ANÁLISE DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS...

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ANÁLISE DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA MINERAÇÃO SERRA GRANDE S.A., MUNICÍPIO DE CRIXÁS GOIÁS 1 Mayra Machado Santos Araújo 2 Harlen Inácio dos Santos 3 Osmar Mendes Ferreira 4 Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Engenharia Av. Universitária. N° 1440 Setor Universitário - Fone (62) 3946-1351 CEP: 74605-010, Goiânia Goiás RESUMO A mineração é uma atividade indispensável para o desenvolvimento econômico da sociedade, em contrapartida é potencial geradora de resíduos sólidos e, portanto, de impacto ambiental caso não haja gerenciamento adequado desses resíduos. Este estudo objetivou a análise do gerenciamento de resíduos sólidos da Mineração Serra Grande, empresa que realiza extração e beneficiamento de ouro, sendo considerados os aspectos de segregação, acondicionamento, destinação final e os fatores quantitativos. A metodologia utilizada incluiu pesquisa bibliográfica e reconhecimento no campo por meio de visitas técnicas. Os resultados da pesquisa demonstraram que o gerenciamento de resíduos praticado pela empresa é satisfatório e a destinação final é pertinente, conforme a classificação da NBR 10.004/2004. PALAVRAS CHAVES: mineração, resíduos sólidos, classificação, gerenciamento de resíduos sólidos. ABSTRACT Mining is an activity essential to the economic development of society, by contrast is a potential generator of solid waste and therefore environmental impact if there is no proper management of waste. This study aimed to analyze the solid waste management of Mineração Serra Grande, a company that performs extraction and processing of gold and are considered aspects of segregation, packaging, disposal and quantitative factors. The methodology included literature search and recognition in the field through technical visits. The research results showed that the waste management practiced by the company is satisfactory and the final destination is irrelevant, according to the classification of NBR 10.004/2004. KEYWORDS: mining, solid waste, sorting, solid waste management. _________________________ 1 Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Ambiental Junho/2012 2 Acadêmica do curso de Engenharia Ambiental pela PUC GO ([email protected]) 3 Orientador: Professor Dr. do Departamento de Engenharia da PUC GO ([email protected]) 4 Co-Orientador: Professor Ms. do Departamento de Engenharia da PUC GO ([email protected])

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ANÁLISE DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA MINERAÇÃO

SERRA GRANDE S.A., MUNICÍPIO DE CRIXÁS – GOIÁS1

Mayra Machado Santos Araújo2

Harlen Inácio dos Santos3

Osmar Mendes Ferreira4

Pontifícia Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia

Av. Universitária. N° 1440 – Setor Universitário - Fone (62) 3946-1351

CEP: 74605-010, Goiânia – Goiás

RESUMO

A mineração é uma atividade indispensável para o desenvolvimento econômico da sociedade, em

contrapartida é potencial geradora de resíduos sólidos e, portanto, de impacto ambiental caso não haja

gerenciamento adequado desses resíduos. Este estudo objetivou a análise do gerenciamento de

resíduos sólidos da Mineração Serra Grande, empresa que realiza extração e beneficiamento de ouro,

sendo considerados os aspectos de segregação, acondicionamento, destinação final e os fatores

quantitativos. A metodologia utilizada incluiu pesquisa bibliográfica e reconhecimento no campo por

meio de visitas técnicas. Os resultados da pesquisa demonstraram que o gerenciamento de resíduos

praticado pela empresa é satisfatório e a destinação final é pertinente, conforme a classificação da

NBR 10.004/2004.

PALAVRAS CHAVES: mineração, resíduos sólidos, classificação, gerenciamento de resíduos

sólidos.

ABSTRACT

Mining is an activity essential to the economic development of society, by contrast is a potential

generator of solid waste and therefore environmental impact if there is no proper management of

waste. This study aimed to analyze the solid waste management of Mineração Serra Grande, a

company that performs extraction and processing of gold and are considered aspects of segregation,

packaging, disposal and quantitative factors. The methodology included literature search and

recognition in the field through technical visits. The research results showed that the waste

management practiced by the company is satisfactory and the final destination is irrelevant, according

to the classification of NBR 10.004/2004.

KEYWORDS: mining, solid waste, sorting, solid waste management.

_________________________

1Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Ambiental – Junho/2012

2Acadêmica do curso de Engenharia Ambiental pela PUC – GO ([email protected])

3Orientador: Professor Dr. do Departamento de Engenharia da PUC – GO ([email protected])

4Co-Orientador: Professor Ms. do Departamento de Engenharia da PUC – GO ([email protected])

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1 INTRODUÇÃO

O setor mineral é fundamental para a economia do país e forma a base da cadeia

produtiva, sendo que os produtos gerados pelas atividades mineradoras estão presentes no

cotidiano da sociedade de forma relevante e praticamente indispensável. Em contrapartida,

apesar da sua importância, a mineração tem potencial de causar inúmeros impactos ambientais

negativos que afetam direta ou indiretamente o homem.

A magnitude das atividades de indústrias mineradoras com relação à capacidade

de geração de impacto ambiental está intrinsecamente associada à grande quantidade de

resíduos gerados, principalmente oriundos da própria extração e beneficiamento, onde é

gerado o estéril e o rejeito, respectivamente.

Desenvolver uma estratégia de gestão dos resíduos da mineração é de extrema

importância, visando o controle e a prevenção dos impactos no solo, na água e no ar, advindos

da má disposição dos resíduos. As prioridades da gestão devem ser: a eliminação ou redução

da geração na fonte, reciclagem, tratamento e a disposição final adequada.

O gerenciamento de resíduos é um dos instrumentos da Política Nacional de

Resíduos Sólidos, Lei Federal 12.305 de 12 de agosto de 2010, que estabelece no artigo 20

quem está sujeito a elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, devendo

contemplar, entre outros aspectos: origem, quantidade, classificação, acondicionamento,

armazenamento e a destinação final. Dentre os obrigados a proceder a elaboração, estão

incluídos os geradores de resíduos de mineração durante as atividades de pesquisa, extração

ou beneficiamento de minérios (BRASIL, 2010).

A aprovação desta lei, após longos vinte e um anos de discussão no Congresso

Nacional, marcou o início de uma forte articulação institucional envolvendo os três entes

federados – União, Estados e Municípios, o setor produtivo e a sociedade civil na busca de

soluções para os graves problemas causados pelos resíduos, que vem comprometendo a

qualidade de vida dos brasileiros (MMA, 2011).

Assim, esse estudo objetivou analisar o gerenciamento dos resíduos da Mineração

Serra Grande, empresa localizada no Município de Crixás – Goiás. Foram considerados os

aspectos de segregação, acondicionamento, destinação final e os fatores quantitativos dos

resíduos gerados nas fases de extração e beneficiamento de ouro.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A mineração no Brasil remonta à época colonial, quase dois séculos posterior à

chegada dos portugueses em território sul americano, mais precisamente no século XVII. A

demora em se descobrir jazidas indica que os interesses portugueses estavam voltados para

outros recursos, como o pau-brasil, tabaco, açúcar e mão-de-obra escrava. No século XVIII,

ocorreu o primeiro grande boom mineral, ocasionado pela descoberta do ouro, dando início ao

surgimento das bases para a constituição do setor mineral brasileiro e colocando o Brasil

como o primeiro grande produtor mundial de ouro (BARRETO, 2001).

O setor mineral – que compreende as etapas de geologia, mineração e

transformação mineral – é a base para diversas cadeias produtivas. Participa com 4,2% do

Produto Interno Bruto - PIB e 20% do total das exportações brasileiras, gerando um milhão de

empregos diretos, o equivalente a 8% dos empregos da indústria (MME, 2010).

O total de mão de obra empregada na mineração em 2011 alcançou 165 mil

trabalhadores. Estudos feitos pela Secretaria Nacional de Geologia, Mineração e

Transformação Mineral, do Ministério de Minas e Energia mostram que para cada posto de

trabalho da mineração são criadas 13 outras vagas (empregos diretos) ao longo da cadeia

produtiva, além dos empregos indiretos (IBRAM, 2011).

Segundo Barreto (2001) o setor mineral brasileiro foi construído sob uma visão

estratégica de desenvolvimento nacional, tendo por base legislação e políticas fomentadoras.

As preocupações com a preservação do meio ambiente aparecem nos anos 80, embora

algumas empresas tenham começado a incorporá-las já na década de 1970.

Nas atividades de mineração as principais fontes de degradação estão associadas

aos resíduos sólidos gerados. A Norma Brasileira - NBR 10.004 da Associação Brasileira de

Normas Técnicas – ABNT de 2004, considera resíduos sólidos os resíduos nos estados sólido

e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica,

hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os

lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e

instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades

tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam

para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia

disponível. Ainda segundo a NBR 10.004 (ABNT, 2004), os resíduos sólidos são

classificados, por sua periculosidade, em:

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Classe I (perigosos): são aqueles que apresentam periculosidade, em função de

suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, ou uma das

características seguintes: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,

ou patogenicidade;

Classe II-A (não-inertes): são aqueles que não se enquadram nas classificações

de resíduos classe I ou de resíduos classe II-B. Os resíduos classe II-A podem ter

propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em

água;

Classe II-B (inertes): quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma

representativa, segundo a ABNT NBR 10.007, e submetidos a um contato

dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente,

conforme ABNT NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes

solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,

excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

A classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou

atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a comparação destes

constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente

é conhecido (ABNT, 2004).

A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo

deve ser estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe deu

origem (ABNT, 2004).

O laudo de classificação pode ser baseado exclusivamente na identificação do

processo produtivo, quando do enquadramento do resíduo nas listagens dos anexos A ou B.

Deve constar no laudo de classificação a indicação da origem do resíduo, descrição do

processo de segregação e descrição do critério adotado na escolha de parâmetros analisados,

quando for o caso, incluindo os laudos de análises laboratoriais. Os laudos devem ser

elaborados por responsáveis técnicos habilitados (ABNT, 2004).

Grandes volumes e massas de materiais são extraídos e movimentados na

atividade de mineração, na qual dois tipos de resíduos sólidos são gerados em maiores

quantidades, os estéreis e os rejeitos. Os estéreis são os materiais escavados e gerados pelas

atividades de extração ou lavra no decapeamento da mina, não têm valor econômico e ficam

geralmente dispostos em pilhas. Os rejeitos são resíduos resultantes dos processos de

beneficiamento a que são submetidas as substâncias minerais. Esses processos têm a

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finalidade de padronizar o tamanho dos fragmentos, remover minerais associados sem valor

econômico e aumentar a qualidade, pureza ou teor do produto final. Existem ainda outros

resíduos, constituídos por um conjunto diversificado de materiais, tais como efluentes de

tratamento de esgoto, carcaças de baterias e pneus, provenientes da operação das plantas de

extração e beneficiamento das substâncias minerais (MMA, 2011).

A disposição dos resíduos da mineração pode ser realizada pela formação de

pilhas (comumente para estéril) ou através da contenção em diques e barragens (para o caso

dos rejeitos). Pilhas de estéril e barragens de rejeito devem ser construídas dentro dos critérios

geotécnicos e constantemente monitoradas conforme definido pelas normas – NBR 13028 e

13029, ambas de 2006 (VIEIRA, 2010).

Os dados quantitativos de geração de rejeitos no Brasil entre os anos de 1996 e

2005 são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 - Quantidade anual de rejeitos gerados no decênio 1996-2005 (em 1.000 t) (IPEA/DIRUR, 2012 apud

MMA, 2011).

Ano Substâncias

Total Ferro Ouro Titânio Fosfato Outras 10

1996 86.288 26.649 18.184 20.632 51.199 202.952

1997 72.954 39.014 26.693 21.584 54.309 214.554

1998 57.986 25.304 17.056 21.269 53.161 174.776

1999 67.432 25.484 33.942 21.990 52.003 200.851

2000 61.619 32.810 41.160 25.243 50.976 211.808

2001 66.335 35.250 18.365 24.974 58.510 203.434

2002 71.425 31.629 15.200 26.410 56.621 201.285

2003 81.760 26.058 31.431 29.108 49.250 217.607

2004 104.536 24.729 38.118 24.162 70.890 262.435

2005 95.641 28.369 36.074 29.083 101.106 290.273

Total 765.977 295.295 276.224 244.456 598.022 2.179.974

Para o cálculo da produção de rejeitos foram utilizadas as informações contidas

nos anuários minerais do Brasil. Esta abordagem metodológica considera a produção de

rejeitos como equivalente à diferença entre a produção bruta e a produção beneficiada das

substancias minerais. Embora esta estimativa da quantidade de rejeitos seja generalista, uma

vez que contabiliza o volume de rejeitos sem considerar as características locais das lavras e

seus depósitos, a mesma serve como referência dos volumes totais de rejeitos produzidos por

cada substância (MMA, 2011).

Os impactos ambientais associados à disposição de rejeito representam um

passivo ambiental na atividade de extração mineral, considerando principalmente o volume de

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rejeitos gerados bem como as extensas áreas destinadas à sua estocagem. Além disso, a

ocorrência de grandes acidentes relacionada a estruturas de contenção de rejeito, no Brasil e

no mundo, tem aumentado a exigências quanto ao controle de segurança dos sistemas de

disposição de rejeitos (DIAS et al, 1985 apud FERNANDES, 2008).

De acordo com o estudo da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de São

Paulo (1987), elaborado pelo Instituto de Pesquisa Tecnológica do Estado de São Paulo – IPT,

os principais impactos da atividade de mineração são: alteração de lençol de água subterrâneo,

poluição sonora, visual, da água, ar e solo, impactos sobre a fauna e a flora, assoreamento,

erosão, mobilização de terra, instabilidade de taludes, encostas e terrenos em geral,

lançamento de fragmentos e vibrações (BARRETO, 2001).

Os sistemas de gestão ambiental das empresas de mineração adotam como

principais instrumentos: avaliação de impactos ambientais, programa de monitoração

ambiental, programa de recuperação ambiental, auditoria ambiental, diligência ambiental,

plano diretor de meio ambiente, programa de minimização de resíduos e reciclagem,

programa de análise e gerenciamento de riscos, programa de medidas emergenciais,

programas de comunicação (relatórios ambientais, programas de relações públicas, de

treinamento, de educação ambiental, comissões internas de meio ambiente), entre outros

(PARIZOTTO, 1995 apud BARRETO, 2001).

Outro importante instrumento de gestão ambiental para a mineração é o

Gerenciamento de Resíduos Sólidos. No Brasil, esse gerenciamento é exigido pela Lei

Federal 12.305 de 02 de agosto de 2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos

– PNRS. Um dos princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos é o reconhecimento do

resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de

trabalho e renda e promotor de cidadania (BRASIL, 2010).

Conforme a PNRS, o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS deve

conter, dentre outras informações (MMA, 2011):

I - Descrição do empreendimento ou atividade;

II - Diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o

volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles

relacionados;

III - Explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos

sólidos;

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IV - Definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento

de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador;

V - Ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento

incorreto ou acidentes;

VI - Metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos

sólidos;

VII - Medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos;

VIII - Periodicidade de sua revisão.

Destaca-se, por fim, a necessidade de organização das informações relacionadas à

geração e disposição de resíduos sólidos nas atividades de mineração, o que implica, dentre

outras medidas, na busca de integração entre os órgãos responsáveis pela gestão ambiental e

os órgãos responsáveis pela gestão dos recursos minerais (MMA, 2011).

A PNRS também estabeleceu os sistemas de logística reversa como instrumento.

São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos

produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza

urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e

comerciantes de:

[...] I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja

embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de

gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas

estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas

técnicas;

II - pilhas e baterias;

III - pneus;

IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;

V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;

VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Para Rogers e Tibben-Lembke (1999) apud Souza e Sá (2012), logística reversa é

o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e de baixo custo de

matérias primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o

ponto de consumo até o ponto de origem, com o propósito de recuperação de valor ou

descarte apropriado para coleta e tratamento de lixo. Mais do que isso, a logística reversa é

um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos relacionadas à implementação

da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

Em Goiás, a Instrução Normativa 007 de 2011 da Secretaria do Meio Ambiente de

dos Recursos Hídricos – SEMARH apresenta um Termo de Referência para elaboração do

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Uma das abordagens necessárias ao plano é a

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caracterização dos resíduos produzidos, utilizando a codificação correspondente ao Anexo II

da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA nº 313 de 22 de

novembro de 2002 e com base na norma NBR 10.004 (ABNT, 2004) e suas atualizações

(SEMARH, 2011).

Segundo CIMM (2012) apud Nascimento e Mothé (2007), o gerenciamento de

resíduos deve basear-se em ações preventivas, preferencialmente às ações corretivas, e deve

ter uma abordagem multidisciplinar, considerando que os problemas ambientais e suas

soluções estão determinados não apenas por fatores tecnológicos, mas também por questões

econômicas, físicas, sociais, culturais e políticas.

Um programa de gerenciamento de resíduos deve utilizar o princípio da

responsabilidade objetiva, onde o gerador do resíduo é o co-responsável pelo seu correto

tratamento e descarte (individual ou coletivo), mesmo após sua saída da indústria onde é

gerado (EMBRAPA, 2012 apud NASCIMENTO e MOTHÉ, 2007).

Conforme Nascimento e Mothé (2007), um gerenciamento de resíduos deve

começar com um levantamento de todas as entradas e saídas do processo produtivo que

envolve as etapas:

Preencher com fidelidade um inventário de todos os resíduos gerados pelo

processo e em todo o ambiente empresarial;

Criar procedimentos para coleta, tratamento, armazenamento e transporte de

resíduos dentro da empresa;

Definir bem a destinação a ser dada a cada tipo de resíduo.

Existem diferentes técnicas de tratamento e disposição final de resíduos que visam

minimizar o impacto ao meio ambiente e à saúde pública. No entanto, alguns destes

tratamentos não são utilizados devido ao alto custo e a dificuldade de operação em alguns

casos.

Dentre as possibilidades de destinação final para resíduos sólidos pode ser

destacado: aterro sanitário, aterro industrial, compostagem, reciclagem e tratamento térmico

(incineração, co-processamento, pirólise, plasma).

A destinação final escolhida dependerá de cada tipo de resíduo, devendo ser

considerados os fatores técnicos, legais e financeiros. Deverá ser realizada uma análise de

custo/benefício dentro de todas as possibilidades viáveis. As variáveis comumente avaliadas

na definição da destinação final de resíduos são as seguintes (FIRJAN, 2006):

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Tipo de resíduo;

Classificação do resíduo;

Quantidade do resíduo;

Métodos técnica e ambientalmente viáveis de tratamento ou disposição;

Disponibilidade dos métodos de tratamento ou disposição;

Resultados de longo prazo dos métodos de tratamento ou disposição;

Custos dos métodos de tratamento ou disposição.

Para o gerenciamento de resíduos obter bons resultados é indispensável que haja a

segregação dos resíduos, preferencialmente no momento da geração. A fim de facilitar e

padronizar a segregação de resíduos, a Resolução CONAMA n.º 275 estabelece o código de

cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e

transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva (CONAMA,

2001). O padrão de cores é:

Azul: papel/papelão;

Vermelho: plástico;

Verde: vidro;

Amarelo: metal;

Preto: madeira;

Laranja: resíduos perigosos;

Branco: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;

Roxo: resíduos radioativos;

Marrom: resíduos orgânicos;

Cinza: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não

passível de separação.

Quanto à situação financeira para a gestão dos resíduos industriais, o equilíbrio e a

sustentabilidade têm que ser buscados dentro do universo dos próprios geradores e dos

centros de tratamento e disposição final, operados também pela iniciativa privada. Como os

investimentos nessas unidades são elevados e seu licenciamento junto aos órgãos de controle

ambiental é um processo complexo, o sistema ainda não está equilibrado. De qualquer forma,

supõe-se que, quando uma indústria prepara um determinado produto, em seu preço de venda

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esteja embutido o valor necessário à cobertura dos custos com a disposição final adequada dos

resíduos provenientes do seu processo produtivo (MONTEIRO, 2001).

Ressalta-se que a gestão inadequada de resíduos é crime ambiental e pode

acarretar em altas multas e até prisão do responsável. A Constituição Federal, em seu Artigo

225, parágrafo 3º, estabelece que: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio

ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e

administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados” (BRASIL,

1988).

3 METODOLOGIA

Na fase inicial deste estudo foi realizada ampla pesquisa bibliográfica em livros,

artigos acadêmicos, teses, bibliotecas digitais (sites de referência na Internet) e legislação

pertinente, que deram suporte à composição do referencial teórico.

Em seguida, realizou-se reconhecimento de campo por meio de uma visita técnica

à Mineração Serra Grande no dia 07 de setembro de 2011. A visita iniciou-se por volta das

09:00 e finalizou aproximadamente às 16:00, tendo sido dirigida/acompanhada pelo

Engenheiro Ambiental e de Segurança do Trabalho Benônimo Ferreira Vaz Júnior que atua no

gerenciamento ambiental da mineradora.

Esta visita propiciou o conhecimento de diversas áreas da empresa: barragem de

rejeito, aterro controlado, viveiro, ambulatório, refeitório, planta metalúrgica, pilha de estéril,

áreas de transbordo de resíduos (central e pátio de resíduos) e algumas áreas onde ficam

localizados os containeres de acondicionamento de resíduos; realizando inclusive registro

fotográfico destas áreas.

Outro método, a critério de reconhecimento de campo, foi a realização de estágio

de férias entre os dias 09 de janeiro e 10 de fevereiro de 2012. Durante o estágio foi possível

conhecer melhor a empresa, assim como, acompanhar algumas atividades referentes ao

gerenciamento dos resíduos.

Além disso, a empresa forneceu dados dos resíduos gerados e informações

relativas ao controle interno do gerenciamento e dos programas de educação ambiental para

os colaboradores da empresa. A fase final desse estudo foi a análise dos dados levantados e

redação textual.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Mineração Serra Grande S.A. - MSG está instalada no município de Crixás –

Estado de Goiás desde 1989 e possui como principais atividades a exploração e

beneficiamento de ouro.

A empresa opera atualmente quatro frentes de lavra, sendo: três subterrâneas

(Mina III, Mina Nova e Mina Palmeiras) e uma a céu aberto (Open Pit), possuindo também

uma planta metalúrgica, onde é realizado o beneficiamento do minério.

A Figura 1 mostra a área de interferência da Mineração Serra Grande com

indicação de algumas unidades.

Figura 1 - Imagem de satélite da área de intervenção da Mineração Serra Grande (GOOGLE EARTH, 2012).

Para a extração e beneficiamento de ouro, são necessárias a operação e

manutenção de atividades de apoio: barragem de rejeito, áreas administrativas, fábrica de

explosivos, oficinas para manutenção das máquinas e equipamentos utilizados nos processos,

refeitório e ainda ambulatório para atendimento interno dos colaboradores.

Na empresa, ocorre a geração de resíduos sólidos de diversas características,

exigindo formas de manuseio e destinação final diferenciados. O gerenciamento destes

resíduos é realizado pela Divisão do Meio Ambiente (DVMA), integrante da Gerência de

Sustentabilidade (GSU).

A Mineração Serra Grande possui sete gerências: Gerência de Metalurgia (GME),

Portal Mina Palmeiras

Portal Mina Nova

Portal Mina III

Planta metalúrgica

Mina Open Pit

Barragem de rejeito

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12

Gerência de Geologia (GGE), Gerência de Mineração (GMI), Gerência de Sustentabilidade

(GSU), Gerência de Exploração (GEX), Gerência de Manutenção (GMT) e Gerência de

Administração e Finanças (GAF). Destas gerências, as maiores geradoras de resíduos são a

Gerência de Mineração, responsável pela extração do minério onde é gerado o estéril e a

Gerência de Metalurgia, responsável pelo beneficiamento do minério, onde é gerado o rejeito.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Mineração Serra Grande está

em fase de elaboração, entretanto, o gerenciamento tem sido realizado antes mesmo da

exigência legal. O gerenciamento de resíduos da empresa envolve primeiramente o

conhecimento por parte dos colaboradores da existência do mesmo, assim sendo, todos os

empregados (próprios ou terceiros), assim que contratados, passam por um treinamento

referente ao meio ambiente, onde são apresentadas as condutas relativas ao gerenciamento de

resíduos.

Na Tabela 2 estão listados todos os resíduos gerados na Mineração Serra Grande,

a classificação conforme a NBR 10.004/2004 e o código conforme Resolução CONAMA nº

313/2002 e NBR 10.004/2004. Os dados foram fornecidos pela empresa.

Tabela 2 – Identificação e classificação dos resíduos gerados.

Item

Identificação

do Resíduo

dig

o d

o

Res

ídu

o

Classe

(NBR

10.004)

Item

Identificação

do Resíduo

dig

o d

o

Res

ídu

o

Classe

(NBR

10.004)

1

Absorventes/trapos

contaminados com

produtos químicos

D-099 I 12 Elemento filtrante

dos filtros rotativos P-106 I

2 Absorvente íntimo D-004 I 13 Embalagem contaminada

com zinco (papel/plástico) D-099 I

3 Amianto / gaxeta F-041 I 14 Embalagem de

defensivos agrícolas D-099 I

4 Baterias automotivas

(chumbo-ácidas) D-099 I 15

Embalagem plástica

contaminada com resina

epoxi

A-099 II A

5 Bombonas de

óleo vazias D-099 I 16

Embalagens de cianeto

(caixas e bags plásticos) P-106 I

6 Bombonas

plásticas de peróxido D-099 I 17

Embalagens plásticas

de floculantes D-099 I

7 Borracha A-008 II A 18 Embalagens plásticas

cont.com óleo / graxa D-099 I

8 Borracha cont. com óleos

e graxas (mangueiras) D-099 I 19

Embalagem metálica

contaminada

com produtos químicos

A-099 II A

9 Cabos elétricos A-005 II A 20 Entulho (Classes A, B e C)

não perigosos A-099 II A

10 Cartuchos plásticos

de tinta e tonner A-208 II A 21 EPIs A-099 II A

11 Dejetos humanos D-004 I 22 Estéril de rocha

(minas) A-099 II A

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13

Continuação... It

em

Identificação

do Resíduo

dig

o d

o

Res

ídu

o

Classe

(NBR

10.004)

Item

Identificação

do Resíduo

dig

o d

o

Res

ídu

o

Classe

(NBR

10.004)

23 Fibra de vidro A-025 II B 45 Papel filtrante contaminado

ou não com cianeto A-099 II A

24 Filtro de ar

automotivo A-099 II A 46 Papel higiênico D-005 I

25 Filtro de óleo

automotivo D-099 I 47 Papel toalha A-099 II A

26 Filtros das

prensas P-106 I 48

Pilhas e baterias

alcalinas U-151 I

27 Grade drenagem do

filtro rotativo (colméias) P-106 I 49 Plásticos em geral A-117 II A

28 Isopor A-099 II A 50 Plástico contaminado

com produtos químicos A-099 II A

29 Lama arsenical D-005 I 51 Pneus A-008 II A

30 Lama de lavagem

de equipamentos A-099 II A 52

Resíduos de

incêndio A-099 II A

31 Lâmpadas

fluorescentes U-151 I 53

Resíduos de saúde

(ambulatoriais) D-099 I

32 Lâmpadas

incandescentes A-117 II A 54

Resíduos tecnológicos

diversos A-099 II A

33 Lodo de

fossa séptica A-099 II A 55 Sobras de tinta K-053 I

34 Lodos de caixa separadora

da água e óleo D-099 I 56

Resíduos fosseco/

argamassa A-099 II A

35 Lodo de caixas de

gordura do refeitório D-099 I 57

Resíduos vegetais

(varrição, poda ou capina) A-003 II A

36 Lodo de ETE

domésticos A-099 II A 58

Restos de alimento /

cascas / folhas A-001 II A

37 Madeira A-099 II A 59 Sobras de amostragem

(laboratório) F-103 II A

38 Mangas de

filtro de mangas A-099 II A 60

Rejeito de

beneficiamento de ouro A-099 II A

39 Miscelânea com

óleo e graxa A-099 II A 61 Sucata metálica A-004 II A

40 Lama de limpeza

de drenagem pluvial A-025 II B 62

Sucata metálica

contaminada com óleo e

graxa

A-099 II A

41 Miscelânia de

produtos químicos A-099 II A 63

Tecidos dos

filtros folha P-106 II A

42 Óleos lubrificantes

usados (ou graxas) D-099 I 64

Telhas e outros

resíduos de amianto F-041 I

43 Papel P-106 I 65 Terra A-099 II A

44 Papel contaminado

com produto químico P-106 I 66 Vidros diversos A-117 II B

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14

Observa-se que dos 66 (setenta e seis) resíduos listados, 33 (trinta e três), ou seja,

50% foram classificados como perigosos (Classe I) e os demais 33 (trinta e três) como não

perigosos (Classe II), sendo 31 (trinta e um) não inerte (Classe II-A) e 02 (dois) inertes

(Classe II-B). Dentre os resíduos classificados como II-A estão: o estéril de rocha e o rejeito

do beneficiamento do minério.

Os resíduos: cartucho plástico de tinta e tonner, borracha, pneus, sucata metálica,

sucata metálica contaminada com óleo e graxa e embalagem metálica contaminada com

produtos químicos, classificados como II-A (não inerte), poderiam ter recebido outra

classificação. O resíduo cartucho plástico de tinta e tonner, por conter resíduos de tinta,

poderia ser classe I (perigoso), e os demais citados poderiam ser classe II-B (inerte), sendo

que os resíduos: sucata metálica contaminada com óleo e graxa e embalagem metálica

contaminada com produtos químicos, apenas poderiam receber esta classificação após

limpeza para remoção do excesso de produto perigoso.

Entretanto, a destinação final aplicada, independente da classificação, é adequada

ao tipo de resíduo, sendo que estes resíduos que poderiam ser classificados como II-B são

encaminhados para a Raffa Sucatas - empresa que recebe resíduos recicláveis e

posteriormente os encaminha para empresa recicladora - e os cartuchos plásticos de tinta e

tonner são devolvidos ao fornecedor.

A Tabela 3 apresenta os resíduos gerados, as respectivas formas de tratamento e a

empresa responsável pela destinação final.

Tabela 3 – Relação dos resíduos, forma de tratamento e empresa responsável.

Item

Identificação

do Resíduo

Tratamento

Aplicado

Empresa

responsável Item

Identificação

do Resíduo

Tratamento

Aplicado

Empresa

Responsável

1

Absorventes/trapos contaminados com

produtos químicos

Co-

processamento EcoBlending 9 Cabos elétricos

Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas

2 Absorvente íntimo Aterro

Controlado MSG 10

Cartuchos plásticos de tinta e tonner

Devolução Fornecedor

DIGIMAK

3 Amianto / gaxeta Co-

processamento EcoBlending 11 Dejetos humanos

Tratamento biológico

ETE-MSG

4 Baterias automotivas

(chumbo-ácidas) Descontaminação

Chumbos

Caiçara 12

Elemento filtrante

dos filtros rotativos

Co-

processamento EcoBlending

5 Bombonas de óleo vazias

Sucateiros Intermediários

Raffa Sucatas 13

Embalagem

contaminada com

zinco (papel/plástico)

Sucateiros Intermediários

Raffa Sucatas

6 Bombonas

plásticas de peróxido

Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas 14

Embalagem de

defensivos agrícolas

Devolução

Fornecedor

Posto

Recebimento

7 Borracha Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas 15

Embalagem plástica

contaminada com resina epoxi

Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas

8

Borracha cont. com óleos e graxas

(mangueiras)

Co-processamento

EcoBlending 16

Embalagens de cianeto (caixas e bags

plásticos)

Co-processamento

EcoBlending

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15

Item

Identificação

do Resíduo

Tratamento

Aplicado

Empresa

responsável Item

Identificação

do Resíduo

Tratamento

Aplicado

Empresa

Responsável

17 Embalagens plásticas de floculantes

Sucateiros Intermediários

Raffa Sucatas 42 Óleos lubrificantes usados (ou graxas)

Rerrefino/ Reutilização

Interna

Lwart / MSG

18 Embalagens plásticas

cont.com óleo / graxa

Co-

processamento EcoBlending 43 Papel

Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas

19

Embalagem metálica

contaminada com produtos químicos

Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas 44

Papel contaminado

com produto químico

Co-

processamento EcoBlending

20 Entulho (Classes A, B

e C) não perigosos

Acomodação

solo Pilha estéril 45

Papel filtrante contaminado

ou não com cianeto

Co-

processamento EcoBlending

21 EPIs Co-

processamento EcoBlending 46 Papel higiênico

Aterro

Controlado MSG

22 Estéril de rocha

(minas)

Acomodação solo

Pilha estéril 47 Papel toalha Aterro

Controlado MSG

23 Fibra de vidro Co-

processamento EcoBlending 48

Pilhas e baterias

alcalinas Descontaminação Suzaquim

24 Filtro de ar

automotivo

Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas 49 Plásticos em geral

Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas

25 Filtro de óleo

automotivo

Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas 50

Plástico contaminado

com produtos químicos

Co-

processamento EcoBlending

26 Filtros das

prensas

Co-

processamento EcoBlending 51 Pneus

Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas

27

Grade drenagem do

filtro rotativo (colméias)

Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas 52

Resíduos de

incêndio

Decomposição

Natural NA

28 Isopor Aterro

Controlado MSG 53

Resíduos de saúde (ambulatoriais)

Incineração Fundição-MSG

29 Lama arsenical Decomposição

Natural Barragem

MSG 54

Resíduos tecnológicos diversos

Reciclagem Diversas

30 Lama de lavagem de equipamentos

Acomodação solo

Pilha estéril 55 Sobras de tinta Co-

processamento EcoBlending

31 Lâmpadas fluorescentes

Descontaminação Apliquim 56 Resíduos fosseco/ argamassa

Decomposição natural

Pilha estéril

32 Lâmpadas incandescentes

Descontaminação Apliquim 57

Resíduos vegetais (varrição, poda ou

capina)

Decomposição natural

Depósito (P10)

33 Lodo de

fossa séptica

Aterro

Controlado MSG 58

Restos de alimento /

cascas / folhas Suinocultura Agricultor

34

Lodos de caixa

separadora da água e óleo

Co-processamento

EcoBlending 59 Sobras de amostragem (laboratório)

Reutilização Interna

MSG

35 Lodo de caixas de gordura do refeitório

Aterro Controlado

MSG 60 Rejeito de beneficiamento de ouro

Decomposição natural

Barragem MSG

36 Lodo de ETE domésticos

Aterro Controlado

MSG 61 Sucata metálica Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas

37 Madeira Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas 62

Sucata metálica contaminada com óleo

e graxa

Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas

38 Mangas de filtro de mangas

Co-processamento

EcoBlending 63 Tecidos dos filtros folha

Co-processamento

EcoBlending

39 Miscelânea com óleo e graxa

Co-processamento

EcoBlending 64 Telhas e outros resíduos de amianto

Acomodação solo

Pilha estéril

40 Lama de limpeza de drenagem pluvial

Acomodação solo

Pilha estéril 65 Terra Acomodação

solo Pilha estéril

41 Miscelânia de produtos químicos

Reutilização Interna

MSG 66 Vidros diversos Sucateiros

Intermediários Raffa Sucatas

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16

Conforme se observa na Tabela 3, os resíduos são tratados ou dispostos por vários

métodos. Entre os resíduos enquadrados na classe I, que são aqueles que mais oferecem risco

ao meio ambiente, são aplicados diferentes tipos de tratamento: co-processamento,

descontaminação, reciclagem, rerrefino e incineração. Outros resíduos recebem as seguintes

destinações finais: aterro controlado interno (implantado e operado pela própria empresa),

acomodação em solo na área da empresa, reutilização interna, tratamento biológico na ETE e

devolução a fornecedor.

Destaca-se que o procedimento de devolução ao fornecedor atende à logística

reversa, sendo aplicado às embalagens de defensivos agrícolas (tratado pela empresa como

Classe I) e aos cartuchos plásticos de tinta e tonner (tratado pela empresa como Classe II A).

As lâmpadas incandescentes possuem destinação final igual às lâmpadas

fluorescentes, entretanto, devido a sua classificação, poderiam ser dispostas em aterro

sanitário. Essa ação demonstra que a Mineração Serra Grande buscou, nesse caso, sem se ater

a custos financeiros, uma destinação ambientalmente mais correta.

Os dados quantitativos de resíduos gerados no ano 2011 estão compilados na

Tabela 4. Estes dados fazem parte da Declaração Anual de Resíduos Sólidos, exigida pela

Resolução CONAMA nº 313/2002 e pela Lei Federal 12.305/2010.

Tabela 4 – Quantificação de resíduos sólidos da Mineração Serra Grande (MSG, 2012).

Item

Descrição do resíduo Classe

(NBR

10.004)

Origem do resíduo

(Processo / Atividade /

Local)

Quantidade

gerada (t) Tipo do resíduo com natureza

sólida

Código

do

resíduo

1 Resíduo de serviços de saúde (RSS). D-099 I Ambulatório interno da

empresa. 0,022

2 Bombonas plásticas de produtos

químicos / lubrificantes. D-099 I

Beneficiamento de ouro |

Manutenção equipamentos. 7.813,000

3 Óleo lubrificante usado / queimado. D-099 I Manutenção eletromecânica

e/ou industrial. 41.938,000

4 Miscelânea contaminados com óleos,

graxas, EPI's,etc. D-099 I

Produção | Manutenção |

Conservação. 104.440,000

5 Lâmpadas fluorescentes. U-151 I Todos os processos geram

estes materiais. 0,666

6 Bateria chumbo-ácida (automotiva). D-099 I Manutenção elétrica de

veículos e equipamentos. 20.890,000

7 Sucatas metálicas e não metálicas. A-099 II A Manutenção eletromecânica

e/ou industrial. 569.850,000

8 Borrachas, mangueiras, isopor e

outros materiais. A-008 II A

Beneficiamento de ouro |

Manutenção eletromecânica. 116.020,000

9 Restos de alimentos. A-001 II A Refeitório industrial. 128.924,000

10 Plásticos de embalagens, filmes,

copos, sacos e etc. A-002 II A

Todos os processos geram

estes materiais. 39.420,000

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17

Continuação... It

em Descrição do resíduo

Classe

(NBR

10.004)

Origem do resíduo

(Processo / Atividade /

Local)

Quantidade

gerada (t) Tipo do resíduo com natureza

sólida

Código

do

resíduo

11 Papéis, papelão, revisas, jornais e

outros derivados. A-006 II A

Todos os processos geram

estes materiais. 46.040,000

12 Pneus diversos. A-008 II A Manutenção de veículos e

equipamentos. 56.900,000

13 Madeira de paletes, caixas e outras

embalagens. A-009 II A

Almoxarifado |

Beneficiamento | Manutenção 68.780,000

14 Papel higiênico, papel toalha e outros

materiais não recicláveis. A-006 II A

Todos os processos geram

estes materiais. 77.780,000

15 Vidros diversos. A-117 II B Todos os processos geram

estes materiais. 1,010

16 Lâmpadas incandescentes e mistas. A-118 II B Todos os processos geram

estes materiais. 0,358

17 Rochas e materiais estéreis, terra, etc. A-099 II A Lavra subterrânea e a céu

aberto. 1.454.837,000

18 Rejeito do beneficiamento do minério

de ouro. A-099 II A Planta metalúrgica. 1.165.438,000

A quantificação é realizada agrupando-se alguns resíduos conforme a classe e/ou

destinação final, o que justifica apenas 18 itens quantificados perante os 66 resíduos listados

anteriormente.

Os resíduos mais significativos da mineração, os estéreis de rocha e os rejeitos do

beneficiamento de ouro possuem destinação interna. Os estéreis são dispostos no solo, em

local pré-selecionando, formando as pilhas de estéril, demonstrado na Figura 2.

Figura 2 - Imagem da pilha de estéril (2011).

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18

O rejeito do beneficiamento do minério, em estado semi-sólido, é bombeado para

a barragem de rejeito onde recebe tratamento com peróxido de hidrogênio. Após o tratamento,

parte do rejeito – denominado BackFill, agora em estado sólido, é utilizado como material de

enchimento de áreas já lavradas. Este procedimento, além de ser uma alternativa para

reutilização do rejeito, reduz a utilização de recursos naturais, considerando que,

anteriormente o preenchimento das áreas lavradas era realizado com areia. Outro benefício

gerado é o aumento da vida útil da barragem de rejeito, mostrada na Figura 3.

Figura 3 - Imagem da barragem de rejeito (2011).

Com relação aos outros resíduos gerados, a empresa mantém um sistema de coleta

seletiva, disponibilizando recipientes coletores diversos em todas as áreas afins. Para facilitar

o transporte, os resíduos são armazenados em caçambas metálicas, periodicamente coletados

por caminhão poliguindaste (Brooks) e levados, de acordo com o tipo de resíduo, para uma

das duas áreas de transbordo (Central e Pátio de Resíduos), onde ficam armazenados até que

recebam destinação final. Os resíduos com destinação interna são encaminhados diretamente

para os locais de disposição final, não passando pelas áreas de transbordo.

A Central de Resíduos é um galpão com área de 300 m² dividida em cinco

compartimentos, onde são armazenados resíduos perigosos (contaminados com óleos e

graxas, produtos químicos, lâmpadas fluorescentes, baterias chumbo ácidas, pilhas e baterias

alcalinas) e alguns não perigosos (papéis, plásticos, resíduos tecnológicos e pneus

inservíveis). Neste local é realizada prensagem para formação de fardos de papéis, plásticos e

latas de alumínio para posterior encaminhamento à reciclagem. A Figura 4 mostra as

instalações da Central de Resíduos.

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19

O Pátio de Resíduos é uma área de 1.350 m², sem cobertura, destinada ao

armazenamento de resíduos como: borrachas, vidro, bombonas plásticas, sucatas metálicas e

madeira. Buscando melhorar a forma de armazenamento destes resíduos, a empresa possui

projeto para construção de cobertura e piso impermeável para esta área. A Figura 5 mostra a

área do Pátio de Resíduos.

Os recipientes e caçambas coletoras utilizadas para segregação dos resíduos

possuem cores seguindo o padrão estabelecido pela Resolução CONAMA nº 275/2001. A

Figura 6 mostra alguns coletores disponibilizados em uma das áreas da empresa.

Figura 4 - Imagens da central de resíduos (2011).

Figura 5 - Imagens do pátio de resíduos (2011).

Figura 6 - Imagem dos recipientes coletores de resíduos em uma das áreas da empresa (2011).

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20

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÃO

De acordo com os resultados obtidos neste estudo, é possível concluir que o

gerenciamento de resíduos sólidos praticado pela Mineração Serra Grande é satisfatório, visto

que os resíduos recebem destinação final adequada, respeitada a viabilidade econômica em

face às melhores tecnologias disponíveis.

Pode-se afirmar que para o gerenciamento de resíduos sólidos atingir bons

resultados é necessário uma estrutura organizacional e física apropriada. A estrutura

organizacional envolve a composição de um corpo técnico que formule as diretrizes e

condutas relativas ao gerenciamento e realize monitoramento periódico. A estrutura física

apropriada inclui recipientes de coleta bem distribuídos conforme os tipos de resíduos gerados

por área e locais de armazenamento, possuindo área suficiente, sendo considerada a

quantidade de resíduo gerado e o período de armazenamento.

Destaca-se que o treinamento e envolvimento de todos os colaboradores da

empresa é imprescindível para que haja a segregação dos resíduos no momento da geração.

Este procedimento promove melhor aproveitamento dos resíduos passíveis de gerar receita e

reduz o risco de destinação inadequada para aqueles que oferecem risco ao meio ambiente.

Como forma de otimizar os custos e reduzir o consumo de outros recursos

naturais, recomenda-se que a empresa continue buscando alternativas para reutilização de

resíduos, como foi o caso de parte do rejeito que atualmente é utilizado para enchimento de

áreas já lavradas.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004. Resíduos

sólidos - classificação. Rio de Janeiro, 2004.

BARRETO, M. L. Mineração e Desenvolvimento Sustentável: Desafios para o Brasil.

CETEM/MCT. Rio de Janeiro, RJ. 2001. Disponível em <http://www.cetem.gov.br/

publicacao/Desenv_sustentavel/desenv_sustentavel.pdf>. Acesso em: 10 de setembro de

2011.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,

DF, Senado, 1998.

BRASIL. Lei Federal nº 12.305 de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras

providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 ago. 2010.

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21

CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 275 de 25

de abril de 2001. Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta

seletiva. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 jun. 2001.

CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 313 de 29 de

outubro de 2002. Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 nov. 2002.

FERNANDES, E. A. Análise da Operação da Barragem de Rejeitos da Mineração Serra

Grande S.A., Município de Crixás, Goiás. Goiânia, 2008. Disponível em:

<http://www.ucg.br/ucg/prope/cpgss/ArquivosUpload/36/file/Continua/AN%C3%81LISE%2

0DA%20OPERA%C3%87%C3%83O%20DA%20BARRAGEM%20DE%20REJEITOS%20

DA%20MINERA%C3%87%C3%83O%20SERRA%20GRANDE%20S_A_,%20MUNICIPI

O%20DE%20CRIX%C3%81S.pdf>. Acesso em: 25 de novembro de 2011.

FIRJAN. FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Manual

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