Anna Kahn Hoineff Orientador · cimentos sobre parasitas de diferentes grupos de animais superiQ...
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BERENICE MARIA FERNANDES DE LiffiA
CYCLOCOELIDAE DO BRASIL
( TREffiA TODA)
Dissertação apresentada à Coord�
nação do Curso de Pós-Graduação
em Zoologia da UFRJ, visando a
ao-tenção do titulo de mestre •
Rio de Janeiro
1980
AGRADECiffiENTOS
' Nossos sinceros agradecimentos a Professora Anna Kohn
Hoineff, Pesquisadora Associada do Instituto Oswaldo Cruz, pelos
conhecimentos transmitidos no campo da Helmintologia,responsável
pela nossa iniciação e formação cient!fica, pela amizade, apoio
e incentivo constantes, que possibilitaram a realização desse
trabalho.
Ao corpo docente do Curso de Pós-Graduação em Zoologia,
pelos ensinamentos ministrados.
Ao Professor Roberto Regis magalhães Pinto e demais CQ
legas do Departamento de Helmintologia do Instituto Oswaldo Cruz . -
pelas criticas e sugestoes apresentadas.
i fundação Oswaldo Cruz, pelas condições oferecidas p�
ra o desenvolvimento do presente trabalho.
Ao Professor Helmut...Sick, Pesquisador do museu NaciQ
nal pela carinhosa orientação prestada em relação à sistemática
das espécies de aves incluídas na presente dissertação.
i Sra. maria da Penha Rodrigues Costa, do Instituto O�
waldo Cruz, pela execução das cópias fotográficas dos
apresentados.
desenhos
sumÃRIO
RESUffiO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 1
IN�RDDUÇÃO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • 2
HISTÕRICO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • li • • • ••• • 5
ffiATERIAL E ffiÊTODOS • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 8
RESULTADOS • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • e • • • ll
LISTA DOS HOSPEDEIROS • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 37
CONCLUSÕES • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 44
summARY • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÃFICAS • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 47
EXPLICAÇÃO DAS FIGURAS • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 60
l
RESUMO
Com a finalidade de ampliar o conhecimento dos helmin
tos parasitas de aves, no presente trabalho são estudados os tr�
matÓdeus da família Cyclocoelidae Kossack, 1911 que ocorrem no
Brasil; Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile (Zeder, 1800) Stossich,
1902, Cyclocoelum(Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1929,Cyclocoelum
(Haematotrephus)vanelli (Rudolphi, 1819) Dubois, 1965, Cyclocoe
lum(Haematotrephus)brasilianum Stossich, 1902, Ophthalmophagus
magalhaesi Travasses, 1921, Typhlocoelum cucumerinum ( Rudolphi, '
1809) Stossich, 1902 e Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois ,
1959, distribuidos em ·doze espécies de aves,-pertencentes a cin
co diferentes famílias, em vários Estados do Brasil.
Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile , Cyclocoelum( Cyclo
coelum)phasidi e Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli são referi
dos pela primeira vez em nos;o território, e em novos hospedei
ros. Também é referida em qua�ro novos hospedeiros a espécv Nei
vaia _,.;ymbium.
t
2
INTRODUÇÃO
Segundo OLYffiPIO DA FONSECA (1970) a aplicação dos conh�
cimentos sobre parasitas de diferentes grupos de animais superiQ
res, à- solução de problemas gerais de paleogeografia, de evoly_
ção filogenética e de posição sistemática dos hospedeiros, con�
titui uma espécie de introdução aos estudos que se vieram a f�
zer, independentemente, mas sob um ponto de vista semelhante, em - � -
relaçao as migraçoes do homem primitivo e ao povoamento da supe�
f1c_ie da Terra.
O primeiro pesquisador a abordar esse genero de estudos
foi HERffiANN VON IHERING, em 1891, que partindo do estudo de d�
terminados parasitas, chegou a resultados sobre a distribuição
paleogeográfica dos respectivos hospedeiros. e sobre as relações • , • , • .,,,,, ;A.
filogeneticas desses ultimas. De suas observaçoes, pode
concluir sobre as comunicações terrestres existentes em
remotas entre a Am�rica do Su� e a Austrália, mostrando
que a Patagônia e o Chile estiveram em outras épocas
também
epocas
separados
das terras altas do Equador e do planalto antigo do Brasil. De
seus estudos verificou q�e o sul do Brasil já estava ligado ao
Chile e à Patagônia, antes de o estar ao planalto central do Br�
sil. E uma das provas que apresentou para essa conclusão é que
um crustáceo decápoda de água doce, Aegleas laevis, existe no
Rio Grande do Sul (Brasil) e no Chile, e em ambas essas regioes
tendo o platelminto Temnocephala chilensis como ectoparasita.
i
3
fiais tarde, em 1902 VON IHER ING utilizou largamente in
formações parasitolÓgicas para determinar o lugar de origem de
v�rios vertebrados da Am,rica meridional, especialmente mamlfe
ros, estudando-lhes os parasitas pertencentes aos grupos dos
acantocéfalos, trematÓdeos, cestÓdeos e nematÓdeos.
Em 1903 ZSCHOKKE demonstrou que certos peixes de
doce abrigam parasitas de grupos normalmente encontrados em
agua
ani
mais marinhos, o que o levou a admitir que seus hospedeiros ti
vessem sido primitivamente animais que habitavam a água salgada.
O mesmo autor em 1904 estendeu seus estudos aos cestÓdeos de m� e e . - , miferos, ai a posiçao sistematica dos parasitas vindo a esclar�
cer a dos hospedeiros e a orientar sobre sua filogenia.
Em 1909 fUHRffiANN chegou às mesmas conclusões estudando
os cestÓdeos parasitas de aves.
Em 1912 e 1914 JOHNSTON, na Austrália, estabeleceu que
os helmintos encontrados em uma dada classe de vertebrados em
uma mesma região zoogeográfice, têm afinidades mais prÓxim�, não
com outros helmintos observaaos na mesma região, mas sim com os
encontrados em hospedeiros da mesma classe em outras regiões z�
ogeográficas. A esse propósito, chama atenção para a importância
que teria um conhecimento aprofundado dos trematÓdeos parasitas
de rãs da América do Sul, o que viria contribuir para confirmar
a ligação em épocas remotas, desse continente com a Austrália, ·
através da Antártida. , . DARLING a partir de 1921, publicou varias trabalhos,
t
4
procurando utilizar dados helmintolÓgicos para esclarecer probl�
mas de etnolo�ia e perscrutat a origem e a direção das migrações
pré-históricas.
E mais recentemente DURETTE-DESSET em 1971, publicou um
ensaio de classificação dos nematÓdeos heligmosomideos , demon�
trando as correlações com a paleobiogeografia dos hospedeiros.
Assim, procuramos trazer com este trabalho, mais uma
contribuição para o conhecimento dos parasitas de aves no Brasil.
t
HISTÔRICO
A fam1lia Cyclocoelidae já �oi objeto de sete
sistemáticos importantes: KOSSACK (1911), HARRAH (1922),
BERG (1923 e 1926), JOYEUX & BAER (1927), DOLLFUS (1948)
BOIS (1959).
5
estudos
WITEN
e DQ
STOSSICH em 1902 cria a subfamllia Cyclocoelinae, com
quatro gêneros: Cyclocoelum Brandes, 18-92, Haematotrephus Sto�
sich, 1902, Ophthalmophagus Stossich, 1902 e Typhlocoelum Sto�
sich, 1902.
Em 1911 KOSSACK eleva Cyclocoelinae à fam1lia, mantendo
os gêneros considerados anteriormente por STOSSICH, e incorporan
do Hyptiasmus Kossack, 1911, Spaniometra Kossack, 1911 e Bothrio
gastar Fuhrmann, 1904.
Em 1913 SKRJABIN cria um novo gênero para a famllia :
Tracheophilus. •
HARRAH em 1922 divide Cyclocoelidae em tres
as: Cyclocoelinae Stossich, ·1902, contendo os generos
subfamlli .
-Cyclocoe
lum Brandes, 1892, Haematotrephus Stossich, 1902 e Hyptiasmus
Kossack, 1911; Typhlocoelinae Harrah, 1922 com Typhlocoelum Sto�
sich, 1902 e Tracheophilus Skr jabin, 1913 e Ophthalmophaginae •
Harrah, 1922 com os generos Ophthalmophagus Stossich, 1902 , Bo
thriogaster Fuhrmann, 1904 e Spaniometra Kossack, 1911.
WITENBERG dedica aos Cyclocoelidae duas revisões (1923 1
e 1926), que constituem dois trabalhos divergentes, tanto assim,
que dois gêneros, um subgênero e uma espécie descritos em 1923 ,
não são mencionados no segundo trabalho, que não contém nenhuma
6
�lusão ao precedente, nem mesmo a referência bibliográfica. Em
1926 WITENBERG mantém somente as duas primeiras subfam1lias con
sideradas por HARRAH em 1$22, que são; Cyclocoelinae e Typhloco�
linae, suprimindo Ophthalmophaginae. Divide Cyclocoelinae em
te tribus: Wardianea, Haematotrephea, Cyclocoelea, Hyptiasmea
s�
, •
Ophthalmophagea, Contracoela e Bothriogasterea, com dezesseis g�
neros, sendo dez criados nessa ocasião e distribuidos entre as , . .
tribus. Em Typhlocoelinae mantem tres generos : Tracheophilus Sk�
jabin, 1913, Typhlocoelum Stossich, 1902 e Typhlultimum
be�g, 1926.
lliiten
• Em 1927 JOYEUX & BAER analisando a longa lista de gen�
, . ros e especies estabelecida po� WITENBERG, afirmam que muitos
dos caracteres adotados por aquele autor ou são muito especlfi
cos não necessitando da criação de gêneros, ou simplesmente ind1
viduais devido a grande variação comum entre os trematÓdeos. Tam
bém não consideram válido o caráter presença ou ausência de di
vertlculos intestinais, para .a formação de subfamllia. Assim, C�
clocoelinae e Typhlocoelinae são suprimidas, ficando Cyclocoeli
dae constituída somente por três gêneros : Cyclocoelum, Spaniome
tra e Typhlocoelum, baseados na posição dos test1culos em rel�
ção ao ovário, e na presença de divert1culos intestinais no bo�
do interno dos cecos.
Em 1929 TRAVASSOS cria um novo gênero para a familia :
Neivaia.
DOLlfUS em 1948 apresenta uma divisão para a superfam1
lia Cyclocoeloidea Henry, 1923, contendo três famllias: Cycloco�
I
7
lidae, Bothrigastridae e Typhlocoelidae. Cyclocoelidae com tres
subfam1lias (Haematotrephinae, Cyclocoelinae e Hyptiasminae), B�
thrigastridae com duas ( Bothrigastrinae e Ophthalmophaginae)e T�
phlocoelidae com uma {Typhlocoelinae).
Em 1959 DUBOIS discute prévios esquemas propostos para
a classificação da familia Cyclocoelidae e a divide em duas sub
familias: Cyclocoelinae e Typhlocoelinae. Cyclocoelinae com dois
gêneros: Cyclocoelum e Ophthalmophagus, sendo Cyclocoelum subdi
vidido de acordo com a posição relativa das gÔnadas em : Cyclocoe
lum(Cyclocoelum) Witenberg, 1928, Cyclocoelum(Haematotrephus)
Stàssich, 1902 e Cyclocoelum(Hyptiasmus) Kossack, 1911.
em Typhlocoelinae os gêneros Typhlocoelum e Neivaia.
Coloca
Além dessas revisões, BASHKIROVA em 1950 apresenta em
russo, chaves de classificação das espécies, com descrições e fi
guras.
mais recentemente YAffiAGUTI em 1971, em seu trabalho g�.
ral sobre os trernatÓdeos digenéticos parasitas de vertebrados
inclui a classificação da f�mllia Cyclocoelidae, sem discu1ir
,
a
validade dos diferentes sinÔnim�s apresentados por outros
res para gêneros e espécies, por não ter tido acesso ao material
tipo, restringindo-se apenas a breves comentários sobre essa si 4 • nonimia.
No presente trabalho adotamos a classificação proposta
por DUBOIS em 1959, apesar de ser anterior ao trabalho de YAffiAGQ t
TI, considerando ter DU BOIS revisto toda a literatura referente
à familia, e examinado um grande número de espécimes, incluindo
material tipo, tendo assim condições para propor a simplificação
do grupo.
8
ffiATERIAL E ffiÊTODOS
Estudamos todos os trematÓdeos pertencentes à famllia
Cyclocoelidae depositados na Coleção,HelmintolÓgica do Institu
to Oswaldo Cruz desde 1918.
A·maior parte do material encontrava-se conservada em
formal acético, (11quido de Railliet & Henry) e uma pequena PªL A # # te montada em lamina com balsamo do Canada.
Os trematÓdeos conservados em formal acético foram suQ
metidos à desidratação pela série alcoólica, após terem sido c�
rados com c�rmim clorldrico alcoólico, diafanizados com fenol e - , , creosoto de Faia e montados em lamina com balsamo do Canada.
Os desenhos foram feitos em camara clara Leitz. As m�
didas referidas são dadas em mil1metros.
Damos a seguir a relação do material examinado e seus
respectivos hospedeiros.
1) Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile (Zeder, 1800) Sto�
sich, 1902.
Dendrocygna viduata (L., 1766) n2- 15.628, 15.629 e 15.631.
Gallinula chloropus oaleata (Licht., 1818) n2- 24.694 a 24.696,
24.701 a 24.704.
2) Cyclocoelum(Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1929
Crypturellus variegatus variegatus (Gm., 1789) n º - 16.974 e 31.
190.
I
9
Gallinago gallinago paraguayae (Vieill. , 1876) n° - 15. 219 e 31.
173.
Odontophorus capueira capueira (Spix, 1825) n ° - 15. 728, 15.730,
15. 734, 15.735, 16. 970, 16. 971, 31. 178, 31. 180, 31. 184, 31. 185,
31. 187 e 31. 188.
Tinamus solitarius solitarius (Vieill. , 1879) n 2 - 15�301, 15. 302,
15. 726, 15. 729, 15. 731 a 15. 733, 15. 782, 16. 969, 16.�73, 31. 174
a 31. 176, 31. 179, 31. 181 a 31.183, 31. 186 e 31. 189.
3) Cyclocoelum(Haematotrephus)brasilianum Stossich, 1902
Tringa flavipes (Gm. , 1789) n 2 - 2. 348 a 2. 350, 2. 505, 2. 574 ,
2. 927 a 2. 930, 6. 327, 6.336, 31. 165 e 31. 166.
4) Cyclocoelum (Haematotrephus)vanelli (Rudolphi, 1819)
Dubois, 1965.
Tringa flavipes (Gm. , 1789) n 2 - 9. 464 e 31. 167.
5) Ophthalmophagus magalhaesi Travasses, 1921
Cairina moschata (L. , 1758), domesticada n 2 - 2. 262, 2. 263, 2. 575
a 2. 578, 2.616, 4.659, 5.668, 6. 272, 6.274, 7. 968, 10.470, 13. 762
14. 043, 31. 164, 31. 171 e 31. 172.
6) Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959
Amazonetta brasiliensis (Gm., 1782) n 2 - 15. 595.
Anas bahamensis bahamensis L. , 1758 nç - 6. 167.
Anas platyrhynchos boschas L. , 1758, domesticada n 2 - 2. 409 a
t
10
2. 412 e 2. 654.
Dendrocygna autumnalis discolor Sclater & Salvin, 1873 nº -14. 445.
7) Typhlocoelum cucumerinum (Rudolpbi,1809) Stossich,
1902
.8..!J-ª.§. platyrhynchos boschas L. , 1758, domesticada n º - 20. 312, 20.
687 a 20. 689.
Cairina moschata (L. , 1758), domesticada nº - 2. 264, 2. 265,2. 332,
2. 582, 2. 658, 4. 650, 4.651, 4. 824, 5.667, 6 . 279, 9. 423, 10. 470 a
10. 473, 13. 763, 14. 040 a 14. 042, 20. 313, 20. 336, 20. 337, 31. 168
a 31. 170.
I
RESULTADOS
Digenea van Beneden, 1B58
Prosostornata Odhner, 1905
Cyclocoeloidea Henry, 1923
Cyclocoelidae Kossack, 1911
Corpo de tamanho médio a grande, achatado.
11
Ventosa
oral geralmente ausente. Abertura bucal terminal ou subterminal.
Acetábulo geralmente ausente. Faringe bem desenvolvida. Esôfago
curto, raramente longo. Cacos intestinais unidos posteriormente,
simples ou com divertlculos. Poro g�nital mediano, próximo da
extremidade anterior. Bolsa do cirro presente, contendo
la seminal. Test1culos geralmente obllquos, intercecais,
vesicQ
usual
mente situados na região posterior do corpo, ocasionalmente �
quatoriais ou pré-equatoriai�. Ovário anterior ou
aos test1culos ou intertestlcular. Espermateca presente ou a�
sente. Canal de Laurer ausente. Vitelinos estendendo-se longitu
dinalmente, extracecais ou cecais, podendo confluir posterioL
mente. Ütero formando alças transversais, ocupando quase todo o
campo intercecal, podendo ou não alcançar os cecos lateralmen
te. Ovos embrionados. Sistema excretor reticular, poro excretor
dorsoterminal.
Parasitas da traquéia, fossas nasais, sacos aéreos
cavidade geral e raramente de intestino de aves.
'
I
12 EVOLUÇÃO DE CYCLOCOELIDAE
Segundo TRAVASSOS, 1950, os ovos com as mucosidades nA
sais ou pulmonares, vão ao meio exterior com as fezes. Caindo em
meio líquido pÕem em liberdade um miracÍdio, provido de mancha
ocular, que nadando procura o molusco, hospedeiro intermediário,
no quàl penetra. Este mirac1dio apresenta na porção caudal uma
rédia jovem que evolui, sem que haja fase de esporocisto, e dá
origem a cercárias que logo se enquistam como metacercárias no
próprio molusco, à espera que este seja ingerido pelo hospedeiro
definitivo, para concluir a evolução e atingir a maturidade s� , -
xual. Neste grupo de trematodeos a abreviaçao do ciclo no hosp�
cieiro �atermeciiário se reduz ao máximo. A penetração é ativa no
hospedeiro intermediário e passiva no definitivo.
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B
A- Hospedeiro definitivo, B- Hospedeiro intermediário, , , .
2- ffiirac1dio, 3- Redia, 4- ffietacercaria.
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Cyclocoelinae Stossich, 1902
Ausência de divert1culos intestinais. Acetábulo vesti
gial situado logo abaixo da bifurcação esofagiana.
Cyclocoelum Brandes, 1892
Corpo alongado ou em forma de 11ngua. Ventosa oral a�
sente ou rudimentar. Acetábulo ausente. faringe pres�nte.Es;fago
variável. Cecos intestinais simples, sem divert1culos e fusion�
dos posteriormente. Poro genital situado anteriormente, na zona
da faringe. Bolsa do cirro geralmente pré-bifurcal. Testiculos
situados na região posterior do corpo, obl1quos entre si, geral
mente separados um do outro por alças uterinas. Ovário situado
na parte posterior do corpo, geralmente intertesticular, no cam
po oposto ao testículo anterior. Vitelinos laterais, em grande
parte extracecais, geralmente não unidos posteriormente. Alças
uterinas intercecais.
Este gênero se subdivide em três subgéneros de acordo
principalmente com o arranjo das glândulas genitais.
Cyclocoelurn(Cyclocoelurn) Witenberg, 1928
Testículos distantes um do outro, formando um triâng� 1
lo com o ovário, que é lateral e intertesticular. Alças uterinas
orientadas transversalmente, intercecais, não alcançando a
extracecal.
area
15
Espécie tipo- Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile(Zeder, 1800)Stos�
sich, 1902
Cyclocoelum(Haematotrephus) Stossich, 1902
Test1culos cont1guos, ovário lateral, pré-testicular,
ou na mesma zona do test1culo anterior. Alças uterinas invadin
do a área extracecal.
Espécie tipo- Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli(Rudolphi, 1819)
Dubois, 1965 Cyclocoelum(Hyptiasmus) Kossack, 1911
e e Testiculos geralmente no mesmo campo, contiguos ou
não. Ovário intertesticular, mediano. Alças uterinas invadindo
a área extracecal.
Espécie tipo- Cyclocoelum(Hyptiasmus)arcuatum Stossich, 1902
Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile (Zeder, 1800) Stossich, 1902
(fig.1)
Sinonlmia e refer;ncias: ffionostoma mutabile Zeder, 1800 : 150 ,
154-155; Cephalogonimus ovatus Stossich, 1896 nec Rudolphi, 1803
:126; monostoma microstomum Creplin, 1829 :1, 49-50, pl.l, figs.
10-11; Cyclocoelum mutabile Stossich, 1902 :12, 13, 14, pl.1, figs.
l-2;Cyclocoelum pseudomicrostomum Harrah, 1922 :12, 25, 26, 27 1 29,
33, 34, 37-38, pl. 2, fig. 4, pl. 7, fig. 27, pl. 8, fig. 30, pl. 9, fig.43; �
clocoelum goliath Witenberg, 1923 :85, 94, 99, 108, 110, 115, 117-118,
i
16
121; Cyclocoelum paradoxum Pont, 1926 :17- 19, fig. l-6;Cyclocoelum
japonicum Kurisu, 1932 :286, 294-296, 298, figs. l-2; Cyclocoelum mi
crocotyleum Noble, 1933 :356-358 1 360, pl. 50, figs. l- 3; Cyclocoelum
lahillei Dollfus, 1948 :135, 174; Cyclocoelum(Cyclocoelum) mutabi
1..§. :Baschkirova, 1950 :334, 354, 355, 356, 358-363, figs. 123- 126; f..y_
clocoelum mutabile: Yamaguti, 1958 :773, pl. 67, fig. 815, pl. 70, fig.
851; Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile : Dubois, 1959 :67, 75, 76 '
78, 88, 89, 112, 118, 119, l20, 121, 129; Cyclocoelum mutabile : Yamaguti,
1971 :493, 1036, fig. 1130.
Corpo achatado com extremidades arredondadas, medindo
13, 16 a 18, 91 de comprimento por 3, 95 a 5, 53 de maior largura .
Cutlcula lisa. Ventosa oral ausente. Abertura bucal subterminal.
Pré-faringe presente, mede de 0, 43 a 0, 51 de comprimento. Farin
ge musculosa, bem desenvolvida com 0, 79 a 0, 82 de comprimento
por 1, 09 a 1, 24 de largura. Esofago medindo 0, 52 a 1, 27 de com
primento, se bifurca em dois -cecos intestinais, unidos na extrg
midade posterior do corpo. Poro genital situado ao nlvel do bo�
do anterior da faringe. Bolsa do cirro pequena, situada na zona
faringeana, mede 0, 90 a 0, 94 de comprimento por 0, 14 a 0, 30 de
largura. Testlculos situados no mesmo campo, no terço posterior
do corpo, e com zonas afastadas, formando um tri�ngulo com o ová
rio. O testlculo anterior mede D, 58 a 0, 97 de comprimento por
0, 58 a 0, 97 de largura, e o posterior mede 0, 46 a 0, 64 de compri
menta por 0, 78 a 1, 16 de largura. Ovário arredondado intercecal,
situado no campo oposto ao dos testículos. Espermateca e gl�nd�
I
17
la de ffiehlis presentes, �ituadas abaixo do ovário. Alças uteri
nas intercecais, podendo atingir a área cecal, estendendo-se da
zona testicular posterior até o poro genital. Ovos oper·culados
medindo 0,075 a 0, 112 de comprimento por 0, 047 a 0, 075 de largQ
ra. Vitelinos foliculares extracecais e cecais, que se estendem
desde a zona pÓs-bifurcal até a extremidade posterior do corpo.
Ves1cula excretora e poro excreto� não evidenciados.
Habitat - Vias aéreas de Gallinula chloropus galeata (Licht.
18�8) e sinus nasais de Dendrocygna viduata (L. , 176 6).
'
Proveni�ncia - Amorim, Estado do Rio de Janeiro e Barranco Alta,
Estado de mato Grosso do Sul.
Comentários
, . Essa especie, tipo-do genera, foi descrita por ZEDER
em 1800, de exemplares obtiôos de Gallinula chloropus chloropus
(L. ), proveniente da Alemanha. Ocorre em diversas aves perten
centes às seguintes familias: Jacanidae, Charadriidae, Rallidae e Phasianidae. Apresenta ampla distribuição geográfica, já ten
do sido assinalada em vários pa1ses da Europa, Asia e Américas.
L agora assinalada pela primeira vez no Brasil, parasitando Gal
linula chloropus galeata (Licht.) e Dendrocygna viduata (L. ) '
sendo que esta Última representa um novo hospedeiro para , . especie.
essa
I
18
Atualizando a lista de hospedeiros apresentada por
DUBOIS em 1959, damos a seguir os hospedeiros e países em que
essa espécie foi assinalada. Ardea cinerea L. : Tcheco-Eslováquia
Glottis stagnatilis Gray :Ghana; Gallinago hardwickii (Gray)
Rússia; Tringa glareola L. , Gallinago gallinago gallinago L.
. •
,
Gallinaoo stenura (Bonap.), Numenius arguata orientalis (Brehm),
Gallinago megala (Swinhoe), Charadrius dominicus fulvus Gm. '
Glareola maldivarum Forster, Numenius borealis minutus Gould ,
Rostratula benghalensis (L. ) e Anas crecca crecca L. :China;Gal
linula chloropus cachinnans Bangs : Estados Unidos e
hypoleucus (L. ) : Hungria.
Cyclocoelum(Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1929
(fig. 2)
Actitis
Sinonímia e referências : Cyclocoelum phasidi Stunkard, 1929
235, 269- 271, figs. 36- 37; CyclÔcoelum(Cyclocoelum)phasidi: asch
kirova, 1950 : 357, 386; Cyclocoelum phasidi: Yamaguti, 1958:774;
Cyclocoelum (Cyclocoelum)phasidi: Dubois, 1959 :75, 91, 113, 124 ;
Cyclocoelum phasidi: Yamaguti, 1971 :494, 1048.
Corpo lanceolado com extremidades arredondadas, mede
5, 72 a 17, 56 de comprimento por 1, 66 a 5, 33 de maior
Cutícula lisa. Ventosa oral ausente. Abertura bucal
largura .
subtermi
nal. Faringe musculosa presente, com 0, 20 a 0, 41 de comprimento
i
19
por 0, 18 a 0, 55 de largura. Es�fago medindo 0, 12 a 1,66 de compri
menta, bifurca-se em dois cecos intestinais, mais ou menos retili
neos, que se unem na extremidade posterior do corpo. ·Poro genital
na zona da faringe ou do esôfago. Bolsa do cirro na zona esofagi�
na, podendo alcançar a zona da faringe; mede 0, 37 a 0, 96 de com
primento por 0, 09 a D, 47 de largura. Acetábulo ausente. Test1cg
los de contorno liso, intercecais, localizados no terço posteri -
or do corpo, no mesmo campo e com zonas afastadas. O testlculo arr
terior mede D, 37 a 1, 57 de comprimento por 0, 41 a 1,73 de largura. e O t�sticulo posterior mede 0, 42 a 2, 0� de comprimento por 0, 46 a
2, 03 de largura. Ovário arredondado, intercecal, com campos e zo
nas afastados dos test1culos, mede 0, 26 a 0, 50 de comprimento por
0, 22 a 0, 52 de largura. Espermateca e gl�ndula de mehlh situadas
imediatamente abaixo do ovário. Otero intercecal, com algumas al
ças alcançando a área cecal, estendendo-se da extremidade posteri
or do corpo até o poro genital. Ovos operculados medindo 0, 047 a
0, 177 de comprimento por 0, 03Ta D, 112 de maior largura . �ol1cy
los vitellnicos mais ou menos arredondados, pequenos, extracecais,
podendo invadir a área cecal, estendem-se da bifurcação esofagi�
na até a extremidade posterior do corpo, onde podem ou não confly
ir. Veslcula excretora e poro excretor não evidenciados.
Habitat - Sacos aéreos e traquéia de : Crypturellus variegatus
varieaatus (Gm., 1789), Gallinago gallinago paraguayae (Vieill. ,
1816), Odontophorus capueira capueira (Spix, 1825) e Tinamus
i
solitarius solitarius (Vieill., 1879).
20
Proveniência - Engano e Linhares no Estado do Espirita Santo, e
Salobra no Estado de mato Grosso do Sul.
Comentários
Espécie proposta por STUNKARD em 1929, para trematÓd�
os parasitas de Guttera plumifera schbotzi Reich, proveniente do
Congo Belga. Não tinha sido assinalada, até o momento, em outros
pa1ses. Na oportunidade registramos sua presença no Brasil apr�
sentando quatro novos hospedeiros para essa espécie.
Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli (Rudolphi, 1819)Dubois, 1965
(fig.3)
Sinon1mia e referências : ffionustoma vanelli Rudolphi, 1819 : 87 ,
350; monostoma lanceolatum Wedl, 1858 :251-252, pl.l,figs. 15-17 ;
Haematotrephus similis Stossich, 1902 :24, pl.5, figs.19-20, pl.8 ,
fig.30. Haematotrephus consimilis Nicoll, 1914 :124-125 ; Haema-
totrephus adelphus Johnston, 1919 :241-244, 250, 252, 256, pl.19 ,
fig.24; Uvitellina pseudocotylea Witenberg, 1923 :85, 94, 99, 102 ,
105-106, 107, pl.2, fig.10 ; Cyclocoelum(Uvitellina)dollfusi Tseng, 1
1930 :254-258, figs.l-2; Uvitellina keri Yamaguti, 1933 :1, 44-48,
49,figs.19- 20; Uvitellina tageri Yamaguti, 1933 :1, 48-50, fig.21 ;
21
Uvitellina macroisophaga Hannum & Wilson, 1934 :245-250, pl. 24 ' figs.1-3; Cyclocoelum obscurum Houdemer, 1938 nec Leidy, 1887 :24;
Haematotrephus(Uvitellina)vanelli Dollfus, 1948 ;147; Uvitellina
vanelli Baschkirova, 1950 :419, 420, 429-430, figs.160-161; Uvitel
lina adelpha Bychwskaja-Pawlowskaja, 1953 :15, 16 ; Cyclocoelum
titiri Chatterji, 1958 :561-563, 564, 565; Haematotrephus(Uvitelli
,lli!)kaniharensis Gupta, 1958 :1-4, fig?. l-2; Uvitellina vanelli:
Yamaguti, 1958 :782; monostoma Vanelli (sic) :Dubois, 1959 :110 ;
Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli Dubois, 1965 :417, 418, 419, 420,
421, 425, figs. 4-5; Uvitellina vanelli : Yamaguti, 1971 :501, 1071 •
Corpo lanceolado com extremidades arredondadas, mede
7, 03 a 12, 55 de comprimento por 2, 52 a 3, 01 de largura. Cut1cula
lisa. Ventosa oral ausente. Abertura bucal subterminal. Faringe
presente medindo 0, 23 a 0, 37 de comprimento por 0, 31 a 0, 35 de
largura. Esôfago curto com 0, 09 a 0, 11 de comprimento, que se bi
:'11.1·ca em dois cecos intestina_is unidos na extremidade posterior
do corpo. Poro genital e bolsa do cirro no n1vel da bifurcação �
sofagiana. A bolsa do cirro mede 0, 19 a 0, 70 de comprimento por
0, 13 a 0, 19 de largura. Acetábulo ausente. Test1culos e , . avario
de contorno liso, intercecais, situados na extremidade posterio�
do corpo. Test1culos com campos coincidentes ou parcialmente coin
cidentes, e com zonas afastadas. O test1culo anterior mede 0, 45
a 0, 75 de comprimento por 0, 49 a 0, 82 de largura. O testículo 1
posterior mede 0, 71 a 0, 79 de comprimento por 0, 49 a 1, 01 de la�
gura. Ovário arredondado, pré-testicular ou na zona do testículo
22
posterior. Espermateca e gl;ndula de ffiehlis presentes, logo abai
xo do ovário. Otero intercecal, cecal e extracecal, estendendo-se
do poro genital até a extremidade posterior do corpo, com alças
flexionadas para trás, que circundam as gÔnadas, com alças na r�
gião pós- testicular. Ovos operculados medem D,084 a D, 233 de C Ofil
primento por 0,065 a D, 103 de largura. Vitelinos foliculares, ce
cais e extracecais, · estendem-se da bifurcação esofagiana até a
extremidade posterior do corpo onde se unem. Vesícula excretora
e poro excretor não evidenciados.
Habitat - Cavidade abdominal de Tringa flavipes (Gm., 1789)
Proveni�ncia - Ilha de marajá, Estado do Pará.
Comentários
Essa espécie foi considerada espécie dÚbia por DUBOIS
em 1959. Em 1965, o mesmo a4 tor, reabilitou-a baseado em �escri
çÕes de exemplares obtidos do hospedeiro tipo, Tringa vanellus L.
(hoje Vanellus vanellus (L. )), quando apresentou um histórico
completo. ffiA TSKÃSI em 1973 registrou a presença dessa espécie em
Vanellus vanellus (L. ) na Hungria. No presente trabalho assinalª Â
mos sua primeira ocorrencia no Brasil e em novo hospedeiro : Trin
.9.2. flavipes (Gm. ). i
Cyclocoelum(Haematotrephus ) brasilianum Stossich, 1902
(fig. 4 )
23
Sinon1mia e refer�ncias : Cyclocoelum brasilianum Stos sich, 1902 :
16- 17, pl. 2, figs . 1-2; Cyclocoelum halli Harrah, 1922 :12, 24, 27 '
32, 33 ;35, 38-40, 42, 78, pl. 2, fig.5, pl. 4, fig . ll, pl . 6, fig . 20, pl.9, fig.
36; Cyclocoelum kos sacki lliitenberg, 1923 :479; Cyclocoelum nit
tanyense Zeliff, 1946 : 340-342, fig.l; Haematotrephus brasilianurn
: Baschkirova, 1950 :41 1-412, fig . 150; Corpopyrum brasilianum Y�
maguti, 1958 : 776; Cyclocoelum(Haematotrephus)brasilianum : Dubo
is, 1959 :75, 80, 95, 97, 100- 101, 1 13, 127, 128, figs.6,9; Cyclocoelum
brasilianum: Travas ses, freitas & Kahn, 1969 :583-584, 767, 830
fig . 430; Corpopyrum brasilianum : Yamaguti, 1971 :496, 991.
'
Corpo lanceolado com extremidades arredondadas medindo
7, 14 a 1 3, 58 de comprimento por 1 , 77 a 3, 91 de largura. Cuticula
lisa. Ventosa oral ausente . Abertura bucal subterminal .
ringe ausente. faringe musculo sa, pequena, com D, 17 de comífimen
to por D, 24 de largura. Esôfago medindo 0, 82 a 1, 09 de comprimen
to, se bifurca em dois cecos intestinais que se unem na extremi
dade posterior do corpo. Poro genital situado ao nivel do bordo
inferior da faringe, ou na zona esofagiana. Bolsa do cirro pequ�
na, na zona esofagiana, mede 0, 36 a D, 68 de comprimento por D, 09
a 0, 18 de largura. Acetábulo ausente. Testículos intercecais, de
contorno liso, situados na extremidade posterior do corpo , em
campos e zonas parcialmente coincidentes ou zonas afastadas . O
I
24
tes tl c u l o a nte r i or m e d e 0 , 2 5 a 0 1 4 9 d e c om p r i m e nto por 0 , 14 a
0 , 60 d e l ar g ura e e n c ontra- s e na m e s m a z o na d o ovár i o . Test1 c ul o
poster i or m e d e 0 , 2 0 a 0 , 5 6 d e c omp r i m e nto por 0 , 3 3 a 0 , 7 5 d e
largur a , e é p ó s- o v ar i a n o . Ovár i o mais o u m e nos a r r e d onda d o , in
ter c ecal , o p o s to ao tes tl cul o a nte ri or , ou forma n d o um tr i � n gg
• l o c om o s testi c u l o s , m e d e D , 22 a D , 4 5 d e c om p r i m e nto por 0 , 31
a D , 3 7 d e l ar g ur a . E s p ermateca e g l � ndul a d e mehl i s pres e ntes ,
na z o na pÓs - ovar i a na . Otero v o l umos o , formando m u i tas al ças utg
r i nas , que o c u p am q u as e toda a extensão d o corpo , d es d e o poro
g e n i tal até a r eg iã o p osteri or , é i nter c ec al , p od e nd o a l g umas
alças ultrap a s s ar l ateralm e nte o s c e c o s . Ovos o p e r c u l ados que
m e d em 0 1 0 9 3 a D , 1 9 6 de c om p r i m e nto por 0 , 04 7 a 0 , 1 03 d e l a r gg
ra . Vitel i nos f ol i c ul ar es p eq u e nos , e xtrac e c a i s , c om a l g u ns fo
l l c ul os c e c a i s , e s te nd em- s e da z o na e s ofagi ana até a e xtr emid�
d e p o s te r i o r d o c o r p o , o nd e p o d em ou não c o nfl ui r . Vitelo duto
bem e v i d e n c i ad o , na z o na pÓs- o var i a na . V e s í c u l a exc retora e PQ
r o e x c r etor não e v i d e nc i ad o s �
H a b i tat - C a v i d a d e abdomi nal e p er i t� ni o d e Tri nga flavipes ( Gm . ,
1 7 8 9 ) .
Pro v e ni ; n c i a - A ng r a d o s R e i s e R i o d e J a n e i r o , no E s tado d o
R i o d e J a n e i r o e L as s an c e no E s tado d e Mi nas Gera i s . i
,
25
Comentários
, . Essa especie foi descrita por STDSSICH em 1902 de exem
plares obtidos de Tringa flavipes (Gm.) do Brasil. Já foi assinª
lada nos seguintes pa1ses em aves Charadriiformes: C uba parasi
tando Tringa melanoleuca (Gm. ); na Tcheco-Eslováquia em Tringa
erytropus (Pall.); na 1 nd i a em Hydrophasianus chirurgus (Scop.) ;
nos Estados Unidos em Tringa melanoleuca (Gm. ) e Tringa flavipes
(Gm. ) , e na Venezuela em Actitis macularia (L. ).
No presente trabalho atualizamos sua descrição baseada
em exemplares obtidos também de Tringa flavipes (Gm.).
Ophthalmophagus Stossich, 1902
Corpo lanceolado. Ventosa oral e acetábu lo ausentes
Faringe presente. Es�fago sigmÓide. Cecos intestinais simp ,es
•
,
sem divert1culos, fusionado� posteriormente. Poro genital pré-fª
ringeano. Bolsa do cirro ventral à faringe. Test1cu los obl1quos
entre si, no terço posterior do corpo. Ovário mediano ou sub-m�
diana, pós- testicular, próximo do arco cecal posterior. Viteli
nos unidos posteriormente. Alças u terinas invadindo a área ex trª
cecal.
Espécie tipo - Ophthalmophagus singu laris Stossich, 1902. i
Ophthalmophagus magalhaesi Travassos, 1921
(fig. S)
2 6
Sinon1mia e refer�ncias: Ophthalmophagus magalhaesi Travassos
192 1 :i 2 1, figs.1-2 ; Ophthalmophagus plectropteri Dubois, 193 0
,
. .
385- 390, figs.l-7; Ophthalmophagus magalhaesi: Baschkirova , 1950:
460, 461-462, fig.175; Ophthalmophagus magalhaesi: Yamag� ti, 1958:
780; Ophthalmophaous maoalhaesi: Dubois, 1959 : 75, 84, 107- 108, 116,
134; Ophthalmophagus magalhaesi: Travasses, Freitas & Kahn, 1969
:589, 590-591, 760, 843, fig.435; Ophthalmophagus(Geowitenbergia) !!lê.
galhaesi Yamaguti, 1971 :499, 102 8.
Corpo lanceolado com extremidades arredondadas, mede
9, 40 a 18, 8 0 de comprimento por 2, 71 a 6, 8 8 de largura. Cutícula
lisa. Ventosa oral ausente. Abertura bucal subterminal.Pré-farin
ge longa com 0, 70 a 1, 16 de comprimento. Faringe bem desenvol vi
da, medindo 0, 49 a 0, 75 de co�primento por 0, 6 0 a 0, 98 de argg
ra. Es�fago presente com 0, 2 8 a 0, 56 de comprimento, bifurca-se
em dois cecos intestinais, unidos na extremidade posterior do
corpo, e que apresentam dil atações no bordo externo, em quase to
da sua extensão. Poro genital situado entre a abertura bucal e a
faringe. Bolsa do cirro localizada entre o poro genital e a bi
furcação esofagiana·, podendo ul trapassá- la, mede 1, 39 a 2,41 de
comprimento por 0, 11 a 0, 2 2 de maior largura. Acetábulo ausente.
Testículos bem desenvol vidos, obl i quos, situados na extremidade
'
2 7
pos te r i or d o c o r p o , em c ampos parcial m e n te c o i n c i d e n te s e z o nas
afas tadas . O tes tl c u l o a n ter i o r med e 0 , 2 6 a 0 , 9 7 de c om p r i m e n to
por 0 , 41 a 1 , 6 6 d e l ar g ura . O v á r i o arre d o nd a d o , p ós- tes ti c u l a r ,
mede 0 , 2 6 a 0 , 7 5 d e c om p r i m e nto p or 0 , 4 3 a 0 , 6 7 d e l ar g u r a . E�
pe rmate c a p r e s e n te l o g o abaixo do o vár i o . G l � n d u l a d e ffie l h i s
não evi d e nc i ad a . O t e r o i nter c e cal , c ecal e e x tr a c e c al , e s te nden
do- s e d o p o r o g e ni tal até a e x tr e m i d a d e p os terior d o corpo . Ovos
opercul ados q u e m e d em 0 , 0 9 3 a 0 , 1 5 9 de c om p r i m e nto por 0 1 04 7 a
D , 084 d e l ar g u r a . Vi te l i nos fol i c u l a re s , c e c a i s e e x tr a c e c a i s ,
es te n d e n d o- s e d a b i fu r c ação e s ofagi ana até a e x tr em i d a d e pos t�
� r i or d o corpo , d i s p o s tos a o l o n g o dos c e c o s i ntes t i nai s . Ves i cg
l a excretora e p o r o e x c r e tor não e v i d e n c i ad o s .
Habi tat - F o s s as n a s a i s e tr a q u é i a d e C ai r i na m o s c h a ta ( L . , 1 7 5 8 )
domes ti cada .
Pro v e ni � n c i a - N i te r ó i e R i o d e Jane i r o , E s tado d o Rio d e Janei
ro .
C o m e ntár i o s
E s p é c i e p r o p o s ta p o r TRA VA S S OS e m 1 9 21 , p a r a exempla
r e s obti d o s de C ai r i na m o s c ha ta ( L . , 1 7 5 8 ) , dome s t i c ad a . E m 1 9 78
TA NG & TA NG as s i nal aram sua p r e s e n ç a em no vo h o s p e d e i r o ,
pl atyr hync c s L . d om e s ti c ad a , na C h i n a , ampl i a nd o as s im s ua di�
tr i b u i ção g e o g r áfi c a . No p r e s e n te tr abal ho atual i z amos s u a s i nQ
i
28
n1mia e descrição.
T yphlocoelinae Harrah, 1922
Presença de divert1culos intestinais. Acetábulo vesti
gial situado próximo à região mediana do corpo.
Typhlocoelum Stossich, 1902
Corpo achatado, el1tico. Ventosa oral ausente. Aceti
bulo muito pequeno ou ausente. Faringe e esôfago presentes. C�
cos intestinais fusionados posteriormente, com divert1culos sifil
ples, dispostos em todo o comprimento da parede interna. Poro
genital ao nlvel da faringe ou anterior a ela. Bolsa do cirro
geralmente ul trapassando a bifurcação esofagiana. Test1culos
fortemente lobados, obl1quos entre si, dispostos na parte post�
rior do corpo. Ovário arredondado, oposto ao test1culo anterior,
um pouco posterior ou anterior ao seu n1vel. Vitelinos latefais,
não unidos posteriormente. A i ças uterinas intercecais.
Espécie tipo - Typhlocoelum cucumerinum (íludolphi, 1809) Sta�
sich, 1902.
i
Typh l o c o e l u m c u c um e r i num ( R ud ol p h i , 1 8 0 9 ) S tos s i c h , 1 9 0 2
( fi g . 6 )
2 9
S i no n l m i a e r e fe r ; nc i as : D i s toma c u c umeri num R u d o l p h i , 1 8 09 : 3 6 0-
361 ; ffib no s tomum f l a vum m e hl i s , 1 8 31 : 1 72 ; mo nos tomum asperum Ni t
zch i n L e u c-k ar t , 1 84 2 : 2 0 ; llí o no s tomum s ar c i d i o r n i c o l a ff, é g n i n ,
1 8 9 0 : 8 7- 9 0 , f i g . 2 ; Typh l o c o e l u m c u c um e r i num S toss i c h , 1 9 02 : 32-
33 , pl . 8 , fi g . 2 8 ; Typh l o c o e l um o b oval e Neumann , 1909 : 1 8 8 ; Typh l o
coel um r e t i c u l a r e J o h ns to n , 1 91 3 : 3 62 , 371- 3 7 5 , pl . 2 2 , fi gs . 5- 6 , pl .
23 , f i g . 7 , pl . 2 5 , fi g s . 2 7- 2 8 , p l . 2 6 , fi g . 2 9 ; Typh l o c o e l um ame r i canum
manter & W i l l i ams , 1 9 2 8 : 9 0- 91 , p l . 1 3 , fi g s . 2- 4 ; Typh l o c o e l um s ho
vel l u s Lal , 1 9 3 6 : 4 5- 51 , fi g s . l- 3 ; Typh l o c o e lum c u c um e r i num : Bas ch
k i r ova , 1 9 5 0 : 4 71 , 4 72 , 4 7 3 , 4 74 - 4 7 5 , fi g . 1 8 0 ; Typhl oco e l um c ucumeri
num : Y amag u t i , 1 9 5 8 : 7 8 3 , pl . 71 , fi g . 8 6 3 ; Typh l o c o e l u m c u c um e r i num
: D u b o i s , 1 9 5 9 : 74 , 7 5 , 77 , 8 6 , 1 08 , 1 1 7 , 134 , 1 3 5 , l 3 6 , 1 3 7 , 1 4 0 ; Typhl o
c o e l um c u c umer i num : Travas s o s , F r e i tas & Kahn , 1 9 6 9 : 584 , 5 8 5- 58 6 ,
7 6 0 , 761 , fi g . 4 31 ; Typh l o c o e l um - c u c um e r i num : Yamagu ti , 1 971 :� 02 ,
1 0 01 .
C o r p o oval m e d i nd o 1 0 , 7 9 a 1 5 , 41 de c omprime nto por 4 , � 1 3 a 6 , 77 d e l ar g u r a . C u ti c u l a c om es camas . Ve ntosa oral a u s e nte .
A be r tu r a bucal s u b termi nal . Pr é- far i ng e p r e s e n te com 0 , 09 a 0 , 3 9
d e com p r i m e nto . F ari n g e m u s c u l o s a medi ndo 0 , 4 0 a 0 , 51 d e c omprf
me nta p o r 0 , 3 6 a_ 0 , 50 d e l ar g ur a . E s �fa g o c u r to com 0 , 0 9 a 0 , 2 5 1
d e compr i m e nto , q u e s e b i fu � c a em d o i s c e c os i ntes ti nais u ni dos
na e x t r em i d a d e p o s ter i o r d o c o r p o , e q u e apr e s e n tam o bordo i n
30
terno com divertlculos. Poro genital situado ao nlvel do bordo
inferior da faringe. Bolsa do cirro pequena, localizada abaixo
da faringe, medindo 0, 74 a 0, 86 de comprimento por 0, 21 a D, 34 , e de largura. Acetabulo ausente. Testiculos fortemente lobados, ou
ramificados, obll quos, situcdos na extremidade posterior do cor
po, estand� em parte no mesmo campo com zonas parcialmente em
contato. O testlculo anterior mede 0, 82 a 2,63 de comprimento
por 1, 31 a 2, 48 de maior largura. O test1culo posterior mede D,
75 a 1, 96 de comprimento por 2, 00 a 2, 6 0 de maior largura. Ovário
arredondado, intertesticular, situado do lado oposto ao testlcg , e lo anterior, esta no mesmo campo do testiculo posterior, e na
mesma zona do testículo anterior, mede 0, 43 a D, 71 de comprimen
to por 0, 48 a 0, 65 de largura. Espermateca e gl�ndula de melhis
não evidenciadas. Ütero intercecal, estendendo-se do poro geni
tal até a extremidade posterior do corpo. Ovos operculados, medem
0, 093 a 0, 159 de comprimento por 0, 056 a 0, 084 de largura. Vit�
linos foliculares extracecais r cecais e intercecais, que se e�
tendem do nlvel da faringe até a extremidade posterior do corpo.
Veslcula excretora transversal e pós-cecal, com poro
dorsal.
excretor
Habitat - Traquéia e ventrículo de Anas platyrhynchos boschas L. ,
1758, domesticada, e fossas nasais e traquéia de Cairina moscha
iê.._ (L. , 1758), domesticada. I
31
Proveniência - manaus, Estado do Amazonas, Niterói e Rio de J�
neiro, Estado do Rio de Janeiro.
Comentários
ffiAGALH�ES em 1888 refere a presença dessa espé cie no
Brasil, sob o nome de monostoma flavum, respons�vel pela paras!
tose conhecida como monostomose sufocante, muitas vezes mortal,
em marrecos do Rio de Janeiro.
Posteriormente, esse parasita foi assinalado novamen
te no pals, por TRA VASSOS (19 21) sob o nome de Typhlocoelum oba
vale , em traquéia de Cairina moschata (L. ). Na oportunidade o
autor redescreve a espécie, cuja diagnose era, até então, insuf!
ciente.
Em 1935 P I NT O & ALffiE I DA citam Typhlocoelum
num, entre outros trematÓdeos que ocorrem em patos e
do Brasil.
cucumeri
marrecos
FRE I TAS & COSTA em 1969 assinalam Typhlocoelum cucume
rinum parasitando galinha-d ' angola em Minas Gerais.
Mais recentemente, em 1975, SCHAfRA NSK I, FRE I TAS &
COSTA descrevem no Brasil, o ciclo bioló gico dessa espé cie, em
infec ções experimentais de Cairina mos chata (L. ) domesticada e
Anas platyrhynchos boschas L. , domesticada, utilizando como ho�
pedeiros intermediários, planorbldeos do gênero Biomphalaria,
�. glabrata (Say, 1818) e �- tenagophila (d ' Orbigny, 1835)
criados em laboratório.
,
i
Neivaia Travasses, 1929
32
Corpo el1tico. Ventosa oral e acetábulo ausentes. farin
ge presente. Es� fago curto. Cecos intestinais sem divert1culos ,
fusionados posteriormente. Poro genital pré- faringeano. Bolsa do
cirro ultrapassando a bifurcação esofagiana. Test1culos de forma
alongada, lobados ou não, e situados na extremidade posterior do
corpo. Ovário arredondado, lateral, situado adiante do testlculo
posterior, e na zona testicular anterior. Vitelinos extracecais,
estendendo-se da zona da faringe até a extremidade posterior cau
dal, onde podem ou não confluir. Alças uterinas intercecais.
Espécie tipo - Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959.
Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959
(fig.7)
Sinonímia e refer�ncias : mono� toma cymbium Diesing, 1850 :320
Haematotrephus cymbius S toss'ich, 1 9 02 :27-28 ; Typhlocoelum
vai Travasses, 1921 :122, fig.5 ; Tracheophilus cymbium Viana, 1924
:111, 159 ; Neivaia neivai Travasses, 1929 :54 ; Cycl ocoelum (Cyclo
coelurn ) neivai Baschkirova, 1950 :380 ; Tracheophilus cymbium : Y�
rnaguti, 1958 :784 ; Neivaia cymbium Dubois, 1959 :74, 75, 1 09, 112 ,
139, 140, fig.ll ; Neivaia cymbium : Travass es, Freitas & Kohn, 1969 :
586-587, 767, 842, fig.432 ; Cyclocoelurn neivai i Yamaguti, 1971 : 494,
503, 1037 ; Neivaia cymbium : Yamaguti, 19 7 1 : 494 ; Tracheophilus ,,
cymbium : Yamaguti, 1971 :503, 1037 ; Typhlocoelum neivai :Ya�aguti,
1971 :494, 503.
1
1
Corpo elÍtico, chato , côncavo ventralmente , medindo
8 , 31 a 1 0 , 82 de comprimento por 4 , 02 a 4 , 40 de largura . Cut1cula
com escamas. Ventosa oral ausente . Abertura bucal subterminal •
Pré-faringe presente com 0 , 075 a 0 , 16 de comprimento. Faringe
musculosa medindo 0 , 33 a 0 , 35 de comprimento por 0 , 26 a 0 , 32 de
largura . Esôfago com 0 , 19 a 0 , 21 de comprimento , se bifurca em
dois cecos intestinais mais ou menos retillneos , unidos na ex
tremidade posterior do corpo. Poro genital faringeano. Bol sa do
cirro pequena , situada abaixo da faringe , mede 0 , 71 a 0 , 75 de
comprimento por 0 , 19 a 0 , 25 de largura. Acetábulo ausente . Test1
culos lobados , obllquos , intercecais , situados na extremidade
posterior do corpo , com campos e zonas parcialmente em contato.
Testlculo anterior mede 0 , 82 a 1 , 12 de comprimento por 0 , 41 a
0 , 60 de largura . Testlculo posterior medindo 0 , 37 a 0 , 49 de com
primento por 1 , 20 a 1 , 3 9 de largura . Ovário arredondado , situado
do lado oposto ao testlculo anterior , e no mesmo campo do test1
culo posterior , mede 0 , 41 a �, 47 de comprimento por 0 , 3 9 a 0 , 42
de largura. Espermateca e gf;ndula de fflehlis nio evidenciadas •
Ütero intercecal, estendendo-se do poro genital até a extremid�
de posterior do corpo . Ovos operculados que medem 0 , 075 a 0 , 140
de comprimento por 0 , 047 a 0 , 075 de largura. Vitelinos folicul�
res , extracecais e cecais , podendo invadir a área intercecal , se
estendem da zona faringeana até a extremidade posterior do cor < , 1 po. Vesicula excretora transversal e pos-ceca , com poro
tor dorso-terminal.
excr�
34
�abitat - Es�fago e traquéia de A mazonetta brasiliensis(Gm. , 1782)
Anas platyrhynchos boschas L. , 1758, domesticada e
autumnalis discolor Sclater & Salvin, 1873 .
Dendrocygna
Proverii;ncia - Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, Tanque,
Estado do Piau1, Alinane (rio Aquidauana) e Barranco Alto, Est�
do de rnato Grosso do Sul.
Comentários
Essa espécie foi descrita por D I E S I NG em 1850 sob o ng
me ffionostoma cymbium parasita de Himantopus wilsonii Temm . (= a
Charadrius wilsonia wilsonia Ord) do Brasil�
Em 1 921 TRA VA SSOS encontra este parasita em traquéia de
marreco selvagem (Anatidae), e julgando tratar-se de uma espécie
nova, descreve-a como Typhlocoelum neivai .
E m 1929 o mesmo autor baseado na opinião de UJ I T�JBERG
(W I TE N BE R G, 1 928 : 416), cri� o g�nero Neivaia para Typhlocoelum
neivai, caracterizado pela aus;ncia de divert1culos intestinais, , . pas sando a especie a se denominar Neivaia neivai .
DU BO IS . em 1 959 examinando o material tipo de ffionostoma
cymbium Diesing, 1850, o transfere para o g�nero Neivaia, identi
ficando-o a Neivaia neivai, passando então essa espécie a denomi
nar-se, por prioridade, Nei vaia cymbium .
YA f1,A G U T I ern 1 958 considera o gênero Neivaia Travasses ,
i
3 5
A
1929 (Typhlocoe linae ) , como sinonimo d e Cyclocoelum, g enero tipo
de Cyclocoe linae, baseando-se somente na aus�ncia d e div ertículos
intestinais .
Em 1965 DU BOIS discorda d essa sinonímia por ter YAmAGUTI
utilizado somente um caráter, sem ter l evado em consid eração ou
tras caracterlsticas para a diferenciação das duas subfaml lias co
mo for�a e proporção do corpo e posição do acetábulo v estigial '
raramente visív eis em preparaçõ es totais, que em Cyclocoe linae
situa-se logo abaixo da bifurcação esofagiana, e em Typhlocoel inae
encontra-se próximo à região mediana do corpo, colocando então o
genero Neivaia em Typhlocoe linae.
Em 1971, YA ffiA GUTI não consid era a opinião de DU BOIS e
mantém Neivaia na sinonlmia d e Cyclocoe lum.
Concordamos com DU BC IS principalmente pela posiçao do
acetábulo vestigial, que consid eramos um caráter importante para
a diferenciação das duas subfaml lias.
I
DISTR I BU I ÇÃ O GEOGRÃF ICA NO BRAS IL
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� f.. (f. ) mu tabile
* f.. (f.. )phasidi
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• f.. (!J.. ) bras ilianum
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, Q. magalhaesi
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3 6
R N
37
LI STA DOS HOSPE DE IROS
Damos a seguir a relação das aves, incl u í d as no presen
te trabalho, nomes vul gares, distribuição geográfica segu ndo
OL IVER I O P I NTO (1 978) e as espécies de trematÓ deos que as parasi
tam, aproveitando a oportunidade para atualizar o " Catál o go dos
Hospedeiros" apresentado no trabalho " TrematÓ deos do Brasil "
(TRAVA S SDS, F ílE I TA S & KOHN, 1 969 : 745-802).
A natidae
I) A mazonetta brasiliensis (Gmelin, 1 782)
íi 1ar reca- ananaÍ, lr.arreca piripÓ, mar reca de-pés-encarnados
Distribuição geográfica - América ffieridional cisandina, dos
limites setentrionais (Col;mbia, bacia do Orenoco, Guianas)ao
Estreito de ffiagalhães, incl usive todos os Estados do Brasil.
1) Echinostoma mendax Dietz, 1 9 0 9
2 ) Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Du bois, 1 9 5 9
3) Strigea sphaerocephala (Westr umb, 1823)Dubois, 1 937
4) Z ygocotyle l unatum (Diesing, 1836) Stu nkar d, 1 917
I I) A nas bahamensis baharnensis linné, 1758
ffiar reca toucinho, Paturi do mato (Ceará)
Distribuição geográfica - I lhas Bahamas (também, ocasionalmen
i
38
te, no leste dos Estados Unidos), Antilhas e porção setsu
trianal da América do Sul, inclusive o nordeste e o leste
do Brasil (ao sul, até o Rio Grande do Sul).
1) Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959
2 ) Psilochasmus oxyurus (Creplin, 1825) L üehe,
3 ) Renicola sp. Ulright, 1945
4) Schistosoma pirajai Travassos, 1932
I I I) Anas platyrhynchos boschas linné, 1758, domesticada
marreco
1909
Distri buição geográfica - Europa. Originária da região p�
leártica. Ocorre em todos os Estados do Brasil.
1) Cotylurus cornutus (Rudolphi, 1808) Szidat, 1928
2) Echinostoma barbosai Lie & Basch, 1966
3) Neivaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959
4) Typhlocoelum cucumerinum (Rudolphi, 1809)Stossich,
1902
I V) Cairina moschata (Linné, 1758), domesticada
Pato
Distribuição geográfica - Sul Americana. Originária da re i
giao Neotropical. Ocorre em todos os Estados do Brasil •
39
1) Echinostoma revolutum (Froelich, 1802)Loos s, 1899
2) Eucotyle freitasi Costa & Freitas, 1972
3) Ophthalmophagus magalhaesi Travas sos, 192 1
4) Prosthogonimus ovatus (Rudolphi, 1803) L üehe, 1899
5) Typhlocoelum cucumerinum (Rudolphi, 1809) Stos sich,
1902
6) Zygocotyle lunatum (Diesing, 1836) Stunkar d, 1917
V) Dend rocygna autumnalis discolor Sclater & Salvin, 1873
marreca cabocla, marreca a s a- branca
Distribuiçio geogr áfica - América �eridional cis andina ( tam
bém em Trinid ad e várias Antilhas), da Col�mbia ao norte d a
República Argentina (Salta, Tucumán), inclusive o Brasil (vi�
tualmente em todos os Estados).
1) Neivaia cymbium (Diesing , 1 850) Dubois, 1959
VI) Dend rocygna viduata (Linné, 1766)
mar reca-viGva, mar reca apia1, mar reca piadeir a, I rer�.
Distribuiç�o geográfica - Africa tropical (rio Zambese, la go
Tchad, ffiad a g ascar), América Central (Costa ílica, Panam�) ,
Grandes Antilhas e América n1eridional cis andina (do norte ex
tremo ao Rio d a Prata), inclusive todos os Estado do Brasil. ,
1) Çyclocoelum (Cyclocoelum) mutabile (Zeder, 1800)
Stossich, 1902
2) Echinos toma mendax Dietz, 1909
Phasianidae
VI I) O d ontophorus capueira capueira (Spix, 1825)
Uru, Capoira
Distribuição geográfica - Nordeste extremo da Argentina
(mis siones), Paraguai e Brasil estemeridional (da Bahia ao
Rio Grande d o Sul), inclusive o sudeste de mato Gro s s o(rio
Paranaíba).
1) Brachylaemidae s p. Travas sos, 1945
2) Cyclocoelum(Cycl ocoelum)phasidi Stunkard, 1929
3) Leucochloridium s p. Travas s o s & Freitas, 1948
4) Lyperos oma oswal d oi (Travas s o s , 1919) Travas s os,1944
5) Paratanaisia bragai (Santos, 1934) Freitas, 1�9
Ral lidae
VI I I) Gallinula chloropus oaleata (Lichtens tein, 1818)
Frango d ' água
Distribuição geográfica - A m�rica ffieridional cisandina ,
d o extrem o norte (Venezuela, Guianas) ao Uruguai e norte
i
41
da Argentina (Tucuman, mendoza, Buenos Aires, Jujui), atra
vês do leste da 8o11via, do Paraguai e do Brasil, nos Est�
dos mar1timos (do Pará ao Rio Grande do Sul) e no sul de
mato Grosso (rio Paraguai).
1) Cotylurus gal linulae gal linulae (Lutz, 192B)Dubois ,
1937
2) Cycl ocoelum(Cyclocoelum)mutabile (Zeder, 1800) Sta�
sich, 1902
3) Echinostoma aphylactum Dietz, 1909
4) Echinostoma microrchis Lutz, 1924
5) Leucochloridium flavum Travassos, 1922
Scolopacidae
I X ) Gal linago gal linago paraguayae (Vieil lot, 1876)
Batuira, Narceja, monj� linho, Rapaz.
Distribuiç�o geográfica - América meridional cisandina
(águas doces, e banhados), desde o seu norte extremo, irr
clusive o Brasil, em todos os Estados mar1timos e centrais.
1) Cyclocoelum(Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1929
2) Prosthogonimus ovatus (Rudol phi, 1803) LUehe, 1899 i
X) Tringa flavipes (Gmelin, 1785)
maçarico
42
Distribuição geográfica - Reproduz-se no extremo norte da
América (Alaska, Canad á), emigrando para o sul durante o irr
vérno, quando se espalha, aquém e além dos Andes, por todo
o Continente, e bem assim nas Antilhas, alcançando eventual
m ente a Terra do Fogo e ocorrendo com regularidade nas águas
interiores e no litoral marl timo (inclusive nas ilhas cos tei
ras) de todo o Brasil.
1 ) Cyclocoelum (Cyclocoelum ) brasilianum Stossich, 1902
2) Cyclocoelum (Haematotrephus ) vanelli (Rudolphi, 1819)
Dubois, 1965
Tinamidae
XI) Crypturellus variegatus variegatus (Gmelin, 1789)
InhambÚ- saracuira, lnhambÚ-anhanga (Amazonas), InhambÚ-onça
( Pará) , Chorarão ( Bahia)
Distribuição geográfica - Sudeste da Colômbia , Venezuela ,
Guianas, Brasil Amazônico (marg ens ambas do rio Solimões e
do Baixo Amazonas) e médio-oriental, nos Estados da Bahia e
Espírito Santo, inclusive o leste de ffiinas.
i
1) Brachylaernus(Centrodes)centrodes (Braun, 1901)
Travas sos & Kahn, 1964
2) Cyclocoelum (Cyclocoelurn ) phasidi Stunkard, 1929
3) Echinostoma siticulosurn Dietz, 1909
XII) Tinamus solitarius solitar ius (Vieillot, 1 879)
ma�ucaua (nome tupi), macuca, macuco (sul da Bahia)
4 3
Distribuição geográfica - Comum outrora em todas as regiões
densamente florestadas do Paraguai (Sapucaí), nordeste da
Argentina (mis siones) e Brasil este-meridional, des de o sul
da Bahia até o Rio Grande do Sul, inclusive o leste de ffii
nas Gerais (Rio Doce) e sudeste extremo de mato Gros so ( rio
Paraná).
1) Brachylaemus (Centrodes)centrodes (Braun, 1901)
Travas sos & Kahn, 1964
2) Ces artrema pintoÍ Travas sos & Kahn, 1964 �
3 ) Cyclocoelurn (Cyclocoelum)phasidi S tunkard, 1929
i
( {
44
CONCLUSÕES
Relacionamos abaixo as espécies da familia Cyclocoeli
dae Kossack, 1 9 1 1 que ocorrem no Brasil :
1) Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile (Zeder, 1800) Stossich, 1 9 02
2) Cyclocoelum(Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1 929
3) Cyclocoelum(Haematotrephus)brasilianum Stossich, 1 9 02
4) Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli (Rudolphi, 181 9)Dubois, 1 965
5) Ophthalmophagus magalhaesi Travassos, 1 921
6) Neivaia cymbium (Diesing, 1 850) Dubois, 1 965
7 ) Typhlocoelum cucumerinum (Rudolphi, 1809) Stossich, 1 9 02
As seguintes espécies são refer i das pela primeira vez
no Brasil e em novos hospedeiros :
Cyclocoelum(Cyclocoelum)mu�abile (Zeder, 180 0)Stossich, 1 9 02
em: Dendrocygna viduata (L . )
Cycl ocoelum(Cyclocoelum)phasidi Stunkard, 1 929
em : Crypturellus varieoatus variegatus (Gm. )
Gallinago gall inago paraguayae (Vieill . )
Odontophorus capueira capueira (Spix)
Tinamus solitarius solitarius (Vieill . ) i
Cyclocoel um(Cyclocoel um) vanelli(Rudolphi, 1819) Dubois, 1965
em : Tringa flavipes (Gm. )
45
Neivaia cvmbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959 é referida nos
seg uintes novos hospedeiros :
Amazonetta brasiliensis (Gm. )
Anas bahamensis bahamensis L.
Anas platyrhynchos boschas L. , domesticada
Dendrocyona autumnalis discolor Sclater & Sal vin
i
r
r
r
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[
'
s ummA R Y
Brazilian C yclocoelidae
(Trematoda)
46
ln arder to extend the knowled ge concerning parasite hel
minths recovered from Brazilian birds, some trematodes under Cy
clocoelidae Kossack, 1911 are studied. Cyclocoelum (C yclocoelum )
muta bile (Zeder, 1800) Stossich, 1902, Cyclocoelum ( Cyclocoelum)
phasidi Stunkard, 1929, Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli ( Rudol
phi, 1819) Dubois, 1965, Cyclocoelum ( Haematotrephus) brasilianum
Stossich, 1902, Oph thalmophagus magalhaesi Travassos, 1921, .DLphlocoelum cucumerinum (Rudolphi, 1809) Stossich, 1902 and Nei
vaia cymbium (Diesing, 1850) Dubois, 1959.
Cyclocoelum(Cyclocoelum)mutabile, Cyclocoelum(C vclocoe -
lum)phasidi and Cyclocoelum(Haematotrephus)vanelli are referred
in Brazil for the first time, and consist new host records. Nei
vaia cymbium is also referre�_ in four new hosts. �
Original camera lucrda drawings of the studied species
as well as a tab le with their geographical distribution are pr�
sented. The systematical classification of the studied family is
also brought up to date.
i
1
(
r
[
r
47
REF E RÊ NCIAS B I BL I O GRA F I CAS
1) BASHK IRO VA, E.A ., 1 9 5 0, F am1 lia Cy c locoelidae Kos s a c k, 1 9 1 1 :
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