ANO 11 - AGOSTO DE 1988 - Censo começa em Limeira · Página 2 EDITORIAL F uncíonários, oitenta...

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ANO 11 - AGOSTO DE 1988 - 15 Censo começa em Limeira Novo tempo para o Coral · ..... . 'J'.t O Presidente do •· 't/ Curt Mueller, deu no setembro, a José Fontes como titular da Unidade • -. Regional de São Paulo, que David Wu Tal, agora Diretor-Geral. t; •. ) Paulista, de 36 anos, 14 no IBGE, ele é formado em estatística pela Unicamp e tem pós-graduação Ao completar três anos, o Coral do IBGE se renova. Numa homenagem ao Centenário da Abolição, apresentou um espetáculo bem diferente no Rio. Além de Villa-Lobos, Milton Nascimen- to e Caetano Veloso, com roupas colo- ridas, o grupo promoveu uma kizom- ba, ao som do samba-enredo da Vila Isabel. Em setembro, São Paulo verá essa Festa da Raça. " ... Câmera ... gravando!" E após es- ta ordem do diretor, atores e equipe técnica iniciavam uma nova tomada de cena para o vídeo instrucional que foi elaborado para o Recenseamento Geral de 1990 e que será aplicado no treina- mento do Censo Demográfico Experi- mental de Limeira. Com duração de uma hora e meia, este vídeo narra as peripécias de estudantes de uma cidade de porte médio, que tomam a iniciativa de procurar o IBGE para trabalhar co- mo recenseadores. Vânia Correa da Silva, do Departa- mento de Planejamento e Desenvolvi- mento de Recursos Humanos- que é responsável pelo treinamento deste Censo experimental -, acompanhou toda a filmagem e conta que foram utili- zados como locações desde a biblioteca da ENCE e o Clube 17, na Zona Sulca- rioca, até sítios em Campo Grande e a favela do Morro do Borel. "Estivemos, inclusive , em um . Centro Espírita em Botafogo", revela Vânia. O treinamento acontecerá em mea- dos de setembro e a coleta será feita a partir de 1 C? de outubro. Na página 8, reportagem sobre o treinamento para o Censo, a base operacional e o convênio com. a F\mdação Centro Brasileiro de TV O roteiro inclui tomadas de cena em um clube no bairro carioca do Horto. F Uma Agência tradicional ontes . ' e o titular de · São Paulo .. , ' em análise ae sistemas da Fundação Santo André.• • Seus principafs projetos de trabalho na UR para este! ano são a realização . . do Cen!i') E'<péritnental de Limeira, a da disseminação de dados e a descentralização da .. ' apuração. . •' .. .. Numa rua residencial e toda arborizada está a Agência do IBGE. . Imagine um lugar com cachoeiras, cidade do Rio de Janeiro, no bairro da florestas, casas com quintal e pracl- Tijuca. Lá existe, também, uma Agên- nhas, onde costumam passar carroças e cia do IBG E que, coerente com o clima charretes. Não estamos falando da • Anos Dourados do lugar, se instalou tológica Shangrilá do livro/filme Hqn- - uma bela . Na página 4, leia re- zonte Perdido. Você ainda pode en.- portagem sobre às encantos tijucanos e contrar tudo isso a 10 km do Centro da a nossa Agência .

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ANO 11 - AGOSTO DE 1988 - N ~ 15

Censo começa em Limeira

Novo tempo para

o Coral

· ..... ~ . ~· 'J'.t

O Presidente do IBGit"C.harl~s •· 't/ Curt Mueller, deu p~~ no ~iàJ.:f.<le setembro, a José Antôni<'!Jt..Gom~l Fontes como titular da Unidade • -. Regional de São Paulo, que sub~"~ David Wu Tal, agora Diretor-Geral. t; •. ) Paulista, de 36 anos, há 14 no • IBGE, ele é formado em estatística pela Unicamp e tem pós-graduação

Ao completar três anos, o Coral do IBGE se renova. Numa homenagem ao Centenário da Abolição, apresentou um espetáculo bem diferente no Rio. Além de Villa-Lobos, Milton Nascimen­to e Caetano Veloso, com roupas colo­ridas, o grupo promoveu uma kizom­ba, ao som do samba-enredo da Vila Isabel. Em setembro, São Paulo verá essa Festa da Raça.

" ... Câmera ... gravando!" E após es­ta ordem do diretor, atores e equipe técnica iniciavam uma nova tomada de cena para o vídeo instrucional que foi elaborado para o Recenseamento Geral de 1990 e que será aplicado no treina­mento do Censo Demográfico Experi­mental de Limeira. Com duração de uma hora e meia, este vídeo narra as peripécias de estudantes de uma cidade de porte médio, que tomam a iniciativa de procurar o IBGE para trabalhar co­mo recenseadores.

Vânia Correa da Silva, do Departa­mento de Planejamento e Desenvolvi­mento de Recursos Humanos- que é

responsável pelo treinamento deste Censo experimental -, acompanhou toda a filmagem e conta que foram utili­zados como locações desde a biblioteca da ENCE e o Clube 17, na Zona Sulca­rioca, até sítios em Campo Grande e a favela do Morro do Borel. "Estivemos, inclusive, em um . Centro Espírita em Botafogo", revela Vânia.

O treinamento acontecerá em mea­dos de setembro e a coleta será feita a partir de 1 C? de outubro. Na página 8, reportagem sobre o treinamento para o Censo, a base operacional e o convênio com. a F\mdação Centro Brasileiro de TV ~ucativa.

O roteiro inclui tomadas de cena em um clube no bairro carioca do Horto.

F Uma Agência tradicional

ontes

.

' e o titular de · São Paulo

.. , ' em análise ae sistemas da Fundação Santo André.• •

Seus principafs projetos de trabalho na UR para este! ano são a realização . . do Cen!i') E'<péritnental de Limeira, a

&intenslfic~ção da disseminação de • dados e a descentralização da .. '

apuração. • . •'

.. ..

Numa rua residencial e toda arborizada está a Agência do IBGE.

. Imagine um lugar com cachoeiras, cidade do Rio de Janeiro, no bairro da florestas , casas com quintal e pracl- Tijuca. Lá existe, também, uma Agên­nhas, onde costumam passar carroças e cia do IBGE que, coerente com o clima charretes. Não estamos falando da mi~, • Anos Dourados do lugar, se instalou tológica Shangrilá do livro/filme Hqn- - ·~Jll uma bela cas~ .. Na página 4, leia re­zonte Perdido. Você ainda pode en.- portagem sobre às encantos tijucanos e contrar tudo isso a 10 km do Centro da a nossa Agência .

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EDITORIAL

F uncíonários, oitenta para início de conversa, discutiram o nosso próprio

Censo, em encontro que tomou pratica­mente todo o dia 19 deste agosto. É que com esses oitenta representantes de todos nós foi realizado teste de aplicação dos questionários do NOSSO CENSO.

Conseqüência de convênio entre o IBGE e a ASSIBGE, esta pesquisa, sem pergun­tar o seu nome, vai traçar o perfil sócio­econômico do ibgeano e coletar dados so­bre condições, ambiente e segurança do trabalho, motivação profissional, saúde, remuneração e benefícios. Vai nos tornar mais conhecidos dos que fazem a nossa política de recursos humanos e de quem nos representa como classe.

• O que aprendemos a esperar de um en-

trevistado para que a pesquisa esteja o mais próximo possível da realidade por nós retratada é esperado também de vo­cê, parte integrante da equipe do màior banco de dados sobre o Brasil.

Lembre-se: "Quando você for recen­seado, responda tudo com exatidão. O si­gilo das respostas é total, absoluto e ga­rantido por lei. Quanto mais certas as 'res­postas, mais valiosas serão as informações ... e mais ajustados os benefícios para você".

Agora é a sua vez no NOSSO CENSO.

Presidente do República doMSuney

Ministro-Chefe do S.cretario de Planejamento e Coordenoção dolo Batlata de Abreu

S4cret~rio-Gerol

Ricardo Lula Santiago

c~ FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTA TlSTICA - IBGE

Prealdente: Chorles Cun Mueller

Diretor-Geral: David Wu Tal

Diretor de Pnquleaa: lenildo Fernandes Silvo

Diretor de Geocltnclaa: Mouro Pereira de Mello

Diretor de Jnform6tlca: Jos4 S.nt'Anno Bevilaqua

!pRNAL DO IBGE

ANO 11- AGOSTO DE 1988- N!' 15

Publicação mensal destinada aos fuftCion~rios do IBGE Ed"odo pela Coorden~lilorio de Comunlcai;Ao Social - Avenida Fronklin Roosevek, 194-9~ andor- Rio d, Janeiro- Tel. : (021) 220-1222

Editora R"poná,.,l: Shtrley Soares (Reg . n? 12.466 MT-RJI

Edltorla e Redaçlo: Sheila Rlera e Francisco Alchome

Reportagem: Marco Santos

Equipe de Apolo: F~tima Santos e Robson Waldhelm

Publicidade: T erez.o Cristina Millions (Respon~vel)

PropalllaÇio Griftco.Edltorlal: Gertncla de Editoroção

Fotocom-lçlo, Arte-Fiaallzaçlo. lmpreaalo e Ctrculaçlo: Centro de Documentação e Dlssemlnoc;io de Informações - CDDI/Departomento de Produç!o GrMica e Gerência de Marketing.

Tiragem: 16.200 exemplares

PermHido o tronscrlçAo total ou parcial de motbio publicada po Jornal do IBGE, des­de que citada a fonte,

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JORNAL DO IBGE- Agosto de 1988

. pelo participante. De qualquer forma, a SIAS está procurando agilizar ao máximo os seus pro­cedimentos para atender satisfa­toriamente os Interesses dos participantes.

O reembolso de despesas médicas nos Planos Básico e Es­pecial, a exemplo do que ocorre em todos os planos de medicina de grupo, é feito tomando-se por base uma vez o número de coeficientes de honorários da ta· bela da Associação Médica Bra­sileira. E mais: como qualquer outro plano do gênero, o da SIAS não contempla o forneci­mento de medicamentos.

·Carlos Alberto Ferreira de Carualho - Setor de Ptogramaçdo Visual

Paulo Brum frisou que o obje· tlvo primordial da SIAS é a com· plementação de benefícios pre­videnciários, não se restringindo aos planos de assistência médi· ca e de empréstimo. E fez ques· tão de ressaltar serem estes dois programas de grande alcance so· ela): o primeiro, gratuito ou qua· se sem custo para a esmagadora maioria dos participantes, e, o segundo, a juros multo abaixo dos praticados no mercado fi. nancelro.

SIAS responde Carlos Rubens Pinto, Agente de Coleta em Rio Cas­ca/MG, pede esclarecimento à SIAS por se sentir preju­dicado no MED/SIAS.

( ... ) Venho recorrer a esse jornal, órgão informativo da comunidade ib­geana, um dos canais democráticos e intermediário de nossos problemas e solicitar sua intervenção ( ... )para ex­plicações junto à SIAS no que diz respeito ao Plano de Assistência Médica - MED / SIAS H.O.S .P.LT.A.L., uma vez que sou lotado na Agência localizada no inte­rior do estado e não existe rede cre­denciada pelo plano. ( ... )Os associa­dos têm que pagar as consultas e os exames de laboratório dos titulares e dependentes. ( ... )Depois temos que recorrer à SIAS para reembolso dos pagamentos efetuados. O problema é crucial, demora na restituição dos reembolsos, que duram de 45 a 60 dias, às vezes mais, além da burocra­cia que lhes é sempre peculiar. ( ... ) Peço esclarecimento e solicito para que agilizassem a restituição dos pa­gamentos. O meu caso é do Plano Especial que restitui o pagamento em sua totalidade.

Nota da Redação: o diretor­superintendente da SIAS, Paulo Brum, Informou ser multo dlff· cil, ou mesmo Inviável, o slste· ma de credenciamento fora dos grandes centr9s urbanos. Isto devido à falta ~e Interesse da

ft LAFIESTA

classe médica, tendo em vista o reduzido número de atendlmen· tos e conseqüente pulverização dos mesmos pela rede creden· ciada. No entanto, diz ele, a SIAS tem todo o Interesse em promover o credenciamento on· de for possível, o que poderá ser feito mediante a Indicação de médicos e clinicas, através de chefias Imediatas; com a ajuda dos pr6prlos participantes.

Quanto ao reembolso das des· pesas, esclareceu Paulo Brum que, com os recibos médicos corretos, os pagamentos são li­berados no prazo médio de 15 dias, a contar da data de entrada do pedido na H.O.S.P.I.T.A.L. Lembrou, ainda, que demoras maiores são, naturalmente, de· vidas ao tempo entre o atendi­mento médico e a chegada da solicitação de reembolso ou en· tre a expedição da ordem de pa· gamento e o efetivo recebimento

Elogio Do Departamento Regional de Geociências de Goiás, chega a carta assinada pelo Chefe da Divisão de Estudos Ambientais, Zebino Pacheco do Amaral Filho.

Parabenizamos o repórter Mar­co Santos e toda a equipe res­ponsável pelo Jornal do IBGE, pela excelente reportagem sobre o Meio Ambiente - IBGE em campo. Com poucàs palavras atingiu o objetivo de transmitir ao público o significado e a im­portância de estudos tão comple­xos .

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JORNAL DO IBGE- Agosto de 1988

''Nós ternos que trabalhar em oito milhões e meio de quilômetros

· quadrados'' Em 15 de janeiro de 1968, Mauro

Pereira de Mello cursava engenha­ria cartográfica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, quando Ingressou como estagiário no IBGE, ficando até abril de 1970. Após o mestrado na Universidade Federal do Paraná e uma experiên­cia profissional no Instituto ·de Pesquisas Espaciais, retornou ao IBGE em 1973, trabalhando no an­tigo Departamento de Geodésia e Topografia, depois Superintendên­cia de Geodésla, no Rio, São Paulo e Brasília. Voltou ao Rio, em janei­ro de 1980, para assumir a antiga

JI - Quais são os principais problemas da DGC?

MM - O grande problema da DGC é o grande problema do IBGE: a falta de uma organização de fato, de uma visão mais profissional do trabalho. O quadro de pessoal da Diretoria, como o quadro de pessoal do IBGE, nunca foi objeto de uma reflexão mais profunda, de um ordenamento mais adequado aos objetivos e diretrizes da Instituição. Na verdade, nós recompletamos o efe­tivo a cada período de Censo.

JI - Esse problema pode ser so­lucionado apenas na DGC ou pre­cisa ser um processo que envolva todo o IBGE?

MM - Tem que envolver todo o IBGE. Não dá para se fazer isso isolada­mente. A Diretoria tem muitas ativida­des já organizadas, documentadas, mas nos falta um lote substancial de ativida­des para serem documentadas e orga­nizadas. Veja um exemplo: os materiais empregados no nosso trabalho são ad­quiridos pelo sistema central de com­pras do IBGE, o DEMAT. Então, é pre­ciso que essa organização também exis­ta lá, sob pena de prejudicar os nossos pontos de entrada desses insumos nas atividades.

Jl - A reformulação viria como conseqüência da reforma adminis ­trativa ou seria uma coisa parale ­la?

MM - Ela seria paralela. Quando se fez o primeiro diagnóstico da reforma, essa questão da organização do traba­lho mereceu um enfoque mais detalha­do. A sua evolução , os prazos corridos, as mudanças por que passou o IBGE obrigaram a que as ações fossem desenvolvidas noutras frentes, retar­dándo essa questão da organização, que na época da reforma recebeu a de­nominação de rotinas de trabalho. Hoje já se pensa em retomar, e em algumas áreas já se retoma como prioridade, es­sa questão. Mas ela deveria ter sido tra­tada em paralelo. Chego a me atrever até a dizer que a estrutura orgânica de­correria da perfeita identificação dessas rotinas de trabalho.

JI - E as pessoas não são habili­tadas?

MM - Na verdade, nós damos uma formação técnica a essas pessoas inter-

Diretoria de Geodésia e Cartogra­fia, e , a partir de 1987, a de Geo­ciências.

Além do IBGE, que define como seu projeto de vida, Mauro leciona na UERJ há nove anos, sobrando muito pouco tempo para o lazer. Mas nos fins de semana cultiva hortaliças e fruteiras "num peque­no pedaço de terra em Teresópo­lis, fazendo calos nas mãos para compensar a semana envolvido com a burocracia da função de Di­retor". E é dos sucessos e proble­mas da DGC que Mauro Mello nos fala nesta edição.

namente, é um treinamento em traba­lho. Isso gera uma série de distorções e deficiências nessa formação, que se re­flete basicamente no pleno envolvimen­to profissional, o que acarreta, como conseqüência, um baixo nível de orga­nização no trabalho.

JI - O quadro de pessoal é Insu­ficiente?

MM - Estamos nos aproximando do Censo <ie 90 com um quadro de pessoal muito aquém do que precisa­mos, não somente em quantidade, mas também em qualidade. O ideal seria a contratação, para o Censo, de pessoas já plenamente habilitadas ao desempe­nho das atividades, o que é difícil, ten­do como grande restrição a questão salário. A área de Geociências é muito ativa, dinâmica, não existindo profissio­nais plenos disponíveis com facilidade no mercado. Tal colocação é válida pa­ra todas as áreas que compõem a DGC - cartografia, geografia, geodésia e re­cursos naturais.

JI - O que mudou com a cria­ção dos Departamentos Regionais de Geociências?

MM - Os Departamentos Regionais de Geociências não são novidade . Des­de o primeiro instante do IBGE nós ti­vemos unidades regionais distintas das delegacias, principalmente na área de Geodésia. Nós temos que trabalhar em oito milhões e meio de quilômetros quadrados. E a lógica nos indica que o melhor caminho para isso é dividirmos os esforços pelo território, em função das pressões de demanda em cada mo­mento. Com a absorção do ProjetoRa­dam, herdamos esta mesma postura com relação à área de recursos naturais e estudos ambientais, e ampliamos então o número de unidades regionais com a criação da Diretoria de Geociên­cias. Não é bom termos separadamente unidades especializadas em geodésia ou recursos naturais porque a Diretoria é uma só.

JI - Como estão funcionando os DRG?

MM - Embora a resolução que re­gulamentou a criação do~ DRG seja do início deste ano, a rigor nós tivemos um prazo a partir de abril para implantação, mas estamos longe de atingi-la de for­ma completa. Mesmo tendo essa deno-

minação única, nós ainda identificamos a atuação especializada dos departa­mentos hoje. O momento que vive­mos, de restrições econômicas e de contratação de pessoal, torna muito di­fícil dar uma forma definitiva aos nossos departamentos regionais, o que levará algum tempo, difícil de estimar. ~

J I - Os seis DRG atuais são su- ~ flcientes? ~

MM - De maneira alguma. Nós te-~ mos necessidade de cobrir a Região Norte, que compreende mais de 50% do nosso território. Para o volume de trabalho na Região Sul, a unidade de Santa Catarina é muito pequena, com 48 funcionários . A de Salvador é gran­de, 160 funcionários, mas nós temos deficiência de pessoal lá também. A de Fortaleza é a segunda menor, com 93 funcionários, voltada exclusivamente para levantamentos geodésicos e preci­sando mudar esse perfil.

JI - Com essas mudanças, seria correto dizer que a DGC está assu­mindo um novo papel no IBGE?

MM - Olha, eu tenho alguns com­panheiros que dizem que nós estamos num processo de recuperação histórica. Porque na verdade o IBGE nasceu de · uma proposta do professor Teixeira de Freitas para a criação de um Ins~ituto de Estatística e Cartografia. Teixeira de Freitas via que sem um conhecimento adequado do território - e esse conhe­cimento informado por uma represen­tação cartográfica - os levantamentos estatísticos iriam falhar em termos de cobertura, perdendo em qualidade. No caso do Censo de 90 estamos traba­lhando desde o ano passado na elabo­ração da base operacional, que, como o próprio nome diz, é um trabalho de base, ou seja, fundamental.

JI - A base operacional é só cartográfica?

MM - Não. Ela tem uma outra componente, o cadastro, que é essen­cial à elaboração do plano de tabu­lação, que por sua vez é fundamental no planejar a coleta. As atividades são de suporte para o desenvolvimento do levantamento estatístico. Se essas ativi­dades são básicas, elas têm que antece­der - e muito - a execução do levan­tamento.

JI - Então , o trabalho está em dia?

MM - Apesar de termos iniciado o trabalho no ano passado, estamos atra­sadqs por falta de recursos financeiros. Vamos receber agora em setembro a primeira parcela da dotação Censo 90 para o exercício de 1988, quando de­veríamos ter recebido essa parcela em fevereiro. Isso tem implicações diretas com o trabalho de atualização, que re­quer um treinamento da rede para ser executado de forma adequada . E esse treinamento, que exige um esforço muito grande, deveria ter sido iniciado em abril e maio, terminando em março do próximo ano.

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JI - Apesar do atraso no repas­se da verba, o trabalho para esse Censo está mais aperfeiçoado?

MM - Está. Eu digo isso porque nós tínhamos um problema, basica­mente do Censo de 50 para cá, que era a duplicidade de esforços na prepa­ração da base operacional. Anterior­mente, as áreas de cartografia e de es­tatística tinham unidades voltadas para esse trabalho, cuja sintonia sempre foi difícil. Agora, para o Censo de 90, te­mos uma única unidade. Então, conse­guimos aperfeiçoar esses procedimen­tos e também um engajamento de to­dos os profissionais da área de geodésia e cartografia. Isto certamente vai significar uma melhoria de qualida­de, com o aperfeiçoamento da compo­nente cartográfica da base, com impli­cações nos cadastros.

JI - Quais são os projetos atuais da DGC?

MM - Os oito meses iniciais da Di­retoria foram dedicados a um processo interno de discussão, envolvendo todos os técnicos, na identificação da sua feição mais adequada. Concluiu-se que a melhor forma seria elaborar um plano-diretor de Geociências, um pri­meiro passo de organização do traba­lho, composto por uma série de linhas­programas de atuação. A que nós privi­legiamos hoje, no desdobramento em projetos, é a chamada "ordenação do território", muito rica em conteúdo, e vem dando frutos constantemente, in­clusive a revisão da divisão microrregio­nal do País. Isto significa que nós tere­mos toda uma estrutura de tabulação do Censo de 90 com essa nova divisão em microrregiões, mais adequada à evolução do País nas últimas duas décadas, já que a última revisão ocor­reu em ·1969.

JI- Além desse, poderia citar outros?

MM - Temos 850 técnicos envolvi­dos em diferentes projetos e podemos citar alguns deles: PMACI, com o re­latório final já em elaboração; Atlas Mul­tirreferencial do Estado de Mato Grosso do Sul; Programa Grande Carajás; um inventário das potencialidades dos re­cursos naturais da Amazônia Legal, re­sultado de convênio com a SUDAM; Diagnóstico do Brasil - uma avaliação da ocupação do território; além dos já tradicionais Geografia do Brasil, Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo e o Atlas Nacional do Brasil.

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Na Tljuca há o encontro entre

o novo e o antigo. Podemos nos

deslocar no veloz metrô ou

passear nas poéticas charretes

da Praça Xavier de Brito.

JORNAL DO IBGE -Agosto de 1988

A Tijuca é assim

"Seu" leitor faça o favor de responder de­pressa: em que bairro do Rio foi ambientada a minissérie Anos Dourados, recentemente exibida na televisão? Se você respondeu Ti­juca a essa pergunta/paródia, em cima do samba de Noel Rosa - que nasceu no bair­ro vizinho, Vila Isabel - está absolutamente certo. E onde mais poderia se passar uma história em que os protagonistas estudaram no Instituto de Educação e no Colégio Mili­tar? Nos anos 40 e 50, parecia que havia um "acordo implícito" entre os alunos des­tes dois pilares do ensino carioca, tal era o número de namoros que surgiam entre os aspirantes ao oficialato e as normalistas. As famflias "faziam muito gosto", como se dizia àquela época.

A Tijuca sempre foi assim, um bairro es­sencialmente familiar, onde passear na Pra­ça Saenz Pena, tomar um sorvete no Palhe­ta ou assistir à matinê no cine Olinda era programa "obrigatório" para os jovens da­queles tempos inocentes de pouca inflação. "Essa sensação de nostalgia é realmente contagiante", afirma Zelita Baltazar da Sil­va, 68 anos, que foi bilheteira no já demoli­do cinema Olinda - hoje Shopping 45. "Trabalhei 48 anos nas empresas do grupo Vital Ramos de Castro, que controlava uma cadeia de cinemas. Fui bilheteira, ainda, nos cines Ritz, Astória e Plaza, que também não existem mais ."

Como não existem, também, as velhas chácaras que se estabeleciam ao longo da Rua Conde de Bonfim, onde, por curiosida­de, morou o próprio conde, o negociante Francisco José <de Mesquita. Aliás, a Tijuca é um bairro bastante fértil em fatos curiosos. Suas histórias fariam a delícia dos ouvintes da Rádio Relógio ou dos leitores de almana­que . Você sabia?

O bairro da Muda, por exemplo, que per­tence à chamada "Grande Tijuca", recebeu esse nome porque era o local onde as dili­gências e charretes trocavam os cavalos pa­ra a subida até o Alto da Boa Vista. Quer outra? No final do Século XVIII, um certo alferes Joaquim José da Silva Xavier - é esse mesmo que você está pensando - pe­diu ao vice-rei uma concessão para captar as águas do Rio Maracanã e distribuí-las aos moradores da redondeza, a maioria de po­sição social elevada, que se gabava de mo­rar em um lugar onde o clima "era seme­lhante ao de Petrópolis" .

Devia ser mesmo, embora Tijuca, na lin­guagem dos índios, signifique "terreno la-

macento". Com a urbanização do lugar, os índios teriam que arrumar outro nome . Tal­vez "o lugar que conheceu o inferno e o pa­raíso". Nos anos 70, com o início das obras do metrô, os moradores de lá viveram me­ses tenebrosos por conta do barulho, da su­jeira e dos buracos, entre outros tormentos. Os comerciantes, então, quase foram leva­dos à loucura. Mas, ao terceiro dia, a Tijuca ressurgiu, literalmente sacudiu a poeira e deu a volta por cima. Hoje, o metrô serve a uma população estimada em 280 mil, distri­buída em uma área de 43,53 km2

, muito valorizada em termos imobiliários.

Quem não gostaria de morar em um bair­ro que dispõe ainda de muito verde, opções de lazer, como nove cinemas, três teatros, inúmeros clubes sociais, um movimentado comércio e, além disso, tem três escolas de samba: Salgueiro, Unidos da Tijuca e Império da Tijuca. E indústrias também . Abrindo novamente o almanaque, desco­brimos que um certo português de nome Al­bino Souza Cruz, adquiriu em 1910 a Impe­rial Fábrica de Rapé Paulo Cordeiro. Desne­cessário dizer que esta pequena indústria mais tarde se transformou no gigante cha­mado Cia. de Cigarros Souza Cruz.

Em busca do ouro

Lazer, comércio, indústria, tudo isso gera dados estatísticos e é aí que o IBGE se faz presente. Paulo Augusto Vieira, chefe da Agência Tijuca, conta que a sua equipe faz todas as pesquisas, exceto a de preços.

Paulo, com 21 anos de IBGE e cinco nesta Agência, revela que, além de cobrir todo o bairro, o seu pessoal se incumbe, também, do Rio Comprido e de Vila Isabel - Agên­cias incorporadas à Tijuca. "Com isso, ovo­lume de serviço aumentou um pouco, mas nem se compara com os trabalhos do Cen­so", afirma, acrescentando que já trabalhou em outras Agências, como na extinta Vila Isabel.

- Subimos morros, andamos em fave­las, por todas as 324 ruas da Tijuca e dos outros bairros em "busca do ouro" - que é como chamamos as informações - diz Ed­mundo de Faria, há 41 anos no IBGE e um dos mais antigos da Agência, criada no iní­Cio dos anos 50.

A funcionária mais antiga na Tijuca, con­tudo, é Elisa Merhy Noya, 64 anos, com quase 40 anos de casa. Descendente de gregos e libaneses, Elisa conta que no tem­po do Conselho Nacional de Geografia -CNG e Conselho Nacional de Estatística -CNE tudo parecia uma família. "Havia mais congraçamento entre todos", revela dona Elisa. "Hoje em dia tudo é muito impessoal, mas ainda assim gosto de todo mundo." Moradora do bairro, ela lembra com sauda­de dos anos dourados na Tijuca.

Já Sheila Andrioti, que embora tenha oi­to anos de casa, é uma das mais novas na Agência, diz que curtiu muito o lado boêmio da vida. "Agora não dá mais, porque tenho uma filha que está com dez meses e me ab­sorve muito." Para ela, o relacionamento entre os Agentes de Coleta e os Informantes é o melhor possível. "Existem, naturalmen­te, alguns problemas, facilmente con­tornáveis." Ela conta que já trabalhou em Madureira e Jacarepaguá e assimilou muita coisa.

Elza Maria Diniz, também funcionária da Agência, revela que quando se aposentai quer publicar um livro de crônicas sobre ex­periências de vida . E a Tijuca lhe dá muita inspiração, pois é um lugar onde os contras­tes convivem em harmonia. Lá pode ser vis­to o prédio moderno, com suas esquadrias de alumínio e vidros fumê, ao lado de casas simples com quintal, varanda "e na fachada escrito em cima que é um lar", como na música Gente Humilde. Na Tijuca você po­de andar no metrô e passear em bucólicas charretinhas puxadas por bodes. O velho e o novo. O verde e o concreto. A Tijuca é as­sim.

O Instituto de Educação: cenário para os ingênuos Anos Dourados, onde as nonnalistas sonhavam em casar com aspirantes ao oficialato. Bons tempos ...

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JORNAL DO IBGE- Agosto de 1988

Mostra de Cinema dá brindes

Mostra reuniu cerca de 2 mil espectadores.

No último dia da Mostra dos 90 Anos do Cinema Brasileiro foram sorteados, no auditório da Sede, brindes para quem assistiu aos filmes. Estiveram pre­sentes a Chefe de Gabinete, Maria da Conceição Lomba Lima, o Superinten­dente de Recursos Humanos, Miguel Mubárack, a Coordenadora de Comu­nicação Social, Shirley Soares, e a equipe de Relações Públicas e Propa­ganda da CCS responsável pelo Proje­to "Quem não viu no cinema, verá no IBGE".

Cadeiras de "diretor de cine­ma"- Marlene de Oliveira, Almerin­do das Flores e Olimarknierim (Man­gueira). Livros- Maristela Carvalho, (Sede), José Carlos Castro e Lilian An­drade (Praça da Bandeira), Aldalita Li­ma e Aníbal da Silveira (Lucas). Dis­cos- Jadir da Costa, Leda Ferreira, Jorge Luiz dos Santos, Carlos Roberto de Melo, Maria Rebouças e Rute dos Santos (Mangueira), Aracy Folena, Mil­ton de Carvalho e Jorge Pinto (Lucas), Trento Natali Filho (Praça da Bandeira) e Ana Amélia Coelho (Sede) . Assinatu­ras da Revista Cinemin - Edimilson Baptista, Nilcéia da Silva e Cesaltina Marracho (Mangueira), Eliane Xavier, Ely Fernandes e Sônia Maria de Souza (Sede). Pacotes com revistas- Fátima Prates, Sérgio da Silva, Eliana de Je­sus, Geraldo Gonçalves Filho, Angela Maria Caetano, Silvia Bregman, Maria Fátima Fernandes, Eliane Barreto, Fáti­ma Machado, José Janio Eustáquio, Luciene Silva Guto, Heleria Maria Quintanilha, Rosani da Silva, Carlos Alberto Simonato, Juarez Vieira, Nilcéia de Campos e Júlia Maria Tostes (Mangueira), Yrapoan Rodrigues, Ana Lúcia Fernandes e Hélio dos Santos (Praça da Bandeira), Tereza Cristina Gino, Vera Lúcia Dutra e Sonia Maria Santos (Sede) e Oswaldo Souza (DE­GE/RO). Cartazes - Virgínia Azeve­do, Rosângela de Souza, José Carlos Costa, Sonia Maria da Silva, Maria Lúcia Dias, Henrique Lopes, João Fer­reira dos Passos, Iracema de Lyra, So­nia Manhães Dias, Sebastião Gomes, Iara de Faria, Ana Lúcia Saboia, Deni­cia de Lima, Luiz Carlos do Amaral, Urahi de Oliveira, EsteJa Rosa dos San­tos e Laercio Roberto Doederlein (Man­gueira), Willian Avelino da Silva, Sonia Regina lzidoro e Sérgio Roberto Xavier (Lucas), Armely Marica to (Praça da Bandeira) e Creimar de Souza, Francis­co Carlos dos Santos e Diva Francisco Ribeiro (Sede).

Página 5

Na ponta do lápis O seu dia-a-dia é na ponta do

lápis, coletando os preços efeti­vamente cobrados ao consumi­dor. E tudo tem que ser também anotado direitinho para adminis­trar o orçamento familiar, princi­palmente em tempo de mudan­ças de hábitos de consumo e até projetos de vida. O que fazem al­guns Agentes de Coleta da Uni­dade Regional do Rio de Janeiro quando esbarram, como todos nós, nas contas do "pão nosso de cada dia"?

"A primeira regra é gastar bas­tante a sola de sapato para de­pois comprar." Quem recomenda é Teima Lomba de Oliveira que nos tempos do Plano Cruzado es­banjava comprando, justamente, sapatos. Hoje, em vez de jogar no lixo os pares que estão muito usados, procura mesmo é o sapa­teiro da esquina.

Solteira e morando com os pais, T elma gastava boa parte de seu salário em butiques da moda, sem se preocupar muito com os preços. Agora, consciente de que o salário acompanha a distância a inflação, contém seus impulsos na hora de fazer uma compra ou projetos.

"Recentemente quis fazer um curso de extensão em jornalis­mo. Desisti quando vi que era co­brado em OTN", reclama Teima, que desistiu também de comprar um novo par de tênis para a ginástica. "Quando o vendedor me disse o preço!!! Preferi conti­nuar usando o velho mesmo." Agente de Coleta, há oito anos, Teima dá dicas a sua mãe sobre produtos e locais que oferecem

mais vantagens, zelando, assim, pelo orçamento familiar.

Colhendo verduras

João Henrique Sales, supervi­sor, diz que a solução para man­ter o seu poder aquisitivo foi a mudança da casa em Higienópo­lis na Zona Norte carioca para um sítio em ltaboraí, a 60 km do Rio. Apesar de gastar cerca de 2 horas de ônibus por dia no caminho de casa para o trabalho, economiza consumindo produtos de sua própria horta e criando galinhas: "Já dá para garantir a omelete de cada dia". Com bom humor, ele não se queixa da vida e continua a comentar como consegue con­trolar as suas despesas.

"Fiz uma despensa em casa on­de estoco o que não é perecível, deixando para as compras diárias o pão e o leite." Ele e a esposa de-

Na luta contra a inflação, os pesquisadores

de preços Teima, Clara e João Henrique

dão suas "dicas".

sistiram da cervejinha e de supérfluos como o queijo e o pre­sunto. "Isto se tornou um luxo." Mas de uma coisa ainda não abriu mão: almoçar ou jantar uma vez por mês em um restau­rante com a família. João só la­menta mesmo é o cancelamento da assinatura de suas revistas.

De olho nos preços

Novos tempos, novos hábitos. Para quem vive na ciranda de fo­go dos preços é fundamental conhecer o caminho das pedras para não se queimar. Clara Col­men Hochman sabe e dá a "dica":

- Hoje em dia o ideal é pes­quisar os preços, verificar onde as promoções são realmente van-

tajosas e comprar os artigos em oferta. Enquanto faço a coleta, fi­co de olho nas promoções. Se es­tiver perto de casa, depois do ex­pediente pego o carrinho de feira e volto.

Ela mora em Copacabana, com o marido e o filho, em um aparta­mento próprio, pago durante 15 anos, "na época em que podía­mos comprar imóvel financiado, pois hoje até o condomínio é al­to", acrescenta;

Clara trabalha pesquisando os preços em estabelecimentos da Zona Sul do Rio, de Santa Teresa e Glória até o Leblon. Ela admite que esses tempos de inflação em alta modificaram seus hábitos. Já cortou supérfluos na alimenta­ção, como .queijos, refrigerantes e enlatados. E o lazer? "Só vou ao teatro no final do ano quando tem a promoção das Kombis."

Ela tem utilizado uma prática muito comum atualmente na classe média: o "efeito substitu­to", deixando de comprar discos para ouvir rádio. Se antes com­prava muitos livros, hoje prefere trocar com os amigos os poucos que adquire. Seleciona bem os filmes a que vai assistir, porque o preço do ingresso está muito ca- l' ro.

Mas o que ela sente falta mes­mo é das viagens que fazia a São Paulo para rever os familiares ou a T eresópolis com os amigos. No ano passado ganhou uma passa­gem a Israel de um parente que mora lá. "Só assim mesmo que eu pude conhecer a terra de meus pais", assegura Clara, que é sani­tarista formada pela USP e fun­cionária do IBGE desde 1970.

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JORNAL DO IBGE- Agosto de 1988

INPCem disquetes

No estande, Paulo Tafner, chefe do CDDI.

O IBGE participou da VIII Feira Internacional de Informática, no Riocentr.o, de 22 a 26 de agosto, com uma grande novidade: demonstrações do nosso primeiro produto em disquete, a ser lançado brevemente. Trata-se da série histórica, a partir de janeiro de 87, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor -INPC. Houve demonstrações, também, de como será possível, já em outubro, acessar diretamente o maior banco de dados sobre o Brasil, via Embratel, pela RENPAC­Rede Pública de Comunicação de Dados por Comutação de Pacotes_ Em nosso estande, publicações, mapas e gráficos. E mais: através de tr~s terminais e um telex, milhares de informações sobre estudos e pesquisas do IBGE nas áreas de Estatística e de Geociências. Essas informações podem ser normalmente obtidas pelo público, durante o ano inteiro, no CDDI.

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JORNAL DO IBGE- Agosto de 1988 Página 7 ·

Encontro de Informática no Rio O I Encontro da Informática das Delega­

ciasRegionais aconteceu no Rio, de 15 a 19 de agosto, promovido pela DI, através da Ger~ncia de Produção e Suporte aos Usuários e do· Setor de Treinamento do GEA. Participaram os responsáveis pelos Centros de Processamento de Dados e titu­lares das Unidades Regionais, técnicos e di­retores de Informática e de Pesquisas e re­presentantes das Superintend~ncias de Re­cursos Humanos e de Recursos Financeiros, Materiais e Patrimoniais envolvidos com a descentralização de sistemas.

Foram analisadas as vantagens obtidas com a descentralização da apuração das pesquisas, a uniformização de conceitos e padronização de rotinas nas Unidades Re­gionais, a criação de um Catálogo de Apli­cativos em nível nacional e as diversas for­mas de comunicação e transmissão de da­dos entre as UR e o CPD central, avaliando volume x tempo x custo. Houve também apresentação dos sistemas desenvolvidos nas UR, mostrando o avanço destas no pro­cesso de informatização de suas rotinas in­temas. E ainda uma explanação sobre o Banco de Dados de Recursos Humanos,

Beuilaqua: política de descentralização da inform6tíca no IBGE.

que, entre outras coisas, dará maior agilida­de à atualização das fichas cadastrais dos funcionários e deverá ficar pronto em outu­bro.

PELO BRASIL AFORA REGIÃO NORTE

A convite da Assembléia Legislativa do estado, a Unidade Regional do Amazonas participou, nos dias 17 e 18, representada pelo Gerente de Pes­quisas, João Adelino da Silva, de um ciclo de debates sobre o papel do muni­cípio na Nova Constituição.

Ainda do Amazonas: o Superinten­dente de Recursos Financeiros, Mate­riais e Patrimoniais, Homero Correa, esteve em Manaus para tratar da cons­trução da nova sede na Estrada do Alei- · xo.

* * * O Curso de Chefia e Liderança foi.

ministrado aos servidores da Unidade Regional de Rondônia, de 20 de junho a 10 de julho. Em pauta, o comporta­mento humano e diferenças indivi­duais, o indivíduo em grupo, a comuni­cação como fator de informação, apli­cação prática e análise dos resultados.

* * * O Coordenador da Comissão Execu­

tiva do Nosso Censo - Pesquisando Nossa Realidade, Manoel Antônio Soa­res da Cunha, fez palestra dia 29 de ju­lho no auditório do INPS para os servi­dores da Unidade Regional do Pará. Foram expostos os objetivos, o con­teúdo e o cronograma do Censo dos funcionários da Casa que terá início em em outubro.

REGIÃO NORDESTE Os Geógrafos Aluízio Capedeville e

Maristela de Azevedo Brito estiveram na Unidade Regional da Paraíba, em agosto, dando prosseguimento ao pro­jeto de revisão da divisão do estado em microrregiões, que já será utilizada no Recenseamento Geral de 1990. No en­contro, técnicos da Universidade Fede­ral de Pernambuco, Fundação da Colo­nização do Estado da Paraíba, Superin­tendência de Desenvolvimento do Nor­deste, Comissão Estadual de Planeja­mento Agrário da Paraíba e Gabinete do Planejamento e Assistência Gover­namental.

Eles estiveram também no Piauí pa­ra debate com técnicos da Unidade Re­gional e de órgãos estaduais de pesqui­sa. Na proposta final, o estado ficou constituído por 15 microrregiões, num total de quatro mesorregiões.

* * * "Geografia e realidade brasileira: for­

mas de resistência" foi o tema do 7. 0

Encontro Nacional de Geógrafos e da 35. a Assembléia Nacional Ordinária da Associação Brasileira de Geógrafos. Realizado no Colégio Marista de Ma­ceió, no final de julho, reuniu mais de 2.400 geógrafos, entre professores, pesquisadores, técnicos e estudantes de Geografia e Meteorologia. O IBGE marcou presença, através da Unidade Regional de Alagoas, inclusive com um estande para venda de publicações, montado pelo setor de Documentação e Disseminação de Informações.

* * * Eribaldo de Carvalho Portela está

completando três anos como titular da Unidade Regional de Pernambuco. Ele aproveita para agradecer o apoio "dos órgãos centrais e principalmente da mi­nha equipe de trabalho".

REGIÃO SUDESTE O Setor de Desenvolvimento e Assis­

tência ao Empregado da Unidade Re­gional de São Paulo vem se ampliando nos últimos meses. Seguindo as diretri­zes gerais estabelecidas pela política de recursos humanos do IBGE, a assisten­te social Tereza Arruda Fattorl tem orientado os servidores da DEGE e suas famílias a respeito da legislação trabalhista e do uso de seus direitos as­segurados pelo Acordo Coletivo de Trabalho.

Esta orientação abrange os casos de acidente de trabalho e pedidos de apo­sentadoria, quando os funcionários são encaminhados aos setores competen­tes, além do acompanhamento de pro­blemas particulares e familiares que re­percutem no rendimento funcional.

Quanto aos servidores lotados no in­terior do estado podem receber orien-

Descentrallzaçio

No discurso de abertura do encontro, o Presidente Charles Mueller destacou a im-

tação da assistente social através de car­tas ou por telefone.

* * * A Unidade Regional de Minas Gerais

participou com um estande do V Con­gresso Mineiro dos Municípios e da IV Feira para o Desenvolvimento dos Mu­nicípios, de 25 a 28 de julho, em Belo Horizonte. ·

* * * Foi na Unidade Regional do Espírito

Santo este mês que começou o progra­ma de treinamento na área de recursos materiais, sob a orientação de José Carlos Barreiro, do DEMAT. Esse trei­namento sobre a alienação, compras (aquisição e registro) , locação (de servi­ços e imóveis) e sistema de comuni­cações (expediente, protocolo, arquivo e controle de veículos) será levado a to­das as Unidades Regionais.

REGIÃO CENTRO-OESTE Como resultado de um convênio en­

tre o IBGE e o Instituto Nacional de Saúde e Nutrição, começa, em setem­bro, na Unidade Regional do Distrito Federal, o trabalho de campo da Pes­quisa Nacional de Saúde e Nutrição, que abrangerá todas as Unidades da Federação. Foram selecionados 15 se­tores, visitados por 30 pesquisadores que receberão treinamento intensivo.

Para garantir a qualidade das infor­mações, especialmente as que envol­vem medidas de precisão, cada dupla (entrevistador e antropometrista) rece­berá uma balança microeletrônica e fi­tas métricas próprias para medir altura.

REGIÃO SUL O Centro de Processamento de Da­

dos da Unidade Regional de Santa Ca­tarina receberá em setembro um equi­pamento Cobra-480 . Supervisionado por Natanael Maciel, o CPD funcionará com·nove terminais de vídeo e uma im­pressora Digilab de 300LPM. Assim, a UR ingressa definitivamente na era da informática, simplificando e agilizando todos os serviços das áreas técnicas e administrativas.

portâncla da descentralização da informáti­ca no IBGE e falou sobre o desenvolvimen­to técnico das Unidades Regionais e o aper­feiçoamento do processo de apuração das pesquisas.

Dentro da política de descentralização operacional da informática v~m·send6 insta­lados, desde 1984, Centros de Pr.ecessa­mento de Dados nas Unidades .. Regionais. Já estão implantados os CPD do Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Nor­te, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

Anteriormente, pesquisadores das Unida­des Regionais faziam o trabalho de campo, preenchendo questionários, depois envelo-: pados e remetidos à Sede para processa­mento dos dados estatísticos. Com a insta­.lação dos CPD, parte desse processamento passou para as UR, garantindo maior agili­dade às pesquisas do IBGE.

No encerramento o Diretor-Geral, David Wu Tal, incentivou a continuidade desse ti­po de encontro, ressaltando a sua im­portância para o bom desenvolvimento dos trabalhos das áreas envolvidas.

As Geógrafas Onorina Fátima Ferrari e Lurdes Manhães de Mattos Strauch, da Diretoria de Geociências, reuniram­se, de 10 a 12 de agosto, com os técni­cos da Unidade Regional do Paraná e de 21 órgãos estaduais para discutir a proposta de reformulação das meso e microrregiões. Ficaram definidas 39 mi­crorregiões e 11 mesorregiões no esta­do.

Pela primeira vez, foi realizada no Paraná a Reunião da Comissão Espe­cial de Planejamento, Controle e Ava­liação das Estatísticas Agropecuárias -CEPAGRO. O Presidente do IBGE, Charles Curt Mueller, e o Diretor de Pesquisas, Lenildo Silva, participaram desse encontro dia 17 de agosto, no auditório da FederaÇão da Agricultura, em Curitiba. Estiveram presentes ain­da, entre outros, os titulares das Unida­des Regionais de Santa Catarina e Pa­raná, representantes do Grupo de Coor­denação das Estatísticas Agropecuárias - GCEA, coordenadores de Estatísti­cas Agropecuárias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e chefes das Agências de Ponta Grossa, Londri­na, Cascavel, Jacarezinho e Rio Negro.

Equipe de Apoio nas Unidades Regio­nais: Dante Chaves - RJ; Claudionora de Paiva - AC; Alcemir de Carvalho - AM; José Jirino de Santana - AL; Djalma de Almeida - AP; Celeste Mo­reira - BA; Roberto Aragão - CE; Claro de Marcelo - DF; Sebastião de Mato - GO; João Monteiro Filho -MA; Tereza Nogueira - MT; Benedito Azamor Filho - MS; Cide Antônio Fonseca - MG; Jackson Silva - ES; Cláudia Hortides - PA; Afonso Biali - PR; Hélio Caldas- PB; Vicente da Silva - PE; Pedro de Oliveira - PI; Maria Ednaide de Oliveira - RN; Jair ou Rose - RS; Maria do Socorro Cos­ta - RO; José Monteiro da Silva -RR; Vera Lúcia de Souza - SC; Gui­lherme Bittencourt - SP; e Ruy Régis -SE.

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Página 8 JORNAL DO IBGE - Agosto de 1988

O Censo já começou Recursos Humanos - GETRE, afirma que o treinamento para o Censo Expe­rimental será de dois tipos: um enfati· zando o formulário básico (CD 1.01) para os recenseadores que percorrerão setores urbanos menos complexos; e outro que destacará o formulário c,la amostra (CD 1.02) a ser aplicado nos domicílios previamente selecionados para a segunda passagem. Eles res­ponderão, além do questionário bási­co, a este modelo que Investiga dados mais específicos.

- Nesse treinamento do segundo ti­po o destaque será dado aos recensea­dores que percorrerão setores rurais e

g, urbanos de difícil acesso e aos que fa-6 rão a segunda passagem nos setores g urbanos onde será aplicado o modelo '8 CD 1.02, diz Suely. E

~ ~i

@

Suely, Cleide e Moema: vídeo traz para a sala de aula

situações novas para os treinandos.

~ De acordo com Cleide Ramos, serão treinados para o Censo Experimental 16 supervisores e 136 recenseadores que aplicarão os formulários numa po­pulação estimada em mais de 200 mil habitantes.

Heitor, Valéria e Jorge: Limeira foi a cidade que apresentou o perfil mais adequado para o teste.

N elson, nio podemos es-- quecer nada.

- Vamos montando a casa devagar, Clara. Precisamos de poucas coisas.

- No fundo, queria ter uma· casa lin­da com tudo bem arrumado.

Não, este não é trecho de um diálo­go da novela das oito. Esta é uma das cenas do roteiro de um vídeo lnstru· clonal para o treinamento de recen­seadores que atuarão no Censo De· mográfico Experimental de Limeira e no Recenseamento Geral de 1990. O vídeo é resultado do convênio de coo­peração técnica e prestação de servi· ços feitos entre o IBGE e a Fundação Centro BJasilelro de TV Educativa -FUNTEVE.

Segundo Antonio Frota Neto, presi­dente da Funtevê, esse convênio abre espaço para a cooperação em vários âmbitos: "Queremos mostrar a toda a população o trabalho que o IBGE rea­liza e que o Brasil precisa conhecer", assegura Frota Neto, ressaltando a lm· portâncla da articulação de dois órgãos do Governo destinados a pres· tar serviços à sociedade.

Cenas típicas

No vídeo, os personagens principais sio colegas de um curso noturno de Contabilidade, que resolvem trabalhar como recenseadores no IBGE. As lo­cações são as mais diversas possíveis: desde uma biblioteca até casebres nas áreas rurais onde um dos personagens leva uma "carreira" de um cachorro.

· Para a titular do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos - DEPLA, Cleide Ramos, já não há mais como Ignorar a Importância do VT na educação. Se­gundo ela, o videocassete é um recur­so que atinge vários sentidos do trei­nando. "O vídeo tem a capacidade de demonstrar, sistematizar a aula, exemplificar e provocar a discussão sobre determinado assunto." Cleide acha que esse novo recurso traz para a sala de aula situações que, por ques­tões até mesmo de tempo, não pode· riam ser vtvencladas pelos trelnandos.

Além do VT, outros recursos serão utilizados, como o teste Inicial, o ca· demo de exercícios, transparências e teste final. Embora já tenham sido em­pregados nos treinamentos de Censos anteriores, desta vez foram adequados a uma linguagem mais moderna em termos de recursos humanos.

Suely Lacerda Palva, gerente de Treinamento e Desenvolvimento de

Um trabalho de base Para garantir a qualidade da execução

de um Censo existem dois fatores bási­cos: a cobertura completa do território nacional e o preenchimento correto dos questionários. Para que o primeiro obje· tivo seja atingido é fundamental o prepa­ro cuidadoso da base operacional, por onde, na verdade, começa a atividade censitária.

Segundo Rodolpho Alves Simas, ge­rente do Projeto Censo na DGC, base operacional é um conjunto de atividades que visa a preparar o material necessário à coleta, com o objetivo de definir o per­curso do recenseador na sua atividade, garantindo a representatividade territo­rial das estatísticas.

Nas atividades da base operacional é que se define o setor censitário, que es­tará representado em forma cartográfica na caderneta do recenseador onde o mesmo encontrará os domldlios a serem pesquisados. "Na elaboração dos mapas municipais são levadas em conta desde descrições topográficas mais detalhadas aM a própria legislação que define os li­mites municipais e estaduais", explica Lurs Antonio Paultno, do Departamento de Cartografia - DECAR.

Para testar o material que será utiliza­do no treinamento do pessoal da coleta, que executará o trabalho de elaboração de base, estiveram em Limeira, em agosto, além de Rodolpho e Lufs Pau/i­no, os engenheiros cart6grafos Olmes Paes e Mauro Preisler, do DECAR, o en­genheiro agrônomo Antonio Florido, do Núcleo de Documentação e Informação - NDI. Na oportunidade, aproveitaram para fazer a delimitação dos setores para o Censo Experimental.

- Em Limeira foi promovida uma reunião para avaliar os manuais de Atualização Cartográfica e de Delimi­taçlfo de Setores, diz Mauro Preisler. "Foi a primeira vez que houve este tipo de trabalho junto ao pessoal da base."

Já Martlene Simões Rios, Chefe do setor de Base Operacional da Unidade Regional de São Paulo, acha que seria muito importante criar um íntercllmbio com as áreas de Cartografia e de base operacional: "Para nós é fundamental que sejam desenvolvidos novos procedi­mentos cartográficos nos trabalhos de e/aboraçlfo da base, como a uttlizaçlfo de bússola e de técnicas de medtçlfo de distâncias e localização de elementos no mapa".

j i

Rodolpho, Mauro e Pau/in o: delimitaçao dos setores censltárlos.

Por que Limeira?

Foi o que perguntamos a Valéria da Motta Leite, Chefe do Departamento de População - DEPOP: .

- Para a escolha da cidade onde fa­ríamos o teste para o Censo de 1990 deveriam ser levados em conta vários aspectos. O número de habitantes não poderia ser muito grande porque es­tenderia a apuração. Não poderia ser multo pequeno, pois tornaria os resul­tados pouco representativos. Valéria acrescenta que o local escolhido deve­ria apresentar, também, aspectos de­mográficos e sócio-econômicos bem diversificados a serem Investigados, tais como: nupcialidade - caracterís· tlcas das uniões conjugais - migração Interna, pessoal ocupado em áreas ur· banas, rurais, tipos de atividades econômicas e nível de escolaridade. Outro fator a influenciar a escolha foi a proximidade com o Rio de Janeiro. Isto para não onerar o projeto. Foi fel· ta, então, uma consulta às Unidades Regionais do Rio, Minas Gerais e São Paulo e, entre as Cidades sugeridas, Li­meira foi a escolhida, porque apresen­tou o perfil mais adequado.

Uma vez definido o local onde se ve­rificaria o teste, a etapa seguinte seria iniciar o planejamento do Censo Expe­rimental. Jorge Henrique Carvalho, Chefe da Divisão de Pesquisas do DE­POP, afirma que foram feitas consul­tas aos usuários especializados não só do IBGE como de outros órgãos que sugeriram várias questões a serem in­cluídas no Censo. Foram necessárias algumas reuniões para consolidar to­das as sugestões enviadas.

- Criou-se, também, um grupo de amostragem composto por técnicos da Diretoria de Pesquisas e da Escola Nacional de Ciências Estatísticas -ENCE, para estudar as aplicações de amostragem no Censo de população, diz Jorge Henrique.

Com data-referência de 1. 0 de outu· bro, o Censo Demográfico Experimen­tal de Limeira será "um grande labo­ratório" para o Recenseamento Geral de 1990 em todos os níveis: servirá pa­ra testar as técnicas definidas para o treinamento e os procedt~entos de coleta.

Heitor Vellozo, assessor especial para o Censo, que participou de todos os recenseamentos a partir de 1940, diz que estas são as grandes e bem­vindas modificações. Ele assegura que "depois da Informatização e utilização do processo de amostragem nos Cen­sos, a Introdução de recursos moder­nos em treinamento como o VT é o grande avanço".