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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
ANÁLISE DE CONJUNTURA 2º TRIMESTRE 2015
EDIÇÃO ELETRÓNICA
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Análise de conjuntura elaborada com informação até 26-06-15
(com exceção do editorial, que inclui informação mais recente)
embora com informação posterior no Editorail
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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Índice de Assuntos
EDITORIAL ................................................................................................................... 4
1. ENQUADRAMENTO ................................................................................................... 6
1.1 Enquadramento internacional ....................................................................................... 6
1.2 Enquadramento nacional ............................................................................................. 7
2. ATIVIDADE ECONÓMICA GLOBAL .......................................................................... 10
2.1 Evolução recente do PIB e de outros indicadores de atividade ....................................... 10
2.2 Projeções macroeconómicas nacionais e internacionais ................................................. 14
2.3 Constituições, dissoluções e insolvências de empresas .................................................. 19
3. INTERNACIONALIZAÇÃO ....................................................................................... 21
3.1 Comércio internacional .............................................................................................. 21
3.1.1 Comércio internacional de bens ............................................................................... 21
3.1.2 Comércio internacional de serviços .......................................................................... 27
3.1.3 Balança de bens e serviços ..................................................................................... 28
3.1.4 Termos de troca de bens e de serviços ..................................................................... 29
3.2 Investimento direto .................................................................................................. 30
4. FINANCIAMENTO ................................................................................................... 31
4.1 Taxas de juro ........................................................................................................... 31
4.2 Crédito bancário ....................................................................................................... 33
4.3 Mercado de capitais .................................................................................................. 35
5. MERCADO DE TRABALHO ....................................................................................... 36
6. CUSTOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS .......................................................................... 38
7. CUSTOS DA ENERGIA ............................................................................................. 39
7.1 Eletricidade .............................................................................................................. 39
7.2 Gás natural .............................................................................................................. 40
7.3 Combustíveis ........................................................................................................... 40
8. COMPETITIVIDADE PELOS PREÇOS E PELOS CUSTOS LABORAIS .......................................... 42
8.1 Competitividade pelos preços: câmbios e inflação......................................................... 42
8.2 Competitividade pelos custos laborais ......................................................................... 44
9. AJUSTAMENTO DA ECONOMIA PORTUGUESA ........................................................ 45
9.1 Equilíbrio externo ..................................................................................................... 45
9.2 Endividamento ......................................................................................................... 45
9.3 Contas públicas ........................................................................................................ 46
FICHA TÉCNICA
Propriedade
CIP - Confederação
Empresarial
de Portugal
Praça das Indústrias
1300-307 LISBOA
Diretor
João Costa Pinto
Edição
CIP - Departamento de
Assuntos Económicos
Coordenação Pedro Capucho
Redação
Rui Madaleno
Lurdes Fonseca
Nuno Torres
Sede de Redação
CIP - Confederação
Empresarial
de Portugal
Praça das Indústrias
1300-307 LISBOA
NIF 500 835 934
Design Gráfico
Mariana Barros
Periodicidade
Trimestral
ISSN
2183-198X
Registo na ERC 117830
É autorizada a
reprodução dos
trabalhos publicados,
desde que citada a
fonte e informada
a direção da revista.
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
EDITORIAL
1. No momento em que este terceiro número da Envolvente Empresarial é publicado, o
enquadramento internacional da Economia Portuguesa é sobretudo marcado por dois
acontecimentos com implicações complexas e de avaliação difícil:
. O Acordo Nuclear com o Irão, para além do impacto sobre os mercados do
petróleo e do gás – como sabemos cruciais para a Economia da Área Euro – pode
contribuir para a abertura da Economia Iraniana às exportações das nossas
empresas.
Abertura que poderá atenuar o efeito negativo do fecho do mercado russo que se
verificou na sequência da imposição das sanções;
. Por sua vez, a Europa do Euro ofereceu à Grécia um novo Resgate, contra a
adoção de um novo e muito exigente pacote de austeridade.
Para além das implicações políticas e económicas deste Acordo – que não resolve os
problemas estruturais com que a Economia grega se debate – a Europa do Euro
procura sobretudo ganhar tempo e evitar que um default grego possa desestabilizar
os mercados financeiros europeus. Teremos de aguardar para avaliar com alguma
objetividade se este objetivo foi de facto alcançado.
Para além destes acontecimentos, a situação na Área Euro continua marcada pelas
intervenções maciças do BCE através do seu Programa de Aquisição de Ativos
(QE). Este mantém sob pressão, tanto as taxas de juro que continuam em níveis
historicamente baixos, como o valor externo do Euro – Taxa de Câmbio – em relação ao
dólar. Evolução que, como se sabe, favorece o relançamento económico na Área Euro.
2. Entretanto, no primeiro trimestre, a nossa Economia acelerou um pouco o movimento de
retoma, como reflexo de uma evolução favorável das exportações e do investimento
(FBCF). Embora a atividade económica se mantenha abaixo do nível pré-crise, trata-se de
um comportamento favorável que reflete a retoma lenta da Economia da Área Euro.
A taxa de desemprego parece ter estabilizado, depois da descida verificada em 2014 e
no primeiro trimestre de 2015. Esta mantém-se elevada, quer entre os jovens – cerca de
34% - quer no que se refere aos desempregados de longa duração, que se mantém
entre os 8% e os 9%.
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Será claramente necessário acelerar a retoma para melhorar de forma visível a situação
do desemprego. Questão crucial tanto de um ponto de vista económico, como social.
João Costa Pinto
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1. ENQUADRAMENTO
1.1 Enquadramento internacional
No dia 20 de abril de 2015, o Conselho Europeu adotou um regulamento com vista a aumentar
a reserva de capital disponível para os Fundos Europeus de Investimento (alternativo) a
Longo Prazo (ELTIF, na sigla inglesa), com vista a remover os obstáculos ao investimento a
longo prazo, nomeadamente em projetos de infraestruturas. Os ELTIF concentrar-se-ão apenas
em investimentos alternativos em classes de ativos cujo êxito implica um compromisso de longo
prazo por parte dos investidores, incluindo empresas não cotadas que emitam capital próprio;
instrumentos de dívida para os quais não existam compradores facilmente identificáveis; ativos
reais que necessitem de uma quantidade significativa de capital inicial; e PME admitidas à
negociação num mercado regulamentado ou num sistema de negociação multilateral.
No dia 22 de abril, Banco Europeu de Investimento anunciou os primeiros quatro projetos
financiados (300 M€ de apoio a quatro diferentes setores e países) através do Plano de
Investimento para a Europa, funcionando como exemplos de investimentos que o novo
Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE) pode apoiar no futuro próximo.
E começando desde já a de modo a alavancar o financiamento do setor privado.
No final de maio de 2015, a Presidência letã do Conselho e o Parlamento Europeu chegaram a
um acordo provisório sobre o FEIE, que tem como objetivo estimular a economia europeia.
Em maio foi publicado pela Comissão Europeia o relatório de envelhecimento demográfico The
2015 Ageing Report, que inclui projeções demográficas, económicas e orçamentais de longo
prazo (até 2060) para os países da UE 28 mais a Noruega.1
No mesmo mês, foi publicado o relatório Innovation Union Scoreboard 2015, onde
Portugal permanece como inovador moderado, mas com uma melhoria ligeira do desempenho
relativo face à UE (72.6% em 2014, face a 72.2% em 2013), após três anos de deterioração
significativa face ao máximo registado em 2010 (78.5%).
Também em maio, destaca-se a adoção, pela Comissão, do Programa Better Regulation, um
conjunto de reformas que visa aumentar a visibilidade, transparência, coerência e eficiência do
processo legislativo europeu.
1 No caso de Portugal, prevê-se: um recuo da população de 10.5 milhões em 2013 para 8.2 milhões em 2060; uma descida da percentagem da população em idade ativa (15 a 65 anos) de 65.7% para 54.1%; um aumento do crescimento potencial do PIB de -0.7% em 2013 para 1.7% em 2020, mas caindo depois para próximo de 0.8% até
2060. Em termos orçamentais, o cenário base aponta para um aumento do peso da despesa com pensões de 13.8% do PIB em 2013 até 15.0% em 2030, seguido de uma queda até 13.1% em 2060, enquanto na saúde é apontada uma subida ininterrupta de 6.0% do PIB em 2013 para 8.5% em 2060; na educação, espera-se uma redução do peso no PIB
de 5.2% em 2013 para 3.9% em 2035, seguida de uma descida gradual para valores em torno de 4.2% até 2060.
Fundos europeus
de investimento
(alternativo) a
longo prazo
The 2015 Ageing
Report publicado
Portugal recupera
no desempenho
relativo de
inovação em 2014
Acordo provisório
sobre o FEEI
Primeiros projetos
do Plano de
Investimento para
a Europa via BEI
http://www.consilium.europa.eu/pt/press/press-releases/2015/04/20-long-term-investment-funds/http://www.consilium.europa.eu/pt/press/press-releases/2015/04/20-long-term-investment-funds/http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2015/ee3_en.htmhttp://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2015/ee3_en.htmhttp://ec.europa.eu/growth/industry/innovation/facts-figures/scoreboards/files/ius-2015_en.pdfhttp://ec.europa.eu/smart-regulation/better_regulation/documents/com_2015_215_en.pdf
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No dia 3 de junho, o BCE deixou as suas taxas de juro diretoras inalteradas em mínimos
históricos (0.05%, no caso da taxa das operações principais de refinanciamento) e indicou que
o programa de aquisição de ativos está a decorrer de forma satisfatória.
No dia 10 de junho, o Conselho confirmou o acordo com o Parlamento Europeu sobre a
reforma do sistema de marcas europeu.
No dia 17 de junho, a Reserva Federal dos EUA manteve as taxas de juro diretoras em
mínimos históricos (0% a 0.25% na taxa Fed funds, intervalo decidido em 16 de dezembro de
2008), mas sinalizou que o movimento de subida poderá iniciar-se, de forma gradual, ainda em
2015 (a grande maioria dos membros do Comité de Política Monetária espera pelo menos uma
subida até final do ano), assim que tenha uma maior segurança quanto à melhoria do mercado
de trabalho e à obtenção de objetivo de 2% para a inflação a médio prazo.
No dia 19 de junho, foram divulgadas as conclusões do Conselho sobre a União dos
Mercados de Capitais, considerada fundamental para desbloquear o investimento e contribuir
para o crescimento económico e a criação de emprego na UE.
O Conselho Europeu de 25 e 26 de junho encerrou o Semestre Europeu de 2015 com a
aprovação, em termos gerais, das recomendações específicas por país (incluindo Portugal) e
um apelo à sua aplicação. O Primeiro-Ministro do Reino Unido apresentou os seus planos para
a realização de um referendo no Reino Unido sobre a saída/permanência na União.
O Conselho Europeu decidiu voltar a debruçar-se sobre este assunto em dezembro.
No dia 26 de junho, data de corte de informação deste relatório, mantinha-se ainda uma
situação de impasse nas negociações sobre a continuação da ajuda financeira à Grécia.
1.2 Enquadramento nacional
Final de março
A Lei n.º 23-A/2015, de 26/03, transpõe diretivas europeias no quadro do aprofundamento
da União Bancária, revisitando o enquadramento legal para a recuperação e a resolução de
instituições de crédito e de empresas de investimento. O Banco de Portugal vê reforçados os
critérios de avaliação relativos aos planos de recuperação e à resolubilidade de instituições de
crédito e de grupos, bem como os poderes para corrigir deficiências. É também fortalecido o
princípio de que os prejuízos de uma instituição de crédito devem ser assumidos
prioritariamente pelos seus acionistas e, de seguida e em condições equitativas, pelos seus
credores, de acordo com a graduação dos seus créditos em caso de insolvência.
A Portaria n.º 94/2015, de 27/03, regulamenta o regime de benefícios fiscais contratuais
ao investimento produtivo previstos no novo Código Fiscal do Investimento aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31/10.
Reserva Federal
sinaliza subida das
taxas diretoras
ainda em 2015
Conclusões do
Conselho sobre a
União do Mercado
de Capitais
Reino Unido
apresenta plano de
referendo à
permanência na UE
Impasse na Grécia
Reforço dos
poderes do BdP
no âmbito da
União Bancária
Reforma do
sistema de marcas
europeu
http://www.consilium.europa.eu/pt/press/press-releases/2015/06/10-div-trade-marks/http://data.consilium.europa.eu/doc/document/ST-9852-2015-INIT/pt/pdfhttp://data.consilium.europa.eu/doc/document/ST-9852-2015-INIT/pt/pdfhttp://ec.europa.eu/europe2020/pdf/csr2015/csr2015_portugal_pt.pdfhttps://dre.pt/application/file/66869077https://dre.pt/application/file/66857539https://dre.pt/application/file/58660557
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Abril
No Conselho de Ministros de 2 de abril, o Governo anunciou uma linha de crédito para
empresas portuguesas a operar em Angola de dimensão até 500 M€, para apoio à
Tesouraria e Fundo de Maneio, com prazo máximo de dois anos e carência de um ano. A linha,
que será alvo de sistema de garantia pública, foi concebida em colaboração com a Instituição
Financeira de Desenvolvimento e será operacionalizada pela banca comercial.
O Conselho de Ministros de 9 de abril aprovou um diploma que procede à fusão, por
incorporação, da EP Estradas de Portugal, S.A., na REFER Rede Ferroviária Nacional, E.P.E.,
denominando a nova empresa Infraestruturas de Portugal, S.A. (IP, S.A.).
A Resolução do Conselho de Ministros n.º 23/2015, de 20/04, altera pela 2ª vez a Resolução do
Conselho de Ministros n.º 29/2011, de 11/07, que aprova o Regimento do Conselho de
Ministros do XIX Governo Constitucional e republica as regras a observar no processo legislativo
do Governo, no sentido de assegurar a avaliação do impacto das iniciativas legislativas do
Governo nas pequenas e médias empresas (Teste PME) e a ponderação das suas
especificidades na elaboração das correspondentes propostas.
O Conselho de Ministros de 16 de abril aprovou o Programa de Estabilidade 2015-2019 e o
Programa Nacional de Reformas 2015, publicados depois no dia 29.
O Decreto-Lei n.º 59/2015, de 21/04, aprova o novo regime do Fundo de Garantia
Salarial, transpondo a Diretiva n.º 2008/94/CE, de 22/10/2008, relativa à proteção dos
trabalhadores assalariados em caso de insolvência do empregador.
A Resolução do Conselho de Ministros n.º 28/2015, de 30/04, aprova o “Compromisso para o
Crescimento Verde”, que procura estabelecer as bases de uma transição para um modelo de
desenvolvimento capaz de conciliar o indispensável crescimento económico com um menor
consumo de recursos naturais, a qualidade de vida da população e a inclusão social e territorial.
O Decreto-Lei n.º 68-A/2015, de 30/04, estabelece disposições em matéria de eficiência
energética (com objetivo de economias, por distribuidor, de 1.5% ao ano até 2020 sobre as
vendas de energia aos consumidores) e produção em cogeração (regime de remuneração),
transpondo uma diretiva europeia relativa à eficiência energética.
Maio
O Decreto-Lei n.º 73/2015, de 11/05, altera pela 1ª vez o Decreto-Lei n.º 169/2012, de 1 de
agosto, que aprovou o Sistema da Indústria Responsável, republicando-o. O objetivo desta
alteração é a simplificação, celeridade e a diminuição de custos para as empresas
O Decreto-Lei n.º 75/2015, de 11/05, aprova o Regime de Licenciamento Único de
Ambiente, que visa a simplificação dos procedimentos dos regimes de licenciamento
ambientais, regulando o procedimento de emissão do título único ambiental.
Linha de crédito
para empresas a
operar em Angola
Criação da
Infraestruturas de
Portugal
Teste PME no
processo
legislativo
PEC 2015-2019 e
PNR 2015
aprovados
SIR simplificado
LUA aprovado
Compromisso
para o
Crescimento
Verde
https://dre.pt/application/file/67030877http://dre.pt/pdf1sdip/2011/07/13100/0397703984.pdfhttp://dre.pt/pdf1sdip/2011/07/13100/0397703984.pdfhttp://www.portugal.gov.pt/media/8750838/20150429-programa-estabilidade-2015-2019.pdfhttp://www.portugal.gov.pt/media/8750841/20150429-programa-reformas-2015.pdfhttps://dre.pt/application/file/67042389https://dre.pt/application/external/eurolex?08L0094https://dre.pt/application/file/67124176http://www.crescimentoverde.gov.pt/http://www.crescimentoverde.gov.pt/https://dre.pt/application/file/67123417https://dre.pt/application/file/67188488http://dre.pt/pdf1sdip/2012/08/14800/0396904007.pdfhttps://dre.pt/application/file/67188490
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Junho
O Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2/06, estabelece as regras relativas às demonstrações
financeiras anuais, às demonstrações financeiras consolidadas e aos relatórios conexos de
certas formas de empresas, transpondo uma diretiva comunitária que tem como principais
objetivos a redução de encargos administrativos das PME e a simplificação de procedimentos de
relato financeiro, a redução da informação nas notas anexas às demonstrações financeiras e a
dispensa de demonstrações financeiras consolidadas para grupos de pequenas empresas.
O Decreto-Lei n.º 99/2015, de 2/06, altera pela primeira vez o Decreto-Lei n.º 127/2012, de 21
de junho, que regula à aplicação da Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso
(aprovada pela Lei n.º 8/2012, de 21 de fevereiro), nomeadamente para clarificar o conceito de
compromisso plurianual.
A Resolução do Conselho de Ministros n.º 36/2015, de 12/06, aprova a Estratégia Nacional
de Segurança do Ciberespaço.
No dia 12 de junho, o FMI divulgou as conclusões da segunda avaliação pós-programa
de ajustamento, insistindo na redução da dívida pública e privada, e nas reformas estruturais.
A Resolução do Conselho de Ministros n.º 40/2015, de 16/06, altera os limites de emissão de
dívida pública fixados na Lei de Orçamento do Estado para 2015 com o objetivo de proceder à
liquidação antecipada parcial do empréstimo contraído junto do FMI, aproveitando a
redução dos custos de financiamento em mercado.
Note-se que, já no quadro do Programa de Estabilidade, foi submetido um pedido à Comissão
Europeia para amortizar toda a restante dívida ao FMI.
O Conselho de Ministros de 18 de junho aprovou a versão final revista do Plano Estratégico
dos Transportes e Infraestruturas PETI3+, para o horizonte 2014-2020, que passa a
incluir uma Declaração Ambiental com objetivos de redução de CO2, NOX e partículas.
No dia 24 de junho, o Governo assinou o contrato de reprivatização da TAP com o
Agrupamento Gateway – constituído pela sociedade HPGB SGPS SA e pela DGN Corporation –
que venceu o processo de venda direta de referência, decisão tomada no Conselho de Ministros
de 11 de junho. Segundo a secretária de Estado do Tesouro, a Gateway pagará 354 M€ por
61% da TAP, mas o valor final poderá chegar a 488 M€ tendo em conta o desempenho da TAP,
números que incluem a recapitalização da empresa. O Estado encaixa 10 M€ no imediato, mas
o valor pode aumentar até 140 M€ dependendo do desempenho da TAP e da possibilidade de
efetuar uma operação de colocação no mercado de capitais até quatro anos após a venda.
O Conselho de Ministros de 25 de junho aprovou o Quadro Estratégico para a Política
Climática (QEPiC), que inclui o Programa Nacional para as Alterações Climática e a Estratégia
Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, determinando os valores de redução das
emissões de gases com efeito de estufa para 2020/2030.
Lei dos
Compromissos e
Pagamentos em
atraso clarificada
Demonstrações
simplificadas para
as PME
Liquidação
antecipada do
empréstimo do
FMI a Portugal
Versão final
revista do PETI3+
Reprivatização da
TAP
https://dre.pt/application/file/67361214https://dre.pt/application/file/67361215https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/178845/details/normal?l=1https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/542996/details/normal?l=1https://dre.pt/application/file/67443061https://dre.pt/application/file/67443061http://www.imf.org/external/np/ms/2015/061215.htmhttp://www.imf.org/external/np/ms/2015/061215.htmhttps://dre.pt/application/file/67495498http://www.portugal.gov.pt/pt/os-temas/peti3mais/peti3mais.aspx
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2. ATIVIDADE ECONÓMICA GLOBAL
2.1 Evolução recente do PIB e de outros indicadores de atividade
Os dados mais recentes das contas nacionais mostraram uma aceleração homóloga do PIB no
primeiro trimestre de 2015 (de uma taxa de variação homóloga real de 0.6% para 1.5%, o
sexto valor positivo consecutivo e o mais elevado desde o terceiro trimestre de 2010) com
origem nas principais rubricas de despesa.
Quadro 2.1.1: PIB e componentes de despesa
2013 2014 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15
PIB
Tvcr (%) -1.6 0.9 0.5 0.2 0.4 0.4
Tvhr (%) -1.6 0.9 0.9 1.2 0.6 1.5
Componentes de despesa (tvhr, %)
Consumo Final -1.7 1.6 1.4 2.2 1.3 1.8
Consumo Privado, do qual: -1.5 2.2 1.8 2.7 2.0 2.5
Bens alimentares 0.7 0.4 0.3 0.1 0.3 0.6
Bens duradouros 1.9 14.8 11.5 16.7 13.2 14.4
Bens correntes não alim., serviços -2.4 1.4 1.3 2.1 1.3 1.8
Consumo Público -2.4 -0.3 -0.1 0.4 -1.0 -0.5
FBC, da qual: -6.7 5.3 3.1 2.6 3.5 0.0
FBCF -6.7 2.5 3.6 3.9 2.5 8.5
Recursos biológicos cultivados -4.9 -1.6 -1.9 -1.0 -0.5 -0.2
Outras máq. e eq., sist. armamento 4.0 15.2 17.8 19.8 10.2 9.2
Eq. de transporte 24.8 21.9 17.2 27.1 23.5 33.1
Construção -14.7 -4.3 -2.6 -4.2 -2.9 8.5
Produtos de propriedade intelectual -1.8 -0.6 -0.5 -0.6 -0.7 -0.7
Exportações 6.4 3.3 2.0 2.9 4.9 6.8
Bens 6.0 3.5 2.1 3.1 6.2 7.9
Serviços 7.6 2.7 1.8 2.4 1.3 4.0
Importações 3.9 6.4 3.9 5.4 7.4 6.6
Bens 4.2 6.4 4.1 5.0 6.7 5.8
Serviços 2.1 6.8 2.7 8.3 11.6 11.6
Contributos para a tvhr do PIB (p.p.)
Procura Interna -2.5 2.1 1.6 2.3 1.6 1.5
Procura Externa Líquida 0.9 -1.2 -0.7 -1.0 -1.0 0.0
Fonte: INE, Contas nacionais (base 2011, SEC 2010). Tvc(h)r = taxa de variação em cadeia (homóloga) real;
p.p.=pontos percentuais; FBC(F)=Formação Bruta de Capital (Fixo).
Destaca-se, em particular, o aumento do ritmo de crescimento da FBCF (de uma variação
homóloga de 2.5% para 8.5%, a subida mais forte desde o final de 1998), das exportações
(de 4.9% para 6.8%) e do consumo privado (de 2.0% para 2.5%), bem como a
desaceleração das importações (de 7.4% para 6.6%). Note-se, contudo, que o resultado das
PIB acelera em
termos homólogos
no 1T 15
Aceleração da FBCF,
das exportações e do
consumo privado, e
abrandamento das
importações
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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
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exportações está em parte influenciado pelo efeito de base decorrente da forte queda das
exportações de combustíveis no primeiro trimestre de 2014.
Ao nível da FBCF, realça-se o crescimento homólogo de 8.5% do investimento em
construção (após -2.9% no trimestre anterior), que traduz a primeira variação positiva desde
o quarto trimestre de 2007 e a mais elevada desde o primeiro trimestre de 2002. As rubricas de
equipamento mantiveram um dinamismo assinalável (33.1% no equipamento de transporte e
9.2% nas outras máquinas e equipamento). Note-se ainda que a variação homóloga da FBC
(0.0%) está influenciada pelo valor elevado da variação de existências no período homólogo
de 2014.
A evolução das exportações e as importações resultou numa melhoria de andamento da
procura externa líquida, que deixou de contribuir negativamente para o PIB (contributo de
0.0 p.p. para a variação homóloga real do PIB, após -1.0 p.p. no quarto trimestre), tendo o
contributo positivo da procura interna diminuído de forma ligeira (de 1.6 p.p. para 1.5 p.p.).
Em comparação com o trimestre anterior, o PIB aumentou 0.4% em termos reais (dados
corrigidos de sazonalidade), uma variação idêntica à ocorrida no quarto trimestre de 2014.
Em termos nominais, o PIB registou uma variação de 2.2% em termos homólogos (1.1% no
trimestre anterior) e de 1.2% em cadeia (0.2%).
Como o valor exportado registou uma variação em cadeia negativa no primeiro trimestre
(-1.8%), o peso das exportações no PIB desceu de forma ligeira, mantendo-se ainda num
dos níveis mais elevados dos últimos anos (39.8%: 28.9% nos bens e 11.0% nos serviços).
Figura 2.1.1: Intensidade exportadora (total, bens e serviços)
39.2 39.6 38.8 39.7
40.1 41.0 39.8
28.7 28.9 28.3 28.9 29.2 30.0
28.9
10.4 10.7 10.5 10.8 10.9 11.0 11.0
0.0
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
45.0
2013 2014 1T 14 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15
Exportações totais (% do PIB a preços correntes)
Exportações de bens (% do PIB a preços correntes)
Exportações de serviços (% do PIB a preços correntes)Fonte: INE
Contributo da
procura externa
líquida melhora
Peso das
exportações no PIB
recua para 39.8%
Forte retoma do
investimento em
construção e
manutenção de um
elevado dinamismo
nas rubricas de
equipamento
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
12
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Quadro 2.1.2: VAB por ramos
2013 2014 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15
VAB total e por ramos (tvhr, %)* -1.2 0.7 0.9 0.9 0.3 0.9
Agricultura, Silvicultura e Pesca 2.0 1.4 1.4 1.2 1.2 1.4
Indústria 0.9 1.9 3.1 1.9 -0.5 -0.1
Energia, Águas e Saneamento -1.7 -0.8 -0.7 0.0 -1.1 -1.2
Construção -13.1 -3.6 -2.2 -3.3 -1.9 7.6
Comércio e rep. aut, Aloj. e Restauração 0.5 2.5 2.2 3.1 2.5 3.2
Transp. e armaz., Inf. e comunicação -1.3 -0.9 -1.2 -1.7 -0.6 -1.9
Ativ. Financeira, Seguradora e Imobiliária -1.8 -2.0 -2.3 -2.6 -1.9 -0.4
Outros Serviços -1.2 1.6 2.0 2.3 0.9 0.8
INE, Contas nacionais (base 2011, SEC 2010). Tvhr=taxa de variação homóloga real; VAB=Valor Acrescentado Bruto.
*VAB a preços base (sem impostos líquidos de subsídios).
No que se refere ao VAB (que acelerou de uma variação homóloga de 0.3% para 0.9%
excluindo impostos líquidos de subsídios), os dados por ramos mostraram uma melhoria quase
generalizada do andamento homólogo, destacando-se a forte retoma do crescimento na
construção (para uma tvh de 7.6%) e a aceleração no Comércio e reparação automóvel,
Alojamento e Restauração (para 3.2%) e na Agricultura, Silvicultura e Pesca (para 1.4%), com
a Indústria a registar uma variação homóloga ligeiramente negativa (-0.1%).
Figura 2.1.2: PIB e Indicador Coincidente para a evolução homóloga tendencial de atividade
do Banco de Portugal (tvhr, %)
Quanto a dados mais recentes, o indicador coincidente para a evolução homóloga
tendencial de atividade do BdP melhorou pelo quinto mês consecutivo em maio (0.7%),
sugerindo uma aceleração da atividade económica, não obstante os sinais de abrandamento
ligeiro no indicador coincidente análogo para o consumo privado. O indicador de FBCF
do INE manteve um elevado dinamismo em abril (tvh de 6.4%), mas com alguma
desaceleração face ao primeiro trimestre (8.5%), que apenas não afetou a construção.
-1.6
0.9 0.9 1.2
0.6
1.5
-1.1
0.4
0.9
0.2
-0.5
0.0
0.6 0.7
-2.0
-1.0
0.0
1.0
2.0
2013 2014 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15 abr-15 mai-15
PIB Ind. coincidente tendencial de atividade económica do BdP (%)Fontes: INE; BdP
Indicador
coincidente
tendencial do BdP
sugere aceleração
da atividade
económica no 2º
Trimestre
Forte retoma do
VAB da Construção
no 1º Trimestre
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
13
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Quanto a indicadores avançados, realça-se uma nova subida do Indicador de Clima do
INE (calculado a partir do inquérito do INE às empresas e consumidores sem correção de
sazonalidade) em maio, para um máximo de sete anos, refletindo melhorias em todos os
indicadores de confiança setoriais. Em sentido contrário, o indicador de confiança dos
consumidores registou uma descida, mas ainda dentro de uma tendência ascendente.
Figura 2.1.3: Indicador de Clima Económico (tvh; média móvel de 3 meses, mm3) e
Indicadores de Confiança, IC (saldo de respostas extremas, sre; mm3)
No mesmo mês, o Índice de Sentimento Económico da Comissão Europeia para
Portugal (valores efetivos corrigidos de sazonalidade) recuou para 103.6 pontos em maio (um
valor próximo do da Área Euro e inferior ao da UE), mas dentro de uma tendência ascendente e
significativamente acima da média de longo prazo (100 pontos).
Figura 2.1.4: Indicador de Sentimento Económico em Portugal, Área Euro e UE
(média 1990-2012=100, valores ajustados de sazonalidade)
0.1
0.4
0.6 0.6 0.6
0.6
0.4
0.2 0.3 0.3
0.6
0.8
1.1
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
mai-14 jul-14 set-14 nov-14 jan-15 mar-15 mai-15
IC Consum. IC Ind. Transf.
IC Constr. e Obras Púb. IC Comércio
IC Serviços Indicador de clima ec. (esc. dta)Fonte: INE
103.6
70
75
80
85
90
95
100
105
110
jun-14 jul-14 ago-14 set-14 out-14 nov-14 dez-14 jan-15 fev-15 mar-15 abr-15 mai-15
Portugal Área Euro UE Média 1990-2012=100Fonte: Comissão Europeia
Indicador avançado
de clima do INE em
máximo de sete
anos aponta para
sustentação da
retoma
Índice de
Sentimento
Económico da CE
acima da média de
longo prazo
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
14
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
2.2 Projeções macroeconómicas nacionais e internacionais
Projeções para Portugal
O Boletim Económico de junho do Banco de Portugal (BdP) manteve inalteradas as
projeções de crescimento económico da economia portuguesa para os próximos anos
(1.7% em 2015, 1.9% em 2016 e 2.0% em 2017), apenas com alterações nalgumas
componentes de despesa em 2015 e, em menor medida, em 2017. As previsões de crescimento
são mais otimistas que as divulgadas também em junho pelo FMI (1.6% em 2015, 1.5% em
2016 e 1.4% em 2017), mas os valores para 2015 e 2016 são semelhantes aos da OCDE,
Comissão Europeia e Governo.
Quadro 2.2.1: Projeções económicas para Portugal
BdP
jun-15
FMI OCDE CE Gov.
Jun-15
jun-15
Jun-15 Mai-15 Mai-15 Abr-15
2015 2016 2017 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016
PIB (tvar, %) 1.7 1.9 2.0 1.6 1.5 1.6 1.8 1.6 1.8 1.6 2.0
Consumo privado 2.2 1.7 1.7 1.7 1.6 1.8 1.5 2.0 1.6 1.9 1.9
Consumo público -0.5 0.2 0.0 -0.5 0.9 -0.5 0.2 -0.3 0.2 -0.7 0.1
FBCF 6.2 4.4 6.0 4.2 2.5 2.9 3.1 3.5 4.0 3.8 4.4
Exportações 4.8 6.0 6.4 5.5 4.8 6.2 5.4 5.3 6.1 4.8 5.5
Importações 5.7 5.5 6.5 4.5 4.8 4.7 4.8 4.7 4.8 4.6 5.3
Contributos brutos
para a tvar do PIB (p.p.)
Exportações líquidas (do total de importações)
0.3 0.0 0.6 0.3 0.2 0.2 0.1 0.1
Procura Interna 1.2 1.6 1.0 1.5 1.4 1.6 1.6 1.9
Contributos líquidos das
respetivas importações (p.p.)*
Exportações 0.6* 1.2* 1.2*
Procura Interna 1.1* 0.7* 0.8*
Proc. externa relevante (tvar,
%)
4.5 5.5 5.8 4.5 5.2
Emprego (tva, %) -0.2 0.6 0.6 0.7 0.6 0.8
Taxa de desemprego (%) 13.4 12.9 13.2 12.6 13.4 12.6 13.2 12.7
Inflação (tva do IHPC, %) 0.5 1.2 1.3 0.6 1.3 0.1 0.7 0.2 1.3 -0.2 1.3
Bal. Corr. e de capital (% PIB) 3.0 3.2 3.4 2.6 2.8 2.1 2.0
Balança corrente (% PIB) 1.0 0.8 0.7 0.6 1.2 1.4 0.5 0.4
Bal. de bens e serviços (% PIB) 2.1 2.1 2.1
Bal. de bens (% PIB) -3.4 -3.4
Saldo orçamental (% PIB) -3.2 -2.7 -2.9 -2.8 -3.1 -2.8 -2.7 -1.8
Dívida pública bruta (% PIB) 126.5 124.3 127.7 124.2 124.4 123.0 124.2 121.5
Fontes: Banco de Portugal, BdP, Boletim Económico Junho 2015; Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico, OCDE, OECD Economic Outlook June 2015; Comissão Europeia, CE, European Economy - Spring 2015;
Governo, Programa de Estabilidade e Crescimento 2015-2019; Fundo Monetário internacional, FMI, Portugal—
BdP mantém
previsões de
crescimento
https://www.bportugal.pt/pt-PT/EstudosEconomicos/Publicacoes/BoletimEconomico/Publicacoes/bol_econ_junho2015_p.pdfhttp://www.keepeek.com/Digital-Asset-Management/oecd/economics/oecd-economic-outlook-volume-2015-issue-1_eco_outlook-v2015-1-en#page1http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2015/pdf/ee2_en.pdfhttp://www.portugal.gov.pt/media/8750838/20150429-programa-estabilidade-2015-2019.pdfhttp://www.imf.org/external/np/ms/2015/061215.htm
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
15
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Concluding Statement of the Second Post-Program Monitoring Discussions. Tva = taxa de variação anual; tvar= taxa de
variação anual real; p.p.= pontos percentuais. *Contributo de cada componente expurgada do respetivo conteúdo
importado (lógica de valor acrescentado nacional), uma abordagem diferente da tradicional (contributos brutos), em
que a procura interna inclui importações e a procura externa líquida considera as exportações deduzidas das
importações totais. Segundo o BdP, o cálculo dos conteúdos importados foi feito com base em informação relativa ao
ano de 2005 (seguindo uma metodologia descrita no Boletim Económico de Junho de 2014). Nota: as previsões do BdP
incorporam as medidas incluídas no OE 2015 e no Programa de Estabilidade 2015-2019, com exceção das relativas à
sustentabilidade da Segurança Social e à reforma e racionalização dos serviços públicos, por não se encontrarem
especificadas com detalhe suficiente.
Nas previsões para 2015 do BdP, salienta-se a revisão em alta do crescimento da FBCF (de
4.0% para 6.2%) e das exportações (de 4.3% para 4.8%), que foi contrariada pela subida da
projeção para as importações (de 3.9% para 5.7%) e a descida no caso do consumo privado
(de 2.4% para 2.2%). Em termos de revisões, salienta-se ainda, nos valores de 2017, ligeiras
subidas nos valores da FBCF, das exportações e das importações.
Principais destaques do Boletim Económico de Junho:
- As projeções para a economia portuguesa apontam para a continuação do processo de
recuperação moderada da atividade iniciado em 2013, que se deverá traduzir num ritmo
de crescimento próximo do projetado para a área do euro. No final do horizonte de projeção, o
nível do PIB deverá situar-se próximo do observado antes do início da crise financeira
internacional.
- O crescimento da economia portuguesa assentará no crescimento robusto das exportações e
na recuperação da procura interna.
As estimativas do BdP mostram que, com exceção de 2015, as exportações líquidas do
respetivo conteúdo importado deverão continuar a dar um contributo predominante para o
crescimento do produto (1.2 p.p. em 2016 e em 2017). Em 2015, o contributo líquido da
procura interna (isto é, deduzido do respetivo conteúdo importado) será de 1.1 p.p., explicando
a maior parte do crescimento.
O crescimento das exportações continuará a refletir a transferência de recursos produtivos para
os setores da economia mais expostos à concorrência internacional. Em resultado, deverá
manter-se a capacidade de financiamento da economia portuguesa e, desta forma, a
redução sustentada dos níveis de endividamento externo, de acordo com o BdP.
O BdP projeta que o peso das exportações no PIB deverá aumentar de cerca de 41% em
2014 para cerca de 46% em 2017.
Nas hipóteses do exercício de previsão é assumido que o crescimento da procura da Área
Euro será superior ao dos mercados fora dessa área.
FBCF, exportações
e importações de
2015 revistos em
alta, e consumo
privado em baixa
Exportações
líquidas das suas
importações dão o
maior contributo
para o crescimento,
exceto em 2015
Peso das
exportações no PIB
deverá subir para
46% em 2017
http://www.imf.org/external/np/ms/2015/061215.htm
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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
16
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
A aceleração das exportações reflete a evolução da procura externa e melhorias de
competitividade-preço, num contexto de forte depreciação do euro, favorecendo a
continuação de ganhos de quota de mercado. Em 2015, contudo, a melhoria de
competitividade é compensada pela forte redução das exportações para Angola, limitando os
ganhos de quota de mercado.
As importações de bens e serviços deverão apresentar um crescimento de 5.7% em 2015,
após um crescimento de 6.4% em 2014, valor que foi influenciado pela forte acumulação de
existências de bens energéticos, que têm um elevado conteúdo importado. Ao longo do
restante horizonte de projeção, as importações deverão evoluir em linha com a elasticidade
média histórica desta componente face à evolução da procura global ponderada pelos
conteúdos importados, segundo o BdP.
- Antecipa-se uma recuperação moderada do consumo privado e da FBCF, condicionada
pelo elevado endividamento das famílias e das empresas não financeiras.
No final do horizonte de projeção, o peso do consumo privado no PIB deverá manter-se em
cerca de 66%, valor próximo do observado no passado recente.
Por sua vez, o peso da FBCF no PIB deverá recuperar até 17% em 2017, valor ainda inferior
ao observado em 2008. Este valor reflete ajustamentos marcados no investimento público e em
habitação, que deverão assumir uma natureza persistente, e uma recuperação dos níveis do
investimento empresarial. O fraco dinamismo da FBCF no atual ciclo económico é uma
caraterística comum à Área Euro e constitui um dos fatores explicativos da recuperação
mais moderada da atividade económica face a ciclos anteriores, segundo o BdP.
No caso do investimento empresarial, projeta-se um crescimento robusto (5.8% em 2015,
5.9% em 2016 e 7.1% em 2017) que não se afasta do comportamento médio deste agregado
em anteriores fases de recuperação da economia, beneficiando da melhoria das perspetivas de
procura (interna e externa), da necessidade de renovação do stock de capital, após um longo
período de redução do investimento, e da melhoria das condições de financiamento, favorecidas
pelas medidas de política monetária não convencional do BCE. De facto, o BdP projeta uma
redução gradual dos diferenciais de taxa de juro do crédito a sociedades não financeiras
face à taxa de juro de referência do mercado interbancário e um retorno a variações positivas
do stock de crédito bancário. Esta evolução é consistente com a continuação da redução
do nível de endividamento das sociedades não financeiras em percentagem do PIB que,
não obstante a redução recente, continua elevado por comparação com a Área Euro.
O crescimento relativamente moderado projetado para o investimento em habitação reflete
o facto de a redução observada nesta componente desde 2001 se revestir, em larga medida, de
uma natureza estrutural, dado o elevado nível atingido pelo investimento neste setor ao longo
Crescimento
robusto da FBCF
empresarial, em
linha com
anteriores fases de
recuperação
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
17
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
dos anos 90 (beneficiando de condições financeiras muito favoráveis), a recente tendência de
redução da população residente e o ainda elevado nível de endividamento dos particulares.
O investimento público continuará a ser condicionado pela necessidade de consolidação
orçamental, projetando-se crescimentos moderados ao longo do horizonte de projeção, após
uma queda de cerca de 60% no período 2011-2014. O BdP espera uma significativa
recuperação deste agregado em 2015, após uma execução de 2014 aquém do orçamentado
devido a uma diminuição forte das transferências provenientes de fundos comunitários que não
se assume como permanente. Em 2016, prevê-se uma quebra do volume de investimento
público devido ao registo de uma parte da receita proveniente da venda de material militar,
enquanto em 2017 é assumida a estabilização deste agregado em rácio do PIB.
De acordo com as hipóteses assumidas relativamente às taxas de depreciação dos vários tipos
de capital, não obstante o crescimento projetado para a FBCF ao longo do horizonte de
projeção, em particular para a componente empresarial, a recuperação não será ainda
suficiente para repor o stock de capital depreciado. Daqui resulta um contributo
marginalmente negativo do fator capital para o crescimento do PIB em 2015-2017,
o que é contrariado pela recuperação de um contributo positivo no fator trabalho, pela melhoria
do capital humano e pela evolução mais favorável da produtividade total de fatores.
- O crescimento projetado para a economia portuguesa é compatível com uma progressiva
redução da taxa de desemprego, não obstante a sua persistência em níveis elevados.
- A inflação foi revista em alta ligeira (para valores de 0.5% em 2015, 1.2% em 2016 e 1.3%
em 2016), com valores reduzidos mas aumentando gradualmente até ao final do horizonte de
projeção, em linha com a retoma da atividade económica. O diferencial de inflação face à Área
Euro deverá retomar valores negativos em 2016 e 2017, após um valor positivo esperado de
+0.2 p.p. em 2015. A evolução descrita reflete um aumento contido das remunerações por
trabalhador no setor privado, devido a um efeito de composição decorrente da alteração da
estrutura do emprego associada às fases ascendentes do ciclo e que resulta no aumento do
peso dos trabalhadores com remunerações mais baixas. Neste contexto, os custos unitários por
trabalhador deverão diminuir em 2015 e aumentar de forma contida em 2016 e 2017, com
variações abaixo das projetadas pelo BCE para a média da Área Euro.
- O maior crescimento nominal da economia, a prevalência de taxas de juro historicamente
baixas e a existência de saldos primários positivos deverão contribuir para uma redução da
dívida pública em percentagem do PIB a partir de 2015.
- Os riscos para a projeção da atividade económica são globalmente equilibrados. A nível
internacional, consideram-se como riscos descendentes uma recuperação económica mais
Riscos para o
crescimento
globalmente
equilibrados
Ajustamentos
persistentes no
investimento em
habitação e público
justificam o fraco
dinamismo da FBCF
global face a
anteriores fases de
retoma económica
A recuperação da
FBCF não será
ainda suficiente
para repor o capital
depreciado,
segundo o BdP
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2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
lenta no exterior, sobretudo nas economias emergentes, uma evolução mais moderada do
comércio internacional e um recrudescimento de tensões geopolíticas e nos mercados de dívida
soberana, penalizadoras do consumo e do investimento. No que se refere aos riscos internos,
considera-se como risco descendente a eventual necessidade de medidas adicionais de
consolidação orçamental (com impacto negativo sobre o consumo público e privado). É referido
um risco ascendente no investimento em 2016 e 2017 que decorre das medidas de incentivo
ao investimento decididas a nível europeu, bem como da necessidade de aumentar a
capacidade produtiva em algumas empresas, em particular as exportadoras, dado o incremento
recente da utilização da capacidade produtiva na indústria transformadora. É ainda mencionado
o eventual impacto positivo das reformas estruturais, quer no consumo quer no investimento, e
o efeito descendente sobre as margens de lucro. Relativamente à inflação, a análise aponta
para riscos ligeiramente descendentes ao longo do horizonte de projeção.
Projeções para a economia mundial e principais mercados
Em junho, o Banco Mundial reviu em baixa as suas previsões de crescimento da
economia global (para valores de 2.8% em 2015, 3.3% em 2016 e 3.2% em 2017), que são
as mais baixas até ao momento. A revisão em baixa afeta, em particular, as economias em
desenvolvimento, sobretudo as mais vulneráveis a fluxos de saída de capitais quando se
iniciar a subida esperada das taxas de juro diretoras nos EUA, sendo ainda de realçar o efeito
desfavorável da queda dos preços do petróleo nos países exportadores (em Angola, por
exemplo, as previsões de crescimento foram reduzidas para 4.5%, 3.9% e 5.1%). No caso
específico do Brasil, a forte redução das projeções (para -1.3%, 1.1% e 2.0%) está ainda
relacionada com efeitos dos escândalos de corrupção, segundo o Banco Mundial.
Ainda ao nível das economias em desenvolvimento, destaca-se a revisão em alta das previsões
de crescimento económico da Índia (para 7.5% em 2015, 7.9% em 2016 e 8.0% em 2017),
ultrapassando os valores estimados para a China (próximos de 7% nos três anos), que
permaneceram inalterados.
Nas economias desenvolvidas, merece destaque a revisão em alta das previsões de
crescimento da Área Euro (para 1.5% em 2015, 1.8% em 2016 e 1.6% em 2017), refletindo a
retoma económica e a redução dos riscos de deflação na sequência do programa alargado de
compra de ativos lançado pelo BCE. Em sentido contrário, os valores de crescimento dos EUA
foram ligeiramente ajustados em baixa (sobretudo em 2015), devido ao efeito de apreciação do
dólar (em antecipação do processo de normalização da política monetária), mas permanecendo
acima dos valores da Área Euro, numa fase mais atrasada do ciclo económico.
As previsões mais recentes para o crescimento económico de Espanha, divulgadas pelo Banco
de Espanha no final de junho, apontam para valores de 3.1% em 2015 e 2.7% em 2016, que
estão acima das últimas projeções da Comissão Europeia (2.8% e 2.6%, respetivamente).
Banco Mundial
reduz previsões de
crescimento da
economia global,
afetando sobretudo
as economias em
desenvolvimento
Perspetivas de
crescimento da
Índia superam as
da China
Crescimento revisto
em alta na Área
Euro e em baixa
nos EUA
Melhores
perspetivas de
crescimento em
Espanha
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
19
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Quadro 2.2.2: Previsões de crescimento económico – mundo e mercados (tvar, %) BM, jun-15 OCDE, jun-15 CE, mai-15 FMI, abr-15
2015 2016 2017 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2017
Mundo 2.8 3.3 3.2 3.1 3.8 3.5 3.9 3.5 3.8 3.8
Ec. Avançadas 2.0 2.4 2.2 2.4 2.4 2.2
EUA 2.7 2.8 2.4 2.0 2.8 3.1 3.0 3.1 3.1 2.7
Japão 1.1 1.7 1.2 0.7 1.4 1.1 1.4 1.0 1.2 0.4
UE 1.8 2.1 1.8 1.9 1.9
Área Euro 1.5 1.8 1.6 1.4 2.1 1.5 1.9 1.5 1.7 1.6
Alemanha 1.9 2.0 1.6 1.7 1.5
França 1.1 1.7 1.2 1.5 1.7
Itália 0.6 1.4 0.5 1.1 1.1
Espanha 2.8 2.6 2.5 2.0 1.8
Holanda 1.6 1.7 1.6 1.6 1.7
RU 2.6 2.4 2.7 2.3 2.2
OCDE 1.9 2.5
Ec. em Desenvolvimento 4.4 5.2 5.4 4.3 4.7 5.0
Angola 4.5 3.9 5.1 4.5 3.9 5.1
Moçambique 7.2 7.3 7.3 6.5 8.1 7.8
Brasil -1.3 1.1 2.0 -1.0 1.0 2.3
Rússia -2.7 0.7 2.5 -3.8 -1.1 1.0
Índia 7.5 7.9 8.0 7.5 7.5 7.6
China 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7 7.0 6.8 6.8 6.3 6.0
Fontes: Banco Mundial, BM, Global Economic Prospects - June 2015; Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico, OCDE, OECD Economic Outlook June 2015; Comissão Europeia, CE, European Economy -
Spring 2015; Fundo Monetário internacional, FMI, World Economic Outlook April 2015. Tvar= taxa de variação anual
real.
2.3 Constituições, dissoluções e insolvências de empresas
De acordo com dados da Informa D&B, nos primeiros quatro meses de 2015 registou-se um
aumento homólogo de 18.3% na criação líquida de empresas, refletindo o aumento dos
nascimentos (11.2%) e a queda dos encerramentos (-2.1%). Esta evolução traduziu-se num
aumento do rácio de nascimentos por encerramento para 3.3.
Quadro 2.3.1: Criação líquida de empresas e insolvências
2014 Jan-Abr 14 Jan-Abr 15 Tvh
Nascimentos de empresas (A) 35808 13559 15077 11.2%
Encerramentos de empresas (B) 14991 4727 4626 -2.1%
Criação líquida de empresas=A-B 20817 8832 10451 18.3%
Rácio nascimentos/encerramentos=A/B 2.4 2.9 3.3
Empresas com processos de insolvência 4 502 1 740 1 609 -7.5%
Fonte: Informa D&B. Tvh= Taxa de variação homóloga.
Por setores, apenas as atividades financeiras e o comércio por grosso registaram uma redução
homóloga da criação líquida de empresas, tendo os maiores aumentos ocorrido nas rubricas
Criação líquida de
empresas sobe com
mais nascimentos e
menos
encerramentos
Criação líquida de
empresas sobe na
maioria dos setores
http://www.worldbank.org/content/dam/Worldbank/GEP/GEP2015b/Global-Economic-Prospects-June-2015-Global-economy-in-transition.pdfhttp://www.keepeek.com/Digital-Asset-Management/oecd/economics/oecd-economic-outlook-volume-2015-issue-1_eco_outlook-v2015-1-en#page1http://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2015/pdf/ee2_en.pdfhttp://ec.europa.eu/economy_finance/publications/european_economy/2015/pdf/ee2_en.pdfhttp://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2015/01/pdf/text.pdf
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
20
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
“outros serviços”, alojamento e restauração, comércio a retalho, indústrias transformadoras,
atividades imobiliárias e agricultura, pecuária, pesca e caça.
Figura 2.3.1: Criação líquida de empresas por setor (nº de empresas)
Também segundo informação disponibilizada pela Informa D&B, o número de empresas com
processos de insolvência registou uma redução homóloga de 7.5% no período de janeiro a
abril de 2015, (para 1609 empresas).
7
23
173
207
293
567
579
750
794
803
1267
1579
3409
-500 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Indústrias extrativas
Gás, eletricidade e água
Atividades financeiras
Transportes
Telecomunicações
Construção
Atividades imobiliárias
Comércio por grosso
Agricultura, pecuária, pesca e caça
Indústrias transformadoras
Alojamento e restauração
Comércio a retalho
Outros serviços
Jan-Abr 14 Jan-Abr 15Fonte: Informa D&B e cálculos próprios.
Insolvências em
queda no início de
2015
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
21
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
3. INTERNACIONALIZAÇÃO
3.1 Comércio internacional
Nesta seção são apresentadas as principais tendências das exportações e importações de bens
e de serviços, incluindo o cálculo e análise de quotas de mercado das exportações.
3.1.1 Comércio internacional de bens
Saldo da balança de bens
Quadro 3.1.1.1: Saldo da balança de bens
2014 Var. homóloga Jan-Abr 15 Var. homóloga
Valor (M€) Valor (M€) Tvhn (%) Valor (M€) Valor (M€) Tvhn (%)
Total
Exportações (FOB) 48 177 874 1.8 16 413 819 5.2
Importações (CIF) 58 854 1 841 3.2 19 390 528 2.8
Saldo -10 677 -967 10.0 -2 977 290 -8.9
Taxa de Cobertura (%) 81.9 84.6
Intra-UE
Exportações (FOB) 34 161 893 2.7 12 002 706 6.3
Importações (CIF) 43 979 2 918 7.1 14 973 619 4.3
Saldo -9 818 -2 025 26.0 -2 972 87 -2.8
Taxa de Cobertura 77.7 80.2
Extra-UE
Exportações (FOB) 14 017 -19 -0.1 4 412 113 2.6
Importações (CIF) 14 875 -1 077 -6.8 4 416 -91 -2.0
Saldo -859 1 058 -55.2 -5 203 -97.7
Taxa de Cobertura 94.2 99.9
Total sem combustíveis
Exportações (FOB) 44 081 1 703 4.0 15 161 612 4.2
Importações (CIF) 48 640 2 779 6.1 16 871 1 170 7.5
Saldo -4 559 -1 076 30.9 -1 710 -558 48.4
Taxa de Cobertura 90.6 89.9
Fonte: INE. Tvhn = taxa de variação homóloga nominal. M€= Milhões de euros. CIF (Cost, Insurance and Freight)
significa a inclusão dos custos inerentes ao transporte das mercadorias e FOB (Free on Board) o contrário.
O défice da balança de bens reduziu-se 8.9% nos quatro primeiros meses de 2015 em
comparação homóloga (290 M€, para 2977 M€), refletindo o crescimento mais forte das
exportações (5.2%, em termos nominais) do que das importações (2.8%), o que se refletiu
numa melhoria da taxa de cobertura das importações (para 84.6%). Note-se que a
evolução das exportações e das importações foi influenciada por efeitos de base significativos
Défice da balança de
bens recua com
subida das
exportações acima
das importações
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
22
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
na rubrica de combustíveis relacionados com a paragem programada, para manutenção, da
refinaria de Sines no início de 2014.
Excluindo combustíveis, as exportações de bens cresceram 4.2% e as importações 7.5%, o
que se traduziu num agravamento do saldo deficitário (558 M€., para 1710 M€).
Exportações de bens
O detalhe dos dados por produtos mostra que a rubrica de combustíveis foi a que mais
contribuiu para o aumento homólogo das exportações no período em apreço (1.3 p.p.),
traduzindo, em parte, um efeito de base, como já referido (note-se que a rubrica é ainda
bastante influenciada pela evolução das cotações internacionais do crude). Seguiram-se os
contributos positivos do material de transporte (0.7 p.p.), dos produtos agrícolas e pecuários
(0.5 p.p.), da alimentação, bebidas e tabaco (0.4 p.p.) e dos metais (0.4 p.p.). Os únicos
contributos negativos tiveram origem nos químicos (-0.6 p.p.) e no calçado (-0.03 p.p.), mas
neste segundo caso praticamente sem expressão.
Quadro 3.1.1.2: Exportações de bens por tipo de produto
2014 Jan-Abr 15
Produtos NC8 e respetivos códigos Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Máquinas e aparelhos: S16 (84-85) 6 978 0.4 0.1 2 399 4.2 0.6
Material de Transporte: S17 (86-89) 5 243 5.0 0.5 1 967 5.6 0.7
Combustíveis e óleos minerais: S5 (27) 4 096 -16.8 -1.8 1 252 19.7 1.3
Metais: S15 (72-83) 3 878 5.0 0.4 1 326 5.3 0.4
Madeira e cortiça: S9 (44-46) e S10 (47-49) 3 858 0.8 0.1 1 314 2.6 0.2
Plásticos e borracha: S7 (39-40) 3 454 5.0 0.3 1 216 3.8 0.3
Alimentação, bebidas e tabaco, S4 (16-24) 3 129 4.4 0.3 1 013 6.4 0.4
Animais vivos, produtos animais e vegetais, e
gorduras: S1 (1-5), S2 (6-14), S3 (15) 2 884 11.3 0.6 945 9.6 0.5
Vestuário: S11 (61-62) 2 774 8.8 0.5 970 3.1 0.2
Químicos: S6 (28-38) 2 615 -2.0 -0.1 811 -9.7 -0.6
Calçado: S12 (64-67) 1 964 7.5 0.3 616 -0.7 0.0
Têxteis: S11 (50-60, 63) 1 843 6.0 0.2 651 5.9 0.2
Pedra, cerâmica e vidro: S13 (68-70) 1 572 4.0 0.1 543 5.7 0.2
Mobiliário: S20 (94) 1 539 11.8 0.3 539 5.1 0.2
Outros 1 314 -4.6 -0.1 469 12.4 0.3
Produtos minerais exceto combustíveis: S5 (25-26)
783 1.5 0.0 292 12.4 0.2
Peles e couros S8 (41-43) 253 12.7 0.1 90 9.1 0.0
Total 48 177 1.8 16 413 5.2
Total sem combustíveis 44 081 4.0 3.6 15 161 4.2 3.9
Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das exportações em 2014. NC8 = Nomenclatura combinada de mercadorias da
UE a oito dígitos; M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.
Contributos
positivos de quase
todos os grupos de
produtos
exportados
Subida forte das
importações sem
combustíveis
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
23
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Por mercados, o principal contributo para o aumento das exportações de bens de janeiro a
abril foi dado pela UE (4.5 p.p.), mas é de destacar o retorno a um contributo positivo no
mercado extracomunitário (0.7 p.p.) após um valor marginalmente negativo em 2014.
O crescimento nos 20 principais mercados nesse período (4.4%) foi inferior ao total das
exportações (5.2%), indicando uma maior diversificação dos mercados externos.
Quadro 3.1.1.3: Exportações de bens nos 20 principais mercados de 2014
2014 Jan-Abr 2015
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Espanha 11 345 1.5 0.4 4 117 10.3 2.5
França 5 636 2.5 0.3 2 023 4.9 0.6
Alemanha 5 632 2.2 0.3 1 995 4.0 0.5
Angola 3 175 2.0 0.1 725 -24.4 -1.5
Reino Unido 2 928 12.1 0.7 1 086 14.8 0.9
Estados Unidos 2 111 5.7 0.2 796 25.0 1.0
Países Baixos 1 916 1.3 0.1 642 1.8 0.1
Itália 1 566 0.0 0.0 517 5.1 0.2
Bélgica 1 303 -3.0 -0.1 380 -9.9 -0.3
China 839 27.6 0.4 292 6.4 0.1
Brasil 639 -13.5 -0.2 202 3.5 0.0
Marrocos 592 -19.2 -0.3 184 9.4 0.1
Argélia 589 11.6 0.1 180 -24.2 -0.4
Suécia 467 5.9 0.1 136 -18.7 -0.2
Polónia 465 5.7 0.1 180 14.8 0.1
Suíça 429 2.4 0.0 150 6.8 0.1
Turquia 404 5.9 0.0 102 -18.9 -0.2
República Checa 320 12.2 0.1 105 -5.4 0.0
Moçambique 318 -2.8 0.0 120 29.7 0.2
Dinamarca 307 -2.5 0.0 98 0.2 0.0
Subtotal 40 981 2.5 2.1 14 028 4.4 3.8
Total 48 177 1.8 16 413 5.2
Intra-UE 34 161 2.7 1.9 12 002 6.3 4.5
Extra-UE 14 017 -0.1 0.0 4 412 2.6 0.7
Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das exportações em 2014. M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação
homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.
Entre esses mercados, o maior contributo positivo para o aumento das exportações foi dado
por Espanha (2.5 p.p.), seguindo-se os EUA (1.0 p.p.), o Reino Unido (0.9 p.p.), a França (0.6
p.p.) e a Alemanha (0.5 p.p.). Apenas cinco mercados registaram contributos negativos:
Angola (-1.5 p.p.), Argélia (-0.4 p.p.), Bélgica (-0.3 p.p.), Suécia e Turquia (-0.2 p.p.).
UE impulsiona
exportações;
mercado extra-UE
retoma contributo
positivo
20 Maiores
mercados de
exportação
reforçam peso
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
24
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
A forte quebra no mercado de Angola (tvh de -24.4%) reduziu significativamente o seu peso
no total das exportações (para 4.4%, após 6.6% em 2014), tendo sido ultrapassado pelo Reino
Unido e pelos EUA no ranking dos maiores mercados, passando da 4ª para a 6ª posição.
De acordo com um destaque do INE sobre Angola, neste caso com dados referentes ao
primeiro trimestre, a forte queda homóloga das exportações nesse período (23.6%) deveu-se à
redução verificada em todos os grupos de produtos exportados. Destacam-se as quedas nas
Máquinas e aparelhos (-24.0%) e Bens alimentares (-16.2%), com maior peso na estrutura das
exportações para esse país, bem como nos metais comuns (21.8%) e nos Outros produtos
(35.1%), neste caso com origem na evolução negativa dos Móveis e suas partes.
Quotas de mercado das exportações de bens
De acordo com dados revistos, a quota de mercado das exportações nacionais no
mercado mundial de bens situou-se em 0.336% no primeiro trimestre de 2015 (0.758% no
mercado da UE e 0.0974% no mercado extracomunitário), traduzindo uma descida ligeira face
à quota de mercado média em 2014, mas note-se que os dados de apenas um trimestre são
insuficientes para estabelecer uma tendência, até porque são sujeitos a revisão.
Quadro 3.1.1.4: Quotas de mercado das exportações de bens (%)
2012 2013 2014 1T 15
Mundo 0.314 0.334 0.339 0.336
Intra-UE 0.692 0.734 0.740 0.758
Extra-UE 0.0954 0.1026 0.1035 0.0974
Fontes: OMC e INE. Nota metodológica: as quotas foram calculadas dividindo as exportações de Portugal (dados
trimestrais da OMC em milhões de dólares, repartidos entre os mercados intra-UE e extra-UE usando a estrutura de
exportações de Portugal calculada a partir de informação do INE para os períodos em causa) pelas importações totais
nos vários mercados (obtidas na mesma base de dados trimestrais da OMC).
Figura 3.1.1.1: Evolução homóloga das exportações de mercadorias, da procura externa
relevante e dos ganhos de quota de mercado
5.6
4.6
1.8 2.2
-0.7
1.5
4.5 3.8
1.3
-2.1
1.8
0.9 1.6
2.5 2.3 2.2
4.3
6.7
0.0
1.3
-2.3
-1.0
2.2 1.6
-3.0
-2.0
-1.0
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
2012 2013 2014 1T 14 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15
Exportações de mercadorias (tvhn, %)Procura externa relevante (tvhn, %)Ganho (+) / Perda (-) de quota de mercadoFonte: INE e cálculos próprios
Quota de mercado
mundial das
exportações
nacionais de
0.336% no 1ºT 15
Angola passa de 4º
para 6º no ranking
de mercados de
exportações
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
25
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACCI - CÂM ARA DE COMÉRCI O E I NDÚSTRIA
Por outro lado, a evolução face ao trimestre homólogo parece ser positiva. Segundo dados do
INE, as exportações de mercadorias cresceram mais do que a procura externa relevante
no primeiro trimestre de 2015 (variações homólogas de 3.8% e 2.2% respetivamente),
refletindo-se num ganho homólogo de quota de mercado (cerca de 1.6%).
Os nossos cálculos das quotas de mercado nos 20 principais mercados de exportação
de bens mostram uma melhoria em 10 dos 19 países com informação disponível para os
quatro primeiros meses de 2015 (1º trimestre, no caso de Angola), por comparação com 2014.
Salientamos os ganhos de quota significativos em Espanha, na Argélia e na China, e a perda
significativa no mercado angolano (ver quadro abaixo).
Quadro 3.1.1.5: Quotas de mercado nos 20 maiores mercados de exportação de bens
Quotas (%) Variação (p.p.)
2013 2014 Jan-Abr 15 2014 Jan-Abr 15
Espanha 4.36 4.20 4.53 -0.15 0.33
França 1.07 1.10 1.18 0.03 0.08
Alemanha 0.61 0.62 0.64 0.00 0.02
Angola* 16.49 15.90 10.92 (1T 15) -0.59 -4.98 (1T 15)
Reino Unido 0.53 0.57 0.59 0.04 0.02
Estados Unidos 0.11 0.12 0.12 0.00 0.00
Países Baixos 0.43 0.43 0.45 0.01 0.01
Itália 0.43 0.44 0.42 0.01 -0.02
Bélgica 0.39 0.38 0.34 -0.01 -0.04
China 1.93 2.42 2.55 0.488 0.133
Brasil 0.05 0.04 0.04 -0.01 0.00
Marrocos 0.39 0.33 0.31 -0.06 -0.02
Argélia 1.28 1.34 1.51 0.06 0.17
Suécia 0.36 0.38 0.34 0.02 -0.04
Polónia 0.28 0.28 0.33 0.00 0.05
Suíça 0.28 0.28 0.27 0.00 -0.01
Turquia 0.20 0.22 0.16 0.02 -0.06
República Checa 0.26 0.28 0.26 0.02 -0.02
Moçambique* 4.79 5.22 (3T 14) 0.43 (3T 14)
Dinamarca 0.43 0.41 0.38 -0.02 -0.03
Fontes: OMC, INE Angola, INE Moçambique, INE, BdP, cálculos próprios. Tabela ordenada pelo ranking das exportações
em 2014 (como no quadro 3.1.1.3). P.p. = pontos percentuais. *Pesos de Portugal nas importações de mercadorias
desses países, obtidas a partir de dados dos respetivos institutos nacionais de estatística. As restantes quotas seguem a
metodologia descrita na nota do quadro anterior (mas aqui com dados mensais).
Ganhos de quota de
mercado em
Espanha, na Argélia
e na China, e perda
expressiva em
Angola
Quota no mercado
mundial de bens
melhora face ao
trimestre homólogo
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
26
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Importações de bens
De janeiro a abril de 2015, as importações de bens registaram uma variação homóloga nominal
de 2.8%. O detalhe por produtos mostra, no entanto, que a subida das importações foi de
7.5% excluindo combustíveis, cuja forte contração (20.3%) está associada a efeitos de base.
Os principais contributos para o aumento das importações tiveram origem no material de
transporte (2.3 p.p.), nos químicos (0.9 p.p.) e nas máquinas e aparelhos (0.7 p.p.).
Quadro 3.1.1.6: Importações de bens por tipo de produto
2014 Jan-Abr 15
Produtos NC8 e respetivos códigos Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Combustíveis: S5 (27) 10 214 -8.4 -1.6 2 519 -20.3 -3.4
Máquinas e aparelhos: S16 (84-85) 8 966 6.4 1.0 2 942 5.0 0.7
Material de Transporte: S17 (86-89) 6 196 22.3 2.0 2 406 21.7 2.3
Animais vivos, produtos animais e vegetais,
e gorduras: S1 (1-5), S2 (6-14), S3 (15) 6 153 -1.3 -0.1 2 089 4.6 0.5
Químicos: S6 (28-38) 6 102 3.8 0.4 2 203 8.1 0.9
Metais: S15 (72-83) 4 484 3.7 0.3 1 593 6.7 0.5
Plásticos e borracha: S7 (39-40) 3 453 5.3 0.3 1 187 3.2 0.2
Alimentação, bebidas e tabaco, S4 (16-24) 2 711 -4.1 -0.2 848 1.7 0.1
Outros 2 030 1.9 0.1 680 7.0 0.2
Madeira e cortiça: S9 (44-46) e S10 (47-49) 1 934 4.9 0.2 657 6.4 0.2
Vestuário: S11 (61-62) 1 814 12.1 0.3 600 3.4 0.1
Têxteis: S11 (50-60, 63) 1 800 4.4 0.1 629 3.0 0.1
Peles e couros S8 (41-43) 825 12.0 0.2 273 -1.3 0.0
Mobiliário: S20 (94) 720 13.9 0.2 262 21.8 0.2
Calçado: S12 (64-67) 703 17.6 0.2 250 5.8 0.1
Pedra, cerâmica e vidro: S13 (68-70) 588 9.8 0.1 195 4.2 0.0
Produtos minerais exceto combustíveis: S5 (25-26)
162 12.8 0.0 56 10.5 0.0
Total 58 854 3.2 19 390 2.8
Total sem combustíveis 48 640 6.1 4.9 16 871 7.5 6.2
Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das importações em 2014. NC8 = Nomenclatura combinada de mercadorias da
UE a oito dígitos; M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.
Os dados por mercados de origem mostram variações homólogas de 4.3% nas importações
intra-UE e -2.0% nas extracomunitárias. Os principais contributos para o aumento das
importações vieram de Espanha (1.4 p.p.) e do Brasil (0.7 p.p.), enquanto os contributos mais
negativos ocorreram nos mercados de Angola (-1.6 p.p.) e Nigéria (-0.6 p.p.).
Crescimento das
importações de
material de
transporte
amortecido por
correção nos
combustíveis
Apenas importações
intra-UE sobem,
com forte
contributo de
Espanha
-
2T 15 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
27
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Quadro 3.1.1.7: Importações de bens nos 20 principais mercados de 2014
2014 Jan-Abr 2015
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Espanha 19 128 4.0 1.3 6 360 4.2 1.4
Alemanha 7 272 12.1 1.4 2 420 -0.9 -0.1
França 4 160 8.5 0.6 1 475 3.5 0.3
Itália 3 081 5.6 0.3 1 036 2.1 0.1
Países Baixos 3 007 5.5 0.3 988 3.3 0.2
Reino Unido 1 794 7.1 0.2 670 17.4 0.5
Angola 1 606 -39.0 -1.8 293 -51.3 -1.6
China 1 597 16.6 0.4 580 17.2 0.5
Bélgica 1 565 9.6 0.2 567 5.1 0.1
Estados Unidos 920 9.2 0.1 313 -17.7 -0.4
Brasil 865 4.0 0.1 244 117.8 0.7
Cazaquistão 814 48.0 0.5 206 4.3 0.0
Arábia Saudita 785 12.9 0.2 253 13.0 0.2
Argélia 712 77.7 0.5 95 -22.7 -0.1
Rússia 711 -28.9 -0.5 194 16.5 0.1
Suécia 665 20.6 0.2 213 -7.0 -0.1
Irlanda 610 12.0 0.1 274 51.9 0.5
Nigéria 542 -27.5 -0.4 2 -97.9 -0.6
Polónia 530 21.7 0.2 193 12.9 0.1
Índia 492 25.3 0.2 161 -11.5 -0.1
Subtotal 50 857 4.7 4.0 16 538 1.9 1.7
Total 58 854 3.2 19 390 2.8
Intra-UE 43 979 7.1 5.1 14 973 4.3 3.3
Extra-UE 14 875 -6.8 -1.9 4 416 -2.0 -0.5
Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das importações em 2014. M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação
homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.
3.1.2 Comércio internacional de serviços
O excedente da balança de serviços aumentou 8.1% em termos homólogos (209 M€) no
período de janeiro a abril de 2015, para 2803 M€, correspondendo a um aumento absoluto
das exportações superior ao das importações (553 e 344 M€, respetivamente), ainda que a
taxa de variação tenha sido inferior (8.8% e 9.4%). A rubrica de Viagens e turismo continuou
a dar o maior contributo para o aumento das exportações (5.4 p.p., traduzindo uma tvh de
12.8%), seguida pelos Outros serviços fornecidos por empresas (3.2 p.p. e 17.8%),
precisamente as duas únicas rubricas que registaram saldos positivos. No lado das importações,
o maior contributo para o crescimento veio dos Outros serviços fornecidos por empresas (3.4
p.p. e 18.9%), registando-se vários outros contributos positivos significativos.
Excedente da
balança de serviços
sobe com forte
crescimento das
exportações de
Viagens e turismo e
Outros serviços
fornecidos por
empresas
-
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Quadro 3.1.2.1: Balança de serviços
2014 Var. homóloga Jan-Abr 15 Var. homóloga
Valor
(M€)
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Valor
(M€)
Valor
(M€)
Tvhn
(%)
Contributo
(p.p.)
Exportações 22 817 882 4.0 6 809 553 8.8
Transformação, manut., reparação
671 -149 -18.1 -0.7 188 -36 -16.0 -0.6
Transportes 5 647 47 0.8 0.2 1 832 21 1.2 0.3
Viagens e turismo* 11 359 1 118 10.9 5.1 2 975 338 12.8 5.4
Direitos e serviços de telecom., informáticos e de informação
1 128 105 10.3 0.5 365 20 5.9 0.3
Outros serviços forn. por empresas
3 627 -88 -2.4 -0.4 1 326 200 17.8 3.2
Pessoais, culturais,
recreativos, Ad. Púb. 386 -151 -28.1 -0.7 123 8 7.2 0.1
Importações 11 871 872 7.9 4 006 344 9.4
Transformação,
manut., reparação 330 52 18.8 0.5 102 7 7.6 0.2
Transportes 3 382 286 9.2 2.6 1 054 61 6.2 1.7
Viagens e turismo* 4 328 231 5.6 2.1 1 437 45 3.2 1.2
Direitos e serviços de telecom., informáticos e de informação
1 380 159 13.0 1.4 506 66 15.0 1.8
Outros serviços forn. por empresas
2 150 322 17.6 2.9 778 124 18.9 3.4
Pessoais, culturais, recreativos, Ad. Púb.
301 -178 -37.2 -1.6 129 41 46.4 1.1
Saldo 10 946 10 0.1 2 803 209 8.1
Transformação,
manut., reparação 340 -201 -37.1 85 -43 -33.5
Transportes 2 265 -239 -9.6 778 -40 -4.9
Viagens e turismo* 7031 887 14.4 1539 294 23.6
Direitos e serviços de telecom., informáticos
e de informação
-253 -53 26.8 -141 -46 48.2
Outros serviços forn. por empresas
1477 -410 -21.7 549 77 16.3
Pessoais, culturais,
recreativos, Ad. Púb. 86 27 45.5 -6 -33 s.s.
Fonte: BdP. M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais; s.s. = sem
significado. * Inclui as componentes da construção, seguros, pensões e serviços financeiros, com peso reduzido.
De acordo com dados anuais provisórios da OMC, a quota das exportações nacionais nas
importações mundiais de serviços comerciais terá estabilizado em 0.63% no ano de
2014, após uma subida significativa em 2013 (de 0.59% para 0.64%).
3.1.3 Balança de bens e serviços
O saldo da balança de bens e serviços (BBS) melhorou para 260 M€ nos cinco primeiros
meses de 2015 (face a -105 M€ no período homólogo), traduzindo um menor défice da balança
de bens e um excedente mais elevado nos serviços, segundo dados do Banco de Portugal
Excedente da BBS
nos quatro primeiros
meses de 2015
Quota de mercado
dos serviços
estabiliza em 2014
-
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29
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(note-se que a componente de bens difere dos dados acima apresentados do INE – ver nota do
quadro abaixo). Salienta-se ainda o aumento do peso dos serviços na estrutura da BBS,
passando a representar 29.6% das exportações e 17.6% das importações. As Viagens e
turismo aumentaram o seu peso no total das exportações para 12.9%.
Quadro 3.1.3.1: Balança de bens e serviços
Exportações
Importações Saldo
Jan-Abr
Jan-Abr
Jan-Abr
2014 2015 2014 2015 2014 2015
Valor (M€)
Peso (%)
Valor (M€)
Peso (%)
Valor (M€)
Peso (%)
Valor (M€)
Peso (%)
Valor (M€)
Valor (M€)
Bens (FOB) 15 339 71.0 16 182 70.4 18 038 83.1 18 726 82.4 -2 699 -2 543
Serviços 6 257 29.0 6 809 29.6 3 662 16.9 4 006 17.6 2 595 2 803
Transformação,
manut., reparação 223 1.0 188 0.8 95 0.4 102 0.5 128 85
Transportes 1 811 8.4 1 832 8.0 993 4.6 1 054 4.6 818 778
Viagens e turismo* 2 637 12.2 2 975 12.9 1 392 6.4 1 437 6.3 1 245 1 539
Direitos e serv. de
telecom., informát.
e de informação
345 1.6 365 1.6 440 2.0 506 2.2 -95 -141
Outros serviços
forn. por empresas 1 126 5.2 1 326 5.8 654 3.0 778 3.4 472 549
Pessoais, culturais,
recreat., Ad. Púb. 115 0.5 123 0.5 88 0.4 129.2 0.6 27 -6
Total 21 596 100.0 22 992 100.0 21 700 100.0 22 732 100.0 -105 260
Fonte: Banco de Portugal. M€= milhões de euros. Nota: devido a diferenças de natureza metodológica, ocorre uma
diferença significativa de valores na balança de bens entre este quadro e o quadro 3.1.1.1, que tem como fonte o INE.
As diferenças têm origem sobretudo nas importações, em boa medida porque esta componente se encontra expressa
em valores CIF nos dados do INE e em valores FOB nos do Banco de Portugal (ver nota ao quadro 3.1.1.1). * Inclui as
componentes da construção, seguros, pensões e serviços financeiros, com peso reduzido.
3.1.4 Termos de troca de bens e de serviços
No primeiro trimestre de 2015 registou-se uma melhoria mais forte dos termos de troca
(cerca de 2.8%, em termos homólogos), tanto nos bens como nos serviços, uma evolução que
favorece a o saldo da balança de bens e serviços.
Quadro 3.1.4.1: Evolução dos termos de troca (tvh, %)
Deflator exportações, tvh (1) Deflator importações, tvh (2) Termos de troca (p.p.)= (1)-(2)
Bens (FOB)
Serviços Total Bens
(FOB)
Serviços Total Bens
(FOB)
Serviços Total
2012 1.7 1.6 1.7 1.0 1.6 1.1 0.7 -0.1 0.6
2013 -0.9 -0.4 -0.8 -2.3 0.5 -1.9 1.4 -0.9 1.2
2014 -1.0 1.7 -0.3 -2.7 0.9 -2.2 1.7 0.8 1.9
1T 15 -3.2 2.5 -1.7 -5.4 0.6 -4.5 2.2 1.9 2.8
Fonte: INE (Contas nacionais base 2011, SEC 2010) e cálculos próprios. Tvh = taxa de variação homóloga. FOB: ver
nota ao quadro 3.1.1.1.
Melhoria dos
termos de troca
acentua-se no 1º T,
tanto nos bens
como nos serviços
Subida do peso dos
serviços na BBS
-
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Nos bens, a melhoria dos termos de troca (cerca de 2.2%) resultou de uma queda mais forte
dos preços das importações do que das exportações, enquanto nos serviços traduziu um
aumento mais expressivo dos preços das exportações do que das importações.
3.2 Investimento direto
Segundo informação provisória do BdP (seguindo o princípio direcional), a posição de
investimento direto estrangeiro (IDE) situou-se em 93947 M€ no final do primeiro trimestre
de 2015, traduzindo um crescimento homólogo de 3.2%, inferior ao registado na posição de
investimento português no exterior (7.0%, para 49901 M€), mas com uma redução
apenas ligeira da posição de investimento direto líquido (-0.9%, para 43596 M€).
Quadro 3.2.1: Investimento direto (posição em final de período em M€, salvo outra indicação)
2013 2014 1T 15
Posição de Investimento Direto líquido = (1)-(2) 44788 41314 43596
Tvh (%) 6.3 -7.8 -0.9
Posição de Investimento Direto Estrangeiro (1) 89716 89379 93497
Tvh (%) 2.4 -0.4 3.2
Posição de Investimento Direto no Exterior (2) 44928 48065 49901
Tvh (%) -1.2 7.0 7.0
Fonte: BdP. Tvha =taxa de variação homóloga; M€= milhões de euros.
Crescimento da
posição de
investimento direto
quer estrangeiro
quer no exterior;
posição líquida
pouco alterada
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4. FINANCIAMENTO
4.1 Taxas de juro
Quadro 4.1.1: Taxas de juro
2013 2014 2T 14 3T 14 4T 14 1T 15 Abr-15 Mai-15
Taxas de juro (%)
Mercado monetário
Taxa “Refi” do BCE (fim de período) 0.25 0.05 0.15 0.05 0.05 0.05 0.05 0.05
Taxas Euribor (valores médios)
3 meses 0.220 0.209 0.299 0.165 0.082 0.046 0.005 -0.010
6 meses 0.336 0.308 0.393 0.266 0.181 0.125 0.073 0.057
12 meses 0.536 0.475 0.570 0.440 0.334 0.255 0.180 0.165
Dívida soberana: OT (valores médios)
Yield PT, 10 anos (a) 6.29 3.75 3.66 3.45 3.05 2.18 1.87 2.41
Yield Área Euro, 10 anos 3.00 2.05 2.23 1.80 1.50 1.03 0.91 1.32
Yield Alemanha, 10 anos (b) 1.57 1.16 1.35 0.99 0.70 0.31 0.12 0.56
Prémio de risco de PT = (a) –(b) 4.72 2.59 2.31 2.45 2.35 1.88 1.75 1.85
Crédito a empresas
Novas operações até 1 M€ (exclui descobertos bancários)
Taxa de juro média pond. em PT 6.39 5.53 5.78 5.37 4.94 4.72 4.44
Tx. de juro média pond. na A. Euro 3.78 3.52 3.68 3.42 3.19 2.99 2.88
Fo