Ano 1. Edição nº 4 -...
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Ano 1. Edição nº 4R
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Olfato
Olfato
Julia Lemmertz Uma estrela de sucesso
Lívia Andrade A tradução da beleza
Granado Pharmacias marca de tradição e paixão nacional
José Luiz de Paula Jr Eterno visionário
Celina Morineau O talento que vem de berço
Julia de Biase e sua trajetória perfumada
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Julia Lemmertz
Revista
OlfatoOlfatoAno 1 - edição 5 - Edição de Aniversário ExpedienteSérgio ÓliverFundador e Diretor Cria�vo
Daniel Lima Criação e Editoração
André TertoSupervisor de Textos
FotógrafosPatrícia MagalhãesVinicius Panisset
ColunistasFabiano Js - Perfumista/Charme essênciaHelen Augusto - Especialista em PerfumesRoberto D'Ângelo - Especialista em Perfumes e Proprietário do Blog e Fanpage A arte Em Frascos de Perfumes
Colaboradores convidados desta edição:Ana Terezu Luciene Riccio�
A Revista Olfato não se responsabiliza pelos temas e textos escritos por seus colunistas e colaboradores, sendo eles de total responsabilidade de seus autores.
Ao Leitor:Estou muito feliz por poder comemorar com vocês o primeiro aniversário da Revista Olfato! É muito gratificante constatar que meu sonho agora é uma realidade, e que cada vez mais alcançamos o nosso objetivo de difundir esse universo que tanto amamos chamado perfumaria. Confesso que não foi fácil chegar até aqui, mas, como não sou de desistir no meio do caminho e amo o que eu faço, hoje estamos festejando esse momento mega especial! Que venham mais 2, 3, 4, 5, 10, 20, 50 anos! Estaremos firmes e fortes sempre antenados e trazendo as melhores matérias, artigos e entrevistas exclusivas! E - claro! - tudo sempre feito com muito carinho para vocês, nossos leitores! Agora, desfrutem dessa edição maravilhosa de aniversário e boa leitura!
Sérgio ÓliverFundador e Diretor Criativo
FotosPatrícia Magalhães
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Índice Ano 1 - edição 5
01 Celina Morineau
03 por Sérgio Oliver Daniel Lima
04
06
07 por Sérgio Oliver
09
11
13
Granado Pharmacias por Roberto D'Angelo
José Luiz de Paula Jr por Lucienne Ricciotti
Julia Lemmertz
André Terto
Márcia Morais
Conhecimento
15
17
Lívia Andrade CAPA
18
19
21
22
Artigo
Eduardo Santos
Davi Magalhães
Julia Biase
CAPA
25 Fãs Revista Olfato
26 Eventos Comemorativos
Conte sua História
por Sérgio Oliver
por Sérgio Oliver
por Ana TerazuA história da Perfumaria no
encantado mundo cigano
por Fabiano JS Conhecimento O Lado Químico
dos Perfumes
Conte sua História
Conte sua História
por Luciene Riccioti
por Luciene Riccioti Trajetória
COMUNIQUE-SE MELHOR ATRAVÉS DOS PERFUMES
por Sérgio Oliver
Capa: Julia Lemmertz Fotos: Jorge Bispo
Criação: Daniel Lima
RO: Qual a sua formação profissional?DL: Sou graduado em Design Gráfico pela UniCarioca, cursei Arquitetura até o 4º período, e, hoje, curso Educação Física na Celso Lisboa.
RO: Conte-nos um pouco sobre o Muaythai. O que faz esse esporte ser tão diferente dos outros?DL: O Muaythai é a arte das 8 Armas: Punhos, Cotovelos, Joelhos e Pés. A palavra provém da junção de MU (มวย) que significa “luta”, AY (ไท), “livre” e Thai (ไทย), “Tailândia”.O Muaythai não é somente um esporte, existe claro a parte desportiva, mas, na verdade, é uma arte marcial antiquíssima, com mais de 1000 anos de existência, aprovada em várias batalhas na região Asiática.Além do esporte propriamente dito, existe toda uma filosofia, religiosidade e disciplina ligadas ao Muaythai.
RO: Você também trabalha como designer gráfico. Qual deles lhe dá maior prazer: criar ou ensinar?DL: Pergunta difícil (risos). Ambas me fazem feliz e me dão prazer. Cada uma em seu tempo. Durante o trabalho no estúdio de design é um tempo intimista, às vezes, solitário. No Kay Muay (local de treino) é onde eu coloco tudo o que eu aprendi, e ainda aprendo, à prova: ensinar é um exercício diário, que me dá muito prazer e satisfação, a Golden Tigers Muaythai é a minhaFamília emprestada (risos), tenho alunos de 5 a 76 anos, e duas Grávidas no momento, vou ser Vovô!!! ( risos)ou seja loucura total para administrar tantas personalidades diferentes.
por Sérgio Oliver
entrevista entrevista
Daniel Lima A Revista Olfato, para dar continuação às comemorações de seu primeiro aniversário, faz, a partir desta edição, uma série de entrevistas apresentando aos l e i to res nossa equ ipe . E para iniciar, abaixo, um bate-papo com Daniel Lima, o nosso Designer Gráfico.
RO: O Muaythai pode ser considerado uma filosofia de vida? Se sim, por quê?DL: Sem dúvida que sim! Por tudo que envolve o Muaythai, os treinos, o aprendizado, a estreita ligação do esporte com o Budismo, o torna não somente um esporte, mas uma filosofia de vida!!!
Daniel Lima
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RO: Você acha que o esporte traz para você a
tranquilidade mental que o ajuda a criar seus
projetos como designer?
DL: Bastante! Depois de um treino, eu consigo descansar
melhor à noite, e consequentemente, produzir melhor no dia
posterior. A mente fica clara, e as ideias surgem...
RO: Você se considera um homem vaidoso?
DL: Um pouco sim, nada exagerado...
RO: Qual o perfume que você usa? Pode nos contar?
DL: Uso atualmente o Armani Diamonds.
RO: Na hora da conquista, você acha que estar perfumado
é um ponto a mais com as mulheres?
DL: Eu acho que sim - mulher nenhuma gosta de mal cheiro, né?
Ainda mais depois de um treino de 2 horas (risos).
RO: E como é participar do projeto Revista Olfato?
DL: Quando o Sérgio me procurou e me apresentou a ideia,
eu simplesmente abracei o projeto...
Uma ideia pioneira da qual eu faço parte - simplesmente maravilhoso !!!
Vou buscar sempre o melhor desempenho para que os leitores da
Revista Olfato tenham um material de boa qualidade em mãos,
clean, de bom gosto, lúdico e informativo !!!
RO: Quais são seus planos, projetos e expectativas para o ano de 2017?
Pode nos adiantar alguma coisa?
DL: Expandir a Equipe Golden Tigers Muaythai, treinar muito
para voltar as competições, buscar novos clientes para o
estúdio de design, e fazer a Revista Olfato crescer
cada vez mais !!!
Graduação dos alunos da Golden Tigers Muaythai com o Pres. da MTBSA, Col. Dr. Prasalsit Srisak.
Recebendo o Mongkol e Prejead Prata (14º Khan) do Pres. da MTBSA, Col. Dr. Prasalsit Srisak.
goldentigersmuaythai goldentigersmuaythai
história história
por Roberto D'Angelo
Granado Pharmacias marca de tradição e paixão nacional
Fundada em 1836, a tradicional bo�ca de Barros Franco era dirigida por José Antônio Coxito Granado, português radicado no Brasil.A bo�ca era uma loja simples, com apenas duas portas, porém muito famosa e conhecida na época. Em 1869, José Antonio fez uma oferta de compra para o proprietário, e a negociação foi realizada em janeiro de 1870 pela quan�a de 7 contos de réis: era o início da Casa Granado. O estabelecimento ficava localizado na Rua Direita, no Centro da cidade do Rio de Janeiro, uma das ruas mais movimentadas da época. Como não era farmacêu�co, José Antonio financiou os estudos do seu irmão, João Antônio, que se formou químico, ficando, posteriormente, responsável pela farmácia. Logo no início, a pequena farmácia manipulava produtos com extratos de plantas, ervas e flores brasileiras, cul�vadas no sí�o do Sr José Antônio, em Teresópolis. Além desses medicamentos, ele ainda importava produtos da Europa e adaptava suas fórmulas para os padrões e as necessidades dos brasileiros.Devido à qualidade dos produtos, não demorou muito para a farmácia tornar-se fornecedora oficial da Família Imperial Brasileira, e laços de amizade formaram-se entre o Sr. José Antonio e o Imperador Dom Pedro II. Em 1880, a farmácia ostentava o �tulo de ”Imperial Drogaria e Pharmacia Granado & Cia” e, na época, passou a usar o brasão do Império em seus frascos.Em 1903, foi criado o famoso polvilho an�ssép�co, produto mais an�go e icônico da marca, cuja fórmula que permanece pra�camente inalterada até os dias de hoje, foi aprovada por Oswaldo Cruz, que era “chefe” da Inspetoria Geral de Saúde. Em 1912, a farmácia mudou-se para um prédio na Rua do Senado, onde, hoje, ainda funciona uma das suas fábricas. Em 1917, foi inaugurada a primeira filial da Granado no bairro da Tijuca; e, na mesma época, foram lançados os sabonetes de glicerina e enxofre.Em 1922, por ocasião da grandiosa Exposição Internacional do Centenário da Independência, que �nha o obje�vo de “ser a expressão da vida econômica e social do Brasil”, os visitantes podiam conhecer as novidades nas diversas áreas de: ciências, cultura, arquitetura, indústria, química entre outras a�vidades. Mais de seis mil expositores brasileiros e estrangeiros que par�ciparam da exposição disputaram vários prêmios e medalhas, dentre elas a cobiçada medalha de ouro. A “Granado & Cia, Droguistas Pharmaceu�cos e Fabricantes”, como eles se in�tulavam na época, foi ganhadora de duas medalhas de ouro, além de cinco outras de prata e bronze.
Nas primeiras décadas do século XX, a Casa Granado editava publicações especializadas, como o almanaque O PHAROL DA MEDICINA, publicada desde 1887 com uma �ragem inicial de 100 mil exemplares, e que, entre 1913 a 1923, a�ngiu a cifra de 200 mil exemplares. Essa publicação �nha como finalidade informar os leitores sobre os produtos fabricados pela Granado. Outra publicação mais específica, a REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA E FARMÁCIA, começou a circular em 1925 e chegou a alcançar a �ragem de 20 mil exemplares, e chegou a ser conhecida em todo o Brasil e no exterior. Conceituados médicos u�lizavam a publicação para trocar experiências, disseminar ideias, novas técnicas de tratamentos e prescrição de medicamentos. Essas publicações eram impressas em uma gráfica localizada na Rua do Lavradioque também produzia livretos, receituários e as embalagens dos produtos da casa Granado.
Fotos: Divulgação 4
� E� m 1924, sem qualquer apoio ou es�mulo governamental, o Sr. José Granado fez um vasto levantamento das plantas medicinais existentes no Brasil e produziu um catálogo, escrito em francês, que se tornou fonte de consulta em todo o mundo. Em 1925, como plano para expansão, o Sr. José Antonio inaugurou filiais em Porto Alegre, na Rua Sete de Setembro, e, em Belo Horizonte, na Rua Goiás. No mesmo ano, a Casa Granado anunciava para os seus clientes a aquisição do prédio na Rua do Lavradio, número 30, no Rio de Janeiro, onde ficavam os laboratórios “chimico-pharmaceu�co”. As instalações foram totalmente remodeladas e ampliadas para receber os novos “machinismos” importados para atender “com maior presteza às ordens dos nossos es�mados freguezes” Segundo descrevia um comunicado da trigésima oitava edição do Pharol da Medicina de 1º de Janeiro de 1925, “Mais uma etapa gualharmente vencida, e para nós, mais um mo�vo de jus�ficado orgulho, pois cons�tue mais uma prova concreta e inconfundível do benevolente e carinhoso acolhimento com que con�nuamos sendo dis�nguidos, é mais uma garan�a que oferecemos da nossa perseverança em manter bem elevado o renome e o alto lugar de destaque a que ascenderam os nossos productos, mercê da reconhecida preferência com que, de há muito, vem sendo acolhida pela illustrada Classe Médica e pelo esclarecido público”. Com o patrocínio da Casa Granado, foi elaborada a primeira farmacopédia brasileira, inteiramente produzida pelo pesquisador Rodolpho Albino da Silva, então diretor técnico do laboratório. Em 1926, no governo de Arthur Bernardes, o trabalho de Rodolpho tornou-se referência e passou a ser considerado como a farmacopéia oficial do Brasil.A casa Granado �nha uma linha de produtos com o nome de Perfumaria Helios, designada como perfumaria fina e produtos higiênicos. O desataque ficava por conta da linha Suze�e que oferecia produtos para o cuidado da pele e dos cabelos, e assim dizia o anúncio de 1926: “Pela suavidade do seu perfume, cuidadosa preparação e o emprego exclusivo de matérias puríssimas e de melhores procedências, os productos da Perfumaria Helios de Granado ocupam um logar de destaque entre as innumeras marcas que se encontram no mercado”.Em 1930, foi inaugurada outra filial da farmácia, na Rua Conde de Bonfim, no bairro da Tijuca. No início dos anos 40, o laboratório Chimico-Pharmaceu�co Granado foi considerado um dos mais respeitados estabelecimentos do gênero do Brasil e um dos maiores da América do Sul. Com a morte de Sr. José Antonio, em 1935, e, posteriormente, com a morte de João Antonio, em 1943, a Casa Granado começou a enfrentar dificuldades que se agravaram com o período do pós-guerra, e com a chegada das primeiras mul�nacionais químicas no Brasil.Os produtos de maior sucesso nas décadas seguintes foram os sabonetes de glicerina e o polvilho an�-sép�co, que a�ngiu a marca de 1 milhão de frascos vendidos em 1958. Em 2004, mais um capítulo da história da Casa Granado foi escrito com a compra da tradicional perfumaria Phebo, marca que tem uma trajetória semelhante à sua. Em 1930, os portugueses Antonio e Mario San�ago, que eram primos, escolheram a cidade de Belém, no coração da Amazônia, para estabelecer a sua empresa. Eles desejavam criar uma marca de perfumes de al�ssima qualidade, com fragrâncias marcantes e originais. O nome Phebo (Deus grego do Sol) simbolizava o nascimento de uma nova era na perfumaria brasileira. No ano seguinte, a empresa desenvolveu o sabonete de glicerina de cor escura em formato oval com perfume de rosas, sendo o primeiro sabonete brasileiro a seguir os padrões internacionais de perfumação. Sua fragrância combinava essência de pau-rosa e mais de uma centena de outros ingredientes, como sândalo, cravo da Índia e canela de Madagascar, dentre outras. É o produto icônico da marca vendido até hoje. Em 1946, em um passeio pelos Alpes Suíços, Mario San�ago ficou encantado com a beleza local e ficou atraído pelo perfume das flores de Alfazema. Retornando ao Brasil, ele lançou a famosa Colônia Seiva de Alfazema.
Granado e Phebo unidas tornaram-se uma única empresa de perfumaria conceitual no Brasil,mantendo a tradição e qualidade passadas de geração em geração. Modernizaram seus produtos, abriram lojas e souberam usar a sua história para criar novos produtos e conquistar as novas gerações.
Fotos: Divulgação 5
por Lucienne Ricciotti
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José Luiz de Paula JrUm eterno visionário.
Certo dia, um jovem brasileiro, estudante de artes plásticas na capital francesa, seguia caminhando pelas ruas de Paris, quando foi surpreendido por uma grande tempestade e correu para se abrigar em uma loja, a primeira que encontrou à sua frente, claro. . Mas a tempestade parisiense não levou esse rapaz brasileiro, bolsista em Paris, a qualquer loja, mas à Galeries Lafayette, um espetáculo arquitetônico adornado por vitrais e recheado d e p e r f u m e s e p r o d u t o s d e g r a n d e s m a r c a s . . Ao deparar-se com um mundo de formas, cores, brilhos e cheiros, esse jovem, nascido no interior de São Paulo, d e s c o b r i u u m a g r a n d e p a i x ã o : a p e r f u m a r i a . . Já no dia seguinte, procurou onde poderia aprender a arte do design de perfumes, sem nunca imaginar como uma tempestade poderia mudar todo o rumo de sua vida: assim nasceu José Luiz de Paula Jr., designer, que no anos e g u i n t e , v o l t a r i a a S ã o P a u l o t r a n s f o r m a d o p e l a p a i x ã o p o r p e r f u m e s . Em uma indústria de perfumaria, ainda embrionária no país, José Luiz começou a trabalhar criando frascos para as poucas oportunidades existentes, como para o perfume RASTRO, sempre recebendo apoio de figuras lendárias desse mercado. . Desde então, apaixonado, sem nunca abandonar sua personalidade de artista, José Luiz criou ícones no segmento de perfumaria e cosméticos, como a embalagem do Cenoura & Bronze, produto que atingiu liderança no mercado. . Inquieto por natureza, José Luiz ainda empreendeu, criando a Revista e o Prêmio Atualidade Cosmética, hoje em sua 24ª edição, e tornando-se CEO do Grupo Tauris, composto por empresas de p res tação de se rv i ços espec ia l i zados em cosmét i cos , pe r fumes e bem-es ta r. Outra paixão que, também surgiu logo em seu retorno ao Brasil, foi pela educação. Por sua vivência no design, tornou-se um jovem professor na ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing. A paixão pela educação, também se perpetuou. Pois ainda hoje, é professor convidado da FEA - USP e FUNDACE Ribeirão Preto e, ainda, mostrando acreditar na importância da educação, idealizou a criação do Centro de Difusão do Conhecimento do Perfume, o atual, Instituto do Perfume. Como essa breve história, iniciada com uma tempestade no final dos anos 70, em Paris, José Luiz de Paula Jr. construiu muitas outras histórias, deixando sua marca e participando, ativamente, da evolução do setor de perfumes e cosméticos do Brasil, com a criação de produtos e serviços diferenciados, sempre com sua personalidade inquieta e criativa.
Fotos: Divulgação 6
O Brasil é recheado de mulheres lindas, inteligentes e talentosas em tudo o que se propõem a fazer, e a nossa convidada desta edição especial de aniversário se encaixa perfeitamente nessa esta�s�ca, além de ser, também, uma mulher forte, determinada e de personalidade marcante. Estamos falando da atriz Julia Lemmertz, que nos conta um pouco sobre sua vida e trajetória profissional.
RO: Você começou a trabalhar ainda muito criança. Teve alguma influência o fato de seus pais já atuarem no ramo ar�s�co, ou acha que isso nasceu com você?JL: Na verdade, comecei a trabalhar aos 18 anos - não era tão criança assim... Fiz umas par�cipações em filmes da minha mãe quando criança, mas eram mais informais, não contam como início de carreira.O fato de nascer em uma casa de atores fez com que eu �vesse a real dimensão dessa profissão; sem glamourizar, tentei até seguir outro rumo, prestar ves�bular para veterinária, fonoaudiologia, ou oceanografia - por aí, dá para ver como eu sabia o que queria fazer! - mas a vocação falou mais alto e, quando eu vi, já estava fazendo teatro e TV, quase que ao mesmo tempo.
RO: Sua mãe, Lilia Lemmertz, foi e ainda é uma das atrizes mais queridas e talentosas do meio ar�s�co. Tanto que, até hoje, é lembrada com carinho por quem acompanhou sua carreira. Quais são as lembranças que você tem dessa época? O que você acha que herdou dela profissionalmente?JL: Eu fico muito feliz por ela ser tão querida e lembrada. Seus trabalhos são referência e o fato de eu ser atriz faz com que o tempo todo as pessoas venham falar dela para mim; eu sei que também ajudo nessa conexão, e é lindo. E já temos uma terceira geração de atrizes na família: minha filha, Luiza Lemmertz, é uma bela atriz que honraos avós e a mãe dela. E assim segue a vida.Tenho muitas lembranças dela, dos ensaios de teatro e dos sets de cinema, da seriedade e dedicação dela com a profissão, com certeza isso ficou em mim. Assim como o olhar asser�vo e profundo do meu pai, Linneu Dias, um grande ator também, um intelectual do teatro, e que, por ter vivido mais do que ela, acompanhou o meu desenvolvimento de atriz, e iluminou o meu caminho.
por Sérgio Oliver
entrevista entrevista
Julia Lemmertz Uma estrela de sucesso
Capa
7Fotos: Jorge Bispo
RO: Ter pais famosos ajuda ou, em algum momento, atrapalha?JL: Só ajuda, e você fica mais exigente consigo mesmo.
RO: Na novela "Em família", você fechou um ciclo das personagens "Helena" do autor Manoel Carlos. Como foi essa experiência?JL: Foi muito intensa, meu desejo era fazer uma homenagem para minha mãe, para todas as Helenas também.Minha mãe foi muito feliz com aquela trabalho, seu encontro com o Maneco foi muito bonito e especial para os dois, daí surgiu o início da personagem. Mas não foi fácil.
RO: Você é uma atriz de teatro, cinema e televisão. Tem preferência por algum desses segmentos?JL: Meu lugar de experimentação e formação é o teatro. É lá que me coloco no perigo, no desconhecido, me lanço em aventuras, e me aqueço para todos ostrabalhos. Mas adoro o processo do cinema, a economia e delicadeza, a relação com a câmera, o set de filmagem, a equipe. E a TV é o exercício doimediato, do raciocínio rápido, do aprofundar e saber ser leve, agilidade para decorar e resolver muitas cenas em um só dia. É di�cil fazer bem televisão para ficar bom, tem que se dedicar, se preparar bem antes de gravar, chegar meio pronto.
RO: Você prefere interpretar a vilã ou a mocinha? E, de acordo com a resposta, poderia nos jus�ficar o porquê da escolha?JL: É indiferente: personagens bons são aqueles que não são uma coisa só, ninguém é só mau ou só bom o tempo todo, me divirto com os dois.
RO: Tem alguma personagem que você gostaria de viver seja na TV, cinema ou teatro?JL: Eu sempre penso em fazer um musical, nada convencional, com música ao vivo e dança. E procurar novas parcerias - tem muitos bons autores jovens de teatro - ficar atenta a isso, ao que essa nova geração tem a dizer: muita coisa boa vem daí, quero ir junto.
RO: Você se considera uma mulher vaidosa? E qual a sua receita de beleza?JL: Sou normal, não dou muita corda para vaidade, não à �sica, pelo menos. Quero é estar bem de saúde, de disposição, de espírito, de coisas boas que atraem coisas boas. Isso reflete no todo e a�nge beneficamente quem está o seu redor. A beleza começa dentro.
RO: Você usa perfumes? Poderia nos dizer qual?JL: Uso uma água de colônia levinha e fresca da L'Occitane, Bergamote Basilic. Não curto perfume doce, nem muito presente, que grude na outra pessoa quando você a cumprimenta: acho falta de educação você impor o seu perfume aos outros...
RO: Conte-nos um pouco sobre o que tem feito no momento e quais são os seus projetos? O que podemos esperar para o próximo ano?JL: Acabei a temporada da Comédia La�no Americana, do Felipe Hirsch, em São Paulo. Agora par�mos para os fes�vais fora do país - Alemanha e Portugal são os nossos próximos des�nos no início do ano.Acabei de lançar o filme O Pequeno Segredo de David Schurmann, que poderá ser o representante brasileiro no Oscar ano que vem, e começo a gravar uma novela na Globo em março, Mundo Novo, mas como só entro a par�r do capítulo 40, ainda estou esperando para ver como será a personagem.
8Fotos: Jorge Bispo
RO: Qual é a sua formação acadêmica?
AT: Sou formado em Letras, com habilitação em Línguas Portuguesa e Inglesa, e respectivas literaturas,
pela Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
RO: Como você vê a Educação no Brasil hoje?
AT: A educação no Brasil enfrenta grandes dificuldades como a contínua desvalorização do professor e a
falta de investimentos nas unidades de ensino.
A aprovação automática adotada em vários estados só serviu para aumentar o descaso com o
profissional de educação e devolver às ruas brasileiros incapazes de pensar por conta própria.
Ainda hoje, nossos jovens ingressam nas escolas com o pensamento de que não terão dificuldade
para concluir seus estudos, o que vem favorecendo um clima de acomodação muito grande por parte
da população e desestimulando-os para o futuro.
É preciso mudar a forma de se tratar a Educação. Em vez de os governantes proporem leis para frear
investimentos na educação, deveriam aumentar os recursos financeiros nessa área, pois investir na
educação do povo, mesmo que a longo prazo, é ter a certeza no resultado positivo, como foi o caso da
China, que hoje é a segunda maior potência mundial.
por Sérgio Oliver
entrevista entrevista
André TertoA Revista Olfato, dando continuação às c o m e m o r a ç õ e s d e s e u p r i m e i r o aniversário, faz, a partir desta edição, uma série de entrevistas apresentando a o s l e i t o r e s n o s s a e q u i p e . Um dos nossos talentos é o nosso Supervisor de Textos André Terto.
Fotos: Vinicius Panisset
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RO: Quais são as outras áreas profissionais que te atraem? E por quê?AT: Eu me sinto atraído pelo voluntariado e pelas questões sociais. Por ter vasta experiência na Educação de Jovens e Adultos, levo esses conhecimentos para a comunidade da Ponte Preta, em Magé, onde sou voluntário no Centro de Apoio à Infância e Juventude Casa das Rosas, e, desde o segundo semestre deste ano, venho me dedicando a atividades junto a outras instituições de atendimento à crianças e dependentes químicos. Além disso, sou Coordenador da Comissão de Matrizes Africanas de Magé, sociedade civil organizada no município para dialogar diretamente com órgãos de Promoção da Igualdade Racial visando à redução da desigualdade racial e da discriminação em todas as suas formas. RO: Você conhece alguns países. Em que aspectos o Brasil pode se dizer melhor?AT: Além de suas belezas naturais, o Brasil é um país onde o povo acolhe todos sem distinção de cor, de sexo, de credo, de etnia. Como canta Jorge Ben Jor, de fato estamos em um país “abençoado por Deus“. RO: Você se considera um homem vaidoso?AT: Sou vaidoso na medida certa. Não sou de fazer dietas ou frequentar academia. Estou satisfeito com o meu corpo e cuido da minha saúde sem neuras. A minha vaidade vem de querer estar arrumado e perfumado. RO: Você usa perfumes? Pode nos contar qual?AT: Sim, amo perfumes. Uso um para cada momento. Ultimamente, tenho usado o Clinique Happy For Men, da Clinique, e o Invictus, de Paco Rabanne, para o dia-a-dia. Já para a noite e momentos especiais, o Noir, de Tom Ford, Encre Noir Pour Homme, de Lalique, e Prada Amber Pour Homme, de Prada, tem sido os meus preferidos. RO: E como é participar do projeto Revista Olfato?AT: Falar do projeto Revista Olfato me deixa emocionado, pois sei a importância dele na vida de meu grande amigo Sérgio Óliver, o fundador da revista. Quando fui convidado para ser o Supervisor de Textos, eu não tinha a dimensão de quão grande e importante é esse universo. Tem sido uma experiência única conviver com perfumistas e cheiros, ainda mais quando se ama perfumes e não se vive sem eles, como é o meu caso.Participar de um projeto pioneiro no Brasil me deixa honrado e com muito orgulho dessa iniciativa de meu amigo, que, mesmo com todas as suas dificuldades e limitações por conta de sua baixa visão, sempre foi em busca de realizar seus sonhos e ideais, dando um grande exemplo de que a deficiência nas pessoas não é física, mas na força de vontade, em sua maioria. RO: Quais são os seus planos, projetos e perspectivas para o ano de 2017? Poderia nos adiantar alguma coisa?AT: Tenho pensado em muitas coisas para 2017. Mas não sou do tipo de criar expectativas com nada. O que posso adiantar para vocês é que, nos primeiros meses do ano, devo lançar um canal no Youtube com temas sobre Educação apresentados de uma maneira leve e divertida.E claro, continuar como o Supervisor de Textos da Revista Olfato que, se tudo sair como imaginamos, além de seu formato online, também terá sua versão impressa.
Fotos: Vinicius Panisset 10
Até onde eu me lembre, meu gosto pela aromaterapia e perfumaria natural, deve ter nascido na infância. Ainda criança, sempre gostei de tudo que me remetesse à natureza e também sempre gostei de flor. Pensava em ser bióloga, depois farmacêu�ca, mas no fim, fui fazer zootecnia, curso que gostei muito e finalizei, mas não exerci a profissão. Ainda na faculdade �ve uma coleção de ervas, aromá�cas e medicinais, que cuidava e usava sempre que precisava de um chá ou tempero para algum prato especial. Daí nasceu meu gosto pelas aromá�cas! Ao sair da faculdade e me casar, em 1995, fiz meu primeiro curso de ervas aromá�cas e medicinais, no SENAR RJ - Serviço Nacional de Aprendizado Rural. Nessa época, morávamos em Visconde de Mauá, cidade turís�ca localizada no estado do Rio de Janeiro; afinal minha ideia era plantá-las e u�lizá-las em produtos para o bem-estar. Em 1998, mudamos para uma cidadezinha no interior de São Paulo, localizada na Serra da Man�queira, chamada São Bento do Sapucaí. Então iniciei um pequeno plan�o de ervas em uma chácara em que morávamos. Fiz um curso rápido, em São Paulo, com uma engenheira química, onde aprendi a manipular cremes, shampoos, sabonetes, etc. Fiz um estágio de um mês na farmácia de uma prima do meu marido, onde peguei mais confiança em manipular os produtos. Voltei para São Bento e iniciei uma pequena produção de produtos de banho a que dei o nome de Baú das Ervas. Ainda não conhecia os óleos essenciais; trabalhava com as essências sinté�cas e extratos das plantas que eu mesma preparava. Não me sen�a realizada fazendo os produtos com essências sinté�cas, até que em 1999, visitando uma feira de produtos e terapias alterna�vas, em São Paulo, chamada Pronatura Terapêu�ca, conheci o stand da ABRAROMA (Associação Brasileira de Aromaterapia e Aromatologia), que me chamou muita atenção. Dei sorte, pois no mês seguinte, começaria um curso de Aromaterapia, no qual me matriculei ali mesmo.Iniciei, então, o curso de formação em Aromaterapia, que teve duração de quatro anos, com encontros mensais. Ali tudo começou. Quando voltei para São Bento, meus produtos já não eram mais feitos com essências sinté�cas e sim, óleos essenciais, que viraram minha paixão. A par�r daí comecei a criar vários produtos (sabonetes, sais de banho, banho de espuma, etc) todos com sinergias criadas por mim. Em 2000, compramos nosso sí�o e então montei meu atelier, O Baú das Ervas Atelier de Aromaterapia, que seguiu essa linha de criações com aromas naturais até 2009, quando fizemos uma sociedade - que acabou não dando certo. Assim, após o rompimento, em 2011, mudei o nome para Campo de Ervas, Aromas da Man�queira, retomei minha linha de trabalho, e sigo até hoje produzindo meus produtos de forma artesanal e com óleos essenciais. Durante o período de 2009 a 2011, por conta da sociedade, fiz viagens a trabalho para Milão, Paris, Grasse, Nice e Cannes, que me possibilitou conhecer o universo da perfumaria e o crescente mercado da perfumaria de nicho, que me despertou grande interesse. Nessa mesma época, ainda na sociedade, estávamos desenvolvendo fragrâncias parcialmente naturais para uma possível linha a ser lançada no mercado nacional e internacional, da qual par�cipei a�vamente em parceria com um amigo com longa experiência na criação de fragrâncias. Assim aprendi muito sobre desenvolvimento de fragrâncias. Então, com o fim da sociedade e com essa nova experiência, criei uma nova marca, O Perfumador, cuja intenção era criar uma linha home (difusores e sprays de ambiente) e sabonetes em barra, onde o tema seriam os sete pecados capitais, uma linha lúdica para brincar com as “tentações do mundo”. Seriam lançadas sete fragrâncias cujas notas principais seriam naturais e que levariam o nome de um pecado.
Conte Sua históriaConte Sua história
Por Márcia Moraes
Fotos: Marcos Silva 11
No entanto só foram lançados os três primeiros pecados, Vaidade (Citrus Rosmarinus), Luxúria (Cumaru com Baunilha) e
Gula (Café com Canela). As embalagens dos produtos eram personalizadas e os vidros reves�dos com tecidos e cores
que remetessem aos pecados. Mas o custo de produção e um despreparo no marke�ng fez com que o projeto não fluísse.
No futuro desejo que o presente seja sempre meu foco e hoje meu foco é criar perfumes e sinergias naturais!
Como eu já fazia há anos perfumes personalizados para amigos, retomei com meu trabalho nessa linha e dei início, em
2013, à marca Márcia Moraes, começando a fazer perfumes personalizados e totalmente naturais baseados em um
briefing pessoal. Através de uma entrevista que considera preferências olfa�vas, alguns aspectos astrológicos, es�lo de
vida e caracterís�cas de personalidade, o perfume é criado, totalmente exclusivo. O projeto leva cerca de 30 a 60 dias e
passa por vários ajustes durante esse período até chegar ao produto final. .
Em 2015, após uma parceria com uma amiga e profissional talentosa, a marca Márcia Moraes passou por intensas e
necessárias mudanças, passando a chamar-se Márcia Moraes Parfum.
Hoje, sigo com os dois trabalhos paralelos, o Campo de Ervas e a Márcia Moraes Parfum, dos quais o ponto forte é o uso
dos óleos essenciais, a cria�vidade e a intenção de levar bem-estar a quem usa. Meu processo de criação é quase que
totalmente intui�vo, respeitando alguns critérios técnicos, mas sempre considerando os insights e sonhos, muito comuns
durante o processo de criação. O nome do perfume, por exemplo, vem através de alguma intuição ou sonho que tenho
quando estou criando.
Minha história na perfumaria foi um processo natural, um caminho que foi sendo lapidado e ainda é, pois ainda tenho
muito a aprender, mas é uma história permeada por insights, cria�vidade, persistência, superação e determinação em
con�nuar, pois a profissão de perfumista ainda é muito nova no mercado brasileiro, ainda mais na perfumaria natural.
Resumo em um só sen�mento essa minha a�vidade: gra�dão, por todas as minhas escolhas, a começar pelo meu
companheiro de jornada, meu marido, Alexandre, que sempre está ao meu lado, incen�vando, es�mulando e admirando
meu trabalho. Por ter escolhido viver nas montanhas, na Serra da Man�queira, minha inspiração constante e por ser mãe,
que me possibilita criar e ao mesmo tempo estar perto do meu filho, que é o melhor presente que a vida me trouxe.
Não gosto de planejar, portanto para o futuro desejo que o presente seja sempre meu foco e hoje meu foco é criar
perfumes e sinergias naturais!
Fotos: Luane Farias12
O emprego da defumação começou com osprimeiros grupos pré-históricos, há mais de 3 milhões de anos. Provavelmente, a descoberta dos aromas foi ao acaso madeiras aromá�cas, artemísia, zimbro, quando lançadas ao fogo, soltam uma fumaça mágica, que era associadaà invocação dos deuses e deusas. Antes de tornar-se símbolo de sedução e iden�dade, os aromas eram o símbolo da conexão com o sagrado, surgindo daí a origem da palavra perfume - do la�m Per Fumum, que significa através do fumo.
A u�lização das plantas, raízes, sementes, ervas, flores, tanto em forma de defumação, quanto em forma banho, tempero, unguentos, patuás e, por fim, perfumes, é usada pelos ciganos desde os tempos remotos.
O es�lo de vida, sempre em movimento viajando, se movendo em carroças, armando tendas exige um profundo conhecimento do uso das ervas e plantas. Folhas de eucalipto e citronela servem para forrar o chão e afugentar os bichos. Troncos são usados como bancos, mesas. Também no ambiente se usa citronela, cânfora, andiroba, limão com cravo da índia para afugentar insetos.
Em todo esse processo de contato e conhecimento das ervas, as en�dades ciganas tem grande par�cipação. Esse é um dos grandes mistérios da Magia Cigana. O conhecimento que vem das matas, que é usado no dia a dia do povo, em suas Tsaras, é passado diretamente pelos espíritos protetores da floresta para curas específicas.
Através de todos esse conhecimento e do refinamento do uso das plantas, a perfumaria cigana foi se tornando cada vez mais presente. Perfumes para situações específicas, como proteção, prosperidade e amor, se tornaram fortes aliados do povo cigano.
A elaboração alquímica desses perfumes respeita a lua em vigência, os elementos que a natureza oferece no momento. Tudo é feito com profunda reverencia e amor, para que os recursos possam ser preservados. Também há um cuidado de devolver à terra tudo que dela é �rado: se um erva, ou flor é extraída, uma semente é devolvida, um cristal, algum �po de oferenda (nunca ligada a sacri�cios de animais), sempre em pura sintonia e gra�dão.
Por: Ana Terazu
ConhecimentoConhecimento
A história da Perfumaria no encantado mundo cigano
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Por isso, o povo cigano tem tanta ligação com a Terra. Sabe o quanto precisa dela, o quanto ela é rica e precisa ser preservada. Perfumar-se é um rito de cura, de auto-es�ma e a�vação dos sen�dos.E a perfumaria cigana tem como obje�vo extrair as melhores propriedades de cada folha, flor, madeira, erva.
Ao aplicar-se perfume sobre a pele, o calor do corpo evapora o álcool deixando as substâncias aromá�cas e terapêu�cas, que se dissipam gradualmente durante várias horas.
O perfume é um símbolo da nova era, da transformação.Seu aroma vai mudando e, se aplicado no lugar certo, como pescoço, pulsos, atrás da orelha, cotovelo e joelhos, seu efeito é potencializado.
O uso dos aromas é uma ferramenta muito poderosa das tradições ciganas. Uma das lembranças mais fortes que a mente guarda é o cheiro. Através dos aromas, podemos viajar no tempo e espaço, resgatando memórias de pessoas, da infância, de momentos, podemos realizar curas, dar um salto quân�co.
Quando estamos muito tensos e nervosos, um aroma de lavanda é capaz de nos relaxar e fazer sonhar.
Quando estamos apá�cos, a tangerina pode nos alegrar. Aromas de limão, ve�ver e eucalipto melhoram a concentração.
Esses acordes, que vamos criando através das bases da perfumaria, quando bem combinados, realizam a conexão com energias das altas esferas. Enquanto vamos nos curando através da perfumaria cigana, também vamos curando o mundo.Por isso, faça do uso do perfume, um momento ritualís�co de conexão.
Com amor,
Ana Terazu
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RO: Conte-nos um pouco sobre sua infância e adolescência. Sempre esteve em seus planos ser modelo e atriz?
LA: Minha infância foi maravilhosa; brinquei e aprontei muito na rua. Vivia na casa da minha avó que mais parecia um
sítio em meio a flores, plantas, animais e motos... nunca pensei em ser artista, mas acredito que tive as ferramentas
necessárias na infância para ter criatividade na futura carreira artística.
RO: Como começou sua carreira na televisão?
LA: Minha carreira começou no programa Fantasia no SBT. Fui chamada para uma
seleção e passei no teste aos 13 anos de idade.
RO: A novela Carrossel foi um fenômeno de audiência e sua personagem,
um sucesso. Como foi essa experiência?
LA: Em Carrossel, no começo, fiquei com receio de fazer a vilã, sempre gostei de
criança e não queria ser odiada por elas... no final, deu mais do que certo!
Acho que as vilãs estavam na moda e a criançada amou! O que me rendeu
músicas gravadas nos CDS da novela e muitos shows infantis pelo Brasil todo,
sempre recebida com muito carinho por onde eu passava. Fora que conviver
com aquela criançada por mais de um ano foi muito bom; eu adoro uma bagunça
e a gente se divertia muito nos bastidores da TV e nas viagens.
Era piscina à noite, sorvetes, brincadeiras e muita risada.
RO: Como surgiu o convite para participar do quadro Jogo dos
Pontinhos e como é trabalhar ao lado de Sílvio Santos?
LA: Eu já trabalhava no SBT, no programa A Praça é Nossa.
Fui chamada para participar de um novo quadro no programa do Sílvio.
A ideia era dele, foi dando certo e fui ficando;já entrou e saiu muita gente
desde que eu comecei - fui a primeira a ser escalada desse time de 6.
É maravilhoso trabalhar diretamente com a pessoa que você admira, com
o artista do qual você é fã, um presente de Deus para mim.
RO: No quadro Jogo dos Pontinhos brincam muito com você
sobre religião. Você é uma pessoa religiosa?
LA: Não tenho uma religião específica, mas sou religiosa.
O que eu tenho é muita fé. Fui batizada na igreja católica,
tive a oportunidade de conhecer várias crenças pelo
mundo, mas hoje costumo dizer que minha religião é a
"Liberdade". Quero poder acender minhas velas, jogar
flores no Mar, cantar os pontos, bater o meu tambor...
mas também ir à missa aos domingos ou ouvir a
palavra e a revelação de um bom Pastor, carregar
meus patuás sem ser julgada ou discriminada.
Porque Fé e religião não é uma coisa para se discutir
e sim, Respeitar. Não quero ser enquadrada em
uma só religião, quero ser livre para fazer o que
eu quiser em relação à minha fé. Luto por isso,
sou contra qualquer tipo de discriminação.
por Sérgio Oliver
entrevista entrevista
Capa
Lívia AndradeLívia AndradeA Tradução de Beleza
Considerada uma das mulheres mais lindas do país,
ela está em uma ótima fase de sua carreira como uma das estrelas do SBT e nos
conta um pouco sobre seu trabalho e projetos.
Fotos: Andrea Dematte15
RO: Você é considerada uma das mulheres mais Lindas do país. Qual a sua receita de beleza?LA: Acho que o menos é mais quando se trata de beleza. Maquiagem e tratamentos para realçar o que cada uma tem de melhor sem querer parecer com outra pessoa. Ter uma vida equilibrada é fundamental! Praticar atividade física se possível todos os dias, variando exercícios na academia como musculação, com atividades ao ar livre. Vale correr, caminhar, remar, nadar, pedalar... Ter uma alimentação mais saudável, substituindo algumas coisas e tirando outras como o açúcar refinado, óleo de soja e o sal branco. Use sal rosa, óleo de coco e, se possível, se acostume ao sabor dos sucos e cafés sem adoçar. Deixe para comer doce quando estiver com muita vontade, aí vale uma boa sobremesa, porque ser feliz é a melhor dica de beleza! RO: Você é uma presença constante nos carnavais de São Paulo. Como estão os preparativos para 2017?LA: Desfilo há 23 anos no Carnaval de São Paulo. Consegui convencer minha mãe aos 10 anos de idade para desfilar na Ala das Crianças: foi inesquecível! Foi tão bom que nunca parei, comecei na Ala das Crianças, depois passei para Ala da Comunidade, Destaque, Musa, Princesa, Madrinha, Rainha... e acho que vou acabar velhinha na Ala das Baianas (risos). Já levei muita gente para a avenida - gente que nem de Samba gostava e, hoje, Ama. Antes de ser famosa, o Samba já fazia parte da minha vida, por isso que sei sambar (risos): não foram cargos comprados e sim, conquistados. Hoje sou Madrinha de Bateria da campeã do Carnaval de São Paulo "Império de Casa Verde”. RO: Você gosta de perfumes? Pode nos dizer qual você usa?LA: O perfume faz parte da minha vida. Uso para provocar, energizar, meditar, para me proteger, mudar meu estado de espírito... os aromas tem esse poder! Para cada caso, um perfume diferente, ou a mistura de alguns aromas como um perfume único! Quando eu era criança, fazia perfumes com as flores do Jasmim Manga, Jasmim Amarelo e o Jasmim Estrela misturados - a ervas do quintal do meu avô – e usava também flores deDama da Noite, mas esse perfume era para ser usado só à noite (risos). Colocava em vidrinhos com uma Flor dentro para decorar e presenteava as pessoas também. Hoje, eu busco essências perfeitas e puras para fazer meus "perfumes poções". Tenho um perfumeiro que mandei fazer e eu o carrego no meu pescoço, em minha corrente junto com meus patuás. Gosto muito das essências de Granada, na Espanha, e das Árabes; carrego uma só essência ou a mistura de várias criando um perfume. Dos perfumes comerciais, atualmente uso o Creed Acqua de Fiorentina, Creed Millésime Imperial, Creed Love in White, Versace Bright Cristal e Äsgharali. Confesso que compro muitos perfumes só por causa da embalagem ou nome (risos). Como essências no banho, gosto muito de usar alfazema, flor de laranjeira, verbena, alecrim, maçã, manjericão, arrayàn e rosas. RO: O perfume, para você, também é uma arma de sedução?LA: Sim, acho que o perfume é uma grande arma de sedução. Costumo tomar banhos perfumados com essências específicas para seduzir. As essências desses banhos geralmente são de rosas vermelhas, jasmim, canela, anis estrelado, mel, granada, cacau, lavanda, entre outras... Misturo algumas dessas essências com ingredientes secretos, ou uma só dessas essências. RO: Quais são os seus projetos para o próximo ano? Pode nos contar algum?LA: Nesse ano de 2016, fiz muitos experimentos e experiências... viajei bastante em busca de novidades e ideias. E, em 2017, pretendo colocar coisas novas em prática, fazer algo diferente... mas como nunca fui de planejar nada, este ano não poderia ser diferente! Não gosto de fazer planos e projetos, porque se não dá certo ou contamos com alguém podemos nos frustrar. Então prefiro boas surpresas da vida. Aguardem (risos)! Por enquanto, vou continuar no SBT e apresentando meu programa de rádio "Liberta" na BAND FM toda segunda-feira!
Equipe de ProduçãoModa: Mauricio e Alessandro (Abá Mgt) | Beleza: Renner Souza (Abá Mgt) | Vestido: Coven | Top e Hot Pants: Maria Filó Brincos, Pulseira e Choker: Central de Designers | Anéis: Camila KleinLingerie e Vestido de tule: Sumiu meu Sutiã | casaco couro: CMINDOV 16
Os perfumes provocam fascínio e atração em todo o mundo. Remetem a momentos tanto agradáveis quanto
desagradáveis. Podem causar desde euforia a bem-estar. Mas o que está por trás disso tudo? Qual é a química e/ou
mecanismo químico ou bioquímico que está envolvido no fantástico mundo dos odores?
Podemos afirmar que os óleos essenciais são os verdadeiros protagonistas dos nossos maravilhosos
perfumes. Esses óleos possuem a capacidade de se volatilizarem em temperatura ambiente, ou seja, passam de um
estado líquido para o estado gasoso. São extraídos de plantas em sua maioria por diversas metodologias como
destilação por arraste a vapor, dentre outras. Uma gota de óleo essencial é constituída por moléculas orgânicas
extremamente complexas e variáveis.
As moléculas orgânicas apresentam-se como estrutura linear ou simplesmente ligações em cadeias. Nos óleos
essenciais, há uma complexa mistura em proporções variáveis de ésteres, éteres, alcoóis, fenóis, aldeídos, cetonas e
hidrocarbonetos de estruturas aromáticas ou terpênicas. Assim sendo, os grupos funcionais e certas estruturas são
responsáveis por odores característicos, e a percepção se dá através da interação destas com o fator humano gerando
uma resposta ao aroma.
Aroma, cheiro, odor ou fragrância? Por definição odor é proveniente de voláteis percebidos no nariz. Aroma é
um conjunto de voláteis provenientes do meio, ao passo que o cheiro é a percepção retronasal de voláteis
normalmente presentes em produtos alimentícios após a ingestão. As fragrâncias são substâncias voláteis que
conferem odor, mas não podem ser ingeridas, normalmente utilizadas em cosméticos, perfumes, produtos de higiene
pessoal de um modo geral e etc.
Embora os óleos essenciais ainda estejam presentes como principais matérias-primas na perfumaria mundial, o
uso de substâncias sintéticas tem aumentado exponencialmente. Com o avanço tecnológico é possível identificar
todos ou quase todos os componentes presentes nos óleos essências, técnicas conhecidas como caracterização
química de óleos essenciais realizadas por diversos métodos, a saber, cromatografia gasosa, espectrometria de
massa, ressonância magnética nuclear, espectroscopia de infravermelho dentre outros. A partir destas análises e
consequente obtenção do perfil químico de todos os componentes presentes nos óleos é possível propor uma rota
sintética que resultará em um componente ou molécula que tem o mesmo comportamento odorífero que a molécula
natural. Dependendo da molécula em termos de rendimento e pureza, a mesma pode apresentar uma performance até
melhor que a natural, entretanto alguns odores ou fases dos odores só são percebidos nas matérias-primas naturais e
que não podem ser espelhadas nas sintéticas, provavelmente devido as reações que ocorrem entre os componentes
dos óleos e os próprios fatores intrínsecos da planta, que ainda não foi possível mapear e que constitui um grande
diferencial da matéria-prima natural.
A criação de perfumes se dá basicamente pelo domínio na utilização tanto de matérias-primas naturais quanto
sintéticas. A harmonia e equilíbrio entre notas que proporcionam a evolução olfativa de uma fragrância estão
intimamente ligados à maneira como os produtos químicos entram na formulação. É como um quebra-cabeça em que
cada molécula é uma peça e elas precisam ser ligadas através das mais variadas reações que podem ser inter ou
intramoleculares gerando um odor característico ou não, ou seja, uma molécula pode ter seu odor intensificado quando
se liga a outra molécula ou simplesmente gerar um odor completamente diferente das moléculas iniciais quando
avaliadas separadamente.
O Lado Químico dos Perfumes
Por: Fabiano JS
curiosidades
Farmacêutico perfumista
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Como o olfato e em especial a arte de criar fragrâncias pode nos ajudar a melhorar a qualidade de nossa comunicação com o mundo? Percebemos, interpretamos e nos comunicamos com o mundo através de todos os nossos sentidos. Desde os primórdios, o homem explora o ambiente externo utilizando seus cinco sentidos para entender e até mesmo sobreviver ao evitar a ingestão de alimentos estragados ou venenosos, perceber perigos naturais, como incêndios e até mesmo detectar a chegada de predadores. Dentre todos os sentidos, o olfato pode ser considerado o mais primitivo. Por essa razão, é o sentido capaz de nos conectar ao nosso “eu” mais natural, fator que justifica o fascínio gerado pelo universo da perfumaria. Com a evolução do Homem e, especialmente, com o desenvolvimento da linguagem, nos afastamos da comunicação sensorial, supervalorizando as palavras e os símbolos no dia-a-dia. O filósofo francês, Michel Serres, considerado um dos mais importantes críticos da filosofia da linguagem, faz um ataque veemente ao império dos sinais. Segundo ele, “as palavras nos transformam em mortos. Elas neutralizam nossos sentidos”. (SERRES, Michel, 2001)A ideia do trabalho de Serres é, justamente, defender que com ou sem a linguagem, a comunicação se processa, poisnossos sentidos não param de receber e emitir mensagens, nem por um segundo.
Você já se perguntou por que o interesse pelos perfumes sobrevive, e ainda cresce, mesmo no mundo metalizado e frio dos smartphones conectados e tão distantes dos estímulos olfativos?
Essa gigante digitalização e velocidade das comunicações on-line, iniciada com os primeiros passos da Internet e acentuada com a democratização do acesso à rede através dos celulares, mostra que para toda tendência, há sempre uma contra tendência. Dessa forma, justamente, na contra tendência da vida digital, encontra-se o convite à conexão a tudo o que é natural, ao nosso ser mais primitivo, através dos sentidos indispensáveis à percepção da felicidade e do bem-estar humano. Somos, e nunca deixaremos de ser, parte de um universo com o qual necessitamos nos comunicar e interagir. E nesse caminho de contra tendência, o olfato desempenha um papel primordial por sua capacidade natural que nos conectar sensorialmente através dos cheiros. Para promover uma reflexão sobre a força silenciosa de nosso olfato, é interessante pensarmos sobre as conclusões do estudo na revista Mente e Cérebro, de agosto de 2016, publicado desenvolvido por Sabine Sczesny e Dagmar Sahlberg, psicólogas na Universidade de Berna, Suíça, que objetivava avaliar a percepção humana através do olfato em entrevistas de emprego. Esse trabalho mostrou como, de forma inconsciente, julgamos e percebemos os perfumes, ao apontar que mesmo perfumes de boa qualidade, nem sempre geram a impressão desejada. Por isso, é importante que a comunicação através do olfato seja, também, planejada de forma alinhada com a mensagem que se deseja transmitir. Sabine Sczesny e Dagmar Sahlberg constataram que a escolha das fragrâncias pode ajudar ou atrapalhar um candidato na hora de conseguir um emprego. Nas conclusões do estudo, foi apontado que os entrevistadores são influenciados pelos perfumes das candidatas, mostrando que aquelas que buscam cargos executivos têm mais chances de serem aprovadas em uma entrevista de emprego quando utilizam um perfume masculino e, por outro lado, quando o cargo pretendido está ligado a um estereótipo mais feminino, como secretária, o uso de perfume masculino pode trazer desvantagens. Conhecer o universo das fragrâncias, a força e a personalidade de cada nota olfativa e como, em conjunto, elas são transformadas e comunicam através do movimento de saída, corpo e fundo, é mais do que, simplesmente, entender de perfumes, significa entender como podemos nos comunicar melhor intensificando e melhorando nossa comunicação através do universo das fragrâncias. Deseja apresentar sua característica dinâmica e mais acelerada? Prefira os cítricos ou ozônicos. Ou, ao contrário, seu desejo é mostrar-se centrado e tradicional? Comunique-se com perfume Fougère amadeirado ou Chipre couro. E quando um homem deseja comunicar seu lado mais romântico e sensível? Um perfume oriental especial do ou gourmet pode dizer tudo isso a uma mulher. Acredite na força da perfumaria para atingir seus objetivos pessoais, ou mesmo corporativos, através da comunicação em todos os sentidos.
Por: Luciene Ricciotti
artigo artigo
É diretora acadêmica do Instituto do Perfume, especialista em Marketing e Planejamento de Comunicação, pós-graduada em Comunicação pela ESPM-SP e autora da Summus Editorial com 3 obras publicadas.
COMUNIQUE-SE MELHOR ATRAVÉS DOS PERFUMES
Luciene Ricciotti Vasconcelos
COMUNIQUE-SE MELHOR ATRAVÉS DOS PERFUMES
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Conte Sua históriaConte Sua história
Por: Eduardo SantosParum
Eu sou formado em Administração de Empresas e trabalhei por
mais de 20 anos na área financeira, mais especificamente na parte de
tecnologia da informação para a área bancária.
Foi nesse ambiente corpora�vo que desenvolvi minha carreira e
construí minha vida.
Mas, em 2011, uma grande mudança profissional me fez pensar
a respeito de tudo que já havia feito no trabalho e em tudo que eu
gostaria de fazer ainda. Acho que foi coisa da meia idade, pois os 40 anos
se aproximavam. Na época, até comentei com minha esposa, Márcia,
sobre algo que me incomodava em tudo que eu havia desenvolvido até
aquele momento. Na verdade, con�nuava gostando do trabalho, mas
algo me faltava e eu não sabia o que era.
O conselho de minha mulher foi decisivo e crucial. Ela me disse:
“_ Edu, aproveita que você está bem profissionalmente e use o tempo
livre para repensar sobre si mesmo e o que te agrada no trabalho - quem
sabe você não encontra algo que te complete e que talvez se transforme,
no futuro, em sua ocupação principal!?”
Foi o que fiz: segui seu conselho. Passei a dedicar algum tempo
pensando, analisando e levantando informações sobre outras ocupações,
outras maneiras de trabalhar e sobre outras áreas, distantes das finanças
e tecnologia.
Um dia, alguns meses depois, lendo um relatório sobre
a�vidades econômicas que deveriam estar em alta nos próximos anos
me deparei com a área de cosmé�cos. O relatório já falava sobre o que
eu viria a confirmar logo depois em vários jornais, revistas e na internet:
que essa área era promissora.
Iniciei um levantamento sobre como a área de cosmé�cos
funcionava. Quais eram os produtos? Quais eram as empresas?
Quais eram os mercados? Enfim, queria saber como tudo funcionava no
diver�do mundo dos cremes, xampus, condicionadores e tudo mais que
a mulheres adoram.
Durante essa minha jornada, um produto em especial me
chamou a atenção: o perfume. Ah! Eu �nha descoberto ali, naquele
momento, o que estava me faltando. Queria saber tudo sobre perfumes.
Como eram feitos, quem eram os principais produtores, quais eram os
componentes, como era o processo produ�vo e o mais importante:
como era criar um perfume.
Logo que comecei nesse mundo fiquei deslumbrado, com essa
aura de sofis�cação que tem a perfumaria.
Mas depois de meses estudando tudo que pudesse encontrar sobre o
assunto, fazendo alguns cursos presenciais e on-line cheguei à triste
conclusão de que esse é um mercado para poucos.
Primeiro, notei que é possível contar nos dedos a quan�dade de
empresas que realmente fazem grandes quan�dades de perfumes no
mundo; e uma das coisas que elas fazem questão de fazer é esconder a
forma como se faz perfumes.19
Uma das maneiras de guardar esse segredo é restringir ao máximo possível
as informações e isso inclui formar o mínimo possível de profissionais capazes
de fazer um perfume. Então, os perfumistas de hoje são muito poucos, uma
dezena de escolhidos das grandes empresas, outro tanto de eleitos para os
cursos de renomes franceses e alguns outros com muito dinheiro ou muita
influência. .
Eu, não era nada disso. Não trabalhava em uma grande empresa de perfumaria,
não �nha tempo ou condições de sequer me candidatar a uma vaga em um
c u rs o f ra n c ê s e , m u i to m e n o s , � n h a d i n h e i ro o u i nfl u ê n c i a .
Então sonho acabado e pronto! Não havia nenhuma chance de con�nuar com a
ideia e criar um perfume certo? Errado! .
Fui mais a fundo em tudo, busquei livros, manuais, cursos, me matriculei na
faculdade de química e cosmé�cos, conversei com as pessoas e coloquei a mão
na massa. Arregacei as mangas e comprei os petrechos, óleos essenciais,
álcool e tudo mais que era necessário para fazer uma fragrância.
Logo nos primeiros ensaios, notei o quanto era di�cil combinar, acertar,
harmonizar e tudo mais. Enfim, aqueles líquidos amarelos que eu estava
criando estavam muito, mas muito longe de ser um perfume. No máximo, eu
estava desenvolvendo repelentes de insetos com um cheiro muito
acentuado de cravo. .
Mas, o tempo, a perseverança e a paixão pelos perfumes me ajudaram muito.
Fui aprendendo a dosar, usar outras matérias-primas, buscar combinações
existentes e novas e, depois de algum tempo e de dezenas de testes diários,
um belo dia, minha esposa, uma de minhas constantes cobaias, cheirou
minha mais recente criação e me disse: “ _ Nossa, isso é bom!”
Naquele vidrinho âmbar de 30 ml, com tampa dourada, estava a
primeira versão de meu primeiro perfume. O cheiro era um floral leve, com
Gerânio e com toques de chá da Agláia. Trazia ao fundo a Baunilha e Musgo de
Carvalho. Resolvi aplicar sobre aquela fórmula tudo que eu havia levantado de
informações sobre perfumes até então. Para melhorar a saída, usei o Alecrim e
alguns cítricos; para encorpar um pouco e deixá-lo com um toque um pouco
mais mís�co adicionei o Ylang Ylang. Para melhorar a fixação e arrendondar a
combinação, incorporei a Cumarina e o Musk. Alguns meses depois, e mais
algumas dezenas de testes onde adicionei a Lavanda, a Sálvia, o Patchouli e
outros, nasceu o Illustrious Unknow que é um Eau de Perfume Fougère
marcante. Por sinal, tem esse nome em homenagem ao perfumista que não era
conhecido, não era de uma grande empresa ou grife, não havia estudado na
França e nem teve nenhuma ligação com a realeza europeia, portanto um
Ilustre Desconhecido. .
Foi instantâneo. Assim que comecei a mostrar o perfume, comecei a receber
encomendas. Primeiro dos amigos, depois amigos dos amigos, e assim foi.
Criar algo apreciado e usado pelas pessoas é uma sensação indescri�vel.
De lá para cá, outros dois perfumes já fazem parte de nosso por�ólio, Freedom
and Independence, com sua nota de Anís Estrelado, e o No Royal Blessings, que
traz o cheiro da Camomila Romana. No momento trabalho em um perfume
com cheiro floral aquá�co, marinho até. Assim é a história da Parum, que é
muito pequena, com uma perfumaria bem diferente e exclusiva, e que atende
um pequeno grupo de pessoas, que representam um restrito nicho do
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Meu interesse pelo mundo dos perfumes começou em 2004, quando
comecei a colecioná-los. Com 12 anos, nariz ainda imaturo, ganhei um
Kouros de Yves Saint Laurent. Na mesma época, descobri um briefing
sobre o mesmo que me ins�gou a desvendá-lo muito além do seu
aroma. “O cheiro dos lençóis após uma noite de amor”. Esse teria sido
o briefing desenvolvido nele. E isso me encantou.... Como um perfume
conseguiria contar uma história? Estudei cada nota, cada acorde em
separado por quase 6 meses. Quando vi, já estava fascinado pelo
mundo dos perfumes. Depois desse, vieram mais algumas dezenas de
frascos, pesquisas sobre briefing, sobre notas, sobre criação... E a cada
descoberta nova, a paixão só aumentava. Após anos aprendendo a
separar notas, resolvi que agora eu queria uní-las, eu queria contar as
minhas histórias.
Com 16 anos, comprei alguns óleos e comecei de maneira autodidata a
analisar cada um deles. Fui criando acordes e mais acordes até a
criação do meu primeiro perfume. Na época, ainda era uma
brincadeira. Fiz 3 criações, mas acabei não guardando as fórmulas e só
tenho vagas lembranças de como eram. Mas um dia, ainda tentarei
reproduzí-las. Depois disso, passei um tempo sem criar, me dedicando
à faculdade de Medicina, mas ainda colecionava e cheirava tudo que
via pela frente. Agora o nariz, já mais treinado, conseguia sen�r notas
bem escondidas, leves imperfeições, arestas...
No fim de 2013, resolvi que criaria minha própria marca, a Amberfig,
que foi fundada no ano seguinte. Eu queria que minhas criações
contassem uma história, para assim encantar as pessoas como me
encantei aos 12 anos.
Acredito que um perfume tenha que ter em si algo imaginário e algo
concreto. O concreto que leve quem o está sen�ndo para dentro da
história, e o imaginário, que faça dentro daquela história, quem o está
sen�ndo, contar a sua própria a par�r dali. Bons exemplos disso são o
Smoking Lounge, inspirado na 'Sala de fumar' do livro O caçador de
Pipas, que descrevia uma sala que cheirava eternamente a tabaco e
canela, em que o pai do protagonista ia para conversar com amigos
enquanto fumavam cachimbos e bebiam uísque em grandes poltronas
de couro. E o Café Massoïa, inspirado no cheiro de café misturado ao
cheiro dos livros novos de uma cafeteria que fica em uma livraria que
frequento sempre. Esta é a beleza do perfume: transporta quem o
sente a um outro plano, a um outro mundo, a uma nova história. Às
vezes a lugares nos quais nunca fomos, mas que sen�mos como se já
�véssemos ido algumas vezes.
E assim se desenvolveu a Amberfig, um projeto de dois amigos - o
nome vem das nossas notas favoritas, âmbar e figo - e que teve
recentemente lançada uma linha com essas notas que deram o nome à
marca, unindo as matérias-primas de maior qualidade à paixão de um
perfumista encantado por tudo que o perfume pode nos trazer!
Conte Sua históriaConte Sua história
Por: Davi MagalhãesAmberfig
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TRAJETória
Por: Helen Augusto
TRAJETória
Essa foi a sensação ao entrar na loja de perfumes árabes, Al Zahra que Julia Biase trouxe para São
Paulo e com a qual quer ganhar a América Latina.
Que tal inovar e experimentar diferentes cheiros e texturas?
Nascida em São Paulo, de religião cristã, descendente de italianos, Julia Biase diz ter alma oriental. Formou-se
em Arquitetura e sempre admirou as formas do Oriente.
“Qualquer Oriente”, completa ela: Árabe, Indiano, Egípcio, Turco, etc.
Desde cedo, procurou conhecê-lo, viajando para países históricos e começou a consumir fragrâncias
orientais, adquiridas nessas viagens. Em 1998, após viajar para o
Egito e a Turquia, iniciou sua coleção de perfumes orientais, e, em 2008, resolveu tornar essa paixão um
negócio.
Não foi fácil passar de colecionadora de apenas 10 frascos, a comerciante num país que ama perfumes, mas
desconhece essa cultura milenar oriental. , um luxo tão antigo quanto a civilização que o criou. Attar
Numa viagem à Jordânia, Síria e Dubai, conheceu os perfumes , em base oleosa, sem álcool. Para Attar
me explicar, Julia se levanta e pega dois frascos que aplica em meus pulsos.
Propositadamente, não usei perfume nesse dia, esperando ser inundada pelos cheiros do Oriente. Flor de
Lótus, no pulso esquerdo, um perfume floral, com almíscar doce, e Chocolate
e Cardamomo, um lindo perfume com fundo vetiver, no pulso direito.
Confesso que fiquei cheirando meus pulsos durante as horas de conversa e
enquanto dirigia de volta para casa.
Quanto prazer! Faço meus comentários sobre os perfumes e ela logo me diz,
como se me conhecesse há muito: “você gosta de coisas femininas”. De fato.
Muito comum para ir às mesquitas e em casa, o é usado no pescoço, attar
atrás da orelha, dobras de braços e pernas e pulso.
Mulheres o usam na virilha e homens na barba. Isso me deixa muito
interessada. Sei que alguns homens e mulheres usam, não declaradamente,
perfumes ocidentais nas regiões púbicas.
Mas os não contem álcool, o que os torna suaves e agradáveis ao attares
mesmo tempo.
Ela aproveita e me diz o quanto o é importante, seja em óleo, Oud
ou forma alcóolica, na impregnação na pele.
E novamente se levanta, pegando um incensário onde queimava
um pedaço de , e faz movimentos com o vestido, para que a fumaça Oud
se impregnasse em sua pele.
“É assim que fazem. Tanto Homens quanto Mulheres” diz,
entrando com sua longa saia, cobrindo o incensário.
E lá vou eu tentar sentir o mistério e a sensualidade do na Oud
minha pele.
Há muito tempo não sentia tantas emoções diferenciadas na
perfumaria. Mistério, Força, Poder, Sedução e . Oud
Paz através dos Perfumes
Julia de Biase e sua trajetória perfumada
Especialista em perfumes com mais de 20 anos de experiência na indústria da perfumaria fina, trabalhando com grandes marcas.
Mais do que uma carreira, perfumes são minha paixão.
Julia de Biase
Paz através dos Perfumes
Fotos: Patrícia Magalhães22
As fragrâncias orientais conquistam pelo mistério e não pela excessiva exposição. Intensas? Sem dúvida! Mas deliciosas, bem trabalhadas nos ingredientes orientais, como sândalo, madeiras intensas, cedro, incensos, resinas, âmbar, especiarias e Oud. Ah, o Oud! Em embalagens de vidro ou cristal, apresentadas em caixas como de joias, com pedrarias. Um oásis para os olhos. Mas o Oud merece um destaque especial. É um ingrediente com cheiro incensado da madeira ágar, que se mistura a cheiros de óleo de amêndoas, sândalo, âmbar. O OUD está para o Oriente, principalmente em países
árabes do Golfo, como o MUSK foi, e tem sido, para o
Ocidente. Partilham também uma história de limitação: o Musk, originalmente extraído da glândula sexual do veado almiscareiro, foi totalmente substituído pelos vários tipos de m u s k s s i n t é t i c o s , n o s s é c u l o s X X e X X I . E isso é ótimo para a proteção animal e ambiental. Já o OUD é o resultado da resina que impregna as rachaduras da madeira ágar (ou quando se quebram galhos) para proteger a árvore. . A madeira fica superpesada e, quanto mais velha, mais perfumada. Algumas árvores chegam a ter centenas de anos. O OUD é conhecido antes da época do rei Salomão e é possível encontrar óleo ou pedaços de madeira natural em lares e mesquitas. Seus óleos podem ser caríssimos (alguns chegam a custar € 50,000/kg). Uma grande discussão acontece ao redor desse ingrediente atualmente, como já aconteceu há décadas com o sândalo, sobre o controle de escassez e a cadeia sustentável para a comercialização da madeira ágar.
Se quiser se aprofundar, veja documentário exibido pela B B C , f e i t o p e l a A l J a z e e r a E n g l i s h : https;//youyube/jv69pYSm2oo - Atrás de um Sonho.
Toda essa paixão e conhecimento cobrou muito investimento de Julia em tempo, dinheiro, coragem, determinação. Sem quaisquer ajudas e enfrentando a burocracia de abrir um novo negócio, que envolvia importação, voltou ao Brasil, abriu sua empresa e esperou longos oito meses para obter os registros parciais de que necessitava. Os produtores árabes nunca haviam exportado para o Brasil e se preocuparam com o excesso de exigências, que envolviam informações detalhadas e sigilosas dos produtos fabricados no Bahrein, pequeno Estado Insular, jurisdição do Kuwait. . Para obter todas as informações, Julia foi novamente ao Oriente, desta vez ao Kuwait. Simples assim? Não! Ela contatou antes a Embaixada do Brasil no Kuwait porque precisaria de uma carta-convite para visitar o país e o Bahrein. Conseguiu o visto, viajou, e chegou às portas da empresa Asgharali, um conglomerado de empresas com 12 mil funcionários, que, além da perfumaria, comanda construção civil, universidades, empresas têxteis, etc.
Fotos: Patrícia Magalhães23
Recebida pelo proprietário, Saleem Asghar Ali, filho e herdeiro do perfumista barenita que criou a empresa em 1924, e hoje gerida por ele e seus três filhos, foi logo tendo de responder à curiosa pergunta: “O que a senhora veio fazer do Brasil no Bahrein? ” .“Vim atrás de um sonho. Esses perfumes são a minha vida. Não sei se conseguirei vendê-los, mas são minha paixão. Queria sua permissão para comercializá-los”. . Assim Julia se tornou representante dos perfumes árabes para a América Latina. Essa proposta de representação foi feita a partir de seu próprio plano de Marketing, procurando um i n v e s t i d o r . A p e s a r d e c o n s e g u i r a r e p r e s e n t a ç ã o , n ã o c o n s e g u i u o i n v e s t i d o r . Assim, persistiu e bateu literalmente à porta de outras marcas. Lembram-se dos 10 frascos de perfume com os quais ela havia começado sua coleção? Agora era um container com quase 13 mil perfumes. Sem lojas ou um lugar fixo para vendê-los, começou a promovê-los no boca-a-boca, através de reuniões em lares de amigas, até que, por mero acaso, foi parada no Shopping por um famoso hair designer de São Paulo, apaixonado por perfumes árabes. Era ninguém menos que Marco Antonio di Biaggi, que ofereceu seu salão, o famoso MG Hair, para que ela expusesse suas fragrâncias. Compareceram mais de 100 jornalistas e ali se tornou o primeiro ponto de revenda das fragrâncias árabes. Era o ano de 2013, mas ela não tinha ainda sua loja própria e, em uma das viagens ao Oriente, encontrou fi n a l m e n t e u m e x e c u t i v o q u e c o n c o r d o u e m v i r a o B r a s i l e t o r n o u - s e i n v e s t i d o r. Nasceu assim, em final de 2015, a primeira loja Al Zahra, que significa “A Flor”, na Rua Mello Alves, nos Jardins, em São Paulo, a marca própria criada por Julia Biase, além da representação de marcas orientais, como Asgharali. Hoje, além da loja, os perfumes são oferecidos em outros pontos de venda, como AnaSuil, Apogee, Rivoli e Fragrance Import, no Espírito Santo.
A Experiência do Luxo Quem são os clientes e apreciadores dos perfumes árabes? De modo geral, são os apaixonados por fragrâncias, por ingredientes intensos, pela cultura oriental, seja ela indiana, persa, árabe,sensíveis ao auto-conhecimento, praticantes de yoga, meditação, curiosos, experimentadores, que gostem do único, do raro, dos detalhes. Julia diz que há muito a explorar e tornar conhecido na perfumaria oriental. A raiz de lótus, por exemplo. Pergunto se seus maiores clientes são árabes ou descendentes de árabes no Brasil e me surpreendo ao saber que não. Há cerca de 20 milhões de árabes ou descendentes de árabes no Brasil, em sua maioria sírio-libaneses, cujos costumes e hábitos de uso de fragrâncias são mais similares aos europeus, sendo que a perfumaria Al Zahra é mais similar à da região do Golfo. O Futuro Julia tem interesse de levar a perfumaria árabe para outros países da América Latina, priorizando México e Chile. Mas há muitos desafios na expansão, que depende de intenso treinamento, conscientização da cultura e valorização da perfumaria oriental de luxo. Julia já teve dificuldades com prospectivos funcionários que não conseguiam pronunciar o nome das fragrâncias. Além disso, Julia e a simpática Lucia, que me recebeu, sabem contar a história por trás dos perfumes e seus ingredientes. Contar a história! Fazer a viagem junto com a Julia por esse mundo interessante, misterioso, sensual e muito perfumado. Não seguir tendências, mas criá-las. Volto para casa com todos aqueles cheiros nos braços e na cabeça e concluo que, se no início do século XX a perfumaria era literal, figurativa, baseada em buquês florais, a narrativa agora impera. O perfume conta uma história. E hoje eu viajei através dos perfumes.
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A equipe Revista Olfato agradece a todos que, com muito carinho, nos prestaram essa homenagem pelo nosso aniversário de um ano! Esperamos estar juntos nos próximos, fazendo sempre o melhor para vocês.Desde já, desejamos boas festas e um ano novo perfumado para todos os nossos leitores!
fãs revista olfato
Por Sérgio Óliver
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Para comemorar o aniversário de um ano da Revista Olfato, criamos dois eventos olfativos especiais: O curso Atelier do Perfume - a arte da criação, em parceria com a marca de perfumes de nicho Charme Essência, ministrado pelo perfumista Fabiano JS.
A Cultura e os Encantos da Perfumaria Árabe Que teve como tema a cultura árabe e uma degustação olfativo de seus maravilhosos perfumes,apresentada primorosamente pela especialista em perfumes e diretora da marca Al Zahra, Julia de Biase, na Fundação Dorina Nowil para Cegos.
O curso Atelier do Perfume - a arte da criação, em parceria com a marca de perfumes de nicho Charme Essência, ministrado pelo perfumista Fabiano JS.