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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ANÁLISE, SIMULAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE
HIDRODEALQUILAÇÃO DE TOLUENO (HDA)
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS
NATAL
2020
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS
ANÁLISE, SIMULAÇÃO E OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO DE
HIDRODEALQUILAÇÃO DE TOLUENO (HDA)
Trabalho de conclusão de curso de graduação
apresentado à Universidade Federal do Rio Grande
do Norte – UFRN para obtenção do título de
engenheiro químico.
Orientador: Dr. André Luis Lopes Moriyama
NATAL
2020
RESUMO
A produção de benzeno é bastante forte na indústria química, com receita estimada em
US$ 69 bilhões para 2021 segundo um estudo de mercado feito por Ceresana (2014). Esse
composto aromático é uma substância intermediária, utilizada como matéria-prima para
fabricação de outros produtos químicos, principalmente etilbenzeno, cumeno e cicloexano.
Tendo em vista sua importância de mercado, esse trabalho tem como objetivo a análise, a
simulação e a otimização do processo de hidrodealquilação de tolueno (HDA), utilizando-se o
simulador ProSimPlus. As etapas de análise e simulação seguiram com a metodologia de
Douglas (1985), baseada em regras heurísticas para tomadas de decisão de design de processos.
Para simular o processo, um estudo termodinâmico foi feito, tendo sido escolhidos dois modelos
baseando-se na zona pressão do processo: o modelo NRTL-Gás Ideal para zona de baixa
pressão; e o modelo SRK-MHV2-UNIQUAC para a zona de alta pressão. A intensificação da
zona de separação do processo foi almejada, para transformar as colunas de destilação D2 e D3
em uma só coluna, mas não se obteve sucesso, pois as especificações de recuperação dos
produtos não foram respeitadas. Assim o esquema de separação com as colunas D2 e D3 foi
mantido. Por fim, foi realizada a integração energética do processo com o Simulis Pinch, com
duas redes de trocadores de calor. A segunda rede teve uma recuperação energética de 98,7%,
correspondente a uma redução de 175,5 GWh/ano no consumo do processo de HDA. Conclui-
se então que através da metodologia de Douglas (1985), a simulação de um processo industrial
pode se tornar mais organizada, reduzindo assim o tempo de desenvolvimento da mesma.
Palavras-chave: hidrodealquilação de tolueno; benzeno; simulação; integração energética.
ABSTRACT
Benzene production is quite strong in the chemical industry, with revenue estimated at
US$ 69 billion for 2021 according to a market study by Ceresana (2014). This aromatic
compound is an intermediate substance, used as a raw material for the manufacture of other
chemical products, mainly ethylbenzene, cumene and cyclohexane. In view of its market
importance, this work performs the analysis, simulation and optimization of the toluene
hydrodealkylation process (HDA), using the ProSimPlus simulator. The stages of analysis and
simulation followed the methodology of Douglas (1985), based on heuristic rules for decision
making of process design. To simulate the process, a thermodynamic study was carried out and
two models were chosen based on the pressure zone of the process: the NRTL-Gas Ideal model
for low-pressure zone; and the SRK-MHV2-UNIQUAC model for the high-pressure zone. The
intensification of the process separation zone was aimed to transform the distillation columns
D2 and D3 into a single column. However, it was not successful, as the product recovery
specifications were not respected. Thus, the separation scheme with columns D2 and D3 was
maintained. Finally, the heat integration of the process was done using Simulis Pinch, with two
heat exchanger networks. The second network had an energy recovery of 98.7%, corresponding
to a reduction of 175.5 GWh / year in the consumption of the HDA process. It is concluded
then that through the methodology of Douglas (1985), the simulation of an industrial process
can become more organized, thus reducing its development time.
Keywords: hydrodealkylation of toluene; benzene; simulation; heat integration.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, quero agradecer aos meus pais por sempre me apoiarem nas decisões e
nos sonhos, pelas oportunidades que me deram ao longo da minha formação profissional.
Agradecer a minha mãe, por sempre ter palavras de conforto nos momentos mais difíceis, em
especial nos últimos dois anos longe de casa. Ao meu pai, pela cobrança de sempre, tornando-
me uma pessoa mais ambiciosa para com meus objetivos de vida. A minha irmã, por todo
companheirismo, conversas, e pelo amor incondicional pelos nossos pets.
Agradecer aos amigos de longa data, minha gang, pelas risadas, discussões e
maluquices. Aos amigos que encontrei ao longo da minha graduação, na UFRN e na
ENSIACET, agradecer pelas horas de estudo, pelo amadurecimento em conjunto, pelas
calouradas, soirées e viagens inesquecíveis.
Em especial, agradeço a Vic e a Ceci, por todo apoio, desabafos, choros, risadas,
videochamadas e confidências. E ainda por me ajudarem na revisão desse trabalho. Que nosso
encontro aconteça o mais breve possível.
Agradecer também ao LEB e ao PET-EQ, e a todos os amigos que lá fiz, que me
mostraram que a graduação vai muito além da sala de aula. Agradecer a CAPES, que
possibilitou o fomento da minha graduação sanduiche para a França e a obtenção do duplo
diploma. Aos professores do DEQ por todo o conhecimento teórico e prático, em especial, aos
professores Jackson e Everaldo por terem me acolhido no laboratório e no PET. Ao professor
André, por não apenas me orientar neste trabalho, como também pelo suporte dado ao longo do
intercâmbio e no próximo passo da minha formação.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema da metodologia aplicada no projeto. ........................................................ 17
Figura 2 - Processo de HDA de tolueno. .................................................................................. 18
Figura 3 - Curva de equilíbrio para o binário benzeno(1)-tolueno(2) à 1 bar em zona de baixa
pressão. ..................................................................................................................................... 24
Figura 4 - Curvas de bolha e de orvalho para o binário benzeno(1)-tolueno(2) à 1 bar em zona
de baixa pressão. ....................................................................................................................... 24
Figura 5 - Curva de equilíbrio para o binário benzeno(1)-tolueno(2) em zona de alta pressão.
.................................................................................................................................................. 26
Figura 6 - Curvas de bolha e de orvalho para o binário benzeno(1)-tolueno(2) à 1 bar em zona
de alta pressão. .......................................................................................................................... 26
Figura 7 - Esquema de simulação de um trocador de integração. ............................................ 29
Figura 8 - Esquema de balanço de massa global. ..................................................................... 30
Figura 9 - Simulação da zona de reação. .................................................................................. 33
Figura 10 - Balanço de massa da simulação da zona de reação. .............................................. 33
Figura 11 - Simulação da zona de reação com reciclagem....................................................... 34
Figura 12 - Balanço de massa da simulação da zona de reação com reciclagem. .................... 35
Figura 13 - Simulação da zona de reação com reciclagem e restrições. .................................. 37
Figura 14 - Balanço de massa da simulação da zona de reação com reciclagem e restrições. . 38
Figura 15 - Simulações do método shorcut (à esquerda) e do método NET (à direita) para a
Coluna D1. ................................................................................................................................ 41
Figura 16 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D1. ....... 41
Figura 17 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D1 após
análise. ...................................................................................................................................... 42
Figura 18 - Balanço de massa para a simulação do método NET para a Coluna D1. .............. 43
Figura 19 - Simulações do método shorcut (à esquerda) e do método NET (à direita) para a
Coluna D2. ................................................................................................................................ 45
Figura 20 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D2. ....... 45
Figura 21 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D2após
análise. ...................................................................................................................................... 46
Figura 22 - Balanço de massa para a simulação do método NET para a Coluna D2. .............. 46
Figura 23 - Simulações do método shorcut (à esquerda) e do método NET (à direita) para a
Coluna D3. ................................................................................................................................ 48
Figura 24 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D3. ....... 48
Figura 25 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D3 após
análise. ...................................................................................................................................... 49
Figura 26 - Balanço de massa para a simulação do método NET para a Coluna D3. .............. 50
Figura 27 - Simulação do processo completo, com zonas de reação, separação e reciclagem, e
restrições do processo. .............................................................................................................. 50
Figura 28 - Balanço de massa para o processo completo, com zonas de reação, separação e
reciclagem, e restrições do processo......................................................................................... 51
Figura 29 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D2 após
análise. ...................................................................................................................................... 53
Figura 30 - Diagrama de intervalo de temperatura para as correntes das zonas de aquecimento
e de resfriamento. ..................................................................................................................... 56
Figura 31 - Diagrama de curvas compostas para as zonas de aquecimento e de resfriamento. 57
Figura 32 - Simulação do esquema de integração energética baseado nos trocadores propostos
pelo Simulis Pinch. ................................................................................................................... 59
Figura 33 - Simulação do esquema de integração energética contendo os refervedores das
colunas de destilação. ............................................................................................................... 62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Comparação entre processos térmico e catalítico para produção de aromáticos. ... 14
Tabela 2 - Condições de operação da alimentação do processo. .............................................. 19
Tabela 3 - Dados dos constituintes do processo. ...................................................................... 21
Tabela 4 - Dados experimentais e calculados de volatidade relativa para o binário benzeno(1)-
tolueno(2) à 1 bar. ..................................................................................................................... 23
Tabela 5 - Dados experimentais e calculados de volatidade relativa para o binário benzeno(1)-
tolueno(2) à 1 bar. ..................................................................................................................... 25
Tabela 6 - Condições de operação da alimentação do processo, com a estimativa das vazões
molares. .................................................................................................................................... 31
Tabela 7 - Condições de operação do reator simples. .............................................................. 32
Tabela 8 - Condições de operação do reator de Gibss. ............................................................. 32
Tabela 9 - Condições de operação das operações unitárias da zona de reação. ....................... 32
Tabela 10 - Parâmetros de configuração do módulo "Spec". ................................................... 37
Tabela 11 - Condições de operação na saída líquida do flash. ................................................. 39
Tabela 12 - Especificações do método shorcut para a Coluna D1. .......................................... 40
Tabela 13 - Resultados do método shorcut para a Coluna D1. ................................................ 40
Tabela 14 - Resultados do método NET para a Coluna D1, antes e depois da análise. ........... 42
Tabela 15 - Condições de operação na saída de resíduo da Coluna D1. .................................. 43
Tabela 16 - Especificações do método shorcut para a Coluna D2. .......................................... 44
Tabela 17 - Resultados do método shorcut para a Coluna D2. ................................................ 44
Tabela 18 - Resultados do método NET para a Coluna D2, antes e depois da análise. ........... 46
Tabela 19 - Condições de operação na saída de resíduo da Coluna D2. .................................. 47
Tabela 20 - Especificações do método shorcut para a Coluna D3. .......................................... 47
Tabela 21 - Resultados do método shorcut para a Coluna D3. ................................................ 48
Tabela 22 - Resultados do método NET para a Coluna D3, antes e depois da análise. ........... 49
Tabela 23 - Resultados do método NET para a Coluna D2, após simulação completa do
processo. ................................................................................................................................... 51
Tabela 24 - Condições de operação na saída de aromáticos do separador de constituintes. .... 52
Tabela 25 - Especificações para inicializar o método NET da Coluna de Intensificação. ....... 52
Tabela 26 - Resultados do método NET para a Coluna Intensificada, antes e depois da análise.
.................................................................................................................................................. 53
Tabela 27 - Balanço de energia calculado pelo módulo Análise Pinch para as correntes
selecionadas. ............................................................................................................................. 55
Tabela 28 - Resultados do cálculo MER do processo, pelo Simulis Pinch. ............................. 55
Tabela 29 - Resultado do esquema de integração energética baseado nos trocadores propostos
pelo Simulis Pinch. ................................................................................................................... 58
Tabela 30 - Resultado do esquema de integração energética contendo os refervedores das
colunas de destilação. ............................................................................................................... 60
Tabela 31 - Resultado do esquema de integração energética contendo os refervedores das
colunas de destilação. ............................................................................................................... 61
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 13
2.1. OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 13
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 13
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 14
3.1. PROCESSO DE HIDRODEALQUILAÇÃO DE TOLUENO ...................... 14
3.2. SIMULAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS ......................................... 15
3.3. INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA .................................................................... 16
4 METODOLOGIA ................................................................................................ 17
4.1. DESCRIÇÃO DO PROCESSO ...................................................................... 17
4.1.1. Especificações do processo .................................................................. 19
4.2. SIMULAÇÃO DO PROCESSO ..................................................................... 20
4.3. ESTUDO TERMODINÂMICO ..................................................................... 20
4.3.1. Validação de zona de baixa pressão ..................................................... 23
4.3.2. Validação de zona de alta pressão ........................................................ 25
4.4. ESTUDO DE REAÇÕES ............................................................................... 27
4.5. CÁLCULO DE INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA .......................................... 28
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 30
5.1. SIMULAÇÃO DO PROCESSO ..................................................................... 30
5.1.1. Análise funcional do processo .............................................................. 30
5.1.2. Zona de reação com reciclagem ........................................................... 33
5.1.3. Zona de reação com reciclagem e restrições do processo .................... 35
5.1.4. Zona de separação ................................................................................ 38
5.1.4.1. Separação de mistura de metano e hidrogênio dos aromáticos .... 39
5.1.4.2. Separação de benzeno da mistura de tolueno e bifenilo ............... 43
5.1.4.3. Separação de tolueno do bifenilo ................................................. 47
5.1.5. Processo completo ................................................................................ 50
5.2. INTENSIFICAÇÃO DE ZONA DE SEPARAÇÃO ...................................... 52
5.3. INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA .................................................................... 54
5.3.1. Esquema de integração baseado nos trocadores propostos pelo Simulis
Pinch 57
5.3.2. Esquema de integração contendo os refervedores das colunas de
destilação 60
6 CONCLUSÕES .................................................................................................... 63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 64
INTRODUÇÃO 12
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
1 INTRODUÇÃO
A produção de benzeno é bastante forte na indústria química. Segundo um estudo de
mercado feito por Ceresana (2014), a produção desse aromático será em torno de 7 milhões de
toneladas em 2021, representando mais de US$ 69 bilhões.
Em relação às aplicações do benzeno, ele é uma substância intermediária, utilizada
como matéria-prima para fabricação de outros produtos químicos, principalmente etilbenzeno,
cumeno e cicloexano. A produção de etilbenzeno, precursor do estireno, tem suas aplicações
nas indústrias de plásticos e polímeros, como o poliestireno. O etilbenzeno representa mais de
50% do consumo industrial de benzeno. O mercado de cumeno representa o segundo maior
consumo de benzeno, utilizado para fabricação de fenol e acetona para as indústrias de adesivos
e resinas. No caso do cicloexano, esta substância é necessária para produção de nylon, uma
poliamida utilizada principalmente na indústria têxtil (CERESANA, 2014).
O processo de fabricação de benzeno tem diversas vias de produção, como reforma
catalítica, dismutação de tolueno, craqueamento a vapor e hidrodealquilação de tolueno. Esta
última via passou a ser estudada na década de 1960 para suprir a forte demanda de mercado do
benzeno. O processo de hidrodealquilação é constituído de uma reação catalítica à altas
temperatura (600-650°C) e pressão (30-60 bar). A reação ocorre com excesso de hidrogênio
gasoso, onde o tolueno é dealquilado, sendo convertido em benzeno e metano. Uma reação
secundária ocorre com produção de bifenilo a partir do benzeno.
O uso de simuladores de processos químicos é imprescindível nos projetos de
engenharia de processos industriais. Eles permitem a modelagem e otimização de processos,
simulando o comportamento real de uma instalação industrial.
Embora permita a rápida obtenção de resultados de um processo, as simulações podem
ser bastante complexas, do ponto de vista industrial (muitas operações unitárias e
especificações) e numérico. Faz-se necessário, portanto, o uso de uma metodologia de design
de processo que possa otimizar o procedimento de desenvolvimento de uma simulação.
Tendo em vista a importância do mercado atual de benzeno, foi escolhido realizar a
análise, a simulação e a otimização do processo de hidrodealquilação de tolueno (HDA) de
acordo com a metodologia de Douglas (1985), que utiliza regras heurísticas para o mapeamento
de estruturas do flowsheet de um processo e para tomadas de decisão do design.
OBJETIVOS 13
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
2 OBJETIVOS
2.1.OBJETIVO GERAL
Realizar a análise, a simulação e a otimização do processo de hidrodealquilação de
tolueno (HDA) de acordo com a metodologia de Douglas (1985).
2.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Realizar estudo termodinâmico do processo de HDA;
• Simular o processo de HDA baseando-se nas especificações de processo discutidas
por Douglas (1985), utilizando o ProSimPlus;
• Realizar análise detalhada da zona de separação do processo, utilizando os métodos
Shortcut e Número de Estágios Teóricos (NET) para simulação;
• Intensificar a zona de separação do processo;
• Realizar dois esquemas (redes de trocadores de calor) de integração energética do
processo, utilizando o Simulis Pinch.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 14
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nesta seção, será apresentado a origem do processo de HDA de tolueno, bem como a
necessidade do uso de simuladores de processo e da integração energética de processos
industriais.
3.1.PROCESSO DE HIDRODEALQUILAÇÃO DE TOLUENO
Com a forte ascensão da indústria petroquímica na década de 1960, a produção de
aromáticos também teve importância. A produção e demanda de mercado para produtos como
benzeno e tolueno eram bem balanceados (IND. ENG. CHEM., 1962).
O aumento das indústrias químicas na Europa ao longo da década provocou uma forte
demanda por esses produtos, de modo que as refinarias deixaram de ser suficientes no
fornecimento de aromáticos como matérias-primas. Além disso, o custo de produção de
benzeno aumentou ao ponto de equiparar-se ao custo dos demais aromáticos de interesse.
Com isso, as equipes de engenharia das grandes industrias da época passaram a estudar os
processos de hidrodealquilação catalítica, como um meio de suprir a forte demanda do mercado
(IND. ENG. CHEM., 1962).
Comparando-se o processo térmico, feito normalmente nas refinarias, ao processo
catalítico, observam-se grandes vantagens como o aumento na conversão de reações e a
diminuição de matéria-prima, como mostrado na Tabela 1.
Tabela 1 - Comparação entre processos térmico e catalítico para produção de aromáticos.
Processo térmico Processo catalítico
Sem custo com catalisador Diversas tecnologias de catálise
Menor tempo de inatividade (ausência de catalisador) Alta conversão de reação
Reações limpas Baixo consumo de gás hidrogênio
Boa seletividade Baixa temperaturas de operação
Operação simples Boa seletividade
Variedade de matéria-prima Operações limpas
Fonte: (Ind. Eng. Chem., 1962).
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 15
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Assim, o processo de hidrodealquilação de tolueno (HDA) para obtenção do benzeno
foi de grande importância para a indústria, e ainda é utilizado nos dias atuais.
O processo de HDA conta com diferentes operações unitárias, com reator e colunas de
destilação, incluindo ainda uma etapa de integração energética. Os detalhes do processo serão
descritos na Seção 4.1.
3.2.SIMULAÇÃO DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
O design e simulação de processos químicos pode ser bastante desafiador, quando se
tem diversas operações unitárias a dimensionar, além de variáveis de controle a serem
priorizadas, e de um grau de dependência entre as operações, seja em função de reciclagem ou
de outras especificações. Com isso, faz-se necessário o uso de uma metodologia de design de
processo que possa otimizar o procedimento tão comum na vida de engenheiros químicos.
Um procedimento de decisão hierárquica para processos industrias foi desenvolvido por
Douglas (1988), onde regras heurísticas são utilizadas para o mapeamento de estruturas do
flowsheet de um processo e para tomadas de decisão do design.
A metodologia de Douglas foi baseada no processo de HDA em estado estacionário. O
sistema de controle desse processo é complexo, tendo em vista à reciclagem de matéria-prima
e à integração energética, além da presença de três colunas de destilação não-lineares devido
ao alto grau de pureza dos produtos (MURTHY KONDA et al., 2005).
A metodologia é feita por etapas que ficam cada vez mais detalhadas à medida que o
nível da etapa aumenta. O primeiro nível corresponde às decisões da estrutura de entrada-saída
do processo. Estão presentes nesse nível vazões de reagentes e produtos, bem como seus
rendimentos ao longo das operações. O segundo nível diz respeito à tomada de decisão
correspondente à escolha do processo em meio a diferentes alternativas. A presença de
reciclagem e a escolha de tecnologias da zona de separação do processo são estudadas nesse
nível. O último nível corresponde à integração energética do processo, que deve ser realizada
uma vez que o design do processo esteja concluído (FISCHER e IRIBARREN, 2011).
Essa metodologia foi aplicada nas etapas de simulação do processo de HDA feitas nesse
trabalho. Ela será melhor detalhada na Seção 4.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 16
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
3.3.INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA
Atualmente a integração energética é essencial para o melhoramento da eficiência
energética de um processo, bem como na redução de seu custo operacional (OPEX),
representando assim uma otimização da planta industrial. Numa simulação de processo, a
integração energética só é iniciada após a convergência da simulação, ou seja, desde que as
especificações e restrições sejam atingidas. Assim, num primeiro momento, considera-se que
as utilidades quente e fria estão totalmente disponíveis. Em seguida, são feitos os cálculos de
integração, seja por meio de otimização por programação ou por simulação de processo
(MILLER, 2014).
Para tanto, a integração energética é feita através do estabelecimento de uma rede de
trocadores de calor, que funciona como um subflowsheet. As correntes de processo que
apresentam grande capacidade de aquecimento e resfriamento entram nessa rede de trocadores,
onde elas trocam energia entre elas mesmas, retornando ao processo no estado térmico
(temperatura) requerido. Com isso, é feita a recuperação de energia dessas correntes, de forma
a reduzir o consumo em utilidades externas (vapor, água de resfriamento, etc.) e, portanto, do
OPEX do processo (SIENIUTYCZ e JEŻOWSKI, 2009).
A análise Pinch é um método utilizado para estimar a rede de trocadores de calor, através
da termodinâmica das correntes do processo, minimizando assim o consumo de energia. No
cálculo do esquema de trocadores de calor, pode haver gargalos que dificultem a recuperação
energética máxima possível. Dessa forma, Asante e Zhu (1997) propõem algumas técnicas para
reverter esses gargalos: ressequenciamento dos trocadores, reencanamento, divisão de corrente
e adição de novos trocadores.
O método de Pinch pode ser descrito em algumas etapas listadas abaixo. Contudo, a
metodologia de integração energética utilizada nesse trabalho foi feita através do software Simulis
Pinch, que também utiliza o método Pinch na sua programação (ver Seção 4.5).
1. Escolher a temperatura mínima de aproximação baseada nas condições das correntes do
processo;
2. Calcular o balanço de energia das correntes e construir o diagrama de intervalo de
temperatura, que informa os níveis térmicos das correntes;
3. Construir o diagrama em cascata para a determinação da quantidade mínima de energia
requerida e da temperatura de Pinch;
4. Construir a rede de trocadores de calor.
METODOLOGIA 17
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
4 METODOLOGIA
O projeto foi baseado no desenvolvimento contínuo da simulação do processo de HDA,
divido em etapas bem definidas, cujas especificações, restrições e otimizações do processo iam
sendo acopladas cada vez mais ao longo dessas etapas.
O esquema mostrado na Figura 1 abaixo apresenta a metodologia aplicada:
Figura 1 - Esquema da metodologia aplicada no projeto.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
4.1.DESCRIÇÃO DO PROCESSO
O processo de hidroalquilação de tolueno aqui estudado, bem como as especificações e
condições de operação, foram baseados no procedimento de design de processos feito por
Douglas (1985). Ele conta com a presença de cinco substâncias: metano, gás hidrogênio e
tolueno, como reagentes; e benzeno e bifenilo como produtos. Mais detalhes sobre os
constituintes químicos serão dados na Seção 4.3.
O esquema do processo é mostrado na Figura 2:
Análise e concepção
• Estudo termodinâmico
• Análise funcional do processo
Simulação
• Zona de reação
• Zona de reciclagem
• Implementação de restrições do processo
• Zona de separação
Otimização
• Intensificação da zona de separação
• Integração energética
METODOLOGIA 18
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 2 - Processo de HDA de tolueno.
Fonte: Araújo et al., 2007.
O processo considerado para este projeto conta com um fluxo de alimentação em
excesso da mistura gasosa de metano e hidrogênio a alta pressão. Um segundo fluxo contendo
tolueno também é alimentado a alta pressão. Ambos os fluxos estão à 38°C e 37 bar.
Em seguida, ambos os fluxos passam por uma etapa de aquecimento para atingir a
temperatura de 650°C requerida para a etapa de reação. A mistura sob altas pressão e
temperatura entram na zona de reação, sendo produzidos benzeno e bifenilo. O produto de
reação passa então num resfriador, retornando à temperatura inicial de 38°C e segue para a
primeira zona de separação.
Na primeira parte da separação feita por um flash, tem-se por objetivo a separação dos
constituintes não condensáveis, metano e hidrogênio, dos aromáticos do processo. Os gases
passam então por uma etapa de reciclagem para otimização do processo. Uma purga é instalada
para evitar o acúmulo de reagentes sendo reciclados.
Após a etapa de separação por flash, o fluxo da saída líquida ainda contém resíduos de
metano e gás hidrogênio. É necessário então realizar uma separação por destilação, para
eliminação desses gases das substâncias de interesse. Essa destilação ocorre à alta pressão.
+ H2
METODOLOGIA 19
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
O processo chega então na última zona de separação, constituído por mais duas colunas
de destilação que operam a baixa pressão. A primeira coluna é instalada com objetivo de separar
o benzeno da mistura de tolueno e bifenilo. A segunda realiza a separação entre bifenilo e
tolueno, onde este último é reciclado para a zona de reação com objetivo de otimizar o processo.
Os fluxos de benzeno e bifenilo são resfriados à 30°C após as destilações antes de serem
armazenados e postos para comercialização. Demais detalhes acerca do processo serão
informados nas próximas seções.
4.1.1. Especificações do processo
Para a concepção do processo, as informações de sua alimentação estão disponíveis na
Tabela 2 abaixo. A vazão de alimentação não é fixada, e deve ser estimada a partir da análise
do processo e de suas hipóteses, que serão desenvolvidas nas próximas seções.
Tabela 2 - Condições de operação da alimentação do processo.
Alimentação Constituinte Composição
molar (%)
Temperatura
(°C) Pressão (bar)
1 Gás hidrogênio (H2) 95
38 37 Metano (CH4) 5
2 Tolueno (C7H8) 100 38 37
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
O processo possui duas reações competitivas, sendo a primeira, a principal, com a
produção de benzeno, de fórmula química C6H6, a partir do tolueno e gás hidrogênio, tendo
uma taxa de conversão de 75%. A reação secundária, e não desejada, é uma reação em equilíbrio
entre o benzeno produzido na reação principal, e o bifenilo, de fórmula C12H10, e gás
hidrogênio, que são produzidos.
Ambas as reações químicas são indicadas nas Equações 1 e 2:
𝐶7𝐻8 + 𝐻2 → 𝐶6𝐻6 + 𝐶𝐻4 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1)
2 𝐶6𝐻6 ↔ 𝐶12𝐻10 + 𝐻2 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 2)
METODOLOGIA 20
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Mais detalhes sobre a etapa reacional do processo serão dados na Seção 4.4.
Tem-se como objetivo a produção de benzeno com vazão molar de 120 kmol/h com
pureza molar superior à 99,7%. Além disso, para que todas as condições de operação e
otimização almejadas sejam alcançadas, deve-se ter em conta as seguintes restrições a seguir:
• Na entrada da zona de reação, deve-se ter uma razão igual a 5 entre a vazão molar
de gás hidrogênio e a soma das vazões molares de tolueno, benzeno e bifenilo, para
prevenir a formação de coque ao longo das reações;
𝐻2
𝑇𝑜𝑙𝑢𝑒𝑛𝑜 + 𝐵𝑒𝑛𝑧𝑒𝑛𝑜 + 𝐷𝑖𝑓𝑒𝑛𝑖𝑙= 5 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3)
• A taxa de purga é fixa em 8%;
• A pureza molar do bifenilo na saída do processo é de 99%.
4.2.SIMULAÇÃO DO PROCESSO
Nesse projeto, a simulação e a otimização do processo de HDA foram realizadas no
ProSimPlus, software de simulação de processos industriais em estado estacionário criado pela
empresa francesa ProSim. Esse simulador permite a concepção e otimização de processo
através de mais de 70 módulos de operações unitárias disponíveis, além de possuir uma
ferramenta de modelagem termodinâmica bastante robusta, o ProPhyPlus. O software permite
aplicações de diversas áreas, desde a indústria química fina e de bioprocessos até a indústria de
petróleo.
4.3.ESTUDO TERMODINÂMICO
A escolha do modelo termodinâmico é uma etapa fundamental para a modelagem e
concepção de um processo químico visto que um modelo inadequado pode desencadear
resultados bastante incoerentes. Para realizar a escolha de um modelo termodinâmico, deve-se
considerar então: os constituintes da mistura, as condições de temperatura e pressão de operação
e a disponibilidade de dados experimentais, para a validade do sistema.
Os constituintes do processo em questão, e suas propriedades, são apresentados na
Tabela 3 abaixo:
METODOLOGIA 21
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Tabela 3 - Dados dos constituintes do processo.
Constituinte Fórmula
química
Pressão crítica,
Pc (atm)
Temperatura
crítica, Tc (K)
Temperatura
de ebulição,
Teb (K)
Momento
dipolar
(D)
Tolueno C7H8 40,54 591,75 383,75 0,36
Benzeno C6H6 48,31 562,05 353,25 0
Bifenilo C12H10 33,36 773,00 528,15 0
Hidrogênio H2 12,96 33,19 20,40 0
Metano CH4 45,38 190,56 111,65 0
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Além do hidrogênio gasoso, o processo é composto por metano, que é um
hidrocarboneto alifático gasoso de cadeia curta, e por tolueno, benzeno e bifenilo, que são
hidrocarbonetos aromáticos de cadeia mais complexa, caracterizados por apresentar ligações π
deslocalizadas. Com exceção do tolueno, todas as substâncias são apolares, apresentando
momento dipolar nulo.
Para definir o modelo que melhor represente o sistema, partimos diretamente da zona
de separação líquido-vapor do processo. Na primeira parte da separação, tem-se o objetivo de
separar os gases metano e hidrogênio dos aromáticos, que é tratada numa coluna de destilação
à alta pressão – à 32 bar. Numa segunda parte, utilizam-se duas colunas de destilação para
separação dos três componentes aromáticos, à baixa pressão – à 1,8 bar e à 1,7 bar. Com isso,
observam-se duas zonas de pressão no sistema, implicando no uso de dois modelos
termodinâmicos para que se evite inconsistência nos cálculos.
Começando pela zona de baixa pressão, incluindo a segunda e terceira colunas de
destilação, a abordagem heterogênea γ-φ é a mais adaptada, baseada no coeficiente de atividade
γ para a fase líquida e no coeficiente de fugacidade φ para fase vapor. Estando-se próximo da
pressão atmosférica (menos de 2 bar), pode-se considerar que a fase vapor segue a Lei dos
Gases Ideais, tendo-se então φ = 1. Para a fase líquida, diferentes modelos de coeficiente de
atividade podem ser utilizados: Non-Random Two-Liquid (NRTL), UNIversal QUasiChemical
(UNIQUAC) e UNIversal Functional Activity Coefficient (UNIFAC). Comparando-se os dados
experimentais aos dados calculados pelo modelo (Ver Seções 4.3.1 e 4.3.2), foi-se escolhido o
modelo NRTL para representar a fase liquida.
METODOLOGIA 22
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
É importante destacar que essa abordagem não satisfaz a continuidade da zona crítica
no diagrama de fases. Contudo, tratando-se da zona de baixa pressão do processo, não há outras
implicações.
Com isso, para a zona de baixa pressão, tem-se o modelo NRTL-Gás Ideal para
representar o equilíbrio líquido-vapor.
Para a zona de alta pressão, correspondente à primeira coluna de destilação assim como
à zona de reação, a abordagem φ- φ é mais adequada, baseada apenas no coeficiente de
fugacidade, sendo tratada então por uma equação de estado. Diferentemente do modelo
escolhido para zona de baixa pressão, essa abordagem permite a continuidade da zona crítica,
e representa muito bem a zona supercrítica (KORETSKY, 2012).
Sabendo-se então que o hidrogênio gasoso se encontra na forma supercrítica e que os
demais constituintes estão próximos de seus pontos críticos a partir das condições de pressão e
temperatura da zona de alta pressão, pode-se afirmar que a abordagem escolhida é a melhor
para representar essa parte do processo.
Como a zona de alta pressão se encontra à mais de 10 bar, deve-se usar uma equação de
estado para representar a fase gasosa. Baseados nas regras de mistura clássicas, os seguintes
modelos podem ser considerados para representar a fase gasosa dessa abordagem: Soave-
Redlich-Kwong (SRK), Peng-Robinson (PR) e Lee-Kesler-Plöcker (LKP).
Para a fase líquida, pode-se fazer uso dos modelos de coeficiente de atividade já citados.
Contudo, o modelo deve ser modificado por uma regra de mistura complexa do tipo Modified
Huron-Vidal (MHV), que considera as aplicações em estado crítico e supercrítico, tendo em
vista que os modelos de coeficiente de atividade só garantem uma boa representatividade abaixo
de 10 bar.
Baseado nisso e na comparação entre os modelos, foi escolhido o modelo
termodinâmico SRK-MHV2-UNIQUAC para a zona de alta pressão do processo.
Para validar os modelos escolhidos, foi feito um estudo comparativo da volatidade
relativa a partir de dados experimentais obtidos no banco de dados DECHEMA (Gesellschaft
für Chemische Technik und Biotechnologie — Sociedade para Engenharia Química e
Biotecnologia) e a partir do cálculo realizado pelos modelos escolhidos, utilizando-se do
programa de modelagem termodinâmica ProPhy Plus.
METODOLOGIA 23
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
4.3.1. Validação de zona de baixa pressão
A validação do modelo para a zona de baixa pressão foi baseada no binário benzeno(1)-
tolueno(2). Os dados na Tabela 4 mostram a comparação entre a DECHEMA e o modelo
NRTL-Gás Ideal.
Tabela 4 - Dados experimentais e calculados de volatidade relativa para o binário benzeno(1)-tolueno(2) à 1 bar.
DECHEMA Modelo NRTL-Gás Ideal
T (K) x1 y1 αexp y1 αcalc Erro (%)
383,76 0 0 - 0 2,3430 -
379,37 0,1 0,2057 2,3307 0,2066 2,3815 0,38
375,39 0,2 0,3723 2,3725 0,3732 2,4192 0,25
371,76 0,3 0,5084 2,4130 0,509 2,4561 0,10
368,45 0,4 0,6206 2,4536 0,6208 2,4923 0,02
365,4 0,5 0,7137 2,4928 0,7137 2,5280 0,17
362,59 0,6 0,7916 2,5323 0,7913 2,5632 0,28
359,99 0,7 0,8571 2,5705 0,8568 2,5981 0,34
357,58 0,8 0,9125 2,6071 0,9122 2,6327 0,50
355,34 0,9 0,9597 2,6459 0,9595 2,3430 0,53
353,25 1 1 - 1 2,3815 0,38
Fonte: DECHEMA, 2020; elaborado pelo autor, 2020.
Como se pode observar na Tabela 4, os erros entre as volatilidades relativas
experimental e calculada são bem baixos, sendo o maior erro de 0,53%. Assim, pode-se afirmar
que o modelo escolhido é valido para a zona de baixa pressão.
Nas Figuras 3 e 4, são mostrados ainda a curva de equilíbrio e as curvas dos pontos de
bolha e de orvalho para o binário em questão. Observa-se novamente que o modelo representa
bem os dados experimentais.
METODOLOGIA 24
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 3 - Curva de equilíbrio para o binário benzeno(1)-tolueno(2) à 1 bar em zona de baixa pressão.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Figura 4 - Curvas de bolha e de orvalho para o binário benzeno(1)-tolueno(2) à 1 bar em zona de baixa pressão.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Fra
ctio
n m
ola
ire
vap
eur,
y1
Fraction molaire l iquide, x1
Calc Exp Bissectrive
350
355
360
365
370
375
380
385
390
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Tem
pér
atu
re (
K)
Fraction molaire (x1,y1)
Tbulle Calc Tbulle Exp Trosée Calc Trosée Exp
Fra
ção
mo
lar
vap
or,
y1
Fração molar líquida, x1
Tem
per
atu
ra (
K)
Fração molar (x1, y1)
Bissetriz
Tbolha calc Tbolha exp Torvalho calc Torvalho exp
METODOLOGIA 25
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
4.3.2. Validação de zona de alta pressão
Para a zona de alta pressão, a validação do modelo também foi feita com base no binário
benzeno(1)-tolueno(2). Tendo em vista que não foram encontrados dados experimentais à alta
pressão, o estudo comparativo foi feito à pressão atmosférica. Com a validação à baixa pressão,
faz-se uma hipótese de extrapolação para verificar se há continuidade do comportamento de
equilíbrio líquido-vapor mesmo à alta pressão.
Tabela 5 - Dados experimentais e calculados de volatidade relativa para o binário benzeno(1)-tolueno(2) à 1 bar.
DECHEMA Modelo SRK-MHV2-UNIQUAC
T (K) x1 y1 αexp y1 αcalc Erro (%)
383,76 0 0 - 0 1 -
379,37 0,1 0,2057 2,3307 0,1999 0,80005 2,25
375,39 0,2 0,3723 2,3725 0,3642 0,6358 2,29
371,76 0,3 0,5084 2,4130 0,4999 0,50003 2,33
368,45 0,4 0,6206 2,4536 0,6129 0,38712 2,37
365,4 0,5 0,7137 2,4928 0,7073 0,29269 2,42
362,59 0,6 0,7916 2,5323 0,7867 0,21331 2,46
359,99 0,7 0,8571 2,5705 0,8537 0,14628 2,50
357,58 0,8 0,9125 2,6071 0,9105 8,95E-02 2,54
355,34 0,9 0,9597 2,6459 0,9588 4,12E-02 2,59
353,25 1 1 - 1 0 -
Fonte: DECHEMA, 2020; elaborado pelo autor, 2020.
De acordo com a Tabela 5 acima, observam-se baixos erros de volatilidade relativa
entre o modelo escolhido e os dados experimentais, sendo o maior igual a 2,59%. Assim,
conclui-se que o modelo é válido para o binário, e pode-se então estimar por extrapolação o
comportamento de equilíbrio à alta pressão. Foram testadas então pressões de 10,2 bar e 37 bar
correspondentes às zonas de reação e de separação à alta pressão.
METODOLOGIA 26
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 5 - Curva de equilíbrio para o binário benzeno(1)-tolueno(2) em zona de alta pressão.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Figura 6 - Curvas de bolha e de orvalho para o binário benzeno(1)-tolueno(2) à 1 bar em zona de alta pressão.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
A partir das Figuras 5 e 6, observa-se que os dados experimentais são bem representados
pelo modelo escolhido à pressão atmosférica. Além disso, as curvas de equilíbrio, de pontos de
bolha e de orvalho apresentam um comportamento similar para as pressões de 10,2 e 37 bar.
Com isso, pode-se validar, por extrapolação, o modelo SRK-MHV2-UNIQUAC para a zona de
alta pressão.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Fra
ctio
n m
ola
ire
vap
eur,
y1
Fraction molaire l iquide, x1
Calc 1,013 bar Exp 1,013 bar Bissectrive Calc 10,2 bar Calc 37 bar
340
365
390
415
440
465
490
515
540
565
590
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Tem
pér
atu
re (
K)
Fraction molaire (x1,y1)
Tbulle Calc 1,013 bar Tbulle Exp 1,013 bar Trosée Calc 1,013 bar Trosée Exp 1,013 bar
Tbulle Calc 10,2 bar Trosée Calc 10,2 bar Tbulle Calc 37 bar Trosée Calc 37 bar
Fra
ção
mo
lar
vap
or,
y1
Fração molar líquida, x1
Tem
per
atu
ra (
K)
Fração molar (x1, y1)
Bissetriz
Tbolha calc Tbolha exp
Torvalho calc
Torvalho exp
Tbolha calc Tbolha calc
Torvalho calc
Torvalho calc
METODOLOGIA 27
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
4.4.ESTUDO DE REAÇÕES
Para produção de benzeno através do processo de hidroalquilação de tolueno, foi
considerado a existência de duas reações competitivas (ver Equações 1 e 2, Seção 4.1.1). A
primeira tem como reagentes o tolueno e o gás hidrogênio, produzindo benzeno e metano e
sendo a reação principal. Ocorre, contudo, o consumo do produto de interesse, benzeno, pela
reação secundária que produz bifenilo.
Considera-se então que o fluxo de hidrogênio e metano está em excesso em relação ao
fluxo de tolueno, a fim de prevenir a formação de coque ao longo das reações, e que as reações
ocorrem em fase gasosa. A primeira reação pode ser catalisada por óxidos de platina, de níquel,
ou de cromo, em suporte de alumina (BERGOMI, 1972; HEYSEL et al., 1999).
A primeira reação é irreversível e controlada, e apresenta uma taxa de conversão fixa de
75%. Já a segunda, encontra-se em equilíbrio químico. Como não se têm disponíveis os dados
de equilíbrio, a modelagem é feita na simulação através do método de minimização da energia
de Gibbs, cujos dados de equilíbrio são calculados a partir das energias de formação das
substâncias e das condições de operação. As energias de formação já estão disponíveis no banco
de dados termodinâmico do simulador.
Douglas (1985) propõe que a seletividade da produção de benzeno (Reação 1) é em
função da taxa de conversão de tolueno em benzeno. A Equação 4 mostra o cálculo da
seletividade (S) em função da taxa de conversão (x):
𝑆 = 1 −0,0036
(1 − 𝑥)1,544 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 4)
Para a taxa de conversão de 75% considerada neste trabalho, tem-se uma seletividade
de 97% da primeira reação. Com isso, pode-se dizer que a reação principal é favorizada em
relação a reação secundária. As reações ocorrem num reator PFR (Plug Flow Reactor) à 650°C
e 34,5 bar para que a produção desejada de benzeno seja atingida.
METODOLOGIA 28
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
4.5.CÁLCULO DE INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA
Para realizar a integração energética do processo, é utilizada a ferramenta Simulis Pinch
que funciona como macro no Excel. Através dos dados energéticos do processo (produto entre
vazão e capacidade térmica F.Cp, e temperaturas de entrada e saída), ela fornece os possíveis
trocadores de calor, chamados “de integração”, entre os fluxos do processo a fim de reduzir o
consumo em utilidades de energia externas.
Essa ferramenta tem por objetivo uma análise minuciosa das correntes energéticas de
interesse, resultando no cálculo da máxima energia recuperada (MER) no processo através da
rede de trocadores de calor. O Simulis Pinch fornece diversos dados como, por exemplo, as
utilidades frias (quantidade de calor para resfriar fluxos quentes) e quentes (quantidade de calor
para aquecer fluxos frios), temperatura de pinch, limites de temperatura das utilidades para que
todos os fluxos do processo sejam aquecidos ou resfriados, etc.
Para utilização dessa ferramenta, deve-se inicialmente fazer uso do módulo de Análise
Pinch no simulador ProSimPlus. Ele permite a escolha dos fluxos térmicos de interesse, dentre
outras configurações, como a diferença mínima de temperatura, e se é permitido ou não a troca
de calor por mudança de fase. Esse módulo fornece o balanço de energia necessário para obter
os possíveis trocadores de integração energética, através do Simulis Pinch no Excel.
Uma vez que o balanço de energia foi calculado pela simulação, e esses dados foram
exportados para o Excel para a análise no Simulis Pinch, a rede de trocadores de calor é
estimada. Com os resultados da ferramenta, pode-se modificar a simulação do processo,
adicionando os possíveis trocadores de integração seguindo as configurações dadas no Excel.
Para representar o esquema do trocador de integração no simulador ProSimPlus, deve-
se utilizar dois módulos diferentes de trocadores de calor: no primeiro, do tipo “expedidor”, a
temperatura de saída do fluxo é informada, sendo calculada uma quantidade de calor; no
segundo, do tipo “recebedor”, essa quantidade de calor é reutilizada, possibilitando assim a
integração das duas correntes. A quantidade de calor é passada de um trocador para o outro
através de uma corrente de informação.
É importante ressaltar que embora sejam utilizados dois módulos de trocador de calor,
fisicamente, ambos representam apenas um só equipamento. Esse é apenas o método de
modelagem proposto pelo simulador utilizado.
METODOLOGIA 29
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
O esquema na Figura 7 abaixo mostra a conexão entre os dois trocadores:
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Para este processo, tomando-se como referência a troca de calor entre as correntes de
processo e utilidades como vapor ou água de resfriamento, foi escolhida uma diferença mínima
de temperatura de 10°C. Além disso, optou-se por considerar a troca de calor tanto por calor
sensível quanto por calor latente.
Trocador “expedidor” Trocador “recebedor”
Corrente fria Tout informada Corrente quente Tout calculada
Quantidade de calor, Q
Figura 7 - Esquema de simulação de um trocador de integração.
RESULTADOS E DISCUSSÃO 30
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta seção, serão discutidos os resultados obtidos a partir da simulação e da otimização
do processo de HDA.
5.1.SIMULAÇÃO DO PROCESSO
5.1.1. Análise funcional do processo
Esta primeira etapa consistiu em estabelecer um balanço de massa global do processo a
fim de que sejam determinadas as vazões de alimentação, para poder inicializar a simulação
como mostrado na Figura 8. Partindo-se da hipótese de uma taxa de conversão de 100% em
relação ao tolueno na primeira reação, pode-se estimar as vazões dos gases hidrogênio e metano
e a vazão de tolueno.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
A partir da estequiometria entre tolueno e benzeno, e da especificação do processo para
produção de benzeno 99,7% de 120 kmol/h, concluiu-se que é necessário ter uma vazão de 120
kmol/h de tolueno na alimentação para alcançar o objetivo.
Para estimar a vazão dos gases, num primeiro momento, é feita a hipótese que os
mesmos não são reciclados e que não estão em excesso. Com a especificação do processo de
que a razão entre o gás hidrogênio e os produtos de reação é igual a 5, e considerando que não
há produção de bifenilo nem resíduo de tolueno devido à conversão de 100% da primeira
reação, é possível estimar a vazão de hidrogênio na alimentação.
Com as considerações acima, estima-se uma vazão de 600 kmol/h de gás hidrogênio. Com
a composição de 95% em hidrogênio na primeira alimentação, a vazão de metano é estimada
em 32 kmol/h.
Alimentação 1: H2, CH4
Alimentação 2: Tolueno
Produção: Benzeno
Figura 8 - Esquema de balanço de massa global.
RESULTADOS E DISCUSSÃO 31
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Tabela 6 - Condições de operação da alimentação do processo, com a estimativa das vazões molares.
Alimentação Constituinte Composição
molar (%)
Temperatura
(°C)
Pressão
(bar)
Vazão
molar
(kmol/h)
1 H2 95
38 37 600
CH4 5 32
2 Tolueno 100 38 37 120
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Com a determinação inicial das vazões, pode-se simular a zona de entrada e zona de
reação do processo, sem realizar reciclagem dos reagentes. É importante ressaltar que a hipótese
de conversão de 100% da primeira reação foi utilizada apenas para estimar as vazões de
alimentação do processo.
O primeiro passo no simulador ProSimPlus é configurar o modelo termodinâmico
escolhido e as reações do processo. Em seguida, cada operação unitária deve ser adicionada,
junto de suas especificações, sejam elas fornecidas ou modeladas a partir das hipóteses feitas.
O processo é iniciado com as duas alimentações, que seguem para um misturador antes
de entrar na zona de reação. A vazão de saída do misturador segue para um trocador de calor
que aquece a mistura à 650°C, com uma perda de carga de 1 bar. Esse aumento de temperatura
é necessário para que as reações possam ocorrer.
Como tem-se duas reações, uma controlada e outra em equilíbrio, faz-se necessário o
uso de dois tipos de reator nesse simulador. Um primeiro reator, do tipo “simples” é então
utilizado para a produção de benzeno, que tem taxa de conversão fixa. A reação ocorre à 650°C
e a pressão de 34,5 bar, sendo um reator adiabático.
O segundo reator, posto logo em seguida ao primeiro, é do tipo “Gibbs” que permite o
cálculo de reações em equilíbrio químico, que é o caso na reação secundária. Como não se tem
os dados das constantes de equilíbrio da reação, deve-se ser utilizado o método de minimização
da energia de Gibbs que permite a modelagem do equilíbrio. Além disso, como o fluxo de
entrada do reator de equilíbrio contem metano e tolueno, essas substâncias são consideradas
inertes no reator de Gibbs. As condições de temperatura e pressão são as mesmas do reator
simples.
RESULTADOS E DISCUSSÃO 32
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
As condições de operação de ambos os reatores são mostradas nas Tabelas 7 e 8:
Tabela 7 - Condições de operação do reator simples.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Tabela 8 - Condições de operação do reator de Gibss.
Reação Método Estado físico Temperatura (°C) Inertes
2 Minimização da
energia de Gibbs Vapor 650
Metano
Tolueno
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Após a reação secundária, a corrente de saída do reator é resfriada à 38°C num trocador
de calor que tem perda de carga de 0,5 bar. Em seguida, o fluxo passa por uma válvula que
regula a pressão à 32 bar a fim de que os constituintes não condensáveis sejam separados num
flash.
As condições de operação desta etapa da simulação são apresentadas na Tabela 9:
Tabela 9 - Condições de operação das operações unitárias da zona de reação.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
A simulação realizada é mostrada na Figura 9 abaixo:
Reação Política térmica Pressão (bar) Temperatura (°C) Taxa de conversão
1 Adiabática 34,5 650 Tolueno 0,75
Operação unitária Pressão
(bar)
Temperatura
(°C)
Perda de carga
(bar)
Misturador 37 38 -
Trocador de calor 1 36 650 1
Trocador de calor 2 34 38 0,5
Válvula 32 38 -
Flash 32 38 -
RESULTADOS E DISCUSSÃO 33
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 9 - Simulação da zona de reação.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
O balanço de massa desta etapa pode ser observado na Figura 10 abaixo:
Figura 10 - Balanço de massa da simulação da zona de reação.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Na saída do flash, é observado a produção de 82,3 kmol/h de benzeno com uma pureza
molar de 67,4%, o que mostra que o objetivo não foi alcançado nessa primeira estimativa do
processo. Além disso, há uma perda de reagente de 29,3 kmol/h em tolueno.
Conclui-se então que é necessário realizar a reciclagem dos reagentes na saída do
processo, a fim de minimizar as perdas e ainda, atingir a produção requerida.
5.1.2. Zona de reação com reciclagem
Nessa segunda etapa, tem-se o objetivo de adicionar a reciclagem dos reagentes e um
separador para que o objetivo de produção e pureza de benzeno seja alcançado.
Para tanto, foi necessário adicionar ao esquema de simulação anterior as seguintes
configurações:
Alimentação CH4 + H2
Alimentação Tolueno
Misturador Trocador
de calor 1
Reator
simples
Reator de Gibbs
Trocador
de calor 2
Válvula
Flash
Flash líquido
Flash vapor
RESULTADOS E DISCUSSÃO 34
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
• Uma purga na saída de vapor do flash para reciclar os reagentes gasosos e benzeno;
• Após a purga, um compressor na corrente gasosa reciclada para aumentar a pressão
de alimentação de 37 bar, para que a corrente de reciclagem possa ser misturada à
de alimentação;
• Um separador de constituintes simples para poder atingir a pureza de benzeno de
99,7% e para realizar a reciclagem de tolueno. Além disso, o separador deve ainda
separar os resíduos de hidrogênio e metano presentes na corrente; e
• Uma bomba centrífuga que aumente a pressão da corrente de tolueno a 37 bar para
que ele possa ser também reciclado e misturado à corrente de alimentação.
Para a purga, uma válvula é utilizada na saída vapor do flash com uma taxa de divisão
de 8%, já imposta pelo processo.
Para a saída líquida do flash, um separador de constituintes com quatro saídas é utilizado
para simplificar, num primeiro momento, a separação do produto de interesse dos demais. As
condições de pressão e temperatura do separador são iguais àquelas da saída do flash. Foi
considerada uma taxa de recuperação de 100% para as correntes de saída de bifenilo, tolueno e
benzeno, deixando uma única saída para o resíduo gasoso de metano e hidrogênio.
Tem-se então a seguinte simulação mostrada na Figura 11:
Figura 11 - Simulação da zona de reação com reciclagem.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Alimentação CH4 + H2
Alimentação Tolueno Misturador
Trocador
de calor 1
Reator
simples
Reator de Gibbs
Trocador
de calor 2
Válvula
Flash
Bomba centrífuga
Purga Válvula
Separador de constituintes
Compressor
Bifenilo
Benzeno
CH4 + H2
RESULTADOS E DISCUSSÃO 35
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Os resultados de balanço de massa para a zona de reação com reciclagem são mostrados
na Figura 12. Analisando os resultados obtidos, em razão da adição da reciclagem de reagentes,
pode-se afirmar que as perdas em tolueno foram diminuídas, passando de 29,3 kmol/h para
menos de 0,5 kmol/h na corrente de purga. Além disso, a vazão molar de benzeno foi aumentada
de 82,3 kmol/h à 113,7 kmol/h. Contudo, ainda não se foi atingido o objetivo de 120 kmol/h.
Tendo melhorado os aspectos de reciclagem e separação, mesmo que de forma
simplificada, é necessário refletir sobre a razão de vazão molar entre gás hidrogênio e
aromáticos na entrada da zona de reação (corrente 4). Nesta etapa da simulação, a razão é de
28,4, enquanto deveria ser de 5.
Figura 12 - Balanço de massa da simulação da zona de reação com reciclagem.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Conclui-se então que essa especificação do começo do processo deve ser implementada
antes de avançar na produção e pureza dos produtos de interesse.
5.1.3. Zona de reação com reciclagem e restrições do processo
O objetivo da terceira etapa da simulação é de modificar o processo para que se atinja a
vazão molar desejada de benzeno e também para que a razão de vazões parciais na entrada da
zona de reação seja corrigida. Para tanto, essas duas especificações serão tratadas como
restrições na simulação, que serão calculadas por um módulo otimização numérica a fim de que
seus valores estejam coerentes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO 36
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Esse modulo é chamado de “gestão de restrições e de reciclagens - Spec”, onde se pode
escolher quais restrições devem agir e onde, na simulação. Ainda, para cada restrição
adicionada, uma variação de medida e uma variável de ação devem ser utilizadas. O módulo
funciona então como uma espécie de controlador.
Fisicamente no ambiente da simulação, deve-se adicionar um módulo de medida onde
a restrição é informada numa espécie de set point. Utilizando-se a corrente do tipo informação
no simulador, deve-se então conectar o módulo de medida ao módulo “Spec”, e em seguida,
conectar o módulo “Spec” ao módulo onde está localizado à variável de ação. Dessa forma, a
restrição está corretamente configurada na simulação.
Para a restrição de vazão molar de produção de benzeno, deve-se escolher “vazão
parcial” como variável de medida, fixando-a em 120 kmol/h. A alimentação de tolueno é a
variável de ação dessa restrição, já que ela é diretamente responsável pela produção de benzeno.
Para a restrição de razão de vazões parciais, o módulo de medida é colocado logo antes
do reator simples, onde se é escolhido “razão de vazões parciais” como variável de medida,
fixando o set point em 5 como indicado pelo processo e indicando os constituintes do
numerador e denominador da razão. A alimentação de metano e hidrogênio é a variável de ação
neste caso, uma vez que se procura uma vazão otimizada de hidrogênio para satisfazer a razão.
Quanto ao modelo “Spec”, dentro os diversos métodos matemáticos disponíveis, foi
escolhido o método de Newton-Raphson, utilizando-se da matriz jacobiana a diferenças finitas
como operador de aceleração. Esse método foi escolhido após a verificação de que o método
de Broyden, definido como padrão, requeria muitas iterações, e, portanto, maior tempo para
que a simulação convergisse.
O critério de convergência foi fixado em 1E-8, como padrão. Foram adicionados ainda
os limites mínimo e máximo de cada restrição para garantir o bom funcionamento do
otimizador, impedindo que ele utilize valores não coerentes que levariam a um maior tempo de
simulação ou ainda a não convergência da mesma. Para a razão de vazões, foram adicionados
os limites 100 e 840 kmol/h de vazão de alimentação gasosa de metano e hidrogênio. Para a
produção de benzeno, 120 e 180 kmol/h foram os limites adicionados.
A Tabela 10 abaixo recapitula as configurações utilizadas no módulo “Spec”:
RESULTADOS E DISCUSSÃO 37
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Tabela 10 - Parâmetros de configuração do módulo "Spec".
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
A simulação da zona de reação com reciclagem e restrições é mostrada na Figura 13:
Figura 13 - Simulação da zona de reação com reciclagem e restrições.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Os resultados de balanço de massa para a zona de reação com reciclagem e restrições
estão disponíveis na Figura 14:
Método numérico Newton-Raphson
Operador de aceleração Matriz Jacobiana à diferenças finitas
Critério de convergência 1E-8
Limites das variáveis de ação Razão de vazões molares – 100 a 840 kmol/h
Produção de benzeno – 120 a 180 kmol/h
Número de iterações 2
Número de passagens no RCM 29
Alimentação CH4 + H2
Alimentação Tolueno Misturador
Trocador
de calor 1
Reator
simples
Reator de Gibbs
Trocador
de calor 2
Válvula
Flash
Bomba centrífuga
Purga Válvula
Separador de constituintes
Compressor
Bifenilo
Benzeno
CH4 + H2
Spec
Medidor
RESULTADOS E DISCUSSÃO 38
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 14 - Balanço de massa da simulação da zona de reação com reciclagem e restrições.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Observando-se os dados acima, pode-se concluir que as três especificações do processo
e a produção de 120 kmol/h de benzeno foram finalmente alcançadas, graças à utilização do
módulo de otimização “Spec”.
5.1.4. Zona de separação
Uma vez corrigidas as especificações do processo na simulação, obtendo-se ainda a
produção de benzeno requerida, é necessário analisar então a zona de separação do processo de
HDA. O objetivo desta etapa é tornar a simulação o mais próximo da realidade industrial,
substituindo o separador simples utilizado até então por colunas de destilação, já que o
separador foi utilizado apenas como hipótese simplificadora num primeiro momento.
Foi escolhido simular cada coluna de destilação individualmente para simplificar as
simulações, utilizando as condições de operação de vazão, temperatura e pressão de última
corrente de cada etapa na corrente de entrada de cada coluna de destilação utilizada.
Para simular cada destilação, é feito inicialmente uma estimação da operação através do
método shorcut, utilizando os resultados obtidos para inicializar a destilação pelo método de
número de estágios teóricos (NET) que é mais complexo e representa melhor a separação.
O método shortcut é baseado no método de Underwood (1946, 1948) que permite
encontrar a taxa de refluxo mínimo situada entre as volatilidades relativas dos dois
constituintes-chave. Esse método utiliza a hipótese de que a volatilidade relativa ao longo da
RESULTADOS E DISCUSSÃO 39
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
coluna é constante, o que não ocorre na realidade. Assim, esse método não consegue descrever,
por exemplo, o comportamento de misturas azeotrópicas. Diferentemente do shortcut, o método
NET realiza o cálculo rigoroso de uma coluna de destilação multiconstituinte, com as devidas
transferências de massa e de energia.
É importante destacar que a zona de separação tem o objetivo de separar os gases metano
e hidrogênio dos três componentes aromáticos, tolueno, benzeno e bifenilo, e esses separados
entre si, sendo necessárias, portanto, três colunas de destilação a priori.
5.1.4.1.Separação de mistura de metano e hidrogênio dos aromáticos
A primeira destilação da zona de separação diz respeito à separação da mistura gasosa
de metano e hidrogênio, da mistura de componentes aromáticos: tolueno, benzeno e bifenilo.
Esta é então a primeira etapa para obter a produção de 120 kmol/h de benzeno à 99,7% de
pureza, contando agora com um esquema de simulação mais coerente com a indústria.
É considerado então que a alimentação desta coluna, chamada Coluna D1, corresponde
à corrente de saída líquida do flash obtida na última simulação. As condições de operação são
mostradas na Tabela 11:
Tabela 11 - Condições de operação na saída líquida do flash.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Uma válvula manométrica é posta antes da coluna, reduzindo a pressão de 32 bar à 10,2
bar, que é requerida para a separação liquido-vapor. Como esta etapa ainda se encontra na zona
de alta pressão, o modelo termodinâmico SRK-MHV2-UNIQUAC é utilizado.
Para esta coluna, deve-se utilizar um modulo de destilação onde o condensador tenha
condensação parcial, visto que o destilado conterá gases não condensáveis. A utilização de uma
Constituinte Vazão molar (kmol/h) Temperatura (°C) Pressão (bar)
Tolueno 40,102
37,45 32
Hidrogênio 3,4756
Benzeno 120
Metano 12,758
Bifenilo 2,6715
RESULTADOS E DISCUSSÃO 40
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
coluna de condensação total acarretaria num custo de operação muito alto, além de não ser
necessário para o processo em questão.
Para a simulação da destilação shortcut, foram requeridas as seguintes condições de
operação, listadas na Tabela 12:
Tabela 12 - Especificações do método shorcut para a Coluna D1.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Com os dados de entrada e saída informados, foram obtidos os seguintes resultados da
Tabela 13 para a simulação da Coluna D1 pelo método shortcut:
Tabela 13 - Resultados do método shorcut para a Coluna D1.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
A partir desses resultados, pode-se inicializar a coluna de destilação pelo método NET,
que realiza a operação de forma mais rigorosa. Sabendo-se que uma coluna de destilação possui
dois graus de liberdade, pode-se trabalhar com duas das seguintes especificações para o cálculo
de grau de liberdade: vazão de vapor, vazão de refluxo e quantidade de calor do condensador
ou do refervedor. Além disso, o número de estágios teóricos e o estágio de alimentação devem
ser informados.
Constituinte leve Metano – 99% recuperado no destilado
Constituinte pesado Benzeno – 99,9% recuperado no resíduo
Tipo de condensador Parcial
Taxa de refluxo (%) 130
Pressão no condensador (bar) 10
Perda de carga (bar) 0,5
Taxa de refluxo (%) 0,085 (R/Rmin = 1,3)
Número de estágios teóricos (NET) 8
Estágio de alimentação 4
Calor recuperável no condensador (kcal/h) 22114,2
Calor a fornecer no refervedor (kcal/h) 988886
Vazão de destilado (kmol/h) 16,22
RESULTADOS E DISCUSSÃO 41
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Para esta primeira coluna, foram escolhidas a vazão de vapor no destilado e a vazão de
refluxo. A vazão de vapor foi fornecida pela simulação shortcut, e a vazão de refluxo será
calculada pela simulação através da taxa de recuperação de metano de 99,9%, que atua como
variável de ação. Os dados de pressão e perda de carga do condensador, fornecidos para a
separação, também foram colocados.
As simulações da coluna pelos métodos shortcut e NET são mostradas na Figura 15:
Figura 15 - Simulações do método shorcut (à esquerda) e do método NET (à direita) para a Coluna D1.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Tendo realizado a simulação pelo método NET, o módulo fornece os perfis de
temperatura e frações molares ao longo da coluna. Pela Figura 16, é possível observar que há
pratos não necessários para a separação liquido-vapor. Isso pode ser indicado quando as curvas
de temperatura e fração molar tornam-se constantes em função dos estágios da coluna,
indicando a não transferência de calor e massa.
Figura 16 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D1.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Para contornar este problema, a quantidade de estágios teóricos deve ser reduzida de
acordo com a quantidade em excesso segundo os gráficos obtidos pela simulação. Além disso,
pode se fazer necessário o reajuste do estágio de alimentação, de forma proporcional à redução
Válvula
Saída líquida flash
Benzeno + Bifenilo + Tolueno
CH4 + H2
CH4 + H2
Válvula Saída líquida flash
Shortcut D1 Coluna D1
Benzeno + Bifenilo + Tolueno
Temperatura (K)
Estágio
Estágio
Fração molar
RESULTADOS E DISCUSSÃO 42
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
do NET. Para a Coluna D1, é necessária então a redução de 3 estágios. Os perfis de temperatura
e fração molar após ajuste de NET são mostrados na Figura 17:
Figura 17 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D1 após análise.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
O ajuste feito se mostra bastante adequado, como se pode observar nos perfis da Figura
17, onde as transferências de calor e massa ocorrem sem problema. A redução de NET induz,
contudo, a um pequeno aumento nos valores de alguns parâmetros da coluna, como na
quantidade de calor do condensador e do refervedor, bem como na taxa de refluxo.
Os resultados para esta destilação são mostrados na Tabela 14:
Tabela 14 - Resultados do método NET para a Coluna D1, antes e depois da análise.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Os resultados de balanço de massa para a Coluna D1 são mostrados na Figura 18:
Parâmetros Antes da análise Depois da análise
Taxa de refluxo (%) 0,0212 0,0239
Número de estágios teóricos (NET) 8 5
Estágio de alimentação 4 2
Calor recuperável no condensador (kcal/h) 11052 12418,1
Calor a fornecer no refervedor (kcal/h) 989665 991078
Vazão de destilado (kmol/h) 16,233 16,233
Temperatura (K)
Estágio
Estágio
Fração molar
RESULTADOS E DISCUSSÃO 43
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 18 - Balanço de massa para a simulação do método NET para a Coluna D1.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
5.1.4.2.Separação de benzeno da mistura de tolueno e bifenilo
Para a segunda destilação, o objetivo é de realizar a separação de benzeno da mistura
entre bifenilo e tolueno. Diferentemente da primeira destilação, o modelo termodinâmico para
esta separação, assim como para a terceira coluna, é o NRTL-Gás Ideal tendo em vista que essas
operações se encontram na zona de baixa pressão (inferior à 2 bar). A corrente de entrada da
Coluna D2 corresponde à saída de resíduo da Coluna D1 como indicado na Tabela 15:
Tabela 15 - Condições de operação na saída de resíduo da Coluna D1.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Para simplificar a simulação, um separador simples foi colocado antes dessa corrente
entrar na Coluna D2, a fim de que os resíduos em gases metano e hidrogênio pudessem ser
retirados. Com uma hipótese de que 100% desses resíduos são eliminados, garante-se não ter
imprevistos de não convergência da simulação.
Como utilizou-se um modelo termodinâmico diferente, é necessário adicionar um
módulo de troca de modelo na simulação, antes de passar para a Coluna D2. Após concluída a
zona de separação por destilação, será recuperado e reciclado o tolueno para a alimentação do
processo. Antes do mesmo ser reciclado, um novo módulo de modelo termodinâmico deve ser
Constituinte Vazão molar (kmol/h) Temperatura (°C) Pressão (bar)
Tolueno 40,101
190,6 10,5
Hidrogênio 0,0011
Benzeno 119,99
Metano 0,0127
Bifenilo 2,6715
RESULTADOS E DISCUSSÃO 44
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
adicionado, passando a corrente para o modelo SRK-MHV2-UNIQUAC visto que ela entrará
na zona de alta pressão.
Uma válvula manométrica é adicionada após o separador reduzindo a pressão de 10,5
bar à 1,8 bar, como definido pelo processo. Um trocador de calor é colocado na saída de
benzeno para que o produto seja resfriado até 30°C antes de ser armazenado e comercializado.
Este trocador possui perda de carga de 0,5 bar.
Para a Coluna D2, foi escolhida um módulo de destilação com condensação total visto
que é de interesse da produção a recuperação do benzeno em estado líquido no destilado.
Para a simulação pelo método shorcut, tem-se as configurações da Tabela 16:
Tabela 16 - Especificações do método shorcut para a Coluna D2.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Os resultados para o método shorcut são mostrados na Tabela 17:
Tabela 17 - Resultados do método shorcut para a Coluna D2.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
As simulações da Coluna D2 pelos métodos shortcut e NET são mostradas na Figura 19:
Constituinte leve Benzeno – 99,9% recuperado no destilado
Constituinte pesado Tolueno – 99,3% recuperado no resíduo
Tipo de condensador Total
Taxa de refluxo (%) 130
Pressão no condensador (bar) 1,5
Perda de carga (bar) 0,5
Taxa de refluxo (%) 1,639 (R/Rmin = 1,3)
Número de estágios teóricos (NET) 32
Estágio de alimentação 14
Calor recuperável no condensador (kcal/h) 2,28E6
Calor a fornecer no refervedor (kcal/h) 1,56E6
Vazão de destilado (kmol/h) 120,147
RESULTADOS E DISCUSSÃO 45
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 19 - Simulações do método shorcut (à esquerda) e do método NET (à direita) para a Coluna D2.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Com ajuda dos resultados do shortcut, a simulação pelo método NET é feita. Neste caso,
foram escolhidas a quantidade de calor do refervedor e a vazão de refluxo como especificações
do grau de liberdade da coluna. Para a vazão de refluxo, a variável de ação é a pureza de benzeno
de 99,7%, definida pelo processo.
A partir dos perfis de temperatura e fração molar obtidos na Figura 20, pode-se observar
a existência de 4 estágios de separação que não realizam transferências de calor e massa
adequadas. Assim, eles foram eliminados para um melhor funcionamento da coluna. O
resultado pós-análise é mostrado na Figura 21.
Figura 20 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D2.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Calc
Separador de constituintes
Benzeno
CH4 + H2
Válvula
Shortcut D2 Coluna D1
Bifenilo + Tolueno
Calc
Separador de constituintes
Benzeno
CH4 + H2
Válvula
Bifenilo + Tolueno
Trocador
de calor
Temperatura (K)
Estágio
Estágio
Fração molar
RESULTADOS E DISCUSSÃO 46
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 21 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D2após análise.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
A redução dos 4 estágios em excesso possibilitou a diminuição de alguns dados
operacionais da coluna, como segue na comparação mostrada na Tabela 18:
Tabela 18 - Resultados do método NET para a Coluna D2, antes e depois da análise.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Os resultados de balanço de massa para a Coluna D2 são mostrados na Figura 22:
Figura 22 - Balanço de massa para a simulação do método NET para a Coluna D2.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Parâmetros Antes da análise Depois da análise
Taxa de refluxo (%) 1,648 1,626
Número de estágios teóricos (NET) 32 28
Estágio de alimentação 14 14
Calor recuperável no condensador (kcal/h) 2,293E6 2,273E6
Calor a fornecer no refervedor (kcal/h) 1,56E6 1,54E6
Vazão de destilado (kmol/h) 120,341 120,285
Temperatura (K)
Estágio
Estágio
Fração molar
RESULTADOS E DISCUSSÃO 47
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
5.1.4.3.Separação de tolueno do bifenilo
Para a terceira e última destilação da zona de separação, tem-se por objetivo a obtenção
de bifenilo à 99% de pureza. A corrente de saída de resíduo da Coluna D2 é alimentada nesta
coluna, seguindo as condições descritas na Tabela 19:
Tabela 19 - Condições de operação na saída de resíduo da Coluna D2.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Como a pressão da corrente condiz com a especificação do processo, não é necessário a
utilização de válvulas. Um trocador de calor é colocado na corrente de produção de bifenilo,
resfriando-a a 30°C antes de seu armazenamento.
Como na Coluna D2, esta também possui a configuração de condensação total, o tolueno
destilado estando em estado líquido. As especificações da Tabela 20 foram utilizadas para o
método shorcut da Coluna D3.
Tabela 20 - Especificações do método shorcut para a Coluna D3.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Segue na Tabela 21, os resultados obtidos pelo shortcut da Tabela 20.
Constituinte Vazão molar (kmol/h) Temperatura (°C) Pressão (bar)
Tolueno 39,74
132,65 1,7
Hidrogênio 0
Benzeno 0,0627
Metano 0
Bifenilo 2,6715
Constituinte leve Tolueno – 99,95% recuperado no destilado
Constituinte pesado Bifenilo – 99,99% recuperado no resíduo
Tipo de condensador Total
Taxa de refluxo (%) 130
Pressão no condensador (bar) 1
Perda de carga (bar) 0,2
RESULTADOS E DISCUSSÃO 48
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Tabela 21 - Resultados do método shorcut para a Coluna D3.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
A simulação da coluna pelo método NET é iniciada, utilizando-se a vazão de destilado
e a taxa de refluxo como especificações para o grau de liberdade. A pureza de 99% em bifenilo
é usada como especificação da coluna, tendo como variável de ação a vazão de destilado.
As simulações da Coluna D3 pelos métodos shortcut e NET são mostradas na Figura 23:
Figura 23 - Simulações do método shorcut (à esquerda) e do método NET (à direita) para a Coluna D3.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Figura 24 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D3.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Taxa de refluxo (%) 0,037 (R/Rmin = 1,3)
Número de estágios teóricos (NET) 19
Estágio de alimentação 17
Calor recuperável no condensador (kcal/h) 330715
Calor a fornecer no refervedor (kcal/h) 318730
Vazão de destilado (kmol/h) 38,78
Tolueno
Shortcut D3 Coluna D3 Bifenilo
Trocador
de calor
Tolueno
Bifenilo
Temperatura (K)
Estágio
Estágio
Fração molar
RESULTADOS E DISCUSSÃO 49
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 25 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D3 após análise.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Analisando os perfis de temperatura e fração molar obtidos na Figura 24, pode-se
observar a existência de 14 estágios de separação não adequados. Com essa redução de estágios,
os perfis estão bem mais coerentes, como é visto na Figura 25.
A comparação entre os dois métodos para a Coluna D3 são mostrados na Tabela 22:
Tabela 22 - Resultados do método NET para a Coluna D3, antes e depois da análise.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Os resultados de balanço de massa para a Coluna D3 são mostrados na Figura 26:
Parâmetros Antes da análise Depois da análise
Taxa de refluxo (%) 0,037 0,05
Número de estágios teóricos (NET) 19 5
Estágio de alimentação 17 2
Calor recuperável no condensador (kcal/h) 351961 341515
Calor a fornecer no refervedor (kcal/h) 337571 328883
Vazão de destilado (kmol/h) 39,98 39,8
Temperatura (K)
Estágio
Estágio
Fração molar
RESULTADOS E DISCUSSÃO 50
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 26 - Balanço de massa para a simulação do método NET para a Coluna D3.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
5.1.5. Processo completo
O objetivo desta última etapa é simular o processo de HDA completo, adicionando a
zona de separação com destilações, à simulação da zona de reação com reciclagem e restrições.
A simulação completa é mostrada na Figura 27:
Figura 27 - Simulação do processo completo, com zonas de reação, separação e reciclagem, e restrições do processo.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Alimentação CH4 + H2
Alimentação Tolueno Misturador
Trocador
de calor 1
Reator
simples Reator de Gibbs
Trocador
de calor 2
Válvula
Flash
Bomba centrífuga
Purga Válvula
Separador de constituintes
Compressor
Bifenilo
Benzeno
CH4 + H2
Spec
Medidor 1
Medidor 2
Trocador
de calor 4
Trocador
de calor 3
Calc1
Calc2
CH4 + H2
Coluna D3
Coluna D2
Coluna D1
RESULTADOS E DISCUSSÃO 51
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Com esta simulação, foi observado que a produção de 120 kmol/h à 99,7% de pureza
foi atingida. Além disso, as especificações de pureza de bifenilo de 99%, a taxa de purga de 8%
e a razão de vazões parciais de 5 são obedecidas. Houve ainda uma otimização na perda de
tolueno, com cerca de apenas 1,5 kmol/h.
Durante o estabelecimento das colunas de destilação no processo completo, houve um
pequeno ajuste na vazão de destilado para a Coluna D1, que conduziu a resultados um pouco
diferentes daqueles obtidos quando a coluna foi simulada isoladamente. Os novos resultados
são mostrados na Tabela 23.
Tabela 23 - Resultados do método NET para a Coluna D2, após simulação completa do processo.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
O balanço de massa para o processo completo é mostrado na Figura 28:
Figura 28 - Balanço de massa para o processo completo, com zonas de reação, separação e reciclagem, e restrições do
processo.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Parâmetros Coluna D1
Taxa de refluxo (%) 0,022
Número de estágios teóricos (NET) 5
Estágio de alimentação 2
Calor recuperável no condensador (kcal/h) 12242,6
Calor a fornecer no refervedor (kcal/h) 1,032E6
Vazão de destilado (kmol/h) 16,575
RESULTADOS E DISCUSSÃO 52
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
5.2.INTENSIFICAÇÃO DE ZONA DE SEPARAÇÃO
Tendo sido simulado todo o processo de HDA, esta etapa tem como objetivo intensificar
as colunas D2 e D3, transformando-as em uma única coluna cujas especificações permitam a
obtenção do benzeno e bifenilo nas vazões e purezas requeridas. Esse procedimento é feito para
reduzir o custo de investimento (CAPEX) e o custo de operação (OPEX) energético dessa etapa
de separação. A alimentação da Coluna de Intensificação corresponde à saída de aromáticos do
separador de constituintes, cujas condições de operação são dadas na Tabela 24:
Tabela 24 - Condições de operação na saída de aromáticos do separador de constituintes.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
As especificações obtidas para a Coluna D2 são tomadas como referência para
inicializar o cálculo pelo método NET desta coluna, como mostra a Tabela 25. Foi adicionado
uma saída de fracionado, correspondente ao estágio 20, para saída do constituinte intermediário.
Pela comparação de volatilidades relativas e/ou temperaturas de ebulição, o destilado conterá
benzeno, o fracionado, tolueno, e o resíduo, o bifenilo.
Para esta coluna, tem-se duas especificações: pureza de benzeno de 99,7% e pureza de
bifenilo, de 99%. Como variáveis de ação, para a primeira, tem-se a vazão de fracionado, e para
a segunda especificação, a vazão de refluxo.
Tabela 25 - Especificações para inicializar o método NET da Coluna de Intensificação.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Constituinte Vazão molar (kmol/h) Temperatura (°C) Pressão (bar)
Tolueno 40,14
110,7 1,8
Hidrogênio 0
Benzeno 120,06
Metano 0
Bifenilo 2,67
Número de estágios teóricos (NET) 28
Estágio de alimentação 13
Estágio de fracionado 20
Calor a fornecer no refervedor (kcal/h) 1,54E6
Vazão de fracionado (kmol/h) 40
Vazão de refluxo (kmol/h) 150
RESULTADOS E DISCUSSÃO 53
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A partir desses parâmetros, as especificações requeridas são atingidas, mas há perdas
dos produtos. Dessa forma, a configuração da coluna foi modificada para uma maior
recuperação dos produtos, reduzindo-se para tanto o NET e aumentando-se a quantidade de
calor do refervedor. A Tabela 26 mostra a comparação de resultados:
Tabela 26 - Resultados do método NET para a Coluna Intensificada, antes e depois da análise.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
A Figura 29 mostra o perfil de temperatura e fração molar obtidos após análise:
Figura 29 - Perfis de temperatura e de fração molar do método NET para a Coluna D2 após análise.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Pelos gráficos da Figura 29, pode-se observar que o comportamento da temperatura
muda drasticamente após o estágio de fracionamento. Foi tentado um design melhor para a
coluna, a fim de melhorar os perfis de temperatura e fração molar, mas não houve resultados
satisfatórios.
Parâmetros Antes da análise Depois da análise
Número de estágios teóricos (NET) 28 25
Estágio de alimentação 13 13
Estágio de fracionado 20 21
Calor recuperável no condensador (kcal/h) 1,54E6 1,8E6
Calor a fornecer no refervedor (kcal/h) 2,25E6 2,51E6
Vazão de fracionado (kmol/h) 43,08 40,875
Vazão de refluxo (kmol/h) 195,86 229,38
Vazão de destilado (kmol/h) 117,57 119,71
Taxa de recuperação de benzeno (%) 97,6 99,4
Taxa de recuperação de bifenilo (%) 81,8 84,5
Temperatura (K)
Estágio
Estágio
Fração molar
RESULTADOS E DISCUSSÃO 54
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Além disso, não se obteve melhores taxas de recuperação para os produtos, sendo essas
inferiores àquelas obtidas para as Colunas D2 e D3 separadamente. Ressalta-se ainda que a
vazão de refluxo, e por conseguinte, a quantidade de calor no refervedor, são bastante elevadas,
o que implica num OPEX também elevado.
Do ponto de vista industrial, pode-se dizer ainda que a utilização da coluna de
intensificação pode diminuir a flexibilidade do processo. Utilizando-se as colunas D2 e D3, a
planta pode produzir apenas benzeno e/ou apenas bifenilo, enquanto que com a configuração
de intensificação, ambos são obrigatoriamente produzidos.
Conclui-se, portanto, que neste caso especifico, a intensificação de processo não é
indicada, e que a configuração das Colunas D2 e D3 devem ser mantidas.
5.3.INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA
O objetivo da última parte do projeto é de realizar a integração energética do processo
a fim de minimizar o consumo de energia, reduzindo assim o OPEX do processo.
Antes de iniciar as análises, é importante conhecer as zonas de aquecimento e de
resfriamento do processo, para que fique mais simples de realizar os esquemas de trocadores
de integração.
Para a zona de aquecimento, a corrente de entrada da zona de reação e as correntes dos
refervedores das colunas de destilação apresentam grande consumo de utilidade quente. Dessa
forma, tais correntes poderão ser utilizadas na integração energética do processo.
Para a zona de resfriamento, a corrente de saída da zona de reação é o principal ponto
do processo que apresenta grande consumo de utilidade fria, podendo, portanto, vir a ser
utilizada na integração energética.
Tendo em vista essas zonas como possíveis locais para trocadores de integração, as
correntes nelas contidas devem ser escolhidas para obtenção do balanço de energia no módulo
Análise Pinch no simulador.
A Tabela 27 mostra os dados energéticos das correntes em questão:
RESULTADOS E DISCUSSÃO 55
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Tabela 27 - Balanço de energia calculado pelo módulo Análise Pinch para as correntes selecionadas.
Operação Estado físico F*Cp (kcal/h/K) Tin (°C) Tout (°C)
Refervedor Coluna D1 LV 1,31E+05 190,6 190,6
Refervedor Coluna D2 LV 6,42E+05 132,7 132,7
Refervedor Coluna D3 LV 6,73E+03 257,2 257,2
Trocador 1 LV 4,31E+04 55,0 134,9
V 3,52E+04 134,9 650,0
Reator simples V 2,38E+07 650,0 650,0
Trocador 2 V 3,50E+04 650,0 147,6
LV 3,75E+04 147,6 38,0
Trocador 3 L 4,25E+03 93,5 30,0
L 4,12E+03 30,0 20,0
Trocador 4 L 1,93E+02 257,2 30,0
L 1,67E+02 30,0 20,0
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Utilizando esses dados no Excel, com o auxílio da ferramenta Simulis Pinch, obtém-se
uma análise energética do processo, contendo a máxima energia que pode ser recuperada em
caso de utilização de uma rede de trocadores de integração. Os resultados são mostrados na
Tabela 28 a seguir:
Tabela 28 - Resultados do cálculo MER do processo, pelo Simulis Pinch.
Temperatura fria no pinch (K) 378,1
Temperatura no pinch (K) 383,1
Temperatura quente no pinch (K) 388,1
Utilidade fria (kcal/h) 3,71E6
Máxima energia recuperável (kcal/h) 21,24E6
Utilidade quente (kcal/h) 3,26E6
Temperatura mínima da utilidade quente (K) 933,2
Temperatura máxima da utilidade fria (K) 230,0
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
RESULTADOS E DISCUSSÃO 56
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Como resultado, é obtido ainda o diagrama de intervalo de temperatura, mostrado na
Figura 30, onde os níveis térmicos são bem descritos, indicando ainda a capacidade térmica de
cada corrente.
Figura 30 - Diagrama de intervalo de temperatura para as correntes das zonas de aquecimento e de resfriamento.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Observando o diagrama, pode-se notar’ que as correntes que apresentam maior intervalo
de temperatura são as mais indicadas a serem utilizadas nos trocadores de integração. Isso pode
ser explicado pelo fator econômico do processo. A construção da rede de trocadores de
integração, a curto prazo, indica um aumento no CAPEX e OPEX da planta. Assim, para que o
impacto sobre eles seja o menor possível, as correntes com menor capacidade térmica não
devem ser utilizadas, pois elas não compensariam o investimento realizado.
Na Figura 31, pode-se observar também como resultado do Simulis Pinch, o diagrama
de curvas compostas, com a evolução da temperatura em função do fluxo de entalpia. Ele indica
na zona verde a quantidade de calor máxima a ser recuperada no processo, e as utilidades quente
(à esquerda do diagrama) e fria (à direita do diagrama) que ainda serão necessárias para suprir
as demandas de trocas térmicas do processo.
Tem
per
atura
de
corr
ente
s quen
tes
(K)
Tem
per
atura
de
corr
ente
s fr
ias
(K)
RESULTADOS E DISCUSSÃO 57
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 31 - Diagrama de curvas compostas para as zonas de aquecimento e de resfriamento.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Com esta análise inicial do procedimento de integração energética, passa-se agora à
resolução da rede de trocadores de calor de integração. A partir dos dados fornecidos pelo
Simulis Pinch, pode-se estimar o melhor design da rede de trocadores.
Para este estudo, com o objetivo de comparar e avaliar qual o mais eficaz, foram
analisados dois esquemas de rede de trocadores de calor:
• Esquema de integração baseado nos trocadores propostos pelo Simulis Pinch;
• Esquema de integração contendo os refervedores das colunas de destilação.
5.3.1. Esquema de integração baseado nos trocadores propostos pelo Simulis Pinch
Com os dados fornecidos pelo Simulis Pinch, foram encontrados dois trocadores de
integração para o processo. Os resultados são mostrados na Tabela 29:
Cond.D1
Sortie_Purge; Cond.D1; S_Vap_out; CS3_out; C4_out
Sortie_Purge; Cond.D1; S_Vap_out; C3_in; C4_in
Cond.D1; S_Vap_out; C3_in; C4_inS_Vap_out; C3_in; C4_in
C2_in; S_Vap_out; C3_in; C4_in
C2_in; S_Vap_out; Cond.D2; C4_inC2_in; S_Vap_out; C4_inC2_in; S_Vap_out; Cond.D3; C4_in
C2_in; S_Vap_out; C4_in
C2_in; S_Vap_out; C4_in
C2_in; C4_in
C2_in
RS_in
D1_Vap_out
C1_in
Rebo.D2; C1_inC1_in
C1_in
Rebo.D1; C1_inC1_in
Rebo.D3; C1_in
C1_in
RS_out; C1_in
DTMIN=10(K)
Utilité froide3 712 640(kcal/h)
Maximum d'énergie récupérable21 245 415(kcal/h)
Utilité chaude3 265 300(kcal/h)
200
300
400
500
600
700
800
900
1 000
0,0 5 000 000,0 10 000 000,0 15 000 000,0 20 000 000,0 25 000 000,0 30 000 000,0
Tem
pé
ratu
re (
K)
Flux enthalpique (kcal/h)
Courbes composées (TQ)
Tem
per
atura
(K
)
Fluxo de entalpia (kcal/h)
RESULTADOS E DISCUSSÃO 58
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Tabela 29 - Resultado do esquema de integração energética baseado nos trocadores propostos pelo Simulis Pinch.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Essa tabela indica os trocadores, suas correntes e sua potência, que devem ser
adicionados ao processo para uma melhor recuperação energética utilizando-se da própria
capacidade térmica do processo.
O fator performance indica a eficiência do trocador de integração em função da potência
que ele utiliza em relação à potência máxima que a corrente de processo tem capacidade de
oferecer. A divisão de corrente indica a taxa de divisão que a corrente de processo deve sofrer
para que ocorra a troca de calor necessária para realização da integração energética
considerando-se as especificações térmicas do processo.
No caso do trocador 2 da lista, é necessário fazer a divisão da corrente do processo, onde
apenas 90% da vazão é utilizada para atingir a troca de calor necessária. É por causa disso que
se tem uma performance de 98%, em função da “perda energética” de 10% da corrente de
processo. Caso a corrente não seja dividida, as temperaturas obtidas não corresponderão àquelas
requeridas pelas correntes de processo.
Analisando-se os níveis de temperatura indicados, e por meio da metodologia proposta
na Seção 4.5, devem ser adicionados dois trocadores do tipo “expedidor” antes do trocador de
calor 1, cujo objetivo é atingir 650°C para ocorrência das reações químicas. Para esses novos
dois trocadores de integração, suas temperaturas de saída devem ser informadas de acordo com
as temperaturas da tabela acima. Dois trocadores do tipo “recebedor” também devem ser
adicionados após o reator de Gibbs, recebendo eles as quantidades de calor trocadas pelos dois
trocadores “expedidor”.
A rede de trocadores de calor mostrada na Figura 32 representa os resultados obtidos
pelo Simulis Pinch:
Trocador Corrente fria
(°C)
Corrente quente
(°C)
Potência
(kcal/h) Performance
Divisão de
corrente
Tin Tout Tin Tout
1 135 634,4 650 147,8 17,59E6 100% -
2 55 135 147,8 65 3,10E6 98% 90%
RESULTADOS E DISCUSSÃO 59
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 32 - Simulação do esquema de integração energética baseado nos trocadores propostos pelo Simulis Pinch.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
A figura acima mostra apenas a parte da zona reacional do processo, que concerne este
primeiro esquema de trocadores de integração. Comparando-se essa simulação com àquela do
processo completo da Figura 27, pode-se dizer que foram adicionados cinco trocadores – três
“expedidor” (C5, C6 e C7) e dois “recebedor” (ES1 e ES2) –, que representam fisicamente
apenas dois trocadores como já comentado na metodologia.
No esquema da simulação, é visto também os dois trocadores (C1 e C2) que já estavam
presentes no processo antes da integração energética. Eles continuam presentes para assegurar
que as correntes atinjam os níveis de temperaturas requeridos, sendo utilizadas para tanto as
utilidades quente e fria.
Calcula-se então a taxa de recuperação energética da rede de trocadores, que é definida
como a razão entre a soma das potências dos trocadores de integração (i ao n), pela máxima
energia recuperável (MER), como na Equação 4 abaixo:
𝜏 =∑ 𝑄𝑖
𝑛𝑖=1
𝑄𝑀𝐸𝑅100% (Equação 4)
Com base nisso, a taxa de recuperação para esse esquema de rede de trocadores é de
97,4%, que é de grande importância para o OPEX do processo. Contudo, na prática, esse
esquema não é muito viável do ponto de vista industrial, pois a vazão de saída de um reator não
é resfriada pela vazão de entrada do mesmo equipamento. Além disso, a divisão de corrente de
90% no segundo trocador não é favorável ao CAPEX do processo.
Misturador
Reator
simples Reator de Gibbs
Válvula
Medidor 1
Misturador Divisor
Compressor
RESULTADOS E DISCUSSÃO 60
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Considerando-se essas conclusões, deve-se analisar um novo esquema de trocadores
com o objetivo de não apenas melhorar a taxa de recuperação, mas também de resolver as
implicâncias físicas e econômicas encontradas.
5.3.2. Esquema de integração contendo os refervedores das colunas de destilação
Para este caso, foram tomados os mesmos resultados iniciais obtidos pelo Simulis Pinch,
negligenciando, porém, a corrente de entrada do trocador 1 (antes da zona reacional) a fim de
analisar apenas a troca de calor entre a corrente de saída da zona reacional e os refervedores das
colunas de destilação.
Como resultado, foi proposto a seguinte rede de trocadores como na Tabela 30:
Tabela 30 - Resultado do esquema de integração energética contendo os refervedores das colunas de destilação.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Como comentado no esquema da seção anterior, de acordo com a tabela de trocadores
acima, deve-se adicionar três trocadores de integração: ES1, ES2 e ES3 correspondentes aos
refervedores das colunas D1, D2 e D3. Como estes contam com os refervedores, apenas
trocadores do tipo “recebedor” serão adicionados ao flowsheet, na corrente de saída do reator
de Gibbs. Com isso, tem-se que esta corrente será utilizada como fluido quente para aquecer o
refervedor.
Consta-se que a corrente de saída do reator terá ainda bastante capacidade térmica após
esses três trocadores. Portanto, foi feito um novo balanço de energia utilizando o módulo
Análise Pinch do simulador, como já explicado, para extrair as novas informações energéticas
do processo, considerando a adição dos três novos trocadores de integração.
Trocador Corrente fria
(°C)
Corrente quente
(°C)
Potência
(kcal/h) Performance
Divisão de
corrente
Tin Tout Tin Tout
1 (D1) 190,6 190,6 650 625 1,03E6 100% -
2 (D2) 132,6 132,6 625 586,8 1,54E6 100% -
3 (D3) 257,2 257,2 586,8 578,5 0,33E6 100% -
RESULTADOS E DISCUSSÃO 61
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Assim, retoma-se o mesmo esquema de integração da seção anterior, onde a corrente de
entrada do reator é aquecida pela corrente de saída do mesmo. Isso deixa de ser um problema,
pois antes de realizar a troca térmica entre a entrada e saída da zona reacional, há três diferentes
trocadores de integração, que dependem dos fluxos térmicos das colunas de destilação.
O resultado para essa nova análise é mostrado na Tabela 31 a seguir:
Tabela 31 - Resultado do esquema de integração energética contendo os refervedores das colunas de destilação.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
Analisando-se os dois trocadores acima, pode-se dizer que o segundo será adicionado
logo após a alimentação do processo (C5 conectado ao ES5), seguido de um trocador aquecido
por utilidade quente (C6). Após isso, o primeiro trocador de integração é colocado (C7
conectado ao ES4), seguido do trocador de utilidade quente (C1). Como nos esquemas
anteriores, tem-se ainda o trocador de utilidade fria (C2) para resfriar a corrente de saída do
reator até a temperatura requerida.
O processo de HDA completo, junto do esquema de integração considerando os
refervedores das colunas de destilação, é mostrado na Figura 33:
Trocador Corrente fria
(°C)
Corrente quente
(°C)
Potência
(kcal/h) Performance
Divisão de
corrente
Tin Tout Tin Tout
1 135 575 578,5 135 15,06E6 100% -
2 55 127 135 59,3 3,00E6 99% -
RESULTADOS E DISCUSSÃO 62
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Figura 33 - Simulação do esquema de integração energética contendo os refervedores das colunas de destilação.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
A taxa de recuperação de energia foi estimada em 98,7%, apresentando um aumento de
1%. Neste novo esquema, não se tem mais divisão de corrente, e com a integração dos
refervedores na corrente de saída do reator, a troca térmica entre a entrada e saída da zona
reacional, não é mais problemática.
Conclui-se então que este esquema de integração energética incluindo os refervedores é
mais interessante que o esquema automático calculado pelo Simulis Pinch, para o processo de
HDA.
Alimentação CH4 + H2
Alimentação Tolueno Misturador
Reator
simples Reator de Gibbs
Válvula
Flash
Bomba centrífuga
Purga Válvula
Separador de constituintes
Compressor
Bifenilo
Benzeno
CH4 + H2
Medidor 1
Medidor 2
Calc1
Calc2
CH4 + H2
Spec
Análise pinch
CONCLUSÕES 63
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
6 CONCLUSÕES
O presente trabalho realizou a análise, a simulação e a otimização do processo de
hidrodealquilação de tolueno (HDA) de acordo com a metodologia de Douglas (1985),
realizando a tomada de decisões necessárias para o bom andamento da simulação do processo.
Foi realizado um estudo termodinâmico, onde dois modelos termodinâmicos foram
escolhidos, baseado na zona pressão do processo: o modelo NRTL-Gás Ideal para zona de baixa
pressão; e o modelo SRK-MHV2-UNIQUAC para a zona de alta pressão.
A simulação do processo de HDA foi feita em várias etapas, até que as especificações e
restrições do processo fossem atingidas. Diversas hipóteses foram tomadas, como, por exemplo,
a simulação de dois reatores para melhor representar a reação principal que é controlada e a
reação secundária de equilíbrio. Para a simulação das colunas de destilação, dois métodos de
cálculo foram utilizados: shorcut para estimação da separação; e NET para a simulação rigorosa
da separação. Além disso, foi ainda utilizado um modulo de otimização “Spec” para assegurar
que certas restrições do processo fossem respeitas.
Foi estudada ainda a intensificação da zona de separação do processo, para transformar
as colunas D2 e D3 em uma só coluna, mas não se obteve sucesso. As taxas de recuperação
para os produtos na coluna de intensificação foram inferiores àquelas obtidas para as Colunas
D2 e D3 separadamente.
Por fim, para a integração energética do processo, foram realizadas duas redes de
trocadores de calor: um esquema inicial baseado nos resultados do Simulis Pinch; e um segundo
esquema adicionando os refervedores das colunas de destilação. O primeiro teve uma
recuperação energética de 97,4% e o segundo esquema, uma de 98,7%. Com isso, conclui-se
que o segundo esquema é o mais rentável com uma redução de 175,5 GWh/ano. Pode-se inferir
então que a utilização direta da ferramenta Simulis Pinch pode não oferecer o design de rede de
trocadores de calor mais otimizado, como foi o caso. É necessária ainda uma análise
aprofundada das zonas de demanda energética do processo para assegurar o melhor esquema
de recuperação de energia.
Conclui-se então que através da metodologia de Douglas (1985), a simulação de um
processo industrial pode se tornar mais organizada, reduzindo assim o tempo de
desenvolvimento da mesma.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64
MURILO RICARDO DO NASCIMENTO ARRAIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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