ANIMAIS Cavalo leva 3 mil picadas de abelhas · ANIMAIS Cavalo leva 3 mil picadas de abelhas ... e...

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JP n 11 n Terça-feira, 11 de dezembro de 2007 GERAL ANIMAIS Cavalo leva 3 mil picadas de abelhas Potro estava perto de uma colmØia no Bairro TibiriçÆ quando foi atacado. Bombeiros foram chamados > ROBSON NEVES Um cavalo foi atacado por um enxa- me de abelhas quando pastava tran- qüilamente em um terreno ontem à tarde, na Rua Coronel Santos Filhos, no Bairro Tibiriçá, em Cachoeira do Sul. O potro, da raça quarto de milha, havia sido deixado no pátio pelo proprietário pouco antes de sofrer o ataque. O Corpo de Bombeiros precisou ser acionado para socorrer o animal, de pelagem tostada e apenas um ano, que já havia sido derrubado pelas abelhas. Usando roupas especiais, bombeiros usaram água para dispersar os insetos, que cobriam o corpo do animal. "Se estas abelhas tivessem atacado uma pessoa, seria fatal" salienta o sargento João Fernando dos Santos Teixeira, do Cor- po de Bombeiros, que comandou a ope- ração para salvar o animal atacado. Conforme o sargento Fernando, quando chegaram ao terreno os bom- beiros encontraram o cavalo deitado perto da colméia, que fica no tronco de um plátano. Para fazer a dispersão das abelhas, os bombeiros usaram um jato de neblina. Em seguida, o potro foi arrastado com auxílio de um guincho do caminhão dos bombeiros por uma distância de aproximadamente 70 me- tros, ficando longe das abelhas. Para atender o cavalo, foi acionado o veteri- nário Marcelo Loreto, que aplicou-lhe duas injeções de anti-alérgico, na ten- tativa de neutralizar o efeito do veneno. Para Loreto, as chances de sobrevivên- cia do pequeno potro são mínimas, pois ele teve centenas de picadas. Com o diagnóstico, a tristeza estava estampa- da no rosto do militar Adriano Alves dos Santos, que acompanhou o sofri- mento de seu jovem cavalo. FATAL - FATAL - FATAL - FATAL - FATAL - A estimativa do sargento Fernando e do veterinário Marcelo Loreto é de que pelo menos três mil abelhas tenham atacado o cavalo, muitas na ca- beça. “Com certeza, se estas abelhas tivessem atacado uma pessoa seria fa- tal”, alerta o veterinário Marcelo Loreto. Ele salienta que se o potro sobreviver, poderá ainda apresentar seqüelas do ataque. “Fizemos a medicação, mas não sabemos se ele agüentará. Ele pode en- trar em choque, que leva ao coma e a morte”, comenta o veterinário. As abe- lhas que atacaram o quarto de milha são conhecidas como africanizadas, informa Marcelo Loreto. Ele enfatiza que o ata- que deve ter ocorrido por causa da pro- ximidade que o cavalo estava da colméia. “As abelhas têm um perímetro de prote- ção. Elas devem ter se sentido ameaçadas e o atacaram”, esclarece. Ontem à noite, os bombeiros voltariam ao Tibiriçá para remover a colméia. Suor pode ser a causa do ataque Suor pode ser a causa do ataque Suor pode ser a causa do ataque Suor pode ser a causa do ataque Suor pode ser a causa do ataque Precaução: bombeiros usaram roupas especiais para que não fossem picados Com experiência de quem há mais de 20 anos trabalha com abelhas, o veterinário e apicultor Paulo Figueiró afirma que o ataque cometido pelas abelhas é a forma usada pelo inseto para se defender. “A abelha é um inse- to defensivo, não ataca e sim se defen- de quando se sente ameaçada. Ela re- age frente ao perigo”, frisa Figueiró. No caso do ataque ao potro, ele afirma que o cheiro do suor do cavalo pode ter provocado as abelhas. “O cheiro do suor do cavalo irrita as abelhas. É bem provável que ele tenha chegado muito perto da colméia, o que para o enxame foi uma ameaça”, opina Figueiró. Ele salienta que a presença de enxa- mes de abelhas na cidade é um grande perigo, pois são insetos sensíveis e que podem atacar ao se sentirem ameaça- dos. “Um som ou um cheiro podem fazer com que elas sintam-se ameaçadas e reajam. As abelhas também não gos- tam de cores escuras, por isso as roupas especiais são todas em cores claras”, comenta Figueiró. O apicultor explica que as abelhas, por sua genética, são insetos colonizadores, por isso acabam vindo para a cidade. No entanto, o meio urbano não é adequado para elas. “É um risco, um perigo muito evidente. As abelhas na cidade precisam ser captu- radas e levadas para um local seguro ou eliminadas”, alerta Figueiró. Cavalo da BM mor Cavalo da BM mor Cavalo da BM mor Cavalo da BM mor Cavalo da BM morreu atacado por abelhas eu atacado por abelhas eu atacado por abelhas eu atacado por abelhas eu atacado por abelhas No mês passado, um cavalo da Bri- gada Militar morreu depois de levar centenas de ferroadas de um enxame de abelhas, no Parque da Redenção, em Porto Alegre. Como estava amarra- do a uma árvore, o cavalo tentou se desvencilhar dos insetos com coices e corcoveadas, que foram inúteis. Sem perceberem o enxame, dois policiais militares que faziam o patrulhamento deixaram seus cavalos amarrados para que fossem verificar a situação de um carro abandonado no parque. Em me- nos de um minuto, o cavalo estava coberto por abelhas de uma espécie misturada, africana e européia. O ou- tro animal também foi atacado, mas conseguiu fugir depois de levar mais de 70 ferroadas. Um gráfico que passava pelo local chegou a cortar as rédeas, mas já era tarde. Ele ainda recebeu soro e medicação anti-alérgica, mas não resistiu. Na semana passada, também em Porto Alegre, um enxame de abelhas matou dois cães e um pato que estavam no quintal de uma residência, onde além dos animais os insetos atacaram uma mulher, que precisou receber aten- dimento médico. A colméia havia sur- gido há três anos e ficava próxima à casa. O Corpo de Bombeiros removeu as abelhas do local. A Secretaria Muni- cipal do Meio Ambiente (Smam) de Porto Alegre está fazendo vistorias na cidade para promover a retirada de colméias. Na semana passada, foram retirados três enxames, dois estavam no Parque Marinha do Brasil e um estava no Largo Zumbi dos Palmares. PARA SABER MAIS MUL MUL MUL MUL MULTIMÍDIA TIMÍDIA TIMÍDIA TIMÍDIA TIMÍDIA ta a um vídeo com o potro sendo removido para um local seguro, após ser medicado. Acesse o site do JP JP JP JP JP e assis- Como enfrentar as abelhas > As abelhas são um perigo constante, por isso devem ser tratadas como qual- quer outro animal venenoso, tal como uma cobra ou escorpião. Caso seja pica- do por mais de 15 abelhas, ou se sentir qualquer sintoma além de dor e inflama- ção nos locais das picadas, procure auxí- lio médico imediatamente. Enquanto numa pessoa a picada provoca apenas dor e inchaço, em outras pode desencadear o choque anafilático, com parada cardíaca e morte (pessoas alérgicas). > Como regra geral, mantenha-se afasta- do de todo enxame ou colméia. Se encon- trar alguma, afaste-se imediatamente. Se atacado, ao correr trate de proteger o seu rosto e os olhos, tanto quanto possí- vel. Refugie-se num carro ou casa. A água (mergulhar no rio) e a vegetação densa não oferecem proteção suficiente. > Não fique parado e nem trate de sacudir- se ou afugentá-las: os movimentos rápidos e os sons agudos provocam que as abelhas piquem. Ao ser atacado, se você não tiver um pano para cobrir a cabeça, faça-o com a própria camisa. As picadas nas costas e no peito que você deverá levar serão me- nos graves do que as que ocorreriam no rosto. > Uma pessoa alérgica vai apresentar os primeiros sintomas três a quatro minutos após receber a picada: dificuldade de res- pirar, pele avermelhada e até desmaio. Nesses casos, o melhor é não tentar atender em casa, mas levá-la ao hospital o quanto antes. ROBSON NEVES

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JP n 11 n Terça-feira,11 de dezembro de 2007GERAL

ANIMAIS

Cavalo leva 3 mil picadas de abelhasPotro estava perto de uma colméia no Bairro Tibiriçá quando foi atacado. Bombeiros foram chamados

> ROBSON NEVES

Um cavalo foi atacado por um enxa-me de abelhas quando pastava tran-qüilamente em um terreno ontem àtarde, na Rua Coronel Santos Filhos, noBairro Tibiriçá, em Cachoeira do Sul. Opotro, da raça quarto de milha, haviasido deixado no pátio pelo proprietáriopouco antes de sofrer o ataque. O Corpode Bombeiros precisou ser acionadopara socorrer o animal, de pelagemtostada e apenas um ano, que já haviasido derrubado pelas abelhas. Usandoroupas especiais, bombeiros usaramágua para dispersar os insetos, quecobriam o corpo do animal. "Se estas

abelhas tivessem atacado uma pessoa,seria fatal" salienta o sargento JoãoFernando dos Santos Teixeira, do Cor-po de Bombeiros, que comandou a ope-ração para salvar o animal atacado.

Conforme o sargento Fernando,quando chegaram ao terreno os bom-beiros encontraram o cavalo deitadoperto da colméia, que fica no tronco deum plátano. Para fazer a dispersão dasabelhas, os bombeiros usaram um jatode neblina. Em seguida, o potro foiarrastado com auxílio de um guinchodo caminhão dos bombeiros por umadistância de aproximadamente 70 me-tros, ficando longe das abelhas. Paraatender o cavalo, foi acionado o veteri-

nário Marcelo Loreto, que aplicou-lheduas injeções de anti-alérgico, na ten-tativa de neutralizar o efeito do veneno.Para Loreto, as chances de sobrevivên-cia do pequeno potro são mínimas, poisele teve centenas de picadas. Com odiagnóstico, a tristeza estava estampa-da no rosto do militar Adriano Alvesdos Santos, que acompanhou o sofri-mento de seu jovem cavalo.

FATAL - FATAL - FATAL - FATAL - FATAL - A estimativa do sargentoFernando e do veterinário Marcelo Loretoé de que pelo menos três mil abelhastenham atacado o cavalo, muitas na ca-beça. “Com certeza, se estas abelhastivessem atacado uma pessoa seria fa-

tal”, alerta o veterinário Marcelo Loreto.Ele salienta que se o potro sobreviver,poderá ainda apresentar seqüelas doataque. “Fizemos a medicação, mas nãosabemos se ele agüentará. Ele pode en-trar em choque, que leva ao coma e amorte”, comenta o veterinário. As abe-lhas que atacaram o quarto de milha sãoconhecidas como africanizadas, informaMarcelo Loreto. Ele enfatiza que o ata-que deve ter ocorrido por causa da pro-ximidade que o cavalo estava da colméia.“As abelhas têm um perímetro de prote-ção. Elas devem ter se sentido ameaçadase o atacaram”, esclarece. Ontem à noite,os bombeiros voltariam ao Tibiriçá pararemover a colméia.

Suor pode ser a causa do ataqueSuor pode ser a causa do ataqueSuor pode ser a causa do ataqueSuor pode ser a causa do ataqueSuor pode ser a causa do ataque

Precaução: bombeiros usaram roupas especiais para que não fossem picados

Com experiência de quem há maisde 20 anos trabalha com abelhas, oveterinário e apicultor Paulo Figueiróafirma que o ataque cometido pelasabelhas é a forma usada pelo insetopara se defender. “A abelha é um inse-to defensivo, não ataca e sim se defen-de quando se sente ameaçada. Ela re-age frente ao perigo”, frisa Figueiró.No caso do ataque ao potro, ele afirmaque o cheiro do suor do cavalo pode terprovocado as abelhas. “O cheiro dosuor do cavalo irrita as abelhas. É bemprovável que ele tenha chegado muitoperto da colméia, o que para o enxamefoi uma ameaça”, opina Figueiró.

Ele salienta que a presença de enxa-

mes de abelhas na cidade é um grandeperigo, pois são insetos sensíveis e quepodem atacar ao se sentirem ameaça-dos. “Um som ou um cheiro podemfazer com que elas sintam-se ameaçadase reajam. As abelhas também não gos-tam de cores escuras, por isso as roupasespeciais são todas em cores claras”,comenta Figueiró. O apicultor explicaque as abelhas, por sua genética, sãoinsetos colonizadores, por isso acabamvindo para a cidade. No entanto, o meiourbano não é adequado para elas. “Éum risco, um perigo muito evidente. Asabelhas na cidade precisam ser captu-radas e levadas para um local seguro oueliminadas”, alerta Figueiró.

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gada Militar morreu depois de levarcentenas de ferroadas de um enxamede abelhas, no Parque da Redenção,em Porto Alegre. Como estava amarra-do a uma árvore, o cavalo tentou sedesvencilhar dos insetos com coices ecorcoveadas, que foram inúteis. Semperceberem o enxame, dois policiaismilitares que faziam o patrulhamentodeixaram seus cavalos amarrados paraque fossem verificar a situação de umcarro abandonado no parque. Em me-nos de um minuto, o cavalo estavacoberto por abelhas de uma espéciemisturada, africana e européia. O ou-tro animal também foi atacado, masconseguiu fugir depois de levar mais de70 ferroadas. Um gráfico que passavapelo local chegou a cortar as rédeas,

mas já era tarde. Ele ainda recebeusoro e medicação anti-alérgica, masnão resistiu.

Na semana passada, também emPorto Alegre, um enxame de abelhasmatou dois cães e um pato que estavamno quintal de uma residência, ondealém dos animais os insetos atacaramuma mulher, que precisou receber aten-dimento médico. A colméia havia sur-gido há três anos e ficava próxima àcasa. O Corpo de Bombeiros removeuas abelhas do local. A Secretaria Muni-cipal do Meio Ambiente (Smam) dePorto Alegre está fazendo vistorias nacidade para promover a retirada decolméias. Na semana passada, foramretirados três enxames, dois estavamno Parque Marinha do Brasil e umestava no Largo Zumbi dos Palmares.

PARA SABER MAIS

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ta a um vídeo com o potro sendoremovido para um local seguro, apósser medicado.

Acesse o site do JP JP JP JP JP e assis-

Como enfrentar as abelhas> As abelhas são um perigo constante,por isso devem ser tratadas como qual-quer outro animal venenoso, tal comouma cobra ou escorpião. Caso seja pica-do por mais de 15 abelhas, ou se sentirqualquer sintoma além de dor e inflama-ção nos locais das picadas, procure auxí-lio médico imediatamente. Enquanto numapessoa a picada provoca apenas dor einchaço, em outras pode desencadear ochoque anafilático, com parada cardíacae morte (pessoas alérgicas).> Como regra geral, mantenha-se afasta-do de todo enxame ou colméia. Se encon-trar alguma, afaste-se imediatamente. Seatacado, ao correr trate de proteger oseu rosto e os olhos, tanto quanto possí-vel. Refugie-se num carro ou casa. A água

(mergulhar no rio) e a vegetação densa nãooferecem proteção suficiente.> Não fique parado e nem trate de sacudir-se ou afugentá-las: os movimentos rápidose os sons agudos provocam que as abelhaspiquem. Ao ser atacado, se você não tiverum pano para cobrir a cabeça, faça-o coma própria camisa. As picadas nas costas eno peito que você deverá levar serão me-nos graves do que as que ocorreriam norosto.> Uma pessoa alérgica vai apresentar osprimeiros sintomas três a quatro minutosapós receber a picada: dificuldade de res-pirar, pele avermelhada e até desmaio.Nesses casos, o melhor é não tentaratender em casa, mas levá-la ao hospital oquanto antes.

ROBSON NEVES