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Análise espacial da incidência de Dengue no município de São Paulo João Vitor, Joyane, Nayara e Rafael TRABALHO FINAL - ETAPA III - MTI QUADRIMESTRE 2015.2

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Análise espacial da incidência de Dengue no município de São Paulo

João Vitor, Joyane, Nayara e RafaelTRABALHO FINAL - ETAPA III - MTI

QUADRIMESTRE 2015.2

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IntroduçãoESCALA: Distrital TEMPO: 2010

● O uso da inteligência geográfica é fundamental para a análise de informações na área da

saúde pública. A espacialização dos dados pode indicar um padrão geográfico da doença,

assim como pode a atrelar com outras variáveis no espaço.

● A chamada Epidemiologia Geográfica é constituída pelo estudo dos padrões de

distribuição geográfica das doenças e suas relações com fatores socioambientais -

desta forma, demandando uma visão territorial para a formulação de políticas públicas.

● Interesse do grupo em relação à Dengue, que se tornou um dos principais desafios para a

saúde pública brasileira, devido ao número de casos e internações em municípios de porte

pequeno, médio e grande. Em 2015, a cidade de São Paulo bateu recorde histórico da

doença, o que configurou uma situação de epidemia (segundo a ONU) - e também o que a

fez se tornar alvo da presente pesquisa.

“O uso de técnicas de análise espacial na Saúde Pública é basilar para se compreender o perfil epidemiológico das doenças. As pesquisas quantitativas dos fenômenos que se manifestam no espaço utilizam-se da análise espacial associada a métodos estatísticos para investigar a ocorrência de correlações espaciais entre as unidades de análise, buscando identificar variáveis explicativas, como possíveis fatores de risco, objetivando compreender fenômenos relacionados à dinâmica da distribuição de doenças.” (MAGALHÃES, Gleidson)

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Metodologia

FONTES FERRAMENTAS

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Variáveis

Incidências da Dengue

(100mil/hab)

Domicílios com esgoto a céu aberto

(% em relação ao total)Rede de distribuição

(% em relação ao total)

Renda/Rendimento mensal (por Salário

Mínimo)(% em relação ao total)

Lixo jogado/não coletado/não enterrado(% em relação total de

domicílios - base universo do Censo 2010 - levantado apenas para os domicílios particulares permanentes)0,5 a 2 salários

mínimos2 a 10 salários

mínimosAcima de 10

salários mínimos

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Hipóteses● As áreas de Aglomerados sub-normais são mais suscetíveis à incidência

de Dengue?

● A presença de esgoto a céu aberto, rede de distribuição e lixo nas ruas contribuem para a proliferação da Dengue?

● As pessoas portadoras da doença estão carentes de assistência médica?

● Há uma correlação entre renda e a incidência de Dengue?

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Y: Variável dependente

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B1: Variável independente

O coeficiente de correlação de Pearson mostrou correlação positiva razoável (0,312).O teste de significância apresentou valor de 0,002. Sendo menor que 0,05, apresenta alta probabilidade de correlação das variáveis.

Conclusão: Possui correlação e apresentou dados com significância para correlação. Não podemos rejeitar as hipóteses nulas e experimental.

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Variáveis

Incidências da Dengue

(100mil/hab)

Domicílios com esgoto a céu aberto

(% em relação ao total)Rede de distribuição

(% em relação ao total)

Renda/Rendimento mensal (por Salário

Mínimo)(% em relação ao total)

Lixo jogado/não coletado/não enterrado

(% em relação ao total de domicílios - base

universo do Censo 2010 - levantado apenas para

os domicílios particulares

permanentes)

0,5 a 2 salários mínimos

2 a 10 salários mínimos

Acima de 10 salários mínimos HIPÓTESES JÁ REFUTADAS!!

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Regressão clássica

Nos dois modelos a soma dos erros ao quadrado (SQT) da regressão é menor do que a soma dos erros ao quadrados dos resíduos o que resulta em um r ao quadrado muito pequeno, ou baixo. Porém, o primeiro modelo apresenta um nível de significância de 99,8% de confiança.

O Teste F do primeiro modelo é baixo, porém, é mais significativo do que o teste F do segundo modelo, pois está muito mais próximo de zero.

QMMQMR

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Regressão clássica

Assim como supracitado, o R quadrado está próximo de zero, o que significa baixa explicação das variáveis em relação ao modelo.

O Coeficiente de Person (R ) apresenta o quão significativo são os modelos. No caso dos testes realizados ambos apresentam valores próximos, o que significa o quanto essa variável está participando para a significância do modelo, ou seja, as variáveis do segundo modelo podem ser desconsideradas.

Independência dos erros (entre 1 e 3); correlação positiva

(<2)

2,012

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Regressão

Equação da RetaModelo 01INCIDÊNCIA DE DENGUE = 49,691 + 45,945.LIXO

Na equação dada pelo modelo 01, a cada 1% de domicílios que deixa o lixo na rua sem coleta, gera um aumento de aproximadamente 46 casos de dengue a cada 100 mil habitantes.

Modelo 02INCIDÊNCIA DE DENGUE = 55,170 + 45,123.LIXO - 0,421.DOMICÍLIOSNÃOLIGADOS – 0,674.ESGOTOCÉUABERTO

Intervalo de confiança para o BO intervalo de confiança explica com 95% de confiança que os valores contidos nesse intervalo são os verdadeiros valores de B, portanto, no modelo 01 o valor de B é 45,945 e o seu intervalo de confiança é de 17,306 e 74,584 afirmando que o valor é verdadeiro.

Estatística de colinearidadeA colinearidade explica se as variáveis do modelo possuem uma variância constante ou não. O FIV, fator de inflação da variância, deve estar próximo de 1, sendo o seu limite 10. No caso do modelo 01 os valores são 1 o que significa está de acordo com a regra. No modelo 02 os valores apresentam-se próximos, o que também condiz com a regra.

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Regressão

Equação da RetaModelo 01INCIDÊNCIA DE DENGUE = 49,691 + 45,945.LIXO

Na equação dada pelo modelo 01, a cada 1% de domicílios que deixa o lixo na rua sem coleta, gera um aumento de aproximadamente 46 casos de dengue a cada 100 mil habitantes.

Modelo 02INCIDÊNCIA DE DENGUE = 55,170 + 45,123.LIXO - 0,421.DOMICÍLIOSNÃOLIGADOS – 0,674.ESGOTOCÉUABERTO

Erro PadrãoO quão distante de zero estão os valores das estatísticas. No caso do trabalho os erros são significativamente altos, porém o valor Esgoto não ligado do segundo modelo apresenta-se muito próximo de zero, ou seja, ele está próximo da linha de regressão.

Estatística TRevela a inclinação da reta de regressão; mostra que não é uma linha horizontal. No modelo 01 nossa estatística T apresenta-se longe de zero e muito significativa para o modelo, sendo o maior valor exceto a constante. Já os valores do segundo modelo não são representativos, por exemplo, o esgoto não ligado possui somente o valor de – 0,767.

Analisando a tabela t de student, com nível de significância 0,05 (e dois graus de liberdade), temos o valor 2,92.

Próximo de 1 e menor de 10. Colinearidade

não é problema.

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Regressão clássica

Plotamos um histograma da frequência padronizada da regressão dos resíduos e pode-se perceber que segue uma normal estando a maioria dos valores próximo a zero. No caso do outlier observado, encontra-se além de 3, o que configura uma possível influência na inclinação da reta do modelo.

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Regressão clássica

O P–P Plot nos mostra que os resíduos possuem uma certa linearidade, porém os outliers influenciaram no deslocamento da reta. Além disso, o gráfico de dispersão apresenta em constância na variância sendo outro resultado que evidencia uma não perfeição do modelo.

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Autocorrelação espacial

Y: Variável dependente

Verificou-se através do teste de pseudo-significância que, mesmo após 999 permutações aleatórias, o nosso valor observado está “fora” da distribuição aleatória gerada, ou seja, podemos rejeitar a hipótese nula de que não há auto correlação espacial.

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Autocorrelação espacial

Análise dos Resíduos

● Não há heterocedasticidade● Erros estão de certa forma

distribuídos ao redor da linha de tendência, apesar da presença dos outiliers

● Após 999 permutações aleatórias, o nosso valor observado está “fora” da distribuição aleatória gerada, ou seja, podemos rejeitar a hipótese nula de que não há auto correlação espacial.

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A partir do Índice de Moran apresentado pelo GWR, foi possível verificar a possibilidade de se fazer uma regressão espacial, devido a evidência de que não há autocorrelação espacial, rejeitando assim a hipótese nula.

Então, mão na massa! :P

Regressão clássica Regressão espacial

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Regressão Espacial

Matriz de vizinhança foi do tipo queen, de grau 1, ou seja, foram considerados vizinhos os distritos que tocam somente os distritos diretamente contíguos.

SPATIAL LAG

SPATIAL ERROR

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Regressão Espacial GWR

Ajustou o modelo de regressão a cada ponto observado - ponderando todas as demais observações como função da distância a este ponto - mostrou uma melhora no R² apresentado anteriormente, saltando de 26% para 35% no que se refere à explicação das incidências da dengue.

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Regressão Espacial (GWR)

A partir dos mapas dos betas, é possível notar os locais de São Paulo que, a cada 1% dos domicílios que deixam o lixo na rua sem coleta, geram um aumento de aproximadamente 46 dos casos de dengue a cada 100mil habitantes. Há uma concentração de valores mais altos na zona extremo sul da capital e valores intermediários pelo resto do município (Centro e Zona Leste, por exemplo).

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Regressão Espacial (GWR)

Analisando a tabela t de student, com nível de significância 0,05 (confiança de 95%) e dois graus de liberdade, chega-se ao valor |2,92|. O mapa da estatística t do lixo domiciliar jogado nas ruas ressalta, em vermelho, os distritos paulistas que estão acima do valor estimado, ou seja, os betas são significantes e diferentes de zero - e em azul, os que estão abaixo, explicando pouco ou praticamente nada da relação entre lixo domiciliar e a dengue no município de São Paulo, podendo assim ter valor zero, ou seja, são valores que não se pode rejeitar a hipótese nula.

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Regressão Espacial (GWR)

Comparação entre o mapa da estatística t e

o dos betas

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Regressão Espacial (GWR)

Numa amostra normalmente distribuída: 99,9% estão entre -3,29 e +3,29

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Regressão Espacial (GWR)

Porém, a parte sul paulistana, onde há uma maior concentração de favelas, é a que explica mais a relação entre a variável dependente e a independente - já a parte noroeste é a que menos é explicada pelo modelo.

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Conclusões● MTI foi a disciplina mais trabalhosa (e linda) do quadrimestre.

● As hipóteses que envolviam as variáveis UBS, esgoto a céu aberto, rede de abastecimento de água e renda não foram corroboradas.

● A única hipótese corroborada foi a de que o lixo domiciliar jogado possui uma relação com a incidência de Dengue - e apenas em alguns distritos do município de São Paulo.

● A presença de aglomerados subnormais não necessariamente implica na relação entre a incidência de Dengue e o lixo domiciliar jogado.