Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade,...

11
OmniPax Editora Rev Bras Terap e Saúde, 10(2):15-25, 2020 Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e Largura de Tênis Masculinos para a Prática de Corrida de Rua Analysis of Depth, Hardness, Length and Width Measurements of Men’s Running Shoes for Street Running Franciele Aparecida Novak a* , Patrícia de Freitas Patroni a,b Eduardo Del Bosco Brunetti Cunha a , José Lourenço Kutzke a a Centro Universitário UNIFACEAR Resumo: Contextualização : A prática de corrida de rua vem se popularizando nos últimos anos devido baixo custo e benefícios para a saúde. Paralelo a isso, as lesões aumentam de forma proporcional em virtude da sobrecarga de treinamento, anatomia do praticante e fatores biomecânicos relacionados ao esporte, bem como o calçado utilizado. Objetivo : Tendo em vista que no Brasil não há uma padronização de medidas para tênis com mesma numeração, o presente estudo tem como objetivo apresentar as variâncias observadas através dos dispositivos: paquímetro digital, durômetro e Brannock, de 83 modelos de tênis masculinos destinados à prática de corrida de rua. Métodos : A análise se deu através das medidas de profundidade do tendão de Aquiles, maleolar medial e lateral, dureza, largura do cabedal anterior e comprimento das palmilhas. Os modelos selecionados apresentavam valores entre R$ 100,00 e R$ 954,00 (salário mínimo do ano de 2018), numeração 41 e foram disponibilizados pelas lojas de produtos esportivos localizadas na cidade de Curitiba/PR. Resultados : Com base nos dados obtidos, a maioria das marcas selecionadas apresentaram medidas e valores comerciais discrepantes, embora as mesmas tenham demonstrado ao menos um modelo destaque nos quesitos avaliados. Conclusão : De acordo com os dados adquiridos, conclui-se que nem sempre o calçado com maior valor comercial atende às necessidades anatômicas e patológicas dos corredores de rua, bem como não há um determinado modelo que aborde todas as características analisadas, fornecendo um tênis “padrão ouro” para o atleta. Palavras-chave: Corrida de rua, Lesões em corredores, Tênis de corrida. Abstract: Background : The practice of street running has become popular in recent years due to the low cost and health benefits. Parallel to this, injuries increase proportionally due to training overload, athlete’s anatomy and biomechanical factors related to the sport, as well as the footwear used. Objective : Considering that in Brazil there is no standardization of measures for sneakers with the same numbering, the present study aims at presenting the variances observed through the devices: digital caliper, durometer and Brannock, of 83 male tennis shoes designed for street running. Methods : The analysis was based on measurements of the Achilles tendon depth, medial and lateral malleolar, hardness, anterior leather width and insoles length. The selected models had cost ranging between R$ 100.00 and R$ 954.00 (the minimum wage for the year 2018), number 41 and were made available by the sports product stores located at the city of Curitiba (PR), Brazil. Results : Based on the data obtained, most of the selected brands presented discrepant measures and commercial values, although they have demonstrated at least one model highlighted in the evaluated items. Conclusion : According to the data acquired, it is concluded that the footwear with the highest commercial value does not always meet the anatomical and pathological needs of street runners, as well as, there is no particular model that addresses all the features analyzed, providing a “gold standard” sneaker for the athlete. Keywords: Street running, Injuries in runners, Running shoes. 1. Introdução A popularidade da corrida de rua aumentou de- vido sua acessibilidade, baixo custo e benefícios para a saúde 1 . Assim como as demais modalidades es- portivas, a execução inadequada, associada a so- brecarga no treino, o elevado índice de massa corpo- ral (IMC), inexperiência e cadência de corrida, déficit de orientação, bem como o uso de calçados inapro- priados aumentam o índice de lesões 1,2,3 . As incidências relacionadas com esta prática va- riam consideravelmente. Alguns autores citam que * Autor correspondente: [email protected] podem chegar a 85% dos casos 4 contribuindo, as- sim, com o afastamento da modalidade 5 . Tais le- sões acometem em membros inferiores, superiores e cabeça, em 78,9%, 18,54% e 2,6%, respectiva- mente. Entretanto, no total de doenças existentes nos membros inferiores, 40,3% são concernentes a problemas nos pés e tornozelos 6 . Desta forma, os tênis de corrida devem ser proje- tados com a finalidade de proteger os usuários con- tra os excessos de carga nos tecidos biológicos, bem como facilitar a realização do movimento 7 . Sabendo que a população em geral apresenta uma grande heterogeneidade relacionada a fatores como: antro- pometria individual, força e capacidade de flexibi- DOI 10.7436/rbts-2020.10.02.03 ISSN 2177-9910

Transcript of Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade,...

Page 1: Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 17 Figura 1: (A) Posicionamento

OmniPax Editora Rev Bras Terap e Saúde, 10(2):15-25, 2020

Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e Largurade Tênis Masculinos para a Prática de Corrida de Rua

Analysis of Depth, Hardness, Length and Width Measurements

of Men’s Running Shoes for Street Running

Franciele Aparecida Novak a∗, Patrícia de Freitas Patroni a,b

Eduardo Del Bosco Brunetti Cunha a , José Lourenço Kutzke a

a Centro Universitário UNIFACEAR

Resumo: Contextualização: A prática de corrida de rua vem se popularizando nos últimos anos devido baixo custo e benefíciospara a saúde. Paralelo a isso, as lesões aumentam de forma proporcional em virtude da sobrecarga de treinamento, anatomia dopraticante e fatores biomecânicos relacionados ao esporte, bem como o calçado utilizado. Objetivo: Tendo em vista que no Brasil nãohá uma padronização de medidas para tênis com mesma numeração, o presente estudo tem como objetivo apresentar as variânciasobservadas através dos dispositivos: paquímetro digital, durômetro e Brannock, de 83 modelos de tênis masculinos destinados àprática de corrida de rua. Métodos: A análise se deu através das medidas de profundidade do tendão de Aquiles, maleolar mediale lateral, dureza, largura do cabedal anterior e comprimento das palmilhas. Os modelos selecionados apresentavam valores entreR$ 100,00 e R$ 954,00 (salário mínimo do ano de 2018), numeração 41 e foram disponibilizados pelas lojas de produtos esportivoslocalizadas na cidade de Curitiba/PR. Resultados: Com base nos dados obtidos, a maioria das marcas selecionadas apresentarammedidas e valores comerciais discrepantes, embora as mesmas tenham demonstrado ao menos um modelo destaque nos quesitosavaliados. Conclusão: De acordo com os dados adquiridos, conclui-se que nem sempre o calçado com maior valor comercial atendeàs necessidades anatômicas e patológicas dos corredores de rua, bem como não há um determinado modelo que aborde todas ascaracterísticas analisadas, fornecendo um tênis “padrão ouro” para o atleta.

Palavras-chave: Corrida de rua, Lesões em corredores, Tênis de corrida.

Abstract: Background: The practice of street running has become popular in recent years due to the low cost and health benefits.Parallel to this, injuries increase proportionally due to training overload, athlete’s anatomy and biomechanical factors related to the sport,as well as the footwear used. Objective: Considering that in Brazil there is no standardization of measures for sneakers with the samenumbering, the present study aims at presenting the variances observed through the devices: digital caliper, durometer and Brannock,of 83 male tennis shoes designed for street running. Methods: The analysis was based on measurements of the Achilles tendon depth,medial and lateral malleolar, hardness, anterior leather width and insoles length. The selected models had cost ranging between R$100.00 and R$ 954.00 (the minimum wage for the year 2018), number 41 and were made available by the sports product stores locatedat the city of Curitiba (PR), Brazil. Results: Based on the data obtained, most of the selected brands presented discrepant measures andcommercial values, although they have demonstrated at least one model highlighted in the evaluated items. Conclusion: According to thedata acquired, it is concluded that the footwear with the highest commercial value does not always meet the anatomical and pathologicalneeds of street runners, as well as, there is no particular model that addresses all the features analyzed, providing a “gold standard”sneaker for the athlete.

Keywords: Street running, Injuries in runners, Running shoes.

1. Introdução

A popularidade da corrida de rua aumentou de-vido sua acessibilidade, baixo custo e benefícios paraa saúde1. Assim como as demais modalidades es-portivas, a execução inadequada, associada a so-brecarga no treino, o elevado índice de massa corpo-ral (IMC), inexperiência e cadência de corrida, déficitde orientação, bem como o uso de calçados inapro-priados aumentam o índice de lesões1,2,3.

As incidências relacionadas com esta prática va-riam consideravelmente. Alguns autores citam que

∗Autor correspondente: [email protected]

podem chegar a 85% dos casos4 contribuindo, as-sim, com o afastamento da modalidade5. Tais le-sões acometem em membros inferiores, superiorese cabeça, em 78,9%, 18,54% e 2,6%, respectiva-mente. Entretanto, no total de doenças existentesnos membros inferiores, 40,3% são concernentes aproblemas nos pés e tornozelos6.

Desta forma, os tênis de corrida devem ser proje-tados com a finalidade de proteger os usuários con-tra os excessos de carga nos tecidos biológicos, bemcomo facilitar a realização do movimento7. Sabendoque a população em geral apresenta uma grandeheterogeneidade relacionada a fatores como: antro-pometria individual, força e capacidade de flexibi-

DOI 10.7436/rbts-2020.10.02.03 ISSN 2177-9910

Page 2: Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 17 Figura 1: (A) Posicionamento

16 Novak et al.

lidade, experiência de execução, envolvimento emoutras atividades esportivas ou lesões anteriores8,a prescrição deve ser individualizada e adequada anecessidade do usuário.

Embora não exista um consenso em relação aopadrão de tamanho de largura do cabedal anterior(estrutura esta que acomoda a região dos dedos),profundidade maleolar e dureza dos tênis, esta pes-quisa tem por objetivo comparar medidas dos tê-nis masculinos para a prática de corrida de rua.Acredita-se que estas informações possam favore-cer a correta prescrição fisioterapêutica para atletase demais usuários.

2. Métodos

O presente estudo foi delineado por uma pes-quisa aplicada exploratória quantitativa, referenteanálise das medidas de profundidade do tendão deAquiles e maleolar (medial e lateral), rigidez dos tê-nis (com e sem a palmilha), comprimento das palmi-lhas e largura do cabedal anterior de tênis de cor-rida masculinos comercializados na cidade de Curi-tiba (PR), no período de janeiro/2019 até abril/2019.

A amostra foi constituída por 83 modelos de tê-nis, com numeração 41, abrangendo 13 fabricantesdiferentes, sendo eles: Adidas, Asics, Brooks Run-ning, Hoka, Mizuno, New Balance, Nike, Olympikus,Puma, Saucony, Skechers, Under Armour e 361◦.

Para a seleção dos modelos do estudo foram apli-cados os seguintes critérios de inclusão:

• tênis destinados a corridas de rua, comerciali-zados no Brasil, na cidade de Curitiba (PR;

• modelos voltados ao público masculino;

• numeração 41;

• modelos da coleção de janeiro de 2018 até abrilde 2019;

• modelos com valores iguais ou superiores a R$100,00 até o limite de R$ 954,00 (salário mí-nimo vigente no ano de 2018);

• tênis com pisada neutra;

• tênis com palmilhas removíveis;

• declaração de concordância dos revendedores.

Foram excluídos do estudo os tênis que apresen-tassem palmilhas fixas, características minimalis-tas, conforme a descrição dos fabricantes e cadar-ços não removíveis, por impossibilitarem a coletacom os dispositivos selecionados. A Tabela 1 mos-tra a metodologia empregada para a coleta de dadose análise de resultados.

Etapas Descrição das Atividades1a Pesquisa realizada na internet para seleção das

marcas e modelos, totalizando 13 marcas

e 227 modelos2a Avaliação através dos critérios de inclusão e ex-

clusão, descritos na metodologia

3a Explicação do estudo aos lojistas, bem como co-leta de assinatura no termo de concordância

4a Coleta das seguintes medidas, no ambiente daslojas:1- Profundidade do tendão de Aquiles, maleolarmedial e lateral (medidas 1, 2 e 3),

através do paquímetro digital2- Pressão na região posterior do tênis com esem a palmilha (medidas 4 e 5),

através do durômetro3- Largura do cabedal anterior e comprimentoda palmilha (medidas 6 e 7) com a

utilização do dispositivo de Brannock

5a Análise estatística e conclusão do estudo

Tabela 1: Método empregado para a coleta de dados.

Para a coleta das medidas 1, 2 e 3 foi utilizado opaquímetro, sendo adotado o seguinte protocolo:

• 1a etapa: Posicionamento do tênis em um localplano (Figura 1A);

• 2a etapa: Inserção do paquímetro na regiãoposterior interna do modelo selecionado paraa medida de profundidade (Figura 1B);

• 3a etapa: Inserção do paquímetro na regiãomaleolar medial (Figura 1C) e lateral interna(Figura 1D) do modelo selecionado.

O durômetro foi utilizado para a coleta das me-didas 4 e 5, sendo realizado da seguinte maneira:

• 1a etapa: Posicionamento do tênis sob uma su-perfície plana e rígida (Figura 1A), com inser-ção do durômetro na região posterior, acima dapalmilha (Figura 2A);

• 2a etapa: Avaliação da dureza do tênis sem apalmilha (Figura 2B).

A coleta das medidas 6 e 7 foi realizada atravésdo dispositivo de Brannock, sendo subdivididas emcinco etapas, conforme descrição:

• 1a etapa: Encaixa-se a palmilha direita no pontoreferente ao calcanhar direito (Figura 3A);

• 2a etapa: Encaixa-se o ponto de maior largurada palmilha no dispositivo metálico medial (Fi-gura 3B);

Page 3: Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 17 Figura 1: (A) Posicionamento

Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 17

Figura 1: (A) Posicionamento do paquímetro digital para a coletadas medidas de: (B) Profundidade posterior, (C) Profundidademaleolar medial e (D) Profundidade maleolar lateral.

Figura 2: (A/B) Posicionamento do durômetro para coleta de da-dos com e sem a palmilha.

Figura 3: (A/E) Posicionamento do dispositivo de brannock paracoleta de dados das medidas de comprimento das palmilhas elargura do cabedal anterior9.

Page 4: Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 17 Figura 1: (A) Posicionamento

18 Novak et al.

• 3a etapa: Arrasta-se o paquímetro lateral até oponto de contato com a palmilha, sem exercerpressão (Figura 3C);

• 4a etapa: Mensura-se a largura do ponto me-dial máximo até o ponto lateral máximo da pal-milha (Figura 3D);

• 5a etapa: Mensura-se o comprimento da pal-milha, observando o extremo ponto anterior(Figura 3E).

3. Resultados

O estudo iniciou com uma amostra de 13 mar-cas e 227 modelos, porém, destes, apenas 83 foramdisponibilizados pelas lojas, devido ausência de nu-meração 41 e troca de coleção.

Com base na Figura 4, a marca Asics se destacacomo tendo o maior número de modelos (n=20), se-guida pela Nike (n=14), Adidas (n=10), Mizuno (n=9),New Balance (n=9), Brooks Running (n=6), Saucony(n=4), Hoka (n=3), Olympikus (n=2), Puma (n=2),361o (n=2), Skechers (n=1) e Under Armour (n=1).

Figura 4: Porcentagem de contribuição de cada marca com apesquisa.

Nas Tabelas 2, 3 e 4 se encontram as informa-ções referentes aos modelos e suas respectivas me-didas coletadas com os equipamentos descritos an-teriormente, subdivididas conforme a classificaçãode preços.

Os tênis selecionados para o estudo apresenta-ram valores entre R$ 179,99 e R$ 899,99, subdi-vididos em 3 faixas distintas. Para referência, foiutilizada a média de custo dos três primeiros va-lores encontrados nos sites de busca, no períodode janeiro/2019 a abril/2019, possibilitando assima apresentação dos resultados de acordo com asmedidas coletadas em milímetros (mm), centímetros(cm) e shore.

Na Tabela 2 estão descritas as medidas de 23modelos, com valores entre R$ 179,99 até R$ 299,99

cada, correspondentes a faixa 1. A média de custoencontrada foi de R$ 265,82.

Na faixa 2, com valores entre R$ 300,00 até R$599,99, foram incluídos 45 tênis, com custo médiode R$ 480,74 (Tabela 3).

A faixa 3 englobou o restante dos tênis selecio-nados, com valores de R$ 600,00 a R$ 899,99, eapresentou apenas 15 unidades, com valor médiode R$ 763,64 (Tabela 4).

De acordo com a análise estatística, as medi-das de profundidade de tendão de Aquiles (P.T.A)profundidade maleolar medial (P.M.M) e profundi-dade maleolar lateral (P.M.L), estão ilustradas na Fi-gura 5. Onde para a faixa 1, o tênis da marca Puma,modelo Enzo Weave BDP apresentou maior medidade P.M.M e P.M.L (70,6mm e 64,56mm, respectiva-mente). Porém, o modelo Questar Ride da Adidasobteve maior P.T.A, com 95,42mm. Em contrapar-tida, os modelos da marca Saucony exibiram as me-nores medidas de P.M.M (Trumph ISO 4 = 42,07mm)e P.M.L (Trumph ISO 3 = 42,2mm). Destaca-se omodelo Inspiration da Olympikus como tendo a me-nor medida para P.T.A (69,85mm).

Já na faixa 2, ressalta-se que o tênis com mai-ores medidas de P.M.M. e P.M.L foi o Fresh FoamZante Solas, da marca New Balance, com 73,29mme 70,23mm, respectivamente. O modelo AlphabounceBeyond 2M, da Adidas apresentou uma P.T.A de98,84mm. Já os tênis Hurricane ISO 3, da Sau-cony, Go Run Forza 3, da Skechers e Wave Sonic Trida Mizuno demonstraram na seguinte ordem meno-res medidas de P.M.M. (44,7mm), P.T.A (64,65mm)e P.M.L (43,38mm).

Na faixa 3 destaca-se o modelo Glycerin 16 daBrooks Running como o menos profundo da cate-goria, com valores de 64,34mm (P.T.A), 41,05mm(P.M.M) e 39,89mm (P.M.L). Diferentemente do queacontece com os modelos da marca Adidas, Ultrabo-ost Uncaged e Ultraboost 19, com medidas de P.M.M= 65,94mm e P.T.A de 89,89mm. O modelo Fuel-cell Impulse, da New Balance exibiu uma P.M.L de65,68mm.

Na sequência, os resultados encontrados paramenor dureza de palmilhas correspondentes às fai-xas 1, 2 e 3, estão mostrados na Figura 6 e são, res-pectivamente os modelos Fuelcore Coast V4 e 1500V4, ambos da New Balance, bem como o Gel Quan-tum 360 4, da Asics. Os modelos Trumph ISO 4(Saucony), Levitate 2 (Brooks Running) e Gel Kayano25 (Asics) apresentaram maiores valores de dureza,mensurados em shore. Para tanto, quando consi-derado somente a estrutura dos tênis sem a palmi-lha, os dados sofreram variâncias, conforme mos-trado nas Tabelas 2, 3 e 4, tendo como destaque osmodelos Inspiration, (Olympikus), NRGY Neko Turbo(Puma) e Zoom Pegasus 35 Turbo (Nike) com valoresde dureza acima dos demais. Já os modelos Trumph

Page 5: Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 17 Figura 1: (A) Posicionamento

Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 19

Tabela 2: Modelos de tênis pertencentes a faixa 1 de preço.

Page 6: Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 17 Figura 1: (A) Posicionamento

20 Novak et al.

Tabela 3: Modelos de tênis pertencentes a faixa 2 de preço.

Page 7: Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 17 Figura 1: (A) Posicionamento

Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 21

Tabela 4: Modelos de tênis pertencentes a faixa 3 de preço.

Page 8: Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 17 Figura 1: (A) Posicionamento

22 Novak et al.

Figura 5: Descrição das maiores e menores medidas de P.T.A, P.M.M e P.M.L, conforme classificação de preços. Legenda: (AD) Adidas;(BR) Brooks Running; (MZ) Mizuno; (NB) New Balance; (OL) Olympikus; (PM) Puma; (SC) Saucony; (SK) Shechers.

ISO 3 (Saucony), Ultraboost e Ultraboost 19 (Adidas)exibiram os menores valores dentre as faixas.

Na análise de comprimento das palmilhas (C.P) elargura do cabedal anterior (L.C.A), conforme mos-trado na Figura 7, destacam-se na faixa 1, os mo-delos Inspiration, da marca Olympikus e Flex 2018RN da Nike, como tendo a maior (29,9cm) e menor(28,4cm) medida, respectivamente para C.P. Entre-tanto, para L.C.A os modelos Bandit 4 e Trumph ISO3 das marcas Under Armour e Saucony apresenta-ram medidas de 10,8cm e 9,9cm. A faixa 2 apre-sentou uma heterogeneidade em relação aos resul-tados, para os seguinte dados: diferença de 1,7cmpara C.P dos modelos Roadhwk FF 2, da Asics eEpic React Flyknit da Nike, e 1,6cm para L.C.A dosmodelos Waveknit R2 da Mizuno e Glycerin 15 damarca Brooks Running.

Diferentemente do que ocorreu nas classificaçõesanteriores, a faixa 3 apresentou somente três mo-delos, pois o tênis Epic React Flyknit, da Nike foi omenor nas duas categorias analisadas. Em contra-partida, os modelos Wave Creation 20 da Mizuno eZoom Pegasus 35 turbo da Nike demonstraram me-didas superiores para comprimento e largura daspalmilhas.

Para tanto, salientamos que as marcas Hoka e361o não apresentaram valores de destaque para osdados coletados, contudo, a primeira delas exibiu

um padrão para as medidas de L.C.A e C.P para osseus três modelos selecionados.

4. Discussão

A corrida de rua é definida como uma prova depedestrianismo disputada em circuitos com distân-cias oficiais variando de 5Km a 100Km. A prática écaracterizada como uma atividade em que o corpoé impulsionado pelo movimento rápido das pernasem ritmo que varia do moderado ao intenso10. Cadavez que o pé atinge o solo, há uma mudança rápidana velocidade, causada pela ação de reação devidoao aumento das forças de duas a três vezes sobre opeso corporal11.

No Brasil, as corridas iniciaram em 1925, ob-tendo destaque por volta de 1970 e desde então vemapresentando um crescimento de cerca de 25% aoano12,13. Este índice se deve a algumas peculiarida-des do esporte supracitado, tais como: fácil acessoda população apta, baixo custo para organizadorese praticantes, bem como treinamento e participaçãocaracterizando-se por ser uma atividade física po-pular ou de massa, e inclusive, por ser consideradauma atividade relevante na perspectiva do lazer14.Além disto, a prática está associada com a melhorada saúde, diminuição de peso, aumento da autoes-

Page 9: Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 17 Figura 1: (A) Posicionamento

Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 23

Figura 6: Descrição das maiores e menores medidas de dureza com e sem a palmilha, conforme classificação de preços. Legenda:Legenda: (AD) Adidas; (BR) Brooks Running; (MZ) Mizuno; (NB) New Balance; (OL) Olympikus; (PM) Puma; (SC) Saucony; (SK) Shechers.

Figura 7: Descrição das maiores e menores medidas de L.C.A e C.P. Legenda: (AD) Adidas; (BR) Brooks Running; (MZ) Mizuno; (NB)New Balance; (OL) Olympikus; (PM) Puma; (SC) Saucony; (SK) Shechers.

Page 10: Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 17 Figura 1: (A) Posicionamento

24 Novak et al.

tima e capacidade cardiovascular, controle da pres-são arterial, resistência e condicionamento físico15.

Contudo, o aumento de adeptos eleva o índicede lesões, sendo estas associadas com a sobrecargade treinamento3,16, onde o sistema musculoesque-lético não consegue se adaptar ao volume apli-cado17,18, apresentando fatores de risco que podemser divididos em três categorias: treinamento, cor-relacionado com frequência de corrida, duração, in-tensidade, cadência, distância, ambiente e estilo devida; anatômica, que abrange a arquitetura dos te-cidos biológicos, força individual, tipos de pés, am-plitude de movimento do tornozelo, discrepância nocomprimento das pernas e por fim a demanda bi-omecânica, referente ao impacto gerado pelo atritodo pé e do solo7,17.

Estudos realizados por Araujo6 e seus colabo-radores no ano de 2015, apresentam um predomí-nio de lesões localizadas nos pés e tornozelos, comincidência de 40,3%, incluindo as entorses, câim-bras, hematomas e tendinopatias, sendo que estaúltima acomete principalmente o tendão de Aquilescom uma taxa de 10% dos casos19.Moreira e An-tunes20 afirmam que a estabilidade do tornozelo éessencial para que ocorra maior desempenho fun-cional desta estrutura, permitindo a locomoção ea participação em atividades com maior demanda,como a corrida e o salto. Além disto, há uma preo-cupação constante com a instabilidade crônica arti-cular, fazendo com que o contraforte do tênis apre-sente papel fundamental na proteção do calcâneo,mantendo esta estrutura firme dentro do calçado21.Desta forma, os dados coletados permitem a visuali-zação de medidas que variam em aproximadamente34,5mm para P.T.A., 32,24 para P.M.M. e 30,34mmpara P.M.L., abrindo uma série de opções para queo usuário escolha o modelo que melhor se encaixe àsua anatomia e necessidade.

Conforme descrito na literatura cientifica, umacorrida de 5Km pode atingir 3600 impactos con-tra o solo, na frequência de passos típicos11, au-mentando a procura de tênis com propriedades deabsorção de choque e baixas pressões plantares22,bem como o conforto e a tecnologia da sola dos sa-patos, que proporcionam menor taxa de carrega-mento23.

Além da necessidade de estabilização, os cor-redores necessitam de tênis com proteção articu-lar e que restrinjam os movimentos excessivos24,a fim de evitar lesões, como a fascite plantar, co-mum nesta categoria6. Desta forma, a palmilhatambém deve ser projetada de forma a auxiliar nestemecanismo, evitando que o pé do usuário escorre-gue dentro do tênis21, sendo classificada como ma-cia, semi-rígida e rígida, onde a segunda se apre-senta com benefícios superiores para uso despor-tivo, promovendo maior flexibilidade e absorção de

choque25. Em contrapartida, o estudo de Qu (2014)citado no artigo de Seger25, afirma que as palmilhasmacias tendem a acomodar o pé de maneira maissatisfatória enquanto as outras mantém os pés emuma posição neutra e estável.

Com base nisto, o estudo de Cabtree (2009), ci-tado no artigo de Seger25, demonstrou que o mate-rial da palmilha está intimamente relacionado comestas características, podendo variar em questõesde temperatura, elasticidade, densidade, durabili-dade, confortabilidade, flexibilidade e dureza. Hajavista, que Shckelford (2008), citado no estudo deBarreto26, menciona que existem diversos métodospara avaliar a dureza dos materiais, dentre eles odurômetro, tendo como unidade de medida o shore,que demonstra no estudo uma variação de 039,5shore para a palmilha e 059,5 shore do tênis em si.Para sanar dúvidas, é valido citar que o material decomposição dos sapatos, bem como o da palmilhanão foi abrangido por esta pesquisa.

As pesquisas de De Luca, Adams, Helm, Mail-ler, Brunet e Van Middelkoop realizadas entre osanos de 1990 e 2012, citadas no artigo de Purime Leite27, relatam que corredores de longa distân-cia também apresentam lesões caracterizadas porcalos e danos nas unhas, tais como: bolhas, oni-comadese, pé-de-atleta, pápulas piezogênicas e pe-téquias do calcâneo. Outra patologia com grandeprevalência e também relacionada ao comprimentoe largura de cabedal anterior é o hálux valgo, comincidência de 23% na população em geral28, tendocomo opção de tratamento a utilização de calçadosespeciais com câmara anterior ampla e palmilhasde acomodação para a prevenção do agravamentoda doença29. Nota-se que no presente estudo asmarcas variaram aproximadamente 1,6cm e 1,9cmpara cabedal anterior e comprimento das palmilhas,respectivamente, dentre os 83 modelos avaliados.

Com base no exposto, grande parte das marcasselecionadas não apresentaram um padrão de me-didas dentre elas. Por um lado, isso pode beneficiaro atleta na aquisição do calçado, visto que o con-forto é relativo para cada usuário.

5. Conclusão

Tendo em vista de que ainda não há um con-senso em relação ao padrão de tamanho de largurado cabedal anterior e demais componentes dos tê-nis, sugere-se a descrição de cada item por partedos fabricantes, facilitando assim a indicação fisio-terapêutica e aquisição do produto.

De acordo com os dados até aqui apresentados,conclui-se que nem sempre o calçado com maior va-lor comercial atende às necessidades anatômicas epatológicas dos praticantes de corrida de rua, bemcomo, não há um determinado modelo que aborde

Page 11: Análise de Medidas de Profundidade, Dureza, Comprimento e ...Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 17 Figura 1: (A) Posicionamento

Análise de medidas de profundidade, dureza, comprimento e largura de tênis masculinos 25

todas as características analisadas, fornecendo as-sim um tênis “padrão ouro” para o atleta, auxiliandoa performance da prática e reduzindo o índice de le-sões.

Sabendo também da importância da flexibilidadedo calçado e sua relação com conforto e durabi-lidade, recomendam-se estudos futuros que abor-dem estes aspectos, visto que a análise necessita deequipamentos de alto custo para a realização dostestes.

Referências

[1] B. T. Saragiotto, T. P. Yamato, L. C. Hespanhol Junior, M. J.Rainbow, I. S. Davis, e A. D. Lopes. What are the mainrisk factors for running-related injuries? Sports Medicine,44(8):1153–1163, 2014.

[2] M. P. van der Worp, D. S. M. ten Haaf, R. van Cingel, A. deWijer, M. W. G. Nijhuis-van der Sanden, e J. Bart Stall. In-juries in runners: a systematic review on risk factors andsex differences. Plos One, 10(2):e0114937, 2015.

[3] J. E. Taunton, M. B. Ryan, D. B. Clemant, D. C. McKenzie,D. R. Lloyd-Smith, e B. D. Zumbo. A retrospective case-control analysis of 2002 running injuries. Brazilian JournalSports Medicine, 36(2):95–101, 2002.

[4] T. P. Hyamato, B. T. Saragiotto, L. C. Hespanhol Junior,S. S. Yeung, e A. D. Lopes. Descriptors used to definerunning-related musculoskeletal injury: a systematic re-view. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy,45(15):366–374, 2014.

[5] J. Pazin, M. F. Silva Duarte, L. S. Poeta, e M. A. Gomes. Cor-redores de rua: características demográficas, treinamento eprevalência de lesões. Revista Brasileira de Cineantropome-tria & Desempenho Humano, 10(3):277–282, 2008.

[6] M. K. Araujo, R. M. Baeza, S. R. B. Zalada, P. B. R. Alves,e C. A. Mattos. Lesões em praticantes amadores de corrida.Revista Brasileira de Ortopedia, 50(5):537–540, 2015.

[7] B. Nigg. The role of impact forces and foot pronation: anew paradigm. Clinical Journal of Sport Medicine, 11(1):2–9,2001.

[8] S. Willwacher, K. M. Fischer, S. Dill, E. Schrödter, M. B.Trudeau, E. Rohr, C. Jewell, J. Hamill, e G. P. Brüggemann.Footwear effects on free moment application in running. Fo-otwear Science, 10(1):57–68, 2018.

[9] L. C. Conto, J. L. Kutzke, e E. D. B. B. Cunha. Análise dalargura do cabedal anterior de modelos de tênis femininospara prática de corrida. In: Anais do II Congresso Brasi-leiro e I Congresso Internacional da Associação Brasileira deFisioterapia Traumato-Ortopédica. ABRAFITO, 2017.

[10] A. I. G. Oliveira, S. G. Pinto, G. Pórfiro, V. A. Nogueira, D. M.Aguilar, e R. A. Allocca. Corrida de rua, esporte e qualidadede vida: um estudo bibliográfico. EFDeportes Revista Digital,20(207), 2015.

[11] J. A. Mercer, B. C. Applequist, e K. Masumoto. Muscle acti-vity while running at 20%-50% of normal body weight. Re-search in Sports Medicine, 21(3):217–228, 2011.

[12] J. R. Rojo. Corridas de rua, sua história e transformações.In: Anais do VII Congresso Sul-Brasileiro de Ciências do Es-porte, pages 1–10. CBCE, Matinhos, PR, 2014.

[13] M. A. A. Balbinotti, G. H. T. Gonçalves, R. T. Klering, D. Wi-ethaeuper, e C. A. A. Balbinotti. Perfis motivacionais decorredores de rua com diferentes tempos de prática. RevistaBrasileira de Ciências do Esporte, 37(1):65–73, 2015.

[14] G. H. T. Gonçalves. Corrida de rua: um estudo sobre osmotivos de adesão e permanência de corredores amadoresde porto alegre. Trabalho de Conclusço de Curso, Escolade Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande doSul, Porto Alegre, RS, 2011.

[15] M. F. Euclides, C. L. Barros, e J. C. A. Coêlho. Benefíciosda corrida de rua. Revista Conexão Eletrônica, 13(1):1–10,2016.

[16] I. Buist, S. W. Bredweg, K. A. P. M. Lemmink, W. van Meche-len, e R. L. Diercks. Predictors of running-related injuries innovice runners enrolled in a systematic training program: Aprospective cohort study. American Journal of Sports Medi-cine, 38(2):273–280, 2010.

[17] A. Hreljac. Impact and overuse injuries in runners. Medicine& Science in Sports & Exercise, 36(5):845–849, 2004.

[18] M. Kjaer. Role of extrecellular matrix in adaption of tendonand skeletal muscle to mechanical loading. PhysiologicalReviews, 84(2):649–698, 2004.

[19] H. Rice e M. Patel. Manipulation of foot strike and footwearincreases Achilles tendon loading during running. AmericanJournal of Sports Medicine, 45(10):2411–2417, 2017.

[20] V. Moreira e F. Antunes. Entorses do tornozelo, do diag-nóstico ao tratamento: perspectiva fisiátrica. Acta MédicaPortuguesa, 21(3):285–292, 2008.

[21] A. S. Santos e G. G. Silva. O tênis nosso de cada dia. Quí-mica Nova na Escola, 31(2):67–75, 2009.

[22] E. Hennig. Running shoe quality perception of runners canbe predicted from biomechanical variables. Footwear Sci-ence, 9(suppl. 1):S5–S6, 2017.

[23] R. C. Dinato, A. P. Ribeiro, M. K. Butugan, I. L. R. Pereira,A. N. Onodera, e I. C. N. Sacco. Biomechanical variablesand perception of comfort in running shoes with differentcushioning technologies. Journal of Science and Medicine inSport, 18(1):93–97, 2014.

[24] T. S. A. Soares. Anólise cinética da corrida em maratonistascom calçado tradicional, minimalista e descalço. Tese deDoutorado em Ciências do Desporto, Faculdade de Desportoda Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2015.

[25] F. Seger. Analise da influência de palmilhas na distribuiçãodas pressões plantares e no controlo postural. TrabalhoPrático do Mestrado em Engenharia Biomédica, Faculdadede Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal,2016.

[26] D. A. Barreto. Dureza. Relatório de Ciência dos Materi-ais, Universidade da Integração Internacional da LusofoniaAfro-Brasileira, Acarapé, CE, 2013.

[27] K. S. M. Purim e N. Leite. Sports-related dermatoses amongroad runners in southerm Brazil. Anais Brasileiros de Der-matologia, 89(4):587–592, 2014.

[28] S. Nix, M. Smith, e V. Vicenzino. Prevalence of hallux valgusin the general population: s systematic review and meta-analysis. Journal of Foot and Ankle Research, 3(21):1–9,2010.

[29] C. A. S. Nery. Hálux valgo. Revista Brasileira de Ortopedia,36(6):183–200, 2001.

Notas Biográficas

Franciele Aparecida Novak é graduada em Fisioterapia peloCentro Universitário UNIFACEAR, e pós-graduanda em Fisiotera-pia Traumato-Ortopédica Funcional pela Universidade Positivo.

Patrícia de Freitas Patroni é graduada em Fisioterapia peloCentro Universitário UNIFACEAR, e Pós-graduanda em Fisiote-rapia NeuroFuncional Pediátrica pela Faculdade Inspirar.

Eduardo Del Bosco Brunetti Cunha é graduado em CiênciasBiológicas, Mestre em Ciências da Saúde, Doutorando em Ciên-cias da Saúde e Docente do Centro Universitário UNIFACEAR.ORCID: 0000-0002-0677-4061

José Lourenço Kutzke é fisioterapeuta, Mestre em Engenharia

Biomédica, Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e

Docente do Centro Universitário UNIFACEAR