ANDREZA NEGRELI SANTOS · Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS Prof. Dr. Jeandre...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS, ALIMENTOS E NUTRIÇÃO
PROGRAMA DE MESTRADO EM FARMÁCIA
ANDREZA NEGRELI SANTOS
Empregabilidade de testes de genética toxicológica no estudo da evolução de danos
genéticos no estadiamento do carcinoma de células escamosas de cavidade oral e no
biomonitoramento de risco ocupacional a medicamentos antineoplásicos
Campo Grande - MS
2018
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ANDREZA NEGRELI SANTOS
Empregabilidade de testes de genética toxicológica no estudo da evolução de danos
genéticos no estadiamento do carcinoma de células escamosas de cavidade oral e no
biomonitoramento de risco ocupacional a medicamentos antineoplásicos
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Farmácia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Farmácia.
Orientador: Prof. Dr. Rodrigo Juliano Oliveira
Campo Grande - MS
2018
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ANDREZA NEGRELI SANTOS
Empregabilidade de testes de genética toxicológica no estudo da evolução de danos
genéticos no estadiamento do carcinoma de células escamosas de cavidade oral e no
biomonitoramento de risco ocupacional a medicamentos antineoplásicos
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Farmácia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Farmácia.
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof. Dr. Rodrigo Juliano Oliveira Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
Prof. Dr. Jeandre Augusto dos Santos Jaques Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
Profa. Dra. Dayana Doffinger Ramos Faculdade da Alta Paulista - FADAP
Campo Grande - MS
2018
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“Ninguém é suficientemente perfeito que não possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente estruído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão”.
São Francisco de Assis.
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Agradecimentos
Senhor nosso Deus, obrigado por tudo, pela saúde e sabedoria no decorrer
desses anos. Cada momento me fez amadurecer e me tornar uma pessoa melhor.
Aos meus pais Agnaldo e Maria, meus irmãos André e Alex por estarem presentes,
pois não há palavras que expressem o meu amor e minha gratidão por tudo que
fizeram por mim.
Ao meu esposo Carlos, por fazer parte da minha vida, por me incentivar, ajudar,
apoiar e comigo resistir aos momentos difíceis, pois em sua dedicação e paciência,
me fez prosseguir.
Ao meu Orientador, professor Dr. Rodrigo Juliano Oliveira, que mesmo com
minhas limitações, me recebeu de forma fraternal, sempre prestativo e de prontidão
para repassar seu conhecimento. Sempre serei grata por me ajudar, por sua gentileza
e amizade.
Ao professor Dr. Roberto da Silva Gomes, por abrir seu laboratório, por contribuir
no experimento, pelas explicações e risadas nos momentos de descontração. À professora Dra. Andréa Luiza Cunha Laura, que me recebeu em momento tão
singular. Obrigado pelas contribuições.
Ao professor Dr. Jeandre Augusto dos Santos Jaques, por toda a sua atenção e
contribuição na correção da dissertação e participações nas bancas.
Ao professor Dr. Wilson de Barros Cantero, por sua contribuição na correção da
dissertação e participações nas bancas.
À minha amiga Dayana, por fazer parte da minha vida, pelos conselhos e palavras
de carinho, por me ajudar a chegar até aqui. Foi com você que tudo começou.
Ao meu amigo Lucas, por sua amizade e pela incomensurável parceria e ajuda
durante todo o mestrado.
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Agradecimentos
Aos Parças Lucas, Edwin, João, Raissa, Ana Paula, Bruno, Luana, Leal, Giovana,
Michel e aos Colegas do CeTroGen que de alguma forma me ajudaram durante o
mestrado, meu muito obrigado.
Aos colegas Farmacêuticos da Oncologia, pela disponibilidade e colaboração
durante as coletas.
A todos os professores que ministraram aulas durante o mestrado.
Ao Luiz da secretaria, pela disposição, apoio e amizade.
A CAPES pela ajuda financeira.
Meus sinceros agradecimentos a todos.
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RESUMO
SANTOS, Andreza Negreli. Empregabilidade de testes de genética toxicológica no estudo da evolução de danos genéticos no estadiamento do carcinoma de células escamosas de cavidade oral e no biomonitoramento de risco ocupacional a medicamentos antineoplásicos. 2018. Dissertação (Mestrado em Farmácia). Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Medicamentos antineoplásicos são cada vez mais utilizados para tratamento do câncer e, na genética toxicológica, a avaliação quantitativa dos riscos de mutação para o ser humano, de uma determinada substância, tem objetivo de desenvolver medidas preventivas, exposição ocupacional e ambiental. Todo o material genético que caracteriza cada espécie está contido na molécula de DNA, no núcleo das células, nos cromossomos. O desenvolvimento da neoplasia tem base genética e pode ocorrer a partir de lesões nos cromossomos, levando a formação dos oncogêneses, e também pode estar associado a falhas nos mecanismos de reparação e nos genes supressores tumorais. Na neoplasia de células escamosas da mucosa oral, que na maioria dos pacientes é tardiamente diagnosticada em estágios avançados (III ou IV), muitas vezes se utiliza antineoplásicos para tratamento. Esta terapia trás o risco de exposição ocupacional aos profissionais envolvidos e pacientes. Este estudo foi planejado com o objetivo de avaliar a empregabilidade de testes de genética toxicológica na pesquisa de danos ao DNA, de profissionais farmacêuticos e enfermeiros; e em pacientes diagnosticados com câncer de cavidade oral em diferentes estágios da doença. Utilizaram-se amostras de sangue para o ensaio do cometa, raspado da mucosa oral para o teste de micronúcleo e urina para pesquisa de ciclofosfamida (CP) por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas de profissionais que manuseiam antineoplásicos e; para pacientes com câncer oral foram utilizados raspado de mucosa oral para o ensaio do cometa, pesquisa de micronúcleo (MN), e apoptose. Foi encontrado um aumento estatisticamente significativo de danos nos linfócitos cultivados dos profissionais para o ensaio cometa; e nas células da mucosa oral dos pacientes com câncer de cavidade oral pelo teste do MN, quando comparados ao grupo controle (p<0,05). Também foi identificada a presença de N-trifluoroacetilado/CP nas amostras de urina no grupo de profissionais farmacêuticos e enfermeiros que manuseiam antineoplásicos (p>0,05). Palavras Chave: Biomonitoramento, Câncer de cavidade oral, Genética toxicológica, Exposição ocupacional.
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ABSTRACT The study of applicability of toxicological genetics tests in the evolution of genetic damage in staging of squamous cell carcinoma of the oral cavity and in biomonitoring of occupational risk to antineoplastic drugs. 2018. Dissertation (Master degree in Pharmacy). Federal University of Mato Grosso do Sul. Antineoplastic drugs are increasingly being used for cancer treatment and, in toxicological genetics, the quantitative assessment of the human mutation risk of a particular substance is intended to develop preventive measures or limits on therapeutic use, occupational and environmental exposure. All the genetic material that characterizes each species is contained in the DNA, in the nucleus of the cells, in the chromosomes. The development of malignant neoplasm is genetic and can occur from chromosome lesions, leading to the formation of oncogenes, and may also be associated with defects in repair mechanisms and in the tumor suppressor genes. In malignant squamous cell neoplasm of the oral mucosa, which in most patients is late diagnosed in advanced stages (III or IV), chemotherapy is often used for treatment. This therapy brings the risk of occupational exposure to the involved professionals and patients. This study was designed with the objective of evaluating the applicability of toxicological genetic tests in DNA damage research, of pharmacists and nurses; and in patients diagnosed with oral cancer at different stages of the disease using blood samples for the comet assay, micronucleus test (MN) in oral mucosa cells, and urine for cyclophosphamide (CP) screening by gas chromatography coupled to spectroscopy masses of professionals who handle antineoplastic and; for mouth cancer patients, oral mucosa scraping was used for the comet assay, micronucleus test, and apoptosis. A statistically significant increase of genetic damage was found in the cultured lymphocytes of professionals for the comet assay; and in the oral mucosa cells of patients with oral cancer by the MN test, when compared to the control group (p <0.05). The presence of N-trifluoroacetylated / CP in urine samples was also identified in the group of professionals who handled antineoplastic agents (p> 0.05). Key words: Biomonitoring, Oral cavity cancer, Toxicological genetics, Occupational exposure.
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SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS............................................................................................... 10
LISTA DE FIGURAS................................................................................................ 11
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................. 14
2.1. Formação e classificação do câncer........................................................................... 14
2.1.1. Oncogêneses e supressores tumorais......................................................................... 15
2.1.2. Metástases.................................................................................................................. 16
2.2. Câncer de cavidade oral ............................................................................................ 17
2.3. Protocolos de tratamentos.......................................................................................... 19
2.4. Medicamentos antineoplásicos.................................................................................. 21
2.5. Exposição ocupacional.............................................................................................. 22
3. ENSAIOS.................................................................................................................. 23
3.1. Genotoxicidade.......................................................................................................... 23
3.1.1. Ensaio do cometa....................................................................................................... 24
3.1.2. Ensaio de micronúcleo............................................................................................... 24
3.1.3. Morte celular.............................................................................................................. 24
3.2. Cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas..................................... 25
3.2.1. Ciclofosfamida.......................................................................................................... 25
4. REFERÊNCIAS......................................................................................................... 27
5. OBJETIVOS............................................................................................................... 33
5.1. Objetivo geral............................................................................................................ 33
5.2. Objetivos específicos.................................................................................................. 33
6. MANUSCRITO I ..................................................................................................... 34
7. MANUSCRITO II ..................................................................................................... 46
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 58
ANEXOS.................................................................................................................... 59
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LISTA DE TABELAS
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................... 14
Tabela 1. Classificação do estadiamento do câncer de cavidade oral .................... 18
Tabela 2. Classificação dos estágios do câncer de cavidade oral ........................... 19
MANUSCRITO 1.................................................................................... 34
Tabela 1. Parâmetros dos grupos de estudo............................................................. 43
MANUSCRITO 2.................................................................................... 46
Tabela 1. Dados demográficos de profissionais expostos a antineoplásicos........... 55
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LISTA DE FIGURAS
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 14
Figura 1. Progressão Tumoral........................................................................................ 14
Figura 2. Oncogenses..................................................................................................... 16
Figura 3. Estrutura da ciclofosfamida/CP........................................................................ 26
MANUSCRITO 1........................................................................................... 34
Figura 1. Resultados câncer cavidade oral..................................................................... 44
MANUSCRITO 2............................................................................................ 46
Figura 1. Estrutura de CP/N-trifluoroacetylated.............................................................. 50
Figura 2. Resultados dos ensaios genéticos.................................................................... 56
Figura 3. Resultados da análise CP na urina................................................................... 57
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1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da sociedade cada vez mais expõe as pessoas ao contato com
inúmeros fatores capazes de produzirem mutações em células somáticas ou germinativas,
o que pode levar ao aparecimento de doenças como neoplasia maligna e malformações
(KATARKAR et al., 2014). A genética toxicológica, por sua vez, estuda possíveis efeitos
de fatores físicos, químicos, biológicos e ambientais, com o objetivo de contribuir para o
desenvolvimento de medidas de proteção das pessoas e limites de utilização de produtos
(WANG et al., 2017; ZEIGER, 2017) que possam causar danos no DNA e prejuízos para
os organismos (fauna, flora e humanos).
A pesquisa de dano genético é extensa e aplica-se, principalmente, a estudos de
genotoxicidade de produtos, biomonitoramento de populações específicas e
monitoramento ambiental e; ainda aplicações em células de tecidos humanos podem
trazer importantes informações para o diagnóstico, o prognóstico e o tratamento de
doenças, como é o caso do câncer (ZEIGER, 2017), bem como, para monitorar a
segurança de exposições ocupacionais (VYAS et al., 2014).
Na genética toxicológica é possível identificar danos à integridade do DNA e, as
alterações ocorridas podem ser de duas formas; a direta, que impende à duplicação com
incorporação de análogo de base, e a indireta, que bloqueia a duplicação, formando
dímeros, ligação cruzada e quebra em uma ou nas duas hélices do DNA (KATARKAR
et al., 2014). Uma lesão no DNA é seguida do processo de reparação, ocorrendo reparo
isento de erro, assim impedindo a mutação, ou o reparo submisso a erro, originando as
mutações. Quando o reparo não acontece, pode ocasionar o acúmulo de lesões dando
origem a uma célula tumoral (OLIVEIRA et al., 2015).
Alguns métodos de pesquisa de dano genético são utilizados, entre eles o ensaio
do cometa, o teste de micronúcleos e de morte celular por apoptose (BONASSI, 2011a;
SINGH et al., 2015; YADAV, JAGGI, 2015).
O ensaio do cometa baseia-se na avaliação de danos e reparos de DNA em células
individuais. As células são submetidas à solução de lise de membranas celulares, seguida
pela indução da migração eletroforética do DNA liberado em matriz de agarose,
migrando-se para em direção ao polo positivo, fazendo com que o nucleóide da célula
com DNA danificado apareça em forma de cometa, uma cauda. Quando observado ao
microscópio, a célula migrada adquire a forma aparente de um cometa, com cabeça, a
região nuclear, e cauda, que contém fragmentos ou fitas de DNA que migraram na direção
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do ânodo. A análise dos cometas baseia-se no grau de fragmentação do DNA e sua
migração pela eletroforese. Medidas como o comprimento total da "cauda" e a densidade
de DNA fornecem dados indiretos sobre o estado do DNA da amostra (KATARKAR et
al., 2014).
O micronúcleo, quando presente na célula, é um biomarcador de genotoxicidade
formado por fragmentos de cromossomo ou por cromossomos inteiros que sofrem atraso
na migração durante a anáfase e terminam por formar pequenos núcleos (BONASSI et
al., 2011b; KASSHYAP; REDDY, 2012; YADAV, JAGGI, 2015; SINGH et al., 2015).
A apoptose, um processo de morte celular programada para células que não são
mais necessárias ao organismo, é caracterizada pela presença de fragmentação do núcleo,
condensação da cromatina e picnose (SINGH et al., 2015).
O aumento de alterações relacionadas a apoptose pode acontecer em virtude de
danos genotóxicos, e pode relacionar-se ao processo de transformação maligna (WANG
et al., 2014).
O principal fator etiológico no câncer oral é o tabagismo associado ou não ao
alcoolismo (BRAGWATH; CHANDRA, 2014; RAJMOHAN et al., 2015; SINGH et al.,
2015). Os dois fatores parecem agir em sinergismo na gênese do dano celular; mas, nem
todos os indivíduos expostos desenvolvem o carcinoma de células escamosas de cavidade
oral, o que sugere uma predisposição genética ou multifatorial para a ocorrência dessa
neoplasia (SINGH et al., 2015; YADAV; JAGGI, 2015).
A associação do dano genético com falhas nos mecanismos de reparação são os
eventos moleculares que estão envolvidos com o início e a progressão da carcinogênese.
Isso pode ocasionar o aumento do número de pacientes que necessitam de tratamento
quimioterápico e, elevar o número de profissionais expostos durante o manuseio de
medicamentos na terapia oncológica (HON; ABUSITTA, 2016).
O tratamento atual de pacientes com câncer utiliza uma grande variedade de
medicamentos também conhecidos por antineoplásicos e/ou quimioterápicos;
medicamentos que são potencialmente mutagênicos, genotóxicos e teratogênicos para
humanos (BONASSI, 2011a; ZHANG et al., 2016). Portanto, profissionais expostos,
assim como pacientes, podem sofrer danos em genes de células somáticas e/ou células
germinativas, como proto-oncogenes e genes supressores tumorais o que poderia
desencadear o desenvolvimento de tumores (INCA, 2017; BOHLANDT et al., 2017).
Logo, é necessário que os riscos ocupacionais sejam minimizados e biomonitorados
(BOLZAN, 2011).
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Diante do exposto, este estudo teve o objetivo de avaliar a empregabilidade de
testes de genética toxicológica no estudo da evolução de danos genéticos no estadiamento
do carcinoma de células escamosas de cavidade oral e no biomonitoramento de risco
ocupacional de farmacêuticos e equipe de enfermagem que manuseiam medicamentos
antineoplásicos.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Formação e classificação do câncer
As alterações genéticas são a base primária da carcinogênese e esse processo, se
dá lentamente até que uma célula se torne mutada e dê origem ao tumor clinicamente
detectável (ZEIGER et al., 2017).
Os estágios para a alteração genética da célula são três (Figura 1), sendo eles: 1)
estágio de iniciação, onde as células sofrem o efeito de um agente carcinogênico
provocando modificações em alguns de seus genes. Nesta fase as células se encontram
geneticamente alteradas. Porém, ainda não é possível se detectar o tumor; 2) estágio de
promoção, onde as células geneticamente alteradas sofrem o efeito dos agentes
cancerígenos classificados como onco-promotores e a célula é transformada em célula
tumoral, de forma lenta e gradual; e 3) estágio de progressão, o último estágio, que se
caracteriza pela multiplicação descontrolada, sendo esta fase irreversível. Neste último
estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações
clínicas da doença (PANKAU et al., 2015).
Figura 1. Progressão tumoral. Fonte: INCA, 2017.
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Na fase de neoplasia maligna instalada, o tumor é classificado conforme o tecido
que o originou, ou seja, classificação primária. Assim, os principais são: 1) os carcinomas,
os mais comuns, aqueles originados de células de revestimento como a pele ou epitélios
de órgãos internos como a boca, o estômago, o intestino, a bexiga, o útero, os ovários, os
ductos mamários, a próstata e o pâncreas; 2) os sarcomas, originam-se de tecidos de apoio
como o tecido adiposo, ósseo, muscular e conjuntivo; 3) os linfomas, que se originam em
órgãos linfóides; 4) as leucemias, que tem origem mielóide ou linfóide; 5) os mielomas,
que são tumores originados de células plasmáticas ou plasmócitos (um subtipo de
linfócitos B) produzidos na medula óssea; 6) os melanomas, que se originam de células
(melanócitos) produtoras de pigmentos da pele (melanina); 7) os gliomas, que se originam
do tecido cerebral ou da medula espinhal; 8) os neuroblastomas, proveniente de células
neuronais embrionárias; e 9) os cânceres das células germinativas, que ocorre em células
específicas da linhagem reprodutiva dos testículos e ovários (INCA, 2017; MOURA et
al., 2016).
2.1.1. Oncogêneses e genes supressores tumorais
Os proto-oncogenes auxiliam no processo normal de proliferação celular e,
quando um proto-oncogene sofre mutação, se torna um gene deletério, chamado de
oncogene. Quando isso ocorre, as células tem seu crescimento desordenado, formando
um tumor (LIUZZI et al., 2007; PASMA et al., 2009).
Existem tumores que aparecem pela presença de mutações herdadas nos proto-
oncogeneses ocasionando a ativação da oncogênese (Figura 2). Processo que ocorre
lentamente para que uma célula prolifere e dê origem a um tumor aparente (ALMEIDA
et al., 2005; MIGNOGNA et al., 2002).
Genes supressores tumorais envolvem uma série de proteínas relacionadas ao
controle de mecanismos de proliferação celular e/ou apoptose. Quando ocorre algum erro
com esses supressores as células podem se dividir descontroladamente, levando ao câncer
(COLOMBO, RAHAL, 2009; LIUZZI et al., 2007).
A diferença entre oncogeneses e supressores tumorais é que, oncogenes procedem
da alteração e ativação dos proto-oncogene e os genes supressores ocasionam o câncer
quando inativados, pois não retardam a duplicação celular permitindo o reparo.
Normalmente, há necessidade de várias mutações para que uma célula se torne tumoral
(YUKI et al., 2016).
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2.1.2. Metástases
Além da capacidade de invadir por contiguidade os tecidos e órgãos vizinhos, o
tumor maligno pode comprometer outros tecidos e órgãos distantes por meio das
chamadas metástases. Para que uma célula tumoral seja metastática ela precisa adquirir a
capacidade de se desprender do tumor de origem e migrar para outros tecidos,
transportando-se através do interior de vasos sanguíneos ou linfáticos e disseminando-se
para órgãos distantes do tumor de origem, formando assim novas lesões, as metástases à
distância (COLOMBO, RAHAL, 2009; PASMA et al., 2009; YUKI et al., 2015).
Em estágios avançados estas células tumorais se multiplicam tão rápido que vão
substituindo as normais. Os tecidos perdem a capacidade funcional, o que leva à falência
do órgão invadido e a morte do paciente (EL-NAAJ et al., 2011).
No câncer não invasivo ou carcinoma in situ que é o primeiro estágio, a célula está
somente na camada superficial do tecido na qual se desenvolveu, sendo esta fase curável
desde que, tratado antes de se originar a fase do câncer invasivo, ou seja, a fase agressiva
que envolve outras partes do órgão ou do corpo, dando origem ao tumor metastático, que
exige um tratamento complexo e paliativo (PANKAU et al., 2015).
Figura 2. Oncogênese Fonte: Oncologia do Brasil, 2017.
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2.2. Câncer de cavidade oral
O câncer de cavidade oral é uma denominação que inclui os cânceres que afetam
os lábios e o interior da cavidade oral (OLIVEIRA et al., 2015). No Brasil, o câncer oral
representa o quinto tipo de câncer em incidência entre os homens e o sétimo entre as
mulheres (INCA, 2017). O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou para 2016/2017
15.490 novos casos, sendo 11.140 homens e 4.350 mulheres. Também se estimou o
número de mortes de 5.401, sendo 4.223 homens e 1.178 mulheres (INCA, 2017).
Estudos relacionam a associação entre o câncer oral e a pobreza. Observa-se que
altas taxas de mortalidade e morbidade associam-se às áreas de baixo nível
socioeconômico. Logo, as características culturais do povo e a capacidade de acesso ao
tratamento e à tecnologia nos serviços públicos de saúde são escassas, e isso parece
determinar a variação da incidência do câncer de cavidade oral no mundo. Assim, em
países desenvolvidos, o câncer oral apresenta taxas de incidência e mortalidade menores
quando comparados aos países em desenvolvimento (CARVALHO et al., 2004).
A etiopatogenia do câncer é considerada de causa multifatorial e tem sido bastante
estudada a sua gênese, evolução e resposta à terapêutica. Alguns estudos moleculares têm
se destacado, como a participação da proteína p53, do oncogene H-ras, da proteína p16,
dentre outros, que possibilitaram avançar no conhecimento sobre a carcinogênese
(MIGNOGNA et al., 2002; MONTORO et al., 2008).
O câncer de cavidade oral ocorre, geralmente, em pacientes com idades a partir de
50 anos de vida, embora a incidência em indivíduos mais jovens venha aumentando na
última década. É mais comum em pessoas que utilizam agentes carcinogênicos
conhecidos, como o tabaco e álcool, por tempo suficiente para gerar e acumular mutações
nos tecidos afetados. E, pode se manifestar sob a forma de feridas na cavidade oral ou no
lábio que não cicatrizam, caroços, inchaços, áreas de dormência, sangramentos sem causa
conhecida, dor na garganta que não melhora e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas
na parte interna da cavidade oral ou do lábio. Nas fases mais evoluídas, o câncer oral
provoca mau hálito, dificuldade em falar e engolir, caroço no pescoço e perda de peso
(BOFFETTA, et al., 2006; GONÇALVEZ et al., 2014; INCA, 2017).
Para se estabelecer um fator prognóstico, observa-se o caminho da doença nos
diferentes grupos etários de pacientes que desenvolvem câncer oral, principalmente, os
que se encontram fora do padrão esperado, ou seja, pacientes jovens (LLEWELLYN et.
al., 2001; MINICUCCI et al., 2008).
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Esse câncer é classificado em estágios de acordo com a classificação de Tumores
Malignos (TNM) padronizado pela Union for International Cancer Control (UICC), onde
T representa a dimensão do tumor, N o número, tamanho e localização dos linfonodos
cervicais comprometidos; e M representa a presença ou não de metástases à distância
(Tabela 1) (BERNARDO; NUNES, 2010). A primeira estação de drenagem, nível I é a
submandibular; a II, III, IV representam as jugulocarotídeas do terço superior, médio e
inferior respectivamente e, a V trata-se da fossa supraclavicular BERNARDO; NUNES,
2010). Os níveis I e II são os mais frequentemente acometidos pelo câncer oral. O
prognóstico dos pacientes com câncer de cavidade oral depende do estadiamento da área
da cavidade oral comprometida e do estadiamento do sistema TNM que divide os doentes
em estágios I a IV (Tabela 2). As lesões situadas nas porções mais anteriores e as lesões
iniciais (I-II) têm um prognóstico melhor em comparação com as lesões avançadas (III -
IV) (COSTA et al., 2002).
Tabela 1. Classificação do estadiamento do câncer de cavidade oral
TNM Descrição
T Tamanho do tumor primário
Tx Tumor primário não pode ser avaliado
Tis Carcinoma in situ
T1 Tumor 0-2 cm de diâmetro
T2 Tumor 2-4 cm de diâmetro
T3 Tumor > 4 cm de diâmetro
T4a Tumor invadindo estruturas adjacentes (osso, seio maxilar, pele e língua)
T4b Tumor invadindo espaço mastigatório, placa pterigóide, base de crânio ou
revestimento da artéria carótida interna.
N Presença de linfonodos regionais
Nx Linfonodos não podem ser avaliados
N0 Não há disseminação para linfonodos regionais
N1 Um linfonodo < 3 cm, ipsilateral
N2a Um linfonodo > 3 cm e < 6 cm, ipsilateral
N2b Múltiplos linfonodos < 6 cm, ipsilateral
N2c Múltiplos linfonodos < 6 cm, ipsilateral ou contralaterais
N3 Ao menos um linfonodo > 6 cm
M Presença de metástase distante
Mx A presença de disseminação não pode ser avaliada
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M0 Não há metástase distante
M1 Metástase em órgão distante
Fonte: Bernardo; Nunes, 2010.
Tabela 2. Classificação dos estágios do câncer de cavidade oral
Estágio Classificação TNM
Estágio 0 Tis, N0, M0
Estágio I T1, N0, M0
Estágio II T2, N0, M0
Estágio III T3, N0, M0 T1, N1, M0 T2, N1, M0 T3, N1, M0
Estágio IVa T4, N0, M0 T4, N1, M0 Qualquer T, N2, M0
Estágio IVb Qualquer T, N3, M0
Estágio IVc Qualquer T, Qualquer N, M1
Fonte: Bernardo; Nunes, 2010.
2.3. Protocolos de tratamentos
As modalidades terapêuticas para o câncer bucal são cirurgia, radioterapia e
quimioterapia. A mais indicada é a cirurgia, com bons resultados na maioria dos casos. O
tratamento radioterápico pode ser também utilizado em associação com cirurgia nos casos
mais avançados, ou ainda associados à quimioterapia utilizando a cisplatina como agente
único, quando não for possível o tratamento cirúrgico (CONNOR et al., 2010).
Estudos mostram que a associação de radioterapia e quimioterapia pode elevar
para 37% a sobrevida dos pacientes em três anos, quando comparado aos 23% para
aqueles submetidos à radioterapia isolada (RT) (SANTOS et al., 2010). Hoje também já
se utilizam o anticorpo monoclonal cetuximabe em combinação a outros tipos de
tratamento (CONITEC, 2013) e, alguns médicos preconizam a radioterapia concomitante
à quimioterapia no pré-operatório, pela redução do volume tumoral, podendo a cirurgia
ser realizada após este tratamento inicial (cirurgia de resgate); apesar de os efeitos
colaterais serem substanciais e nem sempre toleráveis para os pacientes (GODENY et al.,
2014).
A cirurgia deve permanecer como a primeira escolha como terapia para o câncer
oral, sendo que a modalidade varia de acordo com a extensão clínica ou estadiamento da
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doença, variando de uma excisão local até uma remoção mais ampla incluindo ossos da
face e linfonodos cervicais (MEIRELES et al., 2006).
A quimioterapia é um tratamento sistêmico do câncer onde se utilizam
medicamentos antineoplásicos, administrados em intervalos regulares, que variam de
acordo com os esquemas terapêuticos (RAJMOHAN, 2015).
Quimioterapia precedente, neoadjuvante ou citorredutora são indicadas para a
redução de tumores que são irressecáveis e também para tentar tornar os tumores
ressecáveis e melhorar o prognóstico do paciente (BERNARDO, NUNES, 2010).
Quimioterapia adjuvante ou profilática indicada após o tratamento cirúrgico curativo,
quando o paciente não apresenta qualquer evidência de neoplasia maligna detectável por
exame físico e exames complementares; e na quimioterapia curativa, a finalidade de curar
pacientes com neoplasias malignas estando ou não associada à cirurgia e à radioterapia
(REKHADEVI et al., 2007).
A quimioterapia para controle da doença está indicada para o tratamento de
tumores sólidos, avançados e/ou recidivados, ou neoplasias hematopoiéticas de
desenvolvimento crônico; permitindo aumentar a sobrevida dos pacientes. Porém, sem
possibilidade de cura. A quimioterapia paliativa está indicada para a paliação de sinais e
sintomas que comprometem a capacidade funcional do paciente (doença avançada,
recidivada ou metastática), que tende a evoluir independente do tratamento aplicado
(MOURA et al., 2016).
Outro tratamento disponível é a hormonioterapia, tratamento considerado também
quimioterápico, pois consiste no uso de medicamentos semelhantes ou inibidoras de
hormônios para tratar as neoplasias dependentes destes (INCA, 2017).
Há também tratamento com anticorpos monoclonais associados à antineoplásicos
ou independentes, para aumentar a eficácia dos tratamentos. Nos tipos mais frequentes de
linfomas agressivos, a adição de anticorpos monoclonais tem mostrado aumento na taxa
de cura e sobrevida, em comparação com a quimioterapia convencional (MOURA et al.,
2016).
Anticorpos monoclonais são proteínas produzidas no nosso organismo que
ajudam o sistema imunológico a combater vírus, bactérias e câncer por meio do
reconhecimento de antígenos; e com o avanço da ciência, os anticorpos monoclonais
puderam ser produzidos em laboratório com antígenos específicos (epítopo) (HON et al.,
2014).
21
2.4. Medicamentos antineoplásicos
Medicamentos antineoplásicos são empregados para algumas patologias, como o
câncer, e tem a finalidade de destruir cânceres e/ou células neoplásicas e, tem a finalidade
de impedir ou inibir o crescimento e a disseminação de tumores (HON et al., 2011). E, o
uso de substâncias químicas, isoladas ou em combinação, para destruir ou controlar o
crescimento das células tumorais abrange a quimioterapia combinada, associado com
outros métodos de tratamentos como a radioterapia e cirurgia (MOURA et al., 2016).
Chabner e Calabresi, (2008) apresentaram medicamentos antineoplásicos onde o
critério de classificação se baseia na interferência no mecanismo de ação das diferentes
etapas da síntese do DNA, transcrição e transdução. Mas, outros autores consideram esta
classificação inadequada, pois os agentes hormonais e outros, não são classificáveis desta
forma (JERONIMO et al., 2015).
Os medicamentos utilizados no tratamento do câncer afetam tanto as células
normais como as neoplásicas. Porém, eles acarretam maior dano às células malignas do
que às dos tecidos normais, devido às diferenças quantitativas entre os processos
metabólicos dessas células (HON et al., 2011; SESSINK et al., 1997).
Assim o DNA das células age como modelador na produção de formas específicas
de RNA transportador, RNA ribossômico e RNA mensageiro e, assim determina qual
enzima será sintetizada pela célula. As enzimas são responsáveis pela maioria das funções
celulares, e a interferência nesses processos afetam a função e a proliferação tanto das
células normais como das neoplásicas (KATARKAR et al., 2014; MCKENNA et al.,
2008).
A maioria dos medicamentos utilizados na quimioterapia interfere no mecanismo
celular e a melhor concepção do ciclo celular normal levou à definição dos mecanismos
de ação da maioria dos medicamentos. Assim, Almeida et al., (2005) classificou os
antineoplásicos conforme o ciclo celular, em ciclo inespecífico e ciclo específico.
Quanto à resistência aos antineoplásicos, entende-se que a células desenvolvem
novas codificações genéticas (mutação) e/ou são estimuladas a desenvolver tipos
celulares resistentes quanto expostos aos antineoplásicos, processo de seleção clonal
(SESSINK et al., 2011). Existem classes de medicamentos antineoplásicos para
tratamentos oncológicos como: agentes alquilantes que se ligam ao DNA impedindo a
separação dos dois filamentos do DNA na dupla hélice espiralar (replicação) e, portanto,
22
afeta em todas as fases do ciclo celular, isso inclui a classe terapêutica de mostarda
nitrogenada (ciclofosfamida).
Os antimetabólicos inibem a biossíntese dos componentes de DNA e RNA e,
portanto, impedem a divisão e funções celulares. Esse bloqueio é o principal mecanismo
dos antimetabólicos e agem na fase S do ciclo celular impedindo que as células entrem
em mitose. Os antibióticos antitumorais além de interagir com o DNA, inibem a síntese
de proteínas e, não atuam especificamente sobre uma determinada fase do ciclo celular,
podendo se inserir com outros agentes antineoplásicos. Os inibidores mitóticos podem
estacionar a mitose na fase metáfase, pela ação sobre a proteína α-tubulina e a β-tubulina
que desenvolvem os microtúbulos de onde migram os cromossomos; nesta fase da
metáfase esses cromossomos ficam bloqueados e impedindo de migrar e interrompendo
assim a divisão celular (FAN, 2004).
2.5. Exposição ocupacional
O primeiro serviço a se preocupar com a exposição ocupacional surgiu na
Inglaterra em 1830, e a primeira forma de atuação consistia em medicar o adoecimento
relacionado ao trabalho; e a constituição do entendimento de biossegurança iniciou-se na
década de 1970, a reunião de Asilomar, na Califórnia, onde a sociedade científica iniciou
a discussão sobre os impactos da engenharia genética na sociedade. Ao longo dos anos,
o conceito de biossegurança vem sofrendo alterações (ALMEIDA; ALBUQUERQUE,
2000).
O risco ocupacional é a existência de probabilidade de um profissional sofrer
algum dano, resultante de suas atividades profissionais e dentre os riscos ocupacionais,
pode-se destacar-se o manuseio de medicamentos antineoplásicos; como por exemplo, a
ciclofosfamida (MORETTI et al., 2011).
A ocorrência de alterações nas células sanguíneas é o principal problema
proveniente da manipulação dos antineoplásicos, no entanto, esses medicamentos afetam
principalmente a reprodução humana. Profissionais que manipulam apresentam, com
maior frequência, irregularidades menstruais e amenorreia, e abortos espontâneos podem
ocorrer principalmente no primeiro trimestre de gravidez, além de anormalidades
cromossômicas e malformações congênitas (ENSSLIN et al., 1994; BOUGHATTAS et
al., 2010).
23
Os profissionais da oncologia podem ser expostos aos antineoplásicos durante o
manuseio e a administração, acidentes e derramamentos, e manipulação de excretas do
paciente como, suor, vômitos, fezes e urina. Embora haja o fluxograma sobre os riscos da
exposição, os níveis detectáveis de antineoplásicos ainda são relatados na urina de
profissionais que os manuseiam, o que indica a exposição ocupacional (INCA, 2017).
Além disso, sabe-se que os antineoplásicos têm efeitos genotóxicos e teratogênicos e,
podem sofrer danos em genes, de células somáticas e/ou células germinativas (INCA,
2017). Situação cada vez mais preocupante, considerando o fato de que os profissionais
envolvidos no manuseio desses medicamentos são ocasionalmente expostos a seus efeitos
nocivos (ZHANG et al., 2016).
Esses medicamentos têm o potencial de ocasionar alterações genéticas, que
podem levar ao desenvolvimento de câncer se ocorrem em proto-oncogenes ou genes
supressores tumorais, que estão envolvidos no controle do crescimento ou diferenciação
celular (BOHLANDT et al., 2017).
Na saúde, são apontadas contribuições de conhecimento e um conjunto de
práticas e ações técnicas, com as preocupações sociais e ambientais, destinadas a
conhecer e a controlar os riscos ocupacionais que o trabalho pode oferecer ao ambiente e
à vida de profissionais e pacientes (BOLZAN, 2011).
Possível controle da exposição ocupacional é o biomonitoramento, que pode ser
realizado por métodos não seletivos, como os ensaios de danos celulares e/ou
biomarcadores (VYAS et al., 2014; MONTERO et al., 2016).
Samantha, Dey, (2012) e Kimura et al. (2013), conceituam que, ultimamente, o
biomonitoramento também é aplicado a diversos tipos de células de vários tecidos
humanos, e assim trazem importantes informações para o diagnóstico, prognóstico e
tratamento do câncer e outras doenças; esses ensaios foram primeiramente realizados em
cultura de linfócitos do sangue periférico e, posteriormente, adaptados para outros tipos
celulares.
3. ENSAIOS
3.1. Genotoxicidade
3.1.1. Ensaio do cometa
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Ensaio do cometa é uma técnica eletroforética sensível, com ampla aplicação na
genética toxicológica. Permite a avaliação de dano e reparo do DNA em células
proliferantes e não proliferantes, sendo aplicado em pequenas amostras individuais in
vitro, in vivo e em humanos (SINGH et al., 1988).
Seu fundamento se baseia na lise das membranas celulares seguida da migração
eletroforética do DNA desprendido da matriz de agarose, o que permite a visualização
em microscópio de fragmentos ou fitas de DNA que migram na direção do íon negativo
(NANDIN et al., 2001).
Kobayashi et al. (1995), descreveu a técnica recomendada na qual são analisadas
100 células por indivíduo classificando-se os cometas em: (classe 0) células não
danificadas que não apresentam cauda; (classe 1) células com cauda menor que o
diâmetro do nucleóide; (classe 2) células com cauda de tamanho entre 1 e 2 vezes o
diâmetro do nucleóide; (classe 3) células com cauda maior que 2 vezes o diâmetro do
nucleóide.
3.1.2. Ensaio de micronúcleos (MN)
Teste de Micronúcleo (MN) resulta na identificação da genotoxicidade em nível
cromossômico (BENEDETTI et al., 2013). São estruturas arredondadas, com
aproximadamente 1/20 a 1/5 do tamanho do núcleo (RABELO-GAY et al., 1991). São
fragmentos cromossômicos e/ou quebra de cromossomos (danos clastogênicos) e a perda
de cromossomos (danos aneugênicos), perdidos durante a ação de divisão celular, mais
especificamente, na anáfase durante a migração das cromátides para os polos da célula
(TORRES-BUGARÍN et al., 2015). Essa técnica permite quantificar os danos
cromossômicos e as falhas existentes nas fibras dos fusos de células de organismos
expostos aos mais variados agentes físicos, químicos e biológicos (OLIVEIRA et al.,
2009; TWEATS et al., 2015).
3.1.3. Morte Celular (Apoptose)
Apoptose é a morte celular programada, que ocorre de forma ordenada e demanda
energia para a sua execução, ao contrário da necrose e está relacionada com a manutenção
da homeostase e com a regulação fisiológica do tamanho dos tecidos (MEIRELES et. al.,
2006).
25
A identificação das células apoptóticas é realizada por análise do padrão de
fragmentação do DNA nuclear após coloração com Alaranjado de Acridina, (OLIVEIRA
et. al., 2015).
3.2. Cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas
A cromatografia gasosa (GC) é uma técnica analítica amplamente utilizada para
determinar a composição de uma mistura de produtos químicos ou amostras e, utiliza uma
variedade de gases para o seu funcionamento, de acordo com o analisador e o tipo de
detector específico e seu uso melhora sensivelmente a precisão dos resultados analíticos.
A cromatografia pode ser combinada a diferentes parâmetros de detecção, abordando-se
uma das técnicas analíticas mais utilizadas e de melhor execução (VÉKEY, 2001). O
acoplamento de um cromatógrafo com o espectrômetro de massas acorda os benefícios
da cromatografia (alta seletividade e eficiência de separação) com as vantagens da
espectrometria de massas (obtenção de informação estrutural, massa molar e aumento
adicional da seletividade) (ARDREY, 2003).
Métodos analíticos de identificação de fármacos/medicamentos ou de seus
metabólitos têm sido empregados gerando resultados instantâneos e seguros (SABINO et
al., 2011); assim como na elucidação de propriedades químicas e estruturais de moléculas,
a cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas é uma importante ferramenta
de identificação de medicamentos antineoplásicos, para o biomonitoramento da
exposição ocupacional.
3.2.1 Ciclofosfamida
Dentre os antineoplásicos mais manuseados destacam-se à ciclofosfamida (Figura
3), metotrexato e 5-fluoracil (Sessink; Bos, 1999). Partindo desse pressuposto, a
ciclofosfamida é o medicamento mais presente nas rotinas de trabalho desde o século
passado, determinando a escolha do medicamento a ser avaliado nesse estudo.
O uso de ciclofosfamida como agente antineoplásico surgiu na primeira guerra
mundial onde soldados expostos ao gás mostarda evoluíam com aplasia de medula óssea
(aplasia de medular), ou seja, a morte celular. Contudo, a molécula de ciclofosfamida foi
sintetizada a partir da substituição de um anel de oxazafosforina por um grupo metila,
com escopo de se criar uma pró-droga, que seria ativa apenas em células neoplásicas.
26
Como algumas células neoplásicas expressam altos níveis de fosfamidase, que é capaz de
quebrar a ligação fosforo-nitrogênio, obteve-se a síntese desse agente (COLVIN, 1999).
O medicamento antineoplásico ciclofosfamida, é um metabólito da mostarda
nitrogenada, liga-se a muitas estruturas moleculares intracelulares, incluindo os ácidos
nucléicos. Sua ação citotóxica deve-se principalmente ao entrecruzamento da cadeia de
DNA e RNA, assim como à inibição da síntese de proteínas. É bem absorvida no trato
gastrintestinal; sua união às proteínas é muito baixa. Metaboliza-se no fígado e sua meia-
vida é prolongada na insuficiência renal. Sua eliminação é por via renal, com menos de
25% de forma inalterada (ALMEIDA et al., 2005).
A ciclofosfamida é um pó cristalino, fino, branco e inodoro com peso molecular
(PM) de 279,10 g.mol -1, apresenta temperatura de fusão de 49,9 - 53 ºC e passa ao estado
líquido perdendo a água de cristalização. É inflamável em temperatura acima de 110 ºC,
solúvel em água, sendo que a relativa solubilidade em meio aquoso implica em aumento
no tempo de exposição. Sua estrutura (N,N-BIS (2-cloroetila) tetraidro-2H-1,3,2,-amina,
2-óxido monohidratado) é um composto cíclico derivado do agente alquilante mostarda
nitrogenada e consiste de um anel fosforamida ligado a uma molécula bifuncional
contendo dois grupos cloroetila responsáveis pela liberação dos grupamentos alquila
(C7H15CL2N2O2P) (ANDERSON et al., 1995).
Figura 3. Estruturada da Ciclofosfamida/CP (Classe: Mostrada Nitrogenada).
27
4. REFERÊNCIAS
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33
5. OBJETIVOS
5.1 Objetivo geral
Empregabilidade de testes de genética toxicológica no estudo da evolução de
danos genéticos no estadiamento do carcinoma de células escamosas de cavidade oral e
no biomonitoramento de risco ocupacional a medicamentos antineoplásicos.
5.2 Objetivos específicos
Avaliar a eficácia dos ensaios de cometa, micronúcleo e apoptose como
biomarcadores clínicos no carcinoma de células escamosas de cavidade oral.
Avaliar a relação entre a intensidade de danos genéticos e os estágios clínicos do
carcinoma de células escamosas de cavidade oral.
Avaliar a intensidade de danos genéticos em pacientes com carcinoma de células
escamosas de cavidade oral nas fases pré e pós-intervenção cirúrgica, quimioterápica e/ou
radioterápica.
Analisar a frequência de danos genéticos em profissionais expostos
ocupacionalmente a drogas antineoplásicas.
Estudar a relação entre a intensidade de danos genéticos e o tempo de exposição
ocupacional.
Avaliar a correlação dos ensaios de cometa e micronúcleo como biomarcadores
clínicos no biomonitoramento de exposição ocupacional a antineoplásicos.
Avaliar a efetividade da biossegurança adotada durante os procedimentos de
manipulação de antineoplásicos.
Avaliar a presença de antineoplásicos e/ou seus metabólitos na urina de
profissionais no risco de exposição.
Correlacionar a frequência de danos genéticos nos ensaios do cometa e MN em
profissionais expostos ocupacionalmente a medicamentos antineoplásicas.
34
6. MANUSCRITO I:
Ensaios de cometa e micronúcleo não se correlacionam com a intensidade do dano
ao DNA e os estágios clínicos do carcinoma de células escamosas de cavidade oral
Rodrigo Juliano Oliveira1,2,3,4,5*, Andreza Negreli Santos1,2*, Lucas Roberto Pessatto1,4,
Albert Schiaveto de Souza5, Andréia Conceição Milan Brochado Antoniolli-Silva1,3,5,
Andréa Luiza Cunha-Laura2, Carlos Alberto Ferreira de Freitas1,3*
1Centro de Estudos em Célula Tronco, Terapia Celular e Genética Toxicológica, Hospital
Universitário Maria Aparecida Pedrossian, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares,
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS, Brasil. 2Programa de Mestrado em Farmácia, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos
e Nutrição, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS, Brasil. 3Faculdade de Medicina Dr. Hélio Mandetta, Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul, Campo Grande, MS, Brasil. 4Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil. 5Programa de Pós-graduação em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste,
Faculdade de Medicina Dr. Hélio Mandetta, Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil.
*These authors contributed equally to this article.
*Corresponding author: Dr. Carlos Alberto F. Freitas Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Cidade Universitária, S/N. Campo Grande/MS – Brasil. CEP: 79070-900. Phone: 55-67-992213634 Fax: 55-67-3345.3001 Email: [email protected]
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RESUMO
O carcinoma de células escamosas de cavidade oral (CCECO) é a sexta neoplasia maligna
mais frequente no mundo. Seu prognóstico é limitado e apesar de toda a evolução do
tratamento das neoplasias malignas, a sobrevida global permanece em torno de 50% em
cinco anos com alto índice de recidivas locais, locoregionais e à distância. Isso justifica a
necessidade de monitoramento dessa doença. Assim, a presente pesquisa teve por
objetivo avaliar a empregabilidade e a relação entre a intensidade de danos celulares e os
estágios clínicos do CCECO. Os nossos resultados indicaram que o diagnóstico de
CCECO aumenta a frequência de danos genotóxicos (ensaio do cometa – 3,21x; ensaio
do micronúcleo – 3,93x). No entanto, não foi possível estabelecer uma correlação entre a
frequência de danos no DNA e o estadiamento da doença. O ensaio de morte celular não
se mostrou efetivo para o biomonitoramento proposto. Diante do exposto considera-se
que os ensaios de cometa e micronúcleo são adequados para o biomonitoramento de danos
no DNA. No entanto, no presente delineamento, não se evidenciou empregabilidade
desses ensaios para correlacionar a intensidade de danos no DNA/celulares e os estágios
clínicos do CCECO.
Palavra-Chave: genotoxicidade, cometa, micronúcleo, apoptose, biomonitoramento,
câncer.
1. INTRODUÇÃO
O carcinoma de células escamosas de cavidade oral (CCECO) é a sexta neoplasia
maligna mais frequente no mundo (Ali et al., 2017). Seu principal fator etiológico é o
tabagismo associado ao alcoolismo (OMS, 2005; Da SILVA et al., 2016; NIAZ et al.,
2017; RATNA; MANDREKAR, 2017).
O prognóstico de pacientes com CCECO é limitado e a sobrevida permanece em
torno de 50% (REDDY et al., 2014). As recidivas podem ser locais, locoregionais e à
distância (MOURA et al., 2016). Pacientes curados podem ainda desenvolver uma
segunda lesão primária (YUKI et al., 2015; MOURA et al., 2016). Logo, a identificação
desses indivíduos poderia adiantar o diagnóstico contribuindo na seleção de doentes de
maior risco de recorrências e de segundas lesões (CARVALHO et al., 2004).
36
Diante do exposto a presente pesquisa avaliou a empregabilidade e a relação entre a
intensidade de danos celulares e os estágios clínicos do CCECO.
2. CASUÍSTICA E MÉTODOS
Participaram desta pesquisa 44 indivíduos sendo 24 pacientes, atendidos em
primeira consulta no ambulatório de cirurgia de cabeça e pescoço, no período de agosto
de 2016 a agosto d 2017, no Hospital de Câncer de Campo Grande Alfredo Abrão, e 20
voluntários saudáveis sendo 10 homens (5 não fumantes e 5 fumantes) e 10 mulheres (5
não fumantes e 5 fumantes). Os voluntários foram divididos em grupo controle não
fumante (CNF; n=10) e grupo controle fumante (CF; n=10).
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul sob o parecer nº 1.671.940. Todos os
indivíduos que concordaram em participar da pesquisa assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e, em seguida, fizeram bochecho com água potável e
foram submetidos à coleta de células esfoliadas da cavidade oral com o auxílio de uma
espátula de madeira.
O material da esfoliação foi depositado em solução fisiológica 0,9% (5mL),
centrifugado a 2000rpm por 10 minutos e desprezou-se o sobrenadante.
2.1. Ensaio do cometa
O ensaio do cometa foi realizado segundo Singh et al., (1988) com modificações
de Navarro et al. (2014). As lâminas foram coradas a posteriori (100,0µL de brometo de
etídio - 20x10-3mg/mL) e analisou-se 100 células em microscópio de epifluorescência
(Motic® - BA410). A análise e classificação dos danos foram baseados em Kobayashi et
al., (1995). O escore total foi calculado pela somatória dos valores resultantes da
multiplicação do total de células observadas em cada classe de lesão as quais pertenciam
pelo valor da classe (NAVARRO et al., 2014).
2.2. Ensaio do micronúcleo
Cem microlitros da suspensão celular foram usados para as confecções de extensões
em lâminas de vidro. Posteriormente, as lâminas foram coradas com Giemsa 10% por 5
37
minutos e analisadas em microscópio de campo claro (Nikon® – Eclipse E200).
Analisou-se 1000 células por indivíduo e contabilizou-se a presença de micronúcleos
(BENEDETTI et al., 2013).
2.3. Ensaio de morte celular
O ensaio de morte celular foi realizado segundo a descrição de Oliveira et al.
(2015). Cem microlitros da suspensão celular foram utilizados para fazer uma extensão
em lâmina de vidro. A lâmina foi fixada em Carnoy por 5 minutos, mergulhada
rapidamente em placas contendo concentrações decrescentes de etanol (95% a 25%),
lavada com Tampão McIlvaine por 5 minutos, corada com Alaranjado de Acridina
(0,01%, 5 minutos) e novamente lavada com o tampão. O padrão de análise foi descrito
por Carvalho et al. (2015).
2.4. Análise estatística:
Os ensaios de cometa, micronúcleo e morte celular foram avaliados por ANOVA/
Tukey-Kramer, segundo distribuição paramétrica dos dados, no Software GraphPad
Prism, versão 7.00. As correlações linear de Pearson foram realizada por meio do
programa estatístico SigmaPlot, versão 12.5. O nível de significância adotado foi p<0,05.
3. RESULTADOS
O CCECO teve maior prevalência no sexo masculino (83,33%) e a idade média
dos indivíduos, de ambos os sexos, foi de 64,5 ± 24,74. Já os grupos CNF e CF
apresentaram médias de 41,5 ± 28,99 e de 51,5 ± 20,50, respectivamente (Tabela 1).
Em relação ao estadiamento do CCECO, 25% dos pacientes encontravam-se no
estadiamento I ou II e 75% no estadiamento III ou IV. Desses indivíduos 87,5% possuíam
hábito de vida tabagista. Já o hábito de vida etilista estava presente em 75%, 40% e 20%
dos indivíduos com CCECO, CF e CNF, respectivamente (Tabela 1).
Em relação às doenças crônicas, a única referida pelos indivíduos e confirmada,
foi a hipertensão arterial crônica que acometia 12,5% dos indivíduos com CCECO, 80%
dos CF e 10% dos CNF (Tabela 1).
38
O ensaio do cometa demonstrou que o hábito tabagista aumenta (p<0,05) a
frequência de danos genômicos em 2x e o escore da lesão em 3,10x. Os pacientes com
CCECO, antes da intervenção terapêutica, apresentam 3,21x mais danos genômicos que
o grupo CNF e um escore 4,25x maior (p<0,05). No período pós-intervenção terapêutica
a frequência de danos no DNA reduziu e não diferiu dos indivíduos CNF (p>0,05) (Figura
1A-B).
O ensaio de micronúcleos demonstrou que os indivíduos com diagnóstico de
CCECO possuem uma maior frequência de danos cromossômicos. Em relação ao grupo
CNF houve um aumento (p<0,05) de 3,93x na frequência de células micronucleadas na
avaliação antes do tratamento. Após o tratamento essa frequência reduziu e não
apresentou diferenças em relação ao grupo CNF (p>0,05) (Figura 1C).
Entre os indivíduos dos grupos CNF e CF, observou-se que há diferença
significativa. O grupo fumante apresentou aumento de danos cromossômicos de 3,64x
em relação ao não fumante (Figura 1C).
A frequência de morte celular variou de 0,11 ± 0,33 a 0,80 ± 1,03 entre os
diferentes grupos de estudo e nenhuma diferença estatisticamente significativa foi
encontrada (Figura 1D).
Quando avaliada a correlação entre a frequência de danos no DNA (cometa e
micronúcleo) e o estadiamento da doença, nenhuma relação foi encontrada. Também não
foram encontradas relações entre a redução da frequência de danos no DNA e os
tratamentos (quimioterapia, radioterapia e/ou intervenção cirúrgica). Já quando se
correlacionou a frequência de danos genéticos pelos ensaios cometa e micronúcleo,
evidenciou-se uma correlação positiva, significativa e moderada, independentemente do
tratamento (r=0,662; p<0,001) (Figura 1E).
4. DISCUSSÃO
A mucosa oral representa o primeiro contato com possíveis agentes genotóxicos
na cavidade oral (LORENZONI et al., 2017). Esses agentes, como é o caso do álcool e
de compostos do cigarro, podem desencadear carcinogênese (LÓPEZ-LÁZARO, 2016;
NIAZ et al., 2017) e inclusive o CCECO (HECHT, 2017; RATNA; MANDREKAR,
2017).
Em geral, existe correlação entre a frequência de danos genotóxicos e o
desenvolvimento de carcinogênese (LORENZONI et al., 2017). É por isso que testes
39
genotóxicos são utilizados por agências regulatórias para predizer riscos (ARAVIND;
DHANYA, 2016). Esses ensaios também são aplicados para biomonitoramento clínico
em doenças periodontais e infecções virais (SAHINGUR; YEUDALL, 2015;
RAJENDRA SANTOSH et al., 2017), por exemplo. No entanto, a literatura sobre a
correlação dos danos genotóxicos e o estadiamento do CCECO ainda é limitada o que
motivou a presente pesquisa.
Os nossos dados demonstraram que a frequência de cometa é aumentada nos CF
e a de micronúcleos apresentou tendência ao aumento nesse mesmo grupo. Essa situação
já era esperada uma vez que é bem registrada na literatura a indução de danos
genômicos/genéticos pelo cigarro (De MARINI, 2004; ZHANG et al., 2017).
Em relação ao CCECO a presente pesquisa demonstrou que os pacientes, antes do
tratamento, possuíam frequência aumentada tanto de cometa como de micronúcleos.
Apesar dessa diferença estatisticamente significativa, em relação ao CNF, não foi
possível determinar uma correlação entre a frequência de danos genotóxicos e o
estadiamento do CCECO.
Após a intervenção terapêutica verificou-se redução de danos genotóxicos em
todos os pacientes reavalidados, independentemente da conduta médica. Além disso, não
foi possível estabelecer nenhuma correlação entre a frequência de danos no DNA e os
estadiamentos da doença ou intervenção terapêutica. Mas, foi observada redução
significativa na frequência de danos após os tratamentos.
Ao correlacionar a frequência de danos avaliados pelo ensaio do cometa e de
micronúcleo verificou-se uma relação positiva, significativa e moderada. Esse fato já era
esperado uma vez que a literatura indica que danos avaliados pelo ensaio do cometa são
danos genômicos passíveis de reparo (COLLINS, 2004; OLIVE; BANÁTH, 2006) e os
danos avaliados pelo ensaio do micronúcleo são danos genéticos que foram fixados no
genoma da célula e não estão mais propensos ao reparo (TOLBERT et al., 1992; SHAH
et al., 2015), ou seja, os danos do cometa pode se fixar no genoma celular e se transformar
em danos cromossômicos/genéticos (AVCI et al., 2017).
O ensaio de morte celular não demonstrou aplicabilidade para o monitoramento
proposto visto que a frequência de células contabilizadas era muito baixo.
Diante do exposto considera-se que os ensaios de cometa e micronúcleo são
adequados para o biomonitoramento de danos no DNA, em diferentes extensões do dano
(genômico ou genético), induzido por exposição a agentes e/ou devido a mudanças
endógenas (como é o caso da instabilidade genética induzida pelo câncer). No entanto, o
40
presente delineamento não evidenciou empregabilidade desses ensaios para correlacionar
a intensidade de danos no DNA/celulares e os estágios clínicos do carcinoma de células
escamosas de cavidade oral.
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43
6. RESULTADOS
Tabela 1. Valores absolutos e percentuais, e valores médios ± erro padrão da média relativo ao sexo, idade, estadiamento do câncer e hábitos de vida dos indivíduos controle e diagnosticados com carcinoma de células escamosas de cavidade oral.
Parâmetros
Grupos de estudo
CNF (n=10) CF (n=10) CCECO (n=24)
Valores absolutos (valores percentuais)
Sexo Feminino 5 (50%) 5 (50%) 4 (16,66%) Masculino 5 (50%) 5 (50%) 20 (83,33%)
Idade Mínima 21 37 47 Máxima 62 66 82
Média ± EPM 41,5 ± 28,99 51,5 ± 20,50 64,5 ± 24,74 Estágios do Câncer
I a II - - 6 (25%) III a IV - - 18 (75%)
Doença Crônica (Hipertensão arterial
crônica)
Sim 1 (10%) 8 (80%) 3 (12,5%) Não 9 (90%) 2 (20%) 21 (87,5%)
Tabagismo Sim 0 (0%) 10 (100%) 21 (87,5%) Não 100 (100%) 0 (0%) 3 (12,5%)
Etilismo Sim 2 (20%) 4 (40%) 18 (75%) Não 8 (80%) 6 (60%) 6 (25%)
Legenda: EPM – Erro padrão da média, n – número de indivíduos por grupo, CNF – Controle não fumante, CF – Controle fumante, CCECO – Carcinoma de células escamosas de cavidade oral.
44
45
Figura 1 – Média ± Erro Padrão da Média (EPM) da frequência de células lesionadas (A)
e do escore (B) no ensaio cometa, da frequência de micronúcleos (C), da frequência de
morte celular (D) e gráfico de dispersão apresentando a correlação linear de Pearson entre
a frequência de danos genotóxicos (escore do ensaio cometa x frequência de
micronúcleo). Cada símbolo representa a frequência de ambas as variáveis para um único
indivíduo. A linha contínua representa a linha de regressão linear (E). CNF – Controle
não fumante, CF – Controle fumante, CCECO – Carcinoma de células escamosas de
cavidade oral, Pré – pré-intervenção terapêutica, Pós – pós-intervenção terapêutica. Teste
Estatístico: A, B, C e D – ANOVA/Tukey, letras diferentes letras indicam diferenças
estatisticamente significativas (p<0,05); Correlação Linear de Pearson (p<0,05).
46
7. MANUSCRITO II:
Biomonitoramento de risco ocupacional de farmacêuticos e de enfermeiros que
manuseiam antineoplásicos
Andreza Negreli Santos1,2, Carlos Alberto Ferreira de Freitas1,3. Lucas Roberto
Pessatto1,4, Roberto da Silva Gomes5,6, Rodrigo Juliano Oliveira1,2,3,4*
1Centro de Estudos em Célula Tronco, Terapia Celular e Genética Toxicológica, Hospital
Universitário Maria Aparecida Pedrossian, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares,
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul,
Brasil. 2Programa de Mestrado em Farmácia, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos
e Nutrição, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso
do Sul, Brasil. 3Faculdade de Medicina Dr. Hélio Mandetta, Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. 4Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil. 5Laboratório de Síntese e Modificação Molecular, Faculdade de Ciências Exatas e
Tecnologias, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, Mato Grosso do Sul,
Brasil.
6Programa de Pós-graduação em Química, Instituto de Química, Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil.
*Corresponding author: Dr. Rodrigo Juliano Oliveira Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Cidade Universitária, S/N. Campo Grande/MS – Brasil. CEP: 79070-900. Phone: 55-67-3345.3068 Fax: 55-67-3345.3001 Email: [email protected]
47
RESUMO
Quimioterápicos são cada vez mais usados para tratamento de câncer e representam um
risco de exposição ocupacional aos profissionais da saúde. Diante do exposto a presente
pesquisa teve por objetivo avaliar a frequência de lesões genéticas em farmacêuticos e
enfermeiros que manipulam e/ou manuseiam antineoplásicos bem como avaliar se há
traços de contaminantes na urina desses profissionais. Participaram desta pesquisa 59
profissionais sendo 10 profissionais não expostos (controle), 25 farmacêuticos e 24
enfermeiros. Foi encontrado um aumento estatisticamente significativo de danos
genéticos nos linfócitos e nas células da mucosa oral tanto de farmacêuticos como de
enfermeiros. Também estavam aumentos os níveis de ciclofosfamida e ifosfamida nas
amostras de urina dos mesmos indivíduos. Esses resultados demonstram a crescente
necessidade de biomonitoramento genético e de traços de antineoplásicos na urina de
profissionais da área da saúde que manipulam e/ou manuseiam antineoplásicos visto que
mesmo usando equipamentos de proteção individual e coletivo a contaminação é
recorrente. O presente estudo ainda sugere que os ensaios de cometa, micronúcleo e
quantificação de ciclofosfamida e ifosfamida na urina são testes importantes para avaliar
o nível de contaminação ocasionada pela exposição ocupacional bem como para tomar
medidas que impeçam malefícios à saúde de tais profissionais.
Palavra-Chave: Exposição ocupacional; ensaio cometa, teste de micronúcleo; genotoxicidade; espectrometria.
48
1. INTRODUÇÃO
Estima-se que no ano de 2020 ocorrerão 17.113.355 novos casos de câncer (WHO,
2012) e mais de 20 milhões de pessoas serão acometidas por essa doença em 2025
(STEWART and WILD, 2014). Esse crescimento em escala global é devido à sua origem
multifatorial (característica genéticas e influência do ambiente) (Wang et al., 2017) sendo
relevante os hábitos de vida e a exposição ocupacional (ZEIGER, 2017).
Os farmacêuticos e enfermeiros que manipulam ou manuseiam os antineoplásicos,
mesmo com a utilização de Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s) e coletivos
estão expostos (MORETTI et al., 2011). Assim, aumenta-se a chance de lesões no DNA
o que pode correlacionar ao risco aumentado de câncer, infertilidade e malformações
congênitas (ENSSLIN et al., 1994; BOHLANDT et al., 2017).
Diante do exposto a presente pesquisa teve por objetivo avaliar a frequência de
lesões genéticas em farmacêuticos e enfermeiros que manipulam e/ou manuseiam
antineoplásicos bem como avaliar se há traços de contaminantes na urina desses
profissionais.
2. CASUÍSTICA E MÉTODOS
2.1. Participantes da pesquisa e coleta de amostras
Participaram desta pesquisa 59 indivíduos, sendo 25 farmacêuticos, 24
enfermeiros e 10 indivíduos de outras áreas que não envolvem risco ocupacional (controle
negativo), da cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, avaliados no período de
dezembro de 2016 a fevereiro de 2017.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul sob o parecer nº 1.870.703. Todos os
indivíduos que concordaram em participar da pesquisa assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Os voluntários foram submetidos à coleta de 5 mL de sangue periférico em frasco
contendo heparina (BD ®), 5mL de urina em coletor universal, células da mucosa oral
por raspagem com espátula de madeira.
49
3. ENSAIOS BIOLÓGICOS
3.1. Ensaio do cometa em sangue periférico
O sangue periférico ficou em temperatura ambiente para decantação. O plasma,
contendo a camada de linfócitos, foi aspirado e transferido para um frasco de cultura
contendo 7,5 mL de meio de cultura RPMI 1640 (GIBCO ®, Lote: 1788839), 2,0 mL de
soro bovino fetal (GIBCO ®, Lote: SPBB2353V) e 0,2 mL de fitohemaglutinina (GIBCO
®, Lote: 1776926). As células permaneceram em cultivo por 72h. Em seguida, a
suspensão celular foi centrifugada a 1.200 rpm por 5 minutos e o sobrenadante foi
desprezado. Uma amostra de 20 µL da suspensão celular foi usada para a realização do
ensaio cometa seguindo Singh et al. (1988), com modificações de Navarro et al. (2014).
As lâminas foram coradas (100 µL com brometo de etídio - 20x10 - 3 mg / mL), e 100
células foram analisadas com um microscópio de epifluorescência (Motic ® - BA410). A
análise e classificação dos danos foram baseadas em Kobayashi et al. (1995). O escore
total foi calculado somando os valores resultantes da multiplicação do número total de
células observadas em cada classe de lesão a qual pertenciam ao valor da classe
(NAVARRO et al., 2014).
3.2. Ensaio de micronúcleos em células descamadas da cavidade oral
As células esfoliadas foram colocadas em solução salina a 0,9% (5 mL),
centrifugadas a 2000 rpm por 10 minutos, e o sobrenadante foi descartado. Um volume
de 100 µL de suspensão celular foi usado para preparar os esfregaços em lâminas de vidro.
Em seguida, as lâminas foram coradas com corante Giemsa a 10% por 5 minutos e
analisadas sob microscópio de campo claro (Nikon ® - Eclipse E200). Um total de 1000
células por indivíduo foi analisado e o número de micronúcleos foi determinado conforme
Benedetti et al., 2013.
3.3. Detecção de resíduos de ciclofosfamida na urina por espectrometria de
massas
Para realizar a quantificação de ciclofosfamida (CP) na urina utilizou-se como
padrão a CP N-trifluoracetilada, sintetizada a partir da ciclofosfamida comercial (Genuxal
50
®; Lote 6I139C, Laboratório Baxter), (Figura 1), uma vez que a injeção de ciclofosfamida
ao equipamento de cromatografia gasosa produz tanto ciclofosfamida quanto ifosfamida,
impedindo a quantificação correta do quimioterápico.
Figura 1. Estrutura de CP e N-Trifluoroacetylated/CP.
De uma solução de 2,83 mg / mL de ciclofosfamida em acetato de etila PA,
retirou-se uma alíquota de 7,06 µL e misturou-se a 400 µL de acetato de etila e 400 µL
de anidrido trifluoroacético que foi mantida a 90 ºC durante 30 min. A solução resultante
foi então dissolvida em 100 µL de tolueno, submetidas à sonicação durante 10min e
analisada por cromatografia gasosa (SESSINK e BOS, 1999; MARTINS et al., 2004).
As curvas de calibração foram construídas a partir da análise de amostras de N-
trifluoroacetilado/CP, variando a concentração de 0 a 5 µg / mL. O limite de detecção e
quantificação (relação sinal/ruído 10:1) foi de 0,03 e 0,11 mg / L, respectivamente. O
tempo de retenção para CP foi de aproximadamente 10,5 min. Dos espectros completos,
os fragmentos de íons 307 foram selecionados para análise no modo SIM pelo tempo de
retenção relativo de N-trifluoroacetilado/CP (SESSINK et al., 1994).
3.4. Análise estatística de detecção de resíduos de ciclofosfamida na urina
O cometa, o micronúcleo e a detecção de ciclofosfamida residual em testes de
urina foram avaliados por ANOVA / Tukey-Kramer ou Kruskal-Wallis / Dunn, de acordo
com uma distribuição paramétrica dos dados usando o software GraphPad Prism, versão
7.00. As correlações lineares de Pearson foram obtidas com o programa estatístico
SigmaPlot, versão 12.5. O nível de significância adotado foi p <0,05.
51
4. RESULTADOS
O grupo de profissionais expostos era composto por 71,42% de mulheres e
28,57% de homens. A idade variou de 24 a 57 com média de 35,10±1,14. O tempo de
horas e meses trabalhados foi de 5,60±1,85 horas e 45,41±41,20 meses para os
farmacêuticos e de 7,33±0,96 horas e 41,70±38,96 meses para os enfermeiros,
respectivamente. Em relação ao hábito tabagista a amostra apresentou 4,08% e 10,20%
para homens e mulheres, respectivamente; no grupo exposto. Em relação à ocorrência de
doenças crônicas 6,12% e 4,08% eram hipertensos e nenhum indivíduo apresentava
doenças do trato urinário. Em relação aos indivíduos não expostos (controle negativo não
pareado) registrou-se 50% de cada sexo, idade variando de 21 a 50 anos com média de
33,60±2,89, 20% dos homens eram fumantes e 10% eram hipertensos. Nesse grupo não
foi registrado nenhuma doença do trato urogenital (Tabela 1).
A avaliação de danos genômicos pelo ensaio do cometa (Figura 2A) demonstrou
aumento estatisticamente significativo para o grupo exposto sendo um aumento de 2,94x
e 3,03x para os farmacêuticos e enfermeiros, respectivamente (Figura 2B). A avaliação
do ensaio do micronúcleo (Figura 2C) também demonstrou aumento (p<0,05) de 2,98x e
3,05x para farmacêuticos e enfermeiros, respectivamente (Figura 2D). A regressão linear
de Pearson para cometa e micronúcleos foi significativa (p<0,001), positiva e forte
(r=0,0826), ou seja, à medida que aumentou a frequência de lesões genômicas (ensaio do
comenta) aumentou também a frequência de danos permanentes (ensaio do micronúcleo)
(Figura 2E).
Quando avaliada a presença de ciclofosfamida e/ou metabólitos na urina de
indivíduos expostos e não expostos observou-se aumento (p<0,05) de 6x e 6,5x para
farmacêuticos e enfermeiros, respectivamente (Figura 3).
5. DISCUSSÃO
Os resultados sugerem que a exposição ocupacional a antineoplásicos é uma nova
preocupação para a saúde pública visto que, mesmo usando equipamentos de proteção
individual e/ou coletiva, esse tipo de exposição ocupacional pode causar danos no DNA
que predispõe ao desenvolvimento de câncer (ZHANG et al., 2016). Além disso, é cada
vez maior o número de casos dessa doença e por consequência é crescente o número de
profissionais da saúde que manipulam e/ou manuseiam esses medicamentos diariamente.
52
Assim, essa exposição ocupacional pode contribuir para o aumento da ocorrência de
câncer.
A frequência de danos reparáveis e permanentes no DNA aumentou de forma
significativa no presente estudo quando comparados os farmacêuticos e enfermeiros, que
trabalham na área de oncologia, fazendo a manipulação e a administração dos
antineoplásicos aos pacientes, respectivamente; com indivíduos que não atuam na área de
oncologia. Os nossos resultados corroboram os estudos de Rekhadevi et al. (2007), Izdez
et al. (2009) e Rombaldi et al. (2009) que indicaram o aumento da frequência de danos
reparáveis no DNA (avaliados pelo ensaio de cometa em linfócitos) bem como os estudos
de Rekhadevi et al. (2007), Rombaldi et al. (2009), El-Ebiary et al. (2011), Moretti et al.
(2014) e Rodríguez-Montero et al. (2016) que relataram o aumento de danos permanentes
(avaliados pelos ensaios de micronúcleo em células esfoliadas da mucosa oral). Nosso
estudo ainda demonstrou que o aumento desses danos ocorreram em indivíduos que
também apresentaram aumento da frequência de traços de ciclofosfamida e/ou ifosfamida
na urina como também foi relatado por Burgaz et al. (2002) e Rekhadevi et al. (2007). A
escolha pela análise da ciclofosfamida e seu metabólito se deve ao fato desse
medicamento ser vastamente utilizado em tratamentos oncológicos (SESSINK ; BOS,
1999). Mas, isso não exclui a necessidade de avaliação de outros medicamentos.
Esses resultados demonstram a crescente necessidade de biomonitoramente
genético e de traços de antineoplásicos na urina de profissionais da área da saúde que
manipulam e/ou manuseiam antineoplásicos visto que mesmo usando equipamentos de
proteção individual e coletivo a contaminação é recorrente. O presente estudo ainda
sugere que os ensaios de cometa, micronúcleo e quantificação de ciclofosfamida e
ifosfamida na urina são testes importantes para avaliar o nível de contaminação
ocasionada pela exposição ocupacional bem como para tomar medidas que impeçam
malefícios à saúde de tais profissionais.
53
6. REFERÊNCIAS
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55
7. RESULTADOS
Tabela 1 - Dados demográficos de profissionais expostos a antineoplásicos.
Parâmetros Não Expostos (n=10) Expostos (n=49)
Sexo Feminino 05 (50%) 35 (71.42%) Masculino 05 (50%) 14 (28.57%)
Idade Mínimo 21 24 Máximo 50 57
Horas de trabalho Horas / dia - 6.43±0.25
Meses trabalhados - 43.95±5.78 Horas de exposição diária - Farmacêuticos - 5.60±1.85 Horas de exposição diária - Enfermeiros - 7.33±0.96
Meses de exposição - Farmacêuticos - 45.41±41.20 Meses de exposição - Enfermeiros - 41.70±38.96
Hábito de fumar Feminino 02 (4.08%) Masculino 02 (20%) 05 (10.20%)
Doença crônica Feminino 03 (6.12%) Masculino 01 (10%) 02 (4.08%)
Doença do Trato Urinário 0 0
56
57
Figura 2 - Figura apresentado o cometa de linfócito de profissional exposto em coloração
alaranjado de acridina (A). Média ± Erro Padrão da Média (EPM) da frequência de
células lesionadas e do escore no ensaio cometa (B), Figura apresentado o micronúcleo
de célula da mucosa oral de profissional exposto em coloração Giemsa (C), e frequência
de micronúcleos em células da mucosa oral (D). Gráfico de dispersão apresentando a
correlação linear de Pearson entre a frequência de danos genotóxicos (escore do ensaio
cometa x frequência de micronúcleo). Cada símbolo representa a frequência de ambas as
variáveis para um único indivíduo. A linha contínua representa a linha de regressão linear
(E). Control – Profissional não exposto, Pharmacy – Farmacêuticos, Nursery –
Enfermeiros. Teste Estatístico: B, D e E – ANOVA/Tukey, letras diferentes letras
indicam diferenças estatisticamente significativas (p<0,05); Correlação Linear de Pearson
(p<0,05).
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rin
a
Figura 3 - Análise de CP em amostras de urina de profissionais que não manuseiam
medicamentos antineoplásicos de profissionais expostos. Média ± Erro Padrão da Média
(EPM) da concentração de ciclofosfamida e seus resíduos na urina dos profissionais
(Teste Estatístico: Kruskal-Wallis/Dunn; p<0,05).
µg/
L
58
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A empregabilidade de testes de genética toxicológica no estudo de danos
genéticos no estadiamento do carcinoma de células escamosas de cavidade oral e no
biomonitoramento de risco ocupacional de farmacêuticos e enfermeiros que manuseiam
medicamentos antineoplásicos, considera-se:
- os ensaios do cometa e de micronúcleo são adequados para o biomonitoramento
de danos no DNA, em diferentes extensões do dano (genômico ou genético), induzido
por exposição a agentes e/ou devido a mudanças endógenas (como é o caso da
instabilidade genética induzida pelo câncer);
- no presente delineamento, não se evidenciou empregabilidade desses ensaios
para correlacionar a intensidade de danos no DNA/celulares e os estágios clínicos do
carcinoma de células escamosas de cavidade oral;
- o ensaio de morte celular (apoptose) proposto para o biomonitoramento em
questão, possuíam número mínimo de células visto que, a quantidade de células
observadas não foi suficiente para validar o teste.
- no biomonitoramento da exposição ocupacional, os ensaios de genotoxicidade
em diferentes grupos de profissionais, tanto para o ensaio do cometa quanto ao teste de
MN, ambos mostraram padrões gerais de danos ao DNA, independentemente da lesão.
- a exposição ocupacional a quimioterápicos podem causar danos genômicos e
genético-cromossômicos em profissionais que manuseiam medicamentos antineoplásicos
no tratamento de pacientes oncológicos.
- na análise da concentração de ciclofosfamida e seus resíduos na urina
demonstraram que há diferença significativa entre os grupos estudados de farmacêuticos
e enfermeiros que manuseiam antineoplásicos.
59
ANEXOS
60
61
ARTIGO 1.
Comet and micronucleus assays do not correlate with intensity of DNA damage and
the clinical stages of squamous cell carcinoma of the oral cavity
Rodrigo Juliano Oliveira1,2,3,4,5*, Andreza Negreli Santos1,2*, Lucas Roberto Pessatto1,4,
Albert Schiaveto de Souza5, Andréia Conceição Milan Brochado Antoniolli-Silva1,3,5,
Andréa Luiza Cunha-Laura2, Carlos Alberto Ferreira de Freitas1,3*
1Centro de Estudos em Célula Tronco, Terapia Celular e Genética Toxicológica, Hospital
Universitário Maria Aparecida Pedrossian, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares,
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS, Brasil. 2Programa de Mestrado em Farmácia, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos
e Nutrição, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS, Brasil. 3Faculdade de Medicina Dr. Hélio Mandetta, Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul, Campo Grande, MS, Brasil. 4Programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular, Centro de Ciências
Biológicas, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil. 5Programa de Pós-graduação em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste,
Faculdade de Medicina Dr. Hélio Mandetta, Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil.
*These authors contributed equally to this article.
*Corresponding author: Dr. Carlos Alberto F. Freitas Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Cidade Universitária, S/N. Campo Grande/MS – Brazil. CEP: 79070-900. Phone: 55-67-992213634 Fax: 55-67-3345.3001 Email: [email protected]
62
Abstract
Objective: This study was conducted with the aim of evaluating relationship between
cell damage intensity and oral cavity squamous cell carcinoma (OCSCC) clinical stages.
Materials and Methods: A total of 44 individuals, 24 oral cancer patients and 20 healthy
volunteers participated in this study. The exfoliated cells from the oral cavity were
collected using a wooden spatula. All samples were analyzed by comet assay,
micronucleus assay and cell death assay.
Results: Our results indicate that the diagnosis of OCSCC increases the frequency of
genotoxic damage (comet assay – 3.21x; micronucleus assay – 3.93x). However, it was
not possible to establish a correlation between frequency of DNA damage and disease
staging. The cell death assay was not effective for the proposed biomonitoring.
Conclusions: Given these findings, we consider the comet and micronucleus assays to be
adequate for biomonitoring DNA damage. However, with the current design, we could
not demonstrate the applicability of these assays to correlate the intensity of DNA/cell
damage and the clinical stages of OCSCC.
Clinical relevance: Oral cavity squamous cell carcinoma (OCSCC) is the sixth most
frequent malignant neoplasm worldwide. Its prognosis is poor, and despite advances in
the treatment of malignant neoplasms, the overall five-year survival is still approximately
50%, with a high rate of local, locoregional, and distant recurrence, justifying the need to
monitor this disease.
Keywords: genotoxicity, comet assay, micronucleus assay, apoptosis, biomonitoring,
oral cancer.
1. Introduction
Oral cavity squamous cell carcinoma (OCSCC) is the sixth most frequent malignant
neoplasm worldwide [1]. Its main etiological factor is smoking associated with alcohol
consumption [2, 3, 4, 5].
The prognosis of patients with OCSCC is poor, and survival remains approximately
50% [6]. Recurrence can be local, locoregional, or distant [7]. Cured patients may still
develop a second primary lesion [7,8]. Therefore, the identification of these individuals
63
(OCSCC) could advance the diagnosis, contributing to the selection of patients at higher
risk of recurrence and second lesions [9].
Given the above findings, this work evaluated the applicability and relationship
between intensity of cell damage and the clinical stages of OCSCC.
2. Materials and methods
A total of 44 individuals, 24 patients who were seen during their first visit to the
outpatient head and neck surgery department between August 2016 and August 2017 at
the Campo Grande Alfredo Abrão Cancer Hospital and 20 healthy volunteers participated
in this study. The healthy volunteer group consisted of 10 men (5 non-smokers and 5
smokers) and 10 women (5 non-smokers and 5 smokers). The volunteers were divided
into a non-smoker control group (NSC; n=10) and a smoker control group (SC; n=10).
The project was approved by the Human Research Ethics Committee at the
Federal University of Mato Grosso do Sul under grant no. 1,671,940. All individuals who
agreed to participate in the research study signed an informed consent form. Each
individual rinsed their mouth with drinking water, and the exfoliated cells from the oral
cavity were collected using a wooden spatula.
The exfoliated cells were placed in 0.9% saline solution (5 mL), centrifuged at
2000 rpm for 10 minutes, and the supernatant was discarded.
2.1 Comet Assay
The comet assay was performed following Singh et al. [10], with modifications
by Navarro et al. [11]. The slides were stained a posteriori (100 µL with ethidium
bromide – 20x10-3 mg/mL), and 100 cells were analyzed with an epifluorescence
microscope (Motic® - BA410). Damage analysis and classification were based on
Kobayashi et al.[12] (1995). The total score was calculated by adding the values resulting
from multiplying the total number of cells observed in each class of lesion to which they
belonged with the class value [11].
64
2.2 Micronucleus Assay
A volume of 100 µL of cell suspension was used to prepare the smears in glass slides.
Next, the slides were stained with 10% Giemsa stain for 5 minutes and analyzed under a
brightfield microscope (Nikon® – Eclipse E200). A total of 1000 cells per individual was
analyzed, and the number of micronuclei was determined [13].
.
2.3 Cell Death Assay
The cell death assay was performed according to the description by Oliveira et al.
[14]. A volume of 100 µL of the cell suspension was used to prepare a smear on a glass
slide. The slide was fixed in Carnoy’s solution for 5 minutes, quickly dipped into plates
containing decreasing concentrations of ethanol (95% to 25%), washed with McIlvaine
buffer for 5 minutes, stained with Acridine Orange (0.01%, 5 minutes), and washed again
with buffer. The standard analysis was described by Carvalho et al. [15].
2.4 Statistical Analysis
The comet, micronucleus, and cell death assays were evaluated using
ANOVA/Tukey-Kramer according to a parametric distribution of the data using
GraphPad Prism software, version 7.00. Linear Pearson correlations were obtained with
the statistical program SigmaPlot, version 12.5. The level of significance adopted was
p<0.05.
3. Results
OCSCC was more prevalent among men (83.33%), and the mean age of the
individuals for both sexes was 64.5±24.74 years. The NSC and SC groups presented
means of 41.5±28.99 years and 51.5±20.50 years, respectively (Table 1).
In regard to OCSCC staging, 25% of the patients presented stage I or II neoplasms,
and 75% presented stage III or IV neoplasms. Among these individuals, 87.5% were
smokers. Alcohol consumption was present in 75%, 40%, and 20% of the individuals in
the OCSCC, SC, and NSC groups, respectively (Table 1).
65
In regard to chronic disease, only chronic hypertension was mentioned by the
individuals and confirmed, and it affected 12.5% of the individuals with OCSCC, 80% of
the SC group, and 10% of the NSC group (Table 1).
The comet assay showed that smoking increases (p<0.05) the frequency of
genomic (assay comet) damage by 2x and the lesion score by 3.10x. Patients with
OCSCC, before therapeutic intervention, presented 3.21x more genomic damage than did
the NSC group and a score 4.25x higher (p<0.05). In the post-therapeutic intervention
period, the frequency of DNA damage was reduced and did not differ from that for
individuals in the NSC group (p>0.05) (Figure 1A-B).
The micronucleus assay showed that individuals with a diagnosis of OCSCC have
a higher frequency of chromosomal damage. In regard to the NSC group, there was a
3.93x increase (p<0.05) in the frequency of micronucleated cells in the pretreatment
evaluation. After treatment, this frequency was reduced and was not different from that
in the NSC group (p>0.05) (Figure 1C).
Among individuals in the NSC and SC groups, a significant difference was
observed. The group of smokers showed a 3.64x increase in chromosomal damage
compared with non-smokers (Figure 1C).
The frequency of cell death ranged from 0.11±0.33 to 0.80±1.03 across the
different study groups, and no statistically significant difference was found (Figure 1D).
No relationship was found when the correlation between DNA damage frequency
(comet and micronucleus) and disease staging was evaluated. In addition, no relationships
between reduction in the frequency of DNA damage and treatments (chemotherapy,
radiotherapy and/or surgical intervention) were found. However, when the frequency of
genetic damage was correlated using the comet and micronucleus assays, a positive,
significant and moderate correlation was seen, regardless of treatment (r=0.662; p<0.001)
(Figure 1E).
4. Discussion
The oral mucosa is the first to contact potential genotoxic agents in the oral cavity
[16]. Genotoxic agents such as alcohol and cigarette components may trigger
carcinogenesis [17], including OCSCC [18].
66
In general, there is a correlation between the frequency of genotoxic damage and
the occurrence of carcinogenesis [16]. For this reason, genotoxic tests are used by
regulatory agencies to predict carcinogenic risk [19]. These assays are also applied in the
clinical biomonitoring of periodontal diseases and viral infections [20, 21]. However, the
literature on the correlation of genotoxic data and OCSCC staging is still limited, which
prompted this study.
Our data showed that the frequency of DNA damage by comet assay and the
micronucleus frequency were increased in the SC group. This result was expected, as
induction of genomic/genetic damage by cigarettes has been widely reported in the
literature [22, 23].
In regard to OCSCC, this study showed that the patients had increased comet
positivity and micronucleus frequency before treatment. Despite this statistically
significant difference compared to the NSC group, it was not possible to identify a
correlation between frequency of genotoxic damage and OCSCC staging.
Following therapeutic intervention, there was a reduction in genotoxic damage in
all patients who were re-evaluated, regardless of medical strategy. Moreover, it was not
possible to establish a correlation between frequency of DNA damage and disease staging
or therapeutic intervention, but a significant reduction in damage frequency was observed
after treatment.
When correlating the frequency of the damage evaluated by the comet and
micronucleus assays, there was a positive, significant, and moderate relationship. This
facts was already expected because the literature indicates that damage evaluated by the
comet assay is repairable genomic damage [24, 25], and the damage assessed by the
micronucleus assay is irreparable genetic damage that has been introduced in the genome
of the cell [26, 27]; i.e., the damage identified by the comet assay may become
incorporated into the genome and transform into chromosomal/genetic damage [28].
The cell death assay did not show applicability for the proposed monitoring, as
the frequency of the evaluated cells was too low.
5. Conclusions
Given the above findings, we conclude that the comet and micronucleus assays
are adequate for the biomonitoring of DNA damage at different damage levels (genomic
or genetic) induced by exposure to agents and/or due to endogenous changes (such as the
67
case of genetic instability induced by cancer). However, the current experimental design
did not show the utility of these assays for correlating the intensity of DNA/cell damage
with the clinical stages of OCSCC.
Compliance with Ethical Standards:
Conflict of Interest: Authors declare that they have no conflict of interest.
Funding: The work was supported by the Federal University of Mato Grosso do Sul in
Campo Grande, Brazil.
Ethical approval: The project was approved by the Human Research Ethics Committee at
the Federal University of Mato Grosso do Sul under grant no. 1,671,940. All procedures
performed were in accordance with the ethical standards of the institutional and national
research committee and with the 1964 Helsinki declaration and its later amendments or
comparable ethical standards.
Informed consent: Informed consent was obtained from all individual participants
included in the study.
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70
Table 1 - Absolute and relative values, and mean values ± standard error of the mean (SEM), relative to sex, age, cancer staging and life habits of control subjects (NSC – Non smoking control group, SC – Smoking control group) and patients diagnosed with squamous cell carcinoma of the oral cavity (OCSCC).
Parameters
Groups of study
NSC (n=10) SC (n=10) OCSCC (n=24)
Absolute values (percentage values) Sex
Female 5 (50%) 5 (50%) 4 (16,66%) Male 5 (50%) 5 (50%) 20 (83,33%) Age
Minimum 21 37 47 Maximum 62 66 82
Mean ± SEM 41,5 ± 28,99 51,5 ± 20,50 64,5 ± 24,74 Stages of Cancer
I to II - - 6 (25%) III to IV - - 18 (75%)
Chronic Disease (Chronic Hypertension)
Yes 1 (10%) 8 (80%) 3 (12,5%) No 9 (90%) 2 (20%) 21 (87,5%)
Smoking Yes 0 (0%) 10 (100%) 21 (87,5%) No 10 (100%) 0 (0%) 3 (12,5%)
Ethicism Yes 2 (20%) 4 (40%) 18 (75%) No 8 (80%) 6 (60%) 6 (25%)
71
Figure 1 - (A) Mean ± standard error of the mean (SEM) of the frequency of cells with lesions;(B) score of the comet assay; (C) frequency of micronuclei; (D) frequency of apoptotic cells; and (E) scatter plot showing the linear Pearson correlation between frequency of genotoxic damage (comet assay score x micronuclei frequency). Each symbol represents the frequency of both variables for a single individual. The continuous line represents the linear regression line. NSC – non-smoker control, SC – smoker control, OCSCC – oral cavity squamous cell carcinoma, Pre – pre-therapeutic intervention, Post – osttherapeutic intervention. Statistical test: A, B, C, and D – ANOVA/Tukey; different letters indicate statistically significant differences (p<0.05); linear Pearson correlation (p<0.05).
72
ARTIGO 2.
Biomonitoring of pharmacists and nurses at occupational risk from handling
antineoplastic agents
Andreza Negreli Santos1,2, Carlos Alberto Ferreira de Freitas1,3, Lucas Roberto
Pessatto1,4, Roberto da Silva Gomes5,6, Rodrigo Juliano Oliveira1,2,3,4*
1Center for Stem Cell Research, Cell Therapy and Toxicological Genetics, Maria
Aparecida Pedrossian University Hospital, Brazilian Company of Hospital Services,
Federal University of Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil. 2Master’s Program in Pharmaceutics, School of Pharmaceutical Sciences, Food and
Nutrition, Federal University of Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do
Sul, Brazil. 3Dr. Hélio Mandetta School of Medicine, Federal University of Mato Grosso do Sul,
Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil. 4Graduate Program in Genetics and Molecular Biology, Biological Sciences Center,
Londrina State University, Londrina, Paraná, Brazil. 5Laboratory of Molecular Synthesis and Modification, School of Exact Sciences and
Technology, Federal University of Grande Dourados, Dourados, Mato Grosso do Sul,
Brazil. 6Chemistry Graduate Program, Institute of Chemistry, Federal University of Mato Grosso
do Sul, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil.
*Corresponding author: Dr. Rodrigo Juliano Oliveira Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Cidade Universitária, S/N. Campo Grande/MS – Brasil. CEP: 79070-900. Phone: 55-67-3345.3068 Fax: 55-67-3345.3001 Email: [email protected]
73
ABSTRACT
Chemotherapy drugs are increasingly used for cancer treatment and pose occupational
exposure risks to health professionals. The objective of this study was to evaluate the
frequency of genetic lesions in pharmacists and nurses who prepare and/or handle
antineoplastic agents and to evaluate whether there are traces of contaminants in the urine
of these professionals. A total of 59 professionals participated in the study, of whom 10
were non-exposed professionals (controls), 25 were pharmacists, and 24 were nurses.
There was a significant increase in genetic damage in lymphocytes and cells of the oral
mucosa in both pharmacists and nurses. The levels of cyclophosphamide and ifosfamide
were also increased in the urine samples from those individuals. These results
demonstrate the growing need for genetic biomonitoring and the biomonitoring of trace
antineoplastic agents in the urine of health professionals who prepare and/or handle
antineoplastic agents. Although these professionals use individual and collective
protection equipment, contamination occurs repeatedly. This study further suggests that
comet and micronucleus assays and quantification of cyclophosphamide and ifosfamide
in urine are important tests to assess the level of contamination caused by occupational
exposure. We recommend that measures be implemented to prevent harm to pharmacists
and nurses.
Keywords: Occupational exposure; comet assay, micronucleus test; genotoxicity; spectrometry. INTRODUCTION
It is estimated that 17,113,355 new cases of cancer will occur in 2020 (WHO,
2012) and more than 20 million people will be affected by cancer in 2025 (Stewart and
Wild, 2014). This growth on a global scale is due to cancer’s multifactorial origins (it is
influenced by genetic traits and environmental factors) (Wang et al., 2017). Lifestyle
habits and occupational exposure are also important (Zeiger, 2017).
Pharmacists and nurses who prepare or handle antineoplastic agents are exposed
to danger, even though they use collective and individual protective equipment (IPE;
Moretti et al., 2011). This exposure increases the chance of DNA damage, which may
74
correlate with increased risk of cancer, fertility and congenital malformations (Ensslin et
al., 1994; Bohlandt et al., 2017).
The objective of the present study was to evaluate the frequency of genetic lesions
in pharmacists and nurses who prepare and/or handle antineoplastics and to evaluate
whether there are traces of contaminants in the urine of these professionals.
SAMPLE AND METHODS
Study participants and sample collection
A total of 59 individuals participated in the study, including 25 pharmacists, 24
nurses and 10 individuals from other fields with no occupational risk (negative controls)
from the city of Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil, from December 2016 to
February 2017.
The project was approved by the Human Research Ethics Committee of the
Federal University of Mato Grosso do Sul under opinion no. 1,870,703. All individuals
who agreed to participate in the study signed a free and informed consent form.
The volunteers underwent collection of 5 mL of peripheral blood in vials
containing heparin (BD®) and 5 mL of urine in a universal collector. Oral mucosal cells
were collected by scraping with a wooden spatula.
Biological assays
Comet assay in peripheral blood
Peripheral blood was kept at room temperature for decantation. The plasma layer
containing the lymphocytes was aspirated and transferred to a culture flask containing 7.5
mL of RPMI 1640 culture medium (GIBCO®, Lot 1788839), 2.0 mL foetal bovine serum
(GIBCO®, Lot SPBB2353V) and 0.2 mL of phytohemagglutinin (GIBCO®, Lot
1776926). The cells remained in culture for 72 h. Next, the cell suspension was
centrifuged at 1200 rpm for 5 minutes, and the supernatant was discarded. A 20 µL sample
of the cell suspension was used for the comet assay, which was performed following
Singh et al. (1988), with modifications by Navarro et al. (2014). The slides were stained
a posteriori (100 µL with ethidium bromide – 20x10-3 mg/mL), and 100 cells were
75
analysed with an epifluorescence microscope (Motic® - BA410). Damage analysis and
classification were based on the work of Kobayashi et al. (1995). The total score was
calculated by adding the values resulting from multiplying the total number of cells
observed in each class of lesion by the class value (Navarro et al., 2014).
Micronucleus assay in cells scraped from the oral cavity
The exfoliated cells were placed in 0.9% saline solution (5 mL) and centrifuged
at 2000 rpm for 10 minutes, and the supernatant was discarded. A volume of 100 µL of
cell suspension was used to prepare smears on glass slides. Next, the slides were stained
with 10% Giemsa stain for 5 minutes and analysed under a brightfield microscope
(Nikon® – Eclipse E200). A total of 1000 cells per individual were analysed, and the
number of micronuclei was determined (Benedetti et al., 2013).
Detection of cyclophosphamide in urine by mass spectrometry
To quantify cyclophosphamide (CP) in urine, we used N-trifluoroacetylated CP
as a standard, which was synthesized from commercial cyclophosphamide (Genuxal®;
Lot 6I139C Baxter Laboratory; Figure 1). Injecting cyclophosphamide into a gas
chromatograph produces both cyclophosphamide and ifosfamide, preventing correct
quantification of the chemotherapeutic.
Figure 1. Synthesis of cyclophosphamide
From a solution of 2.83 mg/mL of ethyl acetate cyclophosphamide pro analyse
(PA), a 7.06-µL aliquot was removed and mixed with 400 µL of ethyl acetate and 400 µL
of trifluoroacetic anhydride. The mixture was incubated at 90°C for 30 min. The resulting
76
solution was then dissolved in 100 µL of toluene, sonicated for 10 min and analysed by
gas chromatography (Sessink and Bos, 1999; Martins et al., 2004).
Calibration curves were constructed by analysing samples of N-
trifluoroacetylated CP with concentrations ranging from 0 to 5 µg/mL. The limits of
detection and quantification (signal-to-noise ratio 10:1) were 0.03 and 0.11 µg/L,
respectively. The retention time for CP was approximately 10.5 min. The ion fragment
m/z 307 abstracted from the full-scan spectra was selected for analysis in SIM mode based
on the retention time of N- trifluoroacetylated CP (Sessink et al., 1994).
Statistical analysis for the detection of cyclophosphamide residues in urine
The comet assay, micronucleus assay and detection of residual cyclophosphamide
in urine were evaluated using ANOVA/Tukey-Kramer or Kruskal-Wallis/Dunn
according to a parametric distribution of the data using GraphPad Prism software, version
7.00. Linear Pearson correlations were obtained with the statistical program SigmaPlot,
version 12.5. The level of significance considered was p < 0.05.
RESULTS
The group of exposed professionals was composed of 71.42% women and
28.57% men. Their ages ranged from 24 to 57 years with a mean of 35.10 ± 1.14. The
hours and months worked were 5.60 ± 1.85 hours and 45.41 ± 41.20 months for
pharmacists and 7.33 ± 0.96 hours and 41.70 ± 38.96 months for nurses. The sample
contained 4.08% and 10.20% smokers among the men and women, respectively, in the
exposed group. Regarding the occurrence of chronic diseases, 6.12% and 4.08% of the
women and men in the exposed group were hypertensive, respectively, and no individuals
had urinary tract diseases. In the exposed group (unpaired negative controls), there was
50:50 representation of the sexes, with age ranging from 21 to 50 years and a mean age
of 33.60 ± 2.89; 20% of the men were smokers, and 10% were hypertensive. No
urogenital tract disease was recorded in this group (Table 1).
Assessment of DNA damage by the comet assay (Figure 2A) revealed a significant
(p< 0.05) increase for the exposed group, with 2.94- and 3.03-fold increases observed in
pharmacists and nurses, respectively (Figure 2B). The micronucleus assay (Figure 2C)
also showed 2.98- and 3.05-fold increases (p < 0.05) for pharmacists and nurses,
77
respectively (Figure 2D). Pearson's linear regression for the comet and micronucleus
assays was significant (p < 0.001), positive and strong (r = 0.0826); that is, as the
frequency of genomic lesions (comet assay) increased, the frequency of permanent
damage (micronucleus assay) also increased (Figure 2E).
The presence of cyclophosphamide and/or its metabolites was evaluated in the
urine samples of exposed and non-exposed individuals (p < 0.05), and 6- and 6.5-fold
increases were observed for pharmacists and nurses, respectively (Figure 3).
DISCUSSION
The results suggest that occupational exposure to antineoplastic agents is a new
public health concern. Even when using personal and/or collective protective equipment,
this type of occupational exposure can cause DNA damage that puts people at risk of
developing cancer (Zhang et al. al., 2016). In addition, the number of cancer cases is
increasing, and the number of health professionals who prepare and/or handle these
medications on a daily basis is increasing in turn. Thus, this type of occupational exposure
may contribute to an increase in the occurrence of cancer.
The frequencies of reparable and permanent DNA damage were significantly
increased in pharmacists and nurses working in the oncology field, as it is these
professionals who prepare and administer the antineoplastic agent to patients,
respectively. Their frequencies of damage were elevated relative to individuals who do
not work in the field of oncology. Our results corroborate the studies of Rekhadevi et al.
(2007), Izdez et al. (2009) and Rombaldi et al. (2009), who found an increase in the
frequency of reparable DNA damage (assessed by the comet assay in lymphocytes) as
well as the studies of Rekhadevi et al. (2007), Rombaldi et al. (2009), El-Ebiary et al.
(2011), Moretti et al. (2014) and Rodríguez-Montero (2016), who reported increased
permanent damage (assessed by the micronucleus assays in exfoliated cells of the oral
mucosa). Our study also demonstrated an increase in these types of damage, and we
additionally found an increased frequency of traces of cyclophosphamide and/or
ifosfamide in urine, as has been reported by Burgaz et al. (2002) and Rekhadevi et al.
(2007). We chose to analyse cyclophosphamide and its metabolite because this drug is
widely used in cancer treatments (Sessink and Bos, 1999). However, this does not
preclude the need to evaluate other drugs.
78
These results demonstrate the increasing need for genetic biomonitoring and the
detection of trace antineoplastic agents in the urine of health professionals who prepare
and/or handle such agents. Even when individual and collective protection equipment is
used, contamination repeatedly occurs. The present study further suggests that the comet
and micronucleus assays and the quantification of cyclophosphamide and ifosfamide in
urine are important tests to assess the level of contamination caused by occupational
exposure and to establish measures to prevent damage to the health of cancer treatment
professionals.
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Moretti, M; Bonfiglioli, R; Feretti, D; Pavanello, S; Mussi, F; Grollino, MG; Villarini, M; Barbieri, A; Ceretti, E; Carrieri, M; Buschini, A; Appolloni, M; Dominici, L; Sabatini, L; Gelatti, U; Bartolucci, GB; Poli, P; Stronati, L; Mastrangelo, G; Monarca, S. A study protocol for the evaluation of occupational mutagenic/carcinogenic risks in subjects exposed to antineoplastic drugs: a multicentric project. BMC Public Health. London, v. 11, n. 195, 2011. Moretti, M; Grollino, MG; Pavanello, S; Bonfiglioli, R; Villarini, M; Appolloni, M; Carrieri, M; Sabatini, L; Dominici, L; Stronati, L; Mastrangelo, G; Barbieri, A; Fatigoni, C; Bartolucci, GB; Ceretti, E; Mussi, F; Monarca, S. Micronuclei and chromosome aberrations in subjects occupationally exposed to antineoplastic drugs: a multicentric approach. International Archives of Occupational and Environmental Health, v. 88, n.6, p.683-95. Nov. 2014. Navarro, SD; Beatriz, A; Meza, A; Pesarini, JR; Gomes, RDS; Karaziack, CB; Cunha-Laura, AL; Monreal, ACD; Romão, W; Lacerda-Júnior, V, et al. New synthetic resorcinolic lipid 3-heptyl-3,4,6-trimethoxy-3hisobenzofuran-1-one: Evaluation of toxicology and ability topotentiate the mutagenic and apoptotic effects of cyclophosphamide. European Journal of Medicinal Chemistry, v. 75, p. 132-142, 2014. Rekhadevi, PV; Sailaja, N; Chandrasekhar, M; Mahboob, M; Rahman, MF; Grover, P. Genotoxicity assessment in oncology nurses handling anti-neoplastic drugs. Mutagenesis Research, v. 22, p. 395-401, 2007. Rodríguez-Montero, HM; Argote-Pelegrino, E; Díaz-Curbelo, A; Cuétara-Lugo, EB. Genotoxicity biomarkers for monitoring occupational exposure to antineoplastic drugs. Journal of Pharmacy e Pharmacognosy Research, v. 4, n. 3, p. 122-133, 2016. Rombaldi, F; Cassini, C; Salvador, M; Saffi, J; Erdtmann, B. Occupational risk assessment of genotoxicity and oxidative stress in workers handling anti-neoplastic drugs during a working week. Mutagenesis Research, v. 24, p. 143-148, 2009. Singh, NP; McCoy, MT; Tice, RR; Schneider, EL. A simple technique for quantitation of low levels of DNA damage in individual cells. Experimental Cell Research, v. 175, p. 184-91, 1988. Sessink, P.J., Van De Kerkhof, M.C., Anzion, R.B., Noordhoek, J., Bos, R.P. Environmental contamination and assessment of exposure to antineoplastic agents by determination of cyclophosphamide in urine of exposed pharmacy technicians: is skin absorption an important exposure route. Arch. Environ. Health. Vol. 49, n.3, p. 165-169, 1994. Sessink, P JM.; Bos, RP. Drugs hazardous to healthcare workers. Evaluation of methods for monitoring occupational exposure to cytostatic drugs. Drug Safety, Auckland, v. 20, n.4, p. 347-359, 1999. Zhang, J; Baoa, J; Wangb, R; Gengc, Z; Chend, Y; Liue, X; Xief, Y; Jiangg, L; Dengh, Y; Liui, G; Xuj, R; Miaoa, L. A multicenter study of biological effects assessment of
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Table 1. Demographic data of professionals exposed to chemotherapeutic agents.
Parameters Not Exposed (n = 10) Exposed (n = 49)
Sex Women 05 (50%) 35 (71.42%)
Men 05 (50%) 14 (28.57%) Age
Minimum 21 24 Maximum 50 57
Working Time Hours / day - 6.43 ± 0.25
Months worked - 43.95 ± 5.78 Hours of daily exposure -
Pharmacists - 5.60 ± 1.85
Hours of daily exposure - Nurses - 7.33 ± 0.96 Months of exhibition - Pharmacists - 45.41 ± 41.20
Months of exhibition - Nurses - 41.70 ± 38.96 Smoking Habit
Women 02 (4.08%) Men 02 (20%) 05 (10.20%)
Chronic disease Women 03 (6.12%)
Men 01 (10%) 02 (4.08%) Urinary Tract Disease 0 0
81
82
Figure 2. (A) Figure showing comets in lymphocytes of exposed professionals stained
with orange acridine. (B) Mean ± standard error of the mean (SEM) of the frequency of
damaged cells and comet assay score. (C) Figure showing micronuclei in oral mucosal
cell of an exposed professional stained with Giemsa. (D) Micronuclei frequency in oral
mucosa. (E) Scatter plot showing Pearson's linear correlation between the frequency of
genotoxic damage (comet assay score x micronuclei frequency). Each symbol represents
the frequency of both variables for a single individual. The solid line represents the linear
regression line. Control - Non-exposed professionals. Statistical tests: B, D and E -
ANOVA/Tukey; different letters indicate significant differences (p < 0.05); Pearson’s
linear correlation (p < 0.05).
Contr
ol
Phar
mac
y
Nurs
ery
0.00
0.05
0.10
0.15
a
b b
An
aly
sis
of
CP
in
uri
ne
Figure 3. Analysis of CP in urine samples of professionals who do not manipulate
antineoplastic and professional exposed in urine samples. Mean ± standard error of
the mean (EPM) of the concentration of cyclophosphamide and its metabolites in the
urine of professionals (Statistical Test: Kruskal-Wallis / Dunn; p <0.05).
µg
/L
UNIVERSIDADE FEDERAL DOMATO GROSSO DO SUL -
UFMS
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
Pesquisador:
Título da Pesquisa:
Instituição Proponente:
Versão:
CAAE:
Biomonitoramento genético da exposição ocupacional de farmacêuticos quemanipulam medicamentos antineoplásicos/quimioterápicos.
Andreza Negreli Santos
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
1
62729616.9.0000.0021
Área Temática:
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Número do Parecer: 1.870.703
DADOS DO PARECER
Biomonitoramento genético da exposição ocupacional de farmacêuticos que manipulam medicamentos
antineoplásicos/quimioterápicos.
Resumo:
A incidência de neoplasia maligna aumentou significativamente nas últimas décadas, tornando-se um grave
problema de saúde pública. O aumento
de pacientes que necessitam de tratamento quimioterápico levou a um maior número de profissionais
expostos durante a manipulação ocupacional e, portanto, se faz necessário cada vez mais o empenho com
os cuidados com a segurança ocupacional dos profissionais expostos diretamente aos agentes em questão
(Sabino; Tirapelli; Fonseca, 2015). Trabalhadores expostos podem sofrer danos em genes, de células
somáticas e/ou células germinativas, como proto-oncogenes e genes supressores tumorais o que pode levar
ao desenvolvimento de tumores (INCA, 2016). A associação
do dano genético com falha nos mecanismos de reparação são os eventos moleculares que estão
envolvidos com o início e progressão da carcinogênese. Assim, infere-se que vários agentes capazes de
provocar mutagenicidade, dentre eles alguns medicamentos, radiações, agrotóxicos e
Apresentação do Projeto:
Financiamento PróprioPatrocinador Principal:
79.070-110
(67)3345-7187 E-mail: [email protected]
Endereço:Bairro: CEP:
Telefone:
Pró Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação/UFMS
Caixa Postal 549
UF: Município:MS CAMPO GRANDE
Fax: (67)3345-7187
Página 01 de 04
UNIVERSIDADE FEDERAL DOMATO GROSSO DO SUL -
UFMS
Continuação do Parecer: 1.870.703
CAMPO GRANDE, 15 de Dezembro de 2016
PAULO ROBERTO HAIDAMUS DE OLIVEIRA BASTOS(Coordenador)
Assinado por:
Manuseio MaterialBiológico /Biorepositório /Biobanco
MaterialBiologico.pdf 16:49:24 Santos Aceito
Declaração deInstituição eInfraestrutura
CartaAnuenciaGEP.pdf 23/11/201616:46:43
Andreza NegreliSantos
Aceito
Cronograma Cronograma.pdf 23/11/201616:44:11
Andreza NegreliSantos
Aceito
Situação do Parecer:Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:Não
79.070-110
(67)3345-7187 E-mail: [email protected]
Endereço:Bairro: CEP:
Telefone:
Pró Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação/UFMS
Caixa Postal 549
UF: Município:MS CAMPO GRANDE
Fax: (67)3345-7187
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UNIVERSIDADE FEDERAL DOMATO GROSSO DO SUL -
UFMS
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
Pesquisador:
Título da Pesquisa:
Instituição Proponente:
Versão:
CAAE:
Estudo da relação entre a intensidade de danos genéticos e os estágios clínicos docarcinoma de células escamosas de boca: Avaliação pré e pós intervenção cirúrgica,quimioterápica e/ou radioterápica.
Andreza Negreli Santos
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
2
57136016.3.0000.0021
Área Temática:
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Número do Parecer: 1.671.940
DADOS DO PARECER
O carcinoma de células escamosas de boca está entre as dez neoplasias malignas mais frequentes, sendo
o câncer de boca o quinto mais comum
no sexo masculino no Brasil (Colombo; Rahal, 2009 e Bragwath; Chandra, 2014). Estimativas do Instituto
Nacional do Câncer prevê a ocorrência de
15.490 novos casos de câncer de boca em 2016 no país e apesar de todos os avanços na terapêutica, e do
tratamento cada vez mais específico e
multidisciplinar, a taxa de sobrevida em cinco anos ainda é baixa, mantendo se em torno de 60% (Colombo;
Rahal, 2009; Bragwath; Chandra, 2014).
A associação do dano genético com falha nos mecanismos de reparação são os eventos moleculares que
estão envolvidos com o inicio e
progressão da carcinogênese. Vários agentes capazes de provocar mutagenicidade foram descritos, entre
eles alguns medicamentos, radiações,
agrotóxicos e outros (Mackenna et al., 2008). O principal fator etiológico do carcinoma de célula escamosa
de boca é o tabagismo. Mais de 60
substâncias capazes de gerar dano celular já foram identificadas no tabaco. A grande maioria dos
portadores da doença é tabagista, quase sempre
Apresentação do Projeto:
Financiamento PróprioPatrocinador Principal:
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Caixa Postal 549
UF: Município:MS CAMPO GRANDE
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UFMS
Continuação do Parecer: 1.671.940
CAMPO GRANDE, 10 de Agosto de 2016
PAULO ROBERTO HAIDAMUS DE OLIVEIRA BASTOS(Coordenador)
Assinado por:
Situação do Parecer:Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:Não
79.070-110
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