ANO 11 - MARÇO DE 1989 - N~ Conheça o Caminho dos · participar da luta contra o pânico e o...

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ANO 11 - MARÇO DE 1989 - 22 Conheça o Caminho dos Como é feita a cole- ta dos índices de pre- ços ao consumidor do IBGE? Qual o reflexo do aumento de preço de cada produto nos índices? Essas e mui- tas outras perguntas vão sendo respondi- das ao longo do Cami- nho dos Índices, que é o acompanhamento, passo a passo, das no- ve etapas da apuração mensal do INPC, IP- CA e IPC. Jornalistas, representantes de órgãos de classe e de associações comu- nitárias e funcionários do IBGE podem per- correr esse caminho, que se inicia com pa- lestra de técnicos do DESIP. A pesquisa de orçamentos familja- res, os locais e produ- tos pesquisados, o questionário persona- lizado, a participação de cada produto na composição do índice - você pode saber tu- . do conhecendo um trabalho sério e eficiente, onde os pre- ços coletados . são aqueles efetivamente j cobrados. (Editorial e ,; páginas 4 e 5) Coleta de preços: o primeiro passo no Caminho dos Índices. . J Hobby com gosto de mel Para intensificar Márcio: proteção para lidar com as abelhas. Mercado de trabalho desigual Apesar de representar mais de um terço da força de trabalho, á mu- lher brasileira continua sendo discri- minada em relação ao salário, já que, em 1987, recebia apenas 52% do rendimento do homem. Isto, num país em que 19% das famílias são chefiadas pelas mulheres. Estas e outras informações estão na Pes- quisa Nacional por Amostra de Do- micílios - PNAD/87, à venda nas livrarias do IBGE em todo o país. (Página 5) o intercâmbio com o exterior Amante da natureza, Márcio Fi- gueiredo concilia suas atividades no IBGE com um hobby bem original: há cerca de cinco anos seu tempo li- vre é dedicado à criação de abelhas. Após vários cursos numa Cooperati- va Apícola, atualmente passa os fins de semana cuidando de suas colméias em Araruama ou Paraíba do Sul. Isto depende da época do ano. (Página 3) Acaba de ser criada a Coordena- doria de Assuntos Internacionais - CAI em substituição à Assessoria de Cooperação Internacional. A meta principal, como afirma seu ti- tular Paulo de Góes Filho, reto- mar o intercâmbio com instituições públicas do exterior, que desenvol- vem atividades análogas às do IBGE, e ampliar as possibilidades de O desfile de carros alegóricos. com belas jovens da região. é o ponto alto da Festa da Uva. Em Pelo Brasil Afora, entre outras notícias, a Festa da Uva, no Rio Grande do Sul, e a inauguração, na Unidade Regional do Ceará, do Centro de Processamen- to de Dados, com um Cobra 540 e 20 terminais de digitação ligados ao Banco de Dados na Sede. (Página 7) obtenção de financiamentos junto às agências internacionais para proje- tos prioritários da instituição". A CAI é formada por duas asses- sorias: a de Cooperação e In- tercâmbio, a cargo de Maria Lúcia Ribeiro, e a de Convênios e Contra- tos Internacionais, chefiada por Alayde Wanderley Mariani. Fácil acesso a um mundo de informações Técnicos, estudantes e empre- sas do país e do exterior têm à sua disposição todos os resultados dos estudos e pesquisas desenvolvidos pelo IBGE, que podem ser obtidos de diversas formas: por carta, te- lefone, consulta nas salas públicas mantidas em todos os estados ou através de telex, via RENPAC ou terminais de computador, que acessam o Banco de Dados. E mais: na Sede podem ser consul- tadas até obras raras do século passado, como o I Recenseamen- to do Brasil de 1872. (Página 8)

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ANO 11 - MARÇO DE 1989 - N~ 22

Conheça o Caminho dos Como é feita a cole­

ta dos índices de pre­ços ao consumidor do IBGE? Qual o reflexo do aumento de preço de cada produto nos índices? Essas e mui­tas outras perguntas vão sendo respondi­das ao longo do Cami­nho dos Índices, que é o acompanhamento, passo a passo, das no­ve etapas da apuração mensal do INPC, IP­CA e IPC. Jornalistas, representantes de órgãos de classe e de associações comu­nitárias e funcionários

do IBGE podem per­correr esse caminho, que se inicia com pa­lestra de técnicos do DESIP. A pesquisa de orçamentos familja­res, os locais e produ­tos pesquisados, o questionário persona­lizado, a participação de cada produto na composição do índice - você pode saber tu-

. do ~so, conhecendo um trabalho sério e eficiente, onde os pre­ços coletados . são ~ aqueles efetivamente j cobrados. (Editorial e ,; páginas 4 e 5)

Coleta de preços: o primeiro passo no Caminho dos Índices.

. J

Hobby com gosto de mel

Para intensificar

Márcio: proteção para lidar com as abelhas.

Mercado de

trabalho

desigual

Apesar de representar mais de um terço da força de trabalho, á mu­

lher brasileira continua sendo discri­minada em relação ao salário, já que, em 1987, recebia apenas 52% do rendimento do homem. Isto, num país em que 19% das famílias

são chefiadas pelas mulheres. Estas e outras informações estão na Pes­

quisa Nacional por Amostra de Do­micílios - PNAD/87, à venda nas livrarias do IBGE em todo o país.

(Página 5)

o intercâmbio com o exterior

Amante da natureza, Márcio Fi­gueiredo concilia suas atividades no IBGE com um hobby bem original: há cerca de cinco anos seu tempo li­vre é dedicado à criação de abelhas. Após vários cursos numa Cooperati­va Apícola, atualmente passa os fins de semana cuidando de suas colméias em Araruama ou Paraíba do Sul. Isto depende da época do ano. (Página 3)

Acaba de ser criada a Coordena­doria de Assuntos Internacionais - CAI em substituição à Assessoria de Cooperação Internacional. A meta principal, como afirma seu ti­tular Paulo de Góes Filho, "é reto­mar o intercâmbio com instituições públicas do exterior, que desenvol­vem atividades análogas às do IBGE, e ampliar as possibilidades de

O desfile de carros alegóricos. com belas jovens da região. é o ponto alto da Festa da Uva.

Em Pelo Brasil Afora, entre outras notícias, a Festa da Uva, no Rio Grande do Sul, e a inauguração, na Unidade Regional do Ceará, do Centro de Processamen­to de Dados, com um Cobra 540 e 20 terminais de digitação ligados ao Banco de Dados na Sede. (Página 7)

obtenção de financiamentos junto às agências internacionais para proje­tos prioritários da instituição".

A CAI é formada por duas asses­sorias: a de Cooperação e In­tercâmbio, a cargo de Maria Lúcia Ribeiro, e a de Convênios e Contra­tos Internacionais, chefiada por Alayde Wanderley Mariani.

Fácil acesso

a um mundo de informações

Técnicos, estudantes e empre­sas do país e do exterior têm à sua disposição todos os resultados dos estudos e pesquisas desenvolvidos pelo IBGE, que podem ser obtidos de diversas formas: por carta, te­lefone, consulta nas salas públicas mantidas em todos os estados ou através de telex, via RENPAC ou terminais de computador, que acessam o Banco de Dados. E mais: na Sede podem ser consul­tadas até obras raras do século passado, como o I Recenseamen­to do Brasil de 1872. (Página 8)

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EDITORIAL Os preços coletados são aqueles efetivamen­

te cobrados. Essa frase é um exemplo de como são realizadas as nossas pesquisas de índices de preços ao consumidor. A posição do corpo técnico e da Direção sempre foi a de manter a credibilidade do IBGE, repudiando qualquer tentativa de ingerência no cálculo dos seus índi· ces, ou seja, o INPC e o IPCA. Já o IPC, igual­mente produzido pelo IBGE, é o indexador ­instrumento de política econômica - e quem determina sua forma de c6/culo, portanto, é o Governo Federal, através de atos legais publi­cados no Diário Oficial da União .

A metodologia de cálculo dos índices de pre· ços do IBGE sempre foi de domínio público, pois em qualquer das nossas livrarias e bibliote­cas podem ser obtidos ou consultados exem­plares das publicações Métodos de Cálculo, Estrutura Básica de Ponderações, Indicadores IBGE e Para Compreender o INPC. Além dis­so, sempre que necessário, são distribuídas no­tas técnicas aos veículos de comunicação, ex­plicando detalhadamente os procedimentos adotados. Com esse mesmo objetivo de mos­trar à população um trabalho honesto e eficien­te, jornalistas têm percorrido todas as oito eta­pas do chamado Caminho dos Índices, desde a coleta dos preços nas prateleiras até o cálculo final. Esses encontros estão abertos, também, a interessados no assunto, como você, represen­tante de órgãos de classe .

Enfim, o que se pode constatar, lamentavel­mente, é que even!uais acusações de manipu­lação agridem principalmente o corpo técnico e a imagem do IBGE, que há mais de 50 anos vem prestando serviços de inquestionável valor à sociedade.

Presidente da República José Sarney

Ministro· Chefe da Secretaria de Planejamento e Coordenação Joio Batista de Abreu

Secretário-Geral Ricardo Luís Santiago

C!'l FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E EST ATISTICA - IBGE

Presidente: Charles Curt Mueller

Diretor·Geral: David Wu Tai

Diretor de Pesquisas: Lenildo Fernandes Silva

Diretor de Geociências: Mauro Pereira de Mello

Diretor de Informática: José Sant'Anna Bevilaqua

JORNAL DO IBGE

ANO 11 - MARÇO DE 1989 - N~ 22

Publicação mensal destinada aos funcionários do IBGE Editado pela Coordenadoria de Comunicação Social - Avenida Franklin Roosevelt, 194·9~ andar- Rio de Janeiro- Tel.: (021) 220-1222

Editora Responsivel: Shirley Soares (Reg. n° 12.466 MT·RJJ

Editores-Assistentes: Sheila Riera e Francisco Alchorne

Redaçio e Reportagem; Marco Santos e Paulo Roberto Cardoso

Equipe de Apolo: Fátima Santos. Gilson Costa. Paulo Villas Bôas. Robson Wald­helm, Andrea Rodrigues , Maria Goreth Sala e N~lio Machado

Publicidade: Tereza Cristina Millions (Responsável)

Programaçlo Gráfico-Editorial: Gerência de Editoração

Fotocomposlçlo, Arte·Finallzaçio, lmpressao e Clrculaçio: Centro de Documentação e Disseminação de Informações- CDDI/Departamento de Produção Gráfica e Gerência de Marketing.

Tiragem: 15.700 exemplares

Permitida a transcrição total ou parcial de matéria publkada no Jornal do IBGE. des­de que citada a fonte.

JORNAL DO IBGE- Março de 1989

Jornada ecológica

As estagiárias do DRG-BA, Cássia Menezes da Silva, Paula Silva Borges e Jocenilda Guimarães dos Santos, estiveram na Ilha de ltaparica

em dezembro e contam como foi essa experiência.

Foi uma excursão de estudos e coleta de material botânico para que víssemos, na prática, formações e associações vegetais ( ... ) . Vimos floresta úmida com árvo­res altas e densas ( ... ) . Visitamos a Fazenda Mucambo, onde percebemos a pre­

sença de epífitas e hemiparasitas em mangueiras velhas ( ... ).

Foram nossos companheiros, os técnicos do Herbário Radambrasil, professor Geraldo Carlos, a biólo­ga Hortênsia Bautista, as engenheiras florestais Joana D'Arc Ferreira e Dayse Martins, da Universidade Fe­deral da Bahia, e as estagiárias Maria Helena Koehne e Lúcia Marta Guerra.

Agradecemos ao IBGE e aos professores a oportunidade e os ensinamentos.

Campanha de doação Agradecimento

A SRH fala, em nome da Casa do Hemofíli­co, sobre a Campanha de Doação de Sangue.

Solange de Carvalho Rosa, da Agência de Tubarão, em Santa Catarina, agradece o prêmio recebido.

( . . . ) Agradecemos a solidariedade dos cole­gas doadores que proporcionaram mais esperan­ça de vida aos pacientes atendidos por aquela ins­tituição.

Trabalho há quatro anos como Agente de Co­leta ( . . . ) fui sorteada na Promoção IBGE/ Nova Fronteira, recebendo o livro Por Quantos Ainda Va­mos Chorar, de J.M. Simmel.

A coleta de sangue, realizada nos dias 7, 8 e 9 de março, teve a adesão dos funcionários da Sede (4 7) , Mangueira (84) e Lucas (70) .

( .. . ) Quero, então, reafirmar meu melhor agra­decimento, desejando que continuem obtendo su­cesso neste e em outros empreendimentos ( ... ) .

1. Quais são as formas mais comuns de se pegar o vírus da AIDS? Já exis­te cura para a doença?

A contaminação pe­lo vírus da AIDS ocorre através do contato com esperma e sangue conta­minados pelo vírus através de:

- relações sexuais, sobretudo as relações anais ;

transfusões de sangue e/ ou de produtos provenientes do sangue que estejam contamina­dos;

uso de seringa e agulhas contaminadas;

- através da pla­centa ou canal do parto - mulheres contamina­das têm grande risco de dar à luz filhos com a in­fecção .

Até o momento não existe cura para a doen­ça. Não podemos nos es-

A partir deste número o JI abre espaço para você tirar suas dúvidas. Basta mandar as perguntas para a equipe médica, na Av. Beira-Mar, 436-, 4? andar, Castelo, Rio de Janeiro. Não é preciso se

identificar.

quecer que, no mundo inteiro, cientistas procu­ram esta cura que certa­mente virá . Enquanto is­so não ocorre , proteja-se; pois os fatores mais im­portantes no combate a esta doença são a PRE­VENÇÃO e a INFOR­MAÇÃO, uma vez que as pessoas estando bem informadas podem agir de maneira que não se exponham ao contágio pelo vírus.

Informe-se e informe seus amigos e familiares. Ajude a combater a ig­norância em relação à doença e seja mais um a participar da luta contra o pânico e o preconceito.

2 . O que deve fazer uma pessoa que desconfie que está com AIDS?

A conduta correta é procurar um médico para orientação, pois somente um médico, após a reali­zação de exames clínicos

e laboratoriais. poderá fa­zer um diagnóstico . Os médicos do .IBGE estão aptos a orientá-lo .

3. Se surgir um caso de AIDS na seção, qual de­verá ser o comportamen­to?

Caso exista algum portador de AIDS em seu ambiente de trabalho, vo- · cê deverá ter atitudes po­sitivas no sentido de ofe­recer a ele solidariedade e compreensão, pois no relacionamento estrita­mente social não existe risco de contaminação. A simples proximidade com o doente não representa nenhum risco. Nas re­lações de trabalho, deve ser criado um ambiente favorável, onde o porta­dor do vírus da AIDS possa trabalhar enquanto tiver condições de exer­cer suas funções . Discriminá-lo é uma atitu­de injusta e desumana.

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JORNAL DO IBGE- Março de 1989

ENCE:36 anos de ensino

• e pesquisa · Ao retornarem às aulas no dia 6 de março, os alunos

da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE tive­ram um motivo a mais para a confraternização. É que a escola estava completando 36 anos. Curiosos, muitos queriam conhecer a história, que alguns funcionários mais antigos não cansam de contar.

Em setembro de 1951, o Professor Lourival Câmara foi designado secretário-geral do Conselho Nacional de Estatísticas - CNE para pôr em prática o Decreto n':' 24.609, que obrigava o antigo Instituto Nacional de Esta­tísticas a promover e manter cursos de Estatísticas. Um ano mais tarde, ele apresentou ao CNE os planos dos cur­sos a serem criados. E em março de 1953 foi fundada a Escola Brasileira de Estatísticas - EBE, que no ano se- . guinte teve seu nome mudado para Escola Nacional de Ciências Estatísticas, tendo como primeiro diretor o Pro­fessor Câmara.

Dos 24 professores fundadores, três ainda lecionam na escola: Lauro Sodré Viveiros de C~stro, Orlando de Maria e Francisco de Paula Silva Saldanha, que, juntos com alguns funcionários, formam a memória viva da es­cola. Taquouhi Papasian é uma das funcionárias mais an­tigas. Começou a trabalhar na ENCE em maio de 1953, como datilógrafa, secretária e, hoje, está na Seção de En­sino Médio. Acompanhou a escola por onde ela passou: pelas Avenidas Franklin Roosevelt, General Justo, Presi­dente Wilson e viu ser construído o prédio da Rua André Cavalcanti.

- Vi muita gente passar por aqui. O que me deixa feliz é saber que muitos alunos souberam aproveitar o que aprenderam e estão ocupando cargos de alto gabarito -diz Taquouhi.

Única escola a ministrar curso técnico de Geodésia e CartografianaAméricadoSul, aENCEoferece , ainda, a ní­vel de~ Grau, os cursos de Estatísticas e Processamento de Dados. Além de graduação em Estatística, oferece também cursos de atualização, ext~são e pós-graduação lato sensu. Existem, ainda, as atividades de pesquisas, que atendem

Taquouhi, uma das funcionárias mais antigas: "Vi muita gente passar por aqui".

aos interesses do meio acadêmico, do IBGE e de outras insti­tuições públicas do Brasil e do exterior.

Com o Professor Djalma Galvão Carneiro Pessoa, atual diretor, a ENCE vem procurando uma aproximação maior com o mundo acadêmico. Nos últimos anos partici­pou de vários encontros e congressos, recebeu a colabo­ração de professores visitantes da Inglaterra e Estados Unidos e apoio financeiro da IBM. Modernizando suas atividades, conta com um Núcleo de Processamento de Dados com terminais ligados a um computador de grande porte da Diretoria de Informática do IBGE. A ENCE pos­sui, também, um Centro de Microinformática, equipado com microcomputadores PC-XT, que são utilizados pelos alunos dos cursos técnicos e de graduação.

As atividades de pesquisa concentram-se no Labo­ratório de Estatística, diretamente ligado à Coordenadoria dos Cursos de Pós-Graduação. As pesquisas são orienta­das pelos professores da casa, além de doutores e mestres de outras universidades. O resultado final é publicado nos Relatórios Técnicos, que tiveram quatro volumes edita­dosem 1988.

Atualmente, o laboratório desenvolve três projetos com a Diretoria de Pesquisas do IBGE: "Planejamento da Amostra da PIA - Pesquisa Industrial Anual, do Depar-

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Fim de uerão: tempo de uoltar às aulas.

tamento de Indústria - DEIND", "Crítica de Equações de Fechamento do Censo Econômico de 1985" e "Crítica de Preços Unitários do Censo Econômico de 1985", com o Departamento de Comércio e Serviço - DECSE. Há, ainda, os seminários das terças-feiras, realizados durante o ano letivo, com a colaboração de técnicos do IBGE e outros órgãos públicos e de pesquisadores de outras uni­versidades.

Em seu prédio, inaugurado em 1967, a ENCE dispõe, ainda, de uma biblioteca com obras de autores nacionais e estrangeiros e de uma quadra de esportes pa­ra a prática de futebol, basquete, vôlei e ginástica.

Na América do Sul, o único curso de Geodésia e Cartografia de 2? Grau.

Abelhas podem ser um bom negócio A curiosidade de conhecer a organização fami­

liar das abelhas levou Márcio da Cunha Marques de Souza Figueiredo, 33 anos, a se inscrever na Coo­perativa Apícola do Rio de Janeiro e a se tornar um apicultor.

Apaixonado pela vida.no campo, há cerca de cinco anos ele se dedica a seu hobby: a apicultura. "Encontrei na criação de abelhas a fórmula certa pa­ra estar em contato com a natureza sem prejudicar minha atividade no IBGE e meu relacionamento com a família. Isto porque, apesar do grande traba­lho que dá, a apicultura não exige total dedicação", explica.

Márcio sempre gostou de esportes. É adepto da natação, do tênis e do futebol, embora se consi­dere um "perna-de-pau", e já foi até surfista. Hoje, casado e pai de Lys, de quatro anos, ele leva uma vida mais calma. Além de trabalhar na Superinten­dência de Recursos Patrimoniais, Materiais e Finan­ceiros, divide seu tempo entre o cinema, a leitura de jornais e revistas, para se manter atualizado com o que ocorre pelo mundo, e a apicultura.

Desde o início de seu hobby Márcio contou corn a ajuda de técnicos e botânicos, além do conta­to com outros apicultores mais experientes, o que

foi muito importante para ampliar os seus conheci­mentos. "Comecei com cerca de dez colméias e ho­je já consigo algum subsídio vendendo parte de mi­nha produção de mel, o que traz algum retorno pa­ra os investimentos que tive que fazer, pois, sem es­sa ajuda, tudo seria mais difícil."

Agressividade e ferroadas

Márcio cria uma espécie de abelha africanizada - mistura de européia com africana - que é muito agressiva e exige o uso de equipamentos adequa­dos para se lidar com ela. Mesmo assim, de vez em quando é ferroada e já está até acostumado. Sente ardência e procura tirar o ferrão imediatamente para diminuir a dor . Entusiasmado, ele fala das abelhas:

- Descobri que entre os insetos, as abelhas só perdem em organização familiar para os cupins. Em cada família só existe uma rainha. Ela é a única ca­pacitada para fecundar os ovos. Quando fica velha, a própria colméia se encarrega de matá-la e substituí-la por uma nova rainha, que desde o esta­do de larva é alimentada e preparada para exercer

esse papel. Acompanhar e observar esse processo necessita paciência, mas compensa, pois é um es­petáculo muito bonito .

Segundo Márcio, cada tipo de mel possui uma propriedade diferente. O mel de eucalipto, por exemplo, é um ótimo expectorante; já o de laranjei­ra é muito bom para insônia. Para comprar mel de qualidade ele dá uma dica: evitar os de supermerca­dos. "Conhecer o vendedor e saber a procedência do mel é fundamental."

"Para se ter algum lucro com a produção de mel só mesmo dedicando-se à apicultura mi­

'gratória", diz Márcio. Assim, parte do ano suas colméias ficam em Paraíba do Sul - de dezembro a maio- e, na florada da laranja- de agosto a ou­tubro -, em Araruama, cidades do interior flumi­nense.

A criação de abelhas exige que o apicultor este­ja sempre atualizado para racionalizar seu serviço. Como a apicultura brasileira está defasada em re­lação à de outros países, no final do ano Márcio participará de um congresso internacional no Rio de Janeiro. "Nesse congresso terei muito o que apren­der. O contato com colegas estrangeiros só poderá trazer benefícios."

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Página 4 JORNAL DO IBGE- Março de 1989 JORNAL DO IBGE- Março de 1989

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Indices mostram o qUe pesa mais no bolso do consumidor

Jornais, revistas, emissoras de rádio e de televisão anunciam, todos os me­ses, os resultados dos índices de preços ao consumidor do IBGE e de outras instituições de pesquisas. Maior desta­que ainda é dado à inflação, ou seja , ao IPC, que é igualmente produzido pelo IBGE, mas tem sua forma de cálculo determinada pelo Governo por ser o in­dexador da economia - um instru­mento de política econômica. E como se chega a esses números? Onde os preços são coletados? Por que o consu­midor paga, em um mês, 60% de au­mento do macarrão e o índice final fica em, digamos, 30%? Será que os au· mentos de 15% para o pão e para o ar­roz "puxam" o resultado para baixo?

É isso mesmo . Cada produto tem um determinado peso na cesta de consumo de uma família. E para saber o que con­some a família brasileira e a partici­pação de cada produto na despesa doméstica é realizada uma pesquisa , a de orçamentos familiares - POF. Entre agosto de 1974 e agosto de 1975, o IBGE fez a sua pesquisa, em vigor atualmente. Para atualizar esses dados , foi realizada uma nova POF, cujo traba­lho de campo terminou em março do ano passado.

A amostra da POF atingiu 16 mil fa­mílias nas nove regiões metropolitanas (Rio de Janeiro , São Paulo, Belo Hori­zonte, Porto Alegre, Curitiba, Salva­dor, Fortaleza, Recife e Belém) e em Brasília, áreas atualmente pesquisadas, além de Goiânia, agora incluída . A no-

va ponderação (peso de cada produto na despesa da família brasileira) será implantada em nossos índices de pre­ços em junho. Mas quem ganha dois salários por mês gasta a mesma porcen­tagem do seu salário com feijão que uma pessoa com renda de oito salários?

Não. Por isso o IBGE produz dois ín­dices: o INPC, que reflete a cesta de consumo de famílias com renda de um a cinco salários, e o IPCA, que reflete a cesta de consumo de famílias com ren­da de um a 30 salários. A cada mês, do dia 1 ao dia 30, 300 Agentes de Coleta percorrem 26 mil informantes, entre es­tabelecimentos comerciais e domicílios . São pesquisados 14 mil produtos e aproximadamente 220 mil preços. Co­mo é que o IBGE determina que pro­dutos e estabelecimentos vão ser pes­quisados todo mês?

Para isso existem pesquisas específi­cas, como a PLC - Pesquisa de Locais de Compra e a PEPS - Pesquisa de Especificação de Produtos e Serviços. A coleta mensal de preços é feita justa­mente a partir de amostra desses locais e produtos, pois em 30 dias seria im­possível percorrer todos os locais e anotar preços de todos os produtos. Assim, acompanha-se o movimento de preços dos mesmos produtos nos mesmos locais ao longo do tempo . Em cada local são coletados somente os preços dos produtos que as famílias costumam comprar naquele local. O si­gilo das informações é garantido por lei , e elas só se tornam conhecidas por gru­pamentos, nunca individualizadas .

O Diretor da DPE. Lenildo Fernandes Silva (centro). participou da palestra aos funcionários sobre o cól· cu/o dos índices de preços ao consumidor.

Todo mês. 300Agentes de Coleta percorrem 26 mil informantes. entre estabelecimentos comerciais e domicílios. São pesquisados 14 mil produtos e aproximadamente 220 mil preços. As categorias de consumo são divididas. para efeitos de cálculo. e m sete grupos: Alimentação. Habitação . Vestuário, Transporte e Comunicação. Saúde e Cuidados Pessoais, Artigos de Residência e Despesas Pessoais. Os preços cole tados são aqueles efetivamente cobrados.

Com o seu salário , o trabalhador tem que comprar os alimentos, pagar o alu­guel, o transporte, o colégio dos filhos , as despesas médicas , as roupas , as utili­dades para a casa etc. Essas categorias de consumo são divididas, para efeitos de cálculo, em sete grupos: Alimen­tação, Habitação , Transporte e Comu­nicação , Despesas Pessoais, Saúde e Cuidados Pessoais, Vestuário e Artigos de Residência . Dentro dos grupos exis­tem os subgrupos, itens e subitens . Um exemplo: o macarrão com ovos é um subitem do item farinhas, féculas e mas­sas, que com outros itens forma o sub­grupo alimentação no domicílio . Este, junto com o subgrupo alimentação fora do domicílio , compõe o grupo Alimen­tação. O subitem é o menor nível de agregação que possui peso, obtido a partir da POF. E o que é peso?

Vejamos: se do seu salário de NCz$ 250,00 você gasta NCz$ 112,50 com as compras no supermercado e na feira , o peso ou participação da alimen­tação no total da sua despesa é de 45 % . Verificando mais detalhadamen­te , você percebe que gastou , em um mês, NCz$ 13,00 só com pão francês, isto é, 7% do seu salário . Já com o café moído você gastou NCz$ 5,00, 2% do

Fotos de G1lson Costa

seu salário . Se o café aumentou 50% em um mês e o pão francês, junto com os outros itens, não foi reajustado, a va­riação do seu custo de vida foi de 1% em um mês (50% de 2%).

Isto porque despesa com café não pesa tanto no seu bolso. Mas se fosse o pão pesaria bem mais. E se fosse, por exemplo, um aumento de 200% do peixe sardinha, que pesa 0,2 % no lNPC. resultaria em 0,4% de variação, praticamente não afetando o índice fi­nal. Trocando em miúdos, é mais ou menos assim que acontece com o INPC e o IPCA, mais sensíveis aos aumentos que pesam mais no bolso · do trabalha­dor.

E, assim como um produto tem um determinado peso na cesta de consu­mo, cada região metropolitana também tem participação relativa na compo­sição do índice nacional. No caso do INPC , o peso é definido em termos de população urbana residente , baseada no Censo de 1980 - quanto maior a população maior o peso da região me­tropolitana no INPC. Já para o IPCA, quanto mais alta a despesa da popu­lação maior é o peso da região metro­politana. São Paulo e Rio de Janeiro juntos equivalem a mais de 60% do

INPC e de 70% do IPCA, enquanto Belém fica com 2,80% do INPC e 1,70% do IPCA, por exemplo .

Recapitulando, a construção dos nossos índices de preços ao consumi­dor requer três pesquisas básicas: a Pesquisa de Orçamentos Familiares, a Pesquisa de Locais de Compra e a Pes­quisa de Especificação de Produtos e Serviços, que fornecem, respectiva­mente , a estrutura de pesos, o cadastro de locais e o cadastro de produtos. Para manter a representatividade do índice essas pesquisas devem ser refeitas a ca­da cinco anos. Quanto à apuração mensal, o trabalho pode ser resumido em um roteiro que compreende oito etapas: geração de questionários , cole­ta de preços, entrada de dados no com­putador, geração de matrizes, crítica das séries históricas, cálculo dos índi­ces metropolitanos, cálculo dos índices nacionais e geração de relatórios .

Esse Caminho dos Índices, organi­zado pela Coordenadoria de Comuni­cação Social, pode ser percorrido por jornalistas, representantes de órgãos de classe e de associações comunitárias, por você. Toda a parte da metodologia é explicada previamente, em lingua­gem simples, por técnicos, e, em segui-

A série histórica recebe minuciosa crítica.

da, o trabalho de coleta dos preços e crítica dos dados é acompanhado de perto, passo a passo.

Em março, os próprios funcionários do IBGE assistiram a uma palestra so­bre o cálculo do INPC e do IPCA, com o Diretor de Pesquisas, Lenildo Fernan­des Silva, o Diretor-Adjunto da DPE, Fernando Abrantes, e o chefe do De­partamento de Índices de Preços, Ri­cardo Braule Pinto. Também em mar­ço, a Rede Manchete veio ver os nossos índices de perto para percorrer nova­mente o seu caminho. E ainda neste se­mestre será organizado um novo Cami­nho dos Índices para diversos veículos de comunicação.

O Centro de Computação do IBGE, no Rio de Janeiro, recebe, todos os meses, informações pesquisadas em noue regiões metropolitanas e em Brasília. Na Diretoria de Informática, esses dados vão gerar relatórios por produtos; em seguida, a série histórica de cada um desses produtos é submetida a minuciosa crítica . A análise leua em conta todos os aspectos da variação dos preços. inclusive aqueles relativos às sazonalidades e às promoções de venda (produtos em oferta especial) em alguns locais. Concluídas essas etapas, os computadores do IBGE processam uma série de programas, gerando todos os resultados por item, grupo, Região Metropolitana e , finalmente , Brasil.

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Salário da

mulher continua

menor que o

do homem

Apesar de representar mais de um terço da força de trabalho, a mu­lher brasileira continua sendo discri­minada em relação ao salário, já que, em 1987, recebia apenas 52% do rendimento do homem. Os números não mentem: enquanto 46,5% das mulheres estavam na faixa de até um Piso Nacional de Salários, a porcentagem para os ho­mens caía fortemente, chegando a 27,2% . Porém, os resultados se in­vertem na mesma proporção em que aumenta a faixa salarial: so­mente 3,1 % das mulheres tinham rendimento superior a 1'0 pisos sala­riais contra 8,2% dos homens. Isto num país em que 19,1 % das famí­lias são chefiadas pelas mulheres.

Estas e outras informações estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - 1987, ano em que somávamos 138,5 milhões de brasi­leiros, sendo que 75,3% com 10 anos ou mais de idade. Desses, 57,4 milhões eram pessoas ocupa­das (65,4% de homens e 34,6% de mulheres) . Isto significa que 41 ,5% da população eram pessoas de 1 O anos ou mais de idade.

Melhora a renda salarial

O número de trabalhadores cres­ceu de 53,8 milhões em 85 para 55,4 milhões em 86 e 57,4 milhões em 87, sendo que a maior parcela (33,8 %) recebia até um salário ou não era remunerada. Contudo, essa porcentagem diminuiu em relação à dos anos anteriores, pois chegou a 42% em 85 e a 35,5% em 86. Dos 15,2 milhões de trabalhadores do Nordeste, 55,2% encontravam-se nessa faixa . No Sul, eles eram 34,2%; 26,7% no Centro-Oeste; 24% no Norte (área urbana) e 23,1 % no Sudeste .

Houve aumento na proporção de pessoas nas faixas de rendimento acima de dois salários. O contingen­te que ganhava mais de dois até cin ­co salários passou dos 21 ,8 % em 85 para 26,1 % em 86 e 27,2% em 87; aquele com mais de 10 salários representava 5% dos trabalhadores em 85, 6,2% em 86 e 6,4% em 87: 8,5 % no Sudeste, 8,2 % no Centro­Oeste , 7,4% no Norte (área urba­na) , 5,8% no Sul e 3 % no Nordes­te .

A PNAD/ 87 pesquisou mais uma faixa , a dos que recebiam acima de 20 pisos salariais. Apenas cerca de

um milhão e duzentos mil trabalha­dores brasileiros (2,2% do total) encontravam-se nesta faixa: 3% no Centro-Oeste, 2,8% no Sudeste, 2,4% no Norte (área urbana), 1 ,9% no Sul e O, 9% no Nordeste.

Agricultura ainda predomina

Dos trabalhadores brasileiros, 24,6% encontravam-se em ativida­des agrícolas; 1 7, 6% na prestação de serviços; 15,7% na indústria de transformação; 11,6% no comércio; 8,1 % em atividades so­ciais (médicas, odontológicas , ensi­no etc.); 6,6% na indústria da cons­trução; 4 , 7% na administração pública; 3 , 7% em transportes e co­municação; 3,0% em outras ativi­dades; 2, 9% em serviços auxiliares da atividade econômica, e 1,5% em outras atividades industriais.

O Brasil contava em 1987 com 104,3 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade: 53,5 milhões de mulheres e 50,8 milhões de homens. A População Economi­camente Ativa - PEA (pessoas de 10 anos ou mais de idade que têm trabalho ou estão procurando traba­lho) totalizava 59,5 milhões, o que representava 57,1% dos brasileiros de 10 anos ou mais de idade. A pro­porção de empregados com carteira de trabalho assinada aumentou em 1987: 58,2% contra 57,8% em 86 e 56,5% em 85.

O percentual de participação dos homens na PEA era de 65,3 %, ou seja, quase o dobro do das mulheres (34, 7%) . No ano da pesquisa eram economicamente ativos 38,6 % da população feminina de 10 anos ou mais de idade (contra os 36,8 % de 1986) e 76,6 % dos homens nessa faixa etária (contra 75,7% do ano anterior). A participação feminina era mais intensa entre os 20 e 29 anos de idade: 51,5%. Contudo, 94,4 % dos 11 ,8 milhões de ho­mens entre 20 e 29 anos de idade eram economicamente ativos.

Serão divulgados brevemente os resultados dos suplementos da PNAD sobre "Fecundidade " (1984) , "Anticoncepção" (86) e "Cor" (87) . Quanto à PNAD/ 88. encontra-se em fase de crítica e , jun­tamente com os suplementos "Parti­cipação Político-Social" e "Estoque de Aparelhos Utilizadores de Ener­gia", deverá ser divulgada ainda este ano.

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América Latina prepara Censo de 90

O IBGE e a Comissão Econômica pa­ra a América Latina e o Caribe -CEPAL promoveram, de 13 a 16 de mar­ço, no Othon Palace Hotel, no Rio de Janeiro, o Seminário Sobre o Con­teúdo e Desenho de Questionário Cen­sitário, que contou com a presença de representantes de órgãos estatísticos do Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Chile, Equador, México,. Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela.

Este foi o terceiro seminário de uma série de oito, que compõem o projeto de apoio à preparação dos Censos de 1990. Sua importância para aprimorar a realização dos recenseamentos e para reforçar a integração dos países latino­americanos foi ressaltada, na cerimônia de abertura, pelo Diretor-Geral, David Wu Tai (na foto, ao centro. Ainda na foto, da esquerda para a direita, Luiz Armando Frias, do DEPOP /IBGE; Marcelo Mercado, do Instituto Nacional de Estatística da Bolívia; Rosa Groskoff, da Diretoria-Geral de Estatística e Cen­sos do Uruguai; Santiago Jadue, da CEPAL: Juan Chackiel, do CELADE; e Shirley Soares, da CCS/IBGE).

Durante quatro dias foram discutidos os temas: Comparabilidade lntertem­poral; Comparabilidade Regional e In­ternacional; Experiência com Ques­tionários de Censos Anteriores; Equilí­brio entre Temas Demográficos, Sociais e Econômicos; Definição de Manuais e Programas de Tabulação e Uso de Questionários Grandes e Pequenos -suas Vantagens e Desvantagens.

Segundo Luiz Armando Frias, o en­contro "possibilitou um intercâmbio de idéias entre países que vão fazer recen­seamento no ano que vem". Rosa Groskoff lembrou a "importância de se unificar os critérios usados nos censos dos países da América Latina".

Na opinião de Marcelo Mercado, este encontro "promoveu o surgimento de idéias que podem ajudar na realização dos Censos, principalmente em países com pouca experiência no assunto". Santiago Jadue também achou o se­minário "muito produtivo e bem organi­zado" e já se prepara para o próximo encontro em Buenos Aires, ainda sem data marcada.

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JORNAL DO IBGE- Março de 1989

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nharam A Acompanhadora: Alzira Alves da Silva (DEMAT), José Geraldo c os Santos (Ag~n­cia Centro/ SP), Maria do Carmo Rodarte de Andrade (Agência ltaúna/MG), Noely Ribeiro Denizot (DEMA T) e Fernando Formolo (Agência Caxias do Sui/RS) .

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JORNAL DO IBGE - Março de 1989

Tradição com bom gosto

In vino, veritas ("No vinho, a verda­dé"), diziam os antigos romanos que atri­buíam tal importância a essa bebida a pon­to de lhe dedicar um deus (Baco). O início das colheitas das uvas era comemorado com grandes festas consagradas ao deus mitológico e que duravam vários dias . Es­ta tradição foi assimilada pela era cristã e , na Europa - especialmente na Itália -rse continuou a festejar largamente as boas safras dos parreirais.

O imigrante italiano trouxe para o Bra­sil, não só o cultivo da uva como também a comemoração pela boa colheita . Atual­mente em Caxias do Sul, cidade serrana gaúcha localizada a 137 km de Porto Ale­gre, onde se radicou boa parte da colônia italiana, é promovida, de três em três anos, a Festa Nacional da Uva , que já se encontra em sua 18. a edição . E lá, de 17 de fevereiro a 5 de março, aconteceu a Festa da Uva 89, que, segundo os promo­tores, foi a maior do século.

Conhecida internacionalmente como uma das maiores festas comunitárias do Brasil , a Festa da Uva nasceu modesta­mente , em 1931, proveniente de uma ex­posição de uvas realizada por um grupo de produtores que viam nessa cultura um dos esteios da economia da cidade .

Devido a 11 Guerra Mundial, e ao clima político da época, a festa não foi realizada de 1937 a 1948. Posteriormente, a come­moração ressurgiu com toda a força, a ponto de incentivar outros municípios a realizarem festas semelhantes, de porte menor, como as Festas da Maçã , da Ber­gamota e do Champanhe, entre outras .

Este ano cerca de 600 mil turistas en­contraram farta quantidade e variedade de

uvas e vinhos vendidos a preços bastante razoáveis nos diversos stand5 do Parque de Exposições Centenário, um dos maio­res do país.

As atrações da festa foram muitas, in­cluindo danças típicas italianas e grupos de teatro locais, que contaram histórias da imigração e ocupação de Caxias do Sul. Apresentaram-se, também , conjuntos folclóricos com danças e músicas nativis­tas, destacando o repentista e gaiteiro João Freitas, do Centro de Tradições Gaúchas Campo dos Bugres.

Emoção forte

Mas o ponto alto da festa foi, sem dúvi­da, o desfile de carros alegéricos pelo cen­tro da cidade. Diversos municípios - in­clusive de outros estados - enviaram seus representantes, que deram um showà parte. Não faltou nem o Vovô Chopão, da Oktoberfest, de Blumenau, que foi lá es­pecialmente para mostrar que também gosta de vinho.

O desfile mobilizou , desde dezembro, um contingente de mais de 30 decorado­res, marceneiros, eletricistas e pintores que trabalharam mais de 12 horas por dia , no antigo prédio da Cooperativa Madeirei­ra Caxiense. Nair Menegotto Hoffman , uma das coordenadoras da montagem dos carros, diz que o trabalho é árduo mas o resultado compensa . "É uma emoção muito forte quando a gente vê os carros passarem", revela a coordenadora, acres­centando que existe até uma certa aura de mistério cercando o carro onde desfila a rainha da festa. Este ano, a rainha eleita foi a estudante de Educação Física, Deliz de Zorzi, de 21 anos, que teve a seu lado as princesas Jaqueline Carpeggiani e Thai­se Grazziotin .

Mas nem só de uva vive a festa. A indústria de Caxias do Sul realiza , também, nos pavilhões da Festa Nacional de Uva, a XII Feira Agroindustrial. Vários negooos envolvendo produtos da indústria metal-mecânica , têxtil e vestuário são realizados na ocasião. E brindados com um saboroso vinho ...

Na Festa da Uva tudo se transforma. A cidade se enfeita como uma pequena vila . Os descendentes dos primeiros italianos no local têm oportunidade de relembrar momentos do passado nas músicas , na culinária, até mesmo na réplica da Caxias de 1880 que foi construída junto ao pa­vilhão. As ruas pulsam com novos tons coloridos, as lojas viram vitrines vivas e o cheiro de uva madura amplia os sorrisos e abre os corações . Não foi à toa que essa comemoração foi escolhida parÇI inaugu­rar o sistema de televisão a cores no Brasil , em 1972. Daqui a três anos novamente estarão cantando o hino da festa que diz : "Venite, venite , venite à Festa da Uva!"

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PELO BRASIL AFORA Região Norte

O novo titular da Un'idade Regional do Amazonas, José Maria dos Santos .Serrão , trabalha no IBGE desde 1968 e foi chefe da Agência de Manaus , entre 1974 e 1981. Naquele ano foi transferido para Roraima , retornando agora em março a sua terra na­tal para chefiar a Unidade.

• • •

Custos e Índices da Construção Civil -SINAPI, que reunirá os técnicos do Depar­tamento de Índices de Preços e os coorde­nadores regionais de 26 estados.

Os técnicos Oldemar Silva de Jesus e Ma­ria de Fatin\a Ramos da Cruz representarão a UR/ RJ no encontro, que terá como tema central a transmissão de novas instruções para a coleta de preços .

Já está implantada na Unidade Regional Região Sul de Rondônia a Base Operacional para "o Censo de 90 . Formam a equipe: Elidá Fer­nandes de Oliveira, Lourdes de Souza Silva e Angela Ilcelina Holanda, que atualizarão os mapas.

• •• Está sendo aguardada, na Unidade Re­

gional do Amapá, uma equipe do DRG/DF, que dará apoio técnico logístico para a execução . dos trabalhos da Base Operacional. Ainda este mês será implanta­do, no Amapá o Sistema Integrado da Ad­ministração Financeira - SIAFI.

Região Nordeste

Na inauguração do Centro de Processa­mento de Dados da Unidade Regional do Ceará, o Diretor de Informática , José Sant'Anna Bevilaqua, falou sobre a im­portância desse projeto de automação das UR . Lembrou que "isso vai permitir a des­centralização das operações do Censo de 90 , pois cada estado terá seu CPD ligado à Sede".

O Centro de Processamento do Ceará ocupa uma área de 140m2 e conta com 15 funcionários . Atualmente, a equipe está en­carregada do processamento das folhas de pagamento da UR e DRG / CE e do SINAPI, além da apuração do IPC, da Pesquisa Mensal do Leite e Abate de Animais .

Região Centro-Oeste Em fevereiro , os funcionários da Unidade

Regional de Mato Grosso Darci de Moraes e Oswaldo Cândido da Silva participaram em Brasília de um treinamento para a coleta das estatísticas culturais.

• • • Está sendo realizada no Distrito Federal a

Pesquisa Agropecuária que levanta as esti­mativas da produção agrícola nas Unidades da Federação. A equipe de campo , coorde­nada pelo agrônomo Antonio Biffi. visitará cerca de 800 estabelecimentos agrope­cuários .

Além disso, através do convênio entre o IBGE e o Instituto de Pesquisas Espaciais -INPE, tornou-se possível a utilização de imagens de satélite nas atividades de campo da pesquisa . A conclusão dos trabalhos está prevista para o final de março .

Região Sudeste A Unidade Regional do Rio de Janeiro

participará , de 27 a 31 de março, em Man­gueira , do IV Encontro Nacional das Equi­pes do Sistema Nacional de Pesquisa de

Os funcionários da Unidade Regional do Rio Grande do Sul dispõem atualmente de uma área de lazer, ao lado do prédio da UR. Para ajudar a viabilizar as obras , o titu­lar da Unidade, Gervásio Neves , doou uma passagem aérea Porto Alegre-Rio-Por­to Alegre para ser rifada pelo Grêmio dos Estatísticos. Graças também , ao apoio dos funcionários foi possível a construção de uma ampla churrasqueira coberta e da ins­talação de mesas e bancos para aproxima­damente 50 pessoas . A atenção agora está voltada para a quadra de vôlei e o projeto de um parque infantil.

Mestre Aurélio, um ibgeano? Ibgeano. Adj. 1. De, ou pertencente ou

relativo ao IBGE. Este vocábulo não foi di­cionarizado por Aurélio Buarque de Holan­da, mas ele esteve perto de se tornar funcio­nário do IBGE.

Em 1940, Rubem Gueiros e Mário Au­gusto Teixeira de Freitas, secretário-geral àquela época , convidaram o dicionarista, que era diretor de Estatística e Geografia da Biblioteca da Prefeitura de Maceió, para fa­zer um estágio no Rio de Janeiro. Junto com ele, vieram outros funcionários da área de Estatística e Geografia do estado e al­guns, mais tarde, fizeram parte do quadro do IBGE.

Aurélio, depois de duas semanas, desistiu do estágio e se radicou no Rio , onde fez car­reira como professor e filólogo, autor do mais famoso e difundido dicionário da lín­gua portuguesa. A ele, imortalizado na Aca­demia e como sinônimo de dicionário, a nossa homenagem sem medir palavras essas suas íntimas conhecidas .

Equipe de Apoio nas Unidades Regionais: Clau­dionora Paiva-AC ; José Cirino de Santana-AL; Isabel Bernadete Barbosa-ÁP; Alcemyr de Carvalho-AM; Celeste Moreira-BA; Roberto Aragão-CE; Antônio Pereira da Silva Marinho­DF; Jakson Silva-ES; Sebastião de Matos-GO; Marlene Moreira-MA; Cide A. Fonseca-MG; Be­nedito Azamor-MS; Tereza Nogueira-MT; Claú­dia Hortides-PA; Hélio Caldas-PB; Vicente Ben­to da Silva-PE; Pedro de Oliveira-PI ; Afonso da Silva Biali-PR; Dante Chaves-RJ ; Maria Ednaide de Oliveira-RN ; Maria do Socorro-RO; José Monteiro da Silva-RR ; Jair Silveira-RS; Vera Lúcia-SC ; Ruy Régis-SE e Guilherme Bittencourt-SP.

A cobertura da Festa da Uva foi feita por Marco Santos . que se encontrava de férias no Sul e aproveitou a oportunidade para divulgar uma das mais belas e tradicionais comemorações do Bra· si/.

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Página 8 JORNAL DO IBGE- Março de 1989

O mundo mágico da informação

Conhecer a biblioteca do IBGE é como penetrar no mundo mágico da informação . Na sala de obras raras po­demos fazer uma viagem ao passado e consultar, por exemplo, o Recenseamento da Paróquia de São Cristóvão, de 1870, manuscrito , que traz dados curiosos como o número de escravos e agregados que havia em cada residência . Já através de modernos equipamentQs de teleprocessamento pode-se acessar o Banco de Dados do IBGE, considerado um dos maiores da América do Sul. E tudo isso está à disposição de um público cada vez maior e mais diversificado, como ressalta Maria Beatriz Pontes de Carvalho, gerente de Documentação e Biblio­teca (GEDOC) :

- Sendo o IBGE uma instituição importante para o planejamento no país, sua biblioteca é muito procurada por usuários que conhecem a riqueza de informações de que ela dispõe. Para se ter uma idéia , só no ano pássado cerca de quatro mil pessoas foram atendidas por corres­pondência, telefone ou pessoalmente .

Além dos estudantes brasileiros e estrangeiros dos cursos de pós-graduação, que procuram na GEDOC da­dos para suas teses, as empresas públicas e privadas, do Brasil e do exterior, são também grandes usuárias. No mês de janeiro, por exemplo, entre outras instituições que consultaram o IBGE estavam o Banco do Brasil, o Con­sulado da Noruega , a UFRJ, a TV Globo e a UNESCO . Mas o maior número de atendimentos é para os técnicos do próprio IBGE .

A biblioteca, que surgiu da união de duas bibliotecas do Instituto Brasileiro de Geografia e do Instituto Brasileiro de Estatística, hoje tem em seu acervo 38 mil livros e folhetos, 3 . 600 títulos de periódicos e 26 mil microfichas.

Apesar de instalada na década de 60, só em 1977, com uma resolução do presidente, a biblioteca Central te­ve a sua estrutura definida . E, em 1987. já subordinada

Regina , Nazareth, Paulo Augusto e Beatriz: o planejamento da rede de bibliotecas.

ao novo Centro de Documentação e Disseminação de In­formações - CDDI, passou a chamar-se Gerência de Documentação e Biblioteca (GEDOC) . Na atual estrutu­ra , quatro setores prestam serviços ao público : Referên­cia , Informações Especiais , Documentação Territorial e Documentação Cartográfica (Mapoteca) .

Atendimento . O ponto de partida é sempre o Setor de Referência

(Av. Franklin Roosevelt, 146, sobreloja). onde funcionao salão de leitura . Ali, os bibliotecários atendem os usuários e, quando necessário, os encaminham aos outros setores . Diariamente a GEDOC recebe cartas e telefonemas solici­tando dados estatísticos, principalmente os índices calcu­lados pelo IBGE. São muito freqüentes , também , os pe­didos de referências bibliográficas .

Ao Serviço de Informações Especiais são encami­nhados , por exemplo, os questionários enviados por or­ganismos internacionais, como a FAO , para atualização de dados estatísticos sobre o Brasil. "As empresas priva­das , de pesquisa, bancos e muitos outros costumam pedir todos os tipos de informações estatísticas produzidas pelo IBGE e por outros órgãos. Fornecemos, também, cópias das cadernetas utilizadas pelos recenseamentos durante os Censos, que muitas vezes geram novos pedidos de da­dos do IBGE", afirma Paulo Augusto de Alencar, chefe do Serviço de Informações Especiais .

As informações cartográficas são fornecidas na ma­poteca e os dados sobre os municípios e distritos brasilei­ros podem ser obtidos no Setor de Documentação Terri­torial. Também está subordinado à GEDOC o Serviço de Microfilmagem, cujos técnicos estão desenvolvendo um intenso trabalho de microfilmagem das publicações do IBGE. além de atender a outros órgãos como a SIAS, DGC e DI.

Através dos sistemas especiais a GEDOC coloca. ainda, à disposição dos usuários uma infinidade de infor­mações . Desde 1982 o IBGE participa do Sistema Biblio­data/ CALCO , coordenàdo pela Fundação Getúlio Var­gas- FGV, que registra em computador as informações sobre o acervo de 48 bibliotecas do país . "Mensalmente a FGV envia listagens que resultam na Lista de Novas Aqui­sições, ou seja, uma publicação que traz a relação dos li­vros , folhetos e microformas existentes no acervo do IBGE", diz Regina Sá, subgerente de Processos Técnicos . E prossegue: "Além disso, toda a semana a GEDOC re­cebe as microfichas atualizadas que relacionam todas as publicações cadastradas, inclusive as da Biblioteca Nacio­nal. Atualmente são cerca de 190 mil publicações regis­tradas no sistema à disposição das bibliotecas que dele participam" .

Já o Sistema de Arquivamento e Busca de Referên­cias Bibliográficas - SABER possui referências de arti-

Recuperando 50 anos de história

Arquivo Projeto Memória

Com o objetivo de recuperar a história do IBGE em mais de meio século de exis­tência foi criado o Projeto Memória. Uma equipe de fUncionários da GEDOC vem reunindo, desde 1985, um acervo de ·valor histórico, que inclui, entre outros, foto ­grafias e arquivos como o do Estudo Nacional de Despesa Familiar- ENDEF. Todo esse trabalho está sob a responsabilidade da museóloga e bibliotec.ária Idéia Thiesen Magalhães Costa.

A primeira atividade imeortante foi a Exposição do Cinqüentenário do IBGE, no MEC, em 1986. Outra é a pesquisa de história oral, na qual são feitas entrevistas com pessoas ligadas à história da Instituição.

Idéia lembra "que é da maior importdncia a participação dos funcionários nesse ':rabalho, seja contribuindo ·com fotos e documentos relevantes ou cont(mdo um pou­co da história da Instituição". Para isso basta procurar a coordenação do Projeto Me­mória na GEDOC- Av. Franklin Roosevelt, 194 -~andar.

gos de periódicos nacionais e estrangeiros do acervo do IBGE e documentos relevantes para as áreas de pesquisa da casa . Este sistema está disponível no Setor de Referên­cia através dos terminais de computador .

Também por teleprocessamento pode-se ter acesso ao Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA, permitindo a consulta direta ao Banco de Dados . Lá estão armazenadas todas as informações dos Censos e pesqui­sas realizados pela Instituição.

A biblioteca possui, ainda , dezenas de obras raras, entre elas os doze volumes do primeiro Recenseamento do Brasil de 1872 e o Registro Civil do Brasil de 1884 a 1900, que mostra as mudanças ocorridas na estrutura de­mográfica do país no final do Século XIX. São publi­cações importantes para aqueles que querem conhecer melhor a história da sociedade brasileira .

Estes livros recebem um tratamento especial. São guardados em armários fechados , em salas com esteriliza-

dores e não é permitido o seu manuseio . As consultas são feitas apenas através de microfichas. Também são proibi­das as fotocópias. Mesmo assim, as obras sofrem um des­gaste natural com o tempo; por isso, sempre que necessá­rio, elas são restauradas.

A GEDOC coordena, também, a Rede de Bibliote­cas do IBGE, do ponto de vista técnico , principalmente orientando os trabalhos de organização das publicações para melhor atendimento aos usuários . A rede é compos­ta pelas bibliotecas setoriais das Diretorias de Pesquisas, de Geociências , de Informática e da ENCE , que atendem os técnicos que trabalham nesses locais com suas co­leções especializadas nas respectivas áreas . Compreende também as bibliotecas dos Setores de Documentação e Disseminação das Unidades Regionais, que possuem to­das as publicações do IBGE para atender o público em geral. Além das bibliotecas da DPE , da DI e da ENCE, as dos Estados de Pernambuco, São Paulo, Distrito Federal e Minas Gerais já possuem terminais de computador que permitem o acesso ao Banco de Dados do IBGE.

Mobilização para os Recenseamentos de 1940e 1950.