ANÁLISE NUMÉRICA DOS PERFIS DE CHAPA...

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  • i

    ANLISE NUMRICA DOS PERFIS DE CHAPA DOBRADA

    DE SEO TIPO C

    MRCIA SARMENTO SANTOS

    Tese apresentada ao Centro de Cincias e Tecnologia

    da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como

    parte das exigncias para obteno de ttulo de Doutor

    em Cincias de Engenharia.

    Orientador: Prof. Luiz Felippe Estrella Jr.

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE UENF

    CAMPOS DOS GOYTACAZES RJ MARO 2000

  • ii

    ANLISE NUMRICA DOS PERFIS DE CHAPA DOBRADA

    DE SEO TIPO C

    MRCIA SARMENTO SANTOS

    Tese apresentada ao Centro de Cincias e Tecnologia

    da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como

    parte das exigncias para obteno de ttulo de Doutor

    em Cincias de Engenharia.

    Aprovada em 30 de maro de 2000

    Comisso Examinadora:

    Prof. Pedro Colmar Gonalves da Silva Vellasco, PhD FEN/UERJ

    Prof. Sebastio Arthur Lopes de Andrade, PhD FEN/UERJ

    Prof. Jos Guilherme Santos da Silva, DSc FEN/UERJ

    Profa Vnia Jos Karan, DSc LECIV/UENF

    Prof. Luiz Felippe Estrella Jnior, PhD LECIV/UENF

    Orientador

  • iii

    AGRADECIMENTOS

    minha filha Carolina, meu marido Ubiracy e todos amigos e familiares que compreenderam e ajudaram nas minhas ausncias e nos momentos difceis.

    Aos funcionrios da UENF, que sempre foram dedicados e atenciosos para a

    melhor realizao deste trabalho.

    A todos os membros desta banca, que se dispuseram a comparecer e to

    seriamente fizeram seu trabalho.

  • iv

    NDICE

    CAPTULO 1 - INTRODUO

    1.1. GENERALIDADES............................................................................................1

    1.2. REVISO BIBLIOGRFICA..............................................................................4

    1.3. OBJETIVOS DA TESE......................................................................................9

    1.4. ESCOPO DA TESE.........................................................................................11

    CAPTULO 2 - ESTUDO DO COMPORTAMENTO DAS PLACAS

    2.1. INTRODUO.................................................................................................13

    2.2. O MTODO DAS LARGURAS EFETIVAS......................................................20

    2.2.1. Placas Enrijecidas.................................................................................24

    2.2.2. Placas No-Enrijecidas.........................................................................27

    2.2.3. Carregamento de Compresso Uniformemente Varivel......................28

    2.3. PLACAS NO ESTADO DE SERVIO.............................................................34

    2.3.1. Aproximao de Thomasson.................................................................35

    2.3.2. Aproximao de Mulligan.......................................................................37

    2.3.3. Aproximao Utilizada...........................................................................43

    2.4. LARGURA EFETIVA SEGUNDO AS NORMAS: AMERICANA E EUROCODE

    2.4.1. Introduo..............................................................................................46

    2.4.2. Placas Enrijecidas.................................................................................46

    2.4.3. Placas No-Enrijecidas.........................................................................52

    2.4.4. Enrijecedor do Perfil C..........................................................................56

    2.5. A LARGURA EFETIVA NO PROGRAMA DE ELEMENTOS FINITOS

    2.5.1. Eurocode 3............................................................................................58

    2.5.2. AISI-90.................................................................................................58

    2.5.3. AISI-90*.................................................................................................59

    2.5.4. BANDA FINITA.....................................................................................59

  • v

    CAPTULO 3 - LARGURA EFETIVA PELO MTODO DA BANDA FINITA

    3.1. INTRODUO....................................................................................................60

    3.2. DIFERENA ENTRE OS MTODOS.................................................................61

    3.3. DESENVOLVIMENTO........................................................................................62

    3.4. DISCRETIZAO..............................................................................................74

    3.5. ANLISE DA INSTABILIDADE LOCAL.............................................................78

    3.6. A LARGURA EFETIVA NO PROGRAMA FINLOC...........................................95

    CAPTULO 4 - A INTERAO ENTRE AS FLAMBAGENS LOCAL E GLOBAL

    4.1. INTRODUO....................................................................................................98

    4.2. DESCRIO DA INTERAO ENTRE OS MODOS DE FLAMBAGEM............98

    4.3. O ELEMENTO FINITO......................................................................................102

  • vi

    CAPTULO 5 - RESULTADOS

    5.1 INTRODUO...............................................................................................105

    5.2 ANLISE DOS RESULTADOS......................................................................110

    5.3 A INFLUNCIA DA DEFORMADA INICIAL E DA EXCENTRICIDADE DA

    CARGA NO PERFIL DE CHAPA DOBRADA...............................................125

    CAPTULO 6 CONCLUSES...............................................................................135

    BIBLIOGRAFIA........................................................................................................137

  • vii

    NOTAES

    LETRAS DO ALFABETO ROMANO

    A rea da seo plena

    a comprimento da placa

    Ae rea da seo efetiva para carga uniforme igual fy

    b largura da placa

    b1, b2, b3 larguras de clculo das paredes do perfil C

    bc largura comprimida da placa

    be largura efetiva

    bo - largura tracionada da placa

    bp largura plana da placa

    bp1 largura plana da placa 1

    bp2 largura plana da placa 2

    C centro de toro

    CG = G centro de gravidade do perfil C

    CGe = Ge centro de gravidade efetivo do perfil C

    d deslocamento transversal

    D rigidez da placa flexo

    dy deformada inicial do perfil na direo y

    dyL, dzL flechas mximas medidas

    dz deformada inicial do perfil na direo z

    E mdulo de elasticidade

    ep excentricidade da carga

    fy limite elstico

    H funo de forma

    I3 matriz identidade 3 x 3

    k coeficiente de flambagem

    K - matriz tenso inicial

    K0 matriz dos pequenos deslocamentos

    k1C coeficiente de flambagem da placa 1 da seo C

    k1U coeficiente de flambagem da placa 1 da seo U

  • viii

    k2 coeficiente de flambagem da aba

    L comprimento da banda finita

    m semi-ondas de flambagem longitudinalmente

    Mx, My, Mxy - momentos

    n semi-ondas de flambagem transversalmente

    NBP nmero de bandas finitas por placa

    P ponto de aplicao da carga

    Pa caminho de equilbrio adjacente

    Pcr carga crtica de flambagem global da coluna

    Pcr,s carga crtica de flambagem local da seo

    Pexp carga de runa experimental

    Pf caminho de equilbrio fundamental

    Pf,y carga crtica de flambagem por flexo

    Pft1 carga crtica de flambagem por flexo-toro

    Pr,th carga terica de runa

    Pruna = PR carga de runa numrica

    Py carga de runa plstica

    R raio interno entre b1 e b2

    RI raio interno entre b2 e b3

    rmin raio de girao mnimo da seo transversal

    t espessura da placa

    u campo dos deslocamentos

    w deformao transversal da placa

    W1, W2, W3 larguras totais das placas

    wo - imperfeio inicial

    yp - excentricidade da carga aplicada

  • ix

    LETRAS DO ALFABETO GREGO

    - deformao longitudinal total

    e - deformao longitudinal nos bordos da placa

    p deformao para tenso linear plana

    b deformao para flexo

    pL - parcela no-linear do Tensor de Green

    cr,p deformao crtica da placa

    - multiplicador crtico (auto-valor)

    C multiplicador da tenso crtica de uma seo C

    U multiplicador da tenso crtica de uma seo U

    p - esbeltez reduzida da placa para o estado de servio

    py - esbeltez reduzida da placa na runa

    - coeficiente de Poisson

    - energia potencial total

    - rotaes nos bordos das placas

    = be/b coeficiente de reduo da largura efetiva

    y - coeficiente de reduo da largura efetiva para uma placa sob fy

    - tenso uniaxial de compresso na direo x

    1 tenso de compresso de sinal positivo e de maior valor absoluto

    2 tenso que pode ser de compresso (positiva) ou de trao (negativa)

    cr = cr,p = cr,local tenso crtica de flambagem local

    m tenso de compresso uniforme atuante sobre b

    emx tenso mxima no bordo no carregado da placa

    em tenso mdia no bordo no carregado da placa

    x tenso no-uniforme atuante sobre b

    e tenso varivel no bordo no carregado

    - parmetros nodais

    - coeficiente que define o tipo de solicitao ( =2/1)

  • x

    ABREVIAES

    AISI American Iron and Steel Institute

    PUC-RIO Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro

    Tecgraf Grupo de Computao Grfica

    SSRC Strutural Stability Research Council

    BF-M carga de runa numrica com o MBF e as equaes de MULLIGAN[43]

    BF-E - carga de runa numrica com o MBF e as equaes do EUROCODE 3[21]

    BF-W carga de runa numrica com o MBF e as equaes de WINTER[74]

    MBF Mtodo das Bandas Finitas

    EURO - carga de runa numrica com as equaes do EUROCODE[21], segundo

    [20]

    AISI - carga de runa numrica com as equaes do AISI[1], segundo [20]

    AISI* - carga de runa numrica com as equaes do AISI[1] levando em conta a

    eficcia do enrijecedor segundo [20]

    FINLOC programa computacional [20]

    BANFIN programa com o MBF desenvolvido nesta tese

  • xi

    LISTA DE FIGURAS

    1.1 Eficincia estrutural x seo transversal, WINTER[74].......................................1

    1.2 - (a) Produtos tipo seo;

    (b) Produtos tipo chapa.......................................................................................2

    1.3 Representao do perfil C..................................................................................9

    2.1 Comportamento de uma estrutura perfeita[20]..................................................14

    (a) Comportamento no-linear

    (b) Comportamento linear

    2.2 Placa retangular submetida uma carga de compresso

    no seu plano......................................................................................................15

    2.3 Os caminhos de equilbrio fundamental e adjacente relativos

    equao 2.1 do problema de flambagem das placas.....................................16

    2.4 Coeficientes de flambagem para placas enrijecidas e submetida

    a uma carga uniaxial de compresso uniforme.................................................17

    2.5 Configurao de flambagem para uma placa enrijecida e submetida

    a uma compresso uniaxial uniforme................................................................18

    2.6 Coeficientes de flambagem mnimo para uma placa enrijecida e

    submetida a uma compresso varivel linearmente[7].....................................19

    2.7 Coeficiente de flambagem de uma placa no enrijecida e

    submetida a uma compresso varivel linearmente[7].....................................19

    2.8 Resposta de uma placa real..............................................................................20

    2.9 O conceito da largura efetiva.............................................................................22

    (a) Placa deformada;

    (b) Placa enrijecida;

    (c) Placa no-enrijecida

    2.10 Curvas de larguras efetivas.............................................................................26

    2.11 Comparao de curvas de largura efetiva.......................................................28

    2.12 Placa enrijecida submetida a uma compresso excntrica

    constante.........................................................................................................29

    2.13 Placa enrijecida submetida a uma carga com excentricidade

    constante.........................................................................................................30

    2.14 Notao e distribuio das larguras efetivas...................................................31

    2.15 Distribuio das larguras efetivas....................................................................32

  • xii

    2.16 Largura efetiva da alma da seo submetida flexo pura,

    de acordo com DEWOLF e GLADDING[18]....................................................33

    2.17 Proposio de THOMASSON[66], para o comportamento de uma

    placa no estado de servio ps-crtico............................................................35

    2.18 Proposio de THOMASSON[66] para o clculo da largura efetiva...............36

    2.19 Proposio de MULLIGAN e PEKOZ[41] para o comportamento de

    uma placa no estado de servio......................................................................38

    2.20 Proposio de MULLIGAN e PEKOZ[41] para o clculo da

    largura efetiva..................................................................................................39

    2.21 Largura efetiva da placa no enrijecida com b/t=50........................................41

    2.22 Largura efetiva da placa no enrijecida com b/t=15........................................42

    2.23 Diagrama tenso x deformao da placa no enrijecida com b/t=15.............43

    2.24 Largura efetiva da placa enrijecida com b/t=26...............................................45

    2.25 Largura plana bp consideradas pelas normas.................................................46

    2.26 Notao e representao grfica da distribuio da largura efetiva...............47

    2.27 Comparao grfica das frmulas de clculo da largura

    efetiva para uma placa enrijecida, com k=4....................................................49

    2.28 Comparao grfica das frmulas de clculo de largura

    efetiva para uma placa enrijecida, com k=5....................................................50

    2.29 - Comparao grfica das frmulas de clculo de largura

    efetiva para uma placa enrijecida, com k=6,998.............................................50

    2.30 Distribuio da largura efetiva para o Eurocode[21] e o

    AISI-90[1].........................................................................................................52

    2.31 Comparao do coeficiente de flambagem k para a placa

    no-enrijecida, entre o Eurocode 3[21] e o AISI-90[1]....................................53

    2.32 Comparao das aproximaes do clculo de largura efetiva

    para a placa no-enrijecida, entre o Eurocode 3[21] e o AISI-90[1]................55

    2.33 Comparao entre vrias aproximaes de clculo da largura

    efetiva para a placa no-enrijecida..................................................................56

    2.34 Nomenclatura do perfil tipo C..........................................................................56

    3.1 Perfil C discretizado em bandas finitas.............................................................62

    3.2 a Banda finita submetida a um gradiente de tenses....................................63

    b Deslocamentos e rotaes elemento finito de viga

    3.3 Placa reduzida a um elemento finito de viga.....................................................64

  • xiii

    3.4 Discretizao do perfil tipo C, em bandas finitas...............................................75

    3.5 Perfil CLC/3 120x60 estudo da variao do nmero...................................76

    de bandas finitas por placa

    3.6 Perfil CLC/2.2 120x60 estudo da variao do nmero................................77

    de bandas finitas por placa

    3.7 A geometria e os modos locais de flambagem de uma seo C,

    BATISTA[3]........................................................................................................79

    3.8 Influncia do enrijecedor na flambagem da aba de uma seo

    C uniformemente comprimida,[43]....................................................................80

    3.9 Influncia do enrijecedor na flambagem da aba de uma seo

    C uniformemente comprimida,[36]....................................................................81

    3.10 Variao da tenso crtica de flambagem da seo e flambagem

    global de uma coluna de seo C, sob compresso uniforme,

    com o comprimento de semi-onda correspondente, L, obtida por

    meio do mtodo das bandas finitas, segundo HANCOCK [27].......................82

    3.11 (a) Nomenclatura utilizada na geometria do perfil C......................................86

    (b) Seo submetida compresso uniforme.

    (c) Seo submetida a uma gradiente de tenso +y.

    (d) Seo submetida a uma gradiente de tenso -y.

    (e) Seo submetida a uma gradiente de tenso +z.

    3.12 Modos de instabilidade do perfil C, sob compresso uniforme,

    com diferentes tamanhos de enrijecedores.....................................................88

    3.13 Modos de instabilidade do perfil C, sob gradiente de tenso +y,

    com diferentes tamanhos de enrijecedores.....................................................89

    3.14 Modos de instabilidade do perfil C, sob gradiente de tenso -y,

    com diferentes tamanhos de enrijecedores.....................................................90

    3.15 Modos de instabilidade do perfil C, sob gradiente de tenso +z,

    com diferentes tamanhos de enrijecedores.....................................................91

    3.16 (a) Modos de instabilidade da srie 75 tipo comercial, de perfil C,

    de fabricao Tecnofer.

    (b) Caractersticas geomtricas da seo ......................................................93

    3.17 (a) Modos de instabilidade da srie 127 tipo comercial, de perfil C,

    de fabricao Tecnofer.

    (b) Caractersticas geomtricas da seo.......................................................94

  • xiv

    3.18 Clculo das larguras efetivas, considerando as placas associadas................96

    4.1 Visualizao da interao entre a flambagem local e a flambagem

    global, com auxlio das curvas de flambagem europias [21]...........................99

    4.2 Reduo devido a flambagens simultneas [26].............................................101

    4.3 Caracterstica da seo assimtrica................................................................104

    5.1 As caractersticas geomtricas do perfil C e do contraventamento................108

    (a) Caractersticas geomtricas;

    (b) Contraventamento das extremidades abertas da coluna.

    5.2 Sistema de eixos e o sentido das deformadas iniciais....................................113

    (a) Eixos;

    (b) Sentido das deformadas.

    5.3 Curvas de carga x deslocamentos..................................................................120

    5.4 Curvas de carga x deslocamentos..................................................................120

    5.5 Curvas de carga x deslocamentos..................................................................121

    5.6 Curvas de carga x deslocamentos..................................................................121

    5.7 Curvas de carga x deslocamentos..................................................................122

    5.8 Curvas de carga x deslocamentos..................................................................122

    5.9 Curvas de carga x deslocamentos..................................................................123

    5.10 Deformada do perfil CLC/1 90 x 90 na runa para uma

    deformada inicial de +L/1000, usando BF-M................................................124

    5.11 (a) Deslocamento do centro de gravidade da seo....................................126

    efetiva aps a flambagem local.

    (b) Perfil com deformada inicial negativa

    Flecha mxima no n 3.

    5.12 Posio de Ge para uma tenso constante igual a fy para o perfil

    CLC/3-120x60...............................................................................................128

    5.13 Posio de Ge para uma tenso constante igual a fy para o perfil

    CLC/2-180x60...............................................................................................130

    5.14 Grfico da carga de runa x ponto de aplicao da carga,

    para o perfil CLC/3-120x60...........................................................................133

    5.15 Influncia da deformada inicial no comportamento do perfil.........................134

    (a) Grfico carga x deformao

    (b) Caractersticas geomtricas do perfil

  • xv

    LISTA DE TABELAS

    2.1 Clculo e distribuio das larguras efetivas para a placa enrijecida e submetida

    a uma carga excntrica.....................................................................................32

    2.2 Clculo e distribuio das larguras efetivas de placas enrijecidas...................48

    2.3 Clculo das larguras efetivas para a placa no-enrijecida...............................54

    5.1 Caractersticas geomtricas e mecnicas das colunas..................................109

    5.2 Resultado das colunas com deformaes iniciais medidas............................114

    5.3 Resultado comparativo entre os mtodos utilizados......................................115

    5.4 Resultado das colunas longas........................................................................116

    5.5 Pesquisa da deformada inicial desfavorvel, com a utilizao da orientao do

    EUROCODE [21]............................................................................................128

    5.6 - Pesquisa da deformada inicial desfavorvel, com a utilizao da orientao da

    posio de Ge na runa....................................................................................129

    5.7 - Pesquisa da deformada inicial desfavorvel, com a utilizao da orientao do

    EUROCODE [21]............................................................................................131

    5.8 - Pesquisa da deformada inicial desfavorvel, com a utilizao da orientao da

    posio de Ge na runa...................................................................................132

  • xvi

    RESUMO

    As pesquisas realizadas nos ltimos anos, na Europa e nos EUA, tem

    permitido um maior emprego do uso de chapas dobradas na construo civil.

    A expanso de seu uso se deve tambm as suas vantagens econmicas, em

    relao aos perfis compactos.

    Porm, as formas complexas das sees e a esbeltez de suas paredes

    exigem um conhecimento mais profundo de seu comportamento estrutural.

    A esbeltez das placas que constituem as suas paredes pode provocar a sua

    flambagem local e uma interao entre este modo de instabilidade e o modo de

    instabilidade do tipo coluna (flambagem global).

    Essa interao exerce um efeito redutor sobre a carga de runa do perfil, tornando-se

    necessrio um maior conhecimento da resposta de carga versus deformao de

    uma estrutura formada por tais perfis.

    Utilizam-se mtodos no-lineares a fim de simular a interao entre o modo local e

    global de flambagem que, inclui fatores de no linearidade geomtrica.

    Sendo o objetivo desta tese o desenvolvimento de uma ferramenta numrica

    capaz de levar em conta a interao entre os modos de flambagem local e global,

    sugere-se que a resposta carga versus deformao possa ser obtida por intermdio

    do elemento finito no-linear de viga espacial de paredes finas. Considerando que o

    perfil seja uma associao de placas, a flambagem local pode ser modelada pelo

    mtodo das larguras efetivas. Assim sendo, temos um elemento finito cuja seo

    transversal varivel ao longo do carregamento da pea a fim de simular a interao

    entre os fenmenos de instabilidade local e global.

    A contribuio desta tese consiste no aprimoramento do clculo das larguras

    efetivas, para isso, levam-se em conta a influncia que cada placa exerce sobre a

    outra, ou seja, o engastamento parcial nos cantos do perfil, atravs do mtodo das

    bandas finitas. Desenvolveu-se um programa computacional na linguagem Fortran,

    para a introduo da formulao do Mtodo das Bandas Finitas.

    Esse estudo, tambm, permite a verificao da influncia da deformada inicial

    dos perfis, devido aos processos de fabricao, e o seu comportamento de acordo

    com a excentricidade do carregamento aplicado.

  • xvii

    ABSTRACT

    The latest researches carried out in Europe and in The United States have allowed a

    wider use of cold-formed steel sections in civil edification. This increasing use is also

    due to the economical advantages in relation to hot rolled shapes.

    However, the complex shapes of the cross sections and the slender of their

    walls demand a deeper knowledge of their structural behaviour. The slender of the

    plates that constitute the walls may result in a local buckling and an interaction

    between this way of instability and the overall buckling way.

    This interaction produces a reducing effect over the column collapse load, making

    necessary a greater knowledge of the load response versus the strain of a structure

    constituted by such profiles.

    Non-linear methods are used in order to simulate the interactio between the local and

    the overall buckling, that include non-linear geometrical factors.

    Being the aim of this thesis the development of a numerical tool able to take

    into consideration the interaction between the local and the overall buckling it is

    suggested that the load response versus strain may be resulted through the non-

    linear finite element of this walled spatial beam. Considering that the profile is an

    association of plates, the local bucckling can be shaped by the effective width

    method. So we have a finite element, the transversal section of which varies along

    with the load of the structure in order to simulate the interaction between the local

    and overall instability phenomena.

    The contribuition of this thesis consists of the improvement of the effective

    width calculus, therefore, it is taken into consideration the influence that each plate

    produces over the other, that is the partially fixed joints. A Fortran language computer

    program was developed to introduce the finite strip method. This study also permits

    the verification of the influence of the initial imperfection of the profiles, due to the

    fabrication processes and their behaviour according to the eccentricity of the applied

    load.

  • 1

    CAPTULO 1

    INTRODUO

    1.1. GENERALIDADES

    Os perfis de chapas dobradas so resultantes da conformao a frio de

    chapas finas de ao, de espessura entre 0,4 a 6,4 mm. Esses perfis podem ser

    produzidos por dois mtodos de fabricao: a perfilagem - conformao a frio em

    mesa de roletes - e a dobragem - processo no contnuo realizado por mquinas

    dobradeiras. Como resultado desses processos podem-se produzir economicamente

    uma grande variedade de formas de sees transversais, com alta relao

    resistncia x peso, visto que a eficincia estrutural de uma seo depende da

    maneira com que distribudo o material disponvel, ver figura 1.1.

    Figura 1.1 - Eficincia estrutural x seo transversal, WINTER[74].

    Quanto ao domnio de aplicao dos perfis dobrados a frio, podem-se

    distinguir de uma maneira geral, duas categorias: os produtos do tipo seo, como

    mostrados na fig. 1.2 a, e os produtos do tipo painel, mostrados na fig. 1.2 b. Os

    produtos do tipo seo tm hoje sua utilizao como elementos principais ou

    secundrios de estruturas vigas, colunas e barras de trelias, teras, bem como,

    cantoneiras para prateleiras de estocagem industrial, torres de transmisso de

    energia eltrica, construo de chassis e estruturas de veculos. Quanto aos perfis

    do tipo painel, tem-se sua utilizao como fechamento lateral e cobertura para

    edificaes industriais e habitaes, como forma colaborante de vigas mistas em

  • 2

    ao-concreto de edificaes e tabuleiros de pontes, e como elemento de

    acabamento em painis horizontais e verticais.

    (a)

    (b)

    Figura 1.2 - (a) Produtos tipo seo;

    (b) Produtos tipo painel.

    O crescente emprego deste tipo de perfil, comparado aos perfis laminados a

    quente, se deve a sua grande versatilidade como a variedade de formas, o que

    permite a maior adequao da forma sua funo, e a leveza que leva a outras

    vantagem como reduo nas fundaes, a facilidade de manuteno, de transporte

    e de montagem.

    Muitos procedimentos de anlise e clculo que se aplicam s estruturas de

    ao laminado so igualmente aplicveis s estruturas de ao leve. Entretanto,

    diferenas no comportamento das estruturas sob carregamento so de tal

    importncia que se fazem necessrios diferentes mtodos de clculo. As principais

    razes so descritas a seguir, segundo WINTER e PEKZ [48]:

    1. A variedade de formas dos perfis leves, que j so fabricadas e as que

    sero, leva necessidade de procedimentos de anlise to gerais que

  • 3

    possam ser aplicados a praticamente qualquer tipo de seo transversal.

    Ao passo que os perfis laminados a quente tm relativamente pouca

    variedade de forma e, de certa maneira, j preestabelecidas.

    2. A relao largura x espessura das placas componentes dos perfis leves

    freqentemente muito maior que a mesma relao para as placas dos

    perfis laminados. A esbeltez das paredes exige do calculista um

    conhecimento mais aprofundado de seu comportamento estrutural , a

    esbeltez das paredes pode provocar uma flambagem das placas e uma

    interao entre esse modo de instabilidade e os modos de instabilidade do

    tipo coluna, por flexo ou flexo-toro. Acrescenta-se a isso o fato de que

    os perfis abertos de paredes finas tem baixa rigidez toro.

    3. Os processos de produo e fabricao relativos aos dois tipos de

    estruturas de ao afetam de modo diferente as propriedades mecnicas

    dos materiais, levando a modificao da curva tenso-deformao do ao

    em relao ao material virgem. A perfilagem proporciona o aumento da

    tenso de escoamento e, algumas vezes, o aumento da tenso ltima, e

    relevante nos cantos dobrados e ainda aprecivel nas partes planas do

    perfil, enquanto que, aps a dobragem, as modificaes citadas acima so

    praticamente desprezveis nas partes planas do perfil.

  • 4

    1.2. REVISO BIBLIOGRFICA

    O comportamento estrutural deste tipo de perfil tem sido o objetivo do estudo

    de vrios pesquisadores, no somente no Brasil mas tambm na Europa e nos

    Estados Unidos. A seguir uma breve reviso dos trabalhos nesta rea [44], [57]:

    ANO

    PESQUISADOR

    ALGUMAS CONTRIBUIES

    1766

    EULER

    Primeiro a estudar a Teoria da Membrana

    para Placas.

    1789

    BERNOULLI

    Teoria da Flexo.

    1807

    YOUNG

    Mostrou que o comportamento das colunas

    reais afetado pelas imperfeies

    geomtricas e pela impreciso do ponto de

    aplicao da carga.

    1826

    NAVIER

    Mostrou que a frmula clssica de Euler, para

    colunas perfeitas, fornecia um limite superior

    para as cargas de colapso de colunas reais.

    1877

    1883

    KIRCHHOFF

    SAINT VENANT

    Teoria combinada dos efeitos da membrana e

    da flexo.

    1860

    1879

    GEHRING

    BOUSSINESQ

    Teoria na qual as placas enrijecidas em graus

    diferentes nas direes ortogonais

    comportam-se como placas ortotrpicas.

    1889

    1894

    ENGESSER,

    CONSIDER e

    JASINSKI

    Com inteno de correlacionar a teoria da

    barra perfeita aos resultados obtidos com

    colunas reais, trabalharam com o mdulo de

    elasticidade tangente ou intermedirio.

    1891

    BRYAN

    Primeiro a resolver o problema de uma placa

    retangular simplesmente apoiada com dois

    lados opostos carregados por compresso

    uniforme. Primeiro a resolver o problema de

    flambagem de placas usando os princpios

    energticos.

  • 5

    1907

    1910

    1913

    TIMOSHENKO

    Analisou placas com diferentes condies de

    contorno pelo mtodo energtico e por

    integrao.

    1910

    VON KARMAN

    Deduziu as equaes que governam as

    placas perfeitas.

    1914

    HUBER

    Equao de Huber - responsvel pelo

    carregamento transversal.

    1929

    WAGNER

    Primeiro trabalho sobre flambagem por flexo-

    toro em perfis com sees transversais

    abertas de paredes finas.

    1936

    F. BLEICH

    H. BLEICH

    Estudos mais exatos e aprofundados do

    problema de flexo, toro e flambagem de

    barras com sees transversais abertas de

    paredes finas. Derivaram as equaes

    diferenciais fundamentais do problema a partir

    do teorema da energia potencial estacionria.

    1938 MARGUERRE Equaes para placas imperfeitas.

    1940

    WINTER

    Estudos semi-empricos que constituram a

    base da primeira edio do AISI (1946) .

    1940

    ROSTOVTSEV

    A equao de Von Karman para placas

    isotrpicas foi modificada para placas

    anisotrpicas e introduziu os efeitos das

    imperfeies iniciais.

    1951

    COAN

    Estudou o comportamento ps-crtico das

    placas usando as equaes de Marguerre.

    1953

    CHILVER

    Estudos de colunas curtas em U e C, com a

    considerao da interao entre as placas.

    1966

    GRAVES SMITH

    Teoria para o estudo de colunas fechadas

    com sees transversais retangulares e

    paredes finas.

  • 6

    1968

    VAN DER NEUT

    Estudos analticos do problema da interao

    entre os modos local e global nos perfis leves

    comprimidos.

    1959

    1969

    1971

    YAMAKI

    WALKER

    RHODES e HARVEY

    Estudaram o comportamento ps-crtico das

    placas usando tcnicas diferentes.

    1961

    VLASSOV

    Um dos primeiros a compreender que o

    princpio de Bernoulli no se aplica as sees

    de paredes finas.

    1971

    KLOPER e

    SHUBERT

    Comportamento de estruturas tubulares,

    adotando a runa no instante em que as

    tenses nas fibras mais comprimidas atingem

    o limite de escoamento.

    1971

    1975

    KOITER e KUIKEN

    SVENSSON e CROLL

    Prosseguiram com os estudos de Van Der

    Neut e os ltimos autores incluram nos

    estudos o efeito da plasticidade.

    1972

    WALKER

    DAWSON

    Discutiram a aplicao da frmula de Winter

    para o comportamento ps-crtico antes de se

    atingir o colapso.

    1973

    DEWOLF

    Estudou sees de dupla simetria com

    elementos comprimidos, enrijecidos e no

    enrijecidos, com flambagem local.

    1974

    BILSTEIN

    Empregou as equaes de Marguerre

    aplicadas s placas isoladas com imperfeio

    inicial.

    1960

    1968

    1970

    1971

    1979

    KLPPEL e SCHEER

    KLOPPEL e MOLLER

    BULSON

    C. R. C. do Japo

    WILLIAMS e AALAMI

    Utilizando os computadores com as tcnicas

    da relaxao, diferenas finitas e elementos

    finitos desenvolveram vrias solues para a

    equao de Marguerre com uma grande

    variedade de formas de placas e distribuio

    de tenses.

  • 7

    1977

    SKALOUD e

    NAPRSTEK

    Programa de clculo utilizando a frmula de

    Winter, levando em conta a variao das

    larguras efetivas ao longo da altura da coluna.

    1977

    REIS

    Pesquisas sobre o fenmeno da interao

    entre os modos de flambagem global e local

    das estruturas elsticas de perfis de paredes

    finas.

    1978

    KALYANARAMAN

    Estudo mais aprofundado de perfis

    comprimidos de dupla simetria.

    1978

    THOMASSON

    Utilizou diferentes formulaes para a largura

    efetiva a fim de estudar o comportamento de

    colunas no estado de servio e tambm no

    estado limite ltimo.

    1979

    LOUGHLAN e

    RHODES

    Comportamento de colunas de perfis U

    submetidas compresso e flexo, levando

    em conta os efeitos da flambagem local nas

    paredes.

    1984

    MULLIGAN e

    PEKOZ

    Propuseram uma formulao para larguras

    efetivas calculadas no estado ps-crtico e

    antes da runa da placa.

    1985

    PIGNATARO

    Estudo da reduo de carga de colapso de

    colunas devido interao entre os modos de

    instabilidade.

    1988

    BATISTA

    Mtodo baseado na formulao de Mulligan e

    Pekoz, utilizando um algortmo de resoluo

    numrico do tipo Newton-Raphson e passo-

    simples.

  • 8

    1989

    DE VILLE

    Desenvolvimento de um elemento finito de

    viga espacial sem os fenmenos de

    membrane e bending-locking, que permite

    considerar o modo torcional no uniforme, os

    fenmenos de instabilidade, a plasticidade e

    as tenses residuais.

    1993

    RODRIGUES

    Estudo de perfis C com carga centrada,

    considerando as imperfeies iniciais e a

    interao entre as placas. Sem considerao

    do modo torcional.

    1993

    ESTRELLA

    Estudo de perfis L, U e C, com cargas

    centradas e excntricas. Desenvolveu um

    software numrico de fcil utilizao onde

    tambm levou em conta a interao entre as

    flambagens local e global.

    Neste trabalho atem-se aos mtodos semi-analticos, a modelagem para a

    flambagem local e seus efeitos feita usando o conceito da largura efetiva de placa,

    com auxlio do elemento finito de viga espacial. Com a introduo da banda finita

    para o clculo da tenso crtica de flambagem, no como placas isoladas mas, como

    uma seo completa. O comportamento no-linear da coluna levado em conta pelo

    elemento finito no-linear de viga espacial e a interao entre a flambagem local e

    flambagem global tratada com ajuda de um algoritmo numrico de resoluo passo

    a passo do problema no-linear.

  • 9

    1.3. OBJETIVOS DA TESE

    Nesta tese realizado um estudo dos modos de instabilidade de perfis de ao

    compostos por paredes finas, onde leva-se em conta a interao entre os modos de

    flambagem local e global. O que torna imprescindvel o emprego de mtodos no-

    lineares a fim de simular a interao que inclui fortemente fatores de no linearidade

    geomtrica.

    A sugesto deste trabalho que a resposta carga versus deformao possa

    ser obtida por intermdio do elemento finito no-linear de viga espacial de paredes

    finas. Considerando a flambagem local e utilizando o mtodo das larguras efetivas,

    tem-se um elemento finito cuja seo transversal varivel ao longo do

    carregamento da pea, a fim de simular a interao entre os fenmenos de

    instabilidade local e global.

    A contribuio desta tese consiste no aprimoramento do clculo das larguras

    efetivas. No trabalho de ESTRELLA[20] foi feita uma simplificao para o clculo das

    larguras efetivas, assim como nas normas existentes [1, 21], onde o perfil de chapas

    dobradas calculado como uma associao de placas isoladas. Nesta tese leva-se

    em conta a influncia que cada placa exerce sobre a outra, ou seja, o engastamento

    parcial nos cantos do perfil. Para isso, utiliza-se o Mtodo das Bandas Finitas.

    As sees transversais dos perfis aqui analisados so do tipo C.

    Figura 1.3 Representao do perfil tipo C.

    Alma

    Aba

    Enrijecedorde bordo

  • 10

    O programa, desenvolvido nesta tese, BANFIN um programa de

    instabilidade de elementos de banda finita para obteno do multiplicador crtico da

    seo, . A partir do multiplicador crtico obtm-se a seo efetiva com auxlio das

    formulaes de larguras efetivas. O programa desenvolvido permite a anlise de

    carregamentos centrados, bem como carregamentos excntricos.

    A introduo das imperfeies iniciais foi feita de duas maneiras: a primeira,

    conforme a flecha mxima obtida do perfil em laboratrio [43], ou seja, sua

    imperfeio global mxima, a segunda, como para alguns perfis no houve medida

    de imperfeio, adotou-se como flecha mxima o valor L/1000, onde L o

    comprimento do perfil estudado. Em ambos os casos, adotou-se uma distribuio

    senoidal ao longo do comprimento dos perfis, a fim de representar essas

    imperfeies quanto retido.

    O BANFIN permite alm do estudo das deformadas iniciais, tambm o estudo das

    excentricidades da carga de compresso aplicada.

    O modo de flambagem por toro foi introduzido segundo os critrios tericos

    de VLASSOV[70] e as modificaes introduzidas por De VILLE[15].

    Para calibragem do programa computacional desenvolvido foram comparados

    os resultados tericos com resultados experimentais de MULLIGAN[43].

    Para melhor compreenso das concluses, alm das tabelas comparativas,

    foram empreendidas sadas grficas com auxlio do programa Pos-3D para melhor

    visualizao dos deslocamentos e tenses. O programa Pos-3D foi desenvolvido

    pelo grupo de computao grfica Tecgraf da Pontifcia Universidade Catlica, PUC-

    Rio.

  • 11

    1.4. ESCOPO DA TESE

    No captulo 2 fez-se um estudo do comportamento das placas isoladas,

    comeando com o mtodo das larguras efetivas e a introduo ao caso de

    carregamentos de compresso uniformemente varivel. Tambm, apresentou-se

    algumas aproximaes para as placas no estado de servio e as larguras efetivas

    segundo a norma americana, AISI-90[1], e a norma europia, o EUROCODE[21].

    Em seguida, apresentado um resumo da introduo das larguras efetivas no

    programa preexistente [20], devido a introduo da subrotina aqui desenvolvida,

    BANFIN.

    O captulo 3 consagrado ao mtodo das bandas finitas, nele encontra-se

    todo o desenvolvimento do mtodo, anlises da instabilidade local e sua introduo

    no programa de clculo.

    No captulo 4 encontra-se o estudo da interao entre a flambagem local e a

    flambagem global das colunas comprimidas, as pesquisas realizadas, comparaes

    e anlises de resultados encontrados com o mtodo das bandas finitas e uma breve

    descrio do elemento finito de DE VILLE[15].

    Do captulo 5, dedicado a apresentao dos resultados, apresenta-se estudos

    comparativos dos resultados experimentais realizados por MULLIGAN[43] de vigas-

    colunas de paredes finas submetidas compresso centrada e excntrica, seo

    transversal do tipo C, com os resultados numricos achados com o mtodo das

    bandas finitas para o clculo da tenso crtica da seo, considerando a interao

    entre as paredes. Neste trabalho foram utilizadas trs possibilidades de curvas de

    flambagem, a do EUROCODE, de MULLIGAN e de WINTER, conforme item d do

    tem 3.6. Tambm fez-se comparaes com os resultados obtidos por

    ESTRELLA[20], onde foi utilizado o programa FINLOC sem a introduo do mtodo

    das bandas finitas. Em seu trabalho foram usadas as curvas de flambagem do

    EUROCODE [21] e do AISI-90 [1], sendo tambm apresentado um estudo do AISI-

    90 com a introduo da eficcia do enrijecedor de bordo, conforme pargrafo 2.4.4,

    intitulado AISI-90*.

  • 12

    Apresentou-se a influncia do sentido da deformada inicial no valor da carga

    de runa, e tambm no comportamento carga x deformao lateral, conforme a figura

    5.15. Na figura 5.10 a visualizao em 3-D leva a uma melhor compreenso das

    larguras efetivas no instante da runa da pea, bem como suas deformadas.

    Foram apresentadas tabelas comparativas entre os mtodos e as curvas carga x

    deformao para diversos perfis.

  • 13

    CAPTULO 2

    ESTUDO DO COMPORTAMENTO DAS PLACAS

    2.1. INTRODUO

    Sendo este trabalho um estudo de colunas constitudas por perfis de ao

    dobrados a frio, torna-se necessrio o estudo das placas esbeltas que compem os

    mesmos. Uma das principais caractersticas geomtricas das placas que compem

    os perfis dobrados a frio a sua relao largura/espessura, b/t. Quanto maior a

    relao b/t, menor ser sua tenso crtica de flambagem local, cr. V-se, a seguir,

    que a flambagem local das paredes, agindo simultaneamente com a flambagem

    global do tipo coluna, conduz a uma reduo da resistncia do perfil. Desta forma, a

    runa poder ocorrer atravs de um colapso sbito, o que caracteriza um

    comportamento de equilbrio ps-crtico instvel. A sensibilidade para este

    comportamento depender da relao cr,global/cr,local e das imperfeies iniciais.

    Neste captulo, limita-se ao estudo da flambagem local das placas e deixa-se

    o estudo da interao entre os modos de instabilidade para o captulo 4.

    As estruturas perfeitas podem desenvolver dois tipos de comportamento:

    linear e no-linear, conforme ilustrados na figura 2.1.

  • 14

    Figura 2.1- Comportamento de uma estrutura perfeita [20].

    (a) Comportamento no-linear;

    (b) Comportamento linear.

    Nas placas de paredes finas, de se esperar dois tipos de no-linearidade:

    - a no-linearidade geomtrica, devido esbeltez da estrutura, conduzindo a uma

    estrutura sujeita a grandes deslocamentos, e;

    - uma no-linearidade devido ao fenmeno da flambagem local.

    Neste captulo, estuda-se a estabilidade de placas retangulares com dois

    bordos, paralelos direo da carga de compresso aplicada, simplesmente

    apoiados (placas enrijecidas) ou com um lado simplesmente apoiado e o outro livre

    (placas no-enrijecidas).

    Comea-se pelo estudo das placas perfeitas, a fim de conhecer seu comportamento

    terico. Em seguida, passa-se ao estudo no-linear das placas imperfeitas.

    Partindo da teoria da conservao da energia potencial total (), SAINT

    VENANT[20] deduziu a equao diferencial de equilbrio :

    2

    2

    4

    4

    22

    4

    4

    4 .2

    x

    w

    D

    t

    y

    w

    yx

    w

    x

    w

    =

    +

    +

    (2.1)

    onde:

    d d

    Ponto de bifurcao

    Ponto limite

    (a) (b)

    Caminho de equilbrio adjacente

    Caminho de equilbrio fundamental

  • 15

    t espessura da placa

    - tenso uniaxial de compresso na direo x

    D rigidez da placa flexo

    D = Et3/12(1-2) (2.2)

    E mdulo de elasticidade

    - coeficiente de Poisson

    w(x,y) deformada transversal da placa.

    Figura 2.2 Placa retangular submetida a uma carga de compresso uniaxial no

    seu plano.

    Para uma placa enrijecida, figura 2.2, submetida a uma tenso uniformemente

    distribuda , a equao 2.1 tem duas possveis solues:

    a) A soluo trivial w(x,y)=0.

    b) Substituindo-se, na equao 2.1, o deslocamento transversal w(x,y) por uma

    funo que satisfaa as condies de apoio geomtricas e naturais nos quatros

    bordos simplesmente apoiados da placa, conforme segue:

    w(x,y) = Wmn sen

    a

    xmsen

    b

    yn (2.3)

    obtm-se:

    pcr ,

    1

    Wmn sen

    a

    xmsen

    b

    yn= 0 (2.4)

    sendo:

    a

    b

    z,w

    x,u

    y,v Espessura t

  • 16

    a comprimento da placa

    b largura da placa

    m semi-ondas de flambagem no sentido longitudinal da placa

    n - semi-ondas de flambagem no sentido transversal da placa

    cr,p = k 2

    2

    2

    )1(12

    b

    tE

    (2.5)

    onde:

    k coeficiente de flambagem que depende do tipo de carregamento, condies de

    contorno e da geometria da placa.

    cr,p tenso crtica de flambagem da placa.

    com:

    k =

    ++

    2

    422

    2mb

    ann

    a

    mb (2.6)

    A anlise da equao 2.4 mostra que s h um meio de achar uma soluo para

    w(x,y) no nula, e isto pode ser feito anulando o termo entre parnteses, fazendo:

    = cr,p (2.7)

    Na condio da equao 2.7, a deformada transversal w(x,y) pode tomar um valor

    importante, chamado bifurcao de equilbrio, ilustrado na figura 2.3.

    Figura 2.3 Os caminhos de equilbrio fundamental e adjacente relativos

    equao 2.1 do problema de flambagem das placas.

    w

    1

    P

    P

    f

    a

    Estvel

    Instvel

    Indiferente

    cr,p)min

  • 17

    Para se assegurar da estabilidade, necessrio que a segunda variao da

    energia potencial total seja positiva, cuja demonstrao facilmente encontrada na

    literatura [20]. Com essa demonstrao, tem-se:

    < cr,p (2.8)

    Para que a desigualdade acima seja satisfeita necessrio tomar o menor valor de k

    e, desta forma, faz-se n=1, resultando em:

    k = 2

    1

    +b

    a

    ma

    bm (2.9)

    Para o valor de m feito um estudo de curvas dos diferentes modos de instabilidade,

    ver figura 2.4, do qual conclui-se que todas as curvas passam por um valor mnimo

    de k igual a 4, para uma placa enrijecida e submetida a uma tenso uniforme, e que

    a influncia de m sobre o valor do coeficiente de instabilidade menor quanto maior

    a relao entre as dimenses da placa.

    Figura 2.4 Coeficientes de flambagem para placas enrijecidas e submetida a uma

    carga uniaxial de compresso uniforme.

    Mostra-se, na figura 2.5, a configurao do modo de flambagem da placa em

    estudo.

    0

    4

    8

    12

    16

    k

    0 1 2 3 4a / b

    m = 1m = 2

    m = 3m = 4

  • 18

    Figura 2.5 Configurao de flambagem para uma placa enrijecida e submetida

    a uma compresso uniaxial uniforme.

    O estudo do valor de k para uma placa enrijecida, porm sujeita a um

    carregamento varivel linearmente, feito utilizando a relao que define o tipo de

    solicitao:

    = 2/1 (2.10)

    sendo:

    1 tenso de compresso de sinal positivo e de maior valor absoluto.

    2 tenso que pode ser de compresso (positiva) ou de trao (negativa).

    A soluo da equao 2.1, para diferentes valores de , dada na figura 2.6,

    segundo BULSON[7], para uma placa enrijecida. Nota-se tambm que o valor da

    tenso crtica no caso da flexo pura ( = -1) cerca de 6 vezes o valor da tenso

    crtica da compresso pura ( = 1).

    Na figura 2.7 obtida de BULSON[7] mostrado o grfico do coeficiente de

    flambagem k em relao a a/b para uma placa no-enrijecida e v-se que todas as

    curvas tendem assintoticamente a um certo valor (para cada valor de ) quando a

    relao entre as dimenses das placas a/b cresce. Desta forma, chega-se ao valor

    do coeficiente de flambagem (k) para a compresso pura ( = 1), k = 0,425.

    b

    a

    ab

    = 2

  • 19

    Figura 2.6 Coeficiente de flambagem mnimo para uma placa enrijecida e

    submetida a uma compresso varivel linearmente [7].

    Figura 2.7 Coeficiente de flambagem de uma placa no enrijecida e submetida a

    uma compresso varivel linearmente [7].

    kmin

    0

    4

    8

    12

    16

    20

    24

    = / 2 1111

    0

    1111

    1111

    2222

    2222

    -1,0 -0,5 0,5 1,0

    a / b

    k

    0

    5

    10

    1 20

    Borda livre

    a

    b

    1

    1

    1

    1

    2

    2

  • 20

    2.2. O MTODO DAS LARGURAS EFETIVAS

    Contrariamente ao comportamento de colunas, as placas apresentam

    resistncia significativa aps a ocorrncia da flambagem. Quando essa resistncia

    ps-crtica totalmente utilizada, um projeto estrutural eficiente e econmico pode

    ser obtido [43].

    A figura 2.8 mostra o comportamento ps-crtico estvel de uma placa sujeita

    a compresso uniaxial, o que faz com que ela possa resistir a cargas superiores

    carga crtica.

    Entretanto, esta reserva ps-crtica no ilimitada, segundo VON KARMAN,

    SECHLER e DONNELL[71], de acordo com resultados experimentais, a placa atinge

    a runa quando a tenso de compresso mxima nos bordos no carregados atinge

    o limite elstico fy.

    Figura 2.8 Resposta de uma placa real.

    A placa fina enrijecida da figura 2.9 mostra a resposta enquanto aplicada

    uma tenso de compresso uniforme m. Enquanto essa tenso permanece menor

    que o valor crtico cr, a tenso longitudinal interna uniforme atravs da placa.

    Quando a tenso aplicada alcana cr, uma pequena onda de flambagem

    desenvolve-se na placa. Quando o carregamento cresce mais, cresce a deformao

    fora do plano da placa, porm impedida por tenses atuantes transversais.

    Reservaps-crtica

    Imperfeio inicial wo

    Pa

    Pf

    iP'

    Incio de plastificaocr,p

    w

  • 21

    Ao mesmo tempo, uma redistribuio da tenso longitudinal interna ocorre, e passa

    de uniforme a no-uniforme, onde a maior parte do carregamento suportado pelas

    pores menos flambadas da placa. Este processo continua at que o nvel de

    tenso emax, para o bordo da placa, alcana o escoamento; aps o qual geralmente

    a placa atinge a runa.

    Aps a flambagem da placa, o estudo com a distribuio de tenses no-

    uniforme iria complicar demasiadamente os clculos prticos. Porm, o conceito de

    uma largura efetiva foi introduzido por VON KARMAN [71] e outros em 1932.

    VON KARMAN [71] argumentou que na placa carregada acima da tenso crtica, a

    parte central flambada no tem qualquer resistncia aprecivel e que a maior parte

    do carregamento dever ser suportado pelas duas faixas adjacentes as bordas da

    placa.

  • 22

    y

    a

    b

    x

    m

    m

    e

    em

    emax

    y

    x

    m

    m

    b

    m

    be/ 2be/ 2 be

    m

    m

    e

    mem

    m >

    (b) (c)

    cr,p

    cr,p

    x

    x

    Figura 2.9 O conceito da largura efetiva

    (a) Placa deformada;

    (b) Placa enrijecida;

    (c) Placa no-enrijecida.

    b

    u

    m

    m

    a

    w

    Espessura t

    u / a =

    (a)

  • 23

    Nesta aproximao, a tenso no-uniforme x, agindo sobre a largura da placa b,

    substituda por uma tenso mxima, agindo sobre uma largura efetiva be.

    O equilbrio mantido pela definio de largura efetiva:

    emx.be.t = x

    x dxt0

    .. = m.b.t (2.11)

    onde:

    m tenso atuante sobre b.

    emx tenso mxima no bordo no carregado.

    x - tenso no-uniforme.

    be largura efetiva.

    Da equao 2.11, tem-se:

    be/b = m/emx emx

    m

    b

    be

    == (m>cr,p) (2.12)

    sendo:

    - coeficiente de reduo da largura efetiva.

    A equao acima utilizada para o clculo da largura efetiva na runa da pea,

    tambm chamada de largura efetiva de tenses. V-se que a tenso a qual a

    largura efetiva be est submetida a tenso mxima do bordo no carregado, isto ,

    a pior posio flambada da pea a central.

    Porm, quando emx < fy, a formulao acima subestima a rigidez da placa no

    estado ps-crtico.

    Num estado intermedirio, anterior runa da pea, no estado de servio, a

    fim de se achar a rigidez ps-crtica da placa, define-se a largura efetiva de

    deformaes. Aqui, a tenso no-uniforme x, agindo sobre a largura da placa b,

    substituda pela tenso mdia equivalente do bordo no carregado, agindo sobre

    uma largura efetiva be.

    Calculando a tenso mdia no bordo no carregado:

    em = a

    e dxa 0

    1 (2.13)

    e tenso varivel no bordo no carregado.

  • 24

    Assim, temos:

    be/b = m/em em

    me

    b

    b

    == (m > cr,p ) (2.14)

    Define-se a esbeltez reduzida da placa para o estado de servio e na runa,

    respectivamente:

    p = pcr

    e

    ,

    (2.15)

    py =pcr

    yf

    , (2.16)

    2.2.1. PLACAS ENRIJECIDAS

    A aproximao da largura efetiva, desenvolvida inicialmente por VON

    KARMAN [71], baseada em resultados experimentais de ensaios de placas

    isoladas, carregadas at a runa, o que permite tirar as seguintes concluses de

    seus ensaios:

    a) A carga de runa independe da largura da placa;

    b) A carga de runa proporcional ao quadrado da espessura t da placa.

    A partir dessas concluses, VON KARMAN [71] formulou a hiptese de que a tenso

    de flambagem na largura efetiva no estado de runa deve se igualar ao limite elstico

    fy. Substituindo-se fy na equao 2.5, temos:

    fy = k 2

    2

    2

    )1(12

    eb

    tE

    (2.17)

    Combinando-se as equaes 2.5, 2.16 e 2.17 chega-se a:

    11

    ==py

    e

    b

    b

    (2.18)

    Generalizando a equao 2.18 para o estado de servio, tem-se

    11==

    p

    e

    b

    b

    (2.19)

  • 25

    A equao de VON KARMAN 2.18 d a largura efetiva na runa. A equao

    2.19 est ligada ao conceito de largura efetiva de deformaes, onde o valor de e

    varia entre 0 e fy.

    Os trabalhos de pesquisa que sucederam VON KARMAN [71] constataram

    duas falhas na sua formulao:

    a) Ela superestima a resistncia de placas pouco esbeltas, quando a esbeltez

    reduzida py varia em torno de 1;

    b) Ela superestima a rigidez da placa para valores de tenses menores que fy.

    Nos anos 40, WINTER[74] empreendeu uma srie de ensaios de compresso em

    placas, para achar uma frmula mais realista para a largura efetiva. Em seus

    ensaios, WINTER [74] baseou-se em placas integrantes de perfis dobrados a frio e

    que, consequentemente, estavam submetidos a todas as imperfeies inerentes ao

    processo de fabricao. A frmula a seguir foi obtida estatisticamente a partir de tais

    ensaios:

    125,0

    11

    ==

    pp

    e

    b

    b

    (2.20)

    Apesar das imperfeies, constata-se que se alcana a runa quando a tenso e,

    nos bordos no carregados, atinge o limite elstico fy e, neste caso, substitui-se

    p por py na equao 2.20.

    Nota-se que a expresso entre parnteses do termo a direita da equao 2.20 tende

    a valores prximos a 0,75 para valores de p em torno de 1, e tende a 1 para

    grandes valores de p .

    Essa reduo de 25% da largura efetiva de WINTER [74] em relao a VON

    KARMAN [71] na regio p =1 devido aos efeitos negativos das no-linearidades

    acarretadas pelas imperfeies, e so mais importantes prximas carga crtica (ver

    figura 2.10).

  • 26

    Figura 2.10 Curvas de larguras efetivas.

    Em 1968, WINTER [74] empreendeu novos estudos experimentais e props

    uma frmula menos conservativa para a equao 2.20, substituindo o coeficiente

    0,25 por 0,22:

    122,0

    11

    ==

    pp

    e

    b

    b

    (2.21)

    As equaes 2.19 e 2.21 esto graficamente representadas graficamente na

    figura 2.10. Pode-se constatar um afastamento muito importante entre as duas

    curvas na regio de p =1 e, em seguida, a curva de WINTER [74] tende

    assintticamente curva de VON KARMAN [71] para as placas mais esbeltas. O

    patamar inicial das curvas caracteriza a regio de esbeltezes para as quais a placa

    no flamba e totalmente efetiva.

    A ttulo de ilustrao, representam-se, na mesma figura, curvas de larguras efetivas

    desenvolvidas por outros pesquisadores. Embora a equao de WINTER [74] seja a

    mais utilizada e adotada nas normas de diversos pases.

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5

    p

    Von Karman, eq. (2.19)

    Winter, eq. (2.21)

    Chilver [64]

    Grard [65]

    Faulkner [66]

  • 27

    2.2.2. PLACAS NO-ENRIJECIDAS

    O estudo das placas no-enrijecidas foi iniciado por WINTER [74]. Seu

    trabalho baseou-se nas abas comprimidas que compem as sees de perfis

    dobrados a frio, nos quais, a maior relao para largura x espessura (b/t) igual a

    109. Ele sugere que o dimensionamento das abas seja limitado considerao da

    tenso de flambagem, a fim de evitar qualquer distoro da extremidade livre visto

    que o efeito visual no aceito para o estado de servio. Esta concepo de

    dimensionamento adotada em todas as normas americanas desde a norma AISI-

    86. Apesar da flambagem das abas, WINTER [74] pde constatar que elas podem

    resistir alm da carga crtica, at que a tenso emx, no bordo apoiado, atinja o limite

    elstico fy. A partir desta hiptese para a runa, ele deduziu a seguinte frmula para

    a largura efetiva:

    =

    eee

    E

    b

    tEtb

    202,018,0 (2.22)

    A frmula acima d uma boa aproximao para os pequenos valores de largura

    efetiva achados experimentalmente.

    O coeficiente de flambagem k de uma placa com um bordo livre pode variar

    de 0,425, quando o outro bordo simplesmente apoiado, at 1,277, se o outro bordo

    engastado. KALYANARAMAN[31] adotou um valor de k igual a 0,5 e, com esse

    valor, ele rescreveu a equao 2.22:

    13,0

    119,1

    ==

    pp

    e

    b

    b

    (2.23)

    Posteriormente, baseando-se em resultados experimentais e num estudo analtico

    do comportamento ps-crtico, KALYANARAMAN [31] props a seguinte frmula de

    largura efetiva:

    1298,0

    119,1

    ==

    pp

    e

    b

    b

    (2.24)

    Esta nova equao, mais conservativa, difere da equao 2.23 apenas quanto a

    troca do coeficiente 0,3 por 0,298. Uma representao grfica da equao 2.24 e da

    equao de WINTER, 2.21, dada na figura 2.11 .

  • 28

    Figura 2.11 Comparao de curvas de largura efetiva.

    Em seus ensaios experimentais, KALYANARAMAN [31] constatou que o

    deslocamento transversal (fora do plano da placa) da extremidade livre das abas

    mais esbeltas (b/t 58) no excede 2,5 vezes a sua espessura na runa. Em vista

    desta moderada distoro, ele admite o dimensionamento runa por meio da

    equao 2.24, sem levar em conta a recomendao, quanto a distoro, para o

    estado de servio.

    2.2.3. CARREGAMENTO DE COMPRESSO UNIFORMEMENTE VARIVEL

    At aqui, tratou-se do caso de placas submetidas a um diagrama de tenses

    uniforme e constante. Entretanto, para uma abordagem mais realista, ser

    necessrio um estudo de placas submetidas a cargas variveis linearmente ao longo

    dos bordos carregados.

    RHODES, HARVEY e FOK [56] fizeram o estudo analtico de placas

    inicialmente imperfeitas e submetidas a uma carga excntrica. Para uma placa

    enrijecida com a carga excntrica apoiada por meio de barras rgidas, como mostra

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1

    0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

    p

    Von Karman eq.(2.19)

    Kalyanaraman eq.(2.24)

    Winter eq.(2.21)

  • 29

    a figura 2.12, eles obtiveram a seguinte frmula para o clculo da carga terica de

    runa Pr,th:

    +

    +=

    85,36

    4,11,

    b

    ek

    k

    btf

    P

    py

    y

    y

    thr (2.25)

    onde:

    ky = fy b2 t/ 2 D

    D = E t2/ 12(1- 2) - rigidez da placa na flexo.

    ep excentricidade da carga ver figura 2.12.

    A equao 2.25 vlida se:

    ky > 8

    +

    2

    13

    b

    e p (2.26)

    indeslocvel

    Figura 2.12 Placa enrijecida submetida a uma compresso excntrica constante.

    Se a condio 2.26 no for satisfeita, a placa no flamba e atinge a runa por

    escoamento plstico. A equao 2.25 estabelecida considerando-se que a runa se

    produz quando a tenso mxima no bordo no carregado (emax) atinge o limite

    elstico fy. Foi comprovado que esta frmula est em excelente acordo com os

    resultados experimentais. Porm, esses autores no desenvolveram uma

    aproximao de largura efetiva de modo a representar seus resultados analticos.

    RHODES e HARVEY [56] tambm fizeram um estudo sobre os efeitos do modo de

    aplicao da excentricidade da carga. Na figura 2.12 foi representada uma placa

    P P

    eb

    p

  • 30

    submetida a uma carga de compresso excntrica constante. Os mesmos autores

    estudaram os efeitos sobre uma placa submetida a carga com excentricidade

    constante, como na figura 2.13, e chegaram s seguintes concluses: na prtica,

    espera-se que a condio de carregamento seja algo entre as duas condies

    tericas apresentadas e, alm disso, o comportamento das placas submetidas

    carga excntrica extremamente sensvel ao mtodo de aplicao.

    Figura 2.13 Placa enrijecida submetida a uma carga com excentricidade

    constante.

    THOMASSON[66] fez uma proposio semi-emprica para o clculo das

    larguras efetivas, para uma placa enrijecida e submetida a uma carga excntrica. A

    notao utilizada e a distribuio das larguras efetivas so ilustradas na figura 2.14,

    onde 1 sempre uma tenso de compresso. Sua formulao baseada nas

    seguintes hipteses:

    a) A teoria clssica da resistncia dos materiais suposta vlida;

    b) As larguras efetivas so determinadas unicamente a partir das tenses nos

    bordos, 1 e 2, e;

    c) A runa ocorre quando a tenso no bordo mais solicitado compresso atinge fy.

    As frmulas propostas por THOMASSON [66] para o clculo e distribuio das

    larguras efetivas so dadas na tabela 2.1. Nota-se que a frmula para o clculo de

    be/b tem a mesma forma da expresso de VON KARMAN [71] dada a seguir,

    partindo da equao 2.19:

    1

    9,1E

    b

    t

    b

    be = (2.27)

    P P

    eb

    p

    livre para deslocar

  • 31

    com k=4 e =0,3. A nica diferena est no coeficiente de 1,52 (THOMASSON) e

    1,9 (VON KARMAN).

    sendo:

    b0 - largura tracionada da placa.

    Figura 2.14 Notao e distribuio das larguras efetivas.

    THOMASSON [66] comparou os resultados da carga de runa obtidos com a

    sua proposio de larguras efetivas com os resultados obtidos pela equao 2.25.

    Ele constatou que seus resultados eram sempre conservativos. E mais, ele tambm

    notou que as cargas de runa obtidas com a sua proposio so mais conservativas

    quanto maior a excentricidade da carga e maior a esbeltez da placa (>b/t). Com

    essas constataes, THOMASSON [66] decidiu modificar sua proposio original e

    substituiu por 1,52 o coeficiente de 1,9 na frmula de be/b (ver tabela 2.1), isto ,

    utilizou a expresso 2.27 de VON KARMAN [71]. Esta nova proposio est em

    melhor acordo com a equao 2.25.

    Com o mesmo objetivo, USAMI[68] utilizou uma aproximao analtica da

    resoluo do problema das equaes no-lineares de VON KARMAN [71], com

    objetivo de deduzir as frmulas de clculo e de distribuio das larguras efetivas

    para a placa enrijecida e submetida a uma carga excntrica. Sua proposio dada

    na tabela 2.1 com as notaes da figura 2.14.

    Uma comparao grfica das distribuies da largura efetiva de acordo com

    THOMASSON [66] e USAMI [68] est ilustrada na figura 2.15.

    b b

    b

    b b

    b

    b

    e1 e2 e1 e2

    o

    1 1

    2

    2

    2

    112

    / > 0

    > 0 2

    1

    > 0

    < 0

    =

  • 32

    0.4

    0.45

    0.5

    0.55

    0.6

    0.65

    0.7

    0.75

    0.8

    -1 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

    bei / be

    be2 / be

    Thomasson

    Usami

    Thomasson e Usami be1/be

    Figura 2.15 Distribuio das larguras efetivas

    Thomasson [42] Usami [43]

    Clculo e distribuio das

    larguras efetivas

    = 2/1 1

    52,1

    E

    b

    t

    b

    be =

    =

    pp

    e

    b

    b

    22,0

    11

    , k=4

    e

    e

    b

    b 1 2

    1

    2

    1

    0 < < 1

    be

    be2 2

    1(1,5 0,5)

    2

    1(1,44-0,44)

    e

    e

    b

    b 1 2

    1

    2

    1

    0

    be

    be2 2

    1 1,5

    2

    1 1,44

    Tabela 2.1 Clculo e distribuio das larguras efetivas para a placa enrijecida e

    submetida a uma carga excntrica.

  • 33

    DEWOLF e GLADDING[18] realizaram uma pesquisa experimental para achar

    uma frmula de largura efetiva das almas dos perfis dobrados a frio submetidos a

    uma solicitao de flexo pura. Obtiveram a distribuio de tenses mostrada na

    figura 2.16, onde se v que a hiptese clssica de BERNOULLI, das sees planas

    aps a deformao, no mais vlida. A largura efetiva be da parte comprimida da

    alma na runa dada pela seguinte frmula:

    pyc

    e

    b

    b

    7,0

    = (2.28)

    onde bc a parte comprimida da alma calculada segundo o eixo neutro da seo

    total e py calculada com um coeficiente de flambagem que leva em conta o

    gradiente de tenses.

    Figura 2.16 Largura efetiva da alma da seo submetida flexo pura, de acordo

    com DEWOLF e GLADDING[18].

    Apesar das limitaes do trabalho de DEWOLF e GLADDING [18] no contexto

    desta tese, eles contriburam para a evoluo do clculo da largura efetiva de placas

    submetidas a uma carga excntrica. A largura efetiva be calculada em relao

    largura comprimida bc da placa quando

  • 34

    Por ltimo, no caso das placas no enrijecidas, a anlise do problema mais

    complexa, e existem poucos resultados na literatura. necessrio nos atermos as

    proposies semi-empricas dadas nas normas atuais que sero apresentadas.

    2.3. PLACAS NO ESTADO DE SERVIO

    A frmula de WINTER 2.21 d geralmente boas previses tericas da carga

    de runa de colunas curtas e de colunas de perfis dobrados a frio, quando emax = fy.

    Entretanto, apesar de WINTER [74] ter utilizado os dados de larguras efetivas

    medidas no estado de servio, por ocasio de seus ensaios, para deduzir sua

    frmula semi-emprica, os pesquisadores mais recentes mostraram que sua frmula

    subestima muito a rigidez da placa no estado de servio (emax < fy). Pesquisadores

    como DEWOLF, PEKOZ e WINTER[17], THOMASSON[66], MULLIGAN[43] e,

    MULLIGAN e PEKOZ[41,42], simularam a interao entre a flambagem local e a

    flambagem global com a ajuda do mtodo das larguras efetivas e seus resultados

    confirmaram a inadequao da frmula de WINTER na previso terica do

    comportamento de colunas curtas e de colunas no estado de servio.

    DAWSON e WALKER[14] abordaram este problema em detalhes e a

    discusso a seguir tirada de seu artigo. A frmula de WINTER no deve ser

    utilizada para nveis de tenso e menores que fy. Na realidade, a tenso e varia ao

    longo dos bordos no carregados (ver figura 2.9) e, assim, a rigidez longitudinal da

    placa, que funo do encurtamento da placa na direo da carga, obtida pela

    integral ao longo do comprimento da placa e deve, portanto, depender da tenso

    mdia em dos bordos no carregados (ver equao 2.14). Por outro lado, a runa

    atingida quando a tenso mxima emax nos bordos no carregados (ver figura 2.9)

    atinge o limite elstico fy (ver equao 2.12), que um fenmeno local. Parece que

    toda diferena entre o conceito de largura efetiva de deformaes (equao 2.14) e

    o conceito de largura efetiva de tenses (equao 2.12) foi ignorada nos trabalhos

    de WINTER[74].

  • 35

    2.3.1. APROXIMAO DE THOMASSON

    Para resolver o problema anteriormente exposto, THOMASSON[66] fez uma

    nova proposio de curvas de largura efetiva, conforme a figura 2.17, com um

    grfico do tipo S em relao a 2p , onde:

    S = m/cr (2.29)

    2p = e/cr (2.30)

    Nesta figura, a curva a a soluo terica de uma placa perfeita e constitui um

    limite superior da resposta da placa; a curva pontilhada a soluo exata de

    YAMAKI[76] para uma placa com uma imperfeio inicial wo igual a 0,1t; a curva b

    uma aproximao da curva pontilhada de YAMAKI [76], e a curva c uma

    aproximao da frmula de WINTER [74]. A idia tomar a soluo de YAMAKI [76]

    para o comportamento ps-crtico inicial da placa e, ao mesmo tempo, definir a runa

    da placa pela frmula de WINTER [74], unindo-se esses dois pontos por uma curva

    de transio d.

    Figura 2.17 Proposio de THOMASSON [66] para o comportamento de uma

    placa no estado de servio ps-crtico.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    0 2 4 6 8 10 12

    ab

    cd

    Soluo terica de Yamaki [76]

    para uma placa imperfeita com

    p

    e

    cr p

    2 =,

    py2 10 24= ,p1

    2po2

    S = m/cr

    Wo / t =0,1.

  • 36

    As larguras efetivas associadas so dadas pela figura 2.18 e suas frmulas so as

    seguintes:

    Curva b: 1827,0)662,0(==

    p

    e

    b

    b p > 0,75 (2.31)

    Curva c: 178,0)864,0(==

    p

    e

    b

    b p > 0,75 (2.32)

    Curva d: ( ) 111

    11

    +== pp

    ppy

    ye

    b

    b

    pypp

  • 37

    Apesar das boas previses tericas dadas por essa proposio, h duas notas a

    serem feitas:

    a) A curva Sx2p (figura 2.17) apresenta dois pontos de descontinuidade da

    derivada de S em relao a 2p ( S/(

    2p )), localizados nas abcissas

    2p =

    2po e

    2p =

    21p que so os pontos de passagem do estado de pr-flambagem ao

    estado ps-flambagem e a transio da curva b para a curva d.

    b) A curva d, que faz a transio da curva b para a runa da placa, apresenta seu

    vrtice antes da interseo com a curva c e este fato to mais marcante

    quanto mais esbelta a placa (maior py ). Nota-se, tambm, que a proposio

    de THOMASSON [66] prescreve que a runa da placa se produz em regime

    elstico (e

  • 38

    Figura 2.19 Proposio MULLIGAN e PEKOZ [41] para o comportamento de

    uma placa no estado de servio.

    A equao de WINTER 2.21 sob a forma da equao 2.35 toma a seguinte forma:

    SW = p - 0,22 (2.37)

    Essa aproximao caracteriza-se por fazer passar uma curva que vai da passagem

    do estado de pr-flambagem ao estado de flambagem da placa ( po > 0,673), com o

    vrtice da runa dado pela frmula de WINTER [74]. Essa curva ser um polinmio

    cbico da seguinte forma:

    SMW=AW1+AW2 p +AW32p +AW4

    3p 0,673< p < py (2.38)

    e impondo-se as seguintes condies aos limites em po e py :

    SMW( po ) = 2po (2.39a)

    SMW( po ) = 2 po (2.39b)

    SMW( py ) = SW( py ) (2.39c)

    SMW( py ) = 0 (2.39d)

    0

    0.5

    1

    1.5

    2

    2.5

    3

    3.5

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4

    S = m / cr,p

    Winter

    Mulligan

    fy = 200

    fy = 300

    fy = 400

    b / t = 150 k = 4

    py py py

    po

    fy (N/mm)

    S = 2p

    p = ( e / cr,p )

    S W = p - 0,22

    S MW

  • 39

    Com os quais acham-se os coeficientes da equao 2.38:

    AW4 = ( )[ ]( )3

    22,012

    pypo

    pypo

    (2.40a)

    AW3 = ( )popyWpypo

    poA

    +

    45,1 (2.40b)

    AW2 = ( )pyWWpy AA 43 32 + (2.40c) AW1 =

    43

    22 1 WpoWpo

    Wpo AA

    A

    (2.40d)

    Finalmente, combinando-se as equaes 2.35 e 2.38, tem-se a seguinte expresso

    para o clculo da largura efetiva:

    1432

    21 +++== pWW

    p

    W

    p

    WeMW AA

    AA

    b

    b

    0,673< p < py (2.41)

    Por simplificao da linguagem, chama-se daqui por diante a equao 2.41 de

    combinao Mulligan+Winter.

    Apresenta-se, a seguir, na figura 2.20 uma representao grfica e uma comparao

    com a frmula de WINTER [74].

    Figura 2.20 Proposio de MULLIGAN e PEKOZ[41] para o clculo da largura

    efetiva.

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1

    1.1

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5

    l

    Winter

    Mulligan

    fy = 200

    fy = 300

    fy = 400

    b / t = 150 k = 4

    fy (N/mm)

    p

  • 40

    Do mesmo modo, aplicou-se esta nova aproximao para a frmula 2.24 de

    KALYANARAMAN [31] para as placas no enrijecidas. Neste caso, da equao 2.24

    combinada com 2.35, tem-se:

    SK = 1,19 ( p - 0,298) (2.42)

    Similarmente ao caso precedente, SMK toma a seguinte frmula:

    SMK = AK1 + AK2 p + AK3 2p + AK4

    3p 0,673< p < py (2.43)

    com as condies nos limites:

    SMK( po ) = 2po (2.44a)

    SMK( po ) = 2 po (2.44b)

    SMK( py ) = SK( py ) (2.44c)

    SMK( py ) = 0 (2.44d)

    Assim, tem-se, para os coeficientes da equao 2.43:

    AK4 = ( )[ ]

    ( )33546,019,12

    pypo

    pypo

    (2.45a)

    AK3 = ( )popyKpypo

    poA

    +

    45,1 (2.45b)

    AK2 = ( )pyKKpy AA 43 32 + (2.45c) AK1 =

    43

    22 1 KpoKpo

    Kpo AA

    A

    (2.45d)

    e a largura efetiva dada pela seguinte expresso:

    1432

    21 +++== pKK

    p

    K

    p

    KeMK AA

    AA

    b

    b

    0,673< p < py (2.46)

    Por simplificao da linguagem, chama-se, daqui por diante, a equao 2.46 de

    combinao Mulligan+Kalyanaraman.

  • 41

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    0.7

    0.8

    0.9

    1

    1.1

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

    s

    Placa no enrijecida

    fy = 355 N/mm

    Kalyanaraman

    Mulligan + Kalyanaraman

    Parbola

    b / t = 50 k = 0,43

    e / fy

    Figura 2.21 Largura efetiva da placa no enrijecida com b/t = 50.

    Na figura 2.21, acha-se uma comparao entre as curvas de Kalyanaraman,

    equao 2.24, e a combinao Mulligan + Kalyanaraman, equao 2.46. A

    existncia de uma terceira curva na figura, chamada parbola, explica-se no

    prximo subitem.

    Infelizmente, a combinao Mulligan+Kalyanaraman apresenta um comportamento

    indesejvel quando a placa pouco esbelta, como mostra a figura 2.22, com uma

    relao b/t igual a 15. Utilizar esta aproximao adaptada, para a modelagem do

    comportamento das placas no-enrijecidas, leva, na verdade, a um patamar = 1,

    de placa no flambada, muito maior do que o previsto pela esbeltez limite po .

  • 42

    Figura 2.22 Largura efetiva da placa no enrijecida com b/t = 15.

    Este fato mais marcante quando a esbeltez reduzida da placa na runa py se

    aproxima de po e provm da escolha de uma interpolao cbica para representar

    S em funo de p impondo uma derivada nula na runa, como mostra a figura 2.23.

    0.8

    0.85

    0.9

    0.95

    1

    1.05

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

    s

    fy = 355 N/mm b / t = 15 k = 0,43

    Kalyanaraman

    Placa no enrijecida Parbola

    e

    Mulligan + Kalyanaraman

    / fy

  • 43

    Figura 2.23 Diagrama tenso x deformao da placa no enrijecida com

    b/t=15.

    2.3.3. APROXIMAO UTILIZADA

    Para contornar o problema relativo a aproximao de Mulligan+Kalyanaraman

    (equao 2.41), para o clculo e distribuio da largura efetiva de placas no-

    enrijecidas, prope-se fazer passar uma curva do segundo grau (uma parbola) para

    representar = be/b em funo de p , quando a placa pouco esbelta. V-se a

    seguir que esta parbola deve passar pelo ponto ( 1, = po ), final do patamar de

    pr-flambagem, e pelo ponto ( kypy , ), runa; onde ky o valor obtido a partir da

    equao 2.24 de Kalyanaraman, substituindo-se p por py .

    A parbola construda de maneira que seu lado convexo esteja voltado para cima

    e portanto o vrtice seja o ponto ( 1, = po ), impondo que ela tenha a seguinte

    forma:

    0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1

    1.2

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1

    p = ( e / cr,p)

    S =m / cr,p

    S = p2

    Mulligan + Kalyanaraman

    Kalyanaraman

    Parbola

    Placa no enrijecida

    fy = 355 N/mm b / t = 15 k = 0,43

  • 44

    ( ) ( )21 popp C = (2.47)

    Com a condio de passagem pelo segundo ponto ( kypy , ), acha-se o valor da

    constante C da equao 2.47, que toma finalmente a forma:

    ( )( ) 11 2

    2+

    = pop

    popy

    ky

    p

    (2.48)

    e sua representao grfica est ilustrada nas figuras 2.21, 2.22 e 2.23.

    Como no h qualquer semelhana matemtica entre a combinao de

    Mulligan+Kalyanaraman, equao 2.46, e a parbola, equao 2.48, ser impossvel

    determinar o valor da esbeltez reduzida na runa py onde as duas curvas

    coincidem, para saber se deve-