Annateresa Fabris - Ser Futurista

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Annateresa Fabris – Ser Futurista Ser Futurista para a Vanguarda Brasileira era renovar a estética, propor uma constante pesquisa estética, ele, os futurista também questionam e criticavam o passadismo e mais propõe a modernização da cidade de São Paulo, a cidade eleita pelos modernistas, Oswald de Andrade, afirma a equação São Paulo é igual Futurismo. Um Futurismo que é resenhado pelos escritores Sérgio Buarque de Holanda, Guilherme de Almeida como “exaltação da originalidade” e sendo como seu núcleo a “expressão da vida moderna”, “táxis, telefone, fox- trots, jazz-band.”. Porém como podemos notar no texto de Annatereza Fabris e pelos artigos escritos da época que essa renovação e modernidade proposta pelos vanguardistas ainda possuía um tom conservador e marca uma presença forte em todo o grupo, notamos nos artigos que há uma luta entre a modernidade verso conservadorismo, chegando a ser ambíguo até mesmo no discurso dos próprios. O escritor Mário de Andrade propõe e prega por uma arte moderna, porém que essa modernidade seja moderada, onde se mantenha a forma e linha, nada de formas exageradas, podemos notar isso também no escrito de Flexa Ribeiro para o Correio Paulistano onde defende “as reverências criadoras, os surtos impetuosos e fecundos”, pois acredita que “criar é aniquilar”. Mas seu credo “moderno” tem limites precisos, marcados pela supremacia da forma humana e pelo respeito às “linhas eternas das expressões da vida.” Ou seja querem a preservação da forma, base da

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Foi um ensaio escrito no período de graduação em Crítica e Curadoria pela PUC-SP. Nele se disserta sobre as questões Futuristas que envolve o Modernismo Paulista.

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Annateresa Fabris – Ser Futurista

Ser Futurista para a Vanguarda Brasileira era renovar a estética, propor uma constante pesquisa estética, ele, os futurista também questionam e criticavam o passadismo e mais propõe a modernização da cidade de São Paulo, a cidade eleita pelos modernistas, Oswald de Andrade, afirma a equação São Paulo é igual Futurismo.

Um Futurismo que é resenhado pelos escritores Sérgio Buarque de Holanda, Guilherme de Almeida como “exaltação da originalidade” e sendo como seu núcleo a “expressão da vida moderna”, “táxis, telefone, fox-trots, jazz-band.”.

Porém como podemos notar no texto de Annatereza Fabris e pelos artigos escritos da época que essa renovação e modernidade proposta pelos vanguardistas ainda possuía um tom conservador e marca uma presença forte em todo o grupo, notamos nos artigos que há uma luta entre a modernidade verso conservadorismo, chegando a ser ambíguo até mesmo no discurso dos próprios.

O escritor Mário de Andrade propõe e prega por uma arte moderna, porém que essa modernidade seja moderada, onde se mantenha a forma e linha, nada de formas exageradas, podemos notar isso também no escrito de Flexa Ribeiro para o Correio Paulistano onde defende “as reverências criadoras, os surtos impetuosos e fecundos”, pois acredita que “criar é aniquilar”. Mas seu credo “moderno” tem limites precisos, marcados pela supremacia da forma humana e pelo respeito às “linhas eternas das expressões da vida.” Ou seja querem a preservação da forma, base da tradição acadêmica e mesmo que não esteja escrito temos a negação de toda a linguagem que fuja deste característica e eles, os vanguardistas nacionais, considerando os movimentos Cubismo e o Dada os anarquistas das formas.

Os Modernistas brasileiros se opõem a essa “Arte Nova”, porém querem a renovação da arte chegando Menotti Del Picchia a dizer que “os museus são túmulos” e a história é “epitáfio”, uma nítida ligação com o texto de Adorno e aos manifesto Futurista, mas em oposição temos excessivas criticas a arte modernas chamando-as de exageradas e “absurdas”, comparando a arte moderna com “delírios” e uma “arte doentia”. Podemos fazer uma paralelo desta critica com a crítica feita por Monteiro Lobato a exposição de Anita Malfatti em 1917, no texto

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“Paranoia ou Mistificação”, Lobato chama não só a arte de Anita Malfatti, mais a arte moderna de uma arte de manicômio, e a verdadeira arte é a da tradição, a acadêmica.

Até Oswald de Andrade, que na minha concepção é o mais anarquista todos, crítica “os exageros” da arte moderna “as aberrações, às asnice intrujadas de max Jacob, aos seguidores berrantes de Apollinaire e à péssima convicção escrita das histéricas marcas Arnauld e Saint Point.” Todos não passavam de conservadores acadêmicos que pretendia a modernização do país e da cidade de São Paulo e que propõe uma estética mais livre dos cânones, porém parecem que se assustam com as inovações das vanguardas europeias, comparando-as com “distúrbios mentais”.

Annatereza Fabris fala que esse passado tão criticado pelos Modernistas não era “negado” por um todo, pois o que os Modernistas combatem na verdade é o “conservadorismo”, mas é extremamente contraditório, pois vimos nos trechos desses artigos que Annatereza Fabris mostra exatamente o oposto, são artistas que propõe uma liberdade estética, mas essa liberdade há limites e que seja moderada, pois como mostrei anteriormente podemos notar que existe uma aversão aos movimentos como Dada e Cubismo, pelos Vanguardistas Nacionais, chamando-os de exageros e de uma linguagem niilista.

Os vanguardistas brasileiros não passam de aristocratas que elegem a cidade de São Paulo como a cidade Futurista do país, porém São Paulo não passavam de uma cidade de interior, constituída por uma população aristocrata rural que no século XX se viu atrasada em relação a outras, tanto culturas como industrialmente, atrasada até mesmo em relação a capital do país, e que em inicio do século XX se viu na necessidade de se modernizar e de se atualizar. E os artistas encontraram uma grande relação com os Futuristas, apesar de não gostarem dessa comparação, o movimento que surge na Itália, país que havia parado no tempo em relação a outros países europeus, principalmente com a França, passando Paris ser a nova capital da moda e da arte, os Paulista encontram uma grande relação entre os dois países, França pela sua modernidade e Itália por quer se modernizar, e além que os vanguardistas brasileiro se simpatizaram com algumas ideias proposta pelo futurismo italiano.

Diferente das vanguardas europeias os brasileiros não vão se opor a burguesia, mas sim se uni a ela sendo ela a financiadora do movimento.

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Esse financiamento talvez seja por que a aristocracia brasileira se sinta atrasada, em relação a outros países e também em relação à capital, e essa nova arte, talvez, possa trazer a modernidade, mas esta modernidade é bem diferente de ser um inovador ou progressista, nossa sociedade ainda era muito tradicional, por exemplo foi o impacto que a exposição da artista Anita Malfatti em 1917, causou e podemos notar que suas telas ainda era muito contida se comparada com outros artistas europeus. Notemos que também que em nenhum momento há uma dialogo entre a sociedade e a vanguardas, há uma cisão entre a vanguarda e a população, Mário de Andrade fala isso e ele tem consciência desse universo particular, quando traça o perfil isolacionista e aristocrático do grupo, Annatereza Fabris os chamam de “auto-isolados”, os modernista constituem um grupo de regras próprias, “uma espécie de sociedade dentro de sociedade. Seu gosto aristocrático – jogo ariscado, espirito aventureiro, gratuidade antipopular, dogmatismo prepotente.”. Está claro que o movimento da vanguarda paulista foi um movimento antipopular, aristocrático e que visava na verdade um modernidade, porém contida, econômica e social, mas não um social que abrange a todos, mas sim, uma pequena parcela, a letrada. Podemos notar isso na questão primitivismo verso modernidade quando a autora coloca que Gauguin o artista vanguardista, não só ele faz isso, mas toda as vanguardas,vai a busca do primitivismo “seu primitivismo não é exótico ou ingênuo: questiona a tradição ocidental da arte e propõe a necessidade de volta às origens para recomeçar a partir de novas bases, para reativar as fontes da imaginação e debilitada na cultura do momento.” E que os nosso vanguardistas parece como Annatereza coloca ter “vergonha” dessa nossa cultura “primitiva”, “...São Paulo é considerada a cidade futurista por excelência e se percebemos na polemica contra o “periismo” e nos vários artigos sobre a questão racial uma tentativa de camuflagem de uma Brasil não-moderno, uma sentimento de vergonha pela persistência de traços primitivos que nem mesmo as poética primitivistas europeia eram capazes de fazer superar.”, mas é exatamente esse “primitivismo” que a sociedade aristocrática brasileira sente vergonha que está a modernidade.

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes – FAFICLA

Arte: História, Crítica e Curadoria

Ser Futurista

Nome: Ana Paula L de Assis RA: 00094091

Professora: Sônia Régis Matéria: Atividade Programada