Exercício para treinamento do cálculo de perda de carga para ...
ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO ...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIA DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO - SENSU EM
EDUCAÇÃO FÍSICA
ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO:
EFEITOS NO CORTISOL SALIVAR, SALTO VERTICAL E
RECUPERAÇÃO DURANTE UMA SEMANA DE
TREINAMENTO NA PRÉ-TEMPORADA NO ATLETISMO.
Flávio Aurélio Fernandes Soares
NATAL - RN
2020
ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO:
EFEITOS NO CORTISOL SALIVAR, SALTO VERTICAL E
RECUPERAÇÃO DURANTE UMA SEMANA DE
TREINAMENTO NA PRÉ-TEMPORADA NO ATLETISMO.
FLÁVIO AURÉLIO FERNANDES SOARES
Dissertação apresentada ao
programa de pós-graduação em
Educação Física da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como
requisito para a obtenção do grau de
Mestre em Educação Física.
ORIENTADOR: ARNALDO LUIS MORTATTI
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS
Soares, Flávio Aurélio Fernandes. Análise da carga de treinamento e sono: efeitos no cortisol salivar, salto vertical e recuperação durante uma semana de treinamento na pré-temporada no atletismo / Flávio Aurélio Fernandes Soares. - 2020. 85f.: il.
Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Educação Física. Natal, RN, 2020. Orientador: Arnaldo Luis Mortatti.
1. Educação Física - Treinamento - Dissertação. 2. Atletismo - Dissertação. 3. Sono - Dissertação. I. Mortatti, Arnaldo Luis.II. Título.
RN/UF/BS-CCS CDU 796
Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263
AGRADECIMENTO
A Deus pela faculdade da inteligência que me foi concedido com o intuito
de admirar a beleza da criação;
A Comunidade Católica Shalom, especialmente para a missão de Natal
(Rn) na pessoa de Caio Vinícius Rodrigues que pacientemente me acolheu
neste tempo de estudo;
Ao meu formador Adriano Henrique Soares de Oliveira pelo qual
perseverou comigo neste discernimento, me apoiando e compreendendo meus
limites. Sem ele nada disso seria possível;
A minha mãe Marilei Fernandes de Sousa que desde mais terna idade
fomentou em mim o desejo por uma vida intelectual autêntica e dedicada;
A minha esposa Amália Cristina Barreiros da Fonseca que assumiu por
todo este tempo o papel de mãe e pai pelas minhas ausências por necessidade
de estudo;
As minhas filhas Maria Valentina Fonseca Soares e Maria Cecília
Fonseca Soares que lamentavam as minhas partidas toda a semana. Um dia
entenderão todo esforço de ato de amor concreto;
Ao meu orientador Arnaldo Luis Mortatti que por tempo mostrou a direção
a seguir, por outros caminhou ao meu lado e por vezes trilhou por mim. Minha
sincera gratidão;
Aos colegas do mestrado e do grupo de estudo GEPEFIC. Elias, Júlio,
Bruno, Luhane, Glauber, Ayrton, Marx e Charles. Obrigado pelo convívio e
discussões que me amadureceram e me tornaram alguém melhor;
Aos professores Dr. Pedro Felipe Carvalhedo de Bruin e Dr. Ricardo
Santos Oliveira pela contribuição na banca de qualificação que nos auxiliou na
edificação de um trabalho de qualidade.
Por fim a todos que direto ou indiretamente colaboraram para a
concretização deste plano.
V
SUMÁRIO
Páginas
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................12
2. JUSTIFICATIVA...............................................................................................14
3. OBJETIVOS.....................................................................................................15
3.1 Objetivo geral.................................................................................................15
3.2 Objetivos específicos.....................................................................................15
4. HIPÓTESE.......................................................................................................16
5. REVISÃO DE LITERATURA ...........................................................................17
5.1. Provas Combinadas, Salto em Distância e Meio Fundo...............................17
5.2. Processo do Treinamento Esportivo.............................................................18
5.2.1. Modelo da Síndrome da Adaptação Geral (SAG)......................................18
5.2.2 Modelo Fitness-Fadiga................................................................................19
5.2.3 Modelo de Estímulo-Fadiga-Recuperação-Adaptação...............................20
5.3 Carga de Treinamento...................................................................................21
5.3.1 Carga Externa – Definições........................................................................21
5.3.1.1 Carga Externa – Instrumentos e Avaliações............................................22
5.3.1.2 Acelerometria (Player Load)....................................................................22
5.3.1.3 Global Position System (GPS).................................................................23
5.3.2 Carga Interna – Definições.........................................................................24
5.3.2.1 Carga Interna – Instrumentos e Avaliações.............................................25
5.3.2.2 Percepção Subjetiva de Esforço da Sessão............................................25
5.4. O Sono.........................................................................................................27
5.4.1 Sono e Desempenho Esportivo..................................................................30
5.4.2 Sono Diurno e Desempenho Esportivo.......................................................33
6. METODOLOGIA..............................................................................................35
6.1 Tipo de Pesquisa...........................................................................................35
6.2 Seleção da Amostra.......................................................................................35
6.3 Coleta dos Dados...........................................................................................38
6.3.1. Cronograma da Semana de Treinamento..................................................39
6.3.2 Cronograma das Sessões de Treino..........................................................40
VI
6.4.1 Medidas Antropométricas...........................................................................41
6.4.1.1 Estatura e Massa Corporal......................................................................41
6.4.2 Monitoramento das Cargas de Treinamentos.............................................41
6.4.2.1 Percepção Subjetiva de Esforço (PSE – sessão)....................................41
6.4.2.2 Carga Interna de Treinamento (CIT)........................................................41
6.4.2.3 Carga Externa de Treinamento (CET - PlayerLoad)................................42
6.4.3 Avaliação do Sono......................................................................................42
6.4.3.1 Índice de Qualidade do Sono Pittsburgh (PSQI)......................................42
6.4.3.2 Avaliação Subjetiva da Frequência e Tempo de Sono Diurno.................43
6.4.3.2 Avaliação Objetiva do Tempo de Sono Noturno......................................43
6.4.3.3 Avaliação Subjetiva da Quantidade e Qualidade do Sono Noturno.........44
6.4.4 Avaliação dos Níveis de Estresse, Desempenho e Recuperação..............45
6.4.4.1 Coleta Salivar...........................................................................................45
6.4.4.2 Teste de Salto Vertical (Counter Movement Jump – CMJ)......................45
6.4.4.3 Qualidade Total de Recuperação (QTR).................................................45
6.5 Análise Estatística..........................................................................................46
7. RESULTADOS.................................................................................................47
7.1 Caracterização da Amostra............................................................................47
7.2 Carga de Treinamento e Tempo de Sono......................................................47
7.3 Tempo de Sono Noturno, Análise Hormonal, Desempenho e Recuperação.51
7.4 Tempo de Sono Diurno e Qualidade Total de Recuperação.........................52
8. DISCUSSÃO....................................................................................................54
9. CONCLUSÃO..................................................................................................57
10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...................................................................58
VII
LISTA DE TABELAS
TABELA 1- Definições dos termos relacionado à avaliação do sono.
TABELA 2- Cronograma das atividades realizadas durante o 2º Camping deAtletismo.
TABELA 3- Descrição detalhada da semana de treinamento, incluindo as atividadesrealizadas e seus respectivos tempos de duração (min) e a cargainterna planejada pelos treinadores (PSE-sessão).
TABELA 4 – Caracterização da amostra para os atletas participantes da pré-temporada.
TABELA 5 – Avaliação do sono antes e durante a semana de treinamento.
TABELA 6 – Tempo de sono noturno, diurno e total durante a semana detreinamento.
TABELA 7 – Avaliação do sono em diferentes ambientes de dormir.
TABELA 8 – Sono noturno, estresse, desempenho e recuperação na semana detreinamento.
TABELA 9 - Frequência de cochilo durante a semana de treinamento.
TABELA 10 – Sono diurno, carga de treino e recuperação.
VIII
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Modelo da síndrome de adaptação geral (SAG), de Hans Selye. TheStress of Life.
FIGURA 2 - Modelo Fitness-Fatigue, de Banister, Macdougall & Wenger. (1991).
FIGURA 3 - Modelo conceitual do sistema de monitoramento para atletas, deAaron J. Coutts, Stephen Crowcroft, & Tom Kempton (2018).
FIGURA 4- Escala CR10 Borg (1982) modificada por Foster et al., (2001).
FIGURA 5 - Arquitetura do sono, de Matthew Walker (2018).
FIGURA 6- Frequência de ondas cerebrais durante o sono, de Maria Oliveira.
FIGURA 7- Exame de polissonografia.
FIGURA 8- Dispositivo de acelerômetro.
FIGURA 9 - Fluxograma de triagem dos participantes da pesquisa.
FIGURA 10 - Desenho do estudo.
FIGURA 11A – Valores da carga externa de treinamento na pré-temporada.
FIGURA 11B – Valores da carga interna de treinamento na pré-temporada.
FIGURA 12 – Percepção do sono noturno durante a semana de treinamento.
9
LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS.
ATP. Adenosina Tri-Fosfato
CET. Carga Externa de Treinamento
CETd Carga Externa Diária
CIT. Carga Interna de Treinamento
CITd. Carga Interna de Treinamento Diária
Cs. Cortisol Salivar
CT. Carga de Treino
HIIT. Treinamento Intervalado de Alta Intensidade
MMA. Artes Marciais Mistas
nREM. Sono sem Movimentos Oculares Rápidos
PC. Fosfocreatina
PSE. Percepção Subjetiva de Esforço
QTR. Qualidade Total de Recuperação
QTRm. Qualidade Total de Recuperação Matutina
QTRv. Qualidade Total de Recuperação Vespertina
REM. Movimento Rápido dos Olhos
SAG. Síndrome da Adaptação Geral
SVCCM. Salto Vertical com Contramovimento.
TRIMP. Impulso de treinamento
TS. Tempo de Sono
U.A. Unidades Arbitrárias
10
RESUMO
ANÁLISE DA CARGA DE TREINAMENTO E SONO: EFEITOS NO CORTISOLSALIVAR, SALTO VERTICAL E RECUPERAÇÃO DURANTE UMA SEMANA DE
TREINAMENTO NA PRÉ-TEMPORDA NO ATLETISMO.Autor: FLÁVIO AURÉLIO FERNANDES SOARES
Orientador: ARNALDO LUIS MORTATTI
Introdução: Diversos estudos têm avaliado o efeito das cargas de treino sobre
parâmetros psicofisológico, dentre estes o sono, uma vez que, a duração de
sono insuficiente pode acarretar em um prejuízo no desempenho de atletas.
Objetivo: Investigar o efeito da carga de treino no tempo de sono durante uma
semana de treinamento na pré-temporada e sua influência no cortisol salivar,
salto vertical e recuperação em jovens do atletismo. Métodos: 20 atletas (16
homens e 4 mulheres, idade:18,2±2,1 anos, estatura:173,61±21 cm e
peso:63,36±9,96 kg) de provas de saltos, combinadas e fundo foram avaliados
na primeira semana da pré-temporada. A carga externa de treinamento (CET) foi
mensurada pelo método da playerLoad, enquanto a carga interna de
treinamento (CIT) foi mensurada pelo método da Percepção Subjetiva de
Esforço da sessão (PSE da sessão). As variáveis do sono foram quantificadas
por actigrafia e diário de sono. Foi realizada a análise de modelo linear misto
para calcular o efeito do tempo sobre os parâmetros de sono, cortisol, salto
vertical e recuperação. Resultados: Houve efeito do tempo (dias de treino) na
CET (t(73,57)= -2,36 p=0,02) com estimativa de -0,11 (PL/min), na CIT (t (68,36)=2,27
p=0,03) com estimativa de 54,12 UA, no tempo de sono noturno (t (80)=-2,81
p=0,01) com estimativa de -18,05 min, no cortisol salivar (t(80)=-2,11 p=0,03) com
estimativa de -0,24mmol e na recuperação com (t(80)=2,30 p=0,02) com
estimativa de 0,36 UA. Não houve efeito da carga externa (p=0,39) interna
(p=0,72) sobre o tempo de sono noturno. Não houve efeito do tempo de sono
noturno sobre o cortisol salivar (p=0,52) e recuperação (p=0,36). Os atletas que
cochilaram apresentaram um melhor estado de recuperação 5,9(±2,1) em
comparação para os que não cochilaram 3,8(±2,0) (t(78)=4,42 p=0,00).
Conclusão: As cargas de treino não afetaram o tempo de sono em jovens
atletas, entretanto, o cochilo demonstrou aumentar a percepção de recuperação
entre sessões de treinamento realizadas dentro de uma unidade de treino.
Palavras chaves: Educação Física e Treinamento; Atletismo; Sono
11
ABSTRACT
ANALYSIS OF THE TRAINING LOAD AND SLEEP:EFFECTS ON SALIVARY CORTISOL, VERTICAL JUMPAND RECOVERY DURING A PRE SEASON TRAINING
WEEK IN ATHLETES.Author: FLÁVIO AURÉLIO FERNANDES SOARES
Advisor: ARNALDO LUIS MORTATTI
Introduction: Several studies have evaluated the effect of training loads on
psychophysiological parameters, including sleep, since insufficient sleep duration
can result in impaired athletes' performance. Objective: To investigate the effect
of the training load on sleep time during a pre-season training week and its
influence on salivary cortisol, vertical jump and recovery in athletics youth.
Methods: 20 athletes (16 men and 4 women, age: 18.2 ± 2.1 years, height:
173.61 ± 21 cm and weight: 63.36 ± 9.96 kg) of jumping, combined and bottom
events were evaluated in the first week of the pre-season. The external training
load (CET) was measured using the playerLoad method, while the internal
training load (CIT) was measured using the Session Effective Subjective
Perception (session PSE) method. Sleep variables were quantified by actigraphy
and sleep diary. The analysis of a mixed linear model was performed to calculate
the effect of time on the parameters of sleep, cortisol, vertical jump and recovery.
Results: There was an effect of time (training days) on CET (t (73.57) = -2.36 p =
0.02) with an estimate of -0.11 (PL / min), on CIT (t (68 , 36) = 2.27 p = 0.03) with
an estimate of 54.12 AU, in the night sleep time (t (80) = - 2.81 p = 0.01) with an
estimate of -18.05 min , in salivary cortisol (t (80) = - 2.11 p = 0.03) with an
estimate of -0.24mmol and in recovery with (t (80) = 2.30 p = 0.02) with an
estimate of 0 , 36 AU. There was no effect of external (p = 0.39) internal load (p =
0.72) on nighttime sleep time. There was no effect of night sleep time on salivary
cortisol (p = 0.52) and recovery (p = 0.36). The athletes who napped presented a
better state of recovery 5.9 (± 2.1) compared to those who did not nap 3.8 (± 2.0)
(t (78) = 4.42 p = 0.00) . Conclusion: Training loads did not affect sleep time in
young athletes, however, napping has been shown to increase the perception of
recovery between training sessions held within a training unit.
Key words: Physical Education and Training; Athletics; Sleep
12
1. INTRODUÇÃO
O treinamento esportivo consiste no aperfeiçoamento das capacidades
físicas e habilidades técnicas por meio da realização de exercícios físicos (VIRU,
2000). Os exercícios são configurados a depender da manipulação das variáveis
de frequência, intensidade e volume - conceito denominado carga de treino
(MÄESTU; JÜRIMÄE; JÜRIMÄE, 2005). Diferentes distribuições das cargas de
treinamento são apresentadas em determinados períodos na preparação, dentre
estes a fase da pré-temporada.
A fase da pré-temporada pode registrar um aumento das cargas de treino
em até 4 vezes comparado a outros períodos (JEONG; MORTON; DRUST,
2011). Esta demanda das cargas de treino representa um desafio para
treinadores devido à elevada magnitude de estresse imputado ao organismo dos
atleta (BUCHHEIT et al., 2013). Uma das formas de minimizar os efeitos das
cargas de treinamento é possibilitar um estado de recuperação ideal nessa
etapa de preparação.
Diversas modalidades de recuperação têm sido empregadas no contexto
esportivo. Intervenções como massagem, crioterapia, contraste de temperatura,
drogas antifamatórias, alongamento e eletroestimulação estão entre as mais
utilizadas (BARNETT, 2006), embora existam limitações quanto as suas
efetividade (KELLMANN 2010). Não obstante a tais estratégias realizadas,
monitorar o estado de recuperação do indivíduo se faz imprescindível devido a
associação entre fadiga e prejuízo na função neuromuscular e na redução do
desempenho (BUCHHEIT, 2014).
O monitoramento das cargas de treino e recuperação fornece
informações do estado dos atletas auxiliando técnicos na tomada de decisão
para um treino mais efetivo (GAMBETTA. 2007). Um sistema de monitoramento
ideal deverá considerar a quantificação das cargas de treino e as medidas de
recuperação como parte fundamental no processo de preparação (BORRESEN;
IAN LAMBERT, 2009; COUTTS; CROWCROFT; KEMPTON, 2018). Um estado
de recuperação inadequado impossibilita os atletas de treinarem na intensidade
prescrita ou em completar as cargas necessárias nas sessões seguintes
(HAUSSIRTH; MUJIKA 2013).
13
Nos últimos anos inúmeras pesquisas têm sido realizadas entre o binômio
sono-desempenho (SAMUELS, 2008). Os processos desencadeados durante o
sono - morfológicos, metabólicos, hormonais e cognitivos - podem vir a
beneficiar na recuperação dos atletas (MEUR et al., 2013). O acréscimo do
tempo de sono foi capaz de aumentar o desempenho nos testes de velocidade,
na precisão dos arremessos, na redução dos níveis de fadiga e na melhora do
bem estar e do estado de humor (MAH et al., 2011). Em contrapartida a redução
do tempo de sono diminui o estado de alerta e aumento o nível de fadiga
afetando negativamente o desempenho (EDWARDS; WATERHOUSE, 2009)
Embora atletas reconhecem o sono como principal modalidade de
recuperação (VENTER, 2012) alguns processos inerentes ao treinamento são
capazes de promover parâmetros quantitativos e qualitativos de sono
insatisfatórios, dentre estes os horários de treino e competição, viagens, fuso
horário, ansiedade pré-competitiva, alteração do ambiente de dormir e as
magnitudes das cargas de treino (SIMPSON; GIBBS; MATHESON, 2017).
Em alternativa a isto, atletas tem se beneficiado com um tempo de sono
adicional realizado durante o dia (DAVIES; GRAHAM; CHOW, 2010;
SARGENTE et al., 2014). Sobretudo em períodos com maiores intensidades
(THORNTON et al., 2016). Isto porque dormir durante o dia tende a aliviar os
sinais de fadiga (DELANEY et al., 2017) otimizando a recuperação dos atletas
(HALSON 2014). Entretanto os resultados referentes ao sono ainda
permanecem ambíguos (GUPTA; MORGAN; GILCHRIST, 2017).
Uma vez que há uma relação bidirecional entre carga de treinamento e
sono, vários estudos se propuseram a avaliar os efeitos de diferentes
magnitudes de carga de treino no sono de atletas de várias modalidades
(STUART et al., 2018; TENG; LASTELLA; ROACH, 2011; THORNTON et al.,
2016a, 2016b, 2017). Porém, os resultados são divergentes, dificultando o
entendimento desta relação (GUPTA et al, 2017).
Desta forma torna-se oportuno investigar a relação carga de treino e
sono apontando a seguinte questão-problema: Qual o efeito da carga de treino
sobre o sono e a influência deste nos níveis de estresse, recuperação e
desempenho?
14
2. JUSTIFICATIVA
As cargas de treinamento podem influenciar diversos parâmetros
psicofisiológico, tais como o estado de humor, a recuperação e o sono. A
duração e a qualidade do sono insatisfatório reduz a recuperação e aumenta a
sensação de fadiga prejudicando o desempenho (TENG et al., 2011). Portanto, o
monitoramento das cargas de treinamento e a identificação dos efeitos destas
cargas sobre as variáveis relacionadas ao sono pode ser um aspecto
determinante no processo estímulo-recuperação durante a preparação física de
atletas. Deste modo técnicos e treinadores podem considerar o sono dos atletas
ao planejar as sessões de treinamento - sobretudo em períodos com 2 sessões
por dia - a fim de minimizar os efeitos negativos deste sobre o sono (DELANEY
et al., 2017).
15
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Investigar o efeito da carga de treino no sono durante uma semana de
treinamento na pré-temporada e sua possível influência na concentração de
cortisol salivar, no desempenho no salto vertical e na qualidade de recuperação
em jovens praticantes de atletismo.
3.2 Objetivos Específicos
a. Determinar o tempo de sono noturno/diurno e a qualidade anterior a semana
de treinamento;
b. Analisar os valores de tempo de sono noturno/diurno durante a semana de
treinamento;
c. Verificar o efeito da carga de treinamento no tempo de sono noturno dos
atletas;
d. Avaliar o efeito de diferentes ambientes de dormir na quantidade e qualidade
de sono;
e. Examinar a interferência do cochilo nas variáveis de recuperação;
f. Verificar a influência do tempo de sono noturno e tempo de sono num período
de 24 horas no cortisol salivar, salto vertical e recuperação ao longo dos treinos
sucessivos.
16
4. HIPÓTESE
Este trabalho considera como hipótese que as cargas de treino durante a
pré-temporada irão influenciar negativamente o tempo de sono, aumentando os
níveis de concentração de cortisol, reduzindo a percepção de recuperação e
prejudicando o desempenho (HAUSSWIRTH et al., 2014).
Por conseguinte, hipotetizamos também que os atletas poderiam aderir ao
cochilo durante o intervalo das sessões (matutinas e vespertinas) numa tentativa
de adicionar quantidade de tempo ao sono a fim de beneficiar a recuperação e
elevar o estado de alerta e o desempenho (HALSON, 2013).
17
5. REVISÃO DE LITERATURA
Para essa revisão alguns tópicos a cerca das provas de atletismo (provas
combinadas, salto em distância e meio fundo), cargas de treinos (i.e. carga
externa e carga interna de treinamento) e sono (noturno e diurno) foram
abordados dados a relevância para o presente estudo.
5.1. Provas Combinadas, Salto em Distância e Meio Fundo
O atletismo pode ser considerado como o esporte mais antigo praticado
pelo homem. Seus movimentos estão relacionados à sobrevivência. As provas
disputadas na Grécia antiga foram os primeiros registros de uma
regulamentação esportiva e de uma organização competitiva (CARLOS, 2011).
O atletismo é reconhecido como esporte-base para as demais modalidades
devido os seus elementos técnicos - correr, lançar e saltar – estarem presente
em outros esportes (MATTHIESEN, 2014).
As provas do atletismo são classificadas em pista e campo. São
organizadas em provas de salto (distância e triplo), provas de corrida (rasas,
meio-fundo e fundo), provas de lançamentos (disco, dardo e martelo), provas de
arremesso (peso), provas combinadas (pentatlo, heptatlo e decatlo) e provas de
rua (marcha atlética e maratona) (CBAT, 2018). Esta gama de provas exigem
um elevado preparo nas capacidades físicas e dos sistemas energéticos
modulando a carga externa de acordo com sua especificidade e promovendo
diferentes níveis de estresse orgânico.
Esforços com maiores intensidades requisitam a via anaeróbia para
solicitação energética utilizando predominantemente o sistema fosfocreatina
(PC) e glicolítico para ressíntese da molécula de Adenosina Tri Fosfato (ATP).
Estas atividades têm como característica um curto tempo de duração para a
manutenção do esforço, como por exemplo, provas de velocidade ou salto em
distância. Atividades com esforços contínuos, de intensidade moderada e maior
tempo de atividade exigem para a produção de energia a requisição do sistema
aeróbio. Provas de fundo com distância de 5.000m e 10.000m são contemplados
para este tipo de via metabólica (McARDLE; KATCH, 2016).
Deste modo o monitoramento das cargas de treino (CT) se faz relevante
para esta modalidade, evitando assim demasiada exigências por excesso de
18
treinamento ocasionando possíveis lesões. Ademais poucas pesquisas
envolvendo monitoramento da CT foram realizadas para estes grupos de provas
da modalidade.
5.2. Processo do Treinamento Esportivo
O treinamento esportivo é capaz de modular parâmetros fisiológicos e
psicológicos a partir da relação dose-resposta atribuída entre a prescrição do
exercício físico na sessão de treino e os efeitos orgânicos proveniente desta
(MORTON, 1996). O monitoramento desta relação deve compor o objetivo
central do processo de treinamento a fim de fornecer informações seguras para
orientar as decisões dos trabalhos de técnicos e treinadores (McGUIGAN, 2017).
Alguns modelos teóricos foram desenvolvidos para melhor compreensão
deste fenômeno e serão apresentados a seguir:
5.2.1. Modelo da Síndrome da Adaptação Geral (SAG)
A síndrome de adaptação geral (SAG) proposta pelo fisiologista
canadense Hans Selye apoia-se nas respostas orgânicas advindas da
perturbação do estado homeostático provenientes do estímulo estressor do
treinamento (figura 1).
Figura 1- Modelo da síndrome de adaptação geral (SAG), de Hans Selye, The Stress of Life.
1- fase de choque ou alarme: o estímulo do treinamento provoca um estado momentâneo defadiga;
- Estímulo de Treinamento
43
521
19
2- fase de resistência: com um adequado período de recuperação após o estresse provocadoo organismo tende a retornar em seu estado homeostático inicial adaptando-se a magnitudedo estímulo primário e resistindo a futuros estímulos.3- fase da supercompensação: instante em que o organismo excede aos níveis basaiselevando a sua capacidade. Apresenta-se como momento favorável a novos estímulos detreinamento.4- fase do destreinamento: instante pós supercompensação e mediante a perda do momentofavorável a novos estímulos5- fase de overtraining: corresponde a novos estímulos seguido de uma recuperaçãoinsuficiente conduzindo a redução da performance.
Embora a SAG tenha sua contribuição para a compreensão do fenômeno
dose-resposta algumas limitações desta representação devem ser consideradas
como, por exemplo, ainda que sobre a mesma magnitude do estímulo, a
percepção subjetiva numa sessão de treinamento é diferente para uma
competição ou torneio influenciando o estresse provocado na fase de
intensificação para perturbação da homeostase.
5.2.2 Modelo Fitness-Fadiga
Sua proposta baseia-se na diferença entre os componentes de aptidão
física (fatores positivo) e da fadiga (fatores negativo) nas funções fisiológicas.
(figura 2). Os resultados desta interação prediziam as alterações no
desempenho dos atletas (McGUIGAN, 2017).
Efe
ito d
o T
rein
am
ento
Fadiga
Aptidão Física
Performance
Tempo
Figura 2- Modelo Fitness-Fatigue, de Banister, Macdougall & Wenger. (1991).
20
A complexidade da natureza da fadiga - pressuposto neste modelo teórico
– representa algumas limitações tais como o efeito acumulativo da carga de
treinamento em sessões subsequentes seguido de um déficit de recuperação.
Este cenário pode vir a agravar os sintomas originados pela fadiga e reduzir o
desempenho esportivo.
5.2.3 Modelo de Estímulo-Fadiga-Recuperação-Adaptação
As adaptações fisiológicas específicas a modalidade corresponde ao
resultado de um processo subsequentes com parâmetros independentes entre
si. O modelo proposto têm início com o estímulo ao treinamento. As magnitudes
a este estímulo determinará a extensão da fadiga e por conseguinte ao tempo de
recuperação (McGUIGAN 2017).
A contínua exposição aos treino fará com que o organismo busque se
“defender” de futuros estímulos estressores aumentando, por exemplo, a
concentração das reservas de substratos energéticos para a realização da
tarefa. Esta nova condição interna - adaptações funcionais e estruturais -
permitirá com que o organismo resista às magnitudes anteriores exigindo um
aumento das cargas de treino suficientemente capaz de provocar um estado de
fadiga, apontando a necessidade de uma recuperação adequado para uma
adaptação posterior retomando em seguida todas as etapas deste ciclo.
Dessa forma um sistema de monitoramento adequado deverá contemplar
todas as etapas deste processo, como a quantificação das cargas de treino, o
nível de aptidão física e o estado de fadiga em resposta ao estresse
desencadeado (COUTTS et al., 2018). (figura 3).
Feedback
APTIDÃO
FÍSICA
DESEMPENHORESPOSTADOSEPLANO DE
TREINO
FADIGA
Figura 3- Modelo conceitual do sistema de monitoramento para atletas, de Aaron J. Coutts, Stephen Crowcroft, & Tom Kempton (2018).
21
5.3 Carga de Treinamento
O modo pelo qual o treinamento pode influenciar o desempenho de
atletas e equipes corresponde a pergunta central das pesquisas relacionadas à
ciência do esporte (FOSTER et al., 2017). A cerca disto, cientistas e treinadores
concordam que a progressão das cargas de treinamento representa um
importante princípio para o rendimento esportivo.
Carga de treino é amplamente empregado para definir a magnitude de
qualquer exercício físico - enquanto estímulo estressor - proveniente da sessão
de treinamento. É responsável pelas diversas respostas psicofisiológicos que
promovem as adaptações orgânicas transitórias (agudas) ou permanentes
(crônicas). São classificadas em carga externa (CET) e carga interna (CIT) a
depender da natureza dos aspectos mensurados (IMPELLIZERI et al., 2018). As
variáveis de frequência, intensidade e volume influenciam tal magnitude
(MÄESTU; JÜRIMÄE; JÜRIMÄE, 2005).
5.3.1 Carga Externa – Definições
A carga externa de treinamento (CET) é definida como o componente do
exercício físico quantificado e planejado pelos técnicos e treinadores - a
depender do objetivo da sessão de treinamento - como, por exemplo, número
total de exercício, séries, repetições, velocidade, distância percorrida
(IMPELLIZERI et al., 2005). diversos instrumentos são utilizados para aferir os
valores da CET como GPS, pedômetro, cronômetros, análise fílmica,
acelerômetros e aparelhos de medição de potência que visam colaborar na
quantificação dos dados relacionados à estrutura do treinamento (FOSTER;
RODRIGUEZ-MARROYO; KONING, 2017).
Os primeiros registros de monitoramento da carga de treino ocorreram por
intermédio da descrição da carga externa em provas de média e longa distância
do atletismo com anotações do tempo total percorrido durante as sessões de
treinamento verificando o ritmo da corrida desempenhado nestas provas. Com a
evolução do treinamento e o surgimento do treinamento intervalado proposto por
Gerschler e Reindell na década de 30 preconizando séries de corridas repetidas
de curta distância (100m a 400m) seguido de intervalos de recuperação o
22
monitoramento da carga externa passou a ser realizados pelo número de
repetições, tempo de corrida, distância percorrida e o tempo de recuperação
entre os intervalos das séries avaliando o progresso do desempenho (FOSTER;
RODRIGUEZ-MARROYO; KONING, 2017).
A seguir serão postulados algumas pesquisas envolvendo o uso do GPS
e da acelerometria para quantificação da carga externa de treinamento.
5.3.1.1 Carga Externa – Instrumentos e Avaliações
5.3.1.2 Acelerometria (playerLoad)
A utilização dos acelerômetros para quantificação da carga externa de
treinamento tem sido amplamente empregada nos últimos anos em diferentes
modalidades esportivas. Os dados da playerLoad – resultado considerando a
quantidade de movimento dispendido - são captados por meio de dispositivos
que avaliam a aceleração do corpo em três diferentes planos: anteroposterior,
transversal e vertical.
A associação entre playerLoad e CIT pelo método da Percepção
Subjetiva de Esforço da sessão (PSE da sessão) foi verificado em atletas de
futebol durante sessões de treino. Os resultados demonstraram correlação
positiva sugerindo que a quantidade de aceleração do movimento esta
relacionado diretamente com a percepção do esforço da sessão
(CASAMICHANA et al., 2013). Estes dados são relevantes na organização das
atividades de treinamento, sobretudo em modalidades que envolvem
movimentos de aceleração e desaceleração não linear como basquetebol,
handebol e futebol.
A correlação entre dados de acelerometria e testes de aptidão física foi
realizado por 15 atletas de futebol australiano mensurados através de medidas
de aceleração do movimento (playerLoadmin) e avaliação da capacidade
anaeróbia (Yo Yo IR2). Os dados demonstraram correlação positiva entre
menores escores do teste físico com redução da playerLoadmin (MOONEY et al.,
2013) apontando para a necessidade de desenvolver a capacidade anaeróbia
para sustentação das atividades de alta intensidade em modalidades esportivas
com intermitência dos esforços em diferentes magnitudes.
23
Estudo com acelerometria em atletas de basquetebol foi desenvolvido
com o intuito de avaliar a CET em sessões de treino com jogos reduzidos de
diferentes formatações (número de atleta e tamanho do espaço) e fornecer
informações sobre as demandas dos exercícios ministrados nas sessões de
treino. Os resultados apontaram que configurações de maior espaço em jogos
de 3v3 e/ou 5v5 apresentaram maiores demandas físicas em razão da
intensidade de movimentação comparado aos demais formatos (SCHELLING;
TORRES (2016). Os autores destacam que ao aplicar atividades de jogos
reduzidos, técnicos e treinadores devem considerar além dos critérios de
formatação descrito acima, a quantidade de rotações e pausas inter e intra sets
– referente à atividade e repouso.
A CET em lutadores de artes marciais mistas (Mixed Martials Arts – MMA)
foi determinada através de medidas de acelerometria - valores absolutos,
playerLoad Acumulado (PLAcc) e relativos, playerLoad Acumulado por minuto
(PLMin) - em competições simuladas. Os resultados demonstraram que o MMA
corresponde a uma modalidade esportiva exigente dado a quantidade de
movimento envolvendo atividades de contato corporal e/ou com a ausência de
períodos de corridas leves ou caminhadas (KIRK et al., 2017).
As características de aceleração/desaceleração e playerLoad total foram
investigadas em jovens atletas de futebol considerando as posições em que
desempenhavam durante as partidas. Os resultados demonstraram valores
maiores em meio campistas para as variáveis de movimentação e de CET. Além
disto, os resultados de aceleração e desaceleração foram reduzidos após o
intervalo do 1º para o 2º tempo indiferente do posicionamento dos jogadores
fornecendo dados relevantes para a preparação dos atletas de acordo com as
demandas energéticas (BARRON et al., 2017).
5.3.1.3 Global Position System (GPS)
O uso do GPS tem sido empregado em diferentes modalidades esportivas
- futebol australiano, críquete, hóquei, rúgbi e futebol - com o objetivo de
fornecer informações sobre o perfil de atividades dos atletas (AUGHEY 2011).
Nas últimas décadas diversos estudos têm utilizado o GPS para a quantificação
e o monitoramento da carga externa (SCHELLING; TORRES 2016).
24
Foi verificado por meio de GPS o deslocamento de atletas de futebol em
diferentes intensidades: i) distância total percorrida; ii) distância percorrida em
alta velocidade (≥ 18 km.h-1); iii) distância percorrida em Sprint (≥ 21 km.h-1); iv)
relação trabalho/repouso dado pela divisão dos valores de trabalho (≥ 4 km.h -1)
pelo repouso (<3,9 km.h-1); v) frequência de esforço acima de (≥ 18 km.h -1) e vi)
frequência de esforço acima de (≥ 21 km.h-1). Os resultados demonstraram
correlação positiva entre a PSE da sessão indicando que a análise destes
parâmetros podem fornecer informações relevantes do estado de aptidão física
do indivíduo (CASAMICHANA et al., 2013).
Alterações do perfil de movimentos em atletas de futebol australiano
foram investigado no decorrer de cada partida adotando os seguintes
parâmetros: i) distância total percorrida; ii) corrida com baixa velocidade
(<14,4km.h-1) e iii) alta velocidade (>14,4km.h-1). Os resultados apresentaram
diferença para todos os parâmetros considerando o último período para o
primeiro. Os autores sugerem que ações técnicas/táticas podem afetar de modo
diferente o perfil de movimento dos atletas (MOONEY et al., 2013).
As pesquisas até aqui apresentadas destacaram valores referentes à CET
na sessão de treino e/ou em competição em diferentes modalidades e posições.
É plausível compreender que tais dados possam sofrer alterações pela
especificidade da modalidade ou pela relevância da partida. Estes resultados
podem vir a clarear a demanda da CET inferindo alguma decisão por parte dos
treinadores para otimizar o desempenho esportivo. Todavia somente a CET não
representa uma variável capaz de fornecer informações a cerca das respostas
orgânicas sobre o treinamento, justificando a quantificação da carga interna de
treinamento para indicar a magnitude interna perante os estímulos externos
(McGUIGAN 2017).
5.3.2 Carga Interna – Definições
Carga interna de treinamento (CIT) corresponde à medida interna frente
às exigências da CET durante o exercício físico (IMPELLIZERI et al., 2018). O
monitoramento preciso da CIT irá apontar as adaptações orgânicas no decorrer
das sessões de treinamento para o êxito em competições (NAKAMURA et. al.,
2010). Além disso permitirá verificar a concordância entre as cargas planejadas
pelos treinadores e percebidas pelos atletas alterando quando necessário sua
25
magnitude em determinada sessão (GAMBETTA 2007). Diferentes fatores
podem vir a influenciar a CIT como a característica genética, o nível de aptidão
física, o status de treinamento, o estado psicológico, a saúde, alimentação e o
sono alterando seus valores ainda que com a mesma CET.
O avanço do monitoramento da CIT ocorreu paralelamente ao progresso
tecnológico (FOSTER et al., 2017). O desenvolvimento de instrumentos para
avaliação da frequência cardíaca, lactato sanguíneo e trocas gasosas
possibilitou as estimativas das magnitudes das cargas internas de treinamento.
Na década de 70 o desenvolvimento do conceito de “impulso de treinamento”
(training impulse) - TRIMP® por Eric Banister permitiu expressar valores
quantitativos relacionados à CIT. A fórmula do método TRIMP® preconiza a partir
do produto entre porcentagem da frequência cardíaca de reserva, fator não
linear e a duração do tempo um resultado representativo dos ganhos de aptidão
física e da fadiga relacionado à sessão de treinamento (FOSTER; RODRIGUEZ-
MARROYO; KONING, 2017).
Embora significativo tenha sido a contribuição do método TRIMP® de
monitoramento da CIT, algumas exigências dificultavam sua utilização como a
necessidade de frequencímetros, as perdas dos registros da frequência cardíaca
e a natureza dos exercícios predominantemente intervalado. Foster et al., (1996)
propuseram a partir da modificação da escala de Borg® uma classificação da
percepção subjetiva de esforço (PSE) com correlações estabelecidas com a
porcentagem da frequência cardíaca de reserva e do lactato sanguíneo.
5.3.2.1 Carga Interna – Instrumentos e Avaliações
5.3.2.2 Percepção Subjetiva de Esforço da Sessão
Este método considera o valor da carga interna como o produto entre a
classificação da PSE (figura 4) pelo tempo total de duração da sessão em
minutos. A simplicidade do método, a fácil aplicabilidade, o baixo custo, as
respostas imediatas obtidas e o monitoramento em situação real de treino e/ou
competição contribuíram para um controle e maior precisão da CIT podendo
assim aferir a magnitude do estresse em determinada sessão comparando com
demais indicadores psicofisiológicos em resposta ao treinamento.
26
Como foi a sua sessão de treinamento?
TAXA DESCRIÇÃO
0 Repouso
1 Muito, Muito Fácil
2 Fácil
3 Moderado
4 Um Pouco Difícil
5 Difícil6
7 Muito Difícil
8
910 Máximo
Figura 4- Escala CR10 Borg (1982) modificada por Foster et al., (2001)
As magniutes da CIT monitorada pela PSE da sessão foram comparados
com biomarcadores de cortisol, imunoglobulina salivar e sintomas de infecção do
trato respiratório superior. Somente para este os dados demonstraram
correlação diretamente proporcional com a CT. Os autores orientam o
monitoramento das CT durante período de preparação, sobretudo em momentos
de maior intensificação do treinamento a fim de minimizar os efeitos negativos
no trato respiratório sobre o desempenho (MOREIRA et al., 2013).
A CIT mensuradas pela PSE da sessão em atletas de voleibol foram
avaliados durante períodos com diferentes magnitudes e comparado com
valores do salto vertical com contramovimento (SVCCM) e da concentração da
creatina quinase (CK). Os resultados demonstraram que o teste de SVCCM não
apresentou sensibilidade a diferentes intensidades das CT ao passo que a
enzima CK apresentou relação diretamente proporcional com a CT (FREITAS et
al., 2014).
Pesquisas envolvendo o monitoramento das CT nos parâmetros
hormonais, inflamatórios, imunológicos, sanguíneos e cardiovasculares
apresentam resultados inconsistentes devido a fatores de variabilidades inter e
intraindivíduos. Por outro lado, os autores apontaram fidedignidade das medidas
subjetivas através do auto relato dos sinais e sintomas físicos e psíquicos por
parte dos atletas como a percepção de esforço, estado de humor e níveis de
ansiedade (SAW et al., 2016).
27
Freitas et al., (2009) afirmam não existir um único marcador confiável
capaz de predizer o estresse desencadeado pelo treinamento, todavia estes
instrumentos têm sido amplamente empregados no monitoramento da CIT. Em
contrapartida técnicos e treinadores devem planejar as sessões de treinamento
considerando o estado de recuperação em que o atleta se encontra (ROBINSON
et al., (2017) devido à estreita relação entre desempenho e equilíbrio estresse-
recuperação (LEEDER et al., 2012). Portanto um sistema de monitoramento
deve contemplar não somente a quantificação das cargas de treino, mas
também o nível de aptidão física e o estado de fadiga em resposta ao estresse
desencadeado (COUTTS et al., 2018).
No presente trabalho foi considerado o método da PSE da sessão para
quantificação da CIT entendendo esta como a magnitude do estresse orgânico
em detrimento a CET, sendo quantificável, mensurável e utilizado para
prescrição das intensidades para as sessões de treinamento.
5.4. O Sono
O sono pode ser definido como um comportamento de imobilidade relativa
com redução da capacidade de resposta e que pode ser rapidamente reversível
(SIEGEL 2005). O sono se trata de um processo neuroquímico organizado e que
fatores como débito de sono e relógio circadiano podem interferir na sua
disposição (MAGALHÃES; MATARUNA 2007). O estado de alerta apresenta
flutuações ao longo do dia alternado com os padrões de sono e vigília
sincronizado com ciclo claro-escuro (DAVENNE 2009). O sono compões de dois
estados biológicos distintos: o sono de movimentos oculares rápidos (REM) e o
sono sem movimentos oculares rápidos (nREM) que se alternam em ciclos ao
longo da noite (figura 5) (CUMMISKEY et al., 2013).
Ciclo 5Ciclo 4Ciclo 1 Ciclo 3Ciclo 2
Acordado
REM
N1
N2
N3
28
O sono nREM é subdividido em outros três níveis hierárquicos: N1 e N2
(sono leve) e N3 (sono profundo ou de ondas lentas) (BROWN et al., 2012).
Exibem uma redução do tônus muscular, do sistema cardiovascular e aumento
da atividade hormonal pela secreção de GH (Hormone Growing). O sono REM
(Rapid Eyes Movement) demonstra um padrão de ondas cerebrais muito
próximos da vigília com alta frequência e baixa amplitude com característica de
perda completa do tônus muscular (atonia) e acentuada variabilidade da
frequência respiratória e cardíaca (figura 6) (BARONE; KRIEGER 2015).
Diferentes técnicas para avaliação da quantidade e qualidade do sono
são utilizadas para diagnósticos clínicos. A polissonografia (PSG) é considerada
o padrão ouro para a avaliação do sono (figura 7) (HALSON 2014). Entretanto as
dificuldades da mensuração pela PSG como os altos custos, profissionais
capacitados, ambientes laboratoriais tornam impraticáveis no monitoramento de
atletas em um contexto ecológico (SARGENT et al., 2016). Alternativas a PSG
(figura 8) como questionários, diários de sono e actígrafos (figura 9) são
propostos para avaliação do sono com a finalidade de superar os incômodos
proporcionados por esse método (O’DONNEL et al., 2018).
Figura 5- Arquitetura do sono, de Matthew Walker (2018).
Figura 6- Frequência de ondas cerebrais durante o sono, de Maria Oliveira.
29
As avaliações do sono são descritas em parâmetros quantitativos e
qualitativos a depender dos termos que se propõe para análise. Segundo
Tremblay et al., (2016) a recomendação do tempo de sono para indivíduos com
faixa etária entre 14 – 17 anos é de 8 – 10 horas considerando o momento de ir
para cama até o de despertar para a vigília seguinte. Gupta et al., (2017)
definem os termos empregados na avaliação do sono apresentado na tabela 1.
Tabela 1 – Definições dos termos relacionado à avaliação do sono
Termos Definição
Tempo Total de Sono (TST)
Quantidade total de tempo adormecido (Período total de sono/SPT –
quantidade de tempo do despertares noturno/WASO).
Tempo de Cama (TIB)Tempo dispendido desde ao deitar na cama com intenção de dormir até
o momento do despertar para início das atividades da vigília.
Período Total de Sono (SPT) Tempo dispendido entre o início do sono ao útlimo despertar
Figura 7- Exame de polissonografia.
Figura 8- Dispositivo de acelerômetro
30
Despertar Noturno após Início
de Sono (WASO)
Quantidade de tempo de despertares após início do sono
Eficiência do Sono (SE)Indicativo da qualidade do sono. TST/TIB x 100 (resultado expresso em
porcentagens).
Latência do Sono (Lat)Tempo dispendido entre o deitar-se na cama com intenção de dormir
até o momento do início do sono
Fonte: GUPTA, L.; MORGAN, K.; GILCHRIST, S. Does Elite Sport Degrade Sleep Quality? ASystematic Review. Sports Medicine, v. 47, n. 7, p. 1317–1333, 2017
Algumas propostas têm sido apresentadas com a finalidade de
compreender o papel do sono para os humanos. As principais teorias foram
elaboradas a partir do seu valor evolutivo, componentes de regulação
bioquímicos e evidências científicas. Foram apontandas as seguintes funções do
sono: a) sistema imune; b) redução do gasto calórico; c) restauração das
reservas energéticas do cérebro; d) sistema linfático; e) função conectiva e f)
desempenho para o período da vigília (KRUGER et al., 2015). Embora nenhuma
contemple tal fenômeno em sua totalidade são devidamente reconhecidas por
retratarem aspectos relacionados ao sono.
As pesquisas envolvendo a relação sono e esporte tem recebido atenção
por pesquisadores em diferentes modalidades esportivas. Isso porque o tempo e
a qualidade de sono quando suficiente pode promover uma estado de
recuperação favorável e por conseguinte otimizar o desempenho dos atletas em
torneios e competições. Desse modo técnicos e treinadores devem planejar as
sessões de treinamento e a programação das competições buscando preservar
o sono dos atletas.
5.4.1 Sono e Desempenho Esportivo
O sono desempenha a modalidade de recuperação com maior eficiência
mediante o estresse imputado na realização das atividades da vigília anterior
(TAYLOR; HALSON 2008). Além disso, o sono tende a cooperar para o ótimo
desempenho das atividades da vigília seguinte (HALSON 2013). Os diversos
processos morfológicos, metabólicos, hormonais e cognitivos - tais como,
regeneração tecidual das fibras musculares, redução dos níveis de cortisol e
consolidação de memória (MEUR et al., 2013) - são as razões pelas quais
apontam o sono como um importante categoria da recuperação. Devido a isto
31
têm se admitido que atletas possam vir a necessitar de um tempo de sono
adicional quando comparado a não atletas e/ou a sedentários (FAMODU 2014).
Entretanto atletas são quase sempre incapazes de praticar as recomendações
desejadas referentes ao sono durante o treinamento e competição (STUART et
al., 2018).
Em decorrência do sono inadequado por restrição ou privação atletas
tende a serem afetados significativamente quanto à sua recuperação e das
respostas de prontidão aos estímulos do treinamento. O estado de humor, a
função psicomotora e cognitiva demonstram maiores sensibilidade frente à perda
do sono quando comparado às capacidades físicas (DAVENNE 2009). Todavia
estudos têm demostrados associação entre redução da força, resistência e
velocidade com menores valores de duração do sono (SIMPSON et al., 2017).
Atletas de elite foram avaliados nos parâmetros de desempenho (sprint),
metabólico (concentração de glicogênio muscular), função neuromuscular (força
máxima e ativação voluntária), estado de humor e percepção de esforço após
30h de privação do sono. Os resultados apresentaram declínio da performance
associado com a perda do sono reduzindo o ritmo do sprint e distância total
percorrida. Os dados são condizentes com a diminuição da força máxima e das
reservas de glicogênio muscular verificados após a privação do sono (SKEIN et
al., 2011).
A privação parcial do sono em 50% do habitual foi capaz de reduzir os
valores de pico de potência, motivação ao treinamento e aumentar os níveis de
sonolência diurna prejudicando o estado de recuperação em ciclistas (RAE et al.,
2017). Do mesmo modo, o efeito da privação parcial do sono comprometeu o
tempo de reação, atenção seletiva e atenção constante em goleiros de handebol
demonstrando a relação entre sono e processos cognitivos (JARRAYA et al.,
2014). Dado as evidências que suportam a relação entre sono e desempenho,
alguns estudos propuseram investigar os fatores relacionado ao esporte que
tendem a influenciar negativamente o sono, como viagens, programação de
treinos, fuso horário e aumento das cargas de treino (STUART et al., 2018).
As alterações do fuso horário no desempenho em atletas de netbal foram
verificados durante 6 temporadas. Os resultados encontraram efeito negativo no
desempenho quando atletas eram submetidos a deslocamentos com fuso
horário adicional de 2 horas (BISHOP 2004). Aspectos como disritmia
32
circadiana, estresse da viagem, alteração da dieta alimentar e o impacto do
ambiente são atribuídos a estas condições. Em virtude disso, tem se
recomendado que técnicos e atletas observem o cronograma de treinamento
evitando sessões matutinas que possam prejudicar a duração do sono.
Atletas de elite de diferentes modalidades esportivas foram acompanhados
com o objetivo de examinar o impacto do cronograma de treinamento na
quantidade e qualidade do sono e na percepção de fadiga. Os autores
encontraram menores valores nos parâmetros de tempo de cama, início do
sono-despertar e quantidade total de sono nas noites que antecediam as
sessões de treinamento em comparação aos dias de repouso (SARGENT et al.,
2014). Adicionalmente a isto, elevadas magnitudes das cargas de treinamento
são capazes de provocar menores valores na qualidade e quantidade do sono
Estudos que se propuseram a analisar os efeitos do treino sobre o sono
procuraram comparar sessões com diferentes intensidades, porém os resultados
apresentam divergências com demais pesquisas e permanece incerto o
entendimento desta relação (GUPTA et. al.; 2017).
A influência da carga de treinamento sobre o sono foi avaliada em 28
ciclista durante 6 semanas. Os resultados demonstraram que elevadas
magnitudes das CTs provocaram menores valores nos parâmetros avaliados.
Além disso os autores destacam que o número de movimento realizado
enquanto estavam dormindo sofreram aumento significativo (TENG et al., 2011).
Um outro estudo com atletas de elite do nado sincronizado, que foram
submetidos a 2 semanas de intensificação das cargas de treino, demonstrou um
decréscimo no tempo total de sono e na eficiência do sono seguido por um
aumento da latência do sono (SCHAAL et al., 2015). Em contrapartida, no
estudo de Knufinke et al (2018) com 98 atletas de elite foram avaliados a
associação do sono e distribuição dos estágios do sono com a percepção da
carga treino, houve um aumento significante nos despertares noturno
(33,44±11,07min) seguido de uma baixa eficiência 88,47% (±5,46%) ainda que
com o tempo total de sono apresentado pelos atletas (07:50±01:08hr) estava
próximo do recomendável (08:00hr). Desta forma, as pesquisas apresentadas
têm sugerido a necessidade de promover a quantidade e qualidade do sono
adequado durante períodos de intensificação (DELANEY et al., 2017).
33
Em sentido oposto, alguns pesquisadores propuseram verificar os efeitos do
sono a partir do acréscimo de tempo nos parâmetros de desempenho e
recuperação. Os resultados da extensão do sono (<10h) em atletas de
basquetebol demonstraram melhora significante do tempo de reação, das tarefas
esportivas específicas, do estado de humor e redução da sonolência diurna
excessiva (MAH et al., 2011).
Portanto mediante aos trabalhos supracitados as CT como variável
aferida no treinamento poderão em sua magnitude interferir no sono reduzindo o
seu estado de recuperação para a sessão seguinte comprometendo o
desempenho de atletas e equipes ainda mais levado em consideração o
contexto de pré-temporada e retorno das atividades após período de repouso
prolongado.
5.4.2 Sono Diurno e Desempenho Esportivo
A exposição contínua a fatores que possam vir a prejudicar a quantidade e a
qualidade do sono em atletas como viagens (BISHOP, 2004), jet lag (PETIT et
al., 2014), competições (O’DONNELL et al., 2018), carga de treino (TENG;
LASTELLA; ROACH, 2011) e programação de treinamento/competição
(SARGENT et al., 2014) tem despertado interesse dos cientistas do esporte e
médicos do sono em compreender melhor o impacto da perda do sono na
performance esportiva. Deste modo, técnicos e treinadores podem vir a propor
estratégias para otimizar a recuperação. Dentre essas destacam-se nutrição,
hidratação, fisioterapia, massagem e sonecas diurnas (DAVIES et la., 2010).
Práticas de higiene do sono (iluminação, temperatura, efeitos sonoros) e
hábitos adotados durante o dia como alimentação balanceada, consumo
moderado de bebidas alcoólicas, cafeína e/ou energéticos, uso limitado de
dispositivos tecnológicos e uma rotina estabelecida antes de dormir podem vir a
favorecer um sono próximo do ideal. Todavia, mediante a perda do sono noturno
algumas medidas têm sido adotadas para suplementar os prejuízos
ocasionados; dentre estas, o sono diurno ou cochilo.
O cochilo é definido como a quantidade de tempo de sono equivalente a
menos do que 50% quando comparado ao sono noturno (DINGES et al., 1987).
O cochilo pode promover os seguintes benefícios: melhora do estado de humor,
dos níveis subjetivos de sonolência, fadiga e da execução de atividades de
34
raciocínio e tempo de reação (MILNER; COTE 2009). Diversos fatores podem
influenciar a soneca diurna como a qualidade e a quantidade do sono noturno do
período anterior, idade, sexo, diferenças individuais, experiência de cochilar e
nível de sonolência diurna.
Dormir durante o dia pode vir a acrescentar tempo à quantidade de sono total
(24h) beneficiando atletas que sofrem por sono insuficiente e insatisfatório
(HALSON 2014), sobretudo em períodos do treinamento em que são realizados
duas sessões diárias (DAVIES et la., 2010). Diferentes tempos de sono diurno
tem sido postulado ao determinar o efeito do cochilo nos esportes. Têm sido
sugerido o tempo de 20 minutos - dado a redução da probabilidade do estado de
inércia do sono - ou de aproximadamente 90 minutos por completar um ciclo
inteiro do sono (FERRARA; GENNARO 2000).
O cochilo foi capaz de recuperar o desempenho em sujeitos submetidos a 5h
de avanço de fase do sono (jet lag) e avaliados em testes físicos, demonstrando
ser possível minimizar os problemas relacionados com fuso horário (jet lag)
(PETIT et al., 2014). A avaliação neuromuscular e de índices de desempenho
em partidas de netball demonstraram valores superiores para os indivíduos que
cochilaram antes dos jogos em comparação para aqueles que não cochilaram
(O’DONNEL et al., 2018).
35
6. METODOLOGIA
6.1 Tipo de Pesquisa
A pesquisa se apresenta como sendo observacional e abordagem
quantitativa. Segundo Thomas et al. (2012) este tipo de estudo apresenta como
característica a descrição detalhada do fenômeno através dos comportamentos
observados não havendo por objetivo a intervenção ou manipulação das
variáveis para elaborar ou testar alguma hipótese ou modelo teórico.
6.2 Seleção da Amostra
A seleção da amostra ocorreu em 3 momentos subsequentes:
1º) Envio do documento “ORIENTAÇÕES” (Anexo I) para federações de
atletismo da região nordeste, técnicos e atletas do Rio Grande do Norte
convidando-os para a participação do 2º Camping de Atletismo1 e demais
informações referentes a alimentação, provas inclusas, treinadores
responsáveis, transporte, hospedagem e inscrição. Findado o prazo de inscrição
estabelecido o Camping de Atletismo contou com a participação total de 30
atletas inscritos entre provas combinadas (heptatlo e decatlo); salto em distância
e corredores de fundo (5km e 10km).
2º) Participação dos treinadores e atletas no Congresso Técnico
explicando os objetivos da pesquisa, sua relevância para o desempenho dos
atletas e as avaliações realizadas pré e pós sessão de treinamento. Todos foram
informados que poderiam recusar a participação ou desistir da pesquisa em
qualquer momento e que tal procedimento não os impediriam de prosseguir
normalmente nas sessões de treinamento. Todos os atletas inscritos
concordaram em participar da pesquisa.
.
1 O camping de atletismo constitui num período de preparação da pré-temporada organizado
anualmente pela Federação Norte Riograndense de Atletismo (FNRA) com apoio da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
36
3º) Observação dos critérios de inclusão para a pesquisa:
a) Os atletas deveriam ser praticantes de atletismo nas provas
combinadas; salto em distância e fundo com o tempo mínimo de 1 ano de
treinamento e frequência de 5 sessões semanais;
b) Estar registrado na Federação Norte Riograndense de Atletismo
com as devidas mensalidades quitadas.
c) Não apresentarem lesões ou qualquer outra razão que impeça a
prática de exercício físico ou que comprometa a integridade física dos
participantes;
d) Participarem de todas as sessões de treino durante o camping
de atletismo.
4º) Assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE-
Anexo II) e do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE- Anexo III)
para menores de 18 anos.
A amostra para o presente estudo foi constituída por um total de 20
atletas nas provas de salto em distância (n=10), provas combinadas (n=04) e
fundo (n=06). Os participantes praticavam atletismo a mais de 2 anos com
frequência de 5 sessões por semana de aproximadamente 120 minutos de
duração por sessão.
37
Figura 9 - Fluxograma de triagem dos participantes da pesquisa
Participantes elegíveis (n=30)
Excluídos por não atenderemcritérios de inclusão (n=7):
Tempo de Treino (n=3) Lesões (n=2) Sessões de Treino (n=2)
Participantes (n=23)
Dados de coleta salivarinsuficientes para análise
(n=3)
Total de Participantes(n=20)
16 Homens04 Mulheres
38
6.3 Coleta dos Dados
Os dados foram coletados num período de 5 dias (1 dia teste e 4 dias de treino) conforme demostrado abaixo:
Figura 10 - Desenho do estudo
39
6.3.2. Cronograma da Semana de Treinamento
Tabela 2 - Cronograma das atividades realizadas durante o 2º Camping de Atletismo
Horário Coleta dos Dados Sessão de Treino Almoço Intervalo/Cochilo2
08:00 - 09:00
09:00 - 10:30
10:30 – 11:00
11:00 – 13:30
13:30 – 15:00
15:00 – 16:00
16:00 – 17:30
17:30 – 18:00
2 Os atletas poderiam optar por cochilar durante os intervalos das sessões. Um espaço apropriado foi disponibilizado para o cochilo. Em nenhum momento os atletas foram
induzidos, impedidos ou informados sobre os benefícios do cochilo, assim como o tempo dispendido permaneceu sobre responsabilidade dos indivíduos que foram
previamente comunicados sobre o início da coleta dos dados vespertina e a necessidade de se fazerem presente neste momento.
Atividades realizadas
40
6.3.4 Cronograma das Sessões de Treino
Tabela 3: Descrição detalhada da semana de treinamento, incluindo as atividades realizadas e seus respectivos tempos de duração (min) e a carga internaplanejada pelos treinadores (PSE-sessão).
Conteúdo
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde
Aquecimento(min.)
20 20 25 15 20 20 25 15 20 20
Educativos (min.) 60 20 45 20 50 15 45 25 60 15
Exercícios de Força(min.)
XXX 30 XXX 30 XXX 35 XXX 20 XXX 30
Específico (min.) 10 20 20 25 20 20 20 30 10 25
Tempo Total deDuração (min.)
90 90 90 90 90 90 90 90 90 90
PSE da SessãoPlanejada (u.a.)
Fácil(2)
Difícil(5/6)
Fácil(2)
Fácil(2)
Fácil(2)
Muito Difícil(7/9)
Fácil(2)
Fácil(2)
Fácil(2)
Máxima(10)
Aquecimento – Atividades de preparação musculoesqueléticas para o conteúdo principal da aula envolvendo aspectos de movimentação geral; Educativos– Atividades de ensino da execução de movimento para aprimoramento e correção do gesto técnico; Específico – Atividades esportivas propriamente ditasou pré-esportiva com similaridade da prova, porém com alguma alteração.
41
6.4.1 Medidas Antropométricas
6.4.1.1 Estatura e Massa Corporal
A estatura foi obtida por um estadiômetro vertical da marca Sany® com
210cm de comprimento e intervalo de medida de 0,1cm medindo a altura do
sujeito encéfalo-podal. O peso foi determinado por uma balança digital da marca
Welme® devidamente calibrada com precisão de aferição de 0,1kg e capacidade
total de 150kg.
6.4.2 Monitoramento das Cargas de Treinamentos
6.4.2.1 Percepção Subjetiva de Esforço (PSE – sessão)
A PSE – sessão foi coletada após o término das sessões de treinamento
(manhã e tarde) em resposta a seguinte pergunta: “Como foi a sua sessão de
treinamento?” Foi utilizado a Escala CR10 de Borg (1982) modificado por Foster
et al. (2001) conforme ANEXO IV contendo uma classificação numérica escalar
de 0 a 10 com os respectivos descritores variando de “repouso” a “máximo”. As
respostas eram coletadas individualmente e em local reservado - para que não
houvesse interferência da escolha por parte de terceiros - 30 minutos pós treino
para evitar resposta subestimada ou supervalorizada em detrimento às
atividades finais da sessão.
6.4.2.2 Carga Interna de Treinamento (CIT)
A CIT foi mensurada como o produto da PSE da sessão pelo tempo de
treino da sessão (em minutos) com o resultado em unidades arbitrárias
(FOSTER et al., 1996, 2001).
A variável carga interna de treinamento diária (CITd) foi calculada pela
somatória da CIT da sessão matutina (CITm) com a CIT da sessão vespertina
(CITv) totalizando o valor da CIT correspondente para aquele dia da
programação de treinamento.
42
6.4.2.3 Carga Externa de Treinamento (CET - PlayerLoad)
A carga externa de treinamento foi avaliada a partir dos dados gerados
pela magnitude vetorial dos acelerômetros (Actigraph® GT3x) fornecidos por
cada um dos seus três eixos numa taxa de frequência de 100 Hz (SCHELLING;
TORRES, 2016) conforme equação abaixo:
Em seguida os dados foram analisados pelo programa Matlab® e extraídos
informações da CET (PlayerLoad por minuto).
Os dispositivos foram alocados na região do quadril, entre a barriga e a
crista ilíaca, posicionado do lado direito do atleta. Cleland et al., (2013)
afirmaram que este local fornece melhores resultados de movimentação do
corpo inteiro devido à proximidade com o centro de massa. Ainda, os atletas
foram orientados a não retirarem o acelerômetro durante a semana da coleta,
exceto no momento do banho.
A variável carga externa de treinamento diária (CETd) foi calculada pela
média da CET da sessão matutina (CETm) com a CET da sessão vespertina
(CETv).
6.4.3 Avaliação do Sono
6.4.3.1 Índice de Qualidade do Sono Pittsburgh (PSQI)
O Índice de Qualidade de Sono Pittsburgh foi aplicado no dia anterior ao
início da semana de treinamento – Dia Teste (conforme descrito no item 6.3
Coleta dos Dados e 6.3.1 Ilustração da Coleta dos Dados) - para avaliar sono
referente aos últimos 30 dias.
O Índice de Qualidade de Sono Pittsburgh (Anexo V) elaborado por
Buysse DJ (1989), é um instrumento para medidas subjetivas referentes à
qualidade do sono do último mês; compreende 19 (dezenove) questões auto-
administradas e 5 (cinco) questões a ser respondido pelo companheiro de quarto
quando as informações forem utilizadas para análise clínica. As 19 (dezenove)
questões são alocadas em 7 (sete) componentes – 1) qualidade subjetiva do
Onde:ay - eixo horizontal,ax - eixo latero-lateral az
- eixo vertical.
43
sono, 2) latência para o sono, 3) duração do sono, 4) eficiência habitual do sono,
5) transtornos do sono, 6) uso de medicamentos para dormir e 7) disfunção
diurna - atribuindo score de 0 (zero) a 3 (três) por componentes. A somatória
total dos pontos pode variar de 0 a 21, sendo maior pontuação indicativo de pior
da qualidade de sono.
Para a presente avaliação adotou-se como ponto de corte o escore global
dos indivíduos que apresentassem pontuação igual ou maior do que 5 conforme
sugerido por Bertolazi (2008) indicando grande dificuldade em 2 componentes
ou moderada dificuldade em 3 ou mais componentes.
6.4.3.2 Avaliação Subjetiva da Frequência e Tempo de Sono Diurno
Os atletas responderam a questões referentes ao sono diurno realizado
antes da semana de treinamento (Anexo VII). Foram coletados dados de
frequência a partir da seguinte questão: COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ
DORME DIURNAMENTE? Os indivíduos poderiam assinalar somente 1 das 4
opções apresentadas: a) Todos os dias da semana [5 dias por semana]; b)
Alguns dias da semana [De 3 a 4 dias por semana]; c) Poucos dias da semana
[De 1 a 2 dias por semana] e d) Nenhum dia da semana.
Posteriormente, em outra coluna, os sujeitos assinalaram a média do
tempo de sono diurno em minutos em valores aproximados considerando cada
um dos episódios.
Não obstante a isto os atletas poderiam optar por dormirem diurnamente
durante os intervalos das sessões de treino num espaço disponibilizado para tal
finalidade. Em nenhum momento os atletas foram induzidos, impedidos ou
informados sobre os benefícios do cochilo, assim como o tempo dispendido
permaneceu sobre responsabilidade dos indivíduos que foram previamente
comunicados sobre o início da coleta dos dados vespertina e a necessidade de
se fazerem presente neste momento.
6.4.3.2 Avaliação Objetiva do Tempo de Sono Noturno
O tempo de sono foi avaliado através de exames de actigrafias (ActiGraph
modelo wGT3XP-BT®) com os dispositivos alocados na região do quadril do lado
direito sobre a crista-ilíaca anterior no dia teste (descrito no item 6.3 Coleta dos
Dados e 6.3.1 Ilustração da Coleta dos Dados ).
44
Os dados referentes ao horário de ir para a cama e tempo aproximado
para adormecer foram informados através do diário de sono e devidamente
registrado no software dos actígrafos para estimativa do tempo total de sono.
Segundo Bertolazi (2008) a aferição do sono utilizando actígrafos é conveniente
para diversos estudos, assim como para avaliação clínica, sobretudo em
indivíduos com dificuldades de dormir em laboratório durante exames de
polissonografia.
Assim como estudo conduzido por Sargent et al., (2014) nossa pesquisa
também optou por não monitorar o consumo de suplementos e/ou a ingestão de
cafeína ou álcool. Durante todo o trabalho os atletas não foram orientados
quanto ao horário em que deveriam deitar e/ou a quantidade de horas que
deveriam dormir, salientando somente o horário do início da coleta dos dados no
dia seguinte.
Para verificar a influência do ambiente de dormir o tempo de sono fora
postulado para grupos residentes (ambiente habitual) e não residentes
(ambiente não habitual).
6.4.3.3 Avaliação Subjetiva da Quantidade e Qualidade do Sono
Noturno
Durante a semana da coleta e posterior ao sono noturno de cada dia, os
atletas responderam a questões respectivamente sobre horário de deitar e
despertar, tempo para adormecer (minutos), quantidade de despertares noturno
e nota da qualidade do sono noturno de 0 a 10 conforme auto avaliação. As
informações fornecidas foram devidamente registradas em diário de sono
noturno (Anexo VI).
Ressalta-se ainda que para o sono noturno os atletas não foram
orientados em nenhum momento quanto ao horário em que deveriam deitar e/ou
a quantidade de horas que deveriam dormir, salientando somente o horário do
início da coleta dos dados no dia seguinte.
45
6.4.4 Avaliação dos Níveis de Estresse, Desempenho e Recuperação.
6.4.4.1 Coleta Salivar
O procedimento da coleta ocorreu via salivar todos os dias pela manhã
antes da sessão de treinamento com os participantes permanecendo sentados
de cabeça baixa permitindo com que a saliva escorra para o tubo de coleta num
tempo total de 5 minutos e a quantidade de amostra equivalente a espessura de
um dedo. Após isto, os recipientes foram tampados e armazenados
temporariamente na caixa de tubo criogênico com temperatura de
aproximadamente -78ºC para transporte ao laboratório onde foram mantidos
num congelador a -80ºC. Em seguida os tubos foram centrifugados
(REFRIGERATED CENTRIFUGE Excelsa®) a 25ºC durante 15 minutos numa
velocidade de 3000 rotações por minuto para a separação do muco e células
utilizando o sobrenadante para as análises. A quantificação do cortisol ocorreu
pelo método de ELISA (enzyma-linked immunosorbent assay; ELX 800VV –
Universal Microplate Reader, Bio-Tek instuments, USA).
6.4.4.2 Teste de Salto Vertical (Counter Movement Jump – CMJ)
O teste de salto vertical foi realizado utilizando a plataforma de salto Jump
System Pro® desenvolvido para medir o tempo de contato e tempo de vôo. Os
dados foram tratados pelo Software Jump System 1.0, permitindo avaliações e
controle do desempenho da força muscular. Foram realizados 3 saltos verticais
com contramovimento (SVCCM) com as mãos no quadril e com intervalo entre
os saltos de 10 segundos registrando a maior altura atingida.
6.4.4.3 Qualidade Total de Recuperação (QTR)
A Qualidade Total de Recuperação (QTR- Anexo VIII) foi realizado
considerando o quão recuperado o atleta se percebe antes do início da sessão
de treinamento. Corresponde a uma escala numérica de 0 a 10 onde quanto
maior o número, maior a percepção de recuperação do atleta.
46
6.6. Análise Estatística
Todas as variáveis são apresentadas em análise descritiva ou em
frequência conforme a natureza dos dados. A normalidade foi verificada pelo
teste de Kolmogorov–Smirnov adotando o valor de significância de 5% (p<0,05).
O teste t de Student para amostras pareadas foi empregado para comparar a
diferença do momento antes/durante a semana de treinamento para as variáveis
da quantidade e qualidade de sono noturno e diurno. O teste t de Student para
amostras independentes foi realizado para verificar a diferença média das
variáveis tempo de sono noturno, carga interna de treinamento matutino,
qualidade total de recuperação vespertina entre grupos que cochilaram e não
cochilaram. Quando as diferenças apresentavam significância verificou-se o
tamanho do efeito adotando a classificação de Cohen (1988) com os respectivos
valores e descritores: 0.2 (pequeno); 0.5 (médio) e 0.8 (grande). O modelo linear
misto foi utilizado para predizer o efeito dos dias da semana para as variáveis de
carga interna e externa, tempo de sono noturno, diurno e total (24 horas),
qualidade do sono noturno, cortisol salivar, salto vertical e recuperação. Além
disso, propôs verificar o efeito do ambiente de dormir (residentes e não
residentes) no tempo e na qualidade de sono noturno. Ainda, buscou verificar o
efeito da carga interna e externa para o tempo e qualidade do sono noturno. Por
fim propôs analisar o efeito do tempo de sono noturno sobre cortisol salivar, salto
vertical e recuperação. Adotou-se os participantes enquanto efeito aleatório e
para todas as análises foram considerados as estimação da máxima
verossimilhança com as estimativas dos parâmetros. Os dados foram coletados
e analisados pelo pacote estatístico SPSS versão 24.0 para Windows adotando
nível de significância de 5%.
47
7. RESULTADOS
7.1 Caracterização da Amostra
A amostra foi constituída por 20 sujeitos com idade entre 15 a 24 anos em
três grupos de prova: salto em distância (n=10), provas combinadas (n=04) e
provas de meio-fundo/fundo (n=06). Os dados com as características da amostra
são retratados na tabela 4.
Tabela 4 – Caracterização da amostra para os atletas participantes da pré-temporada.
Homens Mulheres Totaln 16 4 20
Idade 18,4 (±2,1) 17,25 (±2,6) 18,2 (±2,1)Estatura (cm) 175,2 (±7,5) 167,2 (±8,8) 173,61 (±21)
Peso (Kg) 65,7 (±9) 53,9 (±8,7) 63,36 (±9,9)
7.2 Carga de Treinamento e Tempo de Sono
A figura 11a e 11b apresenta os valores de carga externa (PL/min) e
interna (UA) dos 4 dias de treinamento analisados.
Figura 11 – Valores da carga externa (A) e interna (B) de treinamento na pré-temporada
O modelo com efeito do tempo para os parâmetros de carga externa com
estimativa demonstrou respectivamente a estimativa de –0,11 (PL/min) (t(73,57)=-
2,36 p=0,02) e de 51,96 (UA) (t(68,36)=2,27 p=0,03).
48
A avaliação do sono no momento anterior demonstrou que, do total da
amostra, 15 (75%) sujeitos apresentavam alteração no padrão do sono antes do
início da pré-temporada com pontuação dos scores iguais ou maiores a 5. Os
componentes com as respostas com menor avaliação foram respectivamente
latência do sono, eficiência do sono e qualidade subjetiva do sono.
A tabela 5 descreve os resultados do tempo e qualidade de sono noturno
e diurno no momento antes e durante a semana de treinamento. Somente o
tempo de sono noturno foi verificado por acelerômetro. Todas as demais
medidas foram informadas pelos atletas através de questionários auto
ministrados e diário de sono.
Tabela 5 – Avaliação do sono antes e durante a semana de treinamento
Tempo de Sono (min)Qualidade do Sono
(u.a.)Sujeitos queCochilaram
Noturno Diurno Noturno Diurno Sim (%) Não (%)Antes 473,0 (±113,8) 67,2 (±41,54) 7,0 (±2,1) 6,6 (±1,8) 12 (60) 08 (40)
Durante 410,2* (±67,8) 62,5 (±47,98) 7,3 (±1,5) 6,5 (±2,2) 18 (90) 02 (10)*Diferença para o momento antes (p<0,05)
Na comparação das médias entre os momentos (antes e durante) os
resultados apresentaram uma diferença em média de 62,78 (±124) minutos de
tempo de sono noturno com t(79)=4,53 p=0,00 com tamanho de efeito médio
(ES:0,5). Para todas as demais comparações as análises não apresentaram
diferença estatisticamente significante (p<0,05). Os dados demonstraram uma
adesão aos episódios de cochilo com 18 (90%) sujeitos cochilando ao menos 1
vez por semana durante a pré-temporada comparado a 12 (60%) sujeitos que o
faziam antes desta.
A tabela 6 apresenta os dados em média e desvio padrão do tempo de
sono noturno, diurno e da quantidade total de sono no período de 24 horas. Os
valores são demonstrados em minutos.
49
Tabela 6 – Tempo de sono noturno, diurno e total durante a semana de treinamento.
Dia 01 Dia 02 Dia 03 Dia 04Média
Semanal
Tempo deSono Noturno
431,2 (±58,5) 430,3 (±49,0) 397,1 (±76,7) 382,1 (±74,2) 410,2* (±67,8)
Tempo deSono Diurno
53,4 (±45,6) 48,4 (±32,6) 95,4 (±62,9) 55,3 (±34,5) 62,5 (±47,9)
Tempo Totalde Sono em
24 horas445,0 (±60,3) 465,1 (±53,9) 433,4 (±77,9) 428,3 (±104,3) 442,9 (±76,5)
*Efeito dos dias da semana de treinamento
O modelo linear misto demonstrou efeito dos dias da semana de
treinamento para o tempo de sono noturno com estimativa de -18,05 minutos por
noite de sono (t(80)=-2,81 p=0,006). Não houve efeito dos dias da semana de
treinamento para as variáveis de tempo de sono diurno com estimativa de 6,95
minutos (t(80)=1,1 p=0,28) e tempo total de sono em 24 horas com estimativa de -
8,18 minutos (t(80)=-1,08 p=0,28)
A figura 12 apresenta a percepção do sono noturno (QSSn) em unidades
arbitrárias (UA) durante os dias da semana de treinamento. O modelo linear
misto demonstrou não haver efeito do tempo (dias) na percepção subjetiva do
sono noturno com estimativa de -0,16 (UA) (t(80)=-1,117 p=0,27).
Figura 12 – Percepção do sono noturno durante a semana de treinamento.
50
O modelo com predição do efeito da carga interna de treinamento não
demonstrou significância sobre o tempo de sono noturno com estimativa de
-0,01 minutos (t(80)=-0,356 p=0,72). O modelo com predição do efeito da carga
externa de treinamento não demonstraram significância sobre as variáveis de
tempo de sono noturno com estimativa de -12,02 minutos (t(80)=-0,860 p=0,39).
Os valores do tempo (min.) e percepção do sono (UA) noturno ao longo
da semana foram descritos na tabela 7 em média e desvio padrão considerando
os ambientes de dormir. Os atletas foram classificados em dois grupos a
depender do ambiente em que dormiam nos dias de treino na pré-temporada em
ambiente habitual (Residentes) e não habitual (Não Residentes).
Tabela 7 – Avaliação do sono em diferentes ambientes de dormir
Tempo de Sono Noturno Percepção da Qualidade do Sono
Residentes (n=07) 428,96 (±80,52) 7,34 (±1,25)
Não Residentes
(n=13)400,11 (±58,33) 7,27 (±1,66)
Grupo Total 410,21 (±67,85) 7,3 (±1,5)
Residentes: atletas que dormiam em ambiente habitual; Não Residentes: atletas que dormiramem ambiente não habitual.
O modelo linear misto com efeito do ambiente de dormir sobre o tempo de
sono noturno não demonstrou significância com estimativa de 28,84 minutos
(t(80)=-1,864 p=0,06) assim como para a percepção da qualidade do sono noturno
com estimativa de -0,07 (UA) (t(80)=-0,198 p=0,84).
51
7.3 Tempo de Sono Noturno, Análise Hormonal, Desempenho e
Recuperação.
A tabela 8 apresenta os valores de tempo de sono noturno (TSn), tempo
de sono total em 24 horas (Asleep) e as variáveis de cortisol salivar (Cs), salto
vertical com contramovimento (SVCCM) e qualidade total de recuperação
matutina (QTR_m) durante a semana de treinamento.
Tabela 8 - Sono noturno, estresse, desempenho e recuperação na semana de treinamento.
Dia 01 Dia 02 Dia 03 Dia 04Média
Semanal
Cs (mmol) 2,5 (±1,0) 2,1 (±1,5) 2,0 (±1,0) 1,8 (±0,9) 2,1 (±1,1)*
SVCCM (cm) 37,0 (±6,4) 37,8 (±6,6) 37,3 (±6,6) 38,7 (±7,3) 37,7 (±6,6)
QTR_m (UA) 3,7 (±1,4) 3,1 (±0,9) 3,5 (±1,4) 4,7 (±2,0) 3,8 (±1,6)*
*Efeito dos dias da semana de treinamento (p<0,05)
O modelo linear misto demonstrou efeito dos dias de treino na pré-
temporada nos valores de concentração do cortisol salivar com estimativa de -
0,24mmol (t(80)=-2,106 p=0,03). Ainda, não foi verificado o efeito do tempo de
sono noturno sobre a concentração de cortisol salivar (t(80)=0,647 p=0,52) com
estimativa de 0,001mmol assim como para o tempo de sono total em 24 horas
(t(80)=1,001 p=0,32) com estimativa de 0,001mmol.
Em relação a variável de desempenho motor, o modelo linear misto não
demonstrou efeito dos dias de treinamento na pré-temporada sobre os
resultados do teste de salto vertical com contramovimento com estimativa de
0,46cm (t(80)=0,702 p=0,485).
Por outro lado, o modelo linear misto demonstrou efeito dos dias de
treinamento na qualidade total de recuperação matutina (t (80)=2,296 p=0,02) com
estimativa de 0,36 (UA) arbitrárias. Ainda, o modelo estatístico não demonstrou
52
significância do tempo de sono noturno sobre a qualidade total de recuperação
matutina (t(80)=0,922 p=0,36), com estimativa de 0,002 (UA), assim como para o
tempo de sono total em 24 horas (t(80)=1,456 p=0,15) com estimativa de -0,003
unidades arbitrárias.
7.4 Tempo de Sono Diurno e Qualidade Total de Recuperação
A tabela 9 apresenta a frequência (porcentagem) dos indivíduos que não
cochilaram ou que cochilaram (1, 2, 3 ou 4 dias) durante a semana de
treinamento.
Tabela 9 – Frequência de cochilo durante a semana de treinamento.
Não
Cochilaram
(%)
Cochilaram
1 dia (%)
Cochilaram
2 dias (%)
Cochilaram
3 dias (%)
Cochilaram
4 dias (%)
Grupo Total
(n=20)2 (10) 2 (10) 5 (25) 7 (35) 4 (20)
A análise demonstrou que apenas 2 (10%) indivíduos não cochilaram
durante a semana de treinamento. Do total de atletas que cochilaram, 11 (55%)
o fizeram numa frequência acima de 2 vezes por semana e 7 (35%) igual ou
abaixo desta.
A tabela 10 apresenta os valores com média e desvio padrão do tempo de
sono noturno anterior ao episódio do cochilo (min.), da carga interna de
treinamento matutina (UA), da qualidade total de recuperação vespertina (UA) e
do tempo de sono diurno (min.) de acordo com os episódios de cochilo e não
cochilo.
Tabela 10 – Sono diurno, carga de treino e recuperação.
53
Tempo de
Sono
Noturno
Carga Interna de
Treinamento
Matutino
Qualidade
Total de
Recuperação
Tempo de
Sono
Diurno
Cochilou
Sim409,8 (±73,6)
325,4 (±199,6)5,9* (±2,1) 62,5 (±47,9)
Não410,8 (±58,6)
247,2 (±170,6)3,8 (±2)
-----
Grupo Total 410,2 (±67,8) 295,1 (±191,6)5,1 (±2,3) 62,5 (±47,9)
*Diferença para a comparação inter grupos (p<0,05)
O modelo linear misto com efeito dos dias de treino na pré-temporada
sobre o tempo de sono diurno não demonstrou um aumento da quantidade de
sono diurno ao longo da semana (t(49)=1,1 p=0,28), com estimativa de 6,95
minutos.
A análise da comparação das médias de tempo de sono noturno inter
grupos não demonstrou significância com diferença média de -0,96 minutos
(t(78)=-0,062 p=0,95) para os que cochilaram em relação aos seus pares opostos.
A análise da comparação das médias da carga interna de treinamento
intergrupos não demonstrou significância com diferença média de 78,17(UA)
(t(78)=1,082 p=0,07) para os que cochilaram em relação aos seus pares opostos.
A análise da comparação das médias da qualidade total de recuperação
vespertina intergrupos demonstrou significância (t(78)=4,42 p=0,0001) com
diferença média de 2,12(UA) para os que cochilaram em relação aos seus pares
opostos com tamanho de efeito grande (ES:1,01).
54
8 DISCUSSÃO
O presente trabalho propôs investigar o efeito da carga de treino no
tempo de sono durante uma semana de treinamento na pré-temporada em
jovens praticantes de atletismo e sua influência no cortisol salivar, SVCCM e na
QTR durante os dias de treinamento. Os principais resultados encontrados
foram: i) não houve efeito da carga de treino no tempo de sono; ii) as sonecas
diurnas demonstraram ser uma importante estratégia para melhora da qualidade
subjetiva de recuperação; iii) o tempo de sono noturno reduziu
significativamente durante a semana de treinamento, entretanto as sonecas
diurnas suplementaram a quantidade de sono num período de 24 horas e iv) o
tempo de sono noturno e total não influenciaram as variáveis hormonais (Cs), de
desempenho (SVCCM) e recuperação (escala QTR). Ao contrário da hipótese
inicial da pesquisa, a carga de treinamento não foi responsável em reduzir o
tempo de sono dos atletas durante a semana de pré-temporada.
Alguns estudos têm demonstrado resultados antagônicos no que
pressupõem o efeito das cargas de treino sobre o sono. A duração do sono foi
reduzido em atletas de ciclismo quando submetidos a períodos de intensificação
das cargas de treino (TENG et al., 2011). Alterações negativas no tempo de
cama, tempo de dormir, tempo de despertares noturno e eficiência do sono
noturno foram evidenciadas em atletas de rugby potencialmente devido às
intensificações das cargas de treino (THORNTON et al., 2016). Por sua vez as
cargas de treino demonstraram efeito positivo nos parâmetros do sono com
horário de deitar mais cedo, maior quantidade de tempo do sono noturno e
aumento da eficiência do sono (DELANEY et al., 2017).
Em nosso trabalho a duração do sono noturno apresentou uma redução
significativa no decorrer dos dias da semana de treinamento. A média do tempo
de sono noturno durante a semana foi significativamente menor em comparação
com o ao momento anterior a esta. Entretanto as cargas de treinamento não
foram responsáveis por este resultado.
Possivelmente dado as baixas magnitudes dos esforços percebidos -
descritores da PSE da sessão variando entre “fácil” e “um pouco forte” – as
intensidades das sessões de treinamento não foram suficiente ao ponto de
provocar efeito negativo sobre o sono. Este entendimento é corroborado ao
55
observar a redução dos valores da concentração do cortisol salivar e aumento
da qualidade total de recuperação matutina durante a semana de treinamento
não demonstrando um alto nível de estresse imputado ao organismo.
Adicionalmente, a quantidade de dias em que os atletas foram
submetidos ao treinamento (4 dias) foi menor em comparação aos estudos
supracitados (de até 13 dias). Essa condição pode demonstrar um efeito crônico
entre carga de treino e sono o que pode não ser observado com o tempo de
treino dos atletas no presente estudo. Ainda, as pesquisas realizadas até então
não demonstraram qualquer medida de percepção de esforço ou de carga
interna, apresentando somente parâmetros de carga externa - distância total
percorrida, relação aceleração-desaceleração e deslocamento em alta
velocidade – limitando a discussão frente aos dados do trabalho.
A redução da duração do sono têm sido associado diretamente ao
prejuízo do desempenho em atletas de elite. Em contrapartida períodos curtos
de tempo de sono ou cochilos durante o dia podem vir a ser úteis para atender
as necessidades fisiológicas provocadas pelo débito de sono contribuindo para a
manutenção do estado de alerta e desempenho das atividades da vigília
(TAKAHASHI; KAIDA 2006). Uma vez que atletas estão expostos a diversos
fatores associados ao prejuízo ao sono (PETIT et al, 2014) têm se postulado que
as sonecas diurnas podem vir a beneficiar a recuperação dos atletas (HALSON
2014).
Contudo poucos estudos investigaram o efeito do cochilo em atletas de
elite e parte desse entendimento deve-se a extrapolação dos resultados em
pesquisas realizadas com trabalhadores de troca de turno, equipe médica,
motorista ou pilotos (WATERHOUSE et al., 2007; O’DONNELL et al., 2018). Os
trabalhos conduzidos com atletas verificaram a influência das cargas de treino e
do tempo de sono noturno na adesão dos indivíduos ao cochilo (DELANEY et
al., 2017; THORNTON et al., 2016; SARGENT et al., 2014).
Em nosso trabalho houve um aumento de 30% dos indivíduos (n=18) que
passaram a cochilar durante a semana de treinamento comparado ao período
anterior (n=12). Este resultado não ocorreu em razão do débito do sono noturno
ou da carga de treino matutina. Um fator preponderante a se considerar sobre a
decisão do cochilo diz respeito ao volume do treinamento.
56
Atletas eram habituados a realizar 1 sessão de treino diária ou sessões
em dias intercalados. O modelo de treinamento proposto na pré-temporada os
atletas realizavam 2 sessões de treino por dia durante a semana.
Provavelmente, essa modificação da estrutura do treino com maior frequência
semanal tenha gerado um acúmulo de fadiga e pode ter sido determinante para
os indivíduos cochilarem.
O efeito do cochilo depende da atividade desempenhada anteriormente,
do momento do dia em que se pratica e do tempo despendido (MEUR et al.,
2013). Atletas que cochilaram apresentaram maior percepção do estado de
recuperação em comparação aos seus pares opostos. Este resultado esta de
acordo com a hipótese apresentada. Dormir diurnamente demonstrou benefícios
para os atletas, podendo, portanto, ser recomendável como estratégia de
recuperação em períodos do treinamento com duas sessões diárias.
Por conseguinte, nosso trabalho propôs verificar o efeito do tempo de
sono noturno e tempo de sono no período de 24 horas nas variáveis hormonais,
de desempenho e recuperação matutina. Atletas privados de dormirem
apresentaram aumento da concentração de cortisol na primeira metade da noite
e durante o dia em comparação com os que dormiram normalmente (WRIGTH et
al., 2015). Além disso, baixa quantidade de sono noturno esta associado com
altos índices de fadiga pré treino (SARGENTt et al., 2014).
Nossos resultados demonstraram efeito dos dias de treinamento na pré-
temporada para cortisol salivar e recuperação matutina. Níveis de concentração
do cortisol salivar reduziram significantemente ao instante que a qualidade de
recuperação matutina aumentou durante a semana de treinamento. Entretanto
para essas variáveis, verificou-se que o tempo de sono noturno e o tempo de
sono num período de 24h não foram capazes de influenciar seus valores.
Para o presente estudo é possível apresentar algumas limitações: i)
amostragem por conveniência (não aleatória); ii) uso de medidas subjetivas para
o sono diurno e iii) Diferentes instrumentos para medida da duração do sono
(objetivos e subjetivos) tornando a medida do tempo total problemática.
57
9. CONCLUSÃO
O tempo de sono noturno apresenta redução durante a semana de
treinamento, embora essa redução não esteja atrelada ao aos valores da carga
de treino e do ambiente de dormir.
Indivíduos que cochilam apresentam maiores valores nas respostas
perceptuais de recuperação demonstrando que as sonecas diurnas podem vir a
ser uma interessante estratégia de recuperação durante treinamento com
volume elevado.
Por fim o tempo de sono noturno e o tempo de sono num período de 24
horas não influenciam as variáveis hormonais, de desempenho e recuperação
dos atletas durante a pré-temporada de treinamento.
58
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73
LISTA DE ANEXOS
ANEXO I – Orientações do 2º Camping de Treinamento de Atletismo da UFRN-
FNA.
ANEXO II - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
ANEXO III - Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE).
ANEXO IV - Percepção Subjetiva de Esforço.
ANEXO V - Questionário de Índice de Qualidade do Sono Pittsburgh (PSQI)
ANEXO VI - Diário de Sono
ANEXO VII - Diário de Cochilo
ANEXO VIII - Qualidade Total de Recuperação (QTR)
74
ANEXO I
ORIENTAÇÕES
2º CAMPING DE TREINAMENTO DE
ATLETISMO DA UFRN-FNA
Natal, 28 de janeiro a 1º de
fevereiro de 2019.
1- O 2º CAMPING DE TREINAMENTO DE ATLETISMO DA UFRN-FNA
pretende reunir, na pista de atletismo do campus da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (UFRN), atletas jovens que praticam atletismo na
região Nordeste do Brasil, propiciando uma semana de treinamentos em
dois turnos (manhã/tarde) durante as férias escolares de janeiro, orientados
por treinadores experientes em algumas provas do atletismo: salto em
distância, provas combinadas e corridas de longa distância de 5 e
10km.
2- Na ocasião serão realizadas pesquisas envolvendo os atletas participantes
com o objetivo de verificar as cargas de treinamento nos aspectos
psicológicos e fisiológicos. Para tanto sugere-se para efeito de
padronização do trabalho a aplicação das cargas de treino conforme
demonstrado na tabela abaixo:
Dias/
TurnosSegunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira
Manhã
Carga de
Treino Fácil
(PSE – sessão
2)
Carga de
Treino Fácil
(PSE –
sessão 2)
Carga de Treino
Fácil
(PSE – sessão
2)
Carga de
Treino Fácil
(PSE –
sessão 2)
Carga de
Treino Fácil
(PSE – sessão
2)
Tarde
Carga de
Treino Difícil
(PSE – sessão
5/6)
Carga de
Treino Fácil
(PSE –
sessão 2)
Carga de Treino
Muito Difícil
(PSE – sessão
7/8/9)
Carga de
Treino Fácil
(PSE –
sessão 2)
Carga de
Treino Máxima
Carga de
Treino Difícil
(PSE – sessão
10)
75
3- Será um evento para atletas e seus treinadores nas respectivas atividades
em grupos de provas.
4- Os treinadores responsáveis técnicos pelos grupos de provas deverão
explicar como adequar os métodos de treinamento aos atletas para que as
sessões de treino produzam adaptações mais significativas.
5- O custo das despesas será individual, ficando apenas a carga da comissão
organizadora do evento o alojamento (CAIC), transporte local e alimentação
(almoço/jantar).
6- Não haverá remuneração de qualquer espécie para os participantes
(atletas e treinadores) assim como não será cobrado nenhuma taxa de
participação.
7- Haverá um grupo de estagiários do Curso de Fisioterapia da UFRN por
turno (manhã e tarde) atuando na prevenção e tratamento de lesões.
8- Os atletas participantes deverão assinar o documento em anexo
acompanhado deste:
8.1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) – Para sujeitos
maiores de 18 anos ou represente legal;
8.2. Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) – Somente para
sujeitos menores de 18 anos.
9- As inscrições estarão encerradas no final da 1º quinzena de janeiro/2019.
10- Dúvidas entrar em contato pelo e-mail cadastrado.
76
ANEXO II
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)EsclarecimentosEstamos solicitando a você a autorização para que o menor para qual você éresponsável participe da pesquisa: EFEITO DA CARGA DE TREINAMENTO NOCOMPORTAMENTO DO SONO E SUA INFLUÊNCIA NAS VARIÁVEIS DEFADIGA, DESEMPENHO E RECUPERAÇÃO EM ATLETAS DURANTEPERÍODO DE PRÉ-TEMPORADA que tem como pesquisador responsável oprofessor Dr. Arnaldo Luis Mortatti. Esta pesquisa pretende analisar a influênciadas cargas de treinamento no comportamento do sono em jovens atletas duranteperíodos de treinamentos. O motivo que nos leva a fazer este estudo écompreender se as cargas de treino poderão interferir no comportamento dosono e assim, permitir que treinadores e atletas melhorem as condições detreinamento para melhor proveito. Caso você decida autorizar, os jovens serãosubmetidos a uma avaliação das atividades de treinamento e do padrão do sonotanto pelo uso de questionários, quanto pelo uso de um dispositivo externo (tiporelógio) que irá medir a frequência, volume e intensidade de treinamento e docomportamento do sono, como também teste físico (salto vertical) e hormonal(coleta de saliva para posterior análise do hormônio cortisol). É importante saberque durante a realização de qualquer tipo de teste de esforço (testes físicos),existe uma rara possibilidade de o atleta apresentar mudanças anormais depressão arterial, arritmias, desmaios, tonturas e em raríssimas situações ataquecardíaco e morte. Estas situações são extremas e incomuns, principalmenteporque todos os testes físicos são de intensidade igual ou pouco superior àsatividades exercidas durante os treinamentos diários realizados pelos atletas.Porém, caso ocorra algum tipo de anormalidade, o procedimento adotado seráde monitorar o nível de desconforto e permitir um intervalo de descanso maior,além de ser disponibilizada toda a assistência necessária no caso de incidentedurante os testes. Quanto à aplicação dos questionários, verificação de peso ealtura e a avaliação de composição corporal e a coleta de saliva, não há riscoprevisto para os procedimentos, sem riscos ou prejuízo a saúde. Informamosque os dados coletados serão únicos e exclusivos para publicação científica epara apresentação de congressos, garantindo a privacidade dos participantes,como também nenhuma despesa ou gratificação financeira será pedida aosparticipantes. Durante todo o período de pesquisa, você poderá tirar quaisquerdúvidas ligando para Prof. Arnaldo Luis Mortatti (84) 996068885 e parapesquisador assistente Prof. Flávio Aurélio Fernandes Soares (85) 9-9228-0966ou pelo e-mail: [email protected] ou [email protected]. Você tem odireito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhumprejuízo para você ou para o atleta. Esses dados serão guardados pelopesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um períodode 5 anos. Se você tiver alguns gastos pela sua participação nessa pesquisa,eles serão assumidos pelo pesquisador e reembolsado para vocês. Se vocêsofrer qualquer dano decorrente desta pesquisa, sendo ele imediato ou tardio,previsto ou não, você será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para oComitê de Ética em Pesquisa – instituição que avalia a ética das pesquisasantes que elas comecem e fornece proteção aos participantes das mesmas – daUniversidade Federal do Rio Grande do Norte, nos telefones (84) 3215-3135 /
77
(84) 9.9193.6266, e através do e-mail [email protected] ou pelo formuláriode contato do site www.cep.propesq.ufrn.br. Você ainda pode ir pessoalmente àsede do CEP, de segunda a sexta, das 08:00h às 12:00h e das 14:00h às18:00h, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Campus Central.Lagoa Nova. Natal/RN.CEP 59078-970. Este documento foi impresso em duasvias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável Prof. Dr.Arnaldo Luis Mortatti.
_____________________ _____________________Prof. Dr Arnaldo Luis Mortatti Rubrica do Responsável
pelo Adolescente
Pesquisador responsável: Arnaldo Luis Mortatti – Rua Francisco Simplício, 145 ap.1302. Natal-RN.
E-mail:[email protected] / Contato: (84) 996068885
Consentimento Livre e Esclarecido
Eu,_____________________________________________________________representante legal do menor____________________________________________, autorizo suaparticipação na pesquisa EFEITO DA CARGA DE TREINAMENTO NOCOMPORTAMENTO DO SONO E SUA INFLUÊNCIA NAS VARIÁVEIS DEFADIGA, DESEMPENHO E RECUPERAÇÃO EM ATLETAS DURANTEPERÍODO DE PRÉ-TEMPORADA. Esta autorização foi concedida após osesclarecimentos que recebi sobre os objetivos, importância e o modo como osdados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos e benefíciosque essa pesquisa pode trazer para ele(a) e também por ter compreendido todosos direitos que ele(a) terá como participante e eu como seu representante legal.Autorizo, ainda, a publicação das informações fornecidas por ele(a) emcongressos e/ou publicações científicas, desde que os dados apresentados nãopossam identificá-lo(a).
Natal ___ de _________ de 20___
___________________________________Assinatura do representante legal
Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisador responsável pelo estudo EFEITO DA CARGA DETREINAMENTO NO COMPORTAMENTO DO SONO E SUA INFLUÊNCIA NASVARIÁVEIS DE FADIGA, DESEMPENHO E RECUPERAÇÃO EM ATLETASDURANTE PERÍODO DE PRÉ-TEMPORADA declaro que assumo a inteiraresponsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e
78
direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo,assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumidoestarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 doConselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendoo ser humano.
Natal ___ de _________ de 20____
_______________________
Prof. Dr. Arnaldo Luis Mortatti
_______________________ _____________________________Rubrica do pesquisador Rubrica do responsável pelo adolescente
Pesquisador responsável: Arnaldo Luis Mortatti – Rua Francisco Simplício, 145 ap.1302. Natal-RN.
E-mail:[email protected] / Contato: (84) 996068885
79
ANEXO III
TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)
Você está sendo convidado a participar da pesquisa EFEITO DA CARGA DETREINAMENTO NO COMPORTAMENTO DO SONO E SUA INFLUÊNCIA NASVARIÁVEIS DE FADIGA, DESEMPENHO E RECUPERAÇÃO EM ATLETASDURANTE PERÍODO DE PRÉ-TEMPORADA coordenada pelo professor Dr.Arnaldo Luis Mortatti (85) 996068885 e pelo prof. Flávio Aurélio FernandesSoares (85) 992280966. Seus pais permitiram que você participasse!Queremos saber nesta pesquisa qual a influência do comportamento do sono notreinamento em atletas adolescentes durante períodos de treinamentos ecompetições. O motivo que nos leva a fazer este estudo é compreender se ocomportamento do sono poderá interferir no esforço percebido por você duranteos treinamentos e assim, permitir que o treinador e atletas melhorem ascondições de treinamento para melhor proveito. Você só precisa participar dapesquisa se quiser, é um direito seu e não terá nenhum problema de desistir. Osadolescentes que irão participar desta pesquisa têm de 13 a 18 anos de idade. Apesquisa será feita na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),onde os adolescentes serão submetidos a uma avaliação das atividades detreinamento e do padrão do sono tanto por questionários, quanto pelo uso de umdispositivo externo (tipo relógio) que irá medir a frequência, volume e intensidadede treinamento e do comportamento do sono, como também testes físicos (saltovertical, arremessos e testes de velocidade) e hormonais (cortisol etestosterona). Durante a realização dos testes físicos a previsão de risco émínima, ou seja, o risco é semelhante ao desconforto causado pela prática deexercício físico e, caso ocorra, o procedimento adotado será de monitorar o nívelde desconforto e permitir um intervalo de descanso maior. As aplicações dosquestionários não implicarão em nenhum risco significativo. Caso aconteça algoerrado, você pode nos procurar pelos telefones que tem no começo do texto.Mas há coisas boas que podem acontecer como, por exemplo, a oportunidadede adotar um comportamento do padrão de sono que favoreça o seudesempenho esportivo por meio de uma recuperação eficaz e eficiente, comotambém conscientizar a importância do mesmo, evitando assim distúrbios dosono e/ou interrupções parciais ou totais no seu sono. Ninguém saberá que vocêestá participando da pesquisa; não falaremos a outras pessoas, nem daremos aestranhos as informações que você nos der. Os resultados da pesquisa vão serpublicados na dissertação final do programa de mestrado e em trabalhos econgressos científicos sem identificar as crianças que participaram.
CONSENTIMENTO PÓS INFORMADO
Eu ___________________________________ aceito participar da pesquisaEFEITO DA CARGA DE TREINAMENTO NO COMPORTAMENTO DO SONO ESUA INFLUÊNCIA NAS VARIÁVEIS DE FADIGA, DESEMPENHO ERECUPERAÇÃO EM ATLETAS DURANTE PERÍODO DE PRÉ-TEMPORADAEntendi as coisas ruins e as coisas boas que podem acontecer. Entendi queposso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso dizer “não”e desistir e que ninguém vai ficar com raiva de mim. Os pesquisadores tiraramminhas dúvidas e conversaram com os meus responsáveis. Recebi uma viadeste termo de assentimento. A outra via ficará com o pesquisador responsável
80
(Prof. Arnaldo Luis Mortatti). Li o documento e concordo em participar dapesquisa.
Natal, ____de _________de 20____.
______________________ ______________________Assinatura do menor Assinatura do Pesquisador
81
ANEXO IV
PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO
Como foi a sua sessão de treinamento?
TAXA DESCRIÇÃO
0 Repouso
1 Muito, Muito Fácil
2 Fácil
3 Moderado
4 Um Pouco Difícil
5 Difícil
6 Difícil
7 Muito Difícil
8 Muito Difícil
9 Muito Difícil
10 Máximo
82
ANEXO VQuestionário de Índice de Qualidade do Sono Pittsburgh (PSQI)
As questões a seguir são referentes aos hábitos de sono apenas durante o mês
passado. Suas respostas devem indicar o mais corretamente possível o que aconteceu
na maioria dos dias e noites do mês passado. Por favor, responde a todas as questões
1. Durante o mês passado, à que horas você foi deitar à noite na maioria das vezes?
2. Durante o mês passado, quanto tempo (em minutos) você demorou a pegar no sono na maioria
das vezes?
3. Durante o mês passado, a que horas você acordou de manhã na maioria das vezes?
4. Durante o mês passado, quantas horas de sono por noite você dormiu? (pode ser diferente do
número de horas que você ficou na cama)?
5. Durante o mês passado,
quantas vezes você teve
problemas para dormir por
causa de:
Nenhuma vez Menos de uma
vez por semana
Uma ou duas
vezes por
semana
Três vezes
por
semana
ou mais
a. Demorar mais de 30
minutos para pegar no sono
b. Acordar no meio da noite ou
de manhã muito cedoc. Levantar-se para ir ao
banheirod. Ter dificuldade para respirar
e. Tossir ou roncar muito alto
f. Sentir muito frio
g. Sentir muito calor
h. Sentir dores
i. Ter sonhos ruins ou
pesadelosj. Outra razão, por favor,
descreva quantas vezes você
teve problemas para dormir
por esta razão durante o mês
passado?6. Durante o mês passado,
você tomou algum remédio
para dormir, receitado pelo
médico, ou indicado por outra
pessoa (farmacêutico, amigo,
familiar mesmo por sua
conta?)7. Durante o mês passado,
83
você teve problemas para ficar
acordado enquanto estava
dirigindo, fazendo suas
refeições ou participando de
qualquer outra atividade social,
quantas vezes isso
aconteceu?8. Durante o mês passado,
você sentiu indisposição ou
falta de entusiasmo para
realizar suas atividades
diárias?9. Durante o mês passado,
como você classificaria a
qualidade do seu sono?
Muito boa Razoavelmente
boa
Razoavelmente
ruim
Muito
ruim
Buysse DJ, Reynolds CF 3rd, Monk TH, Berman SR, Kupfer DJ. The Pittsburgh SleepQuality Index: a new instrument for psychiatric practice and research. PsychiatryRes. 1989;28(2):193-213. Bertolazi AN, Fagondes SC, Hoff LS, Dartora EG, Miozzo IC,de Barba ME, et al. Validation of the Brazilian Portuguese version of the Pittsburgh SleepQuality Index. Sleep Med. 201;12(1):70-5.
ANEXO VIDiário de Sono
NOME:
84
DIAHORÁRIO
DE DEITARHORÁRIO DELEVANTAR
TEMPO PARAADORMECER
QUANTASVEZES
ACORDOUDURANTE ANOITE APÓSO INÍCIO DO
SONO
QUALNOTA
ATRIBUIAO SEU
SONO (0 A10)
QUEATIVIDADE
VOCÊ FEZ 1hANTES DEDEITAR?
Domingo __h__min __h__min __minSegunda __h__min __h__min __min
Terça __h__min __h__min __minQuarta __h__min __h__min __minQuinta __h__min __h__min __min
Sexta __h__min __h__min __min
ANEXO VIIDiário de Cochilo
NOME
85
COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ DORMEDIURNAMENTE?
NORMALMENTE QUANTO TEMPODURA O SEU COCHILO?
( )Todos os dias dasemana [5 dias
por semana]
( )Algunsdias dasemana[De 3 a 4dias porsemana]
( )Poucosdias dasemana
[De 1 a 2dias porsemana]
( )Nenhumdia da
semana
DIA
Você cochilou hoje? Quantotempo (emminutos)
durou seucochilohoje?
Numa escala de0 a 10 qual o
tanto que vocêsentiu-se
descansadoapós o cochilo?
Neste momentovocê se sente
cansado?Sim Não
SegundaTerçaQuartaQuintaSexta
ANEXO VIIIQualidade Total de Recuperação (QTR)
86
TAXA Descrição
0 Nenhuma Recuperação
1 Muito Pouca Recuperação
2 Pouca Recuperação
3 Recuperação Moderada
4 Boa Recuperação
5 Muito Boa Recuperação
6
7 Muito, Muito Boa Recuperação.
8
9
10 Totalmente Recuperado