ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

86
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIA DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO - SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO CORTISOL SALIVAR, SALTO VERTICAL E RECUPERAÇÃO DURANTE UMA SEMANA DE TREINAMENTO NA PRÉ-TEMPORADA NO ATLETISMO. Flávio Aurélio Fernandes Soares NATAL - RN 2020

Transcript of ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

Page 1: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIA DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO - SENSU EM

EDUCAÇÃO FÍSICA

ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO:

EFEITOS NO CORTISOL SALIVAR, SALTO VERTICAL E

RECUPERAÇÃO DURANTE UMA SEMANA DE

TREINAMENTO NA PRÉ-TEMPORADA NO ATLETISMO.

Flávio Aurélio Fernandes Soares

NATAL - RN

2020

Page 2: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO:

EFEITOS NO CORTISOL SALIVAR, SALTO VERTICAL E

RECUPERAÇÃO DURANTE UMA SEMANA DE

TREINAMENTO NA PRÉ-TEMPORADA NO ATLETISMO.

FLÁVIO AURÉLIO FERNANDES SOARES

Dissertação apresentada ao

programa de pós-graduação em

Educação Física da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como

requisito para a obtenção do grau de

Mestre em Educação Física.

ORIENTADOR: ARNALDO LUIS MORTATTI

Page 3: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS

Soares, Flávio Aurélio Fernandes. Análise da carga de treinamento e sono: efeitos no cortisol salivar, salto vertical e recuperação durante uma semana de treinamento na pré-temporada no atletismo / Flávio Aurélio Fernandes Soares. - 2020. 85f.: il.

Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Educação Física. Natal, RN, 2020. Orientador: Arnaldo Luis Mortatti.

1. Educação Física - Treinamento - Dissertação. 2. Atletismo - Dissertação. 3. Sono - Dissertação. I. Mortatti, Arnaldo Luis.II. Título.

RN/UF/BS-CCS CDU 796

Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263

Page 4: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

AGRADECIMENTO

A Deus pela faculdade da inteligência que me foi concedido com o intuito

de admirar a beleza da criação;

A Comunidade Católica Shalom, especialmente para a missão de Natal

(Rn) na pessoa de Caio Vinícius Rodrigues que pacientemente me acolheu

neste tempo de estudo;

Ao meu formador Adriano Henrique Soares de Oliveira pelo qual

perseverou comigo neste discernimento, me apoiando e compreendendo meus

limites. Sem ele nada disso seria possível;

A minha mãe Marilei Fernandes de Sousa que desde mais terna idade

fomentou em mim o desejo por uma vida intelectual autêntica e dedicada;

A minha esposa Amália Cristina Barreiros da Fonseca que assumiu por

todo este tempo o papel de mãe e pai pelas minhas ausências por necessidade

de estudo;

As minhas filhas Maria Valentina Fonseca Soares e Maria Cecília

Fonseca Soares que lamentavam as minhas partidas toda a semana. Um dia

entenderão todo esforço de ato de amor concreto;

Ao meu orientador Arnaldo Luis Mortatti que por tempo mostrou a direção

a seguir, por outros caminhou ao meu lado e por vezes trilhou por mim. Minha

sincera gratidão;

Aos colegas do mestrado e do grupo de estudo GEPEFIC. Elias, Júlio,

Bruno, Luhane, Glauber, Ayrton, Marx e Charles. Obrigado pelo convívio e

discussões que me amadureceram e me tornaram alguém melhor;

Aos professores Dr. Pedro Felipe Carvalhedo de Bruin e Dr. Ricardo

Santos Oliveira pela contribuição na banca de qualificação que nos auxiliou na

edificação de um trabalho de qualidade.

Por fim a todos que direto ou indiretamente colaboraram para a

concretização deste plano.

Page 5: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

V

SUMÁRIO

Páginas

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................12

2. JUSTIFICATIVA...............................................................................................14

3. OBJETIVOS.....................................................................................................15

3.1 Objetivo geral.................................................................................................15

3.2 Objetivos específicos.....................................................................................15

4. HIPÓTESE.......................................................................................................16

5. REVISÃO DE LITERATURA ...........................................................................17

5.1. Provas Combinadas, Salto em Distância e Meio Fundo...............................17

5.2. Processo do Treinamento Esportivo.............................................................18

5.2.1. Modelo da Síndrome da Adaptação Geral (SAG)......................................18

5.2.2 Modelo Fitness-Fadiga................................................................................19

5.2.3 Modelo de Estímulo-Fadiga-Recuperação-Adaptação...............................20

5.3 Carga de Treinamento...................................................................................21

5.3.1 Carga Externa – Definições........................................................................21

5.3.1.1 Carga Externa – Instrumentos e Avaliações............................................22

5.3.1.2 Acelerometria (Player Load)....................................................................22

5.3.1.3 Global Position System (GPS).................................................................23

5.3.2 Carga Interna – Definições.........................................................................24

5.3.2.1 Carga Interna – Instrumentos e Avaliações.............................................25

5.3.2.2 Percepção Subjetiva de Esforço da Sessão............................................25

5.4. O Sono.........................................................................................................27

5.4.1 Sono e Desempenho Esportivo..................................................................30

5.4.2 Sono Diurno e Desempenho Esportivo.......................................................33

6. METODOLOGIA..............................................................................................35

6.1 Tipo de Pesquisa...........................................................................................35

6.2 Seleção da Amostra.......................................................................................35

6.3 Coleta dos Dados...........................................................................................38

6.3.1. Cronograma da Semana de Treinamento..................................................39

6.3.2 Cronograma das Sessões de Treino..........................................................40

Page 6: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

VI

6.4.1 Medidas Antropométricas...........................................................................41

6.4.1.1 Estatura e Massa Corporal......................................................................41

6.4.2 Monitoramento das Cargas de Treinamentos.............................................41

6.4.2.1 Percepção Subjetiva de Esforço (PSE – sessão)....................................41

6.4.2.2 Carga Interna de Treinamento (CIT)........................................................41

6.4.2.3 Carga Externa de Treinamento (CET - PlayerLoad)................................42

6.4.3 Avaliação do Sono......................................................................................42

6.4.3.1 Índice de Qualidade do Sono Pittsburgh (PSQI)......................................42

6.4.3.2 Avaliação Subjetiva da Frequência e Tempo de Sono Diurno.................43

6.4.3.2 Avaliação Objetiva do Tempo de Sono Noturno......................................43

6.4.3.3 Avaliação Subjetiva da Quantidade e Qualidade do Sono Noturno.........44

6.4.4 Avaliação dos Níveis de Estresse, Desempenho e Recuperação..............45

6.4.4.1 Coleta Salivar...........................................................................................45

6.4.4.2 Teste de Salto Vertical (Counter Movement Jump – CMJ)......................45

6.4.4.3 Qualidade Total de Recuperação (QTR).................................................45

6.5 Análise Estatística..........................................................................................46

7. RESULTADOS.................................................................................................47

7.1 Caracterização da Amostra............................................................................47

7.2 Carga de Treinamento e Tempo de Sono......................................................47

7.3 Tempo de Sono Noturno, Análise Hormonal, Desempenho e Recuperação.51

7.4 Tempo de Sono Diurno e Qualidade Total de Recuperação.........................52

8. DISCUSSÃO....................................................................................................54

9. CONCLUSÃO..................................................................................................57

10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...................................................................58

Page 7: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

VII

LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Definições dos termos relacionado à avaliação do sono.

TABELA 2- Cronograma das atividades realizadas durante o 2º Camping deAtletismo.

TABELA 3- Descrição detalhada da semana de treinamento, incluindo as atividadesrealizadas e seus respectivos tempos de duração (min) e a cargainterna planejada pelos treinadores (PSE-sessão).

TABELA 4 – Caracterização da amostra para os atletas participantes da pré-temporada.

TABELA 5 – Avaliação do sono antes e durante a semana de treinamento.

TABELA 6 – Tempo de sono noturno, diurno e total durante a semana detreinamento.

TABELA 7 – Avaliação do sono em diferentes ambientes de dormir.

TABELA 8 – Sono noturno, estresse, desempenho e recuperação na semana detreinamento.

TABELA 9 - Frequência de cochilo durante a semana de treinamento.

TABELA 10 – Sono diurno, carga de treino e recuperação.

Page 8: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

VIII

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Modelo da síndrome de adaptação geral (SAG), de Hans Selye. TheStress of Life.

FIGURA 2 - Modelo Fitness-Fatigue, de Banister, Macdougall & Wenger. (1991).

FIGURA 3 - Modelo conceitual do sistema de monitoramento para atletas, deAaron J. Coutts, Stephen Crowcroft, & Tom Kempton (2018).

FIGURA 4- Escala CR10 Borg (1982) modificada por Foster et al., (2001).

FIGURA 5 - Arquitetura do sono, de Matthew Walker (2018).

FIGURA 6- Frequência de ondas cerebrais durante o sono, de Maria Oliveira.

FIGURA 7- Exame de polissonografia.

FIGURA 8- Dispositivo de acelerômetro.

FIGURA 9 - Fluxograma de triagem dos participantes da pesquisa.

FIGURA 10 - Desenho do estudo.

FIGURA 11A – Valores da carga externa de treinamento na pré-temporada.

FIGURA 11B – Valores da carga interna de treinamento na pré-temporada.

FIGURA 12 – Percepção do sono noturno durante a semana de treinamento.

Page 9: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

9

LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS.

ATP. Adenosina Tri-Fosfato

CET. Carga Externa de Treinamento

CETd Carga Externa Diária

CIT. Carga Interna de Treinamento

CITd. Carga Interna de Treinamento Diária

Cs. Cortisol Salivar

CT. Carga de Treino

HIIT. Treinamento Intervalado de Alta Intensidade

MMA. Artes Marciais Mistas

nREM. Sono sem Movimentos Oculares Rápidos

PC. Fosfocreatina

PSE. Percepção Subjetiva de Esforço

QTR. Qualidade Total de Recuperação

QTRm. Qualidade Total de Recuperação Matutina

QTRv. Qualidade Total de Recuperação Vespertina

REM. Movimento Rápido dos Olhos

SAG. Síndrome da Adaptação Geral

SVCCM. Salto Vertical com Contramovimento.

TRIMP. Impulso de treinamento

TS. Tempo de Sono

U.A. Unidades Arbitrárias

Page 10: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

10

RESUMO

ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO CORTISOLSALIVAR, SALTO VERTICAL E RECUPERAÇÃO DURANTE UMA SEMANA DE

TREINAMENTO NA PRÉ-TEMPORDA NO ATLETISMO.Autor: FLÁVIO AURÉLIO FERNANDES SOARES

Orientador: ARNALDO LUIS MORTATTI

Introdução: Diversos estudos têm avaliado o efeito das cargas de treino sobre

parâmetros psicofisológico, dentre estes o sono, uma vez que, a duração de

sono insuficiente pode acarretar em um prejuízo no desempenho de atletas.

Objetivo: Investigar o efeito da carga de treino no tempo de sono durante uma

semana de treinamento na pré-temporada e sua influência no cortisol salivar,

salto vertical e recuperação em jovens do atletismo. Métodos: 20 atletas (16

homens e 4 mulheres, idade:18,2±2,1 anos, estatura:173,61±21 cm e

peso:63,36±9,96 kg) de provas de saltos, combinadas e fundo foram avaliados

na primeira semana da pré-temporada. A carga externa de treinamento (CET) foi

mensurada pelo método da playerLoad, enquanto a carga interna de

treinamento (CIT) foi mensurada pelo método da Percepção Subjetiva de

Esforço da sessão (PSE da sessão). As variáveis do sono foram quantificadas

por actigrafia e diário de sono. Foi realizada a análise de modelo linear misto

para calcular o efeito do tempo sobre os parâmetros de sono, cortisol, salto

vertical e recuperação. Resultados: Houve efeito do tempo (dias de treino) na

CET (t(73,57)= -2,36 p=0,02) com estimativa de -0,11 (PL/min), na CIT (t (68,36)=2,27

p=0,03) com estimativa de 54,12 UA, no tempo de sono noturno (t (80)=-2,81

p=0,01) com estimativa de -18,05 min, no cortisol salivar (t(80)=-2,11 p=0,03) com

estimativa de -0,24mmol e na recuperação com (t(80)=2,30 p=0,02) com

estimativa de 0,36 UA. Não houve efeito da carga externa (p=0,39) interna

(p=0,72) sobre o tempo de sono noturno. Não houve efeito do tempo de sono

noturno sobre o cortisol salivar (p=0,52) e recuperação (p=0,36). Os atletas que

cochilaram apresentaram um melhor estado de recuperação 5,9(±2,1) em

comparação para os que não cochilaram 3,8(±2,0) (t(78)=4,42 p=0,00).

Conclusão: As cargas de treino não afetaram o tempo de sono em jovens

atletas, entretanto, o cochilo demonstrou aumentar a percepção de recuperação

entre sessões de treinamento realizadas dentro de uma unidade de treino.

Palavras chaves: Educação Física e Treinamento; Atletismo; Sono

Page 11: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

11

ABSTRACT

ANALYSIS OF THE TRAINING LOAD AND SLEEP:EFFECTS ON SALIVARY CORTISOL, VERTICAL JUMPAND RECOVERY DURING A PRE SEASON TRAINING

WEEK IN ATHLETES.Author: FLÁVIO AURÉLIO FERNANDES SOARES

Advisor: ARNALDO LUIS MORTATTI

Introduction: Several studies have evaluated the effect of training loads on

psychophysiological parameters, including sleep, since insufficient sleep duration

can result in impaired athletes' performance. Objective: To investigate the effect

of the training load on sleep time during a pre-season training week and its

influence on salivary cortisol, vertical jump and recovery in athletics youth.

Methods: 20 athletes (16 men and 4 women, age: 18.2 ± 2.1 years, height:

173.61 ± 21 cm and weight: 63.36 ± 9.96 kg) of jumping, combined and bottom

events were evaluated in the first week of the pre-season. The external training

load (CET) was measured using the playerLoad method, while the internal

training load (CIT) was measured using the Session Effective Subjective

Perception (session PSE) method. Sleep variables were quantified by actigraphy

and sleep diary. The analysis of a mixed linear model was performed to calculate

the effect of time on the parameters of sleep, cortisol, vertical jump and recovery.

Results: There was an effect of time (training days) on CET (t (73.57) = -2.36 p =

0.02) with an estimate of -0.11 (PL / min), on CIT (t (68 , 36) = 2.27 p = 0.03) with

an estimate of 54.12 AU, in the night sleep time (t (80) = - 2.81 p = 0.01) with an

estimate of -18.05 min , in salivary cortisol (t (80) = - 2.11 p = 0.03) with an

estimate of -0.24mmol and in recovery with (t (80) = 2.30 p = 0.02) with an

estimate of 0 , 36 AU. There was no effect of external (p = 0.39) internal load (p =

0.72) on nighttime sleep time. There was no effect of night sleep time on salivary

cortisol (p = 0.52) and recovery (p = 0.36). The athletes who napped presented a

better state of recovery 5.9 (± 2.1) compared to those who did not nap 3.8 (± 2.0)

(t (78) = 4.42 p = 0.00) . Conclusion: Training loads did not affect sleep time in

young athletes, however, napping has been shown to increase the perception of

recovery between training sessions held within a training unit.

Key words: Physical Education and Training; Athletics; Sleep

Page 12: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

12

1. INTRODUÇÃO

O treinamento esportivo consiste no aperfeiçoamento das capacidades

físicas e habilidades técnicas por meio da realização de exercícios físicos (VIRU,

2000). Os exercícios são configurados a depender da manipulação das variáveis

de frequência, intensidade e volume - conceito denominado carga de treino

(MÄESTU; JÜRIMÄE; JÜRIMÄE, 2005). Diferentes distribuições das cargas de

treinamento são apresentadas em determinados períodos na preparação, dentre

estes a fase da pré-temporada.

A fase da pré-temporada pode registrar um aumento das cargas de treino

em até 4 vezes comparado a outros períodos (JEONG; MORTON; DRUST,

2011). Esta demanda das cargas de treino representa um desafio para

treinadores devido à elevada magnitude de estresse imputado ao organismo dos

atleta (BUCHHEIT et al., 2013). Uma das formas de minimizar os efeitos das

cargas de treinamento é possibilitar um estado de recuperação ideal nessa

etapa de preparação.

Diversas modalidades de recuperação têm sido empregadas no contexto

esportivo. Intervenções como massagem, crioterapia, contraste de temperatura,

drogas antifamatórias, alongamento e eletroestimulação estão entre as mais

utilizadas (BARNETT, 2006), embora existam limitações quanto as suas

efetividade (KELLMANN 2010). Não obstante a tais estratégias realizadas,

monitorar o estado de recuperação do indivíduo se faz imprescindível devido a

associação entre fadiga e prejuízo na função neuromuscular e na redução do

desempenho (BUCHHEIT, 2014).

O monitoramento das cargas de treino e recuperação fornece

informações do estado dos atletas auxiliando técnicos na tomada de decisão

para um treino mais efetivo (GAMBETTA. 2007). Um sistema de monitoramento

ideal deverá considerar a quantificação das cargas de treino e as medidas de

recuperação como parte fundamental no processo de preparação (BORRESEN;

IAN LAMBERT, 2009; COUTTS; CROWCROFT; KEMPTON, 2018). Um estado

de recuperação inadequado impossibilita os atletas de treinarem na intensidade

prescrita ou em completar as cargas necessárias nas sessões seguintes

(HAUSSIRTH; MUJIKA 2013).

Page 13: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

13

Nos últimos anos inúmeras pesquisas têm sido realizadas entre o binômio

sono-desempenho (SAMUELS, 2008). Os processos desencadeados durante o

sono - morfológicos, metabólicos, hormonais e cognitivos - podem vir a

beneficiar na recuperação dos atletas (MEUR et al., 2013). O acréscimo do

tempo de sono foi capaz de aumentar o desempenho nos testes de velocidade,

na precisão dos arremessos, na redução dos níveis de fadiga e na melhora do

bem estar e do estado de humor (MAH et al., 2011). Em contrapartida a redução

do tempo de sono diminui o estado de alerta e aumento o nível de fadiga

afetando negativamente o desempenho (EDWARDS; WATERHOUSE, 2009)

Embora atletas reconhecem o sono como principal modalidade de

recuperação (VENTER, 2012) alguns processos inerentes ao treinamento são

capazes de promover parâmetros quantitativos e qualitativos de sono

insatisfatórios, dentre estes os horários de treino e competição, viagens, fuso

horário, ansiedade pré-competitiva, alteração do ambiente de dormir e as

magnitudes das cargas de treino (SIMPSON; GIBBS; MATHESON, 2017).

Em alternativa a isto, atletas tem se beneficiado com um tempo de sono

adicional realizado durante o dia (DAVIES; GRAHAM; CHOW, 2010;

SARGENTE et al., 2014). Sobretudo em períodos com maiores intensidades

(THORNTON et al., 2016). Isto porque dormir durante o dia tende a aliviar os

sinais de fadiga (DELANEY et al., 2017) otimizando a recuperação dos atletas

(HALSON 2014). Entretanto os resultados referentes ao sono ainda

permanecem ambíguos (GUPTA; MORGAN; GILCHRIST, 2017).

Uma vez que há uma relação bidirecional entre carga de treinamento e

sono, vários estudos se propuseram a avaliar os efeitos de diferentes

magnitudes de carga de treino no sono de atletas de várias modalidades

(STUART et al., 2018; TENG; LASTELLA; ROACH, 2011; THORNTON et al.,

2016a, 2016b, 2017). Porém, os resultados são divergentes, dificultando o

entendimento desta relação (GUPTA et al, 2017).

Desta forma torna-se oportuno investigar a relação carga de treino e

sono apontando a seguinte questão-problema: Qual o efeito da carga de treino

sobre o sono e a influência deste nos níveis de estresse, recuperação e

desempenho?

Page 14: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

14

2. JUSTIFICATIVA

As cargas de treinamento podem influenciar diversos parâmetros

psicofisiológico, tais como o estado de humor, a recuperação e o sono. A

duração e a qualidade do sono insatisfatório reduz a recuperação e aumenta a

sensação de fadiga prejudicando o desempenho (TENG et al., 2011). Portanto, o

monitoramento das cargas de treinamento e a identificação dos efeitos destas

cargas sobre as variáveis relacionadas ao sono pode ser um aspecto

determinante no processo estímulo-recuperação durante a preparação física de

atletas. Deste modo técnicos e treinadores podem considerar o sono dos atletas

ao planejar as sessões de treinamento - sobretudo em períodos com 2 sessões

por dia - a fim de minimizar os efeitos negativos deste sobre o sono (DELANEY

et al., 2017).

Page 15: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

15

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Investigar o efeito da carga de treino no sono durante uma semana de

treinamento na pré-temporada e sua possível influência na concentração de

cortisol salivar, no desempenho no salto vertical e na qualidade de recuperação

em jovens praticantes de atletismo.

3.2 Objetivos Específicos

a. Determinar o tempo de sono noturno/diurno e a qualidade anterior a semana

de treinamento;

b. Analisar os valores de tempo de sono noturno/diurno durante a semana de

treinamento;

c. Verificar o efeito da carga de treinamento no tempo de sono noturno dos

atletas;

d. Avaliar o efeito de diferentes ambientes de dormir na quantidade e qualidade

de sono;

e. Examinar a interferência do cochilo nas variáveis de recuperação;

f. Verificar a influência do tempo de sono noturno e tempo de sono num período

de 24 horas no cortisol salivar, salto vertical e recuperação ao longo dos treinos

sucessivos.

Page 16: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

16

4. HIPÓTESE

Este trabalho considera como hipótese que as cargas de treino durante a

pré-temporada irão influenciar negativamente o tempo de sono, aumentando os

níveis de concentração de cortisol, reduzindo a percepção de recuperação e

prejudicando o desempenho (HAUSSWIRTH et al., 2014).

Por conseguinte, hipotetizamos também que os atletas poderiam aderir ao

cochilo durante o intervalo das sessões (matutinas e vespertinas) numa tentativa

de adicionar quantidade de tempo ao sono a fim de beneficiar a recuperação e

elevar o estado de alerta e o desempenho (HALSON, 2013).

Page 17: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

17

5. REVISÃO DE LITERATURA

Para essa revisão alguns tópicos a cerca das provas de atletismo (provas

combinadas, salto em distância e meio fundo), cargas de treinos (i.e. carga

externa e carga interna de treinamento) e sono (noturno e diurno) foram

abordados dados a relevância para o presente estudo.

5.1. Provas Combinadas, Salto em Distância e Meio Fundo

O atletismo pode ser considerado como o esporte mais antigo praticado

pelo homem. Seus movimentos estão relacionados à sobrevivência. As provas

disputadas na Grécia antiga foram os primeiros registros de uma

regulamentação esportiva e de uma organização competitiva (CARLOS, 2011).

O atletismo é reconhecido como esporte-base para as demais modalidades

devido os seus elementos técnicos - correr, lançar e saltar – estarem presente

em outros esportes (MATTHIESEN, 2014).

As provas do atletismo são classificadas em pista e campo. São

organizadas em provas de salto (distância e triplo), provas de corrida (rasas,

meio-fundo e fundo), provas de lançamentos (disco, dardo e martelo), provas de

arremesso (peso), provas combinadas (pentatlo, heptatlo e decatlo) e provas de

rua (marcha atlética e maratona) (CBAT, 2018). Esta gama de provas exigem

um elevado preparo nas capacidades físicas e dos sistemas energéticos

modulando a carga externa de acordo com sua especificidade e promovendo

diferentes níveis de estresse orgânico.

Esforços com maiores intensidades requisitam a via anaeróbia para

solicitação energética utilizando predominantemente o sistema fosfocreatina

(PC) e glicolítico para ressíntese da molécula de Adenosina Tri Fosfato (ATP).

Estas atividades têm como característica um curto tempo de duração para a

manutenção do esforço, como por exemplo, provas de velocidade ou salto em

distância. Atividades com esforços contínuos, de intensidade moderada e maior

tempo de atividade exigem para a produção de energia a requisição do sistema

aeróbio. Provas de fundo com distância de 5.000m e 10.000m são contemplados

para este tipo de via metabólica (McARDLE; KATCH, 2016).

Deste modo o monitoramento das cargas de treino (CT) se faz relevante

para esta modalidade, evitando assim demasiada exigências por excesso de

Page 18: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

18

treinamento ocasionando possíveis lesões. Ademais poucas pesquisas

envolvendo monitoramento da CT foram realizadas para estes grupos de provas

da modalidade.

5.2. Processo do Treinamento Esportivo

O treinamento esportivo é capaz de modular parâmetros fisiológicos e

psicológicos a partir da relação dose-resposta atribuída entre a prescrição do

exercício físico na sessão de treino e os efeitos orgânicos proveniente desta

(MORTON, 1996). O monitoramento desta relação deve compor o objetivo

central do processo de treinamento a fim de fornecer informações seguras para

orientar as decisões dos trabalhos de técnicos e treinadores (McGUIGAN, 2017).

Alguns modelos teóricos foram desenvolvidos para melhor compreensão

deste fenômeno e serão apresentados a seguir:

5.2.1. Modelo da Síndrome da Adaptação Geral (SAG)

A síndrome de adaptação geral (SAG) proposta pelo fisiologista

canadense Hans Selye apoia-se nas respostas orgânicas advindas da

perturbação do estado homeostático provenientes do estímulo estressor do

treinamento (figura 1).

Figura 1- Modelo da síndrome de adaptação geral (SAG), de Hans Selye, The Stress of Life.

1- fase de choque ou alarme: o estímulo do treinamento provoca um estado momentâneo defadiga;

- Estímulo de Treinamento

43

521

Page 19: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

19

2- fase de resistência: com um adequado período de recuperação após o estresse provocadoo organismo tende a retornar em seu estado homeostático inicial adaptando-se a magnitudedo estímulo primário e resistindo a futuros estímulos.3- fase da supercompensação: instante em que o organismo excede aos níveis basaiselevando a sua capacidade. Apresenta-se como momento favorável a novos estímulos detreinamento.4- fase do destreinamento: instante pós supercompensação e mediante a perda do momentofavorável a novos estímulos5- fase de overtraining: corresponde a novos estímulos seguido de uma recuperaçãoinsuficiente conduzindo a redução da performance.

Embora a SAG tenha sua contribuição para a compreensão do fenômeno

dose-resposta algumas limitações desta representação devem ser consideradas

como, por exemplo, ainda que sobre a mesma magnitude do estímulo, a

percepção subjetiva numa sessão de treinamento é diferente para uma

competição ou torneio influenciando o estresse provocado na fase de

intensificação para perturbação da homeostase.

5.2.2 Modelo Fitness-Fadiga

Sua proposta baseia-se na diferença entre os componentes de aptidão

física (fatores positivo) e da fadiga (fatores negativo) nas funções fisiológicas.

(figura 2). Os resultados desta interação prediziam as alterações no

desempenho dos atletas (McGUIGAN, 2017).

Efe

ito d

o T

rein

am

ento

Fadiga

Aptidão Física

Performance

Tempo

Figura 2- Modelo Fitness-Fatigue, de Banister, Macdougall & Wenger. (1991).

Page 20: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

20

A complexidade da natureza da fadiga - pressuposto neste modelo teórico

– representa algumas limitações tais como o efeito acumulativo da carga de

treinamento em sessões subsequentes seguido de um déficit de recuperação.

Este cenário pode vir a agravar os sintomas originados pela fadiga e reduzir o

desempenho esportivo.

5.2.3 Modelo de Estímulo-Fadiga-Recuperação-Adaptação

As adaptações fisiológicas específicas a modalidade corresponde ao

resultado de um processo subsequentes com parâmetros independentes entre

si. O modelo proposto têm início com o estímulo ao treinamento. As magnitudes

a este estímulo determinará a extensão da fadiga e por conseguinte ao tempo de

recuperação (McGUIGAN 2017).

A contínua exposição aos treino fará com que o organismo busque se

“defender” de futuros estímulos estressores aumentando, por exemplo, a

concentração das reservas de substratos energéticos para a realização da

tarefa. Esta nova condição interna - adaptações funcionais e estruturais -

permitirá com que o organismo resista às magnitudes anteriores exigindo um

aumento das cargas de treino suficientemente capaz de provocar um estado de

fadiga, apontando a necessidade de uma recuperação adequado para uma

adaptação posterior retomando em seguida todas as etapas deste ciclo.

Dessa forma um sistema de monitoramento adequado deverá contemplar

todas as etapas deste processo, como a quantificação das cargas de treino, o

nível de aptidão física e o estado de fadiga em resposta ao estresse

desencadeado (COUTTS et al., 2018). (figura 3).

Feedback

APTIDÃO

FÍSICA

DESEMPENHORESPOSTADOSEPLANO DE

TREINO

FADIGA

Figura 3- Modelo conceitual do sistema de monitoramento para atletas, de Aaron J. Coutts, Stephen Crowcroft, & Tom Kempton (2018).

Page 21: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

21

5.3 Carga de Treinamento

O modo pelo qual o treinamento pode influenciar o desempenho de

atletas e equipes corresponde a pergunta central das pesquisas relacionadas à

ciência do esporte (FOSTER et al., 2017). A cerca disto, cientistas e treinadores

concordam que a progressão das cargas de treinamento representa um

importante princípio para o rendimento esportivo.

Carga de treino é amplamente empregado para definir a magnitude de

qualquer exercício físico - enquanto estímulo estressor - proveniente da sessão

de treinamento. É responsável pelas diversas respostas psicofisiológicos que

promovem as adaptações orgânicas transitórias (agudas) ou permanentes

(crônicas). São classificadas em carga externa (CET) e carga interna (CIT) a

depender da natureza dos aspectos mensurados (IMPELLIZERI et al., 2018). As

variáveis de frequência, intensidade e volume influenciam tal magnitude

(MÄESTU; JÜRIMÄE; JÜRIMÄE, 2005).

5.3.1 Carga Externa – Definições

A carga externa de treinamento (CET) é definida como o componente do

exercício físico quantificado e planejado pelos técnicos e treinadores - a

depender do objetivo da sessão de treinamento - como, por exemplo, número

total de exercício, séries, repetições, velocidade, distância percorrida

(IMPELLIZERI et al., 2005). diversos instrumentos são utilizados para aferir os

valores da CET como GPS, pedômetro, cronômetros, análise fílmica,

acelerômetros e aparelhos de medição de potência que visam colaborar na

quantificação dos dados relacionados à estrutura do treinamento (FOSTER;

RODRIGUEZ-MARROYO; KONING, 2017).

Os primeiros registros de monitoramento da carga de treino ocorreram por

intermédio da descrição da carga externa em provas de média e longa distância

do atletismo com anotações do tempo total percorrido durante as sessões de

treinamento verificando o ritmo da corrida desempenhado nestas provas. Com a

evolução do treinamento e o surgimento do treinamento intervalado proposto por

Gerschler e Reindell na década de 30 preconizando séries de corridas repetidas

de curta distância (100m a 400m) seguido de intervalos de recuperação o

Page 22: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

22

monitoramento da carga externa passou a ser realizados pelo número de

repetições, tempo de corrida, distância percorrida e o tempo de recuperação

entre os intervalos das séries avaliando o progresso do desempenho (FOSTER;

RODRIGUEZ-MARROYO; KONING, 2017).

A seguir serão postulados algumas pesquisas envolvendo o uso do GPS

e da acelerometria para quantificação da carga externa de treinamento.

5.3.1.1 Carga Externa – Instrumentos e Avaliações

5.3.1.2 Acelerometria (playerLoad)

A utilização dos acelerômetros para quantificação da carga externa de

treinamento tem sido amplamente empregada nos últimos anos em diferentes

modalidades esportivas. Os dados da playerLoad – resultado considerando a

quantidade de movimento dispendido - são captados por meio de dispositivos

que avaliam a aceleração do corpo em três diferentes planos: anteroposterior,

transversal e vertical.

A associação entre playerLoad e CIT pelo método da Percepção

Subjetiva de Esforço da sessão (PSE da sessão) foi verificado em atletas de

futebol durante sessões de treino. Os resultados demonstraram correlação

positiva sugerindo que a quantidade de aceleração do movimento esta

relacionado diretamente com a percepção do esforço da sessão

(CASAMICHANA et al., 2013). Estes dados são relevantes na organização das

atividades de treinamento, sobretudo em modalidades que envolvem

movimentos de aceleração e desaceleração não linear como basquetebol,

handebol e futebol.

A correlação entre dados de acelerometria e testes de aptidão física foi

realizado por 15 atletas de futebol australiano mensurados através de medidas

de aceleração do movimento (playerLoadmin) e avaliação da capacidade

anaeróbia (Yo Yo IR2). Os dados demonstraram correlação positiva entre

menores escores do teste físico com redução da playerLoadmin (MOONEY et al.,

2013) apontando para a necessidade de desenvolver a capacidade anaeróbia

para sustentação das atividades de alta intensidade em modalidades esportivas

com intermitência dos esforços em diferentes magnitudes.

Page 23: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

23

Estudo com acelerometria em atletas de basquetebol foi desenvolvido

com o intuito de avaliar a CET em sessões de treino com jogos reduzidos de

diferentes formatações (número de atleta e tamanho do espaço) e fornecer

informações sobre as demandas dos exercícios ministrados nas sessões de

treino. Os resultados apontaram que configurações de maior espaço em jogos

de 3v3 e/ou 5v5 apresentaram maiores demandas físicas em razão da

intensidade de movimentação comparado aos demais formatos (SCHELLING;

TORRES (2016). Os autores destacam que ao aplicar atividades de jogos

reduzidos, técnicos e treinadores devem considerar além dos critérios de

formatação descrito acima, a quantidade de rotações e pausas inter e intra sets

– referente à atividade e repouso.

A CET em lutadores de artes marciais mistas (Mixed Martials Arts – MMA)

foi determinada através de medidas de acelerometria - valores absolutos,

playerLoad Acumulado (PLAcc) e relativos, playerLoad Acumulado por minuto

(PLMin) - em competições simuladas. Os resultados demonstraram que o MMA

corresponde a uma modalidade esportiva exigente dado a quantidade de

movimento envolvendo atividades de contato corporal e/ou com a ausência de

períodos de corridas leves ou caminhadas (KIRK et al., 2017).

As características de aceleração/desaceleração e playerLoad total foram

investigadas em jovens atletas de futebol considerando as posições em que

desempenhavam durante as partidas. Os resultados demonstraram valores

maiores em meio campistas para as variáveis de movimentação e de CET. Além

disto, os resultados de aceleração e desaceleração foram reduzidos após o

intervalo do 1º para o 2º tempo indiferente do posicionamento dos jogadores

fornecendo dados relevantes para a preparação dos atletas de acordo com as

demandas energéticas (BARRON et al., 2017).

5.3.1.3 Global Position System (GPS)

O uso do GPS tem sido empregado em diferentes modalidades esportivas

- futebol australiano, críquete, hóquei, rúgbi e futebol - com o objetivo de

fornecer informações sobre o perfil de atividades dos atletas (AUGHEY 2011).

Nas últimas décadas diversos estudos têm utilizado o GPS para a quantificação

e o monitoramento da carga externa (SCHELLING; TORRES 2016).

Page 24: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

24

Foi verificado por meio de GPS o deslocamento de atletas de futebol em

diferentes intensidades: i) distância total percorrida; ii) distância percorrida em

alta velocidade (≥ 18 km.h-1); iii) distância percorrida em Sprint (≥ 21 km.h-1); iv)

relação trabalho/repouso dado pela divisão dos valores de trabalho (≥ 4 km.h -1)

pelo repouso (<3,9 km.h-1); v) frequência de esforço acima de (≥ 18 km.h -1) e vi)

frequência de esforço acima de (≥ 21 km.h-1). Os resultados demonstraram

correlação positiva entre a PSE da sessão indicando que a análise destes

parâmetros podem fornecer informações relevantes do estado de aptidão física

do indivíduo (CASAMICHANA et al., 2013).

Alterações do perfil de movimentos em atletas de futebol australiano

foram investigado no decorrer de cada partida adotando os seguintes

parâmetros: i) distância total percorrida; ii) corrida com baixa velocidade

(<14,4km.h-1) e iii) alta velocidade (>14,4km.h-1). Os resultados apresentaram

diferença para todos os parâmetros considerando o último período para o

primeiro. Os autores sugerem que ações técnicas/táticas podem afetar de modo

diferente o perfil de movimento dos atletas (MOONEY et al., 2013).

As pesquisas até aqui apresentadas destacaram valores referentes à CET

na sessão de treino e/ou em competição em diferentes modalidades e posições.

É plausível compreender que tais dados possam sofrer alterações pela

especificidade da modalidade ou pela relevância da partida. Estes resultados

podem vir a clarear a demanda da CET inferindo alguma decisão por parte dos

treinadores para otimizar o desempenho esportivo. Todavia somente a CET não

representa uma variável capaz de fornecer informações a cerca das respostas

orgânicas sobre o treinamento, justificando a quantificação da carga interna de

treinamento para indicar a magnitude interna perante os estímulos externos

(McGUIGAN 2017).

5.3.2 Carga Interna – Definições

Carga interna de treinamento (CIT) corresponde à medida interna frente

às exigências da CET durante o exercício físico (IMPELLIZERI et al., 2018). O

monitoramento preciso da CIT irá apontar as adaptações orgânicas no decorrer

das sessões de treinamento para o êxito em competições (NAKAMURA et. al.,

2010). Além disso permitirá verificar a concordância entre as cargas planejadas

pelos treinadores e percebidas pelos atletas alterando quando necessário sua

Page 25: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

25

magnitude em determinada sessão (GAMBETTA 2007). Diferentes fatores

podem vir a influenciar a CIT como a característica genética, o nível de aptidão

física, o status de treinamento, o estado psicológico, a saúde, alimentação e o

sono alterando seus valores ainda que com a mesma CET.

O avanço do monitoramento da CIT ocorreu paralelamente ao progresso

tecnológico (FOSTER et al., 2017). O desenvolvimento de instrumentos para

avaliação da frequência cardíaca, lactato sanguíneo e trocas gasosas

possibilitou as estimativas das magnitudes das cargas internas de treinamento.

Na década de 70 o desenvolvimento do conceito de “impulso de treinamento”

(training impulse) - TRIMP® por Eric Banister permitiu expressar valores

quantitativos relacionados à CIT. A fórmula do método TRIMP® preconiza a partir

do produto entre porcentagem da frequência cardíaca de reserva, fator não

linear e a duração do tempo um resultado representativo dos ganhos de aptidão

física e da fadiga relacionado à sessão de treinamento (FOSTER; RODRIGUEZ-

MARROYO; KONING, 2017).

Embora significativo tenha sido a contribuição do método TRIMP® de

monitoramento da CIT, algumas exigências dificultavam sua utilização como a

necessidade de frequencímetros, as perdas dos registros da frequência cardíaca

e a natureza dos exercícios predominantemente intervalado. Foster et al., (1996)

propuseram a partir da modificação da escala de Borg® uma classificação da

percepção subjetiva de esforço (PSE) com correlações estabelecidas com a

porcentagem da frequência cardíaca de reserva e do lactato sanguíneo.

5.3.2.1 Carga Interna – Instrumentos e Avaliações

5.3.2.2 Percepção Subjetiva de Esforço da Sessão

Este método considera o valor da carga interna como o produto entre a

classificação da PSE (figura 4) pelo tempo total de duração da sessão em

minutos. A simplicidade do método, a fácil aplicabilidade, o baixo custo, as

respostas imediatas obtidas e o monitoramento em situação real de treino e/ou

competição contribuíram para um controle e maior precisão da CIT podendo

assim aferir a magnitude do estresse em determinada sessão comparando com

demais indicadores psicofisiológicos em resposta ao treinamento.

Page 26: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

26

Como foi a sua sessão de treinamento?

TAXA DESCRIÇÃO

0 Repouso

1 Muito, Muito Fácil

2 Fácil

3 Moderado

4 Um Pouco Difícil

5 Difícil6

7 Muito Difícil

8

910 Máximo

Figura 4- Escala CR10 Borg (1982) modificada por Foster et al., (2001)

As magniutes da CIT monitorada pela PSE da sessão foram comparados

com biomarcadores de cortisol, imunoglobulina salivar e sintomas de infecção do

trato respiratório superior. Somente para este os dados demonstraram

correlação diretamente proporcional com a CT. Os autores orientam o

monitoramento das CT durante período de preparação, sobretudo em momentos

de maior intensificação do treinamento a fim de minimizar os efeitos negativos

no trato respiratório sobre o desempenho (MOREIRA et al., 2013).

A CIT mensuradas pela PSE da sessão em atletas de voleibol foram

avaliados durante períodos com diferentes magnitudes e comparado com

valores do salto vertical com contramovimento (SVCCM) e da concentração da

creatina quinase (CK). Os resultados demonstraram que o teste de SVCCM não

apresentou sensibilidade a diferentes intensidades das CT ao passo que a

enzima CK apresentou relação diretamente proporcional com a CT (FREITAS et

al., 2014).

Pesquisas envolvendo o monitoramento das CT nos parâmetros

hormonais, inflamatórios, imunológicos, sanguíneos e cardiovasculares

apresentam resultados inconsistentes devido a fatores de variabilidades inter e

intraindivíduos. Por outro lado, os autores apontaram fidedignidade das medidas

subjetivas através do auto relato dos sinais e sintomas físicos e psíquicos por

parte dos atletas como a percepção de esforço, estado de humor e níveis de

ansiedade (SAW et al., 2016).

Page 27: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

27

Freitas et al., (2009) afirmam não existir um único marcador confiável

capaz de predizer o estresse desencadeado pelo treinamento, todavia estes

instrumentos têm sido amplamente empregados no monitoramento da CIT. Em

contrapartida técnicos e treinadores devem planejar as sessões de treinamento

considerando o estado de recuperação em que o atleta se encontra (ROBINSON

et al., (2017) devido à estreita relação entre desempenho e equilíbrio estresse-

recuperação (LEEDER et al., 2012). Portanto um sistema de monitoramento

deve contemplar não somente a quantificação das cargas de treino, mas

também o nível de aptidão física e o estado de fadiga em resposta ao estresse

desencadeado (COUTTS et al., 2018).

No presente trabalho foi considerado o método da PSE da sessão para

quantificação da CIT entendendo esta como a magnitude do estresse orgânico

em detrimento a CET, sendo quantificável, mensurável e utilizado para

prescrição das intensidades para as sessões de treinamento.

5.4. O Sono

O sono pode ser definido como um comportamento de imobilidade relativa

com redução da capacidade de resposta e que pode ser rapidamente reversível

(SIEGEL 2005). O sono se trata de um processo neuroquímico organizado e que

fatores como débito de sono e relógio circadiano podem interferir na sua

disposição (MAGALHÃES; MATARUNA 2007). O estado de alerta apresenta

flutuações ao longo do dia alternado com os padrões de sono e vigília

sincronizado com ciclo claro-escuro (DAVENNE 2009). O sono compões de dois

estados biológicos distintos: o sono de movimentos oculares rápidos (REM) e o

sono sem movimentos oculares rápidos (nREM) que se alternam em ciclos ao

longo da noite (figura 5) (CUMMISKEY et al., 2013).

Ciclo 5Ciclo 4Ciclo 1 Ciclo 3Ciclo 2

Acordado

REM

N1

N2

N3

Page 28: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

28

O sono nREM é subdividido em outros três níveis hierárquicos: N1 e N2

(sono leve) e N3 (sono profundo ou de ondas lentas) (BROWN et al., 2012).

Exibem uma redução do tônus muscular, do sistema cardiovascular e aumento

da atividade hormonal pela secreção de GH (Hormone Growing). O sono REM

(Rapid Eyes Movement) demonstra um padrão de ondas cerebrais muito

próximos da vigília com alta frequência e baixa amplitude com característica de

perda completa do tônus muscular (atonia) e acentuada variabilidade da

frequência respiratória e cardíaca (figura 6) (BARONE; KRIEGER 2015).

Diferentes técnicas para avaliação da quantidade e qualidade do sono

são utilizadas para diagnósticos clínicos. A polissonografia (PSG) é considerada

o padrão ouro para a avaliação do sono (figura 7) (HALSON 2014). Entretanto as

dificuldades da mensuração pela PSG como os altos custos, profissionais

capacitados, ambientes laboratoriais tornam impraticáveis no monitoramento de

atletas em um contexto ecológico (SARGENT et al., 2016). Alternativas a PSG

(figura 8) como questionários, diários de sono e actígrafos (figura 9) são

propostos para avaliação do sono com a finalidade de superar os incômodos

proporcionados por esse método (O’DONNEL et al., 2018).

Figura 5- Arquitetura do sono, de Matthew Walker (2018).

Figura 6- Frequência de ondas cerebrais durante o sono, de Maria Oliveira.

Page 29: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

29

As avaliações do sono são descritas em parâmetros quantitativos e

qualitativos a depender dos termos que se propõe para análise. Segundo

Tremblay et al., (2016) a recomendação do tempo de sono para indivíduos com

faixa etária entre 14 – 17 anos é de 8 – 10 horas considerando o momento de ir

para cama até o de despertar para a vigília seguinte. Gupta et al., (2017)

definem os termos empregados na avaliação do sono apresentado na tabela 1.

Tabela 1 – Definições dos termos relacionado à avaliação do sono

Termos Definição

Tempo Total de Sono (TST)

Quantidade total de tempo adormecido (Período total de sono/SPT –

quantidade de tempo do despertares noturno/WASO).

Tempo de Cama (TIB)Tempo dispendido desde ao deitar na cama com intenção de dormir até

o momento do despertar para início das atividades da vigília.

Período Total de Sono (SPT) Tempo dispendido entre o início do sono ao útlimo despertar

Figura 7- Exame de polissonografia.

Figura 8- Dispositivo de acelerômetro

Page 30: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

30

Despertar Noturno após Início

de Sono (WASO)

Quantidade de tempo de despertares após início do sono

Eficiência do Sono (SE)Indicativo da qualidade do sono. TST/TIB x 100 (resultado expresso em

porcentagens).

Latência do Sono (Lat)Tempo dispendido entre o deitar-se na cama com intenção de dormir

até o momento do início do sono

Fonte: GUPTA, L.; MORGAN, K.; GILCHRIST, S. Does Elite Sport Degrade Sleep Quality? ASystematic Review. Sports Medicine, v. 47, n. 7, p. 1317–1333, 2017

Algumas propostas têm sido apresentadas com a finalidade de

compreender o papel do sono para os humanos. As principais teorias foram

elaboradas a partir do seu valor evolutivo, componentes de regulação

bioquímicos e evidências científicas. Foram apontandas as seguintes funções do

sono: a) sistema imune; b) redução do gasto calórico; c) restauração das

reservas energéticas do cérebro; d) sistema linfático; e) função conectiva e f)

desempenho para o período da vigília (KRUGER et al., 2015). Embora nenhuma

contemple tal fenômeno em sua totalidade são devidamente reconhecidas por

retratarem aspectos relacionados ao sono.

As pesquisas envolvendo a relação sono e esporte tem recebido atenção

por pesquisadores em diferentes modalidades esportivas. Isso porque o tempo e

a qualidade de sono quando suficiente pode promover uma estado de

recuperação favorável e por conseguinte otimizar o desempenho dos atletas em

torneios e competições. Desse modo técnicos e treinadores devem planejar as

sessões de treinamento e a programação das competições buscando preservar

o sono dos atletas.

5.4.1 Sono e Desempenho Esportivo

O sono desempenha a modalidade de recuperação com maior eficiência

mediante o estresse imputado na realização das atividades da vigília anterior

(TAYLOR; HALSON 2008). Além disso, o sono tende a cooperar para o ótimo

desempenho das atividades da vigília seguinte (HALSON 2013). Os diversos

processos morfológicos, metabólicos, hormonais e cognitivos - tais como,

regeneração tecidual das fibras musculares, redução dos níveis de cortisol e

consolidação de memória (MEUR et al., 2013) - são as razões pelas quais

apontam o sono como um importante categoria da recuperação. Devido a isto

Page 31: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

31

têm se admitido que atletas possam vir a necessitar de um tempo de sono

adicional quando comparado a não atletas e/ou a sedentários (FAMODU 2014).

Entretanto atletas são quase sempre incapazes de praticar as recomendações

desejadas referentes ao sono durante o treinamento e competição (STUART et

al., 2018).

Em decorrência do sono inadequado por restrição ou privação atletas

tende a serem afetados significativamente quanto à sua recuperação e das

respostas de prontidão aos estímulos do treinamento. O estado de humor, a

função psicomotora e cognitiva demonstram maiores sensibilidade frente à perda

do sono quando comparado às capacidades físicas (DAVENNE 2009). Todavia

estudos têm demostrados associação entre redução da força, resistência e

velocidade com menores valores de duração do sono (SIMPSON et al., 2017).

Atletas de elite foram avaliados nos parâmetros de desempenho (sprint),

metabólico (concentração de glicogênio muscular), função neuromuscular (força

máxima e ativação voluntária), estado de humor e percepção de esforço após

30h de privação do sono. Os resultados apresentaram declínio da performance

associado com a perda do sono reduzindo o ritmo do sprint e distância total

percorrida. Os dados são condizentes com a diminuição da força máxima e das

reservas de glicogênio muscular verificados após a privação do sono (SKEIN et

al., 2011).

A privação parcial do sono em 50% do habitual foi capaz de reduzir os

valores de pico de potência, motivação ao treinamento e aumentar os níveis de

sonolência diurna prejudicando o estado de recuperação em ciclistas (RAE et al.,

2017). Do mesmo modo, o efeito da privação parcial do sono comprometeu o

tempo de reação, atenção seletiva e atenção constante em goleiros de handebol

demonstrando a relação entre sono e processos cognitivos (JARRAYA et al.,

2014). Dado as evidências que suportam a relação entre sono e desempenho,

alguns estudos propuseram investigar os fatores relacionado ao esporte que

tendem a influenciar negativamente o sono, como viagens, programação de

treinos, fuso horário e aumento das cargas de treino (STUART et al., 2018).

As alterações do fuso horário no desempenho em atletas de netbal foram

verificados durante 6 temporadas. Os resultados encontraram efeito negativo no

desempenho quando atletas eram submetidos a deslocamentos com fuso

horário adicional de 2 horas (BISHOP 2004). Aspectos como disritmia

Page 32: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

32

circadiana, estresse da viagem, alteração da dieta alimentar e o impacto do

ambiente são atribuídos a estas condições. Em virtude disso, tem se

recomendado que técnicos e atletas observem o cronograma de treinamento

evitando sessões matutinas que possam prejudicar a duração do sono.

Atletas de elite de diferentes modalidades esportivas foram acompanhados

com o objetivo de examinar o impacto do cronograma de treinamento na

quantidade e qualidade do sono e na percepção de fadiga. Os autores

encontraram menores valores nos parâmetros de tempo de cama, início do

sono-despertar e quantidade total de sono nas noites que antecediam as

sessões de treinamento em comparação aos dias de repouso (SARGENT et al.,

2014). Adicionalmente a isto, elevadas magnitudes das cargas de treinamento

são capazes de provocar menores valores na qualidade e quantidade do sono

Estudos que se propuseram a analisar os efeitos do treino sobre o sono

procuraram comparar sessões com diferentes intensidades, porém os resultados

apresentam divergências com demais pesquisas e permanece incerto o

entendimento desta relação (GUPTA et. al.; 2017).

A influência da carga de treinamento sobre o sono foi avaliada em 28

ciclista durante 6 semanas. Os resultados demonstraram que elevadas

magnitudes das CTs provocaram menores valores nos parâmetros avaliados.

Além disso os autores destacam que o número de movimento realizado

enquanto estavam dormindo sofreram aumento significativo (TENG et al., 2011).

Um outro estudo com atletas de elite do nado sincronizado, que foram

submetidos a 2 semanas de intensificação das cargas de treino, demonstrou um

decréscimo no tempo total de sono e na eficiência do sono seguido por um

aumento da latência do sono (SCHAAL et al., 2015). Em contrapartida, no

estudo de Knufinke et al (2018) com 98 atletas de elite foram avaliados a

associação do sono e distribuição dos estágios do sono com a percepção da

carga treino, houve um aumento significante nos despertares noturno

(33,44±11,07min) seguido de uma baixa eficiência 88,47% (±5,46%) ainda que

com o tempo total de sono apresentado pelos atletas (07:50±01:08hr) estava

próximo do recomendável (08:00hr). Desta forma, as pesquisas apresentadas

têm sugerido a necessidade de promover a quantidade e qualidade do sono

adequado durante períodos de intensificação (DELANEY et al., 2017).

Page 33: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

33

Em sentido oposto, alguns pesquisadores propuseram verificar os efeitos do

sono a partir do acréscimo de tempo nos parâmetros de desempenho e

recuperação. Os resultados da extensão do sono (<10h) em atletas de

basquetebol demonstraram melhora significante do tempo de reação, das tarefas

esportivas específicas, do estado de humor e redução da sonolência diurna

excessiva (MAH et al., 2011).

Portanto mediante aos trabalhos supracitados as CT como variável

aferida no treinamento poderão em sua magnitude interferir no sono reduzindo o

seu estado de recuperação para a sessão seguinte comprometendo o

desempenho de atletas e equipes ainda mais levado em consideração o

contexto de pré-temporada e retorno das atividades após período de repouso

prolongado.

5.4.2 Sono Diurno e Desempenho Esportivo

A exposição contínua a fatores que possam vir a prejudicar a quantidade e a

qualidade do sono em atletas como viagens (BISHOP, 2004), jet lag (PETIT et

al., 2014), competições (O’DONNELL et al., 2018), carga de treino (TENG;

LASTELLA; ROACH, 2011) e programação de treinamento/competição

(SARGENT et al., 2014) tem despertado interesse dos cientistas do esporte e

médicos do sono em compreender melhor o impacto da perda do sono na

performance esportiva. Deste modo, técnicos e treinadores podem vir a propor

estratégias para otimizar a recuperação. Dentre essas destacam-se nutrição,

hidratação, fisioterapia, massagem e sonecas diurnas (DAVIES et la., 2010).

Práticas de higiene do sono (iluminação, temperatura, efeitos sonoros) e

hábitos adotados durante o dia como alimentação balanceada, consumo

moderado de bebidas alcoólicas, cafeína e/ou energéticos, uso limitado de

dispositivos tecnológicos e uma rotina estabelecida antes de dormir podem vir a

favorecer um sono próximo do ideal. Todavia, mediante a perda do sono noturno

algumas medidas têm sido adotadas para suplementar os prejuízos

ocasionados; dentre estas, o sono diurno ou cochilo.

O cochilo é definido como a quantidade de tempo de sono equivalente a

menos do que 50% quando comparado ao sono noturno (DINGES et al., 1987).

O cochilo pode promover os seguintes benefícios: melhora do estado de humor,

dos níveis subjetivos de sonolência, fadiga e da execução de atividades de

Page 34: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

34

raciocínio e tempo de reação (MILNER; COTE 2009). Diversos fatores podem

influenciar a soneca diurna como a qualidade e a quantidade do sono noturno do

período anterior, idade, sexo, diferenças individuais, experiência de cochilar e

nível de sonolência diurna.

Dormir durante o dia pode vir a acrescentar tempo à quantidade de sono total

(24h) beneficiando atletas que sofrem por sono insuficiente e insatisfatório

(HALSON 2014), sobretudo em períodos do treinamento em que são realizados

duas sessões diárias (DAVIES et la., 2010). Diferentes tempos de sono diurno

tem sido postulado ao determinar o efeito do cochilo nos esportes. Têm sido

sugerido o tempo de 20 minutos - dado a redução da probabilidade do estado de

inércia do sono - ou de aproximadamente 90 minutos por completar um ciclo

inteiro do sono (FERRARA; GENNARO 2000).

O cochilo foi capaz de recuperar o desempenho em sujeitos submetidos a 5h

de avanço de fase do sono (jet lag) e avaliados em testes físicos, demonstrando

ser possível minimizar os problemas relacionados com fuso horário (jet lag)

(PETIT et al., 2014). A avaliação neuromuscular e de índices de desempenho

em partidas de netball demonstraram valores superiores para os indivíduos que

cochilaram antes dos jogos em comparação para aqueles que não cochilaram

(O’DONNEL et al., 2018).

Page 35: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

35

6. METODOLOGIA

6.1 Tipo de Pesquisa

A pesquisa se apresenta como sendo observacional e abordagem

quantitativa. Segundo Thomas et al. (2012) este tipo de estudo apresenta como

característica a descrição detalhada do fenômeno através dos comportamentos

observados não havendo por objetivo a intervenção ou manipulação das

variáveis para elaborar ou testar alguma hipótese ou modelo teórico.

6.2 Seleção da Amostra

A seleção da amostra ocorreu em 3 momentos subsequentes:

1º) Envio do documento “ORIENTAÇÕES” (Anexo I) para federações de

atletismo da região nordeste, técnicos e atletas do Rio Grande do Norte

convidando-os para a participação do 2º Camping de Atletismo1 e demais

informações referentes a alimentação, provas inclusas, treinadores

responsáveis, transporte, hospedagem e inscrição. Findado o prazo de inscrição

estabelecido o Camping de Atletismo contou com a participação total de 30

atletas inscritos entre provas combinadas (heptatlo e decatlo); salto em distância

e corredores de fundo (5km e 10km).

2º) Participação dos treinadores e atletas no Congresso Técnico

explicando os objetivos da pesquisa, sua relevância para o desempenho dos

atletas e as avaliações realizadas pré e pós sessão de treinamento. Todos foram

informados que poderiam recusar a participação ou desistir da pesquisa em

qualquer momento e que tal procedimento não os impediriam de prosseguir

normalmente nas sessões de treinamento. Todos os atletas inscritos

concordaram em participar da pesquisa.

.

1 O camping de atletismo constitui num período de preparação da pré-temporada organizado

anualmente pela Federação Norte Riograndense de Atletismo (FNRA) com apoio da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Page 36: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

36

3º) Observação dos critérios de inclusão para a pesquisa:

a) Os atletas deveriam ser praticantes de atletismo nas provas

combinadas; salto em distância e fundo com o tempo mínimo de 1 ano de

treinamento e frequência de 5 sessões semanais;

b) Estar registrado na Federação Norte Riograndense de Atletismo

com as devidas mensalidades quitadas.

c) Não apresentarem lesões ou qualquer outra razão que impeça a

prática de exercício físico ou que comprometa a integridade física dos

participantes;

d) Participarem de todas as sessões de treino durante o camping

de atletismo.

4º) Assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE-

Anexo II) e do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE- Anexo III)

para menores de 18 anos.

A amostra para o presente estudo foi constituída por um total de 20

atletas nas provas de salto em distância (n=10), provas combinadas (n=04) e

fundo (n=06). Os participantes praticavam atletismo a mais de 2 anos com

frequência de 5 sessões por semana de aproximadamente 120 minutos de

duração por sessão.

Page 37: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

37

Figura 9 - Fluxograma de triagem dos participantes da pesquisa

Participantes elegíveis (n=30)

Excluídos por não atenderemcritérios de inclusão (n=7):

Tempo de Treino (n=3) Lesões (n=2) Sessões de Treino (n=2)

Participantes (n=23)

Dados de coleta salivarinsuficientes para análise

(n=3)

Total de Participantes(n=20)

16 Homens04 Mulheres

Page 38: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

38

6.3 Coleta dos Dados

Os dados foram coletados num período de 5 dias (1 dia teste e 4 dias de treino) conforme demostrado abaixo:

Figura 10 - Desenho do estudo

Page 39: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

39

6.3.2. Cronograma da Semana de Treinamento

Tabela 2 - Cronograma das atividades realizadas durante o 2º Camping de Atletismo

Horário Coleta dos Dados Sessão de Treino Almoço Intervalo/Cochilo2

08:00 - 09:00

09:00 - 10:30

10:30 – 11:00

11:00 – 13:30

13:30 – 15:00

15:00 – 16:00

16:00 – 17:30

17:30 – 18:00

2 Os atletas poderiam optar por cochilar durante os intervalos das sessões. Um espaço apropriado foi disponibilizado para o cochilo. Em nenhum momento os atletas foram

induzidos, impedidos ou informados sobre os benefícios do cochilo, assim como o tempo dispendido permaneceu sobre responsabilidade dos indivíduos que foram

previamente comunicados sobre o início da coleta dos dados vespertina e a necessidade de se fazerem presente neste momento.

Atividades realizadas

Page 40: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

40

6.3.4 Cronograma das Sessões de Treino

Tabela 3: Descrição detalhada da semana de treinamento, incluindo as atividades realizadas e seus respectivos tempos de duração (min) e a carga internaplanejada pelos treinadores (PSE-sessão).

Conteúdo

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde

Aquecimento(min.)

20 20 25 15 20 20 25 15 20 20

Educativos (min.) 60 20 45 20 50 15 45 25 60 15

Exercícios de Força(min.)

XXX 30 XXX 30 XXX 35 XXX 20 XXX 30

Específico (min.) 10 20 20 25 20 20 20 30 10 25

Tempo Total deDuração (min.)

90 90 90 90 90 90 90 90 90 90

PSE da SessãoPlanejada (u.a.)

Fácil(2)

Difícil(5/6)

Fácil(2)

Fácil(2)

Fácil(2)

Muito Difícil(7/9)

Fácil(2)

Fácil(2)

Fácil(2)

Máxima(10)

Aquecimento – Atividades de preparação musculoesqueléticas para o conteúdo principal da aula envolvendo aspectos de movimentação geral; Educativos– Atividades de ensino da execução de movimento para aprimoramento e correção do gesto técnico; Específico – Atividades esportivas propriamente ditasou pré-esportiva com similaridade da prova, porém com alguma alteração.

Page 41: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

41

6.4.1 Medidas Antropométricas

6.4.1.1 Estatura e Massa Corporal

A estatura foi obtida por um estadiômetro vertical da marca Sany® com

210cm de comprimento e intervalo de medida de 0,1cm medindo a altura do

sujeito encéfalo-podal. O peso foi determinado por uma balança digital da marca

Welme® devidamente calibrada com precisão de aferição de 0,1kg e capacidade

total de 150kg.

6.4.2 Monitoramento das Cargas de Treinamentos

6.4.2.1 Percepção Subjetiva de Esforço (PSE – sessão)

A PSE – sessão foi coletada após o término das sessões de treinamento

(manhã e tarde) em resposta a seguinte pergunta: “Como foi a sua sessão de

treinamento?” Foi utilizado a Escala CR10 de Borg (1982) modificado por Foster

et al. (2001) conforme ANEXO IV contendo uma classificação numérica escalar

de 0 a 10 com os respectivos descritores variando de “repouso” a “máximo”. As

respostas eram coletadas individualmente e em local reservado - para que não

houvesse interferência da escolha por parte de terceiros - 30 minutos pós treino

para evitar resposta subestimada ou supervalorizada em detrimento às

atividades finais da sessão.

6.4.2.2 Carga Interna de Treinamento (CIT)

A CIT foi mensurada como o produto da PSE da sessão pelo tempo de

treino da sessão (em minutos) com o resultado em unidades arbitrárias

(FOSTER et al., 1996, 2001).

A variável carga interna de treinamento diária (CITd) foi calculada pela

somatória da CIT da sessão matutina (CITm) com a CIT da sessão vespertina

(CITv) totalizando o valor da CIT correspondente para aquele dia da

programação de treinamento.

Page 42: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

42

6.4.2.3 Carga Externa de Treinamento (CET - PlayerLoad)

A carga externa de treinamento foi avaliada a partir dos dados gerados

pela magnitude vetorial dos acelerômetros (Actigraph® GT3x) fornecidos por

cada um dos seus três eixos numa taxa de frequência de 100 Hz (SCHELLING;

TORRES, 2016) conforme equação abaixo:

Em seguida os dados foram analisados pelo programa Matlab® e extraídos

informações da CET (PlayerLoad por minuto).

Os dispositivos foram alocados na região do quadril, entre a barriga e a

crista ilíaca, posicionado do lado direito do atleta. Cleland et al., (2013)

afirmaram que este local fornece melhores resultados de movimentação do

corpo inteiro devido à proximidade com o centro de massa. Ainda, os atletas

foram orientados a não retirarem o acelerômetro durante a semana da coleta,

exceto no momento do banho.

A variável carga externa de treinamento diária (CETd) foi calculada pela

média da CET da sessão matutina (CETm) com a CET da sessão vespertina

(CETv).

6.4.3 Avaliação do Sono

6.4.3.1 Índice de Qualidade do Sono Pittsburgh (PSQI)

O Índice de Qualidade de Sono Pittsburgh foi aplicado no dia anterior ao

início da semana de treinamento – Dia Teste (conforme descrito no item 6.3

Coleta dos Dados e 6.3.1 Ilustração da Coleta dos Dados) - para avaliar sono

referente aos últimos 30 dias.

O Índice de Qualidade de Sono Pittsburgh (Anexo V) elaborado por

Buysse DJ (1989), é um instrumento para medidas subjetivas referentes à

qualidade do sono do último mês; compreende 19 (dezenove) questões auto-

administradas e 5 (cinco) questões a ser respondido pelo companheiro de quarto

quando as informações forem utilizadas para análise clínica. As 19 (dezenove)

questões são alocadas em 7 (sete) componentes – 1) qualidade subjetiva do

Onde:ay - eixo horizontal,ax - eixo latero-lateral az

- eixo vertical.

Page 43: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

43

sono, 2) latência para o sono, 3) duração do sono, 4) eficiência habitual do sono,

5) transtornos do sono, 6) uso de medicamentos para dormir e 7) disfunção

diurna - atribuindo score de 0 (zero) a 3 (três) por componentes. A somatória

total dos pontos pode variar de 0 a 21, sendo maior pontuação indicativo de pior

da qualidade de sono.

Para a presente avaliação adotou-se como ponto de corte o escore global

dos indivíduos que apresentassem pontuação igual ou maior do que 5 conforme

sugerido por Bertolazi (2008) indicando grande dificuldade em 2 componentes

ou moderada dificuldade em 3 ou mais componentes.

6.4.3.2 Avaliação Subjetiva da Frequência e Tempo de Sono Diurno

Os atletas responderam a questões referentes ao sono diurno realizado

antes da semana de treinamento (Anexo VII). Foram coletados dados de

frequência a partir da seguinte questão: COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ

DORME DIURNAMENTE? Os indivíduos poderiam assinalar somente 1 das 4

opções apresentadas: a) Todos os dias da semana [5 dias por semana]; b)

Alguns dias da semana [De 3 a 4 dias por semana]; c) Poucos dias da semana

[De 1 a 2 dias por semana] e d) Nenhum dia da semana.

Posteriormente, em outra coluna, os sujeitos assinalaram a média do

tempo de sono diurno em minutos em valores aproximados considerando cada

um dos episódios.

Não obstante a isto os atletas poderiam optar por dormirem diurnamente

durante os intervalos das sessões de treino num espaço disponibilizado para tal

finalidade. Em nenhum momento os atletas foram induzidos, impedidos ou

informados sobre os benefícios do cochilo, assim como o tempo dispendido

permaneceu sobre responsabilidade dos indivíduos que foram previamente

comunicados sobre o início da coleta dos dados vespertina e a necessidade de

se fazerem presente neste momento.

6.4.3.2 Avaliação Objetiva do Tempo de Sono Noturno

O tempo de sono foi avaliado através de exames de actigrafias (ActiGraph

modelo wGT3XP-BT®) com os dispositivos alocados na região do quadril do lado

direito sobre a crista-ilíaca anterior no dia teste (descrito no item 6.3 Coleta dos

Dados e 6.3.1 Ilustração da Coleta dos Dados ).

Page 44: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

44

Os dados referentes ao horário de ir para a cama e tempo aproximado

para adormecer foram informados através do diário de sono e devidamente

registrado no software dos actígrafos para estimativa do tempo total de sono.

Segundo Bertolazi (2008) a aferição do sono utilizando actígrafos é conveniente

para diversos estudos, assim como para avaliação clínica, sobretudo em

indivíduos com dificuldades de dormir em laboratório durante exames de

polissonografia.

Assim como estudo conduzido por Sargent et al., (2014) nossa pesquisa

também optou por não monitorar o consumo de suplementos e/ou a ingestão de

cafeína ou álcool. Durante todo o trabalho os atletas não foram orientados

quanto ao horário em que deveriam deitar e/ou a quantidade de horas que

deveriam dormir, salientando somente o horário do início da coleta dos dados no

dia seguinte.

Para verificar a influência do ambiente de dormir o tempo de sono fora

postulado para grupos residentes (ambiente habitual) e não residentes

(ambiente não habitual).

6.4.3.3 Avaliação Subjetiva da Quantidade e Qualidade do Sono

Noturno

Durante a semana da coleta e posterior ao sono noturno de cada dia, os

atletas responderam a questões respectivamente sobre horário de deitar e

despertar, tempo para adormecer (minutos), quantidade de despertares noturno

e nota da qualidade do sono noturno de 0 a 10 conforme auto avaliação. As

informações fornecidas foram devidamente registradas em diário de sono

noturno (Anexo VI).

Ressalta-se ainda que para o sono noturno os atletas não foram

orientados em nenhum momento quanto ao horário em que deveriam deitar e/ou

a quantidade de horas que deveriam dormir, salientando somente o horário do

início da coleta dos dados no dia seguinte.

Page 45: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

45

6.4.4 Avaliação dos Níveis de Estresse, Desempenho e Recuperação.

6.4.4.1 Coleta Salivar

O procedimento da coleta ocorreu via salivar todos os dias pela manhã

antes da sessão de treinamento com os participantes permanecendo sentados

de cabeça baixa permitindo com que a saliva escorra para o tubo de coleta num

tempo total de 5 minutos e a quantidade de amostra equivalente a espessura de

um dedo. Após isto, os recipientes foram tampados e armazenados

temporariamente na caixa de tubo criogênico com temperatura de

aproximadamente -78ºC para transporte ao laboratório onde foram mantidos

num congelador a -80ºC. Em seguida os tubos foram centrifugados

(REFRIGERATED CENTRIFUGE Excelsa®) a 25ºC durante 15 minutos numa

velocidade de 3000 rotações por minuto para a separação do muco e células

utilizando o sobrenadante para as análises. A quantificação do cortisol ocorreu

pelo método de ELISA (enzyma-linked immunosorbent assay; ELX 800VV –

Universal Microplate Reader, Bio-Tek instuments, USA).

6.4.4.2 Teste de Salto Vertical (Counter Movement Jump – CMJ)

O teste de salto vertical foi realizado utilizando a plataforma de salto Jump

System Pro® desenvolvido para medir o tempo de contato e tempo de vôo. Os

dados foram tratados pelo Software Jump System 1.0, permitindo avaliações e

controle do desempenho da força muscular. Foram realizados 3 saltos verticais

com contramovimento (SVCCM) com as mãos no quadril e com intervalo entre

os saltos de 10 segundos registrando a maior altura atingida.

6.4.4.3 Qualidade Total de Recuperação (QTR)

A Qualidade Total de Recuperação (QTR- Anexo VIII) foi realizado

considerando o quão recuperado o atleta se percebe antes do início da sessão

de treinamento. Corresponde a uma escala numérica de 0 a 10 onde quanto

maior o número, maior a percepção de recuperação do atleta.

Page 46: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

46

6.6. Análise Estatística

Todas as variáveis são apresentadas em análise descritiva ou em

frequência conforme a natureza dos dados. A normalidade foi verificada pelo

teste de Kolmogorov–Smirnov adotando o valor de significância de 5% (p<0,05).

O teste t de Student para amostras pareadas foi empregado para comparar a

diferença do momento antes/durante a semana de treinamento para as variáveis

da quantidade e qualidade de sono noturno e diurno. O teste t de Student para

amostras independentes foi realizado para verificar a diferença média das

variáveis tempo de sono noturno, carga interna de treinamento matutino,

qualidade total de recuperação vespertina entre grupos que cochilaram e não

cochilaram. Quando as diferenças apresentavam significância verificou-se o

tamanho do efeito adotando a classificação de Cohen (1988) com os respectivos

valores e descritores: 0.2 (pequeno); 0.5 (médio) e 0.8 (grande). O modelo linear

misto foi utilizado para predizer o efeito dos dias da semana para as variáveis de

carga interna e externa, tempo de sono noturno, diurno e total (24 horas),

qualidade do sono noturno, cortisol salivar, salto vertical e recuperação. Além

disso, propôs verificar o efeito do ambiente de dormir (residentes e não

residentes) no tempo e na qualidade de sono noturno. Ainda, buscou verificar o

efeito da carga interna e externa para o tempo e qualidade do sono noturno. Por

fim propôs analisar o efeito do tempo de sono noturno sobre cortisol salivar, salto

vertical e recuperação. Adotou-se os participantes enquanto efeito aleatório e

para todas as análises foram considerados as estimação da máxima

verossimilhança com as estimativas dos parâmetros. Os dados foram coletados

e analisados pelo pacote estatístico SPSS versão 24.0 para Windows adotando

nível de significância de 5%.

Page 47: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

47

7. RESULTADOS

7.1 Caracterização da Amostra

A amostra foi constituída por 20 sujeitos com idade entre 15 a 24 anos em

três grupos de prova: salto em distância (n=10), provas combinadas (n=04) e

provas de meio-fundo/fundo (n=06). Os dados com as características da amostra

são retratados na tabela 4.

Tabela 4 – Caracterização da amostra para os atletas participantes da pré-temporada.

Homens Mulheres Totaln 16 4 20

Idade 18,4 (±2,1) 17,25 (±2,6) 18,2 (±2,1)Estatura (cm) 175,2 (±7,5) 167,2 (±8,8) 173,61 (±21)

Peso (Kg) 65,7 (±9) 53,9 (±8,7) 63,36 (±9,9)

7.2 Carga de Treinamento e Tempo de Sono

A figura 11a e 11b apresenta os valores de carga externa (PL/min) e

interna (UA) dos 4 dias de treinamento analisados.

Figura 11 – Valores da carga externa (A) e interna (B) de treinamento na pré-temporada

O modelo com efeito do tempo para os parâmetros de carga externa com

estimativa demonstrou respectivamente a estimativa de –0,11 (PL/min) (t(73,57)=-

2,36 p=0,02) e de 51,96 (UA) (t(68,36)=2,27 p=0,03).

Page 48: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

48

A avaliação do sono no momento anterior demonstrou que, do total da

amostra, 15 (75%) sujeitos apresentavam alteração no padrão do sono antes do

início da pré-temporada com pontuação dos scores iguais ou maiores a 5. Os

componentes com as respostas com menor avaliação foram respectivamente

latência do sono, eficiência do sono e qualidade subjetiva do sono.

A tabela 5 descreve os resultados do tempo e qualidade de sono noturno

e diurno no momento antes e durante a semana de treinamento. Somente o

tempo de sono noturno foi verificado por acelerômetro. Todas as demais

medidas foram informadas pelos atletas através de questionários auto

ministrados e diário de sono.

Tabela 5 – Avaliação do sono antes e durante a semana de treinamento

Tempo de Sono (min)Qualidade do Sono

(u.a.)Sujeitos queCochilaram

Noturno Diurno Noturno Diurno Sim (%) Não (%)Antes 473,0 (±113,8) 67,2 (±41,54) 7,0 (±2,1) 6,6 (±1,8) 12 (60) 08 (40)

Durante 410,2* (±67,8) 62,5 (±47,98) 7,3 (±1,5) 6,5 (±2,2) 18 (90) 02 (10)*Diferença para o momento antes (p<0,05)

Na comparação das médias entre os momentos (antes e durante) os

resultados apresentaram uma diferença em média de 62,78 (±124) minutos de

tempo de sono noturno com t(79)=4,53 p=0,00 com tamanho de efeito médio

(ES:0,5). Para todas as demais comparações as análises não apresentaram

diferença estatisticamente significante (p<0,05). Os dados demonstraram uma

adesão aos episódios de cochilo com 18 (90%) sujeitos cochilando ao menos 1

vez por semana durante a pré-temporada comparado a 12 (60%) sujeitos que o

faziam antes desta.

A tabela 6 apresenta os dados em média e desvio padrão do tempo de

sono noturno, diurno e da quantidade total de sono no período de 24 horas. Os

valores são demonstrados em minutos.

Page 49: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

49

Tabela 6 – Tempo de sono noturno, diurno e total durante a semana de treinamento.

Dia 01 Dia 02 Dia 03 Dia 04Média

Semanal

Tempo deSono Noturno

431,2 (±58,5) 430,3 (±49,0) 397,1 (±76,7) 382,1 (±74,2) 410,2* (±67,8)

Tempo deSono Diurno

53,4 (±45,6) 48,4 (±32,6) 95,4 (±62,9) 55,3 (±34,5) 62,5 (±47,9)

Tempo Totalde Sono em

24 horas445,0 (±60,3) 465,1 (±53,9) 433,4 (±77,9) 428,3 (±104,3) 442,9 (±76,5)

*Efeito dos dias da semana de treinamento

O modelo linear misto demonstrou efeito dos dias da semana de

treinamento para o tempo de sono noturno com estimativa de -18,05 minutos por

noite de sono (t(80)=-2,81 p=0,006). Não houve efeito dos dias da semana de

treinamento para as variáveis de tempo de sono diurno com estimativa de 6,95

minutos (t(80)=1,1 p=0,28) e tempo total de sono em 24 horas com estimativa de -

8,18 minutos (t(80)=-1,08 p=0,28)

A figura 12 apresenta a percepção do sono noturno (QSSn) em unidades

arbitrárias (UA) durante os dias da semana de treinamento. O modelo linear

misto demonstrou não haver efeito do tempo (dias) na percepção subjetiva do

sono noturno com estimativa de -0,16 (UA) (t(80)=-1,117 p=0,27).

Figura 12 – Percepção do sono noturno durante a semana de treinamento.

Page 50: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

50

O modelo com predição do efeito da carga interna de treinamento não

demonstrou significância sobre o tempo de sono noturno com estimativa de

-0,01 minutos (t(80)=-0,356 p=0,72). O modelo com predição do efeito da carga

externa de treinamento não demonstraram significância sobre as variáveis de

tempo de sono noturno com estimativa de -12,02 minutos (t(80)=-0,860 p=0,39).

Os valores do tempo (min.) e percepção do sono (UA) noturno ao longo

da semana foram descritos na tabela 7 em média e desvio padrão considerando

os ambientes de dormir. Os atletas foram classificados em dois grupos a

depender do ambiente em que dormiam nos dias de treino na pré-temporada em

ambiente habitual (Residentes) e não habitual (Não Residentes).

Tabela 7 – Avaliação do sono em diferentes ambientes de dormir

Tempo de Sono Noturno Percepção da Qualidade do Sono

Residentes (n=07) 428,96 (±80,52) 7,34 (±1,25)

Não Residentes

(n=13)400,11 (±58,33) 7,27 (±1,66)

Grupo Total 410,21 (±67,85) 7,3 (±1,5)

Residentes: atletas que dormiam em ambiente habitual; Não Residentes: atletas que dormiramem ambiente não habitual.

O modelo linear misto com efeito do ambiente de dormir sobre o tempo de

sono noturno não demonstrou significância com estimativa de 28,84 minutos

(t(80)=-1,864 p=0,06) assim como para a percepção da qualidade do sono noturno

com estimativa de -0,07 (UA) (t(80)=-0,198 p=0,84).

Page 51: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

51

7.3 Tempo de Sono Noturno, Análise Hormonal, Desempenho e

Recuperação.

A tabela 8 apresenta os valores de tempo de sono noturno (TSn), tempo

de sono total em 24 horas (Asleep) e as variáveis de cortisol salivar (Cs), salto

vertical com contramovimento (SVCCM) e qualidade total de recuperação

matutina (QTR_m) durante a semana de treinamento.

Tabela 8 - Sono noturno, estresse, desempenho e recuperação na semana de treinamento.

Dia 01 Dia 02 Dia 03 Dia 04Média

Semanal

Cs (mmol) 2,5 (±1,0) 2,1 (±1,5) 2,0 (±1,0) 1,8 (±0,9) 2,1 (±1,1)*

SVCCM (cm) 37,0 (±6,4) 37,8 (±6,6) 37,3 (±6,6) 38,7 (±7,3) 37,7 (±6,6)

QTR_m (UA) 3,7 (±1,4) 3,1 (±0,9) 3,5 (±1,4) 4,7 (±2,0) 3,8 (±1,6)*

*Efeito dos dias da semana de treinamento (p<0,05)

O modelo linear misto demonstrou efeito dos dias de treino na pré-

temporada nos valores de concentração do cortisol salivar com estimativa de -

0,24mmol (t(80)=-2,106 p=0,03). Ainda, não foi verificado o efeito do tempo de

sono noturno sobre a concentração de cortisol salivar (t(80)=0,647 p=0,52) com

estimativa de 0,001mmol assim como para o tempo de sono total em 24 horas

(t(80)=1,001 p=0,32) com estimativa de 0,001mmol.

Em relação a variável de desempenho motor, o modelo linear misto não

demonstrou efeito dos dias de treinamento na pré-temporada sobre os

resultados do teste de salto vertical com contramovimento com estimativa de

0,46cm (t(80)=0,702 p=0,485).

Por outro lado, o modelo linear misto demonstrou efeito dos dias de

treinamento na qualidade total de recuperação matutina (t (80)=2,296 p=0,02) com

estimativa de 0,36 (UA) arbitrárias. Ainda, o modelo estatístico não demonstrou

Page 52: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

52

significância do tempo de sono noturno sobre a qualidade total de recuperação

matutina (t(80)=0,922 p=0,36), com estimativa de 0,002 (UA), assim como para o

tempo de sono total em 24 horas (t(80)=1,456 p=0,15) com estimativa de -0,003

unidades arbitrárias.

7.4 Tempo de Sono Diurno e Qualidade Total de Recuperação

A tabela 9 apresenta a frequência (porcentagem) dos indivíduos que não

cochilaram ou que cochilaram (1, 2, 3 ou 4 dias) durante a semana de

treinamento.

Tabela 9 – Frequência de cochilo durante a semana de treinamento.

Não

Cochilaram

(%)

Cochilaram

1 dia (%)

Cochilaram

2 dias (%)

Cochilaram

3 dias (%)

Cochilaram

4 dias (%)

Grupo Total

(n=20)2 (10) 2 (10) 5 (25) 7 (35) 4 (20)

A análise demonstrou que apenas 2 (10%) indivíduos não cochilaram

durante a semana de treinamento. Do total de atletas que cochilaram, 11 (55%)

o fizeram numa frequência acima de 2 vezes por semana e 7 (35%) igual ou

abaixo desta.

A tabela 10 apresenta os valores com média e desvio padrão do tempo de

sono noturno anterior ao episódio do cochilo (min.), da carga interna de

treinamento matutina (UA), da qualidade total de recuperação vespertina (UA) e

do tempo de sono diurno (min.) de acordo com os episódios de cochilo e não

cochilo.

Tabela 10 – Sono diurno, carga de treino e recuperação.

Page 53: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

53

Tempo de

Sono

Noturno

Carga Interna de

Treinamento

Matutino

Qualidade

Total de

Recuperação

Tempo de

Sono

Diurno

Cochilou

Sim409,8 (±73,6)

325,4 (±199,6)5,9* (±2,1) 62,5 (±47,9)

Não410,8 (±58,6)

247,2 (±170,6)3,8 (±2)

-----

Grupo Total 410,2 (±67,8) 295,1 (±191,6)5,1 (±2,3) 62,5 (±47,9)

*Diferença para a comparação inter grupos (p<0,05)

O modelo linear misto com efeito dos dias de treino na pré-temporada

sobre o tempo de sono diurno não demonstrou um aumento da quantidade de

sono diurno ao longo da semana (t(49)=1,1 p=0,28), com estimativa de 6,95

minutos.

A análise da comparação das médias de tempo de sono noturno inter

grupos não demonstrou significância com diferença média de -0,96 minutos

(t(78)=-0,062 p=0,95) para os que cochilaram em relação aos seus pares opostos.

A análise da comparação das médias da carga interna de treinamento

intergrupos não demonstrou significância com diferença média de 78,17(UA)

(t(78)=1,082 p=0,07) para os que cochilaram em relação aos seus pares opostos.

A análise da comparação das médias da qualidade total de recuperação

vespertina intergrupos demonstrou significância (t(78)=4,42 p=0,0001) com

diferença média de 2,12(UA) para os que cochilaram em relação aos seus pares

opostos com tamanho de efeito grande (ES:1,01).

Page 54: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

54

8 DISCUSSÃO

O presente trabalho propôs investigar o efeito da carga de treino no

tempo de sono durante uma semana de treinamento na pré-temporada em

jovens praticantes de atletismo e sua influência no cortisol salivar, SVCCM e na

QTR durante os dias de treinamento. Os principais resultados encontrados

foram: i) não houve efeito da carga de treino no tempo de sono; ii) as sonecas

diurnas demonstraram ser uma importante estratégia para melhora da qualidade

subjetiva de recuperação; iii) o tempo de sono noturno reduziu

significativamente durante a semana de treinamento, entretanto as sonecas

diurnas suplementaram a quantidade de sono num período de 24 horas e iv) o

tempo de sono noturno e total não influenciaram as variáveis hormonais (Cs), de

desempenho (SVCCM) e recuperação (escala QTR). Ao contrário da hipótese

inicial da pesquisa, a carga de treinamento não foi responsável em reduzir o

tempo de sono dos atletas durante a semana de pré-temporada.

Alguns estudos têm demonstrado resultados antagônicos no que

pressupõem o efeito das cargas de treino sobre o sono. A duração do sono foi

reduzido em atletas de ciclismo quando submetidos a períodos de intensificação

das cargas de treino (TENG et al., 2011). Alterações negativas no tempo de

cama, tempo de dormir, tempo de despertares noturno e eficiência do sono

noturno foram evidenciadas em atletas de rugby potencialmente devido às

intensificações das cargas de treino (THORNTON et al., 2016). Por sua vez as

cargas de treino demonstraram efeito positivo nos parâmetros do sono com

horário de deitar mais cedo, maior quantidade de tempo do sono noturno e

aumento da eficiência do sono (DELANEY et al., 2017).

Em nosso trabalho a duração do sono noturno apresentou uma redução

significativa no decorrer dos dias da semana de treinamento. A média do tempo

de sono noturno durante a semana foi significativamente menor em comparação

com o ao momento anterior a esta. Entretanto as cargas de treinamento não

foram responsáveis por este resultado.

Possivelmente dado as baixas magnitudes dos esforços percebidos -

descritores da PSE da sessão variando entre “fácil” e “um pouco forte” – as

intensidades das sessões de treinamento não foram suficiente ao ponto de

provocar efeito negativo sobre o sono. Este entendimento é corroborado ao

Page 55: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

55

observar a redução dos valores da concentração do cortisol salivar e aumento

da qualidade total de recuperação matutina durante a semana de treinamento

não demonstrando um alto nível de estresse imputado ao organismo.

Adicionalmente, a quantidade de dias em que os atletas foram

submetidos ao treinamento (4 dias) foi menor em comparação aos estudos

supracitados (de até 13 dias). Essa condição pode demonstrar um efeito crônico

entre carga de treino e sono o que pode não ser observado com o tempo de

treino dos atletas no presente estudo. Ainda, as pesquisas realizadas até então

não demonstraram qualquer medida de percepção de esforço ou de carga

interna, apresentando somente parâmetros de carga externa - distância total

percorrida, relação aceleração-desaceleração e deslocamento em alta

velocidade – limitando a discussão frente aos dados do trabalho.

A redução da duração do sono têm sido associado diretamente ao

prejuízo do desempenho em atletas de elite. Em contrapartida períodos curtos

de tempo de sono ou cochilos durante o dia podem vir a ser úteis para atender

as necessidades fisiológicas provocadas pelo débito de sono contribuindo para a

manutenção do estado de alerta e desempenho das atividades da vigília

(TAKAHASHI; KAIDA 2006). Uma vez que atletas estão expostos a diversos

fatores associados ao prejuízo ao sono (PETIT et al, 2014) têm se postulado que

as sonecas diurnas podem vir a beneficiar a recuperação dos atletas (HALSON

2014).

Contudo poucos estudos investigaram o efeito do cochilo em atletas de

elite e parte desse entendimento deve-se a extrapolação dos resultados em

pesquisas realizadas com trabalhadores de troca de turno, equipe médica,

motorista ou pilotos (WATERHOUSE et al., 2007; O’DONNELL et al., 2018). Os

trabalhos conduzidos com atletas verificaram a influência das cargas de treino e

do tempo de sono noturno na adesão dos indivíduos ao cochilo (DELANEY et

al., 2017; THORNTON et al., 2016; SARGENT et al., 2014).

Em nosso trabalho houve um aumento de 30% dos indivíduos (n=18) que

passaram a cochilar durante a semana de treinamento comparado ao período

anterior (n=12). Este resultado não ocorreu em razão do débito do sono noturno

ou da carga de treino matutina. Um fator preponderante a se considerar sobre a

decisão do cochilo diz respeito ao volume do treinamento.

Page 56: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

56

Atletas eram habituados a realizar 1 sessão de treino diária ou sessões

em dias intercalados. O modelo de treinamento proposto na pré-temporada os

atletas realizavam 2 sessões de treino por dia durante a semana.

Provavelmente, essa modificação da estrutura do treino com maior frequência

semanal tenha gerado um acúmulo de fadiga e pode ter sido determinante para

os indivíduos cochilarem.

O efeito do cochilo depende da atividade desempenhada anteriormente,

do momento do dia em que se pratica e do tempo despendido (MEUR et al.,

2013). Atletas que cochilaram apresentaram maior percepção do estado de

recuperação em comparação aos seus pares opostos. Este resultado esta de

acordo com a hipótese apresentada. Dormir diurnamente demonstrou benefícios

para os atletas, podendo, portanto, ser recomendável como estratégia de

recuperação em períodos do treinamento com duas sessões diárias.

Por conseguinte, nosso trabalho propôs verificar o efeito do tempo de

sono noturno e tempo de sono no período de 24 horas nas variáveis hormonais,

de desempenho e recuperação matutina. Atletas privados de dormirem

apresentaram aumento da concentração de cortisol na primeira metade da noite

e durante o dia em comparação com os que dormiram normalmente (WRIGTH et

al., 2015). Além disso, baixa quantidade de sono noturno esta associado com

altos índices de fadiga pré treino (SARGENTt et al., 2014).

Nossos resultados demonstraram efeito dos dias de treinamento na pré-

temporada para cortisol salivar e recuperação matutina. Níveis de concentração

do cortisol salivar reduziram significantemente ao instante que a qualidade de

recuperação matutina aumentou durante a semana de treinamento. Entretanto

para essas variáveis, verificou-se que o tempo de sono noturno e o tempo de

sono num período de 24h não foram capazes de influenciar seus valores.

Para o presente estudo é possível apresentar algumas limitações: i)

amostragem por conveniência (não aleatória); ii) uso de medidas subjetivas para

o sono diurno e iii) Diferentes instrumentos para medida da duração do sono

(objetivos e subjetivos) tornando a medida do tempo total problemática.

Page 57: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

57

9. CONCLUSÃO

O tempo de sono noturno apresenta redução durante a semana de

treinamento, embora essa redução não esteja atrelada ao aos valores da carga

de treino e do ambiente de dormir.

Indivíduos que cochilam apresentam maiores valores nas respostas

perceptuais de recuperação demonstrando que as sonecas diurnas podem vir a

ser uma interessante estratégia de recuperação durante treinamento com

volume elevado.

Por fim o tempo de sono noturno e o tempo de sono num período de 24

horas não influenciam as variáveis hormonais, de desempenho e recuperação

dos atletas durante a pré-temporada de treinamento.

Page 58: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

58

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUGHEY, R. J. Applications of GPS Technologies to Field Sports The Validity of

GPS for the Measurement. International Journal of Sports Physiology and

Performance. p. 295–310, 2011.

BARNETT, A. Using Recovery Modalities between Training Sessions in Elite

Athletes Does it Help ? Sports Med. v. 36, n. 9, p. 781–796, 2006.

BARONE, D. A.; KRIEGER, A. C. The Function of Sleep. AIMS Neuroscience v.

2, n. 2, p. 71–90, 2015.

BARRON, D. J. et al. Accelerometer derived load according to playing position in

competitive youth soccer, International Journal of Performance Analysis in

Sport. v. 8668, 2014.

BERTOLAZI, A. N. Tradução, adaptação cultural e validação de dois

instrumentos de avaliação do sono : Escala de sonolência de epworth e índice de

qualidade de sono de Pittsburgh. Neurologia, p. 92, 2008.

BISHOP, D. The effects of travel on team performance in the Australian national

netball competition. Sci Med Sport. p. 118–122, 2004.

BORRESEN, J.; IAN LAMBERT, M. The quantification of training load, the

training response and the effect on performance. Sports Medicine, v. 39, n. 9, p.

779–795, 2009.

BROWN, R. E. et al. Control of Sleep and Wakefulness. Physiological Reviews

p. 1087–1187, 2012.

BUCHHEIT, M. et al. Monitoring fitness , fatigue and running performance during

a pre-season training camp in elite football players. Journal of Science and

Medicine in Sport, v. 16, n. 6, p. 550–555, 2013.

BUCHHEIT, M. Monitoring training status with HR measures: Do all roads lead to

Rome? Frontiers in Physiology, v. 5 FEB, n. February, p. 1–19, 2014.

CAIXINHA, P. F.; SAMPAIO, J.; MIL-HOMENS, P. V. Variação dos valores da

distância percorrida e da velocidade de deslocamento em sessões de treino e

em competições de futebolistas juniores. Revista Portuguesa de Ciências do

Desporto v. 4, p. 7–16, 2004.

CARLOS, A. A história do Atletismo A história do Atletismo. 2011.

CASAMICHANA, D. et al. Relationship between indicators of training load in

soccer players. Journal of Strength and Conditioning Research 2012.

Page 59: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

59

CBAT. ATLETISMO REGRAS OFICIAIS DE COMPETIÇÃO 2018 – 2019. [s.l:

s.n.].

CLELAND, I. et al. Optimal Placement of Accelerometers for the Detection of

Everyday Activities. Sensors. p. 9183–9200, 2013.

COUTTS, A. J.; CROWCROFT, S.; KEMPTON, T. Developing Athlete Monitoring

Systems: Theoretical Basis and Practical Applications. n. October, 2018.

CRUZ, R. et al. Comparação entre a PSE planejada pelo treinador com a

percebida por jovens atletas de atletismo. Revista Brasileira de Ciência e

Movimento. p. 8–13, 2017.

CUMMISKEY, J. et al. Sleep and Athletic Performance. European Journal of

Sports Medicine, v. 1, n. 1, p. 13–22, 2013.

DAVENNE, D. Sleep of athletes – problems and possible solutions. Biological

Rhythm Research v. 40, n. 1 February 2009, p. 45-52.

DAVIES, D. J.; GRAHAM, K. S.; CHOW, C. M. The Effect of Prior Endurance

Training on Nap Sleep Patterns. International Journal of Sports Physiology

and Performance p. 87–97, 2010.

DE FREITAS, D. S.; MIRANDA, R.; FILHO, M. B. Marcadores psicológico,

fisiológico e bioquímico para determinação dos efeitos da carga de treino e do

overtraining. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho

Humano, v. 11, n. 4, p. 457–465, 2009.

DELANEY, J. A. et al. Effects of pre-season training on the sleep characteristics

of professional rugby league players. International Journal of Sports

Physiology and Performance. 2017.

DRIVER, H. S.; TAYLOR, S. R. Exercise and sleep. Sleep Medicine Reviews, v.

4, n. 4, p. 387–402, 2000.

DINGES, D. F.; ORNE, M. T.; WHITEHOUSE W. G.; ORNE, E. C. Temporal

Placement of a Nap for Alertness: Contributions of Circadian Phase and Prior

Wakefulness. Association of Professional Sleep Societies. v. 10, n.

December 1986, p. 313–329, 1987.

EDWARDS, B. J.; WATERHOUSE, J. Effects of One Night of Partial Sleep

Deprivation upon Diurnal Rhythms of Accuracy and Consistency in Throwing

Darts. Chronobiology International, v. 26, n. 4, p. 756–768, 7 jan. 2009.

FAMODU, O. Effectiveness of sleep extension on athletic performance and

nutrition of female track athletes. Graduate Theses, Dissertations, and

Page 60: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

60

Problem Reports. 2014.

FERRARA, M.; GENNARO, L. DE. The sleep inertia phenomenon during the

sleep-wake transition : Theoretical and operational issues. n. September, 2000.

FOSTER, C. et al. Athletic performance in relation to training load. Wisconsin

Medical Journal, v. 95, n. 6, p. 370–4, jun. 1996.

FOSTER, C. et al. A New Approach to Monitoring Exercise Training. Journal of

Strength and Conditioning Research. v. 15, n. 151, 2001.

FOSTER, C.; RODRIGUEZ-MARROYO, J. A.; KONING, J. J. DE. Monitoring

Training Loads : The Past , the Present , and the Future Monitoring Training

Loads : The Past , the Present , and the Future. International Journal of Sports

Physiology and Performance. May, 2017.

FREITAS, V. H. et al. Sensitivity of physiological and psychological markers to

training load intensification in volleyball players. Journal of Sports Science &

Medicine, v. 13, n. 3, p. 571–9, set. 2014.

GAMBETTA, V. Monitoring Training is Critical for Success.

GUPTA, L.; MORGAN, K.; GILCHRIST, S. Does Elite Sport Degrade Sleep

Quality? A Systematic Review. Sports Medicine, v. 47, n. 7, p. 1317–1333,

2017.

HALSON, S. L. Sleep and the elite athlete. Sports Science Exchange, v. 26, n.

113, p. 1–4, 2013.

HALSON, S. L. Sleep in Elite Athletes and Nutritional Interventions to Enhance

Sleep. Sports Med. v. 44, p. 13–23, 2014.

AUGHEY, R. J. Applications of GPS Technologies to Field Sports The Validity of

GPS for the Measurement. International Journal of Sports Physiology and

Performance, p. 295–310, 2011.

BARNETT, A. Using Recovery Modalities between Training Sessions in Elite

Athletes Does it Help ? Sports Med, v. 36, n. 9, p. 781–796, 2006.

BERTOLAZI, A. N. Tradução , Adaptação Cultural E Validação De Dois

Instrumentos De Avaliação Do Sono : Escala De Sonolência De Epworth E Índice

De Qualidade De Sono de Pittsburgh. Neurologia, p. 92, 2008.

BISHOP, D. The effects of travel on team performance in the Australian national

netball competition. p. 118–122, 2004.

BORRESEN, J.; IAN LAMBERT, M. The quantification of training load, the

training response and the effect on performance. Sports Medicine, v. 39, n. 9, p.

Page 61: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

61

779–795, 2009.

BUCHHEIT, M. Monitoring training status with HR measures: Do all roads lead to

Rome? Frontiers in Physiology, v. 5 FEB, n. February, p. 1–19, 2014.

CASAMICHANA, D. et al. Relationship between indicators of training load in

soccer players. 2013.

CLELAND, I. et al. Optimal Placement of Accelerometers for the Detection of

Everyday Activities. p. 9183–9200, 2013.

COUTTS, A. J.; CROWCROFT, S.; KEMPTON, T. Developing Athlete Monitoring

Systems: Theoretical Basis and Practical Applications. n. October, 2018.

DAVIES, D. J.; GRAHAM, K. S.; CHOW, C. M. The Effect of Prior Endurance

Training on Nap Sleep Patterns. International Journal of Sports Physiology

and Performance, v. 5, p. 87–97, 2010.

DINGES, D. F. et al. Temporal Placement of a Nap for Alertness: Contributions of

Circadian Phase and Prior Wakefulness. Association of Professional Sleep

Societies, v. 10, n. December 1986, p. 313–329, 1987.

EDWARDS, B. J.; WATERHOUSE, J. Effects of One Night of Partial Sleep

Deprivation upon Diurnal Rhythms of Accuracy and Consistency in Throwing

Darts. Chronobiology International, v. 26, n. 4, p. 756–768, 7 jan. 2009.

FERRARA, M.; GENNARO, L. DE. The sleep inertia phenomenon during the

sleep-wake transition : Theoretical and operational issues. n. September, 2000.

HALSON, S. L. Sleep in Elite Athletes and Nutritional Interventions to Enhance

Sleep. Sports Med, v. 44, p. 13–23, 2014.

HAUSSWIRTH, C. et al. Evidence of disturbed sleep and increased illness in

overreached endurance athletes. Medicine and Science in Sports and

Exercise, v. 46, n. 5, p. 1036–1045, 2014.

HAUSSWIRTH, C.; MUJIKA, I. Recovery for Performance in Sport. [s.l: s.n.].

KIRK, C. et al. Measuring the Workload of Mixed Martial Arts using

Accelerometry , Time Motion Analysis and Lactate. v. 8668, n. April, 2017.

KRUEGER, J. M. et al. Sleep Function: Toward Elucidating an Enigma. Sleep

Medicine Reviews, 2015.

MÄESTU, J.; JÜRIMÄE, J.; JÜRIMÄE, T. Monitoring of Performance and

Training in Rowing. v. 35, n. 7, p. 597–617, 2005.

MATTHIESEN, S. Q. ATLETISMO NA ESCOLA. [s.l: s.n.].

MILNER, C. E. .; COTE, K. A. Benefits of napping in healthy adults: impact of

Page 62: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

62

nap length, time of day, age , and experience with napping. p. 272–281, 2009.

MOONEY, M. et al. Do Physical Capacity and Interchange Rest Periods

Influence Match Exercise-Intensity Profile in Australian Football ? p. 165–172,

2013.

O’DONNELL, S.; BEAVEN, C.; DRILLER, M. From pillow to podium: a review on

understanding sleep for elite athletes. Nature and Science of Sleep, v. Volume

10, n. August, p. 243–253, 2018a.

O’DONNELL, S.; BEAVEN, C. M.; DRILLER, M. The influence of match-day

napping in elite female netball athletes. 2018b.

PETIT, E. et al. A 20 - min nap in athletes changes subsequent sleep

architecture but does not alter physical performances after normal sleep or 5 - h

phase - advance conditions. p. 305–315, 2014.

SARGENT, C. et al. The impact of training schedules on the sleep and fatigue of

elite athletes. Chronobiology International, v. 31, n. 10, p. 1160–1168, 2014.

SCHELLING, X.; TORRES, L. Accelerometer Load Profiles for Basketball-

Specific Drills in Elite Players. n. February, p. 585–591, 2016.

STUART, S. et al. Effects of training and competition on the sleep of elite

athletes: a systematic review and meta-analysis. British Journal of Sports

Medicine, n. February, p. 1–11, 2018.

TENG, E.; LASTELLA, M.; ROACH, G. D. The effect of training load on sleep

quality and sleep perception in elite male cyclists. In: Little clock, big clock:

Molecular to physiological clocks. Australasian Chronobiology Society. [s.l:

s.n.]. p. 1–4.

THORNTON, H. R. et al. Influence of acute training demands on sleep during a

professional rugby league training camp. n. November, 2016a.

THORNTON, H. R. et al. Effects of a Two-week High Intensity Training Camp on

Sleep Activity of Professional Rugby League Athletes. International Journal of

Sports Physiology and Performance, 2016b.

THORNTON, H. R. et al. Effects of pre-season training on the sleep

characteristics of professional rugby league players. International Journal of

Sports Physiology and Performance, v. 13, n. 2, p. 176–182, 2017.

WATERHOUSE, J. et al. The role of a short post-lunch nap in improving

cognitive , motor , and sprint performance in participants with partial sleep

Page 63: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

63

deprivation. Journal of Sports Sciences, n. August 2013, p. 37–41, 2007.

HAUSSWIRTH, C.; MUJIKA, I. Recovery for Performance in Sport. [s.l: s.n.].

IMPELLIZZERI, F. M. et al. Use of RPE-Based Training Load in Soccer.

Medicine & Science in Sports & Exercise p. 1042–1047, 2004.

IMPELLIZZERI, F. M.; MARCORA, S. M.; COUTTS, A. J. Internal and External

Training Load : 15 Years On Training Load : Internal and External Load

Theoretical Framework : The Training Process. International Journal of Sports

Physiology and Performance. 2018.

IMPELLIZZERI, F. M.; RAMPININI, E.; MARCORA, S. M. Physiological

assessment of aerobic training in soccer. Journal of Sports Sciences, v. 23, n.

6, p. 583–592, 18 jun. 2005.

JANSEN, JM., et al. Bases gerais, cronobiológicas e clínicas: O tempo e o sono

na medicina da noite. In: JANSEN, JM., et al., orgs. Medicina da noite: da

cronobiologia à prática clínica [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ,

2007, pp. 21- 45.

JARRAYA, S.; JARRAYA, M.; CHTOUROU, H. Effect of time of day and partial

sleep deprivation on the reaction time and the attentional capacities of the

handball goalkeeper. Biological Rhythm Research. V. 45, n. 2, p. 183-191

December, 2014.

JEONG, T.; MORTON, J. P.; DRUST, B. Quantification of the physiological

loading of one week of “ pre-season ” and one week of “ in-season ” training in

professional soccer players. Journal of Sports Sciences n. 29 p. 1161-1166

August, 2011.

KELLMANN, M. Preventing overtraining in athletes in high-intensity sports and

stress/recovery monitoring. Scandinavian Journal of Medicine & Science in

Sports, v. 20, p. 95–102, 14 set. 2010.

KIRK, C. et al. Measuring the Workload of Mixed Martial Arts using

Accelerometry , Time Motion Analysis and Lactate. International Journal of

Performance Analysis in Sport v.15, p. 359-370. April, 2017.

KRUEGER, J. M. et al. Sleep Function: Toward Elucidating an Enigma. Sleep

Medicine Reviews, 2015.

KNUFINKE, M. et al. Train hard, sleep well? Perceived training load, sleep

quantity and sleep stage distribution in elite level athletes. Journal of Science

and Medicine in Sport, v. 21, n. 4, p. 410–415, 2018.

Page 64: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

64

Lambert, M.; Mujika, I. Physiology of Exercise Training. Chapter 1. In:

Hausswirth, Christophe and Mujika, Iñigo. INSEP 2013. Recovery for

Performance in Sport

LEEDER, J. et al. Sleep duration and quality in elite athletes measured using

wristwatch actigraphy. Journal of Sports Sciences, v. 30, n. 6, p. 541–545,

mar. 2012.

MACIEL, W. P.; CAPUTO, E. L.; SILVA, M. C. DA. Redalyc. DISTÂNCIA

PERCORRIDA POR JOGADORAS DE FUTEBOL DE DIFERENTES POSIÇÕES

DURANTE UMA PARTIDA. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. v. 33,

n. 2, abril-junho, p. 465-474. 2011.

MÄESTU, J.; JÜRIMÄE, J.; JÜRIMÄE, T. Monitoring of Performance and

Training in Rowing. Sports Medicine v. 35, n. 7, p. 597–617, 2005.

MAH, C. D. et al. The Effects of Sleep Extension on the Athletic Performance of

Collegiate Basketball Players. Sleep, v. 34, n. 7, p. 943–950, 2011.

MAH, C. D. et al. Sleep restriction impairs maximal jump performance and joint

coordination in elite athletes athletes. Journal of Sports Sciences, v. 37, n. 17,

p. 1981–1988, 2019.

MARSHALL, G. J. G.; TURNER, A. N. The Importance of Sleep for Athletic

Performance. National Strenght and Conditioning Association, v. 38, p. 61–

67, 2016.

MARTINS, P.; MELLO, M. T.; TUFIK, S. Exercício e sono. Rev Bras Med

Esporte, v. 7, n. 1, p. 28–36, 2001.

AUGHEY, R. J. Applications of GPS Technologies to Field Sports The Validity of

GPS for the Measurement. International Journal of Sports Physiology and

Performance, p. 295–310, 2011.

BARNETT, A. Using Recovery Modalities between Training Sessions in Elite

Athletes Does it Help ? Sports Med, v. 36, n. 9, p. 781–796, 2006.

BERTOLAZI, A. N. Tradução , Adaptação Cultural E Validação De Dois

Instrumentos De Avaliação Do Sono : Escala De Sonolência De Epworth E Índice

De Qualidade De Sono de Pittsburgh. Neurologia, p. 92, 2008.

BISHOP, D. The effects of travel on team performance in the Australian national

netball competition. p. 118–122, 2004.

BORRESEN, J.; IAN LAMBERT, M. The quantification of training load, the

training response and the effect on performance. Sports Medicine, v. 39, n. 9, p.

Page 65: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

65

779–795, 2009.

BUCHHEIT, M. Monitoring training status with HR measures: Do all roads lead to

Rome? Frontiers in Physiology, v. 5 FEB, n. February, p. 1–19, 2014.

CASAMICHANA, D. et al. Relationship between indicators of training load in

soccer players. 2013.

CLELAND, I. et al. Optimal Placement of Accelerometers for the Detection of

Everyday Activities. p. 9183–9200, 2013.

COUTTS, A. J.; CROWCROFT, S.; KEMPTON, T. Developing Athlete Monitoring

Systems: Theoretical Basis and Practical Applications. n. October, 2018.

DAVIES, D. J.; GRAHAM, K. S.; CHOW, C. M. The Effect of Prior Endurance

Training on Nap Sleep Patterns. International Journal of Sports Physiology

and Performance, v. 5, p. 87–97, 2010.

DINGES, D. F. et al. Temporal Placement of a Nap for Alertness: Contributions of

Circadian Phase and Prior Wakefulness. Association of Professional Sleep

Societies, v. 10, n. December 1986, p. 313–329, 1987.

EDWARDS, B. J.; WATERHOUSE, J. Effects of One Night of Partial Sleep

Deprivation upon Diurnal Rhythms of Accuracy and Consistency in Throwing

Darts. Chronobiology International, v. 26, n. 4, p. 756–768, 7 jan. 2009.

FERRARA, M.; GENNARO, L. DE. The sleep inertia phenomenon during the

sleep-wake transition : Theoretical and operational issues. n. September, 2000.

HALSON, S. L. Sleep in Elite Athletes and Nutritional Interventions to Enhance

Sleep. Sports Med, v. 44, p. 13–23, 2014.

HAUSSWIRTH, C. et al. Evidence of disturbed sleep and increased illness in

overreached endurance athletes. Medicine and Science in Sports and

Exercise, v. 46, n. 5, p. 1036–1045, 2014.

HAUSSWIRTH, C.; MUJIKA, I. Recovery for Performance in Sport. [s.l: s.n.].

KIRK, C. et al. Measuring the Workload of Mixed Martial Arts using

Accelerometry , Time Motion Analysis and Lactate. v. 8668, n. April, 2017.

KRUEGER, J. M. et al. Sleep Function: Toward Elucidating an Enigma. Sleep

Medicine Reviews, 2015.

MÄESTU, J.; JÜRIMÄE, J.; JÜRIMÄE, T. Monitoring of Performance and

Training in Rowing. v. 35, n. 7, p. 597–617, 2005.

MATTHIESEN, S. Q. ATLETISMO NA ESCOLA. [s.l: s.n.].

MILNER, C. E. .; COTE, K. A. Benefits of napping in healthy adults: impact of

Page 66: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

66

nap length, time of day, age , and experience with napping. p. 272–281, 2009.

MOONEY, M. et al. Do Physical Capacity and Interchange Rest Periods

Influence Match Exercise-Intensity Profile in Australian Football ? p. 165–172,

2013.

O’DONNELL, S.; BEAVEN, C.; DRILLER, M. From pillow to podium: a review on

understanding sleep for elite athletes. Nature and Science of Sleep, v. Volume

10, n. August, p. 243–253, 2018a.

O’DONNELL, S.; BEAVEN, C. M.; DRILLER, M. The influence of match-day

napping in elite female netball athletes. 2018b.

PETIT, E. et al. A 20 - min nap in athletes changes subsequent sleep

architecture but does not alter physical performances after normal sleep or 5 - h

phase - advance conditions. p. 305–315, 2014.

SARGENT, C. et al. The impact of training schedules on the sleep and fatigue of

elite athletes. Chronobiology International, v. 31, n. 10, p. 1160–1168, 2014.

SCHELLING, X.; TORRES, L. Accelerometer Load Profiles for Basketball-

Specific Drills in Elite Players. n. February, p. 585–591, 2016.

STUART, S. et al. Effects of training and competition on the sleep of elite

athletes: a systematic review and meta-analysis. British Journal of Sports

Medicine, n. February, p. 1–11, 2018.

TENG, E.; LASTELLA, M.; ROACH, G. D. The effect of training load on sleep

quality and sleep perception in elite male cyclists. In: Little clock, big clock:

Molecular to physiological clocks. Australasian Chronobiology Society. [s.l:

s.n.]. p. 1–4.

THORNTON, H. R. et al. Influence of acute training demands on sleep during a

professional rugby league training camp. n. November, 2016a.

THORNTON, H. R. et al. Effects of a Two-week High Intensity Training Camp on

Sleep Activity of Professional Rugby League Athletes. International Journal of

Sports Physiology and Performance, 2016b.

THORNTON, H. R. et al. Effects of pre-season training on the sleep

characteristics of professional rugby league players. International Journal of

Sports Physiology and Performance, v. 13, n. 2, p. 176–182, 2017.

WATERHOUSE, J. et al. The role of a short post-lunch nap in improving

cognitive , motor , and sprint performance in participants with partial sleep

Page 67: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

67

deprivation. Journal of Sports Sciences, n. August 2013, p. 37–41, 2007.

MEUR, Y.; DUFFIELD, R.; SKEIN, M. Sleep. Chapter 9. In: Hausswirth,

Christophe and Mujika, Iñigo. INSEP 2013. Recovery for Performance in Sport

MIKE MCGUIGAN. Monitoring Training and Performance in Athletes. [s.l:

s.n.].

MILNER, C. E. .; COTE, K. A. Benefits of napping in healthy adults: impact of

nap length, time of day, age , and experience with napping. Journal of Sleep

Research p. 272–281, 2009.

MOONEY, M. et al. Do Physical Capacity and Interchange Rest Periods

Influence Match Exercise-Intensity Profile in Australian Football? International

Journal of Sports Physiology and Performance 8(2). p. 165–172, 2013.

MOREIRA, A. et al. Monitoring Internal Training Load and Mucosal Immune

Responses in Futsal Athletes. Journal of Strength and Conditioning

Research, v. 27, n. 5, p. 1253–1259, maio 2013.

MORTON, R. H. Modelling training and overtraining. Journal Sports Science.

15(3). December 2012, p. 37–41, 1996.

NAKAMURA, F. Y.; MOREIRA, A.; AOKI, M. S. Monitoramento da carga de

treinamento: a percepção subjetiva do esforço da sessão é um método

confiável? Revista da Educação Física/UEM, v. 21, n. 1, p. 1–11, 2010.

O’DONNELL, S.; BEAVEN, C.; DRILLER, M. From pillow to podium: a review on

understanding sleep for elite athletes. Nature and Science of Sleep, v. 10, n.

August, p. 243–253, 2018.

O’DONNELL, S.; BEAVEN, C. M.; DRILLER, M. The influence of match-day

napping in elite female netball athletes. International Journal of Sports

Physiology and Performance. 2018.

PETIT, E. et al. A 20min nap in athletes changes subsequent sleep architecture

but does not alter physical performances after normal sleep or 5h phase advance

conditions. European Journal of Applied Physiology p. 305–315, 2014.

PIND, R.; MÄESTU, J. Monitoring training load: necessity, methods and

applications. Acta Kinesiologiae Universitatis Tartuensis, v. 23, p. 7, 2018.

PITCHFORD, N. et al. A Change in Training Environment Alters Sleep Quality

But Not Quantity in Elite Australian Rules Football Players. International

Journal of Sports Physiology and Performance. n. April, 2016.

RAE, D. E. et al. One night of partial sleep deprivation impairs recovery from a

Page 68: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

68

single exercise training session. European Journal of Applied Physiology.

2017.

ROBINSON, M. et al. Training load monitoring in team sports: A novel framework

separating physiological and biomechanical load-adaptation pathways. Sports

Medicine, v. 47, n. 11, p. 2135–2142, 2017.

SAMUELS, C. Sleep, Recovery, and Performance: The New Frontier in High-

Performance Athletics. Neurol Clinc, v. 26, p. 169–180, 2008.

SARGENT, C. et al. The impact of training schedules on the sleep and fatigue of

elite athletes. Chronobiology International. v. 31, n. 10, p. 1160–1168, 2014.

SARGENT, C. et al. The validity of activity monitors for measuring sleep in elite

athletes. Journal of Science and Medicine in Sport, v. 19, n. 10, p. 848–853,

2016.

SAW, A. E.; MAIN, L. C.; GASTIN, P. B. Monitoring the athlete training response:

subjective self-reported measures trump commonly used objective measures: a

systematic review. British Journal of Sports Medicine, v. 50, n. 5, p. 281–91,

30 mar. 2016.

SCHAAL, K. et al. Whole-Body Cryostimulation Limits Overreaching in Elite

Synchronized Swimmers. Medicine & Science in Sports & Exercise n. 28, p.

1416–1425, 2015.

SCHELLING, X.; TORRES, L. Accelerometer Load Profiles for Basketball-

Specific Drills in Elite Players. Journal of Sports Science & Medicine. V.15(4)

December, p. 585–591, 2016.

SIEGEL, J. M. Clues to the functions of mammalian sleep. Nature v. 437, n.

October, 2005.

SIMPSON, N. S.; GIBBS, E. L.; MATHESON, G. O. Optimizing sleep to

maximize performance: implications and recommendations for elite athletes.

Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports, v. 27, n. 3, p. 266–

274, 2017.

SKEIN, M. et al. Intermittent-sprint performance and muscle glycogen after 30 h

of sleep deprivation. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 43, n. 7,

p. 1301–1311, 2011.

STUART, S. et al. Effects of training and competition on the sleep of elite

athletes : a systematic review and meta-analysis. British Journal of Sports

Medicine. n. February, p. 1–11, 2018.

Page 69: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

69

TAYLOR, P.; HALSON, S. L. Nutrition , sleep and recovery. European Journal

of Sport Science, n. March 2013, p. 37–41, 2008.

TAKAHASHI, M.; KAIDA, K. Napping Chapter 27 Part III In: Teofilo Lee-Chiong.

WILEY-LISS 2006. Sleep A Comprehensive Handbook

TENG, E. et al. The effect of training load on sleep quality and sleep perception

in elite male cyclists. International Journal of Sports Physiology and

Performance v. 5 p. 87-97. September, 2011.

AUGHEY, R. J. Applications of GPS Technologies to Field Sports The Validity of

GPS for the Measurement. International Journal of Sports Physiology and

Performance, p. 295–310, 2011.

BARNETT, A. Using Recovery Modalities between Training Sessions in Elite

Athletes Does it Help ? Sports Med, v. 36, n. 9, p. 781–796, 2006.

BERTOLAZI, A. N. Tradução , Adaptação Cultural E Validação De Dois

Instrumentos De Avaliação Do Sono : Escala De Sonolência De Epworth E Índice

De Qualidade De Sono de Pittsburgh. Neurologia, p. 92, 2008.

BISHOP, D. The effects of travel on team performance in the Australian national

netball competition. p. 118–122, 2004.

BORRESEN, J.; IAN LAMBERT, M. The quantification of training load, the

training response and the effect on performance. Sports Medicine, v. 39, n. 9, p.

779–795, 2009.

BUCHHEIT, M. Monitoring training status with HR measures: Do all roads lead to

Rome? Frontiers in Physiology, v. 5 FEB, n. February, p. 1–19, 2014.

CASAMICHANA, D. et al. Relationship between indicators of training load in

soccer players. 2013.

CLELAND, I. et al. Optimal Placement of Accelerometers for the Detection of

Everyday Activities. p. 9183–9200, 2013.

COUTTS, A. J.; CROWCROFT, S.; KEMPTON, T. Developing Athlete Monitoring

Systems: Theoretical Basis and Practical Applications. n. October, 2018.

DAVIES, D. J.; GRAHAM, K. S.; CHOW, C. M. The Effect of Prior Endurance

Training on Nap Sleep Patterns. International Journal of Sports Physiology

and Performance, v. 5, p. 87–97, 2010.

DINGES, D. F. et al. Temporal Placement of a Nap for Alertness: Contributions of

Circadian Phase and Prior Wakefulness. Association of Professional Sleep

Societies, v. 10, n. December 1986, p. 313–329, 1987.

Page 70: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

70

EDWARDS, B. J.; WATERHOUSE, J. Effects of One Night of Partial Sleep

Deprivation upon Diurnal Rhythms of Accuracy and Consistency in Throwing

Darts. Chronobiology International, v. 26, n. 4, p. 756–768, 7 jan. 2009.

FERRARA, M.; GENNARO, L. DE. The sleep inertia phenomenon during the

sleep-wake transition : Theoretical and operational issues. n. September, 2000.

HALSON, S. L. Sleep in Elite Athletes and Nutritional Interventions to Enhance

Sleep. Sports Med, v. 44, p. 13–23, 2014.

HAUSSWIRTH, C. et al. Evidence of disturbed sleep and increased illness in

overreached endurance athletes. Medicine and Science in Sports and

Exercise, v. 46, n. 5, p. 1036–1045, 2014.

HAUSSWIRTH, C.; MUJIKA, I. Recovery for Performance in Sport. [s.l: s.n.].

KIRK, C. et al. Measuring the Workload of Mixed Martial Arts using

Accelerometry , Time Motion Analysis and Lactate. v. 8668, n. April, 2017.

KRUEGER, J. M. et al. Sleep Function: Toward Elucidating an Enigma. Sleep

Medicine Reviews, 2015.

MÄESTU, J.; JÜRIMÄE, J.; JÜRIMÄE, T. Monitoring of Performance and

Training in Rowing. v. 35, n. 7, p. 597–617, 2005.

MATTHIESEN, S. Q. ATLETISMO NA ESCOLA. [s.l: s.n.].

MILNER, C. E. .; COTE, K. A. Benefits of napping in healthy adults: impact of

nap length, time of day, age , and experience with napping. p. 272–281, 2009.

MOONEY, M. et al. Do Physical Capacity and Interchange Rest Periods

Influence Match Exercise-Intensity Profile in Australian Football ? p. 165–172,

2013.

O’DONNELL, S.; BEAVEN, C.; DRILLER, M. From pillow to podium: a review on

understanding sleep for elite athletes. Nature and Science of Sleep, v. Volume

10, n. August, p. 243–253, 2018a.

O’DONNELL, S.; BEAVEN, C. M.; DRILLER, M. The influence of match-day

napping in elite female netball athletes. 2018b.

PETIT, E. et al. A 20 - min nap in athletes changes subsequent sleep

architecture but does not alter physical performances after normal sleep or 5 - h

phase - advance conditions. p. 305–315, 2014.

SARGENT, C. et al. The impact of training schedules on the sleep and fatigue of

elite athletes. Chronobiology International, v. 31, n. 10, p. 1160–1168, 2014.

Page 71: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

71

SCHELLING, X.; TORRES, L. Accelerometer Load Profiles for Basketball-

Specific Drills in Elite Players. n. February, p. 585–591, 2016.

STUART, S. et al. Effects of training and competition on the sleep of elite

athletes: a systematic review and meta-analysis. British Journal of Sports

Medicine, n. February, p. 1–11, 2018.

TENG, E.; LASTELLA, M.; ROACH, G. D. The effect of training load on sleep

quality and sleep perception in elite male cyclists. In: Little clock, big clock:

Molecular to physiological clocks. Australasian Chronobiology Society. [s.l:

s.n.]. p. 1–4.

THORNTON, H. R. et al. Influence of acute training demands on sleep during a

professional rugby league training camp. n. November, 2016a.

THORNTON, H. R. et al. Effects of a Two-week High Intensity Training Camp on

Sleep Activity of Professional Rugby League Athletes. International Journal of

Sports Physiology and Performance, 2016b.

THORNTON, H. R. et al. Effects of pre-season training on the sleep

characteristics of professional rugby league players. International Journal of

Sports Physiology and Performance, v. 13, n. 2, p. 176–182, 2017.

WATERHOUSE, J. et al. The role of a short post-lunch nap in improving

cognitive , motor , and sprint performance in participants with partial sleep

deprivation. Journal of Sports Sciences, n. August 2013, p. 37–41, 2007.

THORNTON, H. R. et al. Effects of a Two-week High Intensity Training Camp on

Sleep Activity of Professional Rugby League Athletes. International Journal of

Sports Medicine 2016.

TREMBLAY, M. S. et al. Canadian 24-Hour Movement Guidelines for Children

and Youth : An Integration of Physical Activity , Sedentary Behaviour , and Sleep

1. v. 327, n. June, 2016.

VENTER, R. E. Perceptions of Team Athletes on the Importance of Recovery

Modalities. European Journal of Sport Science. p. 37–41, 2012.

VIRU, M. Nature of training effects. Exercise and Sport Science (pp.67 - 95) n.

January 2000

WATERHOUSE, J. et al. The role of a short post-lunch nap in improving

cognitive , motor , and sprint performance in participants with partial sleep

deprivation. Journal of Sports Sciences n. August 2013, p. 37–41, 2007.

WILLIAM D. MCARDLE; FRANK I. KATCH. Fisiologia do Exercício Nutrição,

Page 72: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

72

Energia e Desempenho Humano. 8a ed. [s.l: s.n.].

WRIGHT, K. P. et al. Influence of sleep deprivation and circadian misalignment

on cortisol, inflammatory markers, and cytokine balance. Brain, Behavior, and

Immunity, v. 47, p. 24–34, 1 jul. 2015.

Page 73: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

73

LISTA DE ANEXOS

ANEXO I – Orientações do 2º Camping de Treinamento de Atletismo da UFRN-

FNA.

ANEXO II - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

ANEXO III - Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE).

ANEXO IV - Percepção Subjetiva de Esforço.

ANEXO V - Questionário de Índice de Qualidade do Sono Pittsburgh (PSQI)

ANEXO VI - Diário de Sono

ANEXO VII - Diário de Cochilo

ANEXO VIII - Qualidade Total de Recuperação (QTR)

Page 74: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

74

ANEXO I

ORIENTAÇÕES

2º CAMPING DE TREINAMENTO DE

ATLETISMO DA UFRN-FNA

Natal, 28 de janeiro a 1º de

fevereiro de 2019.

1- O 2º CAMPING DE TREINAMENTO DE ATLETISMO DA UFRN-FNA

pretende reunir, na pista de atletismo do campus da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte (UFRN), atletas jovens que praticam atletismo na

região Nordeste do Brasil, propiciando uma semana de treinamentos em

dois turnos (manhã/tarde) durante as férias escolares de janeiro, orientados

por treinadores experientes em algumas provas do atletismo: salto em

distância, provas combinadas e corridas de longa distância de 5 e

10km.

2- Na ocasião serão realizadas pesquisas envolvendo os atletas participantes

com o objetivo de verificar as cargas de treinamento nos aspectos

psicológicos e fisiológicos. Para tanto sugere-se para efeito de

padronização do trabalho a aplicação das cargas de treino conforme

demonstrado na tabela abaixo:

Dias/

TurnosSegunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

Manhã

Carga de

Treino Fácil

(PSE – sessão

2)

Carga de

Treino Fácil

(PSE –

sessão 2)

Carga de Treino

Fácil

(PSE – sessão

2)

Carga de

Treino Fácil

(PSE –

sessão 2)

Carga de

Treino Fácil

(PSE – sessão

2)

Tarde

Carga de

Treino Difícil

(PSE – sessão

5/6)

Carga de

Treino Fácil

(PSE –

sessão 2)

Carga de Treino

Muito Difícil

(PSE – sessão

7/8/9)

Carga de

Treino Fácil

(PSE –

sessão 2)

Carga de

Treino Máxima

Carga de

Treino Difícil

(PSE – sessão

10)

Page 75: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

75

3- Será um evento para atletas e seus treinadores nas respectivas atividades

em grupos de provas.

4- Os treinadores responsáveis técnicos pelos grupos de provas deverão

explicar como adequar os métodos de treinamento aos atletas para que as

sessões de treino produzam adaptações mais significativas.

5- O custo das despesas será individual, ficando apenas a carga da comissão

organizadora do evento o alojamento (CAIC), transporte local e alimentação

(almoço/jantar).

6- Não haverá remuneração de qualquer espécie para os participantes

(atletas e treinadores) assim como não será cobrado nenhuma taxa de

participação.

7- Haverá um grupo de estagiários do Curso de Fisioterapia da UFRN por

turno (manhã e tarde) atuando na prevenção e tratamento de lesões.

8- Os atletas participantes deverão assinar o documento em anexo

acompanhado deste:

8.1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) – Para sujeitos

maiores de 18 anos ou represente legal;

8.2. Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) – Somente para

sujeitos menores de 18 anos.

9- As inscrições estarão encerradas no final da 1º quinzena de janeiro/2019.

10- Dúvidas entrar em contato pelo e-mail cadastrado.

Page 76: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

76

ANEXO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)EsclarecimentosEstamos solicitando a você a autorização para que o menor para qual você éresponsável participe da pesquisa: EFEITO DA CARGA DE TREINAMENTO NOCOMPORTAMENTO DO SONO E SUA INFLUÊNCIA NAS VARIÁVEIS DEFADIGA, DESEMPENHO E RECUPERAÇÃO EM ATLETAS DURANTEPERÍODO DE PRÉ-TEMPORADA que tem como pesquisador responsável oprofessor Dr. Arnaldo Luis Mortatti. Esta pesquisa pretende analisar a influênciadas cargas de treinamento no comportamento do sono em jovens atletas duranteperíodos de treinamentos. O motivo que nos leva a fazer este estudo écompreender se as cargas de treino poderão interferir no comportamento dosono e assim, permitir que treinadores e atletas melhorem as condições detreinamento para melhor proveito. Caso você decida autorizar, os jovens serãosubmetidos a uma avaliação das atividades de treinamento e do padrão do sonotanto pelo uso de questionários, quanto pelo uso de um dispositivo externo (tiporelógio) que irá medir a frequência, volume e intensidade de treinamento e docomportamento do sono, como também teste físico (salto vertical) e hormonal(coleta de saliva para posterior análise do hormônio cortisol). É importante saberque durante a realização de qualquer tipo de teste de esforço (testes físicos),existe uma rara possibilidade de o atleta apresentar mudanças anormais depressão arterial, arritmias, desmaios, tonturas e em raríssimas situações ataquecardíaco e morte. Estas situações são extremas e incomuns, principalmenteporque todos os testes físicos são de intensidade igual ou pouco superior àsatividades exercidas durante os treinamentos diários realizados pelos atletas.Porém, caso ocorra algum tipo de anormalidade, o procedimento adotado seráde monitorar o nível de desconforto e permitir um intervalo de descanso maior,além de ser disponibilizada toda a assistência necessária no caso de incidentedurante os testes. Quanto à aplicação dos questionários, verificação de peso ealtura e a avaliação de composição corporal e a coleta de saliva, não há riscoprevisto para os procedimentos, sem riscos ou prejuízo a saúde. Informamosque os dados coletados serão únicos e exclusivos para publicação científica epara apresentação de congressos, garantindo a privacidade dos participantes,como também nenhuma despesa ou gratificação financeira será pedida aosparticipantes. Durante todo o período de pesquisa, você poderá tirar quaisquerdúvidas ligando para Prof. Arnaldo Luis Mortatti (84) 996068885 e parapesquisador assistente Prof. Flávio Aurélio Fernandes Soares (85) 9-9228-0966ou pelo e-mail: [email protected] ou [email protected]. Você tem odireito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhumprejuízo para você ou para o atleta. Esses dados serão guardados pelopesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um períodode 5 anos. Se você tiver alguns gastos pela sua participação nessa pesquisa,eles serão assumidos pelo pesquisador e reembolsado para vocês. Se vocêsofrer qualquer dano decorrente desta pesquisa, sendo ele imediato ou tardio,previsto ou não, você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para oComitê de Ética em Pesquisa – instituição que avalia a ética das pesquisasantes que elas comecem e fornece proteção aos participantes das mesmas – daUniversidade Federal do Rio Grande do Norte, nos telefones (84) 3215-3135 /

Page 77: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

77

(84) 9.9193.6266, e através do e-mail [email protected] ou pelo formuláriode contato do site www.cep.propesq.ufrn.br. Você ainda pode ir pessoalmente àsede do CEP, de segunda a sexta, das 08:00h às 12:00h e das 14:00h às18:00h, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus Central.Lagoa Nova. Natal/RN.CEP 59078-970. Este documento foi impresso em duasvias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável Prof. Dr.Arnaldo Luis Mortatti.

_____________________ _____________________Prof. Dr Arnaldo Luis Mortatti Rubrica do Responsável

pelo Adolescente

Pesquisador responsável: Arnaldo Luis Mortatti – Rua Francisco Simplício, 145 ap.1302. Natal-RN.

E-mail:[email protected] / Contato: (84) 996068885

Consentimento Livre e Esclarecido

Eu,_____________________________________________________________representante legal do menor____________________________________________, autorizo suaparticipação na pesquisa EFEITO DA CARGA DE TREINAMENTO NOCOMPORTAMENTO DO SONO E SUA INFLUÊNCIA NAS VARIÁVEIS DEFADIGA, DESEMPENHO E RECUPERAÇÃO EM ATLETAS DURANTEPERÍODO DE PRÉ-TEMPORADA. Esta autorização foi concedida após osesclarecimentos que recebi sobre os objetivos, importância e o modo como osdados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos e benefíciosque essa pesquisa pode trazer para ele(a) e também por ter compreendido todosos direitos que ele(a) terá como participante e eu como seu representante legal.Autorizo, ainda, a publicação das informações fornecidas por ele(a) emcongressos e/ou publicações científicas, desde que os dados apresentados nãopossam identificá-lo(a).

Natal ___ de _________ de 20___

___________________________________Assinatura do representante legal

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo EFEITO DA CARGA DETREINAMENTO NO COMPORTAMENTO DO SONO E SUA INFLUÊNCIA NASVARIÁVEIS DE FADIGA, DESEMPENHO E RECUPERAÇÃO EM ATLETASDURANTE PERÍODO DE PRÉ-TEMPORADA declaro que assumo a inteiraresponsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e

Page 78: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

78

direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo,assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumidoestarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 doConselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendoo ser humano.

Natal ___ de _________ de 20____

_______________________

Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti

_______________________ _____________________________Rubrica do pesquisador Rubrica do responsável pelo adolescente

Pesquisador responsável: Arnaldo Luis Mortatti – Rua Francisco Simplício, 145 ap.1302. Natal-RN.

E-mail:[email protected] / Contato: (84) 996068885

Page 79: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

79

ANEXO III

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)

Você está sendo convidado a participar da pesquisa EFEITO DA CARGA DETREINAMENTO NO COMPORTAMENTO DO SONO E SUA INFLUÊNCIA NASVARIÁVEIS DE FADIGA, DESEMPENHO E RECUPERAÇÃO EM ATLETASDURANTE PERÍODO DE PRÉ-TEMPORADA coordenada pelo professor Dr.Arnaldo Luis Mortatti (85) 996068885 e pelo prof. Flávio Aurélio FernandesSoares (85) 992280966. Seus pais permitiram que você participasse!Queremos saber nesta pesquisa qual a influência do comportamento do sono notreinamento em atletas adolescentes durante períodos de treinamentos ecompetições. O motivo que nos leva a fazer este estudo é compreender se ocomportamento do sono poderá interferir no esforço percebido por você duranteos treinamentos e assim, permitir que o treinador e atletas melhorem ascondições de treinamento para melhor proveito. Você só precisa participar dapesquisa se quiser, é um direito seu e não terá nenhum problema de desistir. Osadolescentes que irão participar desta pesquisa têm de 13 a 18 anos de idade. Apesquisa será feita na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),onde os adolescentes serão submetidos a uma avaliação das atividades detreinamento e do padrão do sono tanto por questionários, quanto pelo uso de umdispositivo externo (tipo relógio) que irá medir a frequência, volume e intensidadede treinamento e do comportamento do sono, como também testes físicos (saltovertical, arremessos e testes de velocidade) e hormonais (cortisol etestosterona). Durante a realização dos testes físicos a previsão de risco émínima, ou seja, o risco é semelhante ao desconforto causado pela prática deexercício físico e, caso ocorra, o procedimento adotado será de monitorar o nívelde desconforto e permitir um intervalo de descanso maior. As aplicações dosquestionários não implicarão em nenhum risco significativo. Caso aconteça algoerrado, você pode nos procurar pelos telefones que tem no começo do texto.Mas há coisas boas que podem acontecer como, por exemplo, a oportunidadede adotar um comportamento do padrão de sono que favoreça o seudesempenho esportivo por meio de uma recuperação eficaz e eficiente, comotambém conscientizar a importância do mesmo, evitando assim distúrbios dosono e/ou interrupções parciais ou totais no seu sono. Ninguém saberá que vocêestá participando da pesquisa; não falaremos a outras pessoas, nem daremos aestranhos as informações que você nos der. Os resultados da pesquisa vão serpublicados na dissertação final do programa de mestrado e em trabalhos econgressos científicos sem identificar as crianças que participaram.

CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO

Eu ___________________________________ aceito participar da pesquisaEFEITO DA CARGA DE TREINAMENTO NO COMPORTAMENTO DO SONO ESUA INFLUÊNCIA NAS VARIÁVEIS DE FADIGA, DESEMPENHO ERECUPERAÇÃO EM ATLETAS DURANTE PERÍODO DE PRÉ-TEMPORADAEntendi as coisas ruins e as coisas boas que podem acontecer. Entendi queposso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso dizer “não”e desistir e que ninguém vai ficar com raiva de mim. Os pesquisadores tiraramminhas dúvidas e conversaram com os meus responsáveis. Recebi uma viadeste termo de assentimento. A outra via ficará com o pesquisador responsável

Page 80: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

80

(Prof. Arnaldo Luis Mortatti). Li o documento e concordo em participar dapesquisa.

Natal, ____de _________de 20____.

______________________ ______________________Assinatura do menor Assinatura do Pesquisador

Page 81: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

81

ANEXO IV

PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO

Como foi a sua sessão de treinamento?

TAXA DESCRIÇÃO

0 Repouso

1 Muito, Muito Fácil

2 Fácil

3 Moderado

4 Um Pouco Difícil

5 Difícil

6 Difícil

7 Muito Difícil

8 Muito Difícil

9 Muito Difícil

10 Máximo

Page 82: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

82

ANEXO VQuestionário de Índice de Qualidade do Sono Pittsburgh (PSQI)

As questões a seguir são referentes aos hábitos de sono apenas durante o mês

passado. Suas respostas devem indicar o mais corretamente possível o que aconteceu

na maioria dos dias e noites do mês passado. Por favor, responde a todas as questões

1. Durante o mês passado, à que horas você foi deitar à noite na maioria das vezes?

2. Durante o mês passado, quanto tempo (em minutos) você demorou a pegar no sono na maioria

das vezes?

3. Durante o mês passado, a que horas você acordou de manhã na maioria das vezes?

4. Durante o mês passado, quantas horas de sono por noite você dormiu? (pode ser diferente do

número de horas que você ficou na cama)?

5. Durante o mês passado,

quantas vezes você teve

problemas para dormir por

causa de:

Nenhuma vez Menos de uma

vez por semana

Uma ou duas

vezes por

semana

Três vezes

por

semana

ou mais

a. Demorar mais de 30

minutos para pegar no sono

b. Acordar no meio da noite ou

de manhã muito cedoc. Levantar-se para ir ao

banheirod. Ter dificuldade para respirar

e. Tossir ou roncar muito alto

f. Sentir muito frio

g. Sentir muito calor

h. Sentir dores

i. Ter sonhos ruins ou

pesadelosj. Outra razão, por favor,

descreva quantas vezes você

teve problemas para dormir

por esta razão durante o mês

passado?6. Durante o mês passado,

você tomou algum remédio

para dormir, receitado pelo

médico, ou indicado por outra

pessoa (farmacêutico, amigo,

familiar mesmo por sua

conta?)7. Durante o mês passado,

Page 83: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

83

você teve problemas para ficar

acordado enquanto estava

dirigindo, fazendo suas

refeições ou participando de

qualquer outra atividade social,

quantas vezes isso

aconteceu?8. Durante o mês passado,

você sentiu indisposição ou

falta de entusiasmo para

realizar suas atividades

diárias?9. Durante o mês passado,

como você classificaria a

qualidade do seu sono?

Muito boa Razoavelmente

boa

Razoavelmente

ruim

Muito

ruim

Buysse DJ, Reynolds CF 3rd, Monk TH, Berman SR, Kupfer DJ. The Pittsburgh SleepQuality Index: a new instrument for psychiatric practice and research. PsychiatryRes. 1989;28(2):193-213. Bertolazi AN, Fagondes SC, Hoff LS, Dartora EG, Miozzo IC,de Barba ME, et al. Validation of the Brazilian Portuguese version of the Pittsburgh SleepQuality Index. Sleep Med. 201;12(1):70-5.

ANEXO VIDiário de Sono

NOME:

Page 84: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

84

DIAHORÁRIO

DE DEITARHORÁRIO DELEVANTAR

TEMPO PARAADORMECER

QUANTASVEZES

ACORDOUDURANTE ANOITE APÓSO INÍCIO DO

SONO

QUALNOTA

ATRIBUIAO SEU

SONO (0 A10)

QUEATIVIDADE

VOCÊ FEZ 1hANTES DEDEITAR?

Domingo __h__min __h__min __minSegunda __h__min __h__min __min

Terça __h__min __h__min __minQuarta __h__min __h__min __minQuinta __h__min __h__min __min

Sexta __h__min __h__min __min

ANEXO VIIDiário de Cochilo

NOME

Page 85: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

85

COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ DORMEDIURNAMENTE?

NORMALMENTE QUANTO TEMPODURA O SEU COCHILO?

( )Todos os dias dasemana [5 dias

por semana]

( )Algunsdias dasemana[De 3 a 4dias porsemana]

( )Poucosdias dasemana

[De 1 a 2dias porsemana]

( )Nenhumdia da

semana

DIA

Você cochilou hoje? Quantotempo (emminutos)

durou seucochilohoje?

Numa escala de0 a 10 qual o

tanto que vocêsentiu-se

descansadoapós o cochilo?

Neste momentovocê se sente

cansado?Sim Não

SegundaTerçaQuartaQuintaSexta

ANEXO VIIIQualidade Total de Recuperação (QTR)

Page 86: ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...

86

TAXA Descrição

0 Nenhuma Recuperação

1 Muito Pouca Recuperação

2 Pouca Recuperação

3 Recuperação Moderada

4 Boa Recuperação

5 Muito Boa Recuperação

6

7 Muito, Muito Boa Recuperação.

8

9

10 Totalmente Recuperado