.

Coletores ou rede de

drenagem

Rede de tubagens que procede ao transporte das águas residuais

desde o ramal de ligação ao emissário na ETAR.

Câmara ou caixa de visita

ou queda

Inspeção e manutenção da rede de coletores. Promover ‘quedas’ de

AR em situações de desnível do terreno que não podem ser

asseguradas pela inclinação do coletor.

Dispositivos de lavagem Promover a limpeza dos coletores quando não podem ser

garantidas as condições de auto limpeza.

Sistemas elevatórios Dispositivo de auxílio à drenagem utilizado em situações em que a

drenagem gravítica, por si só, não pode ser assegurada.

26

Órgão Função

Descarregadores

Dispositivos de emergência destinados a ser utilizados para

encaminhar as AR quando existe uma avaria na rede principal ou

em situações de afluência excessiva de AR.

Emissários Dispositivo que entrega a AR à ETAR no final da rede de transporte.

O quadro 2 apresenta os órgãos que constituem as redes de AR pluviais. A constituição desta rede é

muito semelhante à anterior, contendo, no entanto, órgãos acessórios responsáveis por recolher as

águas pluviais e dar uma resposta às maiores variações de caudais.

Quadro 2 – Componentes da rede de saneamento de AR pluviais

Órgão Função

Sarjetas ou sumidouros Órgãos que permitem o acesso das águas pluviais à rede de

drenagem.

Coletores ou rede de

drenagem

Rede de tubagens que procede ao transporte das águas residuais

desde o ramal de ligação ao emissário na ETAR.

Câmara ou caixa de visita

ou queda

Inspeção e manutenção da rede de coletores. Promover ‘quedas’ de

AR em situações de desnível do terreno que não podem ser

asseguradas pela inclinação do coletor.

Sistemas elevatórios Dispositivo de auxílio à drenagem utilizado em situações em que a

drenagem gravítica, por si só, não pode ser assegurada.

Descarregadores de

tempestade

Dispositivos de emergência destinados a ser utilizados para

encaminhar as AR em situações de afluência excessiva de AR.

Bacias de retenção Dispositivos destinados a armazenar temporariamente um volume

de AR em situações de cheia, para regularização de caudais.

Emissários Dispositivo que entrega a AR à ETAR no final da rede de transporte.

Nos SS unitários, pode-se, por simplificação, assumir que a rede de transporte de AR contém todos

estes órgãos na mesma rede. Assim a lista de órgãos de um SS seria a apresentada no quadro 3.

27

Quadro 3 – Componentes da rede de saneamento de um SS unitário

Órgão Função

Água residual Identificar a fonte da água residual em causa (doméstica, industrial

ou pluvial).

Ramal de ligação Proceder à descarga da AR na rede de drenagem.

Sarjetas ou sumidouros Órgãos que permitem o acesso das águas pluviais à rede de

drenagem.

Coletores ou rede de

drenagem

Rede de tubagens que procede ao transporte das águas residuais

desde o ramal de ligação ao emissário na ETAR.

Câmara ou caixa de visita

ou queda

Inspeção e manutenção da rede de coletores. Promover ‘quedas’ de

AR em situações de desnível do terreno que não podem ser

asseguradas pela inclinação do coletor.

Dispositivos de lavagem Promover a limpeza dos coletores quando não podem ser

garantidas as condições de auto limpeza.

Sistemas elevatórios Dispositivo de auxílio à drenagem utilizado em situações em que a

drenagem gravítica, por si só, não pode ser assegurada.

Descarregadores

Dispositivos de emergência destinados a ser utilizados para

encaminhar as AR quando existe uma avaria na rede principal ou

em situações de afluência excessiva de AR.

Bacias de retenção Dispositivos destinados a armazenar temporariamente um volume

de AR em situações de cheia, para regularização de caudais.

Emissários Dispositivo que entrega a AR à ETAR no final da rede de transporte.

Pode-se assim constatar que a constituição da rede dos sistemas unitários e separativos são muito

semelhantes. No entanto deve-se fazer um estudo em separado nesta primeira fase, pois as

consequências e problemas resultantes de acidentes na rede, que serão estudados posteriormente,

terão efeitos muito distintos e agravados no caso dos sistemas unitários em relação aos sistemas

separativos.

28

2.2.2. Componente: tratamento

Esta é a componente mais extensa e crítica de todo o sistema de saneamento. É nesta fase, que em

local próprio, ou seja, na ETAR, se vai proceder a um conjunto de tratamentos da água residual de

modo a dotá-la de características menos poluentes para que possa ser devolvida ao meio ambiente,

sem que possa causar um desastre ambiental.

Através de um conjunto de processos e operações a água residual irá percorrer um circuito interno por

um número variável de dispositivos em cada ETAR, cada um deles, responsável pela remoção de vários

poluentes específicos e perigosos. No final deste circuito, a AR deve possuir as características descritas

no Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto que regula os critérios e objetivos da qualidade das

descargas para proteção dos meios aquáticos. Neste documento são enumerados os valores limite de

emissão (VLE) de vários elementos, compostos orgânicos ou micro-organismos que uma água residual

pode possuir quando descarregada num meio aquático. A figura 12 mostra um extrato do quadro de

VLE em descargas em meio hídrico, presente no Decreto-Lei acima referido.

Figura 12 – Extrato do no Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto

29

Há duas principais razões pelas quais esta fase se torna a mais crítica e extensa de todo o SS: existe

um grande número de dispositivos diferentes para o tratamento de AR em ETAR, cada um deles

podendo, por sua vez tratar mais do que um problema e há uma grande interdependência entre os

mesmos, isto é, por norma, um problema num órgão de tratamento terá consequências diretas nos

seguintes. Isto torna o tratamento cada vez menos eficaz à medida que se vão acumulando erros, que

terão repercussões no resultado final.

Dentro da fase de tratamento pode-se ainda subdividir esta em cinco fases distintas:

Pré-tratamento: (no caso de AR provenientes de atividade industrial) é realizado antes da

descarga da AR na rede pública e pretende a remoção de matéria orgânica, sólidos

suspensos, cor, dureza e metais;

Tratamento preliminar: no qual se vai proceder à remoção de substâncias grosseiras,

sólidos sedimentáveis e gorduras através de meios mecânicos;

Tratamento primário: remoção parcial de sólios suspensos, CBO e correção de pH;

Tratamento secundário: redução da matéria orgânica em solução ou suspensão, sólidos

suspensos e nutrientes utilizando processos biológicos e desinfeção;

Tratamento terciário: afinação do efluente tratado através da remoção de poluentes

remanescentes.

De seguida será apresentada um quadro resumo com os órgãos de tratamento para cada fase, com

indicação da sua função e das operações e/ou processos que nelas ocorrem.

Devido ao pré-tratamento (já referido no subcapítulo anterior) ser executado apenas para AR industriais,

e antes de estas serem introduzidas na rede de saneamento, será este o primeiro ponto objeto de

estudo.

O quadro 4 resume os órgãos que constituem esta fase do processo de tratamento, a sua função e as

operações e processos que neles ocorrem.

30

Quadro 4 – Órgãos do pré-tratamento.

Órgão Função Operações e processos

Sedimentador gravítico

Sedimentação de sólidos

suspensos de densidade

superior à da água e adição

de um floculante para

promover a floculação de

sólidos mais pequenos para

que estes sedimentem.

Adição de cal para correção

do pH.

Sedimentação por gravidade

com floculação;

Tanque de filtração Remoção de partículas em

suspensão fina e coloidais.

Filtração convencional

(passagem da AR por um

meio poroso)

Tanque de cloração e

adsorção

Eliminar agentes patogénicos.

Desinfeção química.

Eliminação de odores.

Cloração.

Adsorção

No quadro seguinte serão descritos os órgãos de tratamento preliminar, que consistem essencialmente

num conjunto de operações físicas para a remoção dos poluentes de maiores dimensões.

Quadro 5 – Órgãos do tratamento preliminar.

Órgão Função Operações e processos

Gradagem

Remoção de sólidos

grosseiros e corpos

flutuantes.

Gradagem

Trituradores Redução das dimensões dos

materiais sólidos. Trituração

Desintegradores

Redução de odores e insetos.

Evitar visualização do material

depositado na câmara de

grades.

Desintegração de matéria

sólida.

31

Órgão Função Operações e processos

Desarenadores Retenção de areias e outros

materiais inertes. _

Tanque de equalização ou

homogeneização

Reduzir a variação diária do

caudal para que seja possível

obter um caudal constante a

entrar na ETAR.

Reduzir a variação da

concentração de poluentes no

caudal afluente.

Equalização e

homogeneização.

O tratamento preliminar, também conhecido como obras de entrada, pretende não só remover as

partículas acima referidas, mas também criar uma barreira protetora para todos os órgãos que virão a

seguir. Ao retirar essas partículas está-se a aumentar a durabilidade dos materiais que as compõem,

que estão menos sujeitos a abrasão e a permitir uma maior eficiência do tratamento.

Consequentemente diminuem os problemas de manutenção e operação.

O tratamento primário baseia-se essencialmente no tanque de sedimentação primária ao qual podem

ser adicionados mecanismos e processos químicos que aumentem a eficácia do seu desempenho. O

quadro 6 resume os órgãos deste tratamento.

Quadro 6 – Órgãos do tratamento primário.

Órgão Função Operações e processos

Sedimentador primário

Remoção de matéria

suspensa e coloidal através

de separação gravítica.

Produção de um efluente

líquido para otimização do

restante tratamento.

Sedimentação

32

Órgão Função Operações e processos

Sedimentador primário +

flutuador

Mesma função do

sedimentador primário com

introdução de um mecanismo

de recolha de sobrenadantes

(partículas menos densas que

a água)

Sedimentação

+

Flutuação

Tanque de mistura

Utilizados antes do tanque de

sedimentação para melhorar

a sua eficiência. Servem para

a introdução de químicos que

promovam a floculação e/ou

coagulação de partículas mais

finas.

Coagulação

Floculação

Tamisadores

Dispositivos alternativos ao

sedimentador mas com um

menor grau de eficácia.

_

O tratamento secundário introduz o início dos tratamentos biológicos. Aqui pretende-se a remoção de

CBO (solúvel e coloidal) e nutrientes através da ação de agentes biológicos (bactérias) e para tal, é

necessário dividir os vários processos de tratamento biológico em dois grandes grupos: em suspensão

e crescimento em suporte físico.

Nos processos de tratamento biológico em suspensão tem-se dois tipos: Lamas ativadas e lagoas de

estabilização. O processo de tratamento biológico em suspensão por lamas ativadas tem dois grandes

órgãos distintos: o tanque de arejamento e o sedimentador ou decantador secundário e ainda um

sistema auxiliar de recirculação de lamas, como se pode ver na figura 13.

Figura 13 – Esquema de tratamento secundário (Aula teórica 8 CEET)

33

No entanto a constituição das lamas ativadas (mistura de micro organismos responsáveis pela digestão

da matéria poluente) é diferente em cada ETAR, dependendo das características da AR a tratar. As

funções de cada órgão serão resumidas no quadro 7.

Quadro 7 – Órgãos do tratamento secundário: lamas ativadas

Órgão Função Operações e processos

Tanque de arejamento ou

reator

Misturar as lamas ativadas

com a água residual. Adição

de ar para permitir a

sobrevivência e proliferação

das bactérias (no caso das

aeróbias) e manter os flocos

formados em suspensão.

Arejamento

Nitrificação

Digestão aeróbia

Sedimentador secundário Separar as lamas ativadas do

efluente tratado. Sedimentação

Sistema de recirculação

Recirculação de parte das

lamas ativadas de forma a

manter a cultura de micro

organismos viva e promover a

sua multiplicação.

_

Os processos de tratamento biológico em lagoas de estabilização por outro lado, são caracterizados

pela utilização de processos inteiramente naturais, em lagoas pouco profundas e sem recurso (ou

muito pequeno) a mecanismos auxiliares de índole mecânica. Estas lagoas são geralmente

classificadas em função da atividade biológica como: aeróbias, anaeróbias e facultativas. Podem ainda

existir lagoas de sedimentação para complementar o processo de tratamento. O quadro 8 apresenta as

principais características de cada tipo de lagoa.

Quadro 8 – Órgãos do tratamento secundário: lagoas de estabilização

Órgão Função Operações e processos

Lagoas anaeróbias ou de pré-

tratamento

Remoção de matéria orgânica

por digestão anaeróbia nas

lamas sedimentadas

Digestão anaeróbia

Sedimentação

34

Órgão Função Operações e processos

Lagoas facultativas (mistas

formadas por 3 camadas

distintas)

Na camada superior formam-

se algas que em conjunto

com bactérias aeróbias vão

digerindo a matéria orgânica.

Na camada intermédia a

digestão é assegurada por

bactérias facultativas

(aeróbias ou anaeróbias).

Camada inferior (anóxica)

onde se dá a digestão feita

por bactérias anaeróbias.

Digestão aeróbia

Digestão anaeróbia

Sedimentação

Flutuação

Lagoas aeróbias ou de

maturação

Afinação do tratamento após

os dois tipos de lagoas

anteriores. Remoção de micro

organismos patogénicos,

CBO, sólidos suspensos e

amónia.

Digestão aeróbia

Sedimentação

Lagoas de sedimentação

Elemento facultativo para

promover a sedimentação de

matéria de forma a otimizar

os outros processos.

Sedimentação

Os processos de tratamento biológico de crescimento em suporte físico podem-se também dividir em

dois tipos: leitos percoladores (filtros biológicos) ou discos biológicos (biodiscos). Este tipo de

tratamento pressupõe que a biomassa (conjunto de organismos que vai tratar o afluente) está “colada”

a um suporte físico que depende do sistema utilizado.

Nos leitos percoladores o afluente a tratar será despejado gradualmente sobre um meio poroso

constituído por brita ou grelhas plásticas que funciona como um filtro. O biofilme presente no meio

poroso vai aprisionando os poluentes tornando-se cada vez mais espesso até que se desprende e é

encaminhada para o sedimentador secundário. O esquema de tratamento é semelhante ao de lamas

35

ativadas, não havendo neste caso necessidade de recirculação de lamas. No entanto faz-se uma

recirculação do efluente saído do leito percolador para garantir uma maior eficácia do processo.

Quadro 9 – Órgãos do tratamento secundário: leitos percoladores

Órgão Função Operações e processos

Leito percolador Filtrar o afluente através do

filtro biológico.

Floculação

Filtração

Digestão aeróbia

Sedimentador secundário

Sedimentação dos flocos

resultantes do processo

anterior.

Sedimentação

Sistema de recirculação (do

efluente)

Recirculação para maior

eficácia do tratamento através

do aumento do tempo de

contato.

_

No processo de tratamento com biodiscos, a lógica de tratamento é semelhante à dos leitos

percoladores, só que aqui o biofilme é suportado por discos plásticos rotativos, de grande diâmetro,

colocados em tanques e parcialmente submersos. À medida que estes discos vão rodando dá-se,

sequencialmente, o contacto com a AR a tratar (parte submersa) e com ar (parte emersa que permite a

entrada de oxigénio necessário para a atividade bacteriológica).

Figura 14 – Esquema de tratamento com discos biológicos; (Chambel, 2011)

36

Quadro 10 – Órgãos do tratamento secundário: discos biológicos

Órgão Função Operações e processos

Discos biológicos

Suporte do biofilme de micro

organismos responsável pelo

tratamento da AR.

Floculação

Digestão aeróbia

Sedimentador secundário Sedimentação dos flocos

resultantes. Sedimentação

O tratamento terciário, como referido anteriormente, serve para a afinação do efluente tratado através

da remoção de poluentes remanescentes coloidais, em suspensão ou dissolvidos. Este tratamento

divide-se em 2 fases: tratamento avançado e a desinfeção.

A desinfeção pretende tratar o afluente, antes de o devolver ao meio ambiente, dotando-o de

características que respeitem os VLE definidos no Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto. Mas

para desinfeção ser mais eficaz pode ser necessário a utilização de alguns processos e operações

complementares, que podem ser introduzidos ao longo do restante tratamento (ao que se chama

tratamento avançado). O quadro seguinte apresenta os poluentes remanescentes da AR a e os

processos utilizados no seu tratamento, terciário e avançado.

Quadro 11 – Processos de tratamento terciário e avançado (fase líquida)

Poluentes removidos Processos

Remoção de partículas orgânicas e

inorgânicas coloidais e em suspensão Filtração

Remoção de constituintes orgânicos

dissolvidos

Adsorção

Osmose inversa

Precipitação química

Oxidação química (normal ou avançada)

Eletrodiálise

Destilação

Remoção de nutrientes: Fósforo

Precipitação química

Adição de cal + coagulação + filtração

Remoção biológica em reator anaeróbio

antes do tratamento secundário (figura 14)

37

Poluentes removidos Processos

Remoção de nutrientes: Azoto

Arejamento

Oxidação com compostos de cloro

Permuta iónica (ião amónia)

Acão biológica de agentes nitrificantes

(nitrificação e desnitrificação) antes do

tratamento secundário

Remoção de micro-organismos patogénicos

ou desinfeção

Cloração (cloro gasoso, líquido ou sólido)

Ozonização

Radiação UV

Remoção de sub-produtos da desinfeção

(quando utilizado cloro como desinfetante) Descloração

Figura 15 – Tratamento avançado para remoção de fósforo

Após todo este tratamento a água está agora em condições de ser devolvida ao meio ambiente

(normalmente um meio hídrico) através de uma obra de saída da ETAR. É comum utilizarem-se

cascatas de arejamento nestas situações para aumentar a quantidade de oxigénio dissolvido do

efluente.

De todas estas fases referidas, desde o tratamento preliminar ao terciário geram-se subprodutos

denominados de lamas (que são o conjunto de poluentes removidos da AR) que necessitam ser

tratadas pois contêm uma grande carga poluente. Como o próprio nome indica, lamas são uma

mistura de material sólido com material líquido, e o seu tratamento inicia-se exatamente na remoção

de uma grande quantidade da água presente nesta mistura ao qual se dá o nome de espessamento.

38

De seguida é necessário proceder à sua estabilização e por fim ao tratamento final. O quadro 12

apresenta os tipos de tratamentos possíveis para cada uma destas fases de tratamento de lamas.

Quadro 12 – Tratamento de lamas

Fase do tratamento de

lamas Processos e operações Descrição

Espessamento

(separação de grande parte

do líquido da matéria sólida)

Co-sedimentação

É criado um manto de

sedimentos que sob ação do

seu próprio peso vai fazendo

a separação sólido-líquido.

Gravidade/sedimentação

Sedimentação por ação de

gravidade que provoca a

deposição no fundo do tanque

dos materiais mais densos

que a água.

Centrifugação

Utilização de tambor giratório

que expulsa a água,

mantendo os sólidos no

interior.

Compressão

Utilização de um dispositivo

mecânico que comprime as

lamas deixando sair o fluido.

Estabilização

(reduzir os organismos

patogénicos e a libertação de

odores)

Alcalina

Adição de cal para elevar o

pH e destruir organismos

patogénicos.

Digestão anaeróbia

Fermentação biológica da

matéria orgânica na ausência

de oxigénio (produz CO2 e gás

metano).

Digestão aeróbia Digestão biológica em tanque

aberto.

39

Fase do tratamento de

lamas Processos e operações Descrição

Estabilização

(reduzir os organismos

patogénicos e a libertação de

odores)

Digestão autotérmica

termofílica

Semelhante à digestão

aeróbia.

Compostagem

Conversão biológica da

matéria sólida orgânica num

reator fechado .

Tratamento final

(destino dado às lamas após

tratamento)

Absorção natural pelo solo Deposição das lamas à

superfície do solo.

Tanques de lamas Deposição das mesmas em

tanques.

Incineração

Em fornos a altas

temperaturas (370ºC para

secar e 600 a 650ºC para

incinerar).

Recuperação e valorização

Recuperar óleos, gorduras e

metais para reutilizar e

produção de fertilizantes.

Secagem (leitos de secagem,

filtração a vácuo, compressão

e centrifugação)

Formas de extrair o máximo

de água possível para que

seja mais económico a sua

deposição final (normalmente

em aterro sanitário).

De salientar que de todo o tratamento de lamas resulta muita água. Esta é uma água residual, e, por

isso será reintroduzida no sistema, à cabeça do tratamento, ou seja no início do tratamento (primário

ou secundário) na ETAR, para ser tratada novamente.

Finalmente, na fase de tratamento, há ainda que se ter em atenção todos os órgãos acessórios ao

funcionamento da ETAR, que fazem a ligação entre todos os órgãos de tratamento. Aqui estão

incluídos: tubagens (responsáveis pela canalização da AR entre órgãos de tratamento), válvulas

(destinadas ao controlo dos caudais circulantes nas tubagens), estações elevatórias e/ou bombas (que

40

Tratamento preliminar

Tratamento primário

Tratamento secundário

Tratamento terciário

Meio recetor

AR

Tratamento de lamas

AR

Resíduos sólidos

promovem a recirculação de fluídos) e silos de armazenamento (utilizados para o armazenamento de

substâncias químicas utilizadas no tratamento ou de lamas antes de serem enviadas para o destino

final).

A figura 16 representa o esquema conceptual do tratamento de águas residuais em ETAR, para uma

melhor compreensão do mesmo.

Figura 16 – Esquema concetual do tratamento de AR em ETAR

2.2.3. Componente: Meios recetores

Os meios recetores não sendo um órgão de tratamento em si, são os pontos onde a introdução da AR

tratada (e produtos resultantes do tratamento) poderão provocar as alterações mais significativas e

visíveis. Mantendo uma boa monitorização destes meios podem-se tirar ilações importantes sobre os

problemas que ocorrem durante a fase de tratamento, adotando medidas corretivas para os mesmos.

No entanto, e como o objetivo principal é a criação de medidas preventivas é importante realçar que é

essencial que os problemas sejam identificados mais precocemente, sob pena de os seus efeitos

serem nefastos para estes meios.

41

Há um conjunto de preocupações específicas a considerar com cada tipo de meio recetor que serão

avaliadas no quadro seguinte, caso a caso.

Quadro 13 – Características dos meios recetores

Meio recetor Características a considerar

Rio

Caudal do rio

Singularidades do leito do rio

Fauna e flora

Proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio

Existência de pontos de captação de água bruta para abastecimento

público a jusante

Existência de pontos de captação de água para rega

Proximidade a pontos de pesca ou de reserva de vida aquícola.

Albufeira

Volume da massa de água

Fauna e flora

Proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio

Existência de pontos de captação de água bruta para abastecimento

público a jusante

Existência de pontos de captação de água para rega

Problemas de eutrofização

Estuário

Caudal

Fauna e flora (tratam-se de zonas particularmente sensíveis)

Existência de reserva biológica

Mistura de massas de água de características diferentes (doce e

salgada)

Existência de zonas de atividade recreativa

Oceano

Proximidade a zonas balneares e de atividades recreativas

Proximidade a pontos de pesca ou de reserva de vida aquícola

Fauna e flora

Solo

Uso do solo

Existência de reservas de água subterrânea

Proximidade a massas de água

42

A existência de zonas sensíveis, tais como zonas balneares, zonas de captação de água bruta e

reservas biológicas, entre outras, obrigam a medidas extraordinárias com o tratamento para além do

respeito aos valores limite de emissão para descargas de ETAR (Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de

Agosto). O mesmo documento regula os parâmetros da qualidade da água a serem respeitados

nestas zonas mais sensíveis. Adicionalmente podem-se considerar também as normas da Diretiva

Quadro da Água, que é o instrumento mais recente no estabelecimento de medidas de proteção das

massas de água na União Europeia.

43

CAPÍTULO 3 - EVENTOS PERIGOSOS E AVALIAÇÃO DE RISCOS

3.1. IDENTIFICAÇÃO DOS EVENTOS PERIGOSOS

Ao longo de todo o sistema de saneamento existe um número infindável de problemas ou acidentes

que podem ocorrer, que terão consequências e severidades diferentes dependendo da componente do

sistema em que se desenvolvem e do seu impacto no meio ambiente. Por outro lado, um acidente

numa determinada componente do sistema tem, por norma, implicações nas componentes seguintes e

no meio ambiente em si.

Na identificação dos acidentes pode adotar-se uma metodologia análoga à do plano de segurança da

água, que consiste em:

Análise dos perigos em cada componente do SS:

o Identificação do acidente;

o Medidas de controlo para cada acidente.

Consideração de outros fatores que têm influência sobre cada perigo:

o Variação de circunstâncias ao longo do tempo;

o Causa acidental ou deliberada;

o Estado de manutenção da rede;

o Medidas de controlo dos procedimentos adequadas;

o Eventos regulares ou excecionais.

Para se iniciar o estudo dos acidentes que podem ocorrer num SS foi criada uma listagem de eventos

perigosos em cada componente do sistema em questão, que será apresentada de seguida.

3.1.1. Identificação de perigos na componente de coleta e transporte

Nesta componente as principais ocorrências que se podem verificar correspondem à constituição da

água residual, a eventos que provoquem uma sobrecarga da rede e à proximidade desta à população.

44

Os eventos perigosos que podem ter impacto na coleta ou transporte e que devem ser tidos em

consideração como parte integrante da identificação de perigos, podem incluir, entre outros, os

elementos constantes do quadro 14.

Quadro 14 – Eventos perigosos na coleta

Componente do sistema Evento perigoso

Coleta ou transporte

Constituição da água residual;

Descargas de AR não correspondentes ao sistema;

Descargas e ligações ilegais;

Cheias provocadas por condições meteorológicas extremas;

Obstrução de sargetas e sumidouros;

Singularidades da rede;

Odores;

Acumulação de gases nas caixas de visita;

Corrosão dos materiais constituintes da rede;

Acesso não autorizado de pessoas e animais;

Ruturas e fissuras de condutas e outros órgãos;

Condições de auto limpeza não garantidas;

Falhas de energia nas estações elevatórias;

Falha nos equipamentos de monitorização das estações

elevatórias;

Infiltrações na rede;

Operações ou reparações inadequadas da rede;

Sabotagem e desastres naturais;

Obstrução de condutas;

Caudais excessivos.

3.1.2. Identificação de perigos na componente de tratamento

O tratamento é a fase com maior probabilidade de ocorrência de acidentes devido quer à sua

dimensão, quer à sua complexidade. Esta visa a redução dos elementos poluentes da AR para valores

residuais (que respeitem os VLE do Decreto-Lei nº 236/98) ou até mesmo a sua total remoção. Os

45

principais eventos perigosos nesta fase relacionam-se com o deficiente funcionamento dos órgãos de

tratamento, com a sua inadequabilidade à AR a tratar ou com uma má manutenção dos mesmos.

Os eventos perigosos que podem ter impacto no tratamento e que devem ser tidos em consideração

como parte integrante da identificação de perigos, podem incluir, entre outros, os elementos

constantes do quadro 15.

Quadro 15 – Eventos perigosos no tratamento

Componente do sistema Evento perigoso

Tratamento

Constituição da água residual diferente da esperada;

Variações de caudal afluente (diárias, semanais e sazonais);

Processos ou operações de tratamento inadequados;

Erros no controlo dos processos e operações;

Utilização de reagentes e produtos inadequados ao

tratamento;

Falhas mecânicas, elétricas, estruturais ou de operação dos

órgãos de tratamento;

Mau funcionamento dos equipamentos;

Falha no sistema de monotorização de equipamento;

Má dosagem de produtos químicos;

Formação de subprodutos da desinfeção;

Cheias no meio recetor;

Proliferação de odores e insetos;

Sabotagem e desastres naturais;

Condições de armazenamento de produtos químicos

indevidas;

Deficiente armazenamento de lamas.

3.1.3. Identificação de perigos na componente do meio recetor

Embora os meios recetores não se tratem de um órgão específico do tratamento, apenas do meio que

irá receber a água residual tratada, uma correta análise dos efeitos neles sofridos, pode indicar muito

sobre a eficácia do tratamento e os acidentes que ocorreram nas componentes anteriores. Além do

46

mais, a sua grande sensibilidade a pequenas variações, constituem um indicador da qualidade do

tratamento, e não sendo este o local onde grande parte dos acidentes aqui estudados acontecem, será

fonte de inúmeras e valiosas informações sobre o que pode ter ocorrido.

Por outro lado, a diversidade das características de cada um destes meios obrigam à sua integração

como parte do sistema de tratamento.

Os eventos perigosos que podem ter impacto nos meios recetores e que devem ser tidos em

consideração como parte integrante da identificação de perigos, podem incluir, entre outros, os

elementos constantes do quadro 16.

Quadro 16 – Eventos perigosos no meio recetor

Componente do sistema Evento perigoso

Meio recetor

Poder de diluição insuficiente;

Baixo OD;

Concentrações excessivas de matéria orgânica e produtos

químicos;

Concentrações excessivas de nutrientes;

Morte de espécies animais e vegetais;

Cor, odor e turvação;

Variações sazonais de caudal;

Eutrofização;

Impactos em zonas balneares, reservas biológicas e

aquíferos próximos;

Impacto nos seres humanos (proliferação de doenças);

Infiltração de produtos poluentes no solo;

Poluição de reservas de água subterrâneas.

Introdução de produtos tóxicos na agricultura (na utilização

de lamas como fertilizante);

Descarga direta (sem tratamento) de AR pluviais.

47

3.2. CARACTERIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DE RISCOS

O que é um risco? Entre várias definições esta é a que melhor o carateriza no âmbito desta

dissertação:

“Na literatura científica encontram-se variadas formas para definir risco. A mais comum considera um

risco como sendo a probabilidade de ocorrência de um perigo causador de danos a uma certa

população a ele exposta num determinado intervalo de tempo e considerando a magnitude desse dano.

Um risco pode, assim, traduzir-se pelo produto da probabilidade de ocorrência de um acontecimento

indesejado pelo respectivo efeito causado numa determinada população. Os eventos perigosos com

maior severidade de consequências e maior probabilidade de ocorrência devem merecer maior

consideração e prioridade relativamente àqueles cujos impactos são insignificantes ou cuja ocorrência

é muito improvável.”- (PSA, Vieira et al. 2005)

Um aspeto importante que distingue os efeitos dos riscos num PSA em relação a um PSS: enquanto no

PSA a população em causa se trata dos seres humanos que irão consumir a água tratada, no PSS têm-

se três tipos de população distintos: os seres humanos, a fauna e a flora que têm de ser objeto de

estudo diferenciados pois os riscos têm efeitos diferentes em cada um destes tipos de população. Esta

separação não será evidente aqui neste capítulo, mas sim na conjugação final de todos os módulos.

3.2.1. Priorização de riscos

Exatamente como no plano de segurança da água:

“A avaliação dos perigos identificados, usando uma metodologia de priorização de riscos, assenta,

genericamente, numa apreciação baseada em bom senso e no conhecimento profundado das

características do sistema em apreciação, podendo definir-se para tal uma matriz de classificação de

riscos semi-quantitativa.” – (PSA, Vieira et al. 2005)

A mesma metodologia de avaliação aplicada ao PSA será utilizada no PSS. Para a avaliação do risco

associado a cada perigo avalia-se a probabilidade deste ocorrer, em função da conjugação de duas

escalas distintas: a Escala de Probabilidade de Ocorrência e a Escala de Severidade das

Consequências.

48

Na Escala de Probabilidade de Ocorrência a frequência em que o acontecimento pode ocorrer é

medido em número de ocorrências por período de tempo. Esta escala está descrita no quadro 17.

Na Escala de Severidade das Consequências a severidade é classificada em três classes de eventos:

Letal – mortalidade significativa para uma parte da população;

Nociva – morbilidade que afeta uma parte da população;

Negligenciável ou nula – os efeitos causados na população podem ser desprezados.

De referir que nesta escala, quando se fala de população, é necessário referir que essa população pode

ser os seres humanos, a fauna ou a flora e quando esta escala é aplicada a um determinado risco,

deve ser descrita a população a que se refere. No quadro 18 pode-se encontrar a sua representação.

As pontuações a aplicar a cada uma das escalas utilizam uma escala de pesos de 1 a 5 de acordo com

a gravidade crescente do perigo.

Quadro 17 – Escala de Probabilidade de Ocorrência (Adaptado: PSA, Vieira et al. 2005)

Probabilidade de

ocorrência Descrição

Peso

Quase certa Espera-se que ocorra 1 vez por dia 5

Muito provável Vai acontecer provavelmente 1 vez por semana 4

Provável Vai ocorrer provavelmente 1 vez por mês 3

Pouco provável Pode ocorrer 1 vez por ano 2

Raro Pode ocorrer em situações excecionais (1 vez em 10 anos) 1

Quadro 18 – Escala de Severidade das Consequências (Adaptado: PSA, Vieira et al. 2005)

Severidade das

consequências Descrição

Peso

Catastrófica Letal para uma parte significativa da população (≥ 10%) 5

Grande Letal para uma pequena parte da população (< 10%) 4

Moderada Nocivo para uma parte significativa da população (≥ 10%) 3

Pequena Nocivo para uma pequena parte da população (< 10%) 2

Insignificante Sem qualquer impacto detetável 1

49

Através do cruzamento destas duas matrizes obtém-se a Matriz De Classificação De Riscos, resultante

da multiplicação do peso de cada classe da probabilidade de ocorrência pelo peso da severidade das

consequências. O quadro 19 apresenta o resultado deste cruzamento.

Quadro 19 – Matriz de Classificação de Riscos (Adaptado: PSA, Vieira et al. 2005)

Probabilidade

de ocorrência

Severidade das consequências

Insignificante Pequena Moderada Grande Catastrófica

Quase certa 5 10 15 20 25

Muito provável 4 8 12 16 20

Provável 3 6 9 12 15

Pouco provável 2 4 6 8 10

Raro 1 2 3 4 5

Estabelecendo uma escala qualitativa com os valores da Matriz de Classificação de Riscos, definida por

quatro categorias:

Baixo: de 1 a 5;

Moderado: de 6 a 10;

Elevado: de 11 a 15;

Extremo: de 16 a 25

Obtém-se a matriz de priorização qualitativa de riscos, como demonstra o quadro 20.

Quadro 20 – Matriz de Priorização Qualitativa de Riscos (Adaptado: PSA, Vieira et al. 2005)

Probabilidade

de ocorrência

Severidade das consequências

Insignificante Pequena Moderada Grande Catastrófica

Quase certa Baixo Moderado Elevado Extremo Extremo

Muito provável Baixo Moderado Elevado Extremo Extremo

Provável Baixo Moderado Moderado Elevado Elevado

Pouco provável Baixo Baixo Moderado Moderado Moderado

Raro Baixo Baixo Baixo Baixo Baixo

A escolha de uma metodologia de análise exatamente igual à do PSA justifica-se com base em três

critérios distintos. O primeiro é que esta metodologia está correntemente aplicada aos sistemas de

50

abastecimento de água, tendo-se revelado adequada e funcional, logo é credível. A adoção de

classificações diferentes desta seriam puramente intuitivas, não estando garantida a sua credibilidade.

O segundo critério está relacionado com as semelhanças dos sistemas em estudo. Tratando-se ambos

de sistemas de tratamento de água com muitos pontos em comum (desde órgãos de tratamento,

operações e processos, componentes das redes, entre outros), a utilização deste sistema de

classificação é possível. Por fim as exigências de qualidade para a água para consumo humano são

muito superiores às das descargas de efluentes das ETAR, logo, ao utilizar estas escalas está-se a

tomar uma posição conservativa, do lado da segurança.

3.3. PONTOS DE CONTROLO

Sempre que num ponto do sistema se apresente uma avaliação de risco a partir de 6 da Matriz De

Classificação De Riscos, é necessário criar um ponto de controlo (PC) no local onde esse risco é

verificado.

“Para cada PC encontrado, segue-se a identificação dos locais onde é absolutamente essencial

prevenir, eliminar ou reduzir um perigo dentro de limites aceitáveis (Pontos de Controlo Críticos – PCC)

que pode ser feita, de forma estruturada e sistemática, com auxílio de uma árvore de decisão como a

que se apresenta na Figura 5, pressupondo-se o conhecimento prévio das medidas de controlo

implementadas no sistema.” – (PSA, Vieira et al. 2005)

A árvore de decisão referida na citação está representada na figura 17 a qual estabelece o processo

iterativo de avaliação da existência de um PCC para um determinado risco.

51

Figura 17 – Árvore de decisão da existência de um PCC: (PSA, Vieira et al. 2005)

Com a análise desta árvore de decisão, de acordo com o PSA, pode-se concluir que:

“uma fase subsequente do processo pode ser mais eficiente no controlo de um perigo e,

como tal, identificar-se aí o PCC;”

“mais do que um perigo pode ser controlado por uma medida de controlo;”

“mais do que uma fase do processo pode estar envolvida no controlo de um determinado

perigo.”

Identificados os PCC de todo o sistema conclui-se o capítulo de identificação de eventos perigosos e

avaliação de riscos. No capítulo seguinte serão abordadas as medidas de monotorização a adotar em

cada um destes pontos.

52

53

CAPÍTULO 4 - MONITORIZAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS

4.1. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLO

A motorização dos sistemas de saneamento é um ponto fundamental da identificação de acidentes

nestes sistemas. Através de operações de inspeção e monotorização regulares podem-se identificar

problemas antes que estes causem um desastre ambiental. Estas medidas podem ser de caráter

regular (inspeções periódicas a todos os equipamentos e devidamente programadas) ou de caráter

pontual (sempre que é verificado algum erro sobre o qual haja suspeita que pode dar origem a um

evento perigoso.

A existência de um plano de monotorização regular e rotineiro, com medidas de controlo claramente

estabelecidas, corretos protocolos de análise e parâmetros análise precisos, são a primeira barreira de

prevenção a um evento perigoso. Este tipo de monotorização deve ser suficiente para identificar os

eventos perigosos ou riscos que ocorrem de forma mais regular.

Na criação e avaliação de medidas de controlo devem ser considerados dois pontos fulcrais: os eventos

perigosos e a sua classificação na matriz de classificação de riscos. As medidas adotadas devem ser

tanto maiores e mais precisas, quanto mais graves forem as consequências de um dado evento ou

risco. Por outro lado, estas devem estar em permanente atualização à medida que novos eventos

perigosos forem identificados.

“A identificação e aplicação das medidas de controlo devem ser baseadas no princípio das barreiras

múltiplas.” – (PSA, Vieira et al. 2005)

Este princípio diz que uma falha numa barreira em determinado ponto do sistema, pode ser

compensada por outra barreira, num ponto seguinte. Na prática isto quer dizer que, por exemplo no

tratamento, se um poluente deveria ter sido removido num determinado órgão, mas por alguma razão

isso não aconteceu, os órgãos seguintes ainda poderão ser capazes de o remover. Mas isto não é um

processo linear e há organismos que não se integram neste princípio.

54

4.1.1. Identificação e avaliação de medidas de controlo na coleta ou

transporte

Uma correta manutenção das redes de saneamento pode eliminar grande parte dos eventos perigosos

que nela podem ocorrer. Entre as principais medidas tem de se considerar:

Verificações e operações de manutenção periódicas por parte dos serviços responsáveis pela

sua gestão;

Fiscalização das descargas na rede;

As principais medidas de controlo a estabelecer nas redes de saneamento podem ser encontradas,

entre outras, no quadro 21

Quadro 21 – Medidas de controlo na coleta

Componente do sistema Medidas de controlo

Coleta ou transporte

Manutenção programada da rede de distribuição;

Limitação do acesso aos órgãos da rede

Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e

limpeza;

Desobstrução da rede de águas pluviais após longos períodos

sem precipitação;

Supervisão das descargas na rede (para evitar descargas ilegais);

Disponibilidade de mecanismos de reserva.

4.1.2. Identificação e avaliação de medidas de controlo no tratamento

O tratamento de AR em ETAR, devido à sua complexidade é, por si só, um procedimento

cuidadosamente monitorizado e controlado. Todos os órgãos de tratamento e os processos ou

operações que neles ocorrem são controlados automaticamente por um sistema integrado de

monotorização e alerta. A qualidade da água residual também é constantemente avaliada após cada

um dos processos de forma a garantir que estes estão a funcionar corretamente. No entanto é

55

necessário uma constante afinação dos processos de tratamento pois o caudal e a constituição da AR

que aflui à ETAR não é constante.

As principais medidas de controlo a estabelecer no tratamento podem ser encontradas, entre outras,

no quadro 22.

Quadro 22 – Medidas de controlo no tratamento

Componente do sistema Medidas de controlo

Tratamento

Formação regular dos recursos humanos intervenientes;

Afinação dos processos de tratamento para dar resposta a

variação de caudal e da constituição da AR;

Controlo do funcionamento dos equipamentos;

Otimização dos processos de tratamento;

Planos de ação preventivos de acidentes;

Histórico de ocorrências (acidentes de qualquer tipo) e medidas

de intervenção e correção adotadas;

Histórico de todas as afinações ao tratamento, de quando foram

executadas e razões pela qual ocorreram.

4.1.3. Identificação e avaliação de medidas de controlo nos meios

recetores

A grande sensibilidade destes meios faz deles o ponto central do controlo de todo o sistema pois é

neles que se sentem os principais efeitos de problemas que ocorreram ao longo do restante sistema.

No entanto, são o ponto de mais difícil monotorização e quando os resultados da ocorrência de um

evento perigoso se manifestam, as suas consequências já são graves.

As principais medidas de controlo a estabelecer nos meios recetores podem ser encontradas, entre

outras, no quadro 23.

56

Quadro 23 – Medidas de controlo no meio recetor

Componente do sistema Medidas de controlo

Meio recetor

Análise periódica da água imediatamente à saída da ETAR e em

pontos estratégicos a jusante;

Listagem dos pontos sensíveis a jusante da ETAR;

Protocolos de cooperação entre a entidade gestora da ETAR e as

entidades gestoras das zonas sensíveis a jusante

(nomeadamente acesso aos registos das análises à qualidade da

água nessas zonas);

Histórico das análises à qualidade da água efetuadas no meio

recetor.

Criação de mecanismos de alerta de acidentes a jusante da

ETAR;

Criação de equipas multidisciplinares de análise e controlo da

qualidade da água nesses meios;

Mapa de reservas subterrâneas em toda a área de

implementação do SS;

4.2. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL

“A monitorização operacional assegura, de forma estruturada e organizada, o suporte à gestão da

operação do sistema, contribuindo para que as medidas de controlo sejam eficazes.” – (PSA, Vieira et

al. 2005)

É necessário estabelecer um conjunto de parâmetros de controlo para garantir a eficácia de cada uma

das medidas, para que ultrapassados esses limites, se proceda a uma intervenção rápida. Esses

parâmetros devem ser suscetíveis de medição imediata.

57

A monotorização operacional baseia-se no estabelecimento de três pontos-chave: limites críticos,

procedimentos de monotorização e ações corretivas.

4.2.1. Estabelecimento de limites críticos

Para cada potencial perigo é necessário estabelecer limites críticos (LC) dos parâmetros poluentes.

Com estes limites determinam-se os objetivos a serem cumpridos pelo sistema, especialmente pela

componente de tratamento, para que a legislação em vigor que regula a atividade dos SS seja

respeitada.

Sempre que durante as atividades de monotorização, se verifique que o limite de um dado parâmetro

ou indicador foi ultrapassado, está-se perante uma situação de incumprimento e provavelmente existiu

um evento perigoso que o desencadeou.

Aplicando a mesma metodologia do Plano da Água:

“Os limites a impor podem ser limites superiores, limites inferiores, um intervalo ou um conjunto e

medidas de desempenho (decorrentes de observação directa). Os LC constituem valores que separam

a aceitabilidade da inaceitabilidade do funcionamento do sistema e devem ser mensuráveis directa ou

indirectamente.” – (PSA, Vieira et al. 2005)

A legislação em vigor em Portugal, que deve ser considerada no estabelecimento dos LC é:

Decreto-Lei nº 152/97 de 19 de Junho – regulamentação de descargas de AR em meios

hídricos;

Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de Agosto – estabelecimento de normas, critérios e objetivos de

qualidade da água relativamente a diferentes usos e regulamentação de descargas;

Decreto-Lei nº 348/98 de 9 de Novembro – atualização do Decreto-Lei nº 152/97 de 19 de

Junho relativamente a descargas de nutrientes;

Decreto-Lei nº 149/2004 de 22 de Junho - atualização do Decreto-Lei nº 152/97 de 19 de

Junho relativamente a zonas sensíveis.

Adicionalmente pode-se considerar também a Diretiva-Quadro da Água (Diretiva 2000/60/CE do

Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro de 2000) que estabelece um quadro de ação

comunitária para a proteção das águas de superfície interiores, das águas de transição, das águas

58

costeiras e das águas subterrâneas. Foi transposta para o direito nacional através da Lei n.º 58/2005,

de 29 de Dezembro.

O Plano de Segurança da Água recomenda também:

“Na definição paramétrica dos LC é recomendável que se imponha uma margem de segurança

relativamente aos valores estabelecidos nas normas legais em vigor, assim como se deve atender ao

histórico dos dados de qualidade, registados num período suficientemente alargado, para garantir

fiabilidade na análise de tendência dos parâmetros em causa.” – (PSA, Vieira et al. 2005)

Medida a aplicar também aos planos de segurança dos sistemas de saneamento.

4.2.2. Estabelecimento de procedimentos de monotorização

A verificação do cumprimento dos LC estabelecidos deve ser feita através da monitorização da

qualidade da água nos PCC identificados, especialmente em pontos intermédios da fase de tratamento

e no efluente final. Para que esta verificação seja fidedigna é necessário a criação de um plano de

monotorização programada e de um histórico de análises em cada ponto, com relevância para os

momentos em que os LC não foram cumpridos.

Para se obter uma monitorização de qualidade é importante que se responda a questões essenciais,

tais como as colocadas no Plano de Segurança da Água:

“A monitorização deverá ser efetuada, procurando dar respostas a questões do tipo “O Quê?”,

“Onde?”, “Como?”, “Quando?”, “Quem?”” – (PSA, Vieira et al. 2005)

Para além do controlo da qualidade da água em pontos estratégicos uma correta identificação das

frequências de amostragem é essencial. Essa frequência deve ser definida consoante a probabilidade

de ocorrência de um evento perigoso de forma a assegurar que o tempo de resposta do sistema à

violação de um LC é o menor possível.

A informação contida nos planos de monotorização deve ser a apresentada na figura 17.

59

Figura 18 – Informação constituinte dos planos de monotorização (PSA, Vieira et al. 2005)

Os parâmetros a monitorizar nos sistemas de saneamento são os que estão limitados pelos VLE,

nomeadamente turvação, sólidos suspensos, vários tipos de partículas, coliformes fecais, pH,

nutrientes, entre outros. Devem ainda ser consideradas outras medidas tais como a monotorização de

pontos-chave dos processos ou operações decorrentes bem como os acontecimentos meteorológicos

mais relevantes e a atividade da fauna e flora nos meios recetores.

4.2.3. Estabelecimento de ações corretivas

Quando são verificados incumprimentos relativamente aos LC , é necessário a aplicação de ações

corretivas de modo a eliminar ou minimizar os efeitos do perigo verificado, de forma a que os valores

possam retornar ao admissível. Estas ações devem estar devidamente identificadas para que haja uma

ação rápida sobre os problemas pois as suas consequências podem ser catastróficas e manifestarem-

se imediatamente após a ocorrência.

4.4. PLANOS DE GESTÃO

Os planos de gestão podem ser de dois tipos distintos: gestão de rotina e gestão de condições

excecionais.

Para que seja executada uma gestão eficiente do sistema de saneamento é necessário que os planos

de gestão contenham a seguinte informação:

60

Avaliação do sistema de saneamento;

Monotorização operacional programada;

Procedimentos sistematizados para a qualidade da água (tratada e do meio recetor)

incluindo documentação e comunicação;

Desenvolvimento de programas pra a renovação e melhorias a introduzir no sistema;

Estabelecimento de protocolos para responder a incidentes (planos de emergência).

Os planos podem ainda ter vários níveis de alerta consoante o tipo de ocorrência verificada: mínimo

(para acontecimentos menos graves e com maiores probabilidades de ocorrência), aviso prévio (para

acontecimentos pontuais na presença de condições propícias à sua ocorrência) e de emergência (para

eventos raros e de consequências catastróficas). As entidades envolvidas nas ações corretivas são

distintas dependendo do nível de alerta, enquanto no nível mínimo e no de aviso prévio estão sob ação

da entidade gestora do sistema, no nível de emergência será necessário a intervenção das autoridades

de saúde e da proteção civil, entre outras.

4.4.1. Estabelecimento de procedimentos para a gestão de rotina

A gestão de rotina implica um trabalho diário de registo de todas as atividades desenvolvidas

relacionadas com os sistemas de saneamento, criando assim uma ferramenta de análise, que

baseando-se no histórico de funcionamento do sistema, vai permitir que sejam feitas previsões sobre

acontecimentos futuros, e otimizar as medidas corretivas sobre os mesmos.

“Após terem sido definidos os perigos, os PCC, os LC, os procedimentos de monitorização e as ações

corretivas, ou seja, após a constatação de que a instalação é adequada e de que estão definidas as

regras de funcionamento para uma devida manutenção do sistema, é necessário criar um mecanismo

de verificação que garanta a sua fiabilidade.” – (PSA, Vieira et al. 2005)

Os procedimentos para a gestão de rotina irão funcionar como um “caderno de encargos” para os SS,

no qual se tem de garantir a execução de verificações sistemáticas e periódicas, a utilização de

aparelhos de medição adequados e fiáveis e a permanente formação da mão-de-obra especializada

interveniente.

61

4.4.2. Estabelecimento de procedimentos para a gestão em condições

excecionais

A manifestação de condições excecionais dá origem aos planos de emergência que devem contemplar

eventuais desastres naturais, condições de inoperabilidade da ETAR e ações humanas (tais como

sabotagens). Os planos de emergência devem identificar os responsáveis pela aplicação das medidas,

as medidas de mitigação dos efeitos e um plano de comunicação e de alerta destinado aos utilizadores

do meio hídrico afetado e à população em geral.

Após a ocorrência de um evento extremo, que originou consequências passíveis da aplicação de um

plano de emergência, é necessário a realização de uma investigação aprofundada para que seja

possível a avaliação da sua aplicação e a introdução de novas mediadas com vista ao seu

melhoramento. Essa investigação deve conter os elementos de análise apresentados na figura 19.

Figura 19– Elementos de análise à aplicação de um plano de emergência (PSA, Vieira et al. 2005)

4.2.3. Estabelecimento de documentação e protocolos de comunicação

“O registo de informação é essencial para avaliar a consistência de um PSA e demonstrar o grau de

adesão do sistema (…)”– (PSA, Vieira et al. 2005)

A documentação que constitui um plano de gestão deve incluir cinco tipos de registos, identificados na

figura 20.

62

Figura 20 – Documentos constituintes de um plano de emergência (PSA, Vieira et al. 2005)

Com o acesso a toda a documentação referida até agora e com a devida formação, os operadores e os

gestores dos sistemas de saneamento podem, facilmente, identificar e avaliar a possibilidade de

ocorrência de um evento perigoso. Nesta situação podem tomar imediatamente medidas preventivas,

sejam elas ajustes operacionais para evitar o perigo em causa, ou na impossibilidade de o evitar,

acionar os mecanismos de alerta e comunicação de emergências.

As estratégias de comunicação, podem incluir, em analogia ao PSA:

Procedimentos para alerta imediato, sempre que ocorram incidentes significativos no sistema,

podendo, de acordo com a sua gravidade, incluir a notificação das autoridades de saúde

pública e da proteção civil;

Informação sumária sobre o sistema a ser disponibilizada aos seus utentes através de meios

de comunicação oficiais;

Estabelecimento de mecanismos de receção e resposta, em tempo útil, a reclamações

apresentadas pela comunidade.

63

CAPÍTULO 5 - AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS DOS SISTEMAS DE

SANEAMENTO

5.1. AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS

Da união do trabalho realizado nos capítulos anteriores, pode-se agora juntar toda a informação para a

criação de uma base de dados de avaliação e gestão de riscos para os sistemas de saneamento, em

que:

Do capítulo 2 resultou a listagem de todos os órgãos existentes nos sistemas de

saneamento;

Do capítulo 3 a listagem dos eventos perigosos que podem originar riscos pra o sistema, a

sua priorização e o mecanismo de decisão da criação de pontos de controlo;

Do capítulo 4 a listagem das medidas de controlo e dos parâmetros de monotorização

operacional.

A partir destes dados de caráter mais geral pretende-se agora o estudo intensivo dos riscos a ocorrer

em cada um dos órgãos, a sua avaliação e as medidas de controlo a plicar a cada um deles. Para tal, e

adotando a metodologia até agora utilizada, a do plano de segurança da água, vai-se extrapolar os

resultados para os sistemas de saneamento.

Com base no esquema concetual dos sistemas de saneamento apresentado na figura 21 (resultado do

trabalho realizado no capítulo 2), resulta a figura 22 que representa o esquema de organização da base

de dados obtida, já com a referenciação de cada um dos pontos para cada componente do sistema.

Esta figura descreve sucintamente a interligação entre cada uma das componentes do sistema e

também entre as fases de tratamento, os produtos resultantes e o seu destino final.

64

Figura 21 – Esquema conceptual dos sistemas de saneamento

Tratamento preliminar

Tratamento primário

Tratamento secundário

Tratamento terciário

Meio recetor

AR

Tratamento de lamas

AR

Valorização ou

deposição no solo

Rede de coleta AR

AR tratada Lamas

65

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66

5.2. AVALIAÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA: COLETA

5.2.1. C1 Origem Da Água Residual

Um dos principais problemas na rede de saneamento advém da origem da água residual. Origens

diferentes podem causar riscos diferentes quando ocorre um evento perigoso. A constituição da água

residual varia conforme a sua fonte, doméstica, industrial ou pluvial e, no caso das industriais, varia

ainda consoante o tipo de indústria que as produz.

Nos quadros A.1 a A.3 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de

coleta, no que respeita à origem da água residual.

C1.1 AR Domésticas

Para este ponto de controlo os principais perigos relacionam-se com a elevada carga orgânica da água,

com as suas variações de caudal diárias e sazonais. No que respeita às variações de caudal existem

picos de descarga na rede nas horas correspondentes ao início e final do dia, que coincide com as

atividades domésticas da população, tais como hábitos de higiene e preparação de refeições. Há ainda

um problema que tem vindo a ser alvo de alarme nos últimos anos, relacionado com a utilização do

saneamento como destino final de produtos farmacêuticos fora de prazo.

C1.2 AR Industriais

A grande diversidade na composição das águas residuais industriais, consoante o tipo de indústria em

causa, é o principal problema desta fonte. Pode-se admitir que a indústria agropecuária produz

efluentes com elevada carga de matéria orgânica enquanto uma indústria de coloração de tecidos

produz uma água residual carregada de produtos químicos. Outros problemas levantados neste tipo de

fonte são a inexistência de pré-tratamento antes da sua injeção na rede e as variações semanais de

caudal, pois no período correspondente ao fim de semana, grande parte destas indústrias não trabalha.

Vai-se considerar, por efeitos de simplificação, que as escorrências de aterros sanitários são AR

industriais.

C1.3 AR Pluviais

O principal problema das AR pluviais relaciona-se com a ocorrência de eventos meteorológicos

extremos tais como cheias que podem provocar sobrecargas do sistema, ou seja, grandes variações de

67

caudal. Existem também preocupações crescentes com a existência de óleos, gorduras e alguns metais

pesados na composição destas águas, devidas ao facto de, salvo raras exceções, estas AR serem

descarregadas diretamente nos meios recetores (sem tratamento prévio).

5.2.2. C2 Tipo De Rede De AR

Os principais perigos nesta fase são a ocorrência de situações meteorológicas adversas que possam

provocar cheias, picos de caudal descarregado na rede, obstrução de condutas, danos estruturais na

rede e avarias nos sistemas elevatórios.

Para os sistemas separativos serão estudadas as redes de AR domésticas e pluviais em separado. Nos

sistemas unitários admite-se que os problemas que ocorrem em cada uma das redes dos separativos

possam ocorrer também em todo este sistema, sendo apenas mencionados os perigos específicos

destes sistemas. Para os sistemas mistos e os pseudo separativos admite-se que o seu modo de

funcionamento é análogo aos dos sistemas separativos, e, por isso têm os mesmos problemas destes.

Nos quadros A.4 a A.6 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de

coleta, no que respeita ao tipo de rede de água residual.

C2.1 Rede de águas residuais domésticas.

O maior problema nas redes de AR domésticas está relacionado com a oscilação dos caudais

transportados e com problemas pontuais como danos estruturais na rede ou a sua obstrução.

Outra questão relevante são as descargas ilegais na rede que influenciam não só o caudal

transportado, como a composição da água residual.

C2.2 Rede de águas residuais pluviais.

Nas redes de AR pluviais, os principais riscos estão associados à ocorrência de chuvadas intensas que

possam provocar cheias e à obstrução dos mecanismos de recolha das AR pluviais.

Como nas domésticas, estão sujeitas a descargas ilegais, mas com uma maior probabilidade de

ocorrência devido a uma maior facilidade de acesso à rede, através dos órgãos de recolha das AR

pluviais. Por outro lado estas descargas têm impactos mais significativos porque estas águas são,

geralmente, encaminhadas diretamente para o meio recetor, sem tratamento.

68

C2.3 Sistemas unitários

Para além de possuírem os mesmos problemas dos sistemas separativos (de ambas as redes acima

referidas), os sistemas unitários apresentam, como principal barreira, o caudal que têm de transportar,

que é muito superior ao caso anterior.

Adicionalmente tem de se considerar uma maior proliferação de odores e insetos junto aos órgãos de

recolha das águas pluviais.

5.3. AVALIAÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA: TRATAMENTO

A componente de tratamento é aquela que mais riscos acarreta para todo o sistema, não só devido à

sua complexidade e sensibilidade, mas também por ser a responsável pela atribuição de uma

qualidade aceitável à água residual antes da devolução ao meio ambiente. Trata-se da última barreira

antes de um eminente desastre ambiental.

Os riscos aqui contidos podem ser de origem química ou microbiológica, dependendo do evento que os

desencadeou.

5.3.1. T1 Pré-tratamento

O pré-tratamento destina-se essencialmente ao tratamento de águas residuais industriais para que lhe

sejam conferidas características similares às das águas residuais domésticas, para poderem ser

introduzidas na rede de distribuição de AR domésticas, sem o acréscimo de poluição introduzido pela

atividade industrial.

Por se tratar de um pré-tratamento os processos e operações executados são os mais simples do seu

género. É também importante referir que as consequências de um evento perigoso a nível do pré-

tratamento não terão um impacto muito negativo, pois uma falha nesta fase, tende a ser amenizada ou

eliminada durante as fases subsequentes.

69

Nos quadros B.1 a B.4 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de

tratamento, no que respeita ao pré-tratamento.

T1.1 Sedimentador Gravítico

Para que a sedimentação seja mais eficaz é usual a adição de coagulantes e floculantes químicos. Os

principais problemas desta fase estão relacionados com uma dosagem incorreta destes químicos.

Quanto à operação de sedimentação, o principal obstáculo é a retenção por tempo insuficiente no

tanque.

T1.2 Correção de pH: Adição De Cal

Como em qualquer processo que recorra à adição de químicos, o seu incorreto doseamento é um dos

principais problemas.

T1.3 Filtração Convencional (rápida)

O principal problema da filtração rápida é a passagem de matéria orgânica, mas como se trata de pré-

tratamento (não exigindo um efluente de elevada qualidade) deve-se dar especial atenção à colmatação

dos filtros e ao seu mecanismo de lavagem.

T1.4 Desinfeção Química: Cloração

Da mesma forma, a principal barreira é uma incorreta dosagem do agente químico, com adição da

formação de subprodutos da desinfeção.

5.3.2. T2 Tratamento Preliminar

O tratamento preliminar tem por objetivo a remoção de substâncias grosseiras, sólidos sedimentáveis e

gorduras através de meios mecânicos. Este tipo de tratamento serve essencialmente para a remoção

dos poluentes acima referidos como forma de proteção dos equipamentos que a eles se seguem e à

otimização dos seus processos.

Por estas razões, os principais problemas que podem ocorrer estão relacionados com avarias

mecânicas nos seus órgãos.

70

Nos quadros B.5 a B.7 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de

tratamento, no que respeita ao tratamento preliminar.

T2.1 Gradagem, Trituradores e Desintegradores

Os principais problemas associados a estes órgãos estão relacionados com a sua limpeza e com

avarias nos seus mecanismos. No caso dos trituradores e desintegradores, que servem para diminuir o

tamanho das partículas a tratar, podem dar origem a partículas que causarão danos ou problemas nos

órgãos seguintes.

T2.2 Desarenadores

A passagem de areias e outros inertes podem provocar danos nos componentes das ETAR. Os seus

principais problemas relacionam-se com avarias mecânicas e com algumas especificidades no tipo de

desarenador a ser utilizado.

T2.3 Tanque de equalização ou homogeneização

Os principais riscos a ocorrer neste tipo de órgãos são a possível proliferação de insetos e odores

devido à constituição da água nele contida. A utilização deste tipo de órgãos obriga à introdução de

sistemas de bombagem para elevar os caudais, podendo resultar daí alguns riscos. Existe

sedimentação, logo é necessário proceder a operações de manutenção do equipamento.

5.3.3. T3 Tratamento Primário

O tratamento primário baseia-se essencialmente na sedimentação. Assim, os principais problemas a

ter em conta são os desta operação e dos processos auxiliares tais como a adição de químicos

coagulantes e floculantes (semelhante ao pré-tratamento). No entanto a fase do tratamento em estudo

leva a uma utilização de critérios mais apertados pois, à medida que este vai avançando, pretende-se

um efluente de qualidade cada vez mais refinada.

A análise dos riscos do tratamento primário será subdividida em três órgãos distintos: tanque de

arejamento ou mistura, o sedimentador e o tamisador (órgão alternativo ao sedimentador).

Nos quadros B.8 a B.10 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente

de tratamento, no que respeita ao tratamento primário.

71

T3.1 Tanque De Mistura/Arejamento

Os principais problemas desta fase estão relacionados com uma dosagem incorreta de químicos e com

tempos de contacto insuficientes com os mesmos

T3.2 Sedimentador Primário

Na sedimentação, o principal obstáculo é a retenção por tempo insuficiente no tanque. Os

sedimentadores primários encontram-se, geralmente, associados a um sistema de recolha de

sobrenadantes, sendo os principais problemas destes a possibilidade de ocorrência de avarias

mecânicas.

Entre outras ocorrências podem-se ainda encontrar problemas relacionados com a recolha das lamas e

a exposição aos agentes climatéricos.

T3.3 Tamisadores

Sendo este um processo totalmente mecânico o problema aqui encontrado relaciona-se com a

existência de avarias ou falhas no abastecimento de energia.

5.3.4. T4 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Sistemas

De Crescimento Em Suspensão: Lamas ativadas

Sendo a principal característica do tratamento por lamas ativadas a utilização de micro-organismos

biológicos para digestão do material poluente orgânico contido na água, os principais problemas

apresentados nesta fase estão relacionados com a sua atividade, nomeadamente tempos de retenção

insuficientes, a presença de compostos químicos que possam atacar a comunidade de bactérias

(propriedades bactericidas) e insuficiência de oxigénio na mistura (trata-se de um processo aeróbio).

Nos quadros B11 a B.13 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente

de tratamento, no que respeita ao tratamento secundário com recurso a lamas ativadas.

T4.1 Tanque De Arejamento Ou Reator

No tanque de arejamento as principais preocupações são as avarias nos mecanismos de injeção de

oxigénio, nos mecanismos de mistura e a sedimentação das lamas no tanque.

72

T4.2 Sedimentador Secundário

A sedimentação secundária apresenta os mesmos problemas de qualquer outra sedimentação utilizada

em tratamento de águas residuais. Nesta fase, os problemas específicos advém essencialmente da

presença de bulking, que são bactérias que não sedimentam nem espessam com facilidade, levando a

uma menor eficácia do processo. É necessário garantir que as lamas recirculadas sejam espessadas

durante a sedimentação.

T4.3 Sistema De Recirculação De Lamas

O bom funcionamento do sistema de recirculação de lamas depende essencialmente de uma boa

operacionalidade do sistema elevatório por isso, os problemas a ocorrer são aqueles provenientes do

mau funcionamento deste órgão.

5.3.5. T5 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Sistemas

De Crescimento Em Suspensão: Lagoas De Estabilização

Processos de tratamento de águas residuais naturais cujos maiores problemas decorrem da grande

dependência de condições climatéricas favoráveis.

No quadro B.14 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente de

tratamento, no que respeita ao tratamento secundário com recurso a lamas ativadas.

T5.1 Lagoas De Estabilização

Temperaturas baixas, sensibilidade a AR com elevadas concentrações de químicos (AR industriais),

dependência da luz solar, ação dos ventos nas lagoas de sedimentação, proliferação de odores e

mosquitos, avarias em órgãos acessórios de arejamento, fissuras na camada de impermeabilização

das lagoas e erosão são os principais problemas associados a este tipo de órgão.

73

5.3.6. T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De

Crescimento Em Suporte Físico

Ao contrário dos sistemas de crescimento suspenso, aqui é necessário um suporte físico para o

biofilme responsável pelo tratamento. Os principais problemas a identificar nesta fase estão

relacionados com os mecanismos constituintes dos órgãos, com o desprendimento do biofilme do seu

suporte e com a presença de agentes bactericidas na AR a tratar.

Nos quadros B.15 a B.17 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente

de tratamento, no que respeita ao tratamento secundário com recurso a tratamento biológico de

crescimento em suporte físico.

T6.1 Leito percolador

O principal problema identificado nesta fase é a avaria do sistema rotativo de distribuição de caudal.

Adicionalmente pode-se considerar fatores como a presença de agentes bactericidas e a colmatação

dos interstícios do meio filtrante.

T6.2 Discos Biológicos

Assim como nos discos biológicos, o principal problema advém de avarias mecânicas do órgão, mas

também se pode considerar a sua exposição aos agentes climatéricos como um problema. A radiação

UV proveniente da luz solar degrada a qualidade do plástico que formam os discos e promove o

crescimento de algas.

T6.3 Sedimentador Secundário

O sedimentador secundário tem as mesmas características do utilizado nos sistemas de lamas

ativadas. No entanto ao não existir uma recirculação de lamas neste tipo de tratamento, mas sim do

caudal tratado (que pode ser o filtrado ou o sedimentado) e apenas no caso da utilização de leitos

percoladores, excluem-se os problemas daí originados.

74

5.3.7. T7 Tratamento Terciário e de afinação

O tratamento terciário e de afinação destina-se à remoção de poluentes remanescentes e pode ser

executado no final, após os tratamentos já estudados ou introduzido como etapas complementares dos

mesmos (afinação).

Os principais problemas aqui encontrados relacionam-se com o recurso a produtos químicos, no seu

incorreto doseamento ou tempos de contacto, com a formação de subprodutos da desinfeção ou com

más práticas de execução de processos mais sensíveis.

Nos quadros B.18 a B.26 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente

de tratamento, no que respeita ao tratamento terciário ou de afinação.

T7.1 Filtração

Destinada à remoção de partículas orgânicas e inorgânicas coloidais e em suspensão, os principais

problemas resultantes deste processo poderão surgir da passagem de matéria orgânica e de partículas.

Devido às exigências da fase de tratamento considera-se a utilização da filtração lenta.

T7.2 Adsorção e biodegradação (filtros de carvão ativado)

Para remoção de constituintes orgânicos dissolvidos, é o processo mais adotado para a remoção

destes poluentes remanescentes.

Os principais problemas que podem ocorrer nesta fase são a incorreta dosagem de carvão ativado e

uma deficiente filtração.

T7.3 Remoção biológica de fósforo

Tratamento de afinação realizado durante o tratamento secundário para o fósforo seja posteriormente

eliminado nas lamas produzidas no sedimentador secundário.

O principal problema desta fase é a necessidade de garantir condições anaeróbias para a proliferação

das bactérias que acumulam o fósforo (acinetobacter) presente na água residual.

75

T7.4 Remoção química de fósforo: Adição de cal + coagulação + filtração

Processo químico de remoção de fósforo, cujos principais problemas resultam da deficiente

administração de compostos químicos e dos problemas que podem ocorrer durante a filtração.

T7.5 Remoção biológica de azoto: Nitrificação e desnitrificação biológica

Utilização de bactérias autotróficas que reduzem o azoto em nitratos (nitrificação) em condições

aeróbias e posteriormente, em condições anaeróbias, outras bactérias digerem os nitratos, formando

compostos de azoto passíveis de ser eliminadas. Este processo ocorre durante o tratamento

secundário.

Os principais problemas desta fase são a sensibilidade das bactérias às condições do meio em que se

inserem: concentração de OD, pH, temperatura, alcalinidade e a presença de compostos tóxicos,

especialmente metais pesados.

T7.6 Cloração

Processo de desinfeção da AR destinada à eliminação de micro-organismos poluentes.

Os principais problemas a ocorrer são o doseamento incorreto de substâncias químicas, tempos de

contacto insuficientes e formação de subprodutos da desinfeção.

T7.7 Descloração

No caso de AR é necessário proceder à eliminação do cloro residual que é prejudicial para o meio

recetor, sendo tóxico para a vida aquática.

Os principais problemas a ocorrer são o doseamento incorreto de substâncias químicas, tempos de

contacto insuficientes

T7.8 Ozonização

Processo de desinfeção da AR destinada à eliminação de micro-organismos poluentes.

Os principais problemas a ocorrer são o doseamento incorreto de substâncias químicas, tempos de

contacto insuficientes.

76

T7.9 Radiação UV

Processo de desinfeção da AR destinada à eliminação de micro-organismos poluentes.

O principal problema a ocorrer é o incorreto doseamento de radiação UV.

5.3.8. T8 Tratamento De Lamas

O objetivo do tratamento das lamas é a sua secagem (para diminuição do volume de lamas

produzidas) e a eliminação de componentes tóxicos presentes nelas presentes, pois estas resultam da

eliminação de toda a carga poluente, estando grande parte dela, aqui contida.

Os principais problemas aqui encontrados relacionam-se com o mau funcionamento dos equipamentos

responsáveis pelo tratamento das lamas, com a proliferação de odores e insetos, com os mecanismos

de digestão das lamas e com os produtos que a digestão origina.

Nos quadros B.27 a B.33 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente

de tratamento, no que respeita ao tratamento de lamas.

T8.1 Espessamento de lamas por meios mecânicos

Com o objetivo de diminuir o teor de água presente nas lamas e com recurso a aparelhos que

promovem a separação sólido/líquido, os principais problemas aqui encontrados resultam de avarias

ou mau funcionamento dos equipamentos.

T8.2 Espessamento de lamas por sedimentação

Recorrendo a sedimentação por gravidade ou em manto, os principais problemas aqui encontrados são

os mesmos das sedimentações até agora estudadas.

T8.3 Estabilização alcalina

Baseando-se num processo de adição de um reagente (cal) os principais problemas aqui presentes

estão relacionados com a administração incorreta de químicos.

77

T8.4 Estabilização por digestão anaeróbia

Processo de digestão de lamas na ausência de oxigénio cujos principais problemas são o seu mau

funcionamento e a libertação de gás metano como produto da digestão.

T8.5 Estabilização por digestão aeróbia ou digestão autotérmica termofílica

Processo de digestão de lamas em tanque aberto cujo principal problema é a possibilidade de avarias

nos sistemas de injeção e mistura de oxigénio.

No caso da digestão autotérmica termofílica o funcionamento é análogo ao aqui apresentado (a

diferença é que este ocorre em tanque isolado). Como os seus problemas são os mesmos, são

apresentadas em conjunto.

T8.6 Estabilização por compostagem

Processo de conversão da matéria orgânica num reator fechado, cujos principais problemas que

podem ocorrer são danos estruturais no reator e proliferação de odores e insetos.

T8.7 Tratamento final

O tratamento final é a última fase de tratamento das lamas antes de serem encaminhadas para o meio

recetor (em alguns dos casos coincide com o tratamento final).

Os principais problemas a ocorrer nesta fase são o mau funcionamento de mecanismos de secagem

de lamas digeridas, problemas de infiltração de cargas poluentes remanescentes no solo e problemas

estruturais de alguns órgãos.

5.3.9. T9 Órgãos Acessórios

Para que seja assegurada a ligação entre todos os órgãos de tratamento, existe em ETAR, órgãos tais

como: condutas, válvulas e estações elevatórias onde podem ocorrer problemas tais como corrosão,

problemas estruturais e falhas de energia entre outros que podem comprometer a qualidade do

tratamento.

Nos quadros B.34 a B.35 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente

de tratamento, no que respeita aos órgãos acessórios.

78

T9.1 Condutas, válvulas e silos.

Os principais problemas a ocorrer nestes órgãos são problemas estruturais resultantes do seu

desgaste.

T9.2 Estações elevatórias

Os principais problemas a ocorrer nestes órgãos resultam de falhas de energia elétrica e avarias nas

bombas que promovem a circulação da AR.

5.4. AVALIAÇÃO DO SISTEMA: MEIO RECETOR

Os meios recetores, não sendo um órgão de tratamento, são componentes muito sensíveis do mesmo,

que servem de indicador da qualidade do tratamento dos sistemas de saneamento. Os problemas aí

detetados são pontos-chave para a identificação de riscos ao longo da fase de tratamento.

Por outro lado, a sensibilidade do meio recetor, vai influenciar o grau de tratamento a dar a uma água

residual porque para além de ser necessário verificar os VLE estabelecidos no Decreto-Lei nº

236/98, a existência de algumas atividades específicas nos meios recetores, obrigam ao

cumprimento de parâmetros especiais de qualidade do efluente.

5.4.1. M1 Meio Hídrico

Destino dos efluentes líquidos (AR tratada), a análise destes meios revelam muitos dos problemas

decorrentes da fase de tratamento.

Nos quadros C.1 e C.2 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente do

meio recetor: Meio Hídrico.

M1.1 Rio

Os principais problemas aqui identificados estão relacionados com a existência de espécies de fauna e

flora sensíveis a poluentes, a proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio, existência de

79

pontos de captação de água bruta para abastecimento público a jusante, a existência de pontos de

captação de água para rega e a proximidade a pontos de pesca ou de reserva de vida aquícola.

Adicionalmente é necessário considerar os perigos da variação sazonal de caudal do rio, quer em

situações de seca, quer de cheias.

M1.2 Oceano

Os principais problemas aqui identificados são a existência de fauna e flora sensíveis a poluentes, a

proximidade a zonas balneares e de atividades de recreio e a proximidade a pontos de pesca ou de

reserva de vida aquícola.

É necessário considerar o efeito das marés e a localização dos pontos de descarga (situados junto à

costa ou ao largo).

5.4.2. M2 Solo

Destino das lamas tratadas, resultantes do tratamento de AR, para vários fins, alguns dos problemas

aqui identificados podem revelar algumas deficiências do tratamento das lamas.

No quadro C.3 do anexo exemplifica-se a metodologia a adotar na avaliação da componente do meio

recetor: Solo.

M2.1 Solo

Os principais problemas a considerar são a utilização das lamas como fertilizantes para a agricultura, a

existência de águas subterrâneas e a proximidade a meios hídricos.

80

5.5. MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL

Seguindo a metodologia adotada no PSA transposta no capítulo anterior para os sistemas de

saneamento é necessário proceder à monitorização dos pontos de controlo críticos identificados até ao

momento.

Dado o caráter geral desta dissertação, que avalia todos os SS existentes, não é possível proceder à

monitorização nos pontos intermédios dos sistemas de saneamento, pois os limites críticos a definir

em cada um destes pontos depende das características quer da AR a tratar, quer das especificidades

de cada um dos sistemas em particular. No entanto é possível definir os LC no final do tratamento,

imediatamente antes da libertação da água tratada no meio recetor, através dos VLE impostos pela

legislação em vigor.

Apesar de não ser o ponto ideal para uma análise preventiva, por ser feita no final do tratamento, e,

sendo essa mais eficaz nos PCC intermédios, servirá como exemplo de aplicação da metodologia

adotada para a monitorização operacional.

Será então apresentado o esquema do quadro para a monitorização operacional correspondente à

descarga do efluente tratado, atendendo aos VLE impostos pela legislação em vigor. Este ponto

corresponde nas tabelas de avaliação e gestão de riscos ao PCC44.

No Quadro D.1 do anexo apresenta-se o esquema do quadro para a monitorização operacional, no

ponto de descarga no meio recetor, quando este é um rio (PCC44).

5.5. PLANOS DE GESTÃO

Finalmente, compilando todo o trabalho executado, cria-se um plano de gestão (neste caso de rotina)

para cada um dos PCC identificados, que resumem toda a informação necessária para uma

abordagem preventiva à ocorrência de um evento perigoso.

Estes planos devem estar deviamente identificados, acessíveis em qualquer momento e devem ser do

conhecimento de todos os responsáveis e intervenientes no sistema de saneamento. É também

81

necessário que estejam em constante atualização para que possam ser melhorados a cada nova

ocorrência.

Como a monitorização operacional faz parte dos planos de gestão, será apenas apresentado um

exemplo de aplicação correspondente ao PCC44 (no qual foi feito o quadro de monotorização

operacional).

No quadro E.1 do anexo está representado um exemplo para o plano de gestão de rotina do PCC44.

82

83

CONCLUSÕES

A avaliação e gestão de riscos em sistemas de saneamento revelou-se, como esperado, uma

ferramenta essencial para uma futura conceção de um plano de segurança de saneamento. Ao mesmo

tempo, provou-se que os sistemas de saneamento são estruturas de grande complexidade e

envergadura, propícias à ocorrência de eventos perigosos devido à natureza da água residual que

transportam e à sua interligação com o meio ambiente.

A adoção das políticas preventivas exploradas neste documento e o conhecimento destas por parte das

entidades gestoras e reguladoras dos sistemas de saneamento, permitem uma ação mais rápida e

eficaz sobre os efeitos causados por cada um destes eventos perigosos, quer no meio ambiente, quer

na saúde pública.

As medidas de monitorização e a existência de planos de ação pré-concebidos revelaram-se de extrema

importância para uma intervenção precoce na resolução de problemas no saneamento.

Pretende-se que a implementação deste trabalho na conceção de um plano de segurança para

saneamento, e, que uma posterior aplicação aos sistemas existentes espalhados por todo o mundo,

possibilitem a proteção de todo o meio ambiente e da água em particular pois este é o recurso mais

importante e valioso que a humanidade dispõem.

Perspetivas futuras

O primeiro objetivo a realizar na continuidade deste trabalho é a elaboração de um Plano de Segurança

para Saneamento como até então tem vindo a ser referido.

No entanto para a elaboração desse plano é necessário a implementação dos pontos estudados nesta

dissertação a um caso prático (aplicação a um sistema de saneamento de um aglomerado urbano

existente) e a sua posterior validação para que esteja em constante atualização. Assim é garantida a

produção de um documento de qualidade e adequado a cada caso específico.

Finalmente pretende-se garantir a aplicabilidade dos PSS a todos os sistemas existentes para que

sejam cada vez mais eficientes e seguros.

84

85

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Burian, S.; Nix, S.; Durrans, R.; Pitt, R.; Fan, c.;Field, R. – Historical Development of Wet-Weather Flow

Management. Journal of water Resources Planning and Management, ASCE. 1999.

Hodge, A.T. – Roman aqueducts & water supply. Gerald Duck-worth & Co. Ltd., London, 1992.

Maner, A.W. – Public works in ancient Mesopotamia. Civ. Engineering., 1966.

Webster, C. – The sewers of Mohenjo-Daro. J. Water Pollution Control Fed, 1962.

Vieira, J.M.P.; Morais, C.; - Planos de Segurança da Água Para Consumo Humano em Sistemas

Públicos de Abastecimento. Universidade do Minho, 2005.

Saldanha Matos J. - Aspectos Históricos a Actuais da Evolução da Drenagem de Águas Residuais em

Meio Urbano. Universidade do Minho, 2003.

Vieira, J.M.P.; Morais, C.; Coelho, J.P.; Freitas, I.; Reis, R.; Calvinho, A.; Sancho, R. – Manual para o

desenvolvimento de planos de segurança da água. Águas de Portugal, 2009.

Techneau - Identification and description of hazards for water supply systems – A catalogue of today’s

hazards and possible future hazards – Preliminary version. Techneau, 2007.

Sousa, E.R. – Sistemas de drenagem de águas residuais e pluviais – Instituto Superior Técnico, Lisboa,

2001.

Chambel, J.H.M. - Contribuição para o estudo da remoção em ETAR de 17β-estradiol e de 17α-

etinilestradiol no tratamento biológico –Tese de Mestrado, Universidade Nova de Lisboa, 201.

Bonito, A.J.C. - Infiltrações na rede de drenagem de águas residuais – Tese de Mestrado, Universidade

do Porto, 2014.

World Health Organization – Sanitation safety planning - Manual for safe use and disposal of wastewater,

greywater and excreta, WHO, 2015.

Barrenberg, E - Concept Note: Sanitation Safety Plans (SSP): A vehicle for guideline implementation -

WHO, 2015.

86

Lima, M.M.C.L - Conceção e exploração de estações de tratamento: documento de apoio pedagógico –

DEC – Universidade do Minho, 2014.

Duarte, A.S. – Processos em hidráulica ambienta documento de apoio pedagógico – DEC –

Universidade do Minho, 2014.

87

WEBGRAFIA

United States Environmental Protection Agency: http://epa.gov/

Water Safety Portal: http://www.wsportal.org/ibis/water-safety-portal/eng/home

Plano de Segurança da Água: http://www.portalpsa.com/

Global Water, Sanitation, & Hygiene (WASH): http://www.cdc.gov/healthywater/global/

World Health Organization: http://www.who.int/en/

Agência Portuguesa do Ambiente: http://www.apambiente.pt/

Diretiva Quadro da Água: http://www.apambiente.pt/dqa/

Naturlink: http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Gestao-Ambiental/content/Remocao-de-

Nutrientes-de-aguas-Residuais?bl=1 (ùltima consulta 30/10/2015)

88

89

ANEXO

A – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NA COLETA E TRASPORTE

Quadro A.1 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - AR domésticas

C1 Origem Da Água Residual

C1

.1 A

R D

om

ést

ica

s

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C1

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

C1.1.1 Existência de atividades industriais ilegais em habitações.

C1.1.1.1 Substâncias químicas perigosas.

2 2 4 _ _

- Políticas de sensibilização dos utentes da rede; - Identificação de possíveis atividades ilegais por parte das autoridades;

C1.1.2 Introdução de medicamentos no SS.

C1.1.2.1 Substâncias químicas perigosas.

4 3 12 _ _

C1.1.3 Objetos de grandes dimensões.

C1.1.3.1 Obstrução da rede.

5 1 5 _ _

C1.1.4 Águas residuais hospitalares

C1.1.4.1 Micro-organismos patogénicos

5 3 15 _ _

- Separação na rede interna dos efluentes mais perigosos; - Pré-tratamento dos efluentes hospitalares.

C1.1.4.2 Substâncias químicas perigosas

C1.1.5 Ligação de AR pluviais

C1.1.5.1 Caudais excessivos

3 1 3 _ _

Controlo dos projetos de infraestruturas em novas construções e fiscalização nas antigas.

90

Quadro A.2 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - AR Industriais

C1 Origem Da Água Residual

C1

.2 A

R I

nd

ust

ria

is

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

C1.2.1 Indústrias agropecuárias.

C1.2.1.1 Elevada carga orgânica

5 2 10 _ _

- Pré-tratamento de efluentes; - Análise periódica da composição dos efluentes; - Criação de legislação específica de limitação de concentrações de cargas poluentes; - Fiscalização por parte das autoridades públicas; - Monotorização de equipamentos e processos de produção industrial.

C1.2.1.2 Micro-organismos patogénicos C1.2.1.3 Substâncias químicas perigosas

C1.2.2 Indústrias de transformação de alimentos

C1.2.2.2 Elevada carga orgânica

5 1 5 _ _

C1.2.3 Indústrias de produção de adubos e fertilizantes

C1.2.3.1 Presença elevada de nutrientes

5 1 5 _ _ C1.2.3.2 Substâncias químicas perigosas

C1.2.4 Indústrias de produtos químicos

C1.2.4.1 Substâncias químicas tóxicas

5 2 10 _ _ C1.2.4.2 Cor, turvação e odores

C1.2.7 Escorrências de aterros sanitários

C1.2.7.1 Presença de lixiviados

5 2 10 _ _

C1.2.7.2 Elevada carga orgânica

91

Quadro A.3 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - AR Pluviais

C1 Origem Da Água Residual

C1

.3 A

R P

luvi

ais

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

C1.3.1 Condições meteorológicas extremas

C1.3.1.1 Produção de caudais excessivos

2 3 6 _ _

- Criação de redes de apoio ou emergência; - Realização de estudos de viabilidade de tratamento de águas residuais pluviais.

C1.3.2 Lixiviados

C1.3.2.1 Óleos e gorduras

3 3 9 _ _ C1.3.2.2 Metais pesados C1.3.2.3 Substâncias tóxicas ou nocivas

92

Quadro A.4 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - Rede de AR Domésticas

C2 Tipo De Rede De AR

C2

.1 R

ed

e d

e á

gu

as

resi

du

ais

do

stic

as.

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

C2.1.1 Descargas/infiltração de AR pluviais

C2.1.1.1 A rede não consegue assegurar o escoamento de todo o caudal

3 3 9 _ _

- Supervisão das descargas na rede; - Fiscalização de atividades relacionadas com a rede pelas autoridades.

C2.1.2 Descargas e ligações ilegais

C2.1.2.1 A rede não consegue assegurar o escoamento de todo o caudal

3 3 9 _ _

C2.1.3 Cheias provocadas por condições meteorológicas extremas

C2.1.3.1 Infiltração de AR pluviais

2 3 6 _ _

- Criação de redes de descarga de emergência

C2.1.3.2 Transbordo de água residual C2.1.3.3 A rede não consegue assegurar o escoamento de todo o caudal

C2.1.4 Singularidades da rede

C2.1.4.1 Problemas de escoamento e obstrução das condutas

3 2 6 _ _ - Monitorização e manutenção regular destes pontos.

C2.1.5 Matéria orgânica em decomposição

C2.1.5.1 Acumulação de gases nas caixas de visita

4 3 12 _ _

- Introdução de respiradouros ao longo da rede para a sua libertação

93

C2 Tipo De Rede De AR C

2.1

Re

de

de

ág

ua

s re

sid

ua

is d

om

ést

ica

s.

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de

Controlo

PC

C4

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

C2.1.6 Corrosão dos materiais constituintes da rede

C2.1.6.1 Infiltrações de matéria poluente no subsolo 1 4 4 _ _

- Manutenção programada da rede de distribuição - Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e limpeza.

C2.1.6.2 Interrupção no escoamento

C2.1.7 Acesso não autorizado de pessoas e animais

C2.1.7.1 Danos acidentais ou deliberados na rede 1 5 5 _ _

- Limitação do acesso aos órgãos da rede; - Fiscalização de atividades relacionadas com a rede pelas autoridades.

C2.1.7.2 Sabotagem

C2.1.8 Ruturas e fissuras de condutas e outros órgãos

C2.1.8.1 Infiltrações de matéria poluente no subsolo

1 4 4 _ _

- Manutenção programada da rede de distribuição - Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e limpeza. - Monitorização de órgãos sensíveis

C2.1.9 Falhas nas estações elevatórias

C2.1.9.1 Interrupção do escoamento

1 4 4 S,N,S,N PCC C2.1.9.2 Infiltrações de material poluente

C2.1.10 Operações ou reparações inadequadas da rede

C2.1.10.1 Danos estruturais ou dos materiais constituintes da rede

1 2 2 _ _

94

C2 Tipo De Rede De AR

C2

.1 R

ed

e d

e á

gu

as

resi

du

ais

d

om

ést

ica

s.

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de

Controlo

PC

C4

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

C2.1.11 Obstrução de condutas

C2.1.11.1 Interrupção do escoamento

1 4 4 _ _

- Manutenção programada da rede de distribuição - Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e limpeza. - Monitorização de órgãos sensíveis

D2.1.11.2 Infiltrações de material poluente

D2.1.12 Desastres naturais

D2.1.12.1 Colapso integral ou parcial da rede

1 5 5 _ _ _

95

Quadro A.5 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - Rede de AR Pluviais

C2 Tipo De Rede De AR

C2

.2 R

ed

e d

e á

gu

as

resi

du

ais

plu

via

is.

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C5

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

C2.2.1 Descargas e ligações ilegais

C2.2.1.1 A rede não consegue assegurar o escoamento de todo o caudal

2 3 6 _ _

- Supervisão das descargas na rede; - Fiscalização de atividades relacionadas com a rede pelas autoridades.

C2.2.1.2 Introdução de AR doméstica

1 4 4 _ _

C2.2.2 Cheias provocadas por condições meteorológicas extremas

C2.2.2.1 A rede não consegue assegurar o escoamento de todo o caudal

2 3 6 _ _

- Criação de redes de descarga de emergência

C2.2.3 Obstrução de sargetas e sumidouros

C2.2.3.1 Cheias

2 3 6 _ _

- Manutenção programada da rede de distribuição - Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e limpeza. - Monitorização de órgãos sensíveis

C2.2.4 Singularidades da rede

C2.2.4.1 Problemas de escoamento e obstrução das condutas

2 3 6 _ _

C2.2.5 Corrosão dos materiais constituintes da rede

C2.2.5.1 Interrupção no escoamento

1 3 3 _ _

96

C2 Tipo De Rede De AR C

2.2

Re

de

de

ág

ua

s re

sid

ua

is p

luvi

ais

.

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C5

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

C2.2.6 Obstrução de condutas

C2.2.6.1 Interrupção no escoamento

1 3 3 _ _

- Manutenção programada da rede de distribuição - Boas práticas em trabalhos de reparação e manutenção e limpeza. - Monitorização de órgãos sensíveis

C2.2.7 Ruturas e fissuras de condutas e outros órgãos

C2.2.7.1 Interrupção no escoamento

1 3 3 _ _

C2.2.8 Operações ou reparações inadequadas da rede

C2.2.8.1 Danos estruturais ou dos materiais constituintes da rede

1 3 3 _ _

C2.2.9 Falhas nas estações elevatórias

C2.2.9.1 Interrupção no escoamento

1 3 3 S,N,S,N PCC

C2.2.10 Sabotagem e desastres naturais

C2.2.10.1 Colapso integral ou parcial da rede

1 5 5 _ _ _

C2.2.11 Infiltrações na rede

C2.2.11.1 A rede não consegue assegurar o escoamento de todo o caudal 2 5 10 _ _ _ C2.2.11.2 Introdução de AR doméstica

97

Quadro A.6 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Coleta - Sistemas Unitários

C2 Tipo De Rede De AR

C2

.3 S

iste

ma

s u

nit

ári

os

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C6

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

C2.3.1 Cheias

C2.3.1.1 Transbordo de água residual contendo matéria orgânica em decomposição

2 3 6 _ _

- Manutenção programada da rede; - Criação de redes de descarga de emergência;

C2.3.2 Odores nos órgãos de recolha de água pluviais

C2.3.2.1 Proliferação de insetos e mosquitos junto às sargetas 3 2 6 _ _

- Instalação de respiradouros em pontos estratégicos para libertação dos mesmos;

98

B – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NO TRATAMENTO

Quadro B.1 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Sedimentador Gravítico

T1 Pré-tratamento

T1

.1 S

edim

en

tad

or

Gra

víti

co

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C7

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T1.1.1 Doseamento incorreto de coagulante

T1.1.1.1 Partículas em excesso

2 3 6 S,S PCC - Histórico de doseamento de químicos; - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos.

T1.1.1.2 Matéria orgânica em excesso

T1.1.2 Doseamento incorreto de floculante

T1.1.2.1 Matéria orgânica em excesso

2 3 6 S,S PCC T1.1.2.2 Excesso de turvação

T1.1.3 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos

T1.1.3.1 Partículas em excesso

2 3 6 _ _ T1.1.3.2 Matéria orgânica em excesso T1.1.3.3 Excesso de turvação

T1.1.4 Mau acondicionamento de químicos

T1.1.4.1 Formação de substâncias químicas perigosas

1 3 3 _ _

- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento

99

T1 Pré-tratamento

T1

.1 S

edim

en

tad

or

Gra

víti

co

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C7

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T1.1.5 Rutura de stock de químicos

T1.1.5.1 Partículas em excesso

1 3 3 _ _

- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos

T1.1.5.2 Matéria orgânica em excesso T1.1.5.3 Excesso de turvação

T1.1.6 Tempo de contacto com o floculante insuficiente

T1.1.6.1 Matéria orgânica em excesso

3 3 9 _ _

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T1.1.6.2 Excesso de turvação

T1.1.7 Tempo de retenção no sedimentador insuficiente

T1.1.7.1 Partículas em excesso

3 3 9 _ _ T1.1.7.2 Matéria orgânica em excesso T1.1.7.3 Excesso de turvação

T1.1.8 Avarias no sistema de recolha de lamas

T1.1.8.1 Partículas em excesso

2 3 6 S,N,S,S Não é PCC

T1.1.8.2 Matéria orgânica em excesso T1.1.8.3 Excesso de turvação

100

Quadro B.2 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Correção de pH

T1 Pré-tratamento

T1

.2 C

orr

eçã

o d

e p

H:

Ad

içã

o D

e C

al

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C8

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T1.2.1 Preparação e doseamento incorreto da água de cal

T1.2.1.1 pH elevado

2 3 6 S,S PCC

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T1.2.1.2 pH baixo

T1.2.2 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos

T1.2.2.1 pH elevado

2 3 6 _ _ T1.2.2.2 pH baixo

T1.2.3 Rutura de stock de reagentes

T1.2.3.1 pH inadequado

1 3 3 _ _

- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos

T1.2.4 Contaminação do reagente devido a acondicionamento deficiente

T1.2.4.1 Formação de substâncias químicas perigosas

2 3 6 _ _

- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento

101

Quadro B.3 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Filtração Convencional (rápida)

T1 Pré-tratamento

T1

.3 F

iltra

ção

Co

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al (

ráp

ida

)

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C9

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T1.3.1 Controlo da coluna de água deficiente

T1.3.1.1 Matéria orgânica

3 2 6 S,S PCC - Garantir a existência de um plano de calibração eficiente; T1.3.1.2

Turvação

T1.3.2 Colmatação dos filtros (tempos demasiado longos entre lavagens)

T1.3.1.1 Matéria orgânica

3 2 6 S,S PCC

- Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências no equipamento e medidas de correção

T1.3.1.2 Turvação

T1.3.3 Incorreta lavagem dos filtros

T1.3.1.1 Matéria orgânica

3 2 6 _ _

- Adaptar os ciclos de lavagem às concentrações de carga poluente; - Criar parâmetros de controlo dos ciclos de lavagem

T1.3.1.2 Turvação

T1.3.4 Mau funcionamento dos analisadores em linha

T1.3.4.1 Excesso de matéria orgânica

2 4 8 S,S PCC

- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências no equipamento e medidas de correção

T1.3.4.2 Excesso de turvação

102

Quadro B.4 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Desinfeção Química: Cloração

T1 Pré-tratamento

T1

.4 D

esi

nfe

ção

Qu

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Clo

raçã

o

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C1

0

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T1.4.1 Doseamento incorreto do químico

T1.4.1.1 Micro-organismos patogénicos

2 3 6 S,N,S,S Não é PCC

- Histórico de doseamento de químicos; - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos

T1.4.2 Tempo insuficiente de contacto do químico com a água

T1.4.2.1 Micro-organismos patogénicos

2 3 6 _ _

T1.4.3 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos

T1.4.3.1 Micro-organismos patogénicos

2 3 6 _ _

T1.4.4 Rutura de stock de reagentes

T1.4.4.1 Micro-organismos patogénicos

1 3 3 _ _

- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos

T1.4.5 Formação de subprodutos

T1.4.5.1 Trihalometanos

3 3 9 S,N,S,S Não é PCC

- Garantir corretas dosagens do químico e tempos de contacto suficientes.

103

Quadro B.5 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Tratamento Preliminar – Gradagem, Trituradores E

Desintegradores

T2 Tratamento Preliminar

T2

.1 G

rad

ag

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, T

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ore

s e

De

sin

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rad

ore

s

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C1

1

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T2.1.1 Falhas e avarias mecânicas, elétricas ou estruturais nos órgãos

T2.1.1.1 Passagem de elementos grosseiros que podem originar danos e corrosão dos órgãos a jusante

2 2 4 _ _

- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos - Fontes alternativas de energia elétrica.

T2.1.2 Limpeza deficiente de órgãos (com limpeza manual)

T2.1.2.1 Obstrução das grades

3 3 9 S,S PCC

- Correta formação de recursos humanos; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos

T2.1.3 Materiais filamentosos

T2.1.3.1 Avarias nos sistemas mecânicos dos órgãos

3 3 9 _ _ - Otimização da sequência dos órgãos

T2.1.4 Passagem de materiais sintéticos (não biodegradáveis)

T2.1.4.1 Composição das lamas fora dos parâmetros regulamentares

3 3 9 _ _ - Otimização da sequência dos órgãos

T2.1.5 Deposição de sólidos

T2.1.5.1 Obstrução parcial dos canais onde estão instalados os órgãos

3 2 6 S,S PCC - Injeção de ar para promover a mistura dos componentes da água

104

Quadro B.6 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Tratamento Preliminar – Desarenadores

T2 Tratamento Preliminar

T2

.2 D

esa

ren

ad

ore

s

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C1

4

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T2.2.1 Falhas e avarias mecânicas, elétricas ou estruturais nos órgãos

T2.2.1.1 Passagem de elementos inertes que podem originar danos e corrosão dos órgãos a jusante

2 2 4 _ _

- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Fontes alternativas de energia elétrica. - Planos de otimização das operações. - Lavagem dos inertes para remoção de matéria orgânica.

T2.2.2 Avarias nos sistemas de injeção de ar

T2.2.2.1 Sedimentação de matéria orgânica

2 2 4 _ _

T2.2.3 Excesso de ar injetado (arejados)

T2.2.3.1 Os inertes não sedimentam

2 2 4 S,S PCC

T2.2.4 Insuficiência de ar injetado (arejados)

T2.2.4.1 Sedimentação de matéria orgânica

2 2 4 S,S PCC

T2.2.5 Órgãos não cobertos

T2.2.5.1 Libertação de compostos orgânicos voláteis e odores

5 2 10 _ _ - Cobrir os equipamentos

T2.2.6 Não instalação de defletores (arejados)

T2.2.6.1 Curto circuito hidráulico

1 2 2 _ _ - Instalação de defletores

105

Quadro B.7 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Pré-tratamento – Tanque De Equalização Ou Homogeneização

T2 Tratamento Preliminar

T2

.3 T

an

qu

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u h

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en

eiz

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o

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C1

5

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T2.3.1 Problemas estruturais e fissuras

T2.3.1.1 Infiltração de águas com elevada carga poluente

1 5 5 _ _

- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos; - Fontes alternativas de energia elétrica.

T2.3.2 Falhas no suprimento de energia elétrica

T2.3.2.1 Sistema de bombagem inoperacional

2 3 6 _ _

T2.3.3 Ocorrência de sedimentação

T2.3.3.1 Produção de lamas

4 1 4 S,S PCC T2.3.3.2 Diminuição do volume de água armazenado

T2.3.4 Elevada carga orgânica da água armazenada

T2.3.4.1 Proliferação de odores e insetos

4 2 8 _ _ - Cobertura do tanque

106

Quadro B.8 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Primário – Tanque De Mistura/Arejamento

T3 Tratamento Primário

T3

.1 T

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e D

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Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C1

6

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T3.1.1 Doseamento incorreto de coagulante

T3.1.1.1 Partículas em excesso

2 3 6 S,S PCC - Histórico de doseamento de químicos; - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos.

T3.1.1.2 Matéria orgânica em excesso

T3.1.2 Doseamento incorreto de floculante

T3.1.2.1 Matéria orgânica em excesso

2 3 6 S,S PCC T3.1.2.2 Excesso de turvação

T3.1.3 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos

T3.1.3.1 Partículas em excesso

2 3 6 _ _ T3.1.3.2 Matéria orgânica em excesso T3.1.3.3 Excesso de turvação

T3.1.4 Mau acondicionamento de químicos

T3.1.4.1 Formação de substâncias químicas perigosas

1 3 3 _ _

- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento

T3.1.5 Rutura de stock de químicos

T3.1.5.1 Partículas em excesso

1 3 3 _ _

- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos

T3.1.5.2 Matéria orgânica em excesso T3.1.5.3 Excesso de turvação

107

T3 Tratamento Primário

T3

.1 T

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qu

e D

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reja

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Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C1

6

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T3.1.6 Tempo de contacto com o floculante insuficiente

T3.1.6.1 Matéria orgânica em excesso

3 3 9 _ _ - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T3.1.6.2 Excesso de turvação

T3.1.7 Avaria nos mecanismos de pré-arejamento

T3.1.7.1 Mistura de químicos menos eficaz

2 2 4 _ _ T3.1.7.2 Menor flutuação de espumas

T3.1.8 Problemas estruturais do tanque e fissuração

T3.1.8.1 Infiltração de água com elevada concentração de material poluente

1 5 4 _ _

108

Quadro B.9 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Primário – Sedimentador Primário

T3 Tratamento Primário

T3

.2 S

edim

en

tad

or

Pri

rio

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C1

7

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T3.2.1 Problemas estruturais ou fissuração

T3.2.1.1 Infiltração de água com elevada concentração de material poluente

1 5 5 _ _ - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T3.2.2 Avarias no dispositivo de recolha de sobrenadantes

T3.2.2.1 Matéria orgânica em excesso

3 3 9 _ _

_ _ T3.2.2.2

Excesso de turvação

T3.2.3 Avarias no dispositivo de recolha de lamas

T3.2.3.1 Matéria orgânica em excesso

3 3 9 _ _ T3.2.3.2 Excesso de turvação

T3.2.4 Tempo de retenção inadequado

T3.2.4.1 Matéria orgânica em excesso

3 3 9 S,N,S,S Não é PCC

- Utilização de tanque de equalização para homogeneizar as características água

T3.2.4.2 Excesso de turvação

T3.2.5 Turbulência nos mecanismos de entrada e saída de água

T3.2.5.1 Matéria orgânica em excesso

2 3 6 _ _

- Instalação de elementos de regulação do caudal à entrada; - Conceção adequada dos mecanismos de descarga

T3.2.5.2 Excesso de turvação

109

T3 Tratamento Primário

T3

.2 S

edim

en

tad

or

Pri

rio

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C1

7

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T3.2.6 Curto-circuito hidráulico

T3.2.6.1 Matéria orgânica em excesso

3 3 9 _ _

- Amenização dos diferenciais de carga poluente afluente e presente no órgão

T3.2.6.2 Excesso de turvação

T3.2.7 Efeito dos ventos

T3.2.7.1 Perturbações no escoamento

3 3 9 _ _

- Conceção dos órgãos com base nos ventos dominantes;

T3.2.8 Diferenciais de temperatura entre água afluente e a que está no sedimentador

T3.2.8.1 Estratificação termal

3 3 9 _ _

- Utilização de tanque de equalização para homogeneizar as características água

110

Quadro B.10 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Primário – Tamisador

T3 Tratamento Primário

T3

.3 T

am

isa

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r

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C1

8

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T3.3.1 Falhas e avarias mecânicas, elétricas ou estruturais

T3.2.6.1 Matéria orgânica em excesso

2 3 6 _ _

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T3.2.6.2 Excesso de turvação

111

Quadro B.11 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Lamas Ativadas – TA/ Reator

T4 Tratamento Secundário: Lamas ativadas

T4

.1 T

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Ou

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r

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C1

9

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T4.1.1 Avarias no sistema de injeção de ar

T4.1.1.1 Baixa concentração de OD

2 3 6 _ _ - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção - Existência de mecanismos de backup.

T4.1.2 Avarias nos sistemas misturadores

T4.1.2.1 Sedimentação de lamas

2 3 6 _ _

T4.1.3. Problemas estruturais ou fissuração

T4.1.3.1 Infiltração de água com elevada carga orgânica

1 5 5 _ _

T4.1.4 Tempo de contacto insuficiente

T4.1.4.1 Excesso de matéria orgânica

3 3 9 S,S PCC

- Planos de ajustamento do processo com base nas flutuações das características a tratar

T4.1.4.2 Excesso de nutrientes

T4.1.5 Presença de agentes bactericidas na água residual

T4.1.5.1 Morte dos micro-organismos responsáveis pela digestão de poluentes

2 4 8 S,N,S,N PCC - Reserva de colonias de micro-organismos;

T4.1.6 Sólidos flutuantes e em suspensão

T4.1.6.1 Obstrução dos difusores de ar.

3 3 9 _ _ - Utilização de mecanismos de remoção destes constituintes nos processos antecessores.

112

Quadro B.12 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Lamas Ativadas – Sedimentador Secundário

T4 Tratamento Secundário: Lamas ativadas

T4

.2 S

edim

en

tad

or

Sec

un

rio

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

0

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T4.2.1 Problemas estruturais ou fissuração

T4.2.1.1 Infiltração de água com elevada carga orgânica

1 5 5 _ _

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção

T4.2.2 Avarias no dispositivo de recolha de lamas

T4.2.2.1 Excesso de matéria orgânica

2 3 6 _ _ T4.2.2.2 Excesso de nutrientes

T4.2.3 Tempo de retenção inadequado

T4.2.3.1 Excesso de matéria orgânica

3 3 9 S,S PCC

- Planos de ajustamento do processo com base nas flutuações das características a tratar

T4.2.3.2 Excesso de nutrientes

T4.2.4 Presença de bulking

T4.2.4.1 Excesso de matéria orgânica

3 3 9 S,S PCC - Histórico de ocorrências e medidas de correção - Correta conceção dos equipamentos; - Controlo da composição do substrato ativo.

T4.2.4.2 Excesso de nutrientes

T4.2.5 Não existência de defletores

T4.2.5.1 Ressuspensão de matéria orgânica

1 3 3 _ _

T4.2.6 Não formação de manto de sedimentação

T4.2.6.1 Lamas de recirculação não espessadas

3 3 9 _ _

- Garantir condições de estabilidade que permitam correta floculação das lamas

113

Quadro B.13 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Lamas Ativadas – Sistema De Recirculação De

Lamas

T4 Tratamento Secundário: Lamas ativadas

T4

.3 S

iste

ma

De

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circ

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ção

De

La

ma

s Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

1

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T4.3.1 Lamas recirculadas não espessadas

T4.3.1.1 Caudal excessivo de lamas

3 3 9 _ _ - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção - Revisão dos processos utilizados

T4.3.2 Falhas e avarias mecânicas, elétricas ou estruturais

T4.3.2.1 Interrupção da recirculação de lamas

2 4 8 _ _

T4.3.3 Avarias nas bombas do sistema elevatório

T4.3.3.1 Caudal insuficiente de lamas recirculadas

2 4 8 S,N,S,N PCC

114

Quadro B.14 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Lagoas De Estabilização

T5 Tratamento Secundário: Lagoas De Estabilização

T5

.1 L

ag

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s D

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o

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

2

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T5.1.1 Temperaturas baixas

T5.1.1.1 Inibição da atividade de bactérias

3 3 9 _ _

- Correta conceção dos sistemas: utilização deste tipo de órgão apenas quando verificadas as condições naturais para sua utilização; - Aumento dos tempos de retenção;

T5.1.2 Períodos longos sem luz solar

T5.1.2.1 Inibição da fotossíntese por parte das algas

2 3 6 _ _

T5.1.3 Ação dos ventos

T5.1.3.1 Perturbação da sedimentação

3 3 9 _ _

T5.1.4 Presença de agentes bactericidas na água residual

T5.1.4.1 Morte dos micro-organismos responsáveis pela digestão de poluentes

1 5 5 _ _

T5.1.5 Avarias em órgãos acessórios de arejamento

T5.1.5.1 Baixa concentração de OD em lagoas com processos de digestão aeróbia

1 3 3 _ _

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção

115

T5 Tratamento Secundário: Lagoas De Estabilização

T5

.1 L

ag

oa

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o

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

2

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T5.1.6 Fissuras na camada de impermeabilização da lagoa

T5.1.6.1 Infiltração de água com materiais poluentes

1 5 5 _ _ - Corretas práticas de construção e manutenção; - Construção de barreiras protetoras dos órgãos

T5.1.7 Erosão

T5.1.7.1 Infiltração de água com materiais poluentes

1 5 5 _ _

T5.1.8 Tempos de retenção insuficientes

T5.1.8.1 Excesso de concentrações de poluentes 3 3 9 S,S PCC

- Planos de ajustamento do processo com base nas flutuações das características a tratar

T5.1.8.2 Proliferação de insetos e odores

116

Quadro B.15 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Leitos Percoladores

T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Crescimento Em Suporte Físico

T6

.1 L

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Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

3

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T6.1.1 Problemas estruturais ou fissuração

T6.1.1.1 Infiltração de água com elevada carga orgânica

1 5 5 _ _

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção - Revisão dos processos utilizados - Utilização de linhas de tratamento em pararlelo

T6.1.2 Avarias no dispositivo de distribuição de caudal

T6.1.2.1 Interrupção do processo

2 4 8 _ _ T6.1.2.1 Excesso de matéria orgânica

T6.1.3 Presença de bactericidas

T6.1.3.1 Morte dos micro-organismos responsáveis pela digestão de poluentes

2 4 8 _ _

- Planos de ajustamento do processo com base nas flutuações das características a tratar

T6.1.4 Colmatação dos interstícios do meio filtrante

T6.1.4.1 Aumento do tempo da filtragem

2 3 6 S,S PCC - Lavagem do meio filtrante; - Recirculação do efluente

T6.1.5 Zona microbiana anaeróbia próxima da superfície

T6.1.5.1 Proliferação de odores e insetos

3 3 9 _ _

- Introdução de colunas de ventilação nas camadas superiores;

117

Quadro B.16 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Discos Biológicos

T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Crescimento Em Suporte Físico

T6

.2 D

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Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C 2

4

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T6.2.1 Problemas estruturais ou fissuração

T6.2.1.1 Infiltração de água com elevada carga orgânica

1 5 5 _ _

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção - Revisão dos processos utilizados - Utilização de linhas de tratamento em paralelo

T6.2.2 Avarias no dispositivo de rotação dos discos

T6.2.2.1 Excesso de matéria orgânica

2 3 6 _ _

T6.2.3 Presença de bactericidas

T6.2.3.1 Morte dos micro-organismos responsáveis pela digestão de poluentes

2 4 8 _ _

- Planos de ajustamento do processo com base nas flutuações das características a tratar

T6.2.4 Exposição à luz solar

T6.2.4.1 Degradação do meio de suporte

5 2 10 _ _ - Cobertura do órgão de tratamento T6.2.4.2

Crescimento de algas no suporte

118

Quadro B.17 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Secundário: Sedimentador Secundário

T6 Tratamento Secundário: Tratamento Biológico De Crescimento Em Suporte Físico

T4

.2 S

edim

en

tad

or

Sec

un

rio

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

5

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T4.2.1 Problemas estruturais ou fissuração

T4.2.1.1 Infiltração de água com elevada carga orgânica

1 5 5 _ _

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção

T4.2.2 Avarias no dispositivo de recolha de lamas

T4.2.2.1 Excesso de matéria orgânica

2 3 6 _ _ T4.2.2.2 Excesso de nutrientes

T4.2.3 Tempo de retenção inadequado

T4.2.3.1 Excesso de matéria orgânica

3 3 9 S,S PCC

- Planos de ajustamento do processo com base nas flutuações das características a tratar

T4.2.3.2 Excesso de nutrientes

T4.2.5 Não existência de defletores

T4.2.5.1 Ressuspensão de matéria orgânica

1 3 3 _ _

- Histórico de ocorrências e medidas de correção - Correta conceção dos equipamentos; - Controlo da composição do substrato ativo.

119

Quadro B.18 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Filtração

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.1 F

iltra

ção

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

6

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.1.1 Deficiente controlo da coluna de água sobre o filtro

T7.1.1.1 Excesso de matéria orgânica

3 3 9 S,S PCC

- Garantir a existência de um plano de calibração - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências no equipamento e medidas de correção

T7.1.1.2 Excesso de turvação

T7.1.2 Deficiente controlo de tempos de filtração

T7.1.2.1 Excesso de matéria orgânica

2 3 6 _ _ T7.1.2.2 Excesso de turvação

T7.1.3 Colmatação dos filtros

T7.1.3.1 Excesso de matéria orgânica

2 3 6 _ _ - Adaptar os ciclos de lavagem às concentrações de carga poluente; - Criar parâmetros de controlo dos ciclos de lavagem

T7.1.3.2 Excesso de turvação

T7.1.4 Incorreta lavagem dos filtros

T7.1.4.1 Excesso de matéria orgânica

2 3 6 _ _ T7.1.4.2 Excesso de turvação

T7.1.5 Mau funcionamento dos analisadores em linha

T7.1.5.1 Excesso de matéria orgânica

2 4 8 S,S PCC

- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências no equipamento e medidas de correção

T7.1.5.2 Excesso de turvação

120

Quadro B.19 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Adsorção E Biodegradação

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.2 A

dso

rçã

o e

bio

de

gra

da

ção

(fi

ltro

s d

e c

arv

ão

ati

vad

o)

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

7

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.2.1 Doseamento incorreto de carvão ativado

7.2.1.1 Excesso de matéria orgânica

2 3 6 _ _

- Histórico de doseamento de químicos; - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos.

T7.2.2 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos

T7.2.2.1 Excesso de matéria orgânica

2 3 6 _ _

T7.2.3 Mau acondicionamento de químicos

T7.2.3.1 Substâncias químicas perigosas

1 4 4 _ _

- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento

T7.2.4 Rutura de stock de químicos

T7.2.4.1 Excesso de matéria orgânica

1 3 3 _ _

- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos

T7.2.5 Colmatação do leito de carvão ativado

T7.2.5.1 Excesso de matéria orgânica

2 3 6 _ _

- Garantir que o processo de tratamento a montante está a funcionar adequadamente.

121

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.2 A

dso

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o e

b

iod

egra

da

ção

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

7

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.2.6 Quantidade de carvão ativado insuficiente para garantir a adsorção pretendida

T7.2.6.1 Excesso de matéria orgânica

2 3 6 _ _

- Garantir que a profundidade do leito de carvão ativado é adequada para o caudal a tratar

122

Quadro B.20 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Remoção Biológica De Fósforo

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.3 R

em

oçã

o b

ioló

gic

a d

e f

ósf

oro

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

8

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.3.1 Tempo de retenção insuficiente no reator anaeróbio

7.3.1.1 Condições para proliferação de acinetobacter deficientes

3 3 9 S,S PCC

- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção. - Controlo dos processos a montante do dispositivo.

T7.3.1.2 Excesso de fósforo

T7.3.2 Problemas estruturais ou fissuração do reator

T7.3.2.1 Infiltração de água com material poluente

1 3 3 _ _

T7.3.3 pH demasiado alto ou baixo

T7.3.3.1 Condições para proliferação de acinetobacter deficientes 3 3 9 S,S PCC T7.3.3.2 Excesso de fósforo

123

Quadro B.21 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Remoção De Química Fósforo

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.4 A

diç

ão

de

ca

l + c

oa

gu

laçã

o +

filt

raçã

o

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

9

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.4.1 Preparação e doseamento incorreto da água de cal

T7.4.1.1 pH elevado

2 3 6 S,S PCC

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para s perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T7.4.1.2 pH baixo

T7.4.2 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos

T7.4.2.1 pH elevado

2 3 6 _ _ T7.4.2.2 pH baixo

T7.4.3 Rutura de stock de reagentes

T7.4.3.1 pH inadequado

1 3 3 _ _

- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos

T7.4.4 Contaminação do reagente devido a acondicionamento deficiente

T7.4.4.1 Formação de substâncias químicas perigosas

2 3 6 _ _

- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento

124

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.4 A

diç

ão

de

ca

l + c

oa

gu

laçã

o +

filt

raçã

o

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

9

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.4.5 Doseamento incorreto de coagulante

T7.4.5.1 Excesso de fósforo

2 3 6 S,S PCC

- Histórico de doseamento de químicos; - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para s perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos.

T7.4.6 Deficiente controlo da coluna de água sobre o filtro

T7.4.6.1 Excesso de fósforo

3 3 9 S,S PCC

- Garantir a existência de um plano de calibração - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências no equipamento e medidas de correção

T7.4.7 Deficiente controlo de tempos de filtração

T7.4.7.1 Excesso de fósforo

2 3 6 _ _

125

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.4 A

diç

ão

de

ca

l + c

oa

gu

laçã

o +

fi

ltra

ção

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C2

9

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.1.3 Colmatação dos filtros

T7.1.3.1 Excesso de fósforo

2 3 6 _ _ - Adaptar os ciclos de lavagem às concentrações de carga poluente; - Criar parâmetros de controlo dos ciclos de lavagem

T7.1.4 Incorreta lavagem dos filtros

T7.1.4.1 Excesso de fósforo

2 3 6 _ _

T7.1.5 Mau funcionamento dos analisadores em linha

T7.1.5.1 Excesso de fósforo

2 4 8 S,S PCC

- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências no equipamento e medidas de correção

126

Quadro B.22 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Remoção Biológica De Azoto

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.5 R

em

oçã

o b

ioló

gic

a d

e a

zoto

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

0

Prob. Sev. Class. Respostas

PCC

T7.5.1 OD baixo

T7.5.1.1 Condições inadequadas para a proliferação das bactérias 3 3 9 _ _

- Criação de mecanismos de medição permanente destas condições; - Criação de mecanismos de alerta para condições indesejadas; - Criação de planos de ação sobre estas ocorrências; - Histórico de ocorrências e de medidas corretivas.

T7.5.1.2 Excesso de azoto

T7.5.2 pH inferior a 6 ou superior a 9

T7.5.2.1 Condições inadequadas para a proliferação das bactérias 3 3 9 _ _

T7.5.2.2 Excesso de azoto

T7.5.3 Temperaturas inferiores a 25ºC ou superiores a 32ºC

T7.5.3.1 Condições inadequadas para a proliferação das bactérias

3 3 9 _ _

T7.5.3.2 Excesso de azoto

T7.5.4 Alcalinidade residual >50 e <100 mg CaCO3 /L

T7.5.3.1 Condições inadequadas para a proliferação das bactérias

3 3 9 _ _

T7.5.3.2 Excesso de azoto

T7.5.5 Presença de metais pesados

T7.5.1.1 Condições inadequadas para a proliferação das bactérias

3 3 9 _ _

127

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.5 R

em

oçã

o b

ioló

gic

a d

e a

zoto

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

0

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.5.6 Tempo de retenção insuficiente no reator aeróbio

T7.5.6.1 Processo de nitrificação deficiente

3 3 9 S,S PCC

- Planos de revisão e manutenção dos equipamentos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T7.5.6.2 Excesso de azoto

T7.5.7 Tempo de retenção insuficiente no reator anaeróbio

T7.5.7.1 Processo de desnitrificação deficiente

2 3 6 S,S PCC T7.5.7.2 Excesso de azoto

T7.5.8 Problemas estruturais ou fissuração do reator

T7.5.8.1 Infiltração de água com material poluente

1 4 3 _ _

128

Quadro B.23 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Cloração

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.6 C

lora

ção

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

1

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.6.1 Incorreto doseamento de químicos

T7.6.1.1 Micro-organismos patogénicos

2 4 8 S,N,S,N PCC - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para s perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T7.6.2 Tempo de contacto insuficiente com a água.

T7.6.2.1 Micro-organismos patogénicos

2 4 8 _ _

T7.6.3 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos

T7.6.3.1 Micro-organismos patogénicos

1 4 4 _ _

T7.6.4 Rutura de stock de reagentes

T7.6.4.1 Micro-organismos patogénicos

1 4 4 _ _

- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos

T7.6.5 Contaminação do reagente devido a acondicionamento deficiente

T7.6.5.1 Formação de substâncias químicas perigosas

1 5 5 _ _

- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento

129

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.6 C

lora

ção

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

1

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.6.6 Formação de subprodutos da desinfeção

T7.6.6.1 Trihalometanos

3 5 15 S,S PCC

- Garantir corretas dosagens do químico e tempos de contacto suficientes. - Evitar a cloração o ponto crítico.

T7.6.6.2 Ácidos haloacéticos

130

Quadro B.24 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: descloração

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

. D

esc

lora

ção

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

2

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.7.1 Incorreto doseamento de químicos

T7.7.1.1 Excesso de cloro

2 4 8 S,N,S,N PCC - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T7.7.2 Tempo de contacto insuficiente com a água.

T7.7.2.1 Excesso de cloro

2 4 8 _ _

T7.7.3 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos

T7.7.3.1 Excesso de cloro

1 4 4 _ _

T7.7.4 Rutura de stock de reagentes

T7.7.4.1 Excesso de cloro

1 4 4 _ _

- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos

T7.7.5 Contaminação do reagente devido a acondicionamento deficiente

T7.7.5.1 Formação de substâncias químicas perigosas

1 5 5 _ _

- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento

131

Quadro B.25 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Ozonização

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.8 O

zon

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ção

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

3

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.8.1 Incorreto doseamento de químicos

T7.8.1.1 Micro-organismos patogénicos

2 4 8 S,N,S,N PCC

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T7.8.2 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos

T7.8.2.1 Micro-organismos patogénicos

1 4 4 _ _

T7.8.3 Fuga de ozono a montante dos difusores ou má repartição no tanque de contacto por colmatação parcial dos difusores

T7.8.3.1 Micro-organismos patogénicos

2 4 8 _ _

132

Quadro B.26 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Terciário: Radiação UV

T7 Tratamento Terciário e de afinação

T7

.9 R

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o U

V

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

4

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T7.9.1 Doseamento incorreto de radiação UV

T7.9.1.1 Micro-organismos patogénicos

2 4 8 S,N,S,N PCC

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T7.9.2 Avarias nos mecanismos de administração de UV

T7.9.2.1 Micro-organismos patogénicos

1 4 4 _ _

T7.9.3 Cor ou turvação excessivas que inviabilizam a correta difusão de UV por todo o efluente

T7.9.3.1 Micro-organismos patogénicos

3 4 12 _ _

- Criação de planos de calibração do processo; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção. - Controlo da eficiência dos processos a montante

T7.9.3.2 Matéria orgânica

133

Quadro B.27 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Espessamento De Lamas Por Meios Mecânicos

T8 Tratamento De Lamas

T8

.1 E

spe

ssa

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Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

5

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T8.1.1 Interrupção no fornecimento de energia elétrica

T8.1.1.1 Teor de água excessivo

1 3 3 _ _

- Fontes alternativas de fornecimento de energia elétrica. - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T8.1.2 Avarias nos compressores de lamas

T8.1.2.1 Teor de água excessivo

1 3 3 _ _

T8.1.3 Avarias nos centrifugadores

T8.1.3.1 Teor de água excessivo

1 3 3 _ _

134

Quadro B.28 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Espessamento De Lamas Por Sedimentação

T8 Tratamento De Lamas

T8

.2 E

spe

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ime

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ção

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

6

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T8.2.1 Problemas estruturais ou fissuração

T8.2.1.1 Infiltração de água com elevada concentração de material poluente

1 5 5 _ _ - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação de mecanismos de alerta de alteração da constituição da água; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T8.2.2 Avarias no dispositivo de recolha de lamas

T8.2.2.1 Teor de água excessivo

2 3 6 _ _

T8.2.3 Tempo de retenção inadequado

T8.2.3.1 Teor de água excessivo

3 3 9 S,N,S,S Não é PCC

T8.2.4 Não formação de manto de sedimentação

T8.2.4.1 Teor de água excessivo

3 3 9 _ _

- Garantir condições de estabilidade que permitam correta floculação das lamas

135

Quadro B.29 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Estabilização Alcalina

T8 Tratamento De Lamas

T8

.3 E

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lca

lin

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cal)

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

7

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T8.3.1 Incorreto doseamento de químicos

T8.3.1.1 Organismos patogénicos

2 3 6 S,N,S,N PCC - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T8.3.2 Tempo de contacto insuficiente com a lama

T8.3.2.1 Organismos patogénicos

2 3 6 _ _

T8.3.3 Avarias nos mecanismos de dosagem/mistura dos químicos

T8.3.3.1 Organismos patogénicos

1 3 3 _ _

T8.3.4 Rutura de stock de reagentes

T8.3.4.1 Organismos patogénicos

1 3 3 _ _

- Gestão eficiente do stock; - Instalação de mecanismos de alerta de final de stock nos depósitos de produtos químicos

T8.3.5 Contaminação do reagente devido a acondicionamento deficiente

T8.3.5.1 Formação de substâncias químicas perigosas

1 5 5 _ _

- Supervisão regular das condições de acondicionamento; - Instalação de mecanismos de alerta de deteção de reações químicas no local de acondicionamento

136

Quadro B.30 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Estabilização Por Digestão Anaeróbia

T8 Tratamento De Lamas

T8

.4 E

sta

bili

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o p

or

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ão

an

ae

rób

ia

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

8

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T8.4.1 Problemas estruturais ou fissuração do órgão

T8.4.1.1 Matéria orgânica

1 3 3 _ _

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção. - Recurso a mão-de-obra especializada

T8.4.2 Tempos de retenção insuficientes

T8.4.2.1 Matéria orgânica

2 3 6 S,N,S,N PCC

T8.4.3 Fugas de gás metano

T8.4.3.1 Explosão

1 5 5 _ _ T8.4.3.2 Poluição atmosférica

137

Quadro B.31 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Estabilização Por Digestão Aeróbia Ou Digestão

Autotérmica Termofílica

T8 Tratamento De Lamas

T8

.5 E

sta

bili

zaçã

o p

or

dig

est

ão

ae

rób

ia

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C3

9

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T8.5.1 Avarias nos sistemas de injeção e mistura de ar

T8.5.1.1 Matéria orgânica

1 3 3 _ _ - Fontes alternativas de fornecimento de energia elétrica. - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção. - Exigência de mão de obra especializada.

T8.5.2 Tempos de retenção insuficientes

T8.5.2.1 Matéria orgânica

2 3 6 S,N,S,N PCC

T8.5.3 Interrupção no fornecimento de energia elétrica

T8.5.3.1 Matéria orgânica

2 3 6 _ _

T8.5.4 Problemas estruturais ou fissuração do órgão

T8.5.4.1 Matéria orgânica

1 3 6 _ _

138

Quadro B.32 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Estabilização Por Compostagem

T8 Tratamento De Lamas

T8

.6 E

sta

bili

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Co

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ag

em

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

0

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T8.6.1 Problemas estruturais ou fissuração do órgão

T8.6.1.1 Matéria orgânica

1 3 3 _ _

- Fontes alternativas de fornecimento de energia elétrica. - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T8.6.1.2 Proliferação de odores e insetos

139

Quadro B.33 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Lamas: Tratamento Final

T8 Tratamento De Lamas

T8

.7 T

rata

me

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fin

al

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

1

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T8.7.1 Problemas estruturais ou fissuração tanque de lamas

T8.7.1.1 Infiltrações de material poluente remanescente

1 3 3 _ _

- Fontes alternativas de fornecimento de energia elétrica. - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T8.7.2 Interrupção no fornecimento de energia elétrica

T8.7.2.1 Teor de água excessivo

2 3 6 _ _

T8.7.3 Avarias nos compressores de lamas

T8.7.3.1 Teor de água excessivo

1 3 3 _ _

T8.7.4 Avarias nos centrifugadores

T8.7.4.1 Teor de água excessivo

1 3 3 _ _

T8.7.5 Avarias nos incineradores

T8.7.5.1 Produção excessiva de escórias

1 3 3 _ _

T8.7.6 Deposição de lamas em leitos de secagem

T8.7.6.1 Proliferação de odores e insetos

3 3 9 _ _

- Criação de soluções alternativas à deposição - Impermeabilização prévia dos leitos de secagem

T8.7.6.2 Infiltrações de material poluente remanescente

140

Quadro B.34 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Órgãos Acessórios: Condutas, Válvulas E Silos

T9 Órgãos Acessórios

T9

.1 C

on

du

tas,

lvu

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ilos.

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

2

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T9.1.1 Problemas estruturais ou fissuração de condutas

T9.1.1.1 Infiltrações de água residual

1 3 3 _ _

- Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T9.1.1.2 Interrupção do escoamento

T9.1.2 Avarias nas válvulas

T9.1.2.1 Interrupção do escoamento

2 3 6 _ _

T9.1.3 Problemas estruturais ou fissuração de silos de armazenamento de reagentes

T9.1.3.1 Degradação de qualidade dos reagentes armazenados

1 3 3 _ _ T9.1.3.2 Formação de substâncias químicas perigosas

T9.1.4 Problemas estruturais ou fissuração de silos de armazenamento de lamas tratadas

T9.1.4.1 Proliferação de odores e insetos

1 3 3 _ _ T9.1.4.2 Infiltrações de material poluente remanescente

141

Quadro B.35 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Tratamento – Órgãos Acessórios: Estações Elevatórias

T9 Órgãos Acessórios

T9

.2 E

sta

çõe

s e

leva

tóri

as

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

3

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

T9.2.1 Falhas e avarias mecânicas, elétricas ou estruturais

T9.2.1.1 Interrupção do escoamento

2 3 6 _ _

- Fontes alternativas de fornecimento de energia elétrica. - Estabelecimento de planos de ação para avarias; - Instalação sistemas de alarme para os perigos verificados; - Planos de revisão e manutenção dos equipamentos mecânicos. - Histórico de ocorrências em cada equipamento e medidas de correção.

T9.2.2 Avarias nas bombas do sistema elevatório

T9.2.2.1 Interrupção do escoamento

2 3 6 S,N,S,N PCC

142

C – QUADROS DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DE RISCOS NO MEIO RECETOR

Quadro C.1 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Meio Recetor – Rio

M1 Meio Hídrico

M1

.1 R

io

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

4

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M1.1.1 Períodos de seca

M1.1.1.1 Baixo poder de diluição de poluentes remanescentes

2 4 8 _ _ - Previsão de eventos meteorológicos que possam provocar estes eventos; - Histórico de ocorrências e medidas preventivas

M1.1.2 Cheias

M1.1.2.1 Inundações de áreas da ETAR

2 4 8 _ _ M1.1.2.2 Introdução de AR não tratadas no meio aquático

M1.1.3 Micro-organismos patogénicos

M1.1.3.1 Morte de espécies animais

2 5 10

S,N,S,N PCC

- Monitorização das populações de fauna e flora; - Monitorização de afluências aos hospitais por problemas resultantes da utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.

M1.1.3.2 Morte de espécies vegetais

2 5 10

M1.1.3.3 Morte de seres humanos

1 5 5

M1.1.3.4 Doenças em espécies animais

3 3 9

M1.1.3.5 Doenças em espécies vegetais

3 3 9

M1.1.3.6 Doenças em seres humanos

2 3 6

M1.1.3.7 Perturbações da qualidade de zonas sensíveis a jusante

2 3 6

143

M1 Meio Hídrico M

1.1

Rio

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

4

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M1.1.4 Subprodutos da desinfeção

M1.1.4.1 Morte de espécies animais

2 5 10

S,N,S,N PCC

- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.

M1.1.4.2 Morte de espécies vegetais

2 5 10

M1.1.4.3 Morte de seres humanos

1 5 5

M1.1.4.4 Doenças em espécies animais

2 3 6

M1.1.4.5 Doenças em espécies vegetais

2 3 6

M1.1.4.6 Doenças em seres humanos

2 3 6

M1.1.4.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante

2 3 6

M1.1.5 Nutrientes

M1.1.5.1 Eutrofização

2 3 6

S,N,S,N PCC

- Verificação dos processos/operações em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.

M1.1.5.2 Degradação da qualidade da água em pontos de captação de água bruta para abastecimento

3 3 9

144

M1 Meio Hídrico

M1

.1 R

io

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

4

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M1.1.6 Substâncias químicas tóxicas

M1.1.6.1 Morte de espécies animais

2 5 10

S,N,S,N PCC

- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.

M1.1.6.2 Morte de espécies vegetais

2 5 10

M1.1.6.3 Morte de seres humanos

1 5 5

M1.1.6.4 Doenças em espécies animais

2 3 6

M1.1.6.5 Doenças em espécies vegetais

2 3 6

M1.1.6.6 Doenças em seres humanos

2 3 6

M1.1.6.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante

2 3 6

M1.1.7 Matéria orgânica em decomposição

M1.1.7.1 Odores

2 3 6

S,N,S,N PCC

- Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.

M1.1.7.2 Turvação M1.1.7.3 Insetos M1.1.6.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares

2 3 6

145

M1 Meio Hídrico

M1

.1 R

io

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

4

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M1.1.8 Partículas

M1.1.8.1 Turvação

2 2 4

S,N,S,N PCC

- Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.

M1.1.8.2 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares

2 3 6

M1.1.9 Substâncias farmacêuticas

M1.1.9.1 Mutações em espécies animais

2 4 8 _ _ M1.1.9.2 Mutações em espécies vegetais

M1.1.10 Descargas ilegais de efluentes não tratados

M1.1.10.1 Micro-organismos patogénicos

2 5 10

S,N,S,N PCC

- Monitorização de atividades ilegais por parte das autoridades civis; - Histórico de descargas ilegais e de medidas corretivas - Estabelecimento de planos de ação

M1.1.10.2 Partículas M1.1.10.3 Substâncias químicas tóxicas M1.1.10.4 Substâncias farmacêuticas M1.1.10.5 Matéria orgânica M1.1.10.6 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega e para abastecimento, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante

2 5 10

146

M1 Meio Hídrico M

1.1

Rio

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

4

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M1.1.11 Descargas de águas pluviais

M1.1.11.1 Substâncias químicas

5 3 15

S,N,S,N PCC

- Histórico de descargas que originaram problemas e medidas corretivas; - Estabelecimento de planos de ação; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras dos sistemas municipalizados e restantes zonas

M1.1.11.2 Partículas M1.1.11.3 Metais pesados M1.1.11.4 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega e para abastecimento, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante

5 3 15

M1.1.12 Existência de albufeira a jusante

M1.1.12.1 Massa de água estanque – baixo poder de diluição

5 3 15

S,N,S,N PCC

- Histórico de problemas e medidas corretivas; - Estabelecimento de planos de ação; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras dos sistemas municipalizados e restantes zonas.

M1.1.12.2 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega e para abastecimento, zonas de pesca e reservas de vida aquícola.

2 3 6

147

M1 Meio Hídrico M

1.1

Rio

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

4

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M1.1.13 Existência de estuário a jusante

M1.1.13.1 Mistura de massas de água de características diferentes: possibilidade de reações químicas

2 3 6

S,N,S,N PCC

- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Histórico de problemas e medidas corretivas; - Estabelecimento de planos de ação; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras dos sistemas municipalizados e restantes zonas.

M1.1.13.2 Existência de espécies de fauna e flora sensíveis

2 5 10

M1.1.13.3 Perturbações da qualidade da água de zonas de atividades recreativas, zona de pesca e reservas de vida aquícola.

2 3 6

148

Quadro C.2 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Meio Recetor – Oceano

M1 Meio Hídrico

M1

.2 O

cea

no

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

5

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M1.2.1 Efeito de correntes e marés

M1.2.1.1 Transporte de material poluente para a costa ou para zonas sensíveis

4 3 12 _ _

- Previsão de eventos meteorológicos que possam provocar estes eventos; - Histórico de ocorrências e medidas preventivas

M1.2.2 Micro-organismos patogénicos

M1.2.2.1 Morte de espécies animais

1 5 5

S,N,S,N PCC

- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.

M1.2.2.2 Morte de espécies vegetais M1.2.2.3 Morte de seres humanos M1.2.2.4 Doenças em espécies animais

2 3 6 M1.2.2.5 Doenças em espécies vegetais M1.2.2.6 Doenças em seres humanos M1.2.2.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, zonas de pesca e reservas de vida aquícola.

2 3 6

149

M1 Meio Hídrico

M1

.2 O

cea

no

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

5

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M1.2.3 Subprodutos da desinfeção

M1.2.3.1 Morte de espécies animais

2 5 10

S,N,S,N PCC

- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.

M1.2.3.2 Morte de espécies vegetais

2 5 10

M1.2.3.3 Morte de seres humanos

1 5 5

M1.2.3.4 Doenças em espécies animais

2 3 6

M1.2.3.5 Doenças em espécies vegetais

2 3 6

M1.2.3.6 Doenças em seres humanos

2 3 6

M1.2.3.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, zonas de pesca e reservas de vida aquícola

2 3 6

M1.2.4 Nutrientes

M1.2.4.1 Eutrofização

2 3 6 _ _

- Verificação dos processos/operações em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.

150

M1 Meio Hídrico

M1

.2 O

cea

no

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

5

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M1.2.5 Substâncias químicas tóxicas

M1.2.5.1 Morte de espécies animais

2 5 10

S,N,S,N PCC

- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.

M1.2.5.2 Morte de espécies vegetais

2 5 10

M1.2.5.3 Morte de seres humanos

1 5 5

M1.2.5.4 Doenças em espécies animais

2 3 6

M1.2.5.5 Doenças em espécies vegetais

2 3 6

M1.2.5.6 Doenças em seres humanos

2 3 6

M1.2.5.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, zona de pesca e reservas de vida aquícola

2 3 6

M1.2.6 Matéria orgânica em decomposição

M1.2.6.1 Odores

2 3 6

S,N,S,N PCC

- Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.

M1.2.6.2 Turvação M1.2.6.3 Insetos M1.2.6.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares e de atividades recreativas

2 3 6

151

M1 Meio Hídrico

M1

.2 O

cea

no

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

5

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M1.2.7 Partículas

M1.2.7.1 Turvação

2 2 4

S,N,S,N PCC

- Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas.

M1.2.7.2 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares

2 3 6

M1.2.8 Substâncias farmacêuticas

M1.2.8.1 Mutações em espécies animais

2 4 8 _ _ M1.2.8.2 Mutações em espécies vegetais

M1.2.9 Descargas ilegais de efluentes não tratados

M1.2.9.1 Micro-organismos patogénicos

2 5 10

S,N,S,N PCC

- Monitorização de atividades ilegais por parte das autoridades civis; - Histórico de descargas ilegais e de medidas corretivas - Estabelecimento de planos de ação

M1.2.9.2 Partículas M1.2.9.3 Substâncias químicas tóxicas M1.2.9.4 Substâncias farmacêuticas M1.2.9.5 Matéria orgânica M1.2.9.6 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, zonas de pesca e reservas de vida aquícola

2 5 10

152

M1 Meio Hídrico M

1.2

Oce

an

o

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

5

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M1.2.10 Descargas de águas pluviais

M1.2.10.1 Substâncias químicas

5 3 15

S,N,S,N PCC

- Histórico de descargas que originaram problemas e medidas corretivas; - Estabelecimento de planos de ação; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras dos sistemas municipalizados e restantes zonas

M1.2.10.2 Partículas M1.2.10.3 Metais pesados M1.2.10.4 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, zonas de pesca e reservas de vida aquícola

5 3 15

M1.2.11 Localização do ponto de descarga junto à costa

M1.1.12.2 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, zonas de pesca e reservas de vida aquícola.

2 3 6 S,N,S,N PCC

- Histórico de problemas e medidas corretivas; - Estabelecimento de planos de ação; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras dos sistemas municipalizados e restantes zonas.

153

Quadro C.3 – Esquema de quadro para avaliação de componente do sistema: Meio Recetor – Solo

M2 Solo

M2

.1 S

olo

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de Controlo

PC

C4

6

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M2.1.1 Utilização das lamas como fertilizante para agricultura

M2.1.1.1 Contaminação dos produtos agrícolas cultivados

2 4 8 _ _

- Conhecer o destino das lamas antes do tratamento; - Controlo da composição das lamas usadas para agricultura; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Estudo das características do meio onde se depositam as lamas

M2.1.1.2 Infiltração de materiais poluentes em reservas de água subterrâneas M2.1.1.3 Infiltração de materiais poluentes em meios hídricos próximos

M2.1.2 Micro-organismos patogénicos

M2.1.2.1 Infiltração de materiais poluentes em reservas de água subterrâneas

2 4 8 _ _ M2.1.2.2 Infiltração de materiais poluentes em meios hídricos próximos

M2.1.3 Substâncias químicas tóxicas

M2.1.3.1 Contaminação dos produtos agrícolas cultivados

2 4 8 _ _

M2.1.3.2 Infiltração de materiais poluentes em reservas de água subterrâneas M2.1.3.3 Infiltração de materiais poluentes em meios hídricos próximos

154

M2 Solo

M2

.1 S

olo

Eventos Perigosos

Risco Caracterização de Riscos Árvore de decisão Exemplos de Medidas de

Controlo

PC

C4

6

Prob. Sev. Class. Respostas PCC

M2.1.4 Metais pesados

M2.1.4.1 Contaminação dos produtos agrícolas cultivados

2 4 8 _ _

- Conhecer o destino das lamas antes do tratamento; - Controlo da composição das lamas usadas para agricultura; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Estudo das características do meio onde se depositam as lamas

M2.1.4.2 Infiltração de materiais poluentes em reservas de água subterrâneas M2.1.4.3 Infiltração de materiais poluentes em meios hídricos próximos

M2.1.5 Deposição de lamas à superfície dos solos

M2.1.5.2 Infiltração de materiais poluentes em reservas de água subterrâneas

2 3 6 _ _

- Conhecer o destino das lamas antes do tratamento; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Impermeabilização prévia da área de deposição

M2.1.5.3 Infiltração de materiais poluentes em meios hídricos próximos

155

D – QUADRO DE MONITORIZAÇÃO OPERACIONAL

Quadro D.1 – Exemplo de esquema do quadro para monitorização operacional: PCC44

PCC44

O Quê? (parâmetro)

Limite Crítico Onde? Como? Quando? Quem?

Ações Corretivas Valor Unidade

pH 6,0-9,0 Escala de Sorensen

Órgão de descarga

Eletrometria.

Semanal

Operação

- Ajuste dos processos e operações de tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Criação de histórico de ocorrências e medidas corretivas;

Temperatura Aumento de 3ºC

ºC Termometria. Operação

CBO5, 20ºC (20)

40 mg/l O2

Determinação de O2 dissolvido antes e após cinco dias de incubação a 20ºC ao abrigo da luz, com adição de inibidor da nitrificação.

Laboratório

CQO 150 mg/l O2 Método do dicromato de potássio.

SST 60 mg/l

Centrifugação (cinco minutos. Aceleração média de 2800g a 3200g), secagem a 105ºC e pesagem. Filtração através de membrana de 0,45µm, secagem a 105ºC e pesagem.

Alumínio 10 mg/l Al Espectrometria atómica. Espectrometria de emissão ótica com plasma (ICP)

156

PCC44

O Quê? (parâmetro)

Limite Crítico Onde? Como? Quando? Quem?

Ações Corretivas Valor Unidade

Ferro total 2,0 mg/l Fe

Órgão de descarga

Espectrometria atómica. Espectrometria de absorção molecular. Espectrometria de emissão ótica com plasma (ICP).

Semanal

Laboratório

- Ajuste dos processos e operações de tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Criação de histórico de ocorrências e medidas corretivas;

Manganés total 2,0 mg/l Mn Espectrometria atómica. Espectrometria de absorção molecular.

Cheiro

Não detetável

na diluição

1:20

— Inspeção olfativa. Operação

Cor

Não visível na diluição

1:20

Método fotométrico, após filtração simples, com padrões da escala Pt-Co

Laboratório Cloro residual

disponível: Livre

0,5 mg/l Cl2 Método DPD (N, N-dietil-p-fenilenodiamina). Cloro residual

disponível: Total

1,0 mg/l Cl2

157

PCC44

O Quê? (parâmetro)

Limite Crítico Onde? Como? Quando? Quem?

Ações Corretivas Valor Unidade

Fenóis 0,5 mg/l C6H5OH

Órgão de descarga

Espectrometria de absorção molecular. Método da 4-aminoantipirina. Método da paranitranilina.

Semanal Laboratório

- Ajuste dos processos e operações de tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Criação de histórico de ocorrências e medidas corretivas;

Óleos e gorduras

15 mg/l

Inspeção visual e olfativa. Extração a partir de um volume suficiente e pesagem do resíduo seco.

Sulfuretos 1,0 mg/l S Análise gravimétrica. Complexometria com EDTA. Espectrometria de absorção molecular

Sulfitos 1,0 mg/l SO3

Sulfatos 2000 mg/l SO4

Fósforo total 1 mg/l P Espectrometria de absorção molecular

Azoto amoniacal

10 mg/l NH4 Espectrometria de absorção molecular. Volumetria.

Azoto total 10 mg/l N

Mineralização, destilação segundo o método Kjeldahl, espectrometria de absorção molecular ou volumetria.

158

PCC44

O Quê? (parâmetro)

Limite Crítico Onde? Como? Quando? Quem?

Ações Corretivas Valor Unidade

Nitratos 50 mg/l NO3

Órgão de descarga

Espectrometria de absorção molecular. Cromatografia iónica. Elétrodos específicos.

Semanal Laboratório

- Ajuste dos processos e operações de tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Criação de histórico de ocorrências e medidas corretivas;

Aldeídos 1,0 mg/l

Cromatografia em fase gasosa, com deteção por captura de eletrões, após extração por solvente adequado e purificação.

Arsénio total 1,0 mg/l As

Espectrometria atómica com geração de hidretos. Espectrometria de absorção molecular.

Chumbo total 1,0 mg/l Pb Espectrometria atómica. Polarografia.

Cádmio total 0,2 mg/l Cd Espectrometria atómica. Polarografia.

Crómio total 2,0 mg/l Cr Espectrometria atómica. Espectrometria de absorção molecular.

Crómio hexavalente

0,1 mg/l Cr (VI)

Cobre total 1,0 mg/l Cu

Espectrometria de absorção molecular. Espectroscopia de absorção atómica. Espectrometria de emissão ótica com plasma (ICP).

159

PCC44

O Quê? (parâmetro)

Limite Crítico Onde? Como? Quando? Quem?

Ações Corretivas Valor Unidade

Níquel total 2,0 mg/l Ni

Órgão de descarga

Espectrometria atómica. Espectrometria de emissão ótica com plasma (ICP)

Semanal Laboratório

- Ajuste dos processos e operações de tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Criação de histórico de ocorrências e medidas corretivas;

Mercúrio total 0,05 mg/l Hg Espectrometria atómica sem chama (vaporização a frio).

Cianetos totais 0,5 mg/l CN Volumetria. Espectrometria de absorção molecular.

Óleos minerais 15 mg/l

Inspeção visual e olfativa. Extração a partir de um volume suficiente e pesagem do resíduo seco.

Detergentes (sulfato de

lauril e sódio) 2,0 mg/l

Espectrometria de absorção molecular

160

E – QUADRO DE GESTÃO DE ROTINA

Quadro E.1 – Exemplo de ficha de gestão de rotina para o PCC44

PCC44 M1 Meio Hídrico M1.1 Rio Eventos Perigosos

M1.1.3 Micro-organismos patogénicos M1.1.4 Subprodutos da desinfeção M1.1.6 Substâncias químicas tóxicas M1.1.5 Nutrientes

M1.1.7 Matéria orgânica em decomposição M1.1.8 Partículas M1.1.10 Descargas ilegais de efluentes não tratados M1.1.11 Descargas de águas pluviais M1.1.12 Existência de albufeira a jusante M1.1.13 Existência de estuário a jusante

M1.1 Rio

M1.1.3.1 Morte de espécies animais M1.1.3.2 Morte de espécies vegetais M1.1.3.3 Morte de seres humanos M1.1.3.4 Doenças em espécies animais M1.1.3.5 Doenças em espécies vegetais M1.1.3.6 Doenças em seres humanos M1.1.3.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante M1.1.4.1 Morte de espécies animais M1.1.4.2 Morte de espécies vegetais M1.1.4.3 Morte de seres humanos

161

M1.1.4.4 Doenças em espécies animais M1.1.4.5 Doenças em espécies vegetais M1.1.4.6 Doenças em seres humanos M1.1.4.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante M1.1.5.1 Eutrofização M1.1.5.2 Degradação da qualidade da água em pontos de captação de água bruta para abastecimento M1.1.6.1 Morte de espécies animais M1.1.6.2 Morte de espécies vegetais M1.1.6.3 Morte de seres humanos M1.1.6.4 Doenças em espécies animais M1.1.6.5 Doenças em espécies vegetais M1.1.6.6 Doenças em seres humanos M1.1.6.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante M1.1.7.1 Odores M1.1.7.2 Turvação M1.1.7.3 Insetos M1.1.6.7 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares M1.1.8.1 Turvação M1.1.8.2 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares M1.1.10.1 Micro-organismos patogénicos M1.1.10.2 Partículas M1.1.10.3 Substâncias químicas tóxicas M1.1.10.4 Substâncias farmacêuticas

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M1.1.10.5 Matéria orgânica M1.1.10.6 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega e para abastecimento, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante M1.1.11.1 Substâncias químicas M1.1.11.2 Partículas M1.1.11.3 Metais pesados M1.1.11.4 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega e para abastecimento, zona de pesca e reservas de vida aquícola a jusante M1.1.12.1 Massa de água estanque – baixo poder de diluição M1.1.12.2 Perturbações da qualidade da água de zonas balneares, de atividades recreativas, pontos de captação de água para rega e para abastecimento, zonas de pesca e reservas de vida aquícola. M1.1.13.1 Mistura de massas de água de características diferentes: possibilidade de reações químicas M1.1.13.2 Existência de espécies de fauna e flora sensíveis M1.1.13.3 Perturbações da qualidade da água de zonas de atividades recreativas, zona de pesca e reservas de vida aquícola.

Medidas De Controlo

- Monitorização das populações de fauna e flora existente; - Monitorização de afluências aos hospitais devido a problemas relacionados com a utilização de meios hídricos; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas; - Verificação dos processos/operações responsáveis pela eliminação destes poluentes em ETAR; - Estabelecimento de protocolos de alerta e ação entre entidades gestoras da ETAR e restantes zonas. - Monitorização de atividades ilegais por parte das autoridades civis; - Histórico de descargas ilegais e de medidas corretivas - Estabelecimento de planos de ação. - Histórico de descargas que originaram problemas e medidas corretivas.

Monitorização Operacional O Quê? LC Unidade Quando? Quem? Ações Corretivas

pH 6,0-9,0 Escala de Sorensen

Semanal

Operação - Ajuste do tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Histórico de ocorrências e medidas corretivas;

Temperatura Aumento de 3ºC ºC CBO5, 20ºC

(20) 40 mg/l O2

Laboratório CQO 150 mg/l O2 SST 60 mg/l

Alumínio 10 mg/l Al Ferro total 2,0 mg/l Fe

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Manganés total

2,0 mg/l Mn

Cheiro Não detetável

na diluição 1:20

Semanal

Operação

- Ajuste dos processos e operações de tratamento; - Utilização de mão-de-obra qualificada; - Criação de histórico de ocorrências e medidas corretivas;

Cor Não visível na diluição 1:20

Laboratório

Cloro residual disponível:

Livre 0,5 mg/l Cl2

Cloro residual disponível:

Total 1,0 mg/l Cl2

Fenóis 0,5 mg/l C6H5OH Óleos e gorduras

15 mg/l

Sulfuretos 1,0 mg/l S Sulfitos 1,0 mg/l SO3 Sulfatos 2000 mg/l SO4

Fósforo total 1 mg/l P Azoto

amoniacal 10 mg/l NH4

Azoto total 10 mg/l N Nitratos 50 mg/l NO3 Aldeídos 1,0 mg/l

Arsénio total 1,0 mg/l As Chumbo total 1,0 mg/l Pb Cádmio total 0,2 mg/l Cd Crómio total 2,0 mg/l Cr

Crómio hexavalente

0,1 mg/l Cr (VI)

Cobre total 1,0 mg/l Cu Níquel total 2,0 mg/l Ni

Mercúrio total 0,05 mg/l Hg Cianetos totais 0,5 mg/l CN Óleos minerais 15 mg/l

Detergentes (sulfato de

lauril e sódio) 2,0 mg/l

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